PECUÁRIA BRASIL #41

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ENTREVISTA ma correta, pois não havia protocolo sanitário entre os países. Em 2017, a situação mudou. Apresentei o então presidente da ABCZ, Arnaldo Manoel, ao presidente da República e ao ministro da Agricultura da Guatemala. Ele solicitou a abertura do acordo sanitário, e prontamente foi atendido. No ano seguinte, em 2018, os dois países firmaram o protocolo. Desde então, as importações cresceram muito e rápido por duas razões: é mais barato investir em sêmen e embrião; e como vai tudo de forma legal, pode-se registrar os animais na Guatemala, agregando muito mais valor ao rebanho. Revista Pecuária Brasil – O fato de não ser um protocolo bilateral prejudica? José Santiago Molina – Não é o ideal. A Guatemala hoje tem importantes criatórios de Brahman e essa genética poderia contribuir sobremaneira para o melhoramento genético do Brahman brasileiro. Por estarmos mais próximos do Texas, onde se tem uma grande seleção da raça, tivemos acesso à essa genética e pudemos construir uma base de Brahman de alta qualidade.

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#pecBR | DEZEMBRO 2021

Arnaldo e Molina em frente à galeria dos ex-presidente da FICEBU

Para os criadores brasileiros, essa genética traria ganhos importantes. Revista Pecuária Brasil – Qual o perfil da pecuária da Guatemala? José Santiago Molina – Guatemala é um país pequeno, de 17 milhões de habitantes, com 2,5 milhões de cabeças de gado. Comparado ao Brasil é uma quantidade bem pequena. As terras mais férteis são voltadas para agricultura, ou seja, a pecuária é uma atividade menor, mas os criadores de zebu têm trabalhado para selecionar os melhores exemplares e isso tem colocado no mercado touros melhoradores. Por outro lado, o país tem como diferencial sua localização, fa-

zendo fronteira com o México. É um mercado promissor, que podemos atender. Apesar de o Brasil não ter protocolo com o México, a genética brasileira pode indiretamente chegar aos criadores mexicanos, a partir dos animais nascidos da genética que a Guatemala tem importado. Revista Pecuária Brasil – À frente da Ficebu, quais serão os principais objetivos? José Santiago Molina – Temos desafios importantes pela frente, mas estamos trabalhando com objetivos bem claros. Um deles é dar condições para termos um zebu sem fronteiras. Para isso, é preciso tornar a marca Zebu mais conheci-


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