Revista InterBuss - Edição 17 - 24/10/2010

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InterBuss

ANO 1 Nº 17 24/10/2010

MOTORISTA DO ACIDENTE COM O VCA 141 É CULPADO, INDICA LAUDO DO IC

E RECLAMAÇÕES SOBRE O TRANSPORTE DE AMERICANA CONTINUAM... CHEGOU A HORA DE CONHECER UMA NOVA FORMA DE FOTOGRAFAR. O INTERBUSS FEZ TUDO PENSANDO EM VOCÊ. LEIA NESTA EDIÇÃO!



NESTA EDIÇÃO

NOVA FROTA DE URBANOS EM

UBERABA

Foto: Rafael dos Reis Silva

A Semana em 10 Tempos • Página 9

Novos ônibus da Lider já estão na garagem e ganharam nova roupagem. Piracicabana também renova frota. Ônibus da cidade terão motivos culturais locais

Foto da capa: Thiago Bonome

Edição número 17 • Domingo, 17 de Outubro de 2010 • Concluída às 15h30 • Esta edição tem 28 páginas

EDITORIAL • Transportes fora do segundo turno........... 4 A SEMANA EM 10 TEMPOS ......................................... 5 COLUNISTAS • Marisa Vanessa N. Cruz ...................... 9 MATÉRIA DA SEMANA • Jogadores nos ônibus...... 10 COLUNISTAS • José Euvilásio Sales Bezerra ................. 11 COLUNISTAS • Adamo Bazani ......................................... 12 COLUNISTAS • Anderson Botan .................................... 13 PÔSTER • Wesley Araújo ............................................... 14 ENTREVISTA • Douglas de Cézare ............................. 16 FOTOS DA SEMANA • As melhores do Portal InterBuss.. 22 MURAL • Os sociais da Revista InterBuss..................... 23 DIÁRIO DE BORDO • São Roque e os vinhos ............. 24 VÁ, MAS VISITE • Horto Florestal de SP ......................... 26

Revista na Rede Os sites do grupo Portal InterBuss são atualizados frequentemente com novos conteúdos. Fiquem atualizados com eles: • REVISTA ELETRÔNICA Acesse nosso conteúdo também na revista eletrônica, todos os dias, 24h por dia, em: www.portalinterbuss.com.br/revista • NOTÍCIAS Veja notícias do setor de transportes atualizadas diariamente em nosso blog: www.portalinterbuss.com.br/noticias • GALERIAS DE IMAGENS Nossas galerias são atualizadas semanalmente com fotos, desenhos e conteúdos enviados por diversos colaboradores de todo o Brasil. Veja em: www.portalinterbuss.com.br/galeria Tudo no site: www.portalinterbuss.com.br


EDITORIAL

2º turno chega, e nada de transportes nas pautas Na próxima semana, a população brasileira volta às urnas para decidir de uma vez por todas quem será o novo presidente do país nos próximos quatro anos. E mais uma vez, o tema transportes ficou de fora da pauta de ambos os candidatos. Ao invés de debaterem assuntos que interessam ao povo, na tentativa de resolver os problemas que afligem os brasileiros há muitos anos, os candidatos a presidência preferem ficar se atacando o tempo todo com denúncias que aparecem a cada dia, infâmias que não interessam a ninguém e acusações cada vez mais graves. A equipe da candidata do PT, Dilma Rousseff, mostra nos horários eleitorais um Brasil que não existe. Só sabem exaltar os anos de governo Lula, como se estivesse tudo resolvido no Brasil e que Dilma iria apenas dar continuidade no atual governo, mantendo controle de tudo. Todo mundo sabe que isso não é verdade. O Brasil tem muitos gravíssimos problemas, tivemos várias doenças que até entao eram controladas e agora voltaram a atacar a população, como o sarampo por exemplo, houve surto de dengue, a saúde está uma calamidade e a ANTT não consegue fazer uma licitação para organizar o transporte rodoviário nacional. Enquanto isso, o brasileiro continua tendo um transporte de péssima qualidade, incentivando a indústria automobilística a vender cada

REVISTA

InterBuss

A Revista InterBuss é uma publicação semanal do site Portal InterBuss com distribuição on-line livre para todo o mundo. Seu público-alvo são frotistas, empresários do setor de transportes, gerenciadores de trânsito e sistemas de transporte, poder público em geral e admiradores e entusiastas de ônibus de todo o Brasil e outros países. Todo o conteúdo da Revista InterBuss provenientes de fontes terceiras tem seu crédito dado sempre ao final de cada material. O material produzido pela nossa equipe é protegido pela lei de direitos autorais e sua reprodução é autorizada após um pedido feito por escrito, e enviado para o e-mail revista@portalinterbuss.com.br. As fotos que ilustram todo o material da revista são de autoria própria e a reprodução também é autorizada apenas após um pedido formal via e-mail. As imagens de autoria terceira têm seu crédito disponibilizado na lateral da mesma e sua autorização de reprodução deve ser solicitada diretamente ao autor da foto, sem interferência da Revista InterBuss. A impressão da revista para fins particulares é previamente autorizada, sem necessidade de pedido.

vez mais carros e entupir as ruas das cidades. Já o candidato adversário, José Serra, do PSDB, vive apenas de ataques e a passar a imagem de que é um candidato “do bem”, e que irá aumentar o salário mínimo para um valor superior ao já programado para 2011, e faz muitas promessas também para a área da saúde, área esta da qual já foi ministro e criou os medicamentos genéricos. Sobre transporte? Nenhuma palavra até o momento. Tudo isso preocupa o brasileiro. O investimento na área do transporte é fundamental e acontece de forma maciça por intermédio dos governos federais nos países mais desenvolvidos, porém aqui sempre fica em segundo plano. Esporadicamente acontecem liberações pequenas para as cidades construírem infra-estruturas muitas vezes precárias e que não atendem as necessidades dos usuários. Ultimamente há um “ensaio” para liberação de verbas maiores para transporte apenas por conta da Copa de 2014, mas mesmo assim os primeiros investimentos estão saindo por intermédio de parcerias público-privadas ou diretamente do caixa dos municípios, sem nenhum aporte federal. No Brasil, infelizmente, pensa-se apenas em obras que dão impacto visual e que atraem votos. Obras necessárias para melhorar a qualidade de vida da população sempre são secundárias. PARA ANUNCIAR Envie um e-mail para revista@portalinterbuss.com.br ou ligue para (19) 9636.1087 e converse com nosso setor de publicidade. Você poderá anunciar na Revista InterBuss, ou em qualquer um dos sites parceiros do grupo InterBuss, ou até em nosso site principal. Temos diversos planos e com certeza um deles se encaixa em seu orçamento. Consulte-nos! PARA ASSINAR Por enquanto, a Revista InterBuss está sendo disponibilizada livremente apenas pela internet, através do site www.portalinterbuss.com.br/revista. Por esse motivo, não é possível fazer uma assinatura da mesma. Porém, você pode se inscrever para receber um alerta assim que a próxima edição sair. Basta enviar uma mensagem para revista@portalinterbuss.com.br e faremos o cadastro de seu e-mail ou telefone e você será avisado. CONTATO A Revista InterBuss é um espaço democrático onde todos têm voz ativa. Você pode enviar sua sugestão de pauta, ou até uma matéria completa, pode enviar também sua crítica, elogio, ou simplesmente conversar com qualquer pessoa de nossa equipe de colunistas ou de repórteres. Envie seu e-mail para revista@por-

Do Leitor Revista InterBuss Como um leitor da revista, parabenizo aos idealizadores dela! É algo desse gênero que a busologia torna-se mais conhecida e ao mesmo tempo diminui o preconceito dos demais! pois qualquer busologo que se preze, ja sofreu com amigos ou parentes apenas por gostar de ônibus. E graças a busologia, estou fazendo faculdade de engenharia mecanica na FEI, sendo que perto dela, tem as fabricas da Mercedes Benz e da Scania pra onibus! alem das fábricas da Ford, GM(São Caetano do Sul), Rolls Royce e Volkswagen. e essa decisao, tomei por conta do meu gosto por onibus! e a revista, ainda me incentiva nesse sonho! pois alem de ver matérias interessantes, as colunas e as seções, alem de ampliar meu conhecimento, praticamente conheço lugares sem sair de casa, e dependendo do lugar, vc ja sabe se vale ou nao a pena (isso ai ja depende da pessoa hehehe). Enfim, mais uma vez, parabens pela revista e muito sucesso! Maurício Alves Borges São Paulo/SP Nota da redação: Obrigado pelo contato e pelos elogios Maurício! A cada edição buscamos trazer a todos os leitores o melhor conteúdo e o que realmente interessa a todos. E desejamos muito sucesso na sua nova empreitada na vida. Torcemos pelo seu sucesso! Este espaço é para você deixar a sua opinião sobre nosso conteúdo. Para isso, entre em contato através do e-mail revista@portalinterbuss.com.br. Na próxima edição, publicaremos sua opinião neste espaço. talinterbuss.com.br ou contato@portalinterbuss.com. br. Procuramos atender a todos o mais rápido possível. A EQUIPE INTERBUSS A equipe do Portal InterBuss existe há nove anos, desde quando o primeiro site foi ao ar. De lá pra cá, tivemos grandes conquistas e conseguimos contatos com os mais importantes setores do transporte nacional, sempre para trazer tudo para você em primeira mão com responsabilidade e qualidade. Por conta disso, algumas pessoas usam de má fé, tentando ter acesso a pessoas e lugares utilizando o nome do Portal InterBuss, falando que é de nossa equipe. Por conta disso, instruímos a todos que os integrantes oficiais do Portal e Revista InterBuss são devidamente identificados com um crachá oficial, que informa o nome completo do integrante, mais o seu cargo dentro do site e da revista. Qualquer pessoa que disser ser da nossa equipe e não estiver devidamente identificada, não tem autorização para falar em nosso nome, e não nos responsabilizamos por informações passadas ou autorização de entradas dadas a essas pessoas. Qualquer dúvida, por favor entre em contato pelo email contato@portalinterbuss.com.br ou pelo telefone (19) 9636.1087, sete dias por semana, vinte e quatro horas por dia.


