Revista InterBuss - Edição 26 - 09/01/2011

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GRUPO ABC CONFIRMA COMPRA DAS VIAÇÕES HUMAITÁ E INTERBUS

Primeira ação deverá ser renovação de frota

R EV I ST A

InterBuss

ANO 1 Nº 26 09/01/2011

NÃO HÁ QUEM NÃO OLHE ELE PASSAR

Neobus quebra paradigmas e revoluciona com o Mega BRT, nova carroceria que está passeando pelo Brasil e foi apresentado à empresários de Campinas, no mês passado

E NÃO PERCAM: NA PRÓXIMA EDIÇÃO, A RELAÇÃO COMPLETA DAS EMPRESAS VOTADAS COM SUAS RESPECTIVAS PORCENTAGENS NO 5º PRÊMIO INTERBUSS DE MELHOR EMPRESA DE ÔNIBUS DE 2010


ATENÇÃO VOCÊ QUE JÁ FEZ SEU CADASTRO NO PROGRAMA DE FIDELIDADE INTERBUSS: O 3º DEPÓSITO DE PONTOS SERÁ FEITO NO PRÓXIMO DIA 11. QUEM AINDA NÃO TEM CADASTRO E ENVIOU FOTOS, NÃO PODERÁ RECEBER SEUS PONTOS. PORTAL

InterBuss

CONTEÚDO DE QUALIDADE COM RESPONSABILIDADE


NESTA EDIÇÃO

GRUPO ABC CONFIRMA COMPRA DA HUMAITÁ E DA INTERBUS

Foto: Tiago de Grande

A Semana em 10 Tempos • Página 05

Um dos micro-ônibus da Humaitá em operação em Santo André

Fotos da capa: Tiago de Grande e Luciano Roncolato Edição número 26 • Domingo, 9 de Janeiro de 2011 • Concluída às 15h01 • Esta edição tem 20 páginas

EDITORIAL • O PAC da Mobilidade ....................... 4 A SEMANA EM 10 TEMPOS ......................................... 5 COLUNISTAS • José Euvilásio Sales Bezerra ................. 9 PÔSTER • Matheus Novacki ....................................... 10 COLUNISTAS • Adamo Bazani ........................................ 12 COLUNISTAS • Thiago Bonome .................................. 12 ESPECIAL • Mega BRT é apresentado em Campinas ........ 14

Revista na Rede Os sites do grupo Portal InterBuss são atualizados frequentemente com novos conteúdos. Fiquem atualizados com eles: • REVISTA ELETRÔNICA Acesse nosso conteúdo também na revista eletrônica, todos os dias, 24h por dia, em: www.portalinterbuss.com.br/revista • NOTÍCIAS Veja notícias do setor de transportes atualizadas diariamente em nosso blog: www.portalinterbuss.com.br/noticias

MURAL • Os sociais da Revista InterBuss..................... 17

• GALERIAS DE IMAGENS Nossas galerias são atualizadas semanalmente com fotos, desenhos e conteúdos enviados por diversos colaboradores de todo o Brasil. Veja em: www.portalinterbuss.com.br/galeria

COLUNISTAS • Marisa Vanessa N. Cruz.......................... 18

Tudo no site: www.portalinterbuss.com.br

FOTOS DA SEMANA • As melhores do Portal InterBuss.. 16


EDITORIAL

Encontraram os culpados, mas será que são eles mesmos? Nessa semana fortes chuvas atingiram a capital paulista, causando enchentes, destruição e mortes. Apesar das promessas feitas no ano passado ao final da temporada de chuvas, de que esse ano tudo seria menos traumatizante, mais não foi bem isso que aconteceu. E a temporada de chuvas apenas está começando, ainda tem muito pela frente, infelizmente. No meio da destruição e do caos transmitido pelas redes de TV, uma cena chamou a atenção: No extremo da Zona Leste de São Paulo, área mais atingida pelas chuvas dessa semana, mais precisamente no bairro Parque São Rafael, foi flagrado um ônibus da Empresa Novo Horizonte e um caminhão do serviço de limpeza de esgotos pegando foto, o incêndio segundo a reportagem foi causado pelos próprios moradores da região, em protesto contra os danos causados pelas chuvas, o transbordamento de um córrego na região e a inundação de várias casas. A constituição brasileira garante a todo cidadão o direito de se expressar livremente, e isso inclui o protesto contra o que as pessoas acharem errado, desde que seja pacifico e não atrapalhe a vida de seu próximo (o seu direito termina, quando começa o do próximo). O ônibus é um serviço essencial para todas as cidades, principalmente em bairros mais afastados e com renda mais baixa, e a coleta de esgoto e limpeza publica também tem a sua importância, agora eu pergunto: Você, trabalhador, que sai todos os dias nas madrugadas para trabalhar, chega ao ponto de ônibus para ir trabalhar, e não tem ônibus para te levar ao trabalho, por que o ônibus que ia fazer a linha

REVISTA

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A Revista InterBuss é uma publicação semanal do site Portal InterBuss com distribuição on-line livre para todo o mundo. Seu público-alvo são frotistas, empresários do setor de transportes, gerenciadores de trânsito e sistemas de transporte, poder público em geral e admiradores e entusiastas de ônibus de todo o Brasil e outros países. Todo o conteúdo da Revista InterBuss provenientes de fontes terceiras tem seu crédito dado sempre ao final de cada material. O material produzido pela nossa equipe é protegido pela lei de direitos autorais e sua reprodução é autorizada após um pedido feito por escrito, e enviado para o e-mail revista@portalinterbuss.com.br. As fotos que ilustram todo o material da revista são de autoria própria e a reprodução também é autorizada apenas após um pedido formal via e-mail. As imagens de autoria terceira têm seu crédito disponibilizado na lateral da mesma e sua autorização de reprodução deve ser solicitada diretamente ao autor da foto, sem interferência da Revista InterBuss. A impressão da revista para fins particulares é previamente autorizada, sem necessidade de pedido.

no horário que você costuma pegar foi queimado por seus “vizinhos” em protesto contra as fortes chuvas, ou estoura um cano de esgoto em frente a sua casa, e a prefeitura não pode enviar o caminhão, pois o caminhão que ela tinha disponível para te atender também foi queimado pelos mesmos “vizinhos”? Formas de protesto são válidas, é uma forma de mostrar a quem é de interesse que algo está errado, mas que forma burra de protesto é essa? Você acabar com um serviço que você mesmo utiliza, e que vai te fazer falta, não só a você mais a inúmeras outras pessoas? Há outras formas de protesto, e que causariam bem mais impacto do que essa forma burra! Quer evitar enchentes e transtornos nessa época de chuvas no bairro onde você mora? Vamos nos conscientizar em não jogar lixo nas ruas, não entupir as bocas de lobo, não jogar lixo de qualquer espécie nos córregos e rios, mas se mesmo assim você tiver problemas, e você se achar no direito de fazer algum protesto, proteste! Mas de uma forma inteligente, fale, e faça com que a sua voz chegue a quem realmente interessa e você seja ouvido, não acabe com um serviço que você mesmo utiliza. As periferias das grandes cidades já recebem a fama de ser lugares de criminalidade alta, de pessoas com baixo nível cultural e etc. Imagens como as dessa última semana, apenas servem para ratificar essa forma preconceituosa de pensamento, e isso todos nós sabemos que não é verdade, a grande maioria das pessoas que mora nas periferias são trabalhadores, gente de bem e que sabe protestar de forma ordenada e consciente! PARA ANUNCIAR Envie um e-mail para revista@portalinterbuss.com.br ou ligue para (19) 9636.1087 e converse com nosso setor de publicidade. Você poderá anunciar na Revista InterBuss, ou em qualquer um dos sites parceiros do grupo InterBuss, ou até em nosso site principal. Temos diversos planos e com certeza um deles se encaixa em seu orçamento. Consulte-nos! PARA ASSINAR Por enquanto, a Revista InterBuss está sendo disponibilizada livremente apenas pela internet, através do site www.portalinterbuss.com.br/revista. Por esse motivo, não é possível fazer uma assinatura da mesma. Porém, você pode se inscrever para receber um alerta assim que a próxima edição sair. Basta enviar uma mensagem para revista@portalinterbuss.com.br e faremos o cadastro de seu e-mail ou telefone e você será avisado. CONTATO A Revista InterBuss é um espaço democrático onde todos têm voz ativa. Você pode enviar sua sugestão de pauta, ou até uma matéria completa, pode enviar também sua crítica, elogio, ou simplesmente conversar com qualquer pessoa de nossa equipe de colunistas ou de repórteres. Envie seu e-mail para revista@por-

