Revista Pack Digital 243

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www.pack.com.br

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ANO•30

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R$ 15,00

INOVAÇÃO

EDIÇÃO ESPECIAL 30 anos Um panorama sobre a evolução da indústria de embalagem

u

DESIGN

vis Lin ar io co t ná ln ig ri S o o o qu era B g Pá r e i gi asi em ni: na l ba 26 lo

TECNOLOGIA

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EMBALAGEM



carta ao leitor

Indústria de embalagem em perspectiva histórica

Q

uando a revista Pack começou a escrever a sua história editorial no mercado de embalagens, em 1993, a economia brasileira vivia um cenário de alta inflação, mas com a criação do Plano Real e a abertura de mercado, ela entrou nos trilhos. A abertura de mercado trouxe vários benefícios: maior eficiência, menores custos de produção devido ao acesso a insumos mais baratos e, consequentemente, menores preços dos produtos. Novos hábitos de consumo foram criados, pois produtos que até então não existiam no país passaram a ser demandados pela população. Há 30 anos, chegavam ao Brasil grandes players da indústria global de latas de alumínio para bebidas e a indústria de garrafas PET crescia a passos largos na categoria de refrigerantes. A evolução do setor nestas três décadas, no país,

sob a perspectiva de uma especialista, Assunta Napolitano Camilo, diretora do Instituto de Embalagens, que atua na área há 41 anos. Convidamos empresas do setor de embalagens que fazem parte da nossa história para contar a sua trajetória neste período e sua contribuição para o crescimento desta indústria no país. Nesta edição especial, também trazemos grandes números da indústria brasileira de embalagem, que mostram como foi a sua caminhada até o período mais recente e as perspectivas para o futuro. Com o boom das redes sociais, o mercado editorial sofreu uma grande transformação nesta última década. O que nos obriga a reescrever a nossa história sob uma nova perspectiva editorial e novos formatos de consumo de conhecimento. Nosso agradecimento especial aos anunciantes que sempre estiveram conosco nesta jornada de 30 anos! Até a próxima edição.

Margaret Hayasaki editora chefe

margaret.hayasaki@gmail.com


Foto: Divulgação

informe publicitário

Papel fundamental na evolução da indústria de

embalagens flexíveis Osvaldo Coltri, CEO da Vitopel

A Vitopel conta com um portfólio de filmes de BOPP que permitem a construção de estruturas monomaterial, desenhadas para reciclagem ou que podem conter plástico reciclado pós-consumo, bem como a tecnologia que aumenta o shelf-life e diminui o desperdício de alimentos

A

o longo das últimas três décadas, a Vitopel tem desempenhado um papel fundamental na evolução da indústria de embalagens flexíveis, consolidando-se como uma força inovadora e líder no setor. “Investimos pesado em inovação e desenvolvimento, introduzindo tecnologias de ponta na produção de filmes flexíveis permitindo-nos oferecer soluções avançadas que impulsionaram a eficiência e a funcionalidade das embalagens”, afirma Osvaldo Coltri, CEO da Vitopel. “Estabelecemos um padrão inegociável de qualidade e nossos filmes flexíveis não são apenas filmes para embalagens, são garantias de desempenho superior, dedicação que não só fortaleceu a confiança dos nossos clientes, mas também contribuiu para elevar o benchmark da indústria”. Coltri ressalta: “Cultivamos relacionamentos estratégicos sólidos com clientes, fornecedores e parceiros ao longo dos anos, colaborações que fortaleceram nossa compreensão das necessidades do mercado e permitiram o desenvolvimento conjunto de soluções inovadoras. A capacidade de adaptar-se e inovar em resposta aos desafios são uma marca registrada da Vitopel”.

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Editora B2B

Sobre os últimos 30 anos, “expressamos nossa gratidão aos colaboradores, clientes e parceiros que fizeram parte dessa jornada. Estamos comprometidos em continuar impulsionando a indústria de embalagens flexíveis para novos patamares de excelência nos próximos anos”. Avanços nas tecnologias - O setor tem focado em soluções que tornam a produção e o consumo do BOPP cada vez mais sustentáveis. A Vitopel conta com um portfólio de filmes de BOPP que permitem a construção de estruturas monomaterial, desenhadas para reciclagem ou que podem conter plástico reciclado pós-consumo, bem como a tecnologia que aumenta o shelf-life e diminui o desperdício de alimentos. “Também tivemos avanços no processo de metalização do BOPP, inclusive investimos em novas máquinas metalizadoras. Além de gerar soluções personalizadas e diferenciadas ao mercado e aos clientes. Nesse sentido, temos cases de sucesso como do Club Social e do bombom Sonho de Valsa que têm produtos Vitopel aplicados, como os filmes release de alto brilho para frontal de estruturas com cold seal. Vale destacar que a Vitopel é um fornecedor local da versão mate para frontal de estruturas com cold seal”, revela Mônica Telfser, Gerente de Desenvolvimento de Novos Produtos da Vitopel.


O filme de BOPP tem se adaptado às tendências de consumo e exposição dos produtos nas gôndolas com soluções inovadoras e sustentáveis. É aplicado em etiquetas autoadesivas e sua tecnologia promove a flexibilidade de impressão para itens variados, garante alta definição das ilustrações, cores e informações contidas no rótulo seja qual for o formato, além de conferir alta resistência à umidade e às baixas temperaturas, garantindo a aspecto visual do produto na prateleira. “O setor de embalagens para chocolates, por exemplo, não substituiu completamente o alumínio + papel, mas tem buscado alternativas mais sustentáveis e inovadoras para proteger e valorizar os produtos com as soluções em BOPP”, afirma Mônica. O amplo portfólio de filmes de BOPP é orientado para inovação alinhado com a redução da complexidade das embalagens e no desenho para reciclagem. “Tivemos uma série de lançamentos nos últimos dois anos. Um deles é o V.Fresh desenvolvido para atender o segmento FLV (Frutas, Legumes e Verduras) com tecnologia que confere segurança ao alimento embalado, transparência da embalagem para visualização do produto, aumento de shelf-life e simplificação logística com a consequente diminuição da pegada de carbono, além da redução do desperdício de alimentos. As novas embalagens La Vita saladas que utilizam este filme V.Fresh foram premiadas recentemente

Foto: Divulgação

pelo Prêmio Grandes Cases de Embalagem 2023, na categoria Sustentabilidade”, informa Aldo Mortara, diretor comercial da Vitopel. Outra solução recém-lançada é a V. Fresh ATM, desenvolvida para embalagens com atmosfera modificada (ATM) de alimentos congelados, como pizzas com massa pré-assada, salgados e refeições prontas, como lasanhas, que confere performance inédita de barreira ao oxigênio e preserva por mais tempo o sabor e vida útil dos ingredientes dos alimentos congelados. A Vitopel é uma importante parceira no elo da cadeia circular de embalagens flexíveis. “Evoluímos em diversas frentes técnicas para oferecer soluções de filmes sustentáveis. As linhas V.360º e V.Planet são mais exemplos de tecnologias Vitopel baseadas na premissa de estrutura monomaterial e que permitem o avanço da reciclagem. V. Planet é a marca para produtos contendo PCR, biopolímeros ou agentes biodegradáveis; e o V.360º é uma evolução desenvolvida para atender a necessidade do mercado em trabalhar com embalagens seguras e eficientes que podem ser recicladas. Cabe ressaltar que a Vitopel é certificada na ISCC Plus para o fornecimento de filmes de BOPP sustentáveis produzidos a partir de resinas de base circular e renovável”, destaca Mortara. O que está por vir - Tecnicamente, filmes com barreira transparente para produtos sensíveis à oxidação/ rancificação de gorduras; barreira com acabamento metalizado como substituição à folha de alumínio e o BOPP de fonte renovável. A Vitopel, como uma parceira estratégica dos brandowners, se antecipa a demanda crescente do mercado por alimentos cada vez mais saudáveis e sai na frente ao investir em uma nova tecnologia de metalização que permitirá oferecer filmes flexíveis com um novo e revolucionário patamar de atributos de barreira. “Com isso atendemos as expectativas presentes e futuras dos brandowners, através das linhas

Aldo Mortara, Diretor Comercial da Vitopel Foto: Divulgação

Os desenvolvimentos tecnológicos ocorreram nas matérias-primas para produção do BOPP (em rigidez, resistência e segurança dos alimentos); na tecnologia de metalização (passou de um processo decorativo para um processo de ganho de barreira e proteção do alimento); na formulação dos filmes/tratamento superficial (aumento na consistência e incremento adicional nas propriedades de barreira) e na nova geração de filmes opacos de cinco camadas (embalagens de chocolates, confeitos e embalagens monocamada de biscoitos).

Mônica Telfser, Gerente de Desenvolvimento de Novos Produtos da Vitopel

V.Protect e V. Protect ATM, de filmes de BOPP para estruturas de embalagens flexíveis desenhadas para soluções de barreira de alta performance contribuindo com a conservação dos alimentos”, conclui Mortara. A Vitopel é uma das maiores produtoras de filmes de BOPP da América Latina e por mais de 35 anos desenvolve relações comerciais de relevância em diferentes regiões do mundo. Atualmente, “nossa capacidade produtiva instalada é de aproximadamente 94 mil toneladas/ano em filmes de BOPP”, diz. Editora B2B

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243

sumário

A N O • 3 0

2023

10

Foto: Instituto de Embalagens

46

ESPECIAL

10 REPORTAGEM

A evolução das embalagens nos últimos 30 anos

A indústria brasileira de embalagens registrou conquistas tecnológicas e inovações, mas também enfrentou muitos desafios. O maior deles ganhou força, nesta última década, quando a embalagem passou a ser considerada vilã do meio ambiente

46 ESPECIAL

Evolução da indústria de embalagem nos últimos 30 anos na visão de Assunta Napolitano Camilo, diretora do Instituto de Embalagens

SEÇÕES

20 6

NARITA DESIGN & STRATEGY

EDITORA B2B

26

LINCOLN SERAGINI

40

MICHEL JASPER

34

AGENDA

20 ARTIGO NARITA DESIGN & STRATEGY

Foto: Divulgação

Foto: Divulgação

Foto: Divulgação

Foto: Divulgação

7

26 ARTIGO LINCOLN SERAGINI 40 ARTIGO MICHEL JASPER 34 ARTIGO FABIO MESTRINER

FABIO MESTRINER

INOVAÇÃO

EMBALAGEM TECNOLOGIA DESIGN

Foto: AdobeStock

REPORTAGEM Três décadas de crescimento


agenda feiras no brasil EMBALAGEM | TECNOLOGIA | DESIGN | INOVAÇÃO

Data

Feira

Local

CONTATO

09 a 11 de abril de 2024

Anufood Brazil

Distrito Anhembi – São Paulo - SP

www.anuga-brazil.com.br

23 a 25 de abril de 2024

Envase Brasil

Parque de Eventos de Bento Gonçalves – Rio Grande do Sul

www.envasebrasil.com.br

04 a 06 de junho de 2024

FCE Cosmetique

São Paulo Expo – São Paulo - SP

https://home.fcecosmetique.com.br/

04 a 06 de junho de 2024

FCE Pharma

São Paulo Expo – São Paulo - SP

https://home.fcepharma.com.br/

18 a 21 de junho de 2024

Fispal Tecnologia

São Paulo Expo – São Paulo - SP

www.fispaltecnologia.com.br

PUBLISHER: Fernando Lopes EDITORA CHEFE: Margaret Hayasaki margaret.hayasaki@gmail.com ASSESSORA TÉCNICA: Assunta Napolitano Camilo (FuturePack) assunta@futurepack.com.br PROJETO GRÁFICO: Editora B2B PRODUÇÃO: Luciano Tavares de Lima (gerente) produção@banas.com.br DESIGNER: Ana Claudia Martins editoracaopack@gmail.com CAPA: Ana Claudia Martins FOTO DA CAPA: AdobeStock

CONSELHO EDITORIAL

feiras no EXTERIOR Data

Feira

Local

CONTATO

19 a 22 de março de 2024

Anuga Foodtec

Cologne exhibition centre - Alemanha

www.anugafoodtec.com

07 a 10 de maio de 2024

Hispack

Gran Via – Barcelona Espeanha

www.hispack.com

08 e 09 de maio de 2024

LuxePack New York

Javits Center – Estados Unidos

www.luxepacknewyork.com/

28 de maio a 07 de junho de 2004

Drupa

Düsseldorf - Alemanha

www.drupa.com

04 a 07 de junho de 2024

Expo Pack México

Expo Santa Fé México

www.expopackmexico.com.mx/

Assunta Camilo Napolitano, diretora da FuturePack e do Instituto de Embalagens – Eduardo Tadashi Yugue, gerente de embalagens da Nestlé Brasil – Geraldo Cardoso Guitti, diretor do Conselho Administrativo da Refrigerantes Convenção – Iorley Correia Lisboa, gerente P&D e Inovação de Embalagens – Marcas Exclusivas do Walmart Brasil – João Batista Ferreira, CEO da J2B Innovation to Business – Lincoln Seragini, presidente da Seragini Design – e Luis Fernando Madi, Diretor Geral do Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL)

COMERCIAL Rajah Chahine rajahchahine14@gmail.com Tel.: (11) 3722-0956 Nilton Feitosa nilton.feitosa@nvcon.com.br

Cartas&E-mails A Revista Pack quer conhecer a opinião dos nossos leitores. Sua opinião é muito importante para a contínua melhoria da qualidade editorial. Escreva para nós, opinando sobre as entrevistas, reportagens e os artigos. Critique ou dê sugestões de pautas.

