Revista InterBuss - Edição 46 - 29/05/2011

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ANO 1 Nº 46 29/05/2011

A PIONEIRA

A empresária Niege Chaves, da Metropolitana, entregou à São Paulo os primeiros ônibus movidos a etanol do país

Leia também nesta edição:

• Busscar terá recurso julgado dia 06/07 • Campinas tem ônibus sabotados • O “Ônibus Brasil” em sua essência - 2


EM VIRTUDE DE PROBLEMAS TÉCNICOS, ESTA EDIÇÃO FOI PUBLICADA COM DOIS DIAS DE ATRASO, MAS SEM PREJUÍZO AO CONTEÚDO. PARA COMPENSAR, A PRÓXIMA EDIÇÃO (Nº 47) SERÁ PUBLICADA NA PRÓXIMA SEGUNDA-FEIRA, DIA 6/6. AGRADECEMOS A COMPREENSÃO! REVISTA

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CONTEÚDOINFORMAÇÃO DE QUALIDADE COM RESPONSABILIDADE COM QUALIDADE


NESTA EDIÇÃO

EMTU BUSCA SOLUÇÃO PARA A PRECÁRIA ÁREA 5 DE SÃO PAULO

Foto: Luciano Roncolato

A Semana Semana em em 10 10 Tempos Tempos •• Página Página 99 A

Frota da região é a mais antiga de todos os setores

Foto da capa: Luciano Roncolato

Edição número 46 • Domingo, 29 de Maio de 2011 • Concluída às 13h21 • Esta edição tem 28 páginas

EDITORIAL • Sindicatos e as greves .................... 4 A SEMANA EM 10 TEMPOS ......................................... 5 MATÉRIA DA SEMANA • Ônibus a Etanol já roda em SP .. 10 PÔSTER • Ailton Florêncio da Silva ......................... 14 COLUNISTAS • José Euvilásio Sales Bezerra ................. 16 COLUNISTAS • Luciano Roncolato ................................ 18 ÚLTIMA HORA • Morre o prof. Waldemar Stiel ............. 19 COLUNISTAS • William Gimenes .................................. 20 FOTOS DA SEMANA • As melhores do Portal InterBuss.. 20 MURAL • Os sociais da Revista InterBuss..................... 22 COLUNISTAS • Marisa Vanessa N. Cruz ....................... 23 CAMPINAS • Ônibus são sabotados em garagens ......... 24 COLUNISTAS • Adamo Bazani ..................................... 26

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EDITORIAL

As greves e suas consequências Greve. Essa é a palavra adorada por sindicalistas e odiada pela população. Greve nos transportes, então, é uma situação pior ainda. Quantos usuários já foram prejudicados pelas incontáveis greves em um setor prioritário da nossa sociedade? Só em 2011 já aconteceram greves em Natal (RN), Salvador e Vitória da Conquista (BA), Metrô, CPTM e a provável greve de Campinas (SP). O ato de paralisação do serviço em busca de uma causa comum surgiu no governo de Getúlio Vargas (década de 30), mas só foi de fato reconhecida em 1946, com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). A partir daí os sindicatos ganharam força, e até poder. Hoje, o direito de greve está previsto na Constituição Federal, mas desde que haja a comunicação prévia, em veículo de comunicação de grande circulação na região onde a greve vai ocorrer, com 72 horas de antecedência. Desde então, os movimentos ganharam força. E os sindicatos também. Greves surgindo, cada vez maiores, sempre na luta por um benefício em conjunto, seja uma melhoria na condição do trabalho, no salário, na forma de pagamento. Mas, na mesma medida que ‘a força do trabalhador’ ganha poder, a figura do sindicalista também cresce. E começam as disputas políticas internas. Antes, unidos em defesa de um todo – o conjunto de trabalhadores a ele ligado. Hoje, uma disputa de interesses, poderes e até dinheiro, uma luta quase individual. E o trabalhador, se sente representado? Pode até ter a sensação, mas não é isso que acontece na prática. Quantas vezes trabalhadores são induzidos a compactuar com uma greve que não querem participar? E se tentarem ‘furar’, podem sofrer os mais variados tipos de retaliação. Isso quando a própria greve não é sabotada pela ‘cha-

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A Revista InterBuss é uma publicação semanal do site Portal InterBuss com distribuição on-line livre para todo o mundo. Seu público-alvo são frotistas, empresários do setor de transportes, gerenciadores de trânsito e sistemas de transporte, poder público em geral e admiradores e entusiastas de ônibus de todo o Brasil e outros países. Todo o conteúdo da Revista InterBuss provenientes de fontes terceiras tem seu crédito dado sempre ao final de cada material. O material produzido pela nossa equipe é protegido pela lei de direitos autorais e sua reprodução é autorizada após um pedido feito por escrito, e enviado para o e-mail revista@portalinterbuss.com.br. As fotos que ilustram todo o material da revista são de autoria própria e a reprodução também é autorizada apenas após um pedido formal via e-mail. As imagens de autoria terceira têm seu crédito disponibilizado na lateral da mesma e sua autorização de reprodução deve ser solicitada diretamente ao autor da foto, sem interferência da Revista InterBuss. A impressão da revista para fins particulares é previamente autorizada, sem necessidade de pedido.

pa de oposição’ do sindicato. E a população? “Que se lixe”, pensam muitos. “Afinal, estamos defendendo o ‘nosso’ interesse”. Um interesse ‘deles’ que gera a antipatia nos principais consumidores: a população. Muitos sindicalistas, e agora falando especificamente dos de transportes, se esquecem que não fazem um favor para a população. O usuário já paga impostos, tarifas absurdamente caras, e tem que lidar com ônibus em condições adversas de manutenção e limpeza, funcionários mal treinados e mal educados, e ainda ter que concordar e apoiá-los em uma greve em que os ônibus não circulam, afetando o deslocamento para o estudo e, principalmente, trabalho, correndo o risco de perder o emprego que eles, grevistas, têm garantido, mesmo parados? E tem ainda o lado dos empresários, que têm que arcar com manutenção e conserto de veículos quebrados pelos manifestantes que impedem os teóricos “fura-greves” de cumprir a sua obrigação? Fora o tempo de conserto destes carros, prejudicando, mais uma vez, a população. Neste lado os sindicalistas de transporte não pensam, ou simplesmente ignoram. Aliás, a posição deles mais se assemelha a um palanque. Dizem uma porção de palavras de ordem, “morte aos empresários”, “vamos fazer valer nossos direitos”, e é ovacionado. Um show, com toda a pompa. Só que este sindicalista ‘chefe’ está ‘na linha de frente’? É ele que, no dia seguinte ao fim da greve, vai ouvir usuários reclamando, xingando, dos malefícios que esta paralisação trouxe? Já que a greve é um direito do trabalhador, está previsto em lei, e já que se cria sindicato para todas as áreas, onde está o sindicato dos usuários prejudicados pelo sindicato dos rodoviários? PARA ANUNCIAR Envie um e-mail para revista@portalinterbuss.com.br ou ligue para (19) 9636.1087 e converse com nosso setor de publicidade. Você poderá anunciar na Revista InterBuss, ou em qualquer um dos sites parceiros do grupo InterBuss, ou até em nosso site principal. Temos diversos planos e com certeza um deles se encaixa em seu orçamento. Consulte-nos! PARA ASSINAR Por enquanto, a Revista InterBuss está sendo disponibilizada livremente apenas pela internet, através do site www.portalinterbuss.com.br/revista. Por esse motivo, não é possível fazer uma assinatura da mesma. Porém, você pode se inscrever para receber um alerta assim que a próxima edição sair. Basta enviar uma mensagem para revista@portalinterbuss.com.br e faremos o cadastro de seu e-mail ou telefone e você será avisado. CONTATO A Revista InterBuss é um espaço democrático onde todos têm voz ativa. Você pode enviar sua sugestão de pauta, ou até uma matéria completa, pode enviar também sua crítica, elogio, ou simplesmente conversar com qualquer pessoa de nossa equipe de colunistas ou de repórteres. Envie seu e-mail para revista@por-

Do Leitor Sugestão e Caprioli Estou indignado com vocês por que vocês não responderam a minha pergunta sobre fazer matérias sobre ônibus que não existe mais, ou pelo menos arrumar alguma foto de ônibus antigos como: Expresso Aliança, Expresso São João e Expresso Mirante. Gostaria de dizer também que ví a reportagem sobre a Caprioli e acho uma pena que não mais vou ver esses ônibus, acho eles muito bonitos, principalmente os da Marcopolo G6. André Oliveira Mogi Guaçu/SP Nota da redação: Agradecemos o contato André! Primeiramente pedimos desculpas pela demora na resposta de sua primeira mensagem. Estamos com um grande acúmulo de e-mails de diversos assuntos no revista@ portalinterbuss.com.br e provavelmente o seu contato acabou passando sem ser respondido. Estamos preparando grandes novidades para daqui a algumas edições e uma delas envolve fotos e empresas antigas. Aguarde mais um pouco e com certeza você se surpreenderá com nosso novo conteúdo! Quanto ao fim da Viação Caprioli realmente é algo bastante triste, pois é uma empresa com 83 anos de tradição em nossa região, porém o nome acabou não entrando na negociação. É uma pena, mas esperamos que os serviços das linhas rodoviárias melhore um pouco, o que a Caprioli vinha deixando de lado já há algum tempo, priorizando o fretamento e o turismo. Este espaço é para você deixar a sua opinião sobre nosso conteúdo. Para isso, entre em contato através do e-mail revista@portalinterbuss.com.br. Na próxima edição, publicaremos sua opinião neste espaço. talinterbuss.com.br ou contato@portalinterbuss.com. br. Procuramos atender a todos o mais rápido possível. A EQUIPE INTERBUSS A equipe do Portal InterBuss existe há nove anos, desde quando o primeiro site foi ao ar. De lá pra cá, tivemos grandes conquistas e conseguimos contatos com os mais importantes setores do transporte nacional, sempre para trazer tudo para você em primeira mão com responsabilidade e qualidade. Por conta disso, algumas pessoas usam de má fé, tentando ter acesso a pessoas e lugares utilizando o nome do Portal InterBuss, falando que é de nossa equipe. Por conta disso, instruímos a todos que os integrantes oficiais do Portal e Revista InterBuss são devidamente identificados com um crachá oficial, que informa o nome completo do integrante, mais o seu cargo dentro do site e da revista. Qualquer pessoa que disser ser da nossa equipe e não estiver devidamente identificada, não tem autorização para falar em nosso nome, e não nos responsabilizamos por informações passadas ou autorização de entradas dadas a essas pessoas. Qualquer dúvida, por favor entre em contato pelo email contato@portalinterbuss.com.br ou pelo telefone (19) 9636.1087, sete dias por semana, vinte e quatro horas por dia.


