Zebu 213

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EDIÇÃO 212 • ANO 43 • AGOSTO/SETEMBRO 2015

REVISTA

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EDITORIAL

Foto: JMMATOS

Nos meses de agosto e setembro, o Parque Fernando Costa recebeu importantes feiras e exposições que mexeram com o cenário pecuário nacional e internacional. A Expogenética, juntamente com a 9ª edição do Congresso Brasileiro das Raças Zebuínas recebeu aproximadamente 820 animais, todos avaliados pelos principais programas de melhoramento genético do país. A exposição foi uma oportunidade para técnicos, criadores e expositores conheceram e negociarem o melhor da genética bovina do país. Um dos presentes foi o presidente da Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores (ANCP), Raysildo Lôbo que concedeu uma entrevista a Revista O Zebu no Brasil e falou sobre os 20 anos da Reprodução Programada e sobre o lançamento da primeira Reprodução Programada Gênomica em escala do Brasil. Setembro fechou o ciclo do Ranking Nelore, promovido pela ACNB, que simultaneamente com ACBB e com a ABCGIL promoveram a ExpoBrahman e a ExpoGil, que pela primeira vez realizou a sua etapa nacional. Já tradicional, o Zebu no Brasil mostra em seus cadernos importantes nomes da pecuária Nacional. Nelore é o Amor de Zezé Di Camargo apresenta o seu “Diferente da Camparino”, um dos melhores reprodutores da atualidade e que estampa a capa desta edição. Notícias, informações, feiras, leilões, opinião, tudo isso e muito mais! Boa leitura e até a próxima edição! Equipe O Zebu no Brasil

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ÍNDICE

OZEBU EXPOÍNEL

ENTREVISTA

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EXPOGENÉTICA 2015

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NELORE ATALA E O CRUZAMENTO INDUSTRIAL

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GUZERÁ NOS CRUTZAMENTOS LEITEROS

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EXPOGIL

FAZENDA QUILOMBO MOSTRA O MELHOR DA SUA GENÉTICA

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BRAHMÂNIA REFERÊNCIA DENTRO DO BRAHMAN NACIONAL

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TABAPUÃ DIGNO DE EXPORTAÇÃO

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FAZENDA JAUQUARA INVESTE NO SINDI

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FAZENDA CACHOEIRA: 50 ANOS DE SELEÇÃO

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EXPOINTER DO CAVALO CRIOULO

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SENEPOL 3G: FAMÍLIA DE DESBRAVADORES

87

FIQUE POR DENTRO

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EXPOBRAHMA

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ARENAS SOLEDADE

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EXPEDIENTE REVISTA O ZEBU NO BRASIL Fundador: Adib Miguel (1946-2013) O Zebu no Brasil é uma marca registrada sob o nº 815672454, junto INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial) Diretores: Anna Keila Miguel Matos annakeila@ozebunobrasil.com.br José Maria de Matos Filho josemaria@ozebunobrasil.com.br Equipe de Jornalismo: Sabrina Alves MTB 11197/MG Thassiana Macedo MTB 14763/MG jornalismo@ozebunobrasil.com.br Representante comercial: Robert Carvalho – (34) 9817-7972 robert@ozebunobrasil.com.br Vanessa Almeida – (34) 9915-6640 vanessa.ozebunobrasil@gmail.com Direção de Arte: Augusto Neto augustoneto93@gmail.com Revisão de texto: Norma Cunha Departamento Jurídico: Demick Ferreira OAB/MG – 105407

Nossa capa: A Revista O Zebu no Brasil estampa nesta edição nº 213, o touro Diferente da Camparino que representa o melhor da genética Nelore É o Amor, do criador Zezé Di Camargo. Tratase de um dos melhores touros expostos durante a ExpoGenética 2015. Foto: JMMatos

Foto: JMMATOS

Publicação periódica de José Maria de Matos Filho ME CNPJ : 86.553.070/0001-92 Redação, Publicidade e Administração: Rua Engenheiro Gomide, nº 222 - Bairro Boa Vista Uberaba/MG - CEP 38017-140 / Reclamações e sugestões: ozebunobrasil@ozebunobrasil.com.br (34) 3336-6300

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PANORAMA

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“Nossa estratégia de crescimento está orientada para as áreas de Agricultura & Nutrição, Biociências Industriais e Materiais Avançados, mercados para os quais o Brasil apresenta grandes oportunidades” Priscila Vansetti, nova presidente da DuPont Brasil e vice-presidente da divisão de Proteção de Cultivos para a América Latina, à PorkWorld.

Dá para ter orgulho de ser pecuarista. Neste ano, o País vai confinar cerca de cinco milhões de animais e a entidade representa 90% desse setor. Mas, intensificar a pecuária está dentro de um leque de tecnologias que vão além do confinamento” Márcio Caparroz, diretor institucional da Associação Nacional dos Confinadores (Assocon), à Dinheiro Rural.

A pecuária de corte continua distante da crise. Se o país não estivesse numa situação tão ruim economicamente, a pecuária estaria muito melhor” Luiz Cláudio Paranhos, presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), durante a Expoinel 2015.

O Brasil ainda é protagonista da pecuária global. Para o futuro, prevejo que será cada vez mais inviável para o pecuarista continuar na atividade sem ser sustentável. O Brasil tem como fazer a pecuária mais sustentável do mundo, com uma legislação avançada, tecnologia em produção tropical e alta rentabilidade” Eduardo Brito Bastos, presidente do Comitê de Sustentabilidade da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG).

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ENTREVISTA

ANCP comemora 20 anos

da chamada Reprodução Programada Por Sabrina Alves | Fotos: Divulgação

Considerado uma das 100 personalidades mais influentes do agronegócio, o presidente da Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores (ANCP), Raysildo Lôbo é médico veterinário e professor reconhecido por seu trabalho e dedicação à pesquisa de zebuínos. Seu trabalho teve início ainda na década de 70 e desde então se tornou uma grande referência em pesquisas e desenvolvimento de genética. Durante a ExpoGenética deste ano, o Programa de Melhoramento Genético da Raça Nelore pertencente a ANCP lançou a primeira Reprodução Programada Gênomica em escala do Brasil, que comemorou os 20 anos da chamada RP, ou Reprodução Programada. A intenção da ANCP foi a de incorporar a DEP Genômica no processo de seleção do teste de progênie, com isso

sendo possível confirmar com maior precisão dados de animais ainda jovens, aumentando assim os ganhos genéticos. Em entrevista a Revista o Zebu no Brasil, Raysildo explica como são exploradas as informações divulgadas nos sumários, como são feitas as avaliações genéticas expressas em DEPs e a importância desse contexto dentro da pecuária.

É uma realidade sem volta. A evolução nos próximos anos será enorme, com resultados ainda mais consistentes e de menor custo para os produtores 8

OZB - Atualmente, os sumários se tornaram uma ferramenta essencial ao produtor. Dificilmente, um reprodutor será escolhido sem a avaliação de suas provas e de suas DEPs. Qual a sua avaliação sobre essa mudança e a aceitação aos sumários que vem se estendendo a todas as raças zebuínas? RL - As avaliações genéticas expressas em DEPs e publicadas como sumários de touros se tornaram ferramentas e fontes de informação de grande uso no processo de identificação e seleção de animais de alto potencial genético. Hoje, os produtores se utilizam dessas novas tecnologias para tornar sua atividade mais rentável e sustentável, quer nas raças zebus de corte e leite ou em outras raças. O próprio mercado validou o processo. É um caminho sem volta; e desta forma


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teremos uma pecuária mais competitiva, com maior valor agregado e contribuindo para a sustentabilidade econômica do nosso país. OZB - Em 2010, durante uma entrevista, o senhor disse que era possível fazer DEP em marmoreiro de zebuíno. Depois de cinco anos, qual a sua avaliação sobre essa afirmativa? RL - Minha avaliação é muito positiva, pois, em 2013, durante as comemorações dos 25 anos do programa Nelore Brasil, nós lançamos a DEP de marmoreio para a raça Nelore, a qual tem sido divulgada em nossos sumários desde então, bem como é disponibilizada online aos nossos associados, por meio da web. OZB - Este ano foi comemorado o 20º aniversário da Reprodução Programada (RP) - O Teste de Progênie foi criado em 95 e já produziu inúmeras progênies. Qual a importância desse trabalho para a pecuária zebuína? RL - A Reprodução Programada ANCP mostrou-se efetiva na identificação, avaliação e difusão de genes para o melhoramento genético do gado Nelore, pois foram avaliados, em vinte anos, 600 touros que produziram mais de 1,2 milhão de descendentes, no Programa Nelore Brasil. O impacto genético na pecuária de corte dos touros da RP é enorme. Atualmente, 199 touros filhos da RP estão nas centrais de IA, ou seja, 19%, além de contribuir também com 390 touros melhoradores, que são descendentes de touros RP, contando assim 38% dos touros em Centrais. OZB - Durante a última Expogenética foi lançada a 1ª RP Genômica em escala do país, que foi realizada através do Programa de Melhoramento Genético da Raça Nelore da ANCP. Quais foram os resultados apresentados?

RL - No Lançamento Oficial da 1ª Reprodução Programada Genômica, ocorrido em nosso estande, gostaria de destacar a presença de mais de 100 participantes, que demonstraram grande interesse sobre a nova tecnologia apresentada, onde realizamos uma breve explanação sobre a importância da RP Genômica, bem como dos benefícios que ela irá propiciar. Tamanho é o impacto desta inovação, que em menos de 24 horas tivemos esgotadas as doses de sêmen de três, dos seis touros participantes com disponibilidade de sêmen até o momento. OZB - E sobre as DEPGs. O que pode ser esperado daqui para frente? RL - É uma realidade sem volta. A evolução nos próximos anos será enorme, com resultados ainda mais consistentes e de menor custo para os produtores. O estudo de novas características como doenças, adaptabilidade e qualidade de carne, dentre outras, acelerará ainda mais o ganho genético. OZB - Algumas raças europeias, como a Holandesa, já passaram pela DEP Genômica. Essa inserção às raças zebuínas trará uma maior confiança em relação à divulgação de resultados? RL - Sim, algumas raças europeias, como a Holandesa, Angus, etc., já incorporaramde forma rotineira as informações genômicas nas suas

Somente no início dos anos 2000, o mercado reconheceu o animal geneticamente superior começou a procura pelos programas 9

avaliações genéticas. Hoje, na raça Holandesa, já foram genotipados mais de 1 milhão de animais, enquanto na raça Nelore não passa de 10 mil. OZB - Em números, quais foram os resultados dessa RP Genômica? RL - Até o momento ainda não temos resultados sobre a RP Genômica, pois a mesma ainda se encontra em curso. O que podemos dizer é que houve um aumento de acurácia dos animais selecionados de mais de 100% quando comparado a RP tradicional. OZB - As informações de DEPs Genômicas serão calculadas e divulgadas de quanto em quanto tempo? RL - A ANCP divulga 6 vezes por ano. No futuro, em parceria com a Zoetis, devemos divulgar 10, se o número de animais genotipados aumentar significativamente como esperamos. OZB - Quantos profissionais estão ligados ao projeto? RL - Cerca de 20 professores e pesquisadores, além de consultores em todo o Brasil. OZB - Que balanço pode ser feito da utilização dos programas de melhoramento e da contribuição destes para o desenvolvimento da pecuária Brasileira? RL - Comecei a trabalhar com melhoramento genético no início da década de 70, em um ambiente hostil aos novos conhecimentos. Na época, não existia a disciplina de genética no currículo das faculdades de medicina veterinária e ainda era pequeno o número de escolas de zootecnia. Na década de 80, alguns grupos começaram a investir em programas de seleção, porém, não houve percepção por parte do mercado. Somente no início dos anos 2000, o mercado reconheceu o animal geneticamente superior e começou a procura pelos programas de melhoramento genético.


GERAL

Presidente da ABCZ é indicado para Câmara Setorial da Carne O presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), Luiz Cláudio Paranhos, foi nomeado pela ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu, para assumir a presidência da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Carne Bovina. Paranhos substituirá Antenor Nogueira, diretor da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Zootecnista formado pela FAZU (Faculdades Associadas de Uberaba), com MBA em Gestão Estratégica do Agronegócio, Luiz Claudio Paranhos é diretor da Japaranduba Fazendas Reunidas Ltda., com 28 anos de atuação nas áreas Administrativo-Financeira de propriedade rural, comercialização de bovinos para cria, recria, engorda e reprodução e planejamento zootécnico de pecuária seletiva e de pecuária de corte.

Senado aprova PEC 71 que autoriza

indenização por terras desapropriadas O Plenário do Senado aprovou em setembro, por unanimidade, em primeiro e segundo turno, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 71/2011, de autoria do senador Paulo Bauer (PSDB/SC). Ela prevê a garantia de indenização da terra nua aos donos de áreas demarcadas como reservas indígenas. A proposta também prevê o pagamento das benfeitorias efetuadas sobre o terreno desapropriado. Além disso, a PEC 71 distensiona e cria as condições para que os conflitos pela posse da terra sejam resolvidos de forma pacífica. A proposta já aprovada pelo Senado foi remetida à Câmara dos Deputados e segue agora para votação dos parlamentares.

China abre mercado para derivados de leite do Brasil Após negociações, iniciadas em 1996, China anuncia a abertura de mercado para a compra de derivados de leite do Brasil. Segundo a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu, o maior comprador mundial de leite em pó, queijos e manteiga pode acrescentar US$ 45 milhões por ano nas vendas de lácteos brasileiros. A ministra irá ao país asiático no mês que vem para chancelar a troca comercial com a China, a qual no ano passado importou US$ 6,4 bilhões, o equivalente a 14% dos US$ 47 bilhões comercializados no mundo ano passado. A ministra anunciou ainda a habilitação de 13 novas plantas de exportação brasileira de produtos lácteos para a Rússia, que é o segundo maior importador, com compras equivalentes a US$ 3,4 bilhões, 7% de todos os lácteos comercializados em 2014. 10


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Central Uberaba inicia coleta de sêmen e embriões A sede da antiga Nova Índia entra em uma nova fase em 2015, com o início do funcionamento da Central Uberaba (Cenub). Nas mãos do agente comercial William Alves, da médica veterinária Adriana Mendes e de Gilmar Antônio, responsável pela estruturação técnica e manejo, a central está focada em oferecer prestação de serviço de coleta e comercialização de sêmen de touros e de embriões de forma moderna e atualizada, conforme as exigências do mercado. A reativação da central conta com a confiança do novo proprietário Carlos Resende. Com moderna equipe e estrutura de laboratórios e locais para coleta, a Central Uberaba busca ser também um centro de conhecimento, pois vai ofertar cursos e palestras para o setor pecuário. A Cenub fica no km 158 da rodovia BR-50.

Eleição para nova diretoria já tem duas chapas em 2016

Por maioria, diretores da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) indicaram em setembro o nome do pecuarista Frederico Cunha Mendes para concorrer à presidência da entidade. A eleição será realizada em agosto de 2016. Diretor responsável pela reformulação e ampliação do Programa de Melhoramento Genético das Raças Zebuínas (PMGZ) durante a atual gestão, Frederico Mendes participou da formação do departamento de pesquisa e desenvolvimento da ABCZ e das ações de fomento ao aumento da produtividade da pecuária comercial. A posição é disputada por um nome de peso, Arnaldo Manuel de Souza Machado Borges, atual 1º vice-presidente da ABCZ. O criador entrou na entidade em 1978, aos 26 anos, como membro do Conselho Técnico da raça Gir na gestão de Manoel Carlos Barbosa, mas também foi diretor nas gestões de Newton Camargo Araújo, Heber Crema Marzola, e José Olavo Borges Mendes. Formado em medicina veterinária pela UFMG, Arnaldo Borges participou da criação do PMGZ como superintendente técnico da ABCZ, é membro do colégio de jurados desde 1983 e foi condecorado com o Mérito Pecuário ABCZ na gestão de Rômulo Kardec de Camargos.

Brasil poderá exportar embriões para Costa Rica Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) fez acordo com o Ministério da Agricultura da Costa Rica para permitir a exportação de embriões de bovinos in vivo e in vitro. O certificado foi acordado no início de setembro. De acordo com o Departamento de Saúde Animal, a cada exportação, a unidade de coleta de embriões e dos ovócitos deverá ser aprovada e inspecionada pelos médicos veterinários do Mapa. Os embriões devem ser examinados para identificação de doenças como estomatite vesicular, diarreia viral bovina, brucelose bovina e tuberculose bovina. 11


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ABCZ encerra ExpoGenética 2015 com recorde de animais e negócios

Por Thassiana Macedo | Fotos: Divulgação

A 8ª ExpoGenética, realizada no Parque Fernando Costa em Uberaba, juntamente com a 9ª edição do Congresso Brasileiro das Raças Zebuínas, encerrou comemorando os bons resultados alcançados. Foram inscritos 819 animais das raças zebuínas, quase 50% a mais que o número de participantes no ano passado. Todos avaliados pelos principais programas de melhoramento genético do país. Além de ser palco para difusão de conhecimentos e de importantes negociações da melhor genética bovina

do país, dois termos de cooperação técnica e financeira foram assinados durante a edição 2015 entre o governo de Minas Gerais, Banco do Brasil (BB), Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) e Associação Brasileira dos Criadores de Gir Leiteiro (ABCGIL). Com a assinatura, o BB disponibilizará aos produtores rurais uma linha de crédito para a aquisição de animais melhoradores. Segundo o presidente da ABCZ, Luiz Cláudio Paranhos, o termo tem como objetivo o desenvolvimento de ações

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integradas que promovam o desenvolvimento sustentável da pecuária em Minas Gerais, por meio da melhoria da qualidade genética do rebanho bovino e das condições de competitividade na produção e geração de oportunidades. Para ter acesso ao crédito, o produtor precisa atender a alguns requisitos. Dentre as exigências ele tem de ter conta corrente no Banco do Brasil, cadastro e limite de crédito atualizados, possuir infraestrutura adequada para abrigar os animais adquiridos e adotar as premissas do crédito rural sustentável.


Edição de 2015 fatura R$ 17 milhões em leilões Em oito dias, a 8ª ExpoGenética movimentou R$ 17,4 milhões em nove leilões, um faturamento 56% superior a 2014, registrando média por animal de cerca de R$ 12,5 mil. Entre os remates mais expressivos está o Mega Touros Matinha. Foram à venda 255 reprodutores da safra 2013 por R$ 3,4 milhões e média de R$ 13.448. Outro destaque foi o Leilão Boi com Bula, que comercializou 84 animais por R$ 1,38 milhão, média de R$ 16.428 por animal. A maior disputa foi para o reprodutor D4410 da MN. O animal teve 50% arrematado pelo pecuarista Valderi Antônio Parussolo por lance de R$ 69.600, tornando-se sócio da Família Penteado Cardoso. No 4º Leilão Terra Brava Touros Melhoradores foram vendidos 137 reprodutores à média de R$ 8.259, movimentando R$ 1,1 milhão. A oferta foi dividida em 102 Puros de Origem (PO) à média de R$ 11 mil e 35 Livro Aberto (LA), à R$ 6.617. O grande destaque foi o remate do touro 678 (Sultão) FIV da Terra Brava, já contratado da Alta Genetics. A venda de 33% do reprodutor foi fechada em R$ 200 mil. O 2º Leilão Genética Provada levou à pista 88 novilhas da safra 2012, prenhes por Inseminação Artificial. Os animais foram negociados à média de R$ 6.624, com movimento de R$ 715.440. A maior negociação foi Aristides Lorenço de Corduva, que desembolsou R$

23.040 para arrematar lote triplo. O 1º Leilão Reserva ExpoGenética faturou R$ 643.440, com média de R$ 11.288. O comércio foi focado em touros, com a venda de 48 animais à R$ 11.570. A maior negociação foi de Beto Guimarães, que desembolsou R$ 48 mil para fechar 50% de Bloqueio da AC Agro. Entre as fêmeas, a média para nove animais foi de R$ 9.786. Reforçando a oferta de fêmeas com 96 exemplares, o Leilão Noite Nacional Matrizes Colonial fechou com média de R$ 11.987, movimentando o total de R$ 1,1 milhão. A maior negociação foi feita com Francisco de Salles Filho, que deu lance de R$ 45.600 para levar lote com cinco novilhas de 21 meses. No 9º Reprodutores Nelore Colonial foram vendidos 253 animais por R$ 2,4 milhões, média de R$ 9.600. O grande

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destaque foi Jhelum Colonial, top 2% no PMGZ e ANCP. A compra foi fechada em R$ 192 mil pela Nelore 3 Barras. O Leilão Virtual Base Genética negociou 105 bezerras e novilhas. A fatura foi de R$ 724.560, média geral de R$ 5.102. A maior negociação foi fechada com Renato Bulle, que deu lance de R$ 23.040 para a compra de um lote com quatro novilhas de 23 a 25 meses. Já o Leilão Naviraí Camparino faturou R$ 5,2 milhões com a venda de 250 reprodutores Nelore padrão e mocho, à média de R$ 21.018. O animal mais valorizado do pregão foi Diferente da Camparino, vendido em 50% por R$ 264 mil para Zezé Di Camargo, da Nelore É o Amor. Naviraí FIV 13291-13 foi arrematado por R$ 86.400 pelos criadores Alfredo Zamlutti Júnior e Edmur Miglioli Júnior.


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Número de touros inscritos no

PNAT 2015 aumenta 44% A Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) anunciou, durante a 8ª ExpoGenética, a 6ª bateria de tourinhos eleitos para edição 2015 do Programa Nacional de Avaliação de Touros Jovens (PNAT). Cerca de 250 pessoas assistiram ao anúncio dos reprodutores jovens preferidos. Segundo o gerente de Fomento da ABCZ, Lauro Fraga, a seleção começou com a inscrição de 670 mil touros no PMGZ, dos quais 117 mil estavam na faixa etária, sendo que 16.900 foram pré-selecionados. Deste total, 86 estavam aptos a participar das avaliações. “Isso demonstra a confiança dos criadores na

credibilidade do programa que é uma das portas de entrada para a comercialização e distribuição de doses. A grande surpresa foi que, em razão da qualidade dos animais, 19 touros foram selecionados para a coleta de sêmen”, afirma. Os animais inscritos no programa foram submetidos a avalição por parte de integrantes das comissões formadas por 297 criadores e 77 técnicos da ABCZ e das centrais de sêmen. De acordo com o presidente da ABCZ, Luiz Cláudio Paranhos, essa foi a maior edição da história do PNAT, com aumento de 44% do número de touros jovens que terão sua genética disseminada

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para 277 rebanhos colaboradores em todo o país. Segundo ele, desde o início do programa, já foram distribuídas 35 mil doses de sêmen gratuitamente, para rebanhos de 18 estados. Para a 6ª bateria foram selecionados 19 touros para coleta de sêmen, ao invés de 10 como nas edições anteriores. Destacaram-se: MR N Pous POI 3738 (Brahman), Luter NF (Guzerá), Fenômeno FIV CCC e Radiado FIV de Tabapuã (Tabapuã), 678 FIV Terra Brava, Caminho 2 FIV LGAL, Fantoche Terra Boa, Keepo IDM, Kimbol FIV Zeus, Larue da Di Gênio, Logan da Di Gênio, Lux Vector FIV, Mallybu COL, Navajo FIV de Naviraí, Provador da RFA, Rima FIV Imperatore, Uiru da Agua Boa, Uruguai FIV Monte Verde e Yamasaki 2 TE Guadalupe (Nelore). Também desfilaram reprodutores e progênies que se consagraram no mercado através do PNAT.


