Revista InterBuss - Edição 28 - 23/01/2011

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VIAÇÃO ABC E PERUEIROS

EM PÉ DE GUERRA Taubaté tentou fazer intercalação de horários entre veículos, porém reclamações ainda continuam

R EV I ST A

InterBuss

ANO 1 Nº 28 23/01/2011

A CIDADE OLÍMPICA COMEÇA A GANHAR FORMA

Primeiros corredores exclusivos começam a operar ainda neste ano

VEM AÍ O NOVO SITE DA REVISTA INTERBUSS, AGORA COM NOTÍCIAS EM TEMPO REAL. ESTREIA NA SEMANA QUE VEM. NÃO PERCAM! É VOCÊ MUITO MAIS BEM INFORMADO!


ATENÇÃO VOCÊ QUE JÁ FEZ SEU CADASTRO NO PROGRAMA DE FIDELIDADE INTERBUSS: FAREMOS O DEPÓSITO CORRESPONDENTE AO PERÍODO DE 05/01 ATÉ HOJE NA PRÓXIMA TERÇAFEIRA, DIA 25/01. PORTAL

InterBuss

CONTEÚDO DE QUALIDADE COM RESPONSABILIDADE


NESTA EDIÇÃO

A HISTÓRIA DA GUERINO SEISCENTO E O AVANÇO DE TUPÃ

Foto: Luciano Roncolato

Matéria da Semana • Página 14

Um dos carros da empresa Guerino Seiscento, cuja história se mistura com a de Tupã

Fotos da capa: Wesley Araújo e Adriano Minervino

Edição número 28 • Domingo, 23 de Janeiro de 2011 • Concluída às 14h22 • Esta edição tem 20 páginas

EDITORIAL • Altíssimos reajustes das tarifas de ônibus ...... 4 A SEMANA EM 10 TEMPOS ......................................... 5 COLUNISTAS • José Euvilásio Sales Bezerra ................. 9 PÔSTER • Victor Hugo Guedes Pereira ....................... 10 COLUNISTAS • Adamo Bazani ........................................ 12 COLUNISTAS • Marisa Vanessa N. Cruz.......................... 13 MATÉRIA DA SEMANA • Guerino Seiscento e Tupã .... 14

Revista na Rede Os sites do grupo Portal InterBuss são atualizados frequentemente com novos conteúdos. Fiquem atualizados com eles: • REVISTA ELETRÔNICA Acesse nosso conteúdo também na revista eletrônica, todos os dias, 24h por dia, em: www.portalinterbuss.com.br/revista • NOTÍCIAS Veja notícias do setor de transportes atualizadas diariamente em nosso blog: www.portalinterbuss.com.br/noticias

CASO MAUÁ • Mais uma decisão favorável à Leblon .... 17

• GALERIAS DE IMAGENS Nossas galerias são atualizadas semanalmente com fotos, desenhos e conteúdos enviados por diversos colaboradores de todo o Brasil. Veja em: www.portalinterbuss.com.br/galeria

INTERNACIONAL • Presidente da Volvo deixará cargo .. 18

Tudo no site: www.portalinterbuss.com.br

FOTOS DA SEMANA • As melhores do Portal InterBuss.. 16


EDITORIAL

Crescimento das aéreas, encolhimento das viações O advento da aviação comercial no Brasil está fazendo com que ano após ano os aeroportos batam recordes de movimento. Nunca tantos brasileiros voaram tanto quando nos últimos anos. Com isso, as empresas de ônibus estão perdendo passageiros. Já há casos em que passagens de avião estão mais baratas que as de ônibus, mesmo oferecendo maior conforto, serviços superiores e muito menor tempo de viagem. Diante desse cenário, as empresas de ônibus deveriam lutar pelo passageiro perdido, mas não é isso que está acontecendo. Em muitas linhas o serviço continua deficitário, com veículos velhos, quebras constantes, sem adicionais e tarifas cada vez mais altas. As viagens de avião no espaço que compreende de Porto Alegre até Goiânia, estão com tarifas quase sempre abaixo de R$ 100,00. A Webjet é a campeã dos preços baixos, com preços que chegam até a R$ 29,90, frente a tarifas de cerca de R$ 150 dos ônibus. Até a Trip, empresa dos grupos Caprioli e Águia Branca, entrou na onda dos preços baixos, concorrendo principalmente com a Azul, empresa que está com base no aeroporto de Viracopos, em Campinas, e constantemente faz promoções para quase todos os seus voos. Mas porque as empresas de ônibus

REVISTA

InterBuss

A Revista InterBuss é uma publicação semanal do site Portal InterBuss com distribuição on-line livre para todo o mundo. Seu público-alvo são frotistas, empresários do setor de transportes, gerenciadores de trânsito e sistemas de transporte, poder público em geral e admiradores e entusiastas de ônibus de todo o Brasil e outros países. Todo o conteúdo da Revista InterBuss provenientes de fontes terceiras tem seu crédito dado sempre ao final de cada material. O material produzido pela nossa equipe é protegido pela lei de direitos autorais e sua reprodução é autorizada após um pedido feito por escrito, e enviado para o e-mail revista@portalinterbuss.com.br. As fotos que ilustram todo o material da revista são de autoria própria e a reprodução também é autorizada apenas após um pedido formal via e-mail. As imagens de autoria terceira têm seu crédito disponibilizado na lateral da mesma e sua autorização de reprodução deve ser solicitada diretamente ao autor da foto, sem interferência da Revista InterBuss. A impressão da revista para fins particulares é previamente autorizada, sem necessidade de pedido.

não reagem? Às vezes aparecem algumas promoções de viações, porém ainda não chegam ao patamar das aéreas, que mesmo com baixos preços conseguem obter lucro na maioria das vezes. Algumas das últimas renovações de frota das empresas de ônibus mostrou que a melhora do serviço não é a prioridade. Veículos cada vez menores, simples, apertados e muitas vezes sem ar-condicionado. Algumas empresas apostam no medo de voar para segurar passageiros, mesmo com tarifas estratosféricas e viagens que podem chegar a até cinco dias por rodovias esburacadas, sem segurança, correndo risco de se acidentarem ou de serem assaltados. Uma melhora no serviço, com o oferecimento de alguns “mimos” aos passageiros, com certeza já faria a diferença. Pode parecer que não, mas um agrado sempre sensibiliza o passageiro, principalmente o esporádico. O crescimento das aéreas estão indo na contramão do desenvolvimento das empresas rodoviárias. Enquanto a aviação vai de vento em popa, as rodoviárias vêem a renda cair. Isso faz com que grandes grupos adquiram empresas menores e acabam fazendo uma blindagem de certos setores. Agora, com a Azul chegando a cidades do interior paulista, os passageiros de ônibus devem cair cada vez mais. PARA ANUNCIAR Envie um e-mail para revista@portalinterbuss.com.br ou ligue para (19) 9636.1087 e converse com nosso setor de publicidade. Você poderá anunciar na Revista InterBuss, ou em qualquer um dos sites parceiros do grupo InterBuss, ou até em nosso site principal. Temos diversos planos e com certeza um deles se encaixa em seu orçamento. Consulte-nos! PARA ASSINAR Por enquanto, a Revista InterBuss está sendo disponibilizada livremente apenas pela internet, através do site www.portalinterbuss.com.br/revista. Por esse motivo, não é possível fazer uma assinatura da mesma. Porém, você pode se inscrever para receber um alerta assim que a próxima edição sair. Basta enviar uma mensagem para revista@portalinterbuss.com.br e faremos o cadastro de seu e-mail ou telefone e você será avisado. CONTATO A Revista InterBuss é um espaço democrático onde todos têm voz ativa. Você pode enviar sua sugestão de pauta, ou até uma matéria completa, pode enviar também sua crítica, elogio, ou simplesmente conversar com qualquer pessoa de nossa equipe de colunistas ou de repórteres. Envie seu e-mail para revista@por-

