Revista InterBuss - Edição 36 - 20/03/2011

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InterBuss

ANO 1 Nº 36 20/03/2011

W FLY VOLARE INOVA NA LINHA

Lançamento começa pela linha W9 nas versões urbana, executiva e a inovadora Limousine

Volare W Fly Limousine, super lançamento da montadora


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INFORMAÇÃO COM QUALIDADE


NESTA EDIÇÃO

ÔNIBUS DA VIBA QUE MATOU DOIS ESTAVA SEM FREIO, DIZ POLÍCIA

Foto: Reprodução

A Semana em 10 Tempos • Página 5

Foto da capa: Luciano Roncolato

Câmera de segurança da região mostra momento em que ônibus desgovernado da Viba desce em alta velocidade, batem em carro, atropela motociclista e segue sem freio até bater na fachada do hotel

Edição número 36 • Domingo, 20 de Março de 2011 • Concluída às 15h24 • Esta edição tem 24 páginas

EDITORIAL • Intervenção na Viba é fiasco ..................... 4 A SEMANA EM 10 TEMPOS ......................................... 5 MATÉRIA DA SEMANA • Nova Volare W Fly ................ 9 PÔSTER • João Victor ................................................... 12 COLUNISTAS • Adamo Bazani ..................................... 14 COLUNISTAS • José Euvilásio Sales Bezerra ................. 15 DIÁRIO DE BORDO • Suzano X Ribeirão Pires ......... 16

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FOTOS DA SEMANA • As melhores do Portal InterBuss.. 20

• GALERIAS DE IMAGENS Nossas galerias são atualizadas semanalmente com fotos, desenhos e conteúdos enviados por diversos colaboradores de todo o Brasil. Veja em: www.portalinterbuss.com.br/galeria

COLUNISTAS • Marisa Vanessa N. Cruz ....................... 22

Tudo no site: www.portalinterbuss.com.br

ARTIGO • Quando o hobby vira doença ...................... 18


EDITORIAL

A intervenção municipal na Viação Barbarense é um fiasco A grave situação em que se encontra a outrora exemplar Viação Barbarense (Viba), de Santa Bárbara D’Oeste, é nada mais que reflexo da incompetência do poder público. A empresa enfrenta dificuldades financeiras há um bom tempo e a prefeitura local optou por decretar intervenção. Desde então, a prefeitura cuida do jeito que pode da viação, e o exemplo de que as coisas não estão muito boas por lá foi o acidente que aconteceu semana passada, onde um ônibus sem freio matou duas pessoas. O ônibus que se envolveu no acidente já é usado, vindo da cidade de Bauru, que já o tinha desativado há algum tempo justamente por ser antigo. A declaração da direção da empresa de que a frota da Viba não é antiga é falsa. Em um programa de televisão, o diretor informou que a idade da frota da empresa está na média nacional, de dez anos. Porém, a realidade não é bem essa. A empresa tem alguns veículos que têm mais de dez anos de uso. Além disso, eles encontram-se em ruim estado. Os ônibus menos antigos da frota são todos usados, vindos de Bauru e de REVISTA

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A Revista InterBuss é uma publicação semanal do site Portal InterBuss com distribuição on-line livre para todo o mundo. Seu público-alvo são frotistas, empresários do setor de transportes, gerenciadores de trânsito e sistemas de transporte, poder público em geral e admiradores e entusiastas de ônibus de todo o Brasil e outros países. Todo o conteúdo da Revista InterBuss provenientes de fontes terceiras tem seu crédito dado sempre ao final de cada material. O material produzido pela nossa equipe é protegido pela lei de direitos autorais e sua reprodução é autorizada após um pedido feito por escrito, e enviado para o e-mail revista@portalinterbuss.com.br. As fotos que ilustram todo o material da revista são de autoria própria e a reprodução também é autorizada apenas após um pedido formal via e-mail. As imagens de autoria terceira têm seu crédito disponibilizado na lateral da mesma e sua autorização de reprodução deve ser solicitada diretamente ao autor da foto, sem interferência da Revista InterBuss. A impressão da revista para fins particulares é previamente autorizada, sem necessidade de pedido.

Belo Horizonte. Há muito tempo a empresa não faz uma renovação de frota de verdade, com veículos zero km. A prefeitura abriu processo licitatório para contratar uma nova empresa para operar as linhas urbanas da cidade. Porém, essa atitude veio muito tarde. Quando a Viba começou a enfrentar seus primeiros problemas operacionais, já deveria ter sido providenciada uma nova empresa ou um auxílio à própria Viba, a título de voto de confiança, para saber se a empresa teria condições de continuar a operar as linhas. A prefeitura escolheu o caminho mais difícil, que foi a intervenção. Sorocaba viveu uma situação semelhante há pouco tempo, com a intervenção na empresa TCS, mais tarde descredenciada. No auge da crise, os veículos que operavam na empresa (que em sua maioria não eram antigos) estavam em péssimo estado, alguns inclusive com o mesmo problema de falta de freio que a Viba enfrentou semana passada. Esperamos que a população barbarense não sofra mais com os péssimos serviços prestados pela Viba sob intervenção, e que venha logo o resultado da licitação. PARA ANUNCIAR Envie um e-mail para revista@portalinterbuss.com.br ou ligue para (19) 9636.1087 e converse com nosso setor de publicidade. Você poderá anunciar na Revista InterBuss, ou em qualquer um dos sites parceiros do grupo InterBuss, ou até em nosso site principal. Temos diversos planos e com certeza um deles se encaixa em seu orçamento. Consulte-nos! PARA ASSINAR Por enquanto, a Revista InterBuss está sendo disponibilizada livremente apenas pela internet, através do site www.portalinterbuss.com.br/revista. Por esse motivo, não é possível fazer uma assinatura da mesma. Porém, você pode se inscrever para receber um alerta assim que a próxima edição sair. Basta enviar uma mensagem para revista@portalinterbuss.com.br e faremos o cadastro de seu e-mail ou telefone e você será avisado. CONTATO A Revista InterBuss é um espaço democrático onde todos têm voz ativa. Você pode enviar sua sugestão de pauta, ou até uma matéria completa, pode enviar também sua crítica, elogio, ou simplesmente conversar com qualquer pessoa de nossa equipe de colunistas ou de repórteres. Envie seu e-mail para revista@por-

Do Leitor Leonardo Martin (...)Meus parabens pelo artigo sobre o Leonardo Martin na Revista Interbuss! Sinceramente me senti representado naquele texto porque tbm não era o melhor amigo dele, pra falar a verdade ja fazia um certo tempo que não conversávamos (ainda mais eu que não uso msn) mas nem por isso deixei de considerá-lo um camarada e tanto. E por isso fiquei em estado de choque quando soube (pelo Portal) da morte dele, e ainda to meio assim baqueado... não vou falar que chorei, pois encaro a morte com uma certa frieza, foi assim com meus avós, meu pai e um primo que perdi, mas no caso deles foram mortes “esperadas”, sabe, doença, idade etc. e no caso do Leonardo foi algo súbito que nunca tinha acontecido com alguem que conhecia... confesso que essa história toda me fez repensar até em certas atitudes minhas, afinal, mais do que nunca, não se sabe o dia de amanhã! E também tenho que tirar o chapéu pra atitude sua e do Fabio Henrique, de visitar a casa dos pais do Leonardo, acho que são atitudes assim que dividem nosso hobby, de um lado um bando de moleques sem noção que ficam “se matando” por causa de G7 zero e afins e do outro lado um outro bando de “moleques” mas que alem de correr atras dos onibus, também se preocupam com as amizades! Emerson Silvério Itatiba/SP Este espaço é para você deixar a sua opinião sobre nosso conteúdo. Para isso, entre em contato através do e-mail revista@portalinterbuss.com.br. Na próxima edição, publicaremos sua opinião neste espaço. talinterbuss.com.br ou contato@portalinterbuss.com. br. Procuramos atender a todos o mais rápido possível. A EQUIPE INTERBUSS A equipe do Portal InterBuss existe há nove anos, desde quando o primeiro site foi ao ar. De lá pra cá, tivemos grandes conquistas e conseguimos contatos com os mais importantes setores do transporte nacional, sempre para trazer tudo para você em primeira mão com responsabilidade e qualidade. Por conta disso, algumas pessoas usam de má fé, tentando ter acesso a pessoas e lugares utilizando o nome do Portal InterBuss, falando que é de nossa equipe. Por conta disso, instruímos a todos que os integrantes oficiais do Portal e Revista InterBuss são devidamente identificados com um crachá oficial, que informa o nome completo do integrante, mais o seu cargo dentro do site e da revista. Qualquer pessoa que disser ser da nossa equipe e não estiver devidamente identificada, não tem autorização para falar em nosso nome, e não nos responsabilizamos por informações passadas ou autorização de entradas dadas a essas pessoas. Qualquer dúvida, por favor entre em contato pelo email contato@portalinterbuss.com.br ou pelo telefone (19) 9636.1087, sete dias por semana, vinte e quatro horas por dia.


