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Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social 2015 Leve para todo o país as soluções que transformaram a sua comunidade.

Ideias que mudam a realidade dos brasileiros merecem ser reconhecidas. Inscreva as iniciativas da sua comunidade que representam efetivas soluções de transformação social e compartilhe as boas práticas com todo o país.

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R$600 mil em prêmios Inscrições até 31 de maio no site

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Tecnologia Social Fundo Rotativo Solidário no Sertão Baiano, finalista do Prêmio em 2013.

Parceria Institucional:

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ÍNDICE CAPA/ENTREVISTA

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INDÚSTRIA BRASILEIRA APONTA PRIORIDADES Em entrevista exclusiva o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, revela apoio ao Ajuste Fiscal e cobra mudança no custo Brasil

POLÍTICA

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GARGALOS (E SOLUÇÕES) DOS ESTADOS NO CONGRESSO Governador da Bahia, Rui Costa, aponta projetos de interesse do Nordeste no Congresso Nacional

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RECUO TUCANO Sem apoio de FHC e Serra, Aécio Neves é isolado dentro do PSDB com proposta de Impeachment de Dilma

MOBILIDADE

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UMA LICENÇA ARRASTADA Dnit sofre para conseguir licenças ambientais de órgão ambiental de Pernambuco na construção de Arco Metropolitano do Recife

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DILMA INAUGURA FIAT E NOVA FASE DO GOVERNO A presidenta Dilma Rousseff visita fábrica da Fiat em Goiana começa ações propositivas de Governo

ECONOMIA

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MERCADO ÓTICO EM ALTA Nordeste mantém mercado ótico aquecido, com forte investimento na Bahia e Ceará


GERAL

SAÚDE

COLUNAS

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ENCHENTES E DESABAMENTOS NA BAHIA Fortes chuvas arrasam Santo Amaro, Candeias e Salvador

NOVO VÍRUS É IDENTIFICADO NO NORDESTE Zika vírus é identificado na Bahia e começa a se alastrar pelo Nordeste

Cartas e E-mails

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Plugado | Walter Santos

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Gaudêncio Torquato

28

Flávio Dino

34

Carlos Roberto

CULTURA

GASTRONOMIA

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QUEIJO, DIETA E SAÚDE Queijos são ótimas opções de cálcio e proteína, novas descobertas minimizam riscos a saúde e ampliam benefícios

50

“EM NOME DO PAI” Artista plástico Manoel Suassuna faz exposição em homenagem ao pai, Ariano Suassuna


NORDESTE revistanordeste.com.br

EDITORIAL

Ano 9 | Número 101 | Abril | 2015 Diretor Presidente Walter Santos Diretora Administrativa/Financeira Ana Carla Uchôa Santos Diretor Comercial Pablo Forlan Santos Diretor de Marketing Vinícius Paiva C. Santos Logística Yvana Lemos COMERCIAL Gerente Comercial Marcos Paulo Atendimento Comercial Jone Falcão REPRESENTANTES Pernambuco Gil Sabino g.sabino@uol.com.br - Fone: (81) 9739-6489 REDAÇÃO Editor Paulo Dantas Repórter Antônio Cavalcante Hilda Ferreira Direção de Arte e Editoração Eletrônica Luciano Pereira Capa Vinícius Paiva C. Santos Projeto Visual Néctar Comunicação ATENDIMENTO/ FINANCEIRO Supervisora e Contas a Pagar Kelly Magna Pimenta Contas a Receber Milton Carvalho Contabilidade Big Consultoria ASSINATURAS (83) 3041-3777 Segunda a sexta, das 8 às 18 horas www.revistanordeste.com.br/assinatura CARTAS PARA REDAÇÃO faleconosco@revistanordeste.com.br

ABRIL / 2015

PARA ANUNCIAR Ligue: (83) 3041-3777 comercial@revistanordeste.com.br SEDE Pça. Dom Ulrico, 16 - Anexo - Centro - João Pessoa / PB Cep 58010-740 / Tel/Fax: (83) 3041-3777 Impressão Gráfica JB - Av. Mons. Walfredo Leal, 681 - Tambiá - João Pessoa / PB - Fone: (83) 3015-7200 Circulação DPA Consultores Editorias Ltda dpacon@uol.com.br - Fone: (11) 3935 5524 Distribuição FC Comercial

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A Revista NORDESTE é editada pela Nordeste Comunicação, Editora e Serviços Ltda-ME CNPJ: 19.658.268/0001-43

A voz da indústria e o peso do custo Brasil Os números da indústria brasileira realmente não são fáceis. Com crescimento brasileiro em 2014 de 0,1% e expectativa de contração de 1,5% do PIB em 2015, a indústria torce para que seja feita uma reforma estruturante para mudar algo crucial na vida do empresário: o custo brasil. O custo Brasil se reflete numa carga tributária pesada que faz com que os preços dos produtos e serviços no país sejam caros, mais até que os similares em países mais desenvolvidos, com rendas per capita bem superiores à nossa. Todavia, não são só os impostos que tornam o Brasil um dos países mais caros do mundo para os empresários. Outras questões estão na insegurança jurídica, dificuldade de recuperação de créditos, na burocracia para abrir e fechar uma empresa, infraestrutura precária, legislação trabalhista arcaica, taxas de juros elevadas... Enfim, uma infinidade de custos indiretos, nem sempre mensuráveis de forma objetiva, que aumentam de forma exponencial os custos das empresas, especialmente os chamados custos de transação, que envolvem verbas destinadas aos pagamentos de advogados, contadores, despachantes, multas administrativas e judiciais. Para ilustrar a visão do empresariado basta pegar um fato que aconteceu no ano passado em São Paulo sobre a terceirização. A Justiça do Trabalho condenou a empresa Telefônica Brasil a pagar uma multa de R$ 1 milhão de reais em virtude da terceirização de alguns serviços, como instalações de linhas, aparelhos e cabeamentos internos nas residências dos assinantes. Segundo a Procuradoria Regional do Trabalho, que ajuizou a ação, a concessionária

teria descumprido uma antiga norma da CLT, que proíbe a terceirização de atividades fim. Para o empresariado, na verdade, o que a Telefônica fez foi apenas subcontratar determinados serviços a prestadoras menores, com funcionários devidamente registrados, de acordo com a lei em vigor. Para o empresário é lógico, e muito mais econômico e eficiente, horizontalizar a produção, de forma que cada um dos terceirizados mantenha o foco na sua área, reduzindo custos e aumentando a eficiência. Na entrevista principal desta edição o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, se posiciona como a voz da indústria e defende a terceirização das atividades fins. O presidente pede ainda que o Custo Brasil seja revisto numa reforma estruturante bancada pelo Governo Federal. Skaf afirma que a indústria apoia o ajuste fiscal, apesar de reclamar do aumento da carga tributária. O posicionamento de Paulo Skaf é importante, não há dúvidas que os empresários estão certos ao pedirem a regulamentação a terceirização, contudo, essa nova Lei não pode colocar a baixo todos os ganhos adquiridos ao longo dos anos. A matemática é complicada, a indústria cobra do governo uma ação forte para dar mais competitividade à indústria e isso significa mais liberdades trabalhistas. Mas na outra ponta estão os trabalhadores e os avanços conseguidos ao longo dos anos. Essa é uma queda de braço antiga...

Paulo Dantas

Editor da Revista NORDESTE paulo.dantas@revistanordeste.com.br


CARTAS E E-MAILS “Conheço a Revista já de algum tempo e sei do conteúdo diferenciado já produzindo repercussão no mercado e nos formadores de opinião. Isto é importante saber no momento de forte crise no mercado editorial” Leonardo Attuch Proprietário do Site Brasil247 São Paulo/SP

Somente o nome Nordeste já é forte, mas fortíssimo é visualizar a revista com o nome NORDESTE nos principais gabinetes dos órgãos públicos em Brasília. Nesta semana, vi e fiquei orgulhoso, quando encontrei a revista editada na PB, disponível na recepção da sala do Ministro da Saúde. Estou apenas falando de forma, mas se tratarmos do conteúdo, nos orgulhamos mais ainda. Felizmente, estamos produzindo publicações "made in PB" com qualidade gráfica irreparável, logística de distribuição eficiente e acima de tudo boas reportagens e informações de interesse público. A Revista NORDESTE me representa!”

Está na hora da Revista NORDESTE se aprofundar mais ainda no levantamento das causas e efeitos para que o PIB dos 9 estados continue ainda abaixo dos 14% da riqueza nacional. Esse bla-bla-bla de grandes investimentos não pode encobrir a necessidade da região crescer sua participação no PIB”

Luiz Henrique Goiana/GO

Felipe Uchoa Recife/PE

Está na hora de se aprofundar mais com as teorias atualizadas de Paulo Freire, cujo cinquentenário de Angicos, ano passado, quase que se foi desapercebido. A Revista bem poderia ocupar essa lacuna” Ana Elvira Professora Doutora João Pessoa/PB

REVISTA NORDESTE N.º 100

É uma satisfação imensa escrever na Revista NORDESTE” Gaudêncio Torquato

Jornalista, professor titular da USP/SP

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NORDESTE On-line Facebook Revista Nordeste Twitter @RevistaNordeste E-mail faleconosco@revistanordeste.com.br Site www.revistanordeste.com.br

Precisamos ver pautas mais fortes sobre a cena pernambucana nas futuras edições da revista”

Manoel Araújo Chefe de Gabinete da SECOM Brasilia/DF

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Nota da Redação: Sugestões de pauta ou matérias podem ser enviadas para o endereço eletrônico do editor: paulo.dantas@revistanordeste.com.br Agradecemos a sua participação.

Paulo Rezende Teresina/PI

Embora já tenha visto em alguns lugares somente agora podemos nos aprofundar sobre os temas abordados pela NORDESTE, em especial pelo enfoque de questionar e produzir uma leitura do Brasil pelo interesse dos nove estados”


Capa/Entrevista PAULO SKAF / PRESIDENTE DA FIESP

INDÚSTRIA BRASILEIRA APONTA PRIORIDADES Por Paulo Dantas paulo.dantas@revistanordeste.com.br

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aulo Antônio Skaf é uma paulista de 59 anos que ocupa a presidência da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo desde 2004 e conhece de perto as agruras do empresário brasileiro. Paulo Skaf, como é mais conhecido, começou a trabalhar com 17 anos, em 1970, como sócio da tecelagem do pai no bairro da Mooca, em São Paulo. Foi um dos líderes do setor , quando em agosto de 1998, obteve votos suficientes para presidir a Associação Brasileira da Indústria Têxtil, a Abit. Na ocasião, assumiu uma associação que representa 30 mil empresas, 1,5 milhão de trabalhadores. O presidente vem se notabilizando por uma defesa forte da indústria e dos empresários. Avesso a aumento de impostos, Skaf já protagonizou embates ferrenhos contra a CPMF. O famigerado imposto que chegou abocanhar 0,33% por operação financeira. Hoje o empresário tem reclamado do fim da desoneração da folha de pagamento feito pelo governo no Ajuste Fiscal. Na entrevista que segue, Paulo Skaf fala sobre a crise econômica e pede mudanças na carga tributaria brasileira. Acusa a administração do PSDB, em São Paulo, pela crise hídrica na cidade, mas evita dizer se será candidato novamente ao governo em 2018.

Skaf ficou na segunda colocação no pleito de 2014 contra o atual governador Geraldo Alckmin (PSDB). Revista NORDESTE: Quais as perspectivas econômicas para indústria neste ano de 2015? Há possibilidade de novos investimentos? Qual o cenário previsto? Paulo Skaf: A deterioração dos fundamentos econômicos e o ambiente repleto de incertezas deverão levar a uma contração do PIB em 2015, com destaque às quedas dos investimentos e da indústria de transformação. Na esteira de

um ambiente bastante incerto e de piora dos fundamentos econômicos, com aumento dos juros, forte elevação da tarifa da energia elétrica, queda do emprego e da renda, a confiança do empresário e do consumidor vem mostrando expressiva deterioração nos últimos meses, reforçando a expectativa de que o ano de 2015 será muito difícil para a economia brasileira, para a indústria de transformação e para os investimentos. Acreditamos que o PIB mostre contração de 1,5% em 2015. No caso da indústria de transformação, nossa previsão é de um recuo de 4,9% para os investi-


mentos. Esperamos também uma queda de 8,4% no investimento.

NORDESTE: A crise econômica no Brasil é um reflexo natural de uma crise mundial ou o país deixou de fazer o dever de casa? Skaf: Parte do fraco crescimento que a economia brasileira experimentou nos últimos anos deve-se à menor taxa de crescimento do mundo. Porém, temos de reconhecer que de fato deixamos de fazer o dever de casa. Por muitos anos surfamos na onda da bonança externa, de forte crescimento global e elevados níveis de preços das commodities. Esse período contribuiu para que a economia brasileira experimentasse um elevado crescimento, dando sustentação política de redistribuição de renda e redução da miséria, inserindo milhões de pessoas no mercado consumidor. Expandimos vigorosamente o consumo, mas, em contrapartida, não houve ações que estimulassem a produção e a Fotos: Assessória

garantia da eficiência da economia, de modo que dessem base de sustentação para um forte crescimento do país. O que vimos foram produtos importados tomando o lugar dos produtos nacionais. O período de bonança global adiou o processo de reformas estruturantes no Brasil, como uma reforma tributária que trouxesse simplificação e isonomia ao sistema tributário brasileiro, para citar apenas um exemplo. O ambiente de forte crescimento global ficou para trás. O que temos de fazer, agora, é andar com as nossas próprias pernas. NORDESTE: Na sua opinião, as recentes medidas fiscais adotadas pelo governo podem ajudar a melhorar o cenário econômico? Skaf: O equilíbrio das contas públicas e a conquista da credibilidade da política fiscal, mediante o menor crescimento dos gastos, é necessário para a retomada do crescimento,

A Fiesp reconhece a importância da busca pelo reequilíbrio fiscal, expediente que na nossa avaliação deve ser guiado fundamentalmente pela redução dos gastos” entretanto, isso não basta. É crucial que o governo também elabore e execute medidas pró-crescimento, com destaque para ações que melhorem o ambiente de negócios e fortaleçam a eficiência, a produ-

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Skaf: Nesse ambiente bastante incerto e com perspectivas negativas para o crescimento, é claro que o empresário fica mais cauteloso quanto as suas decisões de produção e investimento. Porém, não podemos ficar paralisados pelo pessimismo. A Fiesp reconhece a importância da busca pelo reequilíbrio fiscal, expediente que na nossa avaliação deve ser guiado fundamentalmente pela redução dos gastos. Caso não haja reformas estruturais que reduzam o Custo Brasil, não será possível a retomada robusta do crescimento do país. A realização de reformas estruturantes é peça central na consolidação de um ambiente econômico mais benigno ao processo produtivo, alavancando a competitividade da indústria de transformação e da economia brasileira como um todo.