A SEMANA EM 10 TEMPOS DE 17 A 23/10/2010

Prefeitura de S. Paulo tira dinheiro de multas para bancar ônibus Só neste ano R$ 120 milhões foram retirados do Fundo Municipal de Desenvolvimento de Trânsito

Defesa A Prefeitura de São Paulo informou que usa todo o dinheiro arrecadado com multas em investimentos para a melhoria do trânsito. Os cálculos do Município apontam que foram arrecadados neste ano R$ 374,3 milhões com o pagamento das infrações. A reportagem questionou a gestão Gilberto Kassab (DEM) sobre o destino específico desses recursos - foi solicitada uma relação detalhada dos gastos com o dinheiro do Fun-

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Foto: Wesley Araúijo

A Prefeitura de São Paulo transferiu recursos do Fundo Municipal de Desenvolvimento de Trânsito (FMDT) para o pagamento de subsídios às viações de ônibus. Já foram retirados este ano R$ 120 milhões destinados ao fundo - criado para centralizar o dinheiro das multas - para a rubrica “compensações tarifárias e renovação da frota”. A legislação determina que o dinheiro do fundo seja investido em sinalização, fiscalização, educação e engenharia de tráfego. O FMDT foi criado no ano passado para impedir que os recursos obtidos com multas fossem transferidos para finalidades não previstas no Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Antes, a receita das infrações de trânsito ia para o caixa único da Prefeitura, o que impossibilitava acompanhar o investimento. Nem o CTB nem o decreto que regulamenta o fundo - este último de autoria do prefeito Gilberto Kassab (DEM) - preveem o uso dos recursos nos subsídios pagos às empresas de ônibus ou em investimento em transporte público. Isso chamou a atenção do Ministério Público Estadual (MPE), que tomou conhecimento das transferências em meio às investigações sobre a falta de sinalização na Marginal do Tietê. Agora, a Promotoria estuda abrir inquérito para averiguar o uso do dinheiro com outras atribuições. Para o MPE, o remanejamento das verbas prejudica serviços que deveriam ser cumpridos com o dinheiro das multas. A Promotoria quer saber, por exemplo, por que só R$ 15 milhões (2,2% dos R$ 685 milhões previstos para o fundo em 2010) estão reservados para a sinalização - oito vezes menos que o valor destinado aos subsídios.

Ônibus em São Paulo: polêmica sobre destino de dinheiro de fundo de multas do Municipal de Desenvolvimento de Trânsito (FMDT). A Prefeitura não respondeu conforme foi solicitado, o que esclareceria se a legislação está realmente sendo cumprida. A previsão inicial era de que fossem arrecadados com multas R$ 685 milhões ao longo deste ano, meta que não deve ser atingida. Por outro lado, o Município afirma que já investiu um total de R$ 613 milhões, 8 milhões em melhorias no trânsito - ou seja, foi acrescentada uma quantia ao que foi arrecadado com multas. No entanto, a legislação prevê que o fundo tenha uma fonte de arrecadação autônoma, justamente para que os recursos não sejam misturados com outras

receitas, para permitir o acompanhamento dos investimentos. A Prefeitura informou também em sua resposta que utiliza dinheiro de fundo em obras como “corredores e terminais de ônibus urbanos”. Entretanto, nem o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) nem a lei municipal dizem que recursos de multas podem ser aplicados em obras para o transporte coletivo. A nota da Prefeitura diz que não foram retirados recursos do fundo para a rubrica “compensação tarifária”, embora as transferências tenham sido publicadas no Diário Oficial da Cidade. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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A SEMANA EM 10 TEMPOS

Novos ônibus executivos de Campo Grande já em operação

Suspensa greve da São João e da Jundiá em Sorocaba

Foto: Jorge Ciqueira

O Sindicato dos Rodoviários de Sorocaba e Região divulgou em nota neste sábado que estão suspensas as paralisações previstas para acontecer nas linhas rodoviárias da empresa Auto-Ônibus São João, a partir da tarde da segunda-feira (25), e no setor de fretamento da São João e da empresa Jundiá Transportes, a partir da tarde deste domingo (24). O Sindicato esteve reunido na tarde deste sábado com o empresário da São João, que assinou o Acordo Coletivo de Trabalho do setor rodoviário conforme negociado e aprovado na data-base deste ano, que é 1º de maio. Também participou da reunião um representante do setor de fretamento da empresa Jundiá Transportes. (Rede Bom Dia).

Um dos novos ônibus da Viação Cidade Morena, dirigindo-se a Campo Grande As empresas de transporte coletivo urbano de Campo Grande deram início ao processo de substituição dos ônibus executivos, mais conhecidos como “fresquinhos”. Os micro-ônibus passaram a ser substituídos por carros maiores, que transportam número maior de passageiros. Segundo informou João Rezende Filho, diretor da Assetur, 25 micro-ônibus com ar-condicionado vinham operando como veículos do tipo executivo. Desse total, 15 já foram substituídos por veículos maiores, com moderno sistema de ar-condicionado e dotados de duas portas. “Os carros são um pouco maiores,

só que mais compactos que os ônibus convencionais. Isso ocorre para que os novos veículos não percam mobilidade no trânsito de Campo Grande”, informou João Rezende. A fim de diferenciá-los dos ônibus convencionais, as empresas adotaram um novo lay-out externo, identificando-os como ônibus executivos. O diretor da Assetur disse que cada uma das cinco concessionárias opera com cinco veículos do tipo executivo, o que dá um total de 25 ônibus. Desses, 15 já foram substituídos e gradativamente todos os micro-ônibus estarão fora de circulação, substituídos pelos novos carros. (A Crítica de Cpo. Gde.)

A partir do dia 30, passageiros poderão conferir a nova roupagem dos ônibus municipais que vão operar as linhas vencedoras da licitação. Cada consórcio terá uma cor (azul, verde, amarelo ou vermelho) de acordo com a área de atuação. Como várias linhas terão a mesma identificação, o letreiro com o número do ônibus será ampliado para não confundir o usuário. A mudança foi publicada ontem no Diário Oficial do Município. O Consórcio A Intersul (Baixada de Jacarepaguá,

Barra da Tijuca e Recreio) será amarelo, o B Internorte (Zona Oeste), verde, o C Transcarioca (Zona Sul e Grande Tijuca), azul, e o D Santa-Cruz (Zona Norte) vermelho. Os adesivos e a pintura serão instalados na traseira, frente, laterais e capota. Junto ao número da ordem, virá a letra de identificação. As empresas têm um ano para se adequar à norma. No dia 30, quando começa a valer o Bilhete Único Municipal, cerca de 250 ônibus estarão nos novos moldes. A frota nova já virá com a pintura.

Busscar define compradora da Tecnofibras (TSA) A Busscar Ônibus definiu o comprador da TSA, antiga Tecnofibras, unidade pertencente ao grupo joinvilense. O anúncio foi feito ontem pelo presidente da empresa, Claudio Nielson. O executivo afirmou que as negociações passam por análises jurídicas para finalização do contrato. A estimativa é de que a Busscar consiga cerca de R$ 60 milhões com a venda. Com o dinheiro, a empresa deve quitar os salários atrasados de 3,1 mil trabalhadores, estimados em R$ 30 milhões, além de comprar matéria-prima para retomar a produção. (Diário Catarinense)

Mudanças no transporte do RJ começa dia 30; Prefeitura já oficializou novas pinturas

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Já os veículos do Sistema de Transporte Público Local, vans em licitação, terão que informar na parte dianteira o número de assentos reservados à gratuidade. Também ontem foi anunciado que a Transoeste, corredor exclusivo para ônibus BRT que ligaria Barra da Tijuca a Santa Cruz, será ampliada, e o custo da obra vai subir em R$ 100 milhões. No novo projeto, o trajeto será estendido de Santa Cruz a Campo Grande. No outro extremo, o corredor irá até o Jardim Oceânico. (O Dia)

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Transporte público é alvo de críticas dos usuários em Americana/SP

Foto: Luciano Roncolato

A qualidade do transporte público de Americana sempre foi alvo de reclamações por parte dos usuários, mas a situação parece ter chegado a um ponto que muitos consideram o ápice, alavancada principalmente por veículos sem manutenção, atrasos constantes e superlotações. Essa opinião negativa é compartilhada pela costureira Luciana de Freitas Cotrin, que todo final de dia pega a linha Praia Azul / Recanto / Parque Dom Pedro, da VPT (Viação Princesa Tecelã), rumo a sua casa. Ela afirma que apenas dois ônibus fazem o trajeto e um deles vive quebrado, um dos fatores que causa lotações constantes. A reportagem do jornal O Liberal fez o trajeto ontem e pode confirmar a situação. “Não tem condição, pior do que ficar o dia todo trabalhando é ter que entrar nesses ônibus no final da tarde. Os passageiros não são animais para serem tratados assim. Temos que conviver amontoados, pois os carros sempre levam mais pessoas do que a capacidade permitida”, lembra. Quem também concorda com Luciana é o comerciante Francisco Salles. “Não temos onde sentar e nos horários de pico fica difícil até para se locomover, é uma falta de respeito com as pessoas. Realmente lamentável. As empresas deveriam melhorar a qualidade dos ônibus”, disse ele. Os problemas de manutenção são confirmados pela cobradora da linha, Maria Aparecida Maia, que diz estar doente devido aos problemas vividos diariamente nas conduções. “Estou tomando remédio, o stress é muito grande. Às vezes, os passageiros pedem o dinheiro ou o passe de volta porque o

Ônibus da Viação Cidade de Americana: reclamações de usuários cresce carro quebra ou está muito lotado”, ressalta. De acordo com a funcionária, o ônibus, que tem capacidade para levar 87 pessoas, já chegou a transportar 97. “Não existe lugar preferencial e nem temos como pedir que os usuários respeitem porque fica todo mundo apertado. Em muitos momentos à noite, também não temos luz interna e eu carrego uma lanterna na bolsa por precaução”, completa Maria. Durante o trecho, que passa pela Rodovia Anhangüera, uma das mais movimentadas do país, a reportagem observou o desconforto dos passageiros, que aproveitaram para enfatizar outros pontos.

