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Fotos: JM Matos


OZebuEditorial

Foto: Luís Maluf

A Revista O Zebu no Brasil chega à sua 219ª edição, trazendo tudo o que aconteceu nas feiras mais esperadas pelos criadores ao longo do ano. Além disso, a publicação está repleta de informações técnicas atualizadas sobre os mais variados temas relacionados à pecuária e ao agronegócio. Nesta edição, trazemos a entrevista especial com o agrônomo e pesquisador da Embrapa Cerrados/ Pecuária, em São Carlos (SP), Luiz Adriano Maia Cordeiro. Nela, ele discorreu sobre o que há de mais novo relativo ao programa de Integração Lavoura Pecuária e Floresta (ILPF). O assunto foi tema de sua palestra no Fórum Latino Americano do Agronegócio Sustentável, realizado durante a 9ª Edição da ExpoGenética, em Uberaba (MG). Aliás, a feira de 2016 enfatizou a busca pela sustentabilidade, aliada ao melhoramento genético, para a produção de carne e leite de qualidade, e contou com o lançamento dos produtos da Major Nutrição Animal. Além da ExpoGenética, criadores puderam contar com a Expoinel, que chegou à sua 45ª Edição, bem como com a 12ª ExpoBrahman, a 18 ª ExpoGil, a Expointer e a 62ª Expoece, no Ceará, que oportunizaram uma intensa troca de experiências com técnicos e interessados, do Brasil e do exterior. A edição traz também o fechamento do Circuito InterCorte, encerrado em Araguaína (TO), com o tema “A Pecuária de Ponta a Ponta”; e também a última etapa do Circuito Boi Verde, realizada em Mineiros (GO). O Zebu no Brasil 219 mostra ainda as belezas da Fazenda Carnaúba, em Taperoá (PB) – terra de ninguém menos que Ariano Suassuna e da Fazenda Cachoeira – fonte de genética Indubrasil; a preparação para a eleição da Associação Brasileira de Criadores de Tabapuã (ABCT) e a Exposição Nordestina da Raça Sindi. Para saber mais é preciso conferir. Boa leitura! Equipe Revista o Zebu no Brasil

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Fotos: JM Matos


OZebuÍndice

REVISTA

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Entrevista

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9ª ExpoGenética

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45ª Expoinel

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Circuito Boi Verde

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Dia de Campo Bacuri

38

Circuito InterCorte

44

Fazenda Carnaúba

48

18ª ExpoGil


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Teste de Progênie ABCGIL

52

Mercado internacional

54

Novo ranking Girolando

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12ª ExpoBrahmam

62

Balanço ABCT

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Exposição Nordestina do Sindi

70

Dia de Campo Rajasthan

76

Fazenda Cachoeira

84

Expointer 2016

90

Carne Senepol

92

Arnaldo toma posse na ABCZ

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62ª Expoece

98

Reprodução em Foco

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OZebuExpediente

REVISTA

www.ozebunobrasil.com.br Fundador: Adib Miguel (1946-2013) O Zebu no Brasil é uma marca registrada sob o nº 815672454, junto INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial) Diretora Geral Anna Keila Miguel Matos ozebunobrasil@ozebunobrasil.com.br Diretor de Fotografia José Maria de Matos Filho josemaria@ozebunobrasil.com.br Jornalista Responsável Thassiana Macedo MTB 14763/MG jornalismo@ozebunobrasil.com.br Departamento Comercial (34) 9 9817-7972 (34) 9 9942-6309 Direção de Arte Augusto Neto augustoneto93@gmail.com Revisão de Texto Suzy Mary Leandro

Publicação periódica de José Maria de Matos Filho ME CNPJ : 86.553.070/0001-92 Redação, Publicidade e Administração: Rua Engenheiro Gomide, nº 222 - Bairro Boa Vista - Uberaba/MG - CEP 38017-160 / Reclamações e sugestões: ozebunobrasil@ozebunobrasil.com.br (34) 3336-6300

Nossa capa: A edição 219 da Revista O Zebu no Brasil traz estampada na capa a chamada para a maior feira agropecuária do Ceará, realizada pela Associação de Criadores do Ceará (ACC), com apoio do Governo do Ceará. Foto: JM Matos

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Foto: JM Matos

Departamento Jurídico Demick Ferreira OAB/MG – 105407


OZebuPanorama

O objetivo é que a ABCZ, por intermédio de seu corpo técnico, possa contribuir para melhorar a qualidade do rebanho e, consequentemente, para a maior lucratividade para o produtor. Nossa gestão atenderá aos anseios de 20 mil associados da ABCZ, independentemente se nos apoiaram ou não. Queremos uma associação forte, buscando a valorização da classe e respeitando as necessidades de todos os criadores.” Arnaldo Manuel de Souza Machado Borges, novo presidente da Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ).

Nós queremos que os chineses comprem mais produtos processados do Brasil, com maior valor agregado, e comprem mais carne. Temos que estudar quais contrapartidas poderemos dar a eles. A proposta inicial deles é que façamos parte do comércio em reais e yuan, o que é muito complicado e, para viabilizar isso, seria necessária uma engenharia financeira muito sofisticada envolvendo os bancos centrais.” Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Blairo Maggi, sobre visita à China para o fortalecimento dos negócios com o Brasil.

Hoje, sendo ótimo, bom ou ruim o valor pago (pela carcaça) é fixo. A padronização da tipificação de carcaças é um procedimento importante para construir a melhora na qualidade da carne e valorizar os melhores animais.” Juliano Hoffmann, veterinário e coordenador de Produção Animal da CNA. “É notório que as raças que trabalham com a certificação estão tendo êxito em seus programas.” Eduardo Finco, presidente da Federação Brasileira das Associações de Criadores de Animais de Raça (Febrac). Ambos comentam sobre projeto para elaboração de um sistema nacional de classificação de carcaças em discussão na Comissão de Bovinocultura de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

Dependendo da forma como é conduzida, a atividade pecuária pode ser vista como prestadora de um importante serviço ambiental para o planeta. Em uma fazenda bem manejada, a quantidade de carbono que as vacas liberam na forma de metano para a atmosfera é compensada pelo carbono que as pastagens e outras culturas vegetais têm capacidade de absorver.” Luiz Gustavo Pereira, pesquisador da Embrapa Gado de Leite, sobre estudo que indica que o manejo correto diminui a emissão de gases do efeito estufa.

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OZebuEntrevista

Luiz Adriano Maia Cordeiro Setor produtivo adota integração no campo para produzir mais e de maneira sustentável Por Renata Gomide

O Zebu no Brasil – O que é o sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), e como ele pode ser desenvolvido numa propriedade rural? Luiz Adriano Maia Cordeiro – Entende-se por “integração” o ato ou efeito de integrar ou tornar inteiro, ou seja, é a combinação de partes isoladas para a

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formação de um conjunto que trabalha como um todo. Um dos usos dessa palavra no Brasil é para identificar sistemas de produção agropecuária que combinam as atividades agrícola, pecuária e/ou florestal na mesma área ou gleba, constituindo um sistema. Numa propriedade rural, isso pode ser feito de diferentes formas como, por exemplo, pela adoção da consorciação, da sucessão e/ou da rotação de culturas. Os

Produzir com sustentabilidade tem sido um dos desafios do setor produtivo, pois à medida que cresce a demanda por alimentos, também aumentam as cobranças por práticas ecossustentáveis no campo. A integração dos sistemas de produção agropecuária, a muito utilizada no Brasil, atende o segmento tanto pela diversificação quanto pela capacidade de produzir de maneira sustentável. “Entende-se por integração o ato ou efeito de integrar ou tornar inteiro, ou seja, é a combinação de partes isoladas para a formação de um conjunto que trabalha como um todo”, explica o pesquisador da Embrapa Cerrados/Pecuária Sudeste, em São Carlos (SP), agrônomo Luiz Adriano Maia Cordeiro. Mestre em Fitotecnia (Produção Vegetal), pela Universidade Federal de Viçosa (1996) e doutor em Fitotecnia (Manejo de Solos e Culturas), pela Universidade Federal de Viçosa (2002), Maia fez palestra sobre o tema “ILPF como base de sequestro de carbono na produção agropecuária”, durante o Fórum Latino Americano do Agronegócio Sustentável, realizado em agosto, em Uberaba (MG). Segundo ele, o processo de adoção de sistemas de integração em diferentes ecossistemas brasileiros está condicionado a diversos fatores, tais como disponibilidade de solos favoráveis; infraestrutura para produção; escoamento de produtos e armazenamento da produção e recursos financeiros próprios ou acesso a crédito. sistemas de integração podem ser classificados em quatro modalidades distintas: Integração Lavoura-Pecuária (ILP) ou Sistema Agropastoril; Integração Pecuária-Floresta (IPF) ou Sistema Silvipastoril; Integração Lavoura-Floresta (ILF) ou Sistema Silviagrícola; e, Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) ou Sistema Agrossilvipastoril. Os sistemas de integração são, portanto, sistemas mistos e mais complexos,


Foto: JM Matos

pois contemplam diferentes atividades (lavoura, pecuária e floresta; não necessariamente as três, porém, no mínimo duas delas). Por sua vez, os sistemas simples de produção agropecuária contêm apenas uma dessas atividades.

O Zebu no Brasil – O Brasil adota todas as modalidades de integração ou alguma se sobressai? Luiz Adriano – Todas as modalidades de integração são adotadas nas diferentes regiões produtoras do Brasil; entretanto, o sistema agropastoril ou ILP é a forma mais adotada nas regiões produtoras brasileiras, possivelmente como forma de intensificar a produção em regiões agrícolas e recuperar áreas com pastagens em alguma fase de degradação. O Zebu no Brasil – O que motivou a utilização desses sistemas? Luiz Adriano – O que motiva a utilização das modalidades de integração no Brasil é a busca do setor produtivo pela diversificação e pela intensificação sustentável do uso de recursos. Porém, as realidades regionais impulsionam os produtores rurais de diferentes formas. Por exemplo: regiões com predomínio de pecuária extensiva buscam na integração com agricultura benefícios para viabilização da atividade e, por sua vez, regiões predominantemente de agricultura, usam a integração com pastagens e pecuária como forma de melhorar o Sistema Plantio Direto e gerar renda na época seca. O Zebu no Brasil – Pode-se dizer que o sistema ILPF é uma novidade no setor agropecuário nacional? Luiz Adriano – Existem relatos de que, há muitos anos, produtores rurais

adotam sistemas mistos que combinam agricultura e pecuária desde a região Sul até o Cerrado. Desde meados dos anos 1970 e 1980 são pesquisados e difundidos sistemas de ILP, como o Sistema Barreirão. Posteriormente, no final dos anos 1990 e 2000, surgiram outros, como o Sistema Santa Fé. Apesar do contexto ser recente, os sistemas agrossilvipastoris (ou ILPF) e silvipastoris (ou IPF), por exemplo, são conhecidos desde a antiguidade, com vários tipos de plantios associados entre culturas anuais e culturas perenes ou entre frutíferas e árvores madeireiras, bem como a criação de animais entre árvores, remontando relatos de vários escritores romanos.

mas podem ser adotados em qualquer tipo de área ou região? Luiz Adriano – Sim, os sistemas de integração (ILP, IPF, ILF e ILPF) podem e já são adotados em todas as regiões produtoras do Brasil. Esses sistemas devem ser planejados, levando-se em conta os diferentes aspectos socioeconômicos e ambientais dos diferentes ecossistemas brasileiros. Assim, existem exemplos de adoção desde os biomas da Região Sul, no Cerrado do Centro-Oeste, na Mata Atlântica, na região Amazônica e também na Caatinga, com diferentes arranjos, bem como variadas espécies vegetais e animais envolvidas. O Zebu no Brasil – É preciso

O Zebu no Brasil – Esses siste-

que a propriedade rural tenha um

A adoção dos sistemas de integração vem ocorrendo no Brasil, principalmente devido aos benefícios que proporcionam em nível de propriedade rural, aumentando a produtividade e a renda do produtor rural” O ZEBU 13


OZebuEntrevista tamanho mínimo para adequá-la a Luiz Adriano – Não, a intensificação sustentável do uso do solo por meio do sistema de ILPF proporciona resultados produtivos e econômicos expressivos em qualquer tipo de propriedade rural e para qualquer tipo de produtor rural, desde que seja adotado adequadamente. Em médias e grandes propriedades de agricultura e pecuária já são adotadas diferentes modalidades de integração, tanto de ILP como de ILPF. No caso específico da pequena propriedade rural, um exemplo importante de sistema de integração são os sistemas silvipastoris, ou IPF, utilizados, por exemplo, na pecuária de leite. Nesses sistemas, o conforto térmico proporcionado pela presença do componente florestal pode promover ganhos e melhoria na produção de leite. Outra alternativa comumente utilizada na região Norte, são os arranjos de sistemas agroflorestais, ou silviagrícolas, com configurações envolvendo espécies fruteiras, espécies florestais madeireiras e não madeireiras e cultivos agrícolas. Para condições de pequena propriedade rural, existem outras opções de integração como, por exemplos: Sistema Santa Fé de ILP, com consórcio de milho com braquiárias para produção de silagem; produção de ovinos em sistemas silvipastoris, com diferentes espécies florestais madeireiras e não madeireiras; reforma de pastagens degradadas com lavouras em parceria com agricultores etc.

O Zebu no Brasil – Quais as vantagens econômicas e ambientais

Foto: Wellington Valeriano

um dos sistemas de ILPF?

redução dos custos de produção, com a estabilização do sistema em médio prazo; maior estabilidade de renda, em razão da diversificação das atividades econômicas e, redução da vulnerabilidade das lavouras aos riscos climáticos e às oscilações de mercado. Como principais benefícios ecológicos e ambientais têm-se, entre outros: redução da pressão para a abertura de novas áreas; melhoria na utilização dos recursos naturais pela complementaridade e sinergia entre os componentes vegetais e animais; diminuição no uso de agroquímicos para controle de insetos-pragas, doenças e plantas daninhas; redução dos riscos de erosão; melhoria da recarga e da qualidade da água; mitigação da emissão de gases de efeito estufa, resultante da maior capacidade de sequestro de carbono; menor emissão de metano por quilograma de carne produzido; promoção da biodiversidade; intensificação da ciclagem de nutrientes e, melhoria da imagem pública dos agricultores perante a sociedade, atrelada à conscientização ambiental.

do sistema ILPF? Luiz Adriano – Os principais benefícios econômicos dos sistemas de integração são: maior produtividade das culturas anuais e da pecuária de corte ou de leite;

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guram tantos benefícios, sejam eles ambientais, produtivos e financeiros, como convencer o produtor a adotá-los? Luiz Adriano – O processo de adoção de sistemas de integração em diferentes ecossistemas brasileiros está condicionado a diversos fatores: disponibilidade de solos favoráveis; infraestrutura para produção, escoamento de produtos e armazenamento da produção; recursos financeiros próprios ou acesso a crédito; domínio da tecnologia para produção de grãos e pecuária; assessoria técnica e mão de obra capacitada; acesso a mercado para compra de insumos e comercialização da produção dos diferentes produtos; acesso à assistência técnica; possibilidade de arrendamento da terra ou de parceria com produtores tradicionais de grãos; fatores culturais associados à tradição de atividades agrícolas e/ou pecuárias. Portanto, o primeiro passo para um produtor rural iniciar a adoção de sistemas de integração é se informar, ou seja, conhecer os seus inúmeros benefícios, mas também sua complexidade, tanto do ponto de vista técnico como gerencial.

O Zebu no Brasil – Se esses sistemas de produção integrada asse-

O Zebu no Brasil – Quais as dificuldades para implantação dos sis-


Luiz Adriano – Os sistemas de integração são mais complexos, pois conceitualmente, envolvem mais de uma atividade e nem sempre os produtores têm domínio técnico, capacidade gerencial e operacional, e infraestrutura para todas elas. Entretanto, apesar de exigirem alguns requisitos a mais do que os sistemas monoculturais, os sistemas de integração apresentam inúmeras vantagens e benefícios sociais, econômicos e ambientais àqueles que os adotam.

ou IPF, ILF e ILPF, pode haver algumas dificuldades locais, como falta de mão de obra qualificada, disponibilidade de insumos antes não utilizados, mas principalmente a necessidade de adaptação de todos os envolvidos, desde proprietário e funcionários até o concessor de crédito. Como uma forma de solucionar essas dificuldades, pode-se indicar, pelo menos na fase de aprendizado, a associação entre os produtores, ou seja, o pecuarista e o agricultor, por meio de arrendamentos ou parcerias.

O Zebu no Brasil – A ILPF en-

O Zebu no Brasil – O sistema de

contra maior resistência em algum

plantio direto é um aliado da IPLF? Luiz Adriano – Qualquer uma das

temas de integração?

segmento como, por exemplo, entre os pecuaristas que têm mais dificuldades em integrar o gado com a lavoura, ou vice-versa? Luiz Adriano – Normalmente, a adoção é mais facilitada para os produtores rurais que dispõem de maior acesso à informação e à assistência técnica. Nesse sentido, os agricultores têm maior facilidade quando introduzem pecuária em fazendas de lavoura, uma vez que com poucas adaptações conseguem estabelecer pastagens e ter bons resultados com pecuária de ciclo curto, especialmente na época seca. Por sua vez, está aumentando o interesse dos pecuaristas pelos sistemas de integração, principalmente com objetivo de reduzir custos de recuperação de pastagens degradadas. Mas ainda são muitos os entraves para ampla adoção, entre os quais se destacam: 1º - receio de envolvimento com a produção de algo novo. Por exemplo, seria bastante complexo, em vários aspectos (técnico, infraestrutura, comercialização, acesso ao crédito, entre outros), para um pecuarista iniciar a produção de soja, principalmente no que se refere ao gerenciamento do novo modelo de negócio. 2º - superado o receio, ao decidir pela adoção dos sistemas de ILP

modalidades de integração somente expressa seus principais objetivos quando adotados por meio do Sistema Plantio Direto. Em casos particulares, pode-se lançar mão do preparo convencional do solo como, por exemplo, em áreas com pastagens em estado avançado de degradação e com necessidade de incorporação de corretivos e sistematização do terreno.

O Zebu no Brasil – A ILPF já mostrou ser eficiente na recupera-

ção de pastagens degradadas, assim como no potencial de sequestro de

carbono. Dessa maneira contribui para reduzir a emissão de gases de efeito estufa (GEE) na atmosfera. Como se dá tal processo? Luiz Adriano – O sequestro ou remoção do carbono ocorre pela captura do CO2 da atmosfera pelas plantas verdes, que o transforma em compostos orgânicos por meio da fotossíntese. Com a morte das plantas, tem-se a formação dos resíduos vegetais (serrapilheira em áreas de floresta, material residual em pastagens ou palhada de culturas, após a colheita). Com o passar do tempo, esses resíduos sofrem decomposição. O resultado final é o aumento da quantidade de carbono orgânico e da Matéria Orgânica do Solo. Este fenômeno é significativo em solos manejados em ILP sob Sistema Plantio Direto, especialmente devido à grande quantidade de biomassa obtida pelas espécies forrageiras tropicais, como as braquiárias. Em sistemas de integração com componente florestal (IPF, ILF e ILPF), considera-se que há sequestro de carbono também pela biomassa das árvores (troncos, raízes, etc.). O Zebu no Brasil – O Brasil assinou o histórico Acordo de Paris –

O que motiva a utilização das modalidades de integração no Brasil é a busca do setor produtivo pela diversificação e pela intensificação sustentável do uso de recursos”

em dezembro do ano passado – que tem por objetivo de longo prazo manter o aquecimento global “muito abaixo de 2ºC”, ponto a partir do qual cientistas afirmam que o planeta estaria condenado a um futuro sem volta de efeitos devastadores. O País tem como meta reduzir em 43% a emissão de gases do efeito estufa até 2030. O senhor acredita que será possível cumpri-la? Luiz Adriano – Em 2009, durante a

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OZebuEntrevista

O Zebu no Brasil – O País também tem por meta ampliar, até 2020, o uso do sistema ILPF em 4 milhões de hectares, evitando que entre 18 e 22 milhões de toneladas de CO2 sejam liberadas. É preciso correr contra o tempo para conseguir tais números?

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Luiz Adriano – A adoção dos sistemas de integração vem ocorrendo no Brasil, principalmente devido aos benefícios que proporcionam em nível de propriedade rural, aumentando as produtividades e a renda do produtor rural. Por outro lado, os compromissos internacionais da COP15, ratificados na COP-21, induziram à criação de políticas públicas de fomento, como o Plano ABC e o Programa ABC (linha de crédito), o que ajuda muito no aumento da adoção desses sistemas. Além disso, em 2013 foi sancionada a lei Federal 12.805, que institui a Política Nacional de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta, que busca melhorar de forma sustentável a produtividade, a qualidade dos produtos e a renda das atividades agropecuárias, por meio da aplicação de sistemas integrados de exploração de lavoura, pecuária e floresta em áreas já desmatadas, como alternativa aos monocultivos tradicionais. Também foi estabelecida a Rede de Fomento à ILPF, que é uma parceria público-privada que busca fortalecer e oferecer suporte aos sistemas de integração. Essa rede é constituída pela união de esforços da Embrapa e de instituições privadas, com objetivo principal de incentivar o aumento da adoção de sistema de

integração em diferentes regiões do Brasil. Portanto, este cenário geral cria boas condições e oportunidades para que a área de adoção de sistemas de integração aumente significativamente nos próximos anos.

O Zebu no Brasil – O senhor avalia que o País está bem posicionado nessas ações que aliam ecoeficiência e desenvolvimento socioeconômico, com maior produtividade agropecuária e preservação ambiental? Luiz Adriano – Sim, pois com a adoção de sistemas de integração é possível conciliar ecoeficiência com desenvolvimento socioeconômico e aumentar a produtividade agropecuária com conservação de recursos naturais. Portanto, a estratégia e os diferentes sistemas de integração, adotados segundo os conceitos da agricultura conservacionista e o Sistema Plantio Direto, levam o agroecossistema a produzir alimentos, fibras, madeira e energia, e ainda a gerar renda ao produtor e segurança alimentar, além de ser um provedor de serviços ambientais em benefício da sociedade.

Foto: Wellington Valeriano

COP 15, o Brasil selou um compromisso voluntário de reduzir a emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE) entre 35,1% e 38,9% até 2020. Em consequência disso, foi elaborado o “Plano ABC (Agricultura de Baixa Emissão de Carbono)”, com objetivo de ampliar a adoção de tecnologias e sistemas sustentáveis de produção, como a recuperação de pastagens degradadas, ILPF, Sistema Plantio Direto, entre outras. No final de 2015 ocorreu a COP-21, em Paris, onde o Brasil apresentou um novo compromisso para reduzir, de forma absoluta, as emissões de GEE, como uma das estratégias para combater o aquecimento global e as mudanças do clima. Nesse contexto, o País está trabalhando no aperfeiçoamento e desenvolvimento de políticas públicas tanto de mitigação como de adaptação às mudanças do clima, com as ações previstas envolvendo setores da economia que já estão vinculados ao conceito de baixa emissão de carbono. O Brasil já tem um dos maiores e mais bem sucedidos programas de biocombustíveis, alcançou expressivos resultados na redução de emissões por desmatamento e também possui uma matriz energética brasileira baseada em energias renováveis. Na agropecuária, já estão em curso inúmeras ações do Plano ABC, com atividades em todos os Estados da Federação. Tudo isso, já faz do Brasil uma economia de baixo carbono, ou seja, um país que busca a ‘descarbonização’ de sua economia.