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NORDESTE: Como a indústria pretender ou pode reverter esses dados negativos?


ças, num momento de queda da produção da indústria e de forte redução do emprego no país. NORDESTE: A questão da terceirização seria uma saída para ajudar a melhorar o desempenho econômico das indústrias e dar maior competitividade?

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A complexidade do sistema tributário e a precariedade da nossa infraestrutura são fatores importantes que compõem o elevado Custo Brasil” tividade da economia brasileira, que reduzam o fardo do Custo Brasil. A complexidade do sistema tributário e a precariedade da nossa infraestrutura são fatores importantes que compõem o elevado Custo Brasil. Um produto industrializado nacional é, em média, 33,7% mais caro do que um produto dos parceiros comerciais em decorrência

do Custo Brasil, ou seja, o Custo Brasil é determinante para a perda de competividade da indústria de transformação nacional. NORDESTE: Como fica a indústria com o fim da desoneração da folha de pagamento? Skaf: O ajuste fiscal em um país com arrecadação de quase de R$ 2 trilhões ao ano deve ser conduzido na direção de reduzir as despesas do governo. Aumentar a contribuição da empresa para a Previdência sobre a receita bruta é acabar com a desoneração de maneira disfarçada. Se aumentar imposto resolvesse o problema, o Brasil seria um país perfeito. Seria mais coerente se o governo tivesse assumido de uma vez que seu objetivo é extinguir o programa, criado por este mesmo governo com o objetivo de incentivar a criação de empregos e sob o argumento de que era preciso dar instrumentos para melhorar a competitividade das empresas. É um absurdo que o governo tenha de recorrer ao aumento da carga tributária para socorrer suas finan-

Skaf: A terceirização trará mais segurança jurídica para empresas e trabalhadores. Todos os direitos estão preservados. Na empresa prestadora de serviço, todos os funcionários serão contratados pela Consolidação das Leis Trabalhistas [CLT], estarão registrados por essa lei. Da maneira como está, bem amarrado, dá segurança jurídica para as empresas e garantia aos trabalhadores. Isso vai gerar emprego e estabilidade. Terceirizar também é poder contratar uma empresa que tenha aquela especialização, qualidade, tecnologia. Não é barateamento do trabalho, não. Sem dúvida nenhuma, a terceirização levará a maior investimento por parte da indústria, pois ela terá segurança jurídica. Isso gerará mais emprego, que se traduzirá em maior competitividade. NORDESTE: As centrais sindicais temem a precarização da relação trabalhista com a terceirização, há esse risco? Skaf: Não há risco de precarização, pois, como disse anteriormente, o trabalhador é registrado e terá todas as garantias e os benefícios. Ele não perderá nenhum direito. Não há redução de salários, porque as categorias têm pisos salariais e são os sindicatos que fiscalizam as práticas das empresas. Além do mais, está estabelecido que 4% do valor contrato seja usado como caução. O valor fica depositado em uma conta bloqueada e só retorna para a empresa prestadora de serviços quando o contrato for encerrado e ficar provado que a terceirizada cumpriu todas as suas obrigações


com os trabalhadores. Além disso, a nova lei regulamenta o acesso dos terceiros ao refeitório, ao ambulatório médico e ao transporte da empresa contratante. Isso é justamente o oposto de precarizar. NORDESTE: Uma parcela da população tem ido as ruas reclamar da corrupção e da condução do governo dado pela presidente Dilma Rousseff e o PT, a crise política pode piorar o cenário econômico? Em caso positivo, como?

Skaf: Não existe níveis de corrupção. Ou há ou não há. É dever dos cidadãos, dos governos, das empresas, de todos os brasileiros denunciar os atos de corrupção, coibir, não ser conivente. Um país que tenha educação de qualidade, que dê oportunidade iguais para todos, que ofereça aos cidadãos serviços de saúde eficientes, perspectiva de carreira, de um futuro melhor, certamente será um país com menos possibilidade de ter pessoas que se corrompam. É utopia imaginarmos um país com corrupção zero. Mas temos que desejar e trabalhar o máximo neste sentido. NORDESTE: Como o senhor vê a gestão do PSDB em São Paulo? O partido já se esgotou? Skaf: O estado de São Paulo precisa Fotos: Assessória

NORDESTE: De quem é a responsabilidade da atual crise hídrica vivida por São Paulo? Skaf: Há dez anos faltou água em São Paulo e que hoje novamente falta água no Estado. São Paulo tem racionamento de água. Há bairros que passam três, quatro dias sem água, mas o governo não admite o racionamento. Mesmo com a chuva que tem caído, o sistema Cantareira não conseguiu recuperar o volume morto. Os projetos existem, o que faltou foi executá-los. NORDESTE: O senhor será candidato novamente em 2018? Em caso afirmativo, se manterá no PMDB? Skaf: Reassumi a presidência da Fiesp e do Ciesp e assumi a pre-

Todos nós esperamos medidas que coloquem o Brasil novamente no caminho do desenvolvimento, que as reformas tributárias sejam feitas” sidência do Sebrae. Temos muito no que trabalhar agora. O Brasil enfrenta uma grave crise econômica e precisamos vencer muitos obstáculos que temos pela frente. É hora de focar na reindustrialização, na criação de empregos, no incentivo à recuperação da economia. Não é hora de pensar em eleições, até porque acabamos de ter uma.

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NORDESTE: Na sua opinião é possível erradicar ou estabelecer níveis aceitáveis de corrupção?

de renovação, de novas ideias. Um mesmo grupo está há tempo demais no governo de São Paulo, e temos muitos problemas que precisam de novas abordagens. A segurança vai mal, nossas crianças vão para a escola e não aprendem, as obras de infraestrutura não andam.

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Skaf: Vivemos em uma democracia e todos têm direito de manifestar sua opinião. Agora, seria uma irresponsabilidade praticar futurologia. O que posso dizer é que todos nós esperamos medidas que coloquem o Brasil novamente no caminho do desenvolvimento, que as reformas tributárias sejam feitas, que a indústria de transformação volte a ser olhada com a importância que ela tem: para a economia e para o futuro do Brasil.


Walter Santos ws@revistanordeste.com.br

O papel dos governadores do Nordeste na estabilidade do País Na próxima sexta-feira, 8, a cidade de Natal (RN) volta a reunir o Fórum dos Governadores do Nordeste quando os nove chefe do executivo da região devem construir nova pauta de cobranças ao Governo Federal em meio aos efeitos dos ajustes fiscais que, se têm apoio desse núcleo político de importância, nem por isso exclui a agonia orçamentária e financeira porque passam os Estados gerando muitas dificuldades. Como se deu, recentemente, em fase de instabilidade gerada por setores da Oposição em sintonia com setores da Grande Midia, foram os governadores quem geraram a implosão da tese de Impeachment se posicionando pela governabilidade da gestão Dilma Rousseff. A pauta a ser comandada pelo go-

vernador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria – de uns tempos para cá da família de Silvio Santos, já que seu filho é casado com uma filha do empresário famoso -, foca problemas urgentes de Caixa dos governos com a queda do FPE, ICMS, etc, daí a cobrança para que o Governo Federal destrave a possibilidade de atrair recursos internacionais, além de medidas visando resolver a curtíssimo prazo ainda os efeitos da estiagem prolongada. Como é de conhecimento geral, foi a estiagem registrada no Sudeste até poucos meses atrás, em especial no Estado de São Paulo, que desencadeou a alta no preço de diversos produtos e insumos afetando os índices de inflação que agora convivemos. As instâncias de Poder econômico e

Novo RUB da TAM

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Chamou a atenção o encontro do governador de Pernambuco, Paulo Câmara, e do prefeito do Recife, Geraldo Júlio, com a alta direção da TAM para tratar da possibilidade do Aeroporto Internacional do Recife servir como RUB – nova central de voos da empresa paulista, agora com capital e sociedade com a LAN. A TAM se mostrou interessada e passou a demandar junto a área técnica de avaliação as possibilidade reais de transformar a base pernambucana em novo RUB levando em conta também a posição geográfica do aeroporto. Há forte probabilidade de avançar.

político precisaram conviver com a Seca dentro de sua realidade próxima para entender a necessidade sempre premente de se construir medidas de solução bem posta para, não só resolver de vez a convivência com a estiagem, mas fazer do semi-árido Nordestino a possibilidade de lugar de base econômica. Israel é exemplo de como fazer isso e esta realidade de superação precisa ser adotada no Nordeste.

Italianos de olho na Paraíba Depois do anúncio de mais investimentos na ordem de R$ 1 Bilhão na fábrica da FIAT em Goiana – PE, investidores italianos estão interessados em demandar a construção de uma fábrica de barcos no vizinho estado da Paraíba. O empresário Fábio Vicenzi, sócio da ítalo-brasileira C&V, esteve em audiência com o governador da Paraíba, Ricardo Coutinho, deflagrando os primeiros entendimentos visando consolidar os investimentos. A C&V, assim como outros empresários italianos trabalham a possibilidade de expandir para solo paraibano fábricas de produção de acessórios para a FIAT.


Dilma, a seca e os investimentos

A alta produção de ferro no Pará e Maranhão está levando a Vale a negociar com fabricantes de navios e companhias de leasing chinesas a construção de cerca de 50 cargueiros gigantes para transporte de minério do Brasil para a China. Tudo isto tem efeito na economia dos dois estados. De acordo com informações obtidas por fontes da Coluna, a China Cosco Holdings pode construir 20 desses navios, enquanto a Shandong Shipping, a ICBC International Leasing e a China Merchants Energy Shipping podem aceitar 10 encomendas cada uma. Quando consolidada, esta será a maior encomenda da história para esse tipo de cargueiro.

governadores do Nordeste – região que se mantém em crescimento acima das demais regiões. O Nordeste não pode mais continuar sendo tratado pelo estereótipo desatualizado e injusto para com quem tem dado contribuição importante à redução das desigualdades regionais e apostado num novo modelo de resultados sócio-econômicos.

Atlântico Sul em grave Crise As empreiteiras Camargo Correa e Queiroz Galvão, acionistas do estaleiro Atlântico Sul mais a japonesa IHI, vivem grave problema financeiro para resolver prejuízo já passando de R$ 1,5 Bilhão depois que contratantes resolveram rescindir contratos em face de atraso na entrega de navios – sonda. Como se sabe, a Sete Brasil havia encomendado ao Atlântico Sul sete navios – sonda, mas parou de pagar em novembro do ano passado levando o contrato a ser rescindido quatro meses depois. As duas empresas, envolvidas no Lava Jato, há pouco mais de um mês,

aplicaram cerca de R$ 50 milhões no estaleiro, mas o rombo nas contas continuou. A dívida soma cerca de R$ 3 bilhões, e o caixa não chega a R$ 200 milhões mesmo após corte de gastos e a demissão de trabalhadores.

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Mais 50 cargueiros gigantes

Grande vulto estruturante nos demais estados do Nordeste, que não só em Pernambuco, Ceará e Bahia pois, do contrário, estar-se-ia criando dois Nordestes já existentes, inclusive o dos estados mais pobres. Em síntese, o Brasil e as instâncias de Poder político e econômico precisam levar a sério e dar mais importâncias às ações adotadas pelos

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Embora a Grande Midia dê visibilidade e importância à altura, as obras em torno do projeto de Revitalização (não é transposição) do Rio São Francisco criando dois eixos de apoio hídrico relevante a 4 dos 9 estados do Nordeste têm avançado com água já existente no Eixo Leste (PE), precisam de reforço do Governo Federal descontigenciando os recursos das empresas responsáveis para avançar e acelerar a conclusão deste importante projeto de vida econômica onde há mais afetamento da escassez de água. O Governo Dilma tem produzido ações concretas, mas que deveriam estar em ritmo mais avançado não só neste projeto, como na constituição de uma nova Política negociada para consolidar mais investimentos de


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Opinião

Sísifo chegará ao topo da montanha?

