Revista InterBuss - Edição 14 - 03/10/2010

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InterBuss

ANO 1 Nº 14 03/10/2010

OURO VERDE NOVA FROTA, NOVA PINTURA Tradicional empresa compra novos carros para o serviço de fretamento, apresenta novo layout de pintura e prepara-se para o futuro

• BUSSCAR Empresa poderá voltar a produzir ainda este mês • LANÇAMENTO Caio Induscar lança o Solar, voltado para fretamento • NAS RUAS Volvo testa novo ônibus híbrido em Curitiba

• VVR 2010 Conversamos com Antonio C. Kaio Castro, fundador do Primeiro Clube do Ônibus Antigo


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NESTA EDIÇÃO

BUSSCAR: AGORA VAI OU NÃO VAI?

Foto: Chailander Borges

A Semana em 10 Tempos • Página 5

Busscar Urbanuss Ecoss da Viação Jundiaiense em operação: próximos dias será decisivo para o futuro da encarroçadora catarinense: ou volta a produzir, ou fecha as portas de vez

Foto da capa: Luciano Roncolato Edição número 14 • Domingo, 03 de Outubro de 2010 • Concluída às 23h04 (dia 02/10) • Esta edição tem 32 págs.

EDITORIAL • Má gestão e cassações da Artesp ............... 4 A SEMANA EM 10 TEMPOS ......................................... 5 MURAL • Os sociais da Revista InterBuss ...................... 9 MATÉRIA DA SEMANA • Novos Ouro Verde ........... 10 COLUNISTAS • José Euvilásio Sales Bezerra .................. 14 NAS RUAS • O híbrido da Volvo ................................. 15 PÔSTER • Volvo Bus Latin America ............................... 16 LANÇAMENTO • Caio Solar ......................................... 18 COLUNISTAS • Adamo Bazani ........................................ 20 COLUNISTAS • Marisa Vanessa N. Cruz ......................... 21 ENTREVISTA • Antonio C. Kaio Castro ........................... 22 FOTOS DA SEMANA • As melhores do Portal InterBuss.. 24 DIÁRIO DE BORDO • São Paulo a MG de semi-urbano ... 26 VÁ, MAS VISITE • Planalto norte-catarinense .......... 30

Revista na Rede Os sites do grupo Portal InterBuss são atualizados frequentemente com novos conteúdos. Fiquem atualizados com eles: • REVISTA ELETRÔNICA Acesse nosso conteúdo também na revista eletrônica, todos os dias, 24h por dia, em: www.portalinterbuss.com.br/revista • NOTÍCIAS Veja notícias do setor de transportes atualizadas diariamente em nosso blog: www.portalinterbuss.com.br/noticias • GALERIAS DE IMAGENS Nossas galerias são atualizadas semanalmente com fotos, desenhos e conteúdos enviados por diversos colaboradores de todo o Brasil. Veja em: www.portalinterbuss.com.br/galeria Tudo no site: www.portalinterbuss.com.br


EDITORIAL

Má gestão dá espaço a empresários de sucesso Esta semana o setor de ônibus em São Paulo foi surpreendido com algumas portarias da ARTESP (Agência Reguladora de Transporte do Estado de São Paulo), onde mais duas empresas perderam suas linhas e tiveram as permissões transferidas temporariamente por 180 dias. A cada dia que passa vemos empresas mal geridas desaparecendo e dando lugares a grandes grupos com exemplo de gestão. As “vítimas” desta vez foram a Viação Nossa Senhora da Ponte (Pontur) e a Polentur Transportes e Turismo, cujas linhas foram repassadas à Rápido Luxo Campinas, do grupo Belarmino Marta. A Pontur já havia tido as linhas rodoviárias retiradas pela ARTESP e repassadas também à Rápido Luxo Campinas, e agora perdeu também as linhas suburbanas, que atendem as cidades de São Roque, Itu, Salto e Sorocaba. A Polentur, que também controla a empresa Itaoca, perdeu suas linhas que ligavam Apiaí, Itapeva, Barra do Turvo e Capão Bonito. A Pontur chegou à beira do colapso há alguns meses, quase vendendo as suas operações, porém depois de parecer ter recuperado o fôlego, os serviços voltaram à precariedade. Nem a compra de quatro novos veículos suburbanos foram suficientes para evitar a cassação de suas linhas. A má gestão da empresa a levou a essa situação extremamente complicada. Em relação à

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A Revista InterBuss é uma publicação semanal do site Portal InterBuss com distribuição on-line livre para todo o mundo. Seu público-alvo são frotistas, empresários do setor de transportes, gerenciadores de trânsito e sistemas de transporte, poder público em geral e admiradores e entusiastas de ônibus de todo o Brasil e outros países. Todo o conteúdo da Revista InterBuss provenientes de fontes terceiras tem seu crédito dado sempre ao final de cada material. O material produzido pela nossa equipe é protegido pela lei de direitos autorais e sua reprodução é autorizada após um pedido feito por escrito, e enviado para o e-mail revista@portalinterbuss.com.br. As fotos que ilustram todo o material da revista são de autoria própria e a reprodução também é autorizada apenas após um pedido formal via e-mail. As imagens de autoria terceira têm seu crédito disponibilizado na lateral da mesma e sua autorização de reprodução deve ser solicitada diretamente ao autor da foto, sem interferência da Revista InterBuss. A impressão da revista para fins particulares é previamente autorizada, sem necessidade de pedido.

