Revista InterBuss - Edição 22 - 28/11/2010

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EDIÇÃO TRIPLA

LEIA TAMBÉM AS EDIÇÕES ESPECIAIS DA FETRANSRIO E DA VIVER, VER E REVER R EV I ST A

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ANO 1 Nº 22 28/11/2010

ÔNIBUS A ETANOL: SERÁ QUE AGORA VAI?

União da Cosan, da associação dos plantadores de cana, da prefeitura de São Paulo e da Scania possibilitam a compra de 50 ônibus movidos a Etanol pela Viação Metropolitana. É a primeira grande compra de ônibus movidos a combustível menos poluente no Brasil. Será que dessa vez vai?

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ATENÇÃO VOCÊ QUE JÁ FEZ SEU CADASTRO NO PROGRAMA DE FIDELIDADE INTERBUSS: O PRIMEIRO DEPÓSITO DE PONTOS SERÁ FEITO NO PRÓXIMO DIA 30. SERÃO COLOCADOS OS PONTOS DESDE OUTUBRO. FIQUE DE OLHO EM SUA CONTA! PORTAL

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CONTEÚDO DE QUALIDADE COM RESPONSABILIDADE


NESTA EDIÇÃO

ATAQUES NO RIO DE JANEIRO FAZEM CONSÓRCIOS SE UNIREM PARA CONTER VIOLÊNCIA

Foto: Reprodução

A semana em 10 tempos • Página 5

Mais um ônibus incendiado no Rio de Janeiro: dezenas foram destruídos desde domingo passado

Foto da capa: Divulgação

Edição número 22 • Domingo, 28 de Novembro de 2010 • Concluída à 15h17 • Esta edição tem 48 páginas

EDITORIAL • Linhas internacionais em crescimento .... 4 A SEMANA EM 10 TEMPOS ......................................... 5 COLUNISTAS • Marisa Vanessa N. Cruz.......................... 9 MATÉRIA DA SEMANA • Parcerias pelo Etanol ........ 10 PÔSTER • Welder dos Santos Dias .............................. 12 COLUNISTAS • Adamo Bazani ........................................14 VÁ, MAS VISITE • Museu da TAM, em São Carlos ............ 16 FOTOS DA SEMANA • As melhores do Portal InterBuss.. 18 MURAL • Os sociais da Revista InterBuss..................... 19 DIÁRIO DE BORDO • Descendo a Serra do Mar ......... 20 COLUNISTAS • José Euvilásio Sales Bezerra ................. 22 SEGUNDA REVISTA • Especial Fetransrio ........ A1 a A12 TERCEIRA REVISTA • Especial VVR .................... B1 a B12

Revista na Rede Os sites do grupo Portal InterBuss são atualizados frequentemente com novos conteúdos. Fiquem atualizados com eles: • REVISTA ELETRÔNICA Acesse nosso conteúdo também na revista eletrônica, todos os dias, 24h por dia, em: www.portalinterbuss.com.br/revista • NOTÍCIAS Veja notícias do setor de transportes atualizadas diariamente em nosso blog: www.portalinterbuss.com.br/noticias • GALERIAS DE IMAGENS Nossas galerias são atualizadas semanalmente com fotos, desenhos e conteúdos enviados por diversos colaboradores de todo o Brasil. Veja em: www.portalinterbuss.com.br/galeria Tudo no site: www.portalinterbuss.com.br


EDITORIAL

Do Leitor

A violência e o transporte O assunto da semana, não poderia ser outro, senão a situação vivida pelo Rio de Janeiro, e sua eterna batalha contra o tráfico, com mais de uma centena de veículos incendiados, dentre eles, como não poderia deixar de ser, vários ônibus. Porém, não é de hoje, que vemos situações em que o transporte coletivo é afetado pela violência urbana, seja pelos mais diversos motivos, como situações de greve no setor, brigas entre empresas e perueiros, ou mesmo em situações onde o transporte é pura e simplesmente, um alvo fácil para ações criminosas, como ocorreu em São Paulo, em 2006, ocasião em que uma facção criminosa passou a atacar vários setores, principalmente o transporte, onde vários ônibus foram incendiados, tanto na capital e região metropolitana, como no inREVISTA

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A Revista InterBuss é uma publicação semanal do site Portal InterBuss com distribuição on-line livre para todo o mundo. Seu público-alvo são frotistas, empresários do setor de transportes, gerenciadores de trânsito e sistemas de transporte, poder público em geral e admiradores e entusiastas de ônibus de todo o Brasil e outros países. Todo o conteúdo da Revista InterBuss provenientes de fontes terceiras tem seu crédito dado sempre ao final de cada material. O material produzido pela nossa equipe é protegido pela lei de direitos autorais e sua reprodução é autorizada após um pedido feito por escrito, e enviado para o e-mail revista@portalinterbuss.com.br. As fotos que ilustram todo o material da revista são de autoria própria e a reprodução também é autorizada apenas após um pedido formal via e-mail. As imagens de autoria terceira têm seu crédito disponibilizado na lateral da mesma e sua autorização de reprodução deve ser solicitada diretamente ao autor da foto, sem interferência da Revista InterBuss. A impressão da revista para fins particulares é previamente autorizada, sem necessidade de pedido.

Galeria InterBuss terior. É claro que, o maior prejuízo fica para a população que em decorrência de tudo isto, se vê em condições dificílimas para efetuar o seu deslocamento, chegando com atraso em seu local de trabalho, ocasionando em muitas vezes, em perda do emprego. Sabemos que o transporte coletivo de um modo geral, poderia ser muito melhor, mas sabemos também, que ações criminosas em que o transporte é afetado, apenas faz piorar um setor que por si só, já enfrenta dificuldades. Neste momento, nos resta esperar que esta situação crítica vivida pelos cariocas, seja vencida pela polícia, pois uma derrota neste momento, fatalmente acarretará num aumento das ações criminosas, onde o transporte será, mais uma vez atingido. PARA ANUNCIAR Envie um e-mail para revista@portalinterbuss.com.br ou ligue para (19) 9636.1087 e converse com nosso setor de publicidade. Você poderá anunciar na Revista InterBuss, ou em qualquer um dos sites parceiros do grupo InterBuss, ou até em nosso site principal. Temos diversos planos e com certeza um deles se encaixa em seu orçamento. Consulte-nos! PARA ASSINAR Por enquanto, a Revista InterBuss está sendo disponibilizada livremente apenas pela internet, através do site www.portalinterbuss.com.br/revista. Por esse motivo, não é possível fazer uma assinatura da mesma. Porém, você pode se inscrever para receber um alerta assim que a próxima edição sair. Basta enviar uma mensagem para revista@portalinterbuss.com.br e faremos o cadastro de seu e-mail ou telefone e você será avisado. CONTATO A Revista InterBuss é um espaço democrático onde todos têm voz ativa. Você pode enviar sua sugestão de pauta, ou até uma matéria completa, pode enviar também sua crítica, elogio, ou simplesmente conversar com qualquer pessoa de nossa equipe de colunistas ou de repórteres. Envie seu e-mail para revista@por-

Olá pessoal do Portal Interbuss. Gostaria de perguntar para vocês quando a galeria de desenhos do site vai voltar a ser atualizada de novo? Acho que faz mais de um mês que não há atualizações por lá só as fotos normais tiradas pelos autores que enviam email com as fotos para atualização do site aos sábados. Agradeço desde já. Roberto Teixeira Varadi São Paulo/SP Nota da redação: Obrigado pelo contato Roberto! A atualização de desenhos deverá ser retomada no começo de 2011, juntamente com as atualizações dos desenhos modelados para jogos de computador, que paramos há um bom tempo, mas já temos material suficiente para voltar muito em breve.