Executivos de Negócios – São Paulo – Interior Aqueropita Intermediações de Negócios Ltda. Contato: Aparecida A. Stefani Tel.: (16) 3413-2336 – Cel.: (11) 9647-0044 aparecida.stefani@banas.com.br Rio de Janeiro Art Comunicação S/C Ltda. Contato: Francisco Neves Rua Des. João Claudino Oliveira e Cruz, 50 – cj. 607 – CEP 22793-071 – Rio de Janeiro-RJ Tels.: (21) 2269-7760 – (11) 9943-5530 – Fax: (21) 3899-1274 banasrj@uol.com.br

REPRESENTANTE INTERNACIONAL

ARGENTINA 15 de Noviembre 2547 – C1261 AAO – Capital Federal – Republica Argentina Tel.: (54-11) 4943-8500 – Fax y Mensajes: (54-11) 4943-8540 www.edigarnet.com Rua dos Três Irmãos, 771 Jardim Progredior – São Paulo-SP – CEP 05615-190 CNPJ 07.570.587/0001-13 – I.E. 149.349.995-116 NOVO TELEFONE: (11) 3722-0956 IMPRESSÃO: Printexpress CIRCULAÇÃO NACIONAL: Tiragem – 10 000 exemplares PERIODICIDADE: ANUAL Nº Avulso: R$ 15,00 PACK – EMBALAGEM | TECNOLOGIA | DESIGN | INOVAÇÃO

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É permitida a divulgação das informações contidas na revista desde que citada a fonte. PACK reserva-se o direito de publicar somente informações que considerar relevantes e do interesse dos leitores da revista.

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2008

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IV P R Ê M

PARA SE CORRESPONDER COM A REDAÇÃO

end.

é uma publicação mensal da Editora B2B.

A Pack é dirigida aos profissionais que ocupam cargos técnicos, de direção, gerência e supervisão em empresas fornecedoras, convertedoras e usuárias de embalagens, bem como prestadores de serviços relacionados à logística, design e todos os processos relacionados a indústrias de embalagem.

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EN


informe publicitário

Brasilata: a fábrica de latas de aço que inova com ousadia

Nos últimos 30 anos, a empresa triplicou o consumo de aço, com escolhas corretas de mercados e portfólio de produtos que ajudaram a melhorar o negócio dos seus clientes

A

indústria de latas de aço passou por grandes transformações nos últimos 30 anos. Até o início dos anos 90, bebidas, óleo de cozinha e outros alimentos eram majoritariamente embalados em latas de aço, que foram substituídas, respectivamente, por latas de alumínio, PET, cartonadas e stand-up pouches. Essa mudança impôs desafios e abriu novos negócios para o setor que cresceu no Brasil e de certa forma no mundo. “Nos anos pregressos, o setor como um todo tem se recuperado principalmente por questões ligadas à logística reversa e sustentabilidade, que são cada vez mais importantes na agenda das companhias no Brasil e mundo afora”, explica Tiago Forte, CEO da Brasilata. Nesse período, a Brasilata triplicou o seu consumo de embalagens de aço, com escolhas corretas de mercados e portfólio de produtos inovadores. A estratégia de crescimento trilhou um caminho, sem aquisições, com exceção da compra das linhas de aerossóis da Crown Cork. “Esse investimento alçou a empresa à liderança no mercado brasileiro de latas de tinta e produtos químicos através de lançamento de novos produtos e serviços. Entregamos soluções que melhoraram o negócio e a competitividade dos nossos clientes”, afirma. O processo de produção de embalagens de latas evoluiu bastante nos últimos tempos com máquinas mais velozes, precisas e com maior grau de automação e robotização. “Os europeus ainda dominam esse mercado, porém a China, a exemplo do observado em outros setores, tem melhorado muito sua qualidade e entregam um nível satisfatório de produtos a preços muito competitivos”, explica o executivo. Na litografia, segundo Forte, a dinâmica é parecida, mas a Brasilata conseguiu se diferenciar ao desenvolver uma

8

Editora B2B

maneira totalmente inovadora de imprimir. “Trata-se do uso de impressão digital sobre um filme plástico que é laminado sobre a folha de aço. Esse novo método permite, por exemplo, atender lotes pequenos de maneira eficiente ou simplesmente fazer impressões randômicas e dados variáveis. Essa é inclusive uma parceria entre a Brasilata, a HP Indigo e a Actega. A ideia é licenciar essa tecnologia para fabricantes de lata mundo afora e temos três empresas bem adiantadas nesse sentido”. A impressão digital democratizou o acesso aos pequenos volumes e consequentemente aos pequenos produtores. “Nesse contexto, a Loja da Lata, nosso braço de e-commerce, foi pioneira em atender essa demanda reprimida e colocando as embalagens dos pequenos negócios em pé de igualdade com as marcas líderes”, destaca Forte. “Isso traz credibilidade para eles e a embalagem funciona como uma ferramenta de marketing igualando as condições no ponto de venda. Pra esse tipo de negócio a embalagem não é um custo, e sim uma ferramenta de comunicação e posicionamento de mercado”. Olhando para o futuro da indústria de embalagens de aço, o CEO da Brasilata, acredita que o mercado brasileiro deverá passar por um processo de consolidação, assim como ocorreu nos EUA e na Europa, no início das décadas de 2000 e 2010. “Trata-se de um setor ainda bastante pulverizado e com algumas boas empresas que possuem estrutura, governança e interesse para consolidar. A Brasilata pode ser um desses agentes consolidadores bem como grupos multinacionais que ainda não atuam por aqui. É necessário, portanto, estar organizado e preparado para atravessar esses momentos e fazer as escolhas corretas”, afirma.



Foto: AdobeStock

reportagem

TRÊS DÉCADAS DE CRESCIMENTO A indústria brasileira de embalagens registrou conquistas tecnológicas e inovações, mas também enfrentou muitos desafios. O maior deles ganhou força, nesta última década, quando a embalagem passou a ser considerada vilã do meio ambiente

N

os anos 90, a economia brasileira passou por profundas transformações. A principal delas foi o Plano Real, implantado em 1994, que conseguiu, enfim, controlar a inflação estratosférica e colocou fim às remarcações de preços diárias nos supermercados. A abertura do mercado às importações de produtos de consumo mudou as prateleiras e impactou o saldo comercial. De superávit de US$ 10,47 bilhões, em 1994, a balança passou para déficit de US$ 3,47 bilhões, em 1995. A economia entrou nos trilhos e, na mesma época, o mundo assistia a realização da Rio 92, como ficou

10

Editora B2B

conhecida a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), que reuniu representantes de 178 países para discutir questões ambientais, como efeito estufa, desmatamento e camada de ozônio. Trazer a conscientização ambiental para o debate público foi um grande legado do evento. E como era o mercado de embalagens neste período? Em 1998, o consumo brasileiro de embalagens de todos os tipos totalizou 5,5 milhões de toneladas e valor equivalente a US$10 bilhões, representando 1,8% do PIB, segundo dados da Datamark.


reportagem

Participação dos materiais na produção de embalagens – 1998 (em %) Materiais

Peso

Valor

Caixas de papelão ondulado

30

14

Plástico

19

27

Metais

18

18

Vidro

15

5

Cartão

7

8

Flexíveis

6

23

Papel

5

5

Fonte: Datamark

Em 2011, o consumo de embalagens superou 9 milhões de toneladas, que totalizaram US$ 33 milhões. E foi estimado para 10,9 milhões de toneladas (3,9% ao ano) até 2015, segundo a Datamark.

Consumo de materiais por segmento (milhões de toneladas) material

2007

2011

2015

2007-2011 CAGR

2011-2015* CAGR

Celulósico Plástico Metal Vidro Total

3,7 2,1 1,2 1 8

4,3 2,5 1,3 1,2 9,3

4,9 3 1,6 1,4 10,9

3,8% 4,8% 2,5% 4,2% 3,9%

3,4% 4,8% 4,4% 3,4% 3,9%

*Estimativa Fonte: Datamark – Brasil Pack Trends 2020

Distribuição do valor bruto da produção em 2022* (Em % do total) Metálicas Vidro Madeira Papel Cartolina e papelcartão

20,80% 33,60%

Papelão ondulado

5,20%

Têxtil

3,10%

Plástico

Em 2022, a produção física de embalagens atingiu R$ 123,2 bilhões, representando um crescimento de 3,9% em relação ao ano de 2021, segundo estudo da ABRE-FGV IBRE.

5,70% 8,70%

Fonte: ABRE – FGV IBRE

19,60% Editora B2B

11


reportagem

Evolução da produção brasileira de papéis para embalagens 6

Milhões de toneladas

5 4 3 2 1 0 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Papelão ondulado

Kraft p/ sacos multifolhados

Outros papéis para embalagens

Papelcartão

Fonte: Bracelpa

Papel - Sétimo produtor mundial de papéis de embalagem, em1999, o Brasil produziu 2.949 mil toneladas, das quais 66% foram destinadas à conversão de caixas de papelão ondulado. A expedição de caixas e acessórios de papelão ondulado (aproximadamente igual ao consumo) alcançou 1.676 mil toneladas, 3,7% superior à de 1998, segundo a ABPO (Associação Brasileira do Papelão Ondulado). A indústria de produtos alimentícios absorvia 33% da produção das embalagens de papelão ondulado. No período 1994/1999, a participação do segmento aumentou 1,4%. Cresceu, também, nos segmentos de fruticultura/floricultura, avicultura, chapas de papelão ondulado, têxteis e fumos. Houve decréscimo nas expedições para os segmentos de bebidas, metalúrgica e papel e papelão.

A produção de papéis para embalagens cresceu 3,9% ao ano de 2000 a 2010, com destaque para o papelcartão (4,4% ao ano), seguido de papeis para papelão ondulado (4,1%), kraft para sacos multifolhados (2,8% a.a.) e demais papéis para embalagens (2,3% a.a). Os papéis para produção do papelão ondulado representam a maior parte do volume total destinados à embalagem – 72,4% do total de 2010, seguidos pelo papelcartão (14,1%), pelo kraft para sacos multifolhados (6,8%) e pelos demais tipos de papéis para embalagens (6,6%). Os dados são da Bracelpa. Na década de 2020, a pandemia impôs novos hábitos que perduram até hoje, como as compras online e o delivery de alimentos, dando visibilidade às embalagens de papel no dia a dia do consumidor. Hoje, elas respondem por 34% do mercado e têm um alto índice de reciclabilidade: 75,8% de todo papel para embalagem consumido no país foi reciclado, segundo a Ibá.

Lata de alumínio - O ano de 1989 é um marco na história da lata de alumínio no Brasil. A planta fabril da Latasa S.A., em Pouso Alegre (MG), produziu as primeiras latas de alumínio no país.

Produção de latas no Brasil

O modelo de três peças praticamente desapareceu do mercado após a chegada das latas de duas peças de alumínio. E o volume de produção e vendas surpreendeu. Em 1996, duas gigantes mundiais do setor se instalaram no país, Crown Cork Embalagens, hoje Crown Embalagens, e a ANC, depois Rexam do Brasil. De lá para cá, o aumento no consumo de latas para bebidas foi de mais de 80% em uma década (2011 a 2021), segundo a Abralata (Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alumínio). Não por acaso, o Brasil é o terceiro maior mercado mundial de latas de bebidas.

1999 – 2009 –

29,6 bilhões

2020 –

32 bilhões

Fonte: Abralatas

Editora B2B

20 bilhões

2019 –

2021 –

12

10 bilhões

33,4 bilhões


Em 2002, mais de 45% das chapas fornecidas à indústria de latas de alumínio foram oriundas de material reciclado. Atualmente, o Brasil é campeão mundial de reciclagem de latas de alumínio, com índice de 100%, alcançado em 2022, evitando a emissão de gases de efeito estufa e economizando o consumo de energia elétrica em 70% ao longo de todo o seu ciclo de vida. Lata de aço – O parque siderúrgico brasileiro chega aos anos 90 com 43 empresas estatais e privadas, além de 120 altos-fornos de produtores independentes de ferro-gusa e carvão vegetal. Pouco tempo depois, em 1993, oito estatais com capacidade para produzir o correspondente a 70% da produção nacional foram privatizadas. Nos anos seguintes, as empresas investiram US$ 21,5 bilhões, alcançando uma capacidade de produção altíssima. Os equipamentos desenvolvidos no Brasil revolucionaram o desenvolvimento das embalagens de aço. E o avanço foi fundamental. Nos primórdios, a produção era de 40 latas por dia, depois 20 latas por minuto nas linhas semimanuais, chegando a 60/80 latas por minuto nas primeiras linhas automáticas. No século 21, as latas de formato redondo, por exemplo, chegam a 650/1200 por minuto. A reciclagem de embalagens de aço registrou um marco, em 2007, quando atingiu o índice de 49%, representando 290 mil toneladas de latas de aço pós-consumo retornando ao processo de fabricação, segundo a Abeaço (Associação Brasileira da Embalagem de Aço). Este índice vem aumentando graças à ampliação de programas de coleta seletiva e educação ambiental. A redução do peso da embalagem também vem sendo trabalhada para minimizar a geração de resíduos. A lata de aço de 425 ml, por exemplo, teve seu peso reduzido em mais de 25% em um período de pouco mais de dez anos. Atualmente, mercado de embalagens consome 90 mil toneladas de folhas de aço por ano e produz 30 bilhões de latas e componentes por ano.


reportagem Distribuição do valor bruto da produção DE AÇO (Em % do total) 2021

2022

Construção civil

Construção civil

3,20% 3,70% 4,60%

Automotivo Bens de capital

Bens de capital

6,00%

Utilidades domésticas e comerciais

38,20%

Tubos com costura de pequeno diâmetro (d<7”) Outros setores

2,9% 3,6% 4,3%

Automotivo

Tubos com costura de pequeno diâmetro (d<7”) Outros setores

20,60%

5,20%

Utilidades domésticas e comerciais

38,90%

21,60%

Embalagens e recipientes

Embalagens e recipientes

23,50%

23,70%

Fonte: Aço Brasil/MDIC

Fonte: Aço Brasil/MDIC

Plástico – Em 1990, o Plano Collor impactou vários setores produtivos, inclusive a produção de transformados plásticos, que registrou 1,35 milhão de toneladas de resinas, redução de 3,6% em relação a 1989.