A SEMANA EM 10 TEMPOS DE 22 A 28/05/2011

Busscar terá recurso julgado pelo 12º TRT no próximo dia 6 de julho Encarroçadora não concordou com decisão em primeira instância, que beneficiou funcionários Foto: Luciano Roncolato

Contrariada com a decisão em primeira instância em favor dos funcionários, a Busscar Ônibus recorreu em janeiro da decisão na 12ª TRT (Tribunal Regional do Trabalho 12ª Região), que marcou o julgamento do recurso para o próximo dia 6 de julho, em Florianópolis. A sessão está marcada para começar às 13h30 e ainda não dará um futuro definitivo para os salários atrasados dos funcionários. Por ser a segunda instância, caso não obtenha sucesso novamente, a Busscar ainda poderá continuar recorrendo. Em dezembro do ano passado, em substituição ao juiz Nivaldo Stankiewicz, da 4ª Vara do Trabalho de Joinville, a magistrada Patrícia Andrades Gameiro Hofstaetter, decidiu manter o bloqueio dos bens do Grupo Busscar e de seus acionistas, Rosita Nielson (majoritária), Claudio Nielson e Fabio Nielson. Essa mesma decisão já havia sido tomada por meio de liminar em julho de 2010, pelo juiz Stankiewicz. O bloqueio foi pedido pelo Sindicato dos Mecânicos, depois que a empresa começou a atrasar os salários. A ideia é garantir os direitos trabalhistas dos funcionários em caso de falência da Busscar ou falta de compromisso do grupo. “A iniciativa do sindicato salvou a queima do que restava de valor do grupo. Agora, com o julgamento marcado, pelo menos saberemos os próximos passos, que acreditamos ser amplamente favoráveis aos trabalhadores”, destaca o presidente do

Ônibus encarroçado pela Busscar em operação: produção ainda continua muito morosa sindicato, João Bruggmann. Outra decisão da juíza questionada pela Busscar é sobre os pagamentos dos salários. A magistrada decidiu que a empresa deveria pagar os créditos atrasados e quitar em dia (até o 5º dia útil de cada mês) os demais que vencerem, sob pena de multa de 1% do salário de cada trabalhador. Essa penalidade, porém, só será aplicada após 15 dias do “trânsito em julgado”. Isso quer dizer que a

Busscar só pagará multa pelo descumprimento de suas obrigações quando não houverem mais recursos, em última instância. Após mais de 18 meses de crise, a Busscar já deve 13 salários atrasados aos funcionários, 25% do 13º de 2009 e o décimo terceiro de 2010. Rescisões trabalhistas não estão sendo pagas e os depósitos de FGTS não são feitos há mais de dois anos, de acordo com o Sindicato dos Mecânicos. (Jornal Floripa)

Botafogo, na zona sul, as ruas Conde de Bonfim e Haddock Lobo, na Tijuca, e rua Vinte e Quatro de Maio e avenida Marechal Hermes, no Méier, na zona norte também devem receber os corredores exclusivos. Mas ainda não há previsão para a implantação do projeto, que também deve chegar ao centro nas avenidas Presidente Vargas e Rio Branco e rua Primeiro de Março.

e nas ruas Barata Ribeiro e Raul Pompéia. Inaugurado em fevereiro, o corredor da avenida Nossa Senhora de Copacabana foi a primeira faixa exclusiva do bairro. Já nas ruas Barata Ribeiro e Raul Pompéia, o projeto foi implantado em abril. Nas faixa exclusivas, os ônibus são obrigados a parar nos pontos indicados pelo seu BRS, sendo impedidos de pararem em outros pontos. Na Nossa Senhora de Copacabana, há 15 paradas. Os motoristas que não obedecerem as regras do BRS (Bus Rapid System) serão multados em R$ 53,20. (R7)

RJ: Leblon e Ipanema vão ganhar corredores A zona sul do Rio de Janeiro vai ganhar mais quatro corredores exclusivos para ônibus até o fim do ano, conforme informou o subsecretário municipal de Transportes, Carlos Maiolino, durante um seminário sobre BRS (Bus Rapid System) no centro do Rio na última quarta-feira (25). As novas faixas exclusivas vão funcionar nas avenidas Visconde de Pirajá e Prudente de Moraes, em Ipanema, e nas avenidas Ataulfo de Paiva e General San Martin, no Leblon. De acordo com o subsecretário, ruas São Clemente e Voluntários da Pátria, em

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Corredores em Copacabana Os corredores exclusivos para ônibus já funcionam em Copacabana, na zona sul, na avenida Nossa Senhora de Copacabana

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A SEMANA EM 10 TEMPOS

Foto: AFP

Grupo de atores leva alegria aos ônibus de Quito, no Equador

Grupo se apresenta nos corredores dos coletivos urbanos de Quito Um grupo formado por seis atores têm a ver com personagens “que ajudaram a fortransformou os ônibus do Equador em verda- mar a identidade” do país, embora eles também deiros palcos ambulantes depois que passou a contem “histórias cotidianas”. contar histórias de livros através de atos a mil- O projeto tem despertado o interesse hares de usuários desse meio de transporte em dos passageiros. Muitos chegam a interagir com uma tentativa de recuperar a memória do país. os narradores e até mesmo a participar das atu Trata-se do festival Memoriandante, ações, que duram apenas alguns minutos. que terminou na última segunda-feira (23) e Outros, no entanto, mostram indifecom o qual os seis atores apoiados pelo Minis- rença: alguns simplesmente porque são distraítério de Cultura alteram o dia a dia de uma dos, enquanto outros acham que deverão pagar viagem de ônibus para relatar histórias urba- pela atuação, segundo uma das organizadoras nas, cantar amorfinos (ritmo musical do litoral do festival, que disse gostar quando há engarraequatoriano) e recitar poesias. famentos, pois os ônibus são obrigados a andar O objetivo do Memoriandante é “ir- mais devagar, o que ajuda os artistas - que muiromper no espaço público e quebrar um pou- tas vezes fazem malabarismos - a não cair. co da rotina das pessoas para que escutem” as “Espero que a memória se transforme histórias, disse à Agência Efe Hugo Palacios, em um pombo-correio que sempre chegue a seu responsável pelo projeto. destino e que nunca, nunca caia no esquecimen “Às vezes se pensa que a poesia é para to”, ressaltou Palacios ao término de uma das determinados espaços, como os acadêmicos, e apresentações em um ônibus, junto com duas para certo tipo de gente. Achamos que a poesia atrizes. deve sair dos livros para instalar-se em qualquer Palacios explicou que as roupas usadas coração”, ressaltou Palacios. por eles são simples, já que o grupo não quer Esperar, portanto, que as pessoas com- chamar a atenção pelo vestuário, mas por suas pareçam a um teatro não é o objetivo deste gru- palavras. po, que sobe nos ônibus com uma boa dose de Além de poesia local e latino-amerihumor para arrancar os sorrisos dos presentes. cana e histórias urbanas, os narradores também “Com tantos problemas sociais e escreveram alguns textos, muitos com uma boa econômicos é importante provocar um sorriso”, dose de romantismo, como um que diz: “quedisse Javier Suárez, de 35 anos, que, graças a ria ser um passarinho com patinhas de algodão uma das atrizes da equipe, teve que improvisar para voar até seu peito e tocar-te o coração”. para atuar em uma das estações de ônibus de O passageiro Carlos Caluquí acomQuito. panhou com atenção cada uma das atuações e A ideia é que “a memória viaje nos aprovou o projeto: “vale a pena tentar produzir ônibus, vá às estações, às esquinas e às calçadas”, todas as coisas boas, pois, se não tentamos, não disse Palacios. Ele afirmou ainda que muitos dos sabemos os ótimos resultados que podem gerpoemas e contos que são recitados pelos atores ar”. (Terra)

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Acidente com ônibus da Guanabara deixa três mortos no MA

O acidente aconteceu anteontem (27) por volta das 19:30h o ônibus da empresa guanabara se chocou com uma pick up modelo strada, na Br-010 próximo ao municipio de Ribamar Fiquene, deixando três pessoas mortas. Segundo informações da polícia rodoviaria federal o ônibus seguia de Imperatriz-MA com destino a Teresina-PI, transportando em média 30 pessoas no interior do grande veículo. Num trecho próximo ao município de Ribamar Fiquene tentando uma ultrapassagem perigosa o ônibus acabou batendo em uma pick up que vinha sentido Porto Franco- imperatriz. No acidente foram necessárias 6 ambulâncias, infelizmente três pessoas foram arremessadas para fora do ônibus e não resistiram aos ferimentos e acabaram morrendo.Entre as vítimas estão mãe e filha que viajavam juntas no onibus e um senhor que viajava sozinho,os outros feridos foram levados para o hospital de Imperatriz. Ainda segundo a Polícia Rodoviária,o motorista do ônibus fugiu e o motorista da pickup foi encaminhado para o hospital de Imperatriz com ferimentos leves. (180Graus)

Londrina lança campanha pelo respeito a idosos

A Transportes Coletivos Grande Londrina (TCGL) e a Secretaria Municipal do Idoso lançaram, na última sexta-feira (27), às 13h, no Terminal Urbano, a campanha de conscientização aos usuários do transporte coletivo para que respeitem os assentos reservados aos idosos nos ônibus. A campanha foi criada após um processo participativo com 20 grupos de idosos, de todas as regiões da cidade, acompanhados pela Secretaria do Idoso que discutiram o tema “Segurança do Idoso no Transporte Coletivo” e propuseram ações de conscientização. A proposta vencedora veio do Grupo de Convivência do Idoso do Conjunto Armindo Guazzi e prevê afixação de cartazes no interior dos ônibus com a mensagem: “Respeite os idosos hoje, para que no futuro você seja respeitado”. O lançamento da campanha terá também a participação do Grupo de Convivência de Idosos do Jardim Sabará, com apresentação do “Rap do Idoso”. O grupo ira cantar música que foi idealizada especialmente para o tema respeito ao idoso no transporte coletivo. (Assessoria de imprensa do Metrolon e Bonde)

