Revista InterBuss - Edição 16 - 17/10/2010

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R EV I ST A

InterBuss • BUSSCAR Venda da Tecnofibras deve sair esta semana • LEI DO IDOSO Empresas descumprem lei da passagem grátis a idosos • VÁ, MAS VISITE Conheça Ribeirão Pires

ANO 1 Nº 16 17/10/2010

TESTAMOS O

F-230

No Diário de Bordo desta edição, acompanhe um relato de viagem entre Itapeva e Itaberá, no interior paulista, a bordo do Apache Vip Scania F-230 do Expresso Amarelinho

SEMANA QUE VEM, CONHEÇA UMA NOVA FORMA DE FOTOGRAFAR. AGUARDEM!


ESTAMOS NOS PREPARANDO PARA EM BREVE ESTARMOS NAS BANCAS DE TODO O BRASIL. FINALMENTE UMA REVISTA COM O QUE VOCÊ QUER, E COM O QUE VOCÊ GOSTA, FEITA POR QUEM GOSTA REVISTA

InterBuss

INFORMAÇÃO COM QUALIDADE


NESTA EDIÇÃO

VENDA DA TECNOFIBRAS:

SAI OU NÃO SAI?

Foto: Isaac Matos Preizner

A Semana em 10 Tempos • Página 7

Fotos da capa: Chailander Borges e Diego Almeida

Busscar InterBuss circula por Buenos Aires: montadora catarinense deverá anunciar comprador da TSA (antiga Tecnofibras) ainda esta semana para capitalizar R$ 60 milhões e retomar a produção com força total

Edição número 16 • Domingo, 17 de Outubro de 2010 • Concluída às 16h34 • Esta edição tem 24 páginas

EDITORIAL • Linha 2 do Metrô ou Monotrilho? ............... 4 A SEMANA EM 10 TEMPOS ......................................... 5 COLUNISTAS • Marisa Vanessa N. Cruz ...................... 9 MATÉRIA DA SEMANA • A política e o transporte...... 10 PÔSTER • Carlos Alberto ............................................... 12 COLUNISTAS • Adamo Bazani ......................................... 14 COLUNISTAS • José Euvilásio Sales Bezerra ................. 15

Revista na Rede Os sites do grupo Portal InterBuss são atualizados frequentemente com novos conteúdos. Fiquem atualizados com eles: • REVISTA ELETRÔNICA Acesse nosso conteúdo também na revista eletrônica, todos os dias, 24h por dia, em: www.portalinterbuss.com.br/revista • NOTÍCIAS Veja notícias do setor de transportes atualizadas diariamente em nosso blog: www.portalinterbuss.com.br/noticias

DIÁRIO DE BORDO • Itapeva X Itaberá de F230 ......... 20

• GALERIAS DE IMAGENS Nossas galerias são atualizadas semanalmente com fotos, desenhos e conteúdos enviados por diversos colaboradores de todo o Brasil. Veja em: www.portalinterbuss.com.br/galeria

VÁ, MAS VISITE • Ribeirão Pires/SP ......................... 22

Tudo no site: www.portalinterbuss.com.br

FOTOS DA SEMANA • As melhores do Portal InterBuss.. 18 MURAL • Os sociais da Revista InterBuss..................... 19


EDITORIAL

Viação Cometa e a renovação de sua frota A tradicional Viação Cometa, empresa do grupo JCA que recentemente adquiriu quase a totalidade das operações do Expresso Brasileiro (só não comprou as operações da linha Rio de Janeiro X São Paulo), apresentou ontem alguns dos veículos que irão operar nos trechos entre a capital paulista e o litoral. Para quem apostava na simples pintura de toda a frota herdada do Expresso Brasileiro, acabou se equivocando. Os carros apresentados são novos, do lote de mais de uma centena de ônibus comprados pela empresa e que foram distribuídos por diversas linhas, e uma parte foi reforçar as operações de fretamento, setor esse que está em franco crescimento na viação. A chegada desses novos carros para as linhas litorâneas, todos Marcopolo da geração 7, é um alívio. Os veículos que operavam no trecho eram apertados e parte deles não tinham arcondicionado. Com a chegada da nova frota, com certeza o serviço irá melhorar bastante. Essa enorme compra da Viação Cometa para este ano vem atender a um anseio dos passageiros, que estavam

REVISTA

InterBuss

A Revista InterBuss é uma publicação semanal do site Portal InterBuss com distribuição on-line livre para todo o mundo. Seu público-alvo são frotistas, empresários do setor de transportes, gerenciadores de trânsito e sistemas de transporte, poder público em geral e admiradores e entusiastas de ônibus de todo o Brasil e outros países. Todo o conteúdo da Revista InterBuss provenientes de fontes terceiras tem seu crédito dado sempre ao final de cada material. O material produzido pela nossa equipe é protegido pela lei de direitos autorais e sua reprodução é autorizada após um pedido feito por escrito, e enviado para o e-mail revista@portalinterbuss.com.br. As fotos que ilustram todo o material da revista são de autoria própria e a reprodução também é autorizada apenas após um pedido formal via e-mail. As imagens de autoria terceira têm seu crédito disponibilizado na lateral da mesma e sua autorização de reprodução deve ser solicitada diretamente ao autor da foto, sem interferência da Revista InterBuss. A impressão da revista para fins particulares é previamente autorizada, sem necessidade de pedido.

sendo atendidos por veículos antigos, em sua maioria com poltronas quebradas e sanitários danificados. A melhora dos serviços da empresa é visível e os clientes já notaram a melhora. Na linha que liga Campinas a São Paulo, a substituição dos veículos antigos já chegaram a quase totalidade. Outras unidades da nova frota estão chegando para essa linha e a renovação total é questão de tempo. A Viação Cometa, em pouco tempo, terá toda a sua frota equipada com equipamentos de ar-condicionado, algo indispensável para quem deseja uma viagem com conforto, evitando que janelões abertos permitam a entrada de maus odores ou ventos desagradáveis. Quem nunca viajou em veículos sem ar-condicionado ao lado de uma pessoa que viaja com o janelão aberto, com um vento forte na cara, incomodando os demais passageiros e atrapalhando uma boa cochilada? Parabenizamos à Viação Cometa pela renovação de sua frota e a melhora dos serviços em todas as suas linhas e os passageiros, principalmente os do litoral e os clientes de fretamento, agradecem! PARA ANUNCIAR Envie um e-mail para revista@portalinterbuss.com.br ou ligue para (19) 9636.1087 e converse com nosso setor de publicidade. Você poderá anunciar na Revista InterBuss, ou em qualquer um dos sites parceiros do grupo InterBuss, ou até em nosso site principal. Temos diversos planos e com certeza um deles se encaixa em seu orçamento. Consulte-nos! PARA ASSINAR Por enquanto, a Revista InterBuss está sendo disponibilizada livremente apenas pela internet, através do site www.portalinterbuss.com.br/revista. Por esse motivo, não é possível fazer uma assinatura da mesma. Porém, você pode se inscrever para receber um alerta assim que a próxima edição sair. Basta enviar uma mensagem para revista@portalinterbuss.com.br e faremos o cadastro de seu e-mail ou telefone e você será avisado. CONTATO A Revista InterBuss é um espaço democrático onde todos têm voz ativa. Você pode enviar sua sugestão de pauta, ou até uma matéria completa, pode enviar também sua crítica, elogio, ou simplesmente conversar com qualquer pessoa de nossa equipe de colunistas ou de repórteres. Envie seu e-mail para revista@por-

Do Leitor Trans Brasil Olá novamente! meu nome é Flávio Eduardo da Silva Santos, moro em EusébioCE e como sempre amo e adoro as edições dessa revista que irá se consolidar no mercado, pois ainda há pouquíssimas revistas especializadas em ônibus. Não vejo a hora de ver elas nas bancas para poder adquiri-las. Gostaria que fosse feita uma reportagem sobre a história da Trans Brasil, ou TCB, desde a época da antiga Viação Transacreana. Desde já, agradeço a compreensão, e espero ver a matéria nas próximas edições da revista. Um grande abraço! Flávio Eduardo Eusébio/CE Resposta da redação: Obrigado pelo contato Flávio! Já anotamos a sua sugestão e em um futuro bem próximo iremos preparar uma matéria sobre a Trans Brasil, incluindo a sua história. Estamos com algumas matérias prontas sobre outras empresas que logo serão publicadas. Fique ligado!