Do Leitor Foto e Revista Olá, meu nome é André e queria saber se alguém aí pode me arrumar uma foto do ônibus 9 de Julho que está na revista número 21 para a minha coleção. Quero saber também quando sairá a revista em papel para eu comprar nas bancas. André Ricardo de Oliveira São Paulo/SP Nota da redação: Agradecemos o seu contato André! Vamos entrar em contato com o dono da foto publicada para verificarmos a possibilidade de enviá-la a você, já que dependemos dos autores para a liberação das fotos. Quanto a revista nas bancas, esperamos que ainda em 2011 já estejamos em diversos pontos de venda pelo Brasil.

Contatos em geral

Você também pode enviar seu contato diretamente para cada um de nossos colunistas e repórteres. Basta verificar logo no início ou no final o contato de cada um deles e enviar uma mensagem. Caso não haja nenhum canal de relacionamento disponível na matéria, você pode enviar sua mensagem para o colunista ou para o repórter através do e-mail revista@portalinterbuss.com.br e nõs faremos o encami-nhamento da mensagem à pessoa desejada. Na Revista InterBuss, você nunca fica sem contato ou sem resposta. Em até 72h respondemos sua mensagem. Este espaço é para você deixar a sua opinião sobre nosso conteúdo. Para isso, entre em contato através do e-mail revista@portalinterbuss.com.br. Na próxima edição, publicaremos sua opinião neste espaço. talinterbuss.com.br ou contato@portalinterbuss.com. br. Procuramos atender a todos o mais rápido possível. A EQUIPE INTERBUSS A equipe do Portal InterBuss existe há nove anos, desde quando o primeiro site foi ao ar. De lá pra cá, tivemos grandes conquistas e conseguimos contatos com os mais importantes setores do transporte nacional, sempre para trazer tudo para você em primeira mão com responsabilidade e qualidade. Por conta disso, algumas pessoas usam de má fé, tentando ter acesso a pessoas e lugares utilizando o nome do Portal InterBuss, falando que é de nossa equipe. Por conta disso, instruímos a todos que os integrantes oficiais do Portal e Revista InterBuss são devidamente identificados com um crachá oficial, que informa o nome completo do integrante, mais o seu cargo dentro do site e da revista. Qualquer pessoa que disser ser da nossa equipe e não estiver devidamente identificada, não tem autorização para falar em nosso nome, e não nos responsabilizamos por informações passadas ou autorização de entradas dadas a essas pessoas. Qualquer dúvida, por favor entre em contato pelo email contato@portalinterbuss.com.br ou pelo telefone (19) 9636.1087, sete dias por semana, vinte e quatro horas por dia.


A SEMANA EM 10 TEMPOS DE 16 A 22/01/2011

Transporte do Rio de Janeiro começa a aplicar as primeiras mudanças Câmeras nos ônibus e implantação de corredores exclusivos fazem parte das primeiras mudanças

clusiva ainda no primeiro semestre, mas sem data certa. No segundo semestre, o sistema será implantado em cinco importantes vias da zona norte: Marechal Rondon, Vinte e Oito de Setembro, Radial Oeste, Teodoro da Silva e Vinte e Quatro de Maio. Os veículos que circularem indevidamente nas faixas prefer-

enciais serão multados. Para identificalos, a prefeitura vai instala radares para verificar as placas. O esperado é que a velocidade passe de 13 km/h para 24 km/h nas vias especiais. Com a implantação do BRT, a frota deverá ser reduzida, mas a Fetranspor alega que isso não afetará o transporte. (Metro)

Desde que a Lei Mogi Mais Viva entrou em vigor, no ano passado, estabelecimentos comerciais e empresas ligadas ao setor de propaganda tiveram de se adequar. Isso não é diferente com as empresas de ônibus que oferecem espaço para a publicidade em seus carros, os chamados “busdoors”. A Prefeitura publicou semana passada a inclusão de uma nova cláusula no contrato com uma das empresas responsáveis pelo transporte coletivo, a Princesa do Norte, que estabelece novas normas para a exploração do serviço. O secretário municipal de Transportes, Carlos Nakaharada, explicou que este aditivo no contrato de concessão se refere, exclusivamente, à proibição da propaganda na estrutura do veículo. “As empresas poderão colocar car-

tazes e outros materiais apenas na parte interna. Esta decisão atende às exigências da Lei Mogi Mais Viva”. O gerente-administrativo da companhia, Valter Tasso, declarou que, desde que a empresa começou a operar em Mogi, nunca utilizou os veículos para a colocação de propagandas, mesmo antes da proibição. “Já tivemos propostas, mas não chegamos a um acordo financeiro e, por isso, não fizemos este tipo de propaganda”. Entretanto, ele, agora, analisa a possibilidade colocar publicidade corporativa e institucional dentro dos veículos. “Estamos analisando esta possibilidade, mas ainda não temos uma decisão”. A Princesa do Norte venceu o processo de licitação e começou a operar em Mogi no

ano passado. A frota da concessionária é composta por 83 ônibus, que são responsáveis por trafegar em 19 linhas no município. Ela deverá permanecer em Mogi pelos próximos 15 anos, prazo que pode ser prorrogado por mais dez anos. Sobre os ônibus intermunicipais que possuem “busdoor”, o secretário municipal de Segurança, Eli Nepomuceno, afirmou que a Comissão Municipal de Proteção a Paisagem Urbana, responsável pela fiscalização da lei, analisou o assunto e resolveu permitir o tráfego destes veículos, mesmo após a aprovação da Mogi Mais Viva. “Resolvemos não entrar nesta área porque o volume de veículos é pequeno. Agora, os ônibus que fazem a linha municipal não poderão ter publicidade”. (Mogi News)