Em 1999, a embalagem stand-up pouch começou a aparecer no Brasil.

A estabilidade da moeda, com o lançamento do Plano Real, marcou o momento de recuperação. Em 1995, a produção de transformados plásticos alcançou a marca de 2,6 milhões de toneladas. O PET representava 46% do material utilizado nas embalagens de bebidas e refrigerantes contra 36% em 1994, segundo um estudo do Datamark. No ano 2000, o PET responderia por 60% do mercado de 13 bilhões de litros de refrigerantes. Hoje, a participação do PET no segmento de refrigerantes é estimada em 72%, segundo a ABIPET (Associação Brasileira da Indústria do PET).

Atualmente, a indústria de embalagens flexíveis representa 30% da produção total da indústria de transformação de plásticos. Em 2022, a produção brasileira de embalagens plásticas flexíveis consumiu 2.167 mil toneladas de resinas, divididas em: 74% PEBD (polietileno de baixa densidade) e PEBDL (polietileno linear de baixa densidade); 16% PP (polipropileno); e 10% PEAD (polietileno de alta densidade). Desse total, 114 mil toneladas foram de materiais reciclados, o que representou uma alta de 9% em comparação ao ano anterior, segundo a ABIEF (Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis).

Grandes Números Reciclagem 2021

Em 1994, as embalagens flexíveis multicamadas ganharam popularidade e a utilização do plástico superou materiais tradicionais, como metal e vidro.

13,21%

Produção de Transformados Plásticos

Desempenho da indústria de embalagens plásticas flexíveis

(Em milhões de toneladas)

2007 – 2008 – 2009 – 2010 – 2011 – 2012 – 2013 – 2014 – 2015 – 2016 – 2017 – 2018 – 2020 – 2021 – 2022 – Fonte: Abiplast

5,74 5,49

plásticos reciclados

1 milhão

de toneladas

R$ 4 bilhões

Faturamento

(Produção em mil ton/ano)

6,33 6,82 6,90 6,95 6,95 6,71 7

7,2 7,1

7,6

6,7

7,1

2010 – 2011 – 2012 – 2013 – 2014 – 2015 – 2016 – 2017 – 2018 – 2019 – 2020 7,3 – 2021 – 2022 – Fonte: Maxiquim-ABIEF

1814 1812 1844 1867 1868 1836 1834 1878 1936 1980 2130 2140 2167


Vidro – Em 1996, a capacidade de produção de embalagem do setor vidreiro foi de 1,048 milhão de toneladas e faturamento de R$ 690 milhões. Dez anos depois, a capacidade de produção de embalagem do setor vidreiro foi de 1,3 milhão de toneladas e os investimentos foram da ordem de R$ 42 milhões. Em 2007, estavam previstos cerca de R$ 48 milhões de investimentos, dos quais R$ 22 milhões para aumento de capacidade visando atender à demanda por embalagens de vidro, em especial bebidas, alimentos e cosméticos, de acordo com a Abividro (Associação Brasileira das Indústrias de Vidro).

O mercado de embalagens de vidro cresceu a uma taxa anual de 8,9% em valor de 2007 a 2011. Em 2015, o estudo da Datamark previa 8,6 bilhões de unidades, equivalente a 1,3 milhão de toneladas. Já o consumo de garrafas one-way cresceu mais que o dobro em volume, no mesmo período, saindo de 142,2 mil toneladas para 296,4 mil toneladas.

Consumo de vidro no Brasil (unidades de milhões)

Evolução da participação do vidro por valor bruto da produção de embalagens

1990

1998 1999

2005

Em 2022, o vidro respondeu por 5,2% do valor bruto da produção física de embalagens que foi de R$ 123,2 bilhões, segundo estudo da ABREFGV IBRE.

19901998*

19992005*

Bebidas

1561

1705 1678

2061

1,1%

3,5%

Alimentos

808

1066

996

1322

3,5%

4,8%

Não alimentos

2087

1728 1693

1781

-2,3%

0,8%

Total

4456

4499 4367

5164

0,1%

2,8%

Fonte Datamark – Brasil Pack Trends 2005

2020 – 2021 –

4,8% R$ 84,59 milhões 3,9% R$ 110,90 milhões

2022 –

5,2% R$ 123,2 bilhões

Fonte: ABRE-FGV IBRE

FUTURO A indústria de embalagens no Brasil é estimada em US$ 35,49 bilhões em 2023 e deve atingir US$ 43,60 bilhões em 2028, crescendo a um CAGR de 4,20% durante o período de previsão (2023-2028), segundo estudo da Mordor Intelligence. A indústria de embalagens tem experimentado um crescimento consistente nos últimos anos, impulsionado por mudanças na escolha de substratos, nova expansão de mercado e dinâmica de propriedade. O aumento do consumo de embalagens plásticas não recicláveis levou a uma maior necessidade de materiais facilmente recicláveis e sustentáveis, como papel e cartão, PET reciclado (rPET) e bioplásticos. O segmento de papel e papelcartão é o que vai experimentar o maior crescimento impulsionado principalmente por suas vantagens para o meio ambiente. As embalagens de papel são leves, biodegradáveis e recicláveis, tornando-se uma opção ecológica. Além disso, oferece uma maneira flexível e econômica de transportar, preservar e proteger uma variedade de produtos, o que é crucial para o crescimento da indústria de embalagens na região. O Brasil é um dos maiores mercados de papelão ondulado da América do Sul. Segundo estimativas do

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção brasileira de chapas e embalagens de papelão ondulado deve subir de US$ 2,89 bilhões em 2018 para US$ 3,18 bilhões em 2023. Outro fator que impulsiona o crescimento do mercado de embalagens de papel, segundo o estudo, é a crescente popularidade de embalagens inovadoras. Projeta-se que embalagens inteligentes de papel impulsionem a demanda por esses produtos no Brasil ao longo do período de projeção. Espera-se que o aumento na demanda por produtos embalados, impulsionado pelo crescente poder de compra, varejo moderno, urbanização e aumento da conscientização sobre saúde e higiene entre os consumidores, crie oportunidades de crescimento significativas para a indústria de embalagens pós-COVID.

Mercado brasileiro de embalagens (Em US$ bilhões)

2023 –

35,59

2028 –

43,60

CAGR – 4,20% Fonte: Mordor Intelligence

Referências Vidal F. C. André. O Mercado de Papelão Ondulado e os Desafios para Competitividade na Indústria Brasileira. BNDES Biblioteca Digital. Rosa S. E. Sérgio; Cosenza P. José; Barroso V. Deise. Considerações sobre a Indústria do Vidro no Brasil. BNDES Biblioteca Digital. Abralatas. RevistadaLata. Edição 2004. Brasil Pack Trends 2020. Abeaço. 200 Anos Embalagem de Aço. Instituto Aço Brasil. Anuário estatístico 2023. Abre. Estudo ABRE Macroeconômico da Embalagem e Cadeia de Consumo 2022.

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Empreendedorismo

faz parte da história da Grif Francisco Paz, fundador e presidente da Grif, é um empreendedor nato, que aprendeu de perto como funciona uma gráfica, onde fez de tudo: office boy, montador de fotolito e auxiliar de produção

C

onstruir um negócio de sucesso não é fácil. Francisco Paz, fundador e presidente da Grif Rótulos, sempre quis vencer. Sua história destaca várias características de um empreendedor bem-sucedido. Tudo começou aos 17 anos, quando ele conseguiu emprego como office boy, em uma indústria de rótulos e etiquetas. Sua inquietude por novos aprendizados o levou para o departamento de montagem de fotolito e depois para a área de produção, onde era responsável pelo atendimento pós-venda de clientes, como Avon e Christian Gray. Soube abraçar a oportunidade, dedicou-se incansavelmente, galgando novas posições, até ocupar o cargo de chefe de produção. Nesta jornada, Paz conheceu de perto como funciona uma fábrica de rótulos e etiquetas, o que foi o ponta pé para ter o seu próprio negócio. Ele juntou-se a três amigos, cujas iniciais dos nomes, formam a marca Grif, que nasceu, em 1986, para fazer a diferença no setor gráfico. O seu objetivo era oferecer excelência no atendimento aos clientes, algo que as gráficas da época não entregavam, como cumprimento do prazo de entrega e qualidade no serviço. Com pouco investimento, a Grif começou a atuar no mercado com uma máquina manual de serigrafia. Todo o faturamento era reinvestido na expansão do seu negócio. A grande virada da empresa aconteceu nos anos 90 com a aquisição de máquinas mais modernas para se adequar à mudança no mercado de embalagens, com o surgimento dos rótulos autoadesivos. O pioneirismo faz parte da história da Grif que introduziu uma solução inovadora de etiqueta tipo bula para o batom da Mary Kay, com várias informações, inclusive

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para o mercado de exportação do produto. A marca tinha este modelo nos Estados Unidos e trouxe este desafio para a empresa. Atualmente, o mercado de cosméticos representa entre 40% e 45% do negócio da Grif. Paz conta que ter a Avon como cliente ajudou a empresa a crescer neste segmento. “Isso abriu as portas em função do nível de exigência. Nem todas as gráficas tinham a mesma capacidade para fazer hot-stamping, por exemplo”, afirma. Ele continua: “Muitas empresas cresceram pelas minhas mãos, pois eu ajudei a criar conceitos de design para os seus rótulos, que depois se tornaram gigantes, como a Mahogany”. O parque gráfico da Grif conta com as tecnologias mais modernas do mundo, o que permite à empresa produzir rótulos com cores especiais, rótulos-bula, serigrafia, cores metalizadas, papeis especiais, acabamentos especiais. “Dos anos 2000 para cá, nós temos tudo o que há de novidade nesta área. Agora, está começando a ter um tipo de exigência que são os rótulos com camadas duplas ou com alto relevo, braille, além do dupla face”. Futuro – A Grif está investindo em uma nova planta fabril com o objetivo de dobrar a capacidade de produção. “Há muitas oportunidades, pois o mercado está crescendo. Nós crescemos 37% e vamos continuar investindo. “O segredo é entender para atender bem os clientes, não importa o seu tamanho”. Ele cita um exemplo: “Uma empresa de porte pequeno, da Bahia, nos procurou na FCE para produzir um rótulo no formato da Torre Eiffel. Nós fizemos parte deste negócio diferenciado e a cliente se encantou com o resultado, nas palavras dela, conseguimos dar um toque de glamour para o produto”.



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Tecnologia e inovação

para embalar alimentos Com a planta brasileira, a Multivac abriu um grande leque de clientes, da padaria até as grandes indústrias, oferecendo máquinas de embalagens que transformaram o mercado

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Multivac começou a sua história no Brasil em 2018. Era a primeira fábrica da multinacional alemã fora do seu território, que nasceu para estar próxima dos seus clientes, no país. A produção, em Curitiba (PR), iniciou com máquinas de câmara dupla para embalar alimentos frescos a vácuo, como carnes e peixes, além de salsicha e queijo. O próximo passo da empresa foi investir em um projeto para produzir termoformadoras. Michael Teschner, diretor geral da Multivac Brasil, explica que a fábrica brasileira teve que fazer adaptações para produzir dois modelos de termoformadoras no Brasil, pois não era possível produzir estes equipamentos, em grande escala, como na Alemanha. “À época, o Finame, linha de crédito dedicada ao financiamento de máquinas e equipamentos, foi um importante atrativo para abertura da fábrica no Brasil por conta dos baixos juros em relação aos bancos tradicionais”. O portfólio de máquinas de embalagem cresceu. A empresa lançou nova linha de máquinas de câmara dupla, máquinas de câmara de esteiras semiautomáticas e automáticas para embalar a vácuo para volumes grandes nas indústrias, além de cinco modelos de máquinas a vácuo de mesa para supermercados. “Nestes 15 anos, a Multivac tem mais de 2500 máquinas de embalagem instaladas e 2700 clientes atendidos no Brasil”, revela Teschner.

