Revista InterBuss - Edição 22B - 28/11/2010

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ESPECIAL VVR 2010 R EV I ST A

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ANO 1 Nº 22-B 28/11/2010

CAMINHÕES E ÔNIBUS

DE PESO

VVR 2010 trouxe belos veículos pesados do passado e do presente


VOCÊ VIU ELE EM PRIMEIRA MÃO NO PORTAL INTERBUSS

AS GRANDES NOVIDADES DO TRANSPORTE NACIONAL VOCÊ VÊ EM NOSSO SITE, TODOS OS DIAS, NA GALERIA DE NOVIDADES! www.portalinterbuss.com.br/galeria PORTAL

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CONTEÚDO DE QUALIDADE COM RESPONSABILIDADE


NESTA EDIÇÃO

VVR 2010: MAIS UM EVENTO DE SUCESSO!

Artesanato e muita paixão, que levam ao registro de detalhes que só vêm a cabeça de um verdadeiro amante dos transportes. Estas são as principais matérias-primas das miniaturas, como deste Monobloco Mercedes Benz O 362, com ap pintura da CMTC dos anos de 1970 e parte dos anos de 1980

Foto da capa: Chailander Borges

Edição número 22-B • Domingo, 28 de Novembro de 2010 • Esta parte tem 12 páginas

EXTRA 2 • Especial VVR 2010.................................................................................... B1 a B12 REVISTA

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E S P E C I A L V I V E R, V E R E R E V E R

MAIS UM GRAND SUCESSO! Cobertura especial, textos e fotos: Adamo Bazani

Olhares cheios de experiência e histórias cruzavam com jovens olhares de admiração e entusiasmo. Viver, Ver e Rever: tais olhares comprovaram a que veio a exposição, realizada pelo Primeiro Clube do Ônibus Antigo Brasileiro e patrocinada pela Mercedes Benz do Brasil. Despertar um sentimento todo especial nas pessoas que Vivem aquele momento ao Verem muitas vezes as próprias histórias pessoais, fazendo com que elas possam Rever o presente pelo estudo, lembrança ou conhecimento inédito da rica história dos transportes coletivos, reflexo e participante ativa nas diferentes conjunturas econômicas, sociais e políticas do País. O entusiasmo dos jovens empolgava, mas era a experiência e sabedoria dos mais

antigos (porque quem consegue entender e reviver o passado de maneira diferente a cada reflexão não é velho) é que se destacavam no maior encontro da história do setor, no País, que é realizado uma vez por ano (por dois dias) no Memorial da América Latina, na Barra Funda, zona Oeste de São Paulo. Um dos personagens que a reportagem conheceu na VVR foi o colecionar, historiador e busólogo, Salomão Golandski, que veio especialmente da região de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, para a exposição na Capital Paulista.

Com 62 anos de idade, Salomão cultiva o gosto pelos transportes desde quando tinha 7 anos de idade, quando viajava nos ônibus e em sonhos da Porto Alegre de 1955. Inicialmente ele começou a gostar da parte mecânica dos ônibus, principalmente dos importados da França e dos Estados Unidos. Se hoje o Brasil é um dos principais fabricantes de ônibus, que exporta para boa parte do mundo, anteriormente era o País que


DE

Jovens entusiastas pelos transportes e admiradores antigos se uniram em evento único em São Paulo em celebração à memória não só da locomoção dos brasileiros, mas do dia a dia dos cidadãos