Contatos em geral

Você também pode enviar seu contato diretamente para cada um de nossos colunistas e repórteres. Basta verificar logo no início ou no final o contato de cada um deles e enviar uma mensagem. Caso não haja nenhum canal de relacionamento disponível na matéria, você pode enviar sua mensagem através do e-mail revista@ portalinterbuss.com.br. Este espaço é para você deixar a sua opinião sobre nosso conteúdo. Para isso, entre em contato através do e-mail revista@portalinterbuss.com.br. Na próxima edição, publicaremos sua opinião neste espaço. talinterbuss.com.br ou contato@portalinterbuss.com. br. Procuramos atender a todos o mais rápido possível. A EQUIPE INTERBUSS A equipe do Portal InterBuss existe há nove anos, desde quando o primeiro site foi ao ar. De lá pra cá, tivemos grandes conquistas e conseguimos contatos com os mais importantes setores do transporte nacional, sempre para trazer tudo para você em primeira mão com responsabilidade e qualidade. Por conta disso, algumas pessoas usam de má fé, tentando ter acesso a pessoas e lugares utilizando o nome do Portal InterBuss, falando que é de nossa equipe. Por conta disso, instruímos a todos que os integrantes oficiais do Portal e Revista InterBuss são devidamente identificados com um crachá oficial, que informa o nome completo do integrante, mais o seu cargo dentro do site e da revista. Qualquer pessoa que disser ser da nossa equipe e não estiver devidamente identificada, não tem autorização para falar em nosso nome, e não nos responsabilizamos por informações passadas ou autorização de entradas dadas a essas pessoas. Qualquer dúvida, por favor entre em contato pelo email contato@portalinterbuss.com.br ou pelo telefone (19) 9636.1087, sete dias por semana, vinte e quatro horas por dia.


A SEMANA EM 10 TEMPOS DE 10 A 16/10/2010

Viações são processadas por não cumprimento da Lei do Idoso Em Ribeirão Preto, só duas empresas fornecem informações aos beneficiários no balcão

Entenda o benefício Segundo o Decreto Federal nº 5934 de 2006, que regulamenta o Estatuto do Idoso, as empresas de transporte devem disponibilizar até dois assentos gratuitos para idosos com mais de 60 anos que ganhem até dois salários mínimos nos trajetos interestaduais. Caso dois assentos já tenham sido ocupados por pessoas

Revista InterBuss

Fotos: Luciano Roncolato

A Defensoria Pública de São Paulo ajuizou, no último mês, ações civis públicas (ACPs) contra as empresas de ônibus Viação Itapemirim, Viação Cometa e Viação 1001 por estarem em desacordo com a lei que garante o direito das pessoas com mais de 60 anos que ganhem até dois salários mínimos de obterem assento gratuito ou com desconto de 50% no transporte coletivo interestadual. Em Ribeirão Preto, apenas duas empresas informam sobre o direito. Segundo a promotoria, as empresas de transporte devem separar guichê próprio para o exercício do direito à gratuidade pelos idosos, além de colocar placas, mensagens publicitárias, cartazes e luminárias no espaço que utiliza para a comercialização das passagens, ao longo dos terminais rodoviários e nos sites institucionais das empresas. O defensor público de Ribeirão Preto Victor Hugo Albernaz diz que as empresas foram notificadas e se recusaram a fazer um termo de ajustamento de conduta. Segundo levantamento feito em julho passado, de 166 idosos que procuraram a Defensoria Pública ao longo de duas semanas e preencheram voluntariamente um formulário, 90% nunca tinham visto qualquer informação sobre o direito à gratuidade nas rodoviárias e outros 40% sequer sabiam sobre esse direito. A assessoria de imprensa da Itapemirim informou que a empresa ainda não foi notificada e esperará a comunicação para se pronunciar, mas garante que a legislação é cumprida. Segundo a empresa, em 2009, 86 mil pessoas viajaram de graça e outras 33 tiveram 50% de desconto nas passagens, somando R$ 16 milhões em passagens destinadas aos beneficiados pela lei. A Cometa disse apenas que o departamento jurídico da empresa contesta a ação. A 1001 ainda não se pronunciou sobre o caso.

Cometa e 1001 foram processadas por descumprimenro da lei do Idoso nessas condições, a empresa deve ainda ofertar desconto de 50% para demais idosos que desejarem ocupar assento no mesmo veículo. Para comprovar que está em condições de exercer o direito, o idoso deve apresentar documento de identificação e comprovar seus rendimentos por meio de holerite, carteira de trabalho, extrato de pensionista ou declaração anual de imposto de renda. Para adquirir a passagem o idoso deve comparecer ao guichê com antecedência de seis horas para viagens com distância de até 500 quilômetros e com antecedência de

12 horas para viagens com distância superior a 500 quilômetros. Outras informações detalhadas sobre o benefício, inclusive a forma de comprovação de renda, o interessando encontra na cartilha do idoso, divulgada no site da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) ou pelo telefone da ouvidoria da agência (0800 610300). As reclamações e denúncias sobre o descumprimento da lei também pode ser feitas a ANTT ou ao Ministério Público e Procon. (EPTV Ribeirão)

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A SEMANA EM 10 TEMPOS

Comunidade em São Luís/MA receberá mais 20 novos ônibus

Terminal tem linhas transferidas em Recife/PE

Foto: Divulgação

Vai começar um serviço no viaduto Capitão Temudo e, por isso, ocorreram mudanças desde a manha deste sábado (16), no Terminal de Integração de Joana Bezerra. As paradas de sete linhas de ônibus que ficavam em uma calçada em linha reta, na frente da estação do metrô, foram transferidas para um trecho em curva do terminal, construído pela prefeitura do Recife. Funcionários do Consórcio Grande Recife estarão no terminal até o próximo dia 23 para ajudar os passageiros a encontrar as paradas. O serviço no viaduto, que está sendo duplicado, é para instalar quatro estacas. A prefeitura disse que não há prazo nem para o fim das obras nem para o retorno dos pontos de ônibus para o lugar. (PE360Graus)