Do Leitor Edição Especial Parabéns pela revista e pelas entrevistas - apesar de não merecer, é gratificante estar ao lado de nomes como o Carnevalli, o Luiz Misse Motta e o Paulo Gandolfo, além dos colunistas que há muito tempo prestam um enorme serviço à comunidade. João Marcos Turnbull São Paulo/SP Sem dúvida a revista está ótima. Parabéns pelas reportagens e entrevistas. Nem sei qual foi a melhor, se a do Tadeu, do Bonome, dos designers de frotas, etc... Fernando Nishimura de Aragão Taubaté/SP Eu li a versão flip. Está a cada edição melhor. Gosto da diversidade de conteúdos, entrevista com entusiastas, designers, algumas fotos em destaque, artigos, notícias etc. Nas revistas do ramo, às vezes a coisa descamba pro “chapa-branca”, coisa que na Interbuss não tem. A entrevista do JMT foi ótima também! E acertou em cheio aquela introdução: eu era um que estava esperando ver a foto do João... Bruno Martins Guarulhos/SP Nota da redação: Agradecemos a todas as manifestações por conta da edição 25 da Revista InterBuss. E aguardem grandes novidades para 2011! Este espaço é para você deixar a sua opinião sobre nosso conteúdo. Para isso, entre em contato através do e-mail revista@portalinterbuss.com.br. Na próxima edição, publicaremos sua opinião neste espaço. talinterbuss.com.br ou contato@portalinterbuss.com. br. Procuramos atender a todos o mais rápido possível. A EQUIPE INTERBUSS A equipe do Portal InterBuss existe há nove anos, desde quando o primeiro site foi ao ar. De lá pra cá, tivemos grandes conquistas e conseguimos contatos com os mais importantes setores do transporte nacional, sempre para trazer tudo para você em primeira mão com responsabilidade e qualidade. Por conta disso, algumas pessoas usam de má fé, tentando ter acesso a pessoas e lugares utilizando o nome do Portal InterBuss, falando que é de nossa equipe. Por conta disso, instruímos a todos que os integrantes oficiais do Portal e Revista InterBuss são devidamente identificados com um crachá oficial, que informa o nome completo do integrante, mais o seu cargo dentro do site e da revista. Qualquer pessoa que disser ser da nossa equipe e não estiver devidamente identificada, não tem autorização para falar em nosso nome, e não nos responsabilizamos por informações passadas ou autorização de entradas dadas a essas pessoas. Qualquer dúvida, por favor entre em contato pelo email contato@portalinterbuss.com.br ou pelo telefone (19) 9636.1087, sete dias por semana, vinte e quatro horas por dia.


A SEMANA EM 10 TEMPOS DE 02 A 08/01/2011

Grupo ABC compra viações Humaitá e Interbus, de Ronan Maria Pinto Informação foi confirmada na última sexta-feira; empresas terão renovação de frota em breve

Revista InterBuss

Foto: Revista TecniBus

É oficial, as empresas de ônibus Interbus Empresa Auto Ônibus Circular Humaitá pertencem agora ao Grupo da Auto Viação ABC. A informação foi confirmada exclusivamente a este repórter por Maria Beatriz Setti Braga e por José Romano Neto, diretores de empresas pertencentes aos Grupo ABC, por telefone no início da noite desta sexta-feira. Maria Beatriz Setti Braga, ainda comemorando o centenário da atuação da família nos transportes na região do ABC Paulista, disse estar feliz pela expansão do grupo na região. “O Grupo está maior e leva, como sempre qualidade nos serviços, para a população do ABC Paulista, a quem nos dedicamos há vários anos”. José Romano, diretor do Consórcio SBC Trans, que opera com exclusividade os transportes municipais de São Bernardo do Campo, esteve à frente das negociações. Ele explicou que o negócio foi fechado em 30 de dezembro depois de várias negociações. “Foram aproximadamente dois meses de negociação. Nós que procuramos Ronan Maria Pinto para o negócio com intuito de aumentar a participação do Grupo da Auto Viação ABC na região. No final do ano, conseguimos chegar a um acordo” – explicou Romano ao telefone. A estrutura e as frotas das duas empresas foram compradas. José Romano Neto diz que a população vai ter melhorias. “Estamos em estudo para melhorar tudo o que for preciso nestas duas empresas. A frota será um dos pontos principais. De início, vamos colocar aproximadamente 30 veículos novos entre a Interbus e a Humaitá” – garantiu Romano, que ainda acrescentou: “Vamos implantar o padrão de qualidade ABC nestas empresas É o padrão da ABC, é o padrão da Metra, reconhecidos por bons serviços” – disse ao afirmar que com a negociação a população só tem a ganhar e sentirá melhorias. Outras possíveis mudanças, como alterações de trajetos, novos serviços e medidas administrativas ainda estão em estudo. Atualmente, a Interbus e a Huimaitá possuem juntas 82 veículos. Romano preferiu não divulgar os valores das negociações. LICITAÇÃO DA ÁREA 5 - José

José Romano Neto esteve à frente das negociações que levaram à compra das empresas Romano Neto também comentou com exclusividade a licitação da área 5 da EMTU, que prevê a reformulação de todo o sistema intermunicipal do ABC Paulista. Desde 2005, a EMTU já tentou por 4 vezes licitar a área, como ocorreu em outras regiões da Grande São Paulo, que já foram reorganizadas. Romano criticou as exigências da EMTU e reclamou dos custos de operação na região do ABC Paulista, que segundo ele, são cerca de 30% maiores que outras regiões. “Do jeito que a EMTU estabelece, economicamente não é viável. Existem problemas em relação a obrigatoriedade de alguns investimentos. Mesmo o aumento do tempo de concessão de 10 para 15 anos não torna interessante do jeito que a licitação está sendo oferecida”. Romano diz que a base salarial dos funcionários de transportes no ABC Paulista é maior do que em outras regiões, o que aumenta os custos de operação.