Polentur, não sabemos ao certo como estava sua situação financeira, porém era notável a operação de suas linhas de forma precária, com carros em mau estado, incluindo os da Itaoca. A chamada da Rápido Luxo Campinas para a operacionalização das linhas por 180 dias em caráter emergencial foi sábia. A empresa faz parte de um sólido conglomerado que já tem anos de tradição em transporte coletivo e mantém uma média de idade de frota muito baixa em todas as cidades que atende. Para se ter uma ideia, recentemente, a Viação Boa Vista, empresa do grupo Belarmino que opera linhas metropolitanas entre Campinas, Hortolândia e Monte Mor, renovou sua frota e fez despencar sua idade média de frota para cerca de 1 ano e meio, a mais baixa de todas as empresas comandadas pela EMTU em São Paulo. Para os colecionadores, é triste ver mais duas empresas desaparecerem, pois são pinturas a menos, veículos diferentes a menos para registro, porém os passageiros agradecem. As pessoas que convivem no dia-a-dia com serviços precários de empresas mal administradas são as que mais necessitam dessas mudanças nas operações, e o grupo Belarmino chega com tudo, melhorando o serviço nas linhas cassadas e operando como deve ser operado: com responsabilidade, seriedade e presteza. PARA ANUNCIAR Envie um e-mail para revista@portalinterbuss.com.br ou ligue para (19) 9636.1087 e converse com nosso setor de publicidade. Você poderá anunciar na Revista InterBuss, ou em qualquer um dos sites parceiros do grupo InterBuss, ou até em nosso site principal. Temos diversos planos e com certeza um deles se encaixa em seu orçamento. Consulte-nos! PARA ASSINAR Por enquanto, a Revista InterBuss está sendo disponibilizada livremente apenas pela internet, através do site www.portalinterbuss.com.br/revista. Por esse motivo, não é possível fazer uma assinatura da mesma. Porém, você pode se inscrever para receber um alerta assim que a próxima edição sair. Basta enviar uma mensagem para revista@portalinterbuss.com.br e faremos o cadastro de seu e-mail ou telefone e você será avisado. CONTATO A Revista InterBuss é um espaço democrático onde todos têm voz ativa. Você pode enviar sua sugestão de pauta, ou até uma matéria completa, pode enviar também sua crítica, elogio, ou simplesmente conversar com qualquer pessoa de nossa equipe de colunistas ou de repórteres. Envie seu e-mail para revista@por-

Do Leitor Notícias Olá! Gostaria de saber como faço para ter acesso ao blog de notícias para ficar sempre atualizado com os fatos do mundo dos ônibus de todo o Brasil! Carlos Alberto São Paulo/SP Resposta da redação: Obrigado pelo contato Carlos! O blog de notícias por enquanto está paralisado pois estamos centrando todos os esforços no aprimoramento da revista para levá-la às bancas o quanto antes. As notícias antigas podem ser vistas no site http://noticias. portalinterbuss.com.br

Contatos em geral Você também pode enviar seu contato diretamente para cada um de nossos colunistas e repórteres. Basta verificar logo no início ou no final o contato de cada um deles e enviar uma mensagem. Caso não haja nenhum canal de relacionamento disponível na matéria, você pode enviar sua mensagem para o colunista ou para o repórter através do e-mail revista@portalinterbuss.com.br e nõs faremos o encaminhamento da mensagem à pessoa desejada. Na Revista InterBuss, você nunca fica sem contato ou sem resposta. Em até 72h respondemos sua mensagem. Este espaço é para você deixar a sua opinião sobre nosso conteúdo. Para isso, entre em contato através do e-mail revista@portalinterbuss.com.br. Na próxima edição, publicaremos sua opinião neste espaço. talinterbuss.com.br ou contato@portalinterbuss.com. br. Procuramos atender a todos o mais rápido possível. A EQUIPE INTERBUSS A equipe do Portal InterBuss existe há nove anos, desde quando o primeiro site foi ao ar. De lá pra cá, tivemos grandes conquistas e conseguimos contatos com os mais importantes setores do transporte nacional, sempre para trazer tudo para você em primeira mão com responsabilidade e qualidade. Por conta disso, algumas pessoas usam de má fé, tentando ter acesso a pessoas e lugares utilizando o nome do Portal InterBuss, falando que é de nossa equipe. Por conta disso, instruímos a todos que os integrantes oficiais do Portal e Revista InterBuss são devidamente identificados com um crachá oficial, que informa o nome completo do integrante, mais o seu cargo dentro do site e da revista. Qualquer pessoa que disser ser da nossa equipe e não estiver devidamente identificada, não tem autorização para falar em nosso nome, e não nos responsabilizamos por informações passadas ou autorização de entradas dadas a essas pessoas. Qualquer dúvida, por favor entre em contato pelo email contato@portalinterbuss.com.br ou pelo telefone (19) 9636.1087, sete dias por semana, vinte e quatro horas por dia.