A SEMANA EM 10 TEMPOS DE 13 A 19/03/2011

Ônibus da VIBA que matou dois estava sem freio, constata polícia Acidente aconteceu semana passada em Santa Bárbara D’Oeste/SP; veículo desceu 1km sem freio

Foto: O Liberal

O Instituto de Criminalística de Americana constatou defeito mecânico no sistema de freios do ônibus da Viba (Viação Barbarense), que se envolveu no acidente na última terça-feira, na avenida de Cillo, em Santa Bárbara d´Oeste. Duas pessoas morreram e seis ficaram feridas no acidente com o ônibus. Os peritos do Instituto de Criminalística realizaram durante todo o dia de ontem novos testes no sistema de freios e pneus do veículo, recolhido na garagem da Viba. O perito chefe de Americana, Edvaldo Messias de Barros, realizou várias análises na parte mecânica do ônibus e desmontou peças. Ele deve concluir a perícia com pequenos testes que faltaram até na próxima segunda-feira. Segundo a Polícia Técnica, foram desmontados o sistema de freios e rodas para detectar anomalias. “Foi detectado na válvula renô, que controla a pressão do ar do sistema de freios, uma anomalia. Vazava ar”, disse. O problema mecânico foi verificado durante a perícia. O trabalho pericial já dura dois dias. Messias acrescentou que o sistema de freios já foi vistoriado, assim como as rodas e lona para ver o desgaste dos pneus. Foram realizados ainda testes na parte da cuíca das rodas e coletados dados que serão analisados e confrontados com documentos no Instituto de Criminalística para ser elaborada uma conclusão e posterior laudo sobre as causas do acidente. O perito chefe afirmou ainda que falta analisar algumas peças, mas são “coisas simples” e o trabalho pericial em campo estará

Veículo da VIBA que perdeu o freio bateu contra um hotel em Santa Bárbara D’Oeste totalmente concluído entre hoje e segundafeira. O Instituto de Criminalística apreendeu para exames duas peças do freio, uma delas (pit stop) que foi levada para a sede da Polícia Científica onde serão realizados novos testes. O perito chefe disse que com os exames realizados, a tese do motorista Alessandro Moreira de Oliveira, de que o veículo estava com pane no sistema de freios pode estar correta. O motorista prestou depoimento anteontem na Polícia Civil.

O acidente aconteceu na terça-feira, quando o ônibus da Viba circulou por mais de um quilômetro sem conseguir frear, atingiu veículos e causou a morte de duas pessoas, sendo um motoqueiro que estava passando pela região onde o ônibus desceu e um pedestre que estava na frente do hotel. Seis outras ficaram feridas e até a última sexta-feira duas das vítimas estão internadas na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) da Santa Casa de Misericórdia de Santa Bárbara. (O Liberal)

Terminais passam por desinsetização em C. Grande A Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran) irá realizar na próxima semana, de 22 a 25 de março, serviço de controle de pragas nos oito terminais de transbordo de Campo Grande. O procedimento é realizado há três anos e compreende a limpeza dos reservatórios de água, desinsetização e coleta e análise da água consumida nestes locais. O serviço será realizado pela em-

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presa DDSul. A concessionária dos serviços de água a esgoto Águas Guariroba que já colocou a placa de Certificação de Qualidade da Água em todos os terminais, fará o monitoramento dos reservatórios, por meio da coleta de água para análise da qualidade. Cronograma: no dia 22 de março os serviços de limpeza dos reservatórios serão executados nos terminais Nova Bahia e General Osório; no dia 23 nos ter-

minais Guaicurus, Moreninhas e Morenão, no dia 24 de março o serviço ocorrerá no Terminal Júlio de Castilhos e no dia 25 de março, nos terminais Bandeirantes e Aero Rancho. Já o trabalho de desinsetização também ocorrerá nos quatro dias, sempre a partir da meia noite, para evitar intoxicação dos usuários. A Agetran informa que a coleta da água para análise será feita, após a limpeza dos reservatórios. (MS Notícias)

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A SEMANA EM 10 TEMPOS

Ônibus articulado é depredado Detro/RJ tira 56 após problema em Teresina/PI ônibus das ruas Foto: Cidade Verde

e aplica multas

Agentes do Departamento de Transportes Rodoviários (Detro) apreenderam 56 ônibus da frota intermunicipal durante a operação “Legal tem que ser legal”, nessa última quarta-feira. A maior parte dos veículos estava em péssimo estado de conservação. Os fiscais ainda encontraram vidros trincados, pneus “carecas” e observaram alterações de características em alguns veículos. Durante a ação, 72 multa foram aplicadas em 25 empresas, com valor mínimo de R$ 700 e máximo de R$ 1.800. (Blog do Sidney Rezende)

Ônibus articulado da São Joaquim foi depredado após apresentar problema mecânico Revoltados, passageiros de um ôni- quatro quilômetros depois do posto da Polícia bus da empresa São Joaquim, que faz linha Rodoviária Federal, no entroncamento entre Teresina – José de Freitas, depredaram o veí- a BR-343 e a PI- 113, na localidade Santa Rita, zona rural de Teresina. culo no início da noite de quarta-feira (16). Todos os vidros foram quebrados e Segundo o motorista do veículo, Raimundo Pires, o ônibus parou após apre- há pedras no piso do ônibus articulado. O tenente Domingos Faustino, do sentar um problema na turbina. Os passage- iros saíram e começaram a jogar predas, que- Batalhão de Polícia Rodoviária Estadual (BPRE), disse que a perícia foi feito ainda onbraram os vidros e as lanternas. O veículo foi abandonado, a cerca de tem à noite no veículo. (Cidade Verde)

Passagem de ônibus em Itu/SP vai a R$ 2,80 A passagem de ônibus em Itu ficará mais cara a partir do primeiro dia do mês de abril. De acordo com as informações, disseminadas através de cartazes dentro dos próprios transportes coletivos do município, operado pelas viações Avante e Itu, a tarifa passará de R$ 2,60 a R$ 2,80. Os bilhetes podem ser comprados pelo preço antigo até a data do reajuste. (Itu.com.br)

São Luís/MA recebe 50 novos ônibus O prefeito de São Luís, João Castelo, entregou ao sistema de transporte da cidade, na semana passada, no Anel Viário, mais 50 novos ônibus para reforçar a frota da capital maranhense. As chaves dos veículos foram passadas, simbolicamente, ao secretário municipal de Trânsito e Transportes, Clodomir Paz. Em seu pronunciamento, João Castelo disse que a ação de renovação da frota dos coletivos tem o intuito de proporcionar maior conforto e segurança aos usuários do sistema integrado de transporte de São Luís. “É com imensa alegria que nós entregamos mais 50 ônibus. Vamos continuar com o mesmo trabalho para que a população possa ter um serviço mais eficiente, de melhor qualidade e com novos equipamentos”, afirmou. Acompanhado de secretários municipais, do presidente da Câmara Municipal, vereador Isaías Pereirinha (PSL), dos vereadores José Joaquim (PSDB), Barbosa Lages (PDT),

