Revista Pontos de Vista Edição 93

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Publicação da responsabilidade editorial e comercial da empresa Horizonte de Palavras Edições, Lda. JUNHO 2020 | EDIÇÃO Nº 93 - Periodicidade Mensal | Venda por Assinatura - 4 Euros

IMO

INDÚSTRIAS METALÚRGICAS S.A. 75 ANOS A PROMOVER VALOR

RENTOKIL

DESINFEÇÃO SARS-COV-2

GILEAD

INOVAÇÃO EM SAÚDE

JOÃO PAULO FERREIRA ASSEGURA QUE A MARCA VAI CONTINUAR AO LADO DOS CONSUMIDORES NA PROCURA PELAS MELHORES SOLUÇÕES E PRODUTOS

FOTO: DIANA QUINTELA

COUNTRY MANAGER DA HAIER EUROPE – PORTUGAL



ÍNDICE DE TEMAS

FICHA TÉCNICA Propriedade, Administração e Autor Publicação da responsabilidade editorial e comercial da empresa Horizonte de Palavras Edições, Lda.

DIRETOR: Jorge Antunes

Administração | Redação | Departamento Gráfico Rua Rei Ramiro 870, 2º J 4400 - 281 Vila Nova de Gaia

PRODUÇÃO DE CONTEÚDOS: Ricardo Andrade

Outros contactos: +351 220 926 877/78/79/80 E-mail: geral@pontosdevista.pt; redacao@pontosdevista.pt www.pontosdevista.pt | www.facebook.com/pontosdevista Impressão Lisgráfica - Impressão e Artes Gráficas Distribuição Nacional / Periodicidade Mensal Registo ERC nº 126093 NIF: 509236448 | ISSN: 2182-3197 | Dep. Legal: 374222/14

DESIGN E PAGINAÇÃO: Mónica Fonseca GESTÃO DE COMUNICAÇÃO: João Soares FOTOGRAFIA: Diana Quintela - www.dianaquintela.com Rui Bandeira - www.ruibandeirafotografia.com Assinaturas Para assinar ligue +351 22 092 68 79 ou envie o seu pedido para: Autor Horizonte de Palavras – Edições Unipessoal, Lda Rua Rei Ramiro 870, 2º J, 4400 - 281 Vila Nova de Gaia E-mail: assinaturas@pontosdevista.pt Preço de capa: 4,00 euros (iva incluído a 6%) | Assinatura anual (11

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JOSÉ BARREIRAS, DIRETOR DE MARKETING DA 4ITFUTURE, DÁ A CONHECER O 4QUARANTINE. CONHEÇA AS VALIAS DESTE PRODUTO IMPORTANTE NA RETOMA EMPRESARIAL

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RITA LACERDA, DIRETORA GERAL DA CESCE, ABORDA A IMPORTÂNCIA DOS SEGUROS DE CRÉDITO À EXPORTAÇÃO EM TEMPOS DE COVID-19

edições):

Portugal: 40 euros (iva incluído a 6%), | Europa: 65 euros

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PONTOS DE VISTA NO FEMININO. MULHERES LÍDERES QUE FAZEM A DIFERENÇA. CONHEÇA ALGUMAS PERSONALIDADES DO UNIVERSO FEMININO E SAIBA COMO AS MESMAS TÊM VINDO A CONQUISTAR O SEU ESPAÇO

Resto do Mundo: 60 euros

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Os artigos nesta publicação são da responsabilidade dos seus autores e não expressam necessariamente a opinião do editor. Reservados todos os direitos, proibida a reprodução, total ou parcial, seja por fotocópia ou por qualquer outro processo, sem prévia autorização do editor. A paginação é efetuada de acordo com os interesses editoriais e técnicos da revista, exceto nos anúncios com a localização obrigatória paga. O editor não se responsabiliza pelas inserções com erros, lapsos ou omissões que sejam imputáveis aos anunciantes. Quaisquer erros ou omissões nos conteúdos, não são da responsabilidade do editor. Editorial A Revista Pontos de Vista apresenta-se como uma publicação editada pela empresa de comunicação empresarial Horizonte de Palavras, sendo de frequência mensal, assume-se como um meio de comunicação que pretende elevar as potencialidades do tecido empresarial em Portugal. Assumimos o compromisso de promover paradigmas práticos e autênticos do que de melhor existe em Portugal, contribuindo decisivamente para a sua vasta difusão.

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COVID-19 – AS ESTRATÉGIAS DAS MARCAS E ORGANIZAÇÕES PERANTE A PANDEMIA

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3 JUNHO 2020

Sede da entidade proprietária: Rua Oriental nrº. 1652 - 1660, 4455-518 Perafita Matosinhos

EDITOR: Ricardo Andrade Rua Rei Ramiro 870, 2º J 4400 – 281 Vila Nova de Gaia


» COVID-19 – A IMPORTÂNCIA DO QR CODE NA RETOMA EMPRESARIAL

“NA 4ITFUTURE AJUDAR FAZ PARTE DA NOSSA CULTURA” Pensamento «fora da caixa». Este bem que podia ser o desígnio da 4ITFuture, uma marca inovadora lusa, que desenvolveu uma tecnologia para ajudar as firmas a retomarem a sua atividade no contexto da Covid-19, denominada por 4Quarantine. José Barreiras, Diretor de Marketing da 4ITFuture, esteve à conversa connosco e deu-nos a conhecer as principais valias de um serviço/produto que tem tido uma recetividade de excelência. Saiba mais.

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Um dos setores mais afetados pela pandemia, passa pela restauração. De que forma é que agora os restaurantes podem criar um QR Code para os clientes acederem às ementas online? Que vantagens apresenta esta aplicação para este setor em concreto? Submetem ficheiros pdf com as ementas, em várias línguas, um único QR Code é criado, mesmo que a ementa mude. Através do smartphone o cliente faz a leitura do QR Code e é lhe mostrada a opção de que ementa deseja consultar e em que língua. Também poderá ver no site e/ou aceder diretamente às redes sociais. Desde 5€/mês, sem custos de instalação e em menos de 15 minutos poderá começar a utilizar a solução. Menos é mais, em que a simplicidade e eficácia definem a nossa solução.

o sentido de contextualizar o nosso leitor, quando foi edificada a 4ITFUTURE e como é que a marca tem vindo a contribuir para o mercado no sentido de apresentar soluções inovadoras e práticas e que assumam um cariz importante para os vossos clientes? Desde 2015 que procuramos desenvolver soluções inovadoras, como temos feito na área de eventos, onde há anos fazemos o credenciamento do Rock in Rio em todo o mundo, Carnaval do Rio e de São Paulo, ModaLisboa etc. Na área das telecomunicações em Portugal e no estrangeiro, é utilizado uma solução nossa para gerir a manutenção e operação de sites (antenas). Para a Suécia, trabalhamos na área da Telemedicina. A Sumol+Compal, CTT, RTP, Efacec etc utilizam a nossa solução de Gestão de Frota. Exportamos 50% da nossa faturação para 8 países. No contexto Covid-19, a 4ITFUTURE criou a 4Quarantine. Primeiramente, que conceito e solução é esta e de que forma é que a mesma tem tido recetividade por parte do mercado? Fornecer uma plataforma online mais uma APP que ajude as empresas a informatizar e gerir o plano de contingência, a ter informação em tempo real do estado e condição de trabalho das suas equipas e que promova o regresso ao trabalho de forma mais segura. Primeiro os Bombeiros e dezenas de empresas estão agora a começar a aderir para assegurarem a continuidade do seu negócio.

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De que forma é que esta solução aumenta a segurança no trabalho, evita a propagação da Covid-19 e contribui para a aceleração da recuperação da economia nacional? A APP permite ao colaborador reportar se tem ou não sintomas e comunicar a sua temperatura, se autorizar por sua livre e expressa vontade a permissão para a sua entidade patronal registar e consultar essa informação. Pode assim, a entidade patronal contribuir para que o colaborador ligue para a linha do SNS, e/ou pedir que assim que

JOSÉ BARREIRAS

chegue à empresa se dirija para a zona de triagem, evitando o contacto e possível contágio. Mais informação, melhor decisão, de modo a proteger os seus colaboradores assegurando a continuidade do negócio, logo a contribuir para a melhoria da economia. Ambicionamos que as forças de segurança usem a nossa solução gratuitamente, pois assim as credenciais de circulação que a plataforma emite com um QR Code poderão ser lidas pelas autoridades sem tocar no documento e a uma distância de segurança, evitando assim o contágio. Esta plataforma está direcionada para algum setor de mercado em particular, ou a mesma pode ser aplicada a qualquer modelo de trabalho e negócio? Esta plataforma é transversal a qualquer modelo de trabalho, de negócio ou instituição.

Um dos pontos primordiais da marca e desta inovação passa pela responsabilidade social que tem tido, pois este é um serviço totalmente gratuito para corporações de bombeiros e para lares, privados ou públicos. Porquê a aposta nesta filosofia e quão importante é a mesma para a empresa? Se não estivermos a contribuir para o bem de alguém seremos apenas negócio e na 4ITFUTURE ajudar faz parte da nossa cultura. Identificámos os bombeiros e lares como entidades que precisam muito de ajuda e fornecer a plataforma sem custos foi uma decisão natural. Quais os desafios num futuro próximo para a 4Quarantine e de que forma é que esta inovação será fundamental na relação entre empresas, colaboradores e clientes? Mostrar que não é uma APP de contact tracing e demonstrar às empresas que o novo normal, não passa por ter apenas um plano de contingência no papel ou que até pode estar a ser executado e que depois da pandemia passar tudo volta a ser como antes, pois não será assim. Fornecer uma solução às empresas, colaboradores e clientes que permitam manter hábitos e procedimentos para que em caso de uma nova vaga e/ou outra pandemia estejamos preparados. ▪


DESINFEÇÃO CORONAVÍRUS - CERTIFICAÇÃO, CONFIANÇA E RIGOR

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“A COVID-19 ALTEROU AS NECESSIDADES DAS EMPRESAS” O impacto da pandemia Covid-19 tem sido evidente e um dos serviços que mais tem sido solicitado é a Desinfeção. A Rentokil é hoje um dos principais players nesse domínio e estivemos à conversa com Daniel Oliveira, Biólogo e Diretor Técnico Nacional da marca, que deu a conhecer quais têm sido as estratégias neste momento, assegurando que “esta pandemia alertou globalmente para a importância da higiene e da desinfeção”.

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É fundamental ter um comportamento consciente e responsável, seguindo as orientações das Autoridades de Saúde. Sendo a desinfeção essencial neste domínio, de que forma têm vindo a realizar um serviço altamente especializado, de forma imediata, segura, discreta e em conformidade legal? Oferecer um serviço especializado não é conseguido apenas através da aplicação dos protocolos transversais (e naturalmente simplificados) das autoridades sanitárias. Utilizamos o potencial de relacionamento internacional dentro do Grupo para provermos o corpo técnico das competências necessárias. Temos acesso a produtos cientificamente testados para a inativação de vírus encapsulados, substitutos do SARS-CoV-2. É importante saber que a realização de testes de desinfeção com o SARS-CoV-2 é um enorme risco e que a maioria dos biocidas disponíveis não é capaz de afirmar a eliminação do SARS-CoV-2 propriamente dito. O rigor técnico e científico, os equipamentos mantidos em adequado funcionamento, os protocolos de segurança e a formação exigente e cons-

premente necessidade de se regressar à atividade laboral, a desinfeção especializada de espaços é fundamental para mitigar o risco e um importante complemento das medidas de proteção recomendadas pela OMS e pela DGS. Nos clientes particulares, observamos uma progressiva procura deste Serviço. A desinfeção de viaturas e moradias é uma preocupação atual, sobretudo quando existem grupos de risco nas famílias. Esta ação irá também minimizar a ocorrência de outras patologias com impacto negativo na saúde. Há outras soluções complementares como tapetes desinfectante que minimizam o potencial de contágio e as máscaras personalizadas. DANIEL OLIVEIRA

tante permitem-nos afirmar tranquilamente que oferecemos o melhor Serviço na defesa da Saúde Pública. Neste panorama de pandemia, como têm conseguido responder a todas as solicitações? A Covid-19 alterou as necessidades das empresas e o ângulo de visão evoluiu. O SARS-CoV-2 é um inimigo invisível e de fácil transmissão, que já fez milhares de vítimas mortais. Espontaneamente, a indústria e os serviços; lares, escolas, hospitais, clínicas, laboratórios e restauração procuram-nos diariamente para uma efetiva solução no combate à pandemia. Conseguimos dar uma rápida resposta pois agimos de forma proativa desde o início do ano: criámos uma equipa multidisciplinar dedicada ao estudo de soluções cientificamente comprovadas, desenvolvemos os métodos mais eficazes e habilitámos os técnicos com competências e equipamentos seguros. Paralelamente, os nossos serviços e produtos de higiene de mãos e superfícies, os restantes equipamentos para instalações sanitárias e a recolha de resíduos hospitalares têm naturalmente enorme procura. A desinfeção tem sido mais requerida por clientes particulares ou empresas? A maioria dos pedidos vem das Empresas. Na

Quais são as garantias da Desinfeção Rentokil? A utilização de biocidas seguros para as Pessoas e para o Ambiente, os procedimentos adequados, a formação dos Técnicos, um departamento que avalia e pondera constantemente as metodologias adotadas, culminando como uma ação de consultadoria. É importante perceber que um ser humano infetado, em contacto permanente ou intermitente com um espaço é uma fonte de contaminação. A OMS tem vindo a alertar para um dos fatores críticos da desinfeção: os ambientes de alta concentração de matéria orgânica ou sujidade, que comprometem a eficácia da desinfeção. Antes da realização do Serviço, é essencial a análise pormenorizada e a preparação do espaço. Se até hoje a desinfeção era requisitada somente quando existia um problema, sente que passará a ser regra? Sem dúvida. Esta pandemia alertou globalmente para a importância da higiene e da desinfeção. Sabemos que 80% das infeções são transmitidas pelas nossas mãos e que podemos contaminar até cinco superfícies consecutivas. A concentração demográfica, principalmente nas cidades, vai criar um novo paradigma, com comportamentos e rotinas diferentes, para a proteção contra esta e inúmeras outras doenças, conhecidas ou ainda por chegar. ▪

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Rentokil é hoje um dos principais players do mercado de controlo de pragas e higiene, sendo a marca mais antiga e aquela em que os Portugueses mais confiam. De que forma é que têm conseguido ser um ator de relevância? A Rentokil Initial chegou a Portugal em 1982 com o Serviço de Controlo de Pragas, entretanto alargado aos Serviços de Higiene, HACCP e ao Marketing Olfativo. Beneficiamos de mais de 100 anos de experiência internacional, dos conhecimentos técnicos e científicos dos melhores Especialistas e de um Centro de Investigação próprio no Reino Unido, desenvolvendo soluções exclusivas e inovadoras. O grupo desenvolve soluções adequadas aos desafios quotidianos. Os três principais valores que nos norteiam são o Serviço, as Relações e o Trabalho em Equipa. A Segurança é sempre posta em primeiro lugar e a Formação é uma constante.


» A IMPORTÂNCIA DOS SEGUROS DE CRÉDITO À EXPORTAÇÃO EM TEMPOS DE COVID-19

“A CESCE CONTINUA AO SERVIÇO DAS EMPRESAS” Rita Lacerda, Diretora Geral da CESCE, em entrevista à Revista Pontos de Vista, abordou como tem sido a realidade da marca nos dias de hoje e de que forma é que a mesma tem enfrentado os desafios provocados pela pandemia Covid-19, assegurando que a CESCE continuará a apoiar as empresas e a ser um parceiro de excelência e confiança.

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ivemos atualmente um momento ímpar e excecional a nível nacional e mundial, provocado pela pandemia Covid-19. Primeiramente, de que forma é que a CESCE tem atuado para fazer face aos constrangimentos provocados por todo este cenário? Na CESCE, a primeira coisa que fizemos para enfrentar esta situação de emergência foi adaptarmo-nos ao sistema de teletrabalho. Antes do mês de março, 15% dos colaboradores já utilizava o teletrabalho, mas, atualmente e na sequência das medidas de confinamento impostas para conter a pandemia, 99% dos colaboradores estão em teletrabalho. O mais importante é que fizemos este processo em tempo recorde e sem interrupções. Também estamos a assistir a reuniões, conferências e encontros comerciais através de webinars, tudo online. A nossa atividade continua em andamento. E a resposta de todos os colaboradores e das nossas áreas técnicas, informática e comercial está a ser exemplar neste sentido.

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Os seguros de créditos à exportação são uma ferramenta essencial na promoção e no apoio às exportações portuguesas, que, inevitavelmente, serão afetadas pelo panorama atual. Neste domínio, qual será e deverá ser o papel da CESCE na promoção do financiamento dessas exportações? A CESCE cobre todo o ciclo de risco comercial e vai continuar a fazê-lo porque as empresas precisam, agora mais do que nunca, do nosso apoio. Estamos numa conjuntura complicada em que a contraparte comercial já não sabe que fiabilidade tem, nem o que acontecerá com os balanços dos clientes durante os próximos meses. Nós continuaremos a segurar as vendas a crédito e a mobilizar liquidez através dos bancos, mas inevitavelmente, as empresas vão ter de reorganizar as suas formas de trabalhar a partir de agora: fundamentalmente, devem procurar novas cadeias de abastecimento como medida de segurança contra eventuais bloqueios e devem utilizar os seus agentes, agregados e mercados locais para garantir a continuidade da sua atividade em condições de segurança até que se recupere alguma normalidade. Até que isso aconteça a CESCE continuará a acompanhar as empresas nesta fase de adaptação. Na CESCE teve que haver uma adaptação na política de atribuição de riscos comerciais, mas não fizemos nem vamos fazer cortes massivos. Sente que a incerteza crescente nos mercados leva a que muitas empresas comecem a olhar para os vossos produtos como instrumentos necessários? Que mudanças verificaram desde que fomos abalados pela pandemia? Sem dúvida que sim. Um seguro de crédito sempre foi necessário e um grande aliado das exportações e, portanto, da economia dos países. Até

ra em que as empresas necessitam de oxigénio e tempo para se recompor. No âmbito das medidas adicionais de apoio às empresas relativas à situação epidemiológica do novo Coronavírus – Covid-19 e relativamente aos seguros de crédito à exportação com garantia do Estado, determinados aumentos. Que opinião aporta sobre estas medidas? Serão as mesmas suficientes? As linhas de seguro de crédito com garantia do Estado que existem não são suficientes. É necessário um apoio do Estado aos seguros de crédito através do resseguro e que vai promover as vendas das empresas tanto de mercado interno como nas exportações. De uma forma geral, todos os governos dos países europeus estão a desenvolver estes mecanismos de apoio às linhas de risco dos seguros de crédito. RITA LACERDA

agora, muitas empresas pensavam que para estabelecer relações comerciais bastava dispor de um autosseguro. Mas, na atualidade, o autosseguro é arriscado porque exige ter muito músculo financeiro e essa condição não está a acontecer nos momentos que estamos a viver, em que as empresas não estão a registar receitas e estão a enfrentar muitas dificuldades de liquidez. Recorrer a um seguro de crédito para segurar as vendas e a carteira de clientes é uma decisão rentável, que dará os seus frutos no futuro. As empresas pelo mundo fora estão a ser muito afetadas. Os nossos segurados têm clientes que há dois meses eram empresas estáveis, cumpridoras com uma atividade a funcionar e com quem tinham relações comerciais há anos, com muita confiança e conhecimento. Neste momento, não sabem como estão esses seus clientes ou sabem que não estão bem. Mas com o seguro de crédito, são acompanhados pela seguradora com a atribuição de limites de crédito, podem continuar a vender aos seus clientes com garantia da seguradora. Como está o mercado do seguro de Crédito à Exportação em Portugal a reagir perante este novo cenário? E a CESCE, que medidas tomou e vai continuar a tomar? A CESCE lançou medidas de apoio específicas destinadas a ajudar as empresas neste momento. Por um lado, começou a comercializar um produto novo, a CESCE Fácil, uma apólice de seguro de crédito simplificada, totalmente online. E isto é muito importante numa altura em que temos de manter a distância social como meio de proteção contra o vírus. Além disso a empresa recorreu à flexibilidade para apoiar as empresas adiando o pagamento dos prémios e os diferentes prazos de comunicação nos contratos de seguro, numa altu-

Enquanto referência do setor, quais diria que são as prioridades que a CESCE apresenta ao mercado e que por isso a distinguem nesta fase? A prioridade é atuar como rede de segurança para as milhares de empresas que, por causa da crise decorrente da pandemia, estão a encerrar os seus negócios ou enfrentam sérias dificuldades em sobreviver. Neste sentido, para a CESCE, o objetivo imediato é garantir que as empresas possam, na medida do possível, continuar sua atividade e atender às suas cadeias de pagamento: de gastos tributários, salários, de arrendamento de negócios ou fornecedores, entre outros. O que nos distingue, portanto, é que disponibilizamos uma vasta gama de instrumentos de financiamento, de vigilância e de cobertura de risco e que estamos há quase 50 anos a oferecer garantias e segurança nos mercados internacionais. A CESCE está presente em vários países. De que forma conseguem garantir os níveis de alta qualidade de assistência e serviço que prestam? A CESCE está presente em 10 países do mundo. Os nossos padrões e requisitos de qualidade são elevados e trabalhamos muito com seguradoras locais e escritórios comerciais no país de destino. Um bom exemplo é a América Latina, onde as nossas filiais são líderes em seguro de caução. Aí a CESCE seguiu uma estratégia baseada na especialização do serviço em cada mercado e na otimização das redes de distribuição. E graças a isso, em 2019 mantivemos o caminho do crescimento no seguro de crédito e a posição de liderança no negócio de caução. No domínio dos vossos produtos, quais são as soluções mais inovadoras a nível tecnológico que marcam a atualidade deste setor? A CESCE Fácil é uma das nossas soluções mais dinâmicas e inovadoras. No caso das PME ou no caso das empresas que realizam vendas a crédito


até 5 milhões de euros, a CESCE Fácil é a solução contra a falta de pagamento mais rápida, transparente e fácil de utilizar. Permite segurar as vendas crédito e esquecer a gestão e procedimentos complicados dos seguros de crédito tradicionais. Além disso, pode-se conhecer imediatamente o preço do seguro de acordo com o volume de faturação da empresa e permite fechar o contrato de forma rápida e segura, através de um processo simples de assinatura eletrónica. A apólice é gerida 100% online e não implica nenhuma carga administrativa para a empresa, porque não têm de fazer declaração de vendas nem de cobranças. recuperação, poupando a empresa de procedimentos complicados e possíveis perdas. Em síntese, um bom seguro de crédito atua sobre todas aquelas ameaças a que estão expostas as empresas que vendem bens e serviços a crédito. O que podemos continuar a esperar por parte da CESCE de futuro? Continuará a marca a ser um parceiro essencial para as empresas lusas no que concerne aos seguros de crédito à exportação? A CESCE continua ao serviço das empresas e, de facto, esta é a primeira mensagem que queríamos enviar às empresas assim que o confinamento e distanciamento social começou. Devem saber que uma Companhia como a nossa continua em atividade e isso é uma garantia para o funcionamento de todo o sistema. Portanto as empresas portuguesas podem estar seguras de que o nosso compromisso com elas é firme: continuaremos

a proporcionar-lhes segurança nas suas trocas comerciais contra possíveis faltas de pagamento e continuaremos a oferecer análises de solvência atualizadas sobre os seus clientes nacionais e estrangeiros, uma informação que agora é mais necessária do que nunca. Por outro lado, em termos comerciais, Portugal é um mercado natural para Espanha e, ao contrário, Espanha também o é para as mais de 6.000 empresas portuguesas que vedem a Espanha regularmente. E nesse sentido, uma companhia como a CESCE, que opera comercialmente em ambos os países vizinhos, é uma ponte e um laço comercial que devemos reforçar para lançar as bases da recuperação. A pandemia passará e trataremos de recuperar a normalidade apoiando-nos em quem sempre nos deu confiança e tranquilidade. A CESCE está aberta a resolver de maneira ágil e flexível todas as novas necessidades que surjam a partir de agora. ▪

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Face ao atual estado, como explica os benefícios das empresas ao aderirem a um seguro de crédito à exportação? Existem muitos fatores que explicam que as empresas que possuem seguro de crédito tenham contas saudáveis e sejam competitivas: em primeiro lugar, dispor de um seguro deste tipo, é uma garantia quanto ao risco de atrasos de pagamento e incobráveis, permitindo que a empresa continue a ter liquidez e manter a sua atividade, gerando receitas; em segundo lugar, impulsiona o crescimento comercial porque abre a possibilidade de explorar novos mercados com apoio e garantias. Ou seja, as empresas aumentam as suas vendas; em terceiro lugar, em caso de falta de pagamento recebe uma indemnização da seguradora, a empresa não sofre um buraco nas suas contas e pode continuar a manter a sua produtividade; além disso, permite o acesso ao financiamento comercial e, por último, estes seguros facilitam a


» TEMA DE CAPA

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JOÃO PAULO FERREIRA

“HOJE MAIS DO QUE NUNCA, TEMOS QUE ENTENDER O QUE CADA CONSUMIDOR PENSA E PRETENDE DOS SEUS APARELHOS DOMÉSTICOS” A Revista Pontos de Vista esteve à conversa com João Paulo Ferreira, Country Manager da Haier Europe – Portugal, uma marca que tem tido a capacidade de crescer ano após ano e que tem sabido enfrentar as dificuldades provocadas pela pandemia de Covid-19, sendo que o foco passa por continuar a ser o número 1 mundial, tarefa que não se afigura fácil, mas que é um desafio para o qual a marca e todos aqueles que «vestem a camisola» da mesma estão completamente preparados para responder.


“HOJE MAIS DO QUE NUNCA, TEMOS QUE ENTENDER O QUE CADA CONSUMIDOR PENSA E PRETENDE DOS SEUS APARELHOS DOMÉSTICOS, E POR ISSO TEMOS QUE CRIAR PRODUTOS QUE FAÇAM O MATCH COM AS SUAS NECESSIDADES. NUNCA FEZ TANTO SENTIDO, ESSA FILOSOFIA” JOÃO PAULO FERREIRA,

FOTO: DIANA QUINTELA

COUNTRY MANAGER DA HAIER EUROPE – PORTUGAL

O maior desafio, será com certeza poder voltar aquilo que era a normalidade, que acreditamos irá ser muito complicado e moroso, contudo compete-nos que, com a resiliência que temos demonstrado, lutar para ajudar a economia a aguentar

Assumem um cariz mais direcionado para o domínio premium, ou seja, toda a área dos eletrodomésticos, ar condicionado e, também, eletrónica de consumo. Essa realidade é sinónimo de maior exigência na forma como se relacionam com o cliente e na promoção de produtos premium? O mercado onde estamos inseridos é muito grande e competitivo, daí o foco ser a diferença. Nas áreas de home appliances, a oferta é muitas vezes similar, e seguindo a visão dos consumidores, tentamos criar ferramentas que simplifiquem a vida de cada um, apostando em coisas como, uma melhor refregiração de modo a conservar os alimentos por mais tempo, criando áreas especificas para cada tipo de alimento, ou mesmo melhorando a higienização do espaços internos, isto referindo-me aos frigorificos. Na área de máquinas de lavar roupa, os programas de vapor que higienizam a roupa, que nos nossos dias é muito importante. O setor Premium, muitas vezes é confundido com produtos caros, mas internamente tentamos criar produtos que vão ao encontro das necessidades por um preço justo. A conectividade, é uma das bandeiras do grupo, que é líder nesta área inovadora, estando há varios anos na vanguarda na área do IOT, aplicada ao setor de Smart Home. Vivemos atualmente um momento excecional provocado pela pandemia do Covid-19. De que forma é que a marca se viu «obrigada» a adaptar a estes novos tempos e realidade? É verdade que hoje vivemos tempos muito diferentes, verdadeiramente atípicos, e a grande mudança foi que nos dividimos em várias equipas, tendo hoje todos os nossos colaboradores a trabalhar de casa, sem que se faça sentir alguma grande mudança, na proactividade, empenho e desempenho da companhia. O próprio mercado alterou agora, mais do nunca, para o canal digital. A Internet tornou-se o maior canal de comunicação com os consumidores, com lojas etc. Que medidas tiveram de tomar no sentido de continuarem próximos dos vossos clientes?

A empresa nunca parou, e desde que foi decretado o estado de emergência, todos os colaboradores foram reorganizados para as suas casas, e instalaram-se lá trabalhando remotamente, com a mesma resiliência que lhes é conhecida mantiveram sempre o contacto com os clientes, sempre dispostos a apoiar no que fosse necessário. O papel das marcas e das organizações com maior dimensão e capacidade de intervir no mercado e na sociedade é fundamental? Qual acha que deve ser o papel das mesmas e como é que a Haier Group o tem vindo a fazer? Este tipo de organizações, tem uma responsabilidade acrescida, tentando manter postos de trabalho, aguentando o impacto da resseção futura, continuando a desenvolver produtos e caracterisiticas e coloca-las no mercado a um preço justo. Mantendo assim uma cadeia de valor com benfícios para todos. O grupo Haier, sendo um gigante Chinês, teve no inicio da Pandemia um forte abalo, porque o mercado como o da China, foi o primeiro a ter impacto negativo que depois se foi alargando ao mundo. Não baixar os braços e encontrar soluções para atenuar os efeitos da Pandemia, continuando a produzir para que a cadeia de abastecimento não sofra grandes falhas. O factor humano é sempre o focus do grupo em todo o Mundo. O contributo vai muito para além das áreas domésticas. O grupo tem também áreas como robots de esterelização, tuneis de desinfestação etc, produtos que nesta altura tiveram uma procura acrescida. A companhia fez chegar a todos os países material de proteção para este cenário de pandemia, em grandes quantidades, e sugerindo que se as quantidades não fossem para além das necessiades, que as doassemos a instituições que tivessem mais necessidades. Que de resto foi feito aqui em em todo lado. No nosso país o nosso setor não tem muita expressão comparativamente a outros, como por exemplo o turismo, que terá impactos enormes e talvez irreparáveis. A Haier Group considera-se como uma Marca e Empresa na Linha da Frente do Covid-19? Bem na linha da frente não. Seria injusto, porque os profissionais de saúde, proteção civil, forças de segurança entre outras, estão a ser os verdadeiros herois, fazendo por todos um esforço tremendo para nos protegerem, muitas vezes com sacrifíco próprio. A todos esses deixo o meu sincero OBRIGADO, e espero que as entidades competentes saibam recompensá-los de forma justa num futuro próximo. Uma das estratégias/filosofias que a marca sempre teve, passa pela filosofia «ZERO DISTANCE». É legítimo afirmar que este lema teve de ser alterado face à atual realidade? Não, hoje mais do que nunca, temos que entender o que cada consumidor pensa e pretende dos seus aparelhos domésticos, e por isso temos que criar produtos que façam o match com as suas necessidades. Nunca

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Haier Group é hoje um dos principais players a nível nacional e mundial que opera, maioritariamente no domínio do segmento premium. No sentido de contextualizar junto do nosso leitor, como é que marcam a diferença perante o mercado e o consumidor? A Haier sendo a marca Nº 1 mundial em Home appliances, terá sempre o seu foco, na qualidade dos produtos. Fazer produtos inovadores e de alta qualidade. Pondo em prática a estratégia “RenDanHeYi”, uma visão inovadora, desenvolvida pelo fundador da empresa. Consiste em formar equipas autónomas e empreendedoras, com uma visão empresarial, usando estruturas planas, procurando ideias e talentos que visa a “zero distance” uma filosofia de proximidade com cada consumidor, entendendo quais as suas necessidades adquando os produtos de forma a preencher as mesmas.