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OZebuExpoGenética

ExpoGenética 2016

comprova a força econômica do setor pecuário Por Thassiana Macedo/Assessoria ABCZ • Fotos: Maurício Farias

A 9ª Edição da ExpoGenética comprovou mais uma vez a vocação da feira como ferramenta para a qualificação de pequenos produtores, a fim de democratizar as tecnologias aplicadas à seleção de bovinos. Na cerimônia de abertura, o então presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), Luiz Claudio Paranhos, lembrou que esteve presente nas discussões para o lançamento da primeira ExpoGenética, em 2008, e que a proposta se consolidou porque era necessário ampliar os conhecimentos de melhoramento genético das raças zebuínas. Em 2016, o Centro de Eventos Rômulo Kardec de Camargos, no Parque Fernando Costa, em Uberaba (MG), reuniu de 20 a 28 de agosto, grande número de criadores brasileiros e estrangeiros, profissionais, técnicos e pesquisadores interessados em se atualizar sobre os últimos avanços e discutir o futuro em desenvol-

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O melhoramento é um processo que altera o perfil genético de um rebanho; por isso, é preciso pensar como tomar decisões, e é aí que entra o trabalho dos programas de melhoramento genético” vimento da cadeia produtiva de carne e leite Zebu. “É importante que todos caminhem juntos em relação aos avanços da genética para a produção de carne e leite, e a ExpoGenética se consolida como uma excelente oportunidade para que os criadores possam adquirir touros provados

em leilões oficializados pela ABCZ”, disse Paranhos. Foi realizado o lançamento simultâneo de cinco Sumários dos principais programas de melhoramento genético do Brasil. O Sumário Nacional de Touros das Raças Zebuínas (100% PMGZ/ ABCZ), com as avaliações genéticas das raças zebuínas de corte, foi apresentado pelos superintendentes da ABCZ Luiz Josahkian e Henrique Ventura. “O melhoramento é um processo que altera o perfil genético de um rebanho; por isso, é preciso pensar como tomar decisões, e é aí que entra o trabalho dos programas de melhoramento genético. O criador precisa entender onde está, como está e onde quer chegar. Avaliando as condições de mercado e climáticas, manejo e conhecendo o material genético que ele tem para trabalhar”, destaca Josahkian. Além do lançamento do Sumário do


PMGZ, a abertura da ExpoGenética contou com a presença de André de Souza e Silva (PAINT), Luís Gustavo Figueiredo (ANCP), Maria Eugênia Mercadante (IZ), Paulo Nobre (Geneplus), quando os representantes de cada programa apresentaram detalhadamente os conceitos, parâmetros e índices. Prêmio Cláudio Sabino. Na avaliação do selecionador Eduardo Penteado Cardoso, titular da Fazenda Mundo Novo, as fêmeas Galera S (Guzerá), ABS Ogiva J5, Hactare COL, Harmonie COL, Mina FIV Ipê Ouro (Nelore), BAC M534 da Bacuri (Nelore Mocho) e Paz FIV da Estiva (Sindi) foram os animais que atenderam todos os requisitos para o Prêmio Cláudio Sabino Carvalho. Resultados dos leilões comprovam a força econômica do setor pecuário A ABCZ comemora os resultados de mais uma Edição da ExpoGenética. Os 12 leilões foram realizados com casa cheia. A comercialização de 1.374 animais, entre touros, garrotes, fêmeas e prenhezes, registrou média de R$13.709,00 por cabeça e um faturamento total de R$18.836.240,00. “O volume financeiro levantado pelos promotores nos remates da ExpoGenética 2016 é 8,47% maior se compararmos ao do ano passado. Analisando ainda que a quantidade de animais vendidos foi um pouco menor, podemos entender que existe estabilidade e evolução na atividade pecuária. Se voltarmos ainda para o comparativo de 2014/2015, quando o crescimento foi de 56% na receita, fica fácil projetar um gráfico ascendente e entender porque o setor agropecuário, hoje, sustenta a balança comercial do Brasil”, diz o Superintendente de Marketing e Comercial da ABCZ, Juan Carlos Lebron.

A comercialização de 1.374 animais, entre touros, garrotes, fêmeas e prenhezes, registrou média de R$13.709,00 por cabeça e um faturamento total de R$18.836.240,00” As médias praticadas também subiram na ordem de 9,97%. O total geral entre todos os remates foi de R$13.709,05, contra R$12.465,64 de 2015. A programação contou com o Leilão Terra Brava – Touros Melhoradores, teve 138 animais comercializados a um total de R$1.139.800,00 e média de R$8.259,42. Foram vendidos 137 reprodutores à média de R$9.800, movimentando o total de R$1,3 milhão. A oferta foi dividida entre exemplares Puros de Origem (PO)

e Livro Aberto (LA). A média para os 102 reprodutores PO foi de R$11 mil e dos 35 LA foi de R$6.617. O grande destaque foi o remate do touro Sultão FIV, da Terra Brava, de 23 meses, filho de Campeão da MN em vaca Tecelão de Naviraí. A venda de 33% do reprodutor foi fechada em R$200 mil, valorizando-o em mais de R$600 mil. O lance foi dado por um criador do Norte de Minas Gerais. O Leilão Mega Touros Matinha vendeu 257 animais por R$3.456.360,00, com média de R$13.448,87. O lance de R$124.800 saiu para D4685 da MN. O touro, de três anos, está entre os top 0,5% melhores animais nascidos da safra 2009, da Fazenda Mundo Novo, do criador Eduardo Cardoso. A compra do animal foi fechada pelos criatórios Eco Nelore e Vera Cruz. Já o Leilão Boi com Bula comercializou 84 animais por R$1.380.000,00 e média de R$16.428,57. O Leilão Melhores da Safra comercializou 38 lotes por R$1.302.350,00, com média por lote de R$34.272,36. O Leilão Genética Provada vendeu 40 lotes por R$407.520,00 e mé-

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OZebuExpoGenética Leilão Reprodutores Nelore Colonial ofertou 295 animais. A movimentação financeira foi de R$2,7 milhões, com média de R$9.382. A maior disputa foi para Lokesh COL, de 56 meses, filho de Deferido COL em vaca Zefec Abdala. O animal foi arrematado por R$45 mil, pelo pecuarista Afonso Celso Moreira Guimarães. Encerrando a bateria de vendas da ExpoGenética, José Humberto Villela Martins e Cláudio Sabino de Carvalho Filho promoveram o Leilão Naviraí Camparino, em 28 de agosto. O remate era um dos mais aguardados da feira e, tradicionalmente, fez uma das maiores médias de touros do ano. Este ano, foram vendidos 201 reprodutores Nelores e Nelores Mochos, à média de R$22.881, sendo a maior média da categoria no ano, até então.

dia de R$10.188,00. Rodrigo Delgado (AC Proteína, em Barra do Garças-MT) e Shiro Nishimura (Fazenda Araponga, em Jaciara-MT) promoveram o Leilão Reserva ExpoGenética. Foram vendidos 63 reprodutores Nelores, à média de R$13.100, totalizando a movimentação financeira de R$825.300. O criador Marcelo Baptista de Oliveira levou a sua produção de touros Nelore de Juara (MT), para o 1º Leilão Top Produção Agro Maripá. O remate movimentou R$710.500. Foram vendidos 49 reprodutores ao preço médio de R$14.500. As vendas foram pulverizadas para 41 compradores dos estados de RJ, MG, MS e MT. O grande destaque foi Cubinho de Maripá, vendido em 50% por R$60 mil. O animal chegou aos cinco anos com peso de 1.197kg e é top 0,5% no PMGZ. O Leilão “Top ExpoGenética”, com a venda de 35 fêmeas, entre bezerras, novilhas, vacas e prenhezes e 10 touros especiais, animais para repasse ou central, pertencentes a criatórios com mais de 50

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anos de seleção da raça Nelore, o NeloreCEN (do criador Carlos Eduardo Novaes) e a Fazenda Tradição (Strang Pecuária) e de vários convidados das duas seleções. O remate fechou em R$608.160,00, com média de R$15.593,85. No Leilão A Força do Sindi foram comercializados 100% dos 55 animais apresentados aos criadores, sendo 24 touros e 31 fêmeas da raça. O remate resultou na movimentação de R$700 mil, com média de R$12.280. A Colonial Agropecuária promoveu uma dupla de leilões de touros e matrizes Nelores. Juntos, os remates movimentaram R$4,1 milhões, com a venda de 396 animais avaliados pelo Nelore Brasil, da ANCP, e PMGZ da ABCZ. A Noite Nacional Matrizes Premium faturou R$1,1 milhão, com a negociação de 101 matrizes ao preço médio de R$13.595. O destaque do remate foi Jelênia COL, filha de Ganges COL em vaca Quark da Colonial. A matriz é top 0,1% no PMGZ e Top 1% no Nelore Brasil. Ela foi vendida por R$87.600 para Nelore G Salles. O 10º

Equação da Pecuária Eficiente reúne especialistas na ExpoGenética A ExpoGenética 2016 também foi palco para o 1º Workshop do Projeto Equação da Pecuária Eficiente. O encontro reuniu pesquisadores da cadeia produtiva da carne e de especialistas em melhoramento com finalidade econômica. Antes do curso, os integrantes do programa Equação da Pecuária Eficiente passaram por duas fases importantes para a melhoria da gestão e produtividade de seus negócios, através do tripé básico da produção animal: saúde, nutrição e genética. O objetivo é ofertar todo o conhecimento necessário para que criadores consigam entregar para o frigorífico uma boiada padronizada com 21 arrobas, produzida em um intervalo de 24 meses. Segundo o superintendente de Marketing e Comercial da ABCZ, Juan Lebrón, a primeira fase envolveu um diagnóstico do sistema produtivo em


O objetivo é ofertar todo o conhecimento necessário para que criadores consigam entregar para o frigorífico uma boiada padronizada com 21 arrobas, produzida em um intervalo de 24 meses” cada propriedade e, a segunda fase do projeto, foi a de compreensão do diagnóstico, com análise qualitativa feita por um corpo técnico formado por especialistas em cada um dos temas. Com base nesse diagnóstico, a participação dos pecuaristas no curso garantiu a capacitação e a educação dirigida dos participantes, para que as deficiências de conhecimento técnico do negócio sejam supridas e eliminadas. “Ou seja, através das respostas do criador ao questionário, é possível identificar onde estão seus pontos fortes e fracos no tripé de produção, fazendo de sua atividade produtiva ou não

tão produtiva como deveria ser. O projeto traz grandes vantagens aos pecuaristas em geral, e isso não se restringe apenas aos associados da ABCZ”, destaca Lebrón. Após a fase de diagnóstico e análise dos dados, o projeto promoveu a orientação dos pecuaristas através do workshop, que contou com palestra do especialista Alexandre Mendonça de Barros, engenheiro agrônomo e doutor em Economia Aplicada pela ESALQ/USP, sobre o tema “Fazendo o dever de casa: impacto dos indicadores produtivos no meu negócio”. Na sequência, o público acompanhou breves apresentações de todos os participantes da mesa redonda. O analista de mercado Alcides Scot, da Scot Consultoria, foi o mediador de um debate que reuniu o palestrante Luiz Antonio Josahkian, superintendente Técnico da ABCZ; Luiz Fernando Tamassia, diretor da DSM Tortuga; Danilo Grandini, diretor global de Marketing da Phibro, e Marco Araújo, da Vale Fertilizantes. Na segunda etapa, os participantes ouviram a explanação do pesquisador Flávio Dutra de Resende, da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios – Alta Mogiana (APTA), sobre o tema “Como mudar os indicadores com a melhor nutrição do rebanho da propriedade”; se-

guido do especialista Luciano Araújo, da empresa Terra Desenvolvimento. ExpoZebu Dinâmica. O 2º Dia de Campo da ExpoZebu Dinâmica, realizado no dia 25 de agosto, na Estância Orestes Prata Tibery Júnior, em Uberaba (MG), reuniu aproximadamente 300 produtores rurais da região do Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba e também de outros Estados, 15% a mais do que na edição anterior. O evento, realizado pela ABCZ em parceria com a Emater-MG, Núcleo dos Sindicatos Rurais, Sindicato Rural de Uberaba , Certrim e Caixa Econômica Federal, teve como foco uma grande rodada de negócios. Segundo a gerente Comercial da ExpoZebu Dinâmica, Icce Garbellini, oito caravanas de produtores rurais puderam conhecer as tecnologias apresentadas durante o evento. Ela explica que os visitantes passaram por 7 estações temáticas: Irrigação de pastagens; Projeto de Auto Consumo; Projeto de Nutrição Animal; cercas elétricas; sementes de pastagens; adubação foliar; adubação organomineral; correção de solo e variedades de forragem. “Superou todas as nossas expectativas. Os produtores aproveitaram esse momento pra fazer contatos e fechar bons negócios”, comenta.

O ZEBU 21


OZebuExpoGenética 5º Concurso Leiteiro Natural anuncia campeãs Um total de 23 fêmeas participou do 5º Concurso Leiteiro Natural, mostrando produtividade e alto padrão de qualidade do leite. O diferencial do concurso é medir a produção das fêmeas em sistema de manejo a pasto, como é usado na maioria das propriedades leiteiras do país. Na raça Gir, com produção total de 89,74 kg/leite e média de 17,95kg/ leite foram conferidos os prêmios de Campeã Vaca Adulta e Grande Campeã, bem como de Maior Produção de Proteína e Melhor Resultado de Desempenho Econômico, à vaca Joly AC da Fiel, do expositor Antônio Abílio Marquez Cordero. Duquesa FIV Badajós, do expositor Leonardo Lima Borges, foi campeã Vaca Jovem. Ela produziu 60,05 kg de leite, média de 12,01 kg/leite, e também venceu como Menor Contagem de Células Somáticas (CCS). A Maior Produção de Gordura foi de Etapa FIV Alto da Estiva, de Silvio Queiroz Pinheiro. Na raça Sindi, o animal de Maior Produção foi Baronesa P, da Fazenda Porangaba, com 50,73 kg/leite e média de 10,15 kg/leite. Ela também venceu

O diferencial do concurso é medir a produção das fêmeas em sistema de manejo a pasto, como é usado na maioria das propriedades leiteiras do país” 22 O ZEBU

como Maior Produção de Gordura, Maior Produção de Proteína e Melhor Resultado de Desempenho Econômico. Diária P, do mesmo criatório, levou prêmio de Menor CCS. Na raça Guzerá, a Maior Produção ficou com Zena Energia FIV, de Walter Guimarães Pinto, com 46,63 kg/leite e média de 9,33kg/leite, que também foi vencedora como Menor CCS, Maior Produção de Gordura, Maior Produção

de Proteína e Melhor Resultado de Desempenho Econômico. No grupo genético Guzolando, Batuta Flores, de Walter Guimarães Pinto, venceu com produção de 91,18kg/leite e média de 19,24kg/leite. Ela ainda foi vencedora nas categorias Maior Produção de Proteína e Melhor Resultado de Desempenho Econômico. Já em Maior Produção de Gordura e Menor CCS venceu Luana Flores, do mesmo criador.


O ZEBU 23


OZebuExpoGenética

Mercado externo quer boi novo,

bem pesado e terminado Por Renata Gomide • Fotos: Maurício Farias

O mercado externo quer animais jovens para oferecer aos seus consumidores, tanto em função da maciez da carne quanto em razão dos protocolos contra a chamada doença da “vaca louca”. Nesse sentido, os programas de melhoramento genético e criadores devem selecionar animais com idade entre 30 a 36 meses, pesados, bem terminados e com pH baixo. As dicas são do zootecnista e mestre em Engenharia de Produção, Fabiano Tito Rosa, Gerente Executivo de compra de gado da Minerva Foods. Ele participou da mesa-redonda sobre o tema “A seleção de zebuínos para corte deve almejar nichos de mercado ou os desafios da segurança alimentar mundial?”, e falou sobre “As características do mercado europeu e australiano”. “Não tem mais mercado para boi erado”, afirmou Fabiano, destacando que a carne para exportação deve ter maciez e marmoreio. Além disso, deve vir com um mínimo de gordura para proteger a carcaça durante o processo de resfriamento/matu-

24 O ZEBU

ração, regra que, segundo ele, vale mesmo se o destino final for para um comprador de carne magra. “O grande desafio para os técnicos é como [fazer o animal] chegar [ao exterior] dessa forma”, ponderou o sócio diretor da Perfect Beef Company e da Eleven Brazil Importação e Exportação, Carlos Eduardo Rocha, o Paulista. Ele participou da mesa-redonda realizada durante a Expogenética 2016 e falou sobre “As características do mercado do Oriente Médio”, cujos clientes “questionam tudo”, não apenas o tempo de entrega e as questões de sanidade do rebanho,

A produção será mais eficiente à medida que a indústria disser ao produtor o que quer que seja produzido, qual a demanda do mercado”

além de buscarem carne com peso e cor adequados, e bem embalada. “Na prática, existe mercado para todo tipo de carne, a questão é: todos esses mercados são rentáveis, de qual quero participar?”, colocou Fabiano Tito. Para o pesquisador da Embrapa, Antônio do Nascimento Ferreira Rosa, o futuro é promissor e o País está no caminho certo. Ele, porém, defendeu maior divulgação da pecuária nacional, cujo grande diferencial é que os animais passam a maior parte do tempo no pasto. Já o veterinário Luís Adriano Teixeira destacou a importância de se colocar todos os elos da cadeia produtiva da pecuária para conversar. Para ele, a produção será mais eficiente à medida que a indústria disser ao produtor o que quer que seja produzido, qual a demanda do mercado. De acordo com Fabiano Tito, desde 2010, a Minerva Foods reúne seus principais fornecedores e formadores de opinião para discutir o mercado, ao que Antônio Nascimento acrescentou: “nos interessa é o sucesso da cadeia”.


O ZEBU 25 Fotos: JM Matos


OZebuExpoGenética

PNAT emplaca mais 23

touros jovens no mercado Por Thassiana Macedo • Fotos Divulgação

A equipe do Programa Nacional de Avaliação de Touros Jovens (PNAT), comandada pelo gerente de melhoramento Lauro Fraga Almeida, apresentou um histórico do projeto que teve sua primeira Edição em 2010. Vários reprodutores, que hoje estão consolidados no mercado, desfilaram junto com filhos e netos para apreciação das pessoas. Em 2016, os 23 touros jovens da 7ª bateria do PNAT foram selecionados entre uma população de 60.560 animais pré-classificados na primeira fase. Os novos touros serão conduzidos para as centrais de sêmen para coleta e distribuição de doses melhoradoras aos rebanhos colaboradores. Entre os selecionados estão: 1060 de Naviraí e 1061 de Naviraí, representando a raça Brahman; Farao FIV da El Giza, Lateral FIV 3 Irmãos e Manancial NF da raça Guzerá; 1070 da Terra Brava, Adamastor-1 TE Guadalupe, Astor FVC, Gun Terra Boa, Jhubilo da AT, Logro IDM, Maximo FVC Pangaio FIV VT, Pensionista AFBT, Peruano de Naviraí, Rancho da Rib, Randall FIV da Car, Vigo da Água Boa e Vigor da Água Boa representando a raça Nelore; Tabulador de Tabapuã e Acolhido da Capeba do Tabapuã; e Feron AJCF da raça Sindi. As 47,4 mil doses de sêmen produzidas por 74 selecionados entre 2010 e 2015 foram entregues a 391 propriedades rurais de 20 Estados do Brasil. A ABCZ conta com o apoio das centrais ABSPecplan, Alta Genetics, Araucária, Central Bela Vista, CENUB-Central Uberaba, CRI, CRV Lagoa, Joia de Índia, Maya Genética, Nova Índia, SelectSires, Seleon

26 O ZEBU

e Semex para o congelamento e distribuição do sêmen. Nos últimos três anos, o volume de doses entregues aos rebanhos colaboradores cresceu de 9.880 em 2014 para 12.040 em 2015. “O PNAT continua com sua proposta original de identificar os melhores machos dentro da safra de todo o país, baseada na Avaliação Genética pelo PMGZ, bem como possibilitar durante a ExpoGenética a avaliação conjunta por criadores e técnicos do Brasil e das Centrais de Inseminação, com a distribuição das doses desses touros para rebanhos selecionadores de gado registrado em todas as Unidades da Federação. É um processo contínuo e democrático

que está crescendo ano a ano,” reforça Lauro Fraga, gerente de Melhoramento Genético da ABCZ. O evento também foi palco para uma homenagem especial ao criador Epaminondas Andrade, da Fazenda Vale do Boi. A ação reconheceu o trabalho de 42 anos de seleção do rebanho VB pelo PMGZ e antigo CDP, além de felicitar o criador pelo octogésimo aniversário. Os participantes também assistiram a uma palestra proferida pelo pesquisador do Cepea/ USP, Thiago Carvalho, sobre a formação dos índices econômicos do instituto e a importância das informações dos pecuaristas para a equação das taxas de valoração da genética no rebanho comercial.


O ZEBU 27


OZebuExpoGenética

Fórum sobre sustentabilidade no campo reúne exemplos de cinco países da América Latina Por Renata Gomide • Fotos: Maurício Farias

Especialistas e pesquisadores latino-americanos uniram-se em um grupo para troca de conhecimento, realização de pesquisas e o desenvolvimento de ações visando o agronegócio sustentável. O foco deste conjunto de medidas batiza o colegiado recém-criado, numa ação capitaneada pela Fazu (Faculdades Associadas de Uberaba) e Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), que beneficiará o meio acadêmico e toda a cadeia produtiva do segmento. “Esse é o legado deixado pelo Fórum [Latino-Americano do Agronegócio Sustentável]”, avaliou o diretor acadêmico da Fazu, Carlos Henrique Cavallari Machado, referindo-se ao resultado do evento promovido pela instituição de ensino superior em parceria com a ABCZ. O fórum em torno da sustentabilidade no campo reuniu renomados especialistas, professores e pesquisadores de seis países da América Latina (Brasil, Bolívia, Costa Rica, Paraguai, Uruguai

28 O ZEBU

e Venezuela), além de produtores e dirigentes classistas, cujas universidades/ associações já são parceiras da Fazu. O grupo posteriormente formado por eles e representantes da instituição de ensino, vai agregar e compartilhar conhecimento e, para isso, já se utiliza das novas ferramentas de comunicação on-line. Segundo Carlos Henrique, uma das metas é criar um banco de conhecimentos a ser democratizado, tanto com o meio acadêmico quanto o setor produtivo. A raça Sindi deverá ser a primeira a se beneficiar das ações do grupo “agronegócio sustentável”, adianta Carlos

Este Fórum tem a meta de plantar o equilíbrio da cadeia alimentar com o desenvolvimento sustentável”

Henrique, para quem o objetivo central do Fórum foi alcançado com sucesso. O evento realizado em Uberaba, no Centro de Eventos da ABCZ, – paralelamente à Expogenética –, traduziu-se em um espaço para promoção do conhecimento e incentivo ao debate entre agricultores, pecuaristas, representantes governamentais, pesquisadores e estudantes. Durante o período de 23 a 25 de agosto, eles abordaram o agronegócio e sustentabilidade, apresentando e discutindo ações para contribuir com a qualidade do meio ambiente, especialmente através da redução da emissão de gases que provocam o efeito estufa. “Trouxemos especialistas de vários países da América Latina e conhecemos suas culturas, e isso é importante e necessário para agregarmos valor ao nosso conhecimento, adquirindo, assim, bons exemplos para aplicarmos nos nossos trabalhos e pesquisas”, declarou a professora da Fazu, Renata Soares Serafim, organizadora do evento.