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Armando Costa (PSDC), Francisco Chaguinhas e Nato, ambos do PRP, além de lideranças de bairro e da população em geral, Castelo fez uma vistoria nos veículos entregues e acompanhou o embarque de um cadeirante em um dos carros acessíveis. “Estamos honrando nosso compromisso de bem servir a população”, acrescentou o prefeito. Acessibilidade – O presidente da Associação de Cadeirantes da Cidade Operária, Carlivan Borges, disse que os novos ônibus garantirão melhor acessibilidade às pessoas com deficiência. “É com grande louvor que agradecemos a entrega desses novos ônibus, todos eles acessíveis. Sem dúvidas, é uma iniciativa de grande importância para as pessoas com deficiência que não têm condições de ir para o serviço, escola, faculdade”, destacou. Todos os veículos possuem elevadores, favorecendo melhor acessibilidade a cadeirantes e pessoas com dificuldade de locomoção. São

carros longos, com 16 metros de comprimento e três portas, próprios para Terminais de Integração. Os novos ônibus são das empresas Solemar e 1001 Expresso e atenderão bairros como o São Cristóvão, Cidade Operária, Coroadinho, Parque Vitória, Turu, Vila Palmeira, entre outros. Com o intuito de renovar a frota e, consequentemente, melhorar a qualidade do transporte coletivo da capital, a substituição destes veículos também possibilitará a redução da idade média, conforme prevista em Lei Municipal, dos ônibus que circulam no Sistema Integrado de Transporte de São Luís. Os 50 ônibus fazem parte do compromisso firmado pela Prefeitura de São Luís e pelo Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo, em fevereiro de 2010, de renovar, com aproximadamente 300 ônibus, a frota de coletivos da capital. Desde o ano passado, já foram renovados cerca de 280 novos coletivos. (Jornal Pequeno)

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Tarifa de ônibus em Manaus só vai subir depois da renovação da frota Foto: Norberto dos Santos Künzli

O último dia do Fórum de Debate e Estudos Técnicos promovido pela Superintendência Municipal de Transportes Urbanos, SMTU, realizado na manhã dessa sexta-feira (18), serviu apenas para que os movimentos sociais, entidades publicas e representantes civis, realizassem considerações sobre os quatro dias de forum. Diferente do que foi estipulado no início dos debates, o superintendente da SMTU, Marcos Cavalcante, disse que o novo valor agora será aplicado tão logo as empresas coloquem pelo menos 430 onibus em circulação, metade dos 858 veículos prometidos. O valor de R$ 2, 80 definido no terceiro dia do evento, será levado ao prefeito Amazonino Mendes, para que faça as avaliaçoes necessárias e o contrato com as empresas vencedoras da licitação seja assinado no dia 22 com o valor final. Valores diferenciados - A SMTU irá permitir que as empresas circulem com um número menor de ônibus, mas irá retirar do valor integral da passagem uma porcentagem referente à quantidade de ônibus faltando na circulação. “Se uma empresa deveria por 50 onibus novos, mas apenas 25 estão rodando, ela irá cobrar o valor integral da passagem, mas uma diferença referente à quantidade de veículo que não está em circulação será recolhida por um fundo da SMTU. Tão logo eles coloquem a frota total nas ruas, recebem o valor recolhido”, explica Cavalcante. Vozes - Após a criação do documento que será encaminhado ao Prefeito com o valor da nova tarifa, a SMTU irá constituir uma comissão mista formada por membros das organizaçoes de representação civil, que poderá mudar esse valor. “O presidente da SMTU ficou de convocar essa comissão mista, que será uma mesa redonda com OAB, Fundação Getúlio Vargas, Corecom, CRC, estudantes e os próprios empresários e essa tarifa poderá ser contestada e poderá sofrer algum acréscimo ou mesmo diminuir de valor”, comenta Eral-

Ônibus urbano em Manaus: cidade deverá receber 430 novos ônibus muito em breve do Lopes, presidente do Conselho Regional de Economia. Na avaliação do Movimento Estudantil Organizado do Amazonas, o debate não foi totalmente perdido. Apesar de não concordar com o valor avaliado para a tarifa, a presidente da União Estadual dos Estudantes do Amazonas (UEE), Maria das Neves, disse que pelo menos um conselho foi instituido para que haja a avaliação da planilha por agentes de fora do sistema. “Esse novo valor poderá comprometer até 20% do salário mínimo do cidadão e vamos discutir junto ao conselho municipal de trânsito as implicações que chegaram a esse valor e propor melhorias”, disse Maria. A UEE está programando para a próxima segunda-feira (21) uma paralização com os estudantes da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e no dia 29, o movimento promete por 10 mil estudantes na rua para protestar caso a nova tarifa atinja os R$ 2,80 projetados. Projeto de Lei - Paralelo às discussões ocorridas no Fórum de Debate e Estudos Técnicos, o verador Elias Emanuel (PSB) deve protocolar ainda na próxima se-

mana um pedido para que o Projeto de Lei n° 155/2009 que obriga as empresas que exploram o transporte coletivo de Manaus a oferecerem nos domingos a meia passagem a todos os usuários, além de oferecer a integração temporal a todos os usuários do sistema de bilhetagem eletrônica. Durante toda a manhã de hoje o vereador foi às ruas do Centro de Manaus collher assinaturas para um abaixo-assinado para anexar ao processo e solicitar dos demais vereadores celeridade no assunto. “No sistema de transporte coletivo nada é de graça. Tudo está contido na tarifa. Então a prefeitura não tem argumento para acabar com a ‘Tarifa Social’. Eles dizem que no novo edital não contemplava a ‘domingueira’, mas o Marcos Cavalcante não teve coragem para dizer isso à população”, critica o vereador. De acordo com o vereador, os custos com a ‘domingueira’ já estão embutidos nos cálculos da tarifa atual e portanto a prefeitura não tem como acabar com o benefício. “Esse e outros questionamentos iremos levantar na Câmara, e tenho certeza que os vereadores não irão ser contra um benefício à população”, comenta. (D24AM)

Foram convidados para o evento, representantes do governo municipal, Seterb, Deter, Consórcio Siga, Sindicato dos Empregados das Empresas Permissionárias do Transporte Coletivo Urbano de Blumenau e representantes das Câmaras de Vereadores

de cidades vizinhas como Gaspar, Indaial, Pomerode, Timbó. A prefeitura de Blumenau anunciou que, a partir do dia 10 de abril, está proibida a circulação de ônibus intermunicipais pelo Centro da cidade. (Diário Catarinense)

Blumenau discute circulação de intermunicipais Está marcada para segunda-feira, uma audiência pública para discutir a proibição da circulação de ônibus intermunicipais nos corredores exclusivos de ônibus de Blumenau. O encontro será a partir das 15h, na Câmara de Vereadores.

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A SEMANA EM 10 TEMPOS

Manifestação contra reajuste de tarifa termina em confronto em São Paulo Foto: Rede Brasil Atual

A manifestação desta quinta-feira (17) contra o aumento do ônibus em São Paulo terminou em confronto entre ativistas e policiais na estação Anhangabaú, no centro da capital. Ao final do protesto, agentes de segurança do Metrô reagiram violentamente quando manifestantes aproximaram-se para pular as catracas da estação. Munidos de cassetetes, eles dispersaram o grupo, que incluía usuários que passavam pelo local e até jornalistas que cobriam o fato. A reportagem da Rede Brasil Atual foi impedida de se aproximar de um manifestante cercado por agentes e sofreu empurrões ao deixar a estação. Na décima semana consecutiva de protestos, após a concentração em frente ao Teatro Municipal e de passar em caminhada diante da prefeitura, os manifestantes pararam o Terminal Bandeira de ônibus por cerca de 15 minutos, ainda no início da noite. Em seguida, caminharam para a avenida Nove de Julho, que ficou paralisada por aproximadamente também uns 15 minutos. O final do ato seria em frente ao acesso da Praça do Patriarca da estação Anhangabaú do Metrô. Mas, quando alguns manifestantes se direcionaram para as catracas da estação, com a intenção de tomar a condução sem pagar pela passagem, a reação dos seguranças do Metrô foi truculenta. Durante a dispersão dos manifestantes, uma bomba de gás lacrimogênio estourou próximo aos portões da estação. O estudante Daniel Makaoskas, de 17 anos, foi atingido no pé enquanto tentava se afastar da estação. “A polícia [agentes de segurança do Metrô] chegou e começou a bater em todo mundo, eu tentei correr e não consegui. Uma bomba estorou no meu pé, na calçada na frente da estação”, conta. O estudante disse que iria procurar atendimento médico. Segundo o capitão Amarildo Garcia, que comanda as operações militares, a PM estava no local “garantindo que a tranquilidade

