Revista InterBuss - Edição 32 - 20/02/2011

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InterBuss

ANO 1 Nº 32 20/02/2011

BRASIL QUER APRENDER A FAZER BRT COM ERROS E ACERTOS DE BOGOTÁ

Várias cidades estão visitando a sede do Transmilenio para aprender e implantar um sistema de transporte eficiente nas cidades-sede da Copa de 2014. A última foi Salvador


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INFORMAÇÃO COM QUALIDADE


NESTA EDIÇÃO

SERÁ O FIM DOS VITÓRIAS? METRA ENTREGARÁ NOVOS ARTICULADOS

Foto:Luciano Roncolato

A Semana em 10 Tempos • Página 5

Um dos Caio Vitória que ainda rodam pela Metra Foto da capa: Divulgação Edição número 32 • Domingo, 20 de Fevereiro de 2011 • Concluída às 11h27 • Esta edição tem 20 páginas

EDITORIAL • Copa: Tempo se Esgotando ................... 4 A SEMANA EM 10 TEMPOS ......................................... 5 COLUNISTAS • Marisa Vanessa N. Cruz.......................... 9 PÔSTER • Francisco Ivano ....................................... 10 MATÉRIA DA SEMANA • O Caio Monte Rei .............. 12 SERVIÇO • Scania faz manutenção na garagem ......... 13 COLUNISTAS • José Euvilásio Sales Bezerra ................. 14

Revista na Rede Os sites do grupo Portal InterBuss são atualizados frequentemente com novos conteúdos. Fiquem atualizados com eles: • REVISTA ELETRÔNICA Acesse nosso conteúdo também na revista eletrônica, todos os dias, 24h por dia, em: www.portalinterbuss.com.br/revista • NOTÍCIAS Veja notícias do setor de transportes atualizadas diariamente em nosso blog: www.portalinterbuss.com.br/noticias

FOTOS DA SEMANA • As melhores do Portal InterBuss.. 16

• GALERIAS DE IMAGENS Nossas galerias são atualizadas semanalmente com fotos, desenhos e conteúdos enviados por diversos colaboradores de todo o Brasil. Veja em: www.portalinterbuss.com.br/galeria

PEÇAS E ATENDIMENTO • Novo centro na Volvo .... 17

Tudo no site: www.portalinterbuss.com.br

COLUNISTAS • Adamo Bazani ........................................ 15


EDITORIAL

Politicagens e tempo se esgotando Faltam um pouco mais de três anos para a realização da Copa do Mundo no Brasil e até agora muito pouco foi feito em obras de infra-estrutura nas cidades-sede, sobretudo na área de transportes. Excetuando-se Curitiba e São Paulo, que já têm alguma coisa já pronta, como os corredores BRT na capital paranaense e a expansão do Metrô na paulista, o que se ouve falar por enquanto é apenas em projetos e mais projetos. No Rio de Janeiro também está em andamento a obra do corredor Transcarioca, que desafogará o trânsito em diversos pontos da cidade, porém medidas paliativas estão em andamento em outras partes, como faixas exclusivas e a ausência da aquisição de veículos de motor traseiro, que até antes da licitação era obrigatória, mas até o momento só tem chego veículos com motorização dianteira, e em quase sua totalidade em tamanhos pequenos, como era a compra até a licitação. Os projetos de Cuiabá são interessantes, porém ainda continuam no papel. O alargamento de algumas avenidas exigem desapropriação, e mesmo há pouco mais de três anos do evento, não foi feito nada na prática. Tudo ainda está em fase licitatória. Outras cidades também estão com o mesmo entrave. A maioria dos

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A Revista InterBuss é uma publicação semanal do site Portal InterBuss com distribuição on-line livre para todo o mundo. Seu público-alvo são frotistas, empresários do setor de transportes, gerenciadores de trânsito e sistemas de transporte, poder público em geral e admiradores e entusiastas de ônibus de todo o Brasil e outros países. Todo o conteúdo da Revista InterBuss provenientes de fontes terceiras tem seu crédito dado sempre ao final de cada material. O material produzido pela nossa equipe é protegido pela lei de direitos autorais e sua reprodução é autorizada após um pedido feito por escrito, e enviado para o e-mail revista@portalinterbuss.com.br. As fotos que ilustram todo o material da revista são de autoria própria e a reprodução também é autorizada apenas após um pedido formal via e-mail. As imagens de autoria terceira têm seu crédito disponibilizado na lateral da mesma e sua autorização de reprodução deve ser solicitada diretamente ao autor da foto, sem interferência da Revista InterBuss. A impressão da revista para fins particulares é previamente autorizada, sem necessidade de pedido.

casos envolve a tradicional politicagem brasileira. Ano que vem temos eleições municipais e muitos prefeitos vão querer mostrar serviço e aí vão querer dar início a obras de maior magnitude que atraem votos, porém já será tarde demais. Lembremos do exemplo da África do Sul, onde apenas um trecho de uma das linhas do BRT Rea Vaya foi concluída a tempo, o que ocasionou gigantescos engarrafamentos principalmente no entorno dos estádios onde os jogos foram realizados. Até quando o Brasil deverá conviver com esse sistema político arcaico, onde as pessoas eleitas pela gente fazem o que quer e no tempo que bem entendem? O ano de 2011 começou já estagnado e para variar a culpa será colocada no corte de orçamento promovido pelo governo Dilma, que não tem nada a ver com as obras da Copa, que têm linha de crédito específica e já foram beneficiadas pelo PAC da Mobilidade, que também já está de certa forma atrasado, pois só agora é que será dado início à recepção de projetos para receberem as verbas. Esperamos que não passemos vergonha diante do mundo pois é uma última oportunidade para mostrarmos a todos que somos capazes. Mas com essa politicagem... PARA ANUNCIAR Envie um e-mail para revista@portalinterbuss.com.br ou ligue para (19) 9636.1087 e converse com nosso setor de publicidade. Você poderá anunciar na Revista InterBuss, ou em qualquer um dos sites parceiros do grupo InterBuss, ou até em nosso site principal. Temos diversos planos e com certeza um deles se encaixa em seu orçamento. Consulte-nos! PARA ASSINAR Por enquanto, a Revista InterBuss está sendo disponibilizada livremente apenas pela internet, através do site www.portalinterbuss.com.br/revista. Por esse motivo, não é possível fazer uma assinatura da mesma. Porém, você pode se inscrever para receber um alerta assim que a próxima edição sair. Basta enviar uma mensagem para revista@portalinterbuss.com.br e faremos o cadastro de seu e-mail ou telefone e você será avisado. CONTATO A Revista InterBuss é um espaço democrático onde todos têm voz ativa. Você pode enviar sua sugestão de pauta, ou até uma matéria completa, pode enviar também sua crítica, elogio, ou simplesmente conversar com qualquer pessoa de nossa equipe de colunistas ou de repórteres. Envie seu e-mail para revista@por-

Do Leitor Bancas Olá! Quando a Revista InterBuss chegará às bancas? Tenho interesse na compra das edições. Paulo França São Paulo/SP Nota da redação: Agradecemos o seu contato Paulo! A previsão é que estejamos nas bancas até o final do semestre.