FOTO: DIANA QUINTELA

» TEMA DE CAPA

“O SETOR PREMIUM, MUITAS VEZES É CONFUNDIDO COM PRODUTOS CAROS, MAS INTERNAMENTE TENTAMOS CRIAR PRODUTOS QUE VÃO AO ENCONTRO DAS NECESSIDADES POR UM PREÇO JUSTO. A CONECTIVIDADE, É UMA DAS BANDEIRAS DO GRUPO, QUE É LÍDER NESTA ÁREA INOVADORA, ESTANDO HÁ VARIOS ANOS NA VANGUARDA NA ÁREA DO IOT, APLICADA AO SETOR DE SMART HOME”

fez tanto sentido, essa filosofia. Ainda que com distância devida, gostamos e queremos estar sempre próximos.

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Como é que a Haier tem vindo a perpetuar uma dinâmica inovadora e de busca por produtos de vanguarda e de ponta para satisfazer o mercado e assim estar à frente da concorrência? Ser o Nº 1 mundial, não é tarefa facil, e o desenvolvimento de produtos e tecnologias que preencham as expectativas dos consumidores, é um forte impulssionador da companhia, e um trabalho constante de pesquisa, tentando desenvolver artigos e tecnologias que façam sentido para os consumidores. Em todo este panorama, além dos clientes, é vital que o corpo de recursos humanos da marca não seja esquecido. Neste domínio, que medidas e metodologias utiliza a marca neste cenário da Covid-19 para proteger os seus trabalhadores? Na Haier a protecção do nosso capital humano, foi o primeiro aspeto a ter em conta. Todos os colaboradores foram colocados em teletrabalho. Foram criadas condições para que continuassem o seu trabalho a partir das suas casas, evitando assim os riscos com a sua saúde e dos seus mais próximos. A empresa não recorreu a nenhum dos

“apoios” do estado, nem despediu ninguém. Pelo contrario manteve todos os colaboradores inclusivé os que estão em regime de outsorcing. O mercado nacional, caíu em média cerca de 40% e seria fácil encontrar argumentos, para actuar de maneira diferente, contudo e porque acreditamos que só conservando os postos de emprego e motivando as pessoas é que podemos encontrar forças para lutar contra algo injusto e invisível que nos ataca a todos, o que nos obriga a repensar tudo que até hoje parecia um dado certo. Que desafios tem a marca para o futuro? O que podemos continuar a esperar da vossa parte? O maior desafio, será com certeza poder voltar aquilo que era a normalidade, que acreditamos irá ser muito complicado e moroso, contudo compete-nos que, com a resiliência que temos demonstrado, lutar para ajudar a economia a aguentar, porque mais do que enfrentarmos o medo, devemos lutar pelo que acreditamos e juntar esforços para que se recupere, a energia, a moral do nosso país que tem tido sempre nos ombros dos cidadãos a responsabilidade de fazer acontecer. Com certeza podem contar connosco para encontrarmos as melhores soluções e produtos que satisfaçam todas as necessidades dos consumidores. ▪


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» COVID – 19 – ESTRATÉGIAS E DESAFIOS DAS MARCAS E ORGANIZAÇÕES

JOSÉ BARBAJOSA

PONTOS DE VISTA

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“A NORAUTO FOI UMA DAS MARCAS QUE SOUBE ACOMPANHAR ESTA PANDEMIA” De que forma é que a NORAUTO tem vindo a lidar com as dificuldades provocadas pela pandemia de Covid-19? Que impacto e desafios existem atualmente para a marca e que estratégias tem adotado a empresa para mitigar os efeitos deste novo mundo? Fomos conversar com José Barbajosa, Diretor Geral da Norauto Portugal, que, numa conversa eloquente e dinâmica, nos revelou a forma como a marca tem ultrapassado este novo cenário, revelando que desde o início a mesma se centrou em três eixos: o colaborador, o cliente e o compromisso com a responsabilidade social.

A

NORAUTO é hoje uma marca sobejamente conhecida e reconhecida a nível nacional, assumindo uma dinâmica de confiança, segurança e rigor perante o cliente. Quais as características da marca que lhe têm permitido ser hoje um player de relevo perante o mercado? A Norauto pretende ser reconhecida como uma plataforma de soluções para o automobilista, e caracteriza-se por um centro auto com

uma loja e uma oficina, onde disponibilizamos aos consumidores uma gama de produtos para o automóvel bem como soluções de mobilidade para o quotidiano. Os centros auto Norauto distinguem-se ainda por serem oficina multimarca que dispõe de equipamentos inovadores e de profissionais que estão em constante formação para acompanhar as evoluções do mercado automóvel. Somos também pioneiros e inovadores no

nosso setor, no lançamento de novos serviços e modelos de negócio, tais como a venda online de produtos e serviços em norauto.pt, a Oficina Móvel que vai até ao cliente, o Norauto Drive IPO na qual a viatura do cliente é levada por condutores profissionais a realizar a Inspeção Periódica, o Norauto Renting em parceria com a ALD, a parceria com a Carglass em que identificamos a quebra do vidro e fazemos o encaminhamento para o parceiro e brevemente surgirão mais novidades


Que medidas, tiveram de tomar no sentido de continuarem próximos dos vossos clientes? De que forma é que este novo panorama alterou a vossa dinâmica diária? Em tempos de pandemia, as marcas viram-se obrigadas a reagir e adaptarem os seus modelos de negócio e a Norauto mais uma vez teve 15 minutos à frente "Na nossa e conseguiu antecipar as medivisão, a Norauto foi das para assegurar que, em caso algum, a mobilidade dos profisuma das marcas que soube sionais que se encontravam no acompanhar esta pandemia, ativo pudesse ficar em risco. Para estando desde o início na linha além dos centros auto em funfrente do Covid-19, adaptou-se cionamento a nossa loja online de imediato ao cenário vivido, norauto.pt esteve sempre à disadotando todas medidas de tância de um clique, sensibilizanprevenção e segurança tanto com novos do os clientes para optarem pela para os colaboradores parceiros! entrega ao domicílio, que durante e clientes" o período de confinamento era graA Norauto é o player em quem tuita, evitando assim que o consumidor os consumidores contivesse que sair de casa. Por forma a facilifiam, e os prémios recebitar a vida aos automobilistas a Norauto refordos recentemente demonstram çou também a sua comunicação na utilização do a sua confiança na Norauto, este ano fomos eleiserviço Oficina Móvel - SOS Baterias, uma oficina que vai até si, seja no seu domicílio ou local de tos Escolha do Consumidor, Marca de Confiança, trabalho, oferecendo a deslocação e mão de obra Escolha de Excellentia e a Marca Mais Reputada. aos profissionais de saúde, bombeiros e forças de Acreditamos que ao sermos uma plataforma de segurança que se encontravam no ativo e na soluções, com estes parceiros estratégicos e o frente desta batalha. lançamento de serviços inovadores, estaremos 15 minutos à frente e continuaremos a facilitar a vida dos automobilistas, contribuindo, assim, para a sua O papel das marcas e das organizações com satisfação e confiança na Norauto. maior dimensão e capacidade de intervir no mercado e na sociedade é fundamental? No nosso ponto de vista, as marcas e organizaVivemos atualmente um momento excecional provocado pela pandemia do Covid-19. De que ções de hoje, devem estar abertas à mudança forma é que a marca se viu «obrigada» a adape sua contribuição é fundamental no desenvoltar a estes novos tempos e realidade? vimento do mercado e da sociedade. Devem propor, criar e adaptar os serviços em função Desde o início da pandemia, e vendo como das necessidades atuais dos consumidores e evoluía a situação nos outros países em que a colocando sempre o foco no cliente. É nisto que Norauto está presente, que a nossa estratégia a Norauto trabalha diariamente, desenvolvendo se focou em três eixos: o colaborador, o cliente novos serviços e gamas de produtos com uma e o nosso compromisso com a responsabilida-

estratégia customer centric, de forma a que tenham uma experiência positiva e inovadora. Em todo este panorama, além dos clientes, é vital que o corpo de recursos humanos da marca não seja esquecido. Neste domínio, que medidas e metodologias utiliza a marca neste cenário da Covid-19 para proteger os seus trabalhadores? De acordo com a estratégia e os eixos a trabalhar durante este período do Covid-19, que desde o primeiro momento desta pandemia o foco da Norauto foi proteger os nossos colaboradores, passando por adaptar os espaços de trabalho, garantindo as condições de higiene e segurança e enfocando sempre uma comunicação de proximidade com todas as equipas de forma a garantir um alinhamento com todas as ações em vigor. Ao nível da equipa da sede optou-se pelo teletrabalho, o qual já vinha a ser fomentado há algum tempo, ainda que em moldes diferentes, e existiu uma reação imediata e muita positiva pelas equipas, que, não obstante o trabalho à distância, têm revelado uma forte implicação e proatividade. A NORAUTO considera-se como uma Marca e Empresa na Linha da Frente do Covid-19? Na nossa visão, a Norauto foi uma das marcas que soube acompanhar esta pandemia, estando desde o início na linha frente do Covid-19, adaptou-se de imediato ao cenário vivido, adotando todas medidas de prevenção e segurança tanto para os colaboradores e clientes. Apostou em novas parcerias com novos modelos de negócio e em novos serviços no mercado, de forma a facilitar todos os profissionais que se encontravam no ativo, contribuindo sempre para que quem mais precisava pudesse continuar a deslocar-se em segurança. A Norauto encontra-se orgulhosa da sua contribuição durante esta pandemia, bem como de toda a dedicação das suas equipas e dos clientes continuaram a confiar e sentirem-se seguros com os nossos serviços. ▪

ESCOLHER A NORAUTO, É? ESCOLHER A NORAUTO, PODEREMOS AFIRMAR QUE É A ESCOLHA CERTA! PRETENDEMOS CADA VEZ MAIS, ESTAR MAIS PRÓXIMOS DOS CLIENTES, CRIANDO EXPERIÊNCIAS POSITIVAS E DIFERENCIADORAS. NA NORAUTO O NOSSO COMPROMISSO É A SUA SATISFAÇÃO, POR ISSO APOIAMO-NOS NUMA ESTRATÉGIA CUSTOMER CENTRIC, APOSTANDO TAMBÉM NA FORMAÇÃO DAS NOSSAS EQUIPAS E PRETENDEMOS SER RECONHECIDOS COMO UMA PLATAFORMA DE SOLUÇÕES DE MOBILIDADE PARA OS AUTOMOBILISTAS, QUE DISPONIBILIZA AO CLIENTE SERVIÇOS INOVADORES QUE LHE FACILITAM O DIA A DIA E CONTRIBUEM PARA UMA MOBILIDADE SEGURA.

13 JUNHO 2020

de social. Ao longo deste período trabalhamos nestas três vertentes, garantido a segurança de todos e a mobilidade a quem mais precisa, desta forma e sendo a Norauto um estabelecimento de comércio de bens e reparação de veículos automóveis, considerado como prestador de serviços de primeira necessidade, mantivemos as nossas superfícies Norauto em funcionamento. Foram tomadas diversas medidas de precaução e de prevenção, a pensar na segurança dos nossos clientes mas também dos nossos colaboradores, como tal foram entregues kits com os EPI’s aos colaboradores, reduzimos os horários de funcionamento de forma a facilitar os turnos entre colaboradores, limitamos o acesso à zona de produtos e a entrada de clientes dentro do estabelecimento, foram criadas sinaléticas específicas de forma a que as medidas fossem cumpridas tais como a distância de segurança a desinfeção das mãos e a utilização de luvas descartáveis que colocámos à disposição de todos. Atualmente estamos a retomar a nossa atividade normal, não havendo o limite na circulação dentro do espaço da loja, à exceção claro da distância de segurança bem como os horários de funcionamento que regressaram à normalidade, e por fim, de forma regular fazemos a desinfeção dos nossos centros, garantindo a segurança de todos.


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COMUNICAÇÃO POSITIVA “Nos últimos anos a gestão começou a olhar a comunicação como um parceiro estratégico, capaz de contribuir para os objetivos do negócio e para o propósito da empresa, tanto a nível externo como interno”. Quem o afirma é Luis Roberto, Partner do Comunicatorium, uma marca que acredita que a comunicação é um fator essencial e fulcral no sucesso das organizações.

Q

uando foi edificado o Comunicatorium e de que forma é que a marca tem vindo a contribuir para o mercado de uma forma eficaz, rigorosa e, acima de tudo, inovadora através da comunicação? O Comunicatorium surgiu da vontade de partilha do conhecimento e know-how dos seus fundadores, adquirido ao longo de vários anos e em vários países, a que se juntaram outros parceiros institucionais representativos da comunicação empresarial e da gestão de pessoas, que acreditam na comunicação enquanto fator de sucesso das organizações. Apresentado ao mercado em junho de 2015, o Comunicatorium é o primeiro player do mercado português, com uma metodologia de análise quantitativa das práticas e políticas de comunicação, facilitando o desenho da estratégia de comunicação das empresas, o seu planeamento e operação. O Comunicatorium enquanto consultora de comunicação organizacional tem vindo a alargar a sua área de atuação, através de novas linhas de serviço de consultoria, e desenvolvimento de competências em comunicação, para equipas de liderança e alta direção das empresas.

PONTOS DE VISTA

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Explique-nos um pouco a metodologia seguida pela marca no sentido de potenciar ao máximo o negócio dos vossos clientes e de que forma é que os mesmos assumem valias e vantagens por escolher o Comunicatorium? A metodologia Comunicatorium foi desenvolvida a pensar nas necessidades de quem gere a comunicação empresarial, e no crescente grau de exigência dos CEO’s que procuram saber como a comunicação pode contribuir para os resultados da sua empresa. A metodologia Comunicatorium assenta em quatro pilares – Diagnóstico, Estratégia, Planeamento e Operação. O Diagnóstico é um retrato dos processos e práticas de comunicação, e a sua sistematização fornecendo aos gestores, uma visão real e integrada do estado da comunicação. Os resultados quantitativos permitem afinar a estratégia de comunicação com a estratégia do negócio, e delinear o seu Planeamento. As ações de comunicação geram um resultado económico e institucional para as empresas que se torna necessário quantificar, através do idioma dos KPI’s dos negócios. Esta é a mais valia da nossa metodologia, e a vantagem de nos escolherem. As empresas e os seus responsáveis nem sempre deram a devida atenção e importância à vertente da comunicação no seio das organizações e no impacto que a mesma tem. Sente que este cenário tem vindo a mudar e hoje as

LUIS ROBERTO


Vivemos atualmente um momento excecional provocado pela pandemia do Covid-19. De que forma é que a marca se viu «obrigado» a adaptar a estes novos tempos e realidade? Apesar dos planos de gestão de crise desenhados, ninguém estava verdadeiramente preparado para a Covid-19 e, como qualquer empresa, tivemos de nos adaptar à crise pandemica. Dando cumprimento às recomendações das entidades oficiais de sáude, a nossa primeira medida foi criar as condições para a implementação do teletrabalho, como forma de garantir a continuidade dos nossos serviços, preservando a saúde de todos. Quisemos estar próximos dos nossos clientes, ainda que virtualmente, percebê-los, escutá-los e antecipar as respostas à crise. Tivemos de tomar decisões rápidas e criámos em tempo record o programa remoto “Comunicação positiva para o futuro novo”. Um dos maiores erros das empresas passa por acreditarem que neste momento de pandemia a comunicação deve ficar para segundo plano? O que devem as empresas comunicar aos colaboradores, clientes e à comunidade no atual panorama? Nesta nova fase de desconfinamento, a prioridade das empresas, irá passar pela redefinição do seu plano estratégico, adaptado à nova realidade. Nesse sentido há que criar as condições para que as equipas possam continuar a produzir, mantendo a ligação com a empresa através de interações que consolidem o espírito de equipa, e preservem a cultura organizativa. A comunicação interna está a ter um papel importantíssimo no re-engament das pessoas e no reconhecimento pelo esforço que todos fizeram ao longo dos meses do estado de emergência. Quando pensamos nos clientes, é importante transmitir confiança e reforçar a nossa relação, pelo que comunicar a forma como estão a ser assegurados os serviços, e as facilidades no acesso aos mesmos, bem como as medidas que estão a ser tomadas no controlo da pandemia, são fundamentais. Comunicar com a comunidade é uma expressão do compromisso público com a própria comunidade. A eles se deve a perceção (boa ou má) sobre a nossa marca e a nossa reputação. É legítimo afirmar que hoje em dia a Comunicação e as Novas Tecnologias andam de mãos dadas? De que forma é que a inovação é essencial para concretizar uma boa comunicação?

“A COMUNICAÇÃO INTERNA ESTÁ A TER UM PAPEL IMPORTANTÍSSIMO NO RE-ENGAMENT DAS PESSOAS E NO RECONHECIMENTO PELO ESFORÇO QUE TODOS FIZERAM AO LONGO DOS MESES DO ESTADO DE EMERGÊNCIA”

A Covid-19 veio revelar isso mesmo. Durante o isolamento social, adotámos as novas tecnologias para comunicarmos, e estarmos mais próximos. Atrevo-me a dizer que sem esta relação tecnologia-comunicação, o controlo da pandemia teria sido impossível. Os ultimos numeros publicados pelo Digital Report revelam que o digital, o mobile e as redes sociais tornaram-se uma parte indispensável da vida quotidiana. Mais de 4,5 bilhões de pessoas usam a Internet, enquanto os utilizadores de redes sociais ultrapassaram os 3,8 bilhões. A maioria das empresas vai apostar nas aplicações mobile, e na cada vez maior integração com o ambiente de trabalho, como forma de envolver os seus colaboradores. O mesmo irá acontecer na relação com a cadeia de valor, onde a capaciade das empresas para se transfomarem tecnologicamente, determinará a sua sobrevivência. É por isso que “inovar para comunicar” é a nossa assinatura. De que forma é que a Comunicação poderá vir a sofrer mudanças com o novo paradigma em que vivemos causado pela pandemia? O Comunicatorium está preparado para responder a este desafio e promover uma comunicação positiva para um vindouro novo? Com o regresso à nova normalidade, as empresas necessitam de reagir por forma a garantir a sua sobrevivência e o crescimento sustentável, criando as condições para que as equipas possam continuar a produzir. O Reconhecimento, a Motivação e a Confiança dos colaboradores e clientes, vão ser determinantes nesta nova fase. As alterações vão ser constantes e difíceis de antecipar, pelo que o conceito de comunicação positiva em que apostámos, terá de ser regular, proativa, transparente, empática, factual, assertiva, focada na humanização das empresas, agindo como um parceiro estratégico do negócio, suportando as decisões dos CEO’s. Em plena pandemia lançámos como anteriormente referido, o programa remoto de diagnóstico, planeamento e aconselhamento individual “Comunicação Positiva para o futuro novo”. Com este programa, estamos a dar resposta ás necessidades reais e atuais das empresas em matéria de boas práticas de comunicação em tempo de crise, na criação do plano de comunicação positiva alinhado com as novas medidas a implementar, e na ajuda à liderança a comunicar com as suas equipas sobre as mudanças e os novos desafios.

Sendo também Vice-Presidente do GRACE, terminaria questionando sobre qual a importância da comunicação na responsabilidade e sustentabilidade corporativa, neste contexto da Covid-19? No contexto atual, mais do que nunca, as empresas podem e devem marcar a diferença. Foi notória a preocupação dos líderes e gestores para com a proteção dos seus colaboradores desde o início da pandemia, tendo-se adotado boas práticas de responsabilidade social interna. As empresas também mantiveram o seu compromisso para com os grupos mais vulneráveis e descobriram novas formas de apoiar as comunidades, seja através de voluntariado à distância, a doações de bens alimentares e equipamentos. È através da comunicação das práticas de responsabilidade e sustentabilidade corporativas que os stakeholders conhecem as preocupações de uma empresa, contribuindo para o reforço do seu propósito, e para o alinhamento com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, da Agenda 2030 das Nações Unidas. E se é fundamental possuir uma estratégia de comunicação alinhada com os objetivos do negócio, é também essencial incluir na estratégia da empresa, a componente responsável. Acredito que as empresas responsáveis, desempenharão um papel fundamental na difícil retoma económica que enfrentamos, e que contribuirão para o desenvolvimento económico e social do país. ▪

PARA QUEM NÃO CONHECE, O QUE SIGNIFICA OPTAR PELOS SERVIÇOS E METODOLOGIAS DO COMUNICATORIUM? Significa apostar na comunicação positva e eficaz. Signifca olhar para a comunicação enquanto fator de sucesso das empresas, gerindo-a estrategicamente, com enfoque na proximidade entre os diferentes grupos de stakeholders, usando as mensagens corretas, os canais de comunicação adequados, e as iniciativas de acordo com os planos definidos. Significa trabalhar a comunicação de forma tangível, permitindo tomar as decisões que melhor sirvam as empresas e os seus objetivos. É este o nosso propósito.

Luis Roberto Partner @Comunicatorium

15 JUNHO 2020

empresas compreendem como a comunicação é um canal fundamental no sucesso das organizações e marcas? Nos últimos anos a gestão começou a olhar a comunicação como um parceiro estratégico, capaz de contribuir para os objetivos do negócio e para o propósito da empresa, tanto a nível externo como interno. A comunicação organizacional tem-se afirmado como um fator determinante no crescimento das empresas e para a diferenciação da concorrência. Tal facto, está não só refletido nos níveis de investimento em comunicação, como na qualidade com que algumas empresas passaram a comunicar com os seus stakeholders.


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“A CONFIANÇA PARA NÓS É FUNDAMENTAL E A NOSSA RAZÃO DE EXISTIR” O Bureau Veritas lançou recentemente o selo Global SAFE Site, uma certificação que pretende aportar confiança de que determinada entidade adotou um conjunto de medidas preventivas e as implementou de facto. Sobre este assunto e outros, a Revista Pontos de Vista conversou com Eliana Bessada, Country Chief Executive do Bureau Veritas Portugal, que nos deu a conhecer um pouco mais desta iniciativa, sem esquecer as valias da mesma.

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Bureau Veritas (BV) é hoje um dos principais players a nível nacional e mundial que opera, maioritariamente no domínio do segmento premium. No sentido de contextualizar junto do nosso leitor, como é que marcam a diferença perante o mercado e o consumidor? Trabalhamos no sentido de ser uma empresa de referência para todos os nossos parceiros. Para além daquilo que é nosso core business - a certificação, a inspeção, os ensaios e a verificação da conformidade, de acordo com variadíssimos referenciais, prestamos um serviço abrangente de apoio aos nossos clientes, procurando sempre as soluções mais competitivas, procuramos estar próximos dos nossos clientes, conhecê-los bem e entender as suas necessidades para mais facilmente podermos contribuir com soluções que fazem a diferença no seu negócio. A nossa equipa de profissionais trabalha diariamente na procura da obtenção da excelência em todos os setores de atividade.

PONTOS DE VISTA

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Vivemos atualmente um momento excecional provocado pela pandemia do Covid-19. De que forma é que a marca se viu «obrigada» a adaptar a estes novos tempos e realidade? Todas as empresas tiveram de se adaptar e o BV não foi exceção. O que esteve sempre na base das decisões de reorganização das equipas foi a segurança das mesmas e sempre que possível, dos nossos parceiros. Assim, as equipas de técnicos e auditores forem formadas e capacitadas para poderem continuar a laborar; analisadas e implementadas as condições necessárias para que parte das funções pudessem estar em teletrabalho; o acompanhamento e criação de diversas soluções para viabilizar urgências de clientes e projetos em curso; entre outras de micro gestão, mas igualmente relevantes. Diria que, o mais desafiante e também entusiasmante foi sem dúvida pensar estrategicamente - de que forma poderia o BV com todo o seu know-how e experiência nas matérias de Segurança e Saúde apoiar os seus clientes na retoma dos seus negócios de forma segura e desenvolver soluções que o tornassem possível. E o balanço ao momento é positivo, pois com o esforço e dedicação de todos, encontramos novas formas de prestar os nossos serviços e lançamos novos produtos. Que medidas tiveram de tomar no sentido de continuarem próximos dos vossos clientes? Considero que estes são os momentos em que

credíveis e destroem valor. A existência de um código de ética, de valores e de absolutos bem definidos, e partilhados por toda a organização, garante que a nossa empresa está no mercado há 192 anos, e estará para continuar.

ELIANA BESSADA

as entidades e as relações se devem intensificar e a comunicação é fundamental. A estrutura de business developers, KAM, diretores, técnicos, inspetores e auditores esteve sempre muito presente e em estreita articulação com os nossos clientes, com as suas dificuldades, necessidades e expectativas. Também colocamos em prática as ferramentas digitais de que já dispúnhamos, o que nos permitiu agir rapidamente. Desencadeamos planos de contingência para auditorias remotas, inspeções remotas, formação à distância, reuniões de equipa e de trabalho através de plataformas, ou seja, a digitalização entrou claramente no nosso dia a dia. Nas situações em que havia a necessidade da nossa presença física, foram igualmente tomadas as medidas necessárias à garantia da segurança dos nossos colaboradores e demais envolvidos, no entanto em nenhum momento deixamos de estar disponíveis para os nossos clientes O papel das marcas e das organizações com maior dimensão e capacidade de intervir no mercado e na sociedade é fundamental? Qual acha que deve ser o papel das mesmas e como é que a BV o tem vindo a fazer? Sem dúvida. Nos últimos anos temos assistido a um crescimento muito grande de empresas no mercado português que se posicionam no nosso setor de atividade, e isso é positivo sempre e quando se consegue aliar a competência técnica, responsabilidade social, ética e compromisso. Não nos podemos esquecer que a nossa missão principal é trazer confiança – aos nossos clientes e a sociedade. Infelizmente temos assistido a muitas situações em que a credibilidade deste setor é colocada em causa, por algumas atuações que nem sempre são

Acabaram de lançar o selo Global SAFE Site. Primeiramente, explique-nos que selo é este? É um selo ou uma certificação que pretende trazer confiança, de que a empresa adotou um conjunto de medidas preventivas e as implementou de facto, e que as mesmas são conhecidas por todos, sendo todo este processo avaliado e auditado pelo Bureau Veritas, no sentido de dar a tranquilidade a clientes e colaboradores na retoma à “normalidade”.Após a definição do referencial ou check-list a utilizar e do plano de amostragem de análises à superfície ao Codiv19 e implementação dos guidelines das entidades competentes, o BV realiza uma auditoria no local, externa, imparcial e independente a todo o processo. Com a verificação do cumprimento de todos os requisitos é atribuido este selo / certiifcação com validade de 6 meses, que pode ser renovado. Esta é a forma de comunicação que consideramos ser uma mais valia para o mercado. Os selos BV têm uma breve descrição por forma a que qualquer cliente consiga perceber o seu significado, e a comunicação seja transparente para todos.


Será dirigida aos setores da hotelaria, restauração e comércio? Que impacto e vantagens vai aportar o mesmo? O grupo Bureau Veritas criou um conceito “Restart your business wtih BV”, no sentido de colocar à disposição do mercado a expertise e conhecimentos de longos anos a trabalhar e a acompanhar as empresas em diversas áreas. A prioridade das empresas é voltar aos seus locais de trabalho, a fornecer os seus produtos, a prestar os seus serviços, mas garantindo que tanto os colaboradores como os clientes estão em situações de segurança, higiene e sáude. O Global Safe Site não é apenas dirigido ao setor da hotelaria, é apropriado para todo e qualquer espaço que queira transmitir essa confiança.

Podemos referir algumas áreas nas quais já estamos a trabalhar com os nossos clientes, saúde (clínicas), banca, contact centers, hotelaria e comércio.

“O GRUPO BUREAU VERITAS CRIOU UM CONCEITO “RESTART YOUR BUSINESS WTIH BV”, NO SENTIDO DE COLOCAR À DISPOSIÇÃO DO MERCADO A EXPERTISE E CONHECIMENTOS DE LONGOS ANOS A TRABALHAR E A ACOMPANHAR AS EMPRESAS EM DIVERSAS ÁREAS. A PRIORIDADE DAS EMPRESAS É VOLTAR AOS SEUS LOCAIS DE TRABALHO, A FORNECER OS SEUS PRODUTOS, A PRESTAR OS SEUS SERVIÇOS, MAS GARANTINDO QUE TANTO OS COLABORADORES COMO OS CLIENTES ESTÃO EM SITUAÇÕES DE SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE”

Quais os requisitos que os estabelecimentos têm e devem de cumprir para lhes ser concedida esta certificação? O Bureau Veritas começa por elaborar um referencial que comporta requisitos de higiene, segurança e saúde, assim como as orientações da DGS e /ou boas práticas sectorias. Pelo que, mediante a tipologia de estabelecimento assim serão as exigências, dado que cada setor tem especificidades próprias. Quando estas estiverem implementadas, efetua uma auditoria de avaliação – que tem uma vertente documental e uma vertente de verificação da sua implementação no local. Se 100% dos requisitos definidos estiverem assegurados e implementados, é atribuída a certificação. O que podemos continuar a esperar por parte da marca para 2020? Total compromisso de desenvolver sempre um trabalho de rigor, exigência, alicerçado em princípios éticos bem definidos e consolidados. Como trabalhamos para prestarmos um bom serviço, claro que, o apoio aos nossos clientes estará sempre presente. O BV quer ter relações duradouras com os seus clientes, desenvolvendo trabalho conjunto na criação de soluções competitivas, que agreguem valor ao mercado, à sociedade, e que inspirem a confiança de todos. Queremos ser o parceiro escolhido quando o cliente precisa de novos serviços, de ser disruptivo, de criar valor. O nosso slogan é precisamente esse, Shaping a world of TRUST. A confiança para nós é fundamental e a nossa razão de existir. ▪

17 JUNHO 2020

De que forma é que o mesmo vai funcionar como uma certificação para assegurar o cumprimento das novas medidas de segurança provenientes da pandemia do Covid-19? Conforme referi, tendo em conta que todo o processo é verificado e auditado no local por uma entidade independente, com anos de experiência nas áreas da Qualidade, Ambiente, Segurança e Saúde, desde a garantia da definição, conceção e implementação das medidas preventivas, que efetivamente os locais as implementaram e são conhecidas e comunicadas, é uma garantia de conformidade. Atualmente existem alguns selos que pretendem também dar confiança aos clientes, e cujo principio de fundo é efetivamente bom, mas cuja atribuição se baseia numa auto-avaliação e auto-declaração de confrmidade pelo próprio, e em que não existe uma verificação independente, daí que o nosso produto pode ser considerado uma certificação independente.