Foto: Adriano Minervino

As mudanças no transporte coletivo no Rio, que fazem parte da preparação da cidade para os Jogos Olímpicos de 2016, começam este ano, segundo anunciou a Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor). Câmeras de vídeo serão instaladas nos ônibus em maio. “As imagens estarão ligadas ao centro de operações Rio, da prefeitura”, divulgou a relações-públicas da federação, Suzy Balloussier, acrescentando que a Fetranspor também pretende instalar banheiros nos pontos finais de cada linha. Segundo Suzy, as ações são integradas com a implantação do BRT, faixas especiais que serão implantadas nas zonas sul e norte. As duas faixas da direita serão corredores exclusivos para ônibus. Copacabana será o primeiro bairro a receber a novidade. A congestionada avenida Nossa Senhora de Copacabana vai ganhar a faixa especial no dia 19 de fevereiro. De acordo com o plano de metas da Fetranspor, o embarque e o desembarque em ônibus só serão permitidos na faixa da direita. Os carros apenas poderão trafegar nas faixas da direita para ter acesso às garagens. Outra rua importante e bastante tumultuada de Copacabana, a Barata Ribeiro, terá BRT em março. Botafogo e Jardim Botânico também serão beneficiados com a faixa ex-

Os ônibus urbanos do Rio de Janeiro começaram a ganhar nova pintura no ano passado

Mogi das Cruzes proíbe anúncios em ônibus

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A SEMANA EM 10 TEMPOS

Foto: Thiago Martins

Tarifa de ônibus urbano em Natal vai a R$ 2,20

Ônibus cai em barranco e mata um na RS-342 Um ônibus que fazia o trajeto Cruz Alta-Ijuí, na rodovia RS-342, no interior do Rio Grande do Sul, caiu de um barranco de 32 m na noite de sábado, causando uma morte e 31 feridos. Segundo a Polícia Rodoviária Estadual, chovia forte quando o motorista do veículo perdeu o controle e caiu no barranco. O ônibus capotou várias vezes. A vítima fatal tinha 32 anos. Os passageiros feridos foram encaminhados para hospitais em Cruz Alta e Ijuí. (Terra)

Ônibus urbano em Natal: empresa queria tarifa a R$ 2,34, R$ 0,14 a mais que o autorizado A Prefeitura do Natal publicou nesta sexta-feira (21), portaria estabelecendo o novo valor da tarifa de ônibus a ser cobrado, desde ontem, pelas empresas concessionárias de transporte coletivo em Natal: R$ 2,20. A tarifa de R$ 2,00 estava congelada há 18 meses. O reajuste de 10% foi autorizado pelo prefeito de Natal em exercício, Paulinho Freire, e está condicionado a duas exigências feitas às empresas: Instalação de GPS em toda a frota de ônibus (Agora o percurso, horário e freqüência das linhas de ônibus poderão ser monitoradas) e a inclusão de mais 24 ônibus para atender os usuários de Natal. A nova tarifa está embasada por um detalhado estudo realizado pelo setor técnico Secretaria de Mobilidade Urbana de Natal (Semob). A planilha de custos do sistema foi analisada e, antes da decisão, a Prefeitura do Natal compartilhou todas as informações com o Ministério Público Estadual, apresentando os itens que justificaram a medida. O último aumento de tarifa havia sido efetivado na metade de 2009, inclusive por força de um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) assinado em 2008 entre a Prefeitura e o Ministério Público. Além dos 18 meses sem reajuste, dos índices apresentados, dos insumos do petróleo e seus derivados, da depreciação dos veículos, a Semob levou em consideração o reajuste salarial dos rodoviários em 2010 e o novo dissídio que deverá ocorrer no próximo mês de maio. “Temos a responsabilidade de manter a sustentabilidade do sistema de transporte coletivo, estabelecendo uma tarifa justa, nem

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sub nem super dimensionar, compatível com custos da operação e o poder de compra dos usuários”, declarou Marco Antônio, titular da Semob. Empresas de ônibus pleiteavam R$ 2,34 As empresas de ônibus representadas pelo Seturn - Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Passageiros do Município do Natal pleiteavam, desde outubro de 2010, um acréscimo de R$ 0,34 no valor da tarifa. Em ofícios enviados ao município, o Seturn defendia e cobrava a implantação da tarifa de R$ 2,34, ou seja, R$ 0,14 a mais do que o que foi autorizado pela Prefeitura. A portaria estabelecendo reajuste da tarifa será publicada no Diário Oficial do Município desta sexta-feira (21). Dezenas de capitais e cidades brasileiras efetivaram reajustes da tarifa de ônibus entre dezembro último e o atual mês janeiro. Em um comparativo com os valores cobrados nestes municípios, a tarifa de Natal ainda é considerada uma das menores do país. Confiram: São Caetano (SP) – de R$ 2,30 para R$ 2,75 (19%) 01/01/2011 / Rio de Janeiro (RJ) – de R$ 2,35 para R$ 2,50 (6,4%) 01/01/2011 / Salvador (BA) – de R$ 2,30 para R$ 2,50 (6,4%) 02/01/2011 / Santo André (SP) – de R$ 2,65 para R$ 2,90 (9,4%) 03/01/2011 / Guarulhos (SP) – de R$ 2,65 para R$ 2,90 (9,4%) 05/01/2011 / São Paulo (SP) – de R$ 2,70 para R$ 3,00 (11,11%) 05/01/2011 / Belo Horizonte (MG) – de R$ 2,30 para R$ 2,45 (6,5%) 29/12/2010 / Vitória (ES) – R$ 2,15 para R$ 2,30 (4,35%) 03/01/2011 (Diário de Natal)

Uberlândia tem nova tarifa de ônibus: R$ 2,40 Entra em vigor hoje o reajuste no transporte urbano coletivo de Uberlândia. A alta é de 6,7%, passando a tarifa para R$ 2,40. Os usuários do transporte coletivo urbano de Uberlândia que tiverem valestransporte acumulados adquiridos por R$ 2,25 poderão utilizá-los normalmente até que acabem. “O nosso sistema de bilhetagem eletrônica vai computar o uso de uma passagem, sendo assim não importa o preço que o usuário pagou. Um levantamento feito pelo jornal Correio de Uberlândia mostra que o usuário que utiliza duas passagens diárias, considerando uma média de 24 dias úteis por mês, vai gastar R$ 7,20 a mais no orçamento mensal, o que no fim do mês representa R$ 86,40. Secretário justifica aumento Na sexta, em entrevista ao jornal Correio de Uberlândia, o secretário municipal de Trânsito, Paulo Sérgio Ferreira, explicou que o reajuste foi determinado por meio da avaliação das planilhas de custos das empresas. Os fatores levados em conta foram os gastos com mão de obra, combustível e manutenção e impostos. “Analisamos a variação de cada um destes itens e chegamos ao valor. No nosso entendimento, a tarifa é justa e consegue manter o equilíbrio do contrato com as empresas”, disse Ferreira. Reajuste: R$ 2,25 + 6,7% = R$ 2,40 / + R$ 7,20 por mês / + R$ 86,40 por ano (2 passagens por dia) (Correio de Uberlândia)

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Integração entre perueiros e ônibus da Viação ABC em Taubaté gera confusão

Disputa O que se viu no primeiro dia da fase experimental da iniciativa foi uma disputa acirrada pelos passageiros entre vans e ônibus. Motoristas da Tctau (Transporte Complementar de Taubaté) protestaram na semana passada em frente ao Departamento de Trânsito. Eles foram atendidos pela dire-

Foto: Wesley Araújo

A intenção até que era boa, mas não funcionou conforme o combinado. O primeiro dia do novo cronograma de horários do transporte coletivo em Taubaté foi marcado por confusão, falta de informação e protesto dos perueiros, que questionavam o cumprimento dos horários dos ônibus pela ABC Transportes. O acordo intermediado pela Secretaria de Transportes previa que as empresas operassem em sistema de integração de horários. A intenção era que os ônibus e van atuassem de forma complementar -- um passando no intervalo do horário do outro -- reduzindo pela metade a espera dos passageiros.