Manifestante durante o nono protesto contra a tarifa de três reais em São Paulo fosse restabelecida.” Ele nega que a bomba de gás lacrimogênio tenha vindo de seus soldados. “Não houve nenhuma ação da Polícia Militar neste caso; não há o [Batalhão de] Choque aqui, só a força regular”, apontou. Os seguranças do Metrô agiram munidos exclusivamente de cacetetes. Eles não têm autorização para portar outros tipos de armamentos e não têm acesso a qualquer tipo de bomba de efeito moral. Agressões - O vice-presidente do Movimento População em Situação de Rua, Charles Santos, que chegou no final do ato acompanhando o vereador José Américo (PT), conta que, quando a confusão começou, ele tentou sair do local, mas viu um cinegrafista caído e foi ajudá-lo. “Dois seguranças do Metrô me bateram com cacetetes nos ombros e no rosto. O que mais indigna é que os policiais viram dois seguranças baterem em mim e não fizeram nada”, desabafa. De acordo com manifestantes, após o confronto naquela estação do metrô, estu-

dantes e usuários que se dirigiram ao Terminal Bandeira para usar o ônibus foram sendo empurrados pela passarela e as escadas do local. “Na saída, tinha pessoas sem uniforme dispersando os usuários com uso de força física e sem identificação nenhuma”, acusa um manifestante. Segundo o ativista, alguns motoristas e cobradores de ônibus chegaram a ajudar os manifestantes a embarcar, para evitar confrontos. Um rapaz foi agredido e desmaiou. Segundo o Movimento do Passe Livre, o jovem foi atendido na Santa Casa de Misericórdia, na região central. Outros manifestantes também foram para o hospital com escoriações e feridas causadas por estilhaços da bomba. Para o vice-presidente do Grupo Tortura Nunca Mais, Marcelo Zelic, que acompanhou o protesto, a ação de agentes de segurança da estação Anhangabaú do metrô foi indevida. Ele considera que os seguranças deveriam ter deixado os manifestantes pularem as catracas para evitar problemas. (Rede Brasil Atual)

clientes de Caxias do Sul e cidades próximas para o aeroporto no qual a companhia oferece voos para cinco destinos diretos – Campinas (SP), Rio de Janeiro/Santos Dumont (RJ), Belo Horizonte/Confins (MG), Curitiba (PR) e Navegantes (SC), além de várias conexões para outras cidades operadas pela companhia.

Atualmente, os ônibus da Azul partem de locais estratégicos no estado de São Paulo e Santa Catarina, transportando seus clientes para os aeroportos. Com a chegada em Caxias do Sul, a companhia completa a sua nona linha em funcionamento. (Brasilturis Jornal)

Azul inicia linha Caxias do Sul - Porto Alegre A Azul Linhas Aéreas Brasileiras começou a operar a linha de ônibus executivos da cidade de Caxias do Sul para o Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, sem paradas. Ao todo, serão quatro saídas diárias em cada uma das direções O objetivo é facilitar o acesso dos

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MATÉRIA DA SEMANA

VOLARE

W FLY

Remodelação dos micro-ônibus começou pela linha W9 e chamou a atenção pelo design arrojado e muito confort interno

Da Volare A Volare lança a linha W FLY e aproxima o miniônibus do conceito veicular aplicado nos automóveis para maior conforto, segurança e acabamento superior. Sinalização externa em Full LED; maior utilização de plásticos de engenharia 100% recicláveis nos para-choques, laterais e revestimentos internos do veículo que absorvem o impacto e colaboram para a preservação ambiental; desenho limpo com linhas suaves, e sofisticação no interior.

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Fotos: Luciano Roncolato

MATÉRIA DA SEMANA

Volare W Fly Executivo A linha W FLY Volare – inicialmente para os modelos W9 e DW9, nas versões Urbano, Executivo e a recém-criada Limousine – nasce com desenho singular e forte destaque para os conjuntos óticos dianteiro e traseiro. O miniônibus utiliza lanternas e delimitadores com LED e condutores de luz (light pipe), além de luzes de posição em LED, ampliando a visibilidade e a segurança. O uso do plástico de engenharia também é marcante na linha W FLY. O miniônibus conta com para-choques dianteiro e traseiro, capô dianteiro, para-lamas e laterais inferiores em NORYL, material com grande capacidade de absorção de impactos, deformação elástica, diminuindo os custos de manutenção e/ou troca de peças. Estas características evidenciam uma evolução no quesito segurança passiva de pedestres. Segundo Milton Susin, diretor executivo da Volare, a fabricante está substituindo em larga escala a fibra de vidro por plásticos de engenharia, sustentáveis e mais ‘amigáveis’. “Na linha W FLY demos um passo importante no sentido de aumentar a preservação ambiental e no uso de processos e produtos que não agridem a natureza. Adotamos plásticos de alta tecnologia em peças grandes e significativas. Fabricados pelo nosso parceiro MVC, são desde o painel de instrumentos, paredes de separação até revestimentos internos, além de componentes menores”, explica o executivo. O resultado é um veículo leve, de fácil manutenção e menor custo operacional. Maior espaço interno e conforto Os modelos da linha W FLY foram desenvolvidos com o objetivo de aperfeiçoar o uso do espaço interno. O desenvolvimento dos detalhes teve como ponto de partida a melhor ergonomia e a segurança para os passageiros e motoristas. O novo desenho externo e a nova estrutura construtiva na parte superior da linha W

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FLY possibilitou ampliar a largura do para-brisa e dos vidros laterais sem aumentar as dimensões externas. O veículo também recebeu mudanças no assoalho, com redução da altura de 75 mm do piso do veículo em relação ao solo, nos modelos W9. O rebaixamento da longarina tem como importante benefício a facilidade de acesso ao veículo, com a diminuição da altura dos degraus. Isso torna mais confortáveis e rápidas as operações de entrada e saída dos passageiros. Este novo conceito permitiu o redimensionamento do salão de passageiros – com maior altura interna – e das janelas, 200 mm mais altas, que conferem espaço interno ampliado, visibilidade e conforto para passageiros, com maior área de circulação no corredor central. Os vidros laterais colados – exclusivo para as versões Executivo e Limousine – também contribuem para a maior visibilidade dos passageiros, atribuindo ao veículo linhas limpas e modernas. Outro item inédito em miniônibus e desenvolvido para ampliar a utilização do espaço interno foi a parede de separação da cabine do motorista e salão de passageiros. Produzida em plástico de engenharia reciclável, a parede é mais leve, permite maior visibilidade e conta com uma funcional porta deslizante no lugar da tradicional porta com dobradiça. Mais fácil e prática, a porta deslizante não interfere na área de circulação e possibilita a configuração com duas poltronas a mais. Para ampliar ainda mais o conforto interno, as versões W9 da nova linha W FLY ganharam volante escamoteável e com regulagem, o que aumenta o nível de conforto e facilita o acesso do motorista. O piso da cabine, agora em peça única sem perfis de acabamento, melhora a circulação, amplia o conforto acústico e torna mais rápida a montagem do veículo na linha de produção. O capô do motor com novo formato, mais baixo, melhorou o acesso a cabine. O sistema de abertura do capô é novo, agora com acionador embaixo do painel de instrumentos. Ângulo de abertura maior o que

torna mais fácil a sua operação e o acesso para os serviços de manutenção do motor e componentes mecânicos. Externamente, a linha W FLY passa a contar com novas portas nas três versões: em duas folhas pivotadas, na Urbano, com vãolivre de 800 mm na traseira, e de 950 mm, na dianteira; e pantográfica para as versões Executivo e Limousine, com vão-livre de 700 mm. No porta-malas, os veículos apresentam um novo conceito de revestimento em plástico, em substituição ao anterior, de alumínio. A mudança proporciona redução de peso, maior resistência e proteção às bagagens, além de o plástico funcionar como um isolante termoacústico, com redução do nível de ruído no salão de passageiros. Limousine, Volare único - Uma das grandes novidades da nova linha W FLY é o lançamento de um novo mo-delo, o Limousine. O miniônibus possui equipamentos e características inéditas, que ampliam o requinte, o conforto, e cria um novo segmento de mercado, exclusivo e diferenciado para o transporte turístico. “A concepção do Limousine nasceu do objetivo de produzir um veículo que estivesse além do que os nossos clientes esperam de um miniônibus, quer seja em tecnologia, conforto, padrão de acabamento e até em design interno e externo”, explica Roberto Poloni, gerente de engenharia da Volare. Externamente, a nova versão se diferencia pelos itens exclusivos, como acabamentos cromados sobre a grade dianteira, para-choque traseiro e complemento no conjunto ótico dos faróis, espelhos retrovisores pintados na mesma cor do veículo, e vidros laterais colados, entre outros. Mas é no interior que estão os principais diferenciais do Limousine. O modelo conta com poltronas Executiva Soft semi-leito, mais largas, com 1.060 mm de largura, revestidas de couro preta com costura dupla aparente na cor laranja, e apoio para a cabeça em espuma visco-elástica, material capaz de se adaptar à estrutura e à altura do passageiro, acomodando-o com o máximo de conforto.