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JPS GROUP ULTRAPASSA O PERÍODO DE PANDEMIA E ESTÁ A CONTRATAR Apesar da contração atual do mercado, a JPS Group anuncia a aposta na expansão da empresa como resposta à forte procura que tem tido, mesmo durante o tempo de confinamento.

PONTOS DE VISTA

18 JOÃO SOUSA

N

uma altura em que o mundo entra em recessão, com uma crise económica derivada da pandemia do Covid19, a JPS GROUP anuncia uma política de expansão e reforça a aposta na mediação imobiliária, com novo site e nova imagem: a Real Estate by JPS GROUP. Durante o mês e meio que durou o estado de emergência em Portugal, a promotora portuguesa afirma ter continuado a realizar negócios com vendas fechadas durante este período. Só no primeiro fim-de-semana, após o período de confinamento, revela ter recebido mais de 150 contactos de clientes à procura de casa. Um contexto que cria a necessidade do lançamento de um novo site, exclusivamente dedicado à compra e venda de imóveis, que abrange não só os imóveis da JPS GROUP, como também oportunidades disponíveis no mercado. O novo site nasce ainda com a intenção de dar resposta aos clientes que pretendem trocar de casa, mas para

tal necessitam primeiro vender as casas atuais. A aposta na mediação imobiliária não é de agora, contudo, segundo o CEO da JPS GROUP, João Sousa, esta forte procura que a promotora tem registado, não só dos próprios empreendimentos, como também de produtos externos, mereceu uma resposta à altura: “Decidimos lançar este novo site , com um design apelativo, dentro das linhas da JPS GROUP, para dar resposta à grande procura que temos tido por parte dos nossos clientes, mesmo em tempo de pandemia”, revela. Com a Real Estate, a JPS GROUP pretende tornar-se uma referência na mediação imobiliária, contribuindo desta forma não só para economia de uma forma geral, como também para a recuperação do mercado imobiliário. A intenção não é ser mais uma mediadora, mas sim um parceiro na venda das casas dos seus clientes. “Tratamos cada casa como se fosse nossa. Todos os imóveis são especiais e, por isso,

elaboramos planos de marketing à medida de cada casa, e um check-up gratuito completo, de forma a que esta seja colocada no mercado ao melhor preço e já com um plano de recuperação delineado e orçamento fechado, se for caso disso. A empresa vai envolver todos os seus departamentos em cada angariação, desde a equipa comercial, até aos departamentos de marketing, arquitetura e engenharia, sendo que a própria construtora poderá ser envolvida no processo de reabilitação, com preços muito mais acessíveis do que os praticados normalmente no mercado. Pretendemos ser uma mais-valia no processo da venda, e com o nosso know-how, estamos aptos para encontrar os clientes certos para cada imóvel, e imóveis certos para cada cliente”, afirma o CEO da JPS GROUP. Mas as novidades não ficam por aqui. A promotora imobiliária nacional revela ainda que está a encarar os tempos de incerteza provocados pela Covid-19 com muito otimismo e que se encontra em fase de recrutamento. “Queremos aumentar as equipas e fechar o ano com um crescimento superior a 50%”, salienta João Sousa, CEO da JPS GROUP. ▪


COVID – 19 – ESTRATÉGIAS E DESAFIOS DAS MARCAS E ORGANIZAÇÕES

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UM PARCEIRO DE REFERÊNCIA NOS SETORES DO IMOBILIÁRIO E ENERGIA Com cerca de cinco anos de atividade, a The K Advisors, assume-se como um player de renome no mercado imobiliário, um setor que também foi abalado pela pandemia de Covid-19. Sobre este tema e outros, a Revista Pontos de Vista conversou com Miguel Subtil, Managing Diretor na The K Advisors, que assumiu que a estratégia da marca não será alterada, mas antes reforçada.

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Em todo este panorama, além dos clientes, é vital que o corpo de recursos humanos da marca não seja esquecido. Neste domínio, que medidas e metodologias utiliza a marca neste cenário da Covid-19 para proteger os seus trabalhadores? Aquilo que a marca é, e representa, para os seus clientes – Confiança, Qualidade, Fiabilidade – deve-o aos seus colaboradores. O mais importante era manter o espírito de equipa, de grupo, de pertença. Para além dos naturais ajustes nos procedimentos, foi essencial o recurso a tecnologia.

uando foi edificada a The K Advisors e como tem vindo a marca a contribuir para um mercado cada vez mais profissional, de excelência e rigor? Quais são as principais valias que a marca apresenta ao mercado? A marca The K Advisors foi criada em 2015, embora a experiência acumulada de mais de 20 anos no setor imobiliário seja amplamente reconhecida no mercado. Atuamos em três segmentos de serviços – i) Real Estate Valuations; ii) Energy & Sustainability ; iii) Consultancy & Project Management – intervindo de forma decisiva em dois grandes setores: Imobiliário e Energia. Eu diria que o conhecimento transversal e profundo dos setores onde atuamos permite disponibilizar um conjunto integrado de serviços de valor acrescentado, dando resposta e antecipando as necessidades dos nossos clientes.

No domínio do vosso setor de atuação, que impacto tem tido a pandemia Covid-19? No setor imobiliário houve naturalmente um abrandamento. Vivemos momentos de incerteza e de grandes transformações, mas é nestes momentos que o valor do que fazemos na área de avaliações dos ativos assume particular importância. Aqui a palavra chave é confiança! No setor da energia é a grande oportunidade para uma transição energética que já se previa, mas que agora pode acontecer de facto, quer pelo reforço da produção centralizada de eletricidade com recurso a renováveis, quer pela alteração do paradigma no edificado, com a produção de edifícios verdadeiramente susten-

MIGUEL SUBTIL

táveis, produtores de energia renovável, com disponibilidade para carregamento de veículos elétricos, otimização dos consumos de energia, armazenamento de energia …e, também aqui a The K Advisors será um parceiro de referência para promotores e investidores. Como têm contornado as dificuldades provocadas por este novo cenário? A maior dificuldade neste cenário foi, de facto, a impossibilidade de contacto presencial com os clientes e a falta de oportunidades de networking. Neste caso optámos por adotar uma maior presença nas redes sociais e organizar conferências virtuais (The K Webcast) tendo por base a difusão e partilha de conhecimento e know-how. Na verdade, foi um sucesso extraordinário em n.º de inscrições e visualizações no facebook.

O que podemos continuar a esperar da marca para o futuro e quais os desafios da mesma? A The K Advisors afirmar-se-á, sempre, como um parceiro de referência nos setores do imobiliário e energia. Na área de avaliações, a adoção de novas tecnologias trará vantagens claras ao nível do serviço prestado e capacidade competitiva. Como parceiros de desenvolvimento de projetos de energia, queremos consolidar a nossa presença no mercado, tornando-nos incontornáveis no setor, apoiando o promotor desde a identificação de terrenos, a elaboração de estudos e projetos, coordenando e integrando todas as atividades. Finalmente, no que se refere à produção de energia para autoconsumo, lançaremos muito em breve uma nova marca dedicada à disponibilização de todos os componentes de uma solução integrada de energia – projeto, fornecimento de equipamentos de produção solar, baterias, carregamento de veículos, operação e manutenção, comercialização e financiamento. Olhamos para o futuro cientes dos desafios, mas acreditando nas oportunidades. ▪

19 JUNHO 2020

Vivemos atualmente um momento excecional provocado pela pandemia do Covid-19. De que forma é que a marca se viu «obrigada» a adaptar a estes novos tempos e realidade? Nunca parámos a atividade e a adaptação de toda a equipa foi imediata. Fomos alterando os nossos procedimentos de acordo com as indicações das autoridades, mas nunca deixámos de fazer visitas aos imóveis para avaliação, nem de coordenar trabalhos de campo associados aos estudos e projetos das centrais solares, por exemplo.

Que estratégias é que a marca tem para o pós Covid-19 ou para um novo normal na sociedade? De que forma é que a vossa dinâmica pode vir a ser alterada? A estratégia da The K Advisors não será alterada, mas antes reforçada e/ou acelerada, nomeadamente na adoção de novos procedimentos e implementação de tecnologia no caminho para a transição digital.


» COVID – 19 – ESTRATÉGIAS E DESAFIOS DAS MARCAS E ORGANIZAÇÕES

“TRABALHAMOS PARA CRIAR UM MUNDO MELHOR E MAIS SAUDÁVEL” “O forte instinto de colaboração da Gilead impulsionou uma rápida resposta ao surto provocado pela Covid-19”. Quem o afirma é Vítor Papão, Diretor Geral da Gilead Sciences Portugal, que em entrevista à Revista Pontos de Vista, abordou como têm vivido o novo cenário criado pela pandemia de Covid-19. E, embora muita coisa tenha sido alterada, a missão da Gilead de continuar a trabalhar para criar um mundo melhor e mais saudável mantém-se.

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resente em Portugal desde 2001, a Gilead é hoje um dos principais players no domínio da bio farmacêutica, especializada nas vertentes do VIH/SIDA, das Hepatites Víricas e da Oncologia. De que forma tem vindo a Gilead a deixar a sua marca na promoção da investigação e do desenvolvimento para transformar e simplificar os tratamentos de pessoas com doenças potencialmente fatais? Ao longo dos seus mais de 30 anos de história, a Gilead tem apostado na investigação fazendo disso mesmo a sua missão. À nossa escala, temos contribuído para a melhoria da qualidade de vida de milhares de pessoas em Portugal e de milhões em todo o Mundo. Sabemos também que tal só acontece com o empenho de quem diagnostica, define terapêuticas e acompanha a saúde de cada pessoa e de cada Doente A Gilead concretizou avanços médicos que em tempos se julgavam impossíveis. A nossa busca incessante pela inovação está centrada no objetivo de criar um mundo mais saudável, através dos tratamentos que desenvolvemos e da forma como conduzimos a nossa atividade. Pretendemos fazer do impossível, possível.

da inovação e investigação que é realizada no campo do medicamento. Prova disso mesmo tem sido a colocação de todos os esforços por parte de um grande número de empresas farmacêuticas na investigação e inovação em torno da procura de uma resposta para o combate à pandemia por SARS-CoV-2.

Inovar e investigar em saúde requer resiliência e arriscar caminhos difíceis, algo que faz parte do ADN da Gilead. De que forma é que a inovação tem sido essencial na orgânica da marca? É cada vez mais desafiante trazer inovação para os doentes e para o mercado? Toda a dinâmica de inovação e investigação feita pela Gilead tem como objetivo satisfazer necessidades médicas até agora não preenchidas que se traduzirão na prevenção da doença, na sua cura ou num melhor tratamento, conseguido como resultado de um melhor equilíbrio entre eficácia e segurança. O valor desta inovação poderá medir-se em anos de vida ganhos com qualidade ou em qualidade de vida. No entanto, na área da saúde serão sempre as necessidades dos doentes que padecem das doenças mais difíceis de tratar e que permanecem sem a melhor resposta possível, que definirão o rumo

Que medidas tiveram de tomar no sentido de continuarem próximos do mercado e de estarem presentes nesta luta? O forte instinto de colaboração da Gilead impulsionou uma rápida resposta ao surto provocado pela Covid-19. Estamos a trabalhar em estreita parceria com governos, agências reguladoras e organizações de saúde para ajudar a enfrentar este importante desafio para a saúde global. Para isso a Gilead está a recorrer a décadas de experiência em antivíricos para responder rapidamente à pandemia. Estamos totalmente empenhados em utilizar os nossos recursos e investigação, para procurar uma resposta terapêutica para o vírus que causa a Covid-19. Por outro lado, continuamos determinados em servir os doentes através da investigação e inovação no VIH, hepatites virais, oncologia e inflamação, as áreas terapêuticas em que já estávamos empenhados antes da Covid-19.

Vivemos atualmente um momento excecional provocado pela pandemia do Covid-19. De que forma é que a Gilead se viu «obrigada» a adaptar a estes novos tempos e realidade? Como todos os países e sociedades, a Gilead teve rapidamente que se adaptar à emergência de saúde pública causada pela Covid-19. A nossa prioridade, desde o início da emergência foi preservar a saúde dos nossos colaboradores, profissionais da área da saúde com quem interagimos e os doentes que servimos. Adaptámos a nossa forma de trabalhar face à necessidade de quebrar cadeias de transmissão do vírus, preservando o distanciamento social e aprendemos rapidamente a utilizar a tecnologia para continuar a cumprir a nossa missão nas diversas áreas terapêuticas em que estamos presentes.

O papel das marcas e das organizações com maior dimensão e capacidade de intervir no mercado e na sociedade é fundamental? Qual acha que deve ser o papel das mesmas e como é que a Gilead o tem vindo a fazer? Os doentes e as comunidades muitas vezes enfrentam desafios no acesso aos melhores cuidados. Por isso também estamos empenhados em ser uma parte importante da solução, sabendo que a Gilead sozinha não pode resolver estes desafios - Os programas corporativos da Gilead financiam, através de donativos, projetos que apoiam comunidades desfavorecidas que, sistematicamente enfrentam obstáculos sociais ou económicos na área da saúde. O nosso objetivo é estabelecer parcerias que sirvam os doentes e as comunidades, para construir soluções colaborativas que ajudem a alargar o acesso aos cuidados de saúde de forma tão ampla quanto possível. Através das nossas parcerias com as associações de doentes, organizações sem fins lucrativos, profissionais de saúde e Academia, trabalhamos para ajudar a melhorar o acesso aos cuidados, reduzir as desigualdades, melhorar a educação e apoiar as comunidades locais. Em 2019 e em todo o Mundo, a Gilead doou 380 milhões de dólares num esforço para reduzir as desigualdades em saúde, eliminar as barreiras no acesso aos cuidados de saúde encontradas pelas populações carenciadas, promover a educação dos profissionais de saúde e apoiar as comunidades locais em que operamos. Em Portugal, a Gilead criou em 2013 o Programa Gilead GÉNESE com a ambição de incentivar a investigação, a produção e a partilha de conhecimento científico a nível nacional, e de viabilizar iniciativas que conduzam à implementação de boas práticas no acompanhamento dos doentes. O Programa Gilead GÉNESE tornou-se uma referência na área da Responsabilidade Social Corporativa, incentivando projetos de investigação científica e de intervenção na área da comunidade. Ao longo de seis edições, o montante global de financiamento atribuído aos 76 projetos apoiados pelo Programa Gilead GÉNESE ultrapassou um milhão


“NÃO SÓ ESTAMOS DETERMINADOS A MELHORAR A SAÚDE ATRAVÉS DOS NOSSOS TRATAMENTOS, COMO TAMBÉM PROCURAMOS UMA ESTRATÉGIA DE SUSTENTABILIDADE MUNDIAL PARA REDUZIR O IMPACTO ASSOCIADO À CADEIA DE FORNECIMENTO, PRODUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS NOSSOS PRODUTOS E OPERAÇÕES DAS NOSSAS INSTALAÇÕES CORPORATIVAS”

VÍTOR PAPÃO

O papel da indústria farmacêutica será fundamental para encontrar uma vacina? Que medidas tem a Gilead tomado neste sentido? A Gilead não está a trabalhar para o desenvolvimento de qualquer vacina. Desde janeiro, a Gilead tem trabalhado com rapidez, cuidado e diligência

para se preparar para a possibilidade de o remdesivir, o antivírico desenvolvido e investigado pela empresa, poder ser considerado eficaz e seguro contra o vírus. Vários estudos foram rapidamente desenhados e implementados com o intuito de demonstrar a eficácia e segurança deste medicamento, estando os resultados de alguns deles já publicados. Em todo este panorama, além dos clientes, é vital que o corpo de recursos humanos da marca não seja esquecido… Uma das prioridades da Gilead é assegurar que a empresa tem uma equipa de líderes com experiência diversificada e pessoas excecionais que apoiem a empresa agora e no futuro. Uma das responsabilidades mais importantes desta equipa de líderes é aproveitar e desenvolver o potencial dos mais de 12.000 talentosos colaboradores da Gilead em todo o mundo, que todos os dias realizam o seu trabalho com verdadeiro empenho e paixão, percetível em tudo o que fazem.

A terminar, quais são os grandes desafios de futuro da Gilead em Portugal? Trabalhamos para criar um mundo melhor e mais saudável. A Gilead reconhece que o avanço das descobertas científicas é apenas um ingrediente para a melhoria da saúde pública e estamos empenhados em disponibilizar mais do que apenas medicamentos aos doentes. Os nossos programas mundiais ajudam a enfrentar as barreiras aos cuidados, tais como o acesso ao tratamento, o estigma e a discriminação, assim como desigualdades na prestação dos cuidados de saúde em todo o mundo. Em mais de 15 anos, temos trabalhado para disponibilizar os nossos medicamentos em países com recursos limitados. Não só estamos determinados a melhorar a saúde através dos nossos tratamentos, como também procuramos uma estratégia de sustentabilidade mundial para reduzir o impacto associado à cadeia de fornecimento, produção e distribuição dos nossos produtos e operações das nossas instalações corporativas. ▪

21 JUNHO 2020

e seiscentos mil euros, tornando este um dos maiores programas de responsabilidade social do setor farmacêutico em Portugal. As comunidades e os doentes enfrentam, com frequência, desafios à adoção dos melhores tratamentos disponíveis, pelo que a Gilead apoia também, através do seu programa de Grants & Donations, organizações sem fins lucrativos e organizações de prestação de cuidados de saúde. Face à situação de pandemia por Covid-19, a verba a atribuir na edição de 2020 foi realocada a projetos e iniciativas que de alguma forma contribuam para aliviar o impacto da crise nas instituições de saúde e nos profissionais de saúde que se encontram na linha da frente, bem como junto das populações mais vulneráveis.


» COVID – 19 – ESTRATÉGIAS E DESAFIOS DAS MARCAS E ORGANIZAÇÕES

“NESTA FASE DIFÍCIL, COMEÇÁMOS DE IMEDIATO A APOIAR OS NOSSOS CLIENTES” Fomos conversar com Reino da Costa, PCE do Millennium bim, o maior grupo financeiro de Moçambique e que este ano comemora 25 anos de vida. Conheça mais de uma marca que tomou a decisão de cancelar esta efeméride e doar a verba para o combate à Covid-19, num ato revelador da responsabilidade social de uma organização de excelência.

O

Millennium bim comemora este ano 25 anos de vida e, assim, interessa dar a conhecer como a marca tem perpetuado um legado de excelência em prol dos seus clientes e de que forma tem vindo a contribuir para o crescimento económico do país? O Millennium bim é, de facto, o maior grupo financeiro de Moçambique. Desde a sua criação, há 25 anos, tem desempenhado um papel fulcral na bancarização dos Moçambicanos, na modernização do sistema financeiro e no desenvolvimento económico e social do País. Estamos em todas as Províncias e Distritos de Moçambique e conseguimos, por isso, ter uma proximidade muito grande com os nossos Clientes, respondendo da melhor forma às suas necessidades. Somos a instituição bancária de referência e que mais inova no mercado nacional. A evolução crescente dos resultados financeiros ao longo da última década, tem sido alavancado pelos investimentos na expansão da rede bancária nacional (de 126 balcões em 2010 para 200 em 2019). A inovação tecnológica e o lançamento de novos produtos e serviços, simplificando e melhorando o dia-a-dia das populações tem sido o foco constante do Banco. A estratégia comercial do Millennium bim foi sempre orientada no sentido de oferecer as melhores soluções financeiras estruturadas, inovadoras e modernas para apoiar o desenvolvimento do tecido empresarial e satisfazer as necessidades das famílias nos seus vários contextos, obedecendo a critérios de gestão muito rigorosos, com uma forte solidez de balanço e níveis de rentabilidade sustentáveis no longo prazo. Temos, por isso, a consciência de que impactamos e contribuímos para melhorar a vida dos Moçambicanos todos os dias. Foco no Cliente é o nosso papel, a nossa missão. Sentimos também que ainda há muito por fazer, e isso motiva-nos a continuar a desenvolver a nossa atividade e a inovar neste País onde nascemos há 25 anos.

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REINO DA COSTA

Tomaram a decisão de cancelar esta efeméride e doar a verba para o combate à Covid-19. Porquê esta decisão e de que forma revela e bem a responsabilidade social que a entidade tem para com a sociedade? 25 anos é de facto um número muito especial para o bim. E desejávamos poder celebrá-los com os nossos clientes e colaboradores. A pandemia do Covid-19 trouxe dificuldades


De facto, vivemos atualmente um momento excecional provocado pela pandemia do Covid-19. De que forma é que a marca se viu «obrigada» a adaptar a estes novos tempos e realidade? O mundo depara-se com uma crise sanitária e económica sem precedentes, causada pela pandemia do Covid-19. Desde que a doença eclodiu, o Millennium bim adotou as melhores práticas de prevenção, cumprindo rigorosamente as recomendações indicadas pelas Autoridades de Saúde e Segurança Pública Nacionais. A nossa prioridade tem sido sempre proteger a saúde dos nossos Colaboradores e Clientes, sem deixar de cumprir as nossas obrigações perante as comunidades, ou seja, continuando a prestar os serviços financeiros indispensáveis ao funcionamento da sociedade. De facto, e apesar das conhecidas dificuldades, os serviços bancários do Millennium bim estão a ser prestados com normalidade. De entre as medidas adotadas e implementadas para prevenção e proteção da saúde dos seus Colaboradores, respetivas famílias e Clientes, destacam-se as seguintes: • O distanciamento interpessoal entre Colaboradores e clientes; • Proteção individual com máscaras, e separa-

“TEMOS, POR ISSO, A CONSCIÊNCIA DE QUE IMPACTAMOS E CONTRIBUÍMOS PARA MELHORAR A VIDA DOS MOÇAMBICANOS TODOS OS DIAS. FOCO NO CLIENTE É O NOSSO PAPEL, A NOSSA MISSÃO. SENTIMOS TAMBÉM QUE AINDA HÁ MUITO POR FAZER, E ISSO MOTIVA-NOS A CONTINUAR A DESENVOLVER A NOSSA ATIVIDADE E A INOVAR NESTE PAÍS ONDE NASCEMOS HÁ 25 ANOS”

dores (ou viseiras) em acrílico entre os Colaboradores e os Clientes; • Medidas de desinfeção individual e das instalações; • Fomento do teletrabalho (trabalho remoto a partir de casa). Mais de um terço dos colaboradores do Banco trabalham a partir de casa, • Reforço da recomendação para que os Clientes utilizem cada vez os canais digitais e telefónicos para a realização das operações bancárias, através das nossas plataformas digitais, tais como: Millennium IZI; Smart IZI; IZI no WHATSAPP; IZI no FACEBOOK e o site; Que medidas tiveram de tomar no sentido de continuarem próximos dos vossos Clientes? Nesta fase difícil para todos, começámos de imediato também a apoiar os nossos Clientes, procurando aliviar as suas dificuldades financeiras, o que está a ser feito com medidas de apoio em consonância com as orientações das autoridades moçambicanas, nomeadamente o Banco de Moçambique. Medidas que passam pela redução do custo de diversas transações dos serviços bancários, nomeadamente nos canais digitais, e também ao

nível de Moratórias de crédito para apoiar as dificuldades de tesouraria das empresas e das famílias, introduzindo planos alternativos de pagamento de dívidas financeiras. Os nossos clientes estão debaixo da mesma pressão que nós, e se conseguirmos apoiá-los com a atitude e soluções adequadas nesta fase difícil para todos, estaremos a contribuir para a criação de uma relação duradoura de confiança que vai permanecer sólida muito após o final desta pandemia. E acreditamos estar assim também a contribuir para uma retoma mais rápida, uma vez ultrapassada esta fase. O papel das marcas e das organizações com maior dimensão e capacidade de intervir no mercado e na sociedade é fundamental? Qual acha que deve ser o papel das mesmas e como é que a Millennium bim o tem vindo a fazer? As marcas e organizações fazem parte do tecido económico e da sociedade de um País. E, como tal, devem assumir-se como exemplo a seguir pelos outros agentes económicos de menor dimensão. Demonstrando-se disponíveis para, no âmbito da sua atividade, encontrar soluções, produtos, serviços e sobretudo atitudes de solidariedade que possam mitigar os efeitos desta crise sanitária que me breve se transformará numa crise económica que todos queremos ultrapassar. Felizmente, no nosso caso, o Banco tem demonstrado, com os seus resultados ao longo dos anos, que tem uma posição de liquidez muitíssimo favorável e um rácio de capital que ronda os 45%. Esta fortíssima liquidez e robustez, permite-nos por um lado ter capacidade de intervir no mercado através da concessão de crédito como mais nenhum outro banco, e por outro lado, a solidez do balanço dá-nos total confiança de que vamos passar esta fase da pandemia com a capacidade para absorver eventuais impactos negativos que a pandemia possa ter na economia moçambicana e no nosso negócio. A essa robustez acresce o nosso comprometimento com a sociedade, através de desenvolvimento de iniciativas de responsabilidade corporativa. Nesse âmbito, o Banco subscreve, desde 2003, os Princípios do Pacto Global da Nações Unidas que tem por objetivo contribuir para a construção de um mercado global mais sustentável e partilhar valores que permitam à população mais vulnerável o acesso a oportunidades a uma vida melhor. O Millennium bim e os seus Colaboradores

23 JUNHO 2020

para o País e para os Moçambicanos. Estamos a assistir a situações muito difíceis, devido á quebra muito acentuada da atividade económica. As empresas e as famílias moçambicanas estão a sofrer. Nestas circunstâncias, decidimos cancelar todas as festividades programadas, (tínhamos vários eventos planeados ao longo do ano), e fazer um donativo de 15 milhões de Meticais para o Hospital Central de Maputo para apetrechamento da maior unidade sanitária do País, e compra de equipamento de proteção hospitalar para profissionais de saúde, procurando responder a Moçambique que estamos presentes, tão próximos quanto possível da linha da frente no combate à pandemia do Covid-19. O Millennium bim desenvolve desde sempre um programa de Responsabilidade Social muito vasto e que abrange várias áreas, nomeadamente, a educação, a saúde, a cultura, o desporto, entre outras, e neste enquadramento pareceu-nos que fazer a oferta desse orçamento ao Hospital Central de Maputo, era a decisão mais adequada de “celebrar” essa efeméride ainda que de uma forma muito diferente.


» COVID – 19 – ESTRATÉGIAS E DESAFIOS DAS MARCAS E ORGANIZAÇÕES acompanham sempre, e com grande preocupação, os efeitos das calamidades naturais que ocorrem sistematicamente no País, posicionando-se na linha de frente com respostas proactivas de apoio aos mais afetados. Este é apenas um exemplo. O Banco desenvolve inúmeras iniciativas de responsabilidade social em todo o País e em diversas áreas, através do seu Programa “Mais Moçambique pra mim”. O Millennium bim considera-se como uma Marca e Empresa na Linha da Frente do Covid-19? O Banco tem adotado medidas excecionais com vista a mitigar o risco de propagação do surto viral causado pela pandemia do Covid19, contribuindo, primeiro, para a estabilidade económica e financeira do país e, segundo, visando o bem-estar da população moçambicana. A envergadura do apoio que temos disponibilizado às empresas e aos projetos de responsabilidade social, desde a primeira hora que esta situação se instalou, são disso exemplo. Acreditamos que sim, que estamos na linha da frente nesse combate, mas preferimos que os nossos atos e iniciativas o expliquem melhor que estas palavras.