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3º Concurso Leiteiro revela resultados dos programas de melhoramento O 3º Concurso Leiteiro Natural, promovido pela ABCZ durante a ExpoGenética , por meio do PMGZ Leite e apoio da Faculdades Associadas de Uberaba (Fazu), contou com a participação de 19 vacas da raça gir. Na raça Gir, a Grande Campeã foi Fama FIV da Badajos, do expositor Leonardo Lima Borges, com produção total de 82,08 litros de leite e produção média de 16,42 litros. A Reservada Grande Campeã foi Entoada FIV CAL do expositor Alvaro F. Andrade e outros condomínios, com produção de 74,54 litros de leite e produção média de 14,91 litros. A matriz Entoada FIV CAL também recebeu o título de Melhor Úbere de vaca adulta. Já a matriz Amada PO 5R, do expositor Reginaldo José da Silva, foi classificada como Melhor Úbere de vaca jovem. Durante o concurso, as matrizes em lactação foram submetidas a um regime alimentar próximo à realidade da pecuária leiteira nacional e a um ambiente padronizado, na Fazenda Escola da Fazu, buscando destacar o potencial produtivo dos animais. Além de degustação de produtos derivados de leite, durante a divulgação do resultado foi distribuído ao público participante do evento queijo muçarela produzido com o leite do Concurso Leiteiro Natural.

A alimentação das matrizes consistiu em pastagem, complementada com silagem e/ou feno de boa qualidade e ração comercial balanceada para produção de leite. Foram realizadas duas ordenhas manuais por dia, com duração de 15 minutos por

matriz, e por ordenhadores contratados pela ABCZ. Também foi feita a divulgação dos resultados da Prova de Novilhas a pasto da ABCGIL, com apoio da ABCZ, apresentada pelo coordenador Operacional do PNMGL, André Rabelo.

2ª Prova Nacional Gir Leiteiro Sustentável premia novilhas Durante a ExpoGenética 2015 a Associação Brasileira de Criadores de Gir Leiteiro (ABCGIL) realizou o lançamento do caderno de resultados da 2ª Prova Nacional de Produção de Leite - Gir Leiteiro Sustentável. O projeto conta com a parceria da Epamig e da Embrapa Gado de Leite e compõe as ações e provas zootécnicas integrantes do Programa Nacional de Melhoramento do Gir Leiteiro (PNMGL). A 3ª Prova Nacional está prevista para ser divulgada em agosto de 2016. A prova visa avaliar a produção e a composição do leite, que este ano contou com a participação de 18 novilhas Gir Leiteiro manejadas em sistema de produção no modelo comercial, pertencentes a associados da ABCGIL, com o objetivo de subsidiar o trabalho de seleção e a construção de índices econômicos do Gir Leiteiro.

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Segundo André Rabelo, coordenador do PNMGL, a prova das novilhas foi realizada em fazenda administrada pela ABCGIL em Uberaba (MG). A lactação foi feita sob as mesmas condições de manejo e alimentação, conforme o modelo comercial que o produtor utiliza. “Além disso, desenvolvemos trabalhos de pesquisa para aprimorar questões alimentares e reprodutivas. A fazenda é um laboratório a céu aberto de Gir Leiteiro, para o desenvolvimento de técnicas e tecnologias, bem como dados que depois serão divulgados aos criadores”, explica. Foram premiadas as vacas que mais produziram leite, gordura, proteína, com menor Contagem de Células Somáticas (CCS), com maior eficiência reprodutiva, entre outros itens compatíveis com o modelo de produção comercial.


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Evento é palco para o lançamento dos Sumários de melhoramento 2015 PMGZ. Na ExpoGenética 2015 foi lançado o Sumário Nacional de Touros das Raças Zebuínas 100% Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos (PMGZ/ABCZ), com as avaliações genéticas das raças zebuínas de corte, referentes a 2015/2. Na edição 2015, a avaliação genética nacional incluiu 12.117.409 animais avaliados, sendo 294.406 da raça Brahman; 477.321 da raça Gir; 407.096 da raça Guzerá; 33.322, Indubrasil; 10.407.831, Nelore; 468.515, Tabapuã, e 28.918 da raça Sindi. Segundo o superintendente Adjunto de Melhoramento Genético da ABCZ,

Henrique Torres Ventura, o Sumário Nacional de Touros das Raças Zebuínas entrega informações genéticas na forma de DEPs (diferença esperada na progênie), oriundas da avaliação genética nacional das raças zebuínas, para uma série de características de importância econômica na produção de bovinos de corte. “Essas informações auxiliam o criador na escolha dos touros que serão utilizados em seu rebanho para obtenção de ganho genético em peso, habilidade materna e reprodução”, afirma. A novidade em 2015 é que a publicação impressa veio acompanhada de um pen drive com o Sumário Virtual

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Completo e outros conteúdos. Ventura destaca que este ano ele trouxe apenas os resultados de touros que atenderam a critérios rigorosos. Os demais touros foram apresentados em mídia eletrônica por meio do Sistema Integrado de Avaliação Genética (SIAG), um sistema interativo de seleção de características que também está disponível na página da ABCZ, pelo www.abcz.org.br. ANCP. Em 2015, o Sumário de Touros, produzido pelo programa de melhoramento da Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores (ANCP), traz 29 DEPs, das quais 22 são genômicas. Ele apresenta os resultados de 36.205 touros de um universo de 8 milhões de animais das raças Nelore, Guzerá, Brahman e Tabapuã avaliados pelo programa. No endereço www.ancp.org. br/sumarios, o criador encontra as tabelas que contêm características de


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crescimento, reprodução, ultrassonografia, composição de carcaça e morfologia. A novidade desta edição é a apresentação do Catálogo dos Touros Participantes da Primeira Reprodução Programada Genômica, o qual resulta do lançamento da DEP Genômica realizada em 2014. Dentro do processo de reprodução programada, teste de progênie que vem sendo realizado há 20 anos pela ANCP, foram avaliados 600 touros e distribuídas 123 mil doses de sêmen. Estes animais geraram cerca de 400 mil filhos, 483 mil netos e 318 mil bisnetos, resultando na produção de mais de 1,2 milhão de descendentes Nelore. Hoje, 38% dos touros do programa estão contratados por centrais de inseminação. GENEPLUS. O zootecnista da Embrapa, Paulo Roberto Costa Nobre, esclarece que o Sumário de Touros Nelore Geneplus Embrapa 2015 é uma ferramenta de seleção amplamente utilizada por criadores, técnicos de campo, prestadores de serviço na área de genética, centrais de inseminação e produtores de gado de corte em busca do melhoramento genético e eficiência econômica nos sistemas de produção. Na opção impressa, são apresentadas as avaliações genéticas dos melhores 240 reprodutores da raça Nelore para o Índice de Qualificação Genética (IQG) preconizado pelo Programa Geneplus Embrapa de IQG básico, envolvendo as principais características, tais como produção e reprodução e importância econômica, de forma a subsidiar o trabalho de melhoramento genético

de acordo com os aspectos dos diferentes sistemas de produção e as exigências de mercado. Na versão digital, em www.embrapa.br/gado-de-corte/ ou www.geneplus.com.br, o usuário tem acesso a recursos de busca e testes de índices, bem como o uso de filtros para vários critérios. Além disso, nesta versão, para atender objetivos específicos, são apresentadas outras tabelas classificatórias de touros com base em outros índices. Paulo Nobre recomenda aos criadores que a DEP seja utilizada como critério de seleção ou de descarte dos indivíduos, e que os planos de acasalamentos sejam estabelecidos com base nas DEPs preditas. “Trabalhos recentes demonstram que o investimento em touros geneticamente superiores apresenta elevado potencial de retorno econômico, podendo contribuir decisivamente para a melhoria da produtividade e da renda das fazendas de pecuária de corte, com seu efeito multiplicador no âmbito de toda a cadeia produtiva e dos demais setores da economia a ela interligados”,

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informa o zootecnista. PAINT. O Sumário Consolidado PAINT 2015 contempla informações geradas pelos sumários ANCP, PMGZ, IZ e ALIANÇA. O sumário digital, encontrado no www.crvlagoa.com.br, traz dados dos mais de 29 mil touros, enquanto a versão impressa focou nos 528 touros com equivalentes progênies acima de 90 filhos, o que se traduz em informações mais seguras. A novidade é a apresentação dos touros testes de progênie com avaliação genômica. De acordo com o gerente André de Souza e Silva, o grande volume de animais aumenta a acurácia dos dados, ou seja, a confiança nas informações. “Todas as informações são relevantes; o primeiro passo do produtor é identificar seus objetivos de seleção. Por exemplo, o pecuarista que faz cria e vende bezerros, deve observar as informações maternais e as características de ganho até o desmame. O produtor que faz ciclo completo deve observar informações de ganho de peso, precocidade sexual e as características de carcaça”, explica.


Eficiência alimentar

reduz emissão de gás

Entre os temas da 9ª edição do Congresso Brasileiro das Raças Zebuínas, os desafios da sustentabilidade na pecuária brasileira foram apresentados pelo coordenador-geral do Sistema Embrapa de Inteligência Estratégica (Agropensa), Geraldo Bueno Martha Júnior. O especialista alertou para a necessidade de aprimorar a formação e a divulgação de conhecimento em

relação ao tema. Durante o debate, foram apresentados os dados de pesquisa que avaliou cerca de 2 mil animais, por quatro anos, em uma propriedade em Uberaba, no Triângulo Mineiro. O resultado foi uma diferença média de 20% no consumo alimentar, índice que pode chegar a 30%, o que permitiu ponderar uma economia de 2,9 milhões na

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emissão de gás metano com a adoção de medidas eficazes de alimentação. Especialistas como Fabyano Fonseca, da Universidade Federal de Viçosa; Fernando Flores Cardoso, da Embrapa Pecuária Sul; José Aurélio Garcia Bergmann, da Universidade Federal de Minas Gerais, Luiz Josahkian e Henrique Ventura, da ABCZ, discutiram a melhoria da nutrição, a mudança dos biotipos dos animais para ciclos mais curtos, a necessidade de comunicação das informações e boas práticas, o resgate da cultura do campo junto ao meio urbano e a preocupação de pensar a genética da pecuária sob a ótica da biociência para aumento da eficiência energética. O Brasil, um dos maiores produtores e exportadores de carne bovina do mundo, consegue essa excelência através do trabalho de seleção de programas de melhoramento genético. Para Geraldo Bueno, o grande desafio da pecuária é produzir com responsabilidade e sustentabilidade, e para isso é preciso intensificar os sistemas de produção, utilizando informação e tecnologia. “Produtividade na pecuária é determinada por um componente que é desempenho animal e por outro que é a taxa de lotação. Na parte de desempenho animal, nós precisamos investir muito em qualidade da alimentação, genética, sanidade do animal. Na parte da taxa de lotação, a gente precisa investir em aumentar a produção de forragens e outros alimentos que consigam suportar essa maior taxa de lotação na propriedade”, frisa o coordenador.


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Melhoramento genético pode

aumentar o peso de bezerros Em mais de 13 anos de pesquisa e levantamento de dados, com objetivo de comparar sistemas produtivos nas diferentes regiões brasileiras, bem como os resultados de investimentos em pastagem, manejo, suplementação e genética em 194 fazendas, a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da USP, desenvolveu metodologia para medir o impacto na rentabilidade da pecuária. Segundo dados divulgados no 9º Congresso Brasileiro das Raças Zebuínas, a conclusão é que investir em melhoramento genético garante aumento de 15% a 20% no peso do bezerro na desmama. Além disso, o melhoramento em fazendas de cria também pode

reduzir o custo de produção do bezerro e favorecer a qualidade do produto. Ferramenta de tabulação de dados desenvolvida pela instituição permite um controle estratégico muito mais rentável ao produtor e com espaços para tecnologias atualizadas. “Quando falamos em cana e soja sempre se utiliza o que há de mais atual na genética, e precisamos pensar dessa mesma forma na pecuária, desde as pastagens até os dados zootécnicos”, afirma o professor da Esalq, Sérgio de Zen. Nas fazendas pesquisadas que investiram em melhoramento genético e tecnificação para o corte, com a mesma quantidade de insumos, houve aumento de 50% no ganho social, o que

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significa uma mão de obra mais qualificada e produtiva. Essas propriedades também se tornaram 41% mais eficientes no uso dos recursos naturais. Nas fazendas voltadas para a produção de leite, o ganho social foi de 38%, tornando-se 14% mais eficientes quando foi considerado o indicador ambiental. Para o engenheiro agrônomo, é possível explorar muito mais a relação entre genética e economia na atividade pecuária. “O processo de produção da pecuária de corte exige que o pecuarista faça todos os investimentos muito bem sincronizados. É preciso investir em manejo de pastagem, na genética e na suplementação ao mesmo tempo. O sistema exige sincronia. Se o produtor


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esquecer-se de um desses itens, automaticamente os ganhos que terá com genética serão neutralizados por mau uso da suplementação ou pelo mau uso das pastagens, ou vice-versa”, ressalta. Outro fator importante na utilização da tecnologia é a melhora da fertilidade das matrizes do rebanho. Isso resulta no aumento do índice de prenhez das fêmeas e no número de bezerros nascidos na propriedade. “O ideal seria que essa fêmea tivesse a parição de um bezerro ao ano. No sistema controlado, é possível eliminar aquelas que não atingem essa meta. Consequentemente, a produtividade das fêmeas também melhora”, afirma Sérgio De Zen. Já na pecuária leiteira, a expectativa é de um ganho de 30% a 40% no volume de produção da fêmea, no intervalo de uma geração, porém a grande dificuldade no setor do leite está na falta de informações sobre o desempenho animal, especialmente o controle de dados econômicos. O próximo passo, segundo o pesquisador, é refinar os parâmetros nacionais a fim de obter valores de mercado para investimento em genética e a regionalização desse valor, tanto para a pecuária de corte, quanto para a de leite. Ainda durante o 9º Congresso, as pesquisadoras da Embrapa Maria Gabriela Campolina Peixoto e Luciana Correia de Almeida Regitano, apresentaram os resultados dos últimos estudos realizados sobre os benefícios e desafios do uso da Genômica na Seleção das Raças Zebuínas.

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REVISTA

CADERNO

Foto: JMMATOS

Nelore

Nelore Atalla: investimento em genĂŠtica e manejo

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NELORE

Nelore Atalla: pureza e cruzamento em busca de produtividade Por Thassiana Macedo | Fotos: JMMATOS

A história da evolução do Nelore no Brasil praticamente se cruza com a da família Atalla. O trabalho de seleção foi iniciado por Jorge Sidney Atalla, que no fim da década de 1960 buscou como fonte o trabalho dos pioneiros da importação de gado zebu das consagradas marcas VR, de Torres Homem Rodrigues da Cunha; Brumado, de Rubens Andrade de Carvalho; e Nova Índia, de Veríssimo Costa Júnior. Dessa maneira, o resultado só poderia ser a formação de um plantel composto por animais de alta consistência genética, produtividade, habilidade materna e beleza racial. Tudo começou com a compra de cerca de 90 vacas descendentes das principais linhagens importadas da Índia, como Karvadi, Taj Mahal e Godhavari. Utilizando matrizes e reprodutores

POI (Puro de Origem Importado) e PO (Puro de Origem), em cruzamentos selecionados, a marca Atalla solidificou seu próprio padrão da raça tornando-se referência em importantes atributos morfológicos e características econômicas de maior relevância na cadeia produtiva. Nos pastos, os exemplares de qualidade incomparável do Condomínio Jorge Sidney Atalla (CJSA) são o retrato de um rebanho que acompanha a modernização da pecuária sem perder a pureza do Nelore, hoje nas mãos

Nosso foco é produzir carne, e carne de qualidade, em cima do meio sangue 26

da segunda geração. O trabalho atual é conduzido por Jorge Sidney Atalla Júnior, Jorge Augusto Letaif Atalla, Mariana Letaif Atalla e Jorge Henrique Letaif Atalla, e a seleção encontra-se concentrada em quatro propriedades no interior do estado de São Paulo. Atualmente, a família Atalla mantém a criação fechada resultante dos descendentes puros da linhagem importada da Índia em 1962, mas agora também se aventura no gado de Lei, proveniente da nova importação de embriões. “Nosso foco é produzir carne, e carne de qualidade, em cima do meio sangue. Entendemos que a matriz zebuína é essencial para isso e serve como base para qualquer cruzamento. Em 2014, entramos também na criação de Angus PO, justamente buscando boas condições para cru-


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zamento industrial com alta performance e com as melhores DEPs (Diferença Esperada na Progênie). A base formada pelas matrizes Nelore serve para melhoramento genético do nosso rebanho PO, mas principalmente para a criação de vacas para o cruzamento industrial com touros Angus”,

destaca Atalla Júnior. De acordo com o criador da segunda geração Atalla, para o clima brasileiro, o Nelore é a matriz zebuína mais adequada ao maior desempenho em produtividade voltada à pecuária de corte. “Além da tradição de 40 anos e do fato de que crescemos vendo o Nelore na fa-

zenda, ou seja, da paixão que surgiu daí, na nossa avaliação não há raça melhor que o Nelore para a produção de carne de qualidade, seja no cruzamento industrial, seja com o PO que também oferece bons resultados. Por isso, atuamos nos dois mercados para atender a diversidade de clientela”, explica.

Investimento em genética e manejo é sinal de produtividade

Hoje, a marca conta com 150 vacas POI, provenientes da importação de 1962, cerca de 1.500 matrizes PO e cinco matrizes da importação Lei com sêmen disponibilizado pela Nelore Beka, pela Mata Velha e NJOP, através da aquisição de 50% do touro Ajiran Lei NJOP 10. Dessa maneira, o plantel do CJSA é exemplo de que bons neloristas são aqueles que se importam com a pureza de seu rebanho, sem deixar de acompanhar a modernização da pecuária. Jorge Sidney Atalla Júnior explica que através do Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos (PMGZ), realizado por técnicos da ABCZ, atualmente o condomínio investe no Nelore, obtendo touros com maior fertilidade e melhor índice

de habilidade materna. Neste sentido, o criador ressalta que sempre busca uma seleção mais homogênea e equilibrada, tanto na régua de DEPs, quanto na análise visual, visto que o Nelore tem suas próprias características, as quais não podem ser perdidas. Desde 2010, após mais de 10 anos longe das pistas, a CJSA vem investindo pesado nos trabalhos de inseminação e de evolução genética do rebanho buscando o aprimoramento da raça e qualidade na pecuária de corte. Entre os destaques estão os touros filhos do Faulad da SC, dotados de excelente carcaça e com boa caracterização racial, que se destacam nas avaliações frigoríficas. Atalla Júnior ressalta que a CJSA tem trabalhado forte-

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mente com o Nelore POI para a produção de touros de repasse com alta qualidade morfológica. “Buscamos sempre oferecer um Nelore equilibrado, de frame moderado, que aos 22 meses de idade vai fornecer 21,5 arroubas, com rendimento de carcaça perto de 53%, que é o que o mercado frigorífico procura hoje em termos de produção de carne. Em cima do criatório, damos toda a garantia de 40 anos de seleção Atalla”, afirma. A partir de investimentos em genética apurada, cuidados especiais com manejo e nutrição, o projeto da CJSA, para os próximos três a cinco anos, é aumentar o número de unidade animal por hectare para média de 4,5 em todas as fazendas, produzir 375 kg de carne por hectare de


NELORE gado puro ou de cruzamento industrial, criando bons índices econômicos. Segundo o criador, a desmama desse ano deu uma média de 243 kg somente com boa pastagem e sal mineral. Para isso, o manejo rotacionado com culturas de amendoim ou soja será substituído pela técnica de adubação intensa, pois neste último caso, as variáveis são menores, permitindo maior controle do processo. Todas as propriedades que compõem o condomínio CJSA utilizam nutrição de rebanho totalmente a pasto, a fim de obter maior rentabilidade e qualidade do produto final. “Há um ano, a classe de bezerros passou a receber suplementação de sal proteinado no inverno, somente da desmama até a entrada em reprodução, a fim de que os animais tenham condições de fechar o sobreano com melhor escore corporal e maior capacidade de reprodução”, explica.

Atalla é destaque em três segmentos de mercado

Atualmente, a marca investe em três segmentos de mercado, com investimentos em gado de elite, em Nelore de corte e cruzamento industrial, sempre com eficiência e precocidade, com vistas à produção de carne premium e super premium. Todo esse trabalho é bem desenvolvido nas quatro propriedades do Condomínio Jorge Sidney Atalla (CJSA), sendo as Fazendas Barreiro, Barrinha, Barraquinha e Santa Maria, localizadas na cidade de Jaú, Bocaina e Pirajuí, no Estado de São Paulo. Jorge Sidney Júnior explica que o segmento de gado Nelore Elite é subdividido em três categorias, sendo o POI da importação de 1962, o PO e o gado Lei, da nova importação de embriões congelados da Índia, através do fornecimento de reprodutores, matrizes prenhes, touros, bezerros, embriões e sêmen. “Essas três categorias podem atender três tipos de clientes diferentes dentro do segmento de gado de Elite ou pode ser também direcionado ao refrescamento de sangue Nelore. Temos acasalamentos entre as categorias para heterose, o que é extremamente saudável para a raça e entendemos que a evolução genética é resultante da mesclagem dessas linhas de sangue a fim de se obter o melhor dela”, destaca. No segmento de gado de corte, o trabalho é feito com Nelore PO controlado até a desmama na obtenção do melhor padrão para atender ao mercado consumidor de carne de qualidade de vários estados, como São Paulo, Mato Grosso e Goiás, por exemplo. Porém, o criador lembra que a família também investe fortemente no segmento de cruzamento industrial, também voltado para a produção de carne premium que vai para o abate com boas condições de idade, peso e percentual de gordura de contrafilé e etc.; ou seja, cumprindo todos os pré-requisitos necessários à classificação do programa Angus, mercado no qual o condomínio CJSA já se encontra consolidado. 28


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NELORE

Neste sentido, Sidney Atalla Júnior ressalta que cada propriedade tem uma finalidade bem determinada, sempre com o objetivo de aproveitar o potencial de rentabilidade que cada animal pode oferecer. A Fazenda Barreiro sedia a seleção de Nelore POI e ainda a criação da raça Aberdeen Angus que será destinada ao cruzamento industrial e venda de Touros PO ao mercado. A Fazenda Barrinha guarda mais de mil matrizes Nelore, cujo puro sangue é utilizado para reposição do plantel PO do condomínio. Já a Fazenda Barraquinha é voltada à reprodução das matrizes com touros líderes de sumário a fim de produzir as matrizes destinadas ao cruzamento industrial e de oferecer produto de qualidade para o mercado. E é na Fazenda Santa Maria que as matrizes Nelore 99% controladas são destinadas ao cruzamento industrial com os melhores touros Aberdeen Angus. “Sou um apaixonado pelo cruzamento industrial, pois acredito que é possível abater novilhas com um peso ainda maior do que o do Nelore. Isto porque o gado cruzado converte melhor o alimento em carne num menor tempo de cocho. Sem o cruzamento industrial é difícil atender as exigências para produção da carne premium. Sou criador de zebu, apaixonado pelo Nelore, mas

ainda não conheço ninguém que consiga obter uma grande quantidade de gordura em um curto espaço de tempo e termine com uma carcaça nos padrões exigidos pelo Super Premium. Acredito que a carne Nelore é mais saborosa que a do Angus, por isso essa mescla de sangue é que agrega à produção todas as características importantes ao sistema, desde o acabamento do animal, em um curto espaço de tempo, passando pelo bom rendimento de carcaça e qualidades desta, até as características finais da carne, como sabor e maciez. Porém, é preciso lembrar que a matriz é Nelore, e essa base contribui muito para todo o desempenho final”, avalia Atalla Júnior. Para obter também o melhor da raça

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Angus no cruzamento industrial, o condomínio CJSA acompanha a Associação Americana de Angus que disponibiliza as DEPs de acordo com os critérios exigidos pelo mercado e conforme a padronização dos programas de melhoramento genético. O criador lembra que todo esse sucesso não seria possível se não houvesse dedicação e cumplicidade total por parte dos quatro irmãos que gerenciam o condomínio CJSA: Jorge Sidney Atalla Júnior, Jorge Augusto Letaif Atalla, Mariana Letaif Atalla e Jorge Henrique Letaif Atalla; cujo trabalho independente está afinado com o de uma equipe homogênea e engrenada, em busca do melhor desempenho no mercado pecuário.