Segundo ela, os temas discutidos no Fórum foram cuidadosamente escolhidos para mostrar à comunidade civil, acadêmica e científica a importância da produção sustentável. Ao palestrar sobre “Manejo e tratamento de dejetos animais”, Renata destacou os benefícios do uso do popular esterco, que se bem tratado e manejado de forma sustentável, reduz a emissão de gases do efeito estufa, e ainda pode gerar energia, o chamado biogás. Além disso, melhora a estrutura de aeração e drenagem do solo, e as condições de crescimento de raízes, entre outros benefícios. “Este Fórum tem a meta de plantar o equilíbrio entre a cadeia alimentar e o desenvolvimento sustentável”, disse ela à plateia, formada principalmente por alunos da Fazu. Não à toa, Renata deixou em aberto a realização de outras edições do evento, com objetivo de também fortalecer as parcerias internacionais e colaborar com a elaboração de uma agenda de trabalho, que contenha sugestões de políticas públicas adequadas para o setor, além de propostas de ferramentas de trabalho para a gestão e o desenvolvimento ambiental. Cuidados – Os temas abordados no Fórum foram divididos em painéis sobre agricultura e pecuária. Doutora em Medicina e Tecnologia Veterinária pela Facultad de Veterinaria – Universidad de la Republica del Uruguay e mestre em saúde animal, a professora Stella Huertas, defendeu a capacitação profissional de toda cadeia produtiva para um negócio de sucesso. “Manejos que não são feitos corretamente podem gerar problemas e afetar a saúde dos animais e, por consequência, levar a perdas econômicas”, disse Stella, que é coordenadora do Programa de Bem Estar Animal da Facultad de Veterinaria del Uruguay

Manejos que não são feitos corretamente podem gerar problemas e afetar a saúde dos animais e, por consequência, levar a perdas econômicas” e professora do Departamento de Biociências da mesma instituição. A especialista falou sobre “Impacto da mão de obra qualificada na sustentabilidade da pecuária”, e foi taxativa: “O sofrimento dos animais deteriora a qualidade da carne”. Para sustentar sua afirmação, ela contou que no Uruguai, verificou-se que mais da metade dos bovinos abatidos tinham pelo menos uma lesão traumática, sendo alguns descartados, pois não

eram apropriados para consumo. Em razão do manejo inadequado, as perdas chegaram a U$ 32,00 por animal. Mas a situação foi revertida, conta a doutora, após uma intensa campanha de sensibilização e conscientização, com educação e formação para todos os elos da cadeia produtiva da carne e do leite. O tema “Eficiência alimentar como parâmetro de seleção de bovinos” foi o escolhido pelo mestre e doutor em Zootecnia, professor da Universidade Federal de Viçosa na área de Cadeia Produtiva da Carne, Pele e Couros, com ênfase em Qualidade da Carne, Fisiologia do Crescimento e Zootecnia de Precisão, Mário Chizzotti (UFV/MG). Ele destacou que a eficiência alimentar é a habilidade do animal transformar os alimentos ingeridos em carne ou leite. E ainda: que a alimentação responde por grande parcela dos custos e que “eficiência só se aprende no bolso”.

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REVISTA O ZEBU NO BRASIL

Foto: JM Matos

Nelore

Expoinel 2016

Excelência da raça O ZEBU 31


OZebuNelore

Expoinel 2016 reuniu a excelência da raça Nelore Por Thassiana Macedo/ACNB • Fotos: Divulgação

A Associação dos Criadores de Nelo-

cellos, presidente da ACNB.

re do Brasil (ACNB) promoveu entre os dias 15 e 25 de setembro, a 45ª Edição da Exposição Internacional de Nelore (Expoinel). Foram inscritos para desfilar na pista do Parque Fernando Costa, mais de 868 animais das raças Nelore e Nelore Mocho, número superior às expectativas e de alta qualidade genética dos animais julgados na Edição anterior, realizada em Uberaba (MG). Durante os 10 dias de evento, os julgamentos foram realizados pela co-

Foram consagrados os grandes cam-

A Grande Campeã Nelore foi Taiga FIV Monte Verde, de Dorival Gibertoni e o Grande Campeão foi Talento FIV do Bony, da Agropecuária Vila dos Pinheiros”

peões da raça Nelore da etapa mais importante do Ranking Nacional Nelore. A Grande Campeã Nelore foi Taiga FIV Monte Verde, do expositor Dorival Gibertoni e o Grande Campeão da Expoinel 2016 foi Talento FIV do Bony, do expositor Agropecuária Vila dos Pinheiros. Entre os mochos, os campeões do dia foram: Quis da Car, da expositora Dalila Cleopath e Everest FIV Angico, do expositor Udelson Nunes Franco.

missão formada por representantes da

foram avaliados por Luís Renato Ti-

Os Reservados Grandes Campeões

ACNB, Associação dos Criadores de

veron. “Estamos muito felizes com os

da Expoinel 2016 foram: Andaluza 7

Zebu (ABCZ) e do Colégio de Jurados

resultados em pista. Tivemos animais

TE Guadalupe, do expositor Pedro

das Raças Zebuínas (CJRZ). A avalia-

de altíssima qualidade. O Parque Fer-

Augusto Novis; Objuan FIV do Mura,

ção do Nelore ficou a cargo dos jurados

nando Costa foi um grande palco para

do expositor Jatobá Agropecuária; e do

José Ferreira Pankowski, Rodrigo Rus-

as estrelas da raça Nelore. Excelência

Nelore Mocho, foi Queridinha, da ex-

chel Lopes Cançado e Fábio Eduardo

genética comprovada nas difíceis ava-

positora Dalila Cleopath.

Ferreira. Já os animais Nelores Mochos

liações dos juízes,” reforça Renato Bar-

32 O ZEBU

Os clones produzidos pela Gene-


al entraram em pista em igualdade de condições com os animais produzidos por método natural ou tecnologias artificiais mais populares como a TE e a FIV. A bezerra Hariana TN do Paranã, de 10 meses de idade e peso de 456 quilos, bem como a novilha maior Hariana III FIV EXA TN, que tem 16 meses e pesa 672 quilos, são cópias genéticas de uma filha do Basco da SM em vaca Jutava TE SL da SJ. O clone mais jovem da matriz Hariana III FIV EXA foi 3º prêmio no campeonato bezerra da Expo

a Universidade do Boi e da Carne, a Ex-

Filho (Nelore Mocho), de Goiás; Agro-

Rio Verde, no mês de julho. Ambas

poinel e a Nelore Fest.

pecuária Vila dos Pinheiros e Udelson

pertencem ao plantel do Nelore Paranã,

Na ocasião, também foram premia-

Nunes Franco (Nelore Mocho) de Mi-

do selecionador Aguinaldo Gomes Ra-

dos Agropecuária Vila dos Pinheiros,

nas Gerais; Márcio Mendes de Araujo

mos Filho, da Fazenda Santo Antônio,

como Melhor Expositor Nelore; Jatobá

do Paraná; Pedro Augusto Novis e Da-

de Iaciara (GO). O terceiro animal foi

Agricultura e Pecuária, como Melhor

lila Cleopath Toledo (Nelore Mocho),

réplica do Astor FIV da Sabiá, grande

Criador Nelore; e Dalila CleopathTole-

de São Paulo; Mauro Christianini do

campeão da Expoinel Minas de 2012.

to, como Melhor Criador e Expositor

Mato Grosso do Sul e Lourival Luza Ju-

O clone Astor I TN da Sabiá tem 19

Nelore Mocho. O troféu Craques de

nior (Nelore Mocho), de Brasília.

meses, pesa 926 quilos.

Pista e Time Reservado Campeão fo-

A Expoinel 2016 encerrou o ano-ca-

A Expoinel também foi palco para a

ram para a equipe do expositor Jatobá

lendário de exposições da ACNB para

comercialização da melhor genética da

Agricultura e Pecuária e expositor Pedro

criadores e expositores que disputam

raça, através de 10 leilões dos principais

Augusto Novis, respectivamente.

os Rankings Nacionais Nelore e Nelore

plantéis Nelores do Brasil e um shop-

Nas regionais, os ganhadores fo-

Mocho. Para a realização da Expoinel

ping de animais, ambos oficializados

ram Miguel Pinto de Santana Filho da

2016, a ACNB contou com o apoio

pela ACNB. Segundo Renato Barcellos,

Bahia; Marcelo Ribeiro de Mendonça

da ABCZ, DSM-Tortuga, FertVitro,

foram leilões de grandes emoções, com

do Mato Grosso; Agrobilara Comércio

Geneal, Programa Leilões, Chevrolet,

excelente valorização dos animais.

e Participações do Rio de Janeiro; Ir-

V-Max Virginiamicina, Santander, Ou-

“Vendedores e compradores encerraram

mãos Demarchi e Evandro Reis da Silva

rofino Saúde Animal e Revista Nelore.

sua participação na Expoinel satisfeitos. Esperamos todos os amigos neloristas na próxima Edição, em 2017”, ressalta Barcellos. De acordo com o presidente da entidade, os recursos arrecadados com Leilão Virtual ACNB & Amigos, por exemplo, serão integralmente aplicados em ações como o Ranking Nacional, o Programa Nelore Natural, o Circuito Boi Verde de Julgamentos de Carcaças,

O ZEBU 33


OZebuNelore

Circuito Boi Verde em Mineiros surpreende pela quantidade de animais jovens e pesados Por Thassiana Macedo / ACNB • Fotos Divulgação

Durante a 5ª etapa do Circuito

campeonato ocorreu entre os dias 6 e

Nelore (Nelore Goiás), “essas etapas

Boi Verde, promovida pela Associa-

7 de outubro, na unidade do Grupo

trazem uma importante visão de ge-

ção dos Criadores de Nelore do Brasil

Marfrig, em Mineiros, Goiás.

nética e nutrição para os criadores da

(ACNB), foram abatidos 515 animais

Segundo Guilherme Alves, geren-

região, que são em suma maioria, pe-

da raça Nelore, de quatro criadores da

te de produto da ACNB, nessa etapa

quenos e médios, sendo que a busca

região. Do total, 89,5% tinham menos

nenhum animal apresentou gordura

pelas premiações provoca a profissio-

de 18 meses; 86,5% acima de 18 ar-

excessiva, todos os lotes de animais

nalização das fazendas”.

robas e, 86,6% acabamento mediano

muito jovens superaram as expectati-

Rodrigo Carvalho Meneses, ge-

ou uniforme. A Agropecuária Baum-

vas nos quesitos peso das carcaças e

rente de compra de gado da unidade

gart, localizada na Fazenda Reunidas

acabamento de gordura. Para Ariston

do Marfrig, em Mineiros, ressalta que

Baumgart, foi a vencedora da etapa. O

Quirino, da Associação Goiana do

a equipe verificou os lotes de animais

34 O ZEBU


Essas etapas trazem uma importante visão de genética e nutrição para os pequenos e médios criadores da região, sendo que a busca pelas premiações provoca a profissionalização das fazendas” da raça Nelore que chegaram à véspera do abate, e que já demonstravam peso e acabamento. “Os criadores da

Verde pelo quinto ano consecutivo.

animais ganhem peso mais rápido

região esperam pelo dia do Circui-

“O campeonato serve como uma au-

e tem obtido bons resultados, o que

to para entregarem os seus melhores

toavaliação do trabalho que executa-

foi comprovado por essa etapa do Boi

bois, gerando uma competitividade

mos na fazenda, para saber se estamos

Verde. “Pelo segundo ano consecuti-

sadia, que resulta num produto final

no caminho certo, focados no melho-

vo entregamos animais com menos de

de qualidade superior,” afirma.

ramento genético e no acompanha-

18 meses, pesando mais de 23 e 24

Os abates técnicos foram acompa-

mento nutricional. Todos os nossos

arrobas. O foco da Agropecuária Bau-

nhados de perto por Nelson George

lotes da Baumgart eram jovens e mui-

mgart está voltado à agropecuária in-

Wentzel, gerente administrativo e

to pesados”, reforça.

tensiva e de alta tecnologia, buscando

zootecnista da Agropecuária Baum-

Conforme Nelson Wentzel, a fa-

a otimização da produção de animais

gart, que participou do Circuito Boi

zenda vem trabalhando para que os

para corte, reprodução e aprimora-

O ZEBU 35


OZebuNelore

O campeonato serve como uma autoavaliação do trabalho que executamos na fazenda, para saber se estamos no caminho certo, focados no melhoramento genético e no acompanhamento nutricional” mento genético da raça Nelore, sem-

ca e nutrição. Estamos investindo no

animais que são criados na proprieda-

pre voltadas ao competitivo mercado

melhoramento genético das matrizes

de de Mineiros e recriados na fazenda

mundial”, revela o zootecnista.

e, a cada ano, temos bezerros supe-

instalada em Rio Verde, onde ganham

Como primeiro colocado da etapa,

riores,” afirma Emílio Leão Martins,

peso. Em média, a Família Martins

ao alcançar o total de 10.629 pontos,

filho de Aldércio. Nessa etapa, o cria-

cria e recria 1.200 cabeças de gado da

o criador Rolf Gustavo Roberto Bau-

dor participou com apenas um lote de

raça Nelore, em Goiás.

mgart, dono da Fazenda Reunidas, ganhou uma tonelada em produtos, oferecido pela DSM-Tortuga, parceiro da ACNB. O pecuarista participou com um total de 360 animais, divididos em três lotes. Além da primeira colocação, a Fazenda Reunidas também garantiu qualidade para ficar em segundo e quinto lugar. O terceiro lugar ficou com o criador Aldércio de Oliveira Martins, que participou pela quarta vez do Circuito Boi Verde, em Mineiros, e obteve mais de 9 mil pontos. “Já ficamos em primeiro lugar em outras etapas. Para isso, nossos pontos chaves são genéti-

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O ZEBU 37

Fotos: Wellinton Valeriano


OZebuNelore

Fazenda Bacuri

mostra progresso genético Por Thassiana Macedo• Fotos Robert Carvalho

Criadores e técnicos aproveitaram mais um Dia de Campo da Fazenda Bacuri, em Barretos (SP), para trocar informações sobre a importância do melhoramento genético direcionado para precocidade, regularidade e longevidade reprodutiva das matrizes; além do desenvolvimento dos seus bezerros, características de grande impacto econômico na pecuária. Gabriel Luiz Seraphico Peixoto da Silva e Maria do Carmo Peixoto da Silva, novamente recepcionaram quem buscava a palestra que ofereceram, com foco na experiência de 22 anos de seleção do Nelore Bacuri. No dia 17 de setembro, a Edição 2016 recebeu um total de 56 visitantes, entre técnicos de empresas de genética e reprodução e de nutrição; representantes de frigorífico; profissionais autônomos; selecionadores e criadores, todos interessados nas características dos animais disponíveis para apresentação. De acordo com o engenheiro agrônomo, doutor em Economia e selecionador, Gabriel Luiz Seraphico Peixoto da Silva, desde a 1ª Mostra e Feira de Touros da Bacuri,

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realizada em 20 de outubro de 2001, o objetivo tem sido mostrar o verdadeiro trabalho de melhoramento genético desenvolvido na Fazenda Bacuri. “Sempre consideramos que o mais importante não é o que se pode ver, mas sim o que não se pode ver, isto é, sempre consideramos um animal como um pacote de genes capaz de determinar o seu desempenho global, em um determinado ambiente. Com a nossa mostra, realçamos a qualidade genética do Nelore Bacuri e, com a feira, abrimos a venda anual de touros, matrizes, sêmens e embriões de excelente qualidade genética, raramente encontrada em outros eventos”, explica Gabriel Seraphico. O pecuarista ressalta que durante a feira, a Bacuri coloca à disposição dos interessados informações completas sobre os recursos genéticos ofertados. Também oferece atendimento de consultores especializados para ajudar os criadores a identificar os produtos que possam melhor atender às necessidades dos seus rebanhos. “Em síntese, criamos oportunidades para a aquisição de tecno-

logia incorporada nos recursos genéticos, principalmente por meio dos touros,” frisa. Este ano, os zootecnistas Fernando Cancella Pinheiro Alves e Walter Domingues da Silva atuaram como consultores independentes para o apoio na aquisição de touros. Outro objetivo primordial do evento promovido regularmente na Fazenda Bacuri é difundir conhecimentos tecnológicos, cuja adoção pode melhorar aspectos como produtividade, eficiência e rentabilidade da pecuária de corte em larga escala. “Com essa finalidade, em todas as nossas mostras e feiras temos oferecido, com a colaboração valiosa e inestimável de muitos profissionais e instituições, diversas palestras aos visitantes, versando sobre melhoramento genético, reprodução, nutrição e outros assuntos”, reforça o engenheiro agrônomo. Gabriel Seraphico lembra que na Edição de 2015, o professor doutor Joanir Pereira Eler, da Faculdade de Zootecnia da Universidade de São Paulo (FZEA/USP), em Pirassununga, apresentou os resultados de suas pesquisas,


com o título ‘Genética da Precocidade Sexual e da Fertilidade na Raça Nelore – da Teoria ao Campo’, em que examina a possibilidade de seleção de fêmeas precoces que permaneçam produtivas por vários anos. Ele concluiu sua apresentação afirmando que: “A população de zebuínos é composta de animais tardios e de animais precoces. As técnicas de análise atuais permitem separar os dois grupos. Portanto, é possível formar um rebanho de zebuínos precoces, férteis e produtivos. Basta selecionar”. Ancorado nessa conclusão técnico-científica, obtida com os estudos do professor Joanir no rebanho CFM, e na sua própria experiência com o rebanho Bacuri, Gabriel Seraphico decidiu fazer algumas simulações econômicas, que apresentou no último evento, com a palestra “Eficiência Reprodutiva e Retorno Econômico de Matrizes Nelore”. “Nesse pequeno trabalho procuramos mostrar que a rentabilidade da criação de gado Nelore pode ser muito melhorada se definirmos como objetivos de seleção precocidade, regularidade e longevidade reprodutivas, além do peso do bezerro. E ainda mostramos o grande avanço do rebanho Bacuri em relação ao conjunto dos rebanhos que participam da ANCP, nestas características fundamentais,” destacou. Para demonstrar o que foi apresentado em sua palestra, o engenheiro agrônomo Gabriel Seraphico promoveu visitação aos animais. O destaque da mostra foi Taiguara 57 da Bacuri (MGL1714), o reprodutor mocho nº 1 em Mérito Genético Total econômico (MGTe top 0,5%) na Consulta Pública da Associação Nacional dos Criadores e Pesquisadores (ANCP), com boas D3P (Probabilidade de Parto Precoce) e DSTAY (Stayability), acompanhado de filhas jovens, várias delas prenhes precocemente. Os visitantes

também puderam conhecer Yareté 21 da Bacuri (MGL1969), jovem reprodutor mocho, com MGTe top 0,5%, sem concorrente para características reprodutivas (D3P e DSTAY) entre os mochos na Consulta Pública da ANCP, e Requinte da Bacuri (MGLG1233), jovem reprodutor padrão, com MGTe top 0,5% e apenas um concorrente para características reprodutivas (D3P e DSTAY) entre os aspados na Consulta Pública da Asso-

ciação, além de um grupo de primíparas precoces com seus bezerros. Foram também apresentados 45 touros da safra 2014, com MGTe médio 15,31 udpg, top 2%, e outros 9 touros da safra 2013, com MGTe médio 12,63udpg, top 5%. Durante a feira, foram vendidos oito animais pelo preço médio à vista de R$10.875,00 e as vendas continuam. O Catálogo de Touros encontra-se no site www.bacuri.agr.br.

O ZEBU 39


OZebuNelore

Araguaína fecha a Edição de

2016 do Circuito InterCorte Por Attuale Comunicação • Fotos Divulgação

A cidade de Araguaína, no Estado

mas do Pará e Maranhão. Há uma ex-

do Tocantins, sediou a última etapa da

pectativa por parte do público em re-

a pasto; manejo sanitário; pastagens e

Com o tema ‘A Pecuária de Ponta a Ponta’, palestras abordaram evolução genética, manejo, mercados internacionais, inovações tecnológicas, resultados econômicos de sistemas de produção a pasto, entre outros assuntos”

gestão.

a terceira vez que realizamos o Circuito

Pecplan, Toledo do Brasil, Belgo, SBC

Os temas foram apresentados por

InterCorte, em Araguaína, e a recepti-

Certificadora, CRI Genética, Mult Bo-

especialistas de renome e discutidos

vidade dos pecuaristas é muito positiva.

vinos, Allflex, Delta Gen, Casale, Mi-

com o público, formado majoritaria-

Temos uma grande participação de pro-

lho SA, JA Saúde Animal, Cria Bem e

mente por pecuaristas, em debates. “É

dutores não só do Estado do Tocantins,

Associação Brasileira dos Criadores de

Edição de 2016 do Circuito InterCorte, evento que percorre polos de produção pecuária do país para difundir tecnologia e informações aos produtores rurais. O evento ocorreu nos dias 19 e 20 de outubro, no Parque de Exposições Dair José Lourenço, e abordou o tema “A Pecuária de Ponta a Ponta”, em dois dias de workshop, com palestras sobre: evolução genética; recria; manejo racional; mercados internacionais; programas de fidelidade com a indústria; classificação de carcaça; inovações tecnológicas para compra e venda de animais; resultados econômicos de sistemas de produção

40 O ZEBU

lação às informações que trazemos nas palestras e os debates são muito produtivos. Além disso, as empresas levam inovações tecnológicas aos produtores, que contribuem para tornar a pecuária cada vez mais eficiente”, destaca Carla Tuccilio, diretora da Verum Eventos, que promove o Circuito InterCorte. Estiveram presentes na feira de negócios que compõe o evento, as empresas: MinervaFoods, DSM–Tortuga, Dow AgroScienses, JBS, Ourofino Saúde Animal, John Deere, Cargill–Nutron, Volkswagen, Biogénesis Bagó, Minerthal, Wolf Sementes, WebGados, Matsuda, Beckhauser, Illumina, ABS


O ZEBU 41


OZebuNelore Bovinos Senepol. A programação da etapa de Araguaína teve início no dia 19, com a palestra “Recria: aqui dois erros não fazem um acerto”, ministrada pelo Consultor Técnico Nacional da Cargill–Nutron, João Danilo Ferreira, seguida pela apresentação do médico veterinário Renato dos Santos, responsável pela área de Manejo Racional da Beckhauser, sobre equipamentos e métodos de manejo racional. O segundo bloco de palestras teve a participação do zootecnista Daniel Carvalho, da CRI Genética, que tratou da evolução das opções genéticas para uma pecuária rentável; de Fabiano Tito Rosa, do Minerva Foods, que falou “O que aprendemos com os mercados de exportação”; e Fábio Dias, do JBS, que apresentou experiências com novas práticas de classificação de carcaça. No segundo dia, Marquinhos Molina, da WebGados, tratou dos benefícios da tecnologia na compra e venda de

Beef Week, paralelamente ao evento em

gado; seguido pelo consultor Adilson

Cuiabá, São Paulo e Campo Grande,

Aguiar, que abordou o pasto como base de sistemas de produção sustentáveis. O especialista técnico da Ourofino Saúde Animal, Marcel Onizuka, mostrou os 10 mandamentos do manejo sanitário. Já Vinícius Nunes de Gouvêa, da DSM-Tortuga, discorreu sobre a nutrição do nascimento ao abate: como maximizar o desempenho. Em seguida, Angela Bittencourt, consultora da Illumina, proferiu a palestra “Impacto e retorno

Desde 2012, alguns dos principais polos de produção pecuária do País, já contavam com a participação de mais de 19 mil pessoas, das quais cerca de 80% pecuaristas”

com as participações de restaurantes e lojas de carne. O InterCorte 2016 teve início em março, em Cuiabá (MT), com a participação de mais de 1.400 pessoas e sete restaurantes na Beef Week. No mês de junho, a InterCorte reuniu na Bienal do Ibirapuera, em São Paulo, um público de mais de 3 mil pessoas e 12 restaurantes na Beef Week e seis lojas de carne. Em julho, foi a vez de Campo

econômico do uso da genômica na pe-

do País, já contavam com a participa-

Grande, com 1.400 participantes e 40

cuária: fato ou ficção?”.