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Na sua opinião, qual deverá ser o papel que os Bancos na CPLP devem assumir para ajudar as empresas e cidadãos a ultrapassar o Covid-19? Os bancos têm sido chamados a dar um contributo fundamental no apoio às famílias e às empresas por força da contração da atividade económica decorrente da pandemia do Covid-19. Neste contexto, o espaço da CPLP não é exceção. Sendo assim, é necessário que os Bancos da CPLP estejam disponíveis para conceder moratórias, concedam linhas de financiamento para apoio à tesouraria das empresas, com taxas de juro bonificadas, prorrogação de todos os créditos com pagamento de capital no final do contrato, com todos os seus elementos associados, incluindo juros, garantias, designadamente prestadas através de seguro ou em títulos de crédito. Acreditamos também que a extensão do prazo de pagamento de capital, rendas, juros, comissões e demais encargos, bem como isenções ou reduções de comissões nas operações realizadas nos canais digitais possam ser opções a considerar e a aplicar caso a caso. Por outro lado, a cooperação entre bancos da CPLP constitui um grande contributo para a integração financeira dos bancos comerciais, melhorando as condições de financiamento da economia, bem como a promoção do desenvolvimento sustentável das transações financeiras entre as entidades envolvidas, num ambiente de transformação das práticas de supervisão bancária. Moçambique atravessa ou atravessava (antes do Coronavírus) uma fase de crescimento e evolução, sendo importante continuar a promover esta dinâmica. Esse crescimento pode estar em risco? Que medidas para evitar esse cenário devem ser tomadas? Em 2019, enquanto as projeções apontavam para a recuperação económica, o País foi

“A NOSSA PRIORIDADE TEM SIDO SEMPRE PROTEGER A SAÚDE DOS NOSSOS COLABORADORES E CLIENTES, SEM DEIXAR DE CUMPRIR AS NOSSAS OBRIGAÇÕES PERANTE AS COMUNIDADES, OU SEJA, CONTINUANDO A PRESTAR OS SERVIÇOS FINANCEIROS INDISPENSÁVEIS AO FUNCIONAMENTO DA SOCIEDADE”

devastado por dois ciclones (Idai e Kenneth) que destruíram infraestruturas e diminuíram a capacidade produtiva das empresas, acompanhado pela diminuição de preços de matérias-primas no mercado internacional, redução de fluxos de capitais externos, levando a um crescimento historicamente baixo do PIB (cerca de 2,2%). Em 2020, os riscos aumentaram, prevendo-se um crescimento mais fraco de 2% resultante da menor procura agregada, fraco crescimento mundial, num contexto em que os preços dos principais bens de exportação se encontram em queda, elevando a pressão sobre a inflação e taxa de câmbio. Por outro lado, o adiamento da decisão final de investimento da Área 4 e violência armada em algumas regiões de Cabo Delgado e zona centro, constituem riscos nas projeções da atividade económica no ano corrente. Para mitigar os impactos económicos causados pela pandemia, será necessária uma conjugação de políticas fiscais e monetárias com vista a impulsionar os setores económicos mais afetados, deferimento de descontos fiscais no setor empresarial, celeridade no reembolso de IVA e pagamento de faturas em atraso pelo Estado, isenção do IVA em alguns bens de primeira necessidade, linha de financiamento ao apoio á tesouraria das empresas com juros bonificados, renegociação e concessão de moratórias a créditos em incumprimento. No domínio do universo empresarial, como tem o banco promovido um relacionamento próspero que promova mais investimento em Moçambique em tempos de pandemia? As empresas lusas assumem uma forte preponderância na orgânica da marca? O banco tem liquidez para apoiar as empresas portuguesas? O Millennium bim posiciona-se sempre como parceiro de referência no apoio ao desenvolvimento das empresas, particularmente das Pequenas e Médias Empresas (PME), através de programas como o ‘Negócios do Millennium’. No contexto lusófono, o Millennium bim tem assinado vários protocolos que se materializam na abertura de uma linha de crédito

para financiar, em condições mais favoráveis, empresas com capital português nos seus projetos de investimento em Moçambique. O Millennium bim é o banco mais robusto no sistema financeiro moçambicano, em termos de capitalização, rentabilidade e dimensão de balanço, detendo, por isso, uma posição confortável de liquidez para apoiar empresas lusas que pretendam investir os seus projetos em Moçambique. As soluções de Banca Corporativa e Investimento envolvem serviços avançados de project finance e corporate finance, contando com a estreita colaboração da equipa do Millennium bcp baseada em Portugal. Quais são os grandes desafios que se colocam ao Millennium bim em 2020? O que podemos esperar da marca para este ano? Como tem vindo a marca a ultrapassar os constrangimentos provocados pela pandemia que vive atualmente o mundo? Os principais desafios que se nos colocam são a apoiar a retoma que seguramente virá a seguir a esta crise, a inovação tecnológica através da oferta de soluções de banca digital, a transformação dos modelos de governação e negócio e consolidação de uma banca responsável, estável, confiável com capacidade de promover o crescimento e desenvolvimento da economia. Temos também a preocupação de acelerar a transformação digital. O confinamento da população decorrente do Covid-19 veio mostrar-nos ainda com maior clareza a necessidade de dinamizar mais o relacionamento com os nossos Clientes através das plataformas digitais. Já vínhamos desenvolvendo este trabalho, todavia, a pandemia obrigou-nos a desenvolver ainda mais serviços e produtos mobile para os Clientes particulares e o internet banking para as empresas. A opção pelo Trabalho Remoto passará a ter maior consideração, observando-se, naturalmente, os indicadores de desempenho e produtividade. Aliás, a aposta na digitalização e o investimento que o Banco tem feito nas novas tecnologias e na captação de talento já nos garantiu reconhecimento internacional, com o recente Prémio ‘Serviços Bancários Mais Inovadores – Moçambique 2020”. Para ultrapassar os constrangimentos causados pela pandemia, o Banco tem vindo a desenvolver um conjunto de iniciativas estratégicas para melhorar a competitividade em termos de qualidade de serviços prestados, modernização das transações bancárias, desenvolvimento da banca digital, credibilidade institucional, e maior transparência na comunicação com o público. ▪

Media

Mais informações: Stélia Neta - JLM&A Moçambique 848078295 – stelianeta@jlma.co.mz Belário Faftine - JLM&A Moçambique 84 625 0709/ 82 741 1790 – bfaftine@jlma.co.mz


COVID – 19 – ESTRATÉGIAS E DESAFIOS DAS MARCAS E ORGANIZAÇÕES

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“O SETOR IMOBILIÁRIO NÃO VAI PARAR” De que forma é que o setor imobiliário tem lidado com os efeitos da pandemia? Como será o futuro desta área? Joana Resende, CEO e Broker da CENTURY 21 Arquitetos Porto e Gondomar, deu-nos as respostas a estas e a outras questões. Saiba mais de uma interlocutora que conhece o mercado profundamente.

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ntes de tudo, interessa compreender o impacto que a crise do coronavírus aportou ao mercado imobiliário em Portugal. Quais são, na sua opinião, os principais obstáculos que este novo panorama criou ao setor do imobiliário? Felizmente, não acho que no nosso setor se possa falar em obstáculos. Serão antes desafios, e até oportunidades. O primeiro desafio que se colocou, e que na nossa atividade é fundamental, foi o impedimento do contacto pessoal. Criaram-se alternativas, é certo, mas nada substituiu a presença física, o contacto, a relação pessoal. Um segundo ponto, e transversal a muitas atividades, a grande dependência da nossa economia do turismo, que também no ramo imobiliário tinha impacto significativo. Sem viagens, houve naturalmente um decréscimo das transações de clientes estrangeiros, embora não signifique perda de interesse. Por fim, a inevitável crise que vamos viver, que se repercutirá no nosso setor também e poderá vir a mudar o paradigma que estávamos a assistir nestes últimos quatro anos. Como será e deverá ser o comportamento do mercado imobiliário durante e após esta crise financeira

De que forma é que a Century 21 Arquitetos se tem vindo a adaptar a este «novo mundo»? como procuram marcar a diferença e estar próximos dos clientes? Em primeiro lugar, estivemos perto das nossas equipas. Isso foi o que mais me preocupou durante o período de confinamento. Tanto eu como a minha equipa de Staff, fizemos tudo o que estava ao nosso alcance para estarmos diariamente com a nossa equipa comercial, com reuniões online, vídeo chamadas individuais, em pequeno e grande grupo, iniciativas de lazer. Uma genuína preocupação

com todos, para que passassem incólumes nesta provação. Depois, foi convencê-los que aquilo que estávamos a fazer com eles, era o necessário a fazer com os seus clientes. Ligavam diariamente com os clientes, fazendo um trabalho de acompanhamento e de assistência social, para mantermos a fidelização de todos, e usámos e abusámos de todas as ferramentas digitais ao nosso alcance. É legítimo afirmar que este novo cenário «obrigou» o setor a dar o salto tecnológico? De que forma é que vocês estão a apostar nas ferramentas tecnológicas no sentido de fortalecer relações com os clientes? Sem dúvida que sim. Posso até dar um exemplo que se passou connosco. No início de 2020, com a ajuda de um colaborador nosso, comecei a estudar mais a questão das reportagens 3D e 360º dos imóveis. Apenas algumas mediadoras o faziam, sendo que os consultores contratavam serviços externos para o fazerem, com custos altíssimos, e acabavam por o fazerem apenas para um imóvel ou outro, normalmente para produto de luxo. Ora, não me parecia justo e achei que era uma ferramenta importante a ter para os nossos consultores e clientes. Assim, em fevereiro adquiri a máquina que faz essa recolha, e no início de março (ainda longe da pandemia), estávamos a fazer reportagem 3D e 360º para todos os nossos imóveis, praticamente sem custos para os nossos consultores, e totalmente gratuito para os nossos clientes. Em março éramos a única agência que tinha dentro de portas este serviço em exclusivo. Com o confinamento, e vedados que estavam a fazer visitas aos imóveis, os colegas começaram a procurar alternativas, e a tecnologia foi a primeira aliada. Atualmente, muitas

outras empresas tomaram a mesma decisão que nós. Claro está que queremos continuar pioneiros, e por isso já estamos a tratar de adicionar aos nossos serviços outras aplicações e valências que tornará o nosso 3D e 360º totalmente diferente dos outros. A aposta no marketing digital, com uma forte presença nas redes sociais, foi também estratégia de todos, e visa estarmos sempre perto dos nossos clientes. A CENTURY 21 Portugal, percebeu que o “salto tecnológico” seria fator determinante na nossa atividade, pelo que rapidamente nos deu ferramentas para estarmos preparados para esse passo. Desde um protocolo com o portal Casafari (que eu já tinha há mais de um ano), desde uma subscrição que fizemos em plena pandemia com a plataforma Alfredo. pt, até à assinatura digital incorporada no nosso CRM para os nossos clientes, passando pela nossa APP (disponível desde Outubro), e que permite aos clientes vendedores e/ou compradores realizarem e acompanharem online o processo desde o início até à outorga da escritura. Se num passado não muito longínquo assistíamos a uma enorme força e vitalidade por parte do setor imobiliário, poderá essa dinâmica estar colocada em perigo daqui para a frente? Na sua opinião, no futuro, poderão os valores das habitações baixar? A atividade imobiliária tem a mais valia da adaptabilidade. Existe sempre atividade, existe sempre compra-e-venda, por isso será mais uma altura de oportunidades do que de fragilidades. Haverá como disse anteriormente uma correção dos preços, mas nada acentuado ao ponto de ser significativo. ▪ LER NA INTEGRA EM WWW. PONTOSDEVISTA.PT

25 JUNHO 2020

JOANA RESENDE

e sanitária que estamos a atravessar? Pegando no que disse por último na questão anterior, estávamos a viver um mercado de compradores. Ou seja, existia uma procura enorme, com muitos contactos de clientes compradores, e lutávamos com a dificuldade de ter nas nossas carteiras pouco produto para oferecer. Começávamos a ver obra nova a surgir a bom ritmo, mas mesmo assim muito insuficiente para a procura existente. Com a inevitável crise que vamos viver, que aumentará os índices de desemprego, esta procura baixará, e o mercado vai estabilizar. Sublinho que não vai parar. Vai corrigir, autorregular. Com a relação da oferta e da procura menos desequilibrada (mesmo que ainda não suficiente), os preços tenderão a ajustar também. Não vamos ver cenários de descidas de preços apocalíticas como muitos anteciparam, mas antes pequenos ajustes e correções. Para além da obra nova que continuará a fazer-se, haverá aumento de usados em venda, e uma recuperação significativa do mercado de arrendamento. Em suma, muitas oportunidades para uma atividade que está sempre em franca ebulição.


» COVID – 19 – ESTRATÉGIAS E DESAFIOS DAS MARCAS E ORGANIZAÇÕES

“ESTE É, SEM DÚVIDA ALGUMA, UM MOMENTO DE UNIÃO” Isabel Sobral, Ana Beatriz Miranda e Andrea Ribeiro Ponto – Partners da José Saramago & Associados – Sociedade de Advogados RL, em entrevista à Revista Pontos de Vista, abordam o impacto que a Covid-19 tem tido no universo da advocacia em Portugal e lembram que este “é o momento de provar que a combatividade é parte do nosso “ADN”, e que nos permite superar os obstáculos, por mais tortuosos que se afigurem”.

ANA BEATRIZ MIRANDA, ANDREA RIBEIRO PINTO E ISABEL SOBRAL

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ivemos hoje num mundo novo face à pandemia Covid-19 e que tem tido impacto em todos os setores da sociedade, algo a que as sociedades de advogados também não escaparam, sendo obrigadas a perpetuar novas medidas para continuar a sua existência. Primeiramente, de que forma é que a José Saramago & Associados – Sociedade de Advogados RL tem vindo a enfrentar este novo cenário? A JS&A ab initio sempre esteve, como está, preparada para que qualquer um dos seus colaboradores possa desempenhar as suas tarefas em teletrabalho, uma vez que a nossa plataforma informática foi desenvolvida nesse pressuposto. Hoje, como sempre, os assuntos/processos que nos estão confiados encontram-se todos na nossa base de dados – e claro está temos, hoje em dia, acesso imediato aos processos judiciais via plataformas informáticas do Ministério da Justiça. Ou seja, a informatização, mesmo baseada em IA – inteligência artificial – é hoje uma realidade incontornável, assim, pois, desenvolvemos um grupo de trabalho online (via Microsoft software) que nos permite estar em comunicação constante de molde a suprir eventuais dificuldades sentidas e para prestar os necessários esclarecimentos. Desta forma, considerando o contexto relativo à pandemia Covid-19, bem como a nossa preocupação no cumprimento de um plano rigoroso de contingência baseado nas diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS), como medida de resposta à emergência de saúde pública que o nosso país enfrenta, e de forma

a otimizarmos todos os esforços para garantir a segurança dos nossos Colaboradores e Parceiros, desde o dia 12 de Março encontramo-nos a trabalhar recorrendo ao teletrabalho, optando pelo atendimento à distância através do nosso e-mail e contactos telefónicos habituais, assim como o recurso à videoconferência. Claro está que, em casos excecionais e urgentes, sempre estivemos preparados para agendar reuniões presenciais, seguindo as orientações da D.G.S Sente que este momento é crucial para as sociedades de advogados e que estas estão a ser algo esquecidas comparativamente a outras atividades profissionais? Este é um momento crucial não só para as sociedades de advogados, como para todos os advogados em geral. Como é do conhecimento de todos, os prazos processuais nos processos não urgentes ficaram suspensos, sem exceções, o que, como é óbvio, causou muitos constrangimentos, na medida em que muitos foram os advogados que se viram confrontados com a perda de rendimentos e, ao contrários de outros trabalhadores independentes, não foram abrangidos pelas medidas de apoio excecionais e temporárias, idênticas àquelas que foram adotadas no âmbito do regime dos trabalhadores independentes. Na José Saramago & Associados – Sociedade de Advogados RL, que áreas é que foram mais afetadas? Tal como já referimos, no nosso entender a suspensão dos prazos judiciais, com o consequente adiamento de audiências de discussão e

julgamento, acabou por causar inúmeros constrangimentos. Aliás, in casu, podemos referenciar que a área dos designados direitos pessoais (Família, Menores & Sucessões) e, claro está, toda a área de recuperação de créditos, foram, sem qualquer dúvida, as que vimos sofrer um maior impacto. Na verdade, podemos constatar um aumento considerável da procura, porém, considerando a suspensão das diligências e prazos de processos não urgentes, fomos confrontados com a impossibilidade de dar a adequada resposta com a máxima celeridade possível, tal como sempre foi e será o nosso timbre. Apesar de muitas sociedades garantirem que já é usual a prática do teletrabalho, com a propagação do coronavírus admitem intensificar essa prática, caso a pandemia se agrave? Quão importante tem sido esta vertente do teletrabalho na vossa orgânica? Como expressámos ab initio, a nossa principal preocupação é proteger a saúde e o bem-estar dos nossos colaboradores e parceiros e, como tal, estando preparados para continuarmos a dar uma resposta célere e eficaz com o recurso ao teletrabalho, pelo que não colocamos qualquer objeção à sua intensificação, caso a situação pandémica se venha a agravar (e mesmo até que esse não seja o caso). Na verdade, a vertente de teletrabalho foi a que sempre nos permitiu responder, atempadamente, às várias solicitações dos nossos parceiros, estando em contacto permanente com os mesmos, e é a que mais permite uma melhoria constante na dicotomia de todos os advogados a saber, trabalho, bem-estar e família.


O Governo adotou, entretanto, várias medidas para os trabalhadores independentes do regime geral, mas não incluiu advogados. Os órgãos da Ordem e da Caixa de Previdência também já solicitaram apoios e medidas, mas o legislador limitou-se a autorizá-los a diferir, a requerimento, o pagamento de quotas e de contribuições, sem quaisquer outros apoios diretos relevantes. Sente que os advogados são uma classe esquecida e entregue um pouco a si própria? Existe um sentimento de injustiça neste sentido? Essa é uma questão bastante complexa e muito se tem dito e escrito, nos últimos dias, a este respeito. Não podemos esquecer que os advogados descontam, obrigatoriamente, para uma caixa de previdência própria, CPAS, a qual não prevê, no seu regulamento, quaisquer medidas de proteção adequadas para os seus benificiários para situações como esta que atravessamos, em que os tribunais se encontravam praticamente fechados e a tratar apenas de processos de natureza urgente e, com isso, levaram a uma inevitável quebra de rendimentos. Assim, pois, houve, na verdade, uma desigualdade comparativamente com os restantes trabalhadores independentes, todavia, somos da opinião que devia ter sido a Ordem dos Advogados e a própria CPAS a pugnarem e a tomarem medidas que impedissem desigualdade e injustiça. Atente-se que foi sendo recusado aos advogados o pedido de moratória no pagamento do crédito à habitação, com a justificação de que estes trabalhadores independentes não estão abrangidos pelo regime geral da segurança social, o que é verdade, e por isso mesmo manteve-se um tratamento diferenciado face à generalidade dos trabalhadores independentes. Este é, sem dúvida alguma, o momento para se iniciar a discussão se de facto os Advogados, a sua maioria pelo menos, pretendem, ou não, a revisão do regulamento que está por base da Caixa de Previdência; mais, se constitui pretensão e intenção de que a CPAS deixe de servir

apenas como um “fundo de reformas” e passe a enquadrar os seus contribuintes e beneficiários com os direitos equiparáveis a quem desconta para a Segurança Social, e/ou a mesmo a discussão séria da possibilidade de os Advogados descontarem para a Segurança Social ao invés do o fazerem obrigatoriamente para a CPAS como é a realidade desde sempre. Fazendo face ao atual momento, que análise perpetua do impacto desta pandemia nos advogados em Portugal? Teme que muitos possam fechar portas por este novo paradigma? Infelizmente, tanto quanto é do nosso conhecimento, muitos já foram os advogados que: confrontados com a falta de trabalho, de rendimentos, mas com a manutenção de todas as suas obrigações, rendas do escritório, da habitação e o demais para a manutenção de uma vida digna, e que continuaram, de igual forma, obrigados a realizar, mensalmente, o pagamento para a CPAS, de quantias calculadas com base e rendimentos presumidos e que não correspondem os seus reais e efetivos rendimentos, se viram obrigados a suspender a sua inscrição na Ordem dos Advogados.

Que mensagem lhe aprazaria deixar a todos os profissionais da advocacia em Portugal? Constitui facto notório, o qual é aquele que nos saudosos ensinamentos do Prof. Castro Mendes “não carece de prova”, que estamos a viver um dos mais terríficos momentos da recente história da humanidade, cujas consequências não conseguimos, ainda, vislumbrar no seu todo e, pese embora as mais recentes notícias, temos consciência de que, nos próximos tempos, ninguém poderá retomar a sua vida “normal”, sendo, aliás, o “afastamento social” considerado, de forma unânime, como o verdadeiro motor que pode minimizar a pandemia do Covid-19. Este é, sem dúvida alguma, um momento de união. É o momento de provar que a combatividade é parte do nosso “ADN”, e que nos permite superar os obstáculos, por mais tortuosos que se afigurem. Ainda que sob pena de nos “acusarem” de recorrer a lugares comuns, não desistir, é a mensagem fundamental que queremos deixar. Recordem-se sempre das célebres palavras de Raul Haidar: “A advocacia é a profissão das esperanças”. ▪

27 JUNHO 2020

Na orgânica da José Saramago & Associados – Sociedade de Advogados RL, em que áreas é que sentiram que houve um impacto maior? Como tem sido mantido o relacionamento com os vossos clientes? Como já referimos, sem qualquer dúvida que toda esta situação decorrente da pandemia Covid-19, afetou, de forma transversal toda a nossa atividade, máxime nas áreas de Laboral (Trabalho e Segurança Social), Estrangeiros e Fronteiras, Contratual, Financeira, Energia, Farmacêutica, Turística, Imobiliária, e, claro está, nas áreas supra referenciadas, i.e. Família, Menores & Sucessões, e Recuperação de Crédito, nesta última área não apenas pela suspensão das diligências judiciais, mas também porque, infelizmente, muitas famílias viram o seu rendimento a diminuir drasticamente e, com isso, claro está, os incumprimentos contratuais aumentaram, contrapondo-se com a diminuição da respetiva capacidade financeira. Ou seja, com as medidas legislativas decretadas, todas as áreas acabaram por ser, inevitavelmente afetadas. Não se poderá olvidar que toda esta pandemia conduziu a que fossem tomadas medidas legislativas com profundas consequências na sociedade em geral.


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“PROMOVER UM TRABALHO DE QUALIDADE E UM SERVIÇO DE EXCELÊNCIA É A NOSSA MAIOR PREOCUPAÇÃO” Edificada há cerca de sete anos no Luxemburgo, a AF ARCHITECTURE assume-se como uma marca de arquitetura orientada para a vida do seu utilizador final. A Revista Pontos de Vista esteve à conversa com António Ferreira, Arquiteto e CEO da AF ARCHITECTURE, que abordou um pouco mais sobre o crescimento da marca ao longo destes anos, sem esquecer que o mundo vai ter de mudar face à situação atual da pandemia da Covid-19.

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ANTÓNIO FERREIRA

AF Architecture foi edificada em 2013, ou seja, há sete anos que tem vindo a promover um serviço de excelência e qualidade no domínio da arquitetura. Porquê a aposta neste projeto/desafio e que balanço é possível perpetuar destes anos de atividade? A AF ARCHITECTURE foi criada em 2013 no Luxemburgo como consequência de uma conjuntura política, económica e social mundial. A crise económica global que se iniciou em 20072008 e que teve o seu momento mais acentuado em Portugal em 2012 devido à crise da divida pública da zona Euro, que afetou fortemente a Europa mediterrânea (Grécia, Itália, Espanha, Portugal) assim como a Irlanda. Momentos de profunda mudança nos mais diversos setores, que provocou uma deslocalização geográfica de profissionais qualificados de forma acentuada. Uma mudança de vida que para muitos se tornaram oportunidades em tempos de crise. A resiliência na adaptação de novas culturas, sistemas sociais, mudanças de hábitos, uma globalização que avança a grande velocidade e que muito se deve ao desenvolvimento tecnológico do presente. A facilidade de mobilidade, de comunicação, de trabalhar em “network” de forma extremamente eficiente, alterou profundamente o mundo como o conhecíamos até então. A AF ARCHITECTURE tem vindo a desenvolver

trabalho e a dar consultadoria para diversos projetos de arquitetura e no setor da construção e do imobiliário em diversos países. Promover um trabalho de qualidade, um serviço de excelência é a nossa Maior Preocupação. Um mercado que reflete uma sociedade em constante mudança e um mundo que se globaliza e se unifica extremamente rápido. Decidir integrar este mercado com todas as caraterísticas que lhe conferem é o maior desafio que qualquer marca enfrenta nos tempos atuais. Um dos vossos lemas passa pela criação de uma arquitetura orientada para a vida. Que conceito é este e de que forma o tentam implementar no vosso quotidiano? O desenvolvimento dos nossos projetos como arquitetura orientada para a vida do seu utilizador final, faz-nos repensar conceitos académicos que devem ser adaptados aos tempos atuais. A vida dos nossos clientes num contexto geral reflete esta sociedade em mudança permanente. Questões como a sustentabilidade energética, métodos construtivos, Sistemas Tecnológicos Inovadores (automatização dos serviços de gestão energética, comunicação, segurança e conforto numa habitação ou edifício) fazem-nos adaptar cada projeto às necessidades e vontades de cada cliente. Fale-nos um pouco de si enquanto residente


Falemos da atualidade e da pandemia existente a nível global. Como tem sido lidar com este novo cenário num país externo? Como profissional e como ser humano qual tem sido o impacto desta nova realidade? A situação atual da pandemia existente a nível global, veio reforçar a necessidade de “repensar” as tradicionais formas de estar, trabalhar e lidar com o mundo atual. Questões que a AF ARCHITECTURE sempre colocou em questão desde a sua criação. Questões fundamentais para o desenvolvimento “saudável” e “sustentável” da nossa sociedade tornaram-se vitais. A forma como habitamos o espaço, a forma como lidamos com o ecossistema onde nos inserimos, a valorização daquilo que realmente é imprescindível à nossa sobrevivência como espécie, ao nosso desenvolvimento cultural, social e económico. Como arquiteto considero não ser possível dissociar estes conceitos fundamentais de sustentabilidade social com a forma como os espaços (de habitar, espaço publico, as questões logísticas - transportes, os espaços comerciais, de restauração) devem ser adaptados e experienciados de formas inovadoras. É importante falar da relação do ser humano com a Natureza e com questões de profundo respeito pelo planeta onde vivemos. A situação inadmissível que se esta a verificar na floresta Amazónica é uma das muitas questões presentes a que se deveria reagir rapidamente e de forma a proteger o nosso ecossistema Global. O Luxemburgo, na sua opinião, protegeu bem os seus cidadãos e deu-lhes o necessário para contornar esta crise?

“A SITUAÇÃO ATUAL DA PANDEMIA EXISTENTE A NÍVEL GLOBAL, VEIO REFORÇAR A NECESSIDADE DE “REPENSAR” AS TRADICIONAIS FORMAS DE ESTAR, TRABALHAR E LIDAR COM O MUNDO ATUAL. QUESTÕES QUE A AF ARCHITECTURE SEMPRE COLOCOU EM QUESTÃO DESDE A SUA CRIAÇÃO”

O Luxemburgo apresentou um conjunto de medidas extremamente eficientes e articulou a máxima segurança dos seus habitantes com as diretrizes da Organização Mundial de Saúde de forma exemplar. Notável. No domínio da orgânica e do volume de negócios da AF Architecture, que impacto é que esta nova realidade teve? De que forma é que tiveram de se adaptar a um novo cenário? As consequências económicas no meio profissional são quase diretas. As incertezas do futuro tornaram os mercados instáveis. Fechando as fronteiras, não havendo circulação aérea internacional e com as obras de construção paradas, o impacto é inevitável. Profissionalmente tivemos de nos adaptar a trabalhar com as fer-

ramentas existentes, vídeo chamadas, teletrabalho, reestruturação nas metodologias, mas tudo se tem passado de forma tranquila e, apesar de tudo, positiva. Da mesma forma que as questões de “sustentabilidade” mudarão definitivamente a forma como experienciamos a nossa realidade, assim também esta nova metodologia mudará definitivamente as estruturas de trabalho, as logísticas profissionais, neste caso na arquitetura. Pois concluo, e tenho estado em contacto com escritórios de colegas de vários países, que o resultado da reestruturação e forma de trabalhar têm trazido resultados positivos para o desenvolvimento dos trabalhos em andamento. O Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas celebra a data de 10 de Junho. Que relevância tem para si esta efeméride? O dia de Portugal é uma data de referência na nossa História e que nos recorda a importância e a expressão que a Língua Portuguesa tem no Mundo. Faz-nos refletir no papel que Portugal teve na História, para o Mundo como o conhecemos. Um dia que celebramos com muito orgulho o facto de Ser Português e de falar a língua de Camões. Pessoalmente sinto um Orgulho Profundo em Ser Português. Relembrando Fernando Pessoa: “Quem nasce em Portugal é por Missão ou Castigo”. Quais são os principais projetos e desafios da AF Architecture para 2020? O Ano de 2020 é em si um grande desafio. A mudança do mundo e as relações humanas conceptuais como até então as conhecíamos, estão a ser repensadas e acredito que o mundo sofrerá grandes mudanças a diversos níveis. Para a AF ARCHITECTURE a certeza de um trabalho sério, consciente e de grande responsabilidade continuarão a pautar e a definir a nossa postura no Mercado e fazer de conceitos como Profissionalismo, Excelência e Confiança os Valores Constantes para os nossos Clientes e que nos definem no meio de um mercado vasto e muito dinâmico. ▪

29 JUNHO 2020

num país da Comunidade Europeia. A localização geográfica do Luxemburgo, a diversidade cultural considerável (mais de 150 nacionalidades), a história dos dois países (Portugal e Luxemburgo) que se cruza em múltiplos momentos, a conjuntura económica e política existentes, alinham-se e criam as condições para um considerável desenvolvimento profissional.


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“AQUI CONTINUAREMOS PARA CONSTRUIR UMA EMPRESA FAMILIAR CENTENÁRIA” A história de uma marca faz-se pela capacidade que a mesma tem de fomentar junto do mercado e do cliente um sentimento de confiança, excelência e transparência. Estes requisitos fazem parte da IMO – Indústrias Metalúrgicas S.A, que comemora este ano 75 anos de vida, uma efeméride de enorme relevância e valor. Tivemos o privilégio de conversar com João Sousa, CEO da IMO – Indústrias Metalúrgicas S.A, que abordou um pouco do que foi sendo realizado ao longo destes 75 anos de vida.