NOVIDADES NA METRA - Também de forma exclusiva, Maria Beatriz Setti Braga afirmou que o Corredor operado pela empresa entre Diadema – Morumbi e Brooklin terá novidades. “Vamos trazer 15 ônibus novos, Scania, de 15 metros, com ar condicionado e todo o conforto ao passageiro” – disse Maria Beatriz. São ônibus Caio Millennium, de última geração, que seguem aos mais modernos padrões de exigências de conforto, segurança e acessibilidade. Os ônibus possuem espaço para usuários de cadeira de rodas, para cão guia e bancos especiais para obesos, portadores de deficiências em geral e gestantes. Com três eixos, estes ônibus novos têm motorização eletrônica e devem modernizar os serviços no corredor. Dos tílburis, carruagens que ligavam ao ABC, passando pelos ônibus com tecnologia limpa até a expansão de negócios. (Adamo Bazani)

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A SEMANA EM 10 TEMPOS

Foto: Reprodução

Viação Apucarana Ltda. compra 22 novos ônibus

RM Recife ganha duas novas linhas Duas novas linhas de ônibus começaram a funcionar neste sábado (08), na Região Metropolitana do Recife. A linha Gaibu/ Barra de Jangada circula entre os municípios do Cabo de Santo Agostinho e Jaboatão. Neste sábado, a passagem custa R$ 3,45. A partir do domingo (09), com o aumento das passagens, passa a custar R$ 3,65. Os veículos têm ar condicionado. Já a linha Parque Capibaribe-Integração vai atender a comunidade de São Lourenço da Mata. A tarifa até este sábado é R$ 1,85, mas a partir de segunda-feira, sobe para R$ 2. Aos domingos, a passagem de linhas urbanas custa a metade do preço: no caso, a tarifa A custará R$ 1. (PE 360 Graus)

Manaus retira 36 ônibus das ruas Novos ônibus da VAL desfilaram pelo centro de Apucarana na manhã de ontem Os apucaranenses quem fazem uso do transporte coletivo na cidade ganharam um presente neste sábado (8). A Viação Apucarana Ltda. (VAL), empresa responsável pelo transporte coletivo em Apucarana, acabou de adicionar 22 novos ônibus em sua frota de veículos. A empresa realizou um desfile pela cidade com a finalidade de mostrar à população que está substituindo os veículos mais antigos, com prioridade total para o conforto de seus usuários. O desfile dos ônibus teve início na sede da empresa VAL, na Vila Nova, e com-

boio de ônibus novos seguiu até o centro da cidade. Os modernos veículos de transporte coletivo já possuem os mecanismos necessários para proporcionar condições adequadas de acessibilidade aos cadeirantes. Os ônibus novos deverão iniciar a circulação pela cidade nos próximos dias. Segundo o assessor jurídico da VAL, Giuliano Neves, o investimento da empresa na compra dos 22 ônibus foi de R$ 5 milhões. A VAL está operando em Apucarana há 35 anos e atende atualmente uma média de 23 mil usuários por dia. (TN Notícias)

Ainda não tem data para acontecer, mas Florianópolis vai aumentar em até 6% o preço da passagem de ônibus em 2011, o que pode elevar os valores da tarifa para R$ 2,52 no cartão e R$ 3,12 no pagamento em dinheiro. A secretaria de Transportes da Capital promete que o reajuste não vai ultrapassar este percentual, baseado no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). O percentual de reajuste nem sempre é o mesmo para as duas tarifas. No último, em maio de 2010, a passagem paga no cartão passou de R$ 2,20 para R$ 2,38 (8%). No dinheiro, subiu de R$ 2,80 para R$ 2,95 (5,3%). O aumento veio antes de uma greve dos trabalhadores, mas não impediu o protesto de estudantes e usuários. O secretário de Transportes, João Batista Nunes, garantiu que o reajuste vai acompanhar o INPC, que geralmente fecha próximo aos 6%.

De acordo com ele, o aumento anual é necessário, por causa das despesas no sistema de transporte. O valor da tarifa é calculado com base em custos variáveis, como combustível, peças e acessórios. Também são levados em conta os gastos fixos, como salário dos trabalhadores, tarifa de utilização dos terminais, desgaste dos ônibus e impostos. Um levantamento, feito pelo jornal Diário Catarinense, entre as 10 cidades mais populosas do Estado, mostrou que a passagem paga em dinheiro da Capital — R$ 2,95 — é a mais cara, junto com Blumenau. Se analisado o valor cobrado no cartão, a tarifa mais alta também é da cidade do Vale do Itajaí, onde custa de R$ 2,57, seguida por Joinville (R$ 2,55). Para o secretário, a comparação da Capital deveria ser feita apenas com o valor cobrado no cartão. De acordo com ele, 85% dos 200 mil usuários de ônibus de Florianópolis têm o

Uma operação realizada na semana passada pela Superintendência Municipal de Transportes Urbanos (SMTU) na garagem da empresa Transamazônia, antiga Eucatur, retirou de circulação 36 ônibus que não têm condições para trafegar. As linhas são das zonas norte e leste de Manaus. Mesmo com as irregularidades, todos estavam circulando informou a SMTU. Dos 36 veículos, 18 não poderiam estar circulando porque têm mais de 15 anos, o que é proibido. Os outros 18 veículos foram desativados porque apresentavam irregularidades como falta de vidro nas janelas, buracos nos pisos, para-brisas trincados e problemas mecânicos. A SMTU constatou que a empresa deixou de fazer a manutenção nos ônibus. (DM24AM)

Reajuste de tarifa em Florianópolis deve ser de 6%

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cartão. — Os demais usam o ônibus esporadicamente. Mesmo assim, qualquer pessoa pode fazer o cartão para pagar a menor tarifa. Não posso concordar que temos a mais cara do Estado. Usuário em Blumenau paga por dois sistemas Em Blumenau, onde o último reajuste foi em dezembro de 2010, o presidente do Serviço Autônomo Municipal de Trânsito e Transportes (Seterb), Rudolf Clebsch, explica que a permanência do cobrador, assegurada por lei, é o que mais encarece o serviço público. — Aqui, o usuário paga a permanência desse trabalhador e o sistema eletrônico. O cobrador custa R$ 0,39 da passagem, sendo que 45% da tarifa é custo de mão de obra — justifica. Ele observa que em Joinville, por exemplo, que tem a segunda tarifa mais cara do Estado, não há mais cobrador. (Diário Catarinense)

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Acidente entre biarticulado e ligeirinho fere 40 pessoas no centro de Curitiba Foto: Valquir Aureliano / Bem Paraná

Um acidente entre um biarticulado e um ligeirinho deixou pelo menos 40 feridos na tarde deste sábado (8) em Curitiba. A colisão aconteceu, por volta das 15h30, na esquina da Travessa da Lapa com a Rua André de Barros, no Centro. Segundo o Corpo de Bombeiros, nenhuma vítima corre risco de morte. Um ligeirinho de Fazenda Rio Grande, da empresa Leblon, bateu de frente na lateral de um biarticulado, da linha Santa Cândida/Capão Raso, da empresa Glória. A Rua André de Barros e a Travessa da Lapa possuem semáforo. O acidente teria ocorrido depois que um dos motoristas dos ônibus furou o sinal vermelho. O condutor do biarticulado tentou desviar do ligeirinho e a frente do veículo acabou invadindo uma loja de imóveis. Segundo levantamento inicial do Conselho de Segurança de Edificações e Imóveis de Curitiba (Cosedi), o prédio onde a loja está instalada não teve a estrutura comprometida. De acordo com o tenente coronel Luiz Henrique Pombo, dos Bombeiros, pelo menos 16 viaturas do Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência (Siate) e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) estiveram no local para prestar atendimento às vítimas. Um helicóptero também foi utilizado para transportar os feridos para hospitais da capital. As vítimas foram levadas para quatro locais: hospitais Angelina Caron, Cajuru, Evangélico e Trabalhador. “Tivemos 40 vítimas com ferimentos. Foram mais cortes e escoriações. A pessoa que inspira mais cuidados é o motorista do ligeirinho, pois foi quem sofreu o maior impacto”, diz Pombo. O motorista sofreu ferimentos no tórax e no crânio, mas estava consciente quando foi atendido pelos socorristas.