ção de mais de 19 mil pessoas, das quais

restaurantes na capital e em Bonito.

Desde a sua criação, o Circuito In-

cerca de 80% pecuaristas. A Edição de

Ji-Paraná (RO) sediou uma etapa em

terCorte, evento itinerante, que vem

2016 ocorreu em Mato Grosso, São

setembro, com a participação de 500

percorrendo, desde 2012, alguns dos

Paulo, Mato Grosso do Sul, Rondô-

produtores. Mais informações: www.

principais polos de produção pecuária

nia e Tocantins, e teve a realização da

intercorte.com.br.

42 O ZEBU


O ZEBU 43


44 O ZEBU


REVISTA O ZEBU NO BRASIL

Foto: JM Matos

Guzerá

Fazenda Carnaúba

sempre de balde cheio O ZEBU 45


OZebuGuzerá

Fazenda Carnaúba mantém o lema do balde cheio Por Thassiana Macedo/Luiz do Berro/CRPBZ Fotos: Arquivo Pessoal

O Semiárido nordestino tem como traço principal as frequentes secas, que podem ser caracterizadas pela ausência, escassez, alta variabilidade espacial e temporal das chuvas. Não é rara a sucessão de anos seguidos de seca. As características desse tipo de meio ambiente condicionam a sociedade regional a sobreviver, principalmente, de atividades econômicas ligadas à agricultura e a pecuária, mas especialmente da criatividade. É assim que, em pleno Sertão nordestino, o criador e engenheiro Manoel Dantas Vilar Filho, mantém firme

46 O ZEBU

a produção da Fazenda Carnaúba, em Taperoá, no Estado da Paraíba. Em sociedade com o seu primo-irmão, o saudoso escritor e dramaturgo Ariano Suassuna, Manelito aprendeu a lidar com tudo o que envolve solo e vegetação para sobrevivência ao longo da seca. Juntos, iniciaram não somente a criação de cabras, mas desenvolveram através de estudos técnicos, o cultivo de plantas nativas e de animais aptos à região, resultando hoje na criação das raças Guzerá e Sindi. Aliaram qualidade e altos índices de

produção, em uma região onde as dificuldades climáticas poderiam ser um empecilho a qualquer tipo de atividade agropecuária. Entusiasta e criador das raças Guzerá e Sindi, Manelito afirma, em entrevista ao Centro de Referência da Pecuária Brasileira – Zebu (CRPBZ), que procura valorizar a rusticidade não somente na vocação leiteira, mas também na possibilidade de investimentos na boa aptidão para corte. Somente um sertanejo legítimo, que aposta na pecuária como a melhor maneira para viabilizar uma vida digna ao


povo do Sertão, poderia falar com propriedade sobre a importância do gado zebuíno para o desenvolvimento do Nordeste brasileiro. É graças às raízes no Sertão, que o criador e engenheiro Manoel Dantas Vilar Filho, procura manter-se fiel às possibilidades que a terra do Nordeste oferece a quem se dispõe a respeitá-la, conservando suas características naturais. Para manter o lema de balde sempre cheio, as fazendas Carnaúba e Pau Leite, ambas localizadas no Estado da Paraíba, contam com boas matrizes e reprodutores. “Minha escolha pelo Sindi decorre da minha ligação com as terras secas do Nordeste e da crença radical de que é preciso respeitar a harmonia entre os animais e as latitudes. Meu pai, desde 1934, já criava e ordenhava guzerás de Cantagalo (RJ), e eu me limitei a seguir sua lucidez e sua experiência de vida no Cariri das secas. Com a morte de seu Joãozinho Abreu, nos anos 70, simultaneamente à segurança que adquiri no uso dos capins perenes, que consegui importar da Austrália, fui buscar outro Zebu leiteiro dos pré-desertos da Ásia, temendo que não desse para ficar tudo no Guzerá JA, puro e bom de leite. Se não tiver leite, não é

Guzerá e nem é Sindi. O Sindi, de rebanho complementar, já é hoje metade do gado total que eu crio”, destaca. Entre os exemplares da raça complementar se destacam as vacas Mabiroba-D e Parafina-D e os touros Iaque-D e Danúbio-FC, este último, recordista nacional na avaliação genética da Embrapa Gado de Leite. Salientando a vocação nordestina, o criador investe também na criação de Guzerá e ainda em ovinos e caprinos. “Costumo dizer que se confunde muito o conceito de ‘volume aparente’ com o de ‘peso específico’ ou rendimento. O menor porte do Sindi é uma virtude para efeito de precocidade, prolificidade e velocidade de ganho em peso, mas a longevidade do Guzerá é maior. O conjunto das duas raças, rústicas, leiteiras, fisiologi-

Minha escolha pelo Sindi decorre da minha ligação com as terras secas do Nordeste e da crença radical de que é preciso respeitar a harmonia entre os animais e as latitudes’’

camente perfeitas para a fotossíntese do mundo tropical é fantástico. Sem, contudo, misturar raças, indo contra conceitos básicos da Zootecnia”, questiona o criador. A solução para superar as adversidades, segundo Manelito, está no desenvolvimento da técnica de se criar animais resistentes à seca e a introdução e cultivo de plantas adaptadas ao clima nordestino. O Semiárido brasileiro é o mais rico do mundo em leguminosas, que vem a ser a proteína da ração animal. A vargem da faveira, por exemplo, contém 24% de proteína bruta, o que é raro entre os vegetais. No início do século passado, os australianos estiveram em Taperoá, para buscar sementes de pequenas plantas. Para se criar uma rês precisa-se de 15 hectares de terra de mata nativa, enquanto um hectare de capim búfalo sustenta mais de um animal.

O ZEBU 47


OZebuGuzerá Dia D na Fazenda Carnaúba O Dia D na Fazenda Carnaúba, em Taperoá (PB), já é um tradicional evento de comercialização, divulgação e difusão de conhecimentos sobre o Semiárido nordestino, bioma Caatinga, raças bovinas Guzerá, Sindi, Gado Pé Duro, cabras e ovelhas nativas, galináceos e palmípedes, bem como de vegetais de usos forrageiros nativos ou implantados, artes, artesanatos, música, gastronomia regional e confraternização entre os criadores. Este ano, o evento foi realizado em julho e reuniu criadores e apaixonados pela pecuária de todo o país, o que resultou em um aumento de 36% nas vendas de animais, 20% de crescimento no faturamento e uma ampliação de 73% no público visitante, em relação à Edição de 2015. O Dia D apresentou a produção de queijos e os cortes especiais de carnes caprinas e ovinas; o artesanato com peles, que bem demonstram o acerto na condução da Fazenda Carnaúba; na convivência harmônica entre a pecuária e o Semiárido. Seguindo na contramão das migrações em direção ao litoral ou ao Centro Sul do Brasil, a Fazenda Carnaúba poderia ser chamada apropriadamente de “Universidade do Mandacarú”, visto que o engenheiro Manuel Dantas Vilar, 9ª geração da família na região denominada Cariri Velho, reúne um importante acervo de conhecimentos e práticas de boa convivência produtiva no bioma Caatinga, o qual é aberto para os mais variados produtores todos os anos. Ao longo de quase 50 anos de dedicação para reverter a cultura de “combate à seca”, Manelito e seu primo, amigo e sócio, o saudoso escritor Ariano Suassuna, foram em busca de elementos biológicos, animais ou vegetais, compatíveis com a região semiárida, tornando

48 O ZEBU

a fazenda um verdadeiro santuário das cabras e ovelhas nativas ou nativisadas, por serem secularmente adaptadas, e do gado rústico de dupla aptidão, fundamentado nas raças zebuínas Guzerá e Sindi. Além disso, a Fazenda Carnaúba tornou-se um núcleo de preservação e melhoramento zootécnico do gado Pé Duro do Piauí, de origem ibérica, que também se adaptou bem ao clima nordestino. “Cerca de 90% da pecuária no mundo é feita em áreas secas, a lavoura é então um equívoco, pois como basear-se em índices pluviométricos históricos de 600 mm/ano, se podemos ter anos com 2000 mm e outros com 70 mm? Devemos definir plantas e animais compatíveis com o Semiárido, sem confundir o volume aparente com o peso específico, somando nessas contas: eficiência, custo, beneficio e sanidade animal, assumindo a seca e suas virtudes”, avalia Manuel Dantas. Originária da região norte do estado de Gujarat e também criada no Paquistão, na região do deserto de Kutch e distritos de Tharparkar e Ahmedabad, o Guzerá D da Fazenda Carnaúba veio da seleção JÁ, que o coronel João de

Abreu de Cantagalo mantinha no Rio de Janeiro, em 1934. Manelito tratou de dar continuidade na Carnaúba, com a mesma orientação de seleção para leite e corte, consolidando a exploração pecuária de dupla aptidão, compatível com o Semiárido nordestino. O Sindi é originário da região do Kohistan, na província de Sind, no Paquistão, nas regiões de Karachi e Hiderabad. Na Carnaúba, a raça teve origem na importação feita em 1952, por Felisberto Camargo, do Instituto Agronômico do Norte no Pará, bem como de animais pertencentes a Rômulo Monteiro e José Cezário de Castilho, que chegaram à fazenda no fim da década de 1970. Lá, passaram a ser submetidos ao controle leiteiro oficial a partir de 1987. Já o gado Pé Duro do Piauí, as cabras e ovelhas nativas ou nativisadas, são descendentes dos animais trazidos por colonizadores ibéricos e secularmente adaptados ao bioma Caatinga, em processo de regeneração e melhoramento dos índices zootécnicos de produção, sem perda dos fatores rusticidade e fecundidade, já consolidados nos rebanhos da Carnaúba.


REVISTA O ZEBU NO BRASIL

Foto: Wellington Valeriano

Gir

ExpoGil: balanรงo

positivo do PNMGL O ZEBU 49


OZebuGir

ExpoGil 2016 alcança objetivos propostos Por Renata Gomide • Fotos: Divulgação

A 18ª ExpoGil, realizada em setembro, no Parque Fernando Costa, em Uberaba, atingiu os objetivos propostos e marcou o encerramento do ranking nacional do Gir Leiteiro 2015/2016. A informação é do zootecnista André Rabelo Fernandes, que é técnico do Programa Nacional de Melhoramento Genético do Gir Leiteiro, (PNMGL) da Associação Brasileira dos Criadores de Gir Leiteiro (ABCGIL).

A Exposição Nacional do Gir Leiteiro contou com 39 animais em torneio e 183 em pista de julgamento, com quebra de recorde da fêmea jovem, com produção acima de 63.365 quilos de leite, conta André. Ainda segundo ele, a ExpoGil finalizou com resultado satisfatório e dentro da expectativa dos organizadores, considerando o atual momento da economia. “A participação de criadores foi interessante, principalmente de novos

criadores da raça”, revelou o técnico. Carro chefe da ABCGIL e dos trabalhos na raça, o Programa Nacional de Gir Leiteiro completou 31 anos em 2016, e só tem evoluído. “Com tendência de crescimento para o próximo ano”, adianta André, acrescentando que para isso, a Associação tem feito várias ações de fomento. Em outubro teve início a oitava prova de pré-seleção do Gir, “uma espécie de vestibular para os tourinhos que entram em teste de progênie”, conta o técnico. De acordo com ele, a expectativa é de que seja bem aceita pelos criadores. “O mercado tem assimilado bem a genética do Gir Leiteiro e a raça tem se consolidado como produtora de leite nos trópicos,” garante André.

Carro chefe da ABCGIL e dos trabalhos na raça, o Programa Nacional de Gir Leiteiro completou 31 anos em 2016, e só tem evoluído” 50 O ZEBU


Gir Leiteiro é tema de obra de especialista

Zzn Perez

Escrito em português e espanhol, o livro Gir Leiteiro: a nossa Raça, de autoria da médica veterinária e jurada Tatiane Drummond Tetzner, foi lançado em Uberaba durante a programação da 18ª ExpoGil, em setembro. A obra técnica com 292 páginas tem linguagem acessível, sendo dirigida aos pecuaristas e produtores de leite, profissionais e estudantes na área de Ciências Agrárias: Engenharia Agronômica, Medicina Veterinária e Zootecnia. “Acredito muito na força do Gir Leiteiro e seus cruzamentos para produção de leite nos Trópicos no mundo todo, e o produto da vaca Gir Leiteiro, além da genética como raça pura, é um leite saudável, da vaca que come capim, um leite diferenciado na sua composição, com elevados teores de proteína, gordura e sólidos, em comparação com outras raças especializa-

das leiteiras”, coloca Tatiane, que lan-

dores no Brasil e no mundo Tropical,

çou o livro no Museu do Zebu.

completa a veterinária e autora do li-

São mais de 15 anos convivendo e

vro.

aprendendo com a raça, a qual consi-

A obra está disponível para venda

dera “incrível, dócil, que cativa, encan-

na ABCGIL e no Museu do Zebu, e

ta e produz um leite especial”. Além

também poderá ser enviada pelos Cor-

disso, se reproduz facilmente e vive

reios através de depósito bancário.

muito; muito contribui nos rebanhos

Mais informações encaminhar e-mail

de cada um dos criadores e seleciona-

para girleiteiro.livro@gmail.com.

Zzn Perez

O ZEBU 51


OZebuGir

ABCGIL promove 8ª prova de

pré-seleção do Teste de Progênie Por Renata Gomide • Fotos Reprodução

Com objetivo de pré-selecionar tou-

lhoramento do Gir Leiteiro (PNMGL).

a Embrapa e a Fazu (Faculdades Asso-

ros para fertilidade, foram realizadas em

O touro só será considerado apto a in-

ciadas de Uberaba) – que irá sediá-la

outubro, as inscrições para a 8ª Prova de

gressar no Teste de Progênie se passar

–, sendo parceiras a ABCZ, BioVitro/

Pré-seleção para o Teste de Progênie da

nas provas.

Multigen, Futura e Arenales.

Associação Brasileira dos Criadores de

A 8ª Prova de Pré-seleção para o

Para garantir as condições fitossani-

Gir (ABCGIL/Embrapa). Os animais

Teste de Progênie da ABCGIL é uma

tárias, os touros somente terão acesso

inscritos são candidatos às vagas do 32º

promoção conjunta da entidade com

aos campos da FAZU se vacinados con-

Grupo de Touros do Teste de Progênie.

tra a febre aftosa, conforme calendário

Os touros passarão por avaliações

sanitário estabelecido pelo Instituto

andrológicas e reprodutivas, de cará-

Mineiro de Agropecuária (IMA), na re-

ter fenotípico (aprumos, estrutura, umbigo, pigmentação, entre outras) e também de temperamento e libido. A entrada dos animais será realizada das 8 às 18 horas, no período de 23 a 25 de novembro, e o término da prova está previsto para 25 de abril de 2017. Para as provas foram inscritos apenas os touros que atenderam todas as exigências do regulamento para participação no Programa Nacional de Me-

52 O ZEBU

A participação na prova é limitada em um touro por associado, mas os criadores poderão inscrever um segundo animal, que ficará na fila de espera, para substituição em caso de vacância”

gião de Uberaba. A participação na prova é limitada em um touro por associado, mas os criadores poderão inscrever um segundo animal, que ficará na fila de espera, para substituição em caso de vacância. A prova tem capacidade para receber 70 touros. A divulgação dos resultados está marcada para o dia 4 de maio de 2017, durante a 83ª Expozebu, promovida no Parque Fernando Costa, em Uberaba (MG).


O ZEBU 53


OZebuGir

Girolando amplia participação no

mercado internacional Por Larissa Vieira/Girolando • Fotos Divulgação

No ano em que completa 20 anos

Nuques, da secretária de Ganaderia do

Baquerizo Luque, do criador e girolan-

de homologação como raça leiteira ofi-

Ministério da Agricultura e Ganaderia

dista Juan Carlos Cordova.

cial do Brasil, o Girolando está inten-

do Equador, Lcda Margoth Hernan-

A assinatura ocorreu durante a

sificando sua presença em outros paí-

déz, do secretário Executivo Enrique

abertura oficial da 71ª Expoferia Ga-

ses. Cinco países firmaram Convênio

naderia 2016, a maior e mais tradicio-

Técnico Científico com a Associação

nal exposição do Equador, realizada

Brasileira dos Criadores de Girolando,

na cidade de Guaiaquil. “Com muita

na área de melhoramento genético e registro genealógico. O mais recente é o Equador. No último dia 6 outubro, a Associación de Ganaderos del Litoral y Galápagos (AGLYG), maior associação de criadores daquele país, oficializou parceria com a entidade brasileira. A solenidade contou com a presença do vice-presidente Carlos Alberto Neira

54 O ZEBU

Cerca de 370 animais foram registrados entre os dias 6 e 15 de setembro, em 11 fazendas da Guatemala, pelo coordenador Operacional do PMGG”

honra e orgulho, firmamos mais um Convênio Técnico-Científico de cooperação entre a Girolando e um país da América Latina. Este convênio promoverá e desenvolverá a raça Girolando no Equador. O país está adotando o Girolando como a principal raça produtora de leite’, destaca o presidente da Girolando Jônadan Ma, que assinou o convênio juntamente com o


presidente da AGLYG, Lorens Olnsen

vênio firmado entre a Girolando e a As-

Pons.

sociação de Gir e Girolando (Asogyr).

No dia seguinte, o coordenador

“A qualidade dos animais selecionados

Operacional do Programa de Melho-

na Guatemala vem crescendo e vários

ramento Genético da Raça Girolando

criatórios estão utilizando bastante os

(PMGG), Marcello Cembranelli, mi-

touros Girolando, tanto nas vacadas

nistrou palestra sobre as ferramentas

Girolando e Gir Leiteiro quanto em

de seleção disponíveis no programa,

outras raças”, explica Cembranelli.

O Equador é o quinto país da

mara de Produtores de Leite da Gua-

América Latina que assina convênio

temala e pela Asogyr. Cembranelli

A qualidade dos animais selecionados na Guatemala vem crescendo e vários criatórios estão utilizando bastante os touros Girolando, tanto nas vacadas Girolando e Gir Leiteiro quanto em outras raças”

com a Girolando. Os outros países

também ministrou palestra técnica e

e oriundos de quatro criatórios.

com parceria oficializada são: Bolívia,

aula prática sobre a raça. Participaram

A agenda na Guatemala ainda

Guatemala, Costa Rica e Honduras.

cerca de 80 pessoas, entre criadores,

contou com reunião com os técni-

Primeiros registros na Guatemala –

técnicos do Ministério da Agricultu-

cos do Maga e a diretoria da Asogyr

Cerca de 370 animais foram registra-

ra da Guatemala (Maga), estudantes,

para apresentação do levantamento

dos entre os dias 6 e 15 de setembro,

dentre outros. Também participaram

da população e distribuição da raça

em 11 fazendas da Guatemala, pelo

criadores de El Salvador, Nicarágua,

Girolando na Guatemala, feito pelo

coordenador Operacional do PMGG.

Honduras e Costa Rica. No mesmo

ministério. Com base nas informações

Foram os primeiros registros genealó-

dia, Cembranelli julgou na Expole-

apresentadas, foi definido o plano de

gicos da raça efetuados pela Girolando

che, 68 animais, machos e fêmeas,

trabalho para certificação dos animais

na Guatemala, após assinatura do con-

dos três graus de sangue de Girolando

pela Girolando. Outros assuntos trata-

como Teste de Progênie e o Controle

Antes de partir para a execu-

Leiteiro, e sobre as vantagens da raça

ção dos registros, o coordenador do

para produção de leite em regiões tro-

PMGG participou na Guatemala da

picais. A palestra foi assistida por cria-

Semana del Ganadero y Expoleche

dores e técnicos equatorianos.

2016, evento promovido pela Câ-

dos foram: a implantação do Serviço de Controle Leiteiro naquele país e a definição da vinda dos técnicos do Maga ao Brasil para treinamento. Novos convênios – Outros países que também assinarão o convênio com a Girolando são: Colômbia, Venezuela, Paraguai, El Salvador, República Dominicana, Panamá e México. No continente africano, a associação estuda a possibilidade de assinar convênio com Angola, Moçambique, África do Sul e Zâmbia. Na Ásia, serão negociados acordos com Tailândia, Vietnã, China, Indonésia, Índia, além da Turquia, na Euro-Ásia.

O ZEBU 55


OZebuGir

Girolando lança nova modalidade de

pré-seleção do Teste de Progênie Por Larissa Vieira/Girolando • Foto: JM Matos

Lançada neste dia 15 de outubro, durante a 23ª Exposição Interestadu-

anual, de 1º de janeiro a 31 de dezem-

com o padrão Girolando, sem se pre-

bro de cada ano.

ocuparem com a confecção do produ-

al de Girolando, a nova modalidade

O diretor da Girolando também

to ou com a negociação de preço com

do Ranking Nacional Girolando. O

anunciou o Pacote de Soluções para

fornecedores, que muitas vezes são

diretor da Associação Brasileira dos

Exposições. Serão seis tipos de pacotes

mais altos devido ao pequeno volume

Criadores de Girolando, Luiz Carlos

de serviços, que envolvem o forneci-

de material que o evento necessita.

Rodrigues, anunciou a novidade, no-

mento de kits básicos ou completos de

Os organizadores de eventos pode-

meada de “Modalidade Rebanho”. A

faixas, de rosetas, de troféus, de mate-

rão optar ainda por um pacote especial

proposta é promover a divulgação dos

rial básico de julgamento e até de pro-

que inclui produtos da Grife Girolan-

melhores rebanhos da raça, que serão

dutos da Grife Girolando.

do, oferecidos a preços de revenda para

divididos em 5 classes e 10 categorias.