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Você também pode enviar seu contato diretamente para cada um de nossos colunistas e repórteres. Basta verificar logo no início ou no final o contato de cada um deles e enviar uma mensagem. Caso não haja nenhum canal de relacionamento disponível na matéria, você pode enviar sua mensagem para o colunista ou para o repórter através do e-mail revista@portalinterbuss.com.br e nõs faremos o encami-nhamento da mensagem à pessoa desejada. Na Revista InterBuss, você nunca fica sem contato ou sem resposta. Em até 72h respondemos sua mensagem. Você também pode enviar seu contato diretamente para cada um de nossos colunistas e repórteres. Basta verificar logo no início ou no final o contato de cada um deles e enviar uma mensagem. Caso não haja nenhum canal de relacionamento disponível na matéria, você pode enviar sua mensagem através do e-mail revista@ portalinterbuss.com.br. Este espaço é para você deixar a sua opinião sobre nosso conteúdo. Para isso, entre em contato através do e-mail revista@portalinterbuss.com.br. Na próxima edição, publicaremos sua opinião neste espaço. talinterbuss.com.br ou contato@portalinterbuss.com. br. Procuramos atender a todos o mais rápido possível. A EQUIPE INTERBUSS A equipe do Portal InterBuss existe há nove anos, desde quando o primeiro site foi ao ar. De lá pra cá, tivemos grandes conquistas e conseguimos contatos com os mais importantes setores do transporte nacional, sempre para trazer tudo para você em primeira mão com responsabilidade e qualidade. Por conta disso, algumas pessoas usam de má fé, tentando ter acesso a pessoas e lugares utilizando o nome do Portal InterBuss, falando que é de nossa equipe. Por conta disso, instruímos a todos que os integrantes oficiais do Portal e Revista InterBuss são devidamente identificados com um crachá oficial, que informa o nome completo do integrante, mais o seu cargo dentro do site e da revista. Qualquer pessoa que disser ser da nossa equipe e não estiver devidamente identificada, não tem autorização para falar em nosso nome, e não nos responsabilizamos por informações passadas ou autorização de entradas dadas a essas pessoas. Qualquer dúvida, por favor entre em contato pelo email contato@portalinterbuss.com.br ou pelo telefone (19) 9636.1087, sete dias por semana, vinte e quatro horas por dia.


A SEMANA EM 10 TEMPOS DE 13 A 19/02/2011

Metra entrega amanhã 26 novos ônibus para linhas do corredor ABD São 11 veículos articulados e mais 15 ônibus de 15 metros. Governador de São Paulo estará presente Foto: Lucianno Roncolato

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) entrega segunda-feira 26 novos ônibus que serão integrados às 13 linhas do Corredor Metropolitano ABD, que liga Jabaquara e São Mateus, respectivamente nas zonas Sul e Leste da Capital, passando por Santo André, São Bernardo, Diadema e Mauá. Também estarão presentes na cerimônia o secretário de Estado dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, e o presidente da EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos), Joaquim Lopes. Adquiridos pela Concessionária Metra, operadora do corredor exclusivo para os ônibus, os veículos, com maior capacidade de transporte, oferecerão aos usuários mais conforto, segurança e acessibilidade. A cerimônia de entrega dos coletivos está marcada para às 11h, no Terminal Jabaquara da EMTU, em São Paulo. São 11 ônibus articulados de 18 metros, com capacidade para transportar 116 passageiros, e mais 15 do tipo Padron, de 15 metros de comprimento, cujo carregamento pode chegar a 99 usuários. Segundo a EMTU, além do prometido conforto, os novos coletivos também agridem menos o meio ambiente, uma vez que são equipados com motor eletrônico, que emite menos gases. ESTRUTURA - O Corredor Metropolitano ABD, que tem 33 quilômetros de extensão entre os bairros de Jabaquara e São

Um dos diversos ônibus de 15 metros da Metra, similar ao que será entregue amanhã Mateus, entrou em funcionamento na segunda metade da década de 1980. Embora estivesse planejado desde o começo, o prolongamento de Diadema até as estações Morumbi e Berrini da CPTM, na Zona Sul da Capital, só foi entregue no ano passado o trecho tem 12 quilômetros. Atualmente, o segmento entre Piraporinha e Jabaquara, onde só rodam ônibus a diesel, está recebendo obras de eletrificação. Quando estiver finalizada, a interven-

ção vai permitir a operação também de veículos elétricos, os trólebus, que só estão disponíveis entre os terminais São Mateus e Piraporinha. REAJUSTE - Desde o dia 13 as tarifas dos ônibus no Corredor Metropolitano ABD estão mais caras. A majoração determinada pelo governo do Estado foi a mesma aplicada ao Metrô e aos trens da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). O valor do bilhete subiu de R$ 2,65 para R$ 2,90. (Diário do Grande ABC)

Tarifa de ônibus em Palmas não sofrerá reajuste Por doze votos a três, os membros do Conselho Municipal de Trânsito, Transportes e Mobilidade decidiram manter o valor da tarifa de ônibus em R$ 2,20. A votação ocorreu na tarde desta quarta-feira, 16, no Auditório da Secretaria Municipal de Segurança, Trânsito e Transportes. O tema foi único na pauta que atraiu, inclusive, a atenção dos deputados estaduais Wanderley Barbosa, Marcelo Lélis, Solange Duailibi e Luana Ribeiro, bem como diversos estudantes, que ocuparam as cadeiras no local. Durante as três horas de reunião para apreciação das propostas, tanto o Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo

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- Seturb, quanto os relatores do Conselho Municipal de Transportes, apresentaram planilhas e sugestões de valores. O relator, Dr. Waldir Yuri Daher, chegou a sugerir a tarifa a R$ 1,91 e o Seturb solicitou preço do bilhete a R$ 2,40. O pedido de manter o valor atual (R$ 2,20) partiu do Conselho Municipal. Tinham direito à votação os representantes legais das 16 instituições e entidades que integram o Conselho, com um total de vinte votos. Além de manter o preço da tarifa, o Conselho estabeleceu que dez novos ônibus deverão ser adquiridos pelo Seturb ainda esse ano, o que elevará a frota para 200 veículos. A empresa Miracema tem a maioria, 149, a Via