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A SEMANA EM 10 TEMPOS

Porto Alegre tem ônibus com adesivos da Copa Foto: Divulgação

Três ônibus da prefeitura de Porto Alegre começaram a circular na última terçafeira (24) com adesivos alusivos à Copa de 2014. Os veículos fazem parte de um lote de 12 coletivos da Carris, a empresa estatal de ônibus da capital gaúcha, que vão rodar na cidade com imagens relacionadas ao evento. A identidade visual foi concebida pelo gabinete de comunicação social da prefeitura. De acordo com o prefeito José Fortunati, a decoração dos veículos tem o objetivo de preparar a população para receber o Mundial de Futebol. “A idéia é implantar o espírito da Copa na cidade, trazendo o engajamento da população”, acrescentou o secretário extraordinário da Copa em Porto Alegre, João Bosco Vaz no evento de lançamento do projeto, realizado na tarde da última terça-feira. Doze intinerários foram selecionados para receber os adesivos. (Portal Copa 2014)

Um dos doze ônibus da Carris que foram adesivados com temas da Copa de 2014

Foto: Terra

Terminal para e passageiros Sorocaba em depredam ônibus em Goiânia estado de greve

Ônibus da Metrobus teve as janelas arrancadas durante protesto dos passageiros Um grupo de pessoas depredou três Ainda não se sabe se parte dos maniônibus que realizam o transporte coletivo de festantes aproveitaram a ocasião para protestar Goiânia na noite da última quinta-feira. O pro- contra o recente reajuste da tarifa, que passou de blema ocorreu no terminal praça da Bíblia, por R$ 2,25 para R$ 2,50, ou se usuários se revoltavolta das 19h, em decorrência da interrupção ram com a paralisação temporária do serviço e temporária dos serviços. iniciaram o quebra-quebra, impedindo o retor Segundo a Companhia Metropolitana no do serviço. de Transportes Coletivos (CMTC), cinco mil A Polícia Militar foi chamada para pessoas faziam um protesto contra o aborto conter a situação. De acordo com a corporação, próximo do terminal impedindo a circulação os policiais apenas negociaram com o grupo que nas principais vias de acesso. O serviço teve de acabou liberando o terminal. Ninguém foi preso ser interrompido por 25 minutos. durante a ocorrência. (Terra)

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Os ônibus do transporte urbano de Sorocaba e Votorantim circularam anteontem com os faróis acesos, indicando o estado de greve da categoria, que pode paralisar o serviço nos próximos dias. Os trabalhadores do transporte coletivo decidiram fazer a mobilização após rejeitarem, em assembleias, a proposta patronal de reajuste de 7,39% nos salários, aumento de R$ 70,00 na participação nos lucros e resultados (PLR) - que passaria dos atuais R$ 600,00 para R$ 670,00 -, reajuste no tíquete-refeição para R$ 14,00, e contratação de apenas 20 agentes de bordo até o dia 02 de janeiro de 2012. A paralisação deverá começar à 0h da terça, 31/5, caso o setor patronal não apresente uma proposta que esteja mais próxima das reivindicações da categoria. Uma nova rodada de negociação entre Sindicato e empresas, com a intermediação da Urbes Trânsito e Transporte, está em andamento. A data-base da categoria é 1º de maio e as reivindicações dos trabalhadores são: reposição da inflação segundo o IGP-M/FGV, que está em 10,60%; PLR no valor do piso salarial do motorista; contratação de, no mínimo, mais 100 agentes de bordo; inclusão de cláusula no Acordo Coletivo que determina que a empresa deva arcar com o pagamento de salário e demais benefícios ao trabalhador que tiver alta do INSS e não for considerado apto a voltar ao trabalho pelo médico da empresa; além da manutenção dos demais benefícios conquistados. A categoria reúne aproximadamente 4 mil trabalhadores, entre motoristas e funções de apoio, como mecânico, eletricista, funileiro, pintor, entre outras. (Jornal Cruzeiro do Sul)

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EMTU/SP busca saída para imbróglio que emperra as licitações da área 5 Foto: Luciano Roncolato

“Aqui é a área mais desequilibrada.” Assim o presidente da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos, Joaquim Lopes da Silva Júnior, classificou o serviço de ônibus intermunicipais no Grande ABC. A avaliação se explica. Enquanto nas outras quatro áreas da região metropolitana de São Paulo a renovação dos transportes está em curso desde 2006, na região, chamada de Área 5, as quatro tentativas de abrir licitação foram frustradas. O último edital foi lançado em dezembro, deveria ser concluído em janeiro, mas foi encerrado, sem concorrentes. “E se publicarmos novamente, ficará vazia mais uma vez”, afirmou Silva Júnior. A reformulação das concessões é uma forma de determinar padrões de qualidade, como exigir das empresas a renovação das frotas e novos estudos de demanda para dimensionamento das linhas, o que contribui para a melhoria do serviço. Os empresários justificam, desde 2005, quando as negociações começaram, que, da forma como é lançada, a licitação não é economicamente viável. Mesmo com edital vazio, a EMTU estuda como fazer acordos com as viações. Silva Júnior entende que, quando saírem do papel, os principais projetos para o transporte público no Grande ABC irão provocar mudanças na demanda de passageiros e na distribuição dos deslocamentos. O impacto da chegada do VLT (Veículo Leve Sobre Trilhos), que vai ligar a região ao Metrô, do Expresso ABC, que são trens de maior velocidade, e de outro possível VLT, entre Santo André e Guarulhos, ainda não pode ser medido, segundo o presidente. “Tudo isso deixa o cenário incerto. Se não temos a demanda a ser licitada, não temos a receita estimada, e se não temos receita e demanda, não podemos determinar o que deve ser exigido”, afirmou Silva Júnior. Nessa fase transitória, a saída, ainda

Frota da área 5 da Grande São Paulo é a mais antiga do sistema segundo o presidente da EMTU, pode ser buscar para o Grande ABC uma proposta que seja o equilíbrio dos contratos celebrados nas demais áreas. “Mas é uma discussão a ser feita junto com o Ministério Público. É preciso construir esse entendimento com o governo do Estado”, explicou. Segundo Silva Júnior, o debate com as empresas da região já foi aberto. “Vamos estabelecer critérios mínimos de atendimento para assegurar que as prestadoras de serviço ofereçam qualidade e conforto para os passageiros.” Empresas avaliam que é o momento de buscar solução Como justificativa para recusar os editais, os empresários já disseram que melhor seria dividir a região em dois consórcios e que a operação das linhas não cobriria os custos. Desta vez, porém, sinalizam que pode haver acordo. Gerente jurídico da AETC/ABC (Associação das Empresas de Transporte Coletivo do ABC), o advogado Francisco

Bernardino Ferreira disse que as viações e a EMTU estão se alinhando. “Abriu-se um canal na área técnica para identificar as necessidades da região, que é diferente das outras regiões pela sua complexidade.” Pelas linhas intermunicipais da Área 5 - as sete cidades e parte da Capital - circulam mais de 900 ônibus, que atendem público diário que passa de 250 mil pessoas. Ferreira não falou sobre os motivos que fizeram fracassar as tentativas de licitação. “Qualquer outro comentário é prejudicial. Vamos celebrar o novo momento.” Para o presidente da Transportes Coletivos Parque das Nações, Carlos Sófio, “a aproximação é um começo, mas é preciso que seja bom para todos, usuário e empresas.” Presidente da Rigras Transporte Coletivo e Turismo, Nivaldo Aparecido Gomes disse que o debate é a forma para se alcançar o objetivo “de sempre prestar o melhor serviço.” Para o presidente da EMTU, um dos maiores problemas do Grande ABC é a idade dos ônibus que, na média, é mais velha do que no restante da região metropolitana de São Paulo. (Diário do Grande ABC)

Ônibus urbano em Blumenau sobe para R$ 2,75

A partir do dia 11 de junho os usuári- bém encaminhar um projeto de lei à Câmara tarifa do transporte coletivo, ou seja, passará os do transporte coletivo desembolsarão R$ de Vereadores, que pode mudar o processo a ter poder deliberativo. A mudança alterará 0,18 a mais pela passagem. O prefeito João administrativo que determina o preço da pas- a lei orgânica do município e a legislação que Paulo Kleinübing divulgou nesta sexta-feira a sagem de ônibus, transferindo do Executivo a criou o conselho. decisão de aumentar para R$ 2,75 a tarifa. A responsabilidade de dar a palavra final sobre Os R$ 2,75 que passam a ser cobrapassagem do vermelhinho subiu para R$ 3,60. o reajuste. dos na catraca a partir do dia 11 surgiram Os 7% de reajuste seguem a sugestão Se aprovado pelos vereadores, o através de reuniões de uma comissão especial do Seterb de calcular, provisoriamente, o Conselho Municipal de Trânsito e Transpor economistas, assessoria jurídica Ônibusformada metropolitanos no terminal de Campinas: valor através do Índice Nacional de Preçosa ao portes de Blumenau (Comtranblu) ficará rese presidente do Seterb, além de representantes região recebeu novas promessas e implantação do Bilhete Único Metropolitano está em pauta Consumidor (INPC). O prefeito decidiu tam- ponsável por determinar o cálculo e fixar a do Sescon e CRC. (Diário Catarinense)

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MATÉRIA DA SEMANA

CHEGOU E ABALOU

Empresa mais nova a operar no sistema paulistano está há três anos na cidade e já revoluciona trazendo para o Brasil a primeira frota de ônibus movidos a etanol; primeiros dez já estão nas ruas Luciano Roncolato com Scania, Metropolitana e CAIO Induscar O transporte urbano da capital paulista recebe neste mês o primeiro lote de 50 ônibus movidos a etanol. A inclusão dos veículos à frota da cidade é resultado de uma parceria entre a Prefeitura de São Paulo, Viação Metropolitana, Raízen, Scania e UNICA. Os novos ônibus são do modelo K 270 4x2 e possuem motores de última geração, que atendem às exigências da legislação brasileira de emissão de gases poluentes

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Conama P7, prevista para entrar em vigor no Brasil em 2012, além da EEV (Enhanced Environmentally Friendly), norma da União Europeia. De acordo com convênio firmado em novembro de 2010 com a Prefeitura de São Paulo, a Scania é responsável pela produção dos motores e chassis, a carroceria é montada pela Caio, a Metropolitana é a operadora, a UNICA fornecerá o etanol e a Raízen será responsável pelo fornecimento do combustível final e instalação da infraestrutura de armazenagem e de abastecimento.