A iniciativa permitirá aos organi-

As classes correspondem ao núme-

zadores das feiras utilizarem materiais

ro de animais e as categorias às características que serão avaliadas. Além de divulgar os melhores criadores e expositores participantes das exposições ranqueadas e o ranking estadual de exposições, os 10 melhores rebanhos participantes do PMGG, devidamente inscritos no controle leiteiro oficial da associação, passarão a ser divulgados dentro de cada uma das dez categorias. As análises das informações dos rebanhos serão feitas dentro do calendário

56 O ZEBU

comercialização nos eventos, podendo ser vendidos pelo preço de etiqueta.


REVISTA O ZEBU NO BRASIL

Foto: JM Matos

Brahman

ExpoBrahman ganha novidades

O ZEBU 57


OZebuBrahman

12ª ExpoBrahman ganha várias

novidades e supera expectativas Por Thassiana Macedo/ACBB • Fotos Maurício Farias

Realizada entre os dias 19 e 25 de

2263, do criador Paulo de Castro Mar-

BR 77 1186, da criadora e expositora

setembro, no Parque Fernando Costa,

ques, da Casa Branca Agropastoril, em

Mary Lucia Gomes Cardoso, do Brah-

em Uberaba (MG), a 12ª Edição da

Fama (MG), com os expositores Dou-

man Braúnas.

ExpoBrahman marcou o fechamen-

glas Ulloa, da Acienda La Francisca,

O julgamento Brahman a Campo

to do calendário de eventos oficiais

Bolívia, Edgar Cuellar e Jonatan Re-

contou com a participação de ani-

da raça, ocorrendo simultaneamente

quejo Peru.

mais com idades variadas, distribuí-

à Expoinel (Exposição Internacional

O título de Reservada Grande

dos em todas as categorias e criados

de Nelore) e à ExpoGil (Exposição da

Campeã foi para MISS BR 77 1230

no sistema a campo, ou seja, rústico.

Raça Gir Leiteiro).

FIV, da criadora e expositora Mary

A Grande Campeã foi Miss Vitória

A feira contou com julgamentos de

Lucia Gomes Cardoso, do Brahman

4140, pertencente ao criador e expo-

pista e a campo, o 1º Leilão Brahman

Braúnas, em Funilândia (MG). Já o

sitor Alexandre Coccapiler Ferreira e

Brasil, entre outras atividades destina-

título de Grande Campeão ficou com

outros, do criatório Brahman Vitó-

das à demonstrar o potencial produ-

o macho CABR MAGIC GUNTER

ria, em Araçatuba (SP). A Reservada

tivo do Brahman, como rusticidade,

2197, de propriedade do criador Pau-

Grande Campeã foi Miss BR 77 1209

habilidade materna, precocidade se-

lo de Castro Marques, da Casa Bran-

FIV, da criadora e expositora Mary

xual, além de beleza racial. Na pista, a

ca Agropastoril. O Reservado Grande

Lucia Gomes Cardoso, do criatório

Grande Campeã foi CABR MIFALLA

Campeão foi o reprodutor MISTER

Brahman Braúnas. O título de Gran-

58 O ZEBU


Homenagens

re, Hellen Cristina Ferreira Jacintho,

Durante a feira, a ACBB promo-

Magali Trasel – in memorian, Maria

O diferencial dessa modalidade de julgamento à campo é que ele funciona similarmente a uma apartação de curral. Os animais não são cabrestiados e não contam com a ajuda de apresentadores, assim é a qualidade do animal que se sobressai”

veu um almoço de confraternização

Aparecida de Morais Monteiro, Ma-

para criadores, amigos, colaboradores

ria Emília Nogueira Gioseffi Jannuzzi

e parceiros da raça. O evento ocorreu

Valente, Mary Lúcia Gomes Cardoso,

no Tatersal Rubico de Carvalho e bus-

Mônica Andrade, Nazik Jurdi Guima-

cou reunir os nomes que ajudaram a

rães, Renata Costa Paiva, Renata Mar-

construir a história da raça Brahman

tins de Camargos Paranhos Ferreira,

no Brasil. Por isso, houve a entrega da

Simone Pereira Rodrigues Lamounier,

Comenda Amauri Dimarzio a um gru-

Sônia Kaupert Dimarzio, Tabita Maria

po de mulheres, que de alguma forma

de Freitas Campos, Vanessa Cardoso

contribuíram para o fortalecimento do

Zica Machado e Vera Ondei.

de Campeão ficou para Mister CWM POI 2042, do criador Charles Wan-

Brahman no Brasil.

A entrega da comenda às homena-

Foram homenageadas zootecnistas,

geadas foi feita pelo próprio Amauri

veterinárias, criadoras, esposas de cria-

Dimarzio – que nomeia a comenda;

dores, membros da imprensa e mulhe-

pelo presidente da ACBB, Adalberto

res que desenvolvem ou já desenvolve-

Cardoso; pelo diretor de marketing da

ram trabalhos que fomentaram a raça

entidade, Aldo Valente; pelo presiden-

e, por isso, fazem parte da história de

te da ABCZ, Arnaldo Manuel de Sou-

sucesso do Brahman no país. Entre

za Machado, e pelo presidente da Alta

elas: Circe Massud, Flávia Geo Lator-

Genetics, Heverardo Carvalho.

derley Maia, da Fazenda Brahman do Araguaia, de Itapirapuã (GO), e o Reservado Grande Campeão, com o animal Mister Vitória 4139, do criador e expositor Alexandre Coccapiler Ferreira e outros, também do Brahman Vitória. Os animais do Brahman a Campo foram avaliados pelo jurado Carlos Henrique Cavallari Machado, que avaliou as qualidades funcionais e fisiologias dos exemplares. “O diferencial dessa modalidade de julgamento é que ele funciona similarmente a uma apartação de curral. Os animais não são cabrestiados e não contam com a ajuda de apresentadores, assim é a qualidade do animal que se sobressai”, avalia Adalberto Cardoso, presidente da Associação de Criadores de Brahman do Brasil (ACBB).

O ZEBU 59


OZebuBrahman

Julgamento Interativo e 1º Leilão Brahman Brasil

foram os destaques da exposição Por Thassiana Macedo/ACBB • Fotos Maurício Farias

Dentro da programação da 12ª

nas apóiam o desenvolvimento dessa

Brahman, Adalberto Cardoso. A ho-

ExpoBrahman, a Associação dos Cria-

atividade, mas as aulas de Avaliação de

menagem conferida pela ACBB a dois

dores de Brahman do Brasil (ACBB)

Tipo são ministradas pela jurada nos

dos pioneiros da raça Brahman, ambos

realizou a 1ª Edição do curso Julga-

cursos de julgamento da ABCZ, há 15

com papel fundamental para a vinda

mento Interativo. A ideia é envolver a

anos.

da raça, marca o 22º ano do Brahman

interação e integração dos criadores e

Outra novidade da exposição de

julgadores nas avaliações dos animais

2016 foi o remate do 1º Leilão Brah-

levados à pista.

man Brasil, que superou as expecta-

O leilão de estreia teve 53 lotes de

A capacitação foi ministrada pela

tivas. Transmitido para todo o Brasil

machos, fêmeas e prenhezes vendidos

jurada Icce Garbellini, responsável

pelo Canal do Boi, foram ofertados no

por R$519.480, resultando na média

pelo julgamento de pista da raça e

leilão prenhezes, fêmeas, machos e tou-

geral de R$9.801. As fêmeas puxaram

que, na prática, aliou toda a metodo-

ros de central, que foi prestigiado por

as negociações, com 32 exemplares

logia apresentada durante o curso com

brahmistas da nova e da velha guarda

comercializados à média de R$8.122.

a discussão do biotipo produtivo do

do Brahman, resultando na liquidez

Total de 12 reprodutores foram ven-

Brahman. “A avaliação de tipo é a me-

total. Antes do início do remate, Ma-

didos pelo preço médio de R$15.888.

todologia utilizada para selecionar os

ria da Graça Martins de Camargos,

Entre eles estava o animal do Uber-

animais das raças zebuínas com apti-

representando Rômulo Kardec de Ca-

Brahman, o mais valorizado do pregão,

dão para corte, independente do ma-

margos, e Moisés Campos, represen-

que teve 50% vendido por R$15.000,

nejo utilizado”, explica Icce Garbelli-

tando Roberto Guttierrez, receberam

para Marco Antônio Andrade Barbo-

ni. A Diretoria Técnica da ABCZ e o

uma homenagem das mãos do presi-

sa. Nove prenhezes saíram à média de

Colégio de Jurados das Raças Zebuí-

dente da Associação de Criadores de

R$12.080.

60 O ZEBU

no Brasil e a sua consolidação como a 2ª maior raça do país.


Painéis “O Boi que Vende” e “Crescendo com o Brahman”

movimentaram a exposição Por Thassiana Macedo/ACBB • Fotos Maurício Farias

Uma inovação da 12ª Edição da

também estiveram presentes e apresen-

cionar como excelente opção de aca-

ExpoBrahman foi o Painel “O Boi

taram ao público a visão sobre as prin-

salamentos. Porém, o diretor da Alta

que Vende”, destinado à discussão en-

cipais oportunidades de negócios, bem

alerta os criadores sobre a importância

tre criadores, técnicos e apaixonados

como as mais recentes necessidades do

da seleção para baixo peso ao nasci-

pela raça Brahman de todo o país. O

mercado, que devem ser consideradas

mento e facilidade de parto.

painel é parte de um conjunto de ini-

prioritariamente por quem está no

Heverardo Carvalho também des-

ciativas que a entidade está realizando

ramo. Vários criadores de diversas par-

taca o grande interesse dos produtores

para apoiar os criadores a aprimorar a

tes do Brasil e técnicos participaram

por touros com maior fertilidade na

seleção do Brahman. “Com a maturi-

do debate e também compartilharam

inseminação, devido ao grande impac-

dade, a raça Brahman está assumindo

suas experiências.

to sobre os custos da Inseminação Ar-

sua verdadeira vocação: a produção de

Para Paulo Horto, o Brahman tem

qualidade,” reforça Adalberto Cardo-

o modelo que todas as raças de corte

O painel apontou em consenso

so, presidente da ACBB. A entidade

perseguem. “Podem produzir mais 7,

que os itens mais importantes para o

está preparando um Encontro de Atu-

8 ou 10 mil touros Brahman de qua-

“boi que vende” são: ótima apresenta-

alização Técnica para meados de 2017,

lidade que eu vendo e vendo bem”,

ção; conformação correta e harmônica;

quando pretende avançar nos debates

garante o leiloeiro. Já Heverardo Car-

aprumos e patas fortes; alta fertilidade;

e inovar nas orientações aos criadores

valho, evidenciou o grande número de

desempenho comprovado em progra-

sobre a seleção de Brahman voltada

fêmeas F1 (Zebu x Europeu) que vem

mas de melhoramento; e que demons-

para o competitivo mercado do agro-

sendo produzido no país e as oportu-

tre bem os diferenciais da raça Brah-

negócio.

nidades para a raça Brahman se posi-

man, como precocidade, rendimento

tificial em Tempo Fixo (IATF).

Por meio de vídeos, Maurício Tonhá, da Estância Bahia e João Campos, da Central Leilões, expuseram suas experiências aos presentes, com informações sobre comércio no ramo da pecuária ao responderem à pergunta: “Qual o boi que vende”? Maurício Tonhá, por exemplo, destaca um ponto crucial: o criador precisa ofertar produtos com alta qualidade e persistir, pois as grandes marcas alcançam ótimos preços em decorrência de um longo trabalho de excelência em servir o mercado, mantendo compradores sempre satisfeitos. Paulo Horto, da Programa Leilões e Heverardo Carvalho, da Alta Genetics,

O ZEBU 61


OZebuBrahman de carcaça ou musculosidade e docili-

a atenção das crianças para o mundo

co da ABCZ, que voltou a participar

dade. O “boi que vende” também deve

da pecuária e motivar filhos e netos

do projeto nesta edição e era uma das

preservar as características de adapta-

de pecuaristas a serem seus sucessores

mais entusiasmadas e compenetradas

ção, pois precisa superar os desafios

no agronegócio. Crianças de 2 a 15

durante as aulas.

do ambiente ao qual será submetido e,

anos participaram do projeto, que teve

A prática do projeto envolveu a

ainda, manter-se altamente produtivo.

como instrutora a médica veterinária

aproximação entre crianças e animais.

Além do painel, a Associação

Tatiane Almeida Drummond Tetzner.

Participantes pela segunda vez, Maria

também realizou mais uma edição

Aldo Valente, pai de Ana Letícia,

Vitória, de apenas 2 anos, adorou des-

do projeto “Crescendo com o Brah-

afirma que a filha já participou de vá-

filar montada em um touro Brahman.

man”, uma iniciativa que busca atrair

rias edições do projeto. “É muito sa-

Já João Massud, de 3 anos, filho da

tisfatório ver a alegria das crianças ao

brahmista Circe Massud, já mostrou

terem contato com os animais. Presen-

desenvoltura com os animais.

Precisamos motivar a vinda das famílias para as exposições e despertar o amor das crianças pelos animais é o melhor caminho”

62 O ZEBU

ciei a vibração delas durante as práti-

Ao final desta edição, as crianças

cas de apresentação do gado. Precisa-

e adolescentes participaram de uma

mos motivar a vinda das famílias para

cerimônia de entrega dos certificados

as exposições e despertar o amor das

de participação e de presentes na pista

crianças pelos animais é o melhor ca-

principal do Parque Fernando Costa.

minho”, ressalta. Quem também vem

A próxima edição do “Crescendo com

crescendo com a raça Brahman é Bea-

o Brahman” está prevista para ExpoZe-

triz Fraga, filha de Lauro Fraga, técni-

bu 2017.


REVISTA O ZEBU NO BRASIL

Foto: JM Matos

Foto: JM Matos

Tabapuã

ABCT apresenta

balanço de gestão O ZEBU 63


OZebuTabapuã

Gestão 2015/2017 promoveu avanços genéticos e ampliou número de sócios da ABCT Por Renata Gomide • Fotos JM Matos

Perto de concluir o mandato de

todo País”, afirma Ártico, que diz não

que o resultado passou longe do espera-

presidente da Associação Brasileira dos

acreditar que exista algo tão gratifican-

do, mas em outras temos a sensação que

Criadores de Tabapuã (ABCT) – gestão

te, tão desafiador e tão intrigante quan-

estamos muito próximos do resultado

2015/2017 –, o engenheiro e criador

to o melhoramento genético.

desejado”, salienta o dirigente classista.

Marcelo Ártico, tem motivos para co-

“Não sabemos se estamos cons-

Segundo Ártico, os avanços no me-

memorar: neste período ele conseguiu

truindo um animal ou apenas tentando

lhoramento genético da raça são muitos

elevar o número de sócios, hoje perto

juntar as peças de um quebra cabeças

e constantes; assim, sua gestão se empe-

de 100, e levou a raça a muitos e cons-

para trazê-los de volta à sua forma origi-

nhou em levar a genética Tabapuã e as

tantes avanços genéticos.

nal. Sabemos, porém, que a respeito de

políticas de qualidade da ABCZ (Asso-

“Sabemos que o Tabapuã está aí

todas as leis da genética, nós criadores,

ciação Brasileira de Criadores de Zebu)

como uma opção de diversificação, pois

por diversas vezes, somos levados pela

para os criadores estabelecidos no terri-

é uma raça extremamente produtiva em

intuição. Muitas vezes temos certeza de

tório nacional.

64 O ZEBU


Ele conta que a raça Tabapuã ganhou notoriedade usando todas as in-

Eleições para ABCT serão

Conheça a chapa completa:

realizadas em dezembro

formações junto à ABCZ, participando

A Associação Brasileira de Criadores de

das exposições pro-genética e de vários

Tabapuã (ABCT) elege sua nova diretoria

eventos, mostrando um fôlego invejável

dia 9 de dezembro, a partir das 14 horas.

e com maiores volumes de negócios.

O criador Júlio Christian Laure concorre à

Vice-Presidentes:

presidência da entidade, com chapa única,

João Trivelato Neto

apresentada dia 9 de outubro.

José Coelho Vitor

“Levamos o Tabapuã para o Show Rural em Cascavel (PR), onde o que

Presidente: Júlio Christian Laure

predomina é o gado europeu; partici-

Associados já foram convocados para

pamos da InterCorte em São Paulo; a

assembleia geral ordinária, que será rea-

Francisco Medeiros

raça esteve presente em vários eventos

lizada na sede da entidade, localizada no

Fernando de Oliveira Santos

e exposições pela primeira vez. Estamos

Parque Fernando Costa – Praça Vicenti-

abrindo fronteiras”, garante Ártico, que

no Rodrigues da Cunha, n° 110.

Sabino Siqueira da Costa

Diretoria Administrativa/Financeira:

comemora: “muitos segmentos do agro-

A convocação para eleição da Direto-

negócio botaram reparo em nossa raça”!

ria e dos Conselhos Consultivo e Fiscal

Desde que assumiu o comando da

para o biênio 2017/2019, assinada pelo

Diretoria de Divulgação/Marketing:

ABCT, Ártico pautou sua gestão em

presidente Marcelo Ártico, foi feita com

Márcio Henry Gregg

ações inovadoras, eficientes e buscou

base nos Artigos 29, 35 e 37 do Estatuto

conhecer o perfil do criador, “pois esse é

da ABCT.

Sérgio Junqueira Germano

Diretoria Técnica:

um ponto fundamental para conquistar

Edital de convocação especificou

objetivos”, acrescenta. Conforme desta-

ainda a data de 10 de outubro de 2016

ca, a partir desse comportamento criou-

como prazo limite para a apresentação

Conselho Consultivo:

-se um novo hábito que determinou os

do pedido de registro de chapa. A posse

Marcelo Antônio Neto Breijão Ártico

resultados de toda a sua gestão.

da nova Diretoria e dos Conselhos Con-

Otávio Oliveira de Carvalho Filho

sultivo e Fiscal eleitos ocorrerá no dia 15

Raimundo Jezualdo Sales

de fevereiro de 2017.

Renato Garcia Fernandes

Para o dirigente, contudo, em que pese o Tabapuã estar presente em todo

Edson de Azevedo Ribeiro

Brasil, apresenta mais expressividade

Paulo César Rudge Ortenblad

em Goiás, no Pará, São Paulo, Mato

Wagner Lobão da Silva Filho

Grosso e Mato Grosso do Sul. Portanto,

Valmor Stofela

afirma Ártico, “é preciso ampliar essa

Edgard Ramos da Silva Rêgo Júnior

ocupação em território nacional. Precisamos estar em muitos lugares além dos

Conselho Fiscal

citados tradicionais”. Para Ártico, seu sucessor à frente da

Efetivos:

ABCT, terá como desafio “realizar so-

César Giachini Júnior

nhos”, assim como fez junto com sua

Antônio Levillier Garcia

diretoria. “Vestimos a camisa de cada

Paulo Sérgio Annicchino

associado; vibramos junto com suas realizações; brigamos pelo sucesso de cada

Suplentes:

um e nos orgulhamos de fazer parte des-

Bruno Henry Gregg

ta história. Cultivamos amigos porque

Leonardo Moraes

sonhamos sempre juntos”, finalizou.

Bernardo Alexandre de Andrade

O ZEBU 65


66 O ZEBU


REVISTA O ZEBU NO BRASIL

Foto: JM Matos

Sindi

Exposição Nordestina mostra o melhor da raça

O ZEBU 67


OZebuSindi

Rio Grande do Norte sedia evento da Raça Sindi Por Renata Gomide• Fotos: Arthur Targino

Leilões, torneio leiteiro e mostra de animais compuseram a agenda da III ExpoSindi – Exposição Nordestina da Raça Sindi, que reuniu cerca de 200 exemplares de 19 criadores. O evento, que também abrigou o II Fórum Nacional da Raça Sindi, foi realizado em Parnamirim, no Estado do Rio Grande do Norte. Localizada a 12 km da capital Natal, a cidade sediou uma extensa programação iniciada no dia 8 de outubro, sábado, com a abertura III ExpoSindi e da Festa do Boi 2016. No domingo, dia 9, a agenda começou às 6 horas, com o Torneio Leiteiro, seguido da I Mostra de Cruzados Sindi do Rio Grande do Norte e da II Feira do Programa Pró-Genética, sendo que às 19 horas foi realizado o Grande Leilão EMPARN. Pela manhã e à tarde, nos dias 11 e 12, animais da raça Sindi foram para a pista de julgamento. Levaram o troféu

JM Matos

máximo da exposição a matriz Barbie da Caroatá, como Grande Campeã e

Montana JJFS 256, ganhou o torneio

Alexander LFBS 15, também do Reba-

como fêmea jovem, com 20,466 kg e

nho Caroatá. Dileto P levou o prêmio de Reservado Campeão. As atividades do Torneio Leiteiro foram realizadas até o dia 12, sagrando-se vencedora a vaca jovem Kaya JJFS 208, com um total de 41,850 kg de leite, com média de 13,953 kg por ordenha, sendo duas por dia. No julgamento, ela também levou o prêmio de Reservada Grande Campeã. Já a vaca

68 O ZEBU

O II Fórum Nacional da Raça Sindi, que teve como objetivo debater e estruturar um documento sobre processos de seleção da raça”

média de 6,822 kg por ordenha. A I Mostra de Cruzados Sindi do Rio Grande do Norte e a II Feira do Programa Pró-Genética aconteceram até 14 de outubro. A programação do evento também incluiu o seminário Fogo e Carne, com palestras e oficinas de cortes apresentadas pelos especialistas Flávio Saldanha e Marcelo Bolinha. Para tanto, foram utilizadas carcaças de


garrote Sindi PO doadas pelo Sindi do Rio Grande do Norte. A programação foi encerrada com o tradicional churrasco de confraternização na Casa do Sindi e apresentação dos animais do Leilão Sindi Estrelas, realizado no dia seguinte, às 20 horas. No dia 14 de outubro, criadores participaram do II Fórum Nacional da Raça Sindi, que teve como objetivo debater e estruturar um documento sobre processos de seleção da raça. Após sua elaboração, será remetido à ABCZ para encaminhamento das decisões técnicas. Já as decisões de cunho promocional, contidas no documento, ficarão a cargo da ABCSindi. A primeira Edição desse evento, promovida em Uberaba (MG), durante

ting. A programação da III ExpoSindi

animais Sindi.

foi encerrada à noite, com o “Papo de

O plantel Sindi Castilho, que tem

Curral”, na Casa do Sindi Deputado

como titular o pecuarista e selecionador

Nélio Dias.