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Volare W Fly Limousine

Volare W Fly Urbano

Outra novidade da poltrona é que possui portacopos e descança-pés integrados. Alguns detalhes de acabamento interno são de material que imita madeira, inclusive no piso e painel de instrumentos. A iluminação interna é indireta e feita por LEDs em toda a extensão do salão de passageiros. O modelo é equipado com um novo sistema de ar-condicionado “dutado”, que melhora o direcionamento do fluxo de ar, e possui saídas individuais localizadas no porta-focos. Conta ainda com iluminação em LED, alto falante integrado, plug de fone de ouvido com três canais e controle de volume. O porta-pacotes ganhou novos desenho e sistema de fixação que permitiram ampliar a capacidade de bagagem para 90 l/m, contra 75 l/m do anterior. Isso também facilita a colocação e a retirada de bagagens. “Trabalhamos para criar um ambiente aconchegante e prático. Projetamos um novo porta-pacotes e os conjuntos de sinalização das poltronas ganharam iluminação diferenciada com numeração maior e solicitação de parada com inscrição em braile, que facilita a identificação”, ressalta Poloni. A versão Limousine conta com novas cortinas fixadas em trilhos de correr no perfil de acabamento das janelas, tomadas de 110 Volts nas poltronas para permitir o uso e o carregamento de equipamentos eletrônicos, como computadores. Robustez e durabilidade consagrada A nova linha W FLY mantém as mesmas plataformas mecânicas disponíveis para os modelos W9 e DW9 tradicionais. O W9 possui motor eletrônico Euro III, MWM International Acteon 4.12 TCE, com 150 cv de potência e 550 Nm de torque. Já o DW9 é equipado com motorização Euro III Mercedes-Benz OM 904 - LA, com 150 cv de potência e 580 Nm de torque. Os dois modelos contam com freios a ar, câmbio mecânico de cinco marchas, direção hidráulica ZF Servocom 8090 e suspensão com molas parabólicas/semielípticas com amortecedores telescópicos de dupla ação.

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Vista interna do Volare Urbano, do Executivo e do Limousine (na ordem)

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REVISTA

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Jo達o Victor



Adamo Bazani Padre manda mudar via de rua, trânsito obedece e não avisa ônibus NOSSO TRANSPORTE

Foto: Acdamo Bazani

Gerenciadora de transportes da cidade de Santo André foi avisada da mudança pela reportagem, o que mostra falta de unidade na administração andreense

Quando a minoria prevalece sobre o interesse da maioria e quando a coletividade é prejudicada para satisfazer apenas um grupo, uma administração ou uma representação pública deve rever seus conceitos. Em nome de votos, de grupos políticos e religiosos, que no fundo, representam votos, são comuns obras, ações e mudanças até egoístas que prejudiquem que mais necessita dos serviços essenciais que em tese deveriam ser garantidos pelos empregados públicos, entre eles o prefeito, o gestor de trânsito, transportes, saúde, educação, etc. Quando uma administração pública não tem unidade e esforços conjuntos entre seus departamentos, a situação piora ainda mais. E é justamente isso que ocorre na cidade de Santo André, no ABC Paulista, uma das maiores do Estado de São Paulo, uma das mais ricas do País, que têm ações de desenvolvimento, mas que ao mesmo tempo parece aquelas cidadezinhas distantes, mal administradas, cujo padre é quem manda mais que o prefeito. E foi justamente isso que ocorreu no bairro Paraíso em Santo André, no pujante ABC Paulista. Segundo moradores do bairro, por ordem do padre Wanderley Ribeiro, da paróquia Nossa Senhora do Paraíso, uma das principais ruas de acesso para o Paraíso, a Rua Macaúba, que era de mão dupla, virou de mão

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única, impedindo a entrada de carros e ônibus para o local. A iniciativa seria para acomodar o número de carros estacionados pelos fiéis que freqüentam as missas carismáticas de Wanderley, que se assemelham aos cultos da Igreja Universal do Reino de Deus. O interessante é que a Rua Macaúba é cortada por pelas Ruas Alenquer, Igarapé e termina na Rua Juazeiro, mas a mão única só foi instalada nesta semana no quarteirão da igreja católica, entre a Rua Ibiapava e a Rua Alenquer, o que indica que a mudança é só para tender aos fiéis. PREJUÍZO PARA PACIENTES DE HOSPITAL Aos sábados, as linhas de ônibus da região serão afetadas, assim como os centenas de passageiros que precisam de deslocamento pelo transporte público, principalmente para o Hospital Estadual Mário Covas. Isso porque, a rua paralela à rua Marcaúba, a Jabaquara, que é o itinerário normal dos ônibus na semana, aos sábados é usada para uma feira livre. Só restaria então paras as linhas B 63 (Jardim Alvorada – Vila Palmares) e T 15 (Estação de Santo André – Hospital Mário Covas – Bairro Paraíso) a Rua Macaúba, para entrarem no bairro Paraíso e irem até o Hospital. As linhas usam o bairro Paraíso para chegarem a outro estabelecimento de saúde, o Hospital Brasil, de rede particu-

lar, mas de grande demanda. Para o T 15, a opção seria descer a Rua Gamboa e parar na parte inferior do Hospital. Ocorre que o bairro Paraíso e o Hospital Estadual Mário Covas fica no alto, uma subida muito grande e difícil de ser percorrida a pé, principalmente para os pacientes do hospital que têm alguma limitação física e de saúde. Para a linha B 63, a situação é pior ainda. Vinda do Largo Paraíso, ela não pode mais acessar a Rua Gamboa a esquerda, que há muito tempo é contramão. A única entrada disponível no dia da feira seria a Rua Macaúba, que a pedido do padre, o Departamento de Sinalização e Vias proibiu o acesso. Não tem como o B 63 entrar no bairro e acessar o Hospital. Ele teria de ir direto pela Avenida Pereira Barreto obrigando os passageiros a subir também ruas muito íngremes.

FALTA DE UNIDADE ADMINISTRATIVA Se não bastasse o coletivo ter sido prejudicado pelo interesse de um grupo restrito que não é maioria nem no bairro quanto mais nas linhas de ônibus, a falta de unidade na administração pública é outro ponto que chama a atenção. O padre pediu, o Departamento de Trânsito obedeceu, deixou a rua em mão única e a SATrans – Santo André Transportes, que gerencia as linhas de ônibus não sabia de nada. A SATrans foi avisada hoje pela manhã pela reportagem quando foi consultada sobre quais seriam as mudanças. “E não é comum isso. Não é a primeira vez que o ‘trânsito’ muda a rua a pedido de poucos e não avisa a SATrans. Muitas vezes somos pegos de surpresa e é difícil trabalhar assim” – disse um funcionário da SAtrans que para ser preservado, não vamos revelar a identidade. A Viação Vaz, responsável pela linha B 63, foi procurada pela reportagem. Nem um dos proprietários da empresa e nem os responsáveis pelo tráfego foram avisados das mudanças, sabendo também pela reportagem. Na Viação Guaianazes, responsável pela linha T 15, ninguém foi encontrado para comentar. Uma das alternativas então seria transferir a feira para o quarteirão da igreja. Assim, não prejudicaria os transportes, os pacientes dos hospitais e os moradores do bairro que usam carro. Ou então, em suas orações, o padre curar todos os pacientes do Hospital. Adamo Bazani, jornalista em transportes e que precisa de muita oração.

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José Euvilásio Sales Bezerra Transito Infernal...

Fotos: José Euvilásio Sales Bezerra

CIRCULANDO

Trânsito matinal da Av. Washington Luiz e no começo da noite na Av. Brig. Luis Antônio, em São Paulo, trechos do trajetos da linha 5126/10 Metrô Conceição - Correio.

São Paulo, a terra dos carros... É incrível como esta cidade tem tantos automóveis... Os congestionamentos matinais fazem de simples viagens, que não deveriam superar meros 20 minutos, tormentos que podem superar mais de uma hora. Todas as manhãs, uso a linha 5126/10 Metrô Conceição – Correio, no trecho que liga a região do Aeroporto de Congonhas ao bairro de Moema. Um trajeto que, sem transito leva mais ou menos 20 minutos.