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Brasil vive a maior crise de sua contemporaneidade. Não se trata apenas de uma soma de crises que se imbricam nas teias da economia, da política, da água e da energia, entre outras. Trata-se, sobretudo, de uma crise moral que solapa as bases da credibilidade nas instituições e em seus atores. Daí a dúvida: quando abriremos o ciclo de moralização da vida política no país? Há um fio de esperança? A resposta é sim. Vejamos as hipóteses. Três vertentes se apresentam como as mais prováveis na esfera das ocorrências futuras: a primeira é de que a atual crise será ultrapassada pela próxima; a segunda, ancorada na banalização, mostra o brasileiro cada vez mais descrente da política; e a terceira, regada a esperança, é capaz de acreditar ser possível uma flor nascer no pântano. As duas primeiras vertentes são maléficas para o caráter nacional. Comparam-se à maldição de Sísifo. Expliquemos. Condenado a carregar uma pedra sobre os ombros e depositá-la no cume da montanha, o matreiro rei de Corinto nunca irá a conseguir o feito. O castigo que os deuses lhe deram no Hades, o mundo dos mortos, era definitivo: recomeçar a tarefa todos os dias por toda a eternidade. Ora, o brasileiro sente que Sísifo está à nossa espreita. Há menos de um ano, as pessoas achavam que a situação começava a melhorar. A pedra poderia chegar ao topo da montanha; hoje, sentem que a coisa está prestes a degringolar. Sísifo, mais uma vez, fracassa. Pois esse é o Brasil do eterno retorno, a repetir o maçante exercício de ver frustradas suas expectativas. O desalento se instala, sob a banalização de escândalos que abala a confiança social. Daí a indignação, a revolta, a mobilização das ruas, na esteira de uma reação aos desmandos e ilícitos. Críticas ácidas jorram de esquadrões da classe média, cuja repulsa aos eventos da Operação Lava Jato emerge de forma contundente na mídia. O fio de luz no fim do túnel é a racionalidade fincando suas raízes. Expande-se a locução social com a tuba de ressonância midiática fazendo eco. As camadas – com acesso à TV e ao rádio – vêem a lama escorrer da arquitetura política e aplaudem as prisões de figuras de alto calibre. A flor nascerá no lamaçal. A crise que assola o Parlamento deixa os atores atordoados. A mobilização das ruas propaga um sentimento pátrio e uma reação em cadeia. Cristaliza-se a

convicção de que a corrupção e a infração a valores morais hão de ser contidos pelas barreiras que a sociedade começa a construir. Do sentimento de que está sempre vendo as mesmas coisas, o brasileiro extrai a argamassa para construir o edifício do amanhã. Nessa construção, serão plantadas as sementes de reformas fundamentais, a partir da reforma política e de um novo pacto federativo. Já não dá mais para conviver com um modelo político incompatível com uma estrutura racional de Estado e uma gestão moderna de democracia. A continuar a velha modelagem, cairemos fatalmente na ingovernabilidade, com o agravamento das tensões entre instituições e insegurança social. É possível, até, que não façamos, de imediato, uma reforma política completa. O importante, nesse momento, é tentar reformar o sistema político-eleitoral; modernizar a estrutura do Estado, a partir de limites sobre competências entre Poderes (pacto federativo) com redefinição de atribuições entre entes; completar a legislação infraconstitucional, que mantém buracos desde 1988; melhorar a qualidade dos serviços públicos; e estancar a escalada tributária. Acabamos de atualizar os eixos das relações do trabalho com a aprovação na Câmara do PL 4330 sobre Terceirização. O Senado não pode e não deve deter esse projeto, sob pena de ser contrário à modernização do país. Precisamos seguir adiante. Não dá mais para esticar o cordão das crises. O xeque-mate no jogo é a moldura da economia. Diques pontuais para atenuar a onda da recessão, que já dá sinais de vida, só serão eficazes se acompanhados de ajustes em outras frentes. Nunca esteve tão próxima a possibilidade de colhermos uma flor do pântano. A partir das sementes que os centros sociais espalham pelo seu terreno e que deverão chegar até os habitantes da base da pirâmide. Há um preceito da ciência política pelo qual as grandes mudanças da História são produzidas quando os favorecidos e apaniguados do poder não têm a capacidade para transformá-lo em força, enquanto os que dispõem de pequeno poderio aproveitam essa capacidade ao máximo para convertê-la em força crescente. Esse é um fenômeno que se instala entre nós. É o que estamos presenciando. Se faltar vontade no andar de cima, sobrará revolta no andar debaixo. No jogo de xadrez, existe a possibilidade de o peão adquirir tanta força quanto o bispo.

Gaudêncio Torquato Jornalista, professor titular da USP, consultor político e de comunicação

Não dá mais para esticar o cordão das crises. Diques pontuais para atenuar a onda da recessão, que já dá sinais de vida, só serão eficazes se acompanhados de ajustes em outras frentes



Política

OS GARGALOS (E SOLUÇÕES) DOS ESTADOS NO CONGRESSO Rui Costa, em nome dos governadores, aponta principais Projetos de Lei no Congresso Nacional, que afetam o futuro dos estados nordestinos Por Paulo Dantes paulo.dantas@revistanordeste.com.br

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encontro dos governadores do Nordeste com a bancada federal no dia 15 de abril ainda pode dar muito o que falar. No encontro, o governador da Bahia, Rui Costa (PT), apresentou uma espécie de roteiro das matérias de interesse do Nordeste que estão em tramitação no Congresso Nacional e que precisam de atenção redobrada e de união da bancada, seja para impedir que o projeto siga adiante, seja para conseguir sua tramitação e aprovação mais rápida. O encontro contou com as presenças dos governadores dos nove estados do NE, além do ministro das Cidades, Gilberto Kassab (PSD), senadores e deputados. A pressão advinda da união da bancada ajudaria também a priorizar as intervenções e liberações de investimento do

O governador da Bahia ficou responsável pela relatória do andamento dos projetos no Congresso


Fotos: Divulgação

nico no Senado, seria um exemplo disso. A medida já foi aprovada no Senado e está em tramitação na Câmara. Ao todo, são cerca de 53 propostas listadas pelo governador. Todas estão em tramitação, entre projetos, substitutivos, emendas, ações no Supremo. As propostas tocam diretamente nos orçamentos dos estados e versam sobre temas como pagamento de impostos, concessões de

isenções, guerra fiscal, zonas de exportação, divisão de royalties, pagamentos de salários de professores, capacidade dos estados de contrair empréstimos e legislação sobre recursos hídricos. Os projetos se aprovados, ou não, garantem uma mudança no cenário dos estados, resta saber se a bancada consegue se reunir e fazer com que essa mudança seja para melhor.

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Na foto acima, governadores se reunem com bancada federal. Na foto ao lado, Rui Costa, conversa com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB)

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Governo Federal. No mapa de proposituras em tramitação, apresentado por Costa, há projetos que aumentam receita – em um dos projetos, se aprovado, a Bahia aumentaria a receita com ICMS em R$ 100 milhões ao ano – enquanto, noutro, a perda para o mesmo estado poderia chegar até R$ 1 bilhão. Entre os pontos principais que precisam de empenho da bancada do nordeste está a necessidade de avançar com a reforma do ICMS. Essa seria uma das medidas para reforçar a saúde financeira dos Estados, a PEC do comércio Eletrô-


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GUERRA FISCAL E MAIS INVESTIMENTOS FEDERAIS NO OLHO DO FURACÃO Boa parte dos projetos, nove ao todo, de interesse dos estados, versam sobre mudanças na tributação do ICMS. Entre eles está a PEC do comércio eletrônico. O projeto saiu Senado no ano de 2012, foi à Câmara, onde recebeu aprovação em segundo turno com alterações e agora retornou ao Senado. Na Casa Alta, no início de abril, teve o regime de urgência aprovada. Segundo o senador Walter Pinheiro (PT/BA), a intenção é aprova-lo o mais rápido possível do jeito que veio da Câmara. “Até porque a gente acha que se o projeto não está bom, mas pior é da forma como está funcionando”, disse o baiano. Outro item de atenção redobrada das bancadas é a criação de dois fundos de compensação e uma Emenda que trata da repartição do ICMS. Os projetos, que ajudariam no desenvolvimento regional, criam o Fundo de Compensação das Perdas e o Fundo de Desenvolvimento Regional. No entender do governador da Bahia, seria oportuno a aprovação destes projetos, na ausência de uma legislação mais ampla que acabe com a guerra fiscal. “A Bahia, por exemplo, sofre com as ações de inconstitucionalidade interpostas contra as principais leis de benefícios fiscais editadas pelo Estado, bem como dos autos de infração lavrados contra a Ford por São Paulo e Minas Gerais. Essa convalidação dos benefícios fis-

Joaquim Levy, demandas envolvendo interesses do Nordeste

Governadores se reuniram no dia 15 de abril no auditório Nereu Ramos, em Brasília

cais (proposta pelo projeto) afasta a insegurança jurídica, que hoje recai sobre os investimentos empresariais no Estado, permitindo a atração de novos investimentos e consolidando os já existentes”, argumenta Rui Costa. Em 7 de abril os projetos foram aprovado pelo Senado, com duas emendas. “Não é possível pensar em unificar a alíquota do ICMS sem os dois fundos. Foi essa nossa briga em 2013 e 2014. Chega-

mos a produzir o relatório da Medida Provisória (MP) que foi enviada pelo Governo Federal, que em seguida recuou e operou para matar a MP e isso prejudicou enormemente os estados. Agora existe um compromisso do Ministro da Fazenda de enviar esta matéria em maio para o Congresso Nacional”, explica Pinheiro. O baiano se refere a unificação da alíquota dos atuais 7%, para 4%, que vem sendo costurado p e l o


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PLS 201/2013 (ATUAL PLP 45/15)

Determina que os produtos ou as mercadori as sujeitos à substituição tributária, adquiridos por empresa enquadrada no Simp les Nacional, terão incidência do ICMS à alíquota de 3,95%; Também assegura ao contribuinte substituído o direito à compensação automática do valor do impo sto pago por força da substituição tributária . projeto já foi aprovado no Senado e seguiu para Câmara.

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PA sados) tos apen ST RA e PLP 433/2014 (Proje O NORDE E

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PLP 448/2014, PLP 418/2014, PLP 379/2008

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Avaliação: Não é de interesse do Nordeste a aprovação. As medidas previstas geram grandes prejuízos para as unidades federadas, na medida em que atingem de forma desastrosa o regime da substituição tributária, largamente utilizado pelos Estados como instrumento de controle fiscal e de simplificaç ão da arrecadação do ICMS. Todos os Estad os perdem arrecadação com o projeto. A Bahia , por exemplo, perderia R$ 700 milhões, podendo chegar até R$ 1 bilhão.

para enquadramento em 300% (R$ 14,4 Propõe aumento do limite de faturamento redução do número de faixas (de 20 para milhões/ano), entre outras propostas, como do ICMS por faixa, progressividade da 5 faixas), redefinição das alíquotas aplicáveis do MEI (de R$60 mil/ano para R$120 tabela, elevação do limite de enquadramento enquadramento das microempresas e das mil/ano). Corrige anualmente os valores de em variação do INPC. Concede parcelamento empresas de pequeno porte com base na SN. no m ssare ingre o débit com até 180 meses para os contribuintes

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a aprovação. Estima-se que as perdas totais Avaliação: Não é de interesse do Nordeste de R$ 1,4 bilhão/ano, só com o PLP 448. de arrecadação para o Brasil seriam da ordem prejuízos para o Estado, seja pela redução da De modo geral, os projetos geram grandes fiscais, especialmente quando ampliam as faixas receita, seja pela fragilização dos controles e de substituição ou antecipação tributária. de faturamento ou alteram ou eliminam o regim

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AVALIAÇÃO M DE PA PEC 07/2015 (antiga PEC 197/12) RA O NOR

Estabelece regra de repartição de receita do ICMS nas operações e prestaçõ es interestaduais destinadas a não contribuintes do imposto, qualquer que seja a modalidade do negócio jurídico realizado (presencial ou através das vendas efetuadas por internet, telemarketing, catálogos, showroom ou representantes comerci ais). A repartição deverá ocorrer em cinco anos, conforme acordado entre os estados. Avaliação: A aprovação deste projeto interessa a todos os Estados do Nordeste e foi objeto de consenso no CONFAZ. A PEC foi aprovada em segundo turno na Câmara no último dia 3 de fevereiro, retornando ao Senado por ter sofrido alteração. É desejáve la aprovação da PEC 07 pelo Senado sem alteração, evitando seu retorno à Câmara e nova apreciação pelo Senado. O CONFAZ também defende isso. A proposta beneficia os estados consumidores e na Bahia, por exemplo, a expectativa de aumento da receita com ICMS é de mais de R$ 100 milhões ao ano.

Legislação envolvendo exploração de recursos hídricos está na mira de estados produtores

Ministério da Fazenda, mas que não tem consenso entre os estados. Ainda na mira de mais recursos para os estados, o projeto número 26/2014, que altera a resolução do Senado 43/2001, possibilita que os estados e municípios possam alcançar um outro patamar de endividamento. Modificando inclusive concessão de garantias, seus limites e condições de autorização dos empréstimos. Esta discussão tem causado uma verdadeira queda de braço entre os governos estaduais e o Governo Federal. Outro tema quente é a aprovação da legislação sobre os royalties dos recursos hídricos e a destinação dos royalties do pré-sal. O Congresso Nacional aprovou a destinação de recursos dos royalties do pré-sal para a Educação e sugeriu que esta verba, que chegou a R$ 5 bilhões somente este ano, poderia ser utilizada para resolver o problema do piso salarial dos professores e o problema do custeio que os governos estaduais têm na área da educação. Ainda versando sobre educação, existe o projeto PL 1655/11, que trata sobre o Salário-Educação. O projeto equaliza o valor por aluno/ano pago pelo Salário-Educação para R$ 210,45 para todo o país – o menor per capita aluno é do Maranhão R$ 40,22 e o maior R$ 468,73 para o DF. Rui Costa argumenta que esse reajuste permitiria ganhos financeiros para todos os Estados do Nordeste (em média 186,7% para a região). Esses ganhos seriam escalonados entre 81% para

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PRINCIPAIS PROJETOS EM TRAMITAÇÃO


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PLS 106/2013

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Avaliação: Projeto de grande inte resse para os Estados do Nordes te. Depois de várias emendas, este projeto absorve u algumas deliberações dos Esta dos, quando foi apreciada a proposta de convênio de convalid ação, remissão e anistia dos ben A O NO PA R efícios e incentivos fiscais RD do ICMS. M O TE

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PLS 173/13

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PROJETO SOBRE ROYALTIES – Autoriza os Estados e o DF a legislar sobre fiscalização, arrecadação e controle da exploração de recursos hídricos minerais em seus respectivos territórios.