A SEMANA EM 10 TEMPOS DE 26/09 A 02/10/2010

Busscar Ônibus poderá voltar a produzir ainda este mês Pagamento de 13º salário e a venda da Tecnofibras deverá dar fôlego para a empresa catarinense voltar a produzir Foto: Gabriel Dias

Ônibus da Busscar circula na cidade de Jaguariúna, interior de São Paulo, pela empresa Metrópolis: produção de ônibus deve ser retomada O mês de outubro será decisivo para a Busscar Ônibus S/A. Para este mês estão previstos três acontecimentos que podem ditar o futuro da fabricante de carrocerias: o pagamento do 13° salário de 2009 à cerca de 3,1 mil funcionários, a retomada da produção e a venda da Tecnofibras, atual TSA, considerada o primeiro passo rumo à saída para a crise da empresa que se arrasta desde 2008. Segundo o membro da comissão de trabalhadores da Busscar, João Luis Vieira, um grupo de empresários esteve nesta terçafeira na Tecnofibras, para fazer uma avaliação. — A consultoria Virtus, responsável pelas negociações de venda, já recebeu cinco propostas para compra. Os interessados serão conhecidos apenas no dia 8, quando a melhor opção será escolhida — diz. A empresa não se manifestou sobre o assunto A consultoria usa um sistema chamado data-room, no qual a empresa vendedora disponibiliza em um ambiente físico ou

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virtual documentos e informações para os compradores interessados em adquirir uma empresa. — A venda da Tecnofibras deve ser finalizada até o 30 de outubro, para que em novembro possa ser retomada a produção — afirma o presidente do Sindicato dos Mecânicos, João Brugmann. Com a operação, o grupo Busscar espera conseguir pelo menos R$ 60 milhões. O valor seria usado para pagar os cinco meses se salários atrasados, além de produzir as carrecerias destinadas ao projeto Guatemala, que envolve mais de 1,3 mil ônibus. — A empresa afirma que em novembro espera estar produzindo ao menos seis ônibus ao dia. Para isso, quer incentivar os funcionários para que eles fiquem — acrescenta Vieira. — A ideia e retomar com uma empresa menor, para não passar pela mesma situação sofrida em 2001, quando o excesso de otimis-

mo fez a empresa manter muitos funcionários e gastou o capital de giro. Hoje, a Busscar conta com aproximadamente 1,6 mil funcionários, mas precisaria de 1,2 mil trabalhando em dois turnos para retomar a produção. A informação que temos é de que pode faltar mão de obra na produção e sobrar entre as chefias e lideranças — complementa Brugmann. O presidente do sindicato explica que os funcionários que optarem por continuar na Busscar vão precisar ter paciência. Mesmo que a Tecnofibras seja vendida, especula-se que serão necessários pelo menos quatro meses para que os atrasos de salário sejam resolvidos. — Quem pediu rescisão indireta ou será liberado pela empresa vai receber os atrasados da mesma forma. Por enquanto, os pagamentos não devem contar com juros e correção monetária, mas a ação que movemos na Justiça prevê o pagamento da diferença — diz. (A Notícia)

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A SEMANA EM 10 TEMPOS

Garagens do grupo São Bento vão à Sarandi/PR retira leilão dia 14/10 em S. J. dos Campos ônibus que levava

Foto: Wesley Araújo

universitários de graça a Maringá

Ônibus da empresa Real, do grupo São Bento, que ainda opera em S. José dos Campos A 5ª Vara da Justiça do Trabalho de São José dos Campos realiza no próximo dia 14 de outubro o leilão de duas garagens das empresas de ônibus do grupo São Bento (Capital do Vale, Real e São Bento), que opera provisoriamente as linhas do lote 1 do transporte coletivo da cidade. O Leilão Público será às 14h, no Fórum Trabalhista da cidade, na Rua Juiz David Barrilli, nº 85, no Jardim Aquarius, a cargo do leiloeiro oficial Cláudio Marques Hensel. O valor arrecadado será utilizado para quitar parte das dívidas trabalhistas deixadas pelas empresas de ônibus, que estão sob interven-