O mercado brasileiro de alimentos se transformou desde o início das operações da Multivac. Teschner lembra que ao visitar os supermercados observou que a maioria dos frios fatiados era vendida no balcão e embalada em PVC. “Nesses 15 anos, o setor mudou bastante, acompanhando a tendência de consumo dos Estados Unidos e da Europa. Hoje tem muitos fabricantes de queijos e frios que já embalam os produtos com embalagem termoformada”, diz. Esta embalagem, segundo ele, é muito mais atraente, além de proporcionar maior shelf-life e redução de mão de obra na loja e estoque de embalagem. Aos poucos a embalagem termoformada vem ganhando maior participação nas gôndolas. “Nós e o nosso concorrente estamos colocando entre 80 e 90 máquinas termoformadoras no mercado todo ano”. Um case de sucesso da Multivac Brasil foi o primeiro projeto 18

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Michael Teschner, diretor geral da Multivac

de automação de uma linha de queijos fatiados de uma indústria de laticínios do Paraná. Com uma capacidade produtiva, relativamente alta, o fim de linha não poderia ser feito manualmente. “A automação foi implementada tanto na entrada do queijo para a fatiadora como na saída com uma máquina semiautomática. A produtividade aumentou em 60% e reduziu o quadro de funcionários em dois terços”, ressalta. Ele acrescenta: “Hoje, vou dizer mais, nos frigoríficos e laticínios, a automação é usada para liberar as pessoas para outras funções”. Recentemente, a empresa colocou em operação uma linha de automação para embalar os produtos congelados veganos da marca Incrível da Seara. O projeto, informa Teschner, foi feito somente para a linha de almôndegas, hambúrgueres e kibes, utilizando a seladora de bandejas traysealer, com um formato específico para acomodar melhor o produto.

Soluções completas À frente de seu tempo, a Multivac, além de produzir máquinas de embalagem, investiu em mais representações e em novas tecnologias. Atualmente, a empresa fornece soluções completas para a indústria de alimentos. “A gente tem, por exemplo, para a indústria de laticínios, desde fatiadoras de queijos e frios até máquina automáticas de embalagem para embalar em grande escala. Ampliamos o portfólio visando ao crescimento da Multivac no Brasil e no mundo”, destaca Teschner. Nos últimos anos, a empresa investiu pesado em automação. Tanto que no Brasil conta com um departamento dedicado para soluções de automação de final de linha, como case packing e paletização. “As máquinas de portes médio e grande precisam de alguma solução de automação por causa do alto volume de embalagem”. Desde 2020, a Multivac conta com uma área que faz equipamentos para panificação, como laminadoras e formadoras. (linha grande). É um negócio que contribuiu para o crescimento da empresa no Brasil, que segundo o diretor geral, ainda tem muito para expandir. “O nosso portfólio está muito bem preparado para o futuro e o serviço de pósvenda (peças e consumíveis) está crescendo ano a ano”.


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artigo | narita design

O fascínio de criar embalagens e marcas memoráveis me arrebatou O Processo Límbico captura as primeiras reações intuitivas dos consumidores e o gatilho emocional que conecta os consumidores às marcas

Mario Narita*

I

niciei a minha carreira como past-up. Uma função que montava textos finais (fotocomposição) utilizando cola de sapateiro para finalizar os anúncios que iam para impressão. Na Alcantara Machado Periscinoto Propaganda, percebi que sem a habilidade de desenhar os títulos dos anúncios à mão, eu jamais teria acesso ao departamento de criação da agência, lugar almejado por todo jovem. A destreza de pintar letras miúdas foi um dos primeiros grandes desafios. No início, a dor para controlar e desenhar os tipos era terrível e é bom lembrar que os computadores só apareceram 20 anos depois. Os meus primeiros flertes com o mundo das embalagens foram na SAO, departamento de design da DPZ, que era fruto da visão inovadora do Sr. Petit. Esse espaço ficava no mesmo andar da área da publicidade, por isso frequentemente observava os excepcionais trabalhos dos profissionais Hugo Kovadlof e Sussumo Sugio, que um dia me convidaram para integrar o seu time. A minha identificação com design começou porque eu considerava os anúncios extremamente efêmeros, pois só eram lidos uma vez. Ao passo que, uma marca e/ou uma embalagem, tinha e tem como prerrogativa básica da sua efetividade serem atemporais. Assim, o fascínio de criar rótulos e marcas memoráveis me arrebatou. A minha imersão no universo das embalagens acentuou quando recebi uma bolsa de estudos do Packaging Design, no Japão. Voltei deslumbrado com a cultura milenar dos japoneses do ato de embrulhar, proteger e presentear. Características que somadas à delicadeza dos orientais fazem suas embalagens serem ímpares. Na sequência, criei o departamento de design na agência MPM que foi responsável por inúmeras marcas e embalagens icônicas para a época.

O salto para um empreendimento próprio veio de um convite para participar de uma concorrência para o sabonete Vinólia. Devido ao conflito de interesses com outro cliente da agência, decidi me arriscar nesse desafio de “vida ou morte”, pois eu não tinha mais nenhum outro suporte financeiro. Já que o plano Collor reteve o dinheiro de todos os brasileiros e eu corria o risco do desemprego. Felizmente, eu venci. Nessa época, pouquíssimos profissionais tinham o conhecimento técnico de ver a embalagem como um poderoso ponto de contato com o consumidor para a construção de uma marca. Assim, o posicionamento de uma hierarquia gráfica das informações que não poluíssem o rótulo, o destaque da embalagem no ponto de venda e o desdobramento para inúmeras variantes que mantivessem uma estrutura visual única e que facilitasse a memorização de uma marca mãe, eram desconhecidos. A criação de rótulos era desvalorizada, pois o “crème de la crème” nas agências de publicidade era criar anúncios e filmes, delegando para a equipe de merchandising, as embalagens, as “marquinhas” e materiais de ponto de venda. Insatisfeito com o obsoleto modelo das pesquisas qualitativas que se baseiam em perguntas racionais, onde os entrevistados têm a oportunidade de estruturar, omitir e até deturpar as respostas verdadeiras, desenvolvi o proprietário Processo Límbico que tem o objetivo de capturar as primeiras reações intuitivas dos consumidores. É um processo disruptivo em termos de avaliação de embalagens e com resultado concreto em vendas. Uma septuagenária empresa de biscoitos escolheu uma rota gráfica para a renovação da sua linha de produtos, presumindo que o conhecimento do seu Editora B2B

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consumidor era garantido por toda sua existência empresarial. Porém, a pesquisa quantitativa revelou que haveria uma queda abrupta nas vendas porque houve rejeição para a nova proposta gráfica. Utilizando o Processo Límbico, refizemos todo trabalho e baseado na antroposofia visual (metodologia que visa retratar comportamentos, atitudes e estilos de vida a partir do estudo de objetos, espaços e tudo aquilo que as pessoas escolhem para compor seu universo e material) descobrimos que uma fita de presente era o gatilho emocional que conectava a marca com o consumidor. Na sequência, a pesquisa qualitativa endossou que 67% dos consumidores preferiam a nova proposta contra 33% que preferiam a vigente. Outra grande transformação foi acelerada no período da pandemia com o crescimento das compras online. Nesse canal de venda, o consumidor tem um *Mario Narita é CEO da Narita Strategy & Design

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comportamento diferente, pois o seu campo de visão fica restrito a uma área equivalente à tela de um computador ou de um smartphone e praticamente com pouquíssima interferência externa. O que trouxe novos desafios para o design das embalagens e oportunidades estratégicas na entrega direta do produto para promover conexões diretas entre o fabricante e o consumidor. A embalagem deixou de ser estática no PDV e passou a proporcionar um canal direto e dinâmico de diálogo com o consumidor. Depois de décadas com foco voltado para o B2B e B2C, entramos na era do H2H (humanos para humanos). Mesmo com tantos robôs, algoritmos e inteligência artificial dialogando conosco o tempo todo, precisamos compreender verdadeiramente o desejo do ser humano, olhar com empatia e profundidade e estabelecer a conexão. Um longo e delicioso caminho a seguir.


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Na vanguarda de tecnologias para

embalagens de papelcartão

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om seu DNA vanguardista, a Gráfica 43, especializada na produção de embalagens de papelcartão, sempre investiu em novas tecnologias para oferecer excelência aos seus clientes. “Fomos pioneiros na América do Sul, ao introduzir o verniz de calandra, que é uma solução amigável ao meio ambiente, mas também estivemos na vanguarda de processos, que hoje já mais difundidos, como o hot-stamping, o cold foil e os embelezamentos com polímeros “Scodix””, explica Mario Germer, presidente da Gráfica 43. Ao longo do tempo, conta o empresário, a empresa elaborou técnicas de produção que viabilizaram desenvolvimentos estruturais das embalagens que proporcionaram ótimo desempenho nas velozes linhas de processamento de seus clientes. Nos últimos 30 anos, o mercado gráfico experimentou desenvolvimento em dois sentidos. Um, prioritariamente, para atender aos objetivos de marketing, visando a melhor apresentação qualitativa das embalagens; e outro, atendendo às questões de custo, com incremento da produtividade em toda a cadeia de processamento e otimização de materiais.

“Um case interessante, do qual fomos protagonistas, deu-se em 1975, quando adquirimos a primeira máquina no Brasil, para produção de caixas coladas nos quatro cantos e que se armavam facilmente. Esta solução foi oferecida para uma grande indústria de malhas, de Blumenau (SC), que acondicionava suas camisetas em caixas de papelcartão, à semelhança das caixas de camisas e, estas precisavam ser armadas previamente, o que demandava um grande espaço e um grande número de pessoas nesta tarefa”. Ele continua: “Eles tinham até

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Gráfica 43 foi pioneira, na América do Sul, na introdução do verniz de calandra, uma solução amigável ao meio ambiente

uma gráfica própria para a produção dessas embalagens que foi vendida depois de adotarem a nossa solução. O espaço foi ocupado e as pessoas foram realocadas para atividades mais produtivas”. Germer acredita, que do ponto de vista das técnicas de produção, há uma busca por lotes menores, com características específicas e, até personalizadas, que projetam um avanço nas técnicas de produção digitais, que, no entanto, possuem limitações de custo, considerando os volumes tradicionais.

“Do ponto de vista das técnicas de comercialização é inegável o avanço do e-commerce, que demanda embalagens diferenciadas, dada a prioridade no acondicionamento seguro dos produtos, mas que não podem deixar de relevar a fidelização dos clientes, surpreendidos positivamente ao receber uma embalagem que valoriza o produto nela acondicisonado”. Outra consideração importante, segundo ele, “é a necessidade da embalagem atender aos requisitos de sustentabilidade, reciclabilidade ou compostabilidade, que são anseios do planeta, sem descuidar de sua função principal que é entregar ao consumidor um produto em condições de uso”.


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artigo | Lincoln Seragini

Lincoln Seragini: o visionário que embalou o Brasil Relato resumido da atuação de Lincoln Seragini e de sua empresa Seragini Design no mercado de embalagem desde os anos 90, incluindo o período do nascimento da revista Pack em 1993

Lincoln Seragini*

S

eragini se transformou em referência de embalagem no Brasil graças às suas ações e liderança em prol da profissionalização e da aplicação do conhecimento científico, na gestão, concepção e implementação dos projetos. Foi um dos pioneiros na disseminação e execução de cursos especializados na área. Devido à sua formação inicial em engenharia química, administração e especialização em design de embalagem, ele abordava as questões técnicas, mercadológicas e econômicas, além de ter se transformado em especialista em psicodinâmica e psicologia das cores aplicadas à embalagem. Essa multiformação tornou Seragini um profissional raro, levando-o a desenvolver o conceito da Embalagem Total, somado ao fato de trabalhar em empresas, como a Nestlé e a Johnson & Johnson, que permitiram aplicar na prática seus conhecimentos.

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O pioneirismo de Lincoln Seragini

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Nasce a Seragini/Y&R

Com a criação da Seragini/Y&R, junção de Lincoln Seragini com o grupo norte-americano de Comunicação Young & Rubicam, em 1981, nascia uma nova geração de agências especializadas no desenvolvimento de embalagem. Foi estabelecido um novo padrão de serviço, na negociação (o valor dos projetos tiveram um aumento de 10 vezes a média do mercado) e na amplitude dos projetos, incluindo a engenharia, posicionamento de mercado, design científico, pesquisa de mercado, oferecendo solução completa dentro do conceito de Embalagem Total.

Foi um grande sucesso desde o início a ponto do nome original da empresa ter mudado de Cato Johnson para Seragini/Y&R. A empresa também desenvolveu projetos para a América Latina através da rede da Y&R. Fato marcante foi a adoção pioneira, da computação gráfica em 1986, sendo a primeira agência de design no Brasil a usar o sistema na criação gráfica. A Seragini/Y&R durou de 1981 a 1990, quando encerrou sua parceria com a Y&R. Logo na sequência nascia a Seragini Design.

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Nasce a Seragini Design Em 1991, nasceu a Seragini Design, já consolidada no mercado. Agora independente, viu seus negócios se expandirem rapidamente. Passou a atender empresas multinacionais e grandes brasileiras, tendo as principais marcas comercializadas no país, como clientes. Sempre ofereceu embalagens de alto desempenho, tanto na engenharia, otimização das funções e, especialmente, nas vendas. Desde a época da Seragini/Y&R, a Seragini Design tornou-se a agência mais premiada do país, conquistando grande prestígio na comunidade de marketing e design. Sua história ganhou notoriedade pelo impacto na formação profissional de 200 designers e arquitetos, que passaram pela agência, a ponto de ser considerada uma “empresa-escola”. Pelo espírito empreendedor de Lincoln Seragini e por sua inspiração, dezenas de designers saíram da empresa para fundar o seu próprio negócio. Com isso criou-se uma seleção de agências com o DNA da Seragini, contribuindo para a melhoria do padrão da criação de embalagem no Brasil.