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JOÃO SOUSA

IMO – Indústrias Metalúrgicas S.A. comemora 75 anos de existência no próximo ano, efeméride de enorme simbolismo de uma marca de prestígio e reconhecimento perante o mercado. No sentido de contextualizar junto do nosso leitor, de que forma é que a IMO tem vindo a perpetuar um legado de qualidade, excelência e proximidade com o mercado? Fundada em 1946 pelo meu avô, Luís de Sousa Gonçalves, a IMO começa com o fabrico motores elétricos e máquinas de soldar elétricas. Mais tarde, dedica-se ao fabrico de mobiliário hospitalar, de enfermaria e escritório. Sob Administração da segunda geração por mais de 40 anos, a empresa especializou-se no mobiliário hospitalar atingindo marcos como a liderança no mercado Nacional desde a década de 80, que mantém até hoje e sendo um dos mais importantes players no mercado Europeu desde finais da década de 90. Sendo um empresa 100% familiar, passagens de geração tendem a criar momentos conturbados para atividade de qualquer empresa, porém na IMO, por sorte ou astucia, sempre conseguimos que acontecesse o mais invisível possível e felizmente bem sucedidas, desde Inicio de 2019, a IMO tem no seu conselho de administração a terceira geração da família com uma estratégia muito bem definida em tornar a marca IMO, numa marca Internacional. Esta data ficará também marcado pelo lançamento da nova imagem da marca. Porquê esta renovação e mudança e o que pode ser desvendado sobre esta nova imagem? Não tanto com vista na simbolização dos 75 anos, mas com


É legítimo afirmar que a imagem vai mudar, mas o compromisso, rigor e empenho serão os mesmos? No segmento de mercado que a IMO se posiciona, o compromisso com os clientes é fundamental, os hospitais e os seus profissionais de saúde têm que se sentir confortáveis com os equipamentos com que trabalham no dia a dia e, por isso, a IMO tem sempre a preocupação de recolha de inputs, discussão com os enfermeiros sobre o que devíamos melhorar ou que funções seriam pertinentes incrementar, para o nosso departamento de Design & Desenvolvimento trabalhe continuamente em melhores soluções. Só assim, conseguimos uma confiança duradoira dos nossos clientes alguns já com mais de 50 anos. Vivemos atualmente um momento excecional provocado pela pandemia do Covid-19. De que forma é que a marca se viu «obrigada» a adaptar a estes novos tempos e realidade? A nossa adaptação foi basicamente na reorganização e otimização de fabrico para triplicar a nossa capacidade produtiva, felizmente e com um compromisso extraordinário de todos os funcionários, conseguimos garantir tempos de entrega record aos hospitais Portugueses e inúmeros hospitais dos cinco continentes. Que medidas tiveram de tomar no sentido de continuarem próximos dos vossos clientes? Com todos estes anos em atividade e com muita proximidade com os nossos clientes, mantivemo-nos sempre disponíveis para os nossos clientes, e mesmo neste momento de confinamento, fizemos o esforço e mantivemos sempre que necessário as deslocações aos nossos clientes, ajudando no que precisavam e tentado encontrar soluções para as inúmeras solicitações. Para a IMO a relação com clientes é muito mais do que rela-

cionamento comercial é uma parceria de longo termo. O papel das marcas e das organizações com maior dimensão e capacidade de intervir no mercado e na sociedade é fundamental? Qual acha que deve ser o papel das mesmas e como é que a IMO o tem vindo a fazer? O reconhecimento de uma marca é o resultado de anos de dedicação e parceria com clientes, com os anos e um serviço de compromisso, os clientes reconhecem uma marca com um determinado nível de serviço. A IMO como uma empresa madura, tem sido reconhecida por garantir uma longa vida aos nossos productos, garantindo um serviço continuo por longo termo e a respetiva longevidade dos nossos produtos por décadas. E é esse o nosso campeonato, produto de valor acrescentado com relação Design/Durabilidade/ Preço ótimo. Em todo este panorama, além dos clientes, é vital que o corpo de recursos humanos da marca não seja esquecido. Neste domínio, que medidas e metodologias utiliza a marca neste cenário da Covid-19 para proteger os seus trabalhadores? Novamente, a construção de uma marca forte é o resultado de várias condicionantes em que a equipa de trabalho é fundamental, durante 75 anos, passaram centenas de pessoas por cá, passando também funcionários de geração em geração, e orgulhosamente assumimos que muitos começaram a trabalhar e se reformaram na nossa empresa, alguns por mais de 45

anos, sendo que alguns são presenteados com um relógio sempre que alcançam os 50 anos de casa, é um momento emocionante para todos. As contingências com o Covid-19, são apenas momentos que nos obrigam a adaptarmo-nos, que em nada mudam a nossa estratégia e compromisso com os clientes. Assumimos todas as medidas de segurança por excesso, para garantir que conseguimos continuar a fornecer os hospitais. A inovação continuará a ser um pilar da existência no mercado da marca? Quão fundamental tem sido a aposta na inovação no vosso setor e que marca a diferença? Mais do que a inovação, a nossa longevidade prendesse ao controlo do Desenvolvimento de produtos. Tudo o que fazemos é desenvolvido internamente e foi esta capacidade de Design e engenharia que nos forcamos em manter. Os nossos concorrentes são Billian Companies, e só com um controlo absoluto do produto é que conseguimos competir com os big sharks por todo o Mundo. Que desafios é que estão a ser delineados para a IMO em 2020? O maior desafio será o Pós-Covid-19, julgamos que durante 2020 a tendência na procura deste tipo de produtos se irá manter, porém fica a Dúvida sobre como é que os Estados irão fazer após esta pandemia, se vão manter o investimento na saúde, que tem sofrido contínuos cortes nas últimas duas décadas em toda a Europa, ou se vai haver um compromisso de reposição das condições hospitalares em toda a Europa. Não nos parece que faça sentido vivermos numa U.E. altamente desenvolvida e depois em termos de saúde, termos hospitais decrépitos, muitos com graves problemas de segurança, higiene, logística e de climatização. Só Portugal perdeu nos últimos 20 anos mais de 4000 camas (dados Pordata). O que significam estes quase 75 anos de vida? Significa não uma vida mas muitas vidas. Por cá passaram muitas famílias, e por isso tivemos muitas alegrias, sofrimentos, trabalho, compromisso, derrotas e muitas vitórias e infelizmente algumas perdas, que tanto nos custam quando ex-empregados ou empregados nos deixam. Mas aqui continuaremos para construir uma empresa familiar centenária. ▪

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vista no rejuvenescimento da marca, reforçando assim a nossa posição Internacional. A IMO tinha que reposicionar a estratégia de comunicação, assim decidimos reestruturar toda a comunicação com o mercado, para que de uma forma uniforme passássemos uma imagem forte e de profissionalismo, mostrando assim aquilo que os nossos produtos já representam, qualidade, Design e durabilidade, a todos os que veem a marca IMO.

“A CONSTRUÇÃO DE UMA MARCA FORTE É O RESULTADO DE VÁRIAS CONDICIONANTES EM QUE A EQUIPA DE TRABALHO É FUNDAMENTAL, DURANTE 75 ANOS, PASSARAM CENTENAS DE PESSOAS POR CÁ, PASSANDO TAMBÉM FUNCIONÁRIOS DE GERAÇÃO EM GERAÇÃO, E ORGULHOSAMENTE ASSUMIMOS QUE MUITOS COMEÇARAM A TRABALHAR E SE REFORMARAM NA NOSSA EMPRESA, ALGUNS POR MAIS DE 45 ANOS, SENDO QUE ALGUNS SÃO PRESENTEADOS COM UM RELÓGIO SEMPRE QUE ALCANÇAM OS 50 ANOS DE CASA, É UM MOMENTO EMOCIONANTE PARA TODOS”


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“ESTIVEMOS DESDE O PRIMEIRO MOMENTO NA LINHA DA FRENTE AO COMBATE A ESTA PANDEMIA” A Revista Pontos de Vista foi conhecer o SUCH – Serviço de Utilização Comum dos Hospitais e conversou com o Presidente da instituição, Paulo Sousa, que nos deu a conhecer um pouco da orgânica da mesma, uma marca que é parte integrante do Serviço Nacional de Saúde e equiparado aos demais profissionais de saúde, enquanto prestadores diretos de atividades de suporte a todos os hospitais públicos.

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uando foi edificado o SUCH – Serviço de Utilização Comum dos Hospitais e de que forma é que tem vindo a capitalizar a prestação de serviços na vertente da área hospitalar? Em 1965, o Professor Coriolano Ferreira (primeiro Presidente do SUCH) anteviu que as instituições prestadoras de cuidados de saúde, públicas ou privadas, deveriam libertar-se da gestão de atividades que não constituíssem a sua função principal e, antes, centrarem a sua atenção naquela que era – e é – a sua razão de ser: a prestação de cuidados de saúde. Desta visão surgiu o SUCH criado ao abrigo do Decreto-Lei n.º 46 668, pelo despacho ministerial de 22 de abril de 1966, com o objetivo de realizar a prestação de serviços de utilização comum dos hospitais, segundo um modelo de colocação em comum dos meios que suportam as áreas instrumentais à atividade da prestação de cuidados de saúde, tendo-lhe sido reconhecida a qualidade de pessoa coletiva de utilidade pública administrativa.

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De que forma é que vossa ação tem contribuído para o incremento da eficácia e eficiência do sistema de saúde e para a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde? A evolução ao longo dos anos confirmou o SUCH como um instrumento importante de autossatisfação das necessidades das instituições do Serviço Nacional de Saúde, suas associadas, desenvolvendo, em regime materialmente cooperativo, iniciativas e soluções que as mesmas utilizam em comum e que contribuem para o seu funcionamento mais ágil e eficiente, proporcionando-lhe ganhos de escala e libertando-as para a plena dedicação à prestação de cuidados de saúde. O reconhecimento deste facto já com mais de 50 anos fez-se recentemente com o Decreto-Lei n.º 209/2015 e a manutenção expressa do interesse público da sua missão. Explique-nos um pouco sobre a vossa metodologia e que género de intervenções têm tido nas áreas de atuação ao serviço da saúde? Para além de prestador de serviços nas áreas onde, nem os associados, nem o mercado, dispõem de respostas próprias, o SUCH assume também uma função de regulador material, em áreas onde o mercado dispõe de menos agentes, ou algum ou alguns destes agentes detêm excessiva preponderância, a nível nacional ou

prestações reforçar a nossa capacidade de resposta para acompanhar a exigência e pressão deste contexto. Um exemplo muito “visível” da intervenção do SUCH neste cenário prendeu-se com a questão dos ventiladores. A intervenção do SUCH nesta matéria foi – sem “falsas modéstias” – muito importante para a resposta do SNS à carência de ventiladores: de 109 ventiladores “parados” por falta de reparação, para abate ou por qualquer outra carência, o SUCH conseguiu reparar e colocar ao dispor dos Hospitais 105 ventiladores. Que impacto teve todo este novo cenário na vossa orgânica e como continuam a perpetuar os vossos serviços e apoio no domínio da saúde? A orgânica do SUCH não se alterou porque acompanhou sempre a missão: dar resposta aos Hospitais, neste e em qualquer contexto. PAULO SOUSA “A orgânica A nossa exigêndo SUCH não cia e motivação local, garantindo pela via se alterou porque foi, mais do da contenção, a prática de que nunca, preços e condições adeacompanhou sempre garantir que os quados e aceitáveis, que a sua missão: dar resposta equipamentos impedem as práticas conaos Hospitais, neste que reparamos certadas de mercado. e em qualquer e mantemos O SUCH foi, também, o contexto" estivessem capapercussor da partilha de serzes de responviços no setor da saúde em der, garantir que os matéria de compras e logístidoentes têm roupa na ca, serviços financeiros e recursos cama a que estão confinahumanos, áreas que, entretanto, foram dos, providenciar que doentes autonomizadas e atribuídas à SPMS - Servie profissionais têm refeições disponíveis. Que ços Partilhados do Ministério da Saúde, E. P. E. tudo está capaz e pronto para responder a este (SPMS, E. P. E.). pico de tensão e pressão a que estamos agora sujeitos. Vivemos atualmente um momento excecional provocado pela pandemia do Covid-19. Atuam em quatro grandes áreas: SUCH EnDe que forma é que se viram «obrigados» a genharia, SUCH Ambiente, SUCH Nutrição e adaptar a estes novos tempos e realidade? SUCH Serviços. Quais as valias de cada uma e Nós somos parte integrante do Serviço Nacioqual o desiderato em cada uma das mesmas? nal de Saúde e equiparados aos demais profisO SUCH Nutrição garante serviços especializasionais de saúde, enquanto prestadores diretos dos na área da Alimentação Hospitalar. de atividades de suporte a todos os hospitais Um plano alimentar adequado às necessidapúblicos. Neste sentido, a nossa adaptação foi des nutricionais de cada um dos pacientes é a de garantir que - não obstante, o necessário um aliado imprescindível para uma recuperacumprimento das regras e diretrizes de segução mais célere. rança - que as prestações não falhassem e que Respeitar o plano alimentar individual em todos os apoios periféricos aos cuidados de situações especificas, garantir a qualidade dos saúde que estão a nosso cargo não falhassem, alimentos e consequente qualidade das refeimuito pelo contrário, foi necessário em várias


Em todo este panorama, além dos clientes e associados, é vital que o corpo de recursos humanos não seja esquecido. Neste domínio, que medidas e metodologias utiliza a marca neste cenário da Covid-19 para proteger os seus trabalhadores? Os profissionais do SUCH, equiparados neste contexto aos demais profissionais de saúde, estiveram desde o primeiro momento na linha da frente ao combate a esta pandemia, garantindo a necessária confiança e estabilidade aos Hos-

“UM EXEMPLO MUITO “VISÍVEL” DA INTERVENÇÃO DO SUCH NESTE CENÁRIO PRENDEU-SE COM A QUESTÃO DOS VENTILADORES. A INTERVENÇÃO DO SUCH NESTA MATÉRIA FOI – SEM “FALSAS MODÉSTIAS” – MUITO IMPORTANTE PARA A RESPOSTA DO SNS À CARÊNCIA DE VENTILADORES: DE 109 VENTILADORES “PARADOS” POR FALTA DE REPARAÇÃO, PARA ABATE OU POR QUALQUER OUTRA CARÊNCIA, O SUCH CONSEGUIU REPARAR E COLOCAR AO DISPOR DOS HOSPITAIS 105 VENTILADORES"

pitais que contariam com o cumprimento das prestações a cargo do SUCH e inclusivamente ao seu reforço, sempre que tal foi necessário. Para salvaguardar os seus profissionais, desde logo o SUCH elaborou um Plano de Contingência, com medidas gerais e específicas para cada área de atividade, tendo ainda constituído uma Equipa interna multidisciplinar (da qual faz parte a equipa da Segurança no Trabalho) para a respetiva implementação e acompanhamento de todas as questões relacionadas com esta matéria. Do Plano de Contingência consta a definição de responsabilidades, procedimentos e medidas específicas a adotar para mitigar as consequências desta infeção no desempenho das atividades desenvolvidas pelo SUCH, garantindo, simultaneamente, a segurança de todos os cerca de 3.500 trabalhadores. Que mensagem lhe aprazaria deixar a todos os profissionais de saúde que dia após dia continuam a lutar em prol da saúde dos portugueses? A todos os profissionais de saúde, nos quais incluo os trabalhadores do SUCH, transmito duas palavras de reconhecimento: coragem e gratidão. ▪

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ções permitem ao SUCH Nutrição prestar um serviço exigente com rigor e profissionalismo. Por seu turno, o objetivo em todas as competências do SUCH Engenharia é incrementar, através de uma filosofia de serviços partilhados, a eficiência produtiva, geradora de capacidade de resposta, e a otimização dos meios humanos e materiais. O SUCH Engenharia opera em 4 Unidades de Prestação, que asseguram um serviço global. Dispõe de uma estrutura funcional, flexível e escalável, capaz de acompanhar o crescimento dos Associados e Clientes em dimensão física e tecnológica, garantindo uma gestão integral de equipamentos e instalações: Manutenção de Instalações e Equipamentos; Energia; Projetos e Obras e Segurança e Controlo Técnico. O SUCH Ambiente ministra as quatro áreas mais críticas nos serviços de apoio às instituições prestadoras de cuidados saúde, que são desenvolvidas numa lógica de centro de competência focado na higiene e no controlo da infeção. Esta estrutura orientada para uma atuação sinérgica, no âmbito geral da promoção de ambientes hospitalares seguros, integra: Gestão e Tratamento de Roupa Hospitalar; Gestão e Tratamento de Resíduos Hospitalares; Gestão e Reprocessamento de Dispositivos Médicos e Gestão e Limpeza Hospitalar. Por fim, numa ótica de diversificação de serviços que permitem aos seus Associados e Clientes gerar poupanças substanciais surge o SUCH Serviços, a área mais recente do SUCH. Esta área vem permitir a plena dedicação dos Associados ou Clientes à prestação de cuidados de saúde, objetivo principal de uma unidade de saúde, libertando-se dos serviços secundários e periféricos, mas importantes para o bom funcionamento geral das instituições. Garantindo uma oferta integrada com recurso às tecnologias de acesso e controlo mais evoluídas do mercado, o SUCH Serviços engloba 4 unidades de prestação: Gestão de Parques de Estacionamento; Gestão de Serviços de Transporte; Gestão de Arquivo e Armazéns Centrais e Metrologia.


» COVID – 19 – ESTRATÉGIAS E DESAFIOS DAS MARCAS E ORGANIZAÇÕES

“OS MUNÍCIPES PODEM CONTINUAR A CONTAR COM A AUTARQUIA DE TAVIRA” A Revista Pontos de Vista esteve à conversa com a Presidente da Câmara Municipal de Tavira, Ana Paula Martins, que abordou o impacto da pandemia Covid-19 no município, sem esquecer as medidas tomadas pela autarquia, no sentido de apoiar e ajudar todos aqueles que foram e têm sido mais afetados.

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e que forma é que a autarquia de Tavira tem vindo a lidar com o novo panorama em que vivemos, fruto da pandemia Covid-19? Tavira adotou um conjunto de medidas centradas no reforço da relação entre a autarquia e a população no sentido de minimizar os efeitos que resultaram do atual estado de pandemia. A par disso, tem acompanhado de perto o evoluir da situação, através do Conselho Municipal de Proteção Civil, o qual integra diversas entidades locais, nomeadamente, as entidades de saúde locais, forças de segurança e instituições sociais, permitindo assim agilizar a resposta caso se verifiquem situações de crise. Que impacto é que este desafio teve no concelho de Tavira e de que forma é que acreditam ser possível ultrapassar todas as condicionantes provocadas? O impacto verificou-se, sobretudo, a nível social, económico e de saúde. A preocupação da Câmara Municipal de Tavira centrou-se nas dificuldades sentidas na comunidade, designadamente, nas famílias e microempresas. Nesse sentido, foram tomadas, por toda a Vereação, um conjunto de medidas de apoio em complemento aos apoios do Governo.

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Todos temos sido afetados pela Covid-19, contudo empresas e grupos sociais mais desfavorecidos foram dos mais impactados por esta pandemia. Que medidas ou linhas de apoio é que a autarquia colocou à disposição destes dois grupos? A pensar no bem-estar e sobrevivência dos grupos sociais mais desfavorecidos e das microempresas, a Câmara Municipal, como já referi, implementou um conjunto de medidas, designadamente, a isenção de taxas de ocupação de espaço público e publicidade; isenção integral do pagamento de rendas a todos os estabelecimentos comerciais em espaços municipais; isenção dos valores relativos ao pagamento do serviço de apoio à família (refeições e prolongamentos de horário) no ensino pré-escolar, assim como o suporte das refeições escolares, no 1.º ciclo do ensino básico; suspensão do pagamento de rendas aos moradores em habitação municipal e ainda a isenção da totalidade do pagamento das tarifas de Águas de Abastecimento, Saneamento e Resíduos Urbanos, durante o período em que foi declarado o estado de emergência. A par destas medidas, o Município, em colaboração com as Juntas de Freguesia, está no terreno a prestar apoio aos munícipes com 65 anos ou mais, doentes crónicos e/ou com patologias associadas e elementos isolados sem rede de suporte primário. A autarquia tavirense disponibiliza, ainda, aten-

vão no sentido de salvaguardar e beneficiar a qualidade de vida dos grupos mais vulneráveis nesta fase. A população pode e deve contar com o apoio da edilidade.

ANA PAULA MARTINS

Hoje as autarquias têm um papel de maior destaque no relacionamento e apoio às comunidades? É legítimo afirmar que esta pandemia veio aumentar a relevância das autarquias? As Câmaras Municipais, nomeadamente a de Tavira, estabelecem, desde sempre, uma relação de proximidade com a população local. No entanto, é natural que por força do atual estado de pandemia, as autarquias tenham sido “obrigadas” a reforçar o apoio prestado à comunidade. A relevância do poder local é evidente fruto da relação de proximidade com os munícipes e do contexto social, económico e financeiro dos concelhos. O “Agradeço Governo, consciente do papel da proximio esforço dos dade concentrou a envolvidos, o qual tem operacionalização sido imprescindível da sua estratégica para o sucesso das várias nas entidades, releoperações locais de combate vando a importância das autarquias e minimização do impacto enquanto elemento desta doença no centralizador e coorconcelho tavirense” denador das respostas ao nível local

dimento psicológico, via telefone, de modo a minimizar o isolamento. Com vista a aumentar a proteção dos grupos mais frágeis e atenuar o impacto socioeconómico na população, a autarquia com base em critérios de equidade e transparência implementou, também, um conjunto de apoio, designadamente, a nível alimentar. Quanto às pessoas em situação de sem-abrigo, a edilidade implementou um sistema de alojamento provisório e fornece alimentação diária e kits de higiene. Foi assegurada a abertura das escolas para fornecimento de refeições para alunos com escalão e, uma vez por semana, para que as crianças tenham acesso ao serviço de fotocópias e impressões. Ainda com o intuito de facilitar o estudo em casa, procedeu-se à aquisição de tablets, computadores e routers a distribuir pelos alunos sinalizados sem acesso às novas tecnologias de comunicação.

Acredita que tem havido um sentido de diálogo positivo entre entidades de saúde, o Governo e as autarquias? Na sua opinião, existem lacunas que têm de ser ultrapassadas? Sim, sem dúvida. Foram realizadas visitas e reuniões regulares por videoconferência para definição e implementação de estratégias conjuntas tendo o resultado correspondido às expetativas. Exemplo disso é a forma exemplar como a Comissão Municipal de Proteção Civil e o seu grupo restrito criado para o efeito deram resposta a um foco de contaminação num grupo de trabalhos agrícolas, os quais foram transferidos para a Zona de Apoio à População (ZAP) preparada para este fim e onde os mesmos foram tratados e monitorizados.

De que forma tem sido importante implementar medidas centradas no reforço da relação entre a autarquia e a população? É fulcral o reforço desta relação. A missão da Câmara Municipal de Tavira passa por contribuir para o bem-estar dos seus munícipes e garantir a sua segurança. Todas as medidas adotadas

Na sua opinião, quão importantes têm sido os profissionais que diariamente se arriscam e lutam pela proteção e bem-estar da população? Que mensagem gostaria de deixar a estes profissionais? Neste momento particular das nossas vidas e da história mundial, aproveito a oportuni-


O turismo tem sido um dos setores mais afetados pela pandemia e sabendo que o Algarve é também conhecido e reconhecido no domínio turístico, que medidas devem ser impostas no sentido de minimizar os impactos negativos? Acima de tudo, tratar para que estejam reunidas as condições para cumprimento das medidas estabelecidas pelas autoridades de saúde e os incentivos que têm sido dados aos agentes turísticos por parte da Região de Turismo do Algarve, por um lado por forma a garantir a segurança dos residentes e de todos aqueles que nos visitam e, por outro, para apoiar os empresários do setor que viram as receitas francamente comprometidas. Em termos de aposta, não havendo a possibilidade de retoma de determinados mercados turísticos externos, em virtude do cancelamento dos voos e condicionantes em termos de fronteiras, deverá haver uma maior insistência no mercado nacional.

Atualmente é necessário atrair turistas, sem descurar as questões de segurança. Neste sentido, importa referir o selo “Safe & Clean”, medida dinamizada pelo Turismo de Portugal em articulação com diversas entidades, como forma de responsabilização da região para o cumprimento das recomendações da Direção Geral da Saúde. Um ótimo modo para sensibilizar todos os intervenientes do setor turístico para os procedimentos de segurança sanitária a adotar, promovendo o país e, consequentemente, a região algarvia e Tavira como destino seguro e de excelência. Todos esperamos que isso não aconteça, mas na possibilidade de uma segunda vaga, está Tavira preparada para dar resposta a este novo desafio, caso o mesmo venha a acontecer? O nosso concelho, à semelhança do resto do país, já mostrou que está apto a responder positivamente a situações extremas. O povo português demonstrou um grande sentido de responsabilidade e uma notável capacidade de resiliência. Comparativamente com outros países que irão sair muito mais afetados desta primeira vaga, Portugal e, consequentemente, as suas cidades, conseguiram munir-se de equipamentos que nos transmitem uma maior segurança caso seja necessário lidarmos com uma saga vaga. O que podemos continuar a esperar por parte da autarquia de Tavira e quais os desa-

fios que a instituição terá no futuro? Os munícipes podem continuar a contar, neste contexto e sempre, com o sentido de responsabilidade social da autarquia e dos seus colaboradores, bem como das suas entidades parceiras, numa estrita colaboração e articulação nas diversas respostas requeridas pela população. A Câmara Municipal estará disponível para continuar a ajudar as necessidades da comunidade de acordo com aquilo que são as suas competências. É, ainda, intenção desta autarquia continuar com combater a pandemia de forma segura, retomando a atividade, e consequentemente a normalidade, o mais depressa possível, atendendo às atuais contingências. ▪

A TERMINAR, QUE MENSAGEM GOSTARIA DE DEIXAR À POPULAÇÃO DE TAVIRA? Gostaria de deixar uma mensagem de esperança e agradecer o modo civilizado como têm respondido aos nossos apelos. Acredito que todos juntos conseguiremos ultrapassar esta situação complexa e totalmente inesperada. A Câmara Municipal encontra-se disponível para ajudar e continuar a sua missão. Unidos venceremos!

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dade para agradecer o trabalho e a dedicação de todos aqueles que estão na linha da frente no combate ao novo Coronavírus COVID- 19, nomeadamente profissionais de saúde e segurança, instituições de solidariedade social e em todas as outras atividades que se mantiveram ativas e contribuíram para que nada faltasse à população. Agradeço o esforço dos envolvidos, o qual tem sido imprescindível para o sucesso das várias operações locais de combate e minimização do impacto desta doença no concelho tavirense.


» COVID – 19 – ESTRATÉGIAS E DESAFIOS DAS MARCAS E ORGANIZAÇÕES

“O MELHOR INVESTIMENTO QUE SE PODE FAZER É NA EDUCAÇÃO E NA FORMAÇÃO CONTÍNUA” De que forma é que a pandemia de Covid-19 afetou a edução a nível global? Que impacto teve o mesmo nas instituições de ensino? Sobre estas e outras matérias, a Revista Pontos de Vista esteve à conversa com Pedro Martins, Educational Counselor Glion e Les Roches Portugal.

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nquanto gestor dos espaços Les Roches, Glion e École Ducasse - Sommet Education- Hospitality and Art Culinary Education, e no sentido de contextualizar o nosso leitor, quais são as valias de cada um? As três instituições e ensino integram o Grupo Sommet Education, um dos maiores grupos de educação do mundo. Começando pela instituição mais recente, a École Alain Ducasse foi fundada em 1999 tornando-se um expoente de renome Internacional no ensino das artes Culinária e da Pastelaria, liderado pelo icónico e laureado Alain Ducasse. Neste momento faz parte do Grupo Sommet Education, grupo líder mundial em formação ao nível da gestão hoteleira, o novo Centro Ducasse Meudon (Paris ) e a École Nationale Supérieur de Patisserie oferece uma Gama de Cursos intensivos de 2 ( Essential ),6 ( Diploma) e 8 meses ( Signature ), licenciatura de 3 anos (Bachelor) que são lecionados em Inglês ou Francês. A Les Roches - Global Hospitality Education é uma das Melhores Escolas de Hospitality do Mundo com oferta de programas de licenciatura, pós-graduação, mestrado e MBA. Sediada nos Alpes Suíços, em Bluche, oferece aos seus alunos Campus em Espanha e na China, num ambiente perfeito e seguro de que combina o savoir faire clássico da educação Suíça com as excelentes oportunidades de vida que caracterizam o país. Atualmente, aproximadamente 60 companhias de topo visitam todos os semestres os Campus da Les Roches para ações de Recrutamento e 90% dos alunos graduados saem com ofertas de trabalho ou múltiplas escolhas laborais. Fundada em 1962, a Glion Institute of Higher Education é uma instituição de ensino privado, com uma oferta formativa com programas de licenciatura e pós-graduação nas áreas de hotelaria, turismo e gestão de eventos. Considerada entre o Top 3 das melhores escolas de Hospitality Management do Mundo, a Glion tem os seus campus na Suíça e em Londres, onde todos os anos recebe alunos de mais de 90 nacionalidades, um ambiente educacional multicultural único, que aliado a um ensino que combina a vertente académica com a prática, proporciona uma experiência internacional distinta que prepara os alunos para posições de topo nos prósperos setores da hotelaria, do turismo e dos serviços em todo o mundo. Que metodologia no domínio da formação e do ensino é que cada uma das mesmas aporta e de que forma é que procuram combinar o rigor académico com uma experiência profissional concreta? As Escolas Les Roches e Glion são consideradas

nestes setores. Queremos que sejam os melhores profissionais, mas também queremos que sejam excelentes pessoas, com capacidade de Criar, Inovar e Desenvolver equipas para oferecer a melhor experiência aos seus clientes.