“Fico nervosa com os atrasos que acontecem porque faltam ônibus reservas. Cheguei a ver pessoas sentadas no painel de tão lotado. Agora, você imagina se acontece algum acidente, como não poderíamos nos machucar?”, indaga a comerciante Andrea Reis.

da composição férrea da ALL. O perito relata que o coletivo foi arrastado por 80 m pela locomotiva, que levava 77 vagões carregados de soja, e se chocou depois com outra locomotiva que estava estacionada em sentido contrário. O documento mostra fotografias de vítimas fatais e de sobreviventes, além de informações sobre a velocidade da composição férrea, que estava a 20 km/h no momento da colisão. No local não há cancelas e a velocidade máxima permitida para o trem é de 30 km/h. Conforme o inquérito policial, testemunhas do acidente e sobreviventes afirmaram em depoimento que os sinais sonoros e luminosos do cruzamento foram

acionados normalmente, mas que o motorista os desrespeitou. O delegado Claudiney Albino Xavier, responsável pelas investigações, ainda pretende ouvir outros depoimentos e juntar outros documentos antes de concluir o inquérito, mas destacou que, pelas evidências de laudos oficiais e depoimentos de vitimas, o motorista do ônibus será indiciado por homicídio culposo (sem intenção de matar). A pena é de dois a quatro anos de detenção, mas, segundo o delegado, a decisão judicial pode analisar sob a ótica de o acidente ter provocado várias vitimas e sequelas e proferir uma pena cumulativa, multiplicada por ocorrência de vitimas. (Terra)

SEM RESPOSTA Procurada para comentar o assunto e informar quais medidas poderiam ser tomadas para melhorar a condição das linhas que vão a Praia Azul, a VPT (Viação Princesa Tecelã) não respondeu as ligações da reportagem do jornal O Liberal. (O Liberal)

Laudo culpa motorista pelo acidente do VCA

O relatório do Instituto de Criminalística (IC) entregue à Policia Civil de Americana na quinta feira aponta que o motorista Alonso de Carvalho, 61 anos, condutor do ônibus da linha 141 da Viação Cidade de Americana (VCA) como o responsável pelo colisão do coletivo com um trem da Americana Latina Logística (ALL) na noite de 8 setembro, no cruzamento da rua Carioba com a linha férrea. No acidente, nove pessoas morreram e 19 ficaram feridas. O laudo, assinado pelo perito Adilson Roberto Miotto, afirma que Carvalho, “ignorou completamente a sinalização e as regras de segurança ao adentrar a passagem em nível, sem cancela”, com a aproximação

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A SEMANA EM 10 TEMPOS

Uberaba/MG apresenta novos ônibus

A padronização dos ônibus de transporte coletivo foi iniciada em Uberaba. Na manhã de ontem, o sistema recebeu 17 novos ônibus personalizados com imagens que visam valorizar o patrimônio cultural da cidade. Em carreata, os veículos passaram pelas principais vias e depois foram apresentados ao prefeito Anderson Adauto. De acordo com Claudinei Nunes, diretor de Operações e Fiscalização do Transporte Coletivo, oito carros já estão disponíveis hoje para atender aos usuários. “Temos que instalar a catraca eletrônica e os GPS nos outros nove”, explica. Ainda segundo Claudinei, são aguardados mais 12 novos carros até o dia 30 e também serão disponibilizados outros dois para atender à linha Peirópolis-Ponte Alta. “Os ônibus que atenderão essa linha possuem uma particularidade, pois a carroceria é alongada, conseguindo assim maior espaço para o transporte de passageiros. Eles também serão adesivados com um layout a ser criado”, afirma. Claudinei ressaltou que todos os 136 veículos da frota que atendem as 37 linhas passarão, gradativamente, a ter o novo layout. “Dentro de seis meses, a empresa Piracicabana começa a substituir seus ônibus, que também

serão personalizados”, afirma. Sobre o aumento na quantidade de linhas, o diretor conta que um estudo é feito para que todos os bairros sejam atendidos. Durante a apresentação dos ônibus personalizados, Robinson do Amaral Camargo, superintendente de Planejamento de Transporte e Trânsito, foi questionado sobre a necessidade de se fixar os horários impressos nos pontos. Se-

gundo ele, um estudo feito em grandes cidades verificou que a colocação do horário para a visualização dos usuários não funciona. “Existe uma constante troca de horários a partir de estudos feitos nas linhas”, explica. Robinson ressaltou que até o dia 31 de dezembro, 100 painéis eletrônicos que indicam o tempo exato para a chegada dos ônibus serão instalados nos principais pontos da cidade. (Jornal da Manhã)

o horário em que o ônibus vai passar em cada ponto. A novidade é denominada Ponto Vitória, e o município será a primeira capital brasileira a adotar o serviço em tempo real. A consulta, pela internet, poderá ser feita de qualquer lugar e a qualquer hora, com dados do sistema de monitoramento da frota que compões o serviço municipal de transporte coletivo. A previsão dos horários é obtida por meio de GPS instalado em todos os veículos das linhas municipais. A iniciativa do sistema é da secretaria de Transporte e Infraestrutura Urbana (Setran). De acordo com o secretário Fábio Damasceno, uma das maiores vantagens é a segurança e programação da viagem. “Tem linhas com intervalo de saída de uma para outra com oito minutos, outras com menos demanda de 30 minutos. A partir do sistema você vai programar a viagem, ficando menos tempo nos pontos. Além da segurança, uma vez que você fica menos exposto. Melhora o conforto e confiabilidade do sistema”, explica o secretário da Setran. Além do acompanhamento pela web, também será possível o controle através de polos

cada ônibus. Por enquanto, apenas no ponto em frente a Prefeitura de Vitória é possível encontrar a tela. No futuro estima-se a instalação nos pontos de maior fluxo de usuários e veículos, como shopping e rodoviária. Como funciona? - Inicialmente o usuário precisará identificar o ponto de parada de seu interesse. Para isso existe opções de consulta pelo número de identificação do ponto, pelo bairro, nome da rua ou até mesmo por uma referência. A partir da seleção do ponto de ônibus, o sistema exibirá os tempos estimados de passagem dos próximos ônibus pela parada selecionada. www.vitoria.es.gov.br/pontovitoria. As estimativas de tempo de espera têm alto grau de acerto. De acordo com o secretário, o sistema está redondo, mas poderá gerar atrasos (margem de erro) de dois a três minutos. A previsão correta dos horários de ônibus pelo serviço Ponto Vitória poderá sofrer interferência e apresentar falhas em virtude de alterações repentinas nas condições de fluidez do trânsito. Por exemplo, acidentes, início de obras nas vias públicas, desvio e aumento anormal do fluxo de veículos. (ES Hoje)

Desenvolvido em Caxias, um computador de bordo para ônibus pode ajudar o motorista até mesmo a se controlar na velocidade. Além disso, permite ao dono da frota um melhor gerenciamento dos veículos em operação. O equipamento deve ser programado pelo cliente, conforme a necessidade. Fisicamente é semelhante a uma calculadora e apresenta teclas que indicam os comandos, a exemplo do que aponta o fator neblina. O aparelho é colocado no painel do veículo. – Esse computador tem um sistema de controle de aceleração e rotação. Se, por exemplo, ao longo do trajeto, o motorista precisou fazer uma freada brusca, isso fica registrado. No caso da aceleração, se passar do limite autorizado, um aviso sonoro é emitido e também é lançado o registro. Desse modo, o proprietário da frota tem condições ver o que está ocorrendo no percurso e planejar melhorias – detalha Jair Puhl, supervisor comercial da caxiense Dimelthoz. Puhl informa que o computador de bordo é desenvolvido e fabricado em Caxias. Ele é indicado para frotas de coletivos urbanos e custa, pelo menos, R$ 2,5 mil. (Pioneiro)

Um dos novos ônibus da Lider, que opera linhas urbanas em Uberaba com a Piracicabana

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Foto: Rafael dos Reis Silva

Sistema Ponto Vitória informa horários Dimelthoz cria de ônibus com exatidão na capital do ES computador de Desde quarta-feira (20), o usuário do geradores de tráficos, como existe em aeroportos. transporte público coletivo de Vitória poderá São televisores instalados em pontos de maior bordo para ônibus controlar através da internet e de telas indicativas movimento, com o horário de chegada e saída de