Biarticulado envolvido em acidente (BD141) é o mesmo que também bateu em 2008 em novembro de 2008. Até as 20h, nenhum representante das empresas Glória e Leblon havia sido localizado para comentar o acidente registrado neste sábado.

Apuração Dois peritos do Instituto de Criminalística (IC) estiveram no local do acidente para realizar medições, avaliar os danos e con-

versar com pessoas envolvidas. Um laudo vai definir o que causou o acidente. O motorista do biarticulado não quis gravar entrevistas, mas relatou para as autoridades que o sinal estava verde para ele. O condutor do ligeirinho foi internado. A atendente Márcia Cardinale estava dentro do biarticulado que se envolveu no acidente. “Quando o expresso passou no cruzamento, o ligeirinho bateu com tudo. Foi coisa de segundos. Eu me segurei e não cheguei a cair, mas várias pessoas caíram”, contou. “O ônibus parecia estar em uma velocidade normal”, disse Márcia. “Eu vi que pouco antes do choque, o ligeirinho já vinha buzinando, provavelmente porque o sinal estava mudando de cor”, conta o auxiliar de produção Alcides de Oliveira Francisco, que passava próximo ao local do acidente no momento da colisão. O biarticulado envolvido no acidente deste sábado tem o mesmo prefixo do biarticulado que invadiu uma loja do motos

O Distrito Federal deverá ganhar 900 novos ônibus. A Secretaria de Transportes decidiu licitar cerca de um terço da frota de ônibus urbano que seria a consequência direta do rompimento do GDF com o consórcio Brastram, contratado pela Companhia Metropolitana do Distrito Federal para executar as obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). O GDF estuda com a Procuradoria geral do governo as consequências jurídicas de um

possível rompimento do contrato. A construção do veículo VLT está suspensa. O juiz José Eustáquio de Castro Teixeira, da 7ª Vara de Fazenda Pública do DF, decidiu paralisar a obra devido a suspeitas de irregularidades na licitação para o projeto básico do empreendimento. Em ação civil pública, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) apontou fraude na concorrência promovida em 2007

pelo Metrô. A decisão sobre o futuro do VLT deve ser tomada em 15 dias, conforme adiantou Vazquez. O impasse envolvendo a construção do VLT foi tratado em uma reunião na semana passada entre o secretário de Transportes, José Walter Vazquez Filho, e os advogados do GDF. Segundo ele, existem “contaminações” que dificilmente permitiriam a continuidade do projeto. (Mais Comunidade)

Trânsito O cruzamento da Travessa da Lapa com a Rua André de Barros foi totalmente bloqueado por cerca de quatro horas. Agentes da Diretoria de Trânsito (Diretran) da capital e do Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran) foram ao local para orientar os motoristas. Apesar disso, o trânsito ficou complicado no local. Alguns sinaleiros da região pararam de funcionar. Além disso, algumas quadras ficaram sem energia elétrica, já que postes de luz foram derrubados no acidente. Os guinchos das empresas de ônibus foram acionados durante a tarde para realizar o trabalho de retirada dos veículos do local. Os dois ônibus foram removidos por volta das 19h20. (Portal RPC)

DF terá mais 900 ônibus se VLT continuar parado

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A SEMANA EM 10 TEMPOS

Guarulhos inicia operação de bilhete único com mudanças Foto: Tiago de Grande

Em Guarulhos, na Grande São Paulo, foi implantado neste sábado (8) o Bilhete Único. A novidade no transporte público segue os mesmos moldes de São Paulo. Logo na manhã deste sábado, o movimento para carregar o cartão foi grande. Os passageiros aprovaram a medida. E disseram que a economia será maior. Na cidade, já existia um bilhete para os passageiros de ônibus. Mas não valia por duas horas. Quem já tinha o bilhete antigo, pode ficar tranquilo. Não precisará fazer a troca pelo Bilhete Único. Basta recarregar. Antes, existia apenas um ponto de recarga. Agora, são 41. Neste sábado, além da estreia do Bilhete Único, cerca de cem linhas de ônibus foram alteradas, o que causou muita confusão. Nos pontos de ônibus, os passageiros ficaram perdidos. A prefeitura colocou funcionários nas ruas para tirar as dúvidas. Mas não foi suficiente. O novo Bilhete Único está restrito a Guarulhos e não pode ser usado na integração com São Paulo. A reestruturação nas linhas de ônibus, segundo a prefeitura, foi necessária para um uso eficiente do Bilhete Único. (G1)

Um dos novos ônibus que entraram em operação ontem em Guarulhos

Justiça permite separar homens Ônibus em SP e mulheres em ônibus de Israel já custa R$ 3,00 A Suprema Corte de Israel emitiu uma decisão que permite a separação de homens e mulheres em alguns ônibus que servem à minoria ultraortodoxa das comunidades judaicas, mas apenas se os passageiros concordarem. A porta-voz do tribunal, Ayelet Filo, disse que medida passará por um período de experimentação de um ano. As práticas ultraortodoxas proíbem que os homens toquem as mulheres, exceto suas esposas. Homens e mulheres ficam separados em público. Recentemente, em duas

linhas de ônibus que servem essas comunidades, as mulheres receberam instruções para se sentarem na parte de trás do veículo. Grupos femininos e de direitos humanos criticaram essa prática e abriram um processo na Suprema Corte. Hoje, o tribunal definiu que a medida é legal, contanto que seja voluntária. Há vários casos de mulheres que reclamam de homens que as agridem verbalmente quando elas se recusam a passar para a parte de trás dos ônibus. As informações são da Associated Press. (Estadão)

ATENÇÃO LEITORES DA REVISTA INTERBUSS: EXCEPCIONALMENTE, NESTA EDIÇÃO NÃO PUBLICAMOS O “DIÁRIO DE BORDO” E A SEÇÃO “VÁ, MAS VISITE”. NA PRÓXIMA SEMANA, ELAS VOLTAM A SER PUBLICADAS NORMALMENTE. 8

A passagem de ônibus na cidade de São Paulo passou a custar R$ 3 na última quarta-feira. De acordo com a Secretaria Municipal de Transportes de São Paulo, a nova tarifa teve reajuste de 11,11%, com base na planilha tarifária elaborada pelos técnicos da São Paulo Transporte S.A. (SPTrans). O valor do bilhete que faz integração com a Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) também sofreu reajuste, e passa a custar R$ 4,29. Segundo a Secretaria de Transportes, o aumento na tarifa de ônibus permitirá uma série de benefícios aos usuários do transporte público. Um deles é a extensão da validade do Bilhete Único de 2 horas para 3 horas. Outro benefício é a criação do Bilhete Amigão, que permite ao usuário do Bilhete Único fazer quatro viagens de ônibus em até oito horas, aos domingos e feriados. Também está prevista a renovação de 65% da frota de ônibus, com a substituição de 9.500 veículos por modelos novos, mais confortáveis, seguros e maiores, o que levará a uma maior oferta de lugares. (Estadão)

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José Euvilásio Sales Bezerra Identidade Própria...