E S P E C I A L V I V E R, V E R E R E V E R importava veículos completos ou chassis. Busólogo, Internet, OFs, EODs. Blogs, Fotologs, Máquinas Digitais, Comunidades do Orkut, Listas de Discussão...Salomão sequer imaginaria que esses termos poderiam existir..O que ele gostava (e gosta) é de ônibus e pessoas. E esse gosto foi aumentando com o tempo. Em 1959, essa paixão ganha um ingrediente especial: uma novidade que mudou a história dos transportes do Brasil e também aos poucos conduzira a de Salomão. Foi a entrada dos Monoblocos O 321, lançados pela Mercedes Benz um ano antes, em 1958, que implementaria no País de maneira mais firme e definitiva o conceito de ônibus verdadeiro. Tratava-se de um veículo formado por uma peça, ou um bloco só, um Monobloco mesmo, que integrava num mesmo conjunto motor, chassi e carroceria. A novidade chegava a Porto Alegre. E Salomão relembra esta compra dos Monoblocos para Porto Alegre, como se ela tivesse ocorrido minutos antes da entrevista. “Em 1959, a Prefeitura (de Porto Alegre) encomendou 20 monoblocos. Eram novíssimos e isso me empolgou muito. Fazia questão de andar nestes ônibus e puxar papo com os motoristas” – conta o sempre jovem Salomão. Em 1965, fez amizade com um engenheiro da Secretaria dos Transportes de Porto Alegre. Foi a oportunidade para ampliar seus conhecimentos, cultivas a paixão pelo ir e vir das pessoas, e também para conhecer as linhas da cidade. “Aos sábados eu passava o dia inteiro passeando nas linhas. O pessoal me chamava de louco. Mas e daí, eu gostava e sempre vou gostar. Mas esta difícil, encontrar alguém com os mesmos gostos. Na verdade, percebia que muita gente tinha admiração pelos ônibus, mas não falava. Parecia algo subversivo” – explica Salomão. Mas as dificuldades, as críticas e sobretudo a falta de alguém para trocar uma idéia fizeram que a partir de 1972, Salomão se desinteressasse. Apesar de gostar de história, busólogo que é busólgo curte mesmo uma novidade. E foram as mudanças nos transportes portoalegrenses que fizeram com que a paixão de Salomão, que na verdade não tinha acabado, só esperava por uma oportunidade para ser despertada, viesse à tona. O governo municipal de Porto Alegre era de Olívio Dutra, em 1989, que a exemplo de outras administrações petistas, como de São Paulo, Campinas, Santo André, São Bernardo do Campo e Diadema, decidiu pela “municipalização” dos transportes.

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O pesquisador e colecionar Salomão Golandski ensina os mais jovens no gosto pelos transporte e troca experiências e conhecimento com os mais vividos, mas seu olhar de admiração pelo novo e saudade pelo antigo consegue dizer mais ainda Novos carros, reformulação das linhas, novas pinturas e um contexto político recheado de idéias no mínimo inovadores, que ao passar do tempo provaram que eram apenas idéias ou boas iniciativas que foram prejudicadas pelos vícios das máquinas públicas, como cabides de emprego, gastos não planejados e superiores às receitas e pura incompetência de gestão. A maioria das municipalizações caiu por terra. Mas o momento serviu de reflexão e estudo. E quem gosta de ônibus não apenas como máquina, olhando para o que ele realmente é, um condutor do progresso e um termômetro das diferentes épocas do País, as municpalizações foram um prato cheio para estudar, acompanhar os vários exemplos de outras regiões. E Salomão aproveitou esta época para não mais parar. Em 2003, teve os primeiros contatos com a Internet e descobriu que a ferramenta era uma rede mesmo. Os primeiros busólogos, quase nunca usando este termo, começavam timidamente a postar uma ou outra foto, a comentar nomes de modelos e linhas de ônibus. Até que os admiradores pelos gigantes das cidades se identificassem. O interessante é que muitas pessoas se conheciam antes, do bairro, da escola, mas só souberam do gosto uma das outras depois da Internet. E a ferramenta auxiliou as pesquisas de Salomão, detentor de um dos maiores acervos de fotos antigas e dono de um profundo conhecimento sobre marcas, modelos, evolução industrial e sistemas de planejamentos. Ele, no entanto, é prova de que o computador facilita as coisas, porém, elas devem