31 Fotos: Jadir Bison


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NELORE

Da música à pecuária:

a paixão de Zezé di Camargo

Por Sabrina Alves | Foto: Divulgação A história de sucesso do cantor Zezé di Camargo vai muito além dos palcos. Não é segredo pra ninguém sua imensa paixão pela pecuária, em particular com a raça Nelore. Quem não se lembra da música “É o Amor”, que com sua letra marcante encantou e embalou muitos casais apaixonados na década de 90. Mesma época em que o músico resolveu dar início a sua antiga paixão: a pecuária. Aquele sonho se tornou realidade em 1993, quando Zezé comprou sua primeira fazenda e a batizou com o nome do hit que o consagrou como um dos maiores ícones da Música Popular Brasileira. Localizada na região do Vale do Araguaia, no município de Araguapaz, a propriedade fica há 250 km de Goiânia. Composta por uma vegetação predominante do cerrado goiano, o Vale do Araguaia passou a ceder espaço às lavouras e pastagens, o que para Zezé “favorece e muito a criação de animais Nelore”. “Em se tratando de seleção, nada melhor do que selecionar animais num ambiente condizente com a realidade de nossa região. Estamos numa área agropecuarista que também é conhecida como o Vale do Boi. A fazenda foi a primeira propriedade que adquirimos dois anos depois do grande sucesso mundial da música ‘É o Amor’ e, por isso, resolvi homenageá-la com o mesmo nome. Esse era um sonho meu desde sempre!”, conta Zezé.

Com o passar dos anos, o músico e pecuarista passou a dedicar-se à criação de vacas de cria. Mas, a paixão pela pecuária foi além e depois da primeira fazenda vieram outras. “Durante todo esse tempo adquirimos fazendas no Mato Grosso e no Tocantins, todas com 34

mais de 15 mil cabeças de vacas cada. Em 2004, resolvi me dedicar mais ao Nelore PO e concentrar tudo na fazenda dos meus olhos. Por isso, vendi as outras propriedades e passei a investir no ramo imobiliário, incorporação e construção”.


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É o Amor em números Para Zezé di Camargo e Murilo Canedo, atual diretor da Agropecuária Camargo e Promoções Artísticas, a raça Nelore é extraordinária e já provou sua adaptação e produção, principalmente na região Centro-Oeste. Por esse motivo eles contabilizam importantes resultados com a criação do Nelore. Atualmente, a empresa que contava no início com apenas 300 matrizes PO, passou hoje para 500 matrizes Nelore PO a campo. Além disso, hoje são ainda 12 doadoras; 12 doadoras jovens; 60 animais de baia e piquete; 45 animais em parcerias com sócios e 400 embriões por ano. “Temos um critério de trabalho em nossa equipe e somos sustentados pela seguinte frase: Ter um trabalho persistente, criativo, inteligente e honesto, com a competência de alcançar o mais puro resultado dentro do mais alto nível de excelência”, cita Murilo Canedo. Segundo ele, foi a partir desse pensamento que surgiu o slogan: “produzir animais de excelência e genética melhorada é uma arte e isso deve ser feito com Amor!”.

Cenedo mostra que é necessário haver compromisso com o trabalho de seleção. “Tenho a obrigação de seguir os passos de Zezé. Ele é um artista que se mantém no topo das paradas desde o início, e isso não é fácil. Só se consegue isso tendo critérios corretos. Por isso, procuramos selecionar animais altamente superiores, geneticamente falando. Usamos de todas as ferramentas que acreditamos ser verdadeiramente corretas e eficientes para se selecionar. Não somos muito de modismos. Anali-

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samos tudo antes, trocamos informações, ponderamos e implementamos; tudo feito em conjunto”, diz. Cenedo relata ainda que nenhuma decisão é tomada isoladamente. “Esse tempo todo de seleção serviu para vermos e analisarmos cuidadosamente os caminhos e rumos corretos a serem tomados. Hoje, temos a certeza de que todo esse trabalho que é feito não é importante só para a empresa Nelore É o Amor, mas também para os nossos clientes e para a pecuária”, pontua.


Leilão É o Amor Há uma década, Zezé, ao lado de alguns amigos, passou a promover o Leilão “É o Amor”, e com ele, sempre os melhores resultados e garantia de venda absoluta. Este ano, o evento será realizado no dia 27 de outubro, a partir das 20h, na Chácara Santo Antônio, em São Paulo. “Procuramos sempre melhorar e fixar essa patente de que só vendemos coisa boa de fato. Murilo é quem faz a

seleção e testes dos animais na fazenda. Realizamos bienalmente o leilão para dar tempo de aprovar todos os animais”, conta o músico. Considerado um dos cinco melhores leilões da raça Nelore, sempre é marcado pela descontração e qualidade oferecida pelos organizadores. Além de toda receptividade, os convidados ainda participarão de um show da dupla Zezé di Camargo e Luciano.

Diferente da Camparino Um dos melhores touros expostos durante a Expogenética 2015 passou a ser da Nelore É o Amor. A busca incessante pelo melhor e pela perfeição fez com que o selecionador adquirisse o exemplar. “JHVM 11806 FIV Camparino, o Diferente, como todos o chamam, é um animal que simboliza o nosso trabalho de seleção. Queria eu ter conseguido produzir um animal deste antes. Sei que não é fácil e é mérito do senhor Jose Humberto Villela Martins, que é hoje meu sócio no touro. Tenho sempre uma frase comigo: ‘É melhor copiar o sucesso do que criar a mediocridade’ e, graças aos leilões da raça nelore, democraticamente, temos a possibilidade de adquirir animais que somam para nosso plantel. É muito importante compartilhar as genéticas entre os criatórios e é isso que fomenta, eleva e melhora ainda mais a nossa pecuária”, completa Camargo. “Nesses 10 Anos de seleção Nelore PO, conversamos com muitos pecuaris36


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tas, selecionadores e multiplicadores e invernistas, e o que me chamou mais atenção é que muitos dos selecionadores simplesmente fazem sua seleção por acreditarem em algo por si só, sem experiência, fundamento, estudo ou critério. Ao invés disso, deveriam perguntar diretamente aos seus clientes o que eles querem de produto final, o que esperam e buscam, e a resposta é sempre unânime: ‘um boi que eu penduro rápido no gancho’. Esse é um dos pontos determinantes que estamos buscando. Fornecer reprodutores que produzam filhos que atendam aos anseios do mercado ”, complementa. “Analisando o Diferente, vi um Reprodutor completo. Um animal oriundo de uma seleção séria e com critérios: a Camparino, onde é feito um trabalho dedicado, sustentado por dados reais. Diferente é um reprodutor nato, com um frame ‘tamanho’ médio, revestido por uma musculatura exuberante, bem distribuída e sustentada por uma ossatura robusta e forte. Com seus incríveis 910 kg e 41,5 cm de CE, aos 21 meses de idade, é um

animal que apresentava seu peso igual ou superior aos seus contemporâneos que estão em pistas de julgamentos e ele não se encontrava em um sistema de criação parecido com os mesmos, é um fenômeno!” refletiu. Zezé não deixou de lado o comentário sobre as características marcantes do animal. “Diferente tem DEDs equilibradíssima, positivo em todas as características, sendo TOP 7% para MGT ANCP. Mas, o que me chamou mais a atenção foi sua genealogia, mostrando assim o que ele pode ser. Ele é filho da doadora fechada

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Mana D4566 da MN, que junta em sua genealogia grandes genearcas da seleção Maná, sendo filha do B8709 MN, avô e pai de inúmeros touros de destaques em centrais de sêmen. Dentre eles, o ‘C8288 Bacana MN’, possuindo também o 1646 MN, Tango MN, e o Bangue MN. Diferente é filho do Teatro do JHV, outro touro destaque da bateria de touros da Central Alta Genetics, que se destacou em sua produção pelos principais criatórios de Nelore PO. A Mãe do Teatro do JHVM, a Benzidina da SM, também é mãe do Legume do JHV, outro touro Nelore Mocho com grande notoriedade na raça”. Diferente é um reprodutor para todo o tipo de rebanho. Prova disso foi o valor de arremate. De acordo com seu comprador, o animal teve 50% de sua cota adquirida por R$264 mil, e no mesmo dia, uma reserva de sêmen de mais de 15 mil doses que deverão ser distribuídas para criatórios de todo o Brasil. O que é considerado um fato inédito no país. “Diferente FIV Camparino é um touro realmente diferente. Através deste animal é possível prever que o futuro do país não dependerá mais do uso de raças Taurinas, britânicas e nem continentais para produção de carne no Brasil. Esse é o X da questão. Uma pecuária de excelência precisa de um ciclo curto, sustentável geneticamente.”


Avaliação De acordo com o gerente de Produto Corte Zebu da Alta Genetics, Rafael Jorge de Oliveira, o touro adquirido por Zezé di Camargo é um dos principais comercializados no Brasil este ano. “É um touro que se destacou desde bezerro. Foi destaque tanto na desmama quanto no sobreano na Fazenda Camparino, e hoje, podemos falar que Diferente representa o que a pecuária busca que é beleza racial, carcaça

moderna e avaliação genética equilibrada. O touro Diferente impressiona a todos pelo equilíbrio e harmonia de sua carcaça; é um touro moderno e que sem dúvida será um grande raçador no Nelore. É um touro para fazer outros touros e fêmeas produtivas e funcionais e, com certeza irá contribuir fazendo animais com alto desempenho para ganho de peso e rendimento de carcaça, produtivas e funcio-

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nais. Definitivamente, será um reprodutor que estará entre os líderes de venda da Alta muito em breve”, pontua. Jose Humberto Vilella, sócio de Zezé, e que detém 50% do reprodutor, diz que o touro é um dos melhores animais já produzido pela camparino, principalmente em relação as suas características produtivas e o equilíbrio de suas DPEs. “Quem acompanhava o leilão reconheceu as qualidades do jovem reprodutor e o que ele pode somar nos seus planteis. Esse touro mostra aos criadores de nelore que é possível transformar a raça em uma raça de corte, que é a sua função. Acredito que ele possa antecipar e muito o tempo para abate dos seus descendentes. Tem tudo para ser um recordista de venda de sêmen, e sua lista de espera aponta para isso. Falta ver a progênie, que é fator determinante na venda de sêmen de qualquer reprodutor. Mas, acredito que não terá erro, a progênie vai preencher nossas expectativas”, pontua.


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NELORE

Expoinel 2015 encerra o ano-calendário da

raça Nelore

Por Danyella Alves Ferreira – Imprensa ACNB | Foto: Pitty

A 44ª edição da Expoinel termi-

com apoio da Associação Brasileira dos

rofino Saúde Animal, Santander, Geneal

nou no último domingo (27/09) com o

Criadores de Zebu (ABCZ), DSM Tortuga,

– Genética e Biotecnologia Animal, Fert-

grande campeonato das raças Nelore,

Programa Leilões, Chevrolet, V-Max, Ou-

Vitro e Revista Nelore.

Brahman e premiação do Gir Leiteiro. Durante todo o evento a raça Nelore contou com os leilões oficiais que, juntos, tiveram faturamento total de 16 milhões de reais, em onze dias de exposição. Além dos leilões e julgamentos a exposição contou com o Circuito Expocorte (24 e 25/9), degustação da carne Nelore Natural (todos os dias) e muitos visitantes nacionais e internacionais para conferir a maior exposição da raça Nelore. Todas as atividades da Expoinel 2015 aconteceram de 17 a 27 de setembro, na cidade de Uberaba, Minas Gerais, no Parque Fernando Costa (local sede da ABCZ). A 44ª Expoinel contou 40


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Julgamento Nelore e Nelore Mocho

Promovida pela Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB) a Expoinel iniciou os julgamentos no dia 20/9 com Nelore e no dia 25/9 com Nelore Mocho. Em dez dias de exposição, a Expoinel reuniu 975 animais Nelore e Nelore Mocho de 111 expositores. Os jurados responsáveis pelos julgamentos neste ano foram Gilmar Siqueira de Miranda, Horácio Alves Ferreira Neto e Carlos Alberto Marino Filho do Nelore, e Luis Sérgio Junqueira Amaral do Nelore Mocho. O Grande Campeão Nelore da 44ª Expoinel é o macho OBJUAN FIV DO MURA, da Jatobá Agricultura e Pecuária, já a Grande Campeã Nelore é a GENOVA GIBERTONI, do expositor RIMA AGROPECUÁRIA. O título de Reservado Grande Campeão Nelore ficou com o macho TALENTO FIV DO BONY, da AGROPECUÁRIA VILA DOS PINHEIROS e a Reservada Grande Campeã Nelore é a CATTEDRAL FIV CIAV, também AGROPECUÁRIA VILA DOS PINHEIROS. No campeonato do Nelore Mocho o Grande Campeão é o ORNADO DO LEBLON, do expositor JOSE ROBERTO GIOSA e a Grande Campeã Nelore Mocho é a fêmea QUERIDINHA DA CAR, de DALILA CLEOPATH C.B.M TOLEDO. O Reservado Grande Campeão Nelore Mocho é o RARO DA CAR, do expositor DALILA CLEOPATH C.B.M TOLEDO. A fêmea Reservada Grande Campeã é a fêmea ESMERALDA FIV DA GOYA, do expositor GOYA AGROPECUÁRIA. De acordo com o Gerente Técnico na ACNB, Marcos Pertegato “Os resultados da exposição foram muito positivos, de maneira geral. Os animais eram de alto nível em relação à qualidade, e os jurados conduziram com tranquilidade e muita técnica o julgamento. Parabenizamos todos os participantes desta edição”.

Premiações Pelo segundo ano consecutivo a Expoinel premiou os melhores expositores por região, o troféu de melhor expositor Nelore da Bahia foi para Miguel Pinto de Santana Filho, melhor expositor Nelore Capixaba foi para Dalton Dias Heringer, melhor expositor Nelore Goiano foi o senhor Limiro Antônio da Costa Filho, melhor expositor Nelore do Mato Grosso foi Marcelo Ribeiro de Mendonça, melhor expositor Nelore do Mato Grosso do Sul foi o senhor Mauro Cristianini, melhor expositor do Paraná foi Rafael Zoller, já do Rio de Janeiro foi a Fazenda Nova Modelo Santa Edwiges, melhor expositor Nelore Paulista foi a Agropecuária Vila dos Pinheiros, já do Tocantins quem recebeu a premiação foi o senhor José Luiz Sanches Boteon. Na premiação nacional o Melhor Cria-

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dor Nelore foi Jatobá Agricultura e Pecuária, que teve seus craques de pista como campeões também, e Melhor Expositor Nelore foi Agropecuária Vila dos Pinheiros. Durante a premiação regional do Nelore Mocho o melhor expositor do Distrito Federal foi Evandro Reis da Silva Filho, melhor expositor Nelore Mocho Goiano foi Lourival Louza Junior, troféu de melhor expositor Nelore Mocho MS foi para Goya Agropecuária, melhor expositor Nelore Mocho Paulista foi Dalila Cleopath Toledo e para finalizar o melhor expositor Nelore Mocho de Minas Gerais foi Udelson Nunes Franco. Na premiação nacional de Melhor Criador e Melhor Expositor Nelore Mocho Dalila Cleopath Toledo foi quem recebeu as flâmulas e troféus.


NELORE

Circuito Expocorte terminação e abate com 21@ aos 24 meses.

Parceria de sucesso na 44ª edição da Expoinel, o Circuito Expocorte, realizado nos dias 24 e 25 de setembro, recebeu

Para o presidente da ACNB – Associação de Criadores de

em dois dias cerca de 600 pessoas no Centro de Eventos Rô-

Nelore do Brasil, Pedro Gustavo de Britto Novis, foi uma hon-

mulo Kardec Camargo para acompanhar palestras e debates

ra receber um evento como o Circuito ExpoCorte para agregar

com renomados especialistas brasileiros. Os participantes tive-

mais conteúdo à genética da pecuária regional e nacional, e

ram a oportunidade de saber sobre como produzir o chamado

também para a Expoinel. “É preciso qualificar tecnicamente o

boi 7.7.7, parâmetro de produção que preconiza a busca por

pecuarista para que seja possível produzir mais por hectare”,

animais com 7@ na desmama, 7@ na recria, 7@ na engorda e

ressaltou o presidente.

Leilões Oficiais Com onze leilões oficializados durante o evento, a 44ª Expoinel contou com um faturamento total de aproximadamente 16 milhões de reais, 548 lotes de animais entre machos, fêmeas e prenhezes da raça Nelore e a média aproximada por lote foi de 29.010,65 mil reais. O martelo da Expoinel começou no dia 19 de setembro com o 36º Anual Carpa. O faturamento aproximado deste leilão foi de R$ 2.126.000,00, com 145 animais ofertados e a média de R$14.662,00. No domingo (20), durante o dia, aconteceu o Leilão Genética Colorado e HVP com 72 animais ofertados, e média de 11 mil reais por lote. Na noite do dia 20 de setembro foi a vez do Leilão Virtual ACNB & Amigos, um leilão em prol da Associação dos Criadores de Nelore do Brasil, teve 19 prenhezes da raça Nelore com a média de R$ 26.147,37 e faturamento total de R$496.800,00. “Agradeço a todos os criatórios que disponibilizaram essas prenhezes de alta qualidade para o leilão. Isso mostra o comprometimento de todos em fortificar a associação e estimular o crescimento do Nelore”, falou o presidente da ACNB, Pedro Gustavo de Britto Novis. Em 21 de setembro aconteceu o Leilão Nelore Perboni com 13 lotes e média geral aproximada de 91 mil reais. Na ter-

ça-feira (22), a Fazenda Sabiá promoveu o Leilão Nova Geração Sabiá com lotes de destaque. O faturamento do leilão somou R$549.600,00, com a oferta de 20 lotes, média de R$22.900,00. Aquecendo as vendas da 44ª Expoinel, o Leilão Nelore JOP foi um sucesso, e aconteceu no dia 23 de setembro. O leilão negociou 26 reprodutores descendentes da última importação de embriões da Índia à média de R$ 56.492, maior registro da categoria do ano. O total movimentado no remate foi de R$ 1,4 milhão. O Leilão Pérolas do Nelore, do dia 24, aconteceu no Tatersal Rubico Carvalho e movimentou R$524.400,00 com 12 lotes do Nelore de elite. Na sexta-feira (25) tivemos os leilões Geneal, de Jonas Barcellos, Fazenda Mata Ve42

lha, e o Leilão Terras do Nelore. No leilão Geneal a movimentação foi de R$ 628.800. O maior comprador foi Zezé Di Camargo, da Nelore É o Amor, com investimento total de R$ 91.200. Já o Leilão Terras do Nelore ofertou 21 lotes com total de R$1,7 milhão. No penúltimo dia de exposição o Grupo Monte Verde promoveu o Leilão Joias da Raça, durante o dia. Foram 173 lotes de animais da raça Nelore com faturamento total de R$1,7 milhão. E para fechar os remates com chave-de-ouro, o 6º Leilão EAO & Guadalupe foi a maior fatura da exposição. Com um total de R$ 4,8 milhões, por 30 lotes de fêmeas e prenhezes, o leilão foi mais uma vez o mais esperado da exposição e o de maior sucesso.


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NELORE

Sobre a Expoinel A Associação dos Criadores de Nelo-

Nacional Nelore. A exposição é realizada

os julgamentos do Nelore e Nelore Mo-

re do Brasil (ACNB), todos os anos, fecha

sempre no mês de setembro, no Parque

cho, 11 leilões oficiais e, neste ano, o Cir-

o ano-calendário de exposições com

Fernando Costa, em Uberaba (MG).

cuito ExpoCorte. A Expoinel está em sua

a realização da Expoinel - evento que

A ACNB promove onze dias de expo-

44ª edição e, há 3 anos, abriga também

nos últimos anos se posicionou como

sição com aproximadamente mil ani-

a Expobrahman, realizada pela Associa-

o maior da raça Nelore no Brasil, de

mais da raça Nelore. Durante a semana

ção dos Criadores de Brahman do Brasil

participação obrigatória para criadores

ocorre a entrada dos animais no parque,

(ACBB) e em 2015 recebeu também a

e expositores que disputam o Ranking

as pesagens e diagnósticos de gestação,

Nacional do Gir Leiteiro (ABCGIL).

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Fotos: Douglas Nascemento

REVISTA O ZEBU NO BRASIL

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Fotos: Douglas Nascemento

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NELORE

Pecuária perde

Marco Antônio Araujo, mas seu legado continua

Por Thassiana Macedo | Fotos: Jmmatos A pecuária brasileira perdeu um dos seus maiores entusiastas, Marco Antônio Velloso Araujo, mas seu legado continua vivo e forte no coração de Minas Gerais. É na Fazenda Visual, localizada no município de Esmeraldas, há 70 km de Belo Horizonte, que o filho Antônio Martins Araujo Neto, conhecido como Toninho, continua e inova o trabalho de zebuzeiro iniciado pelo pai, ao lado da mãe Sônia e da irmã Fabiana. Nascido em Belo Horizonte, Marco Antônio é o primogênito de Antônio Martins Araujo, que presidiu a Drogaria Araujo até falecer em 1979. A vida como empresário começou cedo, desde criança era visto no balcão da Drogaria ou até com uma vassoura na mão ajudando na limpeza da loja, aprendendo desde cedo a importância do trabalho. Em 22 de setembro de 1966, Marco Antônio Araujo se casou com Sônia. Companheira inseparável, ela esteve presente apoiando e acompanhando as decisões do pecuarista nos momentos de dificuldade e de sucesso. Exemplo de pai e marido, Marco Antônio sempre manteve os filhos por perto, pois encontrava na energia de Sônia seu ponto de equilíbrio. Formou-se em Medicina Veterinária pela UFMG e foi trabalhar nas fazendas de pecuária dos irmãos Gabriel e Maurício Andrade, em Calciolândia. Empreendedor nato, Marco Antônio abriu a

Vetagro, onde, ao lado do sócio Gilson Santana, comercializava produtos agroveterinários e máquinas agrícolas para produtores rurais de Minas Gerais, Bahia e Espírito Santo. Em 1974, adquiriu sua primeira propriedade rural, onde iniciou um projeto de criação de suínos e plantação de café. Três anos depois, integrou-se definitivamente à Drograria Araujo, atenden48

do à convocação do pai e do avô para planejar a implantação da primeira loja agroveterinária da rede. O negócio prosperou e em 1982, junto com os irmãos Eduardo (in memorian), Modesto Neto e o tio Maurício (in memorian), Marco Antônio abriu uma nova loja na Ceasa. Ainda na década de 1980, iniciou também a produção de leite com gado girolando de alta qualidade.