Fotos: José Euvilásio Sales Bezerra

COLUNISTAS

No final do ano, uma grata surpresa: a Viação Soamin que, desde 2006 não operava mais linhas com o nome próprio, está voltando à ativa. Ela é a operadora da linha 4790-01 Juquitiba – Miracatu (Cafezal). No final do ano passado a linha passou a ser operada pela Intersul, sem mais explicações. Já na virada do ano, ela voltou a ser operada pela Soamin, agora com carros com identidade própria,

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não mais com os carros com visual EMTU. Os dois carros escolhidos para receber a identidade visual vieram da “irmã” Viação Miracatiba. São dois Caio Apache Vip, chassi VolksBus 17-230, bancos estofados, itinerário eletrônico e elevador para cadeiranres na porta traseira. Os primeiros da empresa com esse chassi, ano 2007. Eles têm os prefixos 606 e 607, numerações mantidas na

nova pintura. A pintura é semelhante à última pintura própria utilizada pela empresa, em meados de 2002, estilo “saia-e-blusa”: “saia” azul e “blusa” branca. A diferença é uma máscara azul na parte de cima, entre as janelas, que não existia na antiga pintura. A empresa opera somente a suburbana 4790-01, única linha da empresa e única como concessionária da Artesp. Possui o “S” de “Suburbano” no para-brisa. Na lateral do veículo, um círculo cortado, que identifica o brasão da Soamin, mas ainda sem o nome da empresa. Uma bela evolução, pra uma linha onde, há alguns meses, rodava Caio Alpha MBB OF1620. Linhas Municipais – Além do ressurgimento da Soamin, com uma pintura própria, sem os restos de pintura da EMTU, a irmã Miracatiba voltou também a ter cara própria. Nos últimos tempos da Soamin e nos primeiros da Miracatiba, os carros que operavam as linhas municipais de Itapecerica da Serra eram os desativados das linhas metropolitanas. Depois que aboliram o azul e branco, os primeiros carros tiveram apenas uma faixa branca pintada no meio da pintura metropolitana. Depois, deixaram a faixa. Só retiravam os adesivos – inclusive o que tinha o nome da empresa, deixando o carro “nu”, sem nenhuma identificação. Os últimos foram pintados de azul e cinza. Mas não deixava de dar a impressão de mero descaso. As cores são as mesmas que a própria Miracatiba ostentava no início dos anos dois mil: branco e laranja – esta última, ainda cor do logo da empresa. Na pintura original do início da década, a empresa pintava seus carros na cor branca, com uma faixa e para-choques na cor laranja. A pintura nova é no mesmo estilo da nova da irmã Soamin: “saia” laranja e “blusa” branca, com as máscaras entre as janelas também na cor laranja. Ficaram muito bonitos. Tiveram até uma reforma interna, o que rejuvenesceu os veículos. A empresa, ao que parece, voltou a dar mais atenção às linhas municipais. Várias linhas que a empresa opera no município receberam reforço de frota e, agora, terão identidade própria. Os ônibus da Miracatiba que receberam com a nova identidade visual são Busscar Urbanuss e Busscar Urbanuss Pluss, todos adquiridos entre os anos 2000 e 2002. A volta da Soamin e as linhas de ônibus de Itapecerica da Serra com identidade própria: duas boas notícias em meio a um período onde mais se vê o encerramento de empresas tradicionais e a proliferação das pinturas padronizadas.

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Matheus Novacki



Adamo Bazani O Forte da Nova era da FNM

COLUNISTAS

Foto: Acervo Alfredo Rodrigues Régulo

Modelo de ônibus marcou uma nova fase da empresa de economia mista que nasceu para voar para acabou nas estradas

A Fábrica Nacional de Motores – FNM foi uma das produtoras de caminhões e ônibus que tiveram uma das histórias mais intrigantes da memória do setor de transportes. A empresa, na verdade, não foi criada para fabricar veículos pesados ou leves e sim motores de avião. Mas seu objetivo principal foi um grande erro cometido pelos governos norte-americano e brasileiro. Na Segunda Guerra Mundial responsável por conseqüências desastrosas sentidas até hoje a procura por materiais bélicos era grande e, apesar de todo o baque econômico, o setor se constituía em excelentes negócios. E o governo brasileiro quis tirar um proveito do “lucro” da guerra, se é assim

que pode ser chamado. Assinado pelo Coronel Antônio Guedes Muniz, um acordo entre o governo brasileiro e a fabricante de motores de aviões Wright Aeronautic Corporation, norte-americana, constitui a FNM – Fábrica Nacional de Motores, no ano de 1942. Engenheiros brasileiros passaram 8 meses nos Estados Unidos assimilando a experiência e a forma de trabalhar da Wright. Operários norte-americanos também vieram para o Brasil. Mas de acordo com alguns historiadores, o governo brasileiro não soube escolher bem sua parceria. Ou o governo norteamericano quis empurrar para os brasileiros algo sem muito futuro e o Brasil acabou aceitando. É que os produtos da Wright naquela

COLUNISTAS

Thiago Bonome

época eram considerados defasados e tiveram pouca aceitação frente a tecnologia aérea empregada na guerra. As Guerra Mundiais não deixaram de ser um excelente laboratório para o desenvolvimento de tecnologia em algumas áreas. Quando o conflito mundial felizmente acabou, em 1945, a FNM ficou sem atividade. Mas havia uma linha de produção, havia operários e maquinários. Seria mais desperdício ainda do dinheiro e do patrimônio brasileiro simplesmente acabar com a empresa. Assim, em 1947, toda a estrutura que fazia motores de avião foi resumida a consertar motores diesel e a fabricar motores de geladeira. Seria muito interessante alguém arrumar uma foto de uma geladeira com motor FNM. O ano de 1949 mudaria os rumos da FNM, quando ela se associou com a italiana Automibile Izota Franschini para fazer caminhões. Os veículos eram durões, barulhentos e lentos, mas considerados novidades. No final deste ano era colocado nas ruas o primeiro Izota FNM. Benjamim do Monte e o General Carlos Matteini representaram as empresas nos negócios. O baque novamente assolaria a FNM. Menos de um ano e meio depois do contrato, a Izota enfrentaria sérias dificuldades financeiras e a parceria foi desfeita. Outra italiana se interessou pelo negócio. Era a Alfa Romeo, que em 5 de julho de 1950 assinou contrato com a FNM. De nacional, a Fábrica Nacional de Motores tinha pouco em toda sua história até este momento. Os primeiros veículos foram feitos com boa parte das peças italianas. Segundo relatório sobre a história dos ônibus

Um dos maiores clássicos das estradas brasileiras, o Nielson Diplomata esteve e ainda está fortemente presente na frota do Expresso Brasileiro, que hoje apenas opera uma linha, Rio X São Paulo com diversos carros, entre eles Paradiso G7 com chassi Mercedes-Benz