vir de um propósito e do coração. Salomão despertava uma paixão por transportes e pessoas antes mesmo de alguém imaginar que as casas tivessem processadores de dados particulares. E é isso que deve ser a informática. Um meio e não o principal elemento da criação e do gosto humano. PARA TODOS OS GOSTOS Engana-se quem pensa que um evento como a VVR só tem ônibus antigos. É um passeio pela história e, apesar de a temática principal ser os transportes coletivos, nessa viagem é possível conhecer caminhões que marcaram época e até carros de passeio. A mostra dos caminhões neste ano foi um espetáculo a parte, mostrou relíquias importadas e nacionais que marcaram diferentes épocas nos transportes de cargas e na prestação de serviços no Brasil. Um dos destaques sem dúvida é uma unidade de combate a incêndio dos Bombeiros de São Paulo de 1920. Para quem gosta de carros, alguns modelos desfilam pelo Memorial da América Latina, na Barra Funda, como um imponente Cadilac branco, que trafegava entre os gigantes. E como ônibus também é cultura, várias miniaturas artesanais, fotos das mais diversas épocas e uma vasta literatura brindam o evento. Além do passado, o contemporâneo e o futuro são assuntos da VVR que enxerga pelo retrovisor sem deixar de estar com os olhos atentos no caminho à frente que surge pelo para-brisa.

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Ônibus articulado da Leblon Transporte de Passageiros, inédito na região do ABC Paulista, um dos marcos das inovações dos serviços de Mauá. Computador de bordo, acessibilidade, sistema de elevação e agachamento de carroceria e um design moderno chamaram a atenção dos visitantes. Foto : Tiago Papita.

URBANOS, OS DESTAQUES

O município de Mauá, na Grande São Paulo, foi um dos pontos altos da exposição que retrata a história dos transportes, VVR – Viver, Ver e Rever, que reuniu aproximadamente 60 veículos nos últimos dias 20 e 21 de novembro, no Memorial da América Latina, na Barra Funda, zona Oeste da Capital Paulista. Isso porque fez parte da exposição o inédito ônibus articulado, Volvo B 12 M, carroceria Marcopolo Viale, adquirido pelo Grupo Leblon Transporte de Passageiros, para o lote 02, que contempla 18 linhas do sistema municipal de Mauá. Depois de muita luta jurídica, mediante aos instrumentos judiciais movidos pelo grupo que perdeu a licitação, realizada em 2008, a Leblon começou a operar na cidade no último dia 06 de novembro. O organizador do evento e presidente do Primeiro Clube do Ônibus Antigo Brasileiro, Antônio C. Kaio Castro, também profissional do setor de transportes, desta a inovação para Mauá. “É uma tecnologia que fascina. Fico feliz que a população de Mauá tenha a acesso a este veículo e parabenizo a Prefeitura de Mauá e a Leblon pela inovação e por proporcionarem o melhor para os passageiros” – disse Antônio C. Kaio Castro. O veículo é o primeiro modelo articulado do ABC Paulista com 4 portas, facilitando o embarque e desembarque com

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mais organização, rapidez e segurança. Possui um avançado sistema de elevação e agachamento de carroceria para enfrentar viários mais difíceis, sem diminuir o conforto, já que a suspensão é pneumática e ao mesmo tempo proporcionar entrada e saída de passageiros no ônibus com mais comodidade. Computador de bordo que controla diversas funções do veículo, desde o acompanhamento das operações, passando por informações de consumo e desempenho em tempo real, até inclinação de carroceria é outro exemplo de inovação trazida pelo ônibus de Mauá. O veículo também dispõe de freios com tambores, mais seguros que os tradicionais a disco. Kaio Castro não teve dúvidas em comparar os benefícios deste ônibus com os do metrô, principalmente, na questão do conforto e bem estar. “Eu posso compara um ônibus desse, como o da Leblon na cidade de Mauá, com o Metrô. E não é exagero. O mesmo bem estar e a credibilidade que o metrô me passa eu senti nesse ônibus. Veículo limpo, novo, moderno. Entrei nele várias vezes e me senti bem. Estive no Metrô de Madrid, de Barcelona, obviamente no de São Paulo, e vi na prática que este ônibus é um exemplo de que o transporte sobre pneus pode ser digno e eficiente” – garantiu Kaio. A modernidade do veículo pode ser