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A chegada do brandingMarco relevante para o mercado brasileiro e para a própria Seragini foi o surgimento da técnica do branding, novo modelo de gestão de marca, onde, diferente do marketing, que trata da competitividade das empresas, estudo da concorrência, definição do preço e da comunicação com os consumidores, o branding aborda a filosofia, propósito, visão e valores da empresa, buscando expressar de forma simbólica o valor da marca. Surgiram elementos como essência da marca, e o importantíssimo conceito do Storytelling, que buscava retratar de forma autêntica, a origem e a história da empresa, registrando o sonho dos fundadores. Essa alma-mater, passou a ser a maior inspiração para todas as atividades da empresa, funcionando como uma “estrela-guia”, formando a base para o estabelecimento da chamada cultura da marca. Nasceu também o principal instrumento de gestão do processo interno e externo da marca, o Brand Book. A Seragini também foi uma das pioneiras na adoção do branding, em 1998, quando desenvolveu projetos para a Souza Cruz, recebendo um exemplar do Brand Book das marcas da BAT inglesa. Esse fato despertou o interesse de Seragini para estudar a nova técnica e apresentar palestras pioneiras pelo Brasil afora. A Seragini Design criou a metodologia HABITAT DE MARCA*, aplicada dezenas de vezes. Um feito relevante de sua trajetória é a participação na organização e lançamento do primeiro curso de pós-graduação de branding na América Latina, na Faculdade Rio Branco, dos Rotarianos de São Paulo, onde além de contribuir com a definição do currículo, foi um destacado professor. Esse curso histórico formou as primeiras gerações de especialistas de branding no Brasil. O branding influenciou toda a administração das empresas, incluindo a própria razão de ser do negócio, a comunicação com os diversos públicos de relacionamento, seus produtos, serviços embalagens, a comunicação de marketing e as experiências da marca começaram a ser gerenciadas.


O grande divisor de águas na indústria de embalagem: a explosão da preocupação ambiental, no início da década de 2010, colocou a sustentabilidade como elemento principal de suas definições e do ecossistema de produção, uso e descarte dos resíduos sólidos. A sustentabilidade passou a ser o fator dominante nas pesquisas, regulamentação e estratégias das empresas produtoras das marcas, dos fornecedores de embalagens e do poder público. Fatores que influenciaram o aumento da importância da sustentabilidade: • O aumento da conscientização pública sobre os impactos ambientais das embalagens,como produção de gases de efeito estufa e geração de resíduos sólidos. • A crescente regulamentação ambiental, que exigiu das empresas redução do impacto ambiental de suas embalagens. Isso incluiu a proibição de certos tipos de embalagens, a exigência de reciclagem, reutilização e compostagem, juntamente com os sistemas de coleta e reciclagem, dentro do conceito atual de circularidade. • Em termos de estratégias das empresas para a sustentabilidade estão o redesign de suas embalagens, estruturas de monomateriais, materiais reciclados ou renováveis, embalagens mais leves, e compactas e a implementação de sistemas de reciclagem e retorno. • A pressão de investidores e consumidores por empresas mais sustentáveis. Alguns fatores que marcaram a transição para a era da sustentabilidade das embalagens: • Em 2010, a União Europeia aprovou a Diretiva sobre Embalagens e Resíduos de Embalagens, que exigiu que os países da EU reciclassem 60% de suas embalagens até 2025. Essa Diretiva foi relançada esse ano, muito mais rigorosa. • Em 2011, a Coca-Cola anunciou que iria investir US$ 2 bilhões em embalagens sustentáveis até 2020.

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A era da sustentabilidade

• Em 2015, a Ellen MacArthur Foundation lançou a iniciativa New Plastics Economy, que visa a acabar com a presença de plásticos nos oceanos até 2050. No Brasil, a sustentabilidade também tem ganhado força. Em 2010, o Brasil publicou de forma pioneira a Resolução CONAMA nº 408, estabelecendo diretrizes para a gestão de resíduos de embalagem e o aumento da reciclagem. Em 2019, foi sancionada a lei nº13.708 que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que estabelece metas para a redução, reutilização, a reciclagem e a compostagem de resíduos sólidos, incluindo a embalagem. Desde então, a sustentabilidade nas embalagens continuou a se desenvolver. Novas tecnologias são criadas diariamente, e as regulamentações estão se tornando mais rigorosas. Exemplos de empresas que atuam no Brasil que estabeleceram metas para a embalagem sustentável: • A Unilever, uma das maiores empresas de bens de consumo do mundo, anunciou em 2022, que todas as suas embalagens serão recicláveis ou compostáveis até 2025. • A Coca-Cola, outra gigante de bens de consumo, anunciou em 2021, que usará 50% de materiais reciclados em suas embalagens até 2030. • A Ambev, uma das maiores cervejarias do mundo, anunciou em 2020, que usará 100% de embalagens retornáveis até 2025.

Em busca da embalagem ideal A tecnologia de embalagem não para de evoluir. Além dos novos materiais e tecnologia, o design tem assumido um papel relevante, além da estética. Pelo menos 70% dos problemas de reciclagem e circularidade poderiam ser resolvidos pelo design competente no momento da concepção, incluindo o projeto estrutural, novas funcionalidades e conveniências. Outra função essencial da embalagem é a de vender os produtos, utilizando para isso o design das formas e o design gráfico, que cada vez mais está se sofisticando com o uso do conhecimento da psicologia e da semiótica. Destaque também para os princípios do branding e o Storytelling. Importante também ressaltar o aumento do uso das pesquisas de neurociência para medir o desempenho ótico das embalagens nos pontos de vendas e das emoções e intenção de compra. Para finalizar, a Inteligência Artificial oferece enorme oportunidade de revolucionar e contribuir para a criação de embalagens cada vez mais perfeitas, a tão sonhada embalagem ideal.

* Com mais de 50 anos de carreira e 20 mil projetos de embalagens, Lincoln Seragini é CEO da Casa Seragini

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abricante de soluções de ensacamento, sistemas big bags, sistemas de envase e paletização, a Haver & Boecker atua com estas tecnologias há muito tempo, desde 1974, quando iniciou as suas operações, em São Paulo, com um escritório de engenharia e vendas. “A Haver & Boecker, como uma empresa 100% familiar, está em sua quinta geração. Com essa formação e com raízes totalmente voltadas para o desenvolvimento de novas tecnologias, que atendem as necessidades do mercado, continuamos trabalhando para ajudar nossos clientes a atingirem suas metas, elevando sua capacidade produtiva e levando valor ao cliente de nossos clientes”, afirma Ronaldo Camargo de Souza, diretor comercial da Haver & Boecker. Como exemplo de transformação deste mercado graças às tecnologias oferecidas pela Haver & Boecker, Souza destaca o case da indústria de farinha de trigo, que com o auxílio das ensacadoras com selagem, mudou totalmente a forma como as embalagens passaram a chegar ao cliente final.

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A Haver & Boecker vem contribuindo na melhoria dos processos de seus clientes por meio da automação de processos, desde a eliminação da aplicação manual de sacos até a paletização das embalagens por meio de sistemas cartesianos ou por robô. “Esse processo, totalmente automatizado, propicia aos nossos clientes processos mais seguros e com menor tempo de resposta”, ressalta o diretor comercial. Olhando para o futuro do seu negócio, a Haver & Boecker investiu em uma empresa dedicada às questões ligadas à indústria 4.0 e porque não dizer 5.0. Segundo Souza, a Quatro tem como principal objetivo trabalhar o total alinhamento entre tecnologia e capacidade humana. “Essa combinação é o que a tornará cada vez mais eficiente e consequentemente mais competitiva”, destaca. O que motivou a criação desta nova empresa, de acordo com o executivo, “é o tempo de resposta cada vez menor e a combinação de melhores processos, digitalização e informações em tempo hábil para a tomada de decisão”.


Desde 1974,

Soluções completas em ensacamento

Nosso compromisso é oferecer um amplo portfólio de soluções para ensacamento e serviços de alta qualidade, atendendo diversos mercados, como alimentos, ração e nutrição animal, química, cimento, materiais de construção e processamento mineral.

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Pioneirismo e liderança em portas rápidas no Brasil 35 anos fazendo história, a Rayflex quer conquistar o mesmo posicionamento na América Latina

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undada em 1988, a Rayflex tornou-se pioneira ao produzir portas rápidas com a qualidade e tecnologia utilizada na Alemanha. Hoje a companhia fornece portas industriais para isolamento e segurança dos mais variados ambientes industriais, como alimentício, farmacêutico, automobilístico, metalúrgicas, além do agronegócio, embalagens, galpões e centros logísticos de distribuição. Hoje já são mais de 20 mil portas rápidas vendidas no mercado brasileiro e na América Latina, mas o começo foi desafiador, especialmente porque estes produtos eram pouco conhecidos pelas empresas. “Chegar à liderança, no país, foi um trabalho de formiguinha. De desbravar um território desconhecido e conquistar novos mercados”, afirma Giordania Tavares, CEO da Rayflex. As indústrias de alimentos e farmacêuticos respondem pela maior fatia do negócio de portas rápidas, com 60% das vendas. “Esses segmentos são os maiores consumidores destes equipamentos que cumprem perfeitamente o papel de controlar a temperatura do ambiente, além de evitar a entrada de insetos e poeiras”, destaca.

Na indústria de embalagem, as portas rápidas são utilizadas para fazer uma divisão de área ou fechar um galpão e manter o ambiente controlado. A Rayflex tem equipamentos instalados em fábricas de embalagens de vidro, latas de alumínio e de embalagens de papelão ondulado. “É um mercado que ainda tem muitas oportunidades para as nossas soluções”, afirma. As portas rápidas são utilizadas em toda a cadeia logística de operação do cliente, desde a entrada da matériaprima, nos processos internos, até a área de expedição, oferecendo agilidade nas operações industriais e isolamento acústico, além de economia de energia, já que a alta velocidade de abrir e fechar e a sua estanqueidade minimizam a transferência de ar. “Temos relatos de alguns clientes que perceberam uma economia de 17% na conta de energia”, destaca Giordania.

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O portfólio de portas rápidas é composto por 15 modelos, que foram desenvolvidos para atender a maioria dos projetos dos clientes, mas a Rayflex, como lembra a CEO, personaliza a solução.

“Buscamos entender as necessidades da operação do cliente para oferecer o equipamento mais adequado. Temos portas rápidas indicadas para temperaturas negativas, temperaturas com alto índice de calor e, até que, conversam com o sistema de robô”. Em constante evolução, a Rayflex está sempre desenvolvendo novos modelos de portas rápidas. Para comemorar os 35 anos de história, a empresa lançou na Fispal Tecnologia 2023, uma porta 2 em 1 com foco em saída de emergência. “É uma solução que nasceu da demanda do cliente. Estamos sempre muito próximos, entendendo a sua necessidade, além disso, todos os testes foram feitos na operação dele, porque a gente entende que é a situação real do dia a dia”, informa. A previsão de crescimento em 2023 é de 15%. “O fim de ano é a melhor época de vendas da Rayflex por causa do budget”.

Exportação – A Rayflex já é líder no mercado brasileiro e a meta é ocupar o topo também na América Latina daqui a cinco anos. Já atua em alguns países, como Uruguai, Paraguai, Argentina, Chile, Colômbia e México, fornecendo portas rápidas principalmente para as indústrias de alimentos e farmacêuticos. “Hoje, as exportações para a região representam 15% dos negócios”, conta Giordania.