Apresentação dos novos ônibus da Taguatur Transportes será a partir das 9h Amanhã, a comunidade do Itaqui Bacanga receberá mais 20 novos ônibus que irão renovar e aumentar a frota dos bairros atendidos pela Taguatur Transportes. Esse incremento, bastante aguardado pelas comunidades que formam a região, significa um crescimento em mais de 20% da frota operante do local. Os novos ônibus representam um investimento de mais de R$ 5 milhões realizado pela Taguatur Transportes neste ano de 2010. A entrega dos coletivos acontecerá a partir das 9h, como uma carreata que sairá do antigo Papódromo em direção ao Viva Anjo da Guarda, na Avenida dos Portugueses. Lá, lideranças comunitárias estarão aguardando para receber os novos ônibus, em um evento para a comunidade. De acordo com o gerente geral da Taguatur Transportes, Claudionor Silva, todas as linhas da região Itaqui Bacanga serão contempladas. “A empresa estará adequando

a frota de acordo com as características do trajeto”, informou Claudionor. A população será beneficiada com o aumento da frota e também com o tempo de uso dos coletivos, que ficará com idade média de três anos. Além disso, todos os coletivos são adaptados com elevadores para portadores de deficiência. “Ano passado adquirimos 25 ônibus, esse ano mais 20 e no próximo ano mais ônibus novos serão comprados para atender às demandas da região”, ressaltou o gerente. Nova linha - Ontem, representantes da comunidade do Alto da Esperança e da Ana Jansen se reuniram com Claudionor Silva para discutir a implantação de dois ônibus integrados da linha Alto da Esperança. O itinerário será até o Terminal de Integração da Praia Grande. Segundo Claudionor Silva, essa disponibilidade na frota irá trazer melhorias para a região, eficiência e rapidez na operação da linha. (Jornal Pequeno)

Depois de 15 meses sem reajuste, a passagem dos ônibus do transporte coletivo de Brusque aumentou para R$ 2,40. A correção de 9,09% foi feita pelo Instituto Brusquense de Planejamento e Mobilidade (IBPLAM)e vale desde quinta-feira. O diretor presidente do Instituto, Alexandre Gevaerd, esclarece que fatores como

folha de pagamento de funcionários, equipamentos, combustível e outros interferiram na planilha de custo do serviço, tento ainda o fato do crescente número de motociclistas, o que faz diminuir a quantidade de usuários no transporte coletivo e aumentar os custos do transporte coletivo. (Jornal de Santa Catarina)

Brusque reajusta tarifa de ônibus em 9,09% depois de 15 meses

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Aracaju/SE entrega 14 novos ônibus

Nesta segunda-feira, 18, às 8h30, o prefeito Edvaldo Nogueira vai entregar 14 novos ônibus, em parceria com as empresas de transporte coletivo do município de Aracaju. Serão investidos R$ 3,5 milhões na renovação da frota, processo iniciado no ano passado que já totaliza 149 novos veículos nas ruas da cidade. O evento acontece em frente ao Palácio Ignácio Barbosa, na Praça Olímpio Campos, Centro, e marca a implantação da linha Padre Pedro/Campus, que começará a rodar na próxima terça, dia 19. Só este ano, 49 ônibus já foram entregues aos usuários do sistema público de transporte coletivo. A renovação alcança 20% da frota da cidade, que atualmente tem aproximadamente 500 veículos. (Plenário)

Projeto quer fixar 6h para motoristas

Projeto em tramitação na Câmara dos Deputados fixa em 6 horas diárias e o máximo de 36 horas semanais, a jornada de trabalho de motoristas de transportes coletivos. A proposta, que altera a CLT, Consolidação das Leis do Trabalho, obriga as empresas a instalar nos veículos equipamentos eletrônicos ou mecânicos para controle da jornada, tais como: monitoramento por satélite, ficha ou tacógrafo. O projeto também coloca a profissão de motorista de transporte coletivo entre as que são consideradas atividades ou operações perigosas. A periculosidade assegura ao empregado um adicional de 30% sobre o salário. O projeto aguarda para ser votado no plenário da Câmara. (Região Noroeste.com)

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Nome do novo dono da Tecnofibras deve sair esta semana; 13º atrasará

Foto: Luciano Roncolato

O nome do futuro dono da fabricante de componentes plásticos Tecnofibras, propriedade do grupo Busscar, deve ser divulgado na próxima semana. Na quarta-feira, uma comissão de trabalhadores, representantes do sindicato dos mecânicos e a diretoria da Busscar Ônibus participaram de reunião na qual foi explicada as negociações que podem dar um novo fôlego à fabricante de carrocerias. Uma fonte ligada à empresa, que preferiu não se identificar, disse que o diretorpresidente da Busscar, Claudio Nielson, reafirmou que foram recebidas cinco propostas de compra, todas elas “aceitáveis”. De acordo com a fonte, os nomes dos interessados e os valores das propostas não foram informados, mas, durante o encontro, o presidente da Busscar afirmou que os valores são “compatíveis com o preço estimado para a Tecnofibras”, que está avaliada, hoje, em cerca de R$ 60 milhões. A negociação está sob responsabilidade da consultoria Virtus BR Partners e é a esperança para a recuperação da fabricante de carroceiras, que enfrenta uma crise financeira agravada pela queda nas exportações. A Busscar espera finalizar a venda este mês para que possa retomar a produção

Elegance 360 da VB Transportes, um dos últimos que saiu da Busscar antes da paralisação em novembro. Com mil funcionários, a Tecnofibras produz peças e acabamentos em plástico reforçado com fibra de vidro para a Busscar e para outras montadoras. Durante a reunião de quarta-feira, a diretoria da empresa afirmou que o pagamento da segunda parcela do 13° salário de

2009, prevista para acontecer nesta semana, também deve atrasar. A expectativa é de que o valor seja pago aos 3,1 mil trabalhadores apenas na próxima semana, pois o Bic Banco, que irá fornecer os recursos, preferiu analisar a situação da empresa antes de liberar mais recursos para o grupo. (Diário Catarinense)

Caio Induscar vende Giro para os EUA

A encarroçadora de ônibus Caio Induscar fechou uma venda para uma das maiores concessionárias atuantes na região de Nova Iorque, nos Estados Unidos. O modelo escolhido pela empresa foi o Giro 3400, do qual já adquiriu 5 unidades e encomendou mais 8.

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Foto: Divulgação

Feira em Chicago Para divulgar sua marca e produtos, a Caio Induscar também participou da Buscon America’s Convention for Buses (Convenção Americana para Ônibus), uma feira anual que reúne todos os encarroçadores americanos e a indústria local de itens para o segmento, incluindo fabricantes de chassis. O evento aconteceu em Chicago, nos dias 28 a 30 de setembro de 2010, com a presença de um público específico do setor de transporte. A encarroçadora brasileira expôs o modelo G3400 (Giro 3400), padrão norteamericano com 38 assentos, toalete, seis monitores de DVD, montado sobre chassis

G3400, carro encarroçado com chassis Freightliner, exposto em feira em Chicago Freightliner. O modelo, muito bem aceito no exigente mercado, faz a encarroçadora projetar a exportação de um volume de 80 a 100 unidades para o país em 2011. Para a Caio Induscar, a conquista

desse mercado é um constante processo de evolução de seus produtos e serviços. Também o retorno de um grande investimento em qualidade, para atingir a satisfação dos clientes, em qualquer lugar do mundo. (Caio Induscar)

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A SEMANA EM 10 TEMPOS

Licitação das linhas da ETCD em Diadema exclui cooperativas

O presidente do Legislativo Municipal, Manoel Eduardo Marinho, o Maninho (PT), acredita que a licitação deve ser aberta a todos interessados, mas faz um alerta. “Não conheço cooperativas de transportes idôneas em São Paulo. É preciso verificar as ‘coopergatos’’, que são empresas privadas disfarçadas de cooperativas para se beneficiar da redução de impostos cobrados de cooperativas.” Criar uma comissão parlamentar para acompanhar a licitação será sugestão do vereador Wagner Feitoza, o Waguinho (PSB). “A Câmara terá de acompanhar o processo.