REVISTA O ZEBU NO BRASIL

Dedicação ao Nelore PO Marco Antônio sempre foi conhecido pelo lema “quem faz bem, não precisa fazer duas vezes”, e foi desta forma que em 1990 iniciou o seu plantel de gado Nelore, com a compra de matrizes Nelore-PO de renomados criatórios do Brasil, com foco no melhoramento genético da raça. Com tino para a pecuária, se destacou na cria-

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NELORE

vários estados brasileiros”, conta.

ção de gado Nelore para exposição, de-

importados da Europa e dos Estados

senvolvendo uma genética valiosa que

Unidos, com o objetivo de oferecer um

Como para todo selecionador, o

produziu várias matrizes de destaque,

volumoso padronizado e com alto valor

foco é o melhoramento genético, com

como Marina da Visual TE, Mabela da

nutritivo. A Visual hoje produz 9,5 mil

utilização de tecnologias como a fer-

Visual TE, Pavuna da Visual TE, entre

toneladas por ano de feno e pré-seca-

tilização in vitro, Toninho continua o

outras.

do de Tifton-85, em duas propriedades

legado do pai agora com o Nelore de

Segundo Toninho Araújo, com a

localizadas em Minas Gerais. Tendo

Produção. Para dar início a esta nova

certeza da importância de uma boa

como foco o aumento da produtivi-

era do Nelore Visual, o criador fez par-

alimentação do gado, o pai iniciou na

dade, aliado à garantia da qualidade,

ceria com o Rancho da Matinha para

Fazenda Visual a produção de feno.

além do compromisso de entrega du-

compra de 100 prenhezes das suas

“Juntos, nós investimos na compra

rante todo o ano, o Feno Visual está

melhores matrizes que servirão para

de equipamentos de alta produção,

presente em diversos criatórios, em

aprimorar ainda mais a genética da

50


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NELORE fazenda, objetivando fortalecer e acelerar os resultados do novo propósito da Fazenda Visual. “Papai sempre nos deu a vara e nunca o peixe, isto preparou a nossa família e a equipe da Visual para enfrentar novos desafios”, destaca Toninho. Para Toninho e Fabiana, o pai os ensinou a ser determinado, ter foco em resultados e a importância de acre-

A busca contínua da inovação é um desafio para obter os diferenciais competitivos sustentáveis que garantirão o resultado do negócio” Marco Antônio Araujo

ditar no que se faz, como ele próprio MARINA DA VISUAL TE

fez em 40 anos de Fazenda Visual. “O

buscamos criar nossos filhos da mes-

maior legado de meu pai como pecua-

ma forma que papai nos criou, para

rista foi trazer para o campo a capaci-

que com o passar dos anos eles pos-

dade de gestão e o foco em resultado.

sam ir assumindo este trabalho e fazer

Desta forma conseguiu melhorar a fer-

a diferença na agricultura e pecuária

tilidade, o ganho de peso do rebanho

brasileira, além de representar, junto

e a produtividade de nossos campos

com os primos, a quinta geração da

destinados a produção de feno. Hoje,

gestão Araujo”, afirma.

MABELA DA VISUAL

PAVUNA DA VISUAL TE

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REVISTA

CADERNO

Fotos: JMMATOS

Guzerรก

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GUZERÁ

O Guzerá nos cruzamentos leiteiros

A raça mais versátil do Brasil ganha cada vez mais o mercado do leite!

Por Eros Gazzinelli Metzker | Fotos: JMMATOS / Reprodução

O úbere da fêmea leiteira Guzerá possui ligamentos fortes, é muito bonito, e é constituído por fina e sedosa pele. Quando bem ordenhado, visivelmente o úbere do Guzerá encolhe e praticamente desaparece, como se a fêmea nada produzisse. Muito se fala sobre a surpreendente produção leiteira da raça Guzerá versus a não ostentação de úberes excessivamente grandes e volumosos como se apresentam em outras raças leiteiras. Um exemplo histórico sobre a desmistificação dos úberes não fartos da raça Guzerá se deu ainda na década de 1970 com a vaca “Surpresa-JA” que, após viajar mais de 3.000 quilômetros, seu úbere parecia não produzir leite algum para disputar o concurso. Na ocasião, muitos sugeriam não incluí-la no evento para não desprestigiar a raça, mas o criador foi certeiro e confiante em mantê-la na disputa, que por fim, produziu mais de 16 kg de leite e venceu o concurso, mesmo magra e exausta. Hoje, a raça Guzerá detém algumas produções médias em Concursos Leiteiros Oficiais da ABCZ que excedem os 51 kg de leite, e mostram todo o potencial da raça como resultado dos trabalhos e melhoramento genético focados na produção de leite. Os touros Guzerá são vastamente utilizados nas vacas leiteiras comuns do rebanho brasileiro, formado pelo cruzamento de várias raças, com as finalidades de corrigir os úberes pendulosos e as tetas de tamanho exagerado, além de garantir maior firmeza nos sustentáculos do úbere, nos quartos, nas tetas e também a melhora de seu direcionamento, principalmente quando cruzados em vacas Girolando.

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REVISTA O ZEBU NO BRASIL

Guzolando O cruzamento, que é sinônimo de Funcionalidade e Sustentabilidade, confere às fêmeas elevada aptidão leiteira com úbere bem inserido e desenvolvido, e aos machos agrega avantajada musculatura, com altos índices de ganho de peso. O Guzolando é uma raça sintética brasileira originada a partir dos cruzamentos entre as raças Guzerá e Holandês. O objetivo do cruzamento é fazer com que a raça Holandesa, maior produtora de leite, mas muito exigente quanto ao clima e à alimentação, ceda para a raça Guzolando as suas características produtivas no que se refere à quantidade de leite. Da mesma forma, a raça Guzerá cede a rusticidade, que se reflete na perfeita adaptação ao clima tropical e melhor aproveitamento das pastagens grosseiras, tornando o custo de produção do leite mais baixo. O produto a ser registrado, no primeiro cruzamento, tem duas partes iguais de sangue das duas raças. Este é o animal mais rústico e vale para o efeito de registro genealógico junto à ABCZ. Mas também poderá ser, em segundo cruzamento, com três quartos de sangue Holandês e um quarto de Guzerá. Ou ainda, em terceiro cruzamento, chegar ao chamado “puro sintético”,

que equivale a três oitavos de Guzerá e cinco oitavos de Holandês. Tais graus de sangue dão destaque à aptidão leiteira do gado holandês, sem perda da capacidade de produção de carne e leite, rusticidade e adaptabilidade aos trópicos, características importantíssimas do Guzerá. O registro genealógico dos animais Guzolando exige ainda os dados que comprovem as boas produções leiteiras nas suas genealogias. Desta forma, as fêmeas possuem segura descendência leiteira, e sendo mais rústicas e resistentes, o processo produtivo se torna muito mais sustentável e rentável.

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GUZERÁ A fêmea Guzolando tem condições de produzir cerca de 25 a 30kg de leite por dia, produção similar à de uma vaca Holandesa, mas com custos 50% menores. Com úbere firme, e ligamentos poderosos, permitindo fácil produção acima de 7.000 kg, com média nacional entre 4.500 e 5.5 00 kg e com 4,5 a 5,5% de gordura. As matrizes já registradas passam pelo sistema de comunicação de cobrição (acasalamento), e possibilita, posteriormente, a comunicação de nascimento das crias e exame de DNA para confirmação de paternidade e maternidade de todos os animais. Todo o procedimento é acompanhado por técnico credenciado pela ABCZ, o que confere ao produtor toda a segurança genética que reflete positivamente na quantidade e qualidade do leite. O macho Guzolando (F-1) é excelente para o confinamento ou para ser mantido no campo. Provas de ganho de peso e

controles de confinamentos comprovam que os machos guzolando são os que mais ganham peso no procedimento de engorda para abate. Sobre o touro Guzolando, talvez o mais importante uso seja na vacada Girolanda, pois reforça os ligamentos do úbe-

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re e corrige o tamanho e direcionamento das tetas. Como prova disso, sabe-se que praticamente toda produção de Guzolando é adquirida por criadores de Girolando. Além disso, o touro Guzolando, quando usado na vacada anelorada, produz um magnífico resultado no abate.


REVISTA

CADERNO

Fotos: JMMATOS

Fazenda Quilombo abre as portas e mostra o melhor da sua genĂŠtica

Gir Leiteiro

59


GIR

Conhecendo a

Fazenda Quilombo

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Fotos: JMMATOS

REVISTA O ZEBU NO BRASIL

61


GIR

Fazenda Quilombo coleciona títulos em 2015 Por Sabrina Alves | Fotos: JMMATOS / Divulgação Faltando pouco mais de três meses para acabar o ano, o criador de Gir Leiteiro, Winston Drummond, já comemora os excelentes resultados conquistados no decorrer de 2015. Mineiro de Ituiutaba, no pontal do Triângulo, Winston é um dos nomes mais lembrados nas pistas da atualidade. Nos eventos da Raça, o trabalho desenvolvido pelo selecionador também é constantemente reconhecido. Responsável pela Seleção Quilombo, destinada à criação de Gir Leiteiro e pela Seleção Minas Leite, da raça Girolando, Winston, recentemente, promoveu em parceria com as Fazendas Calciolândia, São José do CanCan,

Belas Artes, Basa e Engenho, o Leilão Excelência, promovido durante a Expozebu 2015. Foram vendidos cinco lotes de animais da raça Gir Leiteiro, com destaque para o lote de 50% das cotas da matriz Camiseta FIV WAD, filha de Jaguar e Eclipse, pertencente à Fazenda Quilombo. O exemplar foi adquirido pelo criador venezuelano Rigoberto Gómez, assessorado pelos médicos veterinários Wilson Martinez, Colômbia e Tatiane Tetzner, responsável por assessorar os quase 600 animais do criatório Quilombo. Em agosto, durante a Megaleite – a mais importante feira do país direcionada ao leite - importantes títulos foram 62

conferidos à Fazenda Quilombo, que teve uma expressiva participação com animais da raça Gir Leiteiro. Nos campeonatos de pista e no Concurso Leiteiro as conquistas foram a de Melhor Progênie de Pai com o conjunto filhos de Fardo FIV F Mutum, composto por Ofélia FIV, Matt, Devassa e Carina, com Matt sagrando-se campeão Macho jovem. Devassa FIV WAD ficou com título de Campeã Vaca Jovem e Melhor úbere jovem, conquistando também o campeonato vaca jovem no Concurso Leiteiro. Outra fêmea premiada foi Hariana, como Melhor úbere adulto. A Fazenda Quilombo ainda levou para casa o Título de Melhor Expositor da feira.


REVISTA O ZEBU NO BRASIL

A lista de 2015 é extensa. Ofélia Fiv,

ExpoZebu

mais uma vez, acabou se consagrando

Não há dúvidas que a ExpoZebu

Campeã Fêmea Jovem, Melhor úbere

seja o ápice das conquistas de qual-

jovem e Grande Campeã durante a 5ª

quer selecionador de zebuínos, e com

Exposição Regional do Gir Leiteiro, re-

Winston não poderia ser diferente. Ele,

alizada na cidade paulista de São José

que conquistou a Melhor Novilha da Ex-

do Rio Preto. A matriz atingiu a média

pozebu2014, com Ofélia FIV, retornou a

diária de 50,473 Kg de leite e ainda o

Expozebu 2015 com um time de pista

título de Melhor úbere jovem do concur-

excepcional e matrizes participantes do

so leiteiro. Ainda durante a exposição, outro

Concurso Leiteiro. Durante a 81ª edição da feira, o

título foi conquistado. O prêmio de

criador conquistou inúmeros títulos;en-

Melhor Progênie de Pai, ficou com o

tre esses o título de Campeã fêmea jo-

conjunto filhos de Fardo FIV F Mutum,

vem e Melhor úbere jovem, 3ª matriz no

composto por Ofélia FIV, Matt, Graviola

Grande campeonato de fêmeas, com a

e Carina, todos da Quilombo. E ainda,

matriz Manola FIV de Brasília.

o 1º prêmio com a bezerra FAMA FIV

O prêmio de Melhor progênie de

WAD, 1º prêmio e Reservada Campeã

pai, com os filhos Jaguar TE do Gavião,

Vaca Jovem com a matriz Camiseta FIV

pertencente à Fazenda Quilombo, que

WAD, 1º prêmio com a matriz Carina

levou também o Campeonato Fêmea

FIV WAD, fechando a Exposição como

jovem e Melhor úbere jovem, conquis-

segundo Melhor Expositor.

tado novamente pela matriz Manola

Os títulos alcançados por Winston

FIV de Brasília, com produção de 49,73

Drummond foram além. Durante a 4ª

Kg de leite de média diária. As matrizes

Exposição Regional do Gir Leiteiro, de

Ofélia FIV e Hariana FIV de Brasília tam-

Araxá MG, a Fazenda Quilombo con-

bém participaram do Concurso Leiteiro.

quistou os títulos máximos de Melhor Criador e Melhor Expositor do evento. Destaque absoluto na pista de Julgamento, com os Campeonatos: Grande Campeã, Melhor Novilha e Reservada Melhor Novilha. E ainda, Campeã Vaca jovem, Melhor úbere jovem, Melhor progênie de pai e Reservada Melhor progênie de pai. Durante a Exposição Regional da Pecuária (Expopec), a fêmea Devassa FIV WAD sagrou-se Campeã Vaca Jovem e Grande Campeã da Raça, e a Campeã Vaca Adulta e Reservada Grande Campeã, a matriz Hariana FIV Bras. A Fazenda Quilombo conquistou o segundo melhor Criador e Expositor da Feira.

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Recordes mundiais

Foto: Gustavo Miguel

HELENITA FIV

A lista de importantes conquistas da Fazenda Quilombo é extensa, e entre os destaques estão dois recordes mundiais alcançados pelas matrizes Helenita FIV Alegre, Girolando ¼, Bi-Recordista mundial de produção Girolando ¼ e Atual Recordista mundial de produção, com média diária de produção de 70,183 kg e pico de 78,910 kg de média diária; e Malécia Chimarrão WTF Estiva, uma Girolando 5/8 que produziu uma média diária de 89,903 kg/leite.

História As primeiras doadoras chegaram a

esse foi o ponto de partida para a pro-

gosa FIV WAD, Demasia FIV WAD, den-

Fazenda Quilombo em 2010, oriundas

dução de Gir Leiteiro e Girolando. “Com

tre outras”, diz o selecionador.

da Fazenda Mutum, do premiado cria-

uma seleção criteriosa de aquisição de

“Sempre buscamos selecionar as

dor Léo Machado. Mais tarde, outros

matrizes e doadoras, e acasalamen-

duas raças com o propósito de uma pro-

animais vieram de importantes sele-

tos dirigidos com os melhores Touros

dução elevada de leite e longevidade do

ções; entre essas a Seleção Brasília,

Provados e em Teste de progênie, a

nosso plantel, que é composto de doado-

Calciolândia, Terra Vermelha, Coqueiro

Fazenda Quilombo começou a conquis-

ras, touros que fazem parte de importan-

& Barreiro, Belas Artes.

tar excelentes resultados em pistas de

tes baterias de centrais, além de bezerras

Winston lembra que o início dos tra-

julgamento e concursos leiteiros já com

e vacas produtivas”, comemora o apaixo-

balhos foi a partir de produção in vitro e

as crias, como Devassa FIV WAD, Den-

nado pela pecuária leiteira.

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REVISTA O ZEBU NO BRASIL

As conquistas de 2015 foram um reflexo das importantes premiações que a Fazenda Quilombo levou também no ano passado. Em 2014, a lista também foi extensa. Recentemente a Fazenda Quilombo adquiriu 100% da matriz Ofélia FIV, que já pertencia à fazenda em 50%. A matriz possui uma trajetória inigualável em pistas de julgamentos da raça Gir Leiteiro. Campeã em diversas exposições, dentre elas Melhor Novilha Expozebu 2014, ao primeiro parto conquistou dois Grandes Campeonatos em 2015: Campeã Bezerra de Campo Grande/13; Campeã Novilha Maior e Melhor Novilha em Araxá/14; Campeã Novilha Maior e Melhor Novilha, na Expozebu/14; Campeã Fêmea Jovem, Melhor úbere jovem e Grande Campeã Araxá/15, Campeã Fêmea Jovem do Concurso Leiteiro, com média de 52,943 Kg de leite de média diária e Melhor úbere jovem do Concurso Leiteiro de Araxá, de 2015. “Ofélia é uma jovem matriz completa, que reúne conformação funcional, docilidade e produção de leite”, garante Tatiane Tetzner, médica veterinária, responsável pela Assessoria técnica de toda a seleção Quilombo desde o início nas aquisições de Doadoras, planejamento estratégico do rebanho, e acasalamentos dirigidos. A Fazenda Quilombo conta com uma equipe de campo apaixonada pelo que faz, e reconhece a dedicação, competência, esforço diário e comprometimento dos Colaboradores: Sr. Saul, Fabrício, Cleiber, André, Luciana, Anderson, Maick, Francisco, Luís Paulo, Marcia, Michelle, Gilmar, Luís, Matheus, Lionel, Toninho, Canindé e Nabi Júnior.

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GIR

O Brasil que segue

evoluindo Por Berrante Comunicação | Fotos: Berrante

Num cenário em que não se vê luz

Em evento realizado no dia 23 de se-

no fim do mandato, há quem trabalha

tembro, na sede de uma fazenda cen-

para reerguer o gigante em recessão.

tenária, em Passos (MG), o ex-ministro

O pessimismo generalizado da econo-

da Agricultura, Dr. Roberto Rodrigues, a

mia brasileira – não por acaso – alas-

partir de dados da OCDE (Organização

tra-se por diversos segmentos, mas a

para a Cooperação e o Desenvolvimen-

atividade agropecuária segue investin-

to Econômico) e a FAO (Organização da

do e inovando.

ONU para Alimentação e Agricultura) afirmou que a oferta mundial de alimentos tem de crescer 20% até 2020 para garantir a segurança alimentar. “Para que a oferta cresça 20, o Brasil

Para que a oferta cresça 20%, o Brasil precisa avançar 40%. Temos terra disponível, gente competente e tecnologia tropical de ponta”

precisa avançar 40%. Temos terra dis-

animais Girolando - raça que represen-

ponível, gente competente e tecnologia

ta a maior parte da produção leiteira

tropical de ponta”, argumenta.

nacional. Um projeto inovador, no qual

Neste mesmo evento, na presença

a tecnologia possibilita a exploração

de lideranças do setor o Grupo Cabo

da atividade leiteira de maneira sus-

Verde lançou a primeira ordenha car-

tentável do ponto de vista econômico,

rossel projetada exclusivamente para

social e ambiental.

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REVISTA O ZEBU NO BRASIL

Conceito Sustentáveis O novo projeto da Fazenda Santa Luzia - unidade de produção de leite do Grupo Cabo Verde – reúne as mais avançadas tecnologias, que interligam conceitos com foco em racionalidade de mão de obra, produtividade, qualidade do leite e sustentabilidade. A expansão funciona em uma área de 65 hectares irrigados por pivô central. No centro dessa área foi construída uma sala de ordenha carrossel, toda automatizada, com 40 postos e capacida-

Todos os dejetos gerados pela ati-

no). A opção pela produção de leite a

de para ordenhar de 200 a 240 vacas

vidade são processados e reutilizados

pasto e o sistema de ordenha carros-

por hora. Quando o animal entra no

na irrigação das pastagens através dos

sel possibilitaram a redução do custo

carrossel, um sensor faz a leitura do

pivôs, o que garante autossuficiência

de produção, como aponta Maurício.

número do animal e, de acordo com

na adubação. As inovações contem-

“Desenhamos a exploração com irriga-

a produção de cada um, determina a

plam ainda captação de água da chu-

ção, pois uma de nossas fragilidades é

quantidade de ração a ser-lhe forne-

va, tratamento de esgoto e geração de

a variação climática, que hoje é muito

cida durante a ordenha. Conta ainda

energia em biodigestores.

acentuada. Temos o pasto, mas se não

com portão automático de separação

Para financiar o projeto, o Grupo

há chuvas não temos alimento. Decidi-

dos animais integrado com um moder-

utilizou linhas de crédito do Inovagro

mos, então, por ter mais segurança e

no centro de manejo.

e do ABC (Agricultura de Baixo Carbo-

garantir os custos de produção.”

69


GIR

O futuro em dobro “Atualmente, estamos produzindo 28 mil litros diários com 1.500 vacas em lactação, sendo que no projeto novo, são 550 em ordenha, mas devemos chegar a 700 até o final do ano, estabilizando a produção em 30.000 litros/dia. Uma segunda etapa do projeto está em estudo, com previsão de implantação prevista para 2018, contemplando mais uma sala de ordenha carrossel e alojamento de mais 700

do PIB -, e foi responsável por 30% da

estrangeiros, o setor se reinventa a cada

vacas, numa área de 62 ha irrigados

manutenção do emprego e 43% do

safra, superando recordes de produção.

por pivô central (já em funcionamen-

volume de exportações nacionais, de

O Brasil tem um time nos campos que

to), chegando a 2500 vacas em lacta-

acordo com dados da FGV/EESP (Esco-

há muito não perde de goleada.

