Styling
Maria João Rafael
Consultora de Imagem
Créditos: Vogue, The Impression, The Guardian, Godustyle - Ilustração: RFenely
N
o mês passado, não fosse alguém mais atento a denunciar a situação ao Presidente da Junta de Póvoa de Varzim, Ricardo Silva, nem tínhamos dado conta da cópia infeliz, que a estilista Tory Burch fez da nossa Camisola Poveira. A total ignorância e o emprego vago da palavra “tradicional”, têm servido para o uso e abuso indevido de expropriações de cariz cultural, por designers bem conhecidos de todos nós; sem sequer se darem ao trabalho de investigar o que copiam, desde que sirva o propósito comercial; ainda que atropelando séculos de história, assim como o ganha-pão dos artesãos indígenas, e de toda uma organização sustentada pela tradição. Não bastava a senhora Burch usurpar-nos a camisola poveira, como ainda nos ofendeu, quando a 64 I Amar
referênciou “inspirada” na “Baja” mexicana... e a pôs à venda pela quantia pornográfica de 695,00 euros – dez vezes mais cara do que as originais! O pedido de desculpas chegou, com a nota de que a camisola por lapso, não mencionou as origens poveiras. O Presidênte da Câmara de Póvoa de Varzim, Aires Pereira, exigiu de imediato, o reconhecimento de propriedade intelectual da camisola; e não se fazendo esperar, emitiu no site da Câmara, uma justa campanha com o título “A Camisola Poveira é Nossa!”; com o intento de elevar o trabalho e as técnicas dos artesãos locais. A fotografia escolhida, é esta que se vê ao lado, tirada pelo fotografo Casimiro dos Santos Vinagre, por acasião da Exposição do Mundo Português, no Jardim da Praça do Império, em Lisboa.