sentida também pelas inúmeras pessoas que não são busólogos (quem cultiva gosto por ônibus) e que não trabalham no setor, mas que sempre estão atentas às mudanças dos transportes que sabem que os serviços fazem parte do dia a dia e do desenvolvimento (ou não) das cidades. Uma das inúmeras pessoas que não são do ramo, mas que se interessam por história e pela evolução foi a jornalista e professora universitária, Andréia Rosmaninho. Andréia por conta da profissão viaja constantemente para outros países e disse que o ônibus de Mauá não deve nada aos veículos usados nos países mais desenvolvidos. “Realmente é um ônibus moderno, bonito e até supera a realidade dos transportes da região. Sou moradora do ABC, mas fico boa parte do ano em outros países. Este veículo não deve nada aos usados em países ditos de primeiro mundo. Ao contrário, chega até ser superior” – disse a professora e jornalista, que se impressionou com o computador de bordo e a quantidade de informações passadas de maneira fácil para o motorista. O viés ambiental do veículo também foi notado pelos participantes. O ônibus é movido a diesel, no entanto, emite menos poluentes que os veículos mais simples. Quem explica é o vice-presidente

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E S P E C I A L V I V E R, V E R E R E V E R da ONG – Movimento Respira São Paulo, entidade que luta em prol da melhoria da qualidade de vida nas cidades com ênfase ao respeito pelo meio ambiente. “Esse ônibus possui motorização eletrônica. Isso já reduz a poluição. O fato de ele ser automático e possuir informações em tempo real faz com que ele consuma de maneira eficaz o combustível, o que também resulta em menos poluição do ar. Além disso, seu motor pode receber a mistura B 5 (5% de biocombustível no diesel tradicional) e o diesel s 50 (50 partículas de enxofre por milhão), o que também deixa as operações mais limpas. Em resumo, é uma série de fatores que somados trazem benefícios ambientais” – explicou Galesi, que defende a ampliação na cidade de São Paulo de corredores de trólebus, como o da avenida Celso Garcia, uma das bandeiras de luta da ONG. Entre os busólogos, o veículo foi um sucesso. Os admiradores, de várias idades, tiravam fotos, faziam vídeos. Foi um dos ônibus mais visitados do evento, sendo cortejado até mesmo no caminho de volta pelos entusiastas. OS PASSOS PARA A EVOLUÇÃO: Os expositores da VRR sabem que para a indústria brasileira de ônibus chegar a este nível tecnológico, ser exportadora e uma das mais respeitadas do mundo, milhões e milhões de quilômetros foram percorridos. Por isso que o evento tenta, por uma linha do tempo, trafegar por esta história que não revela apenas um crescimento industrial. Os ônibus são extremamente inseridos no contexto social, econômico e até nas histórias pessoais, anônimas, mas não menos importantes. Quantas pessoas passando pro acaso se identificaram logo com os modelos expostos e suas vidas. Frases como “Olha filho, este ônibus foi um dos primeiros que o papai usava para trabalhar”, “Olha o ônibus onde conheci minha primeira namorada” ou “Não usava muito ônibus, mas lembro deste subindo a rua do meu bairro” mostram a importância dos ônibus para quem utiliza e para quem não faz uso deste meio de transporte. A frase de uma senhora, cabelos brancos, porém muito firme e demonstrando a serenidade que só uma pessoa experiente pode ter, chamou a atenção e revelou que os ônibus atravessam tempo e não apenas itinerários. “Eu fazia curso de datilografia no centro (da Capital Paulista) e usava ônibus como estes” – relembrou a senhora na frente de um Monobloco O 321, da Mercedes Benz, lançado em 1958 pela montadora alemã no