ção o que nos fará atingir a produção

la de Economia de São Paulo).

média de 40 a 45.000 litros/dia”, des-

O exemplo de otimismo, inovação e

creve Maurício Silveira Coelho, gestor

empreendedorismo do Grupo Cabo Ver-

da Fazenda Santa Luzia.

de será seguido por quem busca gestão

O contexto econômico é desafiador,

sustentável e produção em grande es-

mas o Brasil tem vocação agrícola.

cala. Essa somatória gera empregos e

Os números robustos do agronegócio

riqueza organizada ao País e o equipara

mostram que, muito mais que não

àqueles onde os tributos refletem em in-

desistir do Brasil, é preciso valorizar

centivo aos homens do campo. Mesmo

quem sempre fez - e faz - por esta

sem poder contar com uma política cla-

terra. Só em 2014, o sistema agroin-

ra de incentivo e proteção que garanta

dustrial brasileiro foi responsável por

aos agropecuaristas brasileiros as mes-

movimentar R$1,18 trilhão - ou 24%

mas condições de seus concorrentes

70

Atualmente, estamos produzindo 28 mil litros diários com 1.500 vacas em lactação, sendo que no projeto novo, são 550 em ordenha, mas devemos chegar a 700 até o final do ano”


71


GIR

Filipina TE F. Mutum

é a nova Bi Grande Campeã da ExpoGil Por Sabrina Alves | Fotos: Pitty Pela primeira vez, a Associação dos Criadores de Gir Leiteiro realizou a suaetapa nacional em conjunto com as exposições do Nelore (Expoinel) e do Brahman (ExpoBrahman), duas importantes raças destinadas ao corte. Até então, a ABCGIL promovia a nacional durante a Megaleite, maior feira da pecuária leiteira do Brasil, passando agora, a realizar na data a sua etapa internacional, valorizando ainda mais a promoção da feira. Em sua 17ª edição, a feira contou com a participação de 223 animais, divididos em pista e concurso leiteiro, que teve 34 vacas com extrema qualidade de produção leiteira. Segundo o coordenador operacio-

nal do Programa Nacional de Melhoramento do Gir Leiteiro (PNMGL), André Rebelo, a exposição marca o encerramento do Ranking 2014/2015, dando início ao Ranking 2015/2016. “Encerramos a exposição com um balanço positivo. Essa foi a primeira vez que promovemos a nacional junto com a

Criadores tiveram a oportunidade de mostrar a capacidade de todos os seus animais” 72

Expoinel e a ExpoBrahman, com a denominação ExpoGil. Essa feira marca o encerramento do nosso ranking e o início das atividades de 2016”, conta. Nas pistas, André explica que foram avaliadas a morfologia e a conformação leiteira. O julgamentos ficaram a cargo do trio de jurados, Marcelo Miranda, Roberto Vilhena e Alisson Sampaio, experientes jurados efetivos da ABCZ e que já passaram pelas pistas da ExpoZebu. “Por mais que não consigamos ver leite, nos machos é avaliado o seu biótipo leiteiro e o que ele poderá transmitir as suas filhas, como força, estrutura e limpeza. No gado de leite é expressa sua leveza e sua limpeza, por isso os machos passam por essa avaliação.


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Entre as fêmeas, foi dado ênfase ao sistema mamário. Precisamos de animais fortes, com boa estrutura, e que possuam limpeza na entrepernas para alojar bem um úbere, além de uma boa garupa e boas pernas. Isso é válido tanto para as fêmeas quanto para os machos, que devem apresentar um bom sistema reprodutor. E o grande destaque do julgamento das fêmeas ficou com a avaliação dos úberes de qualidade, boas tetas e um bom ligamento”, mostra Rebelo. Fausto Cerqueira, coordenador de exposições da ABCGIl, disse que a qualidade dos animais este ano surpreendeu, deixando a competição mais acirrada, mostrando o potencial da raça. “Este ano estamos com a presença de 42 criadores do país inteiro. Alteramos a data para setembro, agregando o potencial do Gir, que é uma raça zebuína focada na produção de leite. No torneio leiteiro, colocamos a prova não só os animais, mas os criadores tiveram a oportunidade de mostrar a capacidade de todos os seus animais”.

Grandes Campeões A pista teve fêmeas e machos dos principais criatórios do país, divididos em categorias. Entre as fêmeas, vacas com até 36 meses disputaram a categoria fêmea jovem; de 36 a 48 meses, categoria vaca Jovem e os animais acima de 48 meses disputaram o prêmio de Melhor Vaca Adulta. Ao final, todas disputaram o Grande Campeonato, que teve a fêmea Filipina TE F. Mutum, do expositor e criador Leo Machado Ferreira, como Bi Grande Campeã, um feito histórico dentro da exposição. “Conseguimos esse título de Gran73


GIR de Campeã Nacional com a Filipina.

meses; Vaca Jovem, acima de 36 me-

Na verdade, ela vem sendo programa-

ses até 48 meses e Vaca Adulta, acima

da há muito tempo, inclusive passando

de 48 meses.

por outras exposições. Foi uma grande

As vacas tiveram a oportunidade

felicidade ela se tornar Bi-Grande Cam-

de mostrar o seu potencial durante dez

peã Nacional. É um feito difícil de se

ordenhas, realizadas em três dias. E, a

conseguir!”, comemora o criador.

vaca que produziu o maior acumulado

Já no Grande Campeonato Machos,

de leite nesse período foi a campeã.

quem sagrou-se Grande Campeão foi

Léo Machado, da Fazenda Mutum,

o reprodutor Akel FIV DP, do expositor

teve a Fêmea Jovem, Loren FIV F Mu-

e criador João Machado Prata Júnior.

tum, como a grande campeã da cate-

E o Reservado Grande Campeão, Nito

goria, com a média de 43,847 litros.

Parintins do JOA, do expositor Steven

Já na categoria Vaca Jovem, a fêmea

Richard Jennifer de Melo e do criador

Elisania FIV Alambari atingiu a média

Roberto Dias de Carvalho.

de 47,107 de litros de leite.

Concurso Leiteiro

Na categoria Vaca Adulta, a fêmea

O concurso atingiu as fêmeas de to-

Fumaça do Basa, do expositor Evandro

das as faixas de idade, separados por

do Carmo Guimarães, atingiu a média

categorias. Fêmea Jovem de até 36

de 54, 310 litros.

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REVISTA

CADERNO

Fotos: JMMATOS

Brahman

Brahmânia e Brahmânia continental referência dentro do Brahman nacional

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BRAHMAN

Referência dentro do Brahman nacional

Por Sabrina Alves | Fotos: Arquivo Pessoal

Localizada em Barretos, cidade do interior de São Paulo, está a sede do criatório Brahmânia, considerado um dos maiores planteis destinados ao gado Brahman do país. Pertencente ao médico veterinário Bruno Jacintho, um apaixonado pela pecuária, o criador é um exímio conhecedor de zebuínos e investe na raça Brahman desde 1999. O criatório conta com um número bem expressivo de animais, sendo atualmente 650 matrizes e dez doadoras pinçadas entre as vacas mais produtivas, férteis, boas mães e super provadas. São ainda 30 touros selecionados dentro do criatório e aproximadamente 2000 cabeças de animais que vão de bezerros machos e fêmeas ao pé da vaca, à novilhas de dois anos que, de acordo com Bruno, “usaremos na escolha da reposição das vacas descartadas, assim como seus irmãos tourinhos que serão vendidos no mercado de touros”. Bruno também cria Nelore mocho e, para ele, “ambas as raças são criadas em condições absolutamente iguais, a campo, com muito boas pastagens, proteinado na seca, sem creep feeding para os bezerros, pois é preciso avaliar corretamente a habilidade materna das matrizes” conta. “Atualmente, meu plantel (Nelore Mocho e Brahman) está concentrado na Fazenda Regalito. Fazenda de terra excelente, com duas estações bem definidas: sete meses de chuvas e cinco meses com pouca ou nenhuma chuva. Estamos, hoje, com mais de 130 dias sem chuvas que devem se iniciar

‘devagarinho’, só depois do dia 10 de outubro. Mesmo assim, o gado passa muito bem, pois a forragem é abundante, apesar de seca, o proteinado supre o que falta, principalmente de minerais e vitaminas, além da maior parte da proteína”. Com um índice de prenhez que

76

gira em torno de 80% e um desmame que está em torno de 75%, o criador conta que o desmame dos bezerros Brahman PO machos acontece entre o 6º ao 7º mês, com uma média de 233 kg. Já as fêmeas, comumente chegam a 222 kg, o que garante a qualidade dos animais produzidos.


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Brahmânia e Brahmânia Continental Até seis anos atrás, exposições e leilões eram o foco do pecuarista, diferente do que é feito hoje, onde a seleção é baseada na utilização de DEPS para a seleção de animais férteis e eficientes. Jacintho conta que, mesmo sendo uma fase boa para a Brahmânia, o gado “ficou a desejar” e foi justamente nessa época que decidiu transferir o rebanho para a fazenda de Goiás. “Lá o manejo é extensivo, com boas pastagens e sal proteinado nos meses de seca e, devido às condições que esse gado era mantido em Barretos, acabou fora da realidade brasileira. Houve um choque muito grande que me fez repensar a validade dessas exposições de gado, da forma como eram e em muitos casos ainda são praticadas. O biótipo dos animais que são bem sucedidos nas pistas não é adaptado à realidade da pecuária brasileira. Tenho convicção que a FIV foi muito mal empregada, utilizando-se animais de porte muito grande, animais pouco adaptados às nossas condições. Isso não aconteceu só no Brahman, aconteceu em outras raças que utilizaram a Fecundação in vitro, de forma indiscriminada”, conta.

77


BRAHMAN “Hoje, ainda utilizamos essa ferramenta de forma totalmente direcionada ao que pretendemos, multiplicando animais férteis e adaptados ao pasto. Só aspiramos vacas que pariram a primeira vez até os 33 meses e desmamaram essa cria dentro da média do rebanho. Além de tudo, avaliamos o fenótipo (umbigo, aprumos, temperamento, etc), para posterior aprovação. Costumo dizer que, se alguém for a minha fazenda e não gostar das primeiras ‘meia dúzia’ de vacas que ver pode ir embora; tenho certeza que não gostará das outras. Nosso gado está muito padronizado em framing mediado, umbigo corrigido, aprumos, temperamento, ‘stayability’”, ou seja, mantém a capacidade de se manter o pasto durante todo o ano, expressa. Todos os animais do plantel fazem parte da bateria do Programa de Melhoramento Genético da ABCZ. E também passam por trabalhos de avaliação genética com o IZ - Instituto de Zootecnia de Sertãozinho. “Isso nos tem ajudado muito em nosso trabalho de seleção”, completa.

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REVISTA O ZEBU NO BRASIL

Equipe de peso Bruno atribui o sucesso atual da Brahmânia e Brahmânia Continental a sua equipe, considerada por ele, “de peso”. Ao lado da esposa, Helen Jacintho, o criador conta também com Tiago Grigolleto, Mário Carpena, Miguel Fernandes e demais colaboradores que compõem o trabalho desenvolvido pelo criatório. “Conto com uma equipe excelente. No meu criatório de Brahman, a ‘Brahmânia’, meu veterinário Tiago Grigolleto é quem cuida de toda a parte de exames, vacinas, controle sanitário, além de ser meu assessor na seleção zootécnica. Conto também com o dr. Mário Carpena, que a meu ver é uma das pessoas que mais conhecem de Brahman. Não só de conhecimento fenotípico, mas também, e principalmente, de conhecimentos sobre famílias do gado Brahman”, diz. Jacintho garante que Carpena é exímio conhecedor da raça desde a sua origem, ainda nos Estados Unidos, até importantes e ricos planteis presentes na Colômbia, onde existem cerca de 20 milhões de cabeças de gado, sendo o Brahman detentor de 80% desse total. “Esses conhecimentos são muito importantes para que possamos acertar com eles, por exemplo, o que cada touro tem de positivo ou nega-

40 anos, o ‘Miguelin’, Miguel Fernan-

seus bons palpites em toda a atividade

tivo, se usamos ou não determinada

des, que atualmente, depois de apo-

e cuida com exclusividade de toda a

genética, para atingirmos o que obje-

sentado, faz minha escrita zootécnica.

divulgação de nosso trabalho, com fo-

tivamos. Tenho junto comigo um velho

E, finalmente, e principalmente, minha

tos, anúncios, textos, site e nossa Rede

companheiro de trabalho, por mais de

mulher, Helinha Jacintho, que dá os

Social”, pontua.

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BRAHMAN

Criadores comemoram resultados da ExpoBrahman Por Sabrina Alves | Fotos: Carlos Lopes

Animais criados no sistema a cam-

julgamento Brahman a Campo contou

exclusivamente no sistema a campo

po representam grande parte da pe-

com a participação de animais com

(rústico) e os tradicionais julgamentos

cuária nacional, e foi pensando nisso

idade entre 8 a 96 meses, criados

de Pista, que demostraram também a

que, pelo segundo ano consecutivo, a

evolução da genética zebuína.

Associação dos Criadores de Brahman no Brasil (ACBB) promoveu o Julgamento Brahman a Campo. Foram dois dias destinados a modalidade que vem ganhando a atenção entre os criadores da raça, que completou 21 anos em terras brasileiras. A análise técnica ficou a cargo do jurado Lauro Fraga. A segunda edição do

“Nesse tipo de julgamento a cam-

Contamos mais uma vez com o Brahman a campo que comprovou, novamente, que estamos no caminho certo” 80

po é mostrado como funciona a apartação de curral. Os animais são mais naturais e não conta com a ajuda do apresentador para mostrar suas qualidades funcionais e fisiológicas. Nas avaliações são apontadas toda a parte reprodutiva, de carcaça, além da sua expressão racial. As fêmeas expres-


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BRAHMAN saram sua docilidade e habilidade materna, apesar de não ter passado nenhuma com bezerro ao pé. Mesmo assim, conseguimos visualizar essa caraterísticanas matrizes, onde é expressada sua capacidade de longevidade. O zebu tem essa caraterística de produção capaz de gerar lucro por muito mais tempo. Já nos machos, conseguimos observar que é um gado adaptado e que pode gerar mais lucro”, garante. As pistas também chamaram a atenção e, expressivas e importantes exemplares da raça Brahman desfilaram pela pista “Torres Homem Rodrigues da Cunha”. Nessa modalidade estavam inscritos uma média de 100

11ª edição da ExpoBrahmam, o criador

a raça tem uma boa genética. Prova

animais que mostraram o melhor

Alexandre Coccapieller Ferreira. Para

disso foi a escolha de excelentes exem-

da sua genética. A avaliação desses

ele, o Brahman chegou ao país e agre-

plares que foram consagrados como os

exemplares foi feita pelo jurado Adria-

gou muito a pecuária nacional com sua

melhores deste ano. Isso tudo compro-

no Garcia, um dos principais nomes

rusticidade, ganho de peso rápido, bele-

va que estamos no caminho e vamos

nos julgamentos de pista da atualida-

za racial e outras qualidades atribuídas

continuar”, comemora.

de e que integra o Colégio de Jurados

à raça. “Contamos mais uma vez com o

O diretor executivo da ACBB, Rodrigo

da ABCZ, como efetivo, desde 2004.

Brahman a campo que comprovou, no-

Moraes também se mostrou satisfeito e

Ele contou com o apoio do jurado auxi-

vamente, que estamos no caminho cer-

confirmou que “o Brahman a campo é

liar Thiago Camargo.

to. As pistas também mostraram que

uma realidade que veio para ficar”.

“Dentro dos critérios de julgamento de pista são avaliadas a funcionalidade e padronização racial e todas as características econômicas que os animais apresentam. E é isso que buscamos principalmente. Com o passar dos anos, a pista fica mais exigente e as raças vão cobrando isso de nós jurados, por isso sempre buscamos essa funcionalidade nos animais, alinhado ao que julgamos nas pistas,para que sirva de modelo aos demais criadores”, expressa. Quem comemorou os resultados foi o presidente da ACBB, organizadora da 82


83


BRAHMAN

Resultados O campeonato Brahman a Cam-

peão também ficou com Alexandre

Fazenda Portobello, de Mangarati-

po terminou com a Grande Cam-

Coccapieller Ferreira/ Outros - Cond.,

ba/RJ. O título de Reservada Gran-

peã, Miss Vitoria 3786, do criador

com o macho Mister Vitória 3471 e o

de Campeã foi para Sweet Heart, do

e expositor Alexandre Coccapieller

Reservado Grande Campeão, com o

criador e expositor Antônio Carlos de

Ferreira/ Outros - Cond., da fazenda

animal Jacksson BR Lago, do criador

Andrade, da Fazenda Nova Caymã,

Brahman Vitória, de Araçatuba/SP. E

e expositor Fábio José de Faria Ca-

de Londrina/PR, que também levou

a Reservada Grande Campeã, ficou

margos, da Fazenda do Lago, de Boa

o título de Grande Campeão, com o

com CWM Lady POI 1652, do criador

Esperança/MG.

macho Dilan da Canaã. O Resort Por-

e expositor Charles Wanderley Maia,

Na pista, a Grande Campeã foi

tobello ficou com o título de Reserva-

da fazenda Santana de Goiás, de Ita-

Miss 2106 Portobello, do criador e

do Grande Campeão, com o reprodu-

pirapuã/GO. O título de Grande Cam-

expositor Resort Portobello Ltda, da

tor Mister 2100 Portobello. (SA)

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CADERNO

Foto: JMMATOS

Tabapuã

Tabapuã da Gê:Qualidade digna de exportação

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TABAPUÃ

Tabapuã da Gê: qualidade digna de exportação Por Thassiana Macedo | Fotos: Arquivo Pessoal

Consolidada no oeste do Brasil, a Fazenda Gê 05 guarda importantes preciosidades da raça Tabapuã em meio às culturas de milho e soja. Depois de três décadas investindo apenas em agricultura, a propriedade localizada no município de São Gabriel do Oeste, há 130 km de Campo Grande, no estado do Mato Grosso do Sul, também entrou no ramo pecuário a partir de 2003. Atualmente, a marca vem se despontando nas principais exposições de gado zebu sob os olhares empreendedores de João Trivelato Neto e Gerusa do Amaral Catelan Trivelato. “Iniciamos na pecuária com a doação de duas fêmeas de José de Arimathéia Dias Barros para nossas filhas. A partir de então, nasceu nosso primeiro bezerro e junto com ele nossa paixão pela raça. Nós o batizamos de Pedro da Gê 05, em homenagem a meu pai, Pedro Catelan Sobrinho. Hoje, possuímos um plantel com 250 matrizes”, conta Gerusa. A criadora lembra que foi através de uma bem sucedida parceria com a Fazenda Água Milagrosa, a partir de 2005, que a marca Gê 05 começou a se despontar nas pistas. “Em 2015, esse trabalho resultou na premiação de Pausa Fiv de Tabapuã, como Reservada Grande Campeã; e de Radiado Fiv de Tabapuã, Grande Campeão da Expozebu 2015 e classificado no PNAT 2015. O nosso objetivo é trabalhar com uma genética de alta qualidade no pasto através de matrizes e reprodutores comercializados para

criadores que necessitam aumentar a rentabilidade do seu rebanho. Buscamos uma pecuária sustentável, que respeita o meio ambiente e seus colaboradores. Para isso, investimos na melhor genética do País, sempre em busca de tecnologia e aprimoramento da raça”, revela. Gerusa Trivelato afirma que todo esse sucesso é fruto de progressos re86

alizados em parceria com ABCZ, dentro do programa de melhoramento PMGZ ou através da assessoria de técnicos capacitados e profissionais da área veterinária. “O resultado pode ser visto nos animais premiados em pista, como Oiana Fiv de Tabapuã, Grande Campeã Expozebu 2014; Palas Fiv de Tabapuã, Campeã Novilha Maior da Expozebu 2014; Pausa Fiv de Tabapuã, Reserva-


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da Grande Campeã Expozebu 2015; e Radiado Fiv de Tabapuã que se destacou este ano, tanto na pista quanto no pasto. Em Ourinhos (SP), na exposição de 2015, Catendo Fiv da Gê 05, filho da Tendinha de Tabapuã com touro Viúvo de Tabapuã, foi premiado Grande Campeão Júnior Menor. E na central Jóia da Índia, em Campo Grande, encontra-se o Dourado da Gê 05, campeão da PGP, avaliação genética TOP 1%, indicado para pecuária comercial por seu ganho de peso e precocidade evidente”, comemora a criadora. Para Gerusa Trivelato, tal resultado se deve às características ímpares da raça Tabapuã, reconhecida pela precocidade, fertilidade, habilidade materna, docilidade e grande rendimento de carcaça, entre outras qualidades. “É uma raça que tem muito potencial de crescimento e que veio somar à pecuária mundial. O Tabapuã vem conquistando o Brasil de norte a sul, consolidado por suas características, promovendo excelente heterose com outras raças e buscando sempre melhor desempenho e lucratividade para o criador”, destaca.

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TABAPUÃ

Tabapuã vai para a Bolívia Visando extrapolar os limites do território brasileiro já dominado pelo gado zebu, bem como promover a expansão da raça Tabapuã para outros países, a criadora Gerusa Trivelato esteve na Bolívia representando a Associação Brasileira dos Criadores de Tabapuã (ABCT) na Expocruz, importante feira agropecuária multissetorial da América Latina, realizada em Santa Cruz de La Sierra. A visita ao país vizinho foi acordada em encontro realizado entre a ABCT e a Brazilian Cattle durante a ExpoGenética 2015, com o objetivo de atender aos interesses da pecuária estrangeira, com o material genético produzido no Brasil. O evento abre fronteiras para empresas estrangeiras com interesse em exportação de produtos e lançamentos não só para países da América Latina, mas também potências mundiais, como China, Estados Unidos e Alemanha. Realizada anualmente há 38 anos na capital econômica da Bolívia, o evento já consolidou a sua marca e vem crescendo participações a cada edição, com expositores de grande representação global, sendo que a cada

nova edição atrai 500 mil visitantes. Em 2013, foram fechados US$ 192 milhões em negócios. Para a criadora Gerusa Trivelato, a participação da ABCT na Expocruz abriu novos horizontes para o Tabapuã e seus criadores, priorizando as habilidades naturais da raça, em especial pela fertilidade e habilidade materna. “A Bolívia é um país onde a pecuária está se desenvolvendo e apesar de haver vários criadores de Nelore, ainda há muito espaço para o Tabapuã. Os bolivianos estão buscando melhoramento genético e têm o cuidado de realizar os julgamentos com os mesmo métodos usados pela ABCZ; inclusive os juízes são da associação. A região conta com a Asocebu (Asociación Colombiana de Criadores de Ganado Cebú) que busca 88

trabalhar nos moldes da ABCZ e por isso fomos bem recebidos”, declara. A criadora destaca ainda que a participação da ABCT já está rendendo frutos, pois já foi fechada a parceria com dois criadores bolivianos interessados em iniciar o trabalho com o Tabapuã. Além disso, surgiu a oportunidade de criadores brasileiros de Tabapuã levarem alguns animais na exposição do ano que vem a fim de mostrar os resultados obtidos com a raça. A raça não participará de julgamentos de pista, em razão do número insuficiente de animais, mas a visita poderá abrir portas para a geração de negócios no país vizinho. Segundo Gerusa, criadores que tiverem interesse em levar animais para a Expocruz de 2016 podem procurar a ABCT.