PEC 386/2006 - PEC

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Avaliação: É interessante a aprovação deste projeto, sobretudo para os Estados do Nordeste que têm produção de produção de petróleo e derivados. Atualmente existe uma ação intentada pela Presidência da República, através da ADI 4606, contra a Lei baiana nº RA O NORD ES PA 10.850/07 e o Decreto nº 11.736/09, que legisla sobre a matéria.

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M IRRIGAÇÃO PA DE RA O NOR Dá nova redação ao art. 42 do Ato das Dis posições Constitucio ampliando o prazo em nais Transitórias, que a União deverá destinar às Regiões percentuais mínimos Centro-Oeste e Norde dos recursos destina ste dos à irrigação. Avaliação: É do intere sse do Nordeste a ap rovação deste projet se na CCJ - Comissão o. Atualmente encontr de Constituição, Justi aça e Cidadania. Distrib Pinheiro, para emitir uído ao Senador Wa relatório. lter

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Pernambuco e 423% para Maranhão. Apenas seis estados mais ricos da Federação teriam perda de repasse. No entender de Costa, o projeto é do interesse do Nordeste porque permitiria transformar a contribuição social do salário-educação, que é uma receita federal, em um instrumento efetivo de redistribuição de recursos. Atualmente os estados mais ricos recebem mais recursos. Já sobre o piso salarial do magistério público, na educação básica, outro projeto que deve ser apoiado pela bancada, busca viabilizar que todos os Estados e Municípios, sem disponibilidade orçamentária para cumprir o valor fixado, recebam, da União os recursos necessários à complementação da integralização do piso nacional. Em relação a legislação sobre os royalties dos recursos hídricos de cada estado, o projeto PLS 173/13 autoriza os Estados e o DF a legislar sobre fiscalização, arrecadação e controle da exploração do petróleo ou gás natural e de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica em seus territórios. “É interessante a aprovação deste projeto, sobretudo para os estados do Nordeste que têm produção de petróleo e derivados (no caso, Bahia, Sergipe, Rio Grande do Norte, Alagoas e Ceará)”, alerta o governador. Atualmente existe uma ação intentada pela Presidência da República contra a Lei baiana que aponta outra legislação sobre a matéria. Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 4606) afirma que é inconstitucional a lei baiana que instrumentaliza

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O NORDE

PEC 57/1999

Altera o art. 159 da Constituição Federal, para instituir o Fundo Nacional de Desenvolvimento do Semi-Árido e prevê suas fontes de recursos.

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Avaliação: Apresentação do Requerimento n. 9782/2014, pelo Deputado Raimundo Gomes de Matos (PSDB-CE), que: “Solicita inclusão na Ordem do Dia da Proposta de Emenda Constitucional Nº 57 de 1999, “que institui o Fundo Nacional de Desenvolvimento do Semi-Árido e prevê suas fontes de recursos.

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Projeto de partilha dos royalties do petróleo se encontra no Supremo

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O NORDEST PLS Nº 717 de 2011, 181 de 200 E RA A 9, 108 de 2007, 295 de 200 8, 730 de 2007, 730/2007, PL 2829/20 O 11 e 2385/2011 AÇÃ Desoneração dos tributos PIS I L e Cofins na área de saneamento VA A R

OM O Avaliação: A desoneração do PA R A O N saneamento renderia ao setor R$ 36 bilhões até 2030. Isso equivale a 12% do total de recursos necessários à universa lização dos serviços de abastecimento de água e de esg oto nos próximos 17 anos.


o estado para o exercício da fiscalização sobre os royalties nas atividade exploratória de minérios ou de aproveitamento dos recursos hídricos para efeito de geração de energia elétrica. No entender da União, a lei da Bahia usurpa a competência da União em legislar sobre águas, minerais e energia no território nacional. Ainda no quesito energia, Rui Costa e o senador Walter Pinheiro consideram urgente resolver o problema das empresas eletrointensivas do Nordeste - empresas dos setores industriais que usam muita energia elétrica. Esse é o caso das empresas de alumínio, aço, petroquímica, papel e celulose – cujo contrato com a Chesf para o fornecimento de energia se encerram em junho deste ano. “No momento em que a gente precisa resolver o problema da exportação, não dá pra tirar (a energia) das empresas do Nordeste que têm capacidade de exportar e que estão em condições de competitividade e são players mundiais. Se essas empresas perdem competitividade por falta de energia nós vamos ter um problema muito pior”, alertou Pinheiro. Outro projeto de grande interesse para os governos nordestinos, é o que amplia o prazo em que a União deverá destinar às Regiões Centro-Oeste e Nordeste percentuais mínimos dos recursos destinados à irrigação; a desoneração de tributos PIS e Cofins na área de saneamento. A desoneração do saneamento renderia ao setor R$ 36 bilhões de “verba extra” até 2030 e proporcionaria mais obras na região. Esse valor equivale a 12% do total de recursos necessários à universalização dos serviços de abastecimento de água e de esgoto nos próximos 17 anos. Outro projeto importante é o que cria as Zonas de Processsamento de Exportação em torno o nordeste e institui a criação do Fundo Nacional de Desenvolvimento do Semi-Árido e prevê suas fontes de recursos. O relatório é vasto e mostra que se a bancada não se unir uma grande monta de recursos podem ser perdidas. “Na defesa pela região, não tem partido, nem tem governo, O partido é o Nordeste”, defendeu Walter Pinheiro.


Política

O RECUO TUCANO Aécio fica isolado, após FHC e Serra e se posicionarem contra impeachment de Dilma

Por Walter Santos ws@revistanordeste.com.br

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mbora na essência, tucanos de peso como os senadores Aécio Neves, Aluizio Nunes e Cássio Cunha Lima, além de diversos deputados federais, a exemplo de Bruno Araújo e Carlos Sampaio, sejam abertamente favoráveis ao impeachment da presidenta Dilma Rousseff (PT), todas as tentativas existentes no ninho do PSDB passaram a ter pouco peso com o “desmonte” produzido pelo novo posicionamento assumido pelos cardeais Fernando Henrique Cardoso, governador Geraldo Alckmin e senador José Serra. Na prática, apesar das tentativas localizadas, este “plano” de “Terceiro Turno” no País está totalmente desmobilizado e sem condições de avançar porque a resistência é geral. Quem fulminou a tese de Impeachment em meados de abril foi o ex-presidente FHC indagando: “Como um partido pode pedir impeachment antes de ter um fato concreto? Não pode!”. Aliás, o mote impea-

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Aécio Neves, abertamente favorável ao Impeachment de Dilma

chment parecia cenário que tomaria conta do Fórum de Comandatuba, no Sul da Bahia, liderado pelo multimídia e empresário abertamente favorável ao PSDB, João Doria. Foi lá que FHC desmontou o clima. Outros lideres desafetos de Dilma , como presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha, também disseram serem contra o Impeachment.


MAIS ARGUMENTOS Sem citar especificamente o PSDB, o tucano afirmou que não faz sentido que os partidos antecipem esse movimento enquanto não houver decisões de tribunais ou provas concretas de irregularidades cometidas pela presidente. "Impeachment não pode ser tese. Ou houve razão objetiva ou não houve razão objetiva. Quem diz se é objetiva ou não é a Justiça, a Polícia, o Tribunal de Contas. Os partidos não podem se antecipar a tudo isso, não faz sentido", declarou. "Você não pode fazê-lo fora das regras da democracia, tem que esperar essas regras serem cumpridas. Qualquer outra coisa é precipitação." O PSDB, presidido pelo senador Aécio Neves (MG), encomendou

Já o senador José Serra (PSDB-SP) tem repetido o que disse inicialmente em palestra na Universidade de Havard, nos Estados Unidos, de que "impeachment não é programa de governo de ninguém" e voltou a defender que a oposição precisa ter responsabilidade. Para ele,"impeachment é quando se constata uma irregularidade que, do ponto de vista legal, pode dar razão a interromper um mandato. E eu acho que essa questão ainda não está posta", disse o senador. Como se sabe, a fala de Serra contraria o presidente do PSDB, Aécio Neves, que chegou a afirmar que a sigla pediria o impedimento da presidente Dilma Rousseff caso se comprove a participação dela nas chamadas "pedaladas fiscais" –manobras feitas pelo Tesouro com dinheiro de bancos públicos para reduzir artificialmente o deficit do governo em 2013 e 2014. Na opinião de Serra, o clima para o impeachment se deve ao desejo de "três quartos da população" que está insatisfeita. "É óbvio que a crise é toda responsabilidade do governo. Não é a ação da oposição, nem do Ministério Público, nem do Congresso", afirmou. O tucano defendeu que a oposição tem que se mobilizar em fazer denúncias, críticas e propostas. "Não dá para fazer de conta que o Brasil está sem problemas de médio e longo prazo." Com estas posições assumidas pelos maiores lideres tucanos, Aécio Neves e alguns tucanos de proa acabaram sozinhos na tese, sem êxito, do impeachment.

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POSIÇÃO DE SERRA

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“COMO UM PARTIDO PODE PEDIR IMPEACHMENT ANTES DE TER UM FATO CONCRETO? NÃO PODE!”

pareceres de juristas sobre a viabilidade de um pedido de impeachment de Dilma Rousseff. Uma das possíveis motivações seria a irregularidade de manobras fiscais feitas pelo governo em 2014 para fechar as contas do ano, as chamadas pedaladas fiscais. O ex-presidente reagiu ainda a afirmações do ministro Luís Inácio Adams (Advocacia-Geral) de que essas manobras fiscais também aconteceram no governo tucano, em 2001 e 2002. "Eu não sei essa mecânica do dia a dia, mas duvido que tenha havido alguma coisa desta magnitude. Certamente não. E, se foi feito, foi errado. Um erro não justifica o outro", disse FHC.

Fotos: Divulgação


Política

DILMA INAUGURA FIAT E NOVA FASE DE GOVERNO Presidenta visita polo automotivo da Fiat em Pernambuco, comemora licença para construção de Arco Metropolitano de Recife e começa fase de ações propositivas do seu governo

Visão aérea da fábrica da Fiat em Goiana. Produção de 250 mil veículos em um ano

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presidenta Dilma Rousseff (PT) inaugurou uma nova fase do governo no dia 28 de abril na cidade de Goiânia, Pernambuco. A nova fase aposta em ações propositivas com a saída da presidenta de Brasília, comunicados na TV e defesa explícita do governo. Em Goiana, a petista foi à cidade “abrir” o polo automotivo que compõe a fábrica da Fiat, um investimento de peso na região. “Um passo ousado como esse, de instalar aqui em Goiana a mais moderna planta industrial do Grupo [Fiat Chrysler], expressa sua confiança nos rumos do país”, afirmou a presidenta durante a inauguração, onde fez questão de prestar homenagens a dois nordestinos, segundo ela, comprometidos com o desenvolvimento de Pernambuco: Lula (PT) e Eduardo Campos (PSB). Durante inauguração a presidenta afirmou que o governo vai continuar investindo em políticas que incentivem a produção industrial brasileira. Ela destacou que o Brasil pretende ser uma plataforma de produção e de inovação na indústria, sobretudo a automobilística. “Nós também queremos ser, além de uma plataforma de produção, uma das principais bases de inovação da indústria automobilística mundial. É este o sentido do Programa Brasil Maior. Nós desejamos que as indústrias automobilísticas aqui

instaladas, e as que venham a se instalar desenvolvam novas peças, novos processos e novos automóveis”, disse. Dilma ressaltou que a instalação da fábrica em plena Zona da Mata pernambucana demonstra a preocupação do Governo Federal com o desenvolvimento regional do país. “A escolha de Goiana decorre também de uma decisão clara do Governo de ajuda e suporte a uma política de desenvolvimento regional e permite que o povo de Pernambuco possa ter aqui um polo industrial automotivo de imenso impacto para a geração de emprego e crescimento do estado”, garantiu. A presidenta apro-


veitou para defender os ajustes fiscais que estão sendo propostos e voltou a dizer que as medidas terão impacto positivo no estímulo à economia e na atividade industrial, geração de emprego e renda. “Os ajustes são conjunturais, eles são necessários, e nós estamos determinados a implementá-los. E conjuntamente com eles a implementar as condições para garantir a expansão não só da nossa

infraestrutura, mas também, do mercado e da indústria automobilística neste momento seguinte. Tais ajustes, eles não vão ofuscar o fato que a indústria automotiva no Brasil, hoje, deu passo à frente, ela está mais globalizada com empresas provenientes de um número bem maior de países cujos resultados serão cada vez mais importantes para suas matrizes”, salientou. Para construir o Polo Automotivo Jeep, a Fiat investiu R$ 7 bilhões, ocupando 260 mil metros quadrados para produzir 250 mil veículos por ano. No perímetro fabril, ergue-se também o Parque de Fornecedores, um complexo de 12 edifícios, que abrigam 16 empresas responsáveis por 17 linhas de produtos. O Parque de Fornecedores ocupa uma área de 270 mil metros quadrados.