Marisa Vanessa N. Cruz Os 20 anos do corredor EMTU São Mateus - Jabaquara

Fotos: Marisa Vanessa N. Cruz

COLUNISTAS

Vista do corredor ABD, que liga Diadema a São Paulo, passando por Santo André e São Bernardo do Campo, operacionalizado pelo Sistema Metropolitano de Transportes (Metra). Na foto, um Caio Induscar Millennium Scania K-270UB da empresa é seguido de um Busscar Urbanuss Pluss MBB O-500M. Neste último dia 23 de outubro, um dos mais importantes corredores BRT implantados no Brasil completou 20 anos de operação. A extensão do corredor metropolitano ABD (que liga o bairro de Piraporinha, em Diadema, ao bairro do Jabaquara, em São Paulo) foi inaugurado há duas décadas ligando a primeira e segunda etapas do corredor em operação desde 1988, ligando São Bernardo do Campo, Santo André e o bairro de São Mateus. Na época a frota era gerenciada pela própria EMTU. Nessa inauguração em 1990, foram adquiridos 98 ônibus a diesel ex-

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clusivos para o corredor, incluindo 23 articulados que rodam até hoje. Realmente lembro-me do dia. Estudava em Diadema e observava a circulação de ônibus no centro daquela cidade. Inicialmente os ônibus faziam a linha intermunicipal 289 Piraporinha – Jabaquara, de cinco em cinco minutos. Já em dezembro de 1990, iniciava o processo de troncalização, e a primeira linha suprimida foi a 044 Itaim - São Bernardo do Campo, com trajeto reduzido até o Terminal Diadema, pagando a transferência para os ônibus do corredor. Só para ter uma idéia, a tarifa da 044 naquela época tinha o valor

de 82 cruzeiros antes do seccionamento a linha era feita pela Viação Diadema. E para valer a pena a troncalização, estenderam a linha 287 Santo André até Diadema e a 288 Ferrazópolis até Jabaquara. Antes do corredor metropolitano, a cidade de Diadema era servida por várias linhas de ônibus intermunicipais espalhados pela cidade até o metrô Jabaquara. Nessa troncalização, muitas linhas intermunicipais foram extintas, e várias suprimidas até o terminal. Em março de 1991, a prefeitura de Diadema resolveu reorganizar todas as linhas da cidade: migrou dois principais estacionamentos de pontos finais (Divisa Diadema/São Paulo e Vila São José) para dentro dos recém criados terminais Diadema e Piraporinha, e a EMTU criou uma nova linha exclusiva para o corredor, a 290 Diadema – Jabaquara. Para ir ao metrô após a implantação, o usuário pega qualquer linha municipal com direção ao Terminal Diadema e, depois, uma linha do corredor metropolitano até o Jabaquara. O ganho está na agilidade do corredor: sua pista exclusiva proporciona ganho de tempo, e também na economia: o passageiro, que antes pagava uma passagem intermunicipal até o Jabaquara, que era mais cara, paga somente uma passagem municipal em Diadema e depois segue a viagem no corredor metropolitano gratuitamente. E o mais importante: esta regra funciona também nos dias de hoje. Com a troncalização, nota-se a diferença na avenida Engº. Armando de Arruda Pereira, em São Paulo: vários ônibus intermunicipais foram tirados das ruas, dando lugar aos ônibus que trafegam somente no corredor, melhorando o trânsito. O sistema trouxe também melhor qualidade de vida tanto em passageiros quanto moradores de imóveis, que tiveram suas casas valorizadas. Só Diadema? Além da cidade de Diadema, beneficiada com a integração gratuita ônibus municipal-corredor, aí eu pergunto: Fora o terminal São Mateus, por que as cidades de São Bernardo do Campo e Santo André ainda não são beneficiadas com a integração gratuita? Temos entusiastas de ônibus e milhares de passageiros sonhando com essa gratuidade, mas pelo visto, nunca irá acontecer. E para finalizar, parabéns aos 20 anos de operação do corredor ABD até a estação Jabaquara. São Paulo e ABC têm sempre a ganhar com este modelo rápido de transporte.

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MATÉRIA DA SEMANA

QUANDO O MERCEDES DO JOGADOR ERA O MESMO DO TORCEDOR Muitos hoje não conseguem imaginar a cena, mas houve uma época que era possível andar lado a lado com o ídolo da bola

Adamo Bazani Empresários, engenheiros, advogados, jornalistas, médicos, artistas cientistas...seja qual for a profissão, é difícil ter um rendimento como o dos jogadores de futebol. Mestres da maior paixão do brasileiro, os jogadores considerados estrelas ostentam uma vida semelhante a dos grandes xeiques das arábias. Carrões, mulheres, noitadas, casas e apartamentos que são verdadeiras manões. Eles levam alegria aos brasileiros, mas muitos perguntam. Será que merecem tanto? A verdade é que os ganhos de um só jogador considerado estrela do futebol são superiores ao lucro de companhias que empregam dezenas de funcionários e até mesmo maiores que os PIBs de muitos municípios brasileiros. Mas como sempre enfatizamos em nosso espaço, a história dos transportes pode refletir tudo: conjunturas econômicas, sociais, de determinados setores específicos, histórias humanas e comportamentais e por que não da realidade dos craques da bola. Esta imagem resgatada pelo historiador Cláudio Catalano, publicada na revista Placar de 1982, mostra uma realidade imprensada pelas gerações atuais. Acreditem: houve uma época que você poderia encontrar o seu ídolo das

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Ônibus da Viação Campo Belo, na Avenida Eusébio Matozzo nos anos de 1970, quando os empresários foram acusados de criar um conluio para operarem da maneira que achassem melhor os transportes. Empresa foi acusada de ter ligações com parlamentates. Acervo: Marinaldo Júnior/ Pesquisa: Adamo Bazani quatro linhas no ponto de ônibus. Os jogadores mais renomados, nos anos de 1980, já tinham seus carros e todo o conforto já inimaginável para um assalariado comum. Mas entre os anos de 1950 e 1970, contam os mais velhos, principalmente nos ônibus rodoviários era possível ver um craque andando tranqüilamente. Como em outras áreas, a exemplo do comportamento e da tecnologia, os anos de 1980 foram marcados pela transição. Jogadores de grandes clubes já andavam em carrões enquanto seus colegas em carrões ainda maiores. A foto mostra um Caio Gabriela II, Mercedes Benz OF 1113, logo atrás de um Caio Gabriela I, do mesmo chassi, da Auto Viação Urubupungá, em Osasco, empresa da família Saraiva, fundada nos anos de 1960, tradiconal na cidade. Uma das pessoas mais famosas de Osasco nesta época era Vargas Tiago Camilo, ou simplesmente o Vargas, lateral do Palmeiras. Na reportagem da Revista Placar, de 1982, ele aparece embarcando no velho Gabriela (ídolo de qualquer busólogo mais antigo), o segundo dos dois ônibus que usava para sair de sua cidade natal na Grande São Paulo para chegar ao Palestra Itália, na zona Oeste da Capital Paulista. Pois é amigos, um jogador titular de um Clube como o Palmeiras indo treinar

de Mercedes....Mercedão mesmo. Na oportunidade, Vargas dizia que era tranqüilo andar de ônibus. Todos o conheciam na cidade e o assédio era comedido. Atualmente há duas realidades. A do jogador de time grande que virou estrela mesmo e que pra ele a ostentação é um dos pontos importantes da vida, o que mexe até com sua cabeça e relacionamento com as demais pessoas, e a violência, com a série de assaltos e seqüestros que as pessoas com mais visibilidade e destaque financeiro são mais sujeitas. Vargas brilhou Palmeiras entre 1980 e 1984, quando foi para o São Bernardo. Paulinho de Almeida, Fedato e Rubens Minelli foram os seus comandantes nessa passagem pelo verdão. O time que mais o destacou era formado por João Marcos, Vargas, Luiz Pereira, Nenê Santana, Nenê, Rocha, Carlos Alberto Borges, Jorginho, Barbosa, Carlos Alberto Seixas e Carlos Henrique. Prematuramente, aos 45 anos de idade, no dia 7 de fevereiro de 2009, Vargas deixou os gramados da vida jogando futebol. Em Cotia, na Grande São Paulo, ele participava de um jogo de Várzea quando foi vítima de um infarto fulminante. Fica a homenagem à família, à torcida do Palmeiras e a lembrança de uma época na qual as coisas eram mais simples, até no dia a dia dos boleiros.

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Foto: Reprodução / Ricardo Kotscho

Até os anos 70 era comum jogadores pegarem ônibus para irem a seus locais de trabalho, como na foto ao lado embarca em um Caio Gabriela da Auto Viação Urubupungá o lateral do Palmeiras, Vargas.