Precisamos escolher o que é melhor para a população. Por isso a licitação deve ser aberta para todos. Cooperativas trabalham com transporte e em várias cidades o serviço tem qualidade”, explica. O prefeito Mário Reali (PT) organizou a licitação para tentar sanar dívida de R$ 22 milhões com a Viação Alpina, contraída na década de 1990. Esse não é o único débito da ETCD - a Prefeitura estima que haja R$ 110 milhões. A receita mensal da autarquia chega a R$ 2 milhões. (Diário do Grande ABC)

Cinco veículos Volksbus pertencentes a frota da Real Auto Ônibus S/A estão participando de testes com Biodiesel B20 na cidade do Rio de Janeiro. O Programa Experimental Biodiesel 20% tem como objetivo avaliar a performance, a viabilidade econômica e o desempenho ambiental do uso do biocombustível em frotas de ônibus do Estado do Rio de Janeiro, procurando garantir ao Comitê Olímpico Internacional (COI) um transporte mais eficiente para receber os Jogos Olímpicos de 2016, que serão realizados na capital flu-

minense. O programa é uma iniciativa da Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do RJ - Fetranspor e do Governo do Estado. Durante os testes, 15 ônibus da cidade do Rio de Janeiro serão abastecidos com o biocombustível. Com o projeto, o Governo pretende alcançar a meta de 8.500 ônibus rodando com Biodiesel B20 na cidade até 2016. Além disso, o programa contempla reduções importantes para o meio ambiente como a não queima de 55 milhões de

litros de diesel por ano, 148.000 toneladas de CO2 não emitidos por ano e 3.276 toneladas de material particulado não emitidos por ano (segundo dados da Fetranspor). Além da Real Auto Ônibus, participam dos testes outras duas empresas: a Viação Ideal S/A, e Rodoviária A. Matias S/A, também com cinco ônibus em cada. O experimento conta com o apoio institucional das distribuidoras de combustível Shell, Ipiranga e Petrobras Distribuidora S/A na distribuição de combustível. (Diário do Vale)

Foto: Rafael Santos

A Cooperlíder (Cooperativa dos Trabalhadores em Transporte Coletivo e de Cargas do Estado de São Paulo) entrou com representação contra licitação que vai entregar os 40% (cinco linhas de ônibus) restantes do transporte coletivo de Diadema, administrados pela ETCD (Empresa de Transporte Coletivo de Diadema), ao setor privado. A representante alega que o edital da licitação “exclui” a participação de cooperativas no certame e apresenta “subjetividades” quanto ao critério de avaliação para metodologia de operação, de acordo com nota do TCE (Tribunal de Contas do Estado). Esta cooperativa faz parte do Consórcio Auto Pham, também formado pela Cooper Pam. Ambas gerenciam linhas de ônibus e micro-ônibus da Capital. O Diário do Grande ABC procurou a Cooperlíder, mas até o fechamento da matéria não obteve resposta sobre o processo. A Prefeitura de Diadema recorreu da representação e, por nota, informou que “o Tribunal de Contas acatou o recurso”. A administração alega que está seguindo a legislação federal sobre concessão da prestação de serviços públicos, que veda a participação de cooperativas e consórcios nos serviços de concessão. Além da questão jurídica, a Cooperlíder também esbarra no fato de não ter uma garagem para descanso dos veículos instalada no município. O galpão está localizado na Capital, próximo à cidade de Diadema, na Estrada do Alvarenga, 999.

Ônibus da ETCD em operação: venda das linhas da empresa exclui perueiros

MAN Latin America testa ônibus com Biodiesel B20 no Rio de Janeiro

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Marisa Vanessa N. Cruz Lembranças dos ônibus urbanos de dois andares COLUNISTAS

Fotos: Marisa Vanessa N. Cruz

custos com manutenção exigidos para a continuidade da operação. A minha sorte é que andei neles quando os ônibus faziam linha, isso em 1989 e 1990. Era gostoso ver a Avenida Santo Amaro vista de ‘cima’, vendo o teto dos outros ônibus e o movimento de pedestres. No dia 23 de outubro de 1988, estive no último dia do Salão do Automóvel assistindo os lançamentos da época. Dentre eles, estava o estande da Scania, onde pude observar o novo modelo Thamco ODA para o ano de 1989, todo prateado e com duas faixas azuis (igual ao encontrado na Internet). Nunca um ônibus de dois andares de fabricação nacional esteve nesse evento, mas sem dúvida foi um acontecimento marcante. Além de São Paulo, o modelo operou também nas linhas municipais das cidades de Osasco-SP, Goiânia e Recife. Dúvida Na cidade de São Paulo, surgiu uma polêmica: estes ônibus de dois andares realmente passavam no túnel 9 de Julho? Nas décadas anteriores, os trólebus passavam livremente por este túnel. Ouvi dizer que, teoricamente, todos os ônibus de dois andares passariam abaixo da rede aérea, logo, deveria passar pelo túnel. Com duas galerias independentes de forma ovalar e com capacidade para duas faixas de rodagem cada, os ônibus passariam livremente somente no meio do túnel, mas, se os de dois andares trafegassem somente nas faixas esquerda ou direita, não daria certo, pois o túnel poderia ‘ralar’ a estrutura lateral do ônibus, comprometendo a segurança da viagem.

Exterior e interior de um dos Thamco ODA, produzidos nos anos 80 para circular nas linhas da CMTC, em São Paulo. Com chassi Scania K-112, um desses carros foi restaurado e exposto no Parque do Ibirapuera em 2008. A Viação Caprioli, de Campinas, mantém duas unidades em operação Em 1987, o ex-presidente Jânio Quadros era prefeito de São Paulo. Numa de suas viagens à Londres, ao observar a frota de ônibus de dois andares, decidiu implantá-los em São Paulo. Foi uma experiência inédita que não durou muito, mas deixou saudades entre os passageiros. Apelidados de “fofão”, a CMTC fabricou, de modo artesanal, os 11 primeiros ônibus sob modelo “Double Decker”, e a Thamco, outros 26, sob modelo “ODA” (ônibus de dois andares). Todos montados sobre chassi Scania K112CL, com 46 passageiros sentados no piso superior e 26 no piso inferior. Em pé, só poderia comportar 40 passageiros no piso inferior. O primeiro ônibus foi entregue à população de São Paulo em 8 de setembro de 1987. As vantagens são: comportar mais passageiros utilizando o mesmo comprimento (12 metros), e permitir uma visão panorâmica

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para o passageiro no piso superior. As desvantagens são a atenção do uso da escada minúscula para subir e descer passageiros evitando acidentes, e a altura baixa no piso superior, obrigando os passageiros acima de 1,60 metros a caminhar com a cabeça e o tronco inclinados. A primeira linha que operou estes ônibus foi a 5111 – Terminal Santo Amaro – Praça da Sé, criada especialmente para a circulação destes modelos. Posteriormente a malha foi ampliada, percorrendo também as linhas 6502 (Terminal Santo Amaro – Parada Juscelino) que na época funcionava somente no horário de pico, na extinta 2165 (Pq. D. Pedro II – Jardim Japão – bairro próximo à Vila Maria), na 208V (Terminal AE Carvalho – Lapa) e nas linhas para Pinheiros partindo da região do Campo Limpo. A utilização dos “fofões” em São Paulo foi interrompida em 1992, por conta dos altos

Memória A Caprioli, de Campinas, mantém em seu poder dois Thamco ODA urbanos, com placas BWS-5388 e BWS-5501, e são bastante requisitados em exposições de ônibus. Em 2008, na exposição “Memórias e Caminhos do Transporte Coletivo”, realizado no Parque do Ibirapuera, estava o ônibus 11009 restaurado e reprefixado como 11000, mantendo a mesma pintura quando era da CMTC. Hoje é encontrado no museu Gaetano Ferrola. Notas Voltando à coluna da revista Interbuss nº6, comentei sobre as novas grades de proteção do novo corredor Diadema-Brooklin. Entre os números 3850 e 4280 da Av. Cupecê que inicialmente deveria ser o trecho mais longo entre semáforos para pedestres, agora foi dividida em dois trechos: um novo semáforo foi implantado próximo ao nº 4040 para faciliar o acesso dos pedestres ao outro lado da avenida. E na coluna da revista Interbuss nº 15, o ônibus 298 da RLC é um OF-1620 de 1997, e a carroceria é de 1998.