Ônibus da Viação ABC em Taubaté: perueiros reclamam do não cumprimento de horários tora da pasta, Claudia Carmona Antelmo. disse o permissionário da Tctau Antonio de “O que eles estão fazendo é reduzir a Paula, 41 anos. velocidade do trajeto para se manterem à fr- A empresa nega, por meio do diretor ente das vans. Isso esvazia os pontos quando Tiago Felício, a acusação dos perueiros. (Bom a gente chega e atrapalha o nosso trabalho”, Dia)

Obra em terminal de Fortaleza tem ritmo reduzido As 235 mil pessoas que passam diariamente pelo Terminal de Integração do Antônio Bezerra já devem ter percebido mudanças no ritmo da obra que dará nova estrutura ao equipamento. Após entendimento com Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), o Município resolveu suspender os trabalhos de escavação, por conta das chuvas e do risco de acidentes com usuários de transporte coletivo ou com ônibus. A decisão é uma medida preventiva para garantir a segurança dos transeuntes. Representantes do MPCE estiveram no local na última quinta-feira, após denúncia de que haveria perigo na área. De acordo com o promotor de Justiça Gilvan Melo, do Núcleo Especial de Fiscalização e Acompanhamento de Políticas do Trânsito (Nuetran), o MP tem por norma verificar a segurança e estar presente em todos os acontecimentos que, de certa forma, prejudiquem a população. Problema No caso da obra de ampliação do Terminal do Antônio Bezerra, a escavação ficava muito próxima de onde os ônibus faziam as manobras para entrar em uma das três plataformas do equipamento. Com as

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precipitações dos últimos dias, pensou-se no risco de deslizamento das paredes escavadas, comprometendo a estrutura da pavimentação e a segurança de trabalhadores e usuários. “Era perigoso um ônibus cair dentro da vala”, calcula o promotor, que na quintafeira mesmo se encontrou com o presidente da Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor), Ademar Gondim, no terminal. Na ocasião, eles decidiram parar as escavações por medida de segurança e até que as chuvas diminuam. Além da suspensão de parte dos trabalhos, os ônibus deverão passar a pelo menos três metros de distância do tapume que protege a vala. Segundo Ademar Gondim, desde domingo funcionários da Etufor observavam risco de desabamento. Isso porque, “quando chove, a água penetra e funciona como lubrificante entre os grãos. À medida que ela entra, há o deslizamento”. Para evitar essa erosão, foi feita uma proteção com plástico no declive. Ademar Gondim afirma que como a decisão aconteceu em um dia de chuva e horário de grande movimentação, houve transtornos no trânsito e desinformação. “O chão não cedeu, (o buraco) não expandiu. A

escavação está do mesmo jeito de domingo. O perigo de um ônibus passar na borda e o chão ceder não aconteceu”, diz. Segundo o presidente da Etufor, dois pilares de cada uma das três plataformas serão retirados para a escavação avançar. Benfeitorias A obra, de responsabilidade do Programa de Transporte Urbano de Fortaleza (Transfor) e com previsão de término para setembro de 2011, ampliará o terminal de 12.700 metros quadrados para 29.500. Haverá novas entradas e saídas de veículos pelas avenidas Mister Hull e Coronel Carvalho, visando à implantação de ônibus articulados e acessíveis. Para integração de pedestres e ciclistas, serão criados bicicletário e vagas de estacionamento para táxi e mototáxi. Toda a obra é pautada na acessibilidade. O terminal também ganhará novo prédio administrativo, torre de observação e pavimentação em concreto. O Transfor também prevê ampliação e modernização dos terminais da Parangaba, Siqueira e Papicu. Segundo Gondim, há planos de a Prefeitura reestruturar o de Messejana também. (Diário do Nordeste)

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A SEMANA EM 10 TEMPOS

Azul terá ônibus entre Caxias e P. Alegre Foto: Luciano Roncolato

A Azul inicia em 31 de janeiro as operações de uma linha de ônibus executivos entre Caxias do Sul e o Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, em uma viagem com duração aproximada de 2h30. Ao todo serão quatro saídas diárias, sem paradas, em cada uma das direções. O objetivo é facilitar o acesso dos clientes de Caxias do Sul e das cidades próximas para o aeroporto no qual a companhia oferece voos diretos para cinco destinos: Campinas (SP), Rio de Janeiro (Santos Dumont), Belo Horizonte (Confins), Curitiba (PR) e Navegantes (SC), além de várias conexões para outras cidades. Atualmente, a Azul oferece o serviço de transporte de passageiros em ônibus executivos em municípios de São Paulo e Santa Catarina - os veículos utilizados possuem ar condicionado, internet sem fio e televisores. Com a chegada a Caxias do Sul, a companhia soma nove linhas em funcionamento. (Panrotas)

Ônibus da Leads a serviço da Azul em São Paulo: Caxias com ligação ao Salgado Filho

S. J. Campos terá Painel em ônibus de SP vai mostrar velocidade do veículo ônibus a R$ 2,80

Passageiros de ônibus na capital poderão acompanhar, de dentro dos veículos, a velocidade com que estão trafegando. Segundo portaria do secretário municipal dos Transportes, Marcelo Cardinale Branco, publicada no “Diário Oficial” de quinta-feira, toda a frota de ônibus de São Paulo terá de contar com os terminais em um prazo máximo de dois anos (ou seja, até 2013). De acordo com o texto no “DO”, em uma primeira etapa, os aparelhos serão instalados nos ônibus novos, que passam a circular

no lugar daqueles que completam dez anos de vida útil. O modelo dos monitores que irão indicar a velocidade terá que ser aprovado pela SPTrans. A portaria prevê ainda que os custos de compra e instalação dos painéis serão das empresas que operam ônibus na cidade. Aquelas que não cumprirem a instalação no prazo determinado pela prefeitura terão de pagar multa de R$ 180. Em caso de reincidência, o valor subirá para R$ 360. (Metro)

A partir do dia 30 de janeiro a tarifa da passagem dos ônibus urbanos em São José passará de R$ 2,50 para R$ 2,80, um reajuste de 12%. O percentual equivale à inflação (IGPM – Índice Geral de Preços do Mercado) no período de julho de 2009 a dezembro de 2010. O último aumento ocorreu há um ano e seis meses. O cálculo das tarifas segue a fórmula estipulada no edital de licitação e no contrato de concessão do serviço. A tarifa diferenciada de domingo também terá um aumento de R$ 0,30, passando de R$ 2 para R$ 2,30. (Bom Dia)

ATENÇÃO LEITORES DA REVISTA INTERBUSS: EM VIRTUDE DA MANUTENÇÃO EM NOSSOS SERVIDORES E DA CRIAÇÃO DO NOSSO NOVO SITE, AS EDIÇÕES ANTERIORES DA REVISTA ESTÃO INDISPONÍVEIS PARA DOWNLOAD OU VISUALIZAÇÃO ONLINE. AS MESMAS ESTARÃO NORMALIZADAS ATÉ NO MÁXIMO NO PRÓXIMO DOMINGO, DIA 30/01. AGRADECEMOS A COMPREENSÃO. 8

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José Euvilásio Sales Bezerra Os ônibus de Miracatu...

