Revista Pontos de Vista Edição 80

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PONTOS DE VISTA NO FEMININO

ROM BOATS E NEPTUNE REVITALIZAM O SETOR NÁUTICO EM PORTUGAL COM UM TOQUE DE LUXO E CONCEITOS REVOLUCIONÁRIOS

RITA SOARES VIEIRA

Rita Soares Vieira é a responsável de Marketing e Comunicação da ROM Boats e da Neptune Devotion, duas empresas com apenas um ano de atividade, ligadas entre si mas com especificidades bem diferentes. A ROM Boats constrói barcos de luxo personalizáveis, com design próprio e acabamentos finais fora do habitual, e a Neptune dedica-se ao refit de embarcações a motor até 55 pés. Deixe-nos revelar-lhe tudo.

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pós a sua formação académica numa área bastante distinta do que faz hoje, teve a sua primeira oportunidade de trabalho numa empresa de marketing o que a levou rapidamente a perceber ser esse o caminho profissional que gostaria de percorrer, acabando por se especializar nas áreas de marketing e de comunicação. Com experiências profissionais quer do lado da agência quer do cliente, foi consolidando conhecimentos e construindo a bagagem que hoje traz para um setor pelo qual se apaixonou completamente. “Entrar logo de início para uma empresa criada de raiz é um enorme privilégio e altamente motivante. É poder contribuir diretamente para o sucesso de uma marca desde que ela é pensada”, afirma-nos. Ainda que atualmente seja a menos dinâmica nesse campo, por questões de estratégia da marca, a ROM Boats foi a primeira empresa a ser apresentada ao mercado. De uma forma bastante original, a ROM deu-se a conhecer na ARCO Lisboa com a criação de uma peça de arte especificamente para o evento, peça essa que pretendia dar a conhecer o conceito da marca e a sua premissa em fazer edições limitadas de embarcações quase completamente personalizáveis pelo cliente e acabamentos de luxo. Tal originalidade, descreve

a responsável de marketing, “está patente em todo o projeto e todos os membros da equipa estão já formatados para pensar “fora da caixa”, o que é extremamente motivador”. A peça foi a mais fotografada do evento, a que teve mais aparições nas redes sociais, tendo valido à ROM um certificado e um louvor por parte da entidade organizadora do evento. “Apesar da pouca promoção e comunicação, é bastante gratificante ver o alcance e o posicionamento que a marca ROM está a ter dentro e fora do país, tendo atraído o interesse de investidores bem como de players internacionais ligados ao setor, que nos têm visitado para conhecer os nossos estaleiros e conhecer melhor o projeto, reconhecendo-nos qualidade e diferenciação”, revela-nos Rita. À espera da chegada dos primeiros cascos do modelo ROM 28, a única parte dos barcos a ser produzida fora de Portugal, com recurso a tecnologia CNC de vanguarda, preparam-se já os restantes equipamentos e componentes para assemblagem no estaleiro da empresa em Aveiro. Todos os componentes visíveis têm carimbo português e são desenhados e pensados ao detalhe para os barcos ROM, produzidos por micro e pequenas empresas nacionais, na sua maioria desconhecidas do público, que a ROM tenta também ajudar

a sair do anonimato e dar-lhes o reconhecimento que merecem. Todos os componentes visíveis e invisíveis são instalados recorrendo a métodos tradicionais e ancestrais, com enorme dedicação e atenção ao detalhe por parte de toda a equipa de produção. “É o aliar de tecnologia de vanguarda com o know-how artesanal e ancestral que em tempos colocou Portugal no topo do mundo no setor da construção naval”, declara a responsável de marketing e comunicação das empresas. A localização dos estaleiros na cidade de Aveiro resultou da conjugação de alguns fatores importantes: a facilidade de encontrar instalações portuárias que pudessem servir os interesses das empresas, o facto da própria cidade sempre ter tido uma ligação grande ao mar (mesmo que apesar de hoje em dia demonstrar algum afastamento relativamente a atividades náuticas de recreio) e, não menos importante, a ainda existência de muitos profissionais que apesar de afastados da arte da construção náutica, possuem o conhecimento técnico necessário e vontade de ensinar as gerações mais novas. “Temos uma enorme preocupação social e procurámos recrutar pessoas desempregadas ou a trabalhar em áreas que não estavam diretamente ligadas quer à construção náutica, embora no passado tenha sido o esse o seu ofício, ou à sua formação, no caso dos nossos


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