Dilma e o Staff da Fiat na linha de produção da fábrica de Goiana

Nove mil funcionários trabalham na fábrica, gente que deixou o mercado informal, trabalho na área de mangue de Goiana ou nas usinas de cana de açúcar para se tornar operário. Com a política de priorizar pessoas da terra, a fábrica acabou retirando como pré-requisito a necessidade de experiência na área e investiu em formação de pessoal qualificado, oferecendo cursos de um ano e meio na empresa, com estágios em Betim (MG) e até na Itália. Estudo realizado pela consultoria Ceplan projeta que, em 2020, o Polo Automotivo Jeep vai contribuir com 6,5% do PIB de Pernambuco. Será uma curva ascendente, considerando que já em 2015, primeiro ano de operação, terá participação de 2,5% no conjunto de riquezas produzidas dentro do Estado. O destaque fica por conta do percentual feminino na fábrica: 18% dos empregados do Polo Automotivo Jeep são mulheres. Para o ministro do Desenvolvimento e Comércio Exterior, Armando Monteiro, a fábrica da Jeep demonstra que Pernambuco e o Nordeste estão cada vez mais inseridos no modelo de desenvolvimento do país.

do estado de Pernambuco, do estado do Ceará e do estado da Paraíba”, comentou. Durante a inauguração em Goiana, a presidenta afirmou: “De posse dessa licença prévia, nós agora podemos fazer a licitação desse trecho pelo DNIT”, disse. Dilma acrescentou que o governo está estudando a inclusão do trecho Norte dentro dos processos de concessão que serão anunciados em maio. Além de citar nominalmente o Ceará e a Paraíba, Dilma fez questão também de se referir a importância das obras para outros estados da região. “Nós sabemos da importância para essa região, como um todo, dos projetos que levem um padrão de crescimento econômico e social, que é aquele que nós vemos e assistimos no Sul e no Sudeste do País“.

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Dilma também comemorou durante a inauguração do polo automotivo, a concessão da licença ambiental prévia para o lote 2 do Arco Metropolitano de Recife (leia matéria nesta mesma edição). Com essa autorização, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) já pode começar a elaborar o termo de referência para lançar o edital da licitação a fim de contratar a empresa responsável pela elaboração do projeto e execução das obras, que serão realizadas com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Segundo a presidenta Dilma, o processo de concessão deve ser anunciado ainda no mês de maio e as obras são parte de uma estratégia de desenvolvimento regional, “que tem por objetivo ter clareza da importância dessa região para o Brasil,

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LICENÇA PARA CONSTRUIR ARCO É GARANTIDA

Fotos: Divulgação


Opinião

100 dias de mudanças

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m bom governo deve ser marcado por uma prática constante de prestação de contas dos serviços realizados para a população. Os governos republicanos cumprem rotineiramente esta função, que não é apenas um dever, mas uma condição para manutenção da legitimidade obtida nas urnas. Na última sexta-feira, fiz questão de apresentar um balanço inicial das ações do novo Governo do Maranhão, sublinhando o objetivo de promover mais justiça social e mais igualdade para a nossa gente. Foram esses os compromissos que assumimos com os 7 milhões de maranhenses e são eles que nos estimulam em nosso trabalho, todos os dias, para que ao final dos próximos quatro anos possamos ver que o Maranhão se encontrou com seu verdadeiro destino: transformar as nossas riquezas em mais prosperidade e justiça para todos. Para apresentação desse balanço, abordamos quatro eixos de atuação: Políticas Sociais e Serviços Públicos; Ampliação da Infraestrutura; Economia, Ciência e Tecnologia; e Combate à Corrupção. Em cada eixo, já apresentamos muitos avanços que, com alegria, compartilhamos com a população. Todas as informações estão na internet e respondemos aos questionamentos da imprensa que participou desse momento de prestação de contas. Para conhecê-las, convido a todos a acessarem o site do Governo do Maranhão e as redes sociais, que apontam cada uma das mudanças que alcançamos nesse começo de trabalho. Demos início a inovadores programas sociais, aprovamos medidas que ampliam o acesso a direitos, cortamos gastos abusivos e transformamos o dinheiro desperdiçado ou desviado em investimentos. A mudança no uso do dinheiro público é sem dúvida a mola propulsora de todo esse cenário. Este Governo não tergiversa ou se omite diante da desigualdade. Tampouco compactua ou permite ilegalidades ou imoralidades. Por causa dessas atitudes, estamos fazendo o Plano Mais IDH, asfaltamos centenas de quilômetros de ruas, fizemos poços,

aprovamos carteiras de habilitação gratuitas para 2.000 jovens, nomeamos centenas de concursados e aumentamos a remuneração de dezenas de milhares de servidores, a exemplo dos professores (que tiveram 13% de reajuste). E muito mais virá: investimentos de R$ 20 milhões em tecnologias sociais na agricultura familiar; material escolar gratuito para crianças carentes; 30 cozinhas comunitárias; mais restaurantes populares; substituição de centenas de escolas de taipa; e o nascimento da rede estadual de escolas profissionalizantes, com 23 unidades. Além disso, estamos cuidando bem da Caema e do nosso Porto, que voltou a dar lucros, e vamos lançar nas próximas semanas um pacote de apoio aos investidores privados. Há, no entanto, quem avalie que o Maranhão engatou a “marcha à ré” e critique abertamente a opção deste Governo por investir em políticas capazes de dar oportunidades aos mais pobres. Evidentemente discordo frontalmente desta avaliação, por acreditar que somente compreendendo as dores diárias dos que sempre sofreram é que se pode realmente avançar. Na verdade, essas isoladas avaliações negativas derivam da “marcha à ré” vigorosa que demos na roubalheira e nas negociatas das quadrilhas prepotentes que privatizaram o dinheiro público. Só Deus mesmo para salvar as vítimas da “síndrome de abstinência” decorrente do corte dos dutos entre o Tesouro Estadual e as arcas privadas do coronelismo e seu império midiático. Enquanto gritam os privilegiados de ontem, nós cuidamos do amanhã. O que nos move é a indignação transformadora que quer substituir a desigualdade pela justiça social; que não aceita o abandono que imperou ao longo das últimas décadas; que busca o desenvolvimento de todos e para todos. O Maranhão começou a virar a página de um passado que deixou marcas profundas na vida de milhões de cidadãos excluídos. É para eles e com eles que o Governo do Maranhão acontece, nesses 100 dias de mudanças. E estamos apenas no início.

Flávio Dino Governador do Maranhão

Demos início a inovadores programas sociais, aprovamos medidas que ampliam o acesso a direitos, cortamos gastos abusivos e transformamos o dinheiro desperdiçado ou desviado em investimentos



Mobilidade

UMA LICENÇA

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Carregamento da Fiat em direção ao porto de Suape, fica presa em viaduto

DNIT sofre para destravar obras do Arco Metropolitano, essencial para a montadora Fiat e melhorar mobilidade urbana em Recife Por Paulo Dantes paulo.dantas@revistanordeste.com.br

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governo de Pernambuco anda esquentando a cabeça com o difícil ponta pé inicial para a construção do Arco Metropolitano de Recife, também chamado de Anel Viário. A obra, idealizada pelo falecido governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), em 2011, não sai do papel e pode vir a dificultar a estruturação da fábrica da Fiat instalada na região norte do estado. A ideia é que a obra não beneficie apenas a montadora da Fiat,

dando mais agilidade ao transporte de cargas no Grande Recife, mas também auxilie a mobilidade urbana na Região Metropolitana. Incialmente planejada para ser tocada por uma Parceria Público-Privada – o que provavelmente a transformaria numa estrada com pedágio –, a obra foi encampada pelo Governo Federal em março de 2013, antes da campanha eleitoral e do socialista Eduardo Campos se lançar candidato opositor a presidente


MAPA DO ARCO METROPOLITANO Em vermelho, trajeto do arco

BR 101

PE 35

Igarassu

PE 27

Abreu e Lima

Paulista

PE 17

RECIFE

BR 232

Moreno

PE 42

PE 07

Jaboatão dos Guararapes

Cabo de Santo Agostinho BR 101

PE 42

PE 60

SUAPE

Ipojuca

Uma das várias imagens que circulam mostrando como poderiam ser as obras do Arco Fotos: Divulgação

Dilma Rousseff (PT). O governo teme que esse “ruído” inicial entre o Campo das Princesas, em Recife, e o Palácio do Planalto, em Brasília, tenha dificultado o andamento das obras. Apesar da própria presidenta ter garantido durante sua campanha que faria tudo para por em andamento a construção do Arco. Hoje, o governo federal, através do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), órgão encarregado pela obra, nega qualquer entrave po-

Ex-governador Eduardo Campos, idealizar da obra que circula região metropolitana de Recife

lítico e garante que toda a dificuldade se refere ao licenciamento ambiental. É uma obra de porte, orçada em R$ 1,2 bilhão (os valores não são oficiais), o anel ligará a BR-101 Norte, em Igarassu, à BR-101 Sul, na altura do Hospital Dom Hélder Câmara, no Cabo de Santo Agostinho, evitando o trânsito por dentro de Recife. No momento os trabalhos estão focados no licenciamento ambiental para o Lote 2, que liga a BR-101 Sul, até a BR-408, em Paudalho, fazendo conexão com a BR-232 na altura de Moreno. No total, a obra estaria dividida em três trechos: Norte, de 32 quilômetros, o Sul, de 24 km e, por fim, o Oeste, de 20 km. Os trechos compõem dois lotes. O DNIT confirma o atraso no início das obras, mas justifica a situação informando que a estrada precisa resolver algumas questões para poder ter acesso ao licenciamento ambiental e o consequente início das construções. Um dos problemas da obra – mais voltado ao Lote 1, que ainda será fruto de licenciamento ambiental – é a agressão ao bioma Mata Atlântica, considerado Patrimônio Nacional. No Lote 1 há a necessidade de transposição de uma Área de Proteção Ambiental (APA) na mata de Aldeia, onde há mananciais e nascentes de rios. O projeto original já teve que ser refeito por exigências ambientais e o traçado acabou ampliado em mais de 20 quilômetros. No entanto, prefeitos dos

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São Lourenço da Mata Camaragibe


“PODE-SE FAZER UM VIADUTO SOBRE ELA, PODE-SE CONTORNÁ-LA. ENFIM, O DNIT ESTÁ DEBRUÇADO PARA ENCONTRAR UMA SOLUÇÃO TECNICAMENTE VANTAJOSA E QUE NÃO TRAGA NENHUM PREJUÍZO AMBIENTAL” Humberto Costa

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Senador

municípios de Igarassu, Itapissuma, Paulista, Abreu e Lima e Araçoiaba, que foram retirados do novo projeto, manifestaram descontentamento com a medida, alegando que as cidades que governam sofreriam prejuízos econômicos pela exclusão. O senador Humberto Costa (PT) está empenhado em arrumar uma solução de engenharia que seja viável para todas as partes. “Pode-se fazer um viaduto sobre ela (a APA), pode-se contorná-la. Enfim, o DNIT está debruçado para encontrar uma solução tecnicamente vantajosa e que não traga nenhum prejuízo ambiental”. Costa já informou que pretende fazer uma audiência pública para chegar a melhor solução reunindo todas as partes interessadas. No entanto, a data da audiência ainda não foi divulgada. Em paralelo a isto, o DNIT tem buscado agilizar as licenças ambientais referentes ao Lote 2. Para isto, neste momento, estão em andamento os estudos de impacto ambiental e a confecção do relatório de impacto ambiental - o EIA-Rima. Segundo o DNIT, no segundo semestre de 2014, o órgão encaminhou à Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) os estudos de impacto ambiental e realizou uma audiência pública na qual foram apresentados temas sobre o licenciamento ambiental ao lote 2. Depois desses procedimentos, o DNIT ficou aguardando a manifestação da CPRH, o que ocorreu apenas em março de 2015. O órgão ambiental fez novas

solicitações e deu ao DNIT até o dia 10 de abril para providenciar as complementações e aguardar a manifestação final do órgão ambiental. O prazo já foi estendido para o dia 23. Somente após essas definições serão feitos o lançamento de licitação e, consequentemente, começará a obra. Tudo isso significa que o traçado da obra final só poderá ser divulgado, assim como o valor, após finalização das demandas para a licença ambiental. Em relação ao valor há um outro complicador para a sua divulgação: a obra será realizada pelo Regime Diferenciado de Contratações - RDC - Contratação Integrada, do Governo Federal. Neste modelo o orçamento é sigiloso. O trâmite natural para a obra é o seguinte: após a solicitação do DNIT e apontamentos feito pelo CPRH

das informações e ou ações necessárias para minimizar o impacto ambiental, quando essas demandas forem atendidas, a CPRH finalizará a análise e emitirá a Licença Prévia (LP). Porém, a obra só poderá ser iniciada com a obtenção da Licença de Instalação (LI). Essa LI é obtida a partir do atendimento, por parte do DNIT dos condicionantes da Licença Prévia. No caso do Lote 1, o DNIT ainda precisa solicitar o licenciamento ambiental para que a CPRH se pronuncie quanto às necessidades para a obtenção da Licença Prévia (LP). Para saber o porquê da demora, a Revista NORDESTE contatou a secretaria de Planejamento do Estado que informou em nota que “está se esforçando para liberar o mais rápido possível as licenças ambientais para a realização do processo de licitação”.