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MATÉRIA DA SEMANA

“TRANSPORTE COLETIVO DERRUBA ATÉ GOVERNOS MAIS FORTES”

A frase de Adhemar de Barros foi uma das máximas usadas em acalorada sessão da Câmara de São Paulo em 1977 Adamo Bazani Formação de supostas máfias, onde os integrantes se tratavam como família, bem ao estilo italiano. Pagamento de propinas para barrar mudanças no sistema de municipal de São Paulo. Fraude no judiciário, com desaparecimento de inquéritos contra empresários de ônibus. Essas e outras acusações foram a tônica de uma das mais polêmicas reuniões na Câmara Municipal de São Paulo, às vésperas da reformulação dos transportes proposta pelo Olavo Setubal, que ocorreu em 1978. Tudo foi publicado no Diário Oficial e o Jornal da Tarde naquela época noticiava, em texto resgatado pelo historiador João Marcos Turnbull. Acompanhe a matéria: Em 22 de outubro de 1977, o Diário Oficial do Estado publicou trechos da sessão da Câmara Municipal dos Vereadores. Nele, o Sr. Almir Guimarães, comentava sobre uma possível máfia que dominava o setor de transportes de ônibus, denúncia já realizada em 1972 pelo ex-secretário de transportes da cidade, Sr. Ion de Freitas. Segundo o Sr. Almir Guimarães, vereador, tudo mudaria com a assinatura de novo dispositivo para regulamentação do transporte coletivo da cidade pelo então prefeito Olavo Setubal. Danilo Adelino Setti, lamentava-se sobre o novo sistema - “Justamente ele, um

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Ônibus da Viação Campo Belo, na Avenida Eusébio Matozzo nos anos de 1970, quando os empresários foram acusados de criar um conluio para operarem da maneira que achassem melhor os transportes. Empresa foi acusada de ter ligações com parlamentates. Acervo: Marinaldo Júnior/ Pesquisa: Adamo Bazani

empresário, resolveu destruir nossa associação, lançando-nos uns contra os outros”. Danilo era um dos 66 empresários que andavam comparando o prefeito com o inimigo histórico da sua associação: Prestes Maia, o prefeito que em 1961 abriu sindicância para apurar as origens do graude poderio da então nova classe que surgira durante o mandato do prefeito anterior, Adhemar de Barros. A classe dos empresários de ônibus, cujos líderes, presidente e vice-presidente da Associação Paulista das Empresas do Ônibus (APEO) não se cansara de lamentar a própria sorte para evitar brigas no que chamavam de “nossa família”, estavam sendo processados por tentativa de suborno contra o então presidente da Câmara Municipal, Sr. Roberto Cardoso Alves. Esses líderes, respectivamente Apparicio Fornes e Vidal Gonçalves Junior, tornaram-se homens visivelmente inseguros e nervosos, perderam a autoconfiança que tinham até um mês antes, quando chegaram à lembrar que a administração perdera o juizo no momento em que resolveram contrariar os seus interesses. “Como já dizia Adhemar de Barros, transportes coletivos derrubam até governos mais fortes” diziam os líderes. “Os tempos mudaram e os senhores não perceberam” disse o prefeito Olavo Setúbal após passar 20 minutos condenando os métodos utilizados pelos empresários para obter privilégios e defender seus interes-ses. “Os tempos realmente mudaram e os em-

presários não perceberam isso” confirmou Roberto Cardoso Alves, um homem que o empresário Danilo Adelino Setti classificava, enigmaticamente, de traidor, sem esclarecer o que existe por trás da expressão. “Logo ele, um banqueiro, um empresário como nós, nos retira a tranquilidade que havíamos obtido. Além disso, favorece ao máximo a CMTC, o que contraria todos os princípios da livre iniciativa, o que certamente nos levará a ruína pois se formos obrigados a competir com ela em termos de eficiência e qualidade de serviço, abriremos falência” dizia Danilo Adelino Setti. O empresário compadre do vereador Samir Achôa (que já foi seu advogado), tinha sido um dos mais poderosos da cidade, quando sua empresa explorava a linha Penha - Lapa, uma diametral que naquele momento estava em poder da CMTC, como determinava a legislação, o que explicava a sua grande antipatia pela companhia. Possuía curiosamente, idéias bem estranhas sobre os clientes de seu serviço. “O povo não merece transporte melhor do que tem hoje em dia” alegando que seus ônibus eram apedrejados e danificados diariamente na Zona Leste, o que não acontecia com os ônibus da CMTC que circulavam na mesma área devido a fato: os carros da CMTC eram limpos, novos, seguros e frequentes - colocados desde 1976 nos bairros mais periféricos, até então não tinham sofrido nenhum arranhão. A opinião do empresário refletia

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uma espécie de consenso que existia em sua classe, alegando estar à beira da falência, o que justificaria a política de crise que eles mantiveram até aquele momento, não investindo na ampliação e renovação da frota em circulação - em cada um dos seis mil ônibus que a cidade tinha, deveriam viajar apenas 36 passageiros sentados e 34 em pé, mas é mais lucrativo transportar até 140 passageiros por veículo. Este estado pré-falimentar era suspeito segundo assessores do prefeito que lembravam que, se não houvesse lucros compensadores, eles não estariam defendendo tanto a privatização total do serviço e a própria extinção da CMTC. Para provar que os empresários não revelavam a verdade, os assessores só dispunham dos resultados operacionais da própria CMTC, que desmontravam que a operação era lucrativa. O vereador Samir Achôa, 44 anos de idade e 14 de vida pública, não negava sua condição de defensor dos empresários. Desmente apenas que seja representante das viações na Câmara. Achôa que já defendeu a Viação Leste-Oeste, lutava pela Tupi, de propriedade de Sirlo e Mário Begliomini - o primeiro dos quais acabou sendo expulso do gabinete do secretário de Negócios Extraordinários, ao tentar presenteá-lo com uma gravata que havia trazido da Itália. Mas Achôa lutava só extra-oficialmente pois costuma dizer que não estava envolvido com nenhum empresário: quem estava era o seu escritório de advocacia e seus cinco advogados. Como Samir, havia vários vereadores na mesma situação, principalmente depois que a tentativa de suborno contra Roberto Cardoso Alves - ficou evidenciada a existência de uma caixinha para favorecer vereadores amigos de empresários. Sabia-se que, segundo estas denúncias, o então deputado José Maria Marin (que viria a ser governador anos depois) e Arthur Alves Pinto, vereador, defendia a Viação Campo Belo enquanto o ex-vereador Carlos Ergas defendia a empresa da família, a Canaã Limitada; ao passo que os deputados Ricardo Izar e Rui Codo defendiam as suas próprias empresas, respectivamente Viação Tupinambá e a Estrela D’Alva. Nessa defesa, os políticos não hesitavam em lançar mão inclusive de um expediente que era infalível até então: acusar as pessoas que se opunham aos seus interesses de subversivos. A exemplo, o exsecretário dos transportes Ion de Freitas, considerado comunista por muitos empresários, em 1977 era assessor de confiança do general Dyrceu Nogueira, ministro dos transportes. “A máfia de empresários de ônibus jamais existiu, toda vez que algum jornal publica que somos mafiosos, eu tenho vontade de fazê-la (a folha do jornal) em picadinho para