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Caio Apache S 21 sobre plataforma O 371 - Mercedes Benz, representou os anos de 1990, época que os ônibus brasileiros ganham mais espaço ainda no mundo

Monobloco Mercedes Benz O 321, ônibus de 1958, que implantou no Brasil o conceito de veículos de transportes coletivos mais confortáveis e feitos realmente para passageiros, sendo muito mais que caminhões encarroçados Brasil, consolidando o conceito de ônibus integral (chassi, motor e carroceria formando um só bloco). Surgia verdadeiramente o ônibus no Brasil e não apenas veículos para transporte coletivo encarroçados sobre chassis de caminhão.

Os anos que vão desde 1980 até o início da primeira década de 2000 representaram passos para a evolução dos transportes de passageiros. A indústria nacional, com grande número de exportações, ganharia definitiva-

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Um dos destaques na parte sobre os caminhões: Um Auto Bomba de 1920 mente boa parte do mundo. Os ônibus brasileiros começaram a ter maior reconhecimento pro sua qualidade. Veículos já computadorizados, suspensões mais modernas, transmissões automáticas mais baratas e carrocerias que inovavam o design totalmente quadrado dos ônibus (tendência adotada a partir da segunda metade dos anos de 1960) deram lugar a linhas modernas, que mesclam conceitos de desenhos retos e arredondados. Esses anos foram bem representados pelos ônibus da VIP – Viação Itaim Paulista, empresa que serve a Capital. A garagem Guarapiranga expôs um Caio Alpha Mercedes Benz e um Caio apache S 21, encarroçado sobre a plataforma do O 371, também da Mercedes, montadora que patrocina o evento, mas que dá liberdade à história. Sendo assim, modelos de fábricas concorrentes, como Scania e Volvo (a mesma do ônibus de Mauá) foram expostos livremente. FALTA DE ALGUNS MODELOS: A VVR – Viver, Ver e Rever, é uma exposição sobre a história dos transportes realizada desde 2004. Seu idealizador, Antônio Kaio Castro, com a ajuda de mais colaboradores, começou a reunir o acervo de particulares e empresas em 2004. As primeiras edições foram realizadas na garagem de

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ônibus da Expresso Redenção até 2006. O evento foi ganhando mais visibilidade e adeptos. O número de participantes aumentou e a garagem não oferecia mais estrutura para uma exposição deste porte. Sendo assim, desde 2007 é realizada no Memorial da América Latina um dos mais importantes pontos culturais do País. No ano passado, com base nos esforços empregados na VVR e pelo Primeiro Clube do ônibus Antigo Brasileiro, o deputado estadual Bruno Covas, apresentou projeto na Assembléia Legislativa de São Paulo, aprovado pelos colegas, que institui 30 de novembro como o dia oficial do ônibus antigo no Estado. Mas quem freqüenta a VVR desde os anos anteriores notou que na edição de 2010 faltaram vários ônibus que já eram tradicionais no evento e que sempre vale a pena serem vistos. A Caprioli, que mantém um acervo de quase 20 ônibus, só enviou 4 veículos, sendo que um deles, o emblemático Fofão, o Thamco ODA sobre chassi Scania K 112 CL, mais conhecido como ônibus de dois andares da CMTC de Jânio Quadros. “Os donos do acervo em nome da Capriolli tiveram dificuldades em relação a número de motoristas disponíveis. A família também enfrenta problemas de saúde, também que impediram uma participação com mais veículos” – explicou Kaio.