A Metropolitana investiu mais de R$ 20 milhões, financiados pelo BNDES, para a renovação de 50 veículos de uma frota de 330 ônibus urbanos. Os novos modelos movidos a etanol devem circular principalmente nas linhas Jardim Miriam – Vila Gomes; Jardim Miriam – Terminal Princesa Isabel e Jardim Luso – Terminal Bandeira. São Paulo recebeu o primeiro ônibus-demonstração a etanol em 2007, por meio do projeto BEST (BioEthanol for Sustainable Transport), coordenado no Brasil pelo CENBIO – IEE/USP, em uma iniciativa inédita da

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Fotos: Luciano Roncolato

Scania, parceiros e do poder público. Após um período de demonstração, o veículo despertou o interesse de outros parceiros, possibilitando a entrega de um segundo ônibus movido pelo combustível em 2009. Juntos, os veículos-demonstração já percorreram mais de 180 mil quilômetros, transportando passageiros em diversas linhas da região metropolitana. O ônibus movido a etanol é a única tecnologia disponível comercialmente que pode atender em curto prazo, à Lei de Mudanças Climáticas do Município de São Pau-

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Busscar VB Elegance Scania da Viação Caprioli, a última compra de carros novos que a empresa vez antes de ser desaparecerá a partir de agosto Detalhes devendida: um dos dezmarca ônibus entregues na quinta-feira passada 11


MATÉRIA DA SEMANA lo, que prevê a redução de 30% das emissões de gases de efeito estufa (GEE`s) até 2012. Atualmente, circular na cidade de São Paulo 15 mil ônibus movidos a diesel. Caso fossem substituídos por modelos movidos a etanol, o impacto ambiental seria equivalente a uma frota de somente 3 mil ônibus. A grande vantagem do etanol como combustível no transporte público urbano é o ganho ambiental com a redução de emissões de poluentes. Ressalta-se que a disponibilidade e as perspectivas para a produção do etanol somadas às vantagens ambientais oferecem uma série de benefícios, como a diversificação da matriz energética no setor de transportes e a utilização de um combustível nacional, cuja infraestrutura de distribuição já existe. A cidade de São Paulo detém a maior frota de ônibus do Estado, responsável pela deterioração da qualidade do ar no centro urbano, que compromete a saúde da população. Esta é uma das razões da importância da introdução desta nova tecnologia na cidade, além do cumprimento da Lei de Mudanças Climáticas.

O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, dirigiu um dos ônibus, dando uma volta no local

O evento Bastante típico, o evento que apresentou os primeiros dez ônibus do lote de cinquenta adquiridos pela Metropolitana de São Paulo contou com a presença de diversas personalidades políticas e do universo dos transportes, como os empresários Thiago Felicio, do grupo NIFF e Maria Beatriz Setti Braga, da Metra. Aos convidados, logo na entrada foram oferecidas barras de rapadura. Nela, estava a inscrição: feita 100% de cana-deaçúcar. No café oferecido foi servido o legítimo caldo-de-cana, também como alusão aos veículos movidos a etanol. Sobre os parceiros Caio A encarroçadora de ônibus Caio Induscar é líder na produção de carrocerias urbanas no Brasil. Tem seu escritório central localizado na cidade de São Paulo e o parque fabril na cidade de Botucatu, SP, com uma área de 280.000 m² e 90 mil m² de área construída e capacidade de produção para cerca de 40 carrocerias ao dia. Ainda conta com cerca de 3500 mil colaboradores, participando do crescimento do polo industriário da região e do Brasil. Os acionistas da empresa também têm forte atuação no mercado de transporte coletivo, comercialização de chassis, veículos comerciais e de passeio, entre outros. Sua produção atende a todos os segmentos: rodoviário, urbano, turismo, fretamento, escolar, executivo e de carga, com uma vasta linha de modelos: rodoviários; urbanos,

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Tablete de rapadura oferecido aos convidados do evento incluindo articulados e biarticulados; midis; importados. No mês de março de 2009, por micros e minis. meio de um leilão, a Induscar passou a ser Em 2011 a marca Caio completa 65 dona da marca Caio e parque fabril. Hoje é anos de tradição. No ano de 1946, a empresa Caio Induscar, empresa que completa 10 anos Caio iniciou suas atividades já como encar- em 2011. roçadora de ônibus e, em 1982, a fábrica de A carroceria Millennium II, que é a Botucatu foi inaugurada oficialmente. Em ja- usada no projeto, foi desenvolvida para ofeneiro de 2001, um novo Grupo, constituído recer conforto e segurança, com alta produpor empresas de transporte de pessoas, assu- tividade na relação custo-benefício. Possui miu, por meio da empresa Induscar, o parque design arrojado, com o perfil de veículo leve fabril e o direito de uso e comércio dos produ- e resistente, e baixo custo de manutenção e tos da marca Caio. O grupo atua também na peças de reposição. Aplica-se a motores travenda de veículos comerciais, chassis para seiros e centrais, nas versões: urbano, piso ônibus, caminhões e automóveis nacionais e baixo e articulado.

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Fotos: Luciano Roncolato

Ficha Técnica do projeto desenvolvido em parceria com a Scania. Especificações (mm): / Comprimento - 13.260 / Largura - 2.500 / Altura Interna - 2.150 - Parte alta / 2.660 - Parte baixa / Altura Externa - 3.156 / Lotação - 32 sentados, 53 em pé, 01 PPD, 01 Cobrador, 01 Motorista / Acessibilidade: 01 rampa do lado direito e uma rampa do lado esquerdo. / Portas: 02 portas lado direito e 02 portas lado esquerdo. CENBIO É um grupo de pesquisa em bioenergia do Instituto de Eletrotécnica e Energia da Universidade de São Paulo (IEE/USP). Atua na pesquisa e desenvolvimento de estudos tecnológicos, econômicos, políticos e socioambientais referentes à conversão e uso da biomassa, à aplicação dos biocombustíveis líquidos, em parceria com grupos nacionais e internacionais, nos setores científico, tecnológico, industrial e agroindustrial. Há doze anos vem promovendo o uso da biomassa como um mecanismo para o desenvolvimento sustentável do Brasil e como uma fonte eficiente de energia capaz de gerar empregos, principalmente nas áreas rurais. Desde sua concepção, o CENBIO tem se distinguido por centralizar informações sobre o tema a partir de fontes nacionais e internacionais, buscando novos intercâmbios de modo a estender o uso da biomassa a todo o país. Estas informações são disseminadas por meio do site http://cenbio.iee.usp.br, da publicação da Revista Brasileira de Bioenergia e por meio da organização de seminários e workshops com os setores envolvidos. Metropolitana A Metropolitana (www.grupometropolitana.com.br) faz parte do Consórcio Unisul que opera a área 6 – Zona Sul da Capital com uma frota de cerca de 30 veículos. Iniciou suas operações em São Paulo em 2008 e faz parte do Grupo Metropolitana, formado por empresas de transporte de passageiros e de soluções de tecnologia aplicada ao transporte. Hoje o Grupo tem cerca de 3.200 funcionários com frota de mais de 760 veículos que operam aproximadamente 70 linhas de ônibus na cidade de São Paulo e na Região Metropolitana do Recife. A cada mês, realiza cerca de 12 milhões de viagens. Com Certificações 14001 e 9001, o Grupo já recebeu entre outros prêmios o da Bienal de Marketing – ANTP e Qualidade – Propeq. Pioneira no investimento em ônibus movidos a etanol para o transporte público urbano no País, a Metropolitana faz parte do Grupo Metropolitana, fundado em 1982, em Recife, Pernambuco. Com faturamento anual de R$ 260 milhões, o Grupo, presidido por Niege Chaves, é formado por empresas de

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Niége Chaves ladeada pelas funcionárias da Metropolitana que estiveram no evento

O presidente da Scania, Sven Antonsson, José Chaves, Niége Chaves e Maria Beatriz Setti Braga transporte urbano e de soluções de tecnologia referência mundial em veículos pesados aplicada ao transporte. movidos a etanol e participa como patrocinadora oficial do Ethanol Summit 2011. Desde a Raízen década de 1980, a montadora sueca trabalha Raízen (www.raizen.com) é a em- no desenvolvimento e na fabricação de mopresa resultante do processo de integração tores movidos por esse combustível renovádos negócios da Shell e Cosan. Está entre as vel. Atualmente, mais de 800 ônibus Scania cinco maiores empresas do Brasil em fatura- abastecidos com etanol brasileiro circulam na mento, com valor de mercado estimado em Europa, principalmente na cidade de EstocolR$ 20 bilhões e cerca de 40 mil funcionários, mo, que assumiu o compromisso ter a metade posicionando-se como uma das mais compe- do transporte de passageiros em sua região titivas na área de energia sustentável no mun- central movida por biocombustíveis até 2012. do. A Raízen responderá por uma produção de mais de 2,2 bilhões de litros de etanol por UNICA ano para atendimento ao mercado interno e A União da Indústria de Cana-deexterno. Além do etanol, as atuais 24 usinas Açúcar (UNICA – www.unica.com.br) é a enproduzem 4 milhões de toneladas de açúcar tidade representativa das principais unidades e têm 900 MW de capacidade instalada de produtoras de açúcar, etanol (álcool comprodução de energia elétrica a partir do baga- bustível) e bioeletricidade da região Centroço da cana. Na área de combustíveis, a joint Sul do Brasil, principalmente do Estado de venture comercializará aproximadamente 20 São Paulo. As usinas associadas a UNICA são bilhões de litros para os segmentos de trans- responsáveis por mais de 50% da produção porte e indústria e para a sua rede formada nacional de cana e 60% da produção de etanol. por 4.500 postos de serviço com as marcas Na safra 2010/11, o Brasil produziu aproximaShell e Esso. damente 620 milhões de toneladas de cana, matéria-prima utilizada para a produção de Scania 37,8 milhões de toneladas de açúcar e 27,4 A Scania (www.scania.com.br) é bilhões de litros de etanol.