Fotos: José Euvilásio Sales Bezerra

COLUNISTAS

Ônibus antigos fazem o transporte municipal de Miracatu (abaixo)

No último dia 15 de janeiro estive em Miracatu, cidade que fica no interior de São Paulo, no Vale do Ribeira – a região mais pobre do Estado. Um município enorme, cortado pela Rodovia Régis Bittencourt, mas com uma área urbana diminuta e espalhada em pequenos povoados. A realidade de Miracatu, em termos de transporte municipal, é a mesma de varias outras cidades menores: empresas de ônibus, com veículos antigos e de qualidade duvidosa. As operadoras da cidade são todas do grupo Mina do Vale: Viação Mina do Vale, Viação Vale do Ribeira e Transportes Barro Branco, que também prestam serviço de transporte escolar no município. As três empresas tem frotas semelhantes, composta por ônibus

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usados, em sua maioria, vindos da Grande São Paulo. O destaque da frota é o Marcopolo Torino GV, prefixo 015, com chassi Scania, que roda pela Barro Branco. É o carro mais bonito e bem cuidado que vi da frota delas. Além do chassi, que, apesar da idade, dispensa comentários, o veículo possui letreiro eletrônico e cortinas nas janelas. Outro carro que merece destaque é um Caio Vitória, com chassi, provavelmente, MBB OF1315, da Mina do Vale. Ele era daqueles com uma única fileira de bancos depois da porta traseira. No painel interno ainda constava o nome do seu antigo dono: Auto Viação São Luiz. Eu nem sabia que a São Luiz tinha tido um Vitória nessa configuração. Pra um admirador dessa empresa, essa descoberta

já valeu a viagem. Contraste – Contrastando com os veículos da Mina do Vale, estão os novíssimos Caio Apache Vip da Intersul – que opera as linhas suburbanas da região. Eles estão em peso na linha Miracatu – Registro. O veículo é básico: chassi MBB OF1722M e com o belo mas já manjado estofado encosto alto azul. Nessa linha, de vez em quando, ainda aparece um Apache S21. Mas não são todas as linhas da Intersul que tem uma boa frota. Na linha Pedro de Toledo – Miracatu, pode ser vista outra “antiguidade”: Caio Alpha MBB OF1721, ex-Sambaíba, que opera na cidade de São Paulo. O veículo estava com o mesmo prefixo que tinha quando estava na “irmã” operadora da área 2 paulistana: 22751. Mas na “parte física” estava longe da conservação de seus tempos de área 2. Está velho e sentindo o peso de seus treze anos de idade, contrastando muito com seus “colegas” de Intersul. O tempo fez seus estragos... Demanda – Tanto as linhas municipais de Miracatu quanto as suburbanas tem boa demanda. Em termos de intervalo, pelo menos nesse dia, as linhas da Mina do Vale tem intervalos mais espaçados que os da Intersul. Mas, em ambos os casos, o ônibus sai com uma boa lotação de banco do Terminal. Terminal, aliás, que permaceu lotado durante todo o tempo que estive nele. O Terminal é bem no estilo de cidade do interior: simples. Tem algumas lojas em sua área interna e, por receber também linhas municipais, tem um grande movimento durante o dia e é um ponto de encontro das pessoas da cidade. Ao seu redor, tem o comércio do centro da cidade, a Câmara Municipal e, em breve, um posto da Previdência. O passeio a Miracatu foi bem proveitoso. Foi ótimo conhecer esta cidade simples e prospera. Mas o que, pra um entusiasta do transporte por ônibus, se ver tantos veículos que marcaram época rodando, foi uma saudável nostalgia, para o cidadão, é uma tristeza ver a população pagar pra andar em veículos tão antigos e, na maioria dos casos, mal cuidados. ASTERISCOS: * A linha que comentei na edição passada, a 5126/10, nesta semana, teve seu itinerário encurtado. Agora é Metrô Conceição – Correio. O encurtamento do itinerário é uma tentativa de fazer a linha a ser mais regular, sem ter acréscimo de frota. Mas, não sei não... * Dia 25 de janeiro, dia do aniversário de São Paulo, haverá o passeio “O Coração de Cidade Visto da Janela de um Trólebus”, passeio de Trólebus pelo centro da cidade. É gratuito. Prestigiem.

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Victor Hugo Guedes Pereira



Adamo Bazani Uma senhora de 60 anos com toda a vitalidade

COLUNISTAS

Foto: Folha Imagem / Pesquisa Adamo Bazani

Rodovia mais importante do País torna-se sexagenária com muita história para contar e disposição de sobra para continuar fazer o Brasil crescendo

As obras da Rodovia Presidente Dutra, antiga BR-02, delongaram-se por um bom tempo

Mesmo ainda a ferrovia sendo uma das principais ligações entre São Paulo e Rio de Janeiro até os anos de 1950 e a ponte aérea entre as duas cidades já sendo nos anos de 1940 uma das mais movimentadas do mundo, o Brasil demonstrava que cresceria pelas estradas. Um dos fatores seria a opção política, de governo que desde Washington Luis que concordavam com a máxima dita por este presidente nos anos de 1920, que Governar é Abrir Estradas, até Juscelino Kubitscheck, que ao incentivar a indústria automotiva no Brasil, criou um política rodoviarista. Além desta opção, a forma como se deu o desenvolvimento das cidades, de maneira desigual e muito rápida em algumas regiões, não permitia que toda a malha de transportes, de carga ou de passageiros, fosse ferroviária. Os trens foram deixando de figuram como principais meios transportadores do Brasil. Rio de Janeiro, ainda capital da República, se desenvolvia urbanisticamente e recebia toda a estrutura moderna necessária para ser o centro das decisões políticas. São Paulo, por sua vez, desde o final dos anos de 1860, ironicamente por conta da ferrovia, mostraria que seria a megalópole que se tornou. Investimentos industrias por conta dos transportes e da estrutura de serviços cresciam década a