ção judicial desde julho do ano passado. A garagem localizada no Alto da Ponte possui área de 68.500 metros quadrados e recebeu avaliação de mais de R$ 20 milhões (R$ 20.228.515,00). Já a garagem da Vila Tatetuba tem área de 30.612 metros quadrados e recebeu avaliação de mais de R$ 11 milhões (R$ 11.213.987,00). A arrematação dos bens somente será efetivada pelo preço da avaliação dos imóveis, segundo determinação judicial. Já os outros lances serão submetidos à apreciação da juíza Maria da Graça Bonança Barbosa, titular da 5ª Vara Trabalhista. (TV Vanguarda)

A Secretaria de Transportes e Infraestrutura Urbana (Setran) de Vitória iniciou, nesta quinta-feira (30), os procedimentos para a implementação de um acesso exclusivo para ônibus que saem da Avenida Desembargador Santos Neves em direção à Avenida Nossa Senhora da Penha. A baia existente na Av. Desembargador Santos Neves foi liberada com a retirada do gelo baiano e a Setran já realizou testes de conversão com ônibus articulados. A mudança deverá ser concluída na próxima semana. A faixa será exclusiva

para ônibus. Essa alteração atende demanda dos moradores da Praia de Santa Helena, que solicitaram em audiência pública a retirada da circulação dos ônibus de dentro do bairro. Semáforo - A Setran também iniciou nesta quinta-feira (30) a instalação de um semáforo e de uma faixa de pedestres na avenida Nossa Senhora da Penha, em frente à ladeira Mery Ubirajara, de acesso ao Hospital Infantil, para garantir a travessia segura dos pedestres em função da grande circulação de pessoas no local. (ES Hoje)

Av. N. S. da Penha em Vitória/ES terá nova faixa de acesso exclusivo de ônibus

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A retirada de circulação de dois dos três ônibus que fazem o transporte gratuito de universitários de Sarandi para Maringá provoca polêmica. A medida da prefeitura foi adotada no início de setembro e afeta cerca de cem acadêmicos, de acordo com os cálculos dos estudantes. Pelo levantamento da administração municipal, são entre cinquenta e sessenta alunos beneficiados. De acordo com a prefeitura, a decisão de deixar os ônibus na garagem segue uma recomendação da Promotoria de Justiça, por causa das precárias condições de tráfego dos veículos e pela ausência de uma lei que regulamente o transporte de universitários. Os alunos, que frequentam instituições públicas e privadas em Maringá, criticam a medida. O gasto considerado extra é incorporado aos custos globais e encarecem os estudos. O estudante de Jornalismo da Faculdade Maringá, Marcos Aurélio Luvizeto, 18 anos, diz que gastará uma média de R$ 94 por mês com o transporte metropolitano. A acadêmica Aline de Souza da Costa, 21, que cursa o Magistério no Instituto Estadual de Educação (IEE) também reclama. “Ninguém esperava isto (a suspensão do transporte)”. Ela explica que, dependendo do transporte tradicional, os estudantes precisam sair mais cedo do trabalho ou de casa (antes das 18 horas) e perder parte da última aula. A Prefeitura de Sarandi alega, por meio da Assessoria de Imprensa, que os dois ônibus recolhidos pertencem à Secretaria de Ação Social e devem ser usados apenas para as finalidades previstas em lei. O terceiro veículo, que leva estudantes para a UEM, foi cedido pela Secretaria Municipal de Educação para atenuar a demanda. A administração estuda a possibilidade de regulamentar algum benefício aos acadêmicos, como passe-livre, carteirinha ou outra forma, mas não há data prevista para isso. O promotor Alexandre Misael Souza reforça que há dois motivos para o recolhimento dos veículos. O primeiro é a segurança. “Os ônibus não têm condições de serem utilizado em situação alguma”, ressalta. Em segundo lugar, prossegue ele, não há lei municipal regulamentando o transporte de universitários. “O município se responsabiliza pelo transporte de alunos do ensino básico, que está previsto em lei. No caso dos universitários é irregular”, arremata. (O Diário)

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Viação Imigrantes é multada por aumentar frota em Diadema/SP

Ônibus da Imigrantes circula em Diadema: multada por colocar mais ônibus nas ruas torização para rodar com 116, a Imigrantes transporta 1,2 milhão de passageiros por mês. PROBLEMAS Os prejuízos para os passageiros de uma linha que opera com volume maior do que sua capacidade são mais do que conhecidos: atrasos, maior intervalo entre os ônibus e, claro, lotação. Embora a 22DP concentre o