OBSERVATÓRIO 51
A Via
Láctea O Sol pertence a uma galáxia, a Via Láctea, uma coleção de cerca de 300 mil milhões de estrelas. As galáxias são as cidades do Universo, com enormes populações de estrelas. No Universo visível existem aproximadamente 100 mil milhões destas cidades. Entre elas existem grandes desertos de espaço sem matéria visível. Apesar de terem tantas estrelas, e de serem portanto muito luminosas, as galáxias estão em geral tão distantes entre si que, salvo raras exceções, são apenas observáveis através de telescópios e de preferência em locais sem poluição luminosa. Existem quatro tipos de galáxias com base na sua morfologia: irregulares, elípticas, lenticulares e espirais (Figura 1). A Via Láctea é uma galáxia espiral barrada. Tem a forma de um disco com braços espirais que constituem locais onde a formação de novas estrelas é mais vigorosa. Os braços espirais têm origem na região central mais volumosa e brilhante, com a forma aproximada de uma bola de râguebi, e prolongam-se até à periferia do disco. A região central contém a maior concentração de massa. Todas as estrelas da Via Láctea orbitam em torno
2
Espiral
Elíptica Lenticular
E0
E3
E7
S0
Eb
EBa EBa
Irregular Espiral Barrada Irr
1
Ec
Ea
EBc
do centro. O Sol, situado a cerca de 27 mil anos-luz do centro, demora cerca de 250 milhões anos a completar uma órbita; desde a sua formação, há 4.5 mil milhões de anos, completou 18 voltas à Via Láctea (Figura 2). Para além de estrelas, os braços espirais contêm: nuvens gigantes de hidrogénio molecular (a matéria-prima necessária à criação de novas gerações de estrelas), poeira interestelar (que absorve fortemente a luz visível e nos impede de observar zonas distantes da galáxia), nebulosas de emissão (gás fluorescente devido à radiação ultravioleta de
Parques e Vida Selvagem primavera 2014 • 51