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década, até a cidade se tornar numa das mais importantes da América Latina. Não somente o Rio de Janeiro e São Paulo cresciam, como também suas cidades vizinhas, das chamadas Regiões Metropolitanas, e do Interior Paulista, como do Vale do Paraíba. A ligação rodoviária criada pelo governo das estrada, Washington Luis, em 5 de maio de 1928 já não dava conta da demanda de veículos e também do tamanho deles. Ônibus e caminhões, por causa do maior número de passageiros e cargas transportadas se tornavam maiores e as curvas fechadas e estreitas mais perigosas. Desde os anos de 1940, já era planos do Governo Federal refazer o trajeto entre São Paulo e Rio de Janeiro e investir pesado em estradas. No ano de 1946, por exemplo, foi criado, para este objetivo o Fundo Nacional Rodoviário. Em 19 de janeiro de 1951, com a participação do presidente Eurico Gaspar Dutra era inaugurada a Rodovia Presidente Dutra, até então a BR 02, com uma solenidade em Lavrinhas, no Interior de São Paulo. As obra reduziu a distância entre as duas capitais em 11 quilômetros. A duplicação da Dutra só foi concluída em 1967. Foram gastos para a obra 1,3 bilhão de cruzeiros, uma quantia elevadíssima eq eu

fez muitos desconfiarem da obra. Mas até hoje, em contrapartida, ela transporta quase metade do Produto Interno Bruto Brasileiro. Sua inauguração representou grandes avanços para o setor de transportes de passageiros por ônibus. A Viação Cometa inaugurou sua ligação entre Rio – São Paulo com os Twin Coach concomitantemente com a inauguração da Dutra. Foi na Dutra que ocorrerm grandes concorrências entre empresas rodoviárias, como Cometa e Expresso Brasileiro, que significaram desenvolvimento não só para os serviços, mas para a indústria de ônibus. Por conta da concorrência modelos eram importados pelas duas empresas, que traziam tecnologia mais avançada para o Brasil. A Dutra também tem em sua história fatos tristes como a tragégia da Serra das Araras, no Rio de Janeiro, em 1967, quando um deslizamento provocou a morte estimada de mais de 1700 pessoas, com 300 corpos encontrados, e as mortes do cantor Francisco Alves, em 1952, e do Presidente Juscelino Kubitscheck, em acidente que ainda levanta dúvidas, em 1976. Privatizada em 1996, sob concessão da CCR – Nova Dutra, a rodovia não perdeu importância no transporte de passageiros, mesmo com o barateamento da ponte aérea.

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Marisa Vanessa N. Cruz 342X, a linha que não merecia ser extinta

Fotos: Marisa Vanessa N. Cruz

COLUNISTAS

Ponto final desativado em 2008, cuja linha foi mudada da Penha para o Largo da Concórdia Em 1980, o Conjunto Habitacional José Bonifácio, mais conhecido como “Cohab II”, estava em fase inicial de loteamento, e foi nessa época que muitas linhas migraram do centro de Itaquera para este conjunto. Este conjunto fica no extremo leste de São Paulo, e hoje o bairro é atendido pela linha 11-Coral da CPTM. Uma dessas linhas era a 342X - ligava o Cohab José Bonifácio até o bairro da Penha. Funcionava desde o final de 1980 a partir de um prolongamento de uma outra linha, a 342T, que partia do centro de Itaquera. Era operada pela Auto Viação Pompeia, que pertenceu à antiga área operacional 06 e era consorciada com a Auto Viação Tabu, com frota inicial de 17 carros. Ano seguinte foi criada

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a variante 342A via Vila Carrão e com isso a frota da 342X foi reduzida para 10 veículos. Em 1988, a Viação Pompeia deixa de existir e passa a operar a Viação São Paulo, substituindo até a cor dos ônibus para cor branca e vermelha, idêntica à antiga Viação Nossa Senhora do Socorro na Zona Sul. Na renovação da frota em 1992, a linha 342X passou a ter somente ônibus novos, visto que a empresa tinha muito carinho com a linha. Assim que a Viação São Paulo migrou para a Zona Norte, entrando no lugar o Expresso Paulistano, o intervalo começou a aumentar e a frota diminuir. Depois de várias trocas de razões sociais, a linha foi passada por uma então cooperativa, a Nova Aliança, que inicialmente a qualidade dessa linha era

boa, mas com o tempo a frota diminuía e o intervalo aumentando. Mas a partir de 2008, a linha sofre drásticas alterações. A Novo Horizonte, alegando baixa demanda (na minha análise, a empresa reduziu seus ônibus na frota da linha, desatraindo passageiros), fez o seguinte: restringiu a circulação da linha para o horário de pico (manhã e tarde) e prolongou até o Largo da Concórdia (para fazer o trecho que era da extinta linha 312A que saía do Cohab Anchieta e seu percurso com a 342X era parecido). Já em 2009, houve diversas reclamações quanto a linha. Passageiros alegavam descumprimento de partidas, rodando somente a metade da frota. Com a ajuda do Ministério Público através do blog do ônibus, a empresa foi multada e nisso as partidas voltaram ao normal. Mas seis partidas de manhã e outras seis à tarde é muito pouco para sustentar uma linha de ônibus. Em meados de 2010, após descumprimento de partidas nos horários de pico, a SPTrans conseguiu extinguir a linha 342X. No lugar foi criada a linha 3124/31 que fazia o mesmo trajeto da 342X, com prolongamento até o Terminal Pq. D. Pedro II. Até o presente momento, a linha 3124/31 ainda consta no site da SPTrans e espero que essa linha volte a ter a demanda de antes. Mas para ter demanda, é só aumentar a frota da linha que aí dará certo. Na minha opinião, preferia a volta da linha 342X com seu trajeto original até a Penha, e com o intervalo satisfatório para os passageiros. E voltando à linha-irmã 342A, essa linha existe até hoje. E até agora eu não entendo por quê empresários de ônibus aumentam o intervalo de certas linhas, afugentando passageiros, pensando que o número de passageiros seria o mesmo aumentando a lotação de pessoas no ônibus – e não é verdade. Entendo que a atual área 4 é uma área em que a população sofre com excessivos intervalos e ônibus cheios, mas isso precisa mudar. E esse corte de linhas como a 342X e a citada 312A contribuiu ainda mais para piorar a qualidade do transporte público na zona leste. In memorian Waldemar Guilherme Pavão (19292010) – Foi proprietário do Consórcio Nordeste-Jauense de Transportes, cuja razão social foi alterada em 1964 para Viação Jauense. Vendeu a empresa em 1972 para Nenê Constantino e adquiriu a Circular Santa Luzia, em São José do Rio Preto, onde exerceu a função até o seu falecimento, em 8 de novembro. Em São Paulo, foi sócio da Viação Tânia nos anos 1970.