Adaldio Castilho Filho, vice-presidente da Associação Brasileira de Criadores de

Novo Horizonte tem feira com plantel Sindi

Sindi (ABCSindi), é a principal referência no evento.

a ExpoZebu 2016, reuniu associados,

Conhecida mundialmente por ser

Considerada como uma das melho-

parceiros e convidados, que debateram

um dos polos de preservação da raça

res festas country do País, este ano trou-

temas como incômodos em relação à

Sindi no Brasil, a cidade de Novo Hori-

xe uma novidade: a 1ª ExpoAgro NH.

seleção da raça Sindi e como resolvê-los;

zonte (SP) sediou a 49ª Edição da Festa

A programação incluiu julgamentos e o

Padrão Racial; Critérios de Seleção;

do Peão. O evento trouxe uma mostra

desfile dos campões, além de shows de

Pesquisa e Desenvolvimento, e Marke-

seletiva e morfológica com mais de 100

artistas de renome nacional.

O ZEBU 69


70 O ZEBU


O ZEBU 71 Fotos: JoĂŁo Medeiros


OZebuSindi

Dia de Campo da Raça Sindi reúne pessoas de diversas partes do país na Fazenda Rajasthan Por Rick Mello - DuasBarras.com • Fotos: Rick Mello

O Gado vermelho e robusto que

Campo Belo, Zona Rural do Município

dores da raça.

veio do Paquistão é uma das raças ze-

de Duas Barras. Após um incrementa-

- “O intuito deste evento é mos-

buínas mais puras e antigas da Ásia, e a

do café da manhã, a programação foi

trar aos nossos vizinhos e criadores da

maior criação fluminense está em Duas

aberta oficialmente pelo propagador

região, as vantagens desta Raça, dita

Barras, na fazenda Rajasthan, do criador

da Raça no Estado do Rio de Janeiro, o

nova, mas que na verdade é uma raça

Gilberto Browne de Paula, proprietário

criador e apreciador Gilberto Browne,

que possui mais de cinco mil anos e

de 70 animais. Além de apresentar uma

proprietário da fazenda.

oferece muita vanguarda em relação a

ótima adaptabilidade, o Sindi produz

Graduado em odontologia, Gilber-

qualidade da carne, fertilidade, preco-

leite de alta qualidade e sua carne ofe-

to, que já está à frente da pecuária há

cidade, rusticidade e docilidade. São

rece excelentes resultados no mercado.

mais de 34 anos, afirma que a sua expe-

animais encantadores que apresentam

O primeiro dia de campo da raça

riência com o Sindi proporcionou mui-

muitas virtudes e quem tem curiosida-

aconteceu na última sexta-feira (28/10),

tos resultados positivos e que o evento

de pela raça deve conhecer e investir na

na Fazenda Rajasthan, na localidade de

é uma forma de estimular futuros cria-

criação para comprovar o que eu estou

72 O ZEBU


dizendo. Hoje nós estamos recebendo

a todos, venham conhecer e participar

cas e de pastagem. Essa ‘Rusticidade’ fa-

a presença de criadores de outras raças

conosco dessa revolução na pecuária” -

vorece na obtenção de belos resultados”

que estão vislumbrando possibilidades

finalizou Gilberto.

- destacou Ronaldo.

de ter animais de qualidade técnicas su-

O Presidente da Associação Brasilei-

Para o advogado e criador do ‘SIN-

periores, utilizando o SINDI como fa-

ra de Criadores de SINDI (ABCSindi)

DI do Padre’ em Duas Barras, Angelo

tor melhorador e de acréscimo na qua-

e Vice Presidente da ABCZ (Associação

Vianello, o evento é um marco na di-

lidade de suas criações. Isso nos anima e

Brasileira de Criadores de Zebú), o mi-

vulgação da raça no estado. Ele relata

nos deixa muito otimista para difundir

neiro de Uberaba, Ronaldo Andrade,

que está muito satisfeito com os resul-

a raça e esse trabalho que estamos de-

destacou a parceria da assossiação com

tados da SINDI e que essa é uma boa

senvolvendo aqui em Duas Barras” -

Gilberto e as vantagens da Raça SINDI.

oportunidade para que novos produto-

disse o criador.

- “Defino o criador Gilberto como

res utilizem a raça em seus rebanhos.

Giberto acrescenta que a Raça é

o embaixador da Raça, pois ele realiza a

Criadores de Sindi e de outras ra-

uma das que mais cresce no Brasil e faz

ponte entre os produtores fazendo com

ças vieram de longe para participar do

um convite aos criadores interessados

que o SINDI ocupe o espaço que me-

evento. Como é o caso de Alessandro

em implementar a raça em suas pro-

rece. A associação aplaude essa inicia-

Fonseca, que veio da cidade de Três

priedades, que façam uma visita a Fa-

tiva do amigo, em realizar esse evento,

Corações, no Sul do Estado de Minas

zenda Rajasthan para conhecer a Raça

que promove a divulgação da raça. Es-

Gerais. Ele destacou o excelente traba-

de perto, e a partir daí começar a pro-

tamos numa região tradicional de Ne-

lho da Fazenda Rajasthan com a Raça

mover resultados em suas criações.

lore e Guzerá, mas o SINDI não vem

SINDI e a oportunidade que o evento

- “Gostaria de agradecer a minha

para disputar espaço e sim para somar.

promove, de a partir das informações

família e ao meu pai, que foi meu men-

A raça apresenta muita qualidade e se

agregar valor a criação que desenvolve

tor, e aproveitar para fazer um convite

adapta muito fácil as questões climáti-

no Estado de Minas, onde declara já estar conseguindo ótimos resultados com o gado. O pecuarista e criador, Josemar e o vice presidente do Núcleo de Criadores de SINDI do Rio Grande do Norte, Matheus, vieram de Natal-RN para prestigiar o dia de campo em Duas Barras. Josemar, que é criador da raça a mais de 15 anos, destacou que o Sindi tem que estar presente em todo Brasil, e que no Nordeste a cadeia produtiva está em constante crescimento. Para Matheus, o SINDI é uma raça que demonstra grande potencial, e o rebanho do Gilberto é exemplo desse excelente trabalho, sendo o evento uma boa oportunidade de conseguir novos adeptos a raça. O momento das Palestras, em tenda montada no espaço do evento, proporcionou aos presentes valiosas infor-

O ZEBU 73


OZebuSindi mações sobre o manejo e na eficiência

do rebanho. Ele também ressaltou que

res e do queijo de cabra Rancho Grande.

do gado da Raça SINDI. A palestrante

as paletras ministradas no evento apre-

Após a apresentação dos exemplares

Drª. Sabrina Souza, da UFR-RJ, ini-

sentaram conceitos essenciais para os

da Raça SINDI, no Tarttersall Manoel

ciou o ciclo falando sobre a Genômica

criadores, trazendo informações oriun-

Barros de Paula, homenagem ao pai de

aplicada ao melhoramento genético do

das de estudos profundos dessa concei-

Gilberto, foi servido aos presentes um

gado de corte; em seguida, o Professor

tuada raça.

delicioso almoço preparado pelo Bufê

José Reinaldo Ruas palestrou sobre a

Na ocasião também foi apresentado

Produção de leite com vacas f1 e bezer-

o queijo a base do leite de vacas Sindi, o

Dezenas de pecuaristas, técnicos, es-

ros de corte; encerrando as palestras, o

“Queijo de Sindi” produzido pela Fazen-

tudantes, interessados e representantes

diretor e consultor da ABCSind (Asso-

da Rajasthan em Duas Barras. Além da

de Associações e Entidades da Região,

ciação Brasileira de Criadores de SIN-

degustação do queijo Sindi, foi oferecida

também estiveram presentes em busca

DI), Professor Arthur Targino, falou

no evento a degustação do Café Palma-

de informações sobre a rústica Raça

do SINDI e seu potencial na pecuária nacional. Arthur, que é do Rio Grande do Norte, também falou a nossa reportagem que a Raça se encaixa bem a região e proporciona um retorno rápido de investimento. - “A Região Serrana do Rio de Janeiro e Centro Norte Fluminense depende muito de pecuária de corte e leiteira e o SINDI encaixa nisso como uma ‘luva’, porque a raça é de dupla aptidão. Visualizo um futuro enorme pro SINDI, pois a raça tem muito a contribuir com o estado do Rio de Janeiro, pra região sudeste e principalmente para quem faz uma pecuária extensiva com desempenho superior, proporcionado um ganho de capital e um retorno rápido de investimento” - disse o diretor da ABCSind, Arthur Targino. O Zootecnista e Técnico da ABCZ, Renato Chalub Filho, um dos responsáveis pelo registro do gado SINDI na fazenda Rajasthan, relatou que os animais da propriedade participam do programa de melhoramento genético da raça zebuína (PMGZ) para o gado de corte e ainda participam do controle leiteiro oficial das matrizes através da ABCZ, o que garante a produtividade

74 O ZEBU

de Roberta Caetano e equipe.


Zebuína. Além dos já citados durante a reportagem, vale destacar a presença de representantes da Cooperativa Agropecuária de Duas Barras; Emater-Rio; Estudantes da UFR-RJ; a Drª. Raquel Mello, da Esalc de São Paulo; o pecuarista Paulo Lengruber, criador de Nelore; o senhor Francisco Ismério, criador de Guzerá; o Secretário de Cultura e Turismo do Município, Francisco Vasconcellos; o Veterinário Jonathas Netto, da Fazenda Santa Philomena em Duas Barras; o Chefe do Núcleo de Defesa Agropecuária da Região, o Veterinário de Cordeiro, Ademir Daudt; a Veterinária Solange Mello e representantes da

zenda Rajasthan, através do proprietá-

Sindi do Padre - Duas Barras/RJ; La

APRASEQ (Associação dos Produtores

rio e criador da Raça Sindi, o Cirurgião

Belle Sindi - Carmo/RJ; SINDI Cario-

Rurais do Alto da Serra do Quilombo).

Dentista Dr.º Gilberto Browne, e con-

ca; Associação dos Criadores de SINDI;

O Evento foi uma realização da Fa-

tou com o apoio do SINDI Rajasthan;

EcoSind de Maricá; ABCSind e ABCZ.

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76 O ZEBU


REVISTA O ZEBU NO BRASIL

Foto: JM Matos

Indubrasil

Fazenda Cachoeira

a glรณria do sertanejo O ZEBU 77


OZebuIndubrasil

Fazenda Cachoeira A glória do Indubrasil sertanejo Por Thassiana Macedo • Fotos JM Matos

A Fazenda Cachoeira está localizada no município de Iraucuba, uma das regiões mais secas do Estado do Ceará, mas com uma pastagem natural de estilosante muito forte. A propriedade, de 770 hectares, a 140 km da capital Fortaleza, é a prova de que nem o calor e a seca do semiárido nordestino são capazes de impedir a criação de gado Zebu, em especial de Indubrasil, que se destaca entre as demais raças. Num calor que pode chegar facilmente a 40ºC, o criador Sérgio Silveira

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Fonteles conta que o Indubrasil da Cachoeira mantém seu trabalho e sua produção diária, sem demonstrar qualquer mudança no temperamento. “Nossa seleção de Indubrasil iniciou-se há 54 anos, com meu pai, o médico Gerardo Majela Fonteles. Apaixonado pela raça, pois além do grande porte, ela também é muito rústica, meu pai foi o primeiro criador no Estado a usar a técnica de inseminação artificial na produção de bezerros. Desde então, começou um trabalho de melhoramento genético,

que hoje rende muitos frutos, pois o Indubrasil da Cachoeira é conhecido mundialmente como um dos melhores rebanhos do mundo”, destaca. O pecuarista ressalta que os bezerros nascem pesando entre 28kg e 30kg, com partos fáceis. Logo estão mamando, sem uso de mamadeira ou qualquer outra técnica artificial. “Os sertanejos dizem que o sol é um santo remédio para o gado e acabamos acreditando que é mesmo”, afirma convicto. Fonteles utiliza inseminação artificial e


monta controlada, obtendo bons resultados, mesmo sem qualquer medicação ou hormônios. Mesmo no pico do sol, a mortalidade normal é menor que 1%, praticamente nula. O gado passa o ano inteiro no pasto e, apenas aqueles animais destinados às exposições, permanecem confinados por alguns meses. Hoje, o mestiço Zebu é encontrado em todo o semiárido, por sua rusticidade favorecer o manejo. Em 50 anos de criação, o gado de Sérgio Fonteles sempre produziu bezerrada sadia, de bom porte e notáveis resultados nos cruzamentos. “A fazenda pratica Fertilização in Vitro (FIV) para ganhar tempo, tendo em vista um gado mais moderno”, salienta. Por estar em região árida, a Fazenda Cachoeira está preparada para enfrentar condições adversas, com poços artesianos e reservatórios de médio porte, os quais garantem o abastecimento de água durante os períodos de secas. “Atualmente, estamos utilizando além da inseminação e monta natural controlada, também FIV, e estamos obtendo bons resultados. Nossa genética está sendo exportada para toda a América Central, através da venda de embriões e sêmen de nossos animais. A Cachoeira tem tradição na exportação de animais para Tailândia, já na década de 1990, vários animais foram exportados e fizeram muito sucesso lá. Nossa seleção é a mais premiada na história da Expoece”, afirma Fonteles. Engenheiro Civil por formação, Sérgio Fonteles herdou do pai a paixão pela raça Indubrasil, mas é com o apoio da família: a esposa Maria Christina e os filhos Marconi, Ingridi e Antonella Fonteles, que o criador recentemente resolveu apostar alto na seleção. A par-

Nossa seleção de Indubrasil iniciou-se há 54 anos, com meu pai, o médico Gerardo Majela Fonteles” tir do próximo ano, a Fazenda Cachoeira vai participar da ExpoZebu, onde serão exibidos animais consagrados na raça, como os reprodutores Ayuaba da Cachoeira e Apache da Cachoeira, e as doadoras renomadas Canastra da Cachoeira e Donzella da Cachoeira. “Hoje, nosso rebanho é constituído por 74 matrizes Indubrasil PO e quatro reprodutores, mas dobraremos esse número até o final deste ano, em virtude de termos utilizado muito o sistema de FIV. Esse trabalho está sendo feito para atender a grande demanda por bezerros Indubrasil que temos no Norte do

Brasil e também no exterior”, reforça o pecuarista. Sérgio Fonteles conta que, até hoje, a Fazenda Cachoeira detém o recorde nacional de produção de leite oficial ABCZ, com a vaca Galícia da Cachoeira e mantém outros três importantes animais da seleção entre os 10 primeiros do ranking de produção. “Entrei no Indubrasil no ano de 1984, influenciado pelo meu saudoso pai e, até hoje, mantenho o amor por essa raça. Nossa produção prevista para este ano, incluindo FIV, IATF e monta controlada está prevista entre 70/80 animais de alta qualidade genética. E nosso pensamento é de realizar, no próximo ano, o primeiro leilão Indubrasil da Cachoeira, no mês de setembro, durante a Expoece”, planeja o criador. Exposição Nacional do Indubrasil A 5ª Edição da Exposição Nacional da Raça Indubrasil, realizada no dia 8

O ZEBU 79


OZebuIndubrasil de setembro de 2016, durante a 62ª Expoece, em Fortaleza (CE), contou com a participação de 60 dos melhores representantes da raça. Na pista do Parque Governador César Cals, desfilaram animais pertencentes aos criatórios de Sérgio Silveira Fonteles, Cláudio Silveira Rezende, João Carvalho Pinto, Roberto Fontes Goes, presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Indubrasil (ABCI) e outros três criadores. O destaque da exposição foram os animais do criatório da Fazenda Cachoeira, que levou 20 dos 35 prêmios distribuídos aos melhores animais da raça Indubrasil, julgados pelo jurado da ABCZ, Clarindo Irineu de Miranda. A vaca Euphoria (Bacara x Eleita FIV) levou o prêmio de Grande Campeã, e o touro Soberano (Bacara x Educada FIV) foi coroado o Grande Campeão da Nacional do Indubrasil. Gávea (Bacara x Guadalajara) foi Reservada Grande Campeã e Akan da Cach (Aymore da Cach x Exotica) foi o Reservado Grande Campeão, todos do criador Sérgio Fonteles. Na modalidade Progênies, Exotica (Astuta e Akan) foi premiada Campeã Progênie de Mãe e Aymore da Cach (Imperatriz, Babilônia, Condessa e Apache) foi o Campeão Progênie de

80 O ZEBU

Pai. A vaca Imperatriz da Cachoeira (Aymore da Cach x Aymee da Cach) levou o 2º prêmio de Novilha Menor (12–14 meses) e Essência do Cassu (Capitão x Bela do Cassu), parceria de Sérgio Fonteles com Renato Miranda Caetano Borges, levou o 2º prêmio Novilha Maior (18–20 meses). Quênia Floresta (Marujo x Nata Floresta), parceria de Sérgio Fonteles com Francisco Alves dos Santos, levou o

prêmio Novilha Maior (20–22 meses), e Babilônia da Cach (Aymore x Vitona da Cach) foi a campeã Novilha Maior (22–24 meses). Já Euphoria (Bacara x Eleita FIV) também levou o troféu de Campeã Fêmea Jovem (24–28 meses) e Gávea (Bacara x Guadalajara) foi a Reservada Campeã. Na categoria Fêmea Jovem (32–36 meses), Astuta da Cach (Cardeal da Cach x Exotica) levou o 1º prêmio e Amora da Cach (Cardeal x Azaleia da Cach) o 2º prêmio. Na modalidade Vaca Adulta, a premiada foi Boneca do Cassu (Sucesso do Capitão x Canaria do Cassu), parceria entre Sérgio Fonteles e Renato Caetano Borges. Já Vitona da Cachoeira (Albatroz x Vitoria da Cach) foi Campeã Matriz Modelo. Entre os machos, Chefe da Cachoeira (Delicado x Pavuna da Cach) levou o 1º prêmio e Guerreiro da Cachoeira (Aiuaba x Azaleia da Cach), o 2º prêmio, ambos na categoria Baby (6–8 meses). Já Akan da Cach (Aymore x Exotica) também levou o prêmio de Campeão na categoria Júnior Maior (20–22 meses) e Apache da Cach (Aymore da Cach x Ariana da Cach) foi o Reservado Touro Jovem (24–28 meses). Para o criador Sérgio Silveira Fonteles, todos estes prêmios recebidos pela Cachoeira são fruto de um trabalho iniciado por seu pai, Dr. Majela, há 54 anos. “Meu pai sempre procurou modernizar o Indubrasil, trazendo precocidade, correção de umbigos e tetas, tendo animais com ótimo acabamento de carcaça antes dos 24 meses. Nosso trabalho tem sido dar continuidade, hoje estamos trabalhando muito usando FIV para podermos ter mais volume de animais e assim atendermos o mercado interno e externo”, avalia o pecuarista, entusiasta da raça.


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84 O ZEBU


Equinos

REVISTA O ZEBU NO BRASIL

Acontecimentos na

Foto: Wellignton Valeriano

Expointer 2016

O ZEBU 85


OZebuEquinos

Com Freio de Ouro, Crioulo é um dos destaques da Expointer 2016 Por Thassiana Macedo/AgroEffective • Fotos: Felipe Ulbrich/ABCCC/Divulgação/Giovani Vieira

Cerca de 15 mil pessoas lotaram as

planejamento estratégico. “Vencemos o

quem está em condições. Isso vem sendo

dependências do complexo da Associação

Freio de Ouro há dez anos, com o pai

demonstrado há muito anos e foi apare-

Brasileira de Criadores de Cavalos Criou-

desse cavalo, o Ganadero da Harmo-

cendo durante toda Edição deste ano. O

los (ABCCC), no Parque de Exposições

nia, e a partir daí começamos a traba-

Freio de Ouro, hoje, é um patrimônio do

Assis Brasil, em Esteio (RS), para acom-

lhar com os filhos dele. Dez anos de-

Rio Grande do Sul e sucesso de público”,

panhar a grande final do Freio de Ouro,

pois, fomos coroados novamente com

salienta Laitano.

durante a Expointer 2016. Os vencedo-

um prêmio dessa importância. O Freio

Entre as fêmeas, o Freio de Prata foi

res, tanto dos machos quanto das fêmeas,

de Ouro é uma ferramenta de seleção

para Carlota de São Pedro, guiada pelo gi-

despontaram como favoritos e lideraram

de muita importância e nós podemos

nete Fábio Teixeira da Silveira e o Freio de

a competição desde o início das etapas

aprender com ela”, garante Teixeira.

Bronze foi entregue a Natividade Setem-

funcionais. O ginete destaque do ano foi

O presidente da Associação Brasi-

brina, guiada por Daniel Waihrich Ma-

leira de Criadores de Cavalos Crioulos

rim Teixeira. Entre os machos, o Freio de

Nas fêmeas, a vencedora do Freio de

(ABCCC), José Luiz Lima Laitano, afir-

Prata foi para Guapuruma Mate Amargo,

Ouro foi a Farrera de Los Campos, da Es-

ma que não foi nenhuma surpresa o re-

com o ginete Cézar Augusto Schell Freire

tância Vendramin, de Ponta Grossa (PR),

sultado da competição. Salienta que os

e o Freio de Bronze ficou com BT Vermu-

guiada pelo ginete Antonieto Rosa, com

animais que vêm demonstrando eficiên-

te, guiada por Volmir Santos de Guima-

média de 20.998. Segundo o expositor

cia no ciclo chegam com maior potencial

rães. O circuito do Freio de Ouro 2016,

Aldo Vendramin, é grande a satisfação de

na final do Freio de Ouro. “Lógico que

organizado pela ABCCC, conta com o

ganhar mais um Freio de Ouro. Ele foi

há uma incógnita, porque tem o dia do

patrocínio de Ipiranga, Massey Ferguson

campeão em 2013, com a égua Oraca

cavalo e do ginete, mas realmente ganha

e Ford, e apoio da Supra.

Guto Freire.

do Itapororó. “É difícil segurar a emoção. Todo o criador sonha em vencer esta competição. E esta conquista é fruto de um trabalho realizado na estância, onde foram definidas as metas a serem seguidas”, afirma. Já entre os machos, o título foi para Harmonia Temprano, da Cabanha Harmonia, de Santa Vitória do Palmar (RS), montado pelo ginete Zeca Macedo, com média de 22.607. O expositor é a Harmonia Agricultura Pecuária Ltda. Para Rodrigo Teixeira, um dos proprietários da Cabanha, a conquista do Freio de Ouro se deve a um bom

86 O ZEBU


Competições movimentam

criolistas durante a exposição Por Thassiana Macedo • Fotos: Felipe Ulbrich/ABCCC/Divulgação

A égua Dinastia Cala Bassa, das Cabanhas Firmeza e Cala Bassa, em Aceguá (RS), conquistou o título da Morfologia da raça. O proprietário da Cabanha Cala Bassa, Marcelo Móglia, que também foi vencedor na Categoria Machos, com o cavalo Esquivado Cala Bassa, dedicou ambos os prêmios ao seu avô e seu pai. A decisão levou em consideração, por exemplo, a análise das proporções, do equilíbrio corporal e da qualidade dos movimentos entre os 226 animais que participaram da competição organizada pela Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC). A decisão da Paleteada da raça Crioula, realizada na sexta-feira, 2 de setembro, na Expointer, consagrou uma dupla que busca a cada novo ciclo melhorar suas marcas. Leonardo Pavin, no lombo de PP Jeitosa da Renascer, e Maurício Costa, montando PP Juramento da Renascer, repetiram a formação vice-campeã do ano passado e conquistaram, agora, o alto do pódio ao obter a melhor nota entre os 25 finalistas. Trabalhando juntos há oito anos, os

ginetes da Agropecuária Renascer, de Uruguaiana (RS), apostaram na sintonia e amizade, destacando a surpresa por superar nomes conhecidos da modalidade, como Carlos Loureiro de Souza e Aluizio Perez, a quem consideram seus ídolos. A temporada movimentou mais de 1,7 mil animais no circuito, tendo as semifinais 188 candidatos, concorrendo a 50 vagas, que disputaram o título na principal arena das corridas de vacas do cavalo funcional. A final do Movimiento a La Rienda, prova tradicional em países como Argentina e Chile, invadiu a noite da sexta-feira, 2 de setembro, na pista do cavalo Crioulo do Parque de Exposições Assis Brasil, e consagrou o conjunto formado pelo ginete Marcelo Renato de Souza e Escaramuça da Santa Marta do Jóca, como os vencedores da categoria Profissional A. A vitória de Souza veio depois de um desempate com Rubens Branco, montando General da Judá. Na categoria Profissional B, Reinaldo Kreusch no comando de Vento Negro da Robsur, também apresentou uma performance excelente e levou o título.