Contatos em geral

Você também pode enviar seu contato diretamente para cada um de nossos colunistas e repórteres. Basta verificar logo no início ou no final o contato de cada um deles e enviar uma mensagem. Caso não haja nenhum canal de relacionamento disponível na matéria, você pode enviar sua mensagem para o colunista ou para o repórter através do e-mail revista@portalinterbuss.com.br e nõs faremos o encami-nhamento da mensagem à pessoa desejada. Na Revista InterBuss, você nunca fica sem contato ou sem resposta. Em até 72h respondemos sua mensagem. Este espaço é para você deixar a sua opinião sobre nosso conteúdo. Para isso, entre em contato através do e-mail revista@portalinterbuss.com.br. Na próxima edição, publicaremos sua opinião neste espaço. talinterbuss.com.br ou contato@portalinterbuss.com. br. Procuramos atender a todos o mais rápido possível. A EQUIPE INTERBUSS A equipe do Portal InterBuss existe há nove anos, desde quando o primeiro site foi ao ar. De lá pra cá, tivemos grandes conquistas e conseguimos contatos com os mais importantes setores do transporte nacional, sempre para trazer tudo para você em primeira mão com responsabilidade e qualidade. Por conta disso, algumas pessoas usam de má fé, tentando ter acesso a pessoas e lugares utilizando o nome do Portal InterBuss, falando que é de nossa equipe. Por conta disso, instruímos a todos que os integrantes oficiais do Portal e Revista InterBuss são devidamente identificados com um crachá oficial, que informa o nome completo do integrante, mais o seu cargo dentro do site e da revista. Qualquer pessoa que disser ser da nossa equipe e não estiver devidamente identificada, não tem autorização para falar em nosso nome, e não nos responsabilizamos por informações passadas ou autorização de entradas dadas a essas pessoas. Qualquer dúvida, por favor entre em contato pelo email contato@portalinterbuss.com.br ou pelo telefone (19) 9636.1087, sete dias por semana, vinte e quatro horas por dia.


A SEMANA EM 10 TEMPOS DE 21 a 27/11/2010

A guerra no Rio: consórcios montam plano contra ataques criminosos Incêndio de ônibus trouxe pânico a população e aos próprios funcionários das empresas Foto: Blog Igor Moreira

Os consórcios responsáveis pelo sistema de ônibus da cidade do Rio de Janeiro apresentaram à prefeitura um plano de contingência para garantir que as linhas continuem em funcionamento. O objetivo é evitar que a população sofra com a falta de transporte público, como aconteceu na noite de quartafeira, quando a maior parte dos carros foi retirada das ruas devido ao receio de que novos veículos fossem queimados por traficantes. Na noite de sexta, dezenas de pessoas ficaram sem condução para voltar para casa. Por volta das 23h, muita gente se aglomerava na Central do Brasil. Mulheres choravam com medo de ter de passar a noite na rua. Outras pessoas precisaram voltar para o trabalho para passar a noite. As empresas se comprometeram a monitorar o número de ônibus de cada linha nas ruas e desenvolver itinerários alternativos caso alguma via da cidade seja bloqueada devido aos confrontos entre policiais e criminosos. Os administradores também estão em contato com os motoristas por celular para alertá-los e orientá-los, com o objetivo de evitar riscos. Três dos quatro consórcios que integram o sistema de ônibus da cidade tiveram carros queimados nos últimos dias. No total, 16 veículos foram incendiados. Sexta, apenas 80% da frota das empresas estava nas ruas, enquanto o contrato firmado com o município exige que 100% dos carros circulem nos horários de pico. A Secretaria Municipal de Transportes informou que compreende os riscos existentes para os motoristas e os danos provocados às empresas, mas alerta que a população carioca precisa de meio de transporte.

Ônibus queimado no Rio de Janeiro: reação das empresas veio em forma de plano de ação “Esperamos que os consórcios cumpram o que ficou estabelecido em contrato entre eles e a prefeitura - mantendo nas ruas a circulação do número exigido de veículos para atender a população, principalmente nos horários de maior demanda”, disse o subsecretário de Fiscalização da Secretaria Municipal de Transportes, coronel da Polícia Militar (PM) Eduardo Frederico Cabral de Oliveira.

Em reunião com os consórcios, a prefeitura não discutiu a aplicação de multas às empresas - previstas no código disciplinar estabelecido pelo novo contrato entre o município e as concessionárias. A secretaria esclareceu, no entanto, que vai fiscalizar as empresas para verificar se as exigências de manutenção das frotas estão sendo cumpridas. (Estadão)

BNDES libera R$ 1,2 bilhão para corredor no Rio O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) informou semana passada que sua diretoria aprovou financiamento no valor de R$ 1,2 bilhão para compor o investimento da prefeitura do Rio de Janeiro na implantação do sistema BRT (Bus Rapid Transit) que ligará o Aeroporto Internacional Antonio Carlos Jobim (Galeão), na zona norte, à Barra da Tijuca, na zona oeste. O corredor expresso de ônibus, batizado de Transcarioca, faz parte do

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portfólio de projetos da prefeitura para a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016. Segundo nota do BNDES, o financiamento do banco corresponde a 74,5% do investimento total destinado às obras de infraestrutura, incluindo as pistas do sistema viário de 39 quilômetros e as estações e terminais de integração, previstas no projeto. O transporte será feito por meio de ônibus a diesel, mas a utilização de veículos híbridos ou elétricos é uma possibili-

dade ainda em estudo. “O objetivo da prefeitura é utilizar este projeto como piloto para a racionalização e o ordenamento do sistema de transporte coletivo municipal, por meio de ações estruturais que permitam integrar os diversos modos”, informou o BNDES. De acordo com o banco, a estimativa é de que as obras criem 4 mil empregos diretos e 1.460 novos postos de trabalho na fase de operação. (Estadão)

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A SEMANA EM 10 TEMPOS

Foto: Reginaldo Vieira

Suspensa licitação do transporte em Botucatu

Ônibus em Botucatu: licitação suspensa pelo Tribunal de Contas do Estado O Tribunal de Contas do Estado (TCE) suspendeu a concorrência de concessão pública de transporte coletivo urbano em Botucatu (100 quilômetros de Bauru). A abertura dos envelopes estava marcada para a próxima terça-feira, às 9h. A representação foi feita por um municípe que contestou 13 itens do edital, mas dois foram acatados pelo tribunal. A prefeitura tem prazo de cinco dias para apresentar as justificativas, podendo acatar ou não as recomendações do TCE. A licitação foi dividida em dois lotes, com prazo de concessão de dez anos, prorrogáveis por igual período. A empresa vencedora será aquela que apresentar a maior oferta pela outorga. O chamado lote 1 (Bairros) contempla 25 linhas e prevê 31 ônibus. O lote 2 (Cohab/Unesp/ Rodoviária) reúne 22 linhas e 24 ônibus. Cada licitante poderia apresentar propostas para os dois lotes, porém só operar em um deles. No edital a prefeitura exige que a empresa participante tenha experiência em transporte coletivo de passageiros e exige comprovação que opere pelo meno 30 ônibus. O conselheiro do tribunal que analisou a representação entende que a lei de licitação exige na capacidade técnica que se comprove 60%, o que seria 20 ônibus e não 30 como constou no edital. Ele também entende que o edital não deve restringir empresas de fretamento na participação da concorrência. O secretário municipal dos Transportes, Vicente Ferraudo, disse semana passada que até segunda-feira a administração vai definir se vai acatar as recomendações do TCE ou manter o edital da licitação com as exigências. “Vamos estudar juridicamente qual é o melhor caminho. Se vamos continuar a

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exigir que a empresa comprove a operação com 30 ônibus ou baixar para 20”, declarou. Ferraudo afirmou que a “vontade política” do atual governo é realizar a licitação. No edital permite que empresa ou empresas do mesmo grupo societário ou empresas que tenham, direta ou indiretamente, ao menos um sócio ou acionista comum não poderão operar em mais de um lote. A idade máxima dos ônibus está limitada a dez anos e a dos micro-ônibus sete anos, contados da fabricação do chassi. Já a idade média da frota deve ser igual ou inferior a cinco anos. Também foi fixado que, até 2014, 100% da frota contará com veículos adequados para as condições de acessibilidade. Em até 15 dias após a assinatura do contrato de concessão, deverão ser depositados, a título de antecipação de pagamento da outorga, o valor mínimo de R$ 375 mil para o Lote 1 e de R$ 270 mil para o Lote 2. Os valores serão restituídos às concessionárias, corrigidos, no décimo ano do contrato, ou no seu último ano de vigência em caso de prorrogação, e serão descontados mensalmente nos 12 últimos meses de vigência do contrato dos valores mensais e serem pagos pela outorga. A tarifa atual do serviço, de R$ 2,15, será mantida para efeito de licitação. Com isso, no ano de 2011, não deverá ocorrer reajuste de preços no transporte coletivo. Com a quebra do monopólio, também será criado o Fundo de Apoio ao Transporte Coletivo (FATC), que deverá receber mensalmente cerca de R$ 40 mil. Esses recursos serão aplicados no próprio sistema, com aquisição de novas tecnologias para aprimorar a fiscalização e investimentos, por exemplo, em coberturas de abrigos de ônibus e construção de terminais. (Jornal da Cidade de Bauru)