Capi, 35 e a Palmas, seis. Qualidade O secretário de Segurança, Trânsito e Transportes, Coronel Antônio Joaquim Benvindo, destacou que a Prefeitura vai continuar a fiscalizar e rever as condições dos ônibus usados no transporte coletivo. “Também vamos trazer profissionais de fora para dar treinamento ao nosso pessoal no que diz respeito aos estudos do setor e suas necessidades. Trabalhamos para garantir a qualidade dos serviços à população”, assegurou. A decisão do Conselho será encaminhada esta semana para o prefeito Raul Filho. (Portal Stylo)

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Foto: Luciano Roncolato

A SEMANA EM 10 TEMPOS

Curitiba vota instalação de alerta sonoro em ônibus

Ônibus biarticulado em Curitiba: sinal sonoro para alertar pedestres Na próxima segunda-feira (21), os vereadores votam em plenário um projeto do vereador Zé Maria (PPS) para evitar atropelamentos principalmente em vias expressas. O projeto dispõe sobre a instalação de alarme sonoro nos ônibus articulados e biarticulados, para alertar os pedestres de que o veículo está se aproximando. Segundo o projeto, o sinal deve ser acionado manualmente pelo motorista e ter sonorização intermitente, de baixa densidade, diferente da buzina. “Muitos pedestres atravessam as ruas inadvertidamente, achando que o ônibus bi-articulado não está tão próximo, pois, de frente, não se ouve o ruído do motor. Há os distraídos e aqueles que usam

o telefone celular. Tem também os que correm para não perder o ônibus que está parado em outra plataforma”, lembrou o vereador. Zé Maria acredita que, se houvesse um alerta sonoro, de intensidade tal que permitisse ao pedestre perceber a proximidade do ônibus, certamente diminuiria o número de atropelamentos. Segundo o parlamentar, a Urbs, gerenciadora do transporte coletivo da cidade, está fazendo testes nos ônibus. Se a proposta for aprovada, inicialmente os sinais sonoros serão instalados nos veículos que circulam na Marechal Floriano Peixoto e, na sequência, ao adquirir nova frota, o equipamento já estará instalado. (Jornale Curitiba)

Ônibus em Campo Grande vai a R$ 2,70 no final deste mês A partir do dia 28 de fevereiro, uma segunda-feira, a tarifa do transporte coletivo urbano em Campo Grande passará a custar R$ 2,70. O novo valor, 8% superior aos atuais R$ 2,50, foi definido em reunião na tarde da última sexta-feira (18/02). O diretor da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), Rudel Trindade, informou que o novo valor foi estipulado após avaliação das planilhas de custo pelo Conselho de Regulação, levando em conta índices de inflação e aumento de preço do combustível. Rudel disse ainda que o prefeito Nel-

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sinho Trad (PMDB) foi informado sobre o novo valor após a reunião. “O prefeito está viajando, mas, por telefone, disse que concordava com o valor aprovado pelo conselho e fixou a data de 28 de fevereiro, que é uma segunda-feira, para o novo preço entrar em vigor”, afirmou. A nova tarifa vale tanto para quem paga a passagem em dinheiro quanto para quem utiliza o cartão de passe. Com o aumento, a tarifa do “fresquinho” vai para R$ 3,20, também a partir do dia 28. Os novos valores das tarifas e a data para que entrem em vigor deverão agora ser publicados em Decreto. (Midia Max News)

Protesto queima ônibus em BH Na manhã deste sábado (19), cinco homens armados colocaram fogo em um ônibus da linha 4107 (Caiçara/Serra), Aglomerado da Serra, região centro-sul de Belo Horizonte. O veículo estava no ponto final com quatro passageiros, mas ninguém ficou ferido. Por volta das 9h, os bombeiros chegaram ao local que estava o ônibus destruído. Segundo a central da corporação, 10 mil litros de água foram utilizados para combater o incêndio e fazer o resfriamento da carcaça As fiações elétricas apresentaram problemas, e a Cemig (Companhia de Energia de Minas Gerais) foi acionada. Os homens incendiaram o ônibus em protesto ao assassinato do irmão e do filho de um cabo da Polícia Militar. Eles foram mortos, em uma ação da Rotam para deter homens usando fardas do Gate (Grupo de Ações Táticas e Especiais). A operação ocorreu nesta madrugada. Segundo o cabo parente das vítimas, seu irmão estava voltando de um plantão no Hospital Socor e seu filho voltava de um baile de pagode e foram confundidos com bandidos. - O que fizeram com o meu filho e o meu irmão foi uma brutalidade. (R7)

Londrina ganha faixa para ônibus

O município de Londrina contará, a partir dos próximos dias, com mudanças no sistema de trânsito, com a implantação de mais parquímetros em ruas e avenidas da área central, além de pista exclusiva para ônibus. O anúncio dessas medidas aconteceu nesta sexta-feira (18), durante entrevista coletiva do prefeito Barbosa Neto e do presidente da Cia. Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU), André Nadai. A implantação de mais uma faixa exclusiva para ônibus, nas avenidas Rio Branco e Winston Churchill, é uma das ações. A melhoria já foi estabelecida na avenida Duque de Caxias e na rua Professor João Cândido, e promove locomoção mais rápida para os coletivos, chegando a poupar mais de 20 minutos no tempo de viagem. Nadai explicou que as obras de sinalização e adequação, que devem começar já na segunda-feira, e têm um prazo de 30 dias para ficarem prontas, vão beneficiar toda a população da região norte que utiliza o transporte coletivo. “Serão 5,7 km de faixa exclusiva, da avenida Leste Oeste até a avenida das Nações, nos dois sentidos. A faixa da direita será exclusiva para os ônibus, deixando duas faixas livres para os outros veículos”, informou André Nadai. A faixa vai funcionar das 7h às 19h, assim como as demais. (O Diario.com)

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Greve acaba e Dois de Julho Represália deixa volta a operar em Salvador estudantes sem Foto: Felipe Pessoa de Albuquerque