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depois engolir” afirmava o dono da empresa mais antiga da cidade, João Fernandes Filho. Sua Empresa Paulista de Ônibus era considerada ótima pela Secretaria Municipal de Transportes, que atribui tal fato à boa administração e competência de seus proprietários, que a herdou de seu pai, um espanhol que deixou o ramo de ferro velho e a adquiriu em 1934. “A medida em que forem obrigados a competir entre si, sadiamente, para merecerem o direito de explorar honestamente o serviço de transporte coletivo, os empresários perderão o espírito de mafiosos que hoje os une” afirmava um técnico da Prefeitura, depois de explicar que isso seria possível e necessário graças a uma simples mudança de conceitos introduzida pelo prefeito Olavo Setubal: ao invés de manter o sistema de entregar linhas às empresas particulares, preferiu-se obrigar as empresas a disputar entre si as 23 áreas em que foi dividida a cidade. Ou seja, ao invés do então Termo de Permissão de Linha, as empresas receberiam uma espécie de Autorização de Serviços, e serão elas próprias que terão de encaminhar à CMTC relatórios sobre os serviços prestados, preenchendo documentos elaborados pela Secretaria Municipal de Transportes, que tornarão impossíveis as fraudes. Fraudes como as que chegaram a ser cometidas dentro do próprio Poder Judiciário em São Paulo: os 28 autos do inquérito que o prefeito Prestes Maia mandou serem feitos para apurar a corrupção dos transportes da cidade desapareceram misteriosamente no ano de 1972, o que acabou provocando a prescrição dos crimes. Os autos contavam a história da venda das melhores linhas da CMTC a empresários particulares e continham depoimentos como o do general Dalysio Menna Barreto, que denunciou a formação de uma espécie de quadrilha na CMTC, havendo elementos designados para entrar em entendimento com as vítimas, outros para arrecadas as importâncias extorquidas, outros para encaminhar ao secretário particular do Dr. Adhemar de Barros, o Sr. César Batista, o produto da arrecadação. Após três administrações sucessivas à de Adhemar, a CMTC se tornou deficitária, encontrando-se naquele momento à beira da falência quando Olavo Setubal assumiu a empresa. Nessa época, os empresários correram para o Gabinete do Prefeito para reivindicar aumento de tarifas e a abolição da fiscalização que a CMTC fazia em suas frotas. Olavo Setubal então respondeu-lhes: “Na minha opinião, os senhores deveriam fazer um monumento à Companhia Municipal de Transportes Coletivos porque ela é um exemplo do fracasso total do poder público na administ-

ração. Se não fosse a imagem dos descalabros que a CMTC apresenta hoje, todas as companhias de ônibus já teriam sido nacionalizadas ou estatizadas. Ela conseguiu ser pior do que as suas empresas”. Os empresários deixaram o Ibirapuera firmemente convictos de que um novo Prestes Maia, “mais duro e inflexível” havia assumido os destinos da cidade. E tinham razão, desde esta época, todos os assessores de confiança de Olavo Setubal passaram a evitar qualquer contato social com eles: passaram a estudar melhor a maneira de reformular os transportes da cidade, recusando-se a comparecer às festas promovidas pelos proprietários de empresas (que durante a gestão anterior chegaram a promovê-las no interior da Secretaria Municipal de Transportes, na presença de políticos e autoridades amigas). Quando os planos ficaram prontos, Setubal preferiu não usar os poderes e implantá-los diretamente: enviou-os à Câmara, onde a véspera de serem aprovados acabaram gerando o episódio da tentativa de suborno. Vários empresários organizados, donos de empresas bem estruturadas, estavam dispostos a apurar as responsabilidades dos dirigentes da APEO para promover o expurgo dos maus empresários, causando uma crise ainda mais violenta, pois estariam envolvidos empresários poderosos como o sócio de Vidal Gonçalves Junior, na Viação Nossa Senhora do Socorro, Szyja Herskiwicz, mais conhecido como Simão. Szyja Herskwicz, o Simão, possuia 51 anos de idade na época, já tinha sido motorista de táxi e naquele momento era controlador majoritário das empresas Nossa Senhora do Socorro, Bandeirantes e Santa Cecília, além de 1/3 das empresas Parada Inglesa, Nações Unidas e Brasilusa. Era dono da sede da APEO, na Água Branca e velho amigo de Paulo Salim Maluf. Chegou a se apresentar na Associação Comercial de São Paulo (ACSP) como maior empresário da capital. Todas as manhãs podia ser visto quando o tempo era bom remando na raia Olímpica da USP em companhia de outros empresários. Reservado, limitava-se a informar que considerava suas empresas verdadeiras indústrias. Passava maior parte do seu tempo na Santa Cecília, perto da Secretaria Municipal de Transportes, na Avenida Nações Unidas, em Pinheiros. Seu escritório possuía ar condicionado, diploma de gratidão da cidade concedido pela Câmara Municipal em julho de 1974 e uma porta de aço à prova de bala. Nunca é visto sem uma pequena, porém robusta, comitiva por perto. É mais um registro histórico de uma das faces pouco conhecidas dos transportes em SP.

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Carlos Alberto



Adamo Bazani Google Street View flagra desrespeito aos transportes públicos COLUNISTAS

O que era de conhecimento dos brasileiros pode ser visto agora pelo mundo. Faixas e corredores de ônibus são invadidos e a certeza da impunidade mantém esta prática

trangimento. Os corredores de ônibus também podem ser usados por ambulâncias, carros de socorro em geral e carros oficiais, sendo estes últimos, recomendados que só se utilizem os corredores em caso de necessidade urgente ou trânsito intenso nas vias comuns. Mas na foto do Google pode-se ver que o trânsito na Avenida Pereira Barreto estava muito bom para

Foto: Reprodução

Carro ocupando corredor segregado de ônbus e trólebus em Santo André, no ABC Paulista. Mesmo sendo o carro oficial, a recomendação é de que os veículos que transportem autoridades só usem os corredores em casos emergencias ou com o trânsito complicado nas vias comuns, o que não era o caso no momento da foto do Google

O ônibus realmente entrou na era tecnológica. Não só pelos modernos veículos, que contemplam um controle operacional total das funções do ônibus e desempenho do motorista, dispositivos de segurança ao frear, acelerar, para estabilidade, enfim, são muito diferentes dos queixo-duros, com volantes pesados e marcha seca, pela qual se o motorista não cambiasse no tempo certo, a marcha não engatava. Mas os ônibus também são estrelas da ferramenta de pesquisa da Internet que é a sensação do momento: Google Street View. Para ver como os ônibus, muitas vezes desapercebidos e até vistos como um trambolhão na frente de quem está no seu “forte de poder e status individual”, fazem parte do dia a dia e da paisagem das cidades, o Google Street View é uma fonte de imagens interessantes para quem gosta deste tipo de veículos. É possível conhecer os ônibus de várias partes do País. Só que um olhar mais crítico, é possível verificar, no Google Street View, o desrespeito aos transportes coletivos. Como a cultura brasileira incute que quem tem carro, tem poder e pode tudo, os poucos espaços dedicados exclusivamente aos transportes públicos também são toma-