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No entanto, ele leva mais de uma hora devido ao, segundo o jargão do jornalismo paulistano, “excesso de veículos” na Av. Washington Luiz. Aliás, não só devido ao excesso de veículos, mas também devido ao trajeto ingrato. Essa linha tem de fazer um percurso extra de mais de 1,5km apenas pra cruzar o sentido bairro da Av. Washington Luiz. E é nesse trecho onde ela perde mais tempo. No trajeto dessa linha, há um outro ponto de transito engarrafado: o cruzamento

da Av. Conde de Porto Alegre/Alameda dos Nhambiquaras com a Avenida dos Bandeirantes. O semáforo leva quase três minutos para abrir pra quem quer cruzar a Av. dos Bandeirantes. Já o tempo de abertura resume-se a meros 20 segundos. Se um carro morre nesse período, a espera se prolonga ainda mais. Esse tempo enorme represa o tráfego na Av. Conde de Porto Alegre, fazendo a fila de espera fique enorme, chegando a parar dois quarteirões. Não são raras as em que se aguarda mais de quinze minutos pra cruzar essa avenida. Pico da tarde – A situação também não é muito diferente no pico da tarde. Certo dia, peguei a mesma 5126, sentido Correio, a partir da região de Moema. A linha seguiu normal pelas Alamedas Iraí, Pavão, Arapanés, Cotovia e Avenida Santo Amaro. Nesse trecho houve muito sobe-e-desce de passageiros. Houve momentos em que mais da metade do carro ficou lotado e, rapidamente, esvaziou-se. A tranqüilidade da viagem acabou no acesso à Avenida Brigadeiro Luiz Antônio. Um trânsito chato e marrento. Insuportável. Foi um anda-e-para sem fim até as proximidades da Avenida Paulista. Mas, pra linha, não foi tão ruim. No começo da subida da Brigadeiro subiram muitos passageiros. E isso vai de encontro com o que um cobrador me disse certa vez: a linha só enche quando aparece em um intervalo um pouco maior entre as linhas concorrentes. Do cruzamento com a Paulista em diante, o trânsito fluiu bem melhor. No finalzinho da Avenida Brigadeiro Luis Antônio, ele pegou transito de novo na subida pra Praça João Mendes. E foi justamente nessa região que desci... Depois de 1h20 de viagem. Dificil manter pontualidade com uma viagem dessas... Esse relato mostra o quanto o trânsito urbano descontrolado prejudica a operação das linhas de ônibus. Uma linha que tem um tempo de percurso de 80 minutos entre seus pontos terminais, como a 5126, acaba levando esse tempo só pra cumprir um trecho do trajeto. Isso faz com que a operação tenha de ser redimensionada, elevando os custos operacionais, que nem sempre são cobertos pela demanda do trajeto. É preciso que os órgãos públicos tomem medidas efetivas para controlar o uso do transporte individual na cidade, que é o que mais prejudica o transporte coletivo. Mas isso tem de ser feito depois que o poder público der condições das pessoas se deslocarem rapidamente pela cidade usando o transporte coletivo. Para isso, investimentos em Metrô e em sistemas de transportes rápidos são essenciais.

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DIÁRIO DE BORDO Fotos: Tiago de Grande

DE CAMPO LIMPO A ATIBAIA NA TERRA Por Tiago de Grande

Linha: Atibaia x Campo Limpo Paulista Empresa: Atibaia-São Paulo Carro: 2033 (Comil Svelto – MBB OF1721) A linha suburbana entre Atibaia e Campo Limpo Paulista, dois municípios próximos a capital paulista, é uma linha bem peculiar. Apenas três horários diários em ambos sentidos e dois terços da viagem em estradas de terra, é um trecho que exige muito do veículo, e as paisagens da linha são um espetáculo a parte. A linha utiliza a Estrada da Bragantina, seguindo uma antiga rota ferroviária que ligava as duas cidades, e também passa por bairros pertencentes ao município de Jarinu. A viagem: Na plataforma 03 do confuso terminal rodoviário de Atibaia, no horário das 16:15 parte o carro rumo a Campo Limpo Paulista, a desorganização da rodoviária de Atibaia é muito grande, filas para as linhas rumo a Piracaia, Mairiporã, Nazaré Paulista

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e Campo Limpo Paulista se misturam, e não é raro ver pessoas entrando em filas erradas e pessoas perdidas não sabendo em qual fila ficar, a cidade que é uma Estância Turística, e por ser muito próxima a capital necessita urgente de uma rodoviária nova, maior e mais organizada, que comporte toda a demanda. Quando o carro da linha de Campo Limpo chega também sempre chama a atenção, por um outro fato: A sujeira, por ser uma linha com trechos em estrada de terra, o carro sempre anda sujo, com terra vermelha tanto por dentro quanto por fora. Todos embarcam e a viagem começa com o carro saindo da rodoviária já lotado, da rodoviária até a saída da cidade é um trecho curto pela Avenida Lucas Nogueira Garcez, e com menos de 5 minutos chegamos ao trevo de acesso a Rodovia Fernão Dias, a mais importante ligação de Atibaia com a região e a

capital, porém não pegamos a Fernão Dias, passamos por baixo dela e continuamos a Lucas Nogueira Garcez rumo ao bairro Caetetuba, um dos mais importantes e maiores da cidade. Após passarmos pelo Caetetuba, acaba o asfalto e o grande trecho em estrada de chão tem inicio, mesmo sendo em estrada de chão, o primeiro trecho é bom entre os bairros Caetetuba e Maracanã e nesse trecho começam os desembarques, no Maracanã o carro já estava bem mais vazio. Após o bairro do Maracanã, o trecho fica bem pior, a estrada com buracos e atoleiros, onde só passam um carro por vez, várias vezes o carro passa com dificuldade nos buracos, além de raspar a frente ou a traseira no chão, e as molas trabalharem ao extremo, em muitos momentos são ouvidos alguns estalos vindo delas, dá a impressão delas terem

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quebrado, uma coisa que eu nunca mais farei ao andar nessa linha é sentar no fundo do ônibus, com as batidas da traseira no chão o impacto é terrível. E nesse ritmo a viagem segue por um trecho grande, mais a paisagem é compensadora: Muito verde, o cheiro de terra, nenhum carro passando no sentido oposto e algumas poucas casas no meio da mata, essa é a Estrada da Bragantina, como já disse anteriormente, era um ramal ferroviário, da ferrovia hoje não sobrou muita coisa, o trecho com mais recordações dessa época é no bairro Campo Largo, já pertencente a Jarinú, onde ainda existe a pequena estação ferroviária, como a estrada é no meio da mata e sem sinalização, perde-se a noção de localização, não tem placas indicando kilometragens, divisa de municípios e etc. Apenas na parada em frente a antiga estação de Campo Largo há uma bifurcação com placas indicando sentidos para Atibaia, Campo Limpo e para o centro de Jarinu. Em Campo Largo desceram muitas pessoas, e outras também embarcaram, e a saída do bairro é um trecho asfaltado, com asfalto novo, porém é um trecho pequeno de apenas 2 kilometros em subida, no topo temse uma bela visão da região, e o asfalto acaba novamente. Esse trecho de estrada de chão é tão ruim quanto o primeiro, e nessa altura o calor forte do verão e o tempo seco já me

provocava uma forte coceira no nariz devido a quantidade de pó que subia, principalmente nas paradas, quando se abria a porta e a terra vermelha tomava conta do interior do carro. Esse trecho também tem fortes descidas e subidas, e muitos buracos onde o ônibus não consegue desenvolver boa velocidade, e as molas seguem dando seus estalos, nesse trecho a região possui muitas chácaras e sítios, e não há nenhum movimento na rua, e não há muitas paradas para embarque e desembarque, apenas algumas em frente a sítios na beira da estrada. E nesse ritmo a viagem completou uma hora, e nem sinal de asfalto. Com mais alguns minutos de viagem, chegamos a um pequeno bairro, e pelas placas e por cruzarmos em sentido oposto com um ônibus municipal, percebi que já estávamos em Campo Limpo Paulista, e mais alguns metros a frente em frente a uma escola vi que o nome desse bairro era Pau Arcado, e nesse bairro acaba o trecho de terra, e o asfalto volta, tornando a viagem mais calma. Do bairro Pau Arcado para o centro de Campo Limpo Paulista, a estrada é toda pavimentada, porém é em pista simples e com nenhum movimento, margeando a direita um rio e bairros do lado esquerdo, esse trecho é curto e o final da Estrada da Bragantina é bem próximo ao centro da cidade, na Avenida Alfred Krupp. E com mais uns poucos minutos,