José Euvilásio Sales Bezerra Mudanças

COLUNISTAS

Foto: José Euvilásio Sales Bezerra

que quinze minutos para passar. A mesma coisa ocorria na linha 6003/10 Terminal Grajaú – Terminal Varginha. Apesar da rapidez da viagem, a fila dessa linha também não era pequena e o intervalo ficava na casa dos 15 minutos também. Há muito tempo existe a cultura de que nos finais de semana a frota de ônibus tem de ser reduzida ao extremo. Assim como o sistema está sendo reformulado, essa cultura também precisa ser reavaliada. Uma cidade como São Paulo não comporta mais uma redução tão expressiva como vemos na frota das empresas durante os finais de semana. Ainda mais em um sistema com essa formatação, que torna o acesso às regiões bem mais restrito. Por mais antipáticas que essas mudanças possam parecer, infelizmente elas são necessárias. O crescimento da população está tornando inviável a existência de linhas diretas bairro-centro, uma vez que há uma sobreposição predatória, que aumenta o custo do transporte e inviabiliza a utilização de corredores, que são pequenos demais para tantas linhas. =============================

Caio Induscar Top Bus da Viação Cidade Dutra Na semana passada a SPTrans implantou algumas alterações operacionais na área 6 da cidade de São Paulo. Estas alterações, em sua maioria, referiam-se ao seccionamento de várias linhas que seguiam para Santo Amaro e Metrô Vila Mariana nos terminais Varginha e Grajaú. No domingo, dia 17, estive nos terminais Grajaú e Varginha para conferir as mudanças. Essas mudanças, a meu ver, são inteiramente coerentes com os objetivos do sistema Interligado que, embora não apareça mais em lugar nenhum, é o nome que da atual formatação do sistema de transporte da capital paulistana. O sistema Interligado tem como uma das premissas a criação de terminais periféricos, que receberiam passageiros, vindos dos bairros, transportados pelas Cooperativas de ônibus e micro-ônibus, que operam o sistema local. Esses passageiros seriam transportados por ônibus articulados e bi-articulados até pontos de interesse e terminais nas áreas mais centrais da cidade ou áreas periféricas com grande atração de pessoas – como, por exemplo, Santo Amaro. A passos de tartaruga, aos poucos, o sistema vai tomando essa formatação. Os sinais vêm sendo sentidos desde o ano passado, na zona sudoeste. Na região do Campo Limpo, divisa das áreas 7 e 8, funciona desde o final

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do ano passado o Terminal Campo Limpo. As linhas alimentadoras do terminal, com exceção de três delas, são praticamente todas operadas por cooperativas de micros e ônibus. E isso promete virar tendência na região, uma vez que a principal operadora da área 7, a Viação Campo Belo, desde 2007, só adquire ônibus articulados e biarticulados. Na área 6, a Viação Cidade Dutra que, assim como a Campo Belo, vêm adquirindo somente ônibus articulados - desde 2006. Na reformulação ocorrida na semana passada, a maioria das linhas locais ficou com a cooperativa da região, a Cooper Pam, enquanto a Cidade Dutra cuida apenas das linhas estruturais e de uma ou outra linha local de maior demanda. LOTAÇÃO – A idéia é interessante, de fato. Mas não adianta nada a implantação de um sistema eficiente se certos vícios operacionais continuarem existindo. Enquanto estive no terminal, vi várias linhas estruturais com filas enormes. No terminal Varginha, onde passei mais tempo, o ponto da linha 695X/10 Terminal Varginha – Metrô Jabaquara estava lotado de passageiros. Alternavam-se na linha ônibus convencionais Padron Piso Baixo Central e articulados convencionais. No entanto, quando o ônibus deixava o ponto, ainda deixava pessoas na fila de espera do próximo – que não demorava menos do

ASTERISCO * Há algumas semanas, estive no Terminal João Dias. Foi um dia de chuva na cidade e, quem conhece São Paulo, sabe que o transito trava nessas horas. Fiquei 45min esperando o 675I/10 Terminal João Dias – Metrô São Judas. O “olho vivo” mudou, desde a hora que cheguei, às 21h12, para 21h15, 21h24, 21h33, 21h42 e 21h51. Mas não partiu nenhum ônibus sendo que, às 21h30, chegou um, que ficou um tempão estacionado – fora um outro, que estava parado sem as placas. Perguntei a uma fiscal da Socicam o por quê. Ela disse que o fiscal da operadora havia recolhido vários ônibus e que não podia fazer nada. Então, fica a pergunta: pra quê servem os fiscais da Socicam? ** No mesmo dia em que estive no Terminal João Dias, vi um Apache Vip da viação Soamin, que agora, só consta como operadora de linhas suburbanas, gerenciadas pela Artesp. Ela opera a linha 4790-1 Juquitiba – Miracatu (Cafeza). Esse Apache, prefixo 606, era da Viação Miracatiba – empresa “irmã” da Soamin, de quem herdou até o prefixo –, estava pintado nas cores azul e cinza, como nas empresas Metropolitanas, mas com adesivos da Artesp. No entanto, há alguns dias, não se sabe o porquê, a Intersul assumiu a operação dessa linha. No site da Artesp, a Soamin ainda consta como operadora da linha.

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Adamo Bazani O Rei dos gramados no rei das estradas

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Quando Edson Arantes do Nascimento vinha ao mundo surgia também uma indústria profissionalizada de ônibus

Foto: Reprodução

Pelé ao lado de um Monobloco da MercedesBenz

Dia 23 de outubro é uma data marcante para a história do futebol Mundial. No ano de 1940, nasceu Edson Arantes do Nascimento, em Três Corações, Minas Gerais. Se nos anos de 1940 nasceu aquele que viria a mudar os rumos do esporte mais popular no Brasil e em vários países, foi exatamente nesta década que surgiram empresas encarroçadoras de ônibus especializadas e profissionais que também seriam craques e mudariam a história dos transportes coletivos. Enquanto Edson ainda não era Pelé, Nicola não era Marcopolo e Nielson não era Busscar, mas estas empresas começaram a surgir para dar um novo paradigma ao setor e atender ao crescimento urbano e populacional que mudava as relações pessoais e a forma de deslocamento nas cidades. A Caio surgia na mesma década de Pelé.

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Como de corressem em paralelo, cada um em sua carreira, Edson e essas fabricantes de carrocerias de ônibus genuinamente brasileiros ganhavam destaque. Primeiro por aqui, depois no mundo. Assim como o Futebol Brasileiro é um dos mais respeitados no Planeta, a indústria de ônibus do País tem também a mesma credibilidade. Filho de Celeste Arantes e João Ramos do Nascimento, aos três anos de idade, Edson mudou com os pais para Bauru, no interior de São Paulo. Foi aí que começou desde criança a brilhar nas quatro linhas. Edson tinha um jargão, que adaptado criou uma verdadeira bandeira nos esportes mundiais. Quando estava com o Vasco de São Lourenço gritava sempre para o goleiro Bile: “Defende, Bilé. Defende Bile” Era quase todo o jogo a mesma

coisa até que Bile virou apelido de Edson. Mas algumas crianças tinham dificuldades em dizer Bile e Pelé, logo pegou. Em 1955, a indústria de ônibus já havia descoberto a eficácia, leveza, durabilidade, resistência e economia proporcionada pelas carrocerias metálicas, em substituição às carrocerias de madeira. Foi neste ano o ex jogador Waldemar de Brito descobriu Pelé e o levou para o Santos. O futebol mundial nunca mais seria o mesmo. Rei, Melhor Jogador do Mundo, Atleta do Século são alguns dos atributos dados à Pelé. Foram 1281 gols e uma influência mundial ao ponto de ser recebido por três papas Pio 12, João Paulo II e Bento XVI, e até mesmo conseguir suspender a Guerra Civil no Congo em 1969. Mas qual modelo seria o Pelé dos ônibus? (Aliás, Pelé significou sinônimo de excelência). Difícil responder, foram vários modelos que contribuiriam para o desenvolvimento não só da indústria, mas econômico, social e humano. Mas um dos modelos marcantes certamente foi o Monobloco O 321 da Mercedes Benz. Não foi o primeiro Monobloco do País, em 1943 a GM já faria o seu, mas foi o modelo que consagrou o modelo integral de veículos, com motor, chassi e carroceria num bloco, uma peça só. Assim como depois de Pelé, o futebol não foi mais o mesmo, depois do Monobloco O 321, a forma de fabricar ônibus no Brasil, ônibus de verdade, não carrocerias sobre caminhão, mudou também. Por isso, nestes 70 anos de aniversário de Edson Arantes do Nascimento, nada mais apropriado que a foto de um Rei, Pelé, ao lado de outro Rei, um Monobloco Mercedes Benz. O veículo pertencia a Colsan, de Coleta de Sangue, uma das ações sociais que o Rei participou. Aliás, essa é uma das características de Pelé, que sempre participou de atos em prol do próximo. Nenhum rei no entanto é perfeito. A história de Pelé é marcada por glórias. Edson, um ser humano comum, teve seus momentos controversos: o não reconhecimento da filha Silvia Regina e a acusação de envolvimento de seu filho Edinho em acusações de participação em esquemas de tráfico de drogas. Cobrindo a matéria pela CBN, foi a oportunidade que tive de estar mais próximo dessa figura brasileira. Mas diante de mim, naquela sede de Polícia, não estava o Rei Pelé, e sim o pai Edson, que perguntava: “No que errei?”.

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Anderson Botan As intempéries do transporte de Americana

COLUNISTAS

Foto: Luciano Roncolato

Ônibus da VCA passa pelo cruzamento férreo poucos dias depois do acidente que matou nove pessoas: mesmo com trágédia, hábitos praticamente não mudaram

A cidade de Americana vive um momento particularmente complicado na questão dos transportes. O mais recente caso, como noticiado recentemente na Revista Interbuss, foi o choque do ônibus da VCA (Viação Cidade de Americana) com um trem da ALL (América Latina Logística). Imprudências, falta de cumprimento de horários, itinerários longos, baseados em linhas diametrais, falta de estrutura para funcionários e usuários, além do processo de integração do transporte, que não desencanta, são só alguns dos pontos levantados diariamente por quem usa o transporte e por quem trabalha diariamente pelas empresas, que também tem no sistema a VPT (Viação Princesa Tecelã), braço do grupo Ouro Verde. O MP (Ministério Público) de Americana, após tantas denúncias de vereadores da Comissão de Transporte, que incluíram principalmente o atraso na implantação dos abrigos de ônibus em pontos, cerca de 250, em cumprimento ao edital, além do atraso na implantação do bilhete eletrônico, fizeram com que a promotoria abrisse inquérito para investigar a questão. O sistema integrado é anunciado há tempos e desde a licitação do transporte já deveria ter sido implantado. Contudo, o atraso na abertura de uma empresa ges-