ônibus em RO

Após três dias de paralisação, os funcionários da empresa de ônibus Dois de Julho voltaram às ruas no início da manhã deste sábado, 19, com 70% da frota em operação, contingente normal do final de semana. Em reunião na tarde desta sexta-feira, 18, com a Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicação da Bahia (Agerba), a empresa que, segundo o Sindicato dos Rodoviários, vem descumprindo acordos coletivos, como pagamentos de FGTS, INSS, planos de saúde, tickets alimentação e salários, se comprometeu a regularizar a situação de todos os 616 funcionários num prazo de até dez dias. Segundo informou a assessoria de comunicação do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários do Estado da Bahia (Estroba), uma assembleia foi feita às 6h deste sábado, no galpão da empresa, em Vila de Abrantes, e os funcionários decidiram aceitar a proposta da empresa, voltando ao trabalho normal-

mente logo após a assembleia. Mas, segundo informações do sindicato, caso o acordo não seja cumprido nos próximos dez dias, uma nova paralisação deverá acontecer. Em nota oficial divulgada pela Agerba, a empresa Dois de Julho é campeã de reclamações dos clientes. Segundo a decisão tomada na reunião desta sexta-feira, caso a empresa não tenha a frota completa em operação na próxima segunda-feira, 21, a agência fará uma intervenção na empresa. De acordo com o funcionário do setor administrativo da Dois de Julho, Luís Carlos (que preferiu não dizer o sobrenome), a empresa garantiu que 100% da frota estará nas ruas na segundafeira. A empresa de Transportes Dois de Julho opera com 29 linhas e 149 ônibus, entre Salvador, Lauro de Freitas e Camaçari (Vila de Abrantes e Jauá). Todos os dias, em média 30 mil pessoas utilizam os coletivos da empresa. (A Tarde)

Milhares de estudantes universitários que dependem do transporte coletivo em Porto Velho não puderam chegar ao Campus da Universidade Federal de Rondônia (Unir) nesta sexta-feira. Em represália às manifestações realizadas no dia anterior, as empresas não colocaram ônibus para circular na linha que leva à Universidade. Durante quase toda a manhã era grande o número de estudantes que se acumulavam no terminal Euclides da Cunha, no centro da Capital, à espera de transporte. Alguns conseguiram pegar carona, mas as aulas desta sexta-feira já estavam prejudicadas. A Semtran, responsável pela fiscalização e regulamentação do transporte coletivo em Porto Velho, calou-se diante do descaso das empresas. Os estudantes prejudicados reclamavam que, além de pagar caro por um serviço de péssima qualidade, ainda dependem da boa vontade das empresas. A promessa de melhoria do serviço em troca do aumento da tarifa não convenceu os usuários, pois argumentos idênticos já foram usados nos reajustes anteriores. No entanto o transporte coletivo em Porto Velho só piora. Enquanto esperavam sem a certeza de que conseguiriam transporte, alguns estudantes reclamavam que não estão conseguindo pagar meia tarifa, mesmo com identificação. Segundo eles, para aceitar o pagamento da tarifa reduzida as empresas de ônibus estão exigindo um recadastramento que demora quase um dia para ser feito. (Tudo Rondônia)

Desde as 6h da manhã deste sábado entrou em funcionamento o primeiro Bus Rapid Service, (BRS, sistema de ônibus rápido) na avenida Nossa Senhora de Copacabana, em Copacabana, zona sul do Rio. Nas duas faixas da direita só ônibus poderão transitar e parar. A exceção são os táxis adaptados para deficientes e veículos de transporte de valores, de serviço e escolares. O acesso às garagens e dobrar do lado direito também é permitido, mas o motorista não poderá trafegar mais de um quarteirão no corredor exclusivo. Os demais veículos deverão usar as duas faixas

da esquerda. Ao longo da avenida haverá 15 pontos distribuídos por três grupos de linhas. Como identificar os pontos - Todos os 15 pontos de ônibus serão nomeados individualmente e sinalizados com identidade visual própria, que, além de informar todas as linhas que param ali, informa as que param em pontos próximos. Também terão um grande mapa da avenida com a localização de todos os pontos para ninguém ficar perdido. Como identificar os ônibus - Na frente de cada ônibus haverá um adesivo com a sigla BRS e um número, que pode ser 1, 2 ou

3, correspondente aos pontos da avenida em que ele para. BRS 1: linhas radiais do consórcio Intersul (cor amarela) que ligam a zona sul ao Centro. Terão seis pontos de parada. - BRS 2: linhas que ligam os bairros dentro da área do consórcio Intersul. Terão seis pontos de parada. - BRS 3: linhas que chegam a Copacabana operadas por outros consórcios: Internorte (cor verde), Santa Cruz (cor vermelha) e Transcarioca (cor azul). Estas linhas terão três pontos no bairro. Estes pontos serão os mais próximos das estações de metrô Cantagalo, Siqueira Campos e Cardeal Arcoverde. (IG)

Ônibus da empresa Dois de Julho em operação: greve durou três dias e prejudicou milhares

Corredor de Copacabana começa a funcionar no RJ

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A SEMANA EM 10 TEMPOS

Salvador tenta implantar sistema BRT aprendendo com o sistema de Bogotá Com a Copa do Mundo em 2014, Salvador busca implementar um sistema de transporte público de massa mais eficiente. O principal projeto referese ao BRT (Bus Transit Rapid), um corredor exclusivo para ônibus, com duas faixas, que cortará a cidade do Aeroporto até o Acesso Norte, permitindo a ligação com o metrô. O investimento está estimado em R$ 570 milhões e é inspirado no sistema de transporte de Bogotá, capital da Colômbia. Com corredores exclusivos, o tempo de espera média dos ônibus será reduzido em 83%, saindo de 18 para apenas 3 minutos. Segundo a Secretaria dos Transportes e Infraestrutura da Prefeitura de Salvador (Setin), também haverá uma redução no tempo das viagens. Dados do BRT de Bogotá apontam que ônibus convencionais que tinham uma velocidade média de 8 a 10 km/h circulam hoje com 28 km/h, afirma Carlos Rada, diretor comercial da Transmilênio, sistema público que coordena sete empresas que operam no BRT. São Mapa do futuro BRT da capital baiana os corredores exclusivos que reduzem o tempo. gotá sofre com a alta demanda, e o presidente Com uma cidade de 7,2 milhões de habitantes, da Transmilênio, Jairo Mendieta, também ino desafio hoje de Bogotá é estender o sistema, forma que a população reclama dos ônibus que só atende 16% da população. cheios. Velocidade - Em Salvador, somente “Há uma alta ocupação dos ônibus no trecho Aeroporto-Acesso Norte, o governo e, por isso, estamos construindo uma terceira do estado vai gastar R$ 570 milhões, sendo que fase de trechos”, acrescenta Medienta. A fase as licitações já estão previstas para começar en- três do BRT em Bogotá corta outro corredor tre março e abril. A novidade é que a prefeitura em paralelo, e Medienta explica que há necespleiteia mais R$ 400 milhões para construir o sidade de mais corredores exclusivos no centro trecho que ligará a Estação Iguatemi até a Lapa da cidade, por causa da alta demanda de pase a Calçada. Francisco Ulisses, chefe do setor sageiros. de planos e projetos da Setin, confirma que o Estações - Assim como em Bogotá, o prefeito João Henrique já esteve em Brasília, há sistema em Salvador contará com estações exduas semanas, encaminhando a nova proposta. clusivas para a parada dos ônibus, e os passage O projeto BRT em Salvador, inicial- iros já ingressarão no transporte com bilhete mente, terá 42 quilômetros. Mas, o projeto pago, o que agiliza o acesso do público para total atinge 127 quilômetros de corredores. 20 segundos em cada estação. Também há a Quando questionado sobre a possibilidade de previsão de três tipos de ônibus para compor o metrô, em vez dos ônibus, Ulisses sintetiza: sistema: o expresso (que cruzará do Aeroporto “Sem dinheiro, a solução é esta. Temos que ao Acesso Norte sem parar em nenhum ponmelhorar os modelos que já existem”. Segundo to); o semiexpresso (que parará em estações a Transmilênio, em Bogotá, foram investidos alimentadoras para pegar mais passageiros) e R$ 30 milhões para a construção de um quilô- as paradoras (responsáveis por pegar os pasmetro de BRT, enquanto o metrô seria R$ 120 sageiros em São Rafael, por exemplo, e deixar milhões. na estação BRT da Paralela). Problemas - É a demanda um dos O fato de ter duas faixas permitirá o maiores problemas do sistema. Mesmo com convívio dos três sistemas sem atrapalhar a op10 ônibus biarticulados, que chegam a levar eracionalidade, já que o expresso não será in260 passageiros na hora de maior trânsito, Bo- terrompido quando o semiexpresso e os para-