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MATÉRIA DA SEMANA

E O DESENVOLVIMENTO DE TUPÃ

A história da empresa se confunde com o progresso da pequena Tupã, no interior de São Paulo Adamo Bazani Todos fazem parte da história de maneiras diferentes. Há os que assistem a história, há os que participam dela e existem os que fazem a história. Normalmente, estes em suas épocas são os mais criticados, chamados de loucos, tolos e insensatos. Também são os que mais podem desanimar. Afinal, condições difíceis e ir na contramão de uma posição geral que, muitas vezes hipocritamente, sapo querem mesmo impedir o crescimento dos outros, não é fácil. O desânimo vem, mas a coragem se torna maior, principalmente, quando em meio a tantas contrariedades, aparecem pessoas com o mesmo objetivo, com as mesmas visões e sonhos. Você deixaria o certo pelo duvidoso? Largaria alto concreto e estável por uma mera possibilidade de crescimento? Um exemplo mais prático: vendo um matagal, você teria coragem de deixar o seu conforto para com as próprias mãos abrir um caminho com uma enxada dizendo que aquele monte de mato um dia seria um lugar desenvolvido? Você venderia casa, carro para trabalhar, mesmo tendo de abrigar e sustentar uma família? Poucos fariam isso. Mas há exemplos de superação e de visão além dos meros limites ópticos na história dos transportes que

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provam que, com saúde, força de vontade, sem ilusão, mas com sonho, é possível ver muitas coisas, mesmo que no nada. É assim a história da empresa de ônibus Gueirno Seiscento, de Tupã, no Interior de São Paulo, que se confunde com a memória do desenvolvimento da própria cidade., que cresceu graças ao amor não só pelo trabalho, mas pela nobre missão de transportar vidas. A data oficial da fundação da cidade é em 12 de outubro de 1929, mas Tupã foi elevada a município somente em 30 de novembro de 1938. O pernambucano Luis de Sousa Leitão é considerado o formador da cidade. Nos anos de 1920, vendo ainda a prosperidade da economia cafeeira e a importância da ferrovia para o desenvolvimento urbano, ele percebeu que seria necessário um ponto para ligar o Noroeste do Estado de São Paulo à Sorocabana. As terras que até o século XVII ainda tinha índios e que nesta época eram um puro matagal, com algumas fazendas, foram compradas e loteadas por Luis de Sousa Leitão. A cultura indígena era presente no local, que já era conhecida não oficialmente como Tupã. Na época dos bandeirantes, no século XVI, dizem os estudos sobre tradições indígenas, que Bartolomeu Bueno da Silva, conhecido como Anhanguera, ao ver que seu

grupo era ameaçado por índios, pegou sua arma de fogo e disparou várias vezes contra o alto. Por conta do barulho, os índios começaram a gritar Tupã, Tupã, que significa em Tupi, Trovão, um fenômeno considerado divino pelos índios. Foi no local também que ocorreu um dos maiores massacres contra os nativos brasileiros, a morte de vários índios caingangues. O massacre só não foi pior, por causa da interseção de uma índia, Vanuíre, que hoje dá o nome ao Museu Pedagógico Índia Vanuíre. O desenvolvimento urbano de Tupã começou a se intensificar nos anos de 1940. Foi nesta época que a ferrovia chegou ao local. Em 15 de novembro de 1941 foi inaugurada a estação local, do tronco Oeste da Companhia Paulista, que foi se prolongando até Panorama, na região do Rio Paraná, onde o ramal foi chegando até 1962. Foi exatamente nos anos de 1940 que um jovem investidor visionário chegou a Tupã disposto a desenvolver a região e também a crescer na vida e para isso não mediu esforços. Com apenas 20 anos de idade, em 1946, o jovem Guerino Seiscento, natural de Itápolis, conseguia na Prefeitura a sua primeira linha de ônibus, servida por uma Jardineira Ford 38, que fazia a ligação entre a região cen-

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Foto: Luciano Roncolato

GUERINO SEISCENTO


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Fotos: Acervo Família Seiscento

tral de Tupã e o bairro Ponte Alta. Guerino Seiscento foi cobrador de ônibus desde os 15 anos de idade. Ele cobrava no ônibus do pai na linha Marília Bastos e depois na Quintana Rancharia. O pai de Guerino, João Seiscento, foi para Tupã justamente vislumbrando o crescimento da cidade com a ferrovia. Ele e o filho compraram um caminhão que transportava arroz e feijão do norte do Paraná para Tupã. Mas o número de moradores crescia na cidade e o jovem Guerino decide mesmo é fazer o que mais gostava desde adolescente: trabalhar no transporte de vidas. A primeira linha de 1946 entre Tupã e bairro Ponte Alta logo foi prolongada a foices e enxadas pelo próprio Guerino e moradores da região. Ele realizou o desmatamento de uma área e prolongou seu serviço até o bairro do Saltinho. Da mesma forma, a enxada e com muita disposição para o trabalho, a linha foi para o bairro do Colo. Em Tupã, as vilas cresciam em núcleos separados, conforme o loteamento, que depois eram unidos pelos serviços de Guerino, que estimulava a ida de pessoas ao longo dos caminhos recém abertos. Além de trabalhar com o pai no caminhão, antes de ter seu próprio ônibus, Guerino trabalhou na linha de Tupã a Lucélia e depois de Tupã a Rinópolis. Foi mais um dos motivos que o incentivou a ter seu próprio negócio, pois as pessoas caminhavam vários quilômetros para pegarem a condução e, na visão de Guerino, eram os ônibus que tinham de ir até as pessoas e não as pessoas até os ônibus. Assim, Guerino foi literalmente abrindo novas linhas. Abrindo mesmo. Ele não poderia prestar serviço onde já havia o trem ou os auto-ônibus, pela concorrência e também porque não queria. Guerino queria atender áreas que realmente precisavam e que não tinham oferta de transporte. O primeiro passo era convencer os fazendeiros a permitir que os caminhos fossem abertos dentro de suas propriedades. Muitos permitiam sabendo que a economia estava mudando e outros impunham dificuldade. Algumas destas fazendas depois, graças aos serviços de Guerino se transformariam em bairros. Sorte para os donos delas que vendiam as terras a bom preço. Uma das primeiras conquistas de Guerino fora de Tupã foi a linha até Lins. Mas o jovem queria muito mais. Ele não queria ser um apenas na história. Ele queria ser uma destas pessoas que fez história. Em 1958, não teve medo. Mesmo com família para sustentar, vendeu tudo, casa, carro particular e outros bens para

Jardineira de madeira, nos anos de 1950, com a qual Guerino desbravou parte da região da Alta Paulista, abrindo com enxadas e a força do próprio braço, os caminhos para o desenvolvimento da região

Pequeno Ônibus, com carroceria Panair, da Empresa Guerino Seiscento nos anos de 1960, quando a região de Tupã crescia comprar a linha Birigui – Araçatuba, que já atendia um número maior de pessoas e que também cresceria ainda mais com o aumento populacional de partes da região que deixavam de ser predominantemente agrícolas. Ele e a família foram morar na garagem, num quartinho ao fundo o pátio com 10 ônibus velhos movidos a gasolina. O investimento valeu a pena. O crescimento que ele visionava ocorreu. Dois anos depois, Guerino recomprou a casa que havia vendido para adquirir a linha de ônibus. Era um momento que não podia perder tempo. Se houvesse alguma possibilidade de mudança, ela tinha de ser agarrada sem medo, senão outro desbravador o faria. Guerino não estava atento somente às evoluções das cidades, mas tecnológicas. Quando teve a primeira oportunidade, converteu numa concessionária chamada Itatiaia todos os ônibus que eram a gasolina para o diesel, mais barato e indicado para veículos de

grande porte. Aos poucos Guerino se expandia pela Alta Paulista e não parava no tempo. A época dos velhos ônibus estava ficando para trás. Ele percebera que o empresário que quisesse se estabelecer tinha de possuir ônibus novos e diferenciais. Para não sucumbir com os mais fortes concorrentes, que apresentavam veículos melhores, ele ofereceu uma promoção: os passageiros que fossem fiéis aos seus ônibus, ganhariam nos próprios veículos os serviços de entrega de encomendas de graça. Era necessário apresentar diferenciais, o que fez com que a empresa se tornasse uma das de maior destaque não só da região, mas até ao Norte do Paraná, onde ia buscar arroz e feijão com seu velho pai, João Seiscento. Prestigiando a região de Tupã, chegou a operar com veículos da carrocerias Panair, do local.