Revista InterBuss

tora da venda dos bilhetes, aliada à falta de pulso firme da prefeitura, em não punir as empresas pelos atrasos, fizeram com que os empresários tivessem mais tempo e, com isso, quem está saindo prejudicados são os passageiros. Fato que os empresários também têm problemas burocráticos que impedem agilizar o processo, mas é preciso que resolvam pequenos problemas evitando assim que os usuários tenham que passar por tantas dificuldades diariamente. A questão da integração é o que mais incomoda os passageiros, que precisam se deslocar para bairros extremos, que não possuem ligação e precisam pagar integralmente as tarifas. Em vista de outros municípios da RMC (Região Metropolitana de Campinas), que possuem o mesmo porte de Americana, a cidade está ficando para trás, ao não conseguir implantar a integração. Agora, a promessa é que até o final do ano todos os passageiros que se cadastrarem terão recebido os cartões de integração e o sistema iniciar em dezembro. Depois de tantas promessas e adiamentos, não seria novidade se o prazo fosse mais uma vez aditado. O caso está se transformando em uma guerra particular da prefeitura, empresas, passageiros e Justiça. No caso da tragédia com o trem,

ainda perduram as dúvidas sobre quem estava certo ou não. Em minha opinião, há culpa do poder público e do governo, de não oferecerem condições de segurança ainda melhores do que as que dizem oferecer, porque se mostraram ineficientes para evitar um acidente. E infelizmente, de acordo com os depoimentos, o condutor também teve culpa, pois, ao que a investigação está apontando, ele foi imprudente ao atravessar a linha, na pressa, sem estar atento à locomotiva que se aproximava. Laudos e perícias do Instituto de Criminalística e da ANTT apontam diversas imprudências do condutor, mas também não descartam problemas de visibilidade local, aglomeração ao longo da linha do trem, condições ruins da linha férrea, entre outras questões. Antes negado, a prefeitura agora promete colocar um portão para fechar o tráfego de pedestres e veículos enquanto os trens passarem. O que se espera é que parte dos problemas agora possam ser resolvidos. Enfim, há ainda os problemas no transporte metropolitano. Falta de estrutura para os passageiros, falta de atendimentos, ônibus com idade de uso vencida, diversas reclamações e muito mais. Tema que vamos discutir na próxima semana. Até breve!

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REVISTA

InterBuss

John Berata



ENTREVISTA

A COLEÇÃO DE DOUGLAS

DCZ

Dono de um dos maiores acervos de fotos de ônibus do país, Douglas de Cézare, colecionador de loga data e conhecido em todo o Brasil, falou à Revista InterBuss sobre o hobby no passado e atualmente, comentou sobre alguns acontecimentos passados e opinou sobre as perspectivas para o futuro


Não há no Brasil alguém que nunca tenha ao menos ouvido falar em Douglas de Cézare, ou Douglas DCZ, ou ao menos em DCZ. Dono de um dos maiores acervos de fotos de ônibus do país, Douglas conversou com a equipe da Revista InterBuss e contou um pouco sobre suas experiências no hobby, comentou sobre assuntos polêmicos e falou sobre o hobby hoje. Vamos acompanhar.

Hoje praticamente nenhuma, eu cortei, cancelei todo tipo de visitas em minha casa, so recebo quem eu já conheço, quem é amigo de tempos ou apresentado por algum conhecido meu. Essa decisão já tinha um tempo, e ficou mais seria desde quando fui assaltado em dezembro de 2009 por dois pseudos colecionadores, onde chegaram dizendo que queriam aprender e eu fui mostrar o que era o hobby e Revista InterBuss • Quando e como começou numa outra visita deles, vieram acompanhados seu apreço pelos ônibus? por bandidos e assaltaram minha casa, se bem Douglas de Cézare - Comecei muito que esse assalto era encomendado, por uma cedo, por volta de 1977, 78, quando morava na pessoa que tem grande rixa comigo e jurou vinvila alpina, pois passava os ônibus da São Luiz gança e aos poucos descobri que foi realmente que fazia linha para São Caetano e também a encomendado. empresa Vila Ema e a Coopernove alem da via- Então visitas em minha casa so de ção são Lucas com seus belos Gabriela I OH, foi amigos mesmo ou recomendado por algum e a partir daí vendo eles passando que comecei a acompanhado desse que recomendou. gostar e admirar ônibus. Após uns anos eu estava em Sto André • Como está a sua atuação no hobby atuale vi na banca de jornal a revista carga e trans- mente? E como você vê a “nova geração” que porte onde vi que eu não era o único coleciona- está chegando ao colecionismo? dor o único que gostava de ônibus e que tinha Estou afastado mas não abandonei, outras pessoas com o mesmo hobby, isso foi em continuo clicando e visitando algumas empre84, a partir daí comecei contato via carta e fui sas e tendo contato com os amigos mais próxiconhecendo outros que também gostavam de mos. ônibus e daí deslanchou a paixão por ônibus. Tambem tenho feito algumas viagens com colecionadores, inclusive para uma aproxi• Você lembra-se qual foi a sua primeira foto mação e a tão falada união que todos falam que de ônibus? Como foi para fazê-la? tem que ter mas não vejo tão união assim, al Olha devido aos anos de coleção prati- guns acreditam no meu trabalho e participam camente 30 anos já, não me recordo com pre- outros não vão por N motivos e ate mesmo por cisão qual foi a minha primeira foto. ainda terem um certo preconceito ou receio de viajar comigo. • Você chegou a trabalhar na área de transport- A nova geração tem muita energia es. Como foi sua experiência? disposição para clicar por horas e vários lugares Trabalhei e ainda trabalho, e sem con- mas falta um pouco de humildade, respeito, tar quando era menor de idade que fazia um aprender e não ser os sabe tudo pq ninguém bico num turismo que tinha aqui próximo de sabe tudo e agradecer, pq vejo muitos chegando casa, depois em 90 entrei na Cmtc, sai de la em e so pedem pedem e depois somem e tambem 93 quando o Maluf privatizou, depois fiquei 1 ter o hobby como hobby e não um fanatismo ano na Transreal que fazia a linha SP x Rio Bran- como tenho visto, onde muitos detonam tal co no Acre. marca de chassis, tal modelo de carroceria, ate Atualmente continuo com os ônibus mesmo não dando valor aos veículos antigos, fazendo viagens particulares e em grupos e as ônibus é ônibus independente, pq o novo de minhas próprias também. hoje será o antigo de amanha. • Atualmente você tem quantas fotos, mais ou menos? Contando so de papel feitas com negativos uma base pq perdi a conta e não sei exatamente quantas eu tenho, sei que deve estar nas 40 mil fotos entre próprias onde eu cliquei, as que comprei, recebi em trocas e doação de um acervo de um amigo falecido. Nessas ainda tem as digitais que já passam de 20 mil. • Você recebe em média quantas visitas de pessoas interessadas em conhecer o seu acervo por mês?

Revista InterBuss

• Nesses anos todos de hobby, teve algum fato, seja positivo ou negativo, que o marcou bastante? Teve vários tanto negativos e positivos, positivos quando entrei para a Cmtc, quando conheci Nenê Constantino, mas teve um que marcou em mim foi quando a Viação Santos São Vicente foi vendida e com autorização da nova diretoria fui conhecer a empresa em Santos, chegando la conheci um senhor já bem antigo de casa e esse senhor me deu um livro com fotos antigas e bem raras e algumas fotos do lançamento do Bela Vista, me deu e pediu para que eu cuidase pq ele tinha preservado e muito bem

tal matéria e realmente estão perfeitos ate hoje, pois bem, soube que uma semana após ele veio a falecer e isso me marcou nesse tempo de hobby. Negativo melhor não comentar. • Entre os colecionadores paulistanos, fala-se muito na extinta CMTC como exemplo de qualidade. Como você vê a CMTC, anos após sua extinção? A CMTC era uma referencia em transportes, tinha uma frota bem variada de acordo com as linhas e os bairros que operavam afinal eram 11 garagens, o pessoal fala muito do lado político dela, mas ela tinha uma grande estrutura onde cito a reforma de veículos dela, deixavam os ônibus como se tivessem saído da encarroçadora, mas como toda empresa publica, tanto municipal, estadual e nacional tem o erro da mal administração e dos problemas que ficaram evidente. A CMTC hoje em partes faz falta no transporte, pq querendo ou não era uma operadora e gerenciadora de todo sistema e tinha um respeito, a SPTrans por mais que seja moderna trabalha muito pelo lado do – empresa pediu a gente atende, ou “alguém” pede temos que atender. • Com anos de experiência na área do transporte, como você vê o atual sistema de transporte paulistano? O que pode ser feito para melhorar? O que vejo no transporte em SP é que modernizou muito, mudanças essas por exigência da SPTrans onde foram colocados os veículos de motor traseiro, os piso baixo, articulados e bi articulados, Quando na época da CMTC se via tanto articulado em empresa particular como se vê hoje, novos terminais para facilitar mas que tem problemas pelo que leio. Para melhorar não sou a pessoa certa para dizer já que não estou presente no dia a dia para ver o andamento do sistema • Em todos esses anos de hobby, você fez muitos amigos? E como faz para lidar com os possíveis inimigos? Sim fiz muitos amigos, alguns amigos já passam dos 22, 23 anos de amizade, tem amigo que conheci solteiro, vi namorar, noivar, casar e ter filhos, filhos esses que peguei no colo e hoje já tem seus 20 anos – poxa to velho ai - e gosto quando esses amigos vem em casa, onde tem uma conversa boa sabe, esses amigos valem ouro. Possíveis inimigos???? eu tenho alguns inimigos sim, para lidar com eles é simples não dou atenção, sempre estão tentando de tudo para me prejudicar e não conseguem, sabe porque, porque sigo minha vida adiante e com fé em Deus