PEDRO MARTINS

como a referência na Formação em Hotelaria. O savoir faire suíço destaca para a formação dos futuros Gestores de Hotéis, Resorts, Eventos, Marcas de Luxo, a fusão da parte prática com a parte teórica. Os alunos têm todos que passar por uma experiência prática simulada nos Campus que têm a sua continuidade efetiva respetivos estágios. Esta é uma das fórmulas para estarem preparados para entender a gestão e administração destes futuros negócios. Ambas as Escolas têm uma excelente reputação junto da Indústria Hoteleira Internacional (Top 3 a nível Mundial), fundamental para a colocação dos alunos em Estágios nos grupos hoteleiros internacionais e empresas do setor, um pouco por todo o mundo. Uma vez terminados os cursos, os alunos têm uma empregabilidade de 98%, no momento das suas graduações. No caso da École Alain Ducasse destaque para o facto de a Hotelaria estar para a Suíça, como a Art Culinary para a França. Diz-se que a base da arte culinária é a cozinha francesa. O prestigiado Alain Ducasse, chef com mais estrelas Michelin, começou por dar formação exclusiva a profissionais de Cozinha. Com o tempo, foi brindando esta oportunidade a estudantes e amantes desta arte. A metodologia, passa pela imersão destes alunos num centro exclusivo em Paris e na École Superieur de Patisserie de Yssingeaux na Região francesa de Auvergne. Os programas são ministrados por profissionais altamente qualificados, através de um acompanhamento personalizado. A maioria destes programas implica a realização de estágios profissionais em estabelecimentos de prestígio. Tanto em Hospitality como na Art Culinary, estamos a prestar um serviço ao Cliente e a missão das Escolas é destacar os soft skills dos futuros profissionais que vão desempenhar funções de liderança

Vivemos atualmente um momento excecional provocado pela pandemia de Covid-19. De que forma é que se viram obrigados a adaptar a estes novos tempos e realidade? Como a maioria das instituições de ensino, fomos obrigados a fechar as nossas Escolas por todo o mundo. Primeiro o Campus da Les Roches Shanghai depois os Campus da Glion e da Les Roches em Montreaux, Bulle e Bluche (Suíça). Mais tarde o Campus Les Roches Marbella e à posteriori o Glion Londres. A prioridade era dar continuidade aos estudos e manter os alunos focados na sua formação. O processo foi extremamente desafiante, porque os nossos cursos, nos primeiros semestres de aulas, são muito operacionais (que implica uma formação face to face durante todo o dia, nas áreas de F&B, Kitchen, Rooms Divison, Housekeeping). Por outro lado, todas as outras matérias foram adaptadas para o formato online. Ao mesmo tempo, desenvolvemos uma série de programas específicos relacionados com a identificação, performance e soluções em tempos de Crise! Aproveitando a conjuntura, oferecemos estes Cursos a todos os alunos das licenciaturas até ao nível de Masters. Por exemplo em relação aos estágios, muitos dos alunos tiveram de regressar aos seus países de origem e 30% continuaram nos destinos que não tinham fechado. Atualmente, já temos datas definidas para que todos os alunos regressem aos nossos Campus (finais de julho), para retornar a “processo “académico e mais adiante, em função das reaberturas da Indústria, começarem paulatinamente os seus estágios. De que forma é que a Educação poderá vir a sofrer mudanças com o novo paradigma em que vivemos causado pela pandemia? Estão preparados para responder a este desafio e promover uma comunicação e educação positiva para um vindouro novo? A sociedade está em pleno processo de transformação e a educação deve acompanhar este processo. No nosso caso, a indústria hoteleira e o turismo como setores dinâmicos, servem de linha de orientação para a evolução da nossa Formação Para dar alguns exemplos, e seguindo as tendências do mercado, nos últimos dois anos criámos uma série de especializações ao nível dos Masters


Que estratégias foram assumidas no sentido de contornar as dificuldades provocadas pela pandemia? A aposta total na formação online, tal como referi numa das questões anteriores e o apoio incondicional aos nossos estudantes que ficaram retidos nos nossos campus em todo o mundo. Quais são os principais desafios que os espaços que lidera terão para o futuro? As escolas Les Roches e Glion oferecem duas

convocatórias por ano (uma em fevereiro e outra em setembro). As Escolas Ducasse quatro intakes anuais. Temos atualmente aproximadamente 5000 alunos entre os vários Campus provenientes de mais de 100 Países. Curiosamente, ao nível da comunidade estudantil, houve uma adaptação muito rápida à nova realidade durante os vários processos da Pandemia. Até agora houve um excelente espírito de compreensão, assimilação, fraternidade e companheirismo entre os alunos desta comunidade Internacional, com muita vontade de regressarem o mais depressa possível às suas vidas académicas “normais”. Seguindo a orientação dos vários organismos oficiais de saúde dos países onde estamos sediados, estamos preparados com novas medidas de Higiene e Reorganização dos espaços sociais e académicos dos nossos Campus. O Regime de FullBoard das nossas residências, obriga a um rigor diário no dia a dia da vida dos alunos, professores e staff das escolas. Esta dinâmica, vai ajudar a reforçar e pôr em prática uma série de medidas de segurança, higienização e distância física. Que mensagem lhe aprazaria deixar a todos os leitores da nossa edição sobre este novo mundo em que vivemos? Antes da pandemia, a World Travel and Tourism Council estimava que 1/10 pessoas trabalhavam na indústria Hoteleira/Turismo o que significava aproximadamente 330 milhões de empregos, a tendência apontava que nos próximos 10 anos passasse para 1/9 (mais 80 milhões de novas oportunidades laborais), representando atualmente

10,2% do PIB Mundial. Entendemos que a dinâmica empresarial relacionada com um dos setores económicos mais importantes do Mundo não vai abandonar o investimento que se fez, e o que se vai realizar em muitos fundos de Investimento. Nos últimos anos temos vindo a notar especial interesse da Indústria do Luxo pelo perfil do aluno de Hotelaria (encaixa perfeitamente na gestão de recursos humanos, gestão de Sales & Marketing, Estratégia Financeira e, principalmente, na gestão da Atenção ao Cliente). Por outro lado, a tendência do empreendedorismo tornou-se efetivamente uma realidade, por exemplo nas nossas instituições aproximadamente 30% dos alumni preferem criar as suas empresas, preenchendo desta forma os gaps que se vão encontrando na resposta das necessidades dos clientes. Estas faixas de alunos têm-se assumido como verdadeiros trendsetters ao desenvolver outras formas e modelos de negócio. Por outro lado, é certo que o mercado laboral se tornou cada vez mais competitivo e nesta Indústria não há exceções. Temos notado mais procura dos nossos alunos para assumirem projetos internacionais, um pouco por todos as áreas. O renome e prestígio das Escolas junto da Indústria Hoteleira Internacional representa uma mais valia para os alunos Glion, Les Roches e Ducasse no momento de acederem aos grandes grupos Hoteleiros e empresas em todo o mundo. Outro ponto forte é a o volume de antigos alunos de ambas as Instituições, que representa um networking de mais de 25.000 pessoas no setor, espalhados por mais de 130 países. ▪

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de Hospitality (Entrepreneurship and Innovation; Real State Finance and Hotel Development, Luxury Management and Guest Experience, Marketing for Luxury Tourism e mais recemente, Hospitality Strategy and Digital Transformation). O perfil dos nossos alunos de Hospitality é também cada vez mais exigente! São os próprios alunos que muitas vezes nos abordam, procurando um modelo de educação com o qual se sentem mais identificados. O facto de serem jovens mais viajados, com mais inquietudes, mais horizontes e novas ideias, leva-os a procurar um projeto de educação Global, mais ambicioso que lhes proporcione acesso direto às empresas do setor mais atrativas do Planeta. Queremos identificar este perfil e investir nestes talentos. Acho que o melhor investimento que se pode fazer é na Educação e na Formação contínua. Atualmente, temos alguns gestores e diretores de Hotéis, que procuram os nossos programas Executive de forma a criar valor nos seus CV’s e dar o tão desejado salto para outra dimensão profissional.


» COVID – 19 – ESTRATÉGIAS E DESAFIOS DAS MARCAS E ORGANIZAÇÕES

“QUEREMOS CONTINUAR A SER UMA EMPRESA DE REFERÊNCIA NO MERCADO NACIONAL" PONTOS DE VISTA

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Aniss Juma, Diretor Geral de Lisboa da All Ways Cargo Portugal, conversou com a Revista Pontos de Vista sobre como a marca tem lidado com as dificuldades provocadas pela pandemia Covid-19, e assegurou que o principal desafio nesta fase, será “o de nos posicionarmos como uma empresa de referência no mercado nacional”.

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ALL WAYS CARGO PORTUGAL é hoje um dos principais players no domínio do mar e outros, sendo um prestigiado elemento deste setor que tem vindo a perpetuar uma dinâmica positiva e de qualidade no setor. No sentido de contextualizar, como tem vindo a ser realizado este périplo da marca no sentido de aportar valor ao mercado? A empresa tem desenvolvido nos seus 27 anos de existência uma aposta forte na diversificação dos mercados internacionais em várias áreas geográficas o que nos permitiu um crescimento sustentado durante estes anos. Nos serviços que prestamos, lideramos no produto de importação e exportação do extremo oriente, seja no transporte de cargas consolidadas (grupagem), seja no produto do contentor

completo em que movimentamos 37.000 teus/ anuais com serviços semanais diretos aos portos nacionais, assim como saídas diretas para o mercado norte-Americano e para países do Maghreb, mercados importantíssimos para a indústria Portuguesa, Somos também agentes IATA desde 1995 e também um dos líderes de mercado de carga aérea nesta área de negócio permitindo uma solução “one stop shop” aos nossos clientes De que forma é que a ALL WAYS CARGO PORTUGAL lidou e lida com o atual panorama nacional provocado pela pandemia Covid-19? Que medidas foram obrigados a colocar em prática? Face a uma crise global sem precedentes na história moderna, a logística obviamen-

te que foi afetada pelo súbito confinamento e, no limite, pela necessidade de layoff dos colaboradores de muitas empresas nacionais assim como nas grandes multinacionais com quem trabalhamos. No nosso grupo de empresas, felizmente, não tivemos de recorrer ao layoff e assim esperamos continuar. No mercado da importação é notório um abrandamento, mais visível no mês de Maio dado a inércia económica nesta área de negócio, mas estamos convictos de que a retoma será possível ainda este ano, e consolidar-se-á em 2021. Mas, por outro lado, muitos dos nossos clientes ligadas à área da saúde, contrataram os nossos serviços para transporte urgente de material de proteção para o combate ao Covid-19 tendo sido fretados vários aviões da China para Portugal e para outros paí-


No âmbito do vosso setor, sente que as dificuldades provocadas pela pandemia irão provocar uma espécie de seleção entre empresas e organizações do setor onde apenas sobreviverão os melhores? As crises do século XX e as já deste século XXI demonstraram-nos que a seleção das empresas é inevitável e assim será certamente durante esta nova pandemia, no entanto o mercado dos transportes internacionais abrigará sempre os pequenos, médios e grandes operadores logísticos no futuro. Existirão novas fusões e aquisições em 2021 e surgirão novas empresas no mercado nacional e internacional, substituindo algumas que certamente cessarão a sua atividade. O importante será mesmo mantermos a capacidade de nos ajustarmos e de nos reinventarmos, ao sabor da exigência dos mercados nacionais e internacionais com o lado a lado com a utilização de ferramentas tecnológicas que terão de estar sempre atualizadas. Em todo este panorama, além dos clientes, é vital que o corpo de recursos humanos da marca não seja esquecido. Neste domínio, que medidas e metodologias utiliza a marca neste cenário da Covid-19 para proteger os seus trabalhadores? As empresas do grupo, iniciaram a 17 de março

o confinamento dos seus trabalhadores, tendo providenciado as condições e soluções informáticas necessárias no início de março para a eventualidade do tele trabalho, o que veio a ocorrer. Iremos iniciar na segunda quinzena de junho o regresso de 50% dos nossos colaboradores com turnos quinzenais, providenciando entre a substituição das duas equipas uma desinfestação dos nossos escritórios. Por outro lado iremos na 1a semana de Junho providenciar os testes serológicos a todos os funcionários de modo a termos uma visão global e podermos assim implementar uma estratégia laboral adequada, no regresso à atividade laboral. Além de diverso material de protecção que adquirimos e cedemos aos nossos colaboradores, criamos soluções caso a caso de modo a evitar a utilização dos transportes públicos, que receamos sejam uma fonte de contágio. Que desafios tem a marca para o futuro? O que podemos continuar a esperar da vossa parte? Conforme comunicamos ao mercado, o nosso grupo foi adquirido parcialmente pelo Grupo Alonso, maior operador logístico espanhol e um dos 10 maiores europeus em Novembro de 2019, tornando-se a principal referência ibérica na atividade transitária. Com escritórios próprios na Asia e América latina, estamos a trabalhar em conjunto para reforçar parcerias em muitos tráfegos e na extensão para Portugal das plataformas de logística ferroviária de modo a oferecer soluções ao mercado ibérico de um modo mais eficaz, económico e sustentável em termos ambientais. Os nossos clientes e parceiros continuarão a contar com o nosso compromisso na prestação de um serviço de qualidade, só possível com equipas como a nossa, com um elevado grau de conhecimento técnico aliado a uma grande capacidade de destreza para movimentar vários tipos de carga nas mais diversas áreas do transporte internacional. ▪

ses da Europa em Abril e Maio o que nos ajudou a equilibrar o volume de negócio. Estamos presentemente a trabalhar noutros fretamentos para o continente Africano assim como para alguns mercados na América do Sul, dada a evolução previsível da pandemia nestes continentes e a extrema necessidade de equipamentos e material médico. Não querendo fazer futurologia, mas que impacto tem o atual panorama no vosso volume de negócios e no relacionamento com o mercado nacional e internacional? Temos a convicção de que a partir do segundo semestre iremos assistir a uma redução no volume de negócio, dado o timing e a evolução futura internacional, no entanto estamos confiantes de que não havendo uma segunda vaga, os mercados tenderão a estabilizar ainda este ano. Começa a ser o momento de reiniciar empresas de começar a avançar

Rua Conselheiro Lopo Vaz, Lote AB, Esc. S 1800-142 - Lisboa - Portugal www.allwayscargo.pt

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paulatinamente. Neste sentido, quais são os desafios do setor no contexto da Covid-19? O principal desafio nesta fase será o de nos posicionarmos como uma empresa de referência no mercado nacional e também mantermos a base dos clientes existentes. É ainda necessária uma atenção redobrada na área financeira dado o fecho previsível de algumas empresas no mercado. Contamos com uma equipa experiente, com antiguidades médias acima de 15 anos mas ainda assim uma equipa muito jovem, que têm sido a principal razão do nosso sucesso junto aos nossos clientes, trazendo a estabilidade e confiança necessária numa atividade tão sensível e importante como a nossa.


» COVID – 19 – ESTRATÉGIAS DE DESAFIOS DAS MARCAS E ORGANIZAÇÕES

LEONOR FREITAS

CASA ERMELINDA FREITAS E OS IMPACTOS DE COVID-19 NO SETOR

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A pandemia de Covid-19 trouxe inúmeras mudanças a nível mundial e em todos os setores. A vertente vitivinícola não «escapou» a esse cenário, tendo sido obrigada, também ela, a adaptar-se a e procurar novas metodologias e dinâmicas. Leonor Freitas, Sócia Gerente da Casa Ermelinda Freitas, não sabe o que o futuro reserva, mas acredita que «até ao lavar dos cestos é vindima» e por isso sente-se otimista no futuro.

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omo tem estado a decorrer a venda e exportação da produção de vinhos? a escoação do produto está a decorrer de modo normal ou decaiu? A Covid-19 trouxe alterações a todos os setores, e no setor do vinho também não podemos dizer que está tudo igual como estava antes. Vamos continuando a laborar e vendendo sobretudo os vinhos mais económicos, reforçando que felizmente o vinho ainda é um produto onde existe procura e consumo. A Casa Ermelinda Freitas, gerência e colaboradores continuam unidos para nos mantermos a trabalhar agradecendo assim aos consumidores a ajuda que tem dado ao adquirir os nossos vinhos. Em caso de prejuizo, já contabilizam alguns dados? Neste momento a minha grande preocupação é a saúde dos nossos colaboradores, bem como tomar todas as medidas para que cada um dos mesmos seja um agente de saúde, pois queremos continuar a laborar. Depois logo farei outros levantamentos e recolha de dados.

No caso da produção não estar a ser escoada consoante as previsões, já têm algum planeamento de como fazer esse escoamento para o mercado, através de campanhas? Por enquanto temos de agradecer aos consumidores que nos tem ajudado a ir escoando o que se vai laborando, bem como a preferência pelos vinhos da Casa Ermelinda Freitas, enquanto isto acontecer iremos manter a nossa estratégia. Têm previsão em relação à nova colheita de 2020, quer no número de trabalhadores que vão conseguir reunir, quer também no seu futuro escoamento? Ainda é muito cedo pois neste setor sempre se diz que até ao lavar dos cestos é vindima. No fundo isto quer dizer que cada dia vai ser um dia pois ainda temos muitos dias pela frente de sol, calor e chuva até por as uvas na adega. O que se prevê perante os acontecimentos atuais, é que vai ser uma colheita normal e nada mais consigo antecipar pois o futuro ninguém o sabe. ▪


COVID – 19 – ESTRATÉGIAS DE DESAFIOS DAS MARCAS E ORGANIZAÇÕES

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CASA ERMELINDA FREITAS E IPS JUNTOS NA PRODUÇÃO DE ÁLCOOL GEL E VISEIRAS Projeto de fabrico de 6000 litros de álcool gel está a ser desenvolvido nas instalações da empresa vitivinícola.

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ser solidários e com um pequeno gesto ser uma grande mudança e ajuda para a vida das pessoas e instituições. A adaptação apenas foi possível juntando, vontade, produto e o saber de uma instituição superior com é o Instituto Politécnico de Setúbal. Tudo é possível e tudo é fácil quando queremos ajudar o próximo. A Casa Ermelinda Freitas está preocupada com o que se passa com a saudade e economia da sociedade em Portugal e no mundo. Mas temos imensa alegria em pensar que é possível e termos a possibilidade de podermos ajudar aqueles que tanto precisam desta ajuda. Também dizer que tivemos imensa preocupação que cada funcionário nosso fosse um agente de saúde, dando formação para poderem agir como tal, podendo assim também passar a quem lhe rodeia toda esta responsabilidade. Estou preocupada com a economia, mas muito mais preocupada com as pessoas. Quando estivermos bem lutaremos pela economia agora vamos lutar pelas pessoas. Necessidade desse produto, pode ser uma nova linha de laboração para a empresa? Quanto a ser uma nova linha de laboração, nunca será. Não é a nossa área fazer Álcool Gel foi feito por uma necessidade sentida de responsabilidade social, dando à mesma um produto que muita falta fazia tendo. O foco principal da Casa Ermelinda Freitas é fazer sempre os melhores vinhos, ao melhor preço para poder satisfazer os seus consumidores. ▪

41 JUNHO 2020

Casa Ermelinda Freitas está numa parceria com o ips para a produção litros de álcool gel. como está a decorrer esse processo e, tendo em conta que a pandemia ainda pode vir a durar bastantes meses? Nesta iniciativa, o Instituto Politécnico de Setúbal (IPS) foi responsável pelo desenvolvimento tecnológico, com os seus docentes a criarem a solução antisséptica. “É um trabalho de grande colaboração com o IPS, de que me orgulho muito, porque nesta fase as preocupações devem estar centradas, nas pessoas, depois nas pessoas, e ainda nas pessoas” diz Leonor Freitas, gerente da empresa. A produção deste álcool gel vai ser distribuída em hospitais e IPSS do distrito, bem. como por agentes de proteção civil e estabelecimentos prisionais. A Casa Ermelinda Freitas apoiou também a produção de 2500 viseiras de proteção individual, igualmente em articulação com o Politécnico de Setúbal. Leonor Freitas, como surgiu esta ideia de produzir Álcool Gel e Viseiras? A ideia de produzir Álcool Gel, nasce da necessidade que a Casa Ermelinda Freitas sentia que havia na sociedade e no mercado devido à grande procura de álcool gel, nos próprios tínhamos dificuldades em adquirir e o que encontrávamos estava com um preço muito alto. Leonor Freitas sentiu também grande necessidade de colaborar com as instituições mais desfavorecidas, lares, prisões, e outras instituições carenciadas de idosos que não conseguiam ter acesso. Mãos à obra e temos o álcool, mas não sabemos como fazer o gel... Nesta altura de dilema o presidente do Instituto Politécnico de Setúbal telefona para Leonor Freitas e pergunta se tinha álcool para dispensar para poderem fazer gel pois sabiam como fazer mas não tinham o álcool necessário. O Instituto Politécnico de Setúbal forneceu todo o seu conhecimento e parte química para o processo de conceção, a Vinisol vendeu o álcool a preço muito barato, tendo sido assim possível criar esta conjugação de esforços que permitiram uma grande aprendizagem em prol da nossa sociedade podendo assim ajudar todos os que necessitam. Assim nasce a iniciativa que juntou três entidades Casa Ermelinda Freitas, Vinisol, e IPS e sem todo esta envolvência não seria possível fazer os 6.000L de álcool gel. As viseiras foi porque o IPS estava a fazer as mesmas e necessitava de mais alguns recursos, a Casa Ermelinda Freitas deu um donativo para ajudar a aumentar a produção, existindo também mais empresas na região a contribuir para esta causa. A Casa Ermelinda Freitas, vai dar uma viseira a cada funcionário da empresa, queremos proteger os nossos colaboradores Não há dúvida que juntando vontades, saberes, colaboradores podemos


» COVID – 19 – ESTRATÉGIAS DE DESAFIOS DAS MARCAS E ORGANIZAÇÕES

"OS NOSSOS CLIENTES CONTINUARÃO A PODER ESPERAR DOS SIMAS UM SERVIÇO SEMPRE DISPONÍVEL" Os SIMAS de Oeiras e Amadora são, cada vez mais, uma das mais prestigiadas entidades a nível nacional, perpetuando um serviço de excelência em prol das populações e comunidades que serve. A Revista Pontos de Vista esteve à conversa com Alfredo Romano Castro, Diretor Delegado da instituição, que abordou como a marca se manteve e mantém firme numa fase difícil, como aquela que assolou o mundo, fruto da pandemia Covid-19, tendo assegurado que, “Os SIMAS de Oeiras e Amadora, enquanto organização, demonstraram uma resiliência notável e uma capacidade de adaptação e de resposta que tem vindo a permitir ultrapassar os desafios que quotidianamente nos são colocados”.

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obejamente conhecidos e reconhecidos, os SIMAS de Oeiras e Amadora assumem-se como uma entidade de excelência nos serviços prestados, tendo sempre como foco a satisfação do cliente. De que forma é que a marca tem vindo a perpetuar esta dinâmica e esta filosofia? Os SIMAS de Oeiras e Amadora são uma instituição profundamente enraizada nos dois concelhos que servem. Este ano assinalamos 93 anos de história e, nesta medida, somos uma organização que assistiu e participou no desenvolvimento económico e social de Oeiras e da Amadora. Claro que em 93 anos quase tudo mudou. Todavia existem dois fatores que se mantêm perenes neste percurso. “Qualidade” e “Confiança”. Ao longo desta longa história, que seguramente conheceu avanços e recuos, os SIMAS são sinónimo de elevada qualidade nos serviços que prestam e essa qualidade traduz-se numa relação de forte confiança entre a instituição e a comunidade.

PONTOS DE VISTA

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Os SIMAS assentam num modelo organizacional de gestão focado na otimização de resultados, com vista a potenciar os recursos humanos e tecnológicos, de forma a criar valor acrescentado para os clientes e municípios envolvidos. De que forma funciona este modelo? Somos uma organização com 450 colaboradores que serve uma população de cerca de 380.000 pessoas. Com os movimentos pendulares nos dois territórios serão perto de 500.000 consumidores que diariamente beneficiam da água de qualidade que chega através da torneira. Esta missão aparentemente simples, tem a montante um conjunto complexo de processos e procedimentos que conjugados permitem um output final de qualidade. Sabemos que as Pessoas, sendo totalmente necessárias são quase sempre insuficientes. Também sabemos que a tecnologia, sendo totalmente insuficiente, é absolutamente necessária. E com certeza que na interação entre as pessoas e tecnologias residem processos de trabalho que são, afinal, o conjunto de ações que se desencadeiam para produzir resultados. O nosso modelo assenta num sistema orgânico concebido para articular de forma adequada esta perspetiva tridimensional composta por “Pessoas” - “Processos” - “Tecnologia”, valorizando cada um destes elementos e as

suas interações. É nesta linha que atuamos, que estruturamos a Organização e que procuramos a melhoria todos os dias.

ALFREDO ROMANO CASTRO

"ACREDITAMOS QUE NESTES PROCESSOS, COMO NOUTROS DE IGUAL CRITICIDADE, ALIAR O PLANEAMENTO À CAPACIDADE DE EXECUÇÃO AUMENTA A PROBABILIDADE DE AS COISAS CORRERAM BEM. E HOJE PODEMOS EFETIVAMENTE AFIRMAR, COM ORGULHO, QUE AS COISAS CORRERAM BEM"

Vivemos atualmente um momento excecional provocado pela pandemia do Covid-19. De que forma é que se viram «obrigados» a adaptar a estes novos tempos e realidade? O fato de os SIMAS serem prestadores de um serviço imprescindível para as populações leva-nos a manter permanentemente uma forte capacidade de adaptação. Por esse motivo acompanhámos de forma atenta o processo pandémico, mesmo antes de se registar o primeiro caso em Portugal. E para além de atentos preparámo-nos atempadamente para garantir uma resposta adequada, atendendo ao duplo papel que assumimos neste processo: por um lado, uma entidade que viria a garantir a continuidade da prestação de serviços à população, nunca diminuindo a capacidade de resposta; por outro lado, enquanto entidade empregadora, responsável pela preservação da saúde e do bem-estar dos colaboradores. Na qualidade do serviço, mantivemos todos os procedimentos que garantem a excelência da qualidade da água e garantimos sempre uma capacidade operacional de intervenção na via pública. A principal adaptação neste domínio passou pelo direcionamento do sistema de atendimento reforçando os canais telefónico e digital, embora tenhamos sempre mantido os atendimentos presenciais, agora sujeitos a marcação prévia. Na preservação da saúde dos colaboradores e nas rotinas diárias internas verificaram-se algumas adaptações. Todas as funções passíveis de serem desempenhadas em teletrabalho transitaram para essa modalidade num curtíssimo período. Foi um processo muito bem planeado e executado que permitiu que, não obstante a adaptação, se mantivesse o ritmo normal de trabalho, sem alterações no serviço prestado. Que impacto teve todo este novo cenário na vossa orgânica e como continuam a perpetuar os vossos serviços no sentido de continuar a servir bem o vosso cliente? O impacto é sobretudo de natureza psicossocial. Todo o processo pandémico alterou a forma de organização social. Foi um período monotemático. Durante mais de dois meses praticamente apenas se falou de Covid-19. As escolas fecharam, o país confinou-se, a incerteza tornou-se na única certeza no quotidiano dos portugueses


e esta circunstância de certa forma afetou-nos a todos enquanto sociedade. Ainda assim, os SIMAS de Oeiras e Amadora, enquanto organização, demonstraram uma resiliência notável e uma capacidade de adaptação e de resposta que tem vindo a permitir ultrapassar os desafios que quotidianamente nos são colocados. Continuamos a servir e a servir bem sobretudo porque toda a organização se revê num sentido de serviço público muito forte. Sabemos que somos portadores de uma missão importante e que vamos cumprir essa missão.

Como é que os SIMAS de Oeiras e da Amadora promoveram auxílio e apoio na proteção de todos? De diversas formas. Já referi o papel enquanto entidade empregadora e a responsabilidade que assumimos na preservação da saúde dos nossos colaboradores. Mas não nos ficámos por aí. Os SIMAS participaram na operacionalização de algumas estruturas logísticas, designadamente em infraestruturas de intervenção avançada de natureza hospitalar que foram montadas no concelho de Oeiras. Para a população, o Conselho de Administração aprovou moratórias relativas aos pagamentos vencidos. Temos consciência que muitas famílias foram afetadas nos seus rendimentos e respondemos a essa emergência social de forma efetiva. Em todo este panorama, além dos clientes e parceiros, é vital que o corpo de recursos humanos não seja esquecido. Neste domínio, que medidas e metodologias utiliza a marca neste cenário da Covid-19 para proteger os seus trabalhadores? A nossa atuação relativa aos recursos humanos é sempre estruturada, multidimensional e de grande abrangência. Todos os dias valorizamos as pessoas, seja através das políticas de promoção social, de formação, de segurança e de saúde no trabalho, desenvolvendo múltiplos programas e ações amplamente reconhecidos. Neste período específico sentimos a necessidade de reforçar diversas vertentes da política de RH. Procurámos manter as valências internas com algumas adaptações. Por exemplo, transitámos o apoio psicológico para um canal tele-

fónico. Concretizamos um modelo comunicacional que foi fundamental para a transmissão de informação chave aos trabalhadores, quer no domínio da promoção de comportamentos preventivos, quer no que diz respeito à própria gestão da situação. Definimos e divulgamos intensamente procedimentos de atuação claros e objetivos e criámos uma linha de comunicação específica para temáticas relacionadas com o fenómeno pandémico. Foi um trabalho executado por uma equipa de gestão de crise que se traduziu na implementação de dezenas de medidas e na geração de centenas de respostas que, na globalidade, permitiram uma aplicação harmonizada da resposta que tínhamos planeado. Protegemos os colaboradores, cientes que apenas dessa forma protegeríamos os clientes e o serviço que prestamos. A Responsabilidade Social das grandes marcas, como os SIMAS de Oeiras e da Amadora, é essencial, principalmente neste novo panorama em que vivemos. Assim, de que forma é os SIMAS foram sensíveis às dificuldades, por exemplo, que muitas famílias tiveram para liquidar as suas contas relativas ao consumo de água? Há muito que disponibilizamos respostas sociais às famílias. Os SIMAS disponibilizam há muitos anos uma tarifa social e uma tarifa familiar dirigida a famílias numerosas. Neste contexto respondemos prontamente com a implementação de moratórias para o pagamento de faturas, prorrogando automaticamente os prazos nas situações de incumprimento, independentemente da sua natureza. O que é que vai mudar daqui para a frente na vossa orgânica e estratégia, sabendo que hoje em dia vamos ter de viver a conviver com um vírus invisível e que pode ser letal? O posicionamento que tínhamos antes da crise pandémica, revelou-se eficaz. No fundo, estar preparado. Temos capital intelectual interno, massa critica que nos permite estar preparados para responder a cenários de incerteza. E iremos

estar cada vez mais preparados. É por isso que apostamos na valorização das pessoas, na sua formação e continuamos a alimentar uma perspetiva critica sobre os processos e sobre a organização interna. A gestão da incerteza e a gestão de crise são áreas que deverão ser desenvolvidas e densificadas no sentido de aportar capacidade analítica e de resposta a este mundo tão volátil, incerto, complexo e ambíguo em que vivemos. Não é um desafio pequeno. Mas é um desafio que iremos superar. Foram inúmeros os profissionais, de diversos setores, que estiveram na linha da frente no combate a esta pandemia. Neste sentido, que mensagem lhe aprazaria deixar a todos eles? Dizer que conhecemos e que reconhecemos o valor do trabalho realizado. Dizer que não nos esquecemos dos sacrifícios pessoais e familiares que os profissionais dos SIMAS assumiram, muitas vezes ao colocar em primeiro lugar o serviço público. Finalmente dizer-lhes que o seu trabalho, a sua dedicação, competência e entrega escreveram uma página notável na história dos SIMAS. Uma página na história, que ficará para a história, pelo exemplo de dedicação à causa publica. Quais são os grandes desafios dos SIMAS de Oeiras e da Amadora para 2020? O que podem os vossos clientes continuar a esperar da vossa parte? Os SIMAS irão continuar a laborar no sentido de cumprir o Plano de Atividades aprovado e tudo faremos para que seja um ano com bons níveis de execução. Relativamente à pandemia podemos afirmar que há muito que temos a estrutura estabilizada pelo continuaremos a efetuar uma gestão de crise ponderada, mas implacável no combate à pandemia. Os nossos clientes continuarão a poder esperar dos SIMAS um serviço sempre disponível, aberto à comunidade, que garantirá a distribuição de água de elevada qualidade a toda a população. É este o nosso compromisso há 93 anos. Podem continuar a contar connosco. ▪

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Nesta fase de pandemia, muitos serviços foram cessados, mas alguns, como o fornecimento de água, tiveram de continuar com a sua missão. Para que a água não tenha parado de correr, de que foram se adaptaram e criaram estratégias para que isso fosse sempre uma realidade, até porque estamos a falar de um recurso essencial para as populações? As estratégias dificilmente se criam em cima das crises. Efetivamente, como já referi, o fator chave foi estarmos preparados. A existência de um Plano de Segurança da Água que define um modelo de atuação em cenários de normalidade e em cenários de crise, o desenvolvimento atempado de um Plano de Contingência com uma execução impecável e uma monitorização diária e uma forte mobilização de toda a organização, permitiu agir de forma organizada e eficaz. Acreditamos que nestes processos, como noutros de igual criticidade, aliar o planeamento à capacidade de execução aumenta a probabilidade de as coisas correram bem. E hoje podemos efetivamente afirmar, com orgulho, que as coisas correram bem.