Mato Grosso fará entrega de 238 ônibus escolares em 6 de dezembro Os 141 municípios do Estado receberão veículos para o transporte escolar. Os 238 ônibus adquiridos pelo governo de Mato Grosso em parceria com o Ministério da Educação (MEC) serão entregues às prefeituras no próximo dia 6 de dezembro, às 9h, no Palácio Paiaguás. Os veículos que aguardavam emplacamento e documentação tiveram o processo burocrático concluído e agora serão encaminhados aos respectivos municípios. A aquisição dos ônibus para o transporte escolar iniciada em fevereiro de 2010, quando 34 veículos foram comprados pelo governo do Estado e, por decisão coletiva, sorteados para os municípios. Em maio, a Seduc inicia um novo processo de compra, desta vez para 238 carros, parte dos recursos do MEC em parceria com o Estado. Em virtude do período eleitoral, até o dia 3 de julho, as remessas encaminhadas pelo fabricante foram chegando e ficando estacionadas numa área da Seduc, onde foi realizada a vistoria do Inmetro. Após o pleito, no dia 7 de outubro a Marcopolo (fabricante localizada na cidade de Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, responsável pela produção dos veículos para o Governo do Estado de Mato Grosso) entregou oficialmente os 238 veículos, e o Detran fez a vistoria, o certificação, e o emplacamento. A secretária de Estado de Educação, Rosa Neide Sandes de Almeida, informa que no dia da entrega os próprios municípios virão tirar os veículos para levar as respectivas cidades. “O objetivo é um esforço coletivo para que os nossos alunos possam ser atendidos da melhor forma possível”, disse. Segundo Rosa Neide, além desses, uma nova distribuição de ônibus está sendo programada. Um lote com 228 veículos, serão repassados para os municípios seguindo as necessidades das linhas. Esses ônibus estavam programados para serem entregues pelo MEC no decorrer de 2011 que foi antecipada para janeiro. E ainda, outros 168 serão recebidos pela Seduc, por conta de emenda parlamentar, fazendo um total de 758 veículos. “A proposta do Estado é renovar 100% das frotas municipais”, conclui a secretária. (O Documento)

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Greve causa revolta e passageiros destroem 24 ônibus em Cariacica

da frota”, afirmou. O Batalhão de Missões Especiais (BME) da Polícia Militar enviou cerca de 80 homens da tropa de choque para conter o tumulto e usou balas de borracha e bombas de efeito moral para dispersar a multidão. O Grupo de Operações Táticas (GOT) da Polícia Civil capixaba também foi deslocado para o local e prendeu acusados de liderar o tumulto. Segundo o delegado Fabrício Dutra, as imagens da confusão foram analisadas e as

pessoas que participaram da depredação dos coletivos responderão por dano ao patrimônio público. “Todos serão identificados”, disse. Dez pessoas haviam sido identificadas, presas e levadas para o Departamento de Polícia Judiciária (DPJ) de Cariacica, onde foram autuadas. À tarde, 50% da frota voltou a circular, como determinou a Justiça Trabalhista, que só deve julgar o dissídio da categoria na próxima sexta-feira. (Estadão)

Após a confirmação do aumento da tarifa de energia elétrica, informações não oficiais dão conta de que a passagem de ônibus também pode sofrer um reajuste considerável de cerca de R$ 0,40 que serão acrescentados ao valor atual, R$ 1,90, o que representa um aumento de 21%. A população, previamente indignada com a possibilidade de aumento, foi às ruas em pleno horário de pico de quinta (25) para protestar contra as empresas de transporte. Participaram da manifestação movimentos sindicais e estudantis da capital, como o Sindicato dos Urbanitários, Sindicato dos Vigilantes, Sindicato dos Trabalhadores em Transporte de Passageiros e Cargas do Acre (Sinttpac), Diretório Central de Estudantes (DCE) da Ufac e União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes). Além de criticarem o aumento das

passagens, eles protestaram contra as demissões de 70 trabalhadores de transporte coletivo. Autorizadas pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT), as empresas retaliaram seus funcionários por participarem da última greve – um direito de todo trabalhador, segundo a constituição brasileira. Para o presidente do Sindicato dos Urbanitários do Acre, Marcelo Jucá, os acreanos não podem aceitar a possibilidade de um aumento, o qual considera “abusivo”. “Não dá para discutir reajuste de preço sem observar as condições dos ônibus da capital. A nova passagem é injusta frente à qualidade do serviço oferecido à população”, afirma. O coordenador do Movimento dos Direitos Humanos do Acre, Jocivan Santos, também participou das manifestações realizadas semana passada. Ele explica que “as demoras na circulação dos ônibus, a

superlotação e a falta de segurança dos veículos são pontos que evidenciam as más condições dos transportes públicos de Rio Branco”. O movimento pretende entrar com uma ação no Ministério Público do Estado do Acre (MPE/AC) para tentar barrar o aumento. Além disso, eles vão buscar um diálogo com a prefeitura de Rio Branco com o intuito de solicitar a não aprovação do reajuste e a troca das atuais licitações de empresas de transporte coletivo por outros grupos. De acordo com Sérgio Pessoa, gerente do Sindcol, a prefeitura já recebeu das empresas uma proposta de reajuste das passagens, mas ainda não houve acordo. Ele disse que o sindicato ainda não tem conhecimento do valor sugerido e considerou impossível a possibilidade de os manifestantes terem conhecimento do novo preço. (Portal Amazônia)

Foto: Terra

Revoltados com a demora para embarcar nos ônibus que saíam do terminal de Campo Grande, em Cariacica (ES), cerca de 500 manifestantes interditaram anteontem a BR-262, queimaram quatro ônibus e depredaram outros 20 coletivos. Na confusão, uma mulher foi ferida por uma pedra e levada para o hospital. Os atrasos foram provocados pela greve dos rodoviários, que pedem 30% de reajuste e já estão no terceiro dia de paralisação. No final da manhã, a polícia tinha prendido 10 pessoas envolvidas no quebraquebra, os maiores terminais rodoviários foram fechados e os ônibus recolhidos às garagens das empresas de transporte urbano. O tumulto durou cerca de cinco horas. Começou por volta das 7 horas depois que um motorista discutiu com passageiros por causa da greve dos rodoviários da Grande Vitória. Primeiro, a multidão apedrejou um ônibus. Depois, usuários atravessaram outro ônibus na BR-262, apedrejaram e tentaram virar o veículo, e por fim atearam fogo no ônibus. Outros três veículos também foram incendiados próximo ao local e 20 foram danificados por pedras e paus. Chegou-se a divulgar que o quebraquebra teria começado por ação dos próprios rodoviários, mas o representante do Sindicato dos Rodoviários, Edson Bastos, negou a informação. “Não houve participação de rodoviários no que aconteceu. Estamos dispostos a cumprir a determinação de circular com 50%

Ônibus da empresa Santa Zita foi um dos quatro incendiados na sexta-feira durante protestos

Acre reclama de aumento de tarifa no transporte

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A SEMANA EM 10 TEMPOS

Hortolândia acaba com corredor Foto: Luciano Roncolato

A partir das próximas semanas, a Prefeitura de Hortolândia extingue a faixa exclusiva de circulação de ônibus, do Corredor Metropolitano, transformando em faixa mista. Ou seja, tanto os ônibus quando veículos de passeio poderão circular pela faixa da esquerda, antes exclusiva para ônibus. Segundo a administração, o objetivo da medida é melhorar o transito local. No entanto, a medida adotada pela prefeitura contraria o que especialistas de trânsito dizem, que é a criação de corredor exclusivo de ônibus em cidades do porte de Hortolândia, dessa forma, o município está retroagindo no que diz respeito a planejamento de malha viária. Alguns munícipes temem que essa medida aumente ainda mais os índices de acidentes na Avenida, porque os pontos de ônibus estão instalados no canteiro central da avenida. Sobre essa questão, a gerente do departamento de Mobilidade Urbana, Maria Claudete Gonçalves, os motoristas que optarem em trafegar por essa via precisam respeitar a finalidade preferencial da faixa. “Os ônibus vão continuar circulando por ela, sendo que os veículos de passeio devem reduzir a velocidade e respeitar o transporte coletivo, que fará