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dos pelos motoristas de carros de passeio. A própria CET estimou que por mais esforços que faça para controlar os casos de abuso e invasões de faixas e corredores, apenas 30% dos infratores são punidos. O que conhecíamos há muito tempo acabou se tornando acessível aos olhos do mundo. Como bom busólogo, tive a curiosidade de procurar endereços de garagens, terminais e corredores. Imagens de carros no meio de faixas preferenciais, entre as imensas filas de ônibus, ficaram comuns no dispositivo da Internet. Também como bom andreense, quis fazer uma pesquisa nas ruas do bairro onde moro. E mais imprudência contra os transportes públicos, desta vez bem debaixo do meu nariz. A cerca de 400 metros de casa, no final da minha rua, há o Corredor Metropolitano ABD, na Avenida Pereira Barreto, em Santo André. É um corredor segregado, onde as vias para ônibus são divididas por canteiros, jardins e muretas das demais pistas para carros. Pois ao digitar o nome da Avenida, me deparo com um carro, em primeiro plano, invadindo o corredor sem nenhum cons-

os carros. A maior parte das políticas públicas de trânsito e transportes sempre foi voltada para o meio de locomoção individual. Se não bastasse isso, o dono do carro ainda se sente no direito de invadir o pequeno espaço para os transportes de massa. E as autoridades que devem dar o exemplo, abusam no direito ao uso dos corredores de ônibus, usando sem necessidade o espaço feito para o transporte público fluir melhor. A multa para quem invadir corredor ou faixa exclusiva para ônibus é de R$ 127,90 por infração, rendendo a cada notificação 5 pontos negativos na carteira nacional de habilitação, o que está enquadrado em infrações consideradas graves. A CET divulgou que entre 2008 e 2009 houve aumento significativo no número de multas em toda a cidade de São Paulo e a infração que mais cresceu foi justamente a invasão de corredores e faixas de ônibus que neste período teve um acréscimo de 150%, passando de 72.194 notificações em 2008 para 192.745 no ano de 2009. Imagens curisosas gerais: http://colunistas.ig.com.br/obutecodanet/2010/10/01/ o-google-street-view-no-brasil-e-seus-curiosos-flagras/

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José Euvilásio Sales Bezerra Leblon Mauá

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Foto: José Euvilásio Sales Bezerra

Dois das dezenas de carros novos adquiridos pela Leblon Mauá para operação na cidade que nos últimos anos foi dominada pelo empresário Baltazar José de Souza, através das empresas Barão de Mauá e Januária. A operação começará no dia 6

No próximo dia 06 de novembro começarão a circular pelas ruas do município de Mauá, grande São Paulo, os ônibus da Leblon Mauá. A Leblon será a operadora oficial do Lote 2 de linhas do município, que hoje é operado em caráter precário pela Viação Januária. No último dia 9, eu e mais um grupo de colecionadores estivemos visitando a garagem da empresa, nas proximidades do centro de Mauá. Garagem, aliás, que está sendo reformada internamente para a conclusão do lava-rápido e do setor de manutenção da empresa. Fomos recebidos por um dos responsáveis pela empresa. Ele nos apresentou o que é a empresa, seus objetivos e o que está por vir. Uma característica interessante da Leblon é que ela segue preceitos bíblicos. Inclusive colocou nos itinerários eletrônicos frases com conotações bíblicas, de modo a enfatizar e a disseminar a cultura religiosa. No final da apresentação, fomos convidados a um momento de reflexão. Durante a apresentação foram mencionadas várias das tecnologias que serão utilizadas nos veículos e um pouco do modo de operação da empresa. Tudo isso visando a otimização do uso da frota, de modo a manter um intervalo regular nas linhas e ajustar o número de carros à demanda de determinado horário. A frota é formada por cerca de 80 ônibus zero quilômetro, entre conven-

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cionais com motorização dianteira, micros e midis, com carroceria Marcopolo e chassi Volks. Farão parte da frota ainda 11 veículos articulados que, assim como os convencionais, também são veículos zero quilômetro e possuirão a carroceria Marcopolo. Esses articulados deverão operar em linhas troncais que ainda estão em estudo pela Prefeitura, fruto da reformulação que será feita nas linhas da cidade. A empresa também mostrou grande preocupação com o aspecto am-

biental. Ela está implantando um sistema que permite a reutilização de água. Isso evita o desperdício e gera uma economia, que beneficia bastante o meio ambiente. A visita foi muito produtiva e nos mostrou como deve ser uma moderna empresa de ônibus urbano. Muitos empresários reclamam que ter de investir em tecnologia encarece o sistema. Mas, se o investimento for bem feito, a longo prazo vai gerar uma economia que vai compensar a tudo isso.

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1 e 2 - Espetaculares fotos de Matheus Novacki: um G7 da Mimo e um Irizar PB da Nordeste • 3. Clássico Cobrasma da Nacional Expresso, hoje cargueiro, na foto de Maicon Igor Barbosa • 4. Novo Roma da Nordeste, por Osmar Cordeiro • 5. Urbanuss Scania F-94 da Real, de São José dos Campos, por Alex Fiori • 6. Novo Millennium O-500MA da VB Transportes, por Fábio Takahashi Tanniguchi • 7. Novo G7 O-500R da Ouro Verde, por Carlos Alberto • 8. Gran Viale B12M da Metropolitana, por Matheus Novacki • 9. Millennium Scania L94UB da Torres, de Belo Horizonte, à venda, por José Augusto Gama • 10. Maravilhoso Irizar PB da Reunidas Paulista, por Josenilton Cavalcante da Cruz.

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MURAL Colecionadores, frotistas e pessoas ligadas ao setor de transportes estarão aqui, todas as semanas 10/05/2008 - Bus Brasil Fest - Edição Jundiaí, no Parque da Cidade • Encontro de admiradores de ônibus de diversas localidades, ao final do evento se reuniram para fazer uma foto de registro. Na foto, da esquerda para a direita: Marcos Paulo (um dos idealizadores da APBus), Pedro Henrique Rodrigues, Chailander Borges, Rodolfo Rodrigues, Fabiano Rodrigues (ambos do Tour Buss), Wesley Araújo (do Vale SP Bus), Sérgio Carvalho e Robson Santana.

Envie você também a sua foto com sua equipe e veja-a aqui. O e-mail é revista@ portalinterbuss.com.br

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DIÁRIO DE BORDO

Fotos: Tiago de Grande

ITAPEVA X ITABERÁ

Relato por Tiago de Grande

Linha: 7448-01 – Itapeva (Terminal Urbano) x Itaberá (Terminal Rodoviário) Empresa: Expresso Amarelinho Carro: 335 – Caio Induscar Apache Vip – Scania F230 A linha suburbana ligando as cidades de Itapeva e Itaberá, na região sudoeste do estado de São Paulo, possui uma boa demanda de passageiros, porém com intervalos longos, partidas em ambas as cidades a cada duas horas, sendo que a linha possui apenas um único carro, que roda o dia todo. Além da linha operada pelo Expresso Amarelinho, existem mais duas opções para o trecho, a linha rodoviária, operada pela Transpen, e a linha Itapeva x Taquarituba, operada pela empresa Manoel Rodrigues, fazendo parada em Itaberá, todas as três vão pela Rodovia Eduardo Saigh (SP-249), que é uma vicinal ligando Itapeva a região de Paranapanema, uma rodovia um pouco diferente da realidade mostrada nos meios de comunicação sobre as estradas paulistas, a distancia entre as duas cidades é de 32 km, e o tempo médio de percurso é de 50 minutos. Ponto de Partida: Itaberá/SP Cidade pequena, pacata e interiorana, essa é Itaberá, situada as margens da SP-249, a cidade de ar bucólico e pouco movimento em suas ruas não possui serviço de transporte urbano sendo as linhas suburbanas fundamentais para quem mora em bairros mais afastados do pequeno centro da cidade, bairros esses que ficam a beira da rodovia.