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O que aprendi sobre

embalagem em 36 anos de atuação no setor

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artigo | fabio mestriner

Fabio Mestriner*

Foto: Divulgação

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Eu confesso. Quando assumi a Direção de Design na Seragini Young & Rubican em 1987, eu não entendia nada de embalagem

que me motivou a assumir esse enorme desafio foi enxergar na empresa a oportunidade de desenhar para as maiores marcas do país e trabalhar com computador, pois a Seragini foi pioneira e a primeira agência de design a ter um computador gráfico no estúdio. Até então, minha experiência profissional era voltada para as artes gráficas, área onde atuei como arte finalista, diagramador e editor de arte de jornais e revistas. A primeira coisa que procurei aprender, o mais rápido possível, foi o que era design e, para isso, decidi estudar a Bau Haus, a escola onde ele nasceu. Li todos os livros publicados pela Bau Haus e aprendi que design não é o que se desenha, mas “Como se Desenha”, ou seja, design é o método! A Young & Rubican era, na época, a maior agência de publicidade do mundo e, até então, considerada uma escola porque contribuiu muito para o desenvolvimento dessa atividade. Descobri nos primeiros dias que havia um formulário de briefing especificando em detalhes, o que no método que desenvolvi mais tarde, era o ponto de partida do projeto. Ter um bom “briefing” no início é parte fundamental do sucesso do projeto, pois quem sabe bem o que precisa ser feito, tem mais chance de fazer direito. Foi na Seragini, convivendo com a liderança e o entusiasmo do Lincoln que fixei as bases de todo o trabalho que desenvolvi posteriormente. A Young & Rubican também contribuiu com aprendizados importantes, pois foi lá que conheci o Grande Jaime Troiano, diretor de consumer insights, com quem fiz um treinamento de três dias, junto com um grupo de participantes, num hotel no campo, para aprender a nova metodologia criada pela empresa para compreender melhor o comportamento do consumidor. Mas o que aprendi de mais importante neste período foi a relevância do estudo de campo e como ele faz diferença no projeto de embalagem, conhecendo o ponto de venda, onde a embalagem se conecta com os consumidores que decidirão seu destino. O estudo de campo alçou os primeiros projetos sob minha direção à conquista dos principais prêmios do setor no ano de 98. Alguns cases realizados, neste ano, até hoje, são usados em minhas aulas para explicar porque o estudo de campo é fundamental no projeto, o que me levou a criar a frase: “Não existe design de embalagem sem estudo de campo”. Daí para frente, depois da tomada de “briefing” com ajuda do formulário, o estudo de campo tornou-se a segunda peça do quebra-cabeça que começava a ser montado. Editora B2B

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artigo | fabio mestriner

Nesta etapa inicial de aprendizado, tive oportunidade de desenhar para algumas das principais marcas líderes do país, o que representava um grande desafio e responsabilidade. Diferente de um folheto ou um anúncio, a embalagem é desenhada para durar anos e produzida em milhões de unidades, por isso não pode ser fruto apenas de um processo de criação, mas de um método seguido passo a passo para evitar que erros ou falhas sejam cometidos por impulso criativo. Em 1991, os diretores deixaram a Young & Rubican para fundar a Seragini Design onde, além de diretor de design, me tornei sócio passando a ter ainda maior responsabilidade sobre o trabalho realizado e, isso me levou, três anos depois, a fundar minha própria empresa de design, onde passei a ser o dono das decisões e pude aplicar com maior liberdade os conceitos aprendidos nos anos anteriores. Um fato marcante aconteceu, em 1992, quando fui convidado a criar o Curso de Computação Gráfica na Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). Ter sido um dos pioneiros no design por computador abriu as portas para este novo projeto, que foi precursor do gênero no Brasil. Ali se iniciou uma longa relação que dura até hoje onde continuo a atuar como professor. Nunca me esquecerei do querido amigo Osvaldo Nieto, que ministrava a disciplina de gestão empresarial, na Fundação Getúlio Vargas (FGV). Ele me pediu para fazer o “business plan” da nova empresa que eu estava criando. Foi na criação do plano de negócio que compreendi a verdadeira dimensão e o peso da indústria de embalagem ao fazer a pergunta fundamental que orientou a montagem da estratégia da nova empresa: “Quem desenha todas estas embalagens que encontramos no mercado?” Foi essa pergunta que me levou a criar a PACKING e focar todo o trabalho no design de embalagem. Essa determinação me aproximou cada vez mais do setor e, em 1998, conheci a Associação Brasileira de Embalagem (ABRE) e sugeri ao presidente, à época, Sergio Haberfeld, a criação do Comitê de Design nessa entidade. Com seu apoio, conseguimos montar este Comitê que reuniu agências especializadas no tema, o que nos proporcionou trocas fundamentais para o que viria depois. No Comitê de Design da ABRE contei com o apoio da Luciana Pelegrino que me ajudou a coordenar o grupo e realizar as atividades naquele ambiente estimulante que criamos. Comandando minha própria empresa, formando equipes e trabalhando para as grandes indústrias de embalagem do país, coloquei em prática o novo “Programa de Inteligência de Embalagem” que passamos a oferecer ao mercado. Foi um período muito estimulante de aprendizado, pois tive a oportunidade de aprender com elas a importância e o valor que o setor tem para a economia, a sociedade e as pessoas. Com isso, a PACKING se consolidou como uma das empresas de destaque no design de embalagem.

Foi a primeira agência a ter um site estruturado na recém-nascida internet e tive a chance de aprender sobre essa nova ferramenta que, em breve, se tornaria fundamental para os negócios. O ano 2000 foi incrível! Fui convidado para integrar o conselho da ABRE onde passei a conviver com os líderes das nossas maiores indústrias de embalagem e pude aprender com eles as nuances sutis dessa atividade e as características peculiares de cada material e sua produção. No ano seguinte, a metodologia de design de embalagem estava completa e funcionando muito bem projeto após projeto, o que me animou a publicá-la em livro. O “Design de Embalagem – Curso Básico” foi lançado em 2001 e passou a ser adotado para o ensino desta disciplina nas universidades brasileiras, oferecendo às novas gerações a síntese dos conhecimentos que acumulei em 14 anos de uma jornada fascinante. Aprendi que sábio é quem aprende com todos e eu tive a felicidade de aprender com muitas pessoas, algumas delas estão citadas na página de agradecimentos dessa obra. As aulas na ESPM e na MAUÁ representaram uma fonte inesgotável de conhecimentos. A convivência com os alunos é sempre muito enriquecedora porque o professor não é quem ensina, mas quem conduz um “Processo de Aprendizado”, no qual ele participa, ensinando e aprendendo junto com os alunos. Mas talvez o mais importante tenha sido compreender que a embalagem é o resultado de uma cadeia complexa e multidisciplinar onde o design funciona como componente integrador do processo. Esse entendimento foi fundamental para o convite que recebi do Sergio Haberfeld para assumir, em 2002, a presidência da ABRE e com isso participar do board da WPO (World Packaging Organisation), que me abriu as portas da indústria brasileira de embalagem para ampliar ainda mais o conhecimento sobre como este setor está organizado nos diversos países. E finalmente, a cereja do bolo, foi ter sido convidado pelo meu mestre sempre reverenciado, o professor Francisco Gracioso, para criar o Núcleo de Estudos da Embalagem ESPM, onde reuni um grupo de professores e profissionais destacados em seus setores para desenvolver estudos e pesquisas, que hoje, formam a base dos conhecimentos que aplico em todos os projetos que conduzo. Ao longo dessa trajetória escrevi cinco livros didáticos que compartilham o que aprendi e que espero tenham contribuído para a formação daqueles que se interessam por embalagem. Sou muito grato às pessoas que estiveram comigo nesta jornada e que nem cabem neste artigo. Foram tantos detalhes aprendidos com muitos pares durante o caminho, que olhados em perspectiva, constituem a síntese da minha vida profissional.

*Fabio Mestriner Designer, Professor e Escritor Especialista em Design e Inteligência de Embalagem



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Mais de 40 anos de inovação e sustentabilidade no mercado de

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á mais de quatro décadas, a Polo Films tem atuado com pioneirismo em soluções de filmes de polipropileno biorientado (BOPP) inovadoras e sustentáveis para o setor de embalagens flexíveis. Com foco permanente na excelência e alta performance contínua, a companhia é parceira e impulsionadora de negócios deste segmento.

Compreendendo que o plástico gera valor ao cotidiano das pessoas e sua aplicação é importante para a vida social, a Polo Films preocupa-se com a sustentabilidade e adota práticas ESG (Environmental, Social and Governance). Para isso, a empresa atua em dois pilares interligados de sustentabilidade: o primeiro diz respeito a uma atuação responsável e proativa na relação com a sociedade e meio ambiente. Entre seus destaques, está o projeto de educação socioambiental Apadrinhando o Saber e a publicação trimestral Turminha da Polo, que levam à alunos da rede pública municipal de Montenegro (RS), com possibilidade de extensão à outras cidades e estados, conceitos e aprendizados da relação com o meio ambiente. O segundo pilar é o desenvolvimento de produtos cada vez mais focados como soluções sustentáveis e às condições de circularidade. A Polo lançou um filme biodegradável que se degrada de maneira muito mais acelerada em ambiente anaeróbico: o b-Flex. Aprovado para contato com alimentos, não gera microplásticos em sua decomposição e possui a mesma eficiência do BOPP comum utilizado em larga escala nas

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embalagens flexíveis embalagens flexíveis, mas vai além ao atender os anseios de um público cada vez mais sensível e atento às ações de sustentabilidade. A empresa também desenvolveu o FlexProtec, BOPP que combate a proliferação de microorganismos, utilizando nanotecnologia para a redução de bactérias. Proporciona longevidade a produtos mais sensíveis como alimentos úmidos, bolos recheados, pães, panetone, massas frescas, frutas, hortaliças, entre outros. Além disso, recentemente, a empresa apresentou ao mercado o OneFlex, um produto único, 100% reciclável, que oferece barreira ao oxigênio, gorduras e aromas – exigência para produtos alimentícios específicos, como café, atomatados, pet food , entre outros. Possibilita estruturas monomateriais que permitem sua reciclagem em sua totalidade. Com foco nas pessoas, a Polo Films possui um modelo de gestão de qualidade organizacional, certificada pela ISO 9001. A companhia também tem certificação FSSC 22000 (Food Safety System Certification), do sistema de segurança de alimentos, que atende aos requisitos de boas práticas de fabricação incluídos na especificação técnica do segmento, aprovado pelo comitê Global Food Safety Initiative (GFSI). Com unidade fabril localizada em Montenegro (RS) e escritório comercial em São Paulo (SP), a companhia atende o mercado nacional e exporta para a América Latina e Estados Unidos.



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artigo | varejo

Evolução e Revolução: A Transformação do Varejo em Três Décadas Da digitalização do ponto de venda aos sistemas integrados de gestão, passando pela ascensão do e-commerce, estas mudanças permitiram um atendimento mais personalizado e eficiente

Michel Jasper*

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lhando para o passado com as lentes do presente, o varejo se revela um campo dinâmico, caracterizado por mudanças constantes e adaptações. As estratégias de marketing pregressas, centradas em anúncios impressos, promoções em lojas, e na construção de relações pessoais, deram lugar a métodos digitais e personalizados. Esta transição foi catalisada por uma série de inovações tecnológicas, que redefiniram a maneira como interagimos com os consumidores e gerenciamos as operações de negócios. Da digitalização do ponto de venda aos sistemas integrados de gestão, passando pela ascensão do e-commerce, estas mudanças permitiram um atendimento mais personalizado e eficiente. As preferências dos consumidores sofreram uma transformação significativa ao longo dos anos. Antigamente, a transação de compra e venda era mais direta, centrada no produto. Atualmente, os consumidores valorizam a conveniência, a personalização e a experiência de compra, refletindo uma mudança impulsionada pela era digital e pelas novas expectativas por serviços mais rápidos, variados e acessíveis em nosso cotidiano. Estas três décadas trouxeram desafios consideráveis. A adaptação rápida às novas tecnologias, a crescente importância da sustentabilidade e a competição global foram alguns dos obstáculos enfrentados pelo setor. Para sobreviver nesse ambiente, foi preciso manter-se relevante e inovador. A globalização expandiu nossas fronteiras, transformando as cadeias de suprimentos, levando a uma maior oferta de produtos e a concorrência mais acirrada, apresentando desafios e oportunidades em igual medida. O varejo teve que se adaptar a essas novas dinâmicas operacionais. A ascensão das plataformas de e-commerce marcou

um ponto de virada crucial. O varejo tradicional foi confrontado com a decisão de ver esta nova onda como uma ameaça ou uma oportunidade. Aqueles que abraçaram a mudança integraram experiências online e offline, desenvolvendo um ecossistema de compras omnichannel que atende às novas demandas do consumidor. A sustentabilidade, antes considerada secundária, tornou-se um pilar central nas decisões empresariais. O movimento verde mudou o status de tendência e se consolidou como uma prática essencial, tanto por responsabilidade social quanto pelo reconhecimento de seu valor de mercado. Nos últimos anos, as tendências no design de lojas e na criação de experiências para o cliente ganharam destaque, a personalização e a tecnologia se entrelaçaram para transformar lojas físicas em destinos de experiências imersivas e interativas. Estes espaços evoluíram de simples pontos de transação para serem ambientes onde as pessoas vivenciam e interagem com as marcas de maneira significativa. Olhando para o futuro, o mercado varejista está se encaminhando para uma nova era de inovação constante. As tecnologias emergentes, como inteligência artificial e realidade aumentada, prometem revolucionar ainda mais a maneira como interagimos com os clientes e gerenciamos nossas operações. O varejo do futuro será caracterizado por experiências ainda mais personalizadas e integradas, onde a inovação tecnológica e a sustentabilidade caminharão lado a lado. O setor varejista, sempre em constante evolução, está se preparando para uma nova onda de transformações. Os próximos anos serão fundamentais para definir o rumo dessa evolução. Uma coisa, no entanto, permanece certa: a capacidade de adaptação e a busca incessante por inovação continuarão sendo as chaves para o sucesso no competitivo mundo do varejo.

*Michel Jasper é especialista em varejo, com mais de 18 anos de experiência. Já foi mentor de 100 empresas de varejo e fez mais de 500 palestras e treinamentos in company. É fundador da WEB Jasper que oferece soluções exclusivas em softwares para supermercados, farmácias e lojas de conveniência, e da AMO Varejo, maior plataforma de recrutamento e seleção para varejo do Brasil.

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Sempre à frente do seu tempo no Striving envase for betterde alimentos

e bebidas

como se faz para chegar anos, empresa do mundo a oferecer SIG foi aos a 170 primeira ores e melhores empresas de embalagem uma embalagem cartonada asséptica com tampa da SIG, é algo relativamente simples:

rosca em 1990

re o melhor.