chegamos a pequena Campo Limpo Paulista, cidade industrial, pequena porém atendida pelos trens da CPTM, o que a torna de fácil acesso para a capital paulista, a volta pelo centro é pequena, e a parada é no terminal em frente a estação ferroviária, porém não integrado ao terminal municipal da cidade, que possui integração entre as linhas municipais, com as suburbanas rumo a Jundiaí. Desço no terminal de Campo Limpo, com 1:20 de viagem, o motorista mal teve tempo de descansar da viagem, que para os passageiros é bem desgastante, imagino para ele, assim que o carro chegou e todo mundo desembarcou, quem estava o esperando já embarcou e o carro voltou para Atibaia. Considerações finais sobre a linha: Uma opção barata para se chegar a Atibaia e a região, é uma linha ótima para quem gosta de trechos em “off-road”, fico imaginando como deve ser essa linha em dias chuvosos, tem muitos trechos que ficam intransitáveis. São apenas três horários diários em ambos sentidos, e a passagem é bem barata, apenas R$ 2,45 Para quem se interessa em fazer a rota, os horários são: Partidas de Atibaia: 06:45, 11:10 e 16:15 Partidas de Campo Limpo Paulista: 08:30, 12:15 e 18:00

Vista da cidade de Atibaia

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Luciano Roncolato Quando o hobby vira uma doença

Fotografar ônibus é um hobby, e não uma necessidade. Quando isso acontece, passa a ser doença

Fotos: Acervo Luciano Roncolato

ARTIGO

A edição passada da Revista InterBuss (Nº 35) bateu recorde de visualizações e de comentários. Manifestações vindas de todo o Brasil sobre a morte do amigo Leonardo Martin, ocorrida no último dia 5, vinham em formato de choque, de tristeza e até de revolta por conta da atitude de alguns frente ao fato. A questão é que houve a abertura de uma lacuna enorme no hobby após o acontecimento e nossos leitores passaram a refletir a respeito de muita coisa errada que acontece diariamente entre os colecionadores. Mas afinal, o que tem a ver o passamento do amigo Leonardo com as coisas erradas do hobby? Assim que voltei de Belo Horizonte, na manhã de domingo passado, complementei o texto do meu artigo para a revista e coloquei no ar. Avisei a Raíssa, irmã do Leonardo, a respeito da edição e ela auxiliou na difusão do conteúdo. O artigo, carregado de pura emoção de minha parte, acabou fazendo com que muitos refletissem sobre nossas atitudes, principalmente para com quem chamamos ou achávamos que éramos nossos amigos. Na semana passada uma pessoa veio me perguntar no MSN se eu tinha ido para Belo Horizonte “apenas para vistar os pais do Leonardo”, “se o nível de amizade era suficiente para que eu fizesse isso”. Esses dizeres primeiramente me deixaram chocado pois

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veio de um colecionador que converso esporadicamente. A partir disso comecei a refletir sobre o que é hobby e o que é amizade, o que é colecionar e o que é paranóia, o que é esclarecer e o que é arrogância. Conforme eu havia dito para o sr. Ramon, pai do Leonardo, o meu nível de amizade com o filho dele era bastante inferior a outros, inclusive ao do Fábio Henrique, que me acompanhou na visita, porém o caso me deixou chocado e me tocou muito, fazendo com que eu tomasse a decisão de ir até Belo Horizonte pois sabia como os familiares do Léo estavam precisando de uma força. Além da visita ter sido enormemente gratificante, foi também uma lição de vida, algo que carregarei até os últimos dias de minha vida. Enquanto isso, muitos colecionadores que tinham infinitamente mais contato com o Leonardo sequer procuraram se informar a respeito, tampouco deram um telefonema aos seus pais. Isso prova que a amizade verdadeira no hobby é algo raro. O que há na verdade é um verdadeiro jogo de interesses e de egos inflados. A impressão que ficou é que enquanto se está na ativa, todo mundo lhe rodeia, puxa seu saco, faz elogios exacerbados e o eleva a um nível maior. Quando você para, acaba tudo? Que raio de amizade é esse? Cito como exemplo de amizade verdadeira algo que tem acontecido há algum

tempo. Não sei como começou, mas alguns colecionadores começaram a me chamar de tio. Achei legal e isso foi se alastrando. Em Minas Gerais, o amigo Rafael dos Reis Silva expandiu isso, e começou a chamar alguns amigos colecionadores de irmão, primo, etc. Para ele, o Leonardo era o primo. Rafael fez juz ao título dado ao amigo de Belo Horizonte. Desde que chegou a notícia, no domingo, Rafael procurou sempre estar a par das informações e fez um esforço descomunal para ir na visita de sábado, porém compromissos profissionais acabaram impedindo-o de participar, porém não deixou de se informar sobre seus pais, de se comunicar com a Raissa e de saber as últimas informações. Isso é um amigo, que está junto nas horas boas, nas horas ruins, ou seja, em todas as horas. Os exemplos de falsidade estão ao nosso redor o tempo todo. Tente montar um fotolog e atualize-o todos os dias com fotos raras. Sua popularidade irá às alturas. Deixe de atualizar um mês para você ver o que acontece. Seus “irmãos”, “primos”, “tios”, somem todos. Alguns até lhe excluem dos seus contatos. Leonardo estava afastado do hobby havia alguns meses já e estava se dedicando à música. O amigo Thales, outro que ficou ligado ao assunto durante todo o momento e foi o responsável por nos trazer a triste notí-

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cia do dia 5, ainda disse que conversava muito com o Léo sobre rock, shows, etc nos últimos tempos. Então por isso os outros colecionadores ignoraram o fato do passamento só por ele estar afastado do hobby? O nosso hobby, como todos sabem, está indo de mal a pior. A ânsia pela popularidade tem feito muitos perderem o precioso tempo da juventude dormindo em portas de rodoviárias, queimando no sol ou tomando chuva em beira de rodovias, enfrentar o perigo e violar normas de segurança para fazer fotos em portas de fábricas, tudo por uma novidade, tudo para publicar uma foto primeiro que outras pessoas. E aí também erram os puxa-sacos, que inflam o ego desses que trocaram a vida, a família, os estudos, os amigos, por uma máquina fotográfica, na ânsia do ineditismo e da popularidade rápida. Essa ânsia do ineditismo cria um fenômeno chamado “falsa popularidade”. O colecionador que só fala de ônibus, só viaja atrás de ônibus, madruga em rodovias atrás de novidades, ganha uma falsa popularidade ao fazer fotos um pouco melhores ou trabalhadas em editores eletrônicos, ou ao fotografar alguma novidade. Esse colecionador fica popular entre os demais durante um tempo, enquanto sua novidade é evidente. Após isso, os “amigos” somem, e passam a “babar o ovo” de outros que fotografaram outras novidades. Para não deixar o ego murchar, esses mesmos colecionadores de beira de rodovia passam a comentar sobre os mais diversos assuntos relacionados a ônibus, dando uma falsa impressão de que “sabe tudo”, “conhece tudo”, carregando mais uma legião de “puxa-sacos” por mais algum tempo. Lembro aqui que de maneira alguma condeno que visita portas de fábricas, de garagens, beiras de rodovias, entradas e saídas de rodoviárias, viagens exclusivas para ônibus e afins. Num hobby, seja qual for ele, é perfeitamente natural que reservem-se horas vagas para essa prática. Afinal, o hobby é algo para ocupar justamente as horas vagas. Independente do local onde serão feitas as fotos, a prática é válida, sem sombra de dúvida. Porém, a partir do momento que passa a ser uma concorrência, ou algo que passa a influenciar sua vida pessoal de tal forma que a atrapalhe em sua rotina, passa a ser preocupante. Muitos colecionadores deixaram seus empregos, faltam às aulas, abandonam cursos, brigam com familiares, tudo para tirar fotos de ônibus, na ânsia de pegar alguma novidade. Chega a se assemelhar ao consumo de alguma substância entorpecente, que deixa o colecionador transtornado, completamente ávido por ônibus. Temos muitos colecionadores já de muitos anos que viajam apenas para tirar fotos de ônibus, já que é algo feito em hora vaga,