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REVISTA

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Ailton FlorĂŞncio da Silva



José Euvilásio Sales Bezerra Miracatu – Registro

Fotos: José Euvilásio Sales Bezerra

CIRCULANDO

Marcopolo Torino Scania F230 da Princesa dos Campos De São Paulo à Miracatu, fiz o tradicional pinga-pinga: ônibus municipal de São Paulo até o Terminal João Dias, Linha 5 do Metrô até o Capão Redondo, Linha 001 Parque Paraíso da EMTU até o Valo Velho e 030TRO Barnabés até Juquitiba. Em Juquitiba, peguei o suburbano 4790 Cafezal da Soamin até a Serra do Cafezal. Chegando por lá, por volta das 12h, sigo a recomendação que uma funcionária do Graal me deu da última vez em que estive lá e aguardei um Intersul. Mais ou menos quinze minutos de espera e aparece um ônibus. Esse opera a linha Barra Funda – Ilha Comprida. Dou sinal e o motorista para. Pergunto a ele as tarifas. Ele responde: até Miracatu, R$ 12,00; até Ilha Comprida: R$ 20,00. Perguntei se passava por Registro. Ele me disse que não. Então, sigo com ele até Miracatu. O carrão era um Paradiso G7. Muito bonito. O corredor apertado dos G6 da Intersul continuam presentes em seus G7. Algo curioso é o monitor, que fica em cima da cabeceira dos bancos, grudado no porta pacotes. Ocupa um espaço enorme. Acho que deveria ser retrátil, como os Caio Giro: se não usar, ele dobra e fica recolhido no teto. Bem mais prático e evita transtornos aos mais altos. Por volta das 12h50 chegamos à Miracatu. Mais alguns minutos e chega o suburbano da Intersul que seguirá para Registro. Por volta das 13h10, o motorista começa a receber os passageiros. O sistema de entrada é meio complicado. O ônibus tem duas catracas. Na primeira você paga a passagem. O motorista faz o registro da passagem em um aparelho ao lado do caixa e, depois, entrega um cartão, que o passageiro passa no validador e que libera a passagem. Esse cartão, o passageiro deve guardar consigo pois precisará dele novamente na saída

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Apache Vip MBB OF1722M da Intersul Mercedes Benz Monobloco O371, ex-CMTC

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do ônibus. Pra descer, ele vai passar por uma segunda catraca. Nesta, deverá depositar o cartão no validador que, assim, libera a saída. A porta central, onde está o elevador, só abre para cadeirantes. Achou complicado? Imagine o tempo que o motorista gasta pra receber os passageiros durante o trajeto... Às 13h15 o ônibus parte de Miracatu. Partiu com metade da lotação, diferente da minha primeira visita á cidade, quando o via abarrotado de gente. Logo entrou na BR116, sentido Curitiba. A primeira passagem foi por um distrito mais afastado de Miracatu. O ônibus dá uma volta no pequeno vilarejo e logo volta à Rodovia. Mais a frente, entra em Juquiá. Nessa cidade o ônibus dá uma senhora volta. Dá a impressão de passar por todos os bairros da cidade, tantas foram as ruas pelas quais ele passou. Em uma das ruas, ocorre aquilo que eu imaginava: uma fila de passageiros. Com um procedimento tão burocrático de cobrança de passagem, o motorista levou uns cinco minutos até que todos pudessem entrar no ônibus. Mais a frente, outro enrosco: a catraca de saída travou e o passageiro não conseguiu descer. E lá foi o motorista, pacientemente, tentar liberar a catraca. Depois de muitas tentativas, ele conseguiu fazer o aparelho funcionar direito. A catraca liberou a passagem do passageiro. Por volta das 14h50, o ônibus chega à Rodoviária de Registro. O portal de boas-vindas à cidade da Rodoviária é muito bonito. Desci do ônibus e logo fui almoçar. Após o almoço, fiquei nos arredores da Rodoviária tirando fotos por ali. As linhas, majoritariamente, são da Intersul e da Princesa dos Campos. As linhas da Intersul são basicamente as Rodoviárias e algumas poucas suburbanas. Uma delas, inclusive, operada com um Alpha ex-Sambaíba. Como o que opera aquela linha de Miracatu, o de Registro também não está na melhor de sua forma física: sujo, com alguns pontos de ferrugem na lataria... Tá na hora de uma boa funilaria. As demais linhas suburbanas da Intersul são para Miracatu e Juquiá – que, aparentemente, tem uma linha suburbana direta partindo de Registro, mas com bem menos horários. O ônibus que me levou à Registro voltou com o letreiro “Juquiá”. Essas linhas, além dos Apache Vip II MBB OF1722, tem em sua frota Apache S21 MBB OF1417 e Apache Vip MBB OF1417. As linhas Rodoviárias da Intersul vêm de São Paulo e Santos e seguem para outras cidades do Vale do Ribeira, como Cajati e Eldorado. As linhas que vêm dessas cidades com destino à São Paulo e à Santos também passam por essa Rodoviária. Já a Princesa dos Campos possui linhas suburbanas que descem para Jacupiranga, Sete Barras, Cajati e Pariquera-Açu. Ela possui carros com frota variada: Comil Svelto, Marcopolo Viale e Marcopolo Torino G6 e G7.

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Marcopolo Paradiso G7 da Intersul

Caio Alpha MBB OF1620, ex-Sambaíba, da Intersul

Marcopolo Torino GV Volks da Transp. Barro Branco Alguns desses carros tem motor traseiro e vidro linhas. Tem até Marcopolo Torino GV ex-Cufumê. ritiba, rodando pela Transportes Barro Branco, Mas os destaques da frota da Princesa uma das empresas do Grupo. são os Marcopolo Torino G7 Scania F230. Eles Ao lado da Rodoviária, em um possuem uma configuração muito interessante. posto de gasolina desativado, usado como Além dos vidros-fumê também possuem porta- “mangueirão” dos carros da Princesa dos pacotes interno, no estilo ônibus rodoviário. No Campos, havia ainda um Monobloco O371 exF230, o som do motor é muito parecido com o CMTC com propaganda de um grupo de Forró. do MBB OF1722M, o que pode decepcionar os No mínimo, inusitado. amantes da barulheira da série F encerrada nos Embora não tenha conhecido o centro anos 90. de Registro, essa viagem foi muito proveitosa. Quanto às linhas municipais, as o- Infelizmente, pelo horário em que cheguei à ciperadoras são todas do Grupo Mina do Vale. dade, não poderia seguir para o centro. Mas só a A frota é bastante diversificada: tem de Busscar Rodoviária e o seu belo portal de entrada já são Urbanus à Marcopolo Torino G7, em diversas um convite para novas visitas.

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Luciano Roncolato Conhecendo o “Ônibus Brasil” em sua essência - Parte 2

Foto: Reprodução

HOBBY & DIVERSÃO

Dando continuidade à análise do site Ônibus Brasil em sua essência, nesta coluna irei comentar um pouco sobre o item “ônibus mais buscados ontem”, que mostra na página inicial as três fotos mais acessadas no dia anterior. Essa simples parte do site é responsável pela grande disputa que há no hobby hoje em dia, disputa essa criada pelos próprios hobbystas que postam fotos no site. Essa seção foi “re-denominada” pelos hobbystas de “Top 3”, e a maioria dos participantes do site travam uma verdadeira guerra para figuraram entre essas três imagens.Vale de tudo: ficar comentando na própria foto várias vezes, publicar o link da própria galeria em fotos dos outros, fazer “campanha” nas redes sociais como Twitter, Orkut e Facebook, ficar implorando pelo MSN pra que todos seus contatos façam comentários e visitem a foto “candidada a Top 3” para que ela chegue a aparecer na tão famigerada seção. Afinal, o que tudo isso contribui para o site e para o hobby? Particularmente, pra mim todas essas ações não colaboram com nada, apenas ajudam a disseminar a discórdia, a competição e a raiva entre os colecionadores. O pior de tudo é que a própria moderação do site não tem nada a ver com essa competição, pois a seção na página inicial acabou tendo seu objetivo deturpado pelos próprios usuários. Uma coisa feita com muita importância há dois dias, quando entrou no

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ar a nova página inicial do site foi a diminuição da importância do chamado “Top 10 Usuários”, que rankeia os usuários que mais enviaram fotos nos últimos dez dias, retirando as fotos desses usuários e fazendo uma listagem bem menor, no canto direito da tela. Com o tempo esse ranking vem a perder a importância e vai acabar ficando de lado por parte dos usuários. É um ponto positivo pois é uma competição a menos a acontecer. Bom, ao menos essa é a tendência, só o tempo nos dirá como que vai ficar. Mas vamos voltar a nos focar no chamado “Top 3”. Já que essa simples parte do site foi transformada num verdadeiro ranking nacional de fotografias de ônibus, nada mais lógico que as fotos cheguem até lá da forma natural, por mérito do fotógrafo, e não por um processo e politicagem que beira o absurdo. Um dos motivos que podem fazer a foto chegar a ser “Top 3” é a discussão, onde a foto pode gerar alguma dúvida ou iniciar um grande debate, na maioria das vezes saudável. Por conta do grande número de mensagens enviadas na foto, consequentemente os acessos crescem e a foto chega ao ranking busológico. O problema é que até isso tem sido usado como tática para que a foto tenha um alavancamento das visualizações. Pedaços de ônibus, veículos acidentados, avarias em geral e detalhes irrelevantes são alguns artifícios usados para que a foto torne-se “polêmica” e

consequentemente vire líder de visualização. Na semana passada tivemos um exemplo clássico disso, onde foi postada uma foto que até agora não sei do que é, e já tinha mais de 200 visualizações em cerca de 12 horas. Também choveram comentários com críticas e, por incrível que pareça, alguns elogiaram! Nem sabiam o que estavam vendo mas elogiaram. O que me faz refletir sobre esse “Top 3” é a motivação para tal rankeamento. Que diferença faz uma determinada foto ficar um ou mais dias nesse ranking? Vai render alguma compensação financeira ao autor da imagem? O autor vai ficar famoso ou vai ganhar algum concurso? Pra mim o reconhecimento de um trabalho no hobby vem da humildade, cordialidade e simpatia. Hoje em dia há vários colecionadores principiantes que fazem de tudo para estarem nesse tal de “Top 3” e são um verdadeiro poço de arrogância, achando que só porque tem contato com colecionadores mais antigos têm o direito de pisar em cima dos outros. Se você colecionador quer ser reconhecido pelo seu trabalho, pelas suas fotos, pelas suas viagens, primeiramente seja humilde e aprenda com os mais velhos. Lembremse também que nem todos os colecionadores mais antigos são “famosos”. Há muitos brilhantes acervos ocultos de propriedade de colecionadores desconhecidos da maioria. Ou seja, são pessoas que em nenhum momento