DEMANDAS PARA A CONSTRUÇÃO Solicitações feitas pelo CPRH ao DNIT apontam para diversas áreas e vão desde a divulgação do registro de técnicos responsáveis pelos projetos, até o levantamento dos equipamentos públicos - escolas, igrejas, posto de saúde, áreas de lazer, etc - localizados na área do empreendimento, que são passíveis de relocação e/ou indenização. O órgão ambiental solicitou ainda adequação da rodovia às restrições impostas por lei que delimitam as áreas de proteção dos mananciais de interesse da Região Metropolitana do Recife e estabelece condições para a preservação dos recursos hídricos. Adequação da rodovia de modo que não intercepte nenhuma Unidade de Conservação de Proteção Integral - são listadas neste quesito Estações Ecológicas, Reservas Biológicas, Parques Nacionais, Monumentos Naturais e Refúgios da Vida Silvestre. Apresentação de dados e informações relativas ao diagnóstico da fauna terrestre

e aquática da área do empreendimento. Esclarecimento para a construção de retornos simples, passarelas, passagens inferiores nos locais onde existem comunidades e assentamentos que serão interceptados pela rodovia. Apresentação das permissões do INCRA e do ITERPE em relação à remoção total ou parcial dos assentamentos e acampamentos localizados na área do empreendimento. Informações sobre interferência que a obra poderá ter no sistema de esgotamento do Recife, já que a rodovia terá interferência direta em algumas partes dos Sistemas adutores de Gurjaú e Tapacurá. Também foram cobrados mais informações sobre o mapeamento

do gasoduto da Copergás existente na área, com posicionamento do órgão competente referente à interferência da rodovia no gasoduto, além de apresentação de documento da CELPE ou CHESF se pronunciando a respeito das redes elétricas existentes no percurso da rodovia.

“QUEREM ACABAR COM AS TRÊS NASCENTES QUE ABASTECEM O SISTEMA BOTAFOGO” Herbert Tejo Presidente do Fórum de Aldeia

31 mil hectares. De fato o arco pode devastar 30 hectares da APA. Além da região possuir um percentual considerado expressivo e de grande relevância em fragmentos florestais e recursos hídricos, ela ainda abrigar o único reservatório do Litoral Norte, a Barragem de Botafogo, integrado ao sistema de abastecimento público da Região Metropolitana de Recife (RMR). O reservatório abastece diretamente as cidades de Olinda, Igarassu, Paulista e Abreu e Lima. As entidades de meio ambiente afirmam que mesmo protegido por lei, o entorno da barragem já vem sendo devastado ao longo dos anos. O temor é que a obra venha a causar o assoreamento dos cursos d'água e a poluição decorrente da estrada possa deteriorar a qualidade da água. Há ainda o temor de possíveis ocupações, APA Aldeia-Beberibe, resquício de Mata Atlântica e único reservatório de água

que já ocorrem ao longo das estradas, entre outras mazelas. Não se discute que o Arco Metropolitano é fundamental para melhorar a mobilidade no Grande Recife porque vai ligar Suape (no Litoral Sul) a Goiana sem passar pela congestionada BR-101. A questão dos ambientalistas é a que custo. O presidente do Fórum Sociambiental de Aldeia, Herbert Tejo, já informou que a entidade vai questionar na Justiça a realização da obra, caso o traçado passe por dentro da APA Beberibe-Aldeia. Para Tejo, a proposta é um equívoco. “Querem acabar com as três nascentes que abastecem o Sistema Botafogo”, diz. O fórum reclama de uma luta inglória até com o poder público. “Até parece que, ultimamente, o poder público decidiu localizar todos os projetos não sustentáveis no território da nossa Area de Proteção Ambiental, a APA Aldeia-Beberibe! Como se não bastasse a luta contra o presídio de alta lotação e as usinas térmicas, agora vem o Arco Viário Metropolitano!”, reclama.

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A construção do Arco Metropolitano de Recife pode colocar em risco a Área de Proteção Ambiental (APA) Aldeia-Beberibe, pelo menos é isso que pensa o Forum Sociambiental de Aldeia e parte da mídia de Pernambuco. A APA compreende parte dos municípios de Camaragibe, Recife, Paulista, Abreu e Lima, Igarassu, Araçoiaba, Paudalho e Tracunhaém, em um total de quase

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SALVE A APA ALDEIA-BEBERIBE!


Opinião

Tudo bem para os sacoleiros de Miami

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tempo está de vaca desconhecer bezerro, como dizem as pessoas que estão nos “entas”, quando procuram analisar ou apenas entender o que acontece, hoje, na política brasileira. Há conflito permanente de interesses, nas três esferas do poder, num bate-cabeça que semelha multidões fugindo de um terremoto ou de um tsunami. Nesse torvelinho, sobressai o fio condutor do segmento midiático que, mais organizado e persistente, prossegue na missão de derrubar, a qualquer preço, o governo petista. Para isto, tem exponencializado uma operação (Lava Jato) que, pouco a pouco, vai mostrando falhas capazes de comprometer o seu benefício maior que é a descoberta das irregularidades na Petrobras. A ansiedade presente nas ações do Ministério Público e da Polícia Federal – além do evidente e primário açodamento da CPI da Câmara dos Deputados, que ainda não emplacou – tem gerado escorregões. A prática de prender preventivamente os acusados, por longo tempo, para forçar a delação, o vazamento seletivo de depoimentos juridicamente sigilosos e a confusão feita entre a cunhada e a irmã do tesoureiro do PT, João Vaccari, levando aquela à execração pública, têm comprometido parcialmente as demandas investigatórias. Na relação entre os Poderes Executivo e Legislativo imperam a agressão, a desconfiança, o olhar enviesado e os muxoxos. Dilma, Cunha e Renan não se entendem, se apunhalam pelas costas. Graças, porém, à vaidade dos dois parlamentares, foi abortado o que já se denominava de “parlamentarismo branco”. Eduardo Cunha é um tipo de político sem “freios”, no melhor (ou pior) estilo populista. Senhor de muitas causas ou de causa nenhuma, exerce o mando de tal modo atrabiliário que já começa a sentir rejeições localizadas por onde caminha. Renan Calheiros preside um Senado que atua muitos decibéis abaixo da barulhenta Câmara Federal. Mesmo, assim, tem ocupado o noticiário político com alfinetadas em Dilma e em Eduardo. Naquela, despeja a mágoa pela defenestração de um seu protegido do Ministério do Turismo; neste, exercita o jogo do quem pode mais, ao sentir-se alcançado pela impetuosidade do presidente da Câmara Federal que o desafia e ironiza. A presidenta Dilma tem derrapado no

embate contra Cunha e contra Calheiros. Assistiu ao parlamentar carioca anunciar, antes dela, a demissão de Cid Gomes da Pasta da Educação. Renan por sua vez, não lhe atende o telefone. Na seara administrativa, Dilma entregou as finanças a Joaquim Levy e não parece disposta a cobrar de sua equipe econômica algo mais do que cortar gastos. No 1º de maio, fugiu da TV não por medo das paneleiras, mas, certamente, para não desagradar ao ex-assessor de Aécio. Para mimosear a classe política, Dilma sancionou a lei que aumentou o Fundo Partidário. Convocou Michel Temer para coordenar o relacionamento com o Congresso, entregando ao PMDB, partido que lembra sempre o filme “Dormindo com o Inimigo”, o comando da tradicional e sempre usada prática do “é dando que se recebe”. Viu, impávida, Marta Suplicy abandonar o PT e ser recebida, com pompas e circunstâncias, pela oposição midiática que lhe abriu generosos espaços em seus veículos. O rolezinho político invadiu também o ninho dos emplumados. Ali o ranço é regionalista. FHC, Serra e Alckmin iniciaram a construção de uma candidatura tucano-paulista para 2018. A primeira e grande paulada foi desautorizar Aécio Neves a pregar o impeachment de Dilma, ideia que o mineiro considera fundamental para segurá-lo como líder da oposição no país. A imprensa paulista está-se encarregando de ser o cupim das pretensões do neto de Tancredo. Recentemente foi divulgado que, mesmo não sendo mais governador de Minas, Aécio utilizou, em seis oportunidades, um helicóptero e um avião do governo daquele estado para viagens particulares. E num típico vazamento anti-PT, o mesmo jornal divulgou que o doleiro Alberto Youssef, uma das estrelas do petrolão, disse em depoimento que Aécio recebeu propina em Furnas. E detalhou: quem pegava o dinheiro era a irmã do tucano. Realmente, a política brasileira está em erupção. Sob a ótica otimista, pratica-se a democracia através da contestação nos gabinetes e nas ruas. Para os pessimistas, o país vive a desagregação, a incerteza e a insegurança. A verdade é que, enquanto a maioria questiona o presente e o futuro, uma leva de sacoleiros, chiques ou fuleiras, continua a torrar bilhões de reais no exterior, principalmente nos outlets e restaurantes de Miami.

Carlos Roberto de Oliveira Jornalista, consultor de Marketing e sócio da CLG

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Economia

MERCADO ÓTICO EM ALTA Nordeste mantém mercado ótico aquecido, com forte investimento na Bahia e Ceará, além de lobby para implantar exame de vista obrigatório nas escolas Por Paulo Dantes paulo.dantas@revistanordeste.com.br

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mercado ótico brasileiro tem números fortes. Movimentou até dezembro de 2014 R$ 23 bilhões. O sudeste continua sendo a maior região do país em termos de faturamento, com mais de 50% do mercado. Neste mercado, a cidade de São Paulo é contada separadamente, depois vem a outra parte do sudeste – principalmente Rio de Janeiro, Vitória e Minas Gerias. Em terceiro lugar aparece o Nordeste, mas com fortes chances de crescimento. “Segundo a OMS , 50% da população mundial precisa de correção visual. Olhando para o Brasil, daria 100 milhões, o último IBGE disse que só 36 milhões de brasileiros fazem correção visual. Tem um colega nosso que diz que temos um verdadeiro pré-sal aí”, comemora Bento Alcoforado, presidente da Associação Brasileira da Indústria Óptica (Abióptica). Sob essa ótica, o mercado nordestino tem mais chances ainda de

50% da população mundial precisa de correção visual

50%

da repetência escolar está aliado a deficiência visual

crescimento. Para mostrar essa força, a Revista Nordeste lista nas páginas a seguir três empresas que se destacam na região: a Master Glasses, sediada na Bahia; A multinacional Essilor, com laboratórios no Ceará e na Bahia, e a Marchon, que tem ampliado vendas na região. Falando especificamente sobre o Nordeste para o setor, Alcoforado

argumenta que a força da região pode ser comprovada com o crescimento do Brasil nos últimos anos. “Quem sustentou o PIB do Brasil foi a região Nordeste. Quando o PIB nacional era de 7%, o Nordeste estava em 12%, 15%. Quando agora o PIB deu 0,1%, o Nordeste ficou com saldo de 3,7%. Senão a coisa era muito pior. E é só a gente ver os investimentos, as indústrias se mudando para lá...”, avalia. Um dos motivos desse crescimento, no entender do presidente da Abiótica, é o custo de vida mais barato no Nordeste, com aluguel, mão de obra e trabalho árduo do povo. “É balela dizer que o povo do sudeste trabalha mais. A gente se estressa mais, tem uma vida muito mais irregular. Mas no nordeste se trabalha... aquele negócio que o nordestino é preguiçoso, que nada”, defende. Em relação as ações que estão sendo feitas pelo setor para ajudar no cres-


Fotos: Divulgação

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Bento Alcoforado durante abertura da Expoabióptica

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cimento, o presidente aponta o lobby da Associação no Congresso Nacional e junto ao Governo Federal. Além disso, ações para menor dependência da importação e o aumento da obrigatoriedade do exame médico periódico de visão estão em pauta. O presidente explica. Segundo ele, no Brasil os impostos acabam não alimentando a modernização do parque fabril que não conta com políticas de incentivos. Para isso, o setor conseguiu aprovar projeto de alavancagem da indústria dentro do plano Brasil Maior – projeto lançado no início do Governo Dilma Rousseff (PT) e que no momento anda paralisado devido a crise econômica. A ideia é que o Brasil Maior favoreça investimento na modernização das indústrias e em designer, a fim de torná-la mais competitiva e reduzir importações. Outras investidas do setor para “QUEM SUSTENTOU aumentar o uso O PIB DO BRASIL FOI dos óculos pelos A REGIÃO NORDESTE. brasileiros, é fazer pressão no Con- QUANDO O PIB NACIONAL gresso para apro- ERA DE 7%, O NORDESTE var três grandes ESTAVA EM 12%, 15%” projetos de leis. O primeiro tor- Bento Alcoforado na lei a exigência Presidente do Abióptica de exame de visão no pré-admissional e amplia a necessidade de exame para os alunos das escolas de ensino fundamental público e privado. Há também o projeto para fazer com que o exame seja feito de forma periódica pelos funcionários das empresas e especulações para que o exame seja obrigatório para os motoristas. “As estatísticas do Conselho Brasileiro de Oftalmologia indicam que dos 100% dos alunos que fazem uma triagem para ver se têm necessidade de óculos, 50% precisam ir ao oftalmologista. Se olhar outra estatística, 50% da repetência escolar está aliado a deficiência visual. Estamos trabalhando nessas três questões que certamente vão trazer esse pré-sal para dentro do setor”, pondera Alcoforado. Se as investidas derem certo, a explosão do setor está garantida.