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dores estiverem nas estações. A possibilidade de levar mais passageiros também aumenta. Os ônibus em Salvador, que transportam hoje 70 pessoas, passarão a transportar 160 e até 240 passageiros. Porém, Ulisses também enfatiza a requalificação urbana que a Transmilênio fez em Bogotá em cada fase, como a construção de praças e estacionamentos para bicicletas, o que torna Bogotá a cidade da América Latina com maior quilometragem de ciclovias (340 quilômetros). Linhas do BRT - Mussurunga - Iguatemi / Mussurunga - Retiro / Mussurunga - Lapa / Retiro - CAB / Pituba - CAB / Lapa - Pituba / Lapa - CAB / Retiro – Pituba Outra questão é o preço da tarifa. Medienda não nega que há uma dificuldade entre oferecer um bom serviço a um baixo custo, como deseja a população. As pessoas que saem da periferia pagam 1.400 pesos colombianos (o que equivale a menos de R$ 1,40). Furto na capital colombiana - Mesmo com todo o sistema de segurança existente na capital da Colômbia, onde é comum presenciar o próprio Exército nacional nas ruas, na terça-feira um dos jornalistas baianos que visitavam o sistema BRT foi furtado na Zona Rosa, tradicional área turística de Bogotá. O incidente aconteceu em um bar, durante a hora de almoço, quando um rapaz levou a mochila de Chico Vasconcellos, com todos os seus documentos e pertences, sem ninguém perceber. Interessante foi encontrar pouca compreensão na própria Embaixada brasileira, cujos funcionários se preocuparam apenas em liberar documentação para o jornalista viajar na manhã seguinte. Até R$ 2,4 bi do PAC - Salvador poderá receber até R$ 2,4 bilhões do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) Mobilidade Grandes Cidades. O governo federal colocou esta semana à disposição das 24 maiores cidades do país R$ 18 bilhões a serem distribuídos para bancar a realização de obras de infraestrutura de transportes públicos. A capital baiana está no grupo das nove cidades que receberão maior volume de recursos e poderá apresentar até quatro propostas. *A reportagem do Correio da Bahia viajou a Bogotá a convite do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Salvador (Correio da Bahia)

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Marisa Vanessa N. Cruz As promoções de passagens aéreas

COLUNISTAS

Fotos: Marisa Vanessa N. Cruz

festa para os passageiros que finalmente podiam viajar a baixo custo, mesmo não podendo comprar caríssimas passagens aéreas. Fiquei feliz até pra mim, que pude conhecer Vitória a preços acessíveis.

Vista aérea da Ilha do Sandri – Angra dos Reis

Galeão-RJ Pela primeira vez conheci o Aeroporto Internacional Tom Jobim, localizado na Ilha do Governador e no bairro do Galeão. É extremamente gigantesco! Tem até ‘secretária eletrônica’ com a voz da Íris Lettieri, conhecida como ‘a voz do aeroporto’, informando os horários de partida. Andei por lá andar por andar, observei estacionamentos e paradas de ônibus, como por exemplo o ponto do terminal 2 – conhecido como Caracol. Na verdade não conheci o aeroporto do Galeão por acaso, e sim porque a aeronave fez parada técnica por lá. No voo JJ3138, entre São Paulo (Congonhas) e Vitória, como um dos computadores do A320 da TAM não estava funcionando, a aeronave saiu da aerovia UW63 e projetou à direita, podendo ver as paisagens da cidade de Angra dos Reis como na foto. Voando baixo, já antes de preparar para o pouso, o avião fez um giro à esquerda para então, pousar na pista 33. Já no voo charter JJ9357 que foi preparado para atender passageiros da TAM perdidos no Galeão que estavam no voo anterior, a decolagem foi na pista 10 - e com atraso devido ao tempo de 30 minutos para o re-abastecimento da aeronave. Vitória-ES Já o Aeroporto de Vitória é extremamente pequeno. A sala de embarque comporta até três embarques simultâneos, e a sala de desembarque com duas esteiras para o desembarque de malas. Com sua pista de 1750 metros (190 metros a menos que a pista principal de Congonhas) e estacionamento de até seis aeronaves, a reforma, ampliação e segunda pista já era para ter executado há muito tempo, mesmo com anos de projeto elaborado. E no mais, agradeço pela leitura da edição anterior sobre minha viagem até a Grande Vitória.