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fizeram ou fazem questão da “fama” no hobby e montaram verdadeiros acervos históricos ao longo de vários anos. E convenhamos, ser “famoso” no hobby traz algum benefício? Alguma empresa de ônibus vai dar passagem de graça por você ser “famoso”? Faça amizades, amplie seu conhecimento e seu acervo e faça jus ao respeito a qual tem direito para que conquiste cada vez mais o respeito dos demais. Outra coisa que gostaria de comentar nesta edição é o fato curioso de algumas fotos de um mesmo veículo ser mais visualizadas e comentadas que outras. Há alguns dias no meu Twitter tenho comentado que não basta você fazer uma bela foto para ser bem visualizado, você tem que fazer parte de alguma “panela” no site para que sua foto não passe batida. Na semana passada uma das fotos mais visualizadas foi a do carro número 17000 da Empresa Gontijo, de autoria do mineiro Kleisson Gonçalves. E detalhe: a foto chegou lá por mérito próprio, pois o autor não fez campanha “eleitoral” para que ela ficasse entre as três mais vistas. Porém, ao menos nos trinta dias anteriores foram publicadas cerca de três fotos do mesmo veículo, e a soma das

visualizações das mesmas não chegam ao que essa foto que virou “Top 3” teve em pouquíssimos dias. Por que isso? A foto realmente ficou muito bonita, tirada à noite com reflexo em uma poça d’água, mas as outras três anteriores também estavam muito boas. Há vários fatores que notei que levam a esse “pico” de visualização em algumas imagens. O primeiro é o que disse algumas linhas acima: você fazendo parte de alguma panela, com certeza você será bastante paparicado. Não foi esse o caso na foto do amigo Kleisson, mas notei outros possíveis pontos. Algumas empresas têm suas fotos “supervalorizadas” e idolatradas por “fãs”. Se sua foto estiver “espetacular” e algum colecionador mais antigo ou “famoso” faz algum comentário, puxa ao menos mais uns dez comentários atrás, alavancando as visualizações. Se tal pessoa comentou, então quer dizer que a foto é realmente boa. Agora, se tal pessoa viu e não comentou, então não preciso “perder o meu tempo” comentando ou vendo em tamanho real. O Ônibus Brasil transformou-se em uma verdadeira rede social busológica. Às vezes ocorrem alguns atritos, brigas fúteis, postagens de fotos sem qualidade nenhuma

com o único objetivo de polemizar, e muito mais. E essa supervalorização de algumas fotos é o resultado desse convívio social dentro do site. É o mesmo que uma propaganda na TV: se determinado ator usa tal produto, eu também vou usar, pois é bom. No OB, se tal pessoa comentou, eu também vou comentar, e assim por diante, gerando um efeito cascata. Uma coisa que irrita por lá são as postagens de links de galerias próprias. Há pessoas que postam no Twitter e/ou nas suas próprias fotos o link de sua galeria só para ela voltar a figurar no item “últimos comentários” e tentar ganhar mais umas visualizaçõezinhas. Não é mais fácil você postar fotos regularmente e criar o costume nos usuários do site para que visualizem regularmente a sua página? É dose ter que ficar olhando links repetidos em diversas fotos, todos os dias. Isso é típica tática de simples fotologs. Creio que o objetivo do site está muito além disso, e a moderação tem trabalhado para coibir essa prática em caso de exageros. Os usuários devem “fazer” seu público e fidelizá-lo, pois assim que entrarem no site terão o hábito de automaticamente visitarem a sua galeria. É mais fácil e mais ético. Na próxima coluna voltarei a falar sobre o Ônibus Brasil. Fiquem ligados!

ÚLTIMA HORA

HISTÓRIA DOS TRANSPORTES PERDE O PROF. WALDEMAR CORREA STIEL, AOS 90 ANOS Adamo Bazani Há pessoas que ficam na história pelo que são. Há outras pelo que fazem. No caso de Waldemar Correa Stiel, pelos dois motivos. Considerados um dos maiores pesquisadores dos transportes brasileiros e um apaixonado pelo setor, Waldemar morreu na tarde deste domingo no INCOR – Instituto do Coração, em São Paulo. Com 90 anos de idade, ele não resistiu a problemas cardíacos. Waldemar Correa Stiel foi responsável por reunir e eternizar importantes informações sobre ônibus e bondes, sua especialidade, ao longo de seu trabalho. Desde jovem colecionava fotos, informações, folhetos e dados. Ele fez três livros sobre o tema: •História dos Transportes Coletivos em São Paulo (1978) •História do Transporte Urbano do Brasil (1984) •Ônibus: uma história do Transporte Coletivo e

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do Desenvolvimento (2001) A obra de Waldemar Correa Stiel é uma das principais fontes de pesquisas nos dias de hoje quando o assunto é como os sistemas de mobilidade se desenvolveram. “Conheço o Waldemar desde os 14 anos de idade. Um grande amigo. Ele saía para tirar fotos de bondes e tinha uma paixão pelo assunto. Eu gosto de transportes desde os 03 anos de idade e ele me incentivou ainda mais” – disse o também pesquisador Ayrton Camargo e Silva. “Ele pesquisava com paixão. Foi uma das principais referências no Brasil quando o assunto era bondes e trólebus, principalmente” – complementou Mário dos Santos Custódio, que também realiza pesquisas históricas e mantém acervos fotográficos sobre transportes. Todos são unânimes em dizer que em

sue trabalho de pesquisa, Waldemar Correa Stiel conseguia unir dois aspectos importantes para retratar de maneira fiel e humana a história: ele usava conhecimento técnico e razão junto com o amor pelo que fazia. Sem o traballho de Waldemar, muitas informações e fotos sobre os transportes, um setor que está inserido no dia a dia das pessoas, e cuja a história ajuda a entender vários aspectos do crescimento do País e até de alguns erros do passado, poderiam estar perdidas.

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William Gimenes De Mogi-Guaçu a Piracicaba

Fotos: William Gimenes e Luciano Roncolato

COLUNISTAS

Limeirense, urbana de Limeira, ainda opera com duas pinturas: a nova (à esquerda) e a antiga (à direita) Na coluna de hoje vou contar um pouco sobre o roteiro que fiz a algumas cidades do interior paulista no dia 14/05, e retratar o transporte nas cidades visitadas. Saí de São Paulo no Vissta LO da Cristália para a cidade de Mogi-Guaçu, no horário das 06h16, na poltrona 3. Uma agradável viagem, com uma parada na rodoviária de Campinas e outra na de Mogi-Mirim, chegando na antiga capital da Cerâmica às 8h55. Logo que cheguei à cidade vi uma placa da Viação Mogi-Guaçu, operadora do transporte local, com os horários das suas 14 linhas. A frota é bem nova e os intervalos são regulares e baixos para uma cidade de 87 mil habitantes. Fui ao Centro de Mogi-Guaçu Rápido Sudeste, que ganhou nova pintura quando a AVA a vendeu para a Santa Cruz a pé e de lá peguei a linha urbana da Viação Santa Cruz para a vizinha Mogi-Mirim, uma viagem bem curta e com grande sobe-e-desce de passageiros. Entre as duas cidades também é possível se deslocar de ônibus rodoviário, sendo de Cometa ou de Cristália, nas linhas entre São Paulo, Campinas e as cidades da região. Ao rodoviário peca negativamente o fato dele não passar nos Centros dos dois municípios, pois suas rodoviárias estão longe desses locais. Chegando à Rodoviária de MogiMirim vi que quem opera o transporte na cidade é a Viação Santa Cruz, com uma pintura bem simples e 9 linhas, todas saindo do Terminal Rodoviário. Logo em seguida fui ao guichê da Santa Cruz comprar uma passagem para Limeira no carro das 12h20, um Viaggio Rápido São Paulo, operadora urbana de Rio Claro G6 1050. Logo o veículo encostou na plata- “Terminal” (na verdade um ponto de ôni- bém por Cordeirópolis e Santa Gertrudes, forma, embarcou os passageiros e saiu rumo bus em formato de L) e vi as duas empresas duas cidades que não contam com transporte à SP-47 e a Terra da Laranja Lima, passando (Limeirense e Sudeste) e suas 25 linhas ope- municipal. 50 minutos depois estávamos em rando. A Limeirense tem muito mais carros frente ao Rio Claro Shopping, onde descobri antes pela pequena Engenheiro Coelho. Cheguei na mal-cuidada Rodoviária do que a Sudeste, e a conservação dos carros que a próxima partida para Piracicaba seria de Limeira às 13h20 e fui direto ao guichê da das duas empresas é ótima, além da frota bem às 17h. Resolvi esperar o de 18h e conhecer o shopping e o centro da cidade. VB saber o horário do próximo suburbano nova. Às 15h30 eu e mais de 70 passage- A Estação Ferroviária de Rio Claro para Rio Claro, que era às 15h30. Nesse meio tempo resolvi ir até o Centro da cidade e ao iros embarcamos no Urbanuss Pluss da VB é hoje um terminal urbano para as 21 linhas shopping Pátio Limeira, mas antes passei pelo para Rio Claro, sendo que a linha passa tam- municipais da Rápido São Paulo, que tem

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Urbanos de Americana: Viação Cidade de Americana e Viação Princesa Tecelã, ambas com pintura padronizada uma frota bem envelhecida, com muitos carros oriundos de outros estados (com placas como GVI e MSP). Voltei para o Rio Claro Shopping e embarquei para Piracicaba em um Millenium da VB, que fez o trajeto até o Piracicaba Shopping em 33 minutos. O sistema de transporte de Piracicaba conta com 101 linhas e seis terminais: Central, Piracicamirim, Vila Sônia, São Jorge, Paulicéia e Cecap, todos inaugurados no início da década de 90. A cidade conta com muitos veículos velhos, como Busscar Urbanus 92 e 96, Vitórias 94 e Alphas 98 e 99. Mas é um sistema organizado, com os horários das linhas afixados nos pontos dos terminais. Por ser um sistema de pintura padronizada, não Viação Barbarense, que opera sob intervenção da prefeitura local sei quantas empresas lá operam. Por volta das 20h cheguei na recémNova Rodoviária de São José dos Campos reformada rodoviária de Piracicaba, onde embarquei para São Paulo em um Paradiso G7 K-340 da Viação Piracicabana. O veículo entrou primeiramente em Santa Bárbara do Oeste, onde as 12 linhas são operadas pela Viação Barbarense (VIBA) e a Rodoviária deixou de ser aquela improvisada para ser hoje um pequeno, porém agradável terminal. Logo em seguida o ônibus entrou na pulsante cidade de Americana, onde o Terminal Rodoviário está bem afastado do Centro, mas o município conta com um Terminal urbano, por onde passam as 48 linhas da Viação Cidade de Americana (VCA) e da Princesa Tecelã e algumas da EMTU. Todo este roteiro acabou às 22h45, quando desembarquei na Um dos vários carros antigos que ainda operam em Piracicaba Rodoviária do Tietê.

Santa Cruz, operadora urbana de Mogi Mirim, e Viação Mogi Guaçu, que opera na cidade de mesmo nome

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AS FOTOS DA SEMANA Novidades da semana e outras publicadas no Portal InterBuss: www.portalinterbuss.com.br

1. Vissta da Pluma em Belo Horizonte, em foto de Fábio Henrique • 2. Novo Torino da Verdemar, por Josenilton Cavalcante da Cruz • 3. Novo Torino da TIL, também por Josenilton Cavalcante da Cruz.