“OS SIMAS DISPONIBILIZAM HÁ MUITOS ANOS UMA TARIFA SOCIAL E UMA TARIFA FAMILIAR DIRIGIDA A FAMÍLIAS NUMEROSAS. NESTE CONTEXTO RESPONDEMOS PRONTAMENTE COM A IMPLEMENTAÇÃO DE MORATÓRIAS PARA O PAGAMENTO DE FATURAS, PRORROGANDO AUTOMATICAMENTE OS PRAZOS NAS SITUAÇÕES DE INCUMPRIMENTO, INDEPENDENTEMENTE DA SUA NATUREZA”


PONTOS DE VISTA NO FEMININO

“FALTA ACREDITAR!

ACREDITAR QUE É POSSÍVEL A IGUALDADE” Formada em Gestão de empresas, Susana Pontes, Managing Partner da SP REAL ESTATE & SP Investments, iniciou a sua carreira no setor imobiliário em 2004. Saiba mais do percurso da nossa entrevistada e conheça mais sobre o que é uma verdadeira liderança feminina.

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uando foi edificada a SP REAL ESTATE & SP Investments e de que forma é que a marca tem vindo a promover um papel de excelência, rigor e qualidade no mercado de atuação? A SP REAL ESTATE nasce em 2017 com o objetivo de prestar serviços de mediação imobiliária a clientes particulares e empresariais em todo o território nacional. Através de um background na área da gestão de empresas, contabilidade, marketing, jurídico e fiscalidade, a SP atrai investidores portugueses e estrangeiros, de pequena e grande dimensão, a investirem os seus capitais em imóveis que lhes podem trazer retorno. Sediada em Lisboa, no Business Center Latino Coelho 87, a SP colabora com o mercado nacional e ilhas. A concretização de negócios imobiliários com máxima rentabilidade é algo que faz parte do nosso ADN desde sempre. Os clientes proprietários que confiam os seus imóveis em exclusivo à SP, conhecem a forma transparente com que é planeado todo o processo de venda, desde a avaliação do preço, ao plano estratégico a implementar, ao apoio necessário a clientes de qualquer nacionalidade. A SP INVESTMENTS é uma marca da chancela SP, que surge com o propósito claro de servir clientes que estão a passar por situação mais frágeis, e procuram-nos para recorrer a serviços de consultoria jurídica ou fiscal. A libertação do imóvel é o tema principal desta unidade de negócio. Surge de casos como divórcios, partilhas e heranças e onde unimos todos os esforços na resolução de casos, onde o objetivo passa aconselhar os nossos clientes vendos os vários pontos de vista e com a total comodidade para todas as partes. Como exemplo podemos dar a venda de um prédio com cerca de 12 herdeiros que se encontravam nos quatro cantos do globo. A Equipa SP tratou de todo o processo para a concretização deste negócio.

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SUSANA PONTES

Quem é Susana Pontes e como e quando se deu início à carreira no mercado imobiliário? Que características acredita reunir que fazem de si uma verdadeira Líder? Susana Pontes, 39 anos, formada em Gestão de empresas, natural de Vila do Conde, iniciei o meu percurso no imobiliário em 2004, na gestão de ativos, fundos de investimento e retail. Uma das características que me define enquanto líder é sem dúvida a capacidade de esperar pelo momento certo. Tomar decisões que são importantes apenas podem ser tomadas depois


Abordando um pouco a atualidade, interessa compreender o impacto que a crise do coronavírus aportou ao mercado imobiliário em Portugal. Quais são, na sua opinião, os principais obstáculos que este novo panorama criou ao setor do imobiliário? Atualmente assistimos a um mercado global que foi obrigado a parar por uma questão de força maior e em Portugal não poderia ser exceção. Acreditamos que o novo desafio deste setor passa por compreender as novas necessidades do cliente comprador. Sabemos que o coronavírus ficará por mais um tempo e por esse motivo a compra de imóveis é selecionada de forma diferente. Hoje o cliente comprador olha a detalhes como a existência de terraço, quintal, piscina e periferia das cidades e o nosso papel de mediadores é conseguir detetar esses detalhes previamente com muito rigor. De que forma é que a SP REAL ESTATE & SP Investments se tem vindo a adaptar a este «novo mundo»? como procuram marcar a diferença e estar próximos dos clientes? Trabalhamos com a máxima segurança e com a dedicação de sempre. Em cada crise a SP REAL ESTATE & SP INVESTMENTS encontra novas soluções, novos parceiros e novas formas de estar no mercado. É a vantagem de sermos uma marca portuguesa, com uma forte capacidade de adaptação e representada por uma equipa capaz de acompanhar o processo de evolução. A desigualdade do género assume-se como

"AS MULHERES SÃO GERALMENTE MAIS ORGANIZADAS E SENSÍVEIS AO DETALHE. NO FINAL, UM BOM LÍDER TEM SEMPRE AGREGADO CARATERÍSTICAS INTRÍNSECAS À SUA PERSONALIDADE INDEPENDENTEMENTE DE SER HOMEM OU MULHER. NO MEU CASO ASSOCIO A POLIVALÊNCIA, A SIMPATIA, A FORÇA E SENSIBILIDADE. A NOSSA DETERMINAÇÃO “DETERMINA” RESULTADOS"

um obstáculo à evolução. Durante a sua carreira, alguma vez sentiu ou enfrentou obstáculos pelo simples facto de ser mulher? Se sim, como os ultrapassou? Sim, sem dúvida, a desigualdade de género é uma lacuna que se tem mantido.

Como mãe sei que as mais afetadas pela desigualdade são as mulheres com filhos menores que são penalizadas pela chamada “profissão maternidade”. Quando se trabalha em empresas internacionais com equipas multidisciplinares, a confiança no nosso trabalho é fator determinante para se afirmarem. Ao longo da minha carreira tenho feito esse trabalho de “desenvolvimento de confiança”, nos projetos que me envolvo. Sou apaixonada pela minha profissão e isso ajuda a quebrar barreiras. Liderança no Feminino ou Masculino ou ambas? Acredita que existe alguma diferença no estilo de liderança única e exclusivamente baseada no género? Ambas sem qualquer dúvida. Existem diferenças que se completam entre elas. Diferenças na forma como comunicam, como se relacionam e analisam o que está à sua volta. Acredito que nos dias de hoje exista a promoção da igualdade de género. Lido diariamente com mulheres líderes que são executivas e decisoras nas suas empresas. As mulheres são geralmente mais organizadas e sensíveis ao detalhe. No final, um bom líder tem sempre agregado caraterísticas intrínsecas à sua personalidade independentemente de ser homem ou mulher. No meu caso associo a polivalência, a simpatia, a força e sensibilidade. A nossa determinação “determina” resultados! O que falta, na sua opinião, para que a igualdade de oportunidades seja cada vez mais uma realidade? Falta ACREDITAR! Acreditar que é possível a igualdade. Acreditar que é possível vencer as barreiras psicossociais. Acreditar que é possível a integração e continuar a fazer o caminho ainda que a passo de caracol.▪

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de uma reflexão, pois quando assumo um compromisso, a última coisa que posso sentir é que está fora do meu alcance. Sou apaixonada pelo que faço e isso traduz-se num envolvimento e dedicação ímpar a cada cliente. Em resultado deste profissionalismo consigo algo muito raro neste setor, a fidelização do cliente.


PONTOS DE VISTA NO FEMININO

A ZAGOPE É HOJE UM EXEMPLO DE EMPRESA DE CONSTRUÇÃO EM QUE EXISTE UMA FORTE PRESENÇA FEMININA A Liderança Feminina começa, felizmente, a ser, cada vez mais, uma constante nas organizações e empresas, sendo este um cenário positivo, justo e correto. A Revista Pontos de Vista esteve à conversa com Margarida Damião Ferreira, General Counsel da ZAGOPE, empresa responsável pela operação do Grupo AG na Europa, África e Ásia, que nos deu a conhecer um pouco mais do seu percurso, assumindo que a empresa onde trabalha, a ZAGOPE, é hoje uma organização de construção em que existe uma forte presença feminina, devidamente valorizada e reconhecida.

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ZAGOPE é hoje um dos principais players no seu mercado de atuação, assumindo uma postura de rigor, excelência e qualidade na sua dinâmica. No sentido de contextualizar, de que forma é que a marca tem vindo a promover e a contribuir para o mercado e, consequentemente, para a satisfação do seu cliente? Num setor que passou uma década de crise em Portugal, como o da construção, foi muito importante a ZAGOPE ter-se mantido fiel à sua missão: somos uma empresa de construção de infraestruturas e de grandes projetos de engenharia e, como tal, não enveredámos por outros ramos do setor que, apesar de poderem representar bolsas de oxigénio em tempos de crise, ter-nos-iam desviado do nosso foco. Atualmente a ZAGOPE tem os seus objetivos bem determinados, sabe que empresa quer ser no futuro, e essa consciência e determinação potencializa a definição da melhor estratégia para o alcançar. Há uma forte aposta na qualidade técnica e na competência dos seus colaboradores, a gestão da empresa acredita muito na equipa que compõe hoje a ZAGOPE, no rigor e dedicação com que se empenha em todos os projetos em que se envolve. Temos muito orgulho na qualidade com que trabalhamos e é por esta qualidade que o cliente nos tem avaliado satisfatoriamente disso são bons exemplos as recentes adjudicações de obras públicas e particulares, dentro e fora de Portugal. Acredito também que a comunicação e promoção da “marca” no mercado se faz através do reconhecimento, por parte dos nossos clientes, desta competência e qualidade.

dades de advogados e a transferir-me para a empresa Cliente. Durante a minha emigração de quase dez anos em Moçambique, assumi ainda a Direcção Jurídica de uma outra grande empresa de construção, o que contribuiu para reunir as valências necessárias para assumir a posição numa empresa de referência como a Zagope, integrada num grupo internacionalmente reconhecido como é o grupo Andrade Gutierrez. Além das minhas funções enquanto General Counsel da Zagope, sou responsável também, desde janeiro de 2019, pela área de Compliance da empresa, a qual tem vindo a assumir, cada vez mais, um papel de destaque no mundo empresarial, ao nível global.

MARGARIDA DAMIÃO FERREIRA

“ALÉM DAS PESSOAS, É IMPORTANTE TER ESTRATÉGIA E SABER COMUNICAR. É FUNDAMENTAL ASSEGURAR UMA COMUNICAÇÃO CLARA, TANTO DOS OBJETIVOS COMO DA ESTRATÉGIA DEFINIDA PARA OS ALCANÇAR, DE FORMA A QUE TODOS RUMEM NO MESMO SENTIDO”

Quem é Margarida Damião Ferreira e de que forma é que nos pode dar a conhecer um pouco mais sobre o seu percurso profissional? Iniciei o meu percurso profissional como Advogada no departamento de Direito Público de uma das maiores sociedades de advogados do País, onde trabalhei

cerca de 8 anos, já nessa altura dedicada sobretudo à Contratação Pública. Com essa sociedade de advogados, emigrei para Moçambique, onde assessorei a negociação e contratação, pelo Governo Moçambicano, da primeira grande Concessão Rodoviária do país, projeto que, na altura, me convenceu a abandonar o mundo das socie-

Assumindo atualmente a função de General Counsel da ZAGOPE, empresa responsável pela operação do Grupo AG na Europa, África e Ásia, assume uma posição de liderança. Que características indicaria como sendo fundamentais para um líder e gestor de pessoas? Se não houver, por parte do gestor, a consciência de que o trabalho e o resultado da empresa são feitos pelas pessoas que gere, não haverá uma boa liderança de pessoas, projetos ou empresas. As pessoas são o motor das empresas, a ZAGOPE sabe-o e, tendo passado por uma grande reestruturação há uns anos, teve a preocupação de reter os melhores talentos. É importante ter a pessoa certa no lugar certo para que possa dar o seu melhor. Sou fã deste lema. Pessoas nas mesmas posições não têm de desempenhar necessariamente as mesmas funções e pessoas com as mesmas funções não as têm de desempenhar da mesma forma. O papel pode ser mais ou menos forte consoante


Que mais valias aporta aos seus grupos de trabalho com o seu estilo de liderança e quais são as principais caraterísticas desse estilo? Acredito que tudo se faz, é quase um dogma de vida. Não há nada que não se faça. Por isso, consigo manter e incutir calma nas situações de maior pressão. Sou, sem dúvida, exigente, a minha equipa sabe disso e responde bem a essa exigência. Apontam-me assertividade e foco, como características principais. Procuro não perder tempo com obstáculos, privilegiando a procura da solução. Tento ao máximo incutir uma visão prática das questões jurídicas, em benefício do negócio. Confio na equipa e dou autonomia a cada um para organizar o seu trabalho, mas apesar de dar importância ao resultado objetivo, tento não me distanciar muito e acompanho de perto o desenvolvimento dos assuntos. Procuro estimular o desenvolvimento profissional de cada um e ter sensibilidade para lidar com cada membro da equipa, tentando respeitar ao máximo o seu Work/ Life Balance. A ZAGOPE tem operação em

mercados de presença tradicional Portuguesa, como sejam Angola e Moçambique, mas também em mercados tão culturalmente distintos do nosso, como sejam os do Líbano, Argélia, Gana ou Senegal. Para conseguirmos atuar em mercados e jurisdições tão díspares, a empresa precisa, sobretudo, de saber adaptar-se aos diferentes contextos e linguagens para melhor enquadrar a operação em cada mercado. Isto leva-nos a uma constante aprendizagem, enquanto empresa e enquanto profissionais, pelo que uma das coisas em que insisto muito é na necessiConfio dade de saber ouvir, na equipa e dou para que a minha autonomia a cada um para equipa receba e compreenda a organizar o seu trabalho, mas mensagem de apesar de dar importância ao quem está nos resultado objetivo, tento não mercados e preme distanciar muito e cisa do nosso acompanho de perto o apoio na ponta da desenvolvimento dos operação. Só assim assuntos conseguimos ser eficazes no trabalho que fazemos remotamente para geografias tão distintas. A ZAGOPE, como empresa Portuguesa presente em três continendade é que é hoje uma exceção, já tes diferentes, tem feito um trabaque uma grande parte dos cursos lho extraordinário a este nível. universitários são de frequência feminina e masculina muito equiliComo é trabalhar numa área brada, pelo que não há, atualmenque é composta, maioritariate, áreas de estudo ou setores de mente, por homens? Isso obrigatrabalho exclusivamente masculi-a a ser mais atenta e focada? nas, como também já não existem Não é a convivência com homens profissões tipicamente femininas. que obriga a maior atenção ou A ZAGOPE é hoje um exemplo de foco, acho até que há muitas vanempresa de construção em que tagens em ser uma mulher entre existe uma forte presença feminihomens, na medida em que há na, devidamente valorizada e recomuitas vezes curiosidade, e talvez nhecida. um respeito acrescido, pelo ponto de vista da mulher que, naturalO que se poderá esperar da ZAmente, pode (ou não) ser diferente GOPE na “construção do futuro” e da dos homens em determinadas no “futuro da construção”? matérias. Da atuação da ZAGOPE, em qualAcredito que, cada vez mais, se quer mercado, poder-se-á esperar encara a presença feminina em muita persistência na entrega de qualquer área e setor com naturatrabalho com qualidade e total lidade, já não há “áreas masculinas”. dedicação dos seus profissionais Apesar de Engenharia ser ainda aos projetos que lhe forem confiaum curso universitário de escolha dos pelos Clientes. maioritariamente masculina, a ver-

Para o futuro da construção, a ZAGOPE procura, acima de tudo, contribuir com excelência técnica e inovar nas melhores práticas do setor. Para a construção do futuro, a ZAGOPE tem uma cada vez maior preocupação com a sustentabilidade dos projetos em que participa. Nos países em desenvolvimento, por exemplo, através da priorização de projetos que possibilitam a acessibilidade a regiões muitas vezes isoladas e que assim potencializam o respetivo desenvolvimento socio - económico ou através da seleção de projetos que se revelam essenciais ao nível do saneamento básico de populações inteiras. Nos países ditos maduros, mediante a participação em projetos integrados em políticas públicas promotoras da designada economia circular ou através da constante atualização de métodos e processos construtivos cada vez mais eficientes ao nível da utilização de recursos. Acreditamos estar a fazer o que de melhor se faz na área da construção em Portugal e nas demais geografias em que atuamos. ▪

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a interpretação do ator, pelo que gosto de pensar que cada um tem uma forma diferente de assumir a sua posição numa empresa e esta só ganha se aprender a lidar com a diversidade de perfis e a valorizar o que essa diversidade lhe agrega. Um bom gestor tem de perceber onde e como pode um colaborador agregar mais valor, mas também tem de saber reconhecer quando um colaborador não se enquadra no espírito da empresa. Além das pessoas, é importante ter estratégia e saber comunicar. É fundamental assegurar uma comunicação clara, tanto dos objetivos como da estratégia definida para os alcançar, de forma a que todos rumem no mesmo sentido. Pessoas certas no lugar certo, quando bem orientadas, são capazes dos maiores feitos.


PONTOS DE VISTA NO FEMININO

“NUM MUNDO TÃO COMPLEXO, AJUDAMOS A SIMPLIFICAR A VIDA DOS NOSSOS CLIENTES” Não acredita que o género para uma liderança positiva e forte seja importante, até porque o importante numa boa liderança é o justo equilíbrio entre qualidades humanas, emocionais e intelectuais. Conversamos com Mariana Veríssimo, Country Leader da TMF Portugal, que nos deu a conhecer o seu percurso e as valias da marca TMF, que tem como principal filosofia “ajudar a simplificar a vida dos nossos clientes”.

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uando foi edificada a TMF Group e como é que a marca tem assumido um crescimento e contributo ao mercado através de pilares como a qualidade e excelência? A TMF Group foi fundada na Holanda em 1988. Hoje opera a partir de 125 escritórios em 83 países e emprega cerca de 7800 especialistas em contabilidade, payroll, fiscalidade, juristas, corporate secretaries, entre outros. Este crescimento só foi possível pela confiança ganha ao longo dos anos nos serviços de qualidade prestados pela TMF. Temos um foco único, num mercado global. Quem é Mariana Veríssimo enquanto profissional e o que nos pode contar sobre o seu percurso profissional? Iniciei o meu percurso profissional em Lisboa, como advogada estagiária numa sociedade de advogados internacional. Em 2007 juntei-me ao meu Pai (também advogado) e em 2008 o meu marido recebeu uma proposta para ir trabalhar para o Luxemburgo e lá fomos. Aí trabalhei oito anos num prestador de serviços concorrente da TMF, onde acabei a co-dirigir a equipa dedicada a clientes LATAM e Iberia. Depois, estive no grupo Blackstone no Luxemburgo como Head of Legal & Compliance. Estar fora 11 anos foi crucial no meu desenvolvimento. Sair da nossa zona de conforto faz-nos crescer mais depressa e é um teste à nossa capacidade de adaptação.

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Como é ser a Country Leader da TMF Portugal? É um ótimo desafio. Comecei a 1 de abril, já em tempos de COVID 19, sendo a videoconferência a forma de conhecer a equipa. Foram todos de uma solidariedade incrível. A TMF Group está dividida em regiões e a TMF Portugal está integrada na da Iberia. Em Espanha, a TMF existe há duas décadas e é líder de mercado. Em Portugal, a TMF existe há dois anos. O objectivo é organizar e sedimentar o que existe, crescer de forma estruturada e sustentá-

nossa expertise local e com equipas multidisciplinares e multilinguísticas em cada um dos países onde operam. Ninguém está presente em mais de 80 países e isso é, claramente, um factor distintivo da marca TMF.

MARIANA VERÍSSIMO

vel, continuando sempre a servir os nossos clientes com a qualidade e o rigor de que não abdicamos. Fale-nos um pouco do conceito da marca e das mais valias que a mesma aporta ao mercado. Que valor aportam ao vosso cliente? O conceito da marca TMF é “simplifying complexity”. Ajudar a simplificar a vida dos nossos clientes, perante a complexidade do mundo actual. Os nossos clientes são clientes globais, que operam em várias jurisdições. Por mais que se uniformizem legislações, há sempre diferenças entre países. Sendo nós um prestador de serviços global, com staff especializado em mais de 80 países, este é o maior valor que trazemos aos nossos clientes: dar-lhes tempo para que se concentrem no que realmente lhes interessa - o seu negócio. De que forma é que a marca ajuda os clientes a atuar internacionalmente e a fazer parte desse contexto onde quer que estejam no mundo? A marca TMF tem como slogan “Global Reach; Local Knowledge”. Somos um prestador de serviços à escala global. Os nossos clientes recorrem aos nossos serviços em vários países e contam com a

Ser uma Mulher empreendedora em Portugal é difícil? Sente que o facto de ser mulher lhe criou mais obstáculos ou nunca sentiu ao longo da carreira essa realidade? Na verdade, não tenho essa experiência. Acredito que é tudo uma questão de escolha, de poder ter essa escolha. Porventura não serão dadas as mesmas oportunidades a homens e a mulheres (ainda). Mas, quando a escolha é dada a uma mulher, se tivermos vontade, visão e alguma ajuda (para quem tenha família) tudo é possível (e há muito bons exemplos disso no nosso país e lá fora). Quais são as mais valias de uma liderança no feminino? A verdadeira liderança não tem género, ou seja, não podemos dizer que a liderança feminina é melhor que a masculina e o inverso também? Só existe liderança no feminino ou liderança no masculino na medida em que a pessoa que exerça a mesma seja uma mulher ou um homem. Ambas têm mais valias e não há uma melhor que a outra. Homens e mulheres são diferentes e ainda bem. Mais do que o género, o importante numa boa liderança é o justo equilíbrio entre qualidades humanas, emocionais e intelectuais, aliadas a uma boa visão estratégica e ao cuidado com a equipa. O que podemos continuar a esperar de si e da sua marca para o futuro? Temos praticamente todos os empregados (à escala mundial) a trabalhar de casa, assegurando a continuidade dos serviços aos clientes. Isto, os clientes não esquecem. Mantermo-nos ao lado dos clientes em tempos de crise é o que nos vai marcar no futuro. ▪


PONTOS DE VISTA NO FEMININO

“SÃO OS DESAFIOS QUE ME FAZEM EVOLUIR” Anabela Guerreiro é Diretora da filial da Unicordas - Transportes Internacionais e Consultora Imobiliária na Keller Williams. Saiba mais de uma Líder que decidiu seguir um caminho por áreas distintas, “pois a aprendizagem de novas realidades é o que busco nesta fase para mim”, afirma.

P

or serem áreas distintas é que me aliciou o desafio pois a aprendizagem de novas realidades é o que busco nesta fase para mim. Embora aparentemente diferentes as áreas de atuação há convergência nalguns pontos. Um dos meus objetivos será a medio prazo abarcar na minha atividade imobiliária a área da logística/imobiliário industrial, ligada a minha profissão de raiz.

É a Branch Manager da Unicordas - Transportes Internacionais, mas também assume a posição de consultora da KW Portugal. Explique-nos um pouco estes dois projetos e porquê a aposta nos mesmos? Sou Diretora da filial da Unicordas, empresa que represento há 30 anos. A Unicordas é o projeto de uma vida e o abraçar agora, também,

Sendo áreas distintas, de que forma é que isso a obriga a promover metodologias e dinâmicas distintas em ambas as áreas? Por serem áreas distintas é que me aliciou o desafio pois a aprendizagem de novas realidades é o que busco nesta fase para mim. Embora aparentemente diferentes as áreas de atuação há convergência nalguns pontos. Um dos meus objetivos será a médio prazo abarcar na minha atividade imobiliária a área da logística/imobiliário industrial, ligada a minha profissão de raiz.

ANABELA GUERREIRO

outra área profissional prende-se somente com desafios pessoais. O meu propósito de vida é o crescimento, a aprendizagem, o conhecimento e desenvolvimento do potencial humano. São os desafios que me fazem evoluir. Não abandonando o projeto que conduzo há três décadas, muito pelo contrário, considerei que a vida nos coloca desafios e compete-nos aceitá-los se o nosso objetivo é a aprendizagem e progresso. Assim, agora, é também meu caminho a consultoria imobiliária. Sou consultora imobiliária na Keller Williams, uma empresa americana de renome internacional e presente no mercado desde 1983, e em Portugal desde 2014, tendo rapidamente as ascendido à 3º posição do ranking nacional. Pegando numa nas premissas desta empresa “o teu negócio cresce na medida em que tu cresceres”. Se me permitir crescer isso ajudará ao

Que características indicaria como sendo fundamentais para um líder e gestor de pessoas? Indicaria como características essenciais: a assertividade nas decisões, demonstrar conhecimento do mercado, saber reconhecer o bom desempenho e motivar, reconhecer quando não se sabe e pedir ajuda, assunção da posição de liderança e resiliência. Que conselho lhe aprazaria deixar a todas as Mulheres e o que podemos continuar a esperar de si no futuro? Resiliência, aposta contínua em formação e em si mesma. O reconhecimento de mérito deve ser resultado no nosso esforço constante em consolidar carreiras e conhecimentos, e nós devemos ser as primeiras a reconhecê-lo perante nós mesmas. De mim poderão esperar uma busca constante em conhecimento e desafios. Quiçá o que virá de seguida. ▪

LER NA INTEGRA EM WWW. PONTOSDEVISTA.PT

49 JUNHO 2020

Quem é Anabela Guerreiro enquanto pessoa e profissional? De que forma é que a junção destas duas “personalidades” têm sido essenciais no seu percurso? Jurista de formação, Transitário por opção e mais recentemente, Consultora imobiliária por paixão. Nasci em Lisboa e vivi toda a adolescência em Cascais. Estudei no liceu São João do Estoril, pratiquei andebol federada alguns anos e resido em Mafra, concelho que adotei há 20 anos. Enveredei pela carreira dos Transportes Internacionais há 34 anos. Tempos em que a aprendizagem era feita no dia-a-dia, em que as pessoas trabalhavam com pessoas e em que, para se fechar negócios, era indispensável a interação pessoal com os clientes e demais operadores da cadeia logística. O mundo dos transitários, tendo uma área de atuação muito abrangente, desde o shipping, transportes rodoviários, ferroviários, aéreos, multimodal, logística integrada, de entre outras, é muito aliciante e dificilmente quem trabalha neste setor se consegue apartar do mesmo levemente.

crescimento do negócio em que esteja envolvida, seja na Unicordas ou KW. E porquê a Keller Williams? Porque é uma empresa que é feita de consultores para consultores e que aposta fortemente na formação. Estou ainda associada à organização BNI (Business Networking International) sempre no intuito de captação de negócio e alargamento da rede de contactos.


PONTOS DE VISTA NO FEMININO

UMA MULHER LÍDER E EMPREENDEDORA A Revista Pontos de Vista esteve à conversa com Liliana Ferreira, Diretora Estratégica de Negócio da CEIEC Angola, e ficamos a conhecer uma Mulher Líder, que se assume empreendedora desde os seus tempos de criança, quando vendia tapetes na mercearia dos seus avós, e que diariamente luta para ser melhor e para ajudar os outros a serem melhores. Conheça mais de uma interlocutora que está em Angola há cerca de quatro anos e conheça também a visão da mesma sobre como é viver nesse país em plena pandemia.