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ENTREVISTA • Conte para nós alguma história curiosa que aconteceu com você durante todo esse tempo de colecionismo. Tive varias mas uma em especial foi em 93 quando eu fui para Blumenau conhecer o articulado rodoviário da Catarinense, veiculo que eu era doido para ver pessoalmente e assim foi, fui na garagem de SP da Catarinense, perguntei ao gerente daqui sobre tal carro, ele estranhou mas explicou, comprei passagem no Leito e fui para Blumenau, chegando la me hospedei e fui para a rodoviária, ao chegar la perguntei no guichê do articulado e saiu um homem e falou meu nome, eu confirmei e ele falou estão esperando o senhor na garagem, gelei ne, mas fui com ele e conheci a matriz da Catarinense, conheci o articulado, reproduzi vários quadros antigos, cliquei alguns Rex e ainda por cima ganhei a capa de banco de uma poltrona leito. Essa foi uma das que marcaram. • Hoje você é uma referência no hobby, por todo seu trabalho e tempo dedicado. Como você vê isso? Referencia???? Hahaahahaha magina, sou so um colecionador que tem um bom tempo no hobby so isso...... Fico feliz por isso sabe, pq eu sempre fui o Douglas de todo dia de sempre, o que fiz foi levar o hobby a serio, onde fiz meu acervo tanto de fotos e material como catálogos, vídeos, materias enfim um acervo bom que tenho e tambem um bom numero de amizades entre os colecionadores empresários que respeito a todos, exemplo quando vou na Metra, passo metade do tempo comprimentando amigos de anos que hoje trabalham la e se tornaram bons amigos, mas tambem cometi alguns erros, erros esse que são lembrados ate hoje, mas como falei, não dou atenção a isso. • Você já teve dificuldades para ter acesso a garagens de ônibus em algum momento? Lembra de algum fato nesse sentido que o marcou? Sim já tive várias dificuldades de chegar e proibirem mesmo, somando se a isso teve uma época quando ocorria muitos seqüestros no país os donos de empresas fecharam qualquer tipo de visita. E tambem aconteceu de empresa ser uma fortaleza fechada ninguém visitava e com ajuda de outros empresários e um simples telefonema consegui que liberasse, visitas em garagens, cito como exemplo em São Jose dos Campos, Rio de Janeiro e aqui mesmo em SP e no ABC. • Como é de conhecimento, o hobby ainda tem muitas intrigas, brigas, picuinhas e pessoas que só prejudicam as demais. Como você vê isso? Já foi vítima de algum desses prejudiciais? Infelizmente tem e muita e vejo como uma grande perda pro hobby. Sim já fui vitima sim e varias vezes, já

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Na CMTC, nos anos 90: acervo causa frisson e emociona muitos colecionadores tive problemas em visitar empresa por causa de mentiras ou puxada de tapete, já tive tambem amizades prejudicadas por isso, entre outros casos que não seria bom relembrar Uma pena que alguns se achem no direito de aprontar e prejudicar, eu na hora ficava com raiva e ate queria revidar, mas com a idade e o amadurecimento aprendi o básico, deixar passar pq quem faz dificilmente se da bem e sempre a verdade aparece. • Como está seu ritmo em relação ao hobby? Há a intenção de parar em algum momento, ou pretende continuar por muitos anos e anos? Meu ritmo atual é bem tranqüilo, tiro fotos sim continuo mas não naquele ritmo de inicio sabe que ficava o dia todo fotografando, hoje vou com alguns amigos, faço algumas fotos e tudo bem, mas não deixei de andar com a digital onde quer que eu va. Parar não esta nos meus planos não, pq mesmo que eu não colecione como antes, eu continuarei acompanhando, passeando e outra eu trabalho com ônibus então eles estarão presentes no meu dia a dia. • Qual sua visão do futuro do hobby? Visão mais digital heeheheheeh pq cada dia mais estamos digitalizando, mas vejo um hobby onde a modernidade dos ônibus vai ser evidente, e o agrupamento de empresas por grandes grupos, e ampliação tambem por novos colecionadores, onde com esses tenham um contato melhor uma união e um pensamento

mais aberto. • Deixe um recado para a nova geração do hobby que está chegando. Que tenham o hobby como hobby sabe, não serem fanáticos a determinados chassis ou carrocerias, dêem valor ao ônibus todo, independente de ser urbano rodoviário turismo fretamento, que tomem cuidado na hora das fotos, cuidado com sua própria vida pq vejo alguns abusos que ate gela o coração, evitem denegrir, como leio muito “ a esse lixo, isso é um lixo” , poxa o ônibus esta ali tem quem goste e tem quem não goste e não venha dizer que gosto é gosto, porque se você não curte não precisa detonar certo, Um recado tbm é, façam imprimam fotos, porquê normalmente você vê as pessoas e quando pedem uma foto para ver não tem nenhuma, mas tem milhares no computador, e isso pergunto é hobby??? Estudem e tenham vida pós hobby, uma balada, um lanche com os amigos, pq ficar bitolado so nos ônibus não dá certo. Veja exemplos do Portal ou mesmo aqui comigo e meus amigos onde se reunimos para um almoço para uma conversa com assuntos variados. Dêem valor tambem as exposições como a BBF e a VVR que tem gente que não vai porquê é ônibus velho, mas poxa vida, o velho de hoje foi o novo de ontem e o que custa apreciar, o que custa ir e ver os amigos, ou so vão por causa dos ônibus.

Revista InterBuss


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rtal InterBuss ou a revista e miniatura ou qualquer outro uso nha 50 pontos, e passa a ter o em reais. Cada ponto que você (dez centavos).

pontos quando acumular um te em dinheiro poderá ser feito de R$ 50,00 (em caso de contem 7, exclusivamente). Os brindes ados no novo sistema automático,

9. As fotos enviadas ao Portal InterBuss passarão a ser vistoriadas uma a uma. Fotos em baixíssima resolução, prejudicadas de alguma forma ou qualquer coisa que impeça a publicação não serão pontuadas. Serão pontuadas apenas as fotos que têm condições de publicação. 10. As pessoas que enviaram fotos ao Portal InterBuss com frequência mínima de 80% nos últimos 90 dias começarão no Programa de Fidelidade com 25 pontos de bônus extra. 11. A partir de dezembro o Portal InterBuss terá um ranking online dos maiores pontuadores do mês em todas as categorias. 12. Em caráter experimental, iniciaremos um pré-cadastro a partir de hoje, às 21h. Envie para o e-mail fidelidade@portalinterbuss. com.br os seguintes dados: Nome completo, apelido no Portal (se tiver), cidade onde reside atualmente, data de nascimento e e-mail para contato. Essas pessoas já serão cadastradas no sistema online que estreará em novembro e ganharão um bônus de 10 pontos. Por conta disso, também já começam a pontuar caso comecem a enviar fotos a partir desse pré-cadastro. Nesse período, todas as terças-feiras, você receberá por e-mail seus pontos acumulados. 13. Com a entrada no ar do sistema online, em novembro, você poderá se cadastrar automaticamente, consultar seu saldo de pontos, resgatar, alterar cadastro e acompanhar dados adicionais. 14. E ATENÇÃO: A partir das 21h de hoje, caso você inicie o envio de fotos para pontuação, deverá passar a enviar as fotos para um desses e-mails: fotos1@portalinterbuss.com.br, fotos2@ portalinterbuss.com.br ou fotos3@portalinterbuss.com.br. Fotos enviadas para o fotos@portalinterbuss.com.br não serão pontuadas. E LEMBRE-SE: Sua pontuação começará apenas depois que você fizer seu pré-cadastro, confome explícito no item 12.

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SEMPRE PENSANDO EM VOCÊ!


AS FOTOS DA SEMANA As 10 melhores fotos da atualização de ontem do site www.portalinterbuss.com.br

1. Ótima foto do LD da RIL, por Emerson KBBSSA. • 2. Um dos dois novíssimos Mondegos H O-500U do Rio de Janeiro, por Wesley Araújo. • 3. Mais G7 O-500RSD da Viação Cometa saindo da Marcopolo, por Matheus Novacki. • 4. Belo Apache Vip da Estrela Azul, por Wesley Araújo. • 5. Famoso 12975 com eixo direcional da Gontijo, por Caio Márcio. • 6. Caio Amélia do Playcenter, ex-Viação Bonavita, por Gabriel Dias. • 7. Belo Panorâmico DD da Bomfim, por Felipe Pessoa de Albuquerque. • 8. Novíssimo Apache Vip da VB1, porDennis Hofstetter. • 9. Belo Millennium K270UB da Transppass, por Ailton Florêncio. • 10. Belíssima pintura da Kayes Turismo no Paradiso G6 1800DD, por José Augusto Gama.

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MURAL Colecionadores, frotistas e pessoas ligadas ao setor de transportes estarão aqui, todas as semanas 2009 • Visita à garagem da VB Transportes de Cosmópolis/SP. Na foto, da esquerda para direita: Diego B., Diego Leão, Luciano Roncolato e Guilherme Rafael.