Para ele, ocorreu uma sucessão de fatos independentes que culminaram na redução de ônibus expostos em 2010. A participação da Santa Rita, dona de outro acervo importante foi reduzida e empresas que normalmente enviaram veículos, como Expresso Brasileiro, com seu notável Diploma 380, Scania, um dos ônibus mais altos e luxuosos dos anos de 1980. A Viação Itapemirim, outra participante de edições anteriores, também não mandou ônibus. Kaio, no entanto, afirmou que as ausências foram percebidas sim, mas que o evento não perdeu o brilho por conta disso. “A VVR foi um sucesso. Infelizmente sentimos falta sim dos outros ônibus. Mas neste ano tivemos novidades. O ônibus da Leblon, que serve Mauá, inédito no ABC, foi um dos destaques sem dúvida e uma das grandes surpresas. Os veículos da VIP também chamaram a atenção, além claro, dos tradicionalmente expostos” – disse Kaio. Se houve uma redução no número de ônibus, os caminhões foram destaque. Modelos robustos, importados, os nacionais mais simples e a organização e gentileza do “pessoal dos caminhões” mereceram atenção. Verdadeiras máquinas gigantes potentes conviviam com peças raríssimas, como carro de bombeiros de 1920. E pra quem gosta de ônibus e caminhões via numa peça única um grande

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Luxuoso Cadillac desfila e brilha entre os gigantes da exposição tesouro. Era o Papa Fila. Nos anos de 1950, a população dos grandes centros urbanos brasileiros cresceu muito. Algumas linahs de ônibus não atendiam a demanda com os veículos da época, em sua maioria de tamanho modesto. Era necessário oferecer ônibus de grande porte, mas de maneira rápida. Não havia tempo para grandes estudos. Surgia então o Papa Fila, uma enorme carroceria de ônibus sobre uma carreta tracionada por um cavalo de caminhão. A capacidade de passageiros sentados chegava a 70 pessoas, um número enorme para os ônibus da época. E um Papa Fila marcava o limite entre os ônibus e caminhões. A carroceria Cermava foi totalmente restaurada pelo colecionador. O caminhão-ônibus ou o ônibuscaminhão chamava a atenção até dos seguranças do Memorial. “Nunca imaginei que um transporte desses existiu em nossa cidade” – comentava

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um segurança com o colega. O veículo antecedeu o ônibus articulado brasileiro que teve a primeira undiade construída em 1978. era um modelo de carroceria Caio – Gabriela sobre chassi Scania B 11. Neste ano foram expostos 24 ônibus e 41 caminhões. Em novembro de 2011, a estimativa é deste número crescer para que as pessoas que vivem aquele momento, possam ver e rever vários aspectos da história das cidades e do País pela saga dos transportes. RELAÇÃO DAS EMPRESA EXPOSITORAS DOS ÔNIBUS 01 - VIAÇÃO CAPRIOLI LTDA 02 - EMP DE TUR STA RITA LTDA 03 - LEBLON TRANSPORTE DE PASSAGEIROS LTDA. 04 - CATI-ROSE TRANSP DE PASS LTDA 05 - ROBERTO SOLANO –MOTOR HOME 06 - BHERING TUR 07 - TURISMO RODRIGUES

08 - VIP TRANSPORTES URBANOS – GUARAPIRANGA 09 - COCATUR TRANSP TURÍST LTDA 10 - VIAÇÃO BRASIL REAL LTDA 11 - VIAÇÃO COLOMBO LTDA 12 - MERCEDES-BENZ DO BRASIL LTDA 13 - TRANSP TUR S JOÃO BATISTA “BADÓ” 14 - AUTO VIAÇÃO ABC LTDA 15 - VIP BUS COMÉRCIO DE ÔNIBUS 16 - ASSOC CLUBE CARRO ANTIGO BRASIL 17 - PEDREIRA SERRANA – MÁRIO TITTOTO 18 - NEOPL EMB PLÁST ANTONIO S HURTADO

Agradecemos em especial o amigos Adamo Bazani por terem enviado os materiais para esta edição Revista InterBuss


ESTAMOS NOS PREPARANDO PARA EM BREVE ESTARMOS NAS BANCAS DE TODO O BRASIL. FINALMENTE UMA REVISTA COM O QUE VOCÊ QUER, E COM O QUE VOCÊ GOSTA, FEITA POR QUEM GOSTA REVISTA

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