Na Amador A, a vencedora foi Rafaela Regina Wosniack, montando Imperatriz da Saragana; enquanto na Amador B, o primeiro lugar foi de Osmar Mosimann Neto, montando Enrosco da Mal Abrigo. Na categoria Crioulos do Futuro, o lugar mais alto do pódio ficou com Cleiton Guimarães de Vargas, que montou Los Palos Cienfuegos. Divididos em seis categorias, 56 meninos e meninas se aventuraram bravamente no Freio Jovem. Na categoria Infantil Feminina, foi na reta final que Antonela Blanco Suñe, no lombo de Piraí 1877, conseguiu se superar e chegar à vitória, e na Masculina, alcançaram a primeira posição, Alexandre Sandri Filho e Capanegra Oriente II. Na categoria Juvenil Feminina, o 1º lugar ficou com Emile dos Santos Gomes e OEA Palheiro. O prêmio masculino foi para Nathan de Vasconcelos Valadão com Firmeza 1903. Nas categorias Aspirante Feminina e Masculino, Fernanda Magg levou o troféu com PO Dama Negra e Vinicius Henrique Alles levou o prêmio com Boneca do Ruppenthal.

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OZebuEquinos

Crioulo representa 74% do total de

faturamento de animais na Expointer Por AgroEffective • Fotos Felipe Ulbrich/ABCCC/Divulgação

A combinação de tradição com o alto padrão técnico do trabalho realizado por criadores, expositores e ginetes de cavalo Crioulo, resultou em vendas expressivas na Expointer. Segundo números repassados por leiloeiros rurais, o faturamento da raça no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio (RS), totalizou R$8,79 milhões,

tornando-se

novamente

o maior volume de vendas da feira quando se fala de animais. Durante a mostra agropecuária, entre 27 de agosto e 4 de setembro, foram realizados oito remates. Juntos, foram responsáveis por 74,6% das vendas totais da Expointer 2016. O

prensa. O total de negócios fechados

ção Brasileira de Criadores de Ca-

governo do Estado divulgou neste do-

na comercialização de animais foi de

valos Crioulos (ABCCC), José Luiz

mingo os números alcançados na 39ª

R$11,77 milhões.

Lima Laitano, a raça mais uma vez

Edição da feira, em coletiva de im-

Segundo o presidente da Associa-

foi o destaque de comercialização na feira. “Foi altamente positivo esse volume de vendas e a liquidez do cavalo Crioulo. Essa oferta que estava exposta com compradores de vários Estados mostra que a expansão não é mais um projeto, mas uma realidade. A raça é a grande locomotiva de vendas da Expointer”, afirmou. No total, os oito remates comercializaram 280 lotes, entre animais inteiros, cotas, embriões e coberturas. O mais valorizado foi a venda da égua Guria Bragada da Vendramin, no remate da Estância Vendramin, realizado no dia 25 de agosto, vendida por R$350 mil.

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Prova funcional do Quarto de Milha reúne mais de 300 inscritos Por Assessoria de Imprensa Expointer • Foto: Itamar Aguiar/Agência Preview

A 39ª Expointer, em Esteio, tam-

Cavalo Quarto de Milha, a competi-

nos equinos de longe. “Tenho cavalo,

bém recebeu o Congresso Nacional

ção tem um alto nível de dificuldade.

mas não dessa raça. O animal tem um

de Laço Comprido, promovido pela

“Precisa de muito treino. A cada etapa

porte bom e é muito rápido. Dá para

Associação Brasileira de Criadores de

vai diminuindo 20 metros do ponto de

saber quando tem qualidade”, afirma

Cavalo Quarto de Milha (ABQM). Ao

chegada. Isso dificulta a prova, porque

Nunes, que inclusive não descarta in-

todo, mais de 300 participantes con-

o candidato vai ter que se esforçar para

vestir no Quarto de Milha.

correram entre as cinco categorias des-

acertar mais rápido e em menor espa-

tinadas à raça equina.

ço”, explica.

De acordo com Diogo Soccal, a raça atingiu um bom reconhecimento

A competição consiste em laçar o

Para quem acompanha o espetá-

e o objetivo é manter o foco na quali-

animal pelas aspas até a raia de 100

culo da arquibancada, a competição

dade. “Nós estabilizamos. Chegamos

metros. É classificado para a próxima

é um momento de analisar e verificar

a um ponto muito bom. Se crescer-

fase quem conseguir capturar o bovi-

as qualidades da raça. O cabanheiro

mos mais podemos perder em quali-

no em menor tempo. Segundo Dio-

Manuel Nunes, de Santa Cruz do Sul,

dade, e é isso que a gente não quer.

go Carvalho Soccal, representante da

disse que essa era a primeira vez que as-

Agora o foco é manter o padrão da

diretoria do Núcleo Centro Sul do

sistia à disputa e identificou qualidades

raça”, ressalta.

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90 O ZEBU


REVISTA O ZEBU NO BRASIL

Foto: JM Matos

Senepol

Carne da raça

ganha sofisticação O ZEBU 91


OZebuSenepol

Carne Senepol ganha espaço no cardápio da grife Pobre Juan Por Larissa Vieira/Publique• Fotos: Divulgação

A carne Senepol entrou para o cir-

taram a carne Senepol. “É uma carne

maturada. No DeBetti Dry Aged con-

cuito dos restaurantes sofisticados e es-

espetacular, pois é macia, saborosa e

segui resgatar o trabalho do açougueiro,

pecializados em cortes nobres. A grife

tem uma textura incrível”, garante o

oferecendo produtos de qualidade”, as-

Pobre Juan, que nasceu em 2004 da

vencedor do Masterchef. “A carne tem

segura deBetti.

vontade de um grupo de amigos de co-

um sabor sensacional. Com certeza terá

Roberto Barcellos, da Confraria da

mer boas carnes em um ambiente agra-

lugar garantido em minha cozinha”, diz

Carne, em Botucatu/SP, ressalta que

dável e sofisticado, incluiu por tempo

Bruna.

hoje é fácil falar de carne e o momento

limitado em seus cardápios a carne Se-

Quem também experimentou pela

é muito bom para quem trabalha com

nepol. O lançamento ocorreu no dia 22

primeira vez os cortes Senepol foi o Ro-

cortes nobres. “As pessoas descobriram

de setembro, na unidade do Pobre Juan

gério deBetti, especialista em churrasco

a carne, estão conversando sobre o as-

da capital paulista, e reuniu famosos

e jurado do reality show com churras-

sunto e escolhendo os cortes para com-

chefs de cozinha, especialistas do mer-

queiros, o BBQ Brasil, produzido pelo

prar da mesma forma que compram um

cado de carne e criadores que puderam

SBT. “Quando se fala de carne de qua-

escolher entre dez tipos de cortes dife-

lidade, já se entende que é na fazenda

rentes de Senepol.

que começa esse trabalho. O brasileiro

Entre os apreciadores estavam os

é apaixonado por carne e gosta de fa-

vencedores da última edição do pro-

zer churrasco de maneira diferenciada,

grama Masterchef, da Band, o campeão

com produtos de qualidade. Minha his-

Leonardo e vice-campeã Bruna. Essa foi

tória recente com a carne começou por

a primeira vez que os chefs experimen-

querer comer uma carne de qualidade,

92 O ZEBU

É uma carne espetacular, pois é macia, saborosa e tem uma textura incrível”


vinho”, assegura Barcellos. A carne Senepol entrou para o cardápio de diversas unidades do Pobre Juan, tanto de São Paulo quanto de Brasília e do Rio de Janeiro, graças a uma parceria com o criatório Senepol Nova Vida. O criador João Arantes Neto, do Senepol Nova Vida, acredita que essa iniciativa ajudará a fomentar o mercado de carne Senepol, levando os criadores a produzirem animais para abastecer esse mercado gourmet.

Abates técnicos com Senepol confirmam superio ridade da raça na produção de carne Abates técnicos realizados com animais Senepol comprovaram o alto desempenho da raça para produção de carne de qualidade. Os resultados dos abates compõem uma série de quatro vídeos, que acabam de ser publicados no canal do Youtube da Associação Brasileira dos Criadores de Bovinos Senepol (ABCB Senepol). Os abates avaliaram animais de três categorias: machos PO precoces de 18 meses de idade, em 140 dias de confinamento; novilho S1 de 16 meses, que são filhos de touros Senepol em vacas zebuínas, e com 150 dias de confinamento; novilhos e novilhas S2 superprecoces, de 15 meses, que são filhos de touros Senepol em vacas Aberdeen-Angus Zebu e ficaram 130 confinados. As médias encontradas em diversas características avaliadas, tais como Área de Olho de Lombo, peso da carcaça quente e rendimento de carcaça demonstraram a contribuição genética da raça Senepol em programas de cruzamento industrial. A carne avaliada

apresentou maciez, suculência, sabor e coloração desejada, todas superiores à média. “Com base nos resultados

Com base nos resultados dos abates, os animais resultantes do cruzamento com o Senepol, mostraram números, valores e percentuais superiores aos que normalmente encontramos”

dos abates, os animais resultantes do cruzamento com o Senepol, e também o Senepol PO, mostraram números, valores e percentuais superiores aos que normalmente encontramos nas atividades de abate do gado comercial no Brasil”, diz o zootecnista Jorge Carlos Dias de Souza, professor aposentado da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), que conduziu os abates técnicos. De acordo com Souza, o Senepol contribuiu para a melhora da conformação (desenvolvimento de massa muscular) e do grau de acabamento (gordura de cobertura), favorecendo também a indústria e criando expectativa de melhor remuneração ao produtor.

O ZEBU 93


OZebuGeral

Solenidade marca posse da

nova diretoria da ABCZ Por Larissa Vieira/Publique• Fotos: Divulgação

Na presença de criadores do Brasil

Jairo Chagas / Jornal da Manhã

e de outros países, junto com autoridades políticas, civis e militares de Minas Gerais, e de diversos estados com economia vinculada à atividade pecuária, o novo presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), o médico veterinário Arnaldo Manuel de Souza Machado Borges, foi empossado. O evento ocorreu no Centro de Eventos “Rômulo Kardec de Camargos”, que fica no Parque Fernando Costa, em Uberaba (MG), onde está a sede da Associação. Cerca de 800 convidados prestigiaram a solenidade, que também foi acompanhada de perto por jornalistas que atuam em veículos de imprensa de cobertura local, regional e nacionais. Na condução dos trabalhos, o ex-presidente Luiz Cláudio de Souza Paranhos abriu a cerimônia. Em seu último

A solenidade também contou com

pronunciamento à frente do cargo que

a presença de deputados federais e esta-

O médico veterinário observou que

ocupou durante o triênio 2013/2016,

duais; vereadores; o prefeito da cidade

o momento político do país também

Paranhos destacou a importância da

de Uberaba, Paulo Piau; o secretário de

será um fator importante para a con-

ABCZ, sintetizou os trabalhos e ações

Agricultura, Pecuária e Abastecimento

tinuidade da evolução da entidade. “A

que vêm sendo desenvolvidos para a

de Minas Gerais, João Cruz Reis Filho;

partir deste momento, nós teremos um

evolução da pecuária nacional e desejou

o vice-governador do Mato Grosso,

Brasil novo, um país fortalecido, e esta

êxito à nova diretoria. “Entregamos a

Carlos Henrique Fávaro e representan-

Associação tem um compromisso mui-

ABCZ estruturada, forte e bem posicio-

tes de entidades do setor.

to estreito com a estabilidade econô-

associados e à comunidade.

nada como representante da pecuária

Arnaldo Manuel foi eleito no dia

mica nacional e global, pela geração de

nacional e da cadeia produtiva da carne

1º de agosto, para comandar a ABCZ

recursos e a garantia da produção de ali-

nos âmbitos governamentais. A entida-

durante o triênio 2016/2019. Em en-

mentos. Com certeza estaremos todos

de está preparada para encarar mais três

trevista coletiva, ele relembrou as pro-

unidos, todos juntos por uma ABCZ

anos de um novo ciclo e de novos desa-

postas e projetos que foram divulgados

para todos, pois há muito para ser fei-

fios,” finalizou Paranhos.

durante a campanha eleitoral junto aos

to,” disse o presidente.

94 O ZEBU


Conheça a nova diretoria da ABCZ:

Silva Tavares, Miguel Pinto de Santana

Fabiano Churchil Nepomuceno César

Filho e Paulo Roberto Gomes Mesquita.

e Paulo Roberto de Miranda Leite.

Ceará: Fábio Pinheiro Cardoso, Presidente: Arnaldo Manuel de Souza Machado Borges

Francisco Feitosa de Albuquerque Lima e Francisco Magno Neto.

1º Vice-presidente: Carlos Viacava

Distrito Federal: Arnaldo Morales

2º Vice-presidente: Marco Antô-

Brito Júnior, José Eustáquio Elias e Ro-

nio Andrade Barbosa 3º Vice-presidente: Ronaldo Andrade Bichuette

naldo Alves de Souza.

Espírito Santo: Carlos Fernando Fontenelle Dumans, Eraldo Missagia Serrão e Paulo Cezar Gallo.

Diretores: Ana Cláudia Mendes

Goiás: Clarismino Luiz Pereira Jú-

Souza, Arnaldo Prata Filho, Cícero

nior, Otoni Ernando Verdi Filho e Sil-

Antônio de Souza, Cláudia Irene Tosta

vestre Coelho Filho.

Junqueira, Eduardo Falcão de Carva-

Maranhão: Antônio José Dourado

lho, Fabiano França Mendonça Silva,

de Oliveira, Naum Roberto Ryfer e Ruy

Gabriel Garcia Cid, Gil Pereira, Luiz

Dias de Souza.

Antônio Felippe, Marcelo Antônio

Mato Grosso: Francisco Olavo Pu-

Neto Breijão Ártico, Marcos Antônio

gliesi Castro, Jorge Antônio Pires de

Astolphi Gracia, Rivaldo Machado

Miranda e Olimpio Risso de Brito.

Borges Júnior e Valdecir Marin Júnior.

Mato Grosso do Sul: Antônio Celso Chaves Gaiotto, Francisco José Al-

Conselho Fiscal

buquerque Costa e Marcos de Rezende

Membros Efetivos: André Gon-

Andrade.

çalves Ferreira, Arnaldo de Campos,

Minas Gerais: Evandro do Carmo

Eduardo Nogueira Borges, Eduardo

Guimarães, Ricardo Antônio Vicintin e

Rodrigues da Cunha e Geraldo Ferreira

Udelson Nunes Franco.

Porto. Membros Suplentes: Luiz Carlos Borges Ribeiro, Oscar José Caetano de Castro, Paulo Roberto Andrade Cunha,

Pará: Adelino Junqueira Franco Neto, Carlos Alberto Mafra Terra e Ruy Fernandes Leão.

Paraíba: Alexandre Brasil Dantas,

Paraná: Raphael Zoller, Roberto Bavaresco e Theodoro Busso Beck.

Pernambuco:

Carlos

Henrique

Mendonça Pereira, Giulliano Nóbrega Malta e José Carlos Neves Lobo Silva.

Piauí: Agenor Veloso Neto Igreja, João Madison Nogueira e João Sebastião Alves Neto.

Rio de Janeiro: Felipe Carneiro Monteiro Picciani, Luiz Adilson Bon e Marcos Henrique Pereira Alves.

Rio Grande do Norte: José Gilmar Carvalho Lopes, José Teixeira de Souza Júnior e Kleber de Carvalho Bezerra.

Rio Grande do Sul: Clarissa Rohde Lopes Peixoto, Hildo José Traesel e Valdir Ferreira Rodrigues.

Rondônia: Alexandre Martendal, José Macedo da Silva e Josué Luiz Giacometti.

São Paulo: João Aguiar Alvarez, José Antônio Furtado e José Luiz Junqueira Barros.

Sergipe: Gustavo Rezende de Menezes, Walter Garcez de Carvalho e Wilson Correa Souza.

Tocantins: Andrea Noleto de Souza Stival, Edvaldo Araújo Ferreira e José Manoel Junqueira de Souza.

Rodrigo Abdanur Carvalho e Romeu Borges de Araújo Júnior. Conselhos Consultivos Acre: Fernando Alves Zamora, Francisco de Salles Ribeiro do Valle Filho e Valmir Gomes Ribeiro. Alagoas: Carlos Roberto Magalhães de Moraes, Everaldo Pinheiro Tenório e Luiz Jatobá Filho. Bahia: Cláudia Maria Lemgruber

O ZEBU 95


OZebuGeral

Expoece: maior feira agropecuária do Ceará movimenta R$8 milhões Por Thassiana Macedo• Fotos: JM Matos

A Exposição Agropecuária e Industrial do Ceará (Expoece) chegou à sua 62ª Edição como a mais tradicional feira da região nordestina. Em 2016, mais de 200 mil pessoas visitaram o Parque de Exposição Governador César Cals, em Fortaleza, para conferir a exposição de bovinos, caprinos, ovinos e eqüinos; a feira de agricultura familiar; apresentações folclóricas; o parque de diversões; a casa de mel; o pesque e pague; a casa de farinha e engenho; a fazendinha e os shows com bandas regionais. Realizada de 4 a 11 de setembro, pela Associação de Criadores do Ceará (ACC), com apoio do Governo do Cea-

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rá, através da Secretaria da Agricultura, Pesca e Aquicultura (Seapa), a Expoece reuniu criadores de 11 estados. Os objetivos da feira são fortalecer a comercialização dos produtos dos pequenos produtores e da agricultura familiar; promover o acesso e incentivar o melhoramento genético aos pequenos produtores cearenses e o empreendedorismo no meio rural, bem como estimular o intercâmbio de experiências entre os diversos setores produtivos. Além disso, a feira visa divulgar o plantel cearense e as potencialidades agropecuárias do Estado, perpetuando a tradição das feiras e exposições do Ceará.

Segundo o presidente da Associação, Sérgio Silveira Fonteles, mais uma vez a exposição obteve sucesso total. “Tivemos mais de R$8 milhões em negócios realizados durante a feira, aonde vimos 465 bovinos, 176 equinos e 1.300 ovinos e caprinos, com participação de criadores de 11 estados. AExpoece obteve um padrão de excelência, em que todos os participantes, em todas as áreas, ficaram muito satisfeitos com o rendimento alcançado. A Expoece é a maior feira agropecuária do Ceará, onde além de animais, máquinas, veículos e imóveis, ainda têm a participação da agricultura familiar, da casa de


farinha e engenho, artesanatos, mel de abelha, entre outros, gerando grande renda para assentamentos, cooperativas e pequenos produtores. Esperamos no próximo ano, fazer uma Expoece bem maior e melhor para o povo do Ceará,” reforça Fonteles. Em 62 anos de realização, a Expoece já se consolidou como um dos principais eventos agropecuários do Estado, atraindo criadores dos municípios do interior, de outros estados e até mesmo de outros países. Com uma área de 140 mil m², o Parque de Exposição Governador César Cals tem capacidade de expor quatro mil animais, dos quais 1,3 mil participam das competições, e ainda oferecer espaço para 10 agricultores familiares e 70 empresas e instituições demonstrarem seus produtos e serviços em 140 estandes e três restaurantes. Conforme avaliação da Associação dos Criadores do Ceará (ACC), toda essa estrutura tem um importante impacto na economia local. Sozinho, o evento é responsável pela movimentação anual de cerca de R$12 milhões na geração de negócios durante a Expoece e, após o seu encerramento, visto que 7% do PIB do Estado do Ceará são provenientes do agronegócio. Em 2016, a feira gerou mais de dois mil empregos diretos e três mil indiretos, e ofereceu premiações de R$60 mil em eventos como Concurso Leiteiro, julgamento de animais e 9ª Feira Estadual da Agricultura Familiar. Tudo isso, tornou a Expoece uma referência na geração de negócios, comercialização de tecnologia e difusão de conhecimentos, que beneficiam do pequeno empresário até as grandes empresas dos mais diversos setores, que vão além do agronegócio e chegam ao setor imobiliário e automotivo. De acordo com a

Associação, todos os suportes e garantias de negócios no evento são acompanhados pelos principais bancos do Brasil que estão presentes na feira, garantindo sempre a confiabilidade e sucesso. O evento foi aberto pelo secretário de Relações Institucionais do Ceará, Nelson Martins, representando o governador Camilo Santana, e pelo secretário adjunto da Agricultura, Pesca e Aquicultura (Seapa), Euvaldo Bringel. “A Expoece é a maior feira agropecuária do nosso Estado, que gera grandes investimentos e o Governo, por meio da Seapa, não poderia deixar de contribuir para que ela acontecesse”, destacou Euvaldo Bringel. O secretário Nelson Martins também reforçou o compromisso do Estado com a realização do evento. “Chegamos ao sexto ano de seca e a Expoece prova que o setor tem força e é uma atividade importante para o Estado, que gera emprego e renda”, reforçou o secretário.

Durante a 62ª Expoece, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) ofereceu aos produtores diversas palestras e oficinas gratuitas dentro do estande do Sistema Faec/Senar-CE. Entre os temas abordados estavam: “Aproveitamento da Palma Forrageira na Alimentação Humana: Elaboração de sucos e receitas salgadas”, ministrada pela instrutora Lúcia de Lima Araújo; “Derivados da Macaxeira: Elaboração de bolos, sucos, sorvete e receitas salgadas” e “Delícias do Caju: Elaboração do Browne, Pão cearense e Salame”, da palestrante Yruama Albuquerque. A Expoece 2016 também contou com apoio da Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA), Prefeitura Municipal de Fortaleza, Câmara Municipal de Fortaleza, Governo Federal, Sebrae, Adece, Petrobras, Ematerce, Ceasa, Instituto Agropolos, Idace, Faec, Senar, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Banco do Nordeste.

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OZebuGeral

Nacional Indubrasil

e embriões, com faturamento total de

20, com a vaca Francesa Lins, filha de

A 62ª Expoece também foi palco

R$60.460,00.