EXPOABIÓPTICA, A FORÇA DO SETOR ÓTICO A Abióptica promove há treze anos a Expoabióptica, uma exposição considerada de suma importância pela Associação por ser uma oportunidade de crescimento do setor no início do ano. “A Exposição é considerada uma das cinco maiores do mundo em glamour e volume de negócios. É a maior da América Latina e disputa com a dos EUA para ser a maior das Américas. Esse é o momento onde nós viramos um grande shopping para as óticas. Tem um efeito psicológico de alavancagem, até porque temos palestras de empresários, debates, palestras aos atendentes, técnicos, pessoal de laboratório. As palestras versam sobre lentes, designers, gestão, informação de preço. São 38 palestras destinadas a gestores e quatro palestras destinadas a empresários”, conta o presidente da Abióptica, Bento Alcoforado. “A Expoabióptica é um divisor de águas, é o nosso natal. O natal da ótica é na Expoabióptica”, frisa. A Associação Brasileira da Indústria Óptica (Abióptica) congrega toda a cadeia ótica. Fundada em 97, primeiramente para abrigar a indústria, a associação ampliou atividades a partir de 2011, quando mudou a missão e estatuto para poder agregar

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50% DO SETOR SOFRE COM A PIRATARIA A pirataria envolvendo a venda de óculos é hoje o maior mal do setor ótico no Brasil. Mas o mal vai além da questão do roubo da propriedade intelectual e industrial, abrange tudo que se coloca à margem da legalidade. 50% do mercado ótico está na ilegalidade. O número é alto, mas já foi pior, chegou a 75%. Os números vêm diminuído graças a um trabalho constante da Abióptica. “Não é que nós vamos acabar, mas vamos tornar a vida deles difícil. Nós últimos oito anos conseguimos tirar do mercado mais de 80 milhões de unidades de óculos. São mais de 10 milhões de óculos por ano”. Através de um escritório contratado pela Associação é feito trabalho de inteligência para saber por onde entram as mercadorias ilegais. A informação é repassada para a Receita Federal, Polícia Rodoviária e Polícia Estadual. “Mas também investigamos se o produto é pertinente para uso humano. Se passar por todas as normas da ABNT os óculos apreendidos vão para leilão por um preço justo, não vil, para que haja uma competição legal. Mas se ele é impróprio para o consumidor vai para a destruição”, informa Bento Alcoforado.

também o varejo. Hoje a Associação conta com toda a cadeia ótica, desde os fabricantes, tanto os importadores, quanto os nacionais, a mídia do setor e tem relação estreita com entidades oftalmológicas e oftalmédicas. São 120 associados da indústria e o equivalente a 3 mil associados do varejo. “A Abióptica é a voz do setor junto ao governo e a sociedade. No governo ajudando a criar políticas públicas da visão e na sociedade desenvolvendo estudos, planos, que possam fazer a indústria nacional se fortalecer, se modernizar e ser competitiva”, afirma Alcoforado.


A Master Glasses foi fundada por Carlos e Elisabete Sousa em 2000, na cidade de Lauro de Freitas, na Grande Salvador. Hoje é a empresa ótica com maior capilaridade no Nordeste. O mercado corresponde a mais de 65% do seu faturamento. A empresa conta com duas marcas regionais de ponta: a Corola e a Optimax. “São duas marcas que a gente desenha e fabrica com foco no nordeste. O gosto do nordestino, cores, modelo, tamanho, anatomia do rosto, resistência, a questão da umidade do ar, do salitre. São óculos bem pensados para essa região”, conta Laís Valverde Sousa, diretora administrativa da empresa e filha do casal. Com a forte presença, hoje a indústria já passa por um processo de atualização de maquinário, renovação, capacitação interna e busca de novos componentes. A Master Glasses é considerada a maior indústria do nordeste na área, além de ter uma Fotos: Divulgação

relação forte com o público infantil. A empresa começou no mercado com a Optimax, lançando o modelo Clip-on, um óculos que fez muito sucesso na época por vir com solar solto que prendia na armação através de imã. “Nós lançamos essa tecnologia no Brasil, vendeu muito, principalmente no Ceará. E isso fez com que a marca se consolidasse. Ao longo dos anos, a gente investiu em material de alta qualidade para suportar principalmente a umidade e o salitre, especificidade do litoral brasileiro. Estão a gente tem a técnica, o estilo do óculos e as cores mais sóbrias (para o gosto nordestino)”,

informa. A indústria da Master Glasses tem mais de 120 funcionários e fabrica por mês mais de 30 mil peças. A indústria trabalha com marcas licenciadas de grande apelo adulto e infantil: a Coca-Cola, UFC, o grupo Disney – Princesa, Carros, Aviões, Ursinho Pool – e as marcas próprias, Corola e Optimax. Salvador, Fortaleza, Juazeiro do Norte e Sergipe puxam as vendas, mas Ceará representa 23% do faturamento da Master Glasses. Em relação a parceria com a Disney, que já dura 11 anos, Laís explica que a confecção de óculos para crianças foi um desafio para a empresa que precisou aprender a contar a história do filme e dos personagens num pequeno espaço. Na Expoabióptica a Master Glasses lançou a marca Cinderela com edição limitada, voltada para as meninas - já existia Aviões, voltada para os meninos, também coleção limitada. Em relação a tão propalada crise, a diretora administrativa dá de ombros: “Nós tivemos um crescimento no primeiro trimestre desse ano de 11%, principalmente pelo resultado do nordeste. É o momento de investir. A gente não está recuado. Acreditamos que estamos estruturados para passar por essa crise”, finaliza.

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Elisabete Valverde, presidente da Master Glasses entre os filhos Lais Sousa, Diretora Adm. e Thiago Sousa, Diretor de Operações

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MASTER GLASSES: 65% NO NORDESTE


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ESSILOR: TECNOLOGIA DE PONTA A multinacional Essilor está investindo forte no Brasil. Esse investimento abraça áreas como sustentabilidade e tecnologia de ponta aplicada nas lentes. Parte dessa tecnologia é implementada em laboratórios criados pela empresa no Nordeste do Brasil. “Investimos no final do ano passado num novo laboratório para personalizar as lentes para o usuário final. Temos dois grandes centros desse tipo de tecnologia, um no Ceará, chama-se Unilab, e outro na Bahia, o Tecnolens”, revela Maurício Confar, diretor de marketing da Essilor. A empresa tem uma fábrica em Manaus de onde saem os blocos compactos de lentes. Nos laboratórios esses blocos são cortados. “No Ceará, especificamente, temos duas unidades, a Unilab, que transforma esse bloco numa lente, e temos um Centro de Tratamento Antirreflexo. O centro faz com que a lente seja resistente a água, aranhões, reflexos, manchas, e protege contra os raios UV. São uma série de tratamentos beneficiando a lente”, garante. A indústria tem investido também algumas dezenas de milhões de reais (os valores não são divulgados) na produção de policarbonato a partir da fábrica em Manaus. “Lá sempre se fez resina e a partir deste ano, além de resina, que no Brasil corresponde 80%, 85% do mercado ótico, começamos a trabalhar com policarbonato. É um material que corresponde a 50% do mercado americano. Muito mais resistente à quebra. E como é um material muito nobre, importado, ficava quase inalcançável para a população brasileira. O nosso investimento vai proporcionar acesso aos brasileiros dessa tecnologia”, assegura. Além de melhor, o policarbonato é o único material ótico reciclável. A Essilor também resolveu mudar o material que embala as lentes

feitas em policarbonato, trocando o plástico pelo papelão reciclável. “Tudo passa a ser reciclável, não só o produto, mas a embalagem também. Estamos falando em 230 milhões que deixam de ser descartadas no meio ambiente”, comemora Confar. O diretor de marketing também descarta foco na crise econômica. “A Essilor acredita no Brasil. Enquanto está todo mundo achando que o país está em crise, nós acreditamos que estamos passando por um período de ajuste e esse período é um período curto e quando o país retomar o eixo e começar a crescer a gente quer estar preparado para colher os frutos enquanto os

Acima Maurício Confar, o policarbonato reciclável e a impressão nas lentes

outros vão começar a investir”, avisa. A empresa também está investindo pesado em mídia, principalmente com o lançamento da marca de lentes Kodak, inclusive com vídeo promocional focado onde desfilam praias ao som de uma música cantada por uma nordestina. Entre as novidades para este ano está a lançamento de uma máquina que personaliza a lente para o cliente, com impressão de desenhos, logos, caricaturas e fotos. A novidade chamou atenção na Expobiótica.


MARCHON, CRESCIMENTO NO NORDESTE

Marca Kalvin Kline, uma das mais vendidas pelar Marchon Fotos: Divulgação

Marcelo Pacheco, diretor comercial da Marchon no Brasil

mundialmente a Marchon tem mais de 20 marcas licenciadas e provavelmente até o final do ano vamos ter mais 6 marcas chegando. Para a Lacoste Óculos, o Brasil é o segundo mercado da marca no mundo. Para a Kalvin Kline já somos o terceiro mercado”. Segundo Pachedo, as principais marcas que fazem sucesso na região são Kalvin Kline, Lacoste e Nike. A participação de mercado é de aproximadamente 65% de todo resultado entre as 14 marcas. A empresa promete para o ano que vem o lançamento da Nike especialmente voltada para as olimpíadas.

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A rede da Marchon é composta principalmente de representantes, com um escritório em São Paulo onde existe um showroom para os clientes. “Os representantes são divididos por região e também por portfólio de grifes. Eles têm todo o processo de atendimento, de visitas e cobertura do mercado. Hoje não por um acaso os representantes do nordeste são os mais bem remunerados na empresa por conta do volume de negócios que conseguem realizar na região”, conta, revelando que entre os dez trendsetter (lançadores de tendência), mais da metade está concentrada na região do nordeste. A região corresponde a 35% do faturamento total da Marchon Brasil. A empresa trabalha com algumas marcas bastante conhecidas do mercado, entre elas a Kalvin Kline Collection, Lacoste, Nike, Naltica, Nine West, dentro do segmento de luxo a Valentino, Salvatore Ferragamo e as marcas próprias. “No Brasil trabalhamos e comercializamos 14 marcas, mas

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“O nordeste para nós é uma mercado extremamente importante. O mercado está em empate técnico com o sudeste, isso já vem acontecendo nos últimos três anos, mas com mais intensidade desde 2013 e 2014”, a informação é de Marcelo Pacheco, diretor comercial da Marchon no Brasil. Pacheco conta que a empresa mais que duplicou a força de venda na região em um ano, passando de quatro representantes para nove. “O nordeste hoje é um polo de lançamento. Todas as grifes que trabalhamos priorizam o nordeste nos lançamentos dos produto, junto as outras principais praças”, pontua.


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Geral Salvador, Santo Amaro e Candeias sofrem com chuvas e esperam ajuda de R$ 210 milhões do Governo Federal para populações atingidas

ENCHENTE E DESABAMENTOS

NA BAHIA

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A

s chuvas na Bahia têm sido pesadas, atingindo principalmente Salvador, Candeias e Santo Amaro. No dia 11 de abril o rio Subaé transbordou aproximadamente três metros e inundou a cidade de Santo Amaro da Purificação. Em Candeias houve deslizamentos. Em Salvador, alguns bairros também foram atingidos por deslizamentos de terra. Contudo, o principal prejuízo foi mesmo na região do recôncavo baiano, região metropolitana de Salvador. Após a enchente do Subaé, no dia 18, os municípios tiveram a situação de emergência homologadas pelo governo do estado. O decreto é válido por 180 dias. Em Santo Amaro, foi

constatado pela Superintendência de Proteção e Defesa Civil danos às atividades econômicas e à população, por causa das inundações. Cerca de mil famílias da cidade ficaram desalojadas. Já em Candeias, onde ocorreram deslizamentos de terra, a determinação é válida por 90 dias. A presidenta Dilma Rousseff prestou solidariedade e ofereceu a estrutura do governo federal para auxiliar a recuperação das áreas atingidas por deslizamentos de terra em Salvador. Por meio de nota à imprensa, Dilma disse tomar conhecimento dos desliza-


Fotos: Divulgação

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Chuva forte leva caos para cidade de Salvador, Santo Amaro e Candeias

mentos de terra “com grande pesar”. Ela também informou ter conversado com o governador da Bahia, Rui Costa, e com o prefeito da capital baiana, Antônio Carlos Magalhães Neto, para prestar solidariedade aos familiares das vítimas. A Câmara Municipal de Salvador aprovou ajuda de mais de R$ 2 mil às famílias atingidos pelas chuvas. Em Brasília foi apresentada a situação de Santo Amaro e Candeias ao ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi. O ministro solicitou ações de apoio emergencial do Ministério da Integração e da Defesa Civil Nacional. Agora o prefeito de Candeias, Francisco Conceição (PSD), aguarda a avaliação do pedido de recursos federais para sanar os prejuízos. No total, foram solicitados R$ 150 milhões. “Já apresentamos o plano de trabalho. A expectativa é que o Ministério da Integração se posicione e libere alguma verba para a recuperação”, acrescentou o prefeito. Enquanto não há resultado

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Imagem aérea de Santo Amaro, após temporal

para o pedido feito, a prefeitura municipal aprovou um auxílio emergencial de R$ 250 mensais para as 900 famílias prejudicadas com as chuvas. O benefício será concedido durante três meses. Os valores solicitados ao Ministério da Integração serão utilizados na contenção de 16 encostas (R$ 74 milhões), aquisição de máquinas e equipamentos e repavimentação de 76 ruas. E também na construção de 300 unidades habitacionais, por meio do programa federal Minha Casa, Minha Vida, e recuperação de alguns dos imóveis avariados. “O problema maior hoje não é só recuperar as casas. É fazer o serviço de recuperação das encostas para que todo ano não se repita essa ocorrência. É um problema que temos há mais de 20 anos”, afirmou o prefeito de Candeias. Em Santo Amaro da Purificação a situação é semelhante. Segundo o prefeito Ricardo Machado (PT), foram pedidos R$ 60 milhões ao ministério. O grande volume de água alagou diversas ruas do município, deixando a população ilhada. Muitas casas próximas ao rio ficaram completamente alagadas. Houve registro também de um deslizamento de terra. Machado afirmou que o montante, se for liberado, será investido na recuperação de cerca de 200 casas atingidas pela enchente. Um dos problemas mais graves, segundo o prefeito de Santo Amaro, é a situação das estradas que ligam a zona rural à sede do município. Os três distritos mais prejudicados são Pedra, Oliveira dos Campinhos e Acupe. O governo do Estado, segundo o prefeito Ricardo Machado, disponibilizou dois caminhões de hidrojateamento para ajudar na limpeza das ruas tomadas pela água e pela lama.