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da Anfavea, era encarroçado o primeiro ônibus sobre plataforma de caminhão da FNM em 1951. Somente em 1957 é que os veículos da FNM começaram a ter um nível maior de nacionalização. Era o lançamento do chassi D 11.000, um dos modelos pesados de maior sucesso da empresa de economia mista, cm participação da iniciativa privada internacional e do governo brasileiro. Nos anos de 1960, várias cidades tiveram ônibus D 11.000, inclusive a CMTC – Companhia Municipal de Transportes Coletivos em São Paulo. Se a General Motors em 1947 foi considerada a primeira empresa a fazer um ônibus monobloco no País, ônibus com conceito integral, com carroceria, motor e chassi formando um bloco só, e em 1958, a Mercedes Benz com o O 321, ou Super B, popularizou o conceito de ônibus de fato e não carrocerias para passageiros sobre chassis de caminhão, foi em 1959 que a FNM entrou para o segmento dos monoblocos. Porém o preço, o peso do seu veículo e o sucesso dos Monoblocos da Mercedes Benz fizeram com que o produto da FNM não tivesse muito êxito. Nos anos de 1970, a sociedade, os passageiros, o poder público e os frotistas começavam, mesmo que lentamente, a ficarem mais exigentes e a pedirem ônibus de fato. Tudo reflexo, em parte da Mercedes Benz que tornava usual o conceito de ônibus de verdade, e pelas importações de grandes empresas transportadoras, como Expresso Brasileiro e Cometa, que operavam com ônibus confortáveis, diferentes dos feitos até então pela indústria nacional. As fabricantes começaram a realmente pensar nos ônibus.

Fazer produtos mais específicos para transportes de passageiros, tanto urbanos como rodoviários. Mesmo que fossem chassis de caminhões com algumas adaptações, principalmente na suspensão, que deveria ser mais macia para oferecer um conforto maior aos passageiros. Até esta época, entre 1957 e 1967, a FNM tinha produzido 1866 chassis vendidos para aplicação em ônibus. Ainda nesta fase de fazer produtos específicos em 1971 a FNM apresentava os modelos V – 9, com motor dianteiro, e V 15, com motor traseiro. Era o início da renovação dos ônibus da FNM. Essa renovação se firmaria com o chassi especial para ônibus, o FNM 195 OU. O modelo era considerado inovador para a época. Para se ter uma idéia, o projeto Padron, elaborado em 1975, e concluído em 1979, previa os ônibus com carrocerias de 12 metros de comprimento. O chassi FNM 195 OU tinha 11,6 metros, conforme reportagem da Revista Transporte Moderno de 1973. O sistema de marchas era ZF sincronizado. A ficha técnica publicada pela Revista Transporte Moderno indicava a velocidade máxima necessária para a troca das marchas. 1ª - 14,1 km/h - 2ª - 24,4 km/h - 3ª - 37,3 km/h 4ª - 56,3 km/h - 5ª - 82,1 km/h - Ré – 14,2 km/h O motor de 6 cilindros rendia 195 cavalos de potência, um ônibus médio para os dias de hoje, mas um gigante nos anos de 1970.Atualmente potência semelhante, desenvolvem os chassis para micrões. A capacidade de transporte também era semelhante aos midis de hoje, 15 toneladas, para ver como

a indústria de ônibus se desenvolveu. O modelo trazia o freio de estacionamento com o sistema Spring Brake na roda traseira, com destravamento pneumático e direção hidráulica, o que não era muito comum para a época. O tanque armazenava 220 litros de combustível. O veículo podia receber carrocerias grandes, para 42 ou 50 passageiros sentados, como esta urbana da Ciferal, muito bem acabada e que, na época em que os ônibus eram arredondados e tinham “degraus” sobre o teto, já apresentava teto reto, linhas sóbrias e grande área de envidraçamento, antes mesmo do Gabriela I da Caio, que popularizou esse conceito em 1974. Frente a empresas como Mercedes Benz e na época General Motors, a Fábrica Nacional de Motores tinha produção modesta de ônibus, mesmo com alguns produtos mais modernizados. Entre 1957 e 1967 foram comercializados 1866 ônibus. Entre 1976 e 1983 a FNM vendeu 1032 ônibus, de acordo com levantamento do historiador Waldemar Correa Stiel. Este último período se refere ao período que a FNM pertenceu à Fiat. Em 1976, a Fiat Diesel do Brasil havia comprado a FNM. Em 1983 foi encerrada a produção de ônibus pela companhia que deixou de existir dois anos depois, em 1985. Mesmo tendo uma história bem conturbada, com associações, contratos diversos, parecerias, modelos bem sucedidos e outros nem tanto, a FNM e o modelo FNM 195 OU foram uma página importante para a indústria nacional de ônibus chegar aos níveis atuais, considerados um dos mais avançados da América Latina.

As mais belas fotos de empresas e veículos que marcaram a história do transporte nacional

Clássico B10M da antiga Breda quando ainda atendia Sorocaba, e o atual G7 sob Scania F230

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MATÉRIA DA SEMANA

MEGA BRT

FINALMENTE, ALGO NOVO Fábio Takahashi Tanniguchi No dia 20 de dezembro de 2010 foi apresentado o Neobus Mega BRT na cidade de Campinas, interior de São Paulo. O evento foi realizado no The Royal Palm Plaza, um resort muito bem conceituado da região. O evento nem havia começado e o Mega BRT já atraía olhares curiosos de hóspedes, funcionários e prestadores de serviços que passavam pelo local. Afinal, se em fotos o modelo já impressionava a todos, ao vivo o modelo impressionava ainda mais. Segundo o diretor da Neobus e projetista do Mega BRT que esteve no evento, a inspiração para o design externo foi o trem bala, com o objetivo de fazer um ônibus que atraia as pessoas a deixarem seus carros na garagem para usar o transporte público. Com a preocupação das cidades pela melhoria do trânsito e para torná-las apresentáveis na Copa de 2014 e nas Olimpíadas de 2016, a Neobus parece ter aproveitado bem a ausência, no Brasil, de veículos inovadores para o transporte urbano de passageiros em massa. Internamente, há diversos detalhes no salão de passageiros para dar a impressão de que o passageiro está num trem, como o espaço para anúncios acima das janelas e a maior largura e maior altura do salão de passageiros. As poltronas preferenciais são equipadas com cinto de segurança. A próxima parada é anunciada através de avisos sonoros e também por meio

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dos painéis de mensagens variáveis espalhados pelo veículo. Os avisos sonoros e os painéis de mensagens variáveis mostravam paradas de Curitiba (Estação Água Verde, Estação Centro Cívico e Estação Aeroporto). Como a equipe da Revista InterBuss (Fábio Tanniguchi e Luciano Roncolato) destinada ao evento chegou cedo, houve bastante tempo para apreciar o veículo internamente e externamente e verificar detalhes, como as câmeras espalhadas pelo veículo, que captam imagens que são mostradas no cockpit. Aliás, um cockpit que esbanja modernidade. Por volta das 11h da manhã, o prefeito de Campinas, Hélio de Oliveira Santos, e o secretário de Transportes, Gerson Bittencourt, chegaram ao The Royal e entraram no veículo. Após apreciarem o veículo, deram algumas palavras aos repórteres. O prefeito declarou que o Mega BRT é um modelo de veículo que deverá ser adotado no futuro corredor da região Noroeste (Campo Grande) e que as verbas para as obras desse corredor devem sair pelo PAC 2 que, apesar de contemplar só as cidades-sede da Copa de 2014, Campinas deverá ser beneficiada como exceção devido ao Aeroporto de Viracopos. Segundo o secretário, estão previstos pelo contrato de concessão do transporte campineiro mais 50 a 60 articulados, e a EMDEC pode negociar que esses veículos sejam do modelo Mega BRT. Além disso, o secretário acrescentou que o veículo poderá ser utilizado, além do futuro Corredor Campo Grande, também em