A

s embalagens cartonadas assépticas passaram por

mpre o melhor para o negócio dos nossos clientes, com várias mudanças e inovações nas últimas décadas vadoras e flexíveis, para levar, à mesa das pessoas, mentícios de maneira segura, sustentável acessível. e a eSIG desempenhou um papel fundamental r o melhor para a vida das pessoas.

na expansão global da indústria de alimentos e bebidas, sendo pioneira em diversas inovações e otivação e a razão de estarmos trazendo mais opções, especialmente através da flexibilidade trabalhar memorandodeesses 170diferentes anos. volumes em um mesmo equipamento, de forma muito rápida e com pouquíssimas perdas. “Isso permite que nossos clientes consigam ampliar também seu portfólio e o seu escopo de categorias no mercado. Sempre trabalhamos em conjunto com nossos clientes para levar produtos alimentícios aos consumidores de todo o mundo de maneira segura, sustentável e acessível. Esse é o nosso papel para as pessoas e para a sociedade e o nosso propósito como empresa”, explica Renata Kasahara, Head de Marketing América do Sul da SIG. A SIG é hoje uma das principais fornecedoras de soluções de envase e embalagens do mundo. “Com nossa tecnologia oferecemos soluções flexíveis para o envase de produtos alimentícios em diversos volumes e formatos de embalagem, desde 80ml até 2 litros, sendo que muitos desses formatos podem ser envasados em uma mesma máquina. Atualmente, temos equipamentos capazes de envasar até 11 tipos de embalagens em uma mesma linha, o que nos torna a empresa mais flexível do mercado, além da nossa eficiência, que ultrapassa 90%”, diz.

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Renata Kasahara, Head de Marketing América do Sul da SIG

opções para que nossos clientes possam adequar o volume ao tipo de produto de maneira rápida, em alguns minutos, sem a necessidade de parar a produção por horas”. Outra grande tendência de consumo é a busca por opções mais sustentáveis. “Hoje, a SIG oferece um portfólio amplo de embalagens mais sustentáveis, desde opções com matéria-prima 100% certificada, como FSC, ASI e ISCC Plus até embalagens sem alumínio”, acrescenta Renata. A embalagem cartonada é uma opção segura e eficiente para o mercado, com nossas barreiras contra a luz, ar e a diferenciação de temperaturas possibilitam o envase de produtos mais naturais sem a necessidade de adição de conservantes, O processo pelo qual a embalagem cartonada passa durante o seu processo produtivo também é parte essencial para a durabilidade dos produtos. Além disso, o transporte e o armazenamento sem refrigeração trazem também um menor impacto ambiental já que a emissão de CO2 no transporte sem refrigeração é menor. Outro fator que contribui para uma maior segurança do produto e que é um diferencial da SIG, é a entrega da embalagem já pré-montada para nossos clientes, com a solda longitudinal, e não em rolos ou bobinas, ampliando ainda mais a segurança.

No pioneirismo, a SIG foi a primeira empresa do mundo a oferecer uma embalagem cartonada asséptica com tampa rosca em 1990. Em 2010, lançou a primeira embalagem cartonada sem alumínio do mercado. Ainda pensando em sustentabilidade, em 2017, desenvolveu a primeira embalagem com 100% do seu conteúdo relacionado a matéria-prima vegetal (papel certificado FSC e plástico de base vegetal) e, em 2020, lançou a primeira embalagem cartonada com plástico proveniente de material reciclado pós-consumo, por meio de balanço de massa.

A SIG possui hoje um dos maiores portfólios de embalagens do mundo, oferecendo não somente opções de embalagens cartonadas, que variam de 80ml a 2 litros com opções de menor impacto ao meio ambiente, mas também com a aquisição recente da Scholle IPN e da Evergreen Asia, possui diversas opções em spouted pouches (50ml a 500ml), Bag in Box (2 litros a 1.300 litros) e embalagens cartonadas refrigeradas. ‘Assim, conseguimos atender a cadeia como um todo, desde o consumidor individual, ou famílias, passando por cadeias de food service e até a própria indústria, com soluções adequadas a cada necessidade”, revela Renata.

Em questões tecnológicas, em 2017, a SIG foi pioneira ao lançar uma solução de rastreabilidade para a indústria de laticínios de ponta a ponta, ou seja, da fazenda até o consumidor final. “Enfim, foram muitas inovações e pioneirismo dentro do mercado de embalagens, sempre buscando as melhores opções para nossos clientes e seus consumidores”, afirma Renata.

“Lançamos recentemente novas linhas de envase, como a SIG Neo, para tamanho familiar e que oferece alta velocidade de 18 mil embalagens e a SIG DomeMini, em formato individual, que proporciona a conveniência de uma garrafa plástica, com os benefícios de sustentabilidade dos cartonados”.

“Nossas embalagens seguiram as tendências do mercado oferecendo as soluções que mais se adaptam às necessidades dos novos consumidores. Por exemplo, hoje é possível encontrar porções menores no mercado, seja em sucos ou bebidas saborizadas, possibilitando assim uma maior acessibilidade aos consumidores e atender públicos infantis que preferem embalagens menores. A flexibilidade das nossas linhas oferece

Segundo Renata, o objetivo é continuar a busca por opções mais sustentáveis, acessíveis e seguras para o mercado, não somente com as soluções em embalagem, mas também em suas linhas e apoiando todo o processo produtivo do cliente. “Nossa meta é nos tornarmos uma empresa de impacto positivo, ou seja, devolver mais para o meio ambiente e sociedade do que tiramos”.


Striving for better Talvez você pense como se faz para chegar aos 170 anos, sendo uma das maiores e melhores empresas de embalagem do mundo. No caso da SIG, é algo relativamente simples:

Fazer sempre o melhor.

Buscamos sempre o melhor para o negócio dos nossos clientes, com soluções inovadoras e flexíveis, para levar, à mesa das pessoas, produtos alimentícios de maneira segura, sustentável e acessível. Ou seja, fazer o melhor para a vida das pessoas.

Essa é a nossa motivação e a razão de estarmos

comemorando esses 170 anos.


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Perfor: tecnologia brasileira com excelência

em detecção de contaminantes e precisão de pesagem Novas tecnologias aplicadas nos equipamentos surgem constantemente e a empresa acompanha a evolução do mercado para a fidelização dos seus clientes

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undada em 2007, a Perfor começou a atuar no mercado de detecção de contaminantes e precisão de pesagem, em 2008. Este início foi marcado pela maior dificuldade em adentrar nas empresas devido à preferência por marcas de renome mundial. “Investimos e estudamos para desenvolver novas tecnologias tão eficientes quanto as importadas para oferecer aos clientes”. Foi assim que a Perfor ganhou mercado e notoriedade neste segmento. “Hoje a empresa conta com cerca de 3600 clientes dos mais diversos segmentos, de todo o Brasil, e vários países da América Latina, África e Ásia”, afirma Edson Lima, diretor da Perfor. Além de checkweighers e detectores, conta o executivo, a empresa oferece solução completa de equipamentos, que permite ao cliente ter uma linha de produção com a mesma tecnologia e sistema de controle, que facilita a rotina, otimiza espaço, garantindo qualidade em seus produtos. Entre as empresas nacionais que possuem toda linha Perfor estão a Três Corações, Ypê, Açucareira Energy, entre tantos outros, que segundo ele, há anos confiam na qualidade Perfor. A tecnologia está em constante transformação, no início da Perfor, o sistema de inspeção de contaminantes, com uma abertura de 700x300mm, conseguia detectar contaminantes ferrosos e não ferrosos de 4 a 4,5mm. “Atualmente, nesta mesma abertura, o equipamento detecta contaminantes ferrosos e não ferrosos de 2mm”, revela o executivo. A evolução do checkweigher permitiu agilizar ainda mais o processo produtivo dos seus clientes. “A Gomes da Costa possui uma linha com diversos checkweighers de alta velocidade que pesam 350 latinhas de sardinha por minuto”, afirma Lima.

No passado, as placas dos checkweighers realizavam de 100 a 110 leituras de células de carga por segundo e a velocidade de pesagem alcançava 120 produtos por minuto. “Hoje, a célula de carga dos equipamentos Perfor realiza 1200 leituras por segundo e a velocidade é de até 500 pesagens por minuto”. Nos dias atuais, o portfolio é composto de checkweighers que oferecem precisão de pesagem entre 0.5 g e 1g. 44

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“Temos checkweighers produzidos com tecnologia exclusiva pela empresa no Brasil, que proporcionam 1 décimo e 2 décimos na precisão de pesagem, garantindo excelência do produto final”. A Perfor está trabalhando em novos projetos que tendem a dobrar a quantidade de leitura por segundo dos checkweighers. “O objetivo é atuar em linhas de alta performance, de até 700 pesagens por minuto”. Novas tecnologias aplicadas nos equipamentos surgem constantemente e a Perfor acompanha a evolução do mercado para a fidelização dos clientes e dar continuidade ao seu trabalho. Por isso, a empresa investe em novos processadores, CPUs de alta performance, hardware e componentes elétricos para produzir equipamentos que atendem todas as necessidades dos seus clientes. “O dosador gravimétrico Perfor, por exemplo, está entre os cinco melhores do mundo, competindo com marcas alemãs, americanas e japonesas”, destaca Lima. Ele acrescenta: “Um dos nossos maiores clientes do exterior, a La Fabril, do Equador, substituiu uma linha de dosadores e, agora, possui 12 dosadores Perfor, na qual se mostrou mais eficiente, precisa e ágil em comparação à concorrência”. Este ano, a empresa lançou o novo detector de metais Perfor: o MSMD, que é multiespectro. Possui mais de uma frequência de detecção simultânea, oferecendo maior sensibilidade e excelência na detecção de contaminante. “Somos o primeiro fabricante nacional de detector de metais multiespectro, tornando mais viável para nossos clientes contar com essa tecnologia em sua linha de produção, com valor justo e excelente qualidade”, salienta Lima. O mercado é cada vez mais exigente quanto à detecção de contaminantes e inspeção de peso, e a Perfor acompanha cada norma e tendência, para atender com excelência seus clientes. “Garantir a qualidade do produto a ser pesado e inspecionado é requisito mínimo em cada projeto e máquina entregue. Desta maneira, fidelizamos nossos clientes e o consumidor final. Nossos equipamentos estão de acordo com todas as legislações de segurança, sanitárias e requisitos mínimos de inspeção e pesagem”, destaca o diretor da empresa. Em outra frente, a Perfor agora conta com uma nova empresa no grupo: a Brasil Packing para inovar e atender novos mercados. A atuação é focada na solução para o final da linha produtiva, como balanças, dosadores, empacotadoras e enfardadoras. “Equipamentos desenvolvidos com qualidade e tecnologia de ponta para o mais alto nível de exigência de performance”, informa Lima.



Foto: Instituto de Embalagens

A evolução das embalagens nos últimos 30 anos Assunta Napolitano Camilo*

À e retornos.

medida que as necessidades dos consumidores mudam, o mercado busca tecnologias e novos produtos para atendê-las e assim gira a roda da fortuna. O jogo das opções dadas ao mercado sempre foi dinâmico. No tabuleiro das embalagens houve rupturas, avanços, revezes

Em 1993, consumíamos outros produtos, inegáveis as mudanças drásticas ou evolutivas. Leites: há 30 anos, existiam no Brasil, as opções de leite líquido sem embala-

gem, embalados em “saquinhos”, em garrafas de vidro e cartonados assépticos. Hoje temos opções em vidro, cartonado, vários tipos de garrafas plásticas, além das embalagens flexíveis.

Desodorantes: O “squeeze” com spray nasceu no Brasil e, ainda persiste, porém convive com o tubo aerossol de aço e de alumínio, além dos frascos plásticos rolo on ou em potes para os cremes. Creme dental: A mudança do tubo de alumínio formado por impacto, para o tubo laminado, gerou um aumento na capacidade de produção, reduzindo os custos e permitindo mais acesso ao produto e à saúde bucal do brasileiro.

A Kolynos, adquirida pela Colgate em 1997, produzia os próprios tubos de alumínio em uma unidade separada para depois envasar e colocar o produto em cartuchos. Houve integração das etapas de produção de tubos laminados (in house, pela Dixie Toga). Os cartuchos vinham “abertos” em paletes desde a Impressora Paranaense, e usavam o modelo de logística reversa dos paletes e de economia circular, devolvendo os “esqueletos” dos cartuchos para a fabricante de papelcartão. Cervejas: O mainstream era a garrafa retornável de 600 ml. Hoje temos opções de garrafas oneway, menores e mais leves, latas de alumínio de vários

tamanhos. Sem falar da evolução da decoração, os rótulos colados foram substituídos pelos rótulos autoadesivos, serigrafia, gravação no próprio vidro e rótulos termoencolhíveis. 46

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Cachaças: Saíram das garrafas standard de 600 ml (as mesmas dos

refrigerantes e cervejas) para garrafas próprias.

Garrafas de vidro Com designs e cores mais inovadores e esteticamente atraentes, as embalagens de vidro passaram a atender às demandas do consumidor. A garrafa vermelha da Skol beats produzida pela Owens-Illinois foi pioneira no uso dessa cor. As garrafas e potes de vidro ganharam espaço também em função da evolução das tampas de aço pull off e das possibilidades de rotulagem autoadesiva termoencolhível com a chegada da Sleever ao Brasil, que se instalou para produzir aqui. O Brasil ganha seu primeiro pote de vidro com tampa de aço larga com a marca La Pianezza com projeto da FuturePack atendido pela Silgan White Cap. Indiscutível o trabalho da O-I com a Heineken no desenvolvimento de solução para a circularidade de embalagens pós-consumo de bares e supermercados, com o projeto “Volte Sempre”.