Gastronomia

QUEIJO, DIETA E SAÚDE O queijo amplia possibilidades de dieta e saúde e afasta sombra de ser prejudicial ao coração

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s queijos não são só saborosos, podem ter papel importante na saúde. São ricos em cálcio, proteínas e em vitaminas A e B12, principalmente. O consumo do queijo pode fortalecer a estrutura óssea, prevenir a osteoporose e as cáries. Pode auxiliar no desenvolvimento do organismo, através das proteínas encontradas, dar força à visão e melhorar a função neurológica normal, com a vitamina A e B12. Estudos apontam que os queijos ainda podem melhorar o sistema imunológico, e ao que contrário do que normalmente se pensa, até ajudar a controlar a pressão arterial. As proteínas dos queijos possuem alto valor biológico e digestibilidade. “Em outras palavras, a proteína do queijo é absorvida quase integralmente na altura do intestino e fornece ao organismo os aminoácidos necessário

para o seu desenvolvimento”, explica a nutricionista Flora Lys Spolidoro, consultora da Associação Brasileira das Indústrias de Queijo (ABIQ). O queijo parmesão e do reino são ricos em proteínas. É verdade que o leite tem boa concentração de cálcio, mas o queijo tem maior concentração de proteína. Isso acontece porque, para cada quilo de queijo, são necessários muitos litros de leite – por exemplo, 1 kg de parmesão utiliza mais de 20 litros da bebida. Além disso, a proteína do queijo é mais fácil de ser digerida do que a proteína do leite porque uma etapa da digestão já é feita no processo de coagulação do alimento. As vitaminas A e B12 também são ou-

tro ponto a favor do queijo. A vitamina A é fundamental para a visão, uma vez que contribui para que os olhos consigam traduzir o sinal luminoso em sinais neurais. A vitamina também é importante para o desenvolvimento embrionário. Já a vitamina B12 ajuda a manter o metabolismo do sistema nervoso, as células vermelhas do sangue saudáveis, ainda reduz o risco de danos no DNA e pode ser especialmente benéfica para idosos, pois estudos apontam que ela previne o encolhimento do cérebro. Os queijos com abundância de vitamina A e B12 são o suiço, muçarela e de cabra. Em relação ao cálcio, o mineral é essencial para a construção e manutenção dos ossos e dos dentes. A recomendação é que crianças entre os 9 e os 18 anos têm necessidade de 1.300 mg de cálcio por dia e um adulto saudável precisa de 1.000 mg diários de cálcio. Esses valores são facilmente atingidos com 2 iogurtes, 3 copos de leite, ou 50g de queijo, para o adulto, e 30g para a criança. O perigo é que na ausência de cálcio no sangue para executar funções vitais, o mineral é retirado dos ossos e dentes, enfraquecendo-os, podendo iniciar um

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TEOR DE GORDURA Entre os queijos que têm o maior teor de gordura estão listados o gorgonzola em primeiro lugar (o queijo é branco e verde), o prato, em segundo e o parmesão em terceiro. Entre os queijos com menor grau de gordura está o queijo minas. Outra dica sobre a gordura no queijo é a sua idade, quanto mais velho, maior o teor de gordura. Entretanto, quanto mais maturado o queijo, também há um maior teor de proteína.


TABELA DE QUEIJOS Queijo Suíço O alimento é rico em cálcio, proteínas, vitamina B12 e A. O queijo também tem a menor quantidade de sódio. Apesar de tantos benefícios, o queijo suíço possui muitas gorduras saturadas Queijo Muçarela Um dos motivos que tornam a muçarela uma boa opção é que ela possui alta concentração de vitamina B12 Queijo de cabra O queijo de cabra macio é o tipo que possui a maior quantidade de vitamina A. Todavia este queijo possui pouco cálcio e muitas gorduras saturadas

Fotos: Divulgação

Ricota A ricota também é uma ótima opção para quem está de dieta. Apesar de contar com mais calorias, gorduras totais e saturadas do que o cottage, as quantidades ainda são menores do que as dos outros queijos. Além disso, a ricota possui somente um quarto do sódio presente no cottage Queijo Minas Frescal O queijo minas frescal é uma boa opção para a saúde. Isto porque ele conta com uma quantidade menor de gordura saturada, perdendo somente para o cottage e o ricota

sopas, saladas, recheios e massas. Entre os queijos mais famosos, gorgonzola é o que apresenta maior teor de sódio. A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda ingerir 1.200 miligramas por dia de lácteos, o que equivale a cinco porções. Cada porção corresponde, por exemplo, a um copo de leite ou a um iogurte. No Brasil o consumo é muito baixo, cerca de um terço do ideal.

Para adquirir essa quantidade em queijo, deve ser ingerido 100g de provolone, ou 100g de queijo minas, mais 40g de queijo prato. Em relação ao queijo do reino, popular no gosto nordestino, a porção diária recomendada é de 30g. Essa porção supre até 29% da necessidade diária de cálcio! Enfim, o queijo acaba sendo uma forma muito gostosa e diferente de “consumir” saúde para todo o corpo.

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Queijo Prato O queijo prato conta com boas quantidades de cálcio, 50 gramas do alimento, quantidade recomendada por dia, possui 47% das necessidades diárias do nutriente. A mesma quantidade deste queijo também possui 22% das proteínas recomendadas para o dia

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processo de osteopenia e osteoporose. Para quem quer manter a saúde dos ossos, é bom saber que o queijo Provolone e do reino são ricos em cálcio. Contudo, alguns tipos de queijos possuem altas concentrações de gorduras saturadas. O consumo em excesso desta gordura favorece o risco do aparecimento de placas que podem inflamar as artérias sanguíneas, levando à doença vascular que a longo prazo pode comprometer o coração, os rins e o cérebro. Porém, recente pesquisa realizada em 5.209 adultos que ingeriram carne e derivados de lácteo, comprovou que o primeiro grupo sofria mais riscos de ter infarto, do que o segundo. A pesquisa foi divulgada pela Associação Norte-Americano de Nutrição, em San Diego, no final de 2014. Outro fator de risco, mas que pode ser contornado, é a alta concentração de sódio de alguns tipos de queijos. O sódio pode causar o aumento da pressão arterial. Infelizmente, a maioria dos queijos, com exceção do Minas Frescal, Ricota e Suíço, têm essa característica. E é verdade que o consumo em excesso do sódio favorece o aumento da pressão arterial. Mas há uma forma de contrabalançar essa receita. Diminuir o uso do sal de cozinha, rico na substância, ao usar queijos como ingredientes em

Queijo Cottage O queijo cottage é o que conta com menores quantidades de calorias e gorduras. Por isso, ele é muito recomendado para pessoas que estão de dieta ou desejam manter o peso. Todavia, por conter menos quantidade de leite, o cottage é o queijo que possui menos cálcio e proteínas


Saúde Virose transmitida pelo Aedes é observada na Bahia. Há suspeitas de casos no Ceará, Pernambuco e Paraíba

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NOVO VÍRUS É IDENTIFICADO NO NORDESTE Vírus não é tão grave quanto dengue ou chikungunya, não leva o paciente à morte. O quadro parece alérgico, é mais tranquilo e o tratamento é o mesmo da dengue: Paracetameol. Você não combate o vírus. Isto quem faz é o seu organismo. Você combate os sintomas", afirma Gúbio. Em Pernambuco a Secretaria da Saúde (SES) informou que os resultados negativos para dengue estão sendo testados para chikungunya, rubéola, sarampo e zika vírus e que nenhuma destas doenças ainda teriam sido diagnosticadas no estado (até o fechamento desta ediçaõ). Apesar disso, também, de acordo com a SES, as amostras ne-

gativas estão sendo enviadas para novas análises no Instituto Evandro Chagas, no Pará, e para o Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, da Fiocruz/PE, referências em vigilância epidemiológica, que também não teriam confirmado outras enfermidades além da dengue. A secretaria acrescentou que criou uma comissão para analisar e monitorar os casos. O resultado dos trabalhos deve ser divulgado até o final de junho. Para o tratamento, a orientação aos pacientes é hidratação constante, cuidados e atenção, já que em caso de dengue, a doença pode levar à morte. Questionado se os vírus de Pernambuco seriam os mesmos encontrados Pacientes reclamam de manchas pelo corpo e dor na garganta

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ma virose atípica vem sendo registrada em alguns estados do Nordeste. A doença já foi registrada na Bahia e há suspeitas de casos em Pernambuco, Paraíba e no Ceará. A doença que vem assustando a população é o Zika Vírus, que é transmitido pelos mosquitos aedes aegypti, aedes albopictus e outros tipos de aedes. O paciente pode apresentar sintomas como febre, diarreia, dores, manchas pelo corpo e até conjuntivite. O vírus foi diagnosticado por dois pesquisadores do Instituto de Biologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Gúbio Soares e Silvia Sardi. É a primeira vez que o vírus é identificado na América Latina, sendo mais comum na África e Ásia. A dupla suspeita que o vírus chegou ao Nordeste, e na Bahia em particular, por causa da Copa do Mundo de Futebol. A identificação do vírus foi realizada após os pesquisadores trabalharem por cerca de 20 dias em amostras de sangue de pacientes de Camaçari, cidade da região metropolitana de Salvador, por meio de uma técnica chamada RT-PCR, que amplifica o material genético do vírus, através de reagentes, aumentando o sinal deste material genético. "Zika

Fotos: Divulgação


ZIKA VÍRUS

na Bahia, o infectologista do Hospital Osvaldo Cruz, Luciano Arraes, ressaltou que nenhum estudo semelhante ao realizado na Bahia, foi conduzido em Pernambuco, mas disse que é possível que o cenário seja o mesmo. No Ceará também há investigações da mesma hipótese, assim como na Paraíba. Nesses estados, pacientes têm reclamado de sintomas parecidos ao Zika Vírus.

Pesquisadores da Universidade da Bahia conseguiram identificar o vírus

As recomendações são em caso de aparecimento de manchas no corpo, aguardar entre 24h e 48h para saber como a doença vai evoluir. Se vier acompanhada de febre, é importante que o paciente procure uma unidade de saúde rapidamente.

O Zika vírus foi isolado pela primeira vez no fim da década de 1940, através de estudos realizados em macacos rhesus que habitavam a floresta de Zika, na Uganda. O primeiro caso bem documentado em um humano data de 1964, com os mesmos sintomas observados atualmente: exantemas (manchas na pele), febre e dor no corpo. O primeiro surto da doença observado fora dos continentes da Ásia e da África foi registrado em 2007, na Oceania. Hoje, se sabe que mosquitos da família aedes (aegypti, africanus, apicoargenteus, furcifer, luteocephalus e vitattus) são os principais vetores da doença, que, de acordo com um único caso documentado em 2008, também pode ser transmitida sexualmente entre os humanos.


Cultura

“EM NOME DO PAI” Filho de Ariano Suassuna, Manoel Dantas, expõe em homenagem ao pai com série de pinturas que faziam parte de acervo pessoal do escritor

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pintor Manoel Dantas Suassuna apresentou ao público de Recife, em abril, a exposição “Em Nome do Pai”. Uma série de pinturas que faziam parte do acervo pessoal do pai, Ariano Suassuna e seus familiares. O título da exposição demorou a ser escolhido por Suassuna. “No início, estranhei. Achei muito forte. Com o passar do tempo, vi que era esse mesmo o meu sentimento nesta exposição. Cheguei a pensar em chamar a mostra de Altar do pai ou Ara do pai”, conta Dantas. No entanto, a exposição é dedicada ao pais: “para Zélia e Ariano, sempre”. “É como se eu estivesse com ele. E prestando contas, dizendo: ‘pai, aqui está’”, confessa o artista que afirma reverenciar o pai através da sua própria criação. “São todos quadros ligados a ele ou a pessoas que têm vínculos com ele, como minhas irmãs”, revela Dantas. Na exposição que esteve aberta a visitação no Shopping Riomar até o dia 22 de abri, era possível ver uma reprodução, em tamanho natural, da casa da família em Taperoá, Sertão paraibano. A peça recepcionava os visitantes logo na entrada, causando a sensação que se está entrando na intimidade de Ariano. Há ainda, além das pinturas, algumas esculturas. O sagrado que permeia toda a obra do pintor também está presente em cruzes, terços, ex-votos, muitas representações de Nossa Senhora, Cristos crucificados. Um trecho do Romance

d’A Pedra do Reino foi bordado em tecido pela figurinista Andréa Monteiro. Ricardo Gouveia de Melo assina a direção de arte. Manuel Dantas Suassuna demorou a encontrar, nas artes plásticas, um caminho. Aos 26 anos, em 1986, pintou, com predominância de tons ocres, uma imagem de São João Batista. A obra impressionou Ariano, que mas tarde atestou a qualidade da obra e da criação artística do filho. “Foi ali que vi que ele era um artista, e dos bons”, dizia o escritor. O quadro também estará na mostra. Tempos depois, Ariano declarou: “A Arte, de fato, não se explica. E uma Arte tão pessoal como a de Manuel Dantas Suassuna, mesmo permanecendo a Pintura em sua natureza de ‘coisa mental’, deve ser captada e fruída assim como foi criada, isto é, através da

Acima, parte do cartaz da exposição do artista Manoel Suassuna. Obras falam do universo ficcional e familiar de Ariano

intuição, das revelações e iluminações da imaginação criadora”. O governador de Pernambuco, Paulo Câmara, visitou a exposição e endossou a qualidade e saudade na obra: “Para acalmar um pouco da saudade que temos do mestre Ariano Suassuna, é bom saber que parte da história de sua vida começa a ser revelada pela família. Elas despertam nossa curiosidade, trazem causos marcantes para Ariano e reforçam o nosso respeito por um dos homens que mais contribuíram para a conservação e difusão da cultura pernambucana. Que os exemplos deixados por ele nos sirvam, a cada dia, de inspiração”.



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