E ATENÇÃO: A PARTIR DE JUNHO A GALERIA DE IMAGENS DO PORTAL INTERBUSS VOLTA A SER ATUALIZADA SEMANALMENTE! ENVIE SUAS FOTOS PELO SISTEMA DE ENVIO AUTOMÁTICO E NA MESMA SEMANA A FOTO JÁ PODE IR AO AR. FIQUE LIGADO! MURAL Colecionadores, frotistas e pessoas ligadas ao setor de transportes estarão aqui, todas as semanas 10/07/2010 • Os amigos Fernando Andrade e Chailander Borges durante uma volta no metrô de São Paulo, após algumas fotos no Tietê.

Envie você também a sua foto com sua equipe e veja-a aqui. O e-mail é revista@portalinterbuss.com.br

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Marisa Vanessa N. Cruz O primeiro dia da operação dos ônibus movidos a etanol

Foto: Marisa Vanessa N. Cruz

VIAGENS & MEMÓRIA

27 de maio de 2011. Chegou a hora de andar nos novos ônibus movidos à etanol da Viação Metropolitana. Uma das aquisições mais esperadas do ano não só para a empresa e sim para os entusiastas da região, valeu a pena esperar, principalmente por receber seus primeiros ônibus com chassi Scania. Dias antes dos ônibus nas ruas, fiz os cálculos e realmente a primeira linha a receber os ônibus, acertando na lata, foi a 6358 (Jardim Luso – Terminal Bandeira). Cheguei no Terminal Bandeira às 18h47. Com várias filas enormes, me perdi um pouco para localizar o ponto final da linha, e depois eu encontrei. Quinze minutos depois, aparece na plataforma 13 o 6 3763. Eu estava na segunda fila, já que a primeira fila estava cheia de gente. Os passageiros da primeira fila começaram a subir. Às 19h07, o motorista deu partida no ônibus, mas não ligava. Deu partida de novo, e também não ligava. Foram inúmeras tentativas frustradas até que o fiscal da linha foi em direção ao motor traseiro do ônibus, acompanhando o por quê de não ligar. Somente às 19h12 o motorista conseguiu dar partida e, com os passageiros todos felizes, iniciou a viagem.

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Às 19h14 chegou no ponto final o 6 3764. Subi no ônibus, e vi a bela impressão do interior do veículo. Fui a passageira número 810, segundo a catraca. Assim que iniciou a viagem, o ônibus pegou congestionamento na Av. 9 de Julho, pois há um trecho da avenida que não possui corredor exclusivo. Enquanto isso, observei cada detalhe do novo ônibus. Ali na frente, há um display LCD de dois dígitos e meio colado na caixa de itinerários para que os passageiros pudessem acompanhar a velocidade real do veículo mas não estava funcionando. Às 19h42 o novo veículo saiu da Av. 9 de julho. Fez os contornos para entrar na Av. Brasil, com muitos carros à frente. Naquele momento o sistema de trânsito da cidade tinha 196 quilômetros de lentidão, tinha muitos carros e o ônibus estava com dificuldade para locomover. Após trafegar na Av. Brasil, às 20h03 chegou no ponto de parada em frente ao portão principal do Parque do Ibirapuera. Ainda não tinha passageiros em pé, tornando a viagem ainda mais agradável. Já no corredor da Av. Ibirapuera, o veículo começou a fluir, livrando dos con-

gestionamentos dos automóveis ao lado. Observei que o barulho no interior do coletivo estava mais silencioso que os veículos convencionais, o que é uma grande vantagem. E o interior do Millennium para K270 4x2 achei um pouco mais amplo que os Millennium para O-500U 4x2. O veículo trafegou com tranqüilidade e às 20h25, debaixo de uma garoa forte, entrou no novo corredor DiademaBrooklin que irá fazer aniversário no final de julho. Às 20h55 entrou no centro do bairro do Jardim Miriam, pela praça principal e pela Av. Ângelo Cristianini e às 21h02 o veículo chega ao ponto final, localizado na Av. Senador Vitorino Freire, na divisa com a cidade de Diadema. Adorei a experiência de andar neles! Na TV Globo, foram anunciadas as três linhas que rodarão com aqueles ônibus sem informar o seu número da linha, o que induziu a erro para alguns telespectadores da região de Vila Campestre. A repórter anunciou uma das linhas “Jardim Miriam – Terminal Princesa Isabel” mas existem duas linhas diferentes com os mesmos pontos de origem e destino, e para não confundir os telespectadores, ela deveria mencionar o número da linha que é 509M. A linha 6338, que tem um trajeto 90% diferente da 509M e ambos os pontos finais ficam no mesmo local, passa na Vila Campestre, um bairro que fica entre o Jabaquara e a Avenida Cupecê, e com certeza os moradores de lá ficaram felizes por um tempo, mas depois irão perceber aos poucos que os ônibus irão para a 509M. A linha 6358 foi a linha principal da antiga Viação Canaã nos anos 70. Em 1987, já na outra razão social como Viação Urbana Zona Sul, cedeu a linha 6358 para a CMTC e pegou outra linha como troca. Em janeiro de 1992, a Paratodos recebeu a linha e pôs os novos Ciferal Alvorada para rodar, e de lá pra cá, não recebeu algum ônibus novo até chegar a esta oportunidade. Adendo à coluna anterior Continuando com a sessão “Placas de veículos” naquela versão de 1970, a primeira viação que adquiriu as placas vermelhas de duas letras e quatro dígitos em seus ônibus foi a Viação Nossa Senhora do Socorro, hoje extinta. Em fevereiro de 1977, o seu segundo ônibus emplacado como HW0016 sofreu uma colisão traseira contra um ônibus da Viação Jurema na Avenida Santo Amaro.

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CAMPINAS

Foto: Luciano Roncolato

Ônibus são sabotados dentro de garagens dias antes de uma greve anunciada

Durante a greve de 2009 os ônibus circularam em comboios organizados e escoltados pela Guarda Municipal e pela Polícia Militar para garantir a volta pra casa da população

Felipe Pereira Uma ameaça iminente. O Sindicato dos Trabalhadores Em Transportes Rodoviário de Campinas e Região (STRCR) divulgou na última quinta-feira (26/05) em um veículo de comunicação da cidade o aviso da greve da categoria, que começará em 01/06 (quarta-feira). Na verdade, desde o início da semana a paralisação é assunto entre os motoristas e cobradores das cinco empresas de ônibus da cidade de Campinas (VB Transportes, Expresso Campibus, Itajaí Transportes, Coletivos Pádova e Onicamp Transportes). A Revista InterBuss tentou, durante três dias, contato com o presidente do STRCR, Matusalém de Lima. “Ele é o único que pode dar entrevistas”, disse um dos funcionários em contato feito na sexta-feira. Em todas as tentativas, a resposta era a mesma: “Ele está em reunião agora”. Apesar disso, a reportagem apurou que os grevistas estão pedindo 6,3% de aumento para repor a inflação do período, além de 15% de aumento real.

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E reunião também a palavra de ordem na Associação das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Campinas (Transurc). A empresa divulgou que está fazendo reuniões com o sindicato para tentar chegar a um acordo antes do início da paralisação. A primeira proposta, de 6,31% de aumento real, não foi aceita pelos trabalhadores, em assembleia na última terça-feira (24/05). Porém, o fato da entidade de classe ter feito a publicação numa quinta-feira confundiu a população, que acha que a manifestação terá início na segunda-feira, o que não é verdade. Se a greve acontecer de fato, quase 1 milhão de passageiros podem ser prejudicados. A última greve da categoria aconteceu em 2009. Foram três dias de paralisação que prejudicaram 600 mil passageiros. À época, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) determinou que 70% da frota rodasse nos horários de pico, e 50% nos entrepicos. Porém, nem 100 ônibus (o que representava aproximadamente 10% da frota) circularam. Muitos foram depredados nas próprias gara-

gens, por piquetes montados pelos grevistas que proibiam a saída de quem queria trabalhar e amenizar o sofrimento do passageiro. Além da greve propriamente dita, o prejuízo à população durou mais quatro dias, já que várias linhas estavam com as frotas desfalcadas. Às empresas, restou o prejuízo com o custo da manutenção dos veículos quebrados pelos grevistas. Outro fator pode atrapalhar ainda mais o caminho do passageiro este ano. Em 2009, havia cerca de 400 permissionários de micro-ônibus operando na cidade. Hoje, este número não ultrapassa os 270, já que, nestes dois anos, o serviço Seletivo foi extinto (e cerca de 40 permissões foram ‘baixadas’), mesmo com alguns incorporados ao sistema alternativo (como é chamada a operação feita pelas cooperativas); vários permissionários desistiram da operação; e permissões foram rescindidas pela Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec), órgão que gerencia o sistema. Só para se ter uma ideia, até 28 de maio foram ‘baixadas’ mais

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Fotos: Divulgação Prefeitura de Votuporanga