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Fotos: Anderson Nunes

Sindi

Fazenda Jauquara passa a investir no Sindi

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SINDI

Sindi entra para a seleção de Renê Junqueira Por: Sabrina Alves | Fotos: Anderson Nunes

O Sindi entrou recentemente na vida do criador matogrossense Renê Junqueira Barbour. Pecuarista e empresário da região do Mato Grosso, mais exatamente no município de Barra do Bugres onde, ao lado das irmãs, é sócio proprietário de uma tradicional usina de cana-de-açúcar e coordena os negócios da fazenda Jauquara, nome indígena que faz homenagem ao rio que faz divisa com a fazenda, Renê conheceu o Sindi há pouco tempo, e desde então, aceitou o desafio, segundo ele, “certeiro”. A fazenda de 30 mil hectares conta com uma seleção de animais da raça Nelore, Gir e Brahman; e agora o Sindi ganhou o seu espaço. “Conheci a raça

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Sindi há aproximadamente quatro anos, em Novo Horizonte, interior de São Paulo, na propriedade de Adaldio Castilho. Achei uma raça espetacular em relação à carcaça. É uma das melhores que vi até hoje dentro das raças zebuínas”, comemora. Renê adquiriu da seleção Reunidas Castilho as primeiras doadoras e algumas vacas do criador nordestino, Pompeu Borba. “Minha intenção é utilizar essas doadoras nos cruzamentos feitos com o Nelore com a proposta de melhorar a carcaça, que é mais próxima do chão, além de melhorar a rusticidade dos animais. É uma raça muito promissora, sem dúvida!”. Ele acredita e estima que dentro de um ano, até um ano e meio, já exista um rebanho voltado para o corte. “Minha proposta é cruzar o Sindi com o Nelore para aumentar e melhorar a aptidão de corte. Ainda estamos na fase inicial, mas já é possível prever que nosso objetivo será certo!”, garante. Junqueira se diz impressionado em relação à alimentação dos animais, que se adaptaram facilmente a região do centro oeste brasileiro. “É uma raça que se tiver um pasto em abundância

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SINDI corre o risco até de engordar demais (risos). Seu potencial de absorção é maravilhoso. Por vir de uma região com clima mais seco acabam se adaptando muito bem a qualquer tipo de pasto. Aqui na fazenda, usamos o sistema de confinamento apenas para terminar, caso contrário, apenas o sistema a campo é usado”, observa. De acordo com o criador, que já teve seus animais Nelore reconhecidos nas principais pistas e campeonatos nacionais, o investimento feito com a nova seleção não será em vão. Renê conta com o apoio do médico veterinário Fábio Leandro Ribeiro. Segundo ele, o Sindi é apaixonante, manso e uma raça que veio para ficar e se integrar como uma das melhores da pecuária como um todo. “Os animais apresentam uma ótima capacidade de adaptação devido ao processo de seleção na formação da raça. O sindi se destaca em relação às outras raças por ser mais produtivo em ambientes pouco favoráveis. Seu porte mediado acaba consumindo menos energia para sua manutenção, fora sua habilidade materna superior. Outra característica que admiro é sua

massa muscular bem desenvolvida. Devido a essas características, acreditamos que a raça Sindi tem um enorme potencial produtivo”, cita. Fábio explica que na fazenda serão utilizadas matrizes meio sangue Sindi Nelore, com o objetivo de aumentar

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a capacidade de suporte, devido ao seu menor porte, além de desmamar bezerros pesados, devido a sua habilidade materna superior, e consequente produção de animais para o abate com bom peso, acabamento e rendimento de carcaça.


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Seleção Na Fazenda Jauquara, segundo o veterinário, todo o trabalho de seleção é feito de acordo com a produção de cada animal. “A produção é avaliada através de pesagens periódicas e avaliações morfológicas dos animais até por volta dos 20 meses de idade. A partir daí, esses animais podem ser descartados ou selecionados para fazerem parte do plantel de matrizes ou de reprodutores. Nos animais adultos, a seleção é feita através da observação de índices reprodutivos e avaliação dos seus descendentes. Para nós, uma matriz só é produtiva quando ela consegue produzir animais superiores nas condições da nossa propriedade”, apresenta. “Tudo é recente, e atualmente contamos com uma média de 18 matrizes em reprodução. Na próxima estação já serão em torno de 40 matrizes em reprodução. Mesmo com o pouco tempo já estamos muito satisfeitos e surpresos com a raça Sindi, uma raça extremamente produtiva dentro das nossas condições”, pontua.

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SINDI

Raça Sindi participa pela primeira vez da Expointer A 38ª Expointer trouxe em 2015 be-

potencial de carne, porque os animais

va. O reservado foi Edmond FIV AJCF,

los exemplares da raça Sindi como no-

são submetidos a todos os programas

da Fazenda Reunidas Castilho, de

vidade. Nesta edição, touros e matrizes

de melhoramento genético da Associa-

Novo Horizonte (SP), do criador Adaldio

de Novo Horizonte, município a 484 qui-

ção Brasileira dos Criadores de Zebu

Jose Delsin de Castilho.

lômetros de São Paulo, foram a atração

(ABCZ). A família do criador trabalha

Entre os critérios avaliados pelos

entre os animais que foram expostos no

com a raça zebuína há 80 anos. Para

jurados, destacam-se a musculatura

Pavilhão do Gado de Corte, no Parque de

Castilho, ter conhecimento, manejo,

e, nas fêmeas, a habilidade materna.

Exposições Assis Brasil, em Esteio (RS).

uma boa equipe, trato e genética são

Também foi exigido que os zebuínos ca-

Entre os julgamentos de raças zebuí-

essenciais para a criação de um ani-

minhem bem, para que possam buscar

nas, dos 12 animais inscritos, a fêmea

mal campeão. A reservada grande

alimento. Nos machos, foi avaliado o ar-

Torenia da Estiva, da Fazenda Tabaju, de

campeã é Eureka AJCF, da Fazenda Ta-

queamento e comprimento de costelas,

Sales (SP), foi a grande campeã da raça

baju, filha de Símbolo da Estiva e Ala-

para que eles possam ingerir uma quan-

Sindi. O animal é cria de Irapuru da Esti-

meda FIV AJCF.

tidade maior de alimentos, transforman-

va com Energia da Estiva.

Entre os machos, o título de Grande

do em carne e ganho de peso, além da

Segundo o expositor Adaldio José

Campeão ficou com Unicefano da Esti-

região do posterior dos animais, onde

de Castilho Filho, o Sindi possui uma

va, da Fazenda Tabaju, descendente de

se encontram carnes mais apreciadas,

carcaça diferenciada, com um elevado

Quentão da Estiva e Rasta FIV da Esti-

como contrafilé, filé mignon e picanha.

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REVISTA

CADERNO

Indubrasil

CADERNO

Fazenda Cachoeira: 50 anos de seleção

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INDUBRASIL

Indubrasil: uma raça, uma paixão Por Thassiana Macedo | Fotos: Arquivo Pessoal Localizada no município de Irauçuba, uma das cidades que mais sofre com a estiagem no interior do Ceará, a Fazenda Cachoeira se destaca pela seleção do Indubrasil há mais de 50 anos. O trabalho foi iniciado pelo Dr. Gerardo Magela Fonteles, um dos maiores indubrasilistas da história da raça. Falecido em 2014, aos 92 anos, o criador deixou um importante legado ao filho Sérgio Fonteles, bem como a outros criadores e amigos de todo o país. Pioneiro na utilização de inseminação artificial voltado ao melhoramento genético da raça no Brasil, o criador Gerardo Magela ocupou importantes cargos nas associações do Indubrasil. Seu filho Sérgio Fonteles assumiu a administração da Fazenda Cachoeira

e tem se dedicado a investir no trabalho iniciado pelo pai. Para isso, o novo criador tem levado o nome da marca e o melhor da raça para o mercado nacio-

A Fazenda Cachoeira mantém uma tradição de 50 anos na seleção do Indubrasil e alia modernidade a investimentos arrojados para o crescimento da raça” 96

nal e também internacional. Aliando tradição e tecnologia, a Fazenda investe pesado em fertilização in vitro (FIV) produzindo embriões para uso próprio e ainda com foco no mercado externo. Atualmente, a marca fornece embriões geneticamente melhorados do Indubrasil Cachoeira para México, Tailândia e Costa Rica. Hoje, o Indubrasil da Fazenda Cachoeira é referência mundial para a raça por sua alta qualidade genética executada por Magela. Dando continuidade ao legado, o trabalho vem sendo aprimorado por Sérgio Fonteles, que utiliza os melhores touros disponíveis, bem como o sêmen de reprodutores consagrados, visando sempre manter o alto padrão racial.


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Soberano

Muitos dos ícones da raça nasceram na Fazenda Cachoeira”

Investimentos em plantel e estrutura Ao assumir o lugar deixado pelo pai, Sérgio Fonteles investiu pesado na reestruturação da Fazenda Cachoeira adquirindo animais de ponta fornecidos por criadores e amigos de outros estados. Hoje, o plantel conta com mais de 50 animais PO, sendo 30 matrizes. Entre as aquisições está Boneca do Cassu, reservada grande campeã da Expozebu 2015 e o jovem tourinho Soberano, também campeão bezerro da Expozebu 2015, bem como o filho do bi grande campeão Bacará, um dos maiores touros Indubrasil da atualidade.

Além disso, ao lado da filha Antonella Fonteles e da esposa Maria Christina Fonteles, grande incentivadora desse trabalho, o criador investiu em melhorias na estrutura da fazenda, que em breve contará com um laboratório de FIV. “Tenho orgulho de fazer parte dessa história e seguir o legado deixado pelo meu pai”, conta Sérgio Fonteles. Além do Indubrasil, Sérgio investiu na compra de matrizes da raça Girolando, que serão usadas na produção de leite e como receptoras de embriões.

Aiuaba

Euphoria 97

Hoje, a Fazenda Cachoeira possui um rebanho rústico, capaz de suportar a seca do nordeste, provando a grande qualidade do Indubrasil e do gado zebuíno em geral. Para Sérgio Fonteles, o Indubrasil apresenta excelentes resultados nos cruzamentos para carne ou leite e é soberano nos cruzamentos por sua forte heterose, ou seja, por sua capacidade de produzir animais ainda mais fortes e vigorosos. Hoje, a Fazenda Cachoeira tem em seu plantel vários animais premiados em exposições regionais e nacionais, o que comprova essa realidade, como Euphoria, campeã bezerra Expozebu 2015.


INDUBRASIL

Tradicional plantel da Fazenda Cachoeira é destaque na 61ª Expoece De 13 a 20 de setembro, o Parque de Exposição Governador César Cals, em Fortaleza, sediou a 61ª edição da Exposição Agropecuária e Industrial (Expoece), tradicional feira agroindustrial no Brasil, da qual participaram mais de 4 mil animais através da inscrição de 300 criadores. Dos 20 animais expostos, o destaque da Exposição Nordestina de Indubrasil foi certamente o plantel da Fazenda Cachoeira que levou sozinha mais de 10 prêmios, superando renomados plantéis de criadores vindos de estados como Bahia, Ceará, Sergipe, Minas Gerais, Piauí, Pernambuco, Alagoas, Maceió, Rio Grande do Norte e Paraíba. Levando a marca Cachoeira foram premiados: Aiuaba - Grande Campeão Expoece 2015; Akan - Campeão Bezerro Expoece 2015; Alteza - Campeã Baby Expoece 2015; Amora - Reservada

Campeã Novilha Maior Expoece 2015; Astuta - Campeã Novilha Maior Expoece 2015; Ametista - Reservada Campeã Baby Expoece 2015; Babilônia - Reservada Campeã Bezerra Expoece 2015; Boneca - Campeã Vaca Adulta Expoece 2015; Condessa - Campeã Bezerra Expoece 2015; Euphoria - Grande Campeã Expoece 2015; Gávea - Campeã Novilha Menor Expoece 2015; Soberano - Reservado Grande Campeão Expoece 2015 e Campeão Novilho Menor Expoece 2015; e ainda Vitona, Matriz Modelo Expoece 2015. Para o presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Indubrasil, Roberto Fontes Góes, este foi um importante evento para reconhecimento e difusão das características da raça. “Fui prestigiar o criador Sérgio Silveira Fonteles, que está fazendo um trabalho belíssimo pela raça. Filho do falecido criador Gerardo Magela, o Indubrasil 98

ganhou mais um herói que vem multiplicando seu rebanho, trabalho que será muito positivo para a raça como um todo”, avalia.


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Fotos: Carlos Lopes

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A Expointer do Cavalo Crioulo Finais de ciclo emocionantes, novo espaço considerado um sucesso e alta na comercialização de animais tornaram esta edição da feira histórica para a raça Crioula Ulbrich/ABCCC/Divulgação

Se a Expointer para o cavalo Crioulo pudesse ser definida em apenas uma palavra, seria “espetacular”. A feira em Esteio, no Rio Grande do Sul, foi o palco de decisões de sete modalidades da raça, a começar por aquela que pode ser considerada a maior ferramenta de seleção: o Freio de Ouro. Cerca de 20 mil pessoas aproveitaram o tempo bom do domingo, dia 30 de agosto, para acompanhar a grande final do Freio de Ouro 2015. O público assistiu na

pista do cavalo Crioulo, no Parque de Exposições Assis Brasil, a repetição do resultado do Bocal de Ouro, realizado em abril. Foram coroados entre os machos o cavalo JA Libertador, da Fazenda Santa Edwiges, de São Lourenço do Sul (RS), montado pelo ginete Milton Castro, e entre as fêmeas a égua Jotace Utopia, da Cabanha Jotace, de Barra do Quaraí (RS), montada pelo ginete Raul Lima. De acordo com a proprietária da Jotace, Daniela Cantarelli, o resultado é parte 102

de um trabalho de anos da Cabanha, que leva seu segundo título consecutivo no Freio de Ouro. No ano passado a Cabanha venceu com a égua Jotace Tranca. Daniela relata, inclusive, que muita gente não acreditou quando decidiram que não iriam defender o título com a égua. “Na verdade a gente apostava na Utopia. Ela deixou de ser a irmã da Tranca para ser a campeã do Freio de Ouro”, afirma. Já nos machos, o título de JA Libertador também aumentou o recorde do gi-


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nete Milton Castro, que agora vence seu 8º título do Freio de Ouro. Libertador faz parte de um condomínio com 15 proprietários; entre eles José Antônio Anzanello, proprietário da Santa Edwiges. Mesmo acostumados a títulos, a emoção desta conquista foi inigualável. “É como se fosse a primeira vez. Este é um trabalho de anos que a gente vem fazendo com o Milton Castro. É uma grande emoção”, salienta. Para o presidente da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC), José Luiz Laitano, mais uma vez se confirmou a máxima de que a cada ciclo que passa o Freio de Ouro vem evoluindo. “As provas estão cada vez mais profissionais e mais disputadas. Nunca sabemos quem é o ganhador até o ultimo minuto. Isso mostra a evolução funcional da raça e técnica dos criadores”, destaca. No dia 1º de setembro, foi a vez dos grandes campeonatos do ano na Morfologia. Depois de dois dias de competição e 195 animais em pista, a égua História da Taimã, de propriedade da Cabanha Taimã, de Santa Rosa (RS), conquistou o título de Melhor Exemplar da Raça na grande final do Campeonato Nacional de Morfologia da Expointer, ciclo 2015. A disputa pelo principal prêmio foi com o Grande Campeão dos machos, o cavalo Farrapo da Maior, da Cabanha Maior de Painel (SC). O título foi muito comemorado pelos proprietários do exemplar. De acordo com a proprietária da Cabanha Taimã, Taiane Zocchetto, o resultado coroou o trabalho realizado pela equipe do criatório. “A égua estava muito bem e a confiança estava dentro de nós. Fizemos tudo o que podíamos pela égua, que era deixá-la bem preparada. Daí só dependia do julgamento”, comemorou. O responsável pelo julgamento, Vinicius Guedes Freitas, justifica a escolha e

afirma que foi uma decisão difícil, o que deixou a competição acirrada. “Uma égua muito linda, de qualidade, aprumos muito bons, lombo perfeito. Uma égua que representa muito bem a raça. Ganhou o título no detalhe e estava um pouco mais completa que o cavalo neste dia de hoje”, observa. Para Lauro Martins, administrador da Cabanha Maior, o título de Grande Cam-

peão dos Machos é resultado do trabalho de seleção genética desenvolvido em uma década e que tem como pilar o sangue de JLS Hermoso, pai do Farrapo. “Consideramos o Hermoso o principal pai da raça na atualidade e seus filhos comprovam isso nas pistas. Farrapo, apesar de um problema de saúde em um olho, acabou sendo finalista do Freio e agora se consagra como altamente morfológico”, argumenta.

Outras modalidades Com o tempo de 1’57”04, apenas 39 centésimos de segundos a menos que o segundo colocado, o trio composto por Euclides, Alexandre e David, todos da família Lemos, de Mostardas (RS), conquistou a grande final do Campeonato Nacional da Campereada. Os campeões representam a Cabanha Condessa de Mostardas, de propriedade do crioulista Breno Terra Azevedo. O trio é formado há uma década e nas últimas seis edições do Campeonato Nacional ficou entre os primeiros colocados, mas só agora conquistou o título. Em 2014 chegou em primeiro nas classificatórias. “Temos bons cavalos, bem domados e estamos acostuma103

dos com eles. Também estamos muito entrosados e essa união deu resultado. Vínhamos cercando o título e agora ganhamos”, comemora Euclides. O crioulista Fernando Gonzales, da Cabanha Japeju, de Porto Alegre (RS), foi o grande nome da Final Nacional do Freio Proprietário, ciclo 2015. Ele conquistou o título da categoria Master montando Estribero do Encantto. Os jurados também o elegeram Ginete Destaque. O vencedor explica que esta é uma vitória que vinha sendo perseguida antes mesmo de a ABCCC criar a competição em 2012. “Eu já disputava na época da Copa do Proprietário e acompanhei sua evolução disputando em todas as edições. O


CRIOULO deu Ricardo Silva no masculino, com Bolicheiro do Elebê, da Cabanha Terra Bruta de Santa Cruz do Sul (RS), com 8,586 pontos somados. No feminino, o conjunto vencedor do Freio Jovem foi Priscila Machado, com Almirante Sobradinho da Ponta Alegre de Arroio Grande. Na Paleteada, o primeiro lugar ficou com a dupla de Bagé (RS) Aluizio Perez, montando Laçador Gringa, e Carlos Loureiro de Souza, montando Manta Pampa Tupambaé. A pontuação final foi 81,75. Segundo Perez, qualquer uma das du-

primeiro lugar tem um sabor ainda mais especial, porque eu queria ganhar com este cavalo que é filho do Ganadero da Harmonia, um grande campeão do Freio de Ouro”, ressalta. Na categoria Amador, um estreante levou o título. Thobias Nunes, da Cabanha Don Manoel de Gravataí (RS), montou Data Venia Crioulaço garantindo 12,527 pontos de média. Ele já havia conquistado um segundo e um terceiro lugares no Freio Jovem. “Monto desde os 7 anos de idade e quero seguir carreira. Meu sonho é disputar o Freio de Ouro profissionalmente. A modalidade do proprietário tem as mesmas provas e vai me dar a experiência para um dia alcançar essa meta”, projeta. No mesmo dia, foram conhecidos os grandes vencedores do ciclo 2015 do Freio Jovem. Na categoria infantil masculino, o título ficou com Abel Dourado Neto, montando Monarca da Sia’Dona , da Cabanha Sia’Dona de Canguçu (RS). O ginete de 9 anos de idade monta desde os 2 e disse que conquistou o título por que foi

persistente: “Comecei mal na primeira prova e depois fui recuperando, ganhando etapas. Não desanimei nunca”, justifica. O conjunto somou 10,262 pontos. No infantil feminino, Luiza Caroline Lopes, montando Candidata 13 Referência, do CT Charles Lopes, levou a melhor com um total de 8,326 pontos. A ginete de Santa Cruz do Sul tem 11 anos de idade e disputou o Freio Jovem pela primeira vez. “Eu sempre gostei de cavalo. Estou muito feliz, o coração está a mil. Meu pai me ajudou muito a treinar para chegar aqui. Foi um ano de preparação para a prova e pretendo participar novamente”, disse ao fim da prova. Rian Valadão, na montaria da égua La Castellana Faca Buena, somou 10,572 pontos e ficou com o título da categoria juvenil masculino. O ginete representou a Cabanha Lagoa do Sol de Pelotas (RS). Já no juvenil feminino, a grande campeã veio de Viamão (RS). Emilie dos Santos Gomes montou Oea Palheiro, do Centro de Treinamento Freio e somou 9,296 pontos. Nos aspirantes, 104

plas que chegou à final poderia ganhar a competição, que acabou sendo decidida no detalhe. “É uma emoção muito grande, eu e Carlos fomos criados como irmãos e no ano passado ficamos em segundo lugar. Nesse ano conseguimos juntar essas duas éguas, porque no ano passado a Gringa acabou se machucando e não pôde competir. Tínhamos a certeza do potencial das éguas e que era só a gente se acertar”, salienta. Fechando a programação, foram definidos os campeões das cinco categorias que integram o Movimiento a La Rienda. Depois de chegar pela terceira vez na final da modalidade, o conjunto formado por Mapuche El Pituco e Golbery Vasconcellos é coroado com o posto mais alto do pódio na categoria Profissional A. Com nova conquista, o ginete – que já tem na estante o troféu do 1º Lugar com CAC Cajuru Barão em 2013 – volta para a casa com mais outro grande reconhecimento na Expointer. “É sempre muito gratificante uma vitória. Esse cavalo é muito bom”, diz o cavaleiro que estava treinando o garanhão desde 2012. Quem comemora a vitória na Profissional B é César Alexandre Hardt, que comandou o garanhão Mapuche Flor de Mayo. Competindo no esporte desde


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2010 - quando a prova foi oficializada no país - essa é a primeira vez que o ginete sobre no pódio da decisão, momento no qual não escondeu a felicidade ao ser cumprimentado pelos parceiros de pista. “Conheci a prova através da Cabanha Mapuche, que é uma incentivadora nesse

sentido”, conta Hardt. Oferecer chances iguais a diferentes níveis de competidores é um dos diferenciais da seletiva de rédeas hermana. Com isso, o topo do pódio foi ocupado por nomes distintos. Cleiton Guimarães faturou a categoria Crioulos do Futuro,

com Data Venia Ferradura, enquanto que a consagração na divisão Amador A ficou com Mário Pires na condução de Obstinado do Infinito. A representação feminina entre os campeões esteve no lombo de Guapo do Amarante, Nicole Scherer, na Amador B.

Comercialização tem alta de 24% O faturamento dos remates da raça Crioula durante a Expointer teve crescimento em relação ao ano passado. A arrecadação total alcançou R$ 12,03 milhões, 24% a mais que na edição passada, que foi de R$ 9,7 milhões. Isto representa 80% dos R$ 15 milhões comercializados na feira. Os números foram repassados pelas leiloeiras rurais que estiveram realizando remates nesta edição. Para o presidente da ABCCC, José Luiz Laitano, os números apontam a permanente valorização da raça. “O cavalo Crioulo mostrou que é uma opção segura de investimento. Quem adquiriu animais nos remates sabe que terá retorno garan-

tido. Os cavalos ofertados na Expointer já chegam valorizados nas novas cabanhas”, ressalta. A consolidação de novos mercados também justifica o crescimento nas vendas, de acordo com o presidente da entidade. “O cavalo Crioulo não tem mais fronteiras. Muitos compradores foram do centro-norte do país e estão cada vez mais apostando na multifuncionalidade da raça. Os criadores destas regiões sabem que vão contar com um animal com aptidão para o campo e também para a utilização em diferentes modalidades hípicas. Além destes, chilenos, argentinos e uruguaios participaram e fizeram negó105

cios nos leilões. Isso demonstra que estamos no caminho certo, pois promovemos toda a nossa seleção adquirindo animais destes países e agora eles vêm comprar da gente”, afirma Laitano. No total foram promovidos oito remates, todos no novo Tatersal construído e inaugurado este ano pela ABCCC no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio (RS), sede da Expointer. Entre alguns destaques na comercialização estão a égua Hulha Negra da Vendramin, vendida a R$ 525 mil, tornando-se a égua mais valorizada da história da feira, além da venda de 49% de Quinchero de Santa Angélica, Freio de Bronze deste ano, por R$ 900 mil.


