Revista Literatas

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SEXTA-FEIRA, 13 DE JULHO DE 2012

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LITERATAS

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Destaque

De onde vem os escritores de hoje? Seja assumida essa verdade, não é dos jornais onde vem os literatos da actualidade, nisso os oradores do debate ―A Imprensa como espaço de debate e literacias‖, Nélio Nhamposse e Lucílio Manjate concordam. Mas se os Eduardo White, Ungulani Ba Ka Khosa, Marcelo Panguana, Juvenal Bucuane, vieram da tão afamada revista que se tornou nome de uma geração, Charrua, o que se pode dizer dos Nélio Nhamposse, Lucílio Manjate e os demais da actualidade? Texto e foto: Redacção

Lucílio Manjate, Nélio Nhamposse e Eduardo Quive

D

da revista Proler do Fundo Bibliográfico da Língua Portuguesa (FBLP). as opiniões obtidas, ontem, no debate realizado para assinalar a passagem do primeiro ano da revista Literatas, ficou concluído que o escritor

vem a grande contributo da leitura. Mas o que é certo é o livro tem que ter um lugar para ser lido e dentre muitos, o Movimento Literário Kuphaluxa já deu seu salto ao criar esta revista que tem desempenhado seu papel para a revelação de ―uma nova e outra literatura‖ (Lopito Feijó), criando espaço para que os novos se revelem. da Literatas já se forjam escritores do futuro.

Quem partilha da mesma opinião é o escritor Nélio Nhamposse, conhecido como Matiangola, por sucesso das suas crónicas no jornal O País onde é também revisor linguístico. ―os jornais parecem ter uma minuta para elaborar os artigos sobre os livros. Referem-se ao dia do lançamento, título do livro, nome do autor e depois, quando muito, ainda fazem cópia dos excertos do prefácio. Nada mais que isso.‖ Entretanto, uma realidade os dois oradores assumem, a chamada geração Charrua, composta por escritores de renome como Ungulani Ba Ka Khosa,

―A nossa educação não está em altura de criar escritores‖ defende o escritor e docente de literatura, Lucílio Manjate

Eduardo White e Marcelo Panguana,

autores

da

revista do mesmo nome, se criaram o seu espaço

Falando na mesa redonda sobre ―a

foi

Imprensa como espaço de debate

espaço para expressarem

de ideias e literacias‖ o escritor

sua criatividade.

Lucílio Manjate que também é

―assim nasceu também a

docente de literatura moçambicana

Lua Nova e Oásis que

na Universidade Eduardo Mondla-

pude acompanhar de per-

ne (UEM), fez uma análise, para

o seu desempenho. A

além daquele que deve ser o papel

ideia era criar o seu pró-

da imprensa que se moldem novos

prio espaço porque os

escritores na sociedade.

escritores mais experien-

Manjate alertou sobre o papel da

tes não conviviam consigo

educação para que se criem novos

nem os davam um lugar.

escritores, à semelhança dos escri-

Os escritores de hoje tam-

tores já conhecidos que tiveram a

bém ressentem-se disso e

porque

reclamavam a

to

e

―ajuda‖ do antigo currículo do ensino secundário que era carregado de matérias liga-

por exemplo, o Movimento Literário Kuphaluxa, criou por isso, a revista Litera-

das a literatura, como, excerto de obras.

tas‖. Disse Lucílio Manjate.

Na opinião do autor de ―Contador de Palavras‖, recentemente lançado em Maputo, os escritores de hoje vem de onde vieram os de ontem, contudo, assume que a imprensa que é onde muitos desses escritores se expressavam e revelaram-se, está desligada de criar espaços de debate de ideias literárias e até, está desprovida de espaços para a divulgação de poemas ou contos de jovens iniciantes. ―mas isto acontece também porque os próprios jornalistas culturais tem problemas de leitura. As páginas culturais estão recheadas de informação sobre música e dança, isto porque é o mais fácil para os editores‖. Defende Lucílio Manjate, actual editor


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