Veículo foi apresentado a empresários de Campinas no último dia 20/12 outras linhas de alta demanda. Segundo a Neobus, o Mega BRT deve sair em torno de 10% mais caro que um articulado comum. A Neobus ainda acrescentou que o Mega BRT não necessariamente precisa ser encarroçado sobre o chassi Volvo B12M, podendo, assim, ser encarroçado sobre todos os chassis articulados do mercado. Isso pode ser comprovado no calendário 2011 dado pela Neobus, em que há desenhos de computador ainda de um Mega BRT com o chassi Scania K310 articulado com dois eixos no último vagão e outros três desenhos de computador de veículos do modelo na versão biarticulado. No site da encarroçadora, no calendário e no folder dados no evento, a ideia de melhorar as cidades e criar espaços urbanos melhores é ressaltada pelo tema “Sua cidade merece o novo Mega BRT”. No calendário, em cada mês do ano há uma frase começando por “Sua cidade merece”, que é completada com diversos elementos que melhoram a qualidade de vida nas cidades, encerrando em dezembro com a frase “Sua cidade merece o novo Mega BRT”. Assim, a Neobus vende o Mega BRT não apenas como um ônibus ou uma mera carroceria de ônibus, mas como um produto que pode melhorar a imagem de corredores já existentes ou então se tornar um “garoto propaganda” de sistemas BRT que ainda estão em fase de planejamento, execução ou reforma. Ao pessoal de Goiânia e que saiu soltando na internet informações de que a prefeitura já havia comprado o Neobus Mega BRT,

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Fotos: Fábio Takahashi Tanniguchi

um breque: o diretor da Neobus e projetista do Mega BRT negou que a prefeitura de Goiânia tenha comprado o Mega BRT e disse que só houve apresentação do veículo e isso gerou interesse tornando Goiânia como um cliente potencial, mas não que tenha havido uma compra concreta. Porém, a Neobus confirmou que a cidade de Curitiba utilizará o Mega BRT ainda neste ano de 2011. Logo depois, o prefeito e o secretário, além de alguns representantes da Neobus e do presidente da Volvo Bus Latin America, Luís Carlos Pimenta, seguiram até o restaurante La Palette, que fica dentro do complexo The Royal Palm Plaza. Também participaram do almoço representantes das empresas de ônibus da cidade, dentre os quais, Belarmino da Ascenção Marta, Belarmino da Ascenção Marta Júnior (ambos do Grupo Belarmino Marta, dono da VB), Joubert Beluomini (da Itajaí Transportes e da Onicamp) e José Roberto Felício (do Grupo NIFF, dono da Campibus). O presidente da Volvo Bus deu algumas palavras aos jornalistas presentes, que perguntaram em relação ao uso de combustíveis “verdes”. Pimenta citou o investimento da Volvo para trazer o Hibribus para testes, como uma oportunidade do mercado responder positivamente para uma possível produção de um chassi com essa tecnologia no Brasil. Quanto ao custo da tecnologia híbrida, ele disse que a diferença no custo pode reduzir consideravelmente se ela for aplicada em grande volume. Porém, ainda haveria uma diferença de preço boa e que pode fazer frotistas pensarem duas vezes aqui no Brasil. Com isso, é necessário que alguém pague essa diferença. O prefeito teve que se retirar durante o almoço, e o secretário de Transportes saiu logo após. Assim, logo após o almoço, os empresários seguiram para o veículo para conhecê-lo. Os empresários se impressionaram bastante com o visual do veículo e com o nível de conforto interno. A Neobus ressaltou que o impacto positivo que ele pode levar ao passageiro e ao sistema de transporte poderia compensar a diferença de preço de 10% em relação aos outros veículos da categoria. De fato, os argumentos da Neobus são bons. Porém, o Mega BRT foi um produto projetado para algo que depende do poder público: corredores do tipo Bus Rapid Transit (BRT). E, até onde sei, é difícil contar com o poder público no Brasil. O secretário campineiro Gerson Bittencourt disse que o Mega BRT será usado de preferência no futuro corredor do Campo Grande, mas também em outras linhas. A Neobus disse que o veículo pode ser adquirido com todas as portas normais (sem embarque em nível), numa cidade que ainda esteja implantando seu BRT. Conclusão da história: o Mega BRT pode ser um divisor de águas em relação a de-

Vista do interior do Mega BRT: um conceito totalmente renovado de ônibus urbano sign e conforto, mas deixou aberturas para que possa ser utilizado em qualquer lugar. Será que a sigla BRT do nome do modelo será apenas para nomear o veículo e servir de propaganda? Todas as pessoas sérias que acompanham os lançamentos e notícias do transporte esperam que isso não aconteça. E também esperam que todas as discussões em torno do sistema BRT estejam apenas começando e que continuem mesmo depois da Copa de 2014 e das Olimpíadas de 2016, pois transporte coletivo público é algo que as pessoas utilizam diariamente, com ou sem eventos importantes a vista. Felizmente, a Volvo esteve no evento exatamente para mostrar os benefícios do BRT, através de um bom material que incluiu um cartaz comparando metrô subterrâneo, metrô de superfície e BRT em relação ao quanto pode ser construído com 1 bilhão de dólares, e um folder grande muito bem elaborado que estava na sacola da Volvo que foi distribuída no evento. No folder, uma título de bastante efeito para caracterizar o BRT: “Não é apenas um ônibus urbano. Não é um metrô subterrâneo. É o melhor dos dois”. Nesse ponto, a parceria feita entre Neobus e Volvo para fazer a demonstração do Mega BRT sobre chassi B12M foi muito positiva para ambas as partes. Assim, o design e a inovação do modelo da encarroçadora gaúcha ficou ao lado da qualidade e da experiência em BRTs da marca sueca. E, vendo o modelo pessoalmente, dá para perceber que o Volvo B12M é o chassi ideal para o Mega BRT. O motor central dá melhor aproveitamento de espaço, tornando o piso plano, o que mantém a impressão de estar num metrô. A posição do motor também ajudou a economizar espaço fazendo o bicicletário no fundo do veículo e atrapalhando o menos possível o embarque e desembarque de pessoas, já que o bicicletário foi acomodado ao lado da última porta de embarque em nível. O motor central também ajudou a manter o design exter-