Ônibus da 1001, da linha 998, hoje atende pelo novo número da linha 761D (fotografado no saguão do aeroporto do Galeão) No mês de janeiro último, inúmeras por ser o mês em que as passagens aéreas são companhias aéreas aproveitaram a promoção mais caras, já que alguns horários para vários da GOL e lançaram as suas. Na GOL, em destinos não tinham lotação completa, então, comemoração ao aniversário de 10 anos da a empresa resolveu distribuir passagens de empresa, a passagem de volta chegou a custar R$ 122,50 de SP-Congonhas para Vitória, R$ somente 10 reais, para quem comprar as pas- 92,00 de SP-Congonhas para Porto Alegre, e sagens em janeiro e viajar entre fevereiro e assim por diante, para quem viajar até 31 de março. Aí a TAM resolveu fazer sua promoção. janeiro. A Azul também lançou passagens de Aproveitando que o mês de janeiro não é o mês 10 reais para a volta, nos mesmos moldes da propício para viagem de negócios e também GOL. A Webjet também fez parecido. Foi uma

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Novo acervo Folha: 1,8 milhão de páginas No dia 19 de fevereiro, todas as edições do jornal, desde 1921, estavam disponíveis gratuitamente, mas a partir das 20 horas do mesmo dia, todo o conteúdo foi radicalmente restrito, mesmo cadastrando com login e senha obtendo 15 dias gratuitos – e até agora, nem consigo mais visualizar o conteúdo. Para visualizar todo o acervo, o usuário precisa pagar, no mínimo, R$ 29,90 por mês em uma assinatura semestral. Mas felizmente eu consegui pegar três reportagens sobre o ano de 1978, sobre o novo sistema de transportes da capital paulista.

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Francisco Ivano



MATÉRIA DA SEMANA

Foto: Paulão/RJ

Concebido para o mercado latino, o Caio Monte Rei foi uma reestilização do Vitória InterCity

CAIO MONTE REI Adamo Bazani Até os anos de 1960, a indústria de ônibus do Brasil estava passos e passos atrás das fabricantes européias e norte-americanas. Tanto é que as empresas de ônibus que tentassem buscar um diferencial para suas linhas, com veículos mais confortáveis, design mais agradáveis e mais modernos, tinham na grande maioria das vezes importar os ônibus. Exemplos clássicos disso na história não faltam: em 1947, a EAOSA – Empresa Auto Ônibus Santo André, trazia o GM Coach Urbano, em 1950, a CMTC importaria dos Estados Unidos o mesmo modelo. A luta pela liderança na mais rentável linha de transportes rodoviários por ônibus, Rio – São Paulo, também teve a participação dos importados: os Twin Coach da Cometa, em 1951, os GM PD 4104, apelidados de Morubixabas, também da Cometa, em 1954, e os Flxible, apelidados de Diplomatas, da Expresso Brasileiro, em 1958, que por problemas de documentação, e por interferência da rival Cometa, ficaram 3 anos retidos na Alfândega. Quando, no entanto, Juscelino Kubitscheck, assumiu uma postura desenvolvimentista, privilegiando a criação de um parque industrial automotivo no Brasil, e não exatamente brasileiro, pois boa parte das indústrias era estrangeira, os fabricantes locais

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de ônibus tiveram de se modernizar. Não só apenas pelos incentivos que ganhavam, mas pelas pressões por parte de grandes empresas de ônibus que exigiam produtos melhores para se diferenciarem no mercado e atenderem a um público e administradores governamentais que se tornariam mais críticos. Para as indústrias de chassis e motores, a tarefa foi relativamente fácil, pois traziam o desenvolvimento tecnológico das plantas do exterior. Mas a indústria de carrocerias teve de fazer a lição de casa certinho e nessa fase, o amadorismo e a rusticidade, apesar de as condições e vias no Brasil exigirem robustez, iam perdendo espaço. Apenas as empresas que investiam em qualidade, inovação, desenvolvimento de produtos e que se fortaleciam financeiramente sobreviveriam a esta nova dinâmica de mercado. Muitas fecharam. Outras duraram pouco tempo ou foram simplesmente compradas ou engolidas pelas maiores. Mas de certa forma, vale a pena. A indústria brasileira de carrocerias chegou a tal ponto que começou em suas plantas a desenvolver produtos para outros países. Um dos exemplos foi o modelo semirrodoviário Caio Monte Rei (como é a grafia oficial segundo a própria encarroçadora). O veículo, segundo a Caio, foi lançado

em 1994, apresentado na Expobus, evento do setor realizado neste ano. De acordo com algumas correntes, o Monte Rei não passa de uma segunda versão do Caio Vitória Intercity, modelo intermunicipal para serviços seletivos ou rodoviários de pequenas distâncias derivado do bem sucedido urbano Vitória. Mas, segundo a história da encarroçadora, o Monte Rei foi desenvolvido, com linhas mais sóbrias e disposição diferente das janelas em comparação ao Vitória Intercity, com vistas ao mercado latino, especialmente o mexicano, que passava na época por uma importante renovação no conceito de transportes voltados para o turismo e rodoviário de distâncias reduzidas. O Monte Rei, no entanto, ao contrário do que muitos pensam, não foi lançado exclusivamente para o México. Ele procurava atender às necessidades do mercado latino, o design empregado neste nicho consumidor, mas não deixava o Brasil de lado. É certo que no País ele não teve expressivas vendas. Mas alguns modelos puderam ter sido vistos em empresas de fretamento e turismo, como Barra Tur, na região de Limeira, Interior Paulista, e de linhas intermunicipais seletivas, como em Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo. O Monte Rei foi uma prova que a indústria de ônibus era capaz de atender as necessidades não apenas do Brasil.

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SERVIÇO Foto: Scania do Brasil

MANUTENÇÃO SCANIA NA GARAGEM

Formato inovador de manutenção personalizada já reduz em até 80% as paradas imprevistas nas estradas Da Scania do Brasil Para atender uma nova demanda do setor de transporte de passageiros rodoviário, a Scania passa a disponibilizar uma equipe de mecânicos altamente qualificados para cuidar da manutenção e revisão periódica de ônibus dentro das próprias garagens das empresas. Um dos principais objetivos é minimizar o índice de paradas imprevistas nas estradas, assegurando a qualidade do serviço prestado aos passageiros. Por meio de um acordo firmado entre a Scania, sua concessionária Codema e a Auto Viação 1001, uma equipe com 12 mecânicos já cumpre essa rotina de trabalho desde agosto de 2009. Os serviços são realizados, inclusive aos finais de semana, dentro da garagem da empresa, que está localizada próximo ao Terminal Rodoviário do Tietê, em São Paulo - SP.