ERRATA: Na foto da edição passada, houve um erro de informação na identificação dos presentes. O correto é: da esquerda para a direita: Marcos Paulo (um dos idealizadores da APBus), Christian Nery, Chailander Borges, Fabiano Rodrigues, Rodolfo Rodrigues (ambos do Tour Buss), Wesley Araújo (do Vale SP Bus), Sérgio Carvalho e Robson Santana. Envie você também a sua foto com sua equipe e veja-a aqui. O e-mail é revista@portalinterbuss.com.br

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DIÁRIO DE BORDO

PARA A CIDADE

Relato por Tiago de Grande

Fotos: Tiago de Grande

DO VINHO

Linha: 9594-01 – Itapevi (Centro) x São Roque (Terminal Rodoviário) Empresa: Expresso Regional Carro: 1014 (Ciferal Citmax – MBB OF1417) A linha suburbana ligando Itapevi a São Roque, está entre as dez linhas suburbanas mais demandadas do estado, possui intervalos curtos durante a semana, porém nos finais de semana, a demanda continua alta, mas com intervalos maiores. É uma opção boa e barata para se chegar a São Roque e cidades da região, para quem vem de São Paulo e cidades a oeste da região metropolitana, devido a Itapevi ser atendida pelos trens da CPTM. São Roque é uma estância turística muito conhecida e recebe turistas em todas as épocas do ano, e pela proximidade da capital paulista (aprox. 60kms) a demanda saindo da capital é muito grande, isso faz com que as linhas que vão para a cidade sejam lotadas, e essa por ser a opção mais barata, não foge a essa regra. O trajeto é feito basicamente por duas rodovias, a vicinal SP-274, e a rodovia Raposo Tavares, são aproximadamente 30kms de percurso, com tempo médio de viagem de 50 minutos. Ponto de Partida: Itapevi

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Ultima parada dos trens da linha 8 da CPTM, Itapevi é uma cidade pequena, com aproximadamente 150.000 habitantes. Os bairros são em sua grande maioria de baixa renda, e a falta de opções de serviços e lazer na cidade a torna apenas uma cidadedormitório. Porém Itapevi por ser a ultima parada dos trens, torna-se escala obrigatória para quem vai a cidades mais a frente como por exemplo: São Roque, Araçariguama e Cotia. A cidade tem serviço de transporte coletivo feito pela empresa Benfica BBTT, e recentemente teve uma renovação de 100% em sua frota urbana. A viagem: Do lado oposto a estação de trem está o terminal urbano da cidade, onde partem as linhas municipais rumo aos bairros, e na rua paralela ao terminal são os pontos das linhas intermunicipais, o ponto do Expresso Regional, onde saem linhas para São Roque e Araçariguama não tem nenhuma indicação, porém é fácil descobrir aonde é devido ao monte de gente que espera ônibus por lá.

Para o horário das 11:25, o ônibus atrasou alguns minutos, porém nada que possa comprometer a viagem, a parte triste é a conservação dos carros do Expresso Regional, que infelizmente não é das melhores. Após embarcar as quase 60 pessoas, a viagem começa, o trecho urbano em Itapevi é curto, são apenas 2 paradas na Avenida Feres Nacif Chaluppe, a principal da cidade, e após a rotatória da COHAB, já entramos em trecho de rodovia, na SP-274 A rodovia Eng. Renê Benedito da Silva, faz a ligação entre Itapevi e a rodovia Raposo Tavares, foi duplicada recentemente no trecho pertencente a Itapevi e o movimento é intenso devido aos muitos bairros que ficam a sua beira. Também margeando a rodovia está a linha férrea que vai nos acompanhar em quase todo o trajeto. O trecho entre o inicio da rodovia e o bairro de Amador Bueno é muito movimentado, com trafego intenso, pedestres no meio da pista, e o carro que já estava lotado, lotou ainda mais devido a paradas para embarque nos bairros de Vila Santa Rita, Am-

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buitá e Jardim Gióia. Esse trecho possui subidas fortes e algumas curvas fechadas, é um trecho que nosso carro por já ter alguns bons anos de uso e estar lotado sofre um pouco. O trecho mais complicado é em frente a estação de Cimenrita, é uma curva muito fechada, seguido de uma subida forte, cheguei a pensar que o carro não fosse agüentar, a subida foi difícil. Com 19 minutos de percurso chegamos a Amador Bueno, onde o trecho duplicado termina, e agora a rodovia segue em pista simples, porém com asfalto bom e poucas deformações. Em Amador começaram os desembarques, esse trecho tem um seccionamento de tarifa, sendo mais barato que o ônibus municipal, por isso muitas pessoas usam ele nesse trecho. No trecho de pista simples o tráfego é menor, e são poucos bairros a margem da rodovia, e esse trecho segue até a divisa de São Roque, onde há os pontos finais de linhas da Benfica rumo ao centro de Itapevi e uma metropolitana rumo a Alphaville, e uma linha municipal de São Roque, porém o lugar é no meio do nada, difícil até de imaginar uma parada de ônibus, a única coisa existente é a placa indicando a divisa. Agora já estamos dentro do município de São Roque, porém a viagem não mudou em nada, o carro continua lotado, a rodovia sem movimento e a linha férrea ao lado, e segue assim por mais alguns kms, até chegar o bairro de São João Novo. São João Novo é um bairro a beira da rodovia e é o único em que a linha entra, é um bairro bem simpático, típico de interior: Casas com muros baixos, pracinhas, comércios pequenos e a estação de trem, onde o ônibus faz a parada e muita gente desembarca. A volta dentro de São João Novo é bem curta, não leva nem cinco minutos (sobe por uma rua e desce pela paralela) e já estamos de volta a rodovia, o trecho a frente agora na minha opinião é o mais bonito da viagem, a mata fica mais fechada e o trecho é bem sinuoso, e a rodovia segue vazia, com poucos carros em sentido oposto, e segue assim até o final da rodovia, no pequeno bairro de Mailasqui. Em Mailasqui a rodovia termina e vamos pegar a Raposo Tavares, o bairro é bem pequeno e também possui uma pequena estação de trem. O acesso da SP-274 para a Raposo é pelas ruas estreitas do bairro, onde só passam um carro por vez, e após sair do bairro já caímos na Raposo sentido interior. O trecho da raposo é pequeno e em descida, do lado direito já conseguimos avistar entre os morros a cidade de São Roque, e do lado

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O carro da viagem e um dos pontos da cidade esquerdo já aparecem as vinícolas e hotéis fazenda. Após passar a descida chegamos ao bairro de Sorocamirim, é um bairro turístico, onde tem inicio a Estrada do Vinho, estrada essa que leva as inúmeras vinícolas da região, e no bairro há um centro comercial com feira de artesanato e adegas e um posto de informações turísticas, além de um estacionamento para ônibus fretados. Após passar Sorocamirim, a Raposo segue em um trecho urbano, já dentro de São Roque por mais alguns kms até chegar ao trecho novo, que é um contorno da rodovia por fora da cidade, tirando o trafego dela de dentro da cidade, o inicio desse trecho é uma ponte, e do alto da ponte temos uma visão de todo o centro da cidade, encravado entre morros, passamos a ponte e entramos dentro da cidade, a primeira parada é em frente o Recanto da Cascata, um espaço reservado para shows e eventos na cidade, ali descem muitas pessoas, e mais a frente chegamos ao centro da cidade, e nos pontos em frente ao Shopping Center e o Largo dos Mendes, o ônibus esvazia, chegando com apenas eu e mais 5 pessoas no terminal rodoviário, em uma viagem que durou 56 minutos. Ponto de Chegada – São Roque

São Roque é daquelas cidades que se tem muito a falar. A Cidade do Vinho recebe turistas o ano todo, e possui inúmeros atrativos tais como: A Estrada do Vinho, estrada onde ficam as principais vinícolas da cidade, o Museu do Vinho, a fabrica Brasital, uma antiga fabrica que virou centro cultural, o Ski Moutain Park (Sim, uma pista de Ski), o Morro do Saboó, com vista de toda a cidade e muitos outros atrativos. A cidade por ser serrana possui um clima bem ameno, o que ajuda na produção do que São Roque tem de melhor, o Vinho. Em todas as partes da cidade existem adegas que vendem varias opções de vinho fabricados na cidade, e em algumas é possível degustar os vinhos e os sucos de uva. São Roque está próxima da capital e de cidades como Sorocaba e Ibiúna, para todas as cidades da região, há linhas de ônibus rodoviárias e suburbanas com bons intervalos. Sempre quando for a São Roque, não deixe de provar um bom vinho, e não se esqueça de levar também uma blusa de frio, pois o tempo lá muda de uma hora para outra, e o frio quando vem, sempre vem forte. É uma cidade que vale a pena conhecer, e passar um dia muito legal rodeado de natureza.

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V Á, M A S V I S I T E

Fotos: Divulgação

HORTO-FLORESTAL DE SÃO PAULO

Parque no pé da Serra da Cantareira é um convite ao sossego Tiago de Grande Na região norte de São Paulo, aos pés da Serra da Cantareira encontra-se o Parque Estadual Alberto Lofgren, mais conhecido como Horto Florestal. É uma grande área verde com quiosques, playgrounds, lago, campos de futebol e quadras de esportes administrado pelo Governo do Estado. Dentro do parque ainda estão o Museu Florestal, a antiga residência sede do Governo Paulista, e muitas trilhas dentro da mata para os mais aventureiros, é uma ótima opção de passeio, com muita paz e sossego. Nas caminhadas por dentro do parque não é muito difícil deparar-se com animais silvestres, tais como: Macacos e Gansos, que estão espalhados por toda área do parque, e muito bem tratados pelos funcionários do parque. Ao lado do parque está o bairro de Pedra Branca, um bairro com muito verde e ar pacato de interior.

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Como chegar: Linhas de ônibus para o Horto Florestal e bairro de Pedra Branca saem na grande maioria da estação Santana do Metrô, e levam em média trinta minutos de percurso, são boas opções as linhas: 1756/10 – Pedra Branca x Metrô Santana 2740/10 – Pedra Branca x Metrô Santana Linhas saindo de outros locais:

9653/10 – Pedra Branca x Largo do Paissandu 9352/10 – Pedra Branca x Praça do Correio 148P/10 – Jardim Pery x Lapa Todas as linhas fazem ponto final na Avenida José da Rocha Miranda, em frente a portaria do parque.

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