SABOTAGEM “ESTREIA” GREVE


de 60 permissões. O sistema agoniza. Várias linhas das cooperativas têm desfalques de operação no dia a dia. Se a greve acontecer, a situação destas linhas pode piorar, já que, provavelmente, muitos permissionários vão tentar recompor os caixas ‘operando’ em linhas mais rentáveis. Já sobre a Região Metropolitana de Campinas, boatos de que cidades como Hortolândia e Monte Mor também podem parar foram ouvidos durante toda a semana por moradores e usuários dos transportes. As informações, porém, são desencontradas. Como o Sindicato não retornou os contatos da equipe da Revista InterBuss, infelizmente não há como confirmar a veracidade, assim como não se sabe se linhas administradas pela Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU) podem parar também. Sabotagem e vandalismo em 110 ônibus da VB complicam vida do passageiro E como se não bastasse o anúncio da greve, duas ações de vandalismo e sabotagem levantam suspeitas. A empresa atingida foi a VB Transportes e Turismo, que opera nas áreas 1 e 3 da cidade. Na garagem do Jardim Cristina (área 1), na madrugada de terça-feira (24/05), 40 carros tiveram as chaves furtadas por pessoas ainda não identificadas. A situação só não se complicou porque a empresa possuía chaves reservas. Logo, a operação nas linhas não foi prejudicada, e, em algumas delas, as escalas foram ‘invertidas’ para que os horários pudessem ser cumpridos. Mas a situação foi pior na garagem do bairro Bonfim (área 3). Lá, na madrugada da quinta-feira (26/05), 70 ônibus foram vandalizados. Vinte e um veículos tiveram as chaves furtadas, mas puderam circular, enquanto outros 49 carros não puderam rodar em 17 linhas, prejudicando cerca de cinco

mil passageiros. Chama atenção que todas as áreas operadas pela empresa foram atingidas (confira quadro completo abaixo). Os ataques teriam acontecido na madrugada, já que às 4h15 foram notados os primeiros sinais do vandalismo. Na região de Barão Geraldo, a linha mais afetada foi a 315 (Center Santa Genebra / Terminal Mercado III). Já nos Amarais, a linha 316 (Parque Cidade / Corredor Central) teve três veículos articulados danificados, e a 317 (Jardim São Marcos / Jardim São José), que teve quatro convencionais atacados, tornaram a vida do morador da região muito mais complicada. A região da Abolição teve três linhas com redução de frota, sendo que a 345 (Jardim Carlos Lourenço / Jardim Santana via Estação Cidade Judiciária) e 349 (Vila Formosa / Terminal Metropolitano) foram as mais afetadas, com três veículos a menos em cada. As linhas 348 (Vila Marieta / Estação Cidade Judiciária) e 371 (Estação Parque Prado / Shopping Pq. Dom Pedro) perderam quatro veículos cada uma. Finalmente, dentre os destaques, as linhas 350 (Gargantilha / Estação Cidade Judiciária) e 382 (Cambuí / Campinas Shopping) tiveram dois carros de cada uma delas danificados. Os atrasos na operação chegaram a três horas. Mas não foram só os ônibus que foram danificados. A fiação telefônica da garagem também foi cortada. A empresa ficou três dias sem qualquer forma de contato telefônico. Para evitar novos casos, as empresas estão reforçando a segurança nas garagens. Os casos foram levados à Polícia Militar, e boletins de ocorrência foram feitos. As investigações já começaram. Para empresas, atos de vandalismo e sabotagem têm explicação “Quem fez isto sabe como é a rotina de uma garagem, sabe como funciona”, afir-

Linhas afetadas pelo vandalismo nos carros da VB 3 • Região de Barão Geraldo (1 carro) 315 – Center Santa Genebra / Terminal Mercado III (2 carros) 331 – T. B. Geraldo / Rodoviária e 333 – T. B. Geraldo / Corredor Central (3 carros) 330 – H.C. Unicamp / Corr. Central e 332 – T. B. Geraldo / T. Metrop. - Unicamp • Região dos Amarais (3 articulados) 316 – Pq. Cidade / Corr. Central e (4 carros) 317 – J. S. Marcos / J. S. José • Região da Cidade Judiciária (3 carros) 353 – Alphaville-Miriam / Est. Exped. e (2 carros) 350 – Gargantilha / Cid. Judiciária • Região da Abolição (4 carros) 359 – Jardim Esmeraldina / Estação Cidade Judiciária (3 carros) 345 – J. C. Lourenço / J. Santana-Cid. Judiciária e 349 – Vl. Formosa/T. Metrop. (2 carros) 346 – Jardim Carlos Lourenço / Circular Centro • Região do Parque Prado (4 carros) 348 – V.Marieta / Est .Cid. Judiciária e 371 – Est. Pq. Prado / Shop. Dom Pedro • Outras regiões (4 carros) 360 – Castelo / Jardim Proença (2 carros) 382 – Cambuí / Campinas Shopping

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mou Paulo Barddal, assessor de imprensa da Transurc, em entrevista à rádio CBN Campinas. O assessor fez uma revelação surpreendente: as empresas estão sendo ameaçadas. “As empresas estão recebendo ligações de pessoas bastante irresponsáveis que ficam ameaçando colocar fogo nos ônibus que fazem o transporte dos motoristas e cobradores [negreiro]”, acusou. Para a Transurc, a disputa dentro do próprio Sindicato pode contribuir para a incitação da violência e de informações ‘plantadas’ e inverídicas sobre as paralisações. “Sabemos que existe uma disputa muito grande pelo poder no sindicato da categoria. Sabemos também que, no final do ano, vai acontecer uma eleição onde concorrem, além da chapa da situação, duas chapas de oposição”, explicou. “Essas pessoas [que fazem ameaças] confundem as coisas, e aproveitam a database da categoria, que é em maio, e dão uma conotação político-sindicalista para o fato”, completou. O assessor da empresa disse também que o reajuste pedido pelos grevistas “é totalmente fora da realidade do nosso país”. “Notamos que, além das negociações que estamos fazendo, existem várias ações paralelas para prejudicá-las e até incitar os trabalhadores à adesão da possível greve”, falou. Barddal citou a falsa informação de que o reajuste já havia sido dado, e que o valor seria repassado à população. Esta notícia correu a cidade no meio da semana, assustando os usuários do transporte. A associação das empresas operadoras do transporte não admite a irresponsabilidade e os atos de violência. “Essas pessoas, às vezes em defesa de interesses particulares ou de carreira sindical nessa disputa eleitoral, esquecem que a cidade depende do transporte, e que a população não pode ficar na mão delas”, exclamou Barddal.

Salários dos motoristas e cobradores após o acordo de 2009 • Motorista de articulado R$ 1.440,00 • Motorista de ônibus convencional/padron R$ 1.385,00 • Motoristas de micro e midi-ônibus R$ 1.050,00 • Cobradores R$ 615,00

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Adamo Bazani Demanda dos transportes públicos cai 30% em 10 anos

NOSSO TRANSPORTE

Foto: Adamo Bazani

No mesmo período, venda de carros cresceu 9% e de motos cerca de 20%

De 1997 a 2007, segundo o Ipea, o número de passageiros caiu 30%, mas o valor das passagens superaram 60% a inflação. As vendas de carros e motos cresceram de 9% a 20% respectivamente. Apesar da alta demanda, a Avenida Paulista, por exemplo, se torna um dos trechos que mais apresentam custos para os ônibus operarem por causa do para e anda e falta de prioridade de verdade O setor de transportes públicos, portam por unidade muito mais passageiros principalmente o de ônibus, vive um grande que os carros sem receber nenhum tipo de desafio. Como se tornar atrativo e financeira- prioridade no espaço público, até por questão mente vantajoso se os custos de operação, por de democracia do uso do espaço urbano, opconta da falta de prioridade no espaço urbano erar este tipo de transporte está mais dispendsó aumentam, e ao mesmo tempo, o número ioso. Por isso que corredores exclusivos, de passageiros, que financiam o sistema, tem do tipo BRT – Bus Rapid Transit – como os de decaído ano após ano? O que ocorre com os ônibus urba- Curitiba, que têm veículos novos, prioridade, nos pode ser comparado ao que ocorreu com pontos de ultrapassagem e permitem pagaos transportes aéreos, só que ao contrário. mento antes do embarque , além de acessiNo setor de aviação, com uma nova postura bilidade, são considerados alternativas emerempresarial, as companhias conseguiram di- genciais para um problema que já deveria ser minuir os custos, reduzindo para o básico, tratado há muito tempo. Todo este cenário deixa o ônibus urmas dentro da qualidade mínima espera, o padrão dos atendimentos. Isso diminuiu o bano mais caro e espanta passageiros. Um levantamento realizado pelo valor das tarifas e atraiu mais passageiros. Com mais passageiros, foi possível diminuir Ipea – Instituto de Pesquisas Econômicas aplicadas – revela que de 1997 a 2007, o número ainda mais o valor das passagens. Com os ônibus urbanos, o número de pessoas que suam o transporte público, de passageiros só cai e os custos aumentam, principalmente por ônibus, o principal modal mas com uma diferença: ao contrário do setor do País, caiu 30%. Ao mesmo tempo, desde 1995, andar aéreo não é possível reduzir ainda mais o pa- de ônibus ficou muito mais caro e superou os drão de qualidade dos serviços dos ônibus. O ônibus é responsável por mais de aumentos de salários da população e muito. 80% dos deslocamentos urbanos em todo o Desde 1995, as tarifas de ônibus urbanos subiPaís. E atualmente é sinônimo de sofrimento: ram 60% acima do INPC – Índice Nacional de lentidão, demora, lotação, riscos e veículos Preços ao Consumidor – acumulado. Enquanto de 1997 a 2007, o númenem sempre seguros. E com o trânsito cada vez mais com- ro de passageiros de ônibus urbanos caiu no plicado nas cidades, com os ônibus que trans- Brasil, as vendas de carros de passeio, que

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ganharam até estímulos fiscais na época do governo de Luís Inácio Lula da Silva, cresceram 9%. Já as vendas de motos, que também tiveram incentivos fiscais, registraram alta de 20%. TREM E METRÔ TÊM MAIS PASSAGEIROS QUE OFERTA O que as pessoas que usam os trens e metrôs das principais cidades brasileiras sentem na pele literalmente com lotações excessivas e desconfortos cada vez maiores, a pesquisa do Ipea conseguiu expressar em números. O aumento de oferta de trem e metrô, e das malhas ferroviárias urbanos, não chega nem de longe do crescimento do número de passageiros. De 1997 a 2007, a malha do metrô em todas as cidades do País subiu 26% e a demanda cresceu 54,6%. Já em relação aos trens urbanos, a situação é pior ainda, de 1997 a 2007, o número de passageiros subiu 150% e as malhas ferroviárias só se expandiram 8%, de acordo com o Ipea. Para o Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas, isso é reflexo da maior periferização das cidades, da insatisfação com os ônibus e de uma demanda reprimida por transporte ferroviário. AINDA É O LÍDER Mas os ônibus no Brasil ainda predominam nos transportes públicos, o que mostra que soluções imediatas que são necessárias, e a longo prazo, pela limitação do modal ferroviário em várias regiões, passa por uma melhoria nos sistemas de ônibus urbanos em todo o País. E aumentar a quantidade de ônibus não é a solução, segundo os especialistas. Os sistemas devem ser mais rápidos, com políticas que realmente privilegiem os transportes públicos, em especial os ônibus. Os números dos transportes coletivos por ônibus no Brasil impressionam qualquer nação e refletem verdadeiras fortunas. Em todo o País são 230 mil ônibus registrados, aproximadamente. Esse número corresponde ao dobro da frota norte-americana e a seis vezes a frota da França. Por dia são 50 milhões de brasileiros transportados que deixam nas catracas mais de R$ 10 bilhões. E por incrível que pareça, todo este sistema pode se tornar inviável se não houver um conjunto de ações integradas, entre empresas e poder público, para deixar o ônibus atrativo, pois do jeito que estão vários sistemas locais, na primeira oportunidade, o passageiro não vê a hora de deixar os ônibus de lado.

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