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PONTOS DE VISTA NO FEMININO

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uem é Liliana Ferreira e como pode dar a conhecer um pouco mais do seu percurso e carreira profissional até aos dias de hoje? A Liliana é uma pessoa que nasceu e viveu (ainda vive quando está em Portugal) numa aldeia do concelho de Mação, Chão de Lopes. Tem muito orgulho nas suas origens e é fascinada pela natureza. Praticou futsal nos tempos de juventude; atualmente apenas aprecia o futebol como espectador. Adora viajar e tem um blog designado “Descobrir África” onde mostra um pouco daquilo que são as viagens pelo continente africano, que é deslumbrante. Comecei a trabalhar desde muito cedo, ainda no ensino secundário trocava as férias de verão por trabalho em part-time. Logo que fiz 18 anos, fui trabalhar para a Alemanha para garantir a minha independência financeira e ganhar experiência de vida – a qual a longo prazo se reflete como um grande ensinamento. Aquilo que alcancei no meu percurso de vida, deve-se em primeira instância à minha família, aos princípios que me foram transmitidos, à minha natureza de fazer acontecer, fazer com paixão, fazer dando valor acrescentado/ significado, e às dificuldades que se atravessavam pelo caminho. O percurso académico também teve muita relevância, pelo que tive sempre envolvida em inúmeras atividades, como Tuna Feminina, Associação de Estudantes, Concelho Pedagógico, Núcleo do curso e outras atividades desportivas e académicas. Formei-me em Engenharia Informática e das Tecnologias de Informação e no último ano de curso resolvi integrar a equipa da PT, onde em backoffice resolvia processos complexos de clientes insatisfeitos com os diversos serviços, permitindo-me conhecer muito bem o ramo das telecomunicações. Depois de terminar o curso, comecei a trabalhar na Capgemini e foi onde conheci o mundo desafiante da consultoria, seja em contexto tecnológico como estratégico. Tem um passado repleto de passagens por empresas de enorme renome e prestígio como a Portugal Telecom, a Capgemini e PwC. De que forma é que foi «bebendo» destas experiências para ser uma melhor profissional? De facto, não me posso queixar do meu passado que foi sempre repleto de boas aprendizagens, pela diversidade de projetos desafiantes que tive oportunidade de abraçar e pelos colegas altamente profissionais com quem tive o privilégio de aprender. Também pela confiança que nalgumas passagens, a gestão de topo (top management) depositou em mim. Na PT trabalhava com ferramentas que a Capgemini também desenvolvia para os seus clientes e sem me dar conta que já dominava ferramentas que teria que vir a implementar no futuro, um

LILIANA FERREIRA

feliz acaso e uma boa alavanca para muitos projetos futuros. Foram os desafios na Capgemini que me permitiram tornar na profissional que sou hoje, mas também é preciso ter muita vontade de fazer mais e melhor a cada dia. Na “Cap.” não havia monotonia de projetos ou setores de negócio (posso dizer que experienciei áreas como banca e seguros, energia e utilites, telecomunicações, setor público, retalho, projetos internacionais de grande relevo ao nível mundial como a Vodafone Global Enterprise, ou rede CTT e também várias áreas tecnológicas (área técnica), das quais me fui afastando propositadamente, caminhando para a área de gestão e estratégia – que é aquela em me sinto “sobre rodas” como se costuma dizer. Tanto os projetos, como a atividade comercial ou até a formação, foram sempre com timings apertados - recordo que muitas vezes tínhamos de aprender a trabalhar com uma tecnologia na qual não havia na altura outras empresas com experiência em Portugal. A título de exemplo, em 2009 (eu tinha acabado de ser contratada) foi adjudicado um projeto de uma Seguradora de renome e a ferramenta de software selecionada foi Salesforce.com ou SFDC (atualmente, o Customer Relationship Management número 1 no mundo) e nós demos os primeiros passos como parceiros/ implementadores, portanto passamos por desafios que não lembra a ninguém. Era uma descoberta atrás de outra e apesar do desafio fez-me ganhar uma experiência e conhecimento muito enriquecedores sem dúvida. Como tinha o bichinho cá dentro de voar para Angola fazer projetos que mudassem para melhor a vida das pessoas, surgiu a oportunidade na PwC com um projeto também fantástico e muito aliciante para o setor público a nível nacional, sendo assim o ponto de partida para esta aventura em Angola, naquilo que faço hoje, com

muito gosto. E a partir daí tenho tido a sorte (aliada à vontade) de participar em projetos públicos muito importantes a nível nacional – Ministério das Finanças e Ministério da Justiça. O meu foco hoje enquanto profissional é essencialmente no Ministério da Justiça, na área de Identificação Civil, onde existe um grande enfoque na área estratégica de melhoria de serviços, seja a nível funcional/operacional como tecnológico. De notar que em Angola ainda existem municípios onde o registo civil é feito em papel e é muito grande o desafio da transformação digital e formação de quadros em tecnologia. A empresa para a qual trabalho é sediada em Pequim, sendo que também tive a oportunidade de conhecer e ficar um mês a trabalhar na China, conhecendo outra realidade completamente diferente da nossa em Angola. Encontra-se há cerca de quatro anos em Angola, e gostava de saber como tem sido viver com esta nova realidade, provocada pela pandemia da Covid-19? Na nova realidade provocada pela pandemia, há sempre o receio do desconhecido, de como será a evolução da pandemia, ou até o quão preparados estamos para combater o vírus (penso que isto é geral no mundo inteiro). Em Angola existe um conjunto de limitações (ao nível da saúde) que se estendem a quase todo o continente africano e nesse sentido as condições para tratar doentes são mais limitados do que em Portugal e isso faz com que nos questionemos sobre muitas coisas: “E se fico doente e precisar de ventilador, será que há para mim? E se a pandemia se descontrola de tal forma, começa o caos nas ruas e consequente aumento da violência? Aumento da precaridade? Falta de bens essenciais nos supermercados? No entanto até ao momento não temos sentido esse aperto e ainda bem! Mas o reverso bom da medalha é que o governo de Angola tomou medidas de prevenção muito cedo e isso é de elogiar. Estive em Portugal no final do mês de fevereiro quando regressei no início de março, no aeroporto os funcionários já estavam devidamente preparados para medir a febre, higienização das mãos com álcool gel, entre outros – o que fez com que os casos ainda não se multiplicassem muito. Penso que à data de hoje temos cerca de 80 casos, muitos deles importados. O contágio local ainda tem proporções muito pequenas. Por outro lado, a título pessoal, estou a aproveitar ao máximo esta oportunidade “covid” para fazer imensas coisas que não consigo fazer habitualmente na “vida de consultoria” – a qual é sempre a correr. Se pensarmos bem, os profissionais que têm a opção de ficar em casa podem fazer imensas coisas através do mundo digital e não só. Vejo


TRABALHO DE CAMPO NO BIÉ, INTERIOR DE ANGOLA

FORMAÇÃO QUADROS PÚBLICOS

como excelente altura para nos conectarmos ao mundo inteiro através do mundo digital (por exemplo através de webinars gratuitos e outros pagos, aulas online, novas formas de trabalhar, novas ferramentas); aprender coisas novas e a título de exemplo partilho uma coisa engraçada que só aconteceu porque o Covid-19 chegou. Tinha decidido há poucos meses fazer certificação e acreditação em Coaching, uma área que nutro grande interesse e que serve ainda de complemento ao meu trabalho enquanto diretora estratégica, em especial como manter os funcionários motivados face a tantos desafios. A International Coach Federation (ICF) tinha agendado formação presencial aqui em Luanda, com início em março; o que não aconteceu devido à pandemia. Confesso que fiquei frustrada porque era uma oportunidade única de fazer o curso em Angola numa das escolas de coaching mais conceituadas; então comecei a procurar cursos online, empresas, pessoas, e encontrei imensas coisas interessantes, inclusive já fiz certificação online, e outras tantas formações complementares, e tem sido ótimo o que tenho encontrado e participado – que de outra forma não conheceria (e nada destas ferramentas e cursos estariam disponíveis online caso não existisse Covid-19). Houve uma grande libertação de recursos online em todo o mundo e isso facilita bastante processos de formação, comunicação, partilha de ideias, entre outros. Também acredito que é uma boa altura para reflexão, olhar para dentro, valorizar o que temos, aproveitar e dar tempo de qualidade aos entes mais próximos.

outras empresas, sendo que já o fazíamos antes porque temos equipas na China, ou, quando há deslocações a Portugal também o fazemos. Na componente operacional, temos uma boa percentagem de funcionários no setor público, e os serviços nos quais estamos a operar, pararam a 100% durante um mês e nesse aspeto não houve muito a fazer senão parar. Como os nossos projetos são fechados com budget bem definido, conseguimos agilizar dentro das normais dificuldades, ainda assim tivemos de congelar alguns contratos com fornecedores. Entretanto já voltamos ao ativo a 50% com rotatividade de funcionários e estamos a recuperar o tempo de paragem de uma forma relativamente serena. O trabalho remoto continua, que é o meu caso. Por outro lado, o facto de termos poucos casos em Angola faz com que haja mais confiança em regressar ao ativo e isso também é positivo e afasta aquele dramatismo referente aos contágios locais e aumento exponencialmente de casos que se vive na Europa. Os média também não têm tantas notícias “dramáticas” para mostrar, portanto acho que estamos no bom caminho. No geral existe um impacto económico tremendo; e não pretendendo estar a ser demasiado superficial no raciocínio, muitas pequenas/ médias empresas pararam de todo, pois os seus quadros estrangeiros voltaram para o seu país e, estando ausente, fisicamente, é sempre mais difícil acompanhar o trabalho principalmente quando o percentual de absentismo (em dias ditos normais) já é significativo. Outras tantas empresas estão a procurar outras formas de se reinventar (por exemplo o setor da restauração está na sua maioria a fazer entregas ao domicílio e sem custo de transporte para o cliente). Passámos a ter aulas de yoga ou crossfit online e de forma gratuita – o que promove de alguma forma os instrutores. Em suma, penso que em Angola o contexto não é muito diferente do resto do mundo, com a vantagem de que não temos tantos casos como no resto do mundo.

que não, de todo, porque nós, seres humanos, temos uma essência, valores, e no fundo somos todos iguais – foi assim que cresci e é assim que vejo o mundo (sem rótulos, sem cargos, de igual para igual) - isto nem sempre é bom, mas no geral permite-nos não ir com medo de falar ou olhar de frente para uma chefia, permite-nos perguntar se temos dúvidas, de errar para a seguir aprender. O facto de ser uma pessoa lutadora (sou “empreendedora” desde pequena quando vendia tapetes na mercearia dos meus avós na aldeia), com opinião fundamentada, com espírito de “estamos cá para arranjar soluções” e nesse sentido penso que mesmo que existam obstáculos ou crenças sobre a desigualdade de género são totalmente ultrapassáveis. Já no contexto de Angola, este é um país ainda com uma mentalidade conservadora, em que não há muitas mulheres em posição de chefia/ liderança, no entanto já se vão vendo algumas, o que é ótimo. Habitualmente o homem trabalha e a mulher toma conta dos filhos e da casa. Já tive algumas peripécias engraçadas, de por exemplo em reuniões com clientes, os meus colegas homens eram todos chamados de engenheiros e eu não era chamada de engenheira (porque uma mulher normalmente não é engenheira, é de gestão, ou vista como secretária). Situações caricatas com pouca relevância, dado que sei o lugar que ocupo na empresa para a qual trabalho e tenho a confiança e apoio dos meus colegas e chefia. E no fundo se pensarmos que independentemente de sermos mulheres ou homens, somos seres humanos que pensam e que erram, as coisas ficam sempre mais fáceis!

De que forma tem o país, as empresas e a sociedade em geral lidado com esta nova realidade? Que impacto é que todo este «novo normal» tem tido a nível económico e social? Ora bem, o país parou como o Covid-19 sugere – Angola não é diferente dos restantes. O Governo tem medidas muitos restritivas e punições severas para quem infringir a lei. E se a lei diz que não podemos sair de casa, salvo justificado, então não o devemos fazer de todo. Os mercados essencialmente informais pararam durante cerca de um mês, e isso tem um grande impacto na vida dos cidadãos de baixa renda (que são a maioria). Portanto questões como fome, infelizmente, aumentam a cada dia. Mas também há coisas positivas a retirar desta paragem, por exemplo os costureiros (e cá existe muito o conceito de alfaiate) começaram todo um novo negócio de produção de máscaras de pano africano, e os vendedores de rua (na gíria: zungueiras) também têm um nicho de mercado muito interessante. Em relação à minha realidade, na empresa tivemos de mudar um pouco na componente de consultoria, estratégia e marketing, e passamos a trabalhar mais remotamente, como tantas

A desigualdade do género assume-se como um obstáculo à evolução. Durante a sua carreira, alguma vez sentiu ou enfrentou obstáculos pelo simples facto de ser mulher? Se sim, como os ultrapassou? A desigualdade existe e afeta algumas mulheres; pessoalmente não considero que tenha sido um obstáculo à minha evolução de carreira. Sempre pensei que podia ser presidente ou CEO de uma empresa e continuo com a mesma convicção. No entanto, é também importante distinguir o contexto Português do Angolano. Em Portugal não me recordo de alguma vez o ter sentido, até porque passei por empresas que fomentam muito a igualdade de género, como a Capgemini e a PwC. Se é um obstáculo? Penso

O que podemos continuar a esperar da sua parte para o futuro? Continuar a minha caminhada de vida, onde se inclui o trabalho com muita dedicação, devoção, brio profissional, servir deixando sempre algo melhor do que o que estava, fazendo sempre mais e melhor do que o fiz hoje. Viver o presente, agradecendo por cada dia! E no fundo retirar do Covid-19 a aprendizagem de tomarmos consciência da nossa pequenez (um vírus invisível faz parar o mundo). Gostaria de deixar uma mensagem de reflexão que é: o Covid-19 está a dar-nos a oportunidade de simplesmente parar, olhar à nossa volta, ver que podemos ter muito ou pouco dinheiro no bolso mas isso não faz com que o vírus diminua a sua intensidade, que somos todos iguais e frágeis perante as adversidades; oportunidade de olhar para dentro por exemplo através da meditação, de perceber a turbulência e correria que vivíamos nos dias normais, que não tínhamos tempo, que só nos focávamos no trabalho. Deixar de olhar para o Covid-19 com um problema e ver lado positivo e o leque de oportunidades a vários níveis. ▪

51 JUNHO 2020

CAMPANHA O MEU PRIMERO BI RUMO À CIDADANIA


PONTOS DE VISTA NO FEMININO

“SIM, CONSIDERO-ME EMPREENDEDORA” A Revista Pontos de Vista foi conhecer o Sanna Handmade, um espaço que «brinda» a arte do artesanato e não só e que abriu em maio passado, em plena pandemia e que revela e bem a coragem e tenacidade de Susana Santos, Proprietária do espaço. Saiba mais.

SUSANA SANTOS

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uem é Susana Santos e porquê a aposta da Sanna Handmade? A Susana Santos é uma mulher com coração de menina, sonhadora, lutadora, com uma mente criativa. Desde muito cedo viu-se obrigada a lutar por aquilo que queria, tendo que, na maior parte das vezes, ultrapassar obstáculos e barreiras que atrasaram no tempo a realização desses mesmos sonhos. Exemplo disso foi o facto de vir para Lisboa com apenas 20 anos, sozinha, sem conhecer ninguém, integrar a primeira incorporação de mulheres militares na Marinha Portuguesa, apenas em busca de um futuro melhor,

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que a sua terra na altura não lhe proporcionava. A Sanna Handmade é o tal sonho que ficou preso no tempo e que só agora teve autorização de crescer. Sanna é a minha alcunha dos tempos de escola e o Handmade vem da minha paixão pelo artesanato, que sempre me acompanhou como hobby. A minha área de formação é, e sempre foi, Recursos Humanos (após sair da Marinha) mas, após 20 anos de muita dedicação, trabalho árduo e fora de horas, este capítulo da minha história termina com um burnout que me fez repensar prioridades de vida, de família, de saúde e, finalmente, abraçar outra paixão que até então era um hobby e passou a ocupar a tempo inteiro a minha nova profissão, a de empresária, artesã e dona da loja/atelier criativo Sanna Handmade. Foi uma autêntica reviravolta na minha vida, um começar de novo! Quando foi edificada a Sanna Handmade e como é que a marca tem assumido um crescimento e contributo ao mercado através de pilares como a qualidade, excelência e rigor? A marca Sanna Handmade começou, inicialmente, como peças artesanais vendidas em pequenas feiras, amigos e familiares. Quando abandonei a área de Recursos Humanos, cresceu e tornou-se numa loja e abriu portas ao públi-

co, em geral, no passado dia 9 de maio de 2020. Sim, em plena pandemia! Foi um grande desafio. Uma das minhas preocupações quando preparei o projeto de abertura da loja, foi ter em conta a criação de um espaço diferente e que colmatasse a falta de oferta de certos produtos e serviços na zona de Agualva-Cacém. Assim, hoje posso afirmar, com base nos comentários e elogios recebidos dos clientes que nos visitam, que foi uma boa aposta. Temos ido ao encontro dos clientes com qualidade dos artigos, proximidade, diversidade, inovação num espaço acolhedor e moderno. A Sanna Handmade pretende ser conhecida e distinguida por isso mesmo, pela satisfação do cliente na oferta de artigos de qualidade. Diz que a loja “Sanna Handmade” pretende ser muito mais do que uma simples Retrosaria. O que quer dizer com isto? A Sanna Handmade além de Retrosaria é um espaço criativo preparado para ter aulas de formação e workshops dentro da área do artesanato. Estamos a tratar, junto da DGERT, da certificação do espaço para poder ter aulas certificadas de costura. Além disso, o espaço permite a realização de eventos de caris artístico, nomeadamente, direcionado para as camadas mais jovens, inclusive ocupação de tempos livres

nos períodos de férias escolares. Pretendemos atrair a juventude para algo que lhes faça ganhar interesse por outros hobbies que não eletrónicos e assim contribuir para o seu desenvolvimento nas artes manuais que se têm vindo a perder ao longo dos tempos. Queremos ainda, com a realização de workshops de reciclagem e reaproveitamento, sensibilizar a população para a sustentabilidade do planeta. Sinto que tenho aqui uma oportunidade de ouro para fazer a diferença. É legítimo afirmar que a Sanna Handmade pretende ser um espaço criativo para os outros/ clientes? Explique um pouco este conceito. Sim, é verdade. O nosso cliente pode vir dar asas à sua imaginação no nosso espaço e costurar os seus modelitos caso não tenha acesso a uma máquina de costura, uma vez que temos uma sala equipada com várias máquinas de costura da marca Bernette que, sendo modelos de ótima qualidade, garantem ao nosso cliente um trabalho fácil, cómodo e profissional. Considera-se uma Mulher empreendedora? Ser uma Mulher empreendedora em Portugal é difícil? Sente que o facto de ser mulher lhe criou mais obstáculos ou nunca sentiu ao longo da carreira essa realidade? Sim, considero-me empreendedora e sim, é difícil ser-se empreendedor em Portugal. Não pelo facto de ser mulher, mas pelo facto de haver muita burocracia, muita lentidão nos processos, muitas organizações estatais com funcionários mal-informados que nos fazem perder tempo com falsas informações e, como tempo é dinheiro, torna o processo de criação de um negócio muito complicado e, muitas das vezes, em parte, desanimador (falo pela minha experiência pessoal). Quanto ao facto de encontrar obstáculos ou dificuldades por ser mulher, encontrei sim, no passado. Mas, com o passar dos anos, a mentalidade foi evoluindo e, hoje em dia, já não noto tanto essa diferença. Creio que as Mulheres de hoje em dia têm um futuro melhor pela frente. ▪ LER NA INTEGRA EM WWW. PONTOSDEVISTA.PT



» DESTINOS DE SONHO

“ESTA É UMA OPORTUNIDADE DE NOS REINVENTARMOS NA COMUNICAÇÃO COM O HÓSPEDE”

PONTOS DE VISTA

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A Revista Pontos de Vista foi conhecer um dos mais espaços maus luxuosos e requintados do Algarve. Falamos, naturalmente, do Cascade Wellness Resort, que localizado no topo da falésia da Ponta da Piedade, assume-se como um verdadeiro destino de sonho. Fomos conversar com Silvana Pombo, Diretora Geral do espaço, que, entre outros assuntos, falou sobre a «nova vida» das unidades hoteleiras devido à pandemia da Covid-19, e como é fundamental continuar a garantir às pessoas que estes são seguros.

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Cascade Wellness Resort assume-se como um dos mais luxuosos hotéis de 5 estrelas no Algarve, proporcionando uma experiência inesquecível a todos aqueles que escolhem este espaço. No sentido de contextualizar o nosso leitor, que características reúne o Cascade Wellness Resort que perpetuam no mesmo um sentimento de elegância e sofisticação? Situado numa localização ímpar no topo da falésia da Ponta da Piedade, com a envolvente histórica de uma cidade de quatro milénios e o Atlântico como pano de fundo, o Cascade

Wellness Resort é um dos mais luxuosos hotéis de cinco estrelas no Algarve, oferecendo uma experiência elegante e sofisticada. Com um conceito inspirado no paralelismo entre o tema dos Descobrimentos e a jornada interior do bem-estar, o Cascade Wellness Resort prima por um acompanhamento próximo do hóspede e pela oferta de serviços de spa, atividades fitness indoor e outdoor e uma cozinha internacional eclética com inspiração local, levando o hóspede numa viagem pelo mundo. Trabalhamos diariamente para que este seja o espaço ideal para aqueles que procuram o reencontro consigo próprios, quer seja através

de momentos de serenidade ou procurando um descanso ativo, quer seja em ambiente de partilha com amigos ou família ou com recurso a programas de atividade física. O resort está dividido em três grandes áreas, agregando um hotel, 58 apartamentos e três vilas privadas, permitindo ao hóspede a escolha de acordo com o seu motivo de viagem, preferências e necessidades. O mundo tem vindo a mudar em consequência da pandemia da Covid-19, que afetou e alterou a sociedade em geral e muitos dos modelos de negócio existentes. De que forma


é que é que têm vindo a responder a estes novos desafios e que medidas estão a colocar em prática no sentido de continuar na senda do sucesso e a receber os vossos hóspedes? Estamos a preparar os nossos serviços para continuar a proporcionar momento únicos aos nossos hóspedes, numa altura em que é fundamental sentirmo-nos seguros. Assim, é nossa prioridade garantir a comunicação transparente com os nossos hóspedes, dar a conhecer todo o trabalho de preparação efetuado para que quem nos visita continue a sentir a confiança nos nossos serviços e em partilhar a sua experiência no Cascade Wellness Resort. Com 38 hectares, o Resort oferece a possibilidade de diversas atividades no exterior, a proximidade da extensa Meia Praia, garantindo a serenidade necessária para uma experiência memorável. As opções de apartamentos e villas, de áreas generosas e com cozinhas totalmente equipadas, oferecem a privacidade e o conforto para famílias, que procurem o serviço 5 estrelas. Os serviços de receção serão o mais informatizado possível, onde a preparação da chegada do hóspede será fundamental, minimizando o contacto; a higienização e desinfeção das áreas comuns serão reforçadas, com limpezas de hora em hora e a capacidade do Hotel reduzida, de forma a garantir o espaçamento entre clientes. Nos quartos, os serviços serão adaptados de acordo com as diretrizes da OMS e DGS, garantindo a atribuição de quartos com um intervalo de tempo entre hóspedes e a redução de entradas de colaboradores nos quartos. Nos serviços, as grandes novidades serão o DeliverIn, um serviço que permite ao cliente receber o seu pedido de refeição em qualquer local do Resort, devidamente acondicionado, ou, para apartamentos e vilas, as opções de dispensa cheia e os cabazes - “O Chef sou Eu” - a possibilidade de receber os ingredientes e a receita do Chef Diogo Pereira, para cozinhar em família.

55 JUNHO 2020

Uma das iniciativas colocadas em prática passou pela criação do Selo Clean & Safe, sendo que o Cascade Wellness Resort já se encontra certificado. Quão importante é esta iniciativa e de que forma é vital para o cres-

"ESTA É UMA OPORTUNIDADE DE NOS REINVENTARMOS NA COMUNICAÇÃO COM O HÓSPEDE, NO SORRISO, NO AFETO, NA HOSPITALIDADE. O VALOR DA VIDA TORNOU-SE AGORA BEM PRESENTE E CADA MOMENTO DE CONTACTO COM O HÓSPEDE DEVE CONTRIBUIR PARA QUE SE SINTA CONECTADO CONSIGO E COM O ESPAÇO QUE O RODEIA" SILVANA POMBO


» DESTINOS DE SONHO

cimento do setor que as unidades hoteleiras sejam capazes de transmitir essa sensação de segurança e confiança aos hóspedes? Esta iniciativa permite ao setor do turismo português comunicar de forma coesa e estruturada um sentimento de segurança para o cliente, reforçando o comportamento do povo português face à pandemia. O Selo Clean & Safe, tal como qualquer certificação de qualidade, transmite um nível de qualidade garantida das medidas adotadas e nos serviços. O cliente sabe o que esperar de um serviço “clean & safe” não só no hotel que escolheu para si, como também nos diferentes serviços portugueses, reforçando a segurança em visitar Portugal.

PONTOS DE VISTA

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De que forma é que se estão a preparar para receber os vossos hóspedes? Que garantias existem que no Cascade Wellness Resort estamos seguros? Estamos a preparar as nossas equipas com formação nos novos procedimentos de higiene e segurança, uso de equipamentos de proteção individual e no plano de medidas Covid-19. Temos uma estreita parceira com o Hospital Privado São Gonçalo, garantindo o apoio imediato aos nossos hóspedes e colaboradores. O que vai mudar no relacionamento com os vossos hóspedes e como pretendem continuar a manter uma visão de proximidade e confiança com os mesmos? Esta é uma oportunidade de nos reinventarmos na comunicação com o hóspede, no sorriso, no afeto, na hospitalidade. O Valor da vida tornou-se agora bem presente e cada momento de contacto com o hóspede deve contribuir para que se sinta conectado consigo e com o espaço que o rodeia. As atividades de wellness e bem-estar tornam-se fundamentais num período de retoma e o Cascade reúne todas as condições para exceder as expectativas de quem nos visita. O verdadeiro luxo reside na simplicidade de criar momentos inesquecíveis, genuínos e espontâneos e para isso teremos de saber ouvir, aceitar

o “novo normal” e aprender com cada cliente o que será a excelência de serviço nesta nova realidade. A terminar, escolher o Cascade Wellness Resort para passar férias, é…? …é experienciar um serviço de excelência, enquadrado num espaço de beleza natural inigualável, que permite a quem visita momentos enriquecedores e revigorantes e, sobretudo, a vontade de regressar para embarcar novamente numa jornada de bem-estar. ▪

"ASSIM, É NOSSA PRIORIDADE GARANTIR A COMUNICAÇÃO TRANSPARENTE COM OS NOSSOS HÓSPEDES, DAR A CONHECER TODO O TRABALHO DE PREPARAÇÃO EFETUADO PARA QUE QUEM NOS VISITA CONTINUE A SENTIR A CONFIANÇA NOS NOSSOS SERVIÇOS E EM PARTILHAR A SUA EXPERIÊNCIA NO CASCADE WELLNESS RESORT"



» TRANSIÇÃO DIGITAL NA SAÚDE OPINIÃO DE RITA VELOSO, VOGAL DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DO CENTRO HOSPITALAR PÓVOA DO VARZIM/VILA DO CONDE

CENTRO HOSPITALAR PÓVOA DO VARZIM/VILA DO CONDE:

O ASSUMIR DA TELE-LIDERANÇA Cada vez fica mais claro que a tele-liderança, é sem dúvida, um dos maiores facilitadores (ou inibidores) da necessária mudança nas Organizações mas, mais importante, nas Pessoas.

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PERFIL

RITA VELOSO

VOGAL DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DO CENTRO HOSPITALAR PÓVOA DO VARZIM/VILA DO CONDE

PONTOS DE VISTA

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alvez uns tenham despertado mais cedo do que outros, e outros tenham sido despertados pela situação atual em que nos encontramos. Talvez uns estivessem mais preparados para esta luta do que outros e estou certa de que não partimos todos do mesmo ponto de partida nesta matéria. No CHPVVC a aposta na cultura digital tem sido uma das prioridades nos últimos 18 meses contando já com 4 projetos financiados que ultrapassam os 3.300.000 euros. Com a implementação do projeto que carinhosamente apelidamos de Hórus, a desmaterialização e a literacia digital dos profissionais e dos cidadãos conheceram uma nova realidade. Contando com mais de uma centena de reuniões e envolvendo todos os ser-

viços, foram desmaterializados mais de 150 processos internos passando a ser possível trabalhar praticamente sem a emissão e circulação do papel. As receitas sem papel passaram a ser diariamente 70%-75% quando a média nacional era inferior a 10%. Não porque os nossos cerca de 150.000 habitantes tivessem habilitações literárias superiores à média, mas porque houve esta aposta na sua literacia digital e na forma como puderam relacionar-se à distância com o hospital. Realizamos mais de 40 protocolos com Instituições locais, precisamente para que nenhum cidadão da Póvoa de Varzim ou de Vila do Conde ficasse para trás por não ter um dispositivo com acesso à internet ou por não saber como o fazer. O eliminar das impressoras dos gabinetes em toda a instituição, substituídas por pouco mais de 20 impressoras centralizadas e com o recurso a impressão segura foi também um marco na transformação digital e na resposta aos requisitos do RGPD. A disponibilização de um portal do utente, #SIGAME, com diversas funcionalidades e informação incluindo um chat disponível até às 20:00 também se tornou uma mais-valia nesta fase de isolamento em que foi pedido aos utentes para evitarem deslocações aos hospitais sem comprometer o acesso à informação ou mesmo ao contacto com os familiares e amigos internados, garantido as videochamadas, uma vez mais para os doentes mais vulneráveis e sem acesso a dispositivos móveis próprios. Este projeto de humanização, #continuamosaqui, tem sido dos mais reconhecidos pela população que humildemente servimos. A comunicação interna foi também reforçada com um portal externo em perfeita harmonia com o modelo disponibilizado pela Tutela de forma a facilitar o acesso por parte dos cidadãos à informação. Estamos atualmente a preparar a candidatura à atribuição do selo de acessibilidade para os nossos portais por parte da Agência para a Modernização Administrativa (AMA). O infomail semanal com informação relevante dos projetos do hospital também tem tido muito impacto. Em fase de contingência e fruto do

reconhecimento do trabalho que tem sido feito na nossa Instituição e com resultados visíveis, foram vários os parceiros que quiseram colaborar com a implementação pro bono de soluções que pudessem facilitar os nossos profissionais. Assim, vimos implementada uma solução que nos permitiu a total desmaterialização das reuniões do Conselho de Administração e suas deliberações, podendo as mesmas, em caso de necessidade, acontecerem de forma não presencial, sem comprometer o normal funcionamento do hospital. Para a gestão do refeitório e de forma a garantir que todos os profissionais podem usufruir da sua refeição em segurança e de acordo com as suas preferências e disponibilidade foi disponibilizada esta semana uma APP que permite consultar e reservar a ementa para os dias seguintes bem como a slot horária, controlando a lotação máxima evitando aglomerados ou filas de espera. Por último, a experiência no nosso Centro Hospitalar na implementação da solução de teleconsultas disponibilizada pela Tutela (RSE live) na área do cidadão, não poderia ter sido melhor sendo já mais de 30.000 utentes que poderão usufruir desta nova forma de se relacionar com as várias instituições de saúde que fazem parte do seu percurso no SNS. O equilíbrio entre acessibilidade e segurança é o maior desafio que encontramos e a obrigatoriedade da realização dos cursos de cibersegurança e do RGPD vieram impulsionar esta cultura e alertar para os riscos a que diariamente podemos estar expostos ainda que de forma inconsciente. A pandemia veio acelerar toda esta transição digital e fazer repensar a nossa forma de nos relacionarmos com o trabalho e com as Pessoas mas temo que não haja o tempo necessário para se alinharem estratégias, para se sedimentar a adoção destas ferramentas por parte dos profissionais e impulsionar a literacia digital e em saúde dos cidadãos e que é tão necessária para uma verdadeira mudança cultural. Será, por isso, premente continuar a investir neste caminho e fazê-lo de uma forma consistente e planeada. E tudo isto requer Telelíderes. E estes precisam-se. ▪




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