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AS FOTOS DA SEMANA Seis fotos enviadas esta semana para o Portal InterBuss: www.portalinterbuss.com.br

1 e 2 - As primeiras fotos são de autoria de Matheus Novacki, feitas hoje em Curitiba. Tratam-se de dois Paradiso G7 da Fiel Turismo, ambos Scania e com pinturas diferenciadas • 3 e 4 - Carros da Eucatur fotografados na cidade de Ji-Paraná, por Cesar Castro. O Marcopolo Andare Class é Volksbus 18 310 e o Viaggio G4 é Volvo B10M • 5 e 6 - As duas últimas fotos são de Chailander Borges, feitas em São Paulo na semana passada. O Busscar Panorâmico DD, da União, está à serviço da Eucatur, e o Paradiso GV 1150 da Ouro Verde é MBB O-400RSD e estava na linha São Paulo X Americana.

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CASO MAUÁ Fotos: Acdamo Bazani

Mais uma decisão favorável à Leblon

Mesmo com a aceitação parcial dos argumentos das empresas de Baltazar, que numa apelação contestaram o fato de terem sido desclassificadas do certame, a Leblon continua operando, pois Justiça Paulista mais uma vez seguiu determinação do STJ, que reconhece legítimo o funcionamento da Leblon

Adamo Bazani A licitação dos transportes coletivos de Mauá, na Grande São Paulo, que deu vitória ao Grupo Leblon Transporte de Passageiros para operar o lote 02 da cidade foi considerada mais uma vez legítima e regular pela Justiça. Desta vez, a Décima Primeira Câmara do Direito Público, do Tribunal de Justiça de São Paulo, que no final do ano passado julgou parcialmente procedente uma apelação, agora indeferiu agravo de instrumento também movido pelas empresas perdedoras da licitação, as agravantes Empresa de Transporte Transmauá Ltda. e Viação Estrela de Mauá, que contestaram a licitação e a entrada do Grupo Leblon na prestação de serviços nas 18 linhas que formam o lote dois da cidade. Os acórdãos são assinados pelo desembargador Aliende Ribeiro. Na apelação, mesmo aceitando parcialmente os argumentos das empre-

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sas Transmauá e Estrela de Mauá contra a decisão que as desclassificou no processo licitatório e reconhecendo o direito das empresas terem novo julgamento na Comarca de Mauá, a Justiça Paulista determinou que fosse seguida a decisão do Superior Tribunal de Justiça, de Brasília, que reconhece a licitação legítima. Sendo assim, a Justiça em São Paulo e em Brasília determinam que a Leblon continue operando em Mauá. Essa decisão é mais uma garantia jurídica da operação da Leblon na cidade que presta serviços desde o dia 06 de novembro de 2010, nas 18 linhas do lote 02. As argumentações judiciais em torno da licitação se arrastam desde 2008, quando foi realizado o certame. As empresas Transmauá e Estrela de Mauá, ligadas a Baltazar José de Sousa, chegaram a ser desclassificadas por problemas relacionados à documentação e recorreram. Todos os planos para a melhoria dos transportes em Mauá devem ser realiza-

dos sem restrições, como a concretização do sistema tronco alimentador, no qual linhas com micro-ônibus servirão os bairros com mais agilidade e serão integradas a uma linha com ônibus de grande porte, e a utilização do Cartão DaHora, que é um sistema de bilhetagem eletrônica mais moderno, em todos os ônibus municipais de Mauá. As modificações vão racionalizar o sistema, tornando-o mais dinâmico, e mais adequado as atuais necessidades da população mauense. A Prefeitura de Mauá já registrou melhorias nos índices de satisfação dos passageiros, principalmente do lote 02, operados pela Leblon. A empresa, entretanto, afirma que vai continuar no trabalho para que haja mais qualidade ainda nos serviços prestados aos passageiros. Desde quando a Leblon assumiu o lote 02, o número de veículos operando nas linhas salto de 64 para 80 ônibus e o tempo de espera em diversas linhas chegou a ser reduzido pela metade.

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INTERNACIONAL Fotos: Volvo

Leif Johanson deixará presidência da Volvo este ano Ele está no cargo desde 97 e fará 60 anos em agosto Da Volvo Depois de quase 14 anos como presidente e CEO da Volvo, Leif Johanson deixará o cargo. Ele comunicou sua intenção de se aposentar por ocasião de seu 60º aniversário, em agosto de 2011. “Meus anos na Volvo foram um período fantástico em minha vida e esta não foi uma decisão fácil. Porém, sempre chega o momento de se despedir”, disse Johansson. “O momento é bom, tanto em relação à minha vida pessoal quanto à situação mais estável da empresa”, disse. “Leif Johansson realizou um trabalho impressionante durante seus anos na Volvo e, apesar de eu lamentar sua decisão, eu a respeito por seus muitos anos de trabalho duro”, destacou Louis Schweitzer, presidente da Diretoria da Volvo. “A Diretoria está agora focando em encontrar seu sucessor”. Com sua aposentadoria, Johansson também deixará a Diretoria da AB Volvo. “Fiz esta comunicação agora, pois quero dar à diretoria bastante tempo para realizar um processo de substituir

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“Meus anos na Volvo foram um período fantástico em minha vida” - Leif Johanson

organizado,” disse Leif Johansson. Ele lembra que a decisão de deixar as posições de CEO e presidente da AB Volvo não tem relação nenhuma com intenção de se tornar CEO de outra empresa. “Tenho sido CEO e presidente de empresas de capital aberto há 20 anos. Não tenho intenção de assumir a posição de CEO em outra empresa, mas posso contemplar novas posições em diretorias” disse. Leif Johansson é CEO e presidente da Volvo desde 1997. Além destas posições, ele também detém outros cargos na alta administração com empresas e organizações, entre as quais as diretorias da Bristol Myers Squibb e SCA. Atualmente ele é presidente da European Round Table of Industrialists. “Dado o excelente trabalho realizado por Johansson em transformar o Grupo Volvo em um ator verdadeiramente global e de liderança dentro da indústria automotiva, eu gostaria de vê-lo permanecendo um pouco mais em seu posto, mas obviamente tenho que respeitar sobre sua decisão”, finaliza Schwietzer.

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