Foto: Instituto de Embalagens

especial | Assunta Camilo

Os perfumes populares eram embalados em frascos comuns com decoração simples; e atualmente a perfumaria nacional e a nossa indústria vidreira permitem ter perfumes em embalagens com decorações e acessórios no mesmo nível de países europeus. Um orgulho! Na indústria gráfica, a evolução passou pelo desenvolvimento do papelcartão de gramaturas menores com mesma rigidez. O processo começou pela Suzano, há 30 anos. Enquanto, a Klabin investia para produzir papelcartão para líquidos. Há cerca de 20 anos, a Ripasa foi pioneira ao vender o papelcartão com extrusion coating que foi utilizado na embalagem do sabonete DOVE, marcando uma nova categoria de sabonetes em “caixinha” em larga escala. Na mesma época, os fabricantes começaram a oferecer papelcartão, com incorporação de barreiras na massa, para embalagem de produtos congelados. A indústria gráfica passou por automação acelerada, focada em produtividade e otimização de recursos fazer mais com menos - redução de refugo de cartuchos que era de 8% a 10%. Hoje nem 3% é aceitável. A mudança de formato do cartucho do detergente em pó OMO, há 15 anos, exigiu trabalho de otimização logística. A nova embalagem proporcionou melhor visualização de marca e melhor aproveitamento de papelcartão e das embalagens de transporte. Houve mudanças de tecnologia, como os das colas autoadesivas ou

de contato, que possibilitavam economia de material; melhor apresentação, pois dispensavam encaixes; e melhor formatação das embalagens, já que eram mais firmes. Falamos aqui das caixas de calçados. A inovação passou também pelos acabamentos, pois antes, existiam apenas os vernizes comuns e plastificação como recursos. Hoje, temos uma gama de possibilidades, e até hot-stamping digital! Os avanços na impressão acompanharam a evolução do setor. Na DRUPA 1990, a SCITEX apresentou um sistema de pré-impressão que substituiria os filmes da préimpressão. Depois vieram os sistemas de CTP (computer to plate) para o sistema offset. Até chegarmos aos sistemas de captação de imagem até a impressão final totalmente digital. A evolução da impressão digital permitiu a personalização em massa, exemplificada pelo case das latas de Coca-Cola com nomes de consumidores impressos. A flexografia, melhorou a eficiência e a qualidade de transferência de tinta para vários substratos. Manteve sua versatilidade, incorporando avanços tecnológicos e atualmente pode ser comparada com a rotogravura. Nos anos 2010, a impressão híbrida combinou métodos analógicos e digitais, e houve experimentação com a realidade aumentada. Bem como empresas adotaram embalagens inteligentes com códigos QR para fornecer informações detalhadas, como rastreamento de origem e dados nutricionais.

Embalagens flexíveis conquistaram

uma posição de destaque. Sem dúvidas, elas conseguem aliar barreiras e menor quantidade de material.

Os filmes de poliéster, polipropileno e polietileno, entre outros, oferecem combinação de propriedades, incluindo barreira, performance de selagem e características de resistência mecânica. Além disso, as folhas de alumínio podem assegurar a integridade dos produtos. A implementação da tecnologia de cold seal aliada aos avanços em equipamentos de envase, impulsionou os convertedores a elevar os padrões de qualidade e eficiência. A produção de filmes alta barreira para embalar carne fresca, no Brasil, colaborou diretamente para o crescimento de grandes empresas. Bem como a tecnologia retortable, que ajudou a produzir alimentos ou ingredientes cozidos com maior saudabilidade, devido à possibilidade de reduzir conservantes ou excesso de sódio. Novos formatos e incorporação de acessórios como tampas, abriram oportunidades para as embalagens flexíveis nos setores de higiene pessoal, limpeza e cosméticos, como alternativa aos frascos, bisnagas e cartuchos convencionais ou como refil do produto principal. Os atomatados que passaram pelas latas de aço, copos de vidro e cartonados e, em menos de um ano, migraram para embalagens plásticas flexíveis (stand-up pouch), que se tornaram sinônimo da categoria. A mudança da embalagem Editora B2B

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torção do bombom Sonho de Valsa para embalagem flow-pack foi outro case de ruptura. Atualmente, a indústria de flexíveis enfrenta desafios e está passando por transformação para adotar estruturas laminadas e monocamada compostas. A tecnologia de reciclagem avançada promete revolucionar a circularidade de embalagens flexíveis. Ainda há outros avanços, como o MDO, que ajuda na simplificação das estruturas e as tecnologias de destintamento e delaminação, que possibilitam reciclar materiais que antes só tinham o aterro como destino.

Recentemente, a polpa de tomate Elefante Jotalhão saiu da lata de aço para um pote de PEAD reutilizável, como acontece na categoria de sorvetes. Conta ponto também a migração dos iogurtes de PEAD para PET por causa do light weight e da possibilidade de uso de PCR foodgrade. O mercado de águas substituiu as garrafas de PVC pelo PET. Um case importante é o do Gatorade que migrou do vidro para o PET hot fill.

Tubos e latas de alumínio

A Logoplaste protagonizou a mudança da embalagem de lubrificante automotivo (1L) que saiu da lata de aço para PEAD e hoje usa o PEAD multicamada com conteúdo reciclado.

Nestes 30 anos, a lata de alumínio substituiu totalmente as latas de flandres para bebidas no mercado. A evolução apresenta também novos formatos, tamanhos, tipos de aberturas, decoração com rótulos. Novamente, as tampas fizeram parte das inovações.

As opções de rótulos, como o IML, que demorou a iniciar no Brasil, agora é uma solução comum para vários mercados como os de laticínios.

Houve também impulso no mercado de tubos de alumínio para o segmento de desodorantes em aerossol.

A decoração das embalagens era feita por serigrafia direta, ou pelos rótulos de papel, aplicados por cola. A popularização do uso do autoadesivo deveu-se principalmente pela disponibilização de equipamentos de rotulagem.

Há um movimento em direção a soluções de embalagens que incorporam papel e materiais reciclados pós-consumo, refletindo o compromisso com práticas de menor impacto ambiental.

A redução da espessura do corpo da embalagem e da tampa contribuiu para diminuir a pegada de carbono. A maior contribuição foi trazer para o consumidor a cultura da reciclagem. Graças aos seus programas, a reciclagem de latas de alumínio atingiu 100% de índice de recuperação.

Embalagens PET Iniciaram no mercado ainda sem parar em pé, pois o processo de injeção e sopro concebia um fundo instável, exigindo um base-cup em polipropileno para deixar a garrafa em pé. Assim que o consumidor percebeu o custo-benefício da opção, ela foi adotada e decolou! O mercado de refrigerantes decolou junto e passou a fazer parte da cesta de compras das famílias. As garrafas PET avançaram em seguida para outro mercado: o de óleo comestível e depois para produtos de limpeza e pessoais. A maior evolução foi o processo de reciclagem bottle to bottle aliado à redução de gramatura. O peso das garrafas foi reduzido mais de 50%, nestes 30 anos, através do aperfeiçoamento do design das embalagens: redução do peso (-27% nos últimos 10 anos). O pote PET da maionese Hellman’s foi uma revolução, levando outras marcas

a replicarem a estratégia. Apresentada como uma condição de segurança, a vantagem de “inquebrável” foi determinante.

Há 30 anos, as embalagens plásticas rígidas para alimentos começaram usando 48

somente resina virgem. A aprovação da Anvisa para uso de resina reciclada de PET para embalagens alimentícias ajudou a minimizar o impacto ambiental.

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A indústria farmacêutica adotou o autoadesivo, por segurança (evitar mistura com rótulos soltos) e as demais indústrias pela facilidade no uso da decoração com rótulos. Outro fator foi o aumento do número de SKUs, muitas variantes e o rótulo autoadesivo facilita a rápida mudança da decoração na produção. Também foi possível agregar valor à embalagem com tecnologias de impressão diferenciadas como serigrafia, hot e cold stamping. Importante destacar a evolução dos sistemas de injeção plástica de parede fina; bem como o avanço das tecnologias de envase. Daí é


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No segmento de embalagens de aço, a lata abre fácil da Rojek, lançada nos anos 90, foi um divisor de águas. Foi a primeira embalagem brasileira que recebeu um prêmio internacional em 1999, na Metpack, Alemanha. Até hoje é considerada uma grande invenção. Em 2000, o lançamento da tampa

peel off para enlatados representou

outro marco no setor.

A Silgan White Cap, em 2022, introduziu ao seu portfólio a aplicação do sistema BPANI, vernizes aplicados à folha de aço sem a presença intencional do Bisfenol A em sua composição. O setor de embalagens de aço foi o último a aderir à impressão digital. E o fez em grande estilo: a Brasilata lançou em conjunto com HP e Actega na Metpack 2023, uma solução para o setor e passa agora a vender, além de latas, know-how. Grande orgulho nacional! Também este ano, a Cinbal com a Silgan disponibilizaram ao mercado a impressão digital aplicada às pequenas tiragens de tampas metálicas personalizadas. Em três décadas, as embalagens de papelão ondulado cresceram na área de logística e exportação de alimentos frescos, principalmente hortifruti, com ganhos sanitários e visibilidade de marca, substituindo as caixas de madeira. A shelf ready packaging ou embalagem pronta para a prateleira surgiu

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preciso iluminar o setor de máquinas. A Krones, por exemplo, ao longo destes 30 anos, reduziu a pressão de sopro em 50% gerando economia de energia. Além disso, diminuiu a temperatura de enchimento a 20°C e desenvolveu linhas com aumento de velocidade com menor gasto energético. no Brasil há 20 anos, porém só nos últimos seis anos tem se destacado.

com embalagens customizadas trará ainda, impactos fortes na cadeia.

A pandemia acelerou o uso de papelão ondulado como opção para o e-commerce e tal protagonismo desenvolveu o setor e as propostas, como o K-Fold da WestRock, que vende o material em bobinas para embalagens customizadas.

A massificação do filme stretch para a proteção da carga, colaborou para empresas reduzirem desperdício e o consumidor conseguir produtos e bens de consumo em regiões remotas, com menor custo.

Recentemente começou ocorrer a substituição das embalagens EPS (conhecido como isopor) principalmente em linha branca e linha marrom, pelo papelão ondulado, assim como para as bandejinhas de frutas, legumes e verduras, em conjunto com papel virgem para contato com alimento. Nos anos 1990, a Termotécnica introduziu o conceito shrink na linha branca (eletrodomésticos) com uso de embalagens EPS. À época esta solução foi uma revolução neste segmento. Porém, a preocupação ambiental tem sido motivo de reconsideração da opção, embora os fornecedores de EPS tenham feito esforços pela logística reversa do material. O EPS tem sido bastante aplicado na cadeia de frio do Ministério da Saúde, oferecendo soluções para o transporte seguro de vacinas. No segmento de embalagem de transporte, o uso de material reciclado em strapping e caixas foram as transformações mais impactantes. O modelo de negócios de entregas rápidas do Mercado Livre, Natura e Avon no Brasil, e Amazon lá fora,

A era digital trouxe uma transformação na interação dos consumidores com as embalagens. A impressão de QR Code com dados variáveis que hoje é possível graças às codificadoras de alta definição (laser, jato de tinta térmico, termotransferência e jato de tinta Piezo), permitem que as embalagens ofereçam experiências interativas, com informações detalhadas sobre o produto, tutoriais de uso, gamificação e a tão sonhada rastreabilidade item a item. A busca por embalagens de menor impacto ambiental ainda enfrenta obstáculos, como a viabilidade econômica e a falta de infraestrutura para reciclagem em escala. Ademais, a necessidade de equilibrar a estética com a funcionalidade e a sustentabilidade continua sendo um desafio para designers e fabricantes. A revolução da embalagem de produtos no Brasil, foi marcada por avanços significativos em design, tecnologia e no tema sustentabilidade. O setor continua a evoluir buscando soluções inovadoras que atendam às demandas dos consumidores e que produzam cada vez mais:

EMBALAGEM MELHOR, MUNDO MELHOR. *Assunta Napolitano Camilo é diretora do Instituto de Embalagens, graduada em Engenharia Mecânica e especialista em Administração Industrial, ambas pela USP e MBA em Gestão avançada de Marketing pela Business School. Com 41 anos de atuação no setor de embalagens, acumula experiência nas áreas de desenvolvimento, planejamento estratégico e gestão de importantes empresas no setor.


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8 e 9.......... BRASILATA......................................................................................................................................................www.brasilata.com.br 24 e 25..... GRÁFICA 43.................................................................................................................................................. www.grafica43.com.br 16 e 17..... GRIF RÓTULOS............................................................................................................................................ www.grifrotulos.com.br 30 e 31 .... HAVER BRASIL...........................................................................................................................................www.haverbrasil.com.br 23 e 50..... INSTITUTO DE EMBALAGENS............................................................................................... www.Institutodeembalagens.com.br 13.............. INTERTEC EQUIPAMENTOS................................................................................................................... www.intertecequip.com.br 18 e 19 MULTIVAC.................................................................................................................................................................... br.multivac.com 44 e 45..... PERFOR.............................................................................................................................................................. www.perfor.com.br 38 e 39..... POLO FILMS.................................................................................................................................................. www.polofilms.com.br 32 e 33..... RAYFLEX.............................................................................................................................................................www.rayflex.com.br 42 e 43..... SIG COMBIBLOC.............................................................................................................................................................www.sig.biz 4ª Capa..... TETRAPAK............................................................................................................................................................www.tetrapak.com 2ª Capa, 4 e 5..VITOPEL..........................................................................................................................................................www.vitopel.com

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