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Nesse período, o índice de socorro, que contabiliza o atendimento de emergência aos carros parados na estrada e é um dos indicadores de qualidade da empresa, sofreu redução de até 80% em períodos críticos, como feriados prolongados. A eficiência geral da oficina da empresa aumentou e a disponibilidade dos carros também, não havendo necessidade de grandes intervenções ou o deslocamento do veículo até uma concessionária Scania. “Ganhamos agilidade na revisão dos nossos veículos, além da garantia Scania em cima da manutenção feita. Somos uma empresa de transporte de passageiros, a manutenção não é o nosso foco. Por isso, fomos buscar parceiros com conhecimento para fazer isso da melhor maneira e com um custo competitivo”, afirma Marcelo Correia, gerente setorial da Auto Viação 1001. Além da equipe de mecânicos, a

Scania mantém na garagem da 1001 o ferramental adequado e um estoque completo para a reposição de peças. A programação e a decisão da troca de cada peça, entretanto, são gerenciadas pelo cliente, que autoriza a execução dos serviços pela concessionária Scania. “Com uma estrutura digna de uma concessionária, dedicada e exclusiva dentro da garagem da empresa, é possível manter o nível de excelência da manutenção, oferecendo maior qualidade e confiabilidade, na velocidade que o cliente demanda. Não se trata de um serviço terceirizado e sim de uma parceria, pois a gestão de toda a manutenção é controlada pelo próprio cliente. Com o sucesso da operação na 1001, estamos disponibilizando esse serviço agora para outras empresas”, acrescenta Luiz A. Pigozzo, gerente de Serviços para o Segmento Ônibus da Scania no Brasil.

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José Euvilásio Sales Bezerra Sorocabanas...

Fotos: José Euvilásio Sales Bezerra

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No último dia 29/01, passei o dia na cidade de Sorocaba. No período da tarde, fiquei fotografando no entorno da Rodoviária de Sorocaba. Apesar de pequena e, aparentemente, próxima da saturação, a Rodoviária mostra-se um ótimo local para os entusiastas do transporte por ônibus fotografarem. Ela lembra, em alguns aspectos, a velha rodoviária de Campinas. Para deixar a rodoviária, todos os ônibus são obrigados a dar uma volta no entorno da Rodoviária para, depois, pegar a avenida que leva à saída da cidade. Justamente a entrada dessa avenida é que é o melhor lugar para fotografar. Pude fotografar muitos ônibus de diversas empresas: Garcia, Cometa, Transpen, Expresso Amarelinho foram algumas das que fotografei. Mas o destaque do dia, pelo fato histórico, foi a Pontur. O motivo era por aquele ter sido seu último sábado na operação das suas linhas que ligam Itu e São Roque à Soro-

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caba. Desde o dia 1º de fevereiro a Rápido Luxo Campinas assumiu a operação dessas linhas, depois da própria Pontur desistir de operar as linhas por conta de dívidas – sem falar em toda a história que levou a Artesp a descredenciá-la anteriormente. Nesse dia, vi rodando um dos Caio Millennium II MBB O500MA, da Rápido Luxo Campinas. Ele estava fazendo uma espécie de “test drive” pela região. Ficou um tempo parado no próximo ao ponto final da linha das linhas da Pontur e, depois fez uma volta pela região e voltou, ficando estacionado por um tempo no ponto final de outra linha da Rápido Luxo. Do outro lado, nas linhas da Pontur, em seu último sábado de operação, a frota das linhas eram compostas por Urbanuss Scania e Apache Vip II Volks. Último sábado que, hoje, consta apenas na história do progresso da região de Sorocaba. * 001 – Jardim Sandra – E, como sempre que vou a Sorocaba, usei essa linha. Nas vezes ante-

riores que estive por lá, ela era operada por um carro só: um Caio Apache S21, MBB OF1722M. Hoje, ela roda com um ônibus mais novo: um Caio Apache S22, chassi MBB OF1722M. Tão simples quanto o S21 antecessor, este, ao menos, é equipado com elevador para cadeirantes, atendendo à lei da acessibilidade. Essa linha é curta, tem um carro só, mas é muito simpática. Passa por muitos bairros residenciais, que tem aquele clima de interior. Pra quem gosta de passear de ônibus urbano, é uma linha bem bacana. * Ex-Sampa – sempre que vou a cidades do interior, gosto de procurar carros ex-São Paulo. E, curiosamente, achei dois deles. Não reconheci a empresa de origem, mas, para os plaqueiros, a placa é BYE-3511. Ele estava na linha 033 – Mato Dentro. Fiquei um tempão no Terminal São Paulo aguardando a volta dele pra fazer uma viagem no carro. Mas demorou tanto que acabei desistindo... * Cuca fresca – Naquele dia, o calor estava de rachar. E nada melhor do que um ônibus com ar condiocionado. Os passageiros da linha suburbana Sorocaba – Porto Feliz são privilegiados. A empresa São João tem uma frota de Caio Apache Vip II Volks 17230EOD com ar nessa linha. Seria tão bom se outras empresas tivessem esse tipo de iniciativa. Os passageiros agradeceriam. * Lotação máxima – Voltei de Sorocaba em um Paradiso G6 1200 da Viação Cometa Scania, prefixo 5512. Carro bom, uma máquina. O carro saiu da rodoviária com metade da lotação. Mas, durante o caminho, foi pegando passageiros a rodo. Quando a última passageira entrou, por pouco não faltou banco pra ela se sentar: uma outra passageira “sentou” uma bolsa no banco ao seu lado e se fez de indiferente até os outros passageiros começarem chiar. É a “hospitalidade” de alguns brasileiros posta à prova...

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Adamo Bazani As grandes compras da CMTC

COLUNISTAS

Foto: Acervo Paulo Vidal

Empresa operadora municipal de São Paulo tinha o poder de determinar tendências no mercado de transportes e elevar modelos de ônibus ao sucesso ou rebaixá-los ao fracasso

Lote de Amélia Volvo B 58 da CMTC, nos anos de 1980. As compras da CMTC além de se destacarem pelo volume de veículos adquiridos, traziam novos produtos e conceitos de transporte com vistas à economia, meio ambiente e bem estar de funcionários e passageiros

Não é saudosismo. È fato! A CMTC – Companhia Municipal de Transportes Coletivos – foi um dos maiores fenômenos do transporte não só em São Paulo e no Brasil, mas em todo o mundo. Seu tamanho, operando a maior frota pública da América Latina, e sal atuação e influência faziam da CMTC ponto obrigatório de visitas de delegações de profissionais do setor de transportes de várias partes do mundo. Infelizmente vítima das condutas viciosas da máquina pública, de gastar mais que arrecada, criar cabidões de emprego e de um pensamento no mínimo desprezível de encarar o dinheiro público com dinheiro de ninguém, mas que todo o mundo pode mexer, em boa parte de sua a atuação, a CMTC acumulou déficits e problemas administrativos que fizeram com que o ícone dos transportes acabasse entre 1993, com a venda dos ônibus, linhas e garagens, e 1994, com a venda dos trólebus. A empresa que foi criada em 1946 e começou a funcionar em 1947, assumindo o patrimônio de bondes e linhas desprezado pela canadense Light and Power Co. e reorganizando os transportes por ônibus, chegando a operar 90% do sistema, implementou uma nova metodologia de transportes que nasceria tarde frente ao crescimento urbano acel-