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Momento de descontração na Novo Rio. O hobby deveria ser assim, porém não é nas férias, para atualizar a coleção. Algo que os agradam e lhes dão prazer de fazer. Esses mesmos colecionadores, paralelamente, também fazem viagens a turismo, quando esquecem totalmente que existe ônibus, ou seja, há uma separação das coisas. Porém, há os colecionadores que viajam para só fazer fotos, acordam de madrugada, mal dormem, ficam hospedados em locais ruins para economizar, tudo por fotos. Obviamente que quando você encontra outros colecionadores de cidades diferentes, ou vai se hospedar na casa de um deles, o assunto será ônibus, já que você não tem essa oportunidade em sua casa ou com outros amigos fora do círculo do hobby. É a oportunidade de colocar a conversa em dia. O mesmo acontece com profissionais de diversas áreas quando se encontram, e por isso existem os eventos para reunir essas pessoas, assim elas trocam contatos, se conhecem pessoalmente, etc. Agora, quando o assunto sai desse eixo e invade sua vida pessoal privada, vira um grande complicador. Esses colecionadores que se consideram espertos estão fazendo o caminho inverso achando que estão do lado certo. Enquanto eles tentam se popularizar entre outros colecionadores com prepotência e arrogância, criando um bolsão de falsas amizades, outros mais espertos se aproximaram de empresas e empresários de ônibus. Esses talvez não são tão populares entre os colecionadores, mas são conhecidos nas garagens, têm livre acesso e conquistaram a simpatia do empresariado, que é quem realmente valoriza uma foto, uma informação, alegra-se ao receber uma foto de

sua empresa. Os colecionadores do ego inflado ainda crêem que só porque entram em meia dúzia de garagens por meio de encarregados conhecidos são “influentes” no meio e levam a prepotência para fóruns e sites especializados, dizendo que “falou com tal pessoa da garagem e ele falou tal coisa”, tendo isso como verdade, o que nem sempre é. Isso gera uma grande “audiência”. Porém, mesmo com nem tanta audiência, é de maior valia ter contato com o dono da empresa e ter informações privilegiadas, muitas vezes sigilosas, que futuramente irá render bons frutos ao seu acervo particular. Quando o colecionador do ego inflado tem um problema e para de publicar fotos, onde os amigos vão parar? É aí que ele vê quem é amigo dele de verdade. Particularmente quase todos os amigos do meu círculo social são do hobby, e nem por isso passamos 24h por dia vivenciando ônibus. Fazemos visitas aos familiares uns dos outros, frequentamos baladas, restaurantes, organizamos almoços, tudo como manda uma vida social saudável. Mas ainda há quem prefere ter como “amigo” o que só fala de ônibus, que só tem como assunto ônibus e mais ônibus, já beirando a doença. Aos que se manifestaram sobre o meu artigo passado, meu muito obrigado. Creio que consegui passar todo meu sentimento no texto e a experiência de vida que tive. Aos meus amigos de verdade, podem sempre contar comigo! Aos que se diziam amigos do Leonardo e sequer procuraram se informar a respeito, meus lamentos.

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AS FOTOS DA SEMANA As melhores fotos da semana publicadas no Portal InterBuss: www.portalinterbuss.com.br

1. Irizar PB da Lopes Tur, na foto de João Victor • 2. Torino da Guerino Seiscento a serviço da Fergo, por Diego Leão • 3. Novo Millennium da Sambaíba, por Tiago de Grande • 4. Novo Torino da Metropolitana de Vitória, por Thiago Sione • 5. Torino da Viação São Francisco de Juiz de Fora, também por Thiago Sione • 6. Torino alongado da Piracicabana, por Josenilton Cavalcante da Cruz • 7 e 8. As novidades da semana, registradas por Carlos Rauch: Paradiso G7 1800DD e G7 1600LD • 9. Urbanus Volvo B10M ex-VB 1 na pintura da VB suburbana para Itu, na foto de Luciano Roncolato • 10. Novo Campione da Padovani, por Anderson Ribeiro • 11. Ciferal Urbano paraguaio, por Vagner Valani • 12 . Novo Svelto de caçapava, por Tiago de Grande • 13. Nova pintura da Transpen nos carros mais antigos, por Matheus Novacki • 14. Novo Svelto da Mairiporã, por Tiago de Grande.

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Linha: 215TRO – Ribeirão Pires (Terminal Rodoviário) x Suzano (Centro) Empresa: Rigras Transportes Carro: 935 (Caio Induscar Foz Super – Volksbus 15-190)

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VIAGENS & MEMÓRIA

Marisa Vanessa N. Cruz

Foto: Marisa Vanessa N. Cruz

Na linha 1-Azul do Metrô de SP

Tótem da Estação São Joaquim do metrô que estará sendo trocado em breve Desde sua inauguração, em 1974, a linha está passando por profundas reformas entre trens e estações, mais pela sua comunicação visual e pelo material rodante. As principais mudanças nestes últimos meses foram: - Já vieram todos os sete novos trens do Metrô de São Paulo, todos circulando inclusive em horário de pico (na minha ótica). O próximo passo será a modernização e todos os 51 trens antigos “Budd”, fabricados na década de 70. Os primeiros trens foram enviados em 2009, e até agora, nenhum deles está pronto.

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- Após a modernização de todos os trens, nenhum “Budd” circulará sem modernização, nem indo para algum museu futuro. - Esses sete novos trens do Metrô deram muito trabalho para todos os funcionários envolvidos na manutenção geral. Apesar de estar em testes durante vários meses, já ocorreram inúmeros problemas, entre eles, não acompanhar o circuito da via. Lembrome uma vez há três semanas que o carro H55 apareceu na Estação Jabaquara dez minutos depois do carro da frente, indo para o Pátio

direto. Houve muita confusão entre passageiros e as duas plataformas da estação ficaram lotadas devido à demora das partidas. Só lembrando que os novos trens têm menos assentos do que os trens antigos. - O relógio analógico “Eska” foi retirado em várias estações da linha 1 há mais de um mês. No lugar, apareceriam telões com imagens e a hora certa, mas nada disso está funcionando. - Nas estações e suas dependências, o fundo azul, que é a cor da linha, está sendo substituído pelo fundo branco – fica esquisito, ao meu ver. Imagine se todas as estações de todas as linhas diferentes da linha 1-Azul adotassem o fundo branco também, vai achar que o pessoal está embarcando na inexistente linha 15-Branca!! - Entre as estações Jabaquara e Conceição, a via de emergência para pedestres está mais iluminada e sinalizada, em caso de interrupções nos trens caso parar bem no meio entre estações. Aí é só seguir as placas iluminadas na cor verde qual a distância mais curta, se é para a esquerda ou para a direita. - Nesta última semana, está ocorrendo troca de prefixos de trens entre eles. O carro A30 saiu dos trilhos semana passada indo via carreta até uma montadora para receber a modernização, e o carro A19 mudou de prefixo para A30. Ocorreu também com o carro A50: mudou para A16 enquanto que o outro A16 (o da campainha antiga sentido Tucuruvi) mudou seu prefixo para A50. - E os Tótens (painéis verticais que sinalizam o nome da estação nas ruas, como exemplo o totem da Estação São Joaquim da foto), maioria não foi retirado (ainda bem). Com exceção da Estação Paraíso e de mais alguns, que foram trocados por um simples totem sem o nome da estação para dizer que faz parte da modernização da comunicação visual do Metrô, e outros a serem repostos, sinceramente os totens antigos deveriam ser mantidos. Na minha opinião, os prefixos dos trens deveriam ser imutáveis. Se desde a década de 70 a composição dos trens eram assim, deveriam ser assim!! Agora, quanto ao prefixo dos 306 vagões da frota, estes tiveram toda uma mudança, passando a ser subordinado ao prefixo da composição. O vagão de número 1306 passou a ser o A516, por ser o sexto carro da composição A51 – daí faz muito sentido. No futuro, falta a implantação da nova sinalização CBTC, um sistema moderno que permite que a distância entre trens seja de 15 metros (ao contrário do ATO, de 150 metros de distância entre trens). E com o CBTC, haverá um aumento em torno de 20% da frota utilizada na linha.

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