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A cidade possui aquele ar típico de cidadezinha do interior: Praça com coreto e igreja matriz, ruas de paralelepípedo, senhores de idade jogando nas praças, pessoas com sotaque bem arrastado e muita calmaria em suas ruas. Itaberá possui uma pequena rodoviária, a beira da rodovia e é de lá que saem ou passam as linhas de ônibus que servem o município, são apenas três plataformas e uma lanchonete, porém um lugar limpo e muito bem cuidado, e é de lá que a viagem de hoje terá inicio. A viagem: Para o horário das 14hs, o carro do Expresso Amarelinho chega em Itaberá por volta de 13:45, já há algumas pessoas esperando para o embarque além de mim, embarcamos, o ônibus não possui cobrador tornando o embarque um pouco mais demorado. Pelo fato do ônibus possuir o novo chassi F230 da Scania, que ainda foi pouco comercializado no Brasil, a curiosidade para ver como se comporta o carro é grande, fico na frente mesmo, no primeiro banco após a porta de entrada, de lá tenho uma visão privilegiada da viagem e do desempenho do carro também. Na hora da partida, o ronco grave característico dos Scanias foi ouvido e me fez lembrar os F113, e nas trocas de marchas e reduzidas faz lembrar muito seu antecessor,

o Scania F94. Saindo do pequeno terminal de Itaberá, já entramos na Rodovia Eduardo Saigh, porém no sentido oposto a Itapeva, apenas por alguns metros até chegar a entrada para o centro da cidade. A volta pelo centro de Itaberá é bem rápida, porém é muito agradável ver uma cidade típica do interior, a calmaria, as ruas sem movimento, as praças sempre bem arborizadas e bem cuidadas, para mim que sou acostumado com transito caótico e lotação de uma grande metrópole, é uma terapia. Após o centro passamos pelos fundos do terminal rodoviário novamente e pegamos a rodovia, agora no sentido Itapeva. A rodovia Eduardo Saigh é uma vicinal, porém infelizmente muito mau cuidada, com muitas ondulações e buracos na pista, asfalto já muito gasto e quase nenhuma sinalização, para quem não conhece o trecho, pode ser perigoso trafegar por ali. Os embarques no terminal de Itaberá e no centro da cidade já foram suficientes para lotar o carro. Mais alguns metros chegamos ao trevo da cidade e outra imagem típica do interior: Rotatórias de acesso as cidades com o nome delas feito em concreto. O trecho até Itapeva é muito mau cuidado e perigoso, é um trecho em declive, hora mais leve, hora mais acentuado, com algumas curvas e muito pouca sinalização, não há placas indicando quilometragens, distan-

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cias, buracos na pista (que são muitos), nem acostamento, e as faixas já estão bem apagadas, além do asfalto ondulado, com muitos remendos e gasto. A visão é algo que vale a pena destacar, verde até se perder a vista, fazendas, pastos com animais, enormes plantações de grãos e silos, isso distrai um pouco pois pra quem não conhece o trecho (como eu), a viagem pode se tornar um pouco assustadora devido a má condição da rodovia. São 28kms de pista nessas condições, com vários embarques e desembarques, e pouquíssimo trafego na rodovia, a parte mais curiosa foi quando encontramos a frente três tratores em comboio e foi difícil encontrar ponto de ultrapassagem devido a ser um trecho sinuoso, mas após conseguirmos a ultrapassagem tudo voltou a calma, pista livre a nossa frente, e o ótimo desempenho do F230 tanto em trechos retos como em trechos sinuosos, claro que dentro das limitações de um chassi com motor dianteiro, porém muito bom, na minha opinião é um espetáculo a parte, que valeu a pena pagar os R$ 3,50 de tarifa da linha. No final da rodovia, há um trevo que dá acesso a rodovia mais importante da região, a Francisco Alves Negrão (SP258), esse trevo já é dentro do municipio de Itapeva e pegamos um trecho de aproximadamente 2kms na SP-258 para chegarmos a entrada da cidade e nesse trecho já podemos avistar no horizonte a pequena Itapeva. Ao sairmos da rodovia, já entramos na avenida principal, e nesse trecho desembarcam algumas pessoas, e com 58 minutos de viagem chegamos ao pequeno terminal urbano de Itapeva, que fica a poucos metros da rodoviária, sendo possível avista-la, e com isso a viagem se encerra. Ponto de Chegada – Itapeva Localizada a sudoeste do estado, a aproximadamente 300kms da capital, Itapeva apesar de uma cidade pequena, é muito importante na região, servindo como pólo comercial e de serviços para cidades menores e rurais da região, sendo assim é uma cidade bem movimentada, com muitas linhas de ônibus servindo as cidades da região, um centro com muitas opções de comércio e ruas movimentadas, mas sem perder o ar interiorano e o sotaque arrastado de seus moradores. Itapeva é uma cidade limpa, muito bem cuidada e o ponto mais interessante da cidade na minha opinião é a alimentação, em Itapeva come-se e bebe-se bem pagando barato, é uma cidade que gostei muito de ter conhecido, e espero um dia poder voltar lá novamente.

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O carro da viagem, a igreja da praça central de Itapeva, e a rodovia Eduardo Salgh

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V Á, M A S V I S I T E

Fotos: Divulgação

RIBEIRÃO PIRES

Estância turística localizada próxima à Serra do Mar tem diversos atrativos, desde a gastronomia até pontos de encontro religiosos Tiago de Grande Situada na região metropolitana de São Paulo, a Estância Turística de Ribeirão Pires, possui muitos atrativos, tais como: a Vila do Doce, situada bem no centro da cidade com lojas, bares, uma praça com chafariz, palco para shows, e como o próprio nome diz: muitas lojas especializadas em doces. O pequeno centro da cidade costuma ser bem movimentado nos finais de semana, sempre com atrações artísticas, e seus bares sempre lotados. Pela proximidade do município com a Serra do Mar, o clima da cidade é

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bem frio, um convite para provar um ótimo e quente chocolate suíço na lojinha da Santa Edwirges, ou um bom Caldo Verde do Mane dos Caldos. Todos os anos no mês de julho, a cidade sedia o Festival do Chocolate, são uma semana de shows, sempre com artistas famosos, muito agito e barracas de doces e muito, mas muito chocolate. Para os amantes da natureza, a cidade também possui ótimas opções: Mirantes, caminhadas por trilhas na Serra, e o bairro de Quarta Divisão, um refúgio

ecológico. Como Chegar: Para chegar a Ribeirão Pires existem ônibus metropolitanos saindo do Terminal Sacomã em São Paulo, além da linha 10 da CPTM, e para quem vai de carro a melhor opção é pelas rodovias: Anchieta até o bairro Riacho Grande, de lá entrar na rodovia Caminho do Mar (SP148) e após passar o bairro Alto da Serra, entrar na rodovia Índio Tibiriçá (SP-031) seguindo até Ribeirão Pires.

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