Hit 55. A fêmea pertencente ao criador

para a 5ª Edição da Exposição Nacional

As matrizes chegaram a ser comer-

Waldir Junqueira de Andrade, do mu-

da Raça Indubrasil, realizada no dia 8

cializadas à média de R$10 mil e os

nicípio de Lins (SP), foi arrematada por

de setembro, no Parque de Exposição

touros, R$8 mil. As aspirações tiveram

R$14.880,00, pelo pecuarista Augusto

Governador César Cals, em Fortaleza.

média de R$7.200, os embriões à R$1

Ratzlaff, de Sapiranga (RS). Outro lote

Este ano, 60 animais participaram do

mil e os Indolandos, animais resultantes

que se destacou foi de uma coleta de

evento nacional. A pista revelou impor-

de cruzamento entre Indubrasil e Ho-

embriões da vaca Justiça do General, por

tantes exemplares da raça, apresenta-

landês, atingiram média de R$6.500.

R$7 mil, animal pertencente ao criador

dos pelos criatórios de Roberto Fontes Goes, presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Indubrasil (ABCI), Cláudio Silveira Rezende, João Carvalho Pinto, Renato Miranda Caetano Borges, Francisco Alves dos Santos, Nelson Pinto e Sérgio Silveira Fonteles. O jurado da Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ), Clarindo Irineu de Miranda é o responsável pelo julgamento do Indubrasil e também do Gir. A pista dos zebuínos fez parte da programação da Nacional do Indubrasil, que teve como destaque o primeiro leilão virtual Indubrasil Premium, com transmissão ao vivo pela Leilonorte. Foram ofertados 20 machos, 10 fêmeas, 10 indolandos e lotes de sêmen

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O destaque do leilão virtual foi o lote

Djenal Queiroz Neto e outros.


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OZebuReproduçãoemfoco

Marcel Kenzo Vilalba Onizuka Médico Veterinário Especialista Técnico em Saúde Animal

Vermes vs. Carrapatos Quem prejudica mais a produção? O Brasil possui atualmente o se-

com destaque para o Nelore, dominas-

juízos da ordem de 3 bilhões de dólares

gundo maior rebanho do mundo, com

sem grande parte do rebanho das fazen-

ao ano.

aproximadamente 212 milhões de cabe-

das, principalmente por apresentarem

A relação entre a percepção e o

ças de bovinos. A região Centro-Oeste

melhor rusticidade e adaptabilidade a

prejuízo real pode ser considerada um

detém 33,5% desse total (IBGE, 2014).

tais condições (HECKLER, 2016).

paradoxo. Essa inversão faz com que a

Tal rebanho foi capaz de produzir 5,6

Apesar da maior rusticidade dos

energia dedicada para solucionar pro-

milhões de toneladas de carne e 35 bi-

zebuínos, eles ainda são submetidos a

blemas parasitários seja mais direciona-

lhões de litros de leite (IBGE, 2015),

constantes desafios, principalmente sa-

da ao controle de infestações por carra-

números expressivos que evidenciam a

nitários. Um dos principais problemas

patos do que as infecções por vermes.

importância da produção brasileira no

de sanidade que assombra a pecuária de

Segundo Delgado et al. (2009), para os

cenário mundial.

corte é a nematodiose subclínica, mais

produtores rurais as infestações são pro-

Ainda relacionado à produtividade

comumente nomeada de “verminose”

blemas mais preocupantes porque são

dos animais, principalmente no gado

(COSTA; BORGES, 2010). Em uma

visíveis, enquanto o verme, como não

de corte, essa enorme produção é reali-

pesquisa sobre problemas parasitários

é visto a olho nu fora do animal, acaba

zada predominantemente a pasto. A ca-

realizada por Delgado et al. (2009), em

por não despertar um senso de preocu-

racterística é um dos fatores que torna a

Minas Gerais, os autores mostraram

pação com o controle. O autor ainda

pecuária de corte brasileira competitiva

que 53% dos produtores rurais con-

ressalta que 69,1% dos entrevistados

no cenário internacional (ALMEIDA,

sideram as infestações por carrapatos

não utilizam critério para desverminar

2010).

como o principal problema, enquanto

os animais, ou seja, manejo sanitário

Outro fator que deve ser levado

a verminose preocupa de fato apenas

incorreto e indução a resistência para-

em consideração são as características

5,6% dos entrevistados. Essa informa-

sitária.

dos animais utilizados para produção.

ção pode levar o leitor a pensar que este

A verminose normalmente se desen-

Como o Brasil está localizado em uma

é realmente o principal problema, po-

volve no animal com curso subclínico,

região tropical, possui estações de seca e

rém, outra pesquisa realizada por Grisi

apenas em casos muito graves os ani-

chuva bem definidas, isso torna o am-

et al. (2014) mostrou que a verminose

mais são levados a óbito. Obviamente

biente favorável aos parasitos e desafia-

é a doença parasitária que mais provoca

não é interessante para o verme ocasio-

dor para a produção animal (HONER;

prejuízo ao rebanho brasileiro. O valor

nar a morte do animal, justamente por

BIANCHIN, 1987). Essa caracterís-

estimado é de aproximadamente 7 bi-

isso pode ser considerado um sério pro-

tica ambiental fez com que, ao longo

lhões de dólares por ano; o carrapato

blema parasitário, pois ele compete pe-

do tempo, animais de origem zebuína,

está em segundo lugar provocando pre-

los nutrientes. Além da competição, as

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espoliações ocasionadas principalmente

mais a óbito. No caso do carrapato,

pelos nematódeos Haemonchus placei e

além de todo estresse provocado ao ani-

Trichostrongylus axei, resultam em le-

mal e de abrir porta para a entrada de

sões e sangramento da parede do abo-

bicheiras, ainda causa um aspecto visual

maso (estômago químico) do bovino,

negativo.

reduzindo o apetite, causando perda de

A verminose tem caráter mais silen-

peso e provocando estresse. Não menos

cioso. A competição por nutrientes, as

importante, se for levado em conside-

lesões no trato gastrointestinal e a re-

ração o potencial biótico (capacidade

dução de apetite atrasam o desenvolvi-

da fêmea de pôr ovos) cada fêmea do

mento do bovino, impedindo-o de ex-

H. placei tem capacidade de fazer uma

pressar seu potencial genético. A capa-

postura de 5.000 ovos/dia, o que deno-

cidade dos parasitos gerarem prejuízos

ta a capacidade de infestar o ambiente

varia de fazenda para fazenda; porém, as

(FONSECA, 2006).

pesquisas realizadas no cenário nacional

Em conclusão, tanto o carrapato

mostram que entre as doenças parasitá-

quanto o verme provocam prejuízos

rias, a verminose é aquela que mais gera

para a produção e podem levar os ani-

prejuízos na produção.

Referências ALMEIDA, M. H. S. P. D. Análise econômico-ambiental da intensificação da pecuária de corte no Centro-Oeste brasileiro. 2010. 86 f. Dissertação (Mestrado em Ciências). Escola Superior de Agricultura “Luís de Queiroz”, Piracicaba: ESALQ/USP, 2010. 86 p., 2010. COSTA, A.J., BORGES, F.A. Controle de endoparasitos em bovinos de corte. In: Alexandre Vaz Pires. (Org.). Bovinocultura de corte. Piracicaba: FEALQ, 2010. p. 1149-1169. DELGADO, F. E. F. LIMA, W. S.; CUNHA, A. P.; BELL, A. C. P. P.; DOMINGUES, L. N.; WANDERLEY, R. P. B.; LEITE, P. V. B.; LEITE, R. C. Verminoses dos bovinos: percepção de pecuaristas em Minas Gerais. Rev. Bras. Parasitol. Vet. v. 18, n. 3, p. 2933, 2009. FONSECA, A. H. Helmintose gastrointestinais dos ruminantes. Material Didático. UFRRJ, Rio de Janeiro, Brasil, 2006. 12 p. HECKLER, R. P. Epidemiologia e controle estratégico da verminose em bovinos de corte. 2016. 126 f. Tese (Doutorado em Ciência Animal). Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia/UFMS, Campo Grande: FAMEZ/UFMS, 2016. 126 p. 2016. HONER, M.R.; BIANCHIN, I., 1987. Considerações básicas para um programa de controle estratégico da verminose em gado de corte no Brasil. (Circular técnica 20). EMBRAPA – CNPGC, Campo Grande, Brasil, 53p. IBGE. Estatística de Produção Pecuária – Dezembro 2015. Brasil: IBGE, 2015. 47 p. (IBGE. Indicadores IBGE). IBGE. Produção da Pecuária Municipal Volume 42. Brasil: IBGE, 2014. 36 p. (IBGE. Produção da Pecuária Municipal).

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OZebuNotas

ABCCC tem novo presidente

Foto: Divulgação

A nova figura representativa de uma entidade que há 84 anos movimenta o Brasil é Eduardo Móglia Suñe. Ele foi eleito para assumir a presidência da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC) no biênio 2016/2018. Ao todo, 1.511 votos foram contabilizados nas urnas, sendo 803 a favor da chapa da situação – liderada por Suñé, e 708 para Marcelo Rezende Móglia, da chapa 2. Eduardo é administrador especializado na área rural e há 30 anos atua no julgamento morfológico e funcional da raça Crioula. O proprietário da Cabanha Quilero, localizada em sua cidade natal, Bagé (RS), tem somado em seu histórico cargos de presidência e vice-presidência em entidades ruralistas, como o Núcleo de Criadores de Cavalos Crioulos (NCCC) de Bagé e Associação Rural Bajeense (presidente e vice), além da atu-

Crioulo perde garanhão

Morreu em agosto, o garanhão da raça Crioula Mañanero Manicero, do Recanto Crioulo, em Barra Velha (SC). O animal, de 19 anos, foi importado da Argentina, pelo criador Adelmo Hess, segundo nota da Associação Brasileira dos Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC). Entre os 166 descendentes do garanhão, está Manicero do Recanto Crioulo, Reservado Grande Campeão da Expointer 2013. Neste ano, oito dos filhos de Mañanero Manicero competem pelo principal título da final morfológica na Expointer.

ação na ABCCC, como vice-

Foto: Divulgação

-presidente de Núcleos – função ocupada antes de se candidatar ao pleito.

Mudanças Um dos primeiros projetos do novo presidente da ABCCC, Eduardo Móglia Suñe, ou apenas Dado Suñe, como é mais conhecido, é promover mudanças no Freio de Ouro. A principal prova da raça deve ter a premiação alterada. O objetivo do novo dirigente é premiar também a melhor média funcional, tanto macho quanto fêmea. Conforme entrevista ao Canal Rural, essa seria uma maneira de premiar animais que conseguem grande desempenho na prova funcional, mas não necessariamente é premiado com freio de ouro, prata ou bronze. Outro desafio é fazer com que os cerca de 3 mil associados e os 107 núcleos da entidade tenham mais acesso à informação. Para isso, ele pretende criar o programa sócio-usuário, com benefícios aos mais de 60 mil usuários de cavalos da raça Crioula que aderirem, e não apenas os sócios.

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Girolando tem nova diretoria A partir de janeiro de 2017, a Associação Brasileira dos Criadores de Girolando será conduzida pelo agropecuarista de Uberaba (MG), Luiz Carlos Rodrigues. Ele foi eleito com 241 votos. No total, foram registrados 269 votos válidos, sendo 40 presenciais e 229 por correspondência. Desse total, tiveram dois votos brancos, quatro nulos e 22 inaptos. Rodrigues presidirá a entidade durante o triênio 2017/2019 e algumas das metas de trabalho para o período é a consolidação da raça no mercado internacional, que vem despertando grande interesse de países latino-americanos, asiáticos e africanos; fortalecimento dos programas de apoio a criadores; e fomento das exposições.


Indubrasil é destaque na ExpoLagarto

A 54ª ExpoLagarto, realizada em setembro, em Sergipe, contou com a participação de exemplares da

Foto: Zzn

Guzerá perde criador Paulo Emílio de Almeida Carneiro

raça Indubrasil na pista de julgamento, na categoria Zebu corte. A feira reuniu 250 expositores e, segundo a organização, recebeu um público de 15 mil pessoas por dia. Os criadores Roberto de Fontes Goes e Cláudio Silveira Rezende estiveram com animais em pista. Insuperável IRCR 99 (Bacara x Barcelona) foi consagrado o Campeão Bezerro; Taurus Roseidon (Bacara x Educada FIV) foi Reservado Campeão Bezerro e Maravilha IRCR (Bacara x Afrodite) foi coroada Campeã Novilha Menor. Vale lembrar que Bacara (Jogo do General x Charada) foi Campeão Sênior e Grande Campeão da raça na Expozebu 2010 e 2012. Durante a Expozebu 2014, foi Reservado Grande Campeão e Reservado Campeão Progênie de Pai e na Expozebu 2015 foi Campeão Progênie de Pai.

Faleceu no dia 12 de setembro, o criador de Guzerá, Paulo Emílio de Almeida Carneiro. Ele foi vítima de acidente rodoviário, na BR040, na altura de Congonhas (MG). Ele era dono da Fazenda Palestina, em Unaí (MG), onde selecionava as linhas Guzerá PEAC e Guzerá JA. Paulo Emílio tinha 68 anos e era membro do Conselho Fiscal da Associação dos Criadores de Guzerá do Brasil. Também presidiu a Associação Mineira de Criadores de Guzerá. A Revista O Zebu no Brasil lamenta profundamente essa grande perda para a pecuária brasileira.

Foto: Divulgação

Mapa libera novos certificados zoossanitários Com objetivo de dar mais agilidade às vendas externas brasileiras, o Departamento de Saúde Animal (DSA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) elaborou os novos modelos de Certificados Zoossanitários Internacionais Padrão (CZI’s) para exportação de bovinos e bubalinos. O trabalho foi feito pelo DSA em articulação com as entidades representativas dos exportadores de gado e búfalos e com a parceria da Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). A medida é vista como uma alternativa bem sucedida para ampliação do acesso aos mercados importadores desses produtos. Fiscais federais agropecuários com formação em Medicina Veterinária estão autorizados a emitir o CZI´s padrão para exportação de bovinos e bubalinos. Para isso, é necessário que estejam de posse da declaração do serviço veterinário do país importador, assegurando que o ingresso desses animais está autorizado mediante a certificação veterinária firmada por meio desses modelos padrão. O próximo passo será a elaboração de modelo genérico de CZI para exportação de suínos e material genético dessa espécie, seguindo para cadeias produtivas de ovinos e caprinos.

O ZEBU 103


OZebuNotas

Sustentabilidade do agronegócio ganha Comissão ligada ao Mapa Portaria publicada no Diário Oficial da União, no dia 5 de setembro de 2016, recria a Comissão de Desenvolvimento Sustentável do Agronegócio (CDSA). O colegiado irá acompanhar todas as demandas que chegarem ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que estiverem relacionadas aos temas de meio ambiente e sustentabilidade na atividade agropecuária. Caberá a CDSA analisar e recomendar encaminhamentos afetos ao tema e ainda: propor ações inovadoras para as políticas públicas voltadas à sustentabilidade no campo e dar visibilidade a projetos de sucesso nesse segmento. A Comissão, que será subordinada diretamente à Secretaria Executiva do Mapa, deverá trabalhar em parceria com organizações

Cadeia produtiva da pecuária Relatório anual desenvolvido pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) aponta para um crescimento de mais de 27%, em 2015, na movimentação da cadeia produtiva da pecuária, na comparação com o ano anterior. O setor movimentou nada menos do que R$483,5 bilhões no período. O Perfil da Pecuária no Brasil é feito em conjunto com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). Os dados foram calculados pela Agroconsult, a partir de uma metodologia adotada e desenvolvida em 2010, pela Pensa USP – Centro de Conhecimento em Agronegócios. Dos R$483,5 bilhões totais movimentados pela cadeia produtiva da pecuária em 2015, R$147,03 bilhões se devem às atividades anteriores e nas próprias fazendas; R$145,88 bilhões nas indústrias; e R$176,36 bilhões no varejo. O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil chegou a R$5,9 trilhões em 2015. O PIB do agronegócio alcançou R$1,26 trilhão, representando 21% do PIB total brasileiro. Já o PIB da pecuária chegou a R$400,7 bilhões, 30% do agronegócio brasileiro.

da sociedade civil com experiência no agronegócio; propor mecanismos inovadores nas políticas públicas que visem assegurar a sustentabilidade financeira para implementar projetos ambientais alinhados ao desenvolvimento do setor agropecuário brasileiro.

Mato Grosso: novo calendário de vacinação contra aftosa Para fugir da temporada das chuvas, que compromete o manejo e ainda causa maior índice de reações vacinais como abcessos e hematomas, o Mato Grosso alterou o calendário de vacinação bovina e bubalina contra a febre aftosa. Com exceção da região do Pantanal, a partir de 2017, serão vacinados, em maio, animais de todas as faixas etárias e, em novembro, os rebanhos de 0 a 24 meses. O protocolo contendo a alteração do calendário foi assinado pelo Ministro da Agricultura Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, e pelo governador do Estado, Pedro Taques, em agosto.

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Parceria Brasil-China O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, deu um importante passo na ampliação das relações comerciais entre o Brasil e a China. Ele propôs ao chefe de governo da província de Cantão, Ji Jiaqi, um acordo para criação de um grupo do consulado brasileiro e técnicos dos dois países, a fim de facilitar a entrada de produtos brasileiros na China e vice-versa. O ministro considera estratégica a região do Cantão, que tem um Produto Interno Bruto (PIB) de US$1,7 trilhão. No ano passado, a província movimentou US$ 1 trilhão em comércio exterior. Ji Jiaqi disse que o Brasil é o segundo maior parceiro comercial do Cantão, atrás apenas dos Estados Unidos e propôs ao ministro Blairo Maggi um aumento da cooperação na área da segurança alimentar, especialmente na gestão de riscos.


Sabor do Zebu é aprovado na Expointer Uma das atrações da Expointer 2016 foi a degustação de carne

Nelore perde criador

de Zebu. A Associação dos Criadores Gaúchos de Zebu (ACGZ) e a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) ofereceram 130 quilos de alcatra, em quatro dias do evento. Segundo o zootecnista Nathã Carvalho, o gerente executivo da ACGZ, o objetivo era mostrar que o Zebu e seus cruzamentos podem produzir uma carne de excelente qualidade, macia e saborosa. Cortes como alcatra, picanha e maminha foram assados e grelhados com fogo e carvão, na grelha e também no espeto como manda a cultura gaúcha. O churrasco 100% Zebu foi aprovado pelo público, que fez fila no local, junto aos animais da raça, que vieram participar dos concursos da Expointer. Foto: Divulgação

Faleceu o associado da ABCZ Carlos Henrique Borges, conhecido por todos como Dick Borges. Ele tinha 51 anos e criava Nelore em Rondonópolis, Mato Grosso, filho do pecuarista João Borges, um dos mais respeitados neloristas do Estado. Titular da marca Nelore Dick, do plantel de Dick Borges saíram grandes campeões da raça em diversas exposições, assim como animais altamente valorizados em leilões. A equipe da Revista O Zebu No Brasil se solidariza com os familiares por esta perda irreparável.

Tecnologia que promete eficiência O Boviflag promete ser um grande aliado dos

A carne do zebu

produtores rurais na busca por melhores índices

ciação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), a carne zebuína

pela BoviTime, uma empresa da África do Sul, e

Conforme destaca o projeto Zebu de Ponta a Ponta, da Asso-

tem adquirido maciez sem perder sua grande vantagem de carne magra e saudável. Várias pesquisas concluíram que o produto contém concentrações elevadas de betacaroteno e a-tocoferol, níveis maiores de ácidos graxos Omega 3, proporção maior e mais desejável de Omega-3: Omega-6, e níveis altos de ácido linoleico conjugado. Todos estes componentes sabidamente de efeitos muito favoráveis à saúde humana. Assim, o Zebu, com essas características, é indicado para todos os pratos à base de carne, configurando a junção de sabor característico, qualidade, saúde e a praticidade de separar a gordura no prato.

reprodutivos. O adesivo autocolante é produzido será revendido pela ABS Pecplan, com exclusividade no Brasil. Segundo o gerente do Departamento Técnico Leite da ABS, Raul Andrade, estudos já comprovaram que a maioria dos cios acontece entre oito horas da noite e quatro horas da manhã. E o Boviflag facilita a detecção de cio dos rebanhos, uma das maiores dificuldades das rotinas da fazenda, para favorecer a inseminação artificial destinada ao melhoramento genético de bovinos para corte e leite.

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OZebuLeiões

22º Leilão Embrapa e AGCZ

A Embrapa e a Associação Goiana de Criadores de Zebu (AGCZ) promoveram o 22º leilão em parceria, no dia 10 de setembro, no Parque de Exposições Pedro Ludovico Teixeira, em Goiânia (GO), que foi transmitido pela Programa Leilões. Foram disponibilizados 70 animais Nelore PO, dos criatórios Nelore Ecoz e Fazenda Sonho Meu, destinados ao melhoramento dos rebanhos de pecuária de corte na região do cerrado brasileiro. Todos esses reprodutores possuem comprovada qualidade genética e desempenho superior para sistemas de produção a pasto. Com faturamento total de R$590 mil, os touros com características morfológicas, de crescimento, de ganho de peso, de fertilidade e de qualidade de carcaça foram comercializados com preço médio de R$9 mil. Dois importantes touros, contratados pela ABS Pecplan e CRV Lagoa, tiveram 50% leiloados.

Foto: Divulgação

Leilão Agropontieri No dia 17 de setembro, José Carlos Pontieri abriu as porteiras da Fazenda Rancho Alegre, em Goiatuba (GO), para a realização do 1º Leilão Agropontieri. O criador comercializou 103 lotes de touros e matrizes Nelore, movimentando R$790.620,00. Os reprodutores foram os protagonistas do dia, com 76 exemplares comercializados ao preço médio de R$8.808,00. Já as fêmeas, tiveram a média comercializada a R$4.448,00. Todos os animais vendidos no remate saíram com avaliação genética do Nelore Qualitas e Certificado Especial de Identificação e Produção (CEIP), outorgado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O remate teve organização da Estância Bahia e transmissão do Canal Terraviva.

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Foto: Divulgação

Leilão Nelore Eliza

Nos dias 13 e 14 de agosto, o Leilão Anual Nelore Eliza chegou à sua 6ª Edição, com transmissão pelo Canal Rural, realização da Programa Leilões, e presencial na sede da Fazenda Eliza, em Riachinho (MG). Foram ofertados 130 reprodutores Nelore PO, 300 matrizes Nelore PO prenhas e paridas, doadoras, novilhas de pista, pacotes de sêmen do touro Foles FIV CBN e cavalos Quarto de Milha, além de 1 mil animais de corte para cria, recria e engorda. Chancelado pelo Pró-Genética 2016, o leilão promovido pelo nelorista Édimo José de Oliveira e sua família teve faturamento total de R$2.083.000,00. Aspiração completa de Zocaira2J.Galera X Bitelo da SS ou Kongo TE Mafra, foi rematada por R$30 mil, pelo criador Antônio Lacerda Filho. Outro destaque foi o lote formado por Catalã FIV da Palma, filha do Átma de Naviraí X Catalã TE Santa Bárbara, e bezerra filha de Zocaira2J.Galera, adquirido por Nelore Mara Móveis, por R$75mil.


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