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Vencedores do Freio de Ouro •Fêmeas

Freio de Ouro Jotace Utopia, filha de Jotace João Balaio e Jotace Lamparina; criador e expositor João Juraci Cantarelli, Cabanha Jotace, Barra do Quaraí/RS Ginete: Raul Lima Nota: 22,655 Freio de Prata BT Basteira, filha de BT Napoleão II e BT Rendilha II; criador Condomínio Flavio Bastos Tellechea e expositores Marcelo e Maria da Gloria Tellechea Cairoli, Reconquista Agropecuária Ltda, Alegrete/RS Ginete: Daniel Waihrich Marim Teixeira Nota: 22,113

Um novo espaço de convivência Além das provas que movimentaram criadores, uma das principais atrações do cavalo Crioulo na Expointer foi o novo espaço oferecido ao público que passou pelo Parque de Exposições Assis Brasil. Os visitantes e associados puderam conferir uma série de novidades. A principal alteração foi a mudança das cocheiras dos animais para perto da pista de provas do cavalo Crioulo, que agora ocupa o espaço que era antes destinado aos suínos e pequenos animais. No total, 309 baias abrigaram os animais que participam da feira. Outra novidade foi o espaço construído para abrigar os leilões e eventos, que recebeu oito remates nesta edição. O público também conferiu a Boulevard do Cavalo Crioulo, espaço diferenciado ao público, que contará com comércio de vestuários e acessórios, artigos tradicionalistas e artesanais e até um Hair Stylist para visitantes. Na área da alimentação, a inovação ficou por conta do Food Park, com food trucks com os mais variados tipos de lanches para todos os paladares, além de restaurantes e espaço de convivência. José Luiz Laitano destaca que esta foi realização de um projeto da entidade para a qualificação do espaço da raça no parque com fins de proporcionar mais comodidade aos criadores e associados, além de dimensionar a importância do cavalo Crioulo para o mercado e para a Expointer como um todo. “Esta unificação dos espaços, onde os crioulistas poderão ter em um só lugar um local de remates, cocheiras e restaurantes, melhorou a vida dos associados e a visibilidade do cavalo para os criadores”, observa.

•Machos

Freio de Ouro JA Libertador, filho de Equador de Santa Edwiges e JA Arruaça; criador José Antonio Anzanello e expositores José Antonio Anzanello e Condominio JA Libertador, Fazenda Santa Edwiges, São Lourenço do Sul/RS Ginete: Milton Castro Nota: 21,530 Freio de Prata Harmonia Temprano, filho de Ganadero da Harmonia e Coral Sombra; criador e expositor Harmonia Agricultura e Pecuária Ltda, Cabanha Harmonia, Santa Vitória do Palmar/RS Ginete: José Fonseca Macedo Nota: 20,728

Freio de Bronze As Malke Safira, filha de Mackenna Guindo e As Malke Jóia Rara; criador Agropecuária Schwanck Ltda e expositor Júlia e Manuela da Costa, Cabanha Capão Da Ronda, Cruz Alta/RS Ginete: Gabriel Marty Nota: 21,740

Freio de Bronze Quinchero de Santa Angélica, filho de Santa Elba Señuelo e Escrava de Santa Angélica; criadores Paulino e Agenor Ávila Costa e expositores Ramiro e Déborah Madruga Costa, Cabanha Estribillo, Pedras Altas/RS Ginete: César Augusto Schell Freire Nota: 20,694

•Fêmeas

•Machos

Reservada Grande Campeã e Campeã Potranca Menor Erva Santa Cala Bassa, filha de Piraí 1569 do Brazão e Adrenalina Cala Bassa, criador e expositor Marcelo Rezende Móglia, Cabanha Cala Bassa, Bagé/RS

Reservado Grande Campeão e Campeão Potranco Menor Basco Veneno, filho de BT Lucero e Basca Rosa Mosqueta, criador Mariana Franco Tellechea e Filhos, expositor Mariana Franco Tellechea e Filhos e Maria Luiza Tellechea Cerqueira, Cabanhas Basca e La Compostella, Uruguaiana/RS

Melhor Exemplar da Raça, Grande Campeã e Campeã Égua Menor História da Taimã, filha de Piraí 1669 do Brazão e Lua Clara da Escondida, criador e expositor Taiane Letícia Zoccheto, Cabanha Taimã, Santa Rosa/RS

3ª Melhor Fêmea e Reservada Campeã Égua Menor Dinastia Cala Bassa, filha de Piraí 1569 do Brazão e Evita Cala Bassa, criador e expositor Marcelo Rezende Móglia, Cabanha Cala Bassa, Bagé/RS 4ª Melhor Fêmea e Campeã Potranca Maior Guanabara Outra Más, filha de Guanabara João de Barro e Guanabara Jaçanã, criador e expositor Luiz Carlos da Silva Carvalho Júnior, Cabanha Guanabara, Rio Grande/RS 106

Grande Campeão e Campeão Cavalo Adulto Farrapo da Maior, filho de JLS Hermoso e FJC Amenaza, criador e expositor André Ricardo Souto Maior, Cabanha Maior, Painel/SC

3º Melhor Macho e Reservado Campeão Cavalo Adulto Don Juan de São Pedro, filho de BT Delantero e Morena de São Pedro, criador Eduardo Macedo Linhares, expositor José Valmir Silveira D’Ávila, Cabanha JLV, Santa Margarida do Sul/RS 4º Melhor Macho e Campeão Cavalo Menor Abraço do Camboim, filho de Índio do Boeiro e Única AP do Camboim, criador e expositor Felipe Nery Gomes Martins, Estância Santo Amaro, Bagé/RS


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Senepol 3G: três gerações de uma familia de desbravadores

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Senepol 3G três gerações de uma família de desbravadores Por: Thassiana Macedo | Fotos: Boy

Após ganhar o mundo, os primeiros exemplares de Senepol chegaram ao Brasil em 2000, importados dos melhores rebanhos dos Estados Unidos e das Ilhas Virgens. E foi graças à grande experiência dos selecionadores brasileiros que a qualidade desse taurino vem se multiplicando, fazendo do Brasil um celeiro da genética mundial. Essa história não seria possível sem a participação ativa da família Garcia, cuja vida sempre esteve ligada à terra e à produção agropecuária. Tudo começa com André Garcia Camacho, imigrante espanhol que fincou novas raízes, descobriu a prosperidade no Brasil e ensinou seu ofício ao filho Sebastião Garcia; mas foi o neto Paulo Eduardo Garcia que deu fôlego à herança passada de geração após geração. Ao lado da mulher Wilma Brunini Garcia, Paulo teve três filhos: o engenheiro agrônomo Paulo Eduardo Garcia Júnior, Ricardo Brunini Garcia (in memorian) e o médico veterinário Sebastião Garcia Neto. Segundo Neto Garcia, foi o trio que reforçou ainda mais o que já estava no sangue dessa família: o gosto pela lida com

a terra. “Hoje, temos propriedades em Jaboticabal (SP) para produção orgânica de cana-de-açúcar, soja e milho, e confinamento de gado; uma em Barretos (SP) para produção de cana-de-açúcar convencional, soja e milho, e pecuária seletiva de gado PO Senepol; outra em Itapagipe (MG), onde trabalhamos as receptoras de embriões e os bezerros Senepol PO até a desmama; e uma propriedade em Caçu (GO), onde produzimos o meio sangue Senepol em vacas Nelore e meio sangue Angus, através de IATF (Inseminação Artificação em Tempo Fixo) e de monta natural com touros”, explica. O médico veterinário ressalta que a atuação da Senepol 3G está sacramentada realizando vários eventos durante o ano, como o 3G weekend, promovido dentro da própria fazenda no mês de maio, quando são vendidos touros, embriões, fêmeas elite e cavalos Quarto de Milha. Há ainda mais dois eventos em outubro, como o leilão de touros e o de fêmeas elite. “E estamos partindo para novos projetos, como o leilão de verão que em março do ano que vem será realizado 112

em Angra dos Reis, e o leilão do projeto Arenas”, conta. Inspirada nos lemas “Nada além da perfeição” e “Seriedade que atravessa Gerações”, Neto Garcia revela que a marca passou a investir na clonagem das melhores doadoras Senepol do mundo, como a SCR 1241, que hoje é destaque na produção de embriões, fêmeas e touros de central da 3G. “Depois vendemos 50% da doadora Beta 08 no Leilão Estrelas do Senepol 3G, em maio de 2015, durante o 3G Weekend, pelo valor de R$ 204 mil, ao Senepol Liberdade de Gabriel Pignatari. No Leilão Brandamundo, de Almir Sater e Guilherme Bumlai, vendemos 50% da doadora destaque da 3G, Rampa 159, por R$ 144 mil, para a Cabanha Senepol Guarany, do renomado jurista Eli Alves da Silva”, cita. Em setembro, durante o Leilão Arenas, realizado pela Senepol Soledade dentro do Congresso Nacional do Senepol, em Uberlândia, a Senepol 3G arrematou 20% do clone da GST Arena 18, considerada uma das melhores doadoras Senepol do mundo, pelo preço recor-


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de. Destaque da raça, a TN1 GST Arena 18 foi avaliada em R$ 3 milhões e 30 mil, e para nós foi um grande investimento, pois era uma peça importante que faltava em nosso criatório. Agora, com a junção das marcas Senepol 3G e Soledade, o Projeto Arenas vai prosperar”, completa Neto Garcia.

A história de Sebastião Garcia Neto com o Senepol começou em 2007, quando na condição de estudante de Medicina Veterinária ele foi aos Estados Unidos para um estágio com foco em nutrição animal em confinamentos. “Quando cheguei aos EUA não pude ir à fazenda de confinamento, por problemas internos da empresa de lá. Foi então que Sebastião Fogaça de Aguiar, proprietário da Sacramento Farms e amigo da família, convidou-me para passar uma temporada em sua fazenda em Okechoobee, na Flórida, onde conheci animais vermelhos, dóceis e bem bonitos”, conta. Em quatro meses, Neto Garcia já havia se apaixonado pelo Senepol e teve tempo de aprender mais sobre a raça, estudando, vendo os cruzamentos, analisando as matrizes e os reprodutores, lendo sobre registros, pesquisas e reportagens sobre a raça. Voltando ao Brasil e encantado pela raça Senepol, dócil, precoce, produtiva e muito resistente, eu precisava saber se o Senepol

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realmente suportaria nosso clima. Dediquei-me aos estudos da raça no Brasil e após um ano de pesquisa tive a certeza de que havia descoberto uma nova paixão, que juntaria o útil ao agradável. Formado em Veterinária e com o negócio da família voltado para a agricultura, estava ali a oportunidade de retomar a pecuária agregando valor aos animais, para que se tornasse rentável trabalhar nas terras valorizadas do estado de São Paulo”, avalia. Em 2009, Neto Garcia voltou aos Estados Unidos com a família e adquiriu 60 embriões congelados. “Fizemos parceria com a Sacramento Farms e importamos embriões de grande variabilidade genética, sêmens de touros consagrados e compramos doadoras de alto valor genético no Brasil. Dessa maneira, surgiu a Senepol 3G, que representa a parceria entre três irmãos da terceira geração da família Garcia. De lá para cá, pinçamos bons animais nos leilões de diferentes e importantes criatórios do Brasil”, ressalta Neto Garcia.


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Dia de Campo Senepol Constelação

se torna referência para a pecuária goiana Evento realizado na Fazenda Palmito, em Paranaiguara, compartilhou experiências bem sucedidas na criação de Senepol e na integração lavoura/pecuária Por Berrante Comunicação| Fotos: Berrante Comunicação O Dia de Campo da Fazenda Palmito / Senepol Constelação, realizado em 15 de agosto, em Paranaiguara (GO), foi um sucesso, superou as expectativas dos organizadores e se tornou referência para a pecuária do Estado. Mais de 350 pessoas estiveram presentes no Dia de Campo. Em formato inovador, o evento compartilhou experiências bem sucedidas da propriedade relacionadas à formação das pastagens, criação do gado Nelore, melhoramento genético do Senepol e a

produção das lavouras de soja e milho. De acordo com o organizador do evento, Estevão Barra Bernardes, o Dia de Campo é uma ação dentro do planejamento estratégico da Fazenda Palmito / Senepol Constelação. “Pela primeira vez, abrimos as porteiras da fazenda para mostrar nosso trabalho de seleção e criação, com foco na integração das atividades como modelo de trabalho e gestão”, declarou. Bernardes acrescentou que o evento 114


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foi prestigiado pelos amigos, pecuaristas e agricultores do entorno. “Ficamos muito satisfeitos com a adesão de pecuaristas da região, que vieram conhecer de perto os resultados obtidos com a raça”, afirmou. Outro motivo de satisfação foi que o evento atingiu também o objetivo de funcionar como uma vitrine tecnológica de integração entre pecuária e agricultura, compartilhando informações de grande valia para o público presente. Além das palestras, o Dia de Campo contou com um shopping de touros. O evento teve apoio da UFU (Universidade Federal de Uberlândia), da Embrapa Geneplus, do Sindicato Rural dos Produtores Rurais de Paranaiguara (GO) e São Simão (GO) e da RS Consultoria. Um dos participantes, o engenheiro agrônomo João Paulo Vanço, ressaltou a organização do evento com tempo bem dimensionado nas palestras e bate-papos. “Adquirimos três novilhas e montamos uma parceria com a Senepol Constelação com o objetivo de aproveitar o know-how do criatório e seguir investindo no melhoramento genético da raça em nosso futuro criatório, o Império Senepol”, afirmou o engenheiro, que acompanha a evolução da raça desde 2012.

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Experiência Agropecuária Com 58 anos de experiência em agropecuária, a Fazenda Palmito, de propriedade de Josefa Guedes Bernardes, ganhou notoriedade devido à constante aplicação de tecnologia nas atividades exploradas. Em uma área de 643 hectares, sendo 500 deles destinados às pastagens, cria mais de 1 mil animais Nelore e, desde 2010, seleciona animais Senepol PO, objetivando produzir bezerros de cruzamento industrial (Nelore x Senepol) e abastecer o mercado com reprodutores Senepol melhoradores. Além da pecuária, cultiva 100 ha de soja e milho.

De olho no futuro

Segundo Estevão, o Dia de Campo passa a fazer parte do calendário anual da raça Senepol. Além de todas as atrações apresentadas neste ano, o pecuarista lançará em 2016 uma prova de avaliação de desempenho de machos e fêmeas Senepol a pasto. A prova é aberta a todos os criadores que tiverem interesse em avaliar seus animais e contará com a coordenação e organização da Universidade Federal de Uberlândia e RS Consultoria. “A única maneira de promover o melhoramento genético de qualquer raça é avaliando. Precisamos de números, de indicadores de alta acurácia, para que possamos identificar características desejáveis nos animais para multiplicá-las, além, é claro, de marcar as que não devemos reproduzir. Acreditamos que desta maneira contribuiremos efetivamente para a melhoria do rebanho de corte nacional e, consequentemente, com o aumento na qualidade e quantidade de carne produzida no País”, conclui Estevão.

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A “cereja do bolo” da Convenção Nacional 15 anos Senepol no Brasil Por Berrante Comunicação| Fotos: Berrante Comunicação O Senepol Canaã Day foi a “cereja do bolo” da Convenção Nacional 15 anos Senepol no Brasil. Realizado no dia 02 de setembro, o Dia de Campo foi um momento especial dentro do maior evento da raça Senepol, no qual os participantes puderam conhecer de perto um trabalho sério de criação e melhoramento genético. Realizado na sede da fazenda, em Uberlândia (MG), o Senepol Canaã Day reuniu mais de 350 pessoas para um dia de muita informação, Senepol e bons relacionamentos. A palestra sobre “A Importância do Manejo Alimentar, do Trato Reprodutivo e Manejo Sanitário de Bezerros” deu início à programação. Em seguida, foi aberto o shopping de animais com mais de 90 lotes, entre bezerros, novilhas, tourinhos, doadoras

e prenhezes em oferta com condições facilitadas de pagamento. O criador Murilo Siqueira Monteiro, do Max Senepol, de Monte Carmelo (MG), trabalha com a raça há cerca de cinco anos, e aproveitou o evento para ampliar seus conhecimentos e aprimorar a genética do plantel. “O sucesso de público do evento reforça o grande momento vivido pela raça. Além disso, apresenta, para os que ainda não a conhecem, suas vantajosas características para produção de carne através do cruzamento industrial, imprimindo, principalmente, precocidade e qualidade de carne”. Para Fábio Mello, proprietário do Senepol da Conquista, de Cuiabá (MT), o evento é mais uma ferramenta, dentro da Convenção Nacional, para troca de 118

experiências entre criadores. “Quanto mais atrações, maiores as oportunidades para ampliar a base de conhecimento e estreitar relacionamentos.” Acrescenta ainda que o formato comercial do evento possibilitou a concretização de bons negócios. “O Senepol da Canaã tem um gado muito diferenciado, oriundo da genética das Arenas. Certamente agregará muito ao nosso plantel”, conclui. De acordo com os sócios proprietários do Senepol da Canaã, Ricardo Magnino e Otahyde Gomide, o evento foi planejado para fazer parte do calendário anual da raça. “Tivemos a oportunidade de mostrar, dentro do maior evento da raça Senepol no ano, nosso trabalho de criação e melhoramento genético. Somado a isso, os participan-


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tes encontraram um ambiente ideal para realizar bons negócios e ampliar seu círculo de amizades, voltado para um interesse em comum”, destacou. De acordo com a organização do evento, os 90 lotes em oferta tiveram 95% de liquidez. A grande quantidade de compradores distintos mostra que o formato de negócio montado pelo Senepol da Canaã facilitou a vida dos investidores, tanto na variabilidade de produtos em oferta, quanto nas possibilidades de pagamento. Para coroar o evento, e com o intuito de apresentar aos participantes algumas das grandes virtudes da raça Senepol, foi feita uma degustação de carne da raça, acompanhada de apresentação musical.

Base Genética

A base genética do Senepol da Canaã pertence à mais tradicional linhagem de matriarcas da raça: as provadas ARENAS, mães e avós de inúmeros reprodutores de Central e de fêmeas de alto desempenho produtivo. Para complementar esse valioso banco genético, buscou na origem da raça, nas Ilhas Virgens do Caribe, e na Flórida/USA, material genético de grandes raçadores, conseguindo, através de acasalamentos dirigidos, um salto evolutivo no seu plantel, que hoje soma mais de 60 doadoras de altíssimo valor genético. A experiência em programas de produção de carne de qualidade e alto valor agregado direcionou a seleção do Senepol da Canaã para a busca de indivíduos precoces, com maior volume de carne de qualidade por carcaça, acelerado ganho de peso e fertilidade, características identificadas através de avaliações de carcaça, de desempenho e morfológicas. A partir disso, o criatório passou a produzir animais Senepol PO em escala, com o objetivo de abastecer o mercado com touros de alta performance, atendendo a uma demanda permanente por animais capazes de encurtar o ciclo de produção. 119


SENEPOL

Estação de monta com a raça Senepol Por Berrante Comunicação| Fotos: Berrante Comunicação

O Sumário Senepol 2015 auxilia os produtores na escolha dos touros ideais para utilizarem na estação de monta. A raça Senepol cresce e, para que sua evolução seja promissora, alinhar as vantagens que ela possui com ferramentas de seleção agrega valor qualitativo à raça. No momento de se tomar decisões para investimento de touros para a estação de monta a pergunta inquietante é: qual animal devo escolher? Pensando em apresentar parâmetros para os criadores da raça, no momento da apuração, foi criado o Sumário de Touros da Raça Senepol, a partir do Programa Geneplus, com o apoio da Associação Brasileira dos Criadores de Bovinos Senepol (ABCB Senepol). O trabalho de selecionar o Senepol mais adaptado a diferentes sistemas de manejo e interesse dos proprietários é uma ação que pretende melhorar a qualidade dos animais produzidos. Para atender de forma eficiente, de acordo com Gilberto Menezes, pesquisador da Embrapa Gado de Corte, um dos coordenadores do Programa de Melhoramento do Se-

nepol no Programa Geneplus, o Sumário é o resultado da avaliação genética feita utilizando a base de dados coletadas nas propriedades participantes do Programa. “O banco de dados é composto por levantamentos realizados pelos técnicos nas fazendas integrantes. Dessa forma, os dados são coletados a partir de características economicamente importantes. Uma vez por ano os criadores encaminham os valores mensurados através de planilhas e, atrelada à base de informações de pedigree transmitida pela Associação, é gerada a avaliação genética para as Diferenças Esperadas na Progênie (DEPs), de diversas características”, declara Menezes e reitera, “todos os touros que fazem parte do Programa passam por avaliação genética e se destacam com a avaliação, dentro dos critérios que colocamos”. No Sumário, utilizando as informações de produção e reprodução das progênies, dos touros das propriedades participantes, são considerados os seguintes critérios: pesos ao nascer (PN), o peso na fase materna (P120), à desmama (PD) e ao sobre120

ano (PS), bem como o ganho pós-desmama (GPD). Com as avaliações sobreditas, foi possível delimitar as DEPs diretas e maternas. As características denominadas subjetivas, que também fazem parte do Sumário, são: escores de conformação frigorífica à desmama (CFD), e ao sobreano (CFS), e perímetro escrotal ao sobreano (PES). Maneiras de avaliar os touros alinham-se com os interesses econômicos dos criadores. “Adotamos alguns critérios para a seleção dos reprodutores. Por exemplo, colocamos touros com acurácia para peso a desmama e ao sobreano acima de 40%; esse é o primeiro critério. Utilizamos uma lista para valorizar touros jovens e, no último ano, trabalhamos com animais nascido a partir de 2009 e alcançando até Top 16% para peso a desmama, outra lista para Top peso ao sobreano de 16% e o Índice de Qualificação Genética (IQG), também, até 16%”, aponta Menezes. O Sumário reúne os resultados da avaliação genética para algumas características de interesse econômico dos touros.


