Revista MÊS, edição 20

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Fator de risco A perda de massa óssea é um dos maiores fatores de risco para a fratura do quadril. Apesar de não ter dados exatos sobre a incidência da doença no Brasil, a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia estima que 10 milhões de pessoas sofram com o problema. Dados da National

Orientações Veja as dicas para evitar uma lesão

Para o médico Walmir Sampaio, o objetivo é devolver a qualidade e condição de vida ao paciente

Osteoporosis Foundation (NOF), nos Estados Unidos, mostram que a osteoporose atinge 40% das mulheres negras e 72% das mulheres brancas com mais de 50 anos. Nos homens, o índice é de 42% dos homens brancos e 23% dos negros. “Além do envelhecimento, a mulher tem outro componente que conta muito, que é a osteoporose. A incidência é muito maior”, diz Cavalheiro. Para o ortopedista de Curitiba, a mulher deve começar a se preocupar a partir dos 45, 50 anos, período da menopausa. Já nos homens, a incidência maior é depois dos 70 anos.

• Adequar o ambiente domiciliar, eliminando os perigos que contribuem para a ocorrência de quedas, como tapetes soltos, fios elétricos, escadas e degraus desnecessários.

80% das fraturas de quadril ocorrem em idosos ativos e que vivem em comunidade

• Implantar medidas de segurança, como uma boa iluminação da casa, corrimão dentro do box do banheiro e pisos e tapetes antiderrapantes.

Apesar de as mulheres sofrerem mais com a osteoporose e consequentemente com as lesões de fratura no quadril, Cavalheiro garante que as implicações no sexo masculino são maiores. “Essa fratura no homem tem um índice de mortalidade maior, é mais grave. Não pela fratura em si. Geralmente, o quadro clínico do homem nessa fase é pior do que da mulher.”

• Combater a osteoporose, mantendo a boa densidade dos ossos, com medicações, alimentação adequada, exercícios e exposição ao sol. • Evitar sedativos, consumo de cafeína, cigarro e álcool, que contribuem para a osteoporose. • Tratar os problemas de visão, equilíbrio e perda de consciência, que podem levar às quedas. • Fazer caminhadas e exercícios físicos. Fonte: ortopedista Marcelo Cavalheiro

Roberto Dziura Jr.

idosos, a frequência é muito maior. “Pode acontecer no jovem e até na criança. Mas normalmente no jovem é causado com trauma de alta energia. No idoso, por ter uma fragilidade óssea, osteoporose, essa fratura acaba acontecendo com traumas banais. Um trauma de baixa energia, às vezes, uma queda simples e até um mecanismo torcional pode provocar essa fratura”, assegura o ortopedista Walmir Sampaio, do hospital Amil, em Curitiba.

Consequências Para o médico do Hospital Albert Einstein, 30% dos pacientes morrem nos primeiros seis meses após a cirurgia. “Dos pacientes que sobrevivem, 50% deles não vão ter a mesma agilidade, liberdade que eles tinham antes

da fratura. O idoso vai ter medo de andar, vai ficar mais restrito”, completa. O problema, na maioria das vezes, é o estado do paciente idoso. “É muito comum o paciente no pós-operatório ter infecção urinária, trombose, pneumonia, problemas vasculares, metabólicos. Ou seja, se a gente está considerando um senhor de 70, 80 anos ou até mais, se o senhor pega uma pneumonia, são situações complicadas para essa faixa etária. Por isso, esse índice elevado de mortalidade”, explica.

Tratamento Com raras exceções, quando há uma fratura no quadril, a indicação é sempre cirúrgica. E apesar da complexidade da cirurgia, a recuperação completa leva em torno de 45 a 60 dias. “Você tem de tirar o paciente do leito o mais rápido possível. Claro, isso é passo a passo. A partir do momento que você faz uma prótese ou fixa uma fratura, o paciente tem a diminuição do quadro álgico, ele consegue sentar. Na prótese, ele começa a andar precocemente. Na fixação, ele pode ser mobilizado, mas não pode dar carga. Tem de esperar o processo de reabilitação”, esclarece Sampaio. Para o médico, o objetivo é devolver a qualidade e condição de vida que o paciente tinha antes da fratura. Dona Elicena é a prova de que isso é possível. Apenas um mês após a cirurgia já arriscava andar sem auxílio do andador. “Não vejo a hora de sarar logo para [voltar para casa]. Quero continuar passeando, andando, dançando”, diz. REVISTA MÊS | SETEMBRO DE 2012 | 35


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