erado e desorganizado e foi responsável pela cidade de São Paulo, apesar de suas carências e defeitos, ter orgulho de uma empresa de transporte que era a marca da cidade. O pioneirismo no uso do trólebus, que começou a operar de forma comercial na cidade em 22 de abril de 1949, na utilização de combustíveis alternativos ao petróleo, que foi desde o gás natural, passando pelo etanol, pelo diesel de fontes renováveis até o gás de lixo, o metano, mostrou que a CMTC era sinônimo de um investimento com vistas a melhoria da qualidade de vida da população, que não seria feito, por limitações econômicas ou pelo pouco interesse em aplicar no novo que custe mais por parte dos empresários particulares de ônibus. Apesar de onerar os cofres públicos, não foi esta a causa de a CMTC ter quebrado. Nem sua participação como fabricante de veículos, a exemplo dos trólebus em 1963 e do Mônika a partir de 1967. Pelo seu tamanho e por contar com operadores e técnicos de grande capacidade, a CMTC tinha o poder de determinar o mercado de ônibus brasileiro. Muitos empresários esperavam primeiro a CMTC comprar determinado ônibus. Se os profissionais da Companhia o aprovassem, então era sinal de que o modelo era bom. Além disso, as grandes compras e re-

formas de frota da CMTC mexiam de forma significativa no mercado, fazendo com que empresas fabricantes crescessem ou amargassem sérias dificuldades. O cancelamento de uma encomenda de mais de 100 carrocerias de trólebus foi apontado como um dos motivos para a falência da Ciferal em 1982, aliado à problemas administrativos, Quando um modelo era comprado pela CMTC, no entanto, era sinônimo de sucesso para a indústria brasileira. E em sua história foram várias as aquisições. Pouco depois de ser criada, em 1949, além de adquirir dezenas de trólebus, a CMTC comprou 200 ônibus diesel. Nos anos de 1950, foi a vez da subsidiária da italiana Siccarr vender mais de 100 veículos à cidade de São Paulo. Em 1978, um recorde histórico: foram comprados 2 mil ônibus Monobloco O 362 da Mercedes Benz, a maior encomenda individual da marca alemã. Em 1982, novo destaque. Foram 250 monoblocos Mercedes O 364 e 100 ônibus Padron II, que agregavam para a época modernidade, segurança e conforto pouco vistos em ônibus urbanos, modelo Caio Amélia sobre chassi Volvo B 58, dotado de suspensão a ar, como na foto. Se o mundo dos ônibus fosse como o mundo da moda, a CMTC era quem lançava tendências e brilhava nas passarelas.

ATENÇÃO LEITORES DA REVISTA INTERBUSS: EM VIRTUDE DE MUDANÇAS NA ESTRUTURA DA PUBLICAÇÃO, ALGUMAS SEÇÕES ESTÃO DEIXANDO DE SER PUBLICADAS REGULARMENTE, O QUE SERÁ REGULARIZADO EM BREVE. AGRADECEMOS A COMPREENSÃO. Revista InterBuss

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AS FOTOS DA SEMANA Seleção especial de fotos do uruguaio Pablo Ricardo Martinez Marcote, publicadas no Portal InterBuss ao longo dos anos. Acessem www.portalinterbuss.com.br

1. Monobloco MB O-371 ainda em operação em Montevideo • 2. Caio Padron Vitória Scania em operação na região. Esse veículo teve as peças enviadas para o Uruguai e foi montado lá. • 3. Padron Rio Volvo B58 ainda circulando pelas ruas de Montevideo • 4. Torino Volvo B7R que chegou há pouco tempo na capital uruguaia • 5. Vitória Volvo B58 também em operação na capital uruguaia, onde é proibido operação de veículos de motor dianteiro • 6. Gran Viale Volvo B7R Piso Baixo operou em caráter experimental na cidade.

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PEÇAS E ATENDIMENTO

Foto: Divulgação

Ônibus Volvo em Santiago, localidade que também será beneficiada com o novo centro de peças da montadora

NOVO CENTRO DE LOGÍSTICA DE PEÇAS DA VOLVO NO BRASIL Da Volvo O presidente da Volvo do Brasil, Roger Alm, informou no começo do mês que a empresa construirá um novo Centro de Logística de Peças para atender sua operação sul-americana. Serão investidos R$ 50 milhões nas instalações, que serão erguidas dentro do complexo industrial da Volvo no País, localizado em Curitiba, no Paraná, sede da companhia no continente. “Vamos agilizar os processos, melhorar o atendimento aos clientes nessa área”, afirma Roger Alm, presidente da Volvo do Brasil. O novo centro terá 28,2 mil metros quadrados (m²), sendo que, deste total, 22 mil m² somente para áreas de armazenagem. “Vamos expandir todos os nossos recursos atualmente disponíveis para otimizar a gestão da cadeia logística”, afirma Paulo Turci, gerente de projetos da Volvo Parts na América do Sul

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e responsável pela implantação do novo centro. A nova estrutura logística local contribuirá para a implantação de um sistema global de gerenciamento da cadeia de suprimentos da Volvo. Chamado Supply Chain Management, ele vai revolucionar a gestão da cadeia de peças de reposição, interligando os centros logísticos centrais da corporação espalhados por diferentes continentes. “Vamos também acelerar a qualidade e o tempo de movimentação de materiais, além de aumentar a densidade de armazenagem”, observa Turci. A subsidiária brasileira da marca mantém uma das cinco estruturas logísticas deste tipo existentes em todo Grupo Volvo no mundo. As demais estão situadas em Columbus (Estados Unidos), Ghent (Bélgica), Eskistuna (Suécia) e Seul (Corea). Estes centros são responsáveis pela movimentação, administra-

ção e envio de peças de reposição para distribuidores domésticos e também para outros mercados internacionais onde a Volvo está presente. A unidade brasileira, por exemplo, recebe as peças dos fornecedores brasileiros e as distribui tanto internamente como envia para as operações da Volvo na Bélgica e na Suécia. “Verde” O novo centro será construído e funcionará seguindo um conceito ambientalmente correto. Coleta de água de chuva para reaproveitamento, energia elétrica gerada a partir de captação de painéis solares, lâmpadas de Led mais econômicas, iluminação translúcida e um pátio com piso permeável são alguns dos aspectos “verdes” da nova estrutura. “Respeito ao meio ambiente é um dos valores essenciais da Volvo, ao lado da segurança e da qualidade”, finaliza Turci.

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