no de trem-bala, o que seria bastante comprometido se houvesse toda a tropa de grades e entradas de ar na região traseira. Mas é lógico que, na hora do frotista realmente comprar o veículo, virão outras questões tão ou mais importantes. Quanto aos resultados que a Neobus possa ter obtido com a apresentação do Mega BRT, eles não são tão satisfatórios. A promessa da prefeitura de fazer o Corredor Campo Grande pela Avenida John Boyd Dunlop é bem antiga, desde o início da primeira gestão do atual prefeito Hélio de Oliveira Santos. Ou seja, uma aplicação do Mega BRT em um verdadeiro corredor projetado para ser BRT só poderá ser vista se o Corredor Campo Grande sair. Caso contrário, o veículo terá algumas (poucas) chances de rodar em linhas comuns, onde pode ser um investimento exagerado, ou mesmo um investimento de caráter simbólico. Em geral, o Neobus Mega BRT impressiona bastante, quebrando paradigmas do transporte público urbano sobre pneus neste país. Seu design pode ser uma grande porta de entrada para novos usuários no sistema de transporte. O conforto interno, com janelas panorâmicas, bicicletário, ar condicionado e poltronas com estofamento em tecido, pode também tornar a viagem mais aconchegante e melhorar a imagem do sistema de transporte. Porém, percebe-se que o Mega BRT é um veículo aplicável não apenas como um investimento isolado, é um investimento que deve ser aplicado junto com outros relacionados a construção de corredores de alta qualidade, a criação ou reestruturação de um sistema de transporte, a criação e reforma de terminais, e a diversas outras políticas que tornem o transporte público da cidade mais atrativo e eficiente. Senão, é um investimento isolado mesmo, e que não trará muitos resultados. Afinal, não será atrativo andar num ônibus bonito que ficará parado em congestionamentos e será associado a um sistema de baixa qualidade.

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AS FOTOS DA SEMANA 10 das melhores fotos da atualização de ontem do Portal InterBuss: www.portalinterbuss.com.br O Portal InterBuss foi atualizado ontem com 700 fotos de diversas localidades do Brasil e da Argentina. Por conta do grande número de fotos, há várias outras tão boas quanto as que estão nesta seção, porém selecionamos dez delas para a publicação aqui na Revista InterBuss. Confira nossa Galeria de Imagens no site e veja nossa primeira atualização do ano!

1 e 2. Belíssima apresentação da nova frota da Transpen, por Eliel Lins Bento • 3. Belo LD da Bosembecker, por Chailander Borges • 4. Primeiro G7 reencarroçado do Brasil, com chassi B12R da Penha, por Márcio Douglas • 5. Novo G7 da TIL, por Diego Almeida • 6. Novo DD da Viação Esmeralda, por Matheus Novacki • 7, 8 e 9 - Novos Torinos saindo da Ciferal, para a T. C. Grande Londrina, Viação Satélite e Praia Sol, por Josenilton Cavalcante da Cruz • 10. Dois dos novos Viales da Saens Peña para São José dos Campos, por Matheus Novacki, em Curitiba.

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MURAL Colecionadores, frotistas e pessoas ligadas ao setor de transportes estarão aqui, todas as semanas 13/11/2010 • Os busólogos Aislan Nascimento e Ludas de Paula, respectivamente. Em visita a Sala VIP da Viação São Raphael quando o mais novo carro da empresa era exposto aos passageiros, tratava-se do 9000 um Paradiso 1800 em Volvo B12R.

Envie você também a sua foto com sua equipe e veja-a aqui. O e-mail é revista@portalinterbuss.com.br

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Marisa Vanessa N. Cruz 2011: Ano da renovação Vitória 92 da Viação Imigrantes cujo ônibus já pertenceu à extinta Auto dos transportes no ABC Viação Tabu, de São Paulo

Fotos: Marisa Vanessa N. Cruz

COLUNISTAS

Inicio a coluna escrevendo sobre o que poderá acontecer no ano de 2011, cujo foco principal é a nova licitação da área 5, suspensa várias vezes desde 2005. Com a entrada da paranaense Leblon na cidade de Mauá e crescentes reclamações de má qualidade dos serviços prestados na região, as esperanças da licitação reacendem. Observei que nas outras 4 áreas da região metropolitana de SP a qualidade da frota aumentou, diminuindo sua idade média, além de um controle rigoroso em todas as empresas. Enfim, chega o final de 2010, e mais uma nova esperança surge quando o grupo Setti Braga compra as empresas Interbus e Humaitá. Só para ter uma ideia, nem preciso escrever que todos os seus ônibus da Humaitá são usados (sem exceções). Alguns vieram de Fortaleza, outros de empresas do antigo grupo, e das suas quatro linhas, duas delas têm pouquíssimas partidas: apenas seis nos dias úteis cada. A Interbus veio da antiga Viação São Luiz, operando linhas que partem de São Caetano do Sul ao extremo leste de São Paulo, e uma linha executiva operada por micro-ônibus que parte de Santo André ao Aeroporto de Congonhas. Ambas as empresas foram compradas por Ronan Maria Pinto em 1984, junto com Baltazar e seu patrono Nenê Constantino. Eu achava que somente o presidente do sindicato dos empresários de ônibus do ABC fosse resistente a essa mudança, mas a

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licitação envolve o entendimento de todos os empresários, desde que todos cumpram com êxito os serviços prestados. Temos também as famílias Sófio e Locosseli que mantém suas empresas “na raça” com seus poucos investimentos e torço para que ambos também possam ser beneficiados com frotas novas. Mas mesmo assim vão ter algumas desistências e aparecerão novos empresários investindo no setor, cumprindo obrigações trabalhistas e exigências da EMTU. Agora é só pedir a Deus ou alguma outra divindade de sua preferência para que realmente cumpra à risca essa licitação. É só aguardar o dia 31 de janeiro – não queremos ver outras futuras decepções. E voltando em 1984, aproveitando a venda de algumas empresas de ônibus no ABC, o trio Constantino, Baltazar e Ronan comprou pelo menos seis empresas só naquela região: vejam só o que eu encontrei no Diário Oficial de 19 de outubro de 1984 quando o vereador Jamil Achôa perguntou para o secretário dos transportes Getúlio Hanashiro se conhece Nenê Constantino. Ele respondeu que sim: leu na Gazeta Mercantil que é um dos maiores empresários de ônibus e que além da compra da Viação Canaã queria também operar seus ônibus na recém-falida Companhia Auxiliar. Agora fico pensando: de 1984 pra cá, das empresas que o trio comprou, deixando repartidamente nas mãos de Baltazar e Ronan, qual das empresas prima pelo zelo e qualidade

dos ônibus, renovando periodicamente a frota com ônibus novos e com um bom atendimento? E quanto o serviço da Metra no corredor Diadema-Morumbi, eu só tenho a reclamar uma coisa: A última partida de Diadema até Berrini é às 23:30 nos dias úteis, prejudicando estudantes que voltam das faculdades no ABC. A solução alternativa é pegar a linha 044 da Viação Imigrantes fora do terminal, cuja parada é um pouco distante (e pagando uma tarifa a mais). R$ 3,00 em São Paulo Como eu tinha saudades da tarifa de R$ 1,15 em janeiro de 2001. Reparem que, de lá pra cá comparando os últimos 10 anos, a tarifa de ônibus aumentou 160% e o IGP-M aumentou 130%, tendo por base os índices dos últimos 120 meses. Neste ano que passou, o IGP-M anual foi 11,32%, e isso contribuiu para o aumento de 11,11% na passagem de ônibus. O problema é que, além do excessivo aumento da tarifa, contribui ainda mais para aumentar a inflação no Brasil, e quando a inflação aumenta, os preços aumentam ainda mais. É a “bola de neve”. Mas peraí: Como a inflação oficial foi 5,91% se um monte de entidades usam o IGPM para reajustar preços? Aí é que está. Boa sorte, Dilma!!

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