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Essas informações, impressas através das DEPs, devem ser utilizadas para a seleção, descarte e acasalamento dos rebanhos. Para alcançar resultados positivos, o criador pode utilizar o Sumário como uma ferramenta fundamental para o auxílio na formação de um rebanho eficiente e, principalmente, contribuir para o melhoramento da raça no Brasil. A intenção do Programa é identificar os indivíduos geneticamente melhores para as características de interesse e repassar, através do Sumário, a todos os pecuaristas, as informações apuradas da raça. Segundo o criador Ivo Reich, da Senepol da CMI, em Campo Grande (MS), escolher touros com base nos dados do Sumário é a ferramenta mais confiável que o taurino tropical possui, para a evolução genética do Senepol. Reich aponta, também, que o Programa é muito importante para a propriedade participante, pois situa o criador quanto às características dos animais que possui no plantel e que mais se destacam entre eles. “Cada touro é melhor para alguma característica, então o criador seleciona o reprodutor de acordo com a necessidade. Por exemplo, existem touros que são melhores para peso na desmama, então para a produção de carne, o animal que tiver o peso na desmama maior, termina mais rápido e é possível comercializá-lo em menor tempo”, declara. Além de todas as vantagens esmiuçadas, uma que deve ser explorada é a confiabilidade dos dados, informações apuradas por uma fundação séria e respeitada no território nacional, que contempla ainda 38 anos de trabalho em melhoramento animal, através do Embrapa Gado de Corte. “O Sumário retrata de forma fidedigna a realidade do rebanho dos participantes”, afirma Menezes. Com a confiabilidade dos dados, torna-se relevante declarar que o Sumário está alinhado com os rebanhos que participam da avaliação genética do Programa, de

onde são coletados os resultados apresentados. “O Sumário é um diferencial para quem participa do Programa. Além disso, o criador tem a assessoria dos técnicos, da equipe da Embrapa, para trocar ideias e sanar dúvidas, auxiliando o pecuarista na utilização do Sumário como ferramenta para melhorar a produção”, atesta Menezes. Criadores que começaram recentemente no Programa colhem na propriedade os frutos do trabalho de seleção e o aprendizado adquirido. A Fazenda Santa Helena, de Jaboticabal (SP), propriedade de Adão Marconato e dirigida pelo médico veterinário Alex Marconato, começou a empenhar-se na excelência genética da raça Senepol há seis anos, e no presente conta como as implicações positivas do Programa podem coadjuvar na evolução da raça. “Atualmente a importância da avaliação do Embrapa Geneplus é que começamos um trabalho dentro do Senepol. A raça tem 15 anos de Brasil e o trabalho de avaliação caminha junto com o crescimento da raça” enfatiza Alex Marconato. Para Marconato, que percorre o caminho em prol da evolução do Senepol, “utilizar touros realmente provados proporciona a melhoria da raça dentro do Brasil. Só agora começamos a descobrir as DEPs com acurácia baixa, pois não conseguíamos fazer uma avaliação precisa em cinco anos. Isso é um trabalho para longa data e é importante que ele tenha começado

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apresentando resultados tão promissores, pois, atualmente, conseguimos identificar touros melhoradores dentro da raça”, destaca Marconato. Submeter os animais ao Programa demonstra o compromisso com a evolução da raça, além disso, é uma ferramenta que auxilia outros criadores, principalmente os que entraram na raça recentemente. “Avalio que tudo que colocamos em algum critério de seleção, passando por avaliação, precisa preencher vários requisitos, então acredito que o Programa Geneplus pode balizar nosso trabalho, para sabermos se estamos executando de forma correta e se precisamos melhorar. Além disso, sempre que passamos por uma avaliação, o nosso trabalho é comparado ao que outras pessoas desenvolvem, com isso podemos melhorar o processo, para aprimorarmos as técnicas”, declara Lucas Dias, da Kona Senepol, Uberlândia (MG). Ao escolher touros melhoradores, o criador contribui para a evolução do rebanho em sua propriedade e, consequentemente, da evolução da raça no Brasil. Os dados contidos no Sumário trazem informações dos touros e orienta o criador a realizar a escolha dos melhores reprodutores geneticamente, principalmente em momentos de estação de monta. O grande objetivo do Sumário é auxiliar o criador na escolha dos animais, touros que tenham apresentado no rebanho potenciais produtores de progênies superiores.


SENEPOL

Estação de monta com a raça Senepol

A atividade pecuária no Brasil passa por um avanço considerável. O mercado consumidor exige, a cada dia, padronização da carne, qualidade do produto final, condições de manejo adequado, entre outros requisitos. Conjecturando o progresso da pecuária de corte, utilizar a estação de monta apresenta relação direta com a especialização da atividade. Perante inúmeras vantagens desse sistema, os criadores que adotam a estação de monta contam com a melhor oferta de pastagem, concomitante ao período de atividade reprodutiva das fêmeas, possibilitando altos índices de prenhez. Além de padronizar as datas de confirmação de prenhez, os animais oriundos da estação nasceram no mesmo período; isso proporciona condições ideais no mo-

mento de comercializar o rebanho. De acordo com a professora doutora Carina Ubirajara, a estação de monta é uma estratégia de manejo essencial na pecuária de corte. “A sua aplicação nos permite planejar todas as etapas de um sistema de produção de forma adequada e com maior praticidade de aplicação, desde o manejo sanitário e nutricional até o planejamento da época de nascimento das futuras progênies”, assegura. Carina afirma que somente com a concentração dos nascimentos é possível gerar índices zootécnicos eficientes para avaliação individual dos animais e também de todo rebanho. “No melhoramento genético, por exemplo, a predição acurada das DEPs só é possível se o rebanho, participante de um Programa de Melhoramento Genético, apresentar es122

tação de monta bem estabelecida, visto que a concentração dos nascimentos permite a correta formação de grupos de animais contemporâneos, ou seja, animais que são submetidos às mesmas condições de ambiente”, acrescenta Carina. A raça Senepol tem sido utilizada como opção assertiva para os acasalamentos, mesmo em criatórios tradicionais, pois a raça desempenha a padronização do rebanho e o encurtamento do ciclo de abate. Por isso, balizar as vantagens da estação de monta com a qualidade que o Senepol vai imprimir na bezerrada, representa a otimização da atividade produtiva. Durante o período de estação, aproximadamente de setembro a janeiro, as dúvidas na escolha do animal começam


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a surgir. Em vista disso, utilizar ferramentas para a escolha do animal ideal para cada sistema é a opção mais segura para alcançar os resultados esperados. “Com o sumário de touros conseguimos avaliar os índices, para utilizarmos touros que imprimem características raciais na cria,

para atender o que desejamos. Assim, o Sumário auxilia na escolha para os acasalamentos”, acrescenta Dias. Em resumo, o Sumário, fruto do Programa Geneplus Embrapa, presta um serviço ao criador no período em que as escolhas são decisivas para a qualidade

da progênie, com viés econômico. Além disso, essa ferramenta auxilia o produtor no uso dos recursos genéticos ideais para o sistema vigente na propriedade, o que pode, de maneira promissora, ser atrelado à estação de monta como proposta para a profissionalização da fazenda.

Criadores comemoram os 15 anos de Senepol no Brasil O grande evento de comemoração da raça no Brasil reuniu cerca de 350 pecuaristas, entre novos criadores e grupos engajados na evolução da raça. A programação desenvolvida pela ABCB Senepol discutiu as perspectivas econômicas do País, ações que pretendem aprimorar o desenvolvimento da raça e conteúdo voltado para vivência dos produtores. Os criadores apreciaram as notáveis palestras, a do senador Ronaldo Caiado, de um dos coordenadores do Programa Geneplus Embrapa, Gilberto Menezes, do superintendente técnico da ABCB Senepol, Celso Menezes, do conselheiro, diretor técnico e sócio do Aquila, Raimundo Godoy e a palestra do escritor, Augusto Cury. Para aprimorar a evolução da raça o evento trouxe

ao Brasil três delegações: americana, colombiana e venezuelana. A convenção possibilitou momentos de confraternização no Jantar Show, animado pela Orquestra da Viola, realização de grandes negócios no Shopping de Touros, leilão e dia de campo. No Dia de Campo promovido pela Senepol da Canaã, Senepol Canaã Day, foi apresentado como é o manejo na propriedade, houve shopping de animais que movimentou 900 mil em 80 lotes colocados em oferta (90% de liquidez), degustação da carne do Senepol e apresentação musical. No evento, uma nova parceria foi firmada, o Frigorífico Real fechou com criadores um acordo para a produção de 10.000 bezerros meio sangue Senepol, o que agrega mais uma vantagem para os 123

que acreditam no potencial da raça. Ainda sobre as comercializações no evento, o leilão da Nova Vida trouxe 23 novos criadores para a raça, entre aquisições individuais e em sistema de condomínio. O 2º Leilão Elite Senepol Nova Vida, contou com a participação de 400 criadores e uma movimentação de R$ 1,145 milhão, com a venda de 36 doadoras. Toda a comemoração fortaleceu o conceito da raça perante os criadores e trouxe novos pecuaristas que aderiram o Senepol aos seus planteis. O avanço do taurino comprova que, mais uma vez, ele tem se provado enquanto raça em potencial, apresentando o futuro da pecuária de corte eficiente e de ciclo curto, para a produção de carne de qualidade e padronizada.


LEILÕES

Terra Brava Um dos mais esperados do ano, o 4º leilão da Terra Brava, do criador Eduardo Pinheiro Campos terminou com uma média positiva de 40% em relação a 2014. O evento que aconteceu no dia 15 de agosto, em Uberaba, deu início a bateria de leilões da 8ª Expogenética. Foram vendidos um total de 137 reprodutores, com uma média de R$9,8 mil, e um fechamento de R$1,3 milhões. As ofertas foram dividas em animais Puros de Origem (PO) e Livro Aberto (LA2), sendo 102 reprodutores PO, média de R$11 mil e 35 LA, de R$6.617,00. Além disso, foram vendidos no leilão, três touros q foram contratados pela central Alta Genetics! De acordo com os organizadores, o maior remate foi o touro 678 FIV da Terra Brava (Sultão). A venda de 33% do animal foi fechada em R$186 mil, ele foi o animal mais valorizado entre todos os remates da ExpoGenética, além de ter sido recorde de preço na história da Terra Brava. Já foram reservadas mais de 5.000 doses de sêmen do touro Sultão, superando todas as nossas expectativas. “Além das 5 mil doses já reservadas, Sultão foi classificado no PNAT onde serão distribuídas cerca de 600 doses através do programa, as quais fomos informados, que já constam todas reservadas, mas prestigiando e acreditando na qualidade e capacidade do programa, iremos disponibilizar mais algumas doses, pois a busca por este touro e muito grande. A nossa expectativa em relação ao animal não poderia ser melhor, é um reprodutor com fenótipo muito bonito, animal com uma régua de DEPs muito consistente e equilibrada. Sultão entra forte na bateria da Alta Genetics”, comemora Max Pereira, gerente de pecuária da Terra Brava.

6º Leilão EAO & Guadalupe O 6º Leilão EAO & Guadalupe encerrou o calendário de leilões da Expoinel 2015 e teve como destaque a venda da Grife FIV LCI (Campeã Bezerra da Expoinel 2015), arrematada por R$ 960.000. A bezerra de 11 meses é filha de Jhelum FIV Ipê Ouro em Balaj 03 Colorado e foi vendida para Luiz Carlos Iamaguti. Um dos mais esperados leilões da Expoinel, o evento movimentou, em poucas horas, mais de R$ 4,8 milhões com a venda de 30 lotes de fêmeas e prenhezes de elite. Maurício Odebrecht (EAO), em parceria com Pedro Augusto Novis (Guadalupe), pormoveram o remate aconteceu na Fazenda Reunidas Uberaba, e terminou com uma média de R$ 164.564. Entre os lances mais aguardados estava o da Bi Grande Campeã nacional, ESPN Javanesa, que foi arrematada pela Nelore Cristal, de Pedro Venâncio, junto a Nelore Paranã, de Agnaldo Ramos, por R$180 mil. Outro destaque foi Bamina II FIV DA EAO, a melhor filha da Hamina da MV, ofertada em 50% pela EAO, que agora terá César Garetti como sócio, por R$264 mil. Comandado pela Programa Leilões, o 6º Leilão EAO & Guadalupe teve seus pagamentos fixados em 24 parcelas, sendo dos mais movimentados do ano. 124


Os clones da Geneal Jonas Barcelos promoveu, no dia 25 de setembro, o primeiro leilão da Geneal. Proprietário da Fazenda Mata Velha, o leilão ofertou 17 lotes de prenhezes de grandes doadoras clonadas pelo laboratório e que foram acasaladas com alguns dos principais reprodutores do ranking. O destaque ficou com a prenhez de Membeca TN TAJ com 1646 da MN, o mais disputado e que resultará em uma irmã própria de Rani FIV da Java. O lote foi comprado por Aciole Castelo Branco, da Agropecuária Taj Mahal. Entretanto, o maior comprador do leilão foi Zezé di Camargo, da Nelore É o Amor, que investiu cerca de R$91 mil. O martelo foi comandado pelo leiloeiro João Antônio Gabriel e organização da Programa Leilões.

Pérolas do Nelore A Fazenda Nova Trindade promoveu no dia 24 o leilão Pérolas do Nelore. Quem recebeu o maior lance foi a Filha do Grande Campeão Elkro FIV FNT, Grande Campeão da ExpoZebu de 2013, que teve 50% comprada pela Nelore Storn, por R$ 50.400. O pregão foi no Tatersal Rubico Carvalho e resultou numa movimentação de R$ 524.400, com a venda de 12 lotes de elite.

Entre as ofertas estavam dez exemplares de bezerras, novilhas e matrizes por R$ 466.800, média de R$ 46.680. Já o maior comprador do remate foi a Nelore Mara Móveis, com R$ 103.200 investidos. Os trabalhos de pista foram conduzidos pelo leiloeiro Nilson Francisco Genovesi, e a organização foi da Programa Leilões.

1º Nelorão Boa Sorte A Fazenda Boa Sorte, dos criadores Fabiano Falcão e Themis Vilela, realizaram seu primeiro remate com média de R$ 7.465,00, com a participação dos irmãos Barros Correia. O 1º Leilão Nelorão Fazenda da Boa Sorte movimentou R$ 174.480,00 com belíssimos exemplares da raça a disposição dos compradores. Foram leiloados 23 animais com a melhor genética do Nelore Boa Sorte, sendo 18

machos e 5 fêmeas. Entre os destaques estiveram Celso TF Boa Sorte, arrematado pelo criador Cícero dos Santos Leandro por R$ 10.080,00; e ainda Munich-B.Correia, adquirida por José da Silva Nogueira Filho por R$ 8.400,00. O 1º Leilão Nelorão da Fazenda Boa Sorte – A Usina da Genética foi realizado pela Agreste Leilões em parceria com a Central Leilões.

Terras do Nelore

O dia 25 de setembro, durante a 44ª Expoinel, ficou marcado com o Leilão Terras do Nelore. Promovido pelos nomes de peso da pecuária nelorista, Ricardo Vicintin, da Rima Agropecuária; Clenon de Barros Loyola, da Fazenda Pau D’arco; Dorival Gibertoni, da Nelore Gibertoni; Carlos Alberto Mafra Terra, da Mafra Agropecuária; e Arnaldo Manuel de Souza Machado Borges, da Fazenda Ipê Ouro, foram oferecidos 21 lotes de fêmeas e prenhezes, não só do quinteto, mas também de

alguns amigos convidados. Com um faturamento de R$1,8 milhão, e uma média de R$89 mil, o animal mais valorizado foi Espanha FIV Cruz Alta, de 51 meses, do convidado João Paulo Mendonça. O animal foi vendido por R$ 264 mil, por Aguinaldo Ramos, da Nelore Paraná. O pregão aconteceu no Tatersal Rubico de Carvalho, e o martelo coordenado pelos leiloeiros João Antônio Gabriel e Nilson Francisco Genovesi. 125


LEILÕES

Invite da Bela é destaque do Leilão Bela Alvorada Em agosto, Flávio Aranha e Adriana Zancaner receberam convidados em Guararapes, SP, para o Leilão Bela Alvorada Nelore ZAN. O remate teve oferta de 155 lotes de touros, matrizes e aspirações e obteve faturamento de R$ 1,5 milhão. Com aumento de 30% nas vendas em relação a 2014, o leilão foi puxado pela negociação de 150 touros de repasse à média de R$ 10.200, com destaque para a venda de 50% de Invite da Bela, fechada em R$ 36 mil para o pecuarista Júlio Guilherme Fernandes, da Fazenda Bela Vista, de Bento de Abreu, SP. O maior investimento foi da Fazenda São Francisco, de Peixoto de Azevedo, MT, que adquiriu 26 touros. Também foram vendidas três matrizes PO a R$ 28.800 e cinco aspirações a R$ 13.920.

Fardo da Mutum A noite de 4 de outubro marcou o recorde de comercialização de 50% das cotas do reprodutor Fardo FIV F Mutum, do criador Leo Machado. O arremate de R$1.050,000,00, aconteceu durante o 3º Leilão Mutum Weekend (Girolando) promovido na Fazenda Mutum, em Alexânia – GO. O reprodutor foi o 1º colocado no Teste de Progênie Embrapa/ABCGIL 2015, consolidando todo o seu sucesso de vendas na central CRV Lagoa, e também o de seus produtos espalhados por todo o país. A transmissão foi feita pelo Canal Terra Viva e realização pela Remate Leilões.

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OPNIÃO

Conhecimento e uso de insumos Por: Júlio César de Barros Diehl - Gerente de Marketing e Qualidade da Fertigran Fertilizantes No meu ultimo texto, abordei o tema Intensificação, que é o termo técnico para o uso da terra para o máximo aproveitamento das pastagens. Fiquei de explorar a partir de então, cada item tratado e diante do agravamento da crise brasileira (política e econômica), acabei mudando de idéia, deixando o detalhamento para a próxima vez. A crise deve ser longa e com reflexos de difícil previsão. Mas, o agronegócio, novamente, deve ser o setor que vai ajudar o país a sair dessa crise. As palavras chave e as ações deverão ser: Conhecimento, Gestão, Produtividade, Redução de Custos, Maior Eficiência dos funcionários e dos gestores. Acredito que a Humildade de se reconhecer falhas e discutir abertamente essas mudanças, será fundamental. Uma frase muito usada em momentos difíceis é “ Dentro da porteira está tudo certo e a crise é dos outros”, será? O nosso foco de negócio é Fertilizantes e somos especialistas na área. Com a alta do dólar, os insumos importados, e por conta da produção nacional de fertilizantes também estar atrelada ao câmbio, aumentaram muito de preço. Mesmo que a maioria dos pecuaristas não adubem suas lavouras, os preços das ração irão subir e não será possível escapar dos custos dos insumos. Por isso, temos que Racionalizar o Uso, mas como? Qualquer crise, só tem uma forma de ser enfrentada com Conhecimento e desse conhecimento, que sairão as medidas de gestão de cada propriedade ou

empresa rural. A ação individual de cada produtor só será efetiva através de órgãos de classe A. Ação mais urgente e necessária, sem dúvida é dentro da porteira. Como o assunto geral são insumos, uma revisão do uso dos mesmos devem ser um dos pontos mais importantes. No caso especifico de fertilizantes, que serão usados, nos pastos, na silagem de milho ou cana de açúcar, deverão ser revisados. Economizadores. O que são? São insumos, ou serviços, nacionais, baratos, que não são cotados em dólares e que vão contribuir em muito com uma aplicação mais adequada dos fertilizantes. 1 - Análise de solo: Custa em torno de R$ 30,00 e podem economizar (caso indique o uso de menos de 10 a 15 % de fertilizantes), entre R$ 150,00 a R$ 225,00 por hectare. Considerando a tonelada de adubo a R$1.500,00. Como não há necessidade de uma análise a cada há, a economia pode ser muito grande. 2 – Calcário: Custa em torno de R$ 80,00/t, posto na fazenda, e pode ser paga com a economia feita com o fertilizante. Além de aumentar em muito a eficiência do mesmo. 3 – Gesso: Custa em torno de R$ 130,00/t, posto na fazenda, e pode aumentar em muito a eficiência dos fertilizantes, melhorando o enraizamento, e com isso, melhorando a absorção de água e nutrientes que estão na camada de 20cm a 40 cm de profundidade. O gesso é o insumo de maior custo beneficio do país, proporcionando ainda fertilizan-

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tes mais concentrados, que diminuem o custo da adubação por há. 4 – Além dos economizadores de posse dos resultados da analise de solo, consulte um técnico da sua confiança para junto com a FERTIGRAN calcular a adubação mais econômica para sua propriedade. 5 - Somos uma empresa 100% nacional. Estamos na região há 32 anos e temos produtos diferenciados de comprovada eficiência agronômica. Estamos interessados em atravessar essa crise junto com os produtores rurais sugerindo as melhores praticas de adubação e os produtos certos para cada caso. Acreditamos no agronegócio, nos produtores e na tecnologia, que é conhecimento. Os insumos podem ser economizados, o conhecimento dever ser usado ao máximo, está disponível a um custo zero. Consulte a FERTIGRAN e você irá se surpreender com nosso atendimento e nossa filosofia de trabalho. Até a próxima!


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EVENTOS

Fique por dentro Confira todos os eventos e feiras que aquecem o mercado agropecuário em todo o país. 3ª Exposição Regional do Gir Leiteiro de Goiânia A exposição acontece entre os dias 16 a 25 de outubro, em Goiânia e concentrará os melhores exemplares Gir Leiteiro da região Centro Oeste. O Concurso Leiteiro terá início o dia 20, partir das 14h. Já os julgamentos de Pista entre os dias 23 a 24 de outubro. Entre os jurados indicados estão os efetivos do Corpo de Jurados da ABCZ, Carlos Henrique C. Machado, Mariana Guimarães Graciosa, Virgilio Batista Andrade Borba Camargos. Mais informações pelo www.girleiteiro.org.br EFAPI 20ª Exposição Feira Agropecuária, Industrial e Comercial de Chapecó será promovida entre os dias 9 a 18 de outubro. O evento é voltado para a indústria, comércio, prestação de serviços, gastronomia, entretenimento e agropecuária. Com uma expectativa de 650 expositores, o evento é uma promoção da Prefeitura Municipal de Chapecó e acontece no Parque de Exposições Tancredo de Almeida Neves, de Chapecó – SC. Mais informações http://chapeco. sc.gov.br ou efapi@chapeco.sc.gov.br 1º Congresso Internacional da Raça Girolando Entre os dias 19 e 21 de novembro de 2015, em Belo Horizonte, acontece o 1º Congresso Internacional da Raça

Girolando e o 2º Congresso Brasileiro da Raça Girolando. O evento terá a presença de técnicos e pesquisadores do Brasil e do exterior que abordarão temas como sanidade, reprodução, melhoramento genético, manejo, nutrição, seleção genômica e comportamento animal. Também haverá visitas a fazendas produtoras de leite com a raça Girolando. As inscrições seguem até o dia 19 de novembro. Congresso Brasileiro de Medicina Veterinária O evento já está em 42ª edição e é promovido pela Sociedade Brasileira de Medicina Veterinária. A programação terá inicio do dia 31 de outubro e segue até o dia 02 de novembro, em Curitiba/PR. Considerado um dos mais tradicionais da área, a intenção é apresentar e buscar melhorias na produção e criação de rebanhos, atendendo exigências de mercado tanto nacional quanto internacional. Estarão presentes veterinários, pesquisadores, estudantes e membros da sociedade Brasileira de Medicina Veterinária. As inscrições podem ser feitas no site do evento ou pelos e-mails: conbra-

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vet@conbravet2015.com.br / secretaria@conbravet2015.com.br. Já o telefone é: (51) 3276-6378 / (41) 4063-8483. Agrocampo Entre os dias 11 a 22 de novembro, acontece a 7ª Edição da Agrocampo. A feira destinada ao agronegócio, cursos, palestras, simpósios, encontro técnico de produtores, provas e leilões. O evento será realizada no Parque Internacional de Exposições Francisco Feio Ribeiro, em Maringá/PR. Mais informações pelo site www.srm.org.br; ou mario@ sms.org.br . Agroleite Voltado a todas as fases da cadeia do leite, o evento acontece anualmente no município de Castro (PR). Esse ano, a Agroleite acontecerá entre os dias 20 a 24 de outubro. Serão discutidas genética, alimentação, qualidade animal, qualidade do leite e tecnologias voltadas ao setor. O público alvo serão proprietários das principais fazendas leiteiras do país; Profissionais dos diversos segmentos da cadeia leiteira. Mais informações pelo comunicacao@castrolanda.coop.br ou pelo telefone: (42) 3234-8000.


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