Metropolitano em Hortolândia: cidade deverá perder corredor feito pelo Estado constantes paradas nos pontos de ônibus”, explica Claudete. Para minimizar os índices de acidentes, a administração realizou a retirada dos tachões, que dividiam a faixa das demais. De acordo com o professor da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas)

especialista no assunto, Diógenes Costa, é preciso que as administrações invistam na malha viária de seus municípios, para garantir um sistema eficiente. A prefeitura não informou quando essa faixa será liberada. (O Liberal - Americana)

Corredor em Blumenau é adiado Faltam coberturas A inauguração do corredor de ônibus da Rua 7 de Setembro em Blumenau, marcada para o dia 5 de dezembro, foi transferida para 16 de janeiro. A decisão foi tomada pelo prefeito João Paulo Kleinübing juntamente com o Seterb, a partir de uma manifestação dos comerciantes. O ofício do Sindicato do Comércio Varejista de Blumenau (Sindilojas), que alegava o intenso fluxo de veículos neste período de compras natalinas, e a baixa no tráfego em janeiro teriam modificado o planejamento. O diretor executivo do Sindilojas, Márcio Rodrigues, explica os motivos do documento: – Solicitamos a alteração porque vimos que não seria fácil a adaptação dos motoristas com o novo sistema, o que causaria muito transtorno para quem quisesse vir ao Centro. Temos ainda a programação do Magia de Natal, que conta com diversas atrações. Não daria para conciliar tudo de uma vez só. Segundo o presidente do Seterb, Ru-

dolf Clebsch, a somatória de fatores fez com que a decisão fosse tomada. Para ele, o período com menos trânsito pode ajudar numa melhor adaptação dos motoristas com o novo sistema: – Não temos as aulas e muitos blumenauenses estarão no Litoral. A cidade está mais calma e isso pode evitar os transtornos que nesta época poderiam ocorrer. Quanto às mudanças no trânsito entre a Rua Floriano Peixoto e Alameda Rio Branco, previstas para o dia 5 de dezembro, o cronograma está mantido. O mesmo vale para a implantação do corredor na Avenida Martin Luther, a próxima rua a receber as obras. Clebsch disse ainda que a instalação das cinco estações de pré-embarque estão previstas para abril do próximo ano. O motivo do atraso é que o fornecedor não tem material disponível para a confecção das estações. (Jornal de Santa Catarina)

A empresa de ônibus Auto Viação do Vale de Gaspar irá alterar o custo da tarifa do transporte coletivo no município a partir de 1º de dezembro. Com o reajuste, o preço da passagem a ser praticado passa de R$2,35 para R$2,60.

De acordo com o diretor do transporte coletivo, Dirceu dos Passos, os principais motivos do aumento da tarifa são o aumento nos valores dos insumos e a diminuição no número de passageiros. (Jornal de Santa Catarina)

Gaspar/SC tem reajuste de tarifa de ônibus

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em pontos de Florianópolis/SC

Para esperar o ônibus, os moradores da Armação, na SC-406, precisam ter em mãos sempre um guarda-chuva. — É bem triste quando chove. A gente sabe que vai chegar no trabalho toda molhada. Ando sempre com a sombrinha na sacola, mesmo quando o sol está quente. Moro aqui há 49 anos e nunca vi uma parada completa, com banco e proteção adequada — conta a doméstica Derli Caetano. A prefeitura construiu uma calçada na rodovia para os pedestres. Mas, como não tem boca de lobo, a água não tem para onde escoar e a parada de ônibus fica ainda mais prejudicada. Derli conta que a falta de banco e de proteção atrapalha a vida e a saúde dos moradores, que sentem-se abandonados. Procurada pela reportagem do jornal Diário Catarinense, a assessoria da Secretaria de Transportes informou que deve encaminhar o pedido de limpeza do mato ao local na próxima semana. Sobre a troca do abrigo, a asessoria confirmou que apenas no próximo ano haverá uma licitação para instalação de novos pontos e troca de antigos. (Diário Catarinense)

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Marisa Vanessa N. Cruz Minhas impressões O articulado da Leblon e o Cadillac: sobre a VVR dois grandes destaques do evento

Fotos: Marisa Vanessa N. Cruz

COLUNISTAS

Estive nos dois dias na VVR, manhã e tarde, assistindo toda a movimentação e observando diversos veículos antigos e novos. As novidades foram os dois ônibus urbanos da VIP Transportes Urbanos que hoje são utilizados para treinamento de motoristas. Fiquei muito feliz uma empresa municipal da capital paulistana representar o evento, mostrando interesse pela história, mas a grande surpresa sem dúvida foi o Viale II articulado da Leblon de Mauá, simbolizando o resultado da nova eficiência em transportes naquela cidade. Outra novidade inédita foi um ônibus O-321 de 1960 à venda. Uma boa surpresa na VVR é que foram distribuídos centenas de copos de cerveja de graça pela primeira vez dentro de um ônibus de dois andares Thamco ODA ex-CMTO patrocinado pela Ashby Chopp. Além da bebida, a vista panorâmica a partir do piso superior proporcionava uma visão total do evento. O número de caminhões expostos aumentou expressivamente na VVR. Tinha vários, dos anos 1950 aos 1980, de cores e tamanhos variados, misturando entre FNMs, Fords, GMCs, Scanias e Kenworths. O Corpo de Bombeiros de São Paulo expôs duas raridades que rodavam nas ruas nos anos 50. Em breve o programa Auto Esporte da TV Globo mostrará o caminhão Scania L110 com o motor em atividade. Haviam muitas miniaturas à exposição e à venda: Observei vários ônibus em miniatura, de diferentes épocas, que contavam a história das empresas da família Setti & Braga, e também miniaturas da Cometa, de um Urbanuss Pluss O-500MA da Sambaíba e outras. E tinha centenas de fotos 10x15 de ônibus à venda, que por serem raridades, eram disputados à tapa na primeira hora do sábado. Quanto aos carros, o Cadillac Eldo-

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rado de 1963 foi um dos destaques do evento. Ícone de luxo nos anos 60, atraiu a curiosidade de muitas pessoas que viam o conversível somente em imagens na TV e revistas. Estava também o Studebaker Pickup, outro carro americano que naquele ano de 1954 tinha design moderno à época. Quero agradecer os organizadores do evento, que não só os ônibus, caminhões e carrões compuseram a exposição, e sim o enorme número de visitantes (e também busólogos), que não só prestigiaram o evento, mas também rever amigos, mostrando união e força. Na próxima semana vou contar minhas histórias sobre ônibus em Diadema – cidade que também fará aniversário dia 8 de dezembro junto com outras cidades como Mauá e Guarulhos. Quebra-cabeça A linha 5126 (Aeroporto – Lgo. General Osório, hoje Metrô Conceição – Terminal Princesa Isabel) foi uma das linhas mais impor-

tantes (e rentáveis) da Zona Sul. Desde os anos 60 operada pela Viação Tânia com uma frota de 33 ônibus em 1980, a linha começou a ser passada de mãos em 2003. Primeiro, pela Viação Cidade Dutra, com 80% da frota da empresa anterior. Depois, pela VIP Jabaquara, com 80% da frota da outra empresa anterior. Ficou cerca de 5 anos, reduziu praticamente metade da frota e tirou o horário de domingo até ficar com a Viação Metropolitana. Ainda alguns meses depois passou pela cinqüentenária Tupi onde está até hoje, que só circula com 6 veículos. Neste último dia 27, cancelaram todas as partidas aos sábados, que tinham 7 partidas a mais que nos dias úteis. Agora lanço uma pergunta: Qual será o destino da 5126? Voltar a aumentar a frota da linha (antes disso tem que aumentar a frota da empresa, claro) ou prolongar o ponto inicial até um dos pontos finais já existentes da Tupi, como Americanópolis ou Vila Clara? Será que a linha encolherá até a Praça da Sé? Será que a linha se transformará numa 576M/41? Ou vai ser extinta de vez? Aguardem os próximos capítulos.

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MATÉRIA DA SEMANA

ETANOL: OS 50 PRIMEIROS

ACORDO VIABILIZA COMPRA DE 50 ÔNIBUS A ETANOL POR PARTE DA VIAÇÃO METROPOLITANA PARA SP

Prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, assina protocolo de intenção de compra de 50 ônibus movidos a etanol, observado pelo presidente da Scania Latin America, Sven Antonsson

partir de maio de 2011, possuem motor de 9 litros de 270 cavalos de potência e serão A Scania do Brasil acaba de fechar abastecidos com etanol, adicionado a 5% a venda de 50 ônibus a etanol para uma das de aditivo promovedor de ignição. Esse operadoras do sistema de transportes da ci- combustível renovável é capaz de reduzir a dade de São Paulo, a Viação Metropolitana. emissão de CO2 em até 90%. A alta tecnoNo protocolo de intenções para a compra logia dos modelos já atende às exigências da dos modelos, assinado nesta quinta-feira legislação brasileira de emissão de gases po(25/11), no gabinete da Prefeitura de São luentes e a Euro V, que só entrará em vigor Paulo, a montadora também será respon- no País em 2012, além da EEV (Enhanced sável por garantir a manutenção preventiva Environmentally Friendly Vehicles), norma dos veículos até 120 mil quilômetros roda- obrigatória na União Européia. dos por unidade. A iniciativa da compra dos 50 “Hoje a Scania, Viação Metropoli- veículos pela cidade de São Paulo coloca a tana, Única, COSAN e a Prefeitura da ci- Scania como a única fornecedora de ônidade de São Paulo dão um passo extrema- bus a etanol, confirmando o pioneirismo mente importante em sustentabilidade que e tradição em ser provedora de soluções garante um futuro mais saudável à popu- sustentáveis em transportes, oferecendo lação. O Etanol é, no momento, a solução produtos que causem o mínimo de impacto mais viável no Brasil dentre os combustíveis ao meio ambiente. renováveis por apresentar a melhor relação Por acreditar no ônibus a etanol, custo x eficiência em níveis de emissões e a Scania adquiriu ao longo dos anos uma disponibilidade”, afirma Wilson Pereira, enorme experiência no segmento. “Há 20 gerente executivo de Vendas de Ônibus da anos comercializamos o produto na EuScania Brasil. ropa. Agora saímos na frente na disputa Os novos ônibus sustentáveis K 270 4x2 pelo mercado brasileiro, especialmente em da Scania, com entrega prevista em lotes a São Paulo, se considerarmos que para cum-

prir as metas de política ambiental, todo o município paulista terá de ter uma frota de ônibus composta por veículos movidos a combustíveis 100% renováveis até 2018”, afirma o executivo. Antes da venda para a Viação Metropolitana, a Scania já havia cedido para a cidade de São Paulo dois veículos movidos pelo combustível que foram usados durante três anos em operação de tráfego normal. A primeira unidade foi entregue em 2007 e a segunda em 2009. Os ônibus a etanol da Scania Série K comprovaram que são uma excelente alternativa para o transporte urbano. A disponibilidade do produto já gerou interesse de alguns órgãos gestores e a montadora apresentará os esclarecimentos técnicos solicitados em diferentes capitais brasileiras.

Scania com Luciano Roncolato

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FROTA VERDE O secretário de transportes, Marcelo Branco, ao final do evento, concedeu entrevista aos jornalistas presentes. Ele disse que a meta é ter uma frota de ônibus 100% movida a energias sustentáveis até 2018. Para atingir esse objetivo, a prefeitura

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Fotos: Luciano Roncolato

deverá exigir cota de substituição de frota a partir da próxima licitação do transporte municipal, que está programada para acontecer até 2012. As empresas que não tiverem condições de realizar as compras dos veículos movidos a combustíveis não-fósseis deverão ser multadas. Marcelo ainda afirmou que com o aumento da frota movida a etanol, o preço do aditivo deverá cair. Hoje, o grande empecilho para a adoção do etanol como combustível principal de frotas de ônibus urbanos no Brasil é justamente o aditivo que é colocado no álcool para possibilitar a operação do motor. Disse que a ideia é fechar acordos para a compra de mais 150 ônibus movidos a etanol nas próximas semanas, fechando uma frota inicial de 200 veículos. Esse primeiro lote de 50 terá a co-participação da UNICA, com a concessão de subsídio do aditivo do etanol. Os demais veículos da frota deverão receber subsídio da própria prefeitura. O dinheiro para a concessão desse subsídio já tem origem: será do fundo de multas do município, cujo caixa deverá ser reforçado nos próximos dias com a entrada em operação de 177 veículos espiões da CET. Esses veículos irão monitorar a frota local e detectar carros com documentação irregular, multas em atraso, etc. A entrada em operação desses carros está programada para o próximo dia 6. Branco também falou sobre a rede de trólebus que ainda opera na cidade. Segundo ele, no próximo ano será dado início a um programa de recuperação de toda a rede aérea, com a troca de cabos e reestruturação do sistema elétrico. A frota de trólebus também deverá ser trocada por veículos mais modernos. Com isso, a rede de ônibus elétricos da cidade passará a integrar a chamada “frota verde”, que é o nome escolhido para identificar a frota de ônibus movida a combustíveis não ou pouco poluentes. Dessa forma, a desativação dos trólebus, que era um temor iminente, não deverá acontecer. Nos últimos anos, desde a gestão Marta Suplicy, a rede de trólebus da cidade vem sofrendo uma redução drástica, com a desativação de vários ônibus elétricos e a suas posteriores vendas, principalmente para sucateiros, mesmo ainda estando em perfeito estado e ótimos para funcionamento. A troca da frota por ônibus movidos a combustíveis “verdes” dependerá também de uma série de fatores empresariais, disse o secretário, como por exemplo venda da atual frota, ou permuta, porém nesses assuntos a prefeitura não deverá se interferir, ficando apenas com o papel de cobradora das metas de frota “verde”.

Da esquerda para a direita, Niege Chaves Rufino Ferreira, presidente da Viação Metropolitana (VIM), ao lado de seu pai, o deputado José Chaves e da sua irmã

Na mesa, da esquerda para a direita, o presidente da Cosan, Rubens Ometto, o secretário de meio-ambiente de São Paulo, Eduardo Jorge, o presidente da Scania Latin America, Sven Antonsson, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, o secretário de Transportes de São Paulo, Marcelo Branco, o presidente da UNICA, Marcos Jank e a presidente da Viação Metropolitana, Niege Chaves

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Welder dos Santos Dias



Adamo Bazani Das trilhas do Pilar às perspectivas de uma vida melhor COLUNISTAS

Foto: Acervo Marcus Prado

Sistemas de transportes foram fundamentais para que a Vila se tornasse distrito e depois o município que é o 11º em número de habitantes do Estado de São Paulo

Ônibus Intermuncipal da EAOSA seguido por intermunicipal da Santa Rita, no Terminal Sônia Maria. Anos de 1990. O local agora recebe uma linha do corredor Metropolitano ABD, da Metra, outras linhas do corredor passam bem ao lado. Há também uma linha municipal da Leblon No próximo dia 08 de dezembro o município de Mauá, na Grande São Paulo, completa 56 anos. Apesar de jovem, a cidade tem muita história para contar. Fazendo parte hoje da região denominada ABC Paulista, nome dado depois dos movimentos emancipacionistas que ocorreram na região entre os anos de 1940 e 1960, formando os sete municípios, Mauá teve os primeiros registros de habitação com características de vila em meados do século XVII. As aglomeração populacionais, em menor escala das conhecidas atualmente, são atribuídas aos sesmeiros, responsáveis pelos lotes de terra denominados Sesmarias, e pela ocupação de grandes fazendas ao redor da Capela Nossa Senhora do Pilar. Aliás, foi por conta da presença dos religiosos que o primeiro nome oficial às terras dado pelos colonizadores foi Pilar, em homenagem à santa. Apesar de o adensamento populacional, Mauá era um Vilarejo, agitado para a época, porém bem mais pacato que as cidades interioranas nos dias atuais. Tudo ia muito lento, no compasso da época. Os dias eram considerados tranqüilos. Nesta época, a velha Pilar tinha já alguns moradores de destaque, que por sua posição social e acima de tudo pelas conquistas e papel

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desempenhado quando viviam e trabalhavam na região correspondente à cidade, hoje são familiares dos moradores de Mauá, mesmo não sabendo da história de tais figuras. Entre as pessoas que marcaram politicamente e economicamente a Pilar dos anos de 1800 estavam Antônio Franco da Rocha, e Capitão João José Barbosa Ortiz, que foi juiz de paz de São Bernardo entre os anos de 1846 e 1865. Em 05 de junho de 1861, a entrada de um investidor na Pilar mudaria não somente a história da vila, mas de toda a Grande São Paulo. Por procuração de José Ricardo Wright, Irineu Evangelista de Sousa, o Barão ou Visconde de Mauá compra duas fazendas de Capitão João e das irmãs dele, Escolática Joaquina e Catharina Maria. As fazendas eram chamadas de Caguassu e Capoava. Mesmo morando ainda no Rio de Janeiro, Barão de Mauá via um potencial crescimento na região. E foi uma iniciativa dele, que pra variar (ironicamente falando, claro) precisou ter apoio estrangeiro que o Estado de São Paulo consolidaria-se como um dos mais desenvolvidos da América Latina. Com o objetivo inicial de escoar a produção do Café do Interior de São Paulo para o Porto de Santos, a São Paulo Railway, de capital inglês, foi criada para implantar a

visão de Barão de Mauá. Era criada a estrada de ferro Santos Jundiaí. Mas sabem aquelas coisas que muitos só conseguem explicar como força do destino ou obra divina? Assim foi a estrada de ferro. Nem o mais visionáro dos investidores, como Irineu, o Barão de Mauá, poderia calcular os impactos da ferrovia em prol da urbanização e desenvolvimento econômico. A São Paulo Railway, depois chamada Santos a Jundiaí, inaugurada em 1867, a partir da Vila de Paranapiacaba, transformou a paisagem por onde passada, atraindo moradores e atividades comerciais tipicamente urbanas, para os padrões da época. Com a vila de Pilar não foi diferente. Os negócios e moradores atraídos para o entorno da via férrea obrigaram a construção de mais estações, além das planejadas no projeto inicial. Em 01/04/1883 era inaugurado o primeiro prédio da Estação do Pilar. Este nome foi usado até 1926, quando em homenagem ao Barão de Mauá, a estação foi batizada de Mauá. Antes mesmo da denominação da estação, o nome já era uma marca registrada de Pilar. Para diferenciar da região que hoje compreende Ribeirão Pires, a população já utilizava o nome de Mauá. Para que a nomenclatura fosse escolhida para identificar o município, si faltava uma coisa: a área se tornar cidade. E este processo começou exatamente em 18 de outubro de 1934. Por conta do desenvolvimento econômico e industrial, fruto da facilidade de acesso proporcionada pela ferrovia, movimentos para emancipar a vila eram inevitáveis. Ao saberem que Pilar poderia se virar sozinha, muitos preocupados em sua autonomia política, porém, outros muito mais aproveitadores, liberavam assembléias e inflamavam discursos para a autonomia da Pilar. E foi justamente nesta data que mencionados que o primeiro passo real para a autonomia tinha sido dado. A vila foi elevada à condição de Distrito de Paz. A população, os bem intencionados e os aproveitadores da ocasião uniam-se a um só coro para o já distrito se tornar de fato uma cidade. E finalmente a Pilar se tornaria a Mauá, depois do plebiscito realizado em 22 de novembro de 1953. Em 01 de janeiro de 1954 já estava instalado o município de Mauá. O aniversário, no entanto, só é comemorado em 08 de dezembro, por ser dia da padroeira da cidade, Imaculada da Conceição. O primeiro prefeito só assumiria, depois da transição de Vila Para Município, em 01 de janeiro de 1955. Ênio Brancalion governou a cidade até 1958. A praça central de Mauá, que

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Fotos: Adamo Bazani

abrange as regiões da Estação de Trens da CPTM e do Terminal Central da Cidade, recebe o nome de 22 de novembro justamente por conta da data de plebiscito que tornou o distrito de Mauá em município. Foi no local a realização do peito. Hoje a cidade ocupa números de destaque no estado de São Paulo. É o 11º município em número de habitantes,m com quase 450 mil moradores, e o 23º PIB do Estado. Mas nem sempre foi assim. Até os anos de 1970, Mauá, que também foi considerada Capital da Porcelana, por conta das industrias dedicadas a este setor, tinha uma população modesta. Boa parte da região onde se encontram os bairros mais afastados do centro era de terrenos dedicados à plantações ou mesmo de áreas naturais que pouco ainda tinham sofrido a intervenção do homem. O crescimento maior a partir desta época pode ser explicado por duas conjunturas que, apesar de serem distintas, não eram independentes. A primeira conjuntura consistia no número cada vez maior de migração, principalmente do Norte e Nordeste brasileiros, Minas Gerais e do Interior Paulista. O ABC que já tinha registrado um significativo momento de crescimento pela instalação do maior parque automotivo brasileiro, nos anos de 1970 presenciava a consolidação da indústria do setor. Muita gente vinha de toda a parte do País aproveitar esta consolidação. As outras áreas correspondentes a Santo André, São Bernardo Campo e São Caetano do Sul não só ofereciam empregos na principal atividade industrial, que era o setor automotivo. Como as atividades industriais estavam crescendo, era necessário oferecer uma estrutura viária adequada, de serviços e imobiliária. Assim, o ramo da construção civil era outro que se destacava. Ele absorvia a mão de obra migrante não qualificada para ocupar as vagas abertas na indústria. Mas como diriam canções e ditos populares, quem constrói a casa, na maior parte das vezes não vai viver nela. Assim, essa mão de obra que vinha em busca de ocupações mais simples, tinha de procurar outras regiões, normalmente mais afastadas dos melhores bairros e das regiões centrais de Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul. Mauá foi uma das opções de moradia mais barata. A cidade não recebeu apenas quem vivia em outras regiões do Estado de São Paulo e do Brasil. Abrigou também migrantes do próprio ABC Paulista. É que os preços dos imóveis em São Caetano, São Bernardo e Santo André subiam muito, assim como o custo de ocupação (aluguéis, pensionatos e pernoites). Era a especulação imobiliária que começou a gerar ainda mais

Ônibus do Grupo Leblon Transporte de Passageiros. Prefeitura diz que por muito tempo os transportes deixaram a desejar, mas que a situação começa a ser revertida. Empresa nova começou a operar no dia 06 de novembro de 2010 dinheiro no ABC Paulista. Isso empurrou moradores dos 3 municípios mais abastados da região para cidades próximas. Mauá foi a principal delas. Com esse maior número de pessoas, as áreas com características de adensamento em Mauá aumentavam. Os moradores afastavam-se do centro, que já registrava também uma especulação imobiliária intensa. Os serviços de transportes eram mais que essenciais para cumprirem o papel social de ligarem a mão de obra aos locais, onde emprego e renda são gerados. Se transportar pessoas não é uma tarefa da mais fáceis atualmente em Mauá, que apresenta bairros em áreas muito altas, revelo irregular e pavimento precário ou inexistente nestas vilas, há 30 ou 40 anos a situação era mais difícil ainda. Falta de asfaltamento não era coisa de extremo de Mauá entre os anos de 1960 e 1990. Bairros próximos ao centro já apresentavam esta situação. Até os anos de 1960, os transportes por ônibus em Mauá eram prioritariamente intermunicipais. Não que não houvesse ligações internas. Mas as grandes empresas prestavam serviços entre Mauá e municípios próximos, como Santo André, São Caetano do Sul e São Paulo. Destaque para a EAOSA – Empresa Auto Ônibus Santo André, fundada em 1931 pela família Pioli. Inicialmente ela ligava São Paulo a Santo André, mas com o crescimento de Mauá, acabou prolongando seus serviços. A Viação Ribeirão Pires também é um dos outros destaques em relação às ligações intermunicipais via Mauá. Com o crescimento da área ocupada da cidade, as linhas dentro do município ganhavam importância. Neste contexto foi fundamental a participação da família Bozzato. Em 1957, o patriarca da família, Guido Bozzato, que já trabalhava em transportes no ABC, mas voltado para o ramo de

cargas, vendeu todos os seus caminhões para dar entrada na Viação Barão de Mauá. A Viação Barão de Mauá fez com que a família Bozzato cultivasse uma paixão ainda maior por transportes de pessoas. Aproveitando o crescimento industrial, principalmente do setor automotivo, os Bozzato viram que os operários e os que atuavam na construção das indústrias não tinham ainda os serviços de transportes que satisfizessem suas necessidades. Não havia linhas urbanas para todos os bairros, principalmente os recém criados. Implementar uma linha de ônibus urbano dependia de processos burocráticos que não tinham o mínimo da agilidade do crescimento da cidade. Além disso, havia turnos, como os da madrugada, inviáveis para a constituição de linhas urbanas. Em 1968 era criada a Turismo Bozzato, empresa de fretamento já tradicional de Mauá. Nos anos de 1980, entra no sistema da cidade o empresário Baltazar José de Souza. O mineiro amplia linhas e serviços na cidade e acompanha a expansão de vários bairros. Em 2010, entra em operação o Grupo Leblon Transporte de Passageiros, no lugar da Viação Januária, após ter ganhado licitação de 2008. Baltazar continua operando com a Viação Cidade de Mauá e com as intermunicipais EAOSA e Ribeirão Pires. A entrada da empresa representou uma esperança dos moradores de Mauá por um transporte coletivo mais eficiente e com maior dignidade. A Prefeitura de Mauá admite que há muito tempo os transportes não correspondem aos anseios dos passageiros. Para o poder público, no entanto, as mudanças estão ocorrendo. E precisam mesmo, pois Mauá não para no tempo e os transportes devem acompanhar este processo.

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V Á, M A S V I S I T E

MUSEU DA TAM SÃO CARLOS/SP

Local é uma verdadeira viagem pelo tempo. Vale a pena levar a família Anderson Ribeiro de Paula Boa parte do acervo do Museu da Tam, localizado em São Carlos, a 237 quilômetros de São Paulo, veio voando para a reinauguração do local,Das 72 aeronaves em exibição, 31 chegaram pelos ares ao galpão de 20 000 metros quadrados, vizinho ao Centro Tecnológico onde a companhia aérea realiza a manutenção de sua frota.Concebida pelos irmãos Amaro em 1996, a coleção do museu começou com dois Cessna,logo em seguida vários outros modelos,alguns fora do brasil,ao entrar no museu,existe dois simuladores um imitando uma decolagem e o outro simulador mostra como seria um pouso,a sensação é muito legal,em seguida vários paineis com fotos,miniaturas e vários vídeos contando a história de cada avião, Ao fim da jornada, avistam-se os mais de setenta modelos, organizados no pátio em ordem cronológica. Uma das principais atrações é o hidroavião

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Jahú, que cruzou o Atlântico em 1927, pilotado pelo paulista João Ribeiro de Barros. Há ainda o Cessna 140 repleto de assinaturas na fuselagem — uma delas do presidente Getúlio Vargas. Nos anos 50, transportou a paulistana Ada Rogato em sua travessia solitária pelas três Américas.Os apaixonados por aviação militar encontram um cardápio farto. Uma das estrelas é o alemão Messerschmitt Bf 109, conhecido como Me 109, que custou mais de 1 milhão de dólares. Três MiGs modelos 15, 17 e 21 e nove exemplares da Força Aérea Brasileira, a principal doadora, completam o acervo. Entre os destaques da FAB está o P-47, usado na campanha brasileira na Itália. Na frota de aeronaves civis, é possível apreciar o Lockheed Constellation, que carregava passageiros nos anos 40 e abrigou um restaurante no Paraguai décadas mais tarde.Museu TAM. Rodovia SP 318, km 249,5, São Carlos, tel.: (16) 3306-2020. Quarta a domingo, 10h às 16h (a bilheteria fecha uma hora antes). R$ 25,00. Grátis para crianças de até 6 anos e pessoas com mais de 60. Estacionamento grátis. Site: www.museutam.com.br.

Alguns dos aviões expostos no Museu da TAM, em São Carlos. Na página anterior, abaixo, a fachada do museu

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AS FOTOS DA SEMANA As 10 melhores fotos da atualização de ontem do Portal InterBuss: www.portalinterbuss.com.br

1, 3, 5, 7 e 8. Novidades diretamente do Rio de Janeiro, trazidas pelo Adriano Minervino em belas fotos: Novos Torinos para a ABC Transportes, de Taubaté, Novos Senior Midi da Ingá, novos Torinos da Braulino, de MG, novos Spectruns para a Viação Redentor e novos G7 mix para a Util. • 2 e 6. Novos G7 para a Rápido Federal com nova pintura, e também para a Real Expresso, em fotos de Caio Henrique • 4. Novos Svelto Midi para a Julio Simões de São José dos Campos, por Cássio Moutinho, que voltou a postar fotos no Portal InterBuss na atualização de ontem. (continua...)

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9. Carros da Eucatur estacionados em Porto Velho, por Cesar Castro • 10. Irizar Scania K214IB da Reunidas Paulista, por Anderson Ribeiro.

MURAL Colecionadores, frotistas e pessoas ligadas ao setor de transportes estarão aqui, todas as semanas 2008 • Visita à garagem da Itajaí Transportes após a desativação dos dois articulados mais antigos da empresa. Da esquerda para a direita: Carlos Eduardo, Guilherme Rafael, Anderson Botan, Luciano Roncolato, Marcos e Rony Carlos.

Envie você também a sua foto com sua equipe e veja-a aqui. O e-mail é revista@portalinterbuss.com.br

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DIÁRIO DE BORDO Fotos: Luciano Roncolato

Relato por Carlos Alberto

DESCENDO A A DESCENDO

SERRA DO

MAR Rodovia dos Imigrantes, uma das maiores e mais complexas obras da história da engenharia brasileira A Baixada Santista é uma das principais atrações turísticas do Estado de São Paulo, por suas praias deslumbrantes e o típico clima da região faz com que muitos viajantes façam a rota da serra do mar em direção á cidades do Litoral Sul do estado. No dia 28 de novembro de 2010, visito pela primeira vez a cidade de Santos na qual foi uma das melhores viagens da minha vida, aqui eu compartilho o prazer que tive de pegar a rota Anchieta - Imigrantes. Estou voltando para minha casa e a opção escolhida foi a Viação Cometa que dispõe de vários horários que interligam Santos á cidade de Campinas. O ônibus sai as 19h20min da noite com direção á Rodovia Anchieta por onde começamos a viagem, me impressiono com a grande quantidade de galpões de armazenamento de carga devido ao enorme porto que nos acompanha pela rodovia, andamos mais um pouco quando avisto uma coisa muito curiosa: uma concessionária da Mercedes Benz, da Volvo e da Scania lado a lado. Deixando Santos para trás e fazemos

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Linha: Praia Grande X Araraquara (Via São Vicente, Santos e Campinas - Viação Cometa Carro: 5516 (Marcopolo Paradiso G6 1200 Scania K-124IB uma passagem sob a cidade de Cubatão conhecida por suas enormes refinarias, principal lucro do município. Continuando pela Anchieta, ele de despede desta e pega o acesso ao trevo da Rodovia Imigrantes. Inaugurada oficialmente em 1976 e tendo uma segunda fase da pista inaugurada em 2002, a Rodovia dos Imigrantes é um exemplo de uma excelente rodovia, é administrado pela concessionária Ecovias e está em destaque entre as melhores rodovias do mundo. A rodovia tem como cenário a enorme Serra do Mar com suas extensas subidas e seus extensos túneis, corta esta serra de maneira impressionante, o que nos ajuda ainda mais na viagem é o ótimo desempenho do ônibus 5516, afinal Scania é Scania!. Andando mais um pouco passamos a adentrar a cidade de São Bernardo do Campo já pertencente á Região Metropolitanas de São Paulo, mais precisamente, ao ABC Paulista. O aspecto urbano da cidade vem dando lugar ao longo trecho da Serra do Mar ainda mais quando a rodovia deixa a cidade

de São Bernardo do Campo para adentrar em Diadema, e é neste ritmo urbanístico que a Rodovia dos Imigrantes chega ao fim na cidade de São Paulo. O ônibus pega o acesso á Avenida dos Bandeirantes, na zona sul de São Paulo, onde fazemos nossa primeira e única parada para lanche, no Graal Congonhas, são 20h45min da noite. Um posto pequeno, mais de um bom atendimento e uma infra-estrutura ótima resumem as qualidades deste ponto de parada, passa-se 15 minutos e voltamos a viagem, foi nesta hora que descubro sem querer, que apesar do ônibus ser Convencional ele dispõe de água mineral para os passageiros. Continuamos a viagem na Avenida dos Bandeirantes e logo digamos adeus á ela e pegamos o acesso á Marginal do Rio Pin heiros ainda em São Paulo. Esta marginal é muito curiosa por que ao contrario de sua marginal de continuação, a Marginal do Rio Tietê, a Marginal Pinheiros apresenta um aspecto imobiliário muito grande principalmente nos bairros do

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Morumbi e Cidade de Jardim. O fluxo tranqüilo da marginal nos ajuda para uma viagem mais rápida e depois de passarmos pelos acessos das rodovias Anhanguera e Castelo Branco, entramos na Rodovia dos Bandeirantes, considerada a parte final da viagem. Andando aos 90km/h o ônibus aos poucos vai deixando a Capital Paulista por esta rodovia que por sinal é outra que esta entre as melhores do mundo, por ser bem conservado e por suas curvas bem feitas. Passamos pelas cidades de Caieiras e de Cajamar e logo depois a cidade de Jundiaí, este trecho é interessante, porque é nesta cidade em que a Rodovia dos Bandeirantes se encontra com a sua irmã Anhanguera e com a Rodovia Dom Gabriel Paulino Couto que liga a cidade de Jundiaí á cidade de Cabreúva e Itu, ambas estas rodovias administradas pela CCR. Ainda em plena Rodovia dos Bandeirantes, deixamos Jundiaí para trás e entra em seu lugar a pequena e simpática cidade de Itupeva, é nela que está situado o Parque Temático Hopi Hari, o Parque Aquático Wet’n Wild e o curioso Posto Serra Azul que tem sua estrutura relacionada á uma grande passarela, por estar em cima da Rodovia. Depois de passar por esta cidade finalmente entramos no limite pertencente á Cidade de Campinas, mais adiante o ônibus se despede desta rodovia é pega o acesso á Rodovia Santos Dumont sentido Campinas, esta rodovia liga Campinas á Sorocaba, além de ser muito importante por fazer ligação principal ao Aeroporto de Viracopos. O ônibus pega um pequeno trecho desta rodovia e no trevo da Rodovia Anhanguera tem o acesso á esta, aonde prosseguirá até o importante Trevo da Bosch. São 22h10min da noite e como acho mais fácil, eu peço ao motorista que pare na Estação de Transferência Anhanguera situado na Avenida Lix da Cunha e pertencente ao Corredor Metropolitano. Com muito anseio, me despeço do ônibus onde eu irei voltar para casa em breve.

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Rodovia dos Imigrantes, grande complexo rodoviário paulista e um de seus túneis. Abaixo, saída para a Via de Interligação (SP-40), que liga-a à Rodovia Anchieta. Na sequência, a chegada à São Paulo

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José Euvilásio Sales Bezerra Giro pelo Rio

Foto: José Euvilásio Sales Bezerra

COLUNISTAS

Acima: Ônibus da linha 474-Jardim de Alah-Jacaré com a nova pintura. Ao lado: Ônibus metropolitano, equipado com ar condicionado. Em meados deste mês estive no Rio de Janeiro, onde assisti a 14ª Etransport/8º FertransRio. E, aproveitando, fiz várias viagens pela cidade. Em todas elas, utilizei o transporte coletivo, seja por ônibus ou mesmo o Metrô. Na primeira vez em que estive na cidade, no começo do ano passado, tive uma péssima experiência em um ônibus. Naquela época, fui à Universidade Federal do Rio de Janeiro. O motorista da linha que utilizei não teve dó do veículo... Nem dos passageiros. Pra ele, não tinha semáforo, lombadas, preferenciais... Ele pisou fundo e mandou ver na velocidade, de Copacabana até a Universidade. Em uma das lombadas que ele tentou atravessar eu, que estava no fundo do veículo, fui arremessado pra cima, batendo a cabeça no teto, de tão forte que tinha sido o tranco. Naquele final de semana de fevereiro de 2009, não andei mais de ônibus. Já nesta segunda passagem, voltei a andar nos coletivos da cidade. Desta vez, peguei motoristas melhores que o daquela primeira passagem. Vendo de fora, o que

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pude perceber é que as freqüências eram muito boas. Não sei se era pelo local onde eu peguei os ônibus – região da Marina da Glória e Copacabana -, mas os intervalos eram regulares e curtos. Em alguns casos, havia uma certa demora. Mas, logo que passava o primeiro, vinha um comboio atrás. Um problema que percebi – e do qual também fui vítima – foi o grande número de motoristas que cortavam ponto. Vi vários fazendo isso. Dava a impressão que, se não tinha ninguém pra descer, ele achava que também não havia ninguém pra subir. E, se já tinha um carro parado então, ele nem se importava em parar atrás. Simplesmente seguia viagem. Isso ocorreu comigo, em um dos pontos da Av. Nossa Senhora de Copacabana, quando esperava a linha 474-Jacaré, da Viação Braso Lisboa. Esperei uns quinze minutos até que chegou o carro seguinte da linha: lotado até a porta. E, logo atrás, mais dois, sendo um deles com o novo padrão visual. Aliás, esse novo padrão visual anda confundindo muita gente. Em um dos pon-

tos seguintes, o motorista do carro onde eu estava informou aos passageiros, que estavam nos pontos seguintes, que havia mais dois carros da linha, vazios, logo atrás. A maioria não quis nem saber e subiu naquele mesmo, que já estava abarrotado. Eu, cansado, desci no ponto seguinte, e esperei o próximo carro – vazio e já na pintura padronizada –, onde segui viagem, sentado e mais confortavelmente. Uma usuária, que deu sinal em outro ponto, perguntou se o carro era da mesma linha, mesmo com o letreiro eletrônico configurado igualzinho ao do carro com a pintura tradicional da empresa, com número da linha e destino. Ela perguntou porque disseram a ela que era outra linha e outra empresa. O motorista disse que sim, e ela subiu, satisfeita por não ter ido no aperto do carro que havia passado momentos antes. E isso é um sinal de que a prefeitura deve intensificar a divulgação das mudanças que estão ocorrendo no transporte. Quantas pessoas, igual a essa passageira, não deixara os ônibus que pegam sempre passar por não saberem das mudanças? Ar Condicionado – Dois dias depois, resolvi ir à Niterói. A escolha foi pelo trajeto: queria seguir pela ponte Rio-Niterói. Pra seguir até lá, peguei um ônibus da linha 100 – Niterói, da viação Mauá. O carro era um Marcopolo Viale MBB OF1722. Mas, o melhor de tudo: carro com ar condicionado. Um conforto só. Peguei o carro na Marina da Glória e ele deu uma volta pela região ainda vazio. Quando chegou no ponto em frente à Rodoviária Grande Rio, ele lotou até o talo. O tempo estava nublado mas com um pequeno mormaço. Mas que, graças ao AC, nem se sentia. Aliás, esse item de conforto, pelo que pude perceber, está presente em toda a frota das linhas metropolitanas do Grande Rio. O ônibus seguiu cheio até o ponto final, em um Terminal Rodoviário, em Niterói. A freqüência dessa linha era ótima. Pelo menos um carro a cada sete minutos. E, a cada um que saia, chegava outro na baia de trás. Detalhe: fiz essa viagem no feriado de 15 de novembro a tarde. Esperei uns três carros, e peguei outro de volta. Viagem Rio-NiteróiRio feita em menos de duas horas. O dia ajudou, já que por ser feriado, não havia tanto trânsito. Esse passeio pelo Rio de Janeiro foi muito proveitoso. Ajudou a conhecer um pouco mais da parte operacional do sistema da cidade e de sua região metropolitana. Não é um sistema perfeito, assim como o de São Paulo e de outros lugares. Mas mostra que se o gestor público quiser mesmo, ele consegue implantar algumas melhorias que, se não ajudam a dimunuir o sufoco do transito, pelo menos torna a viagem menos desagradável, como é o caso da exigência de ar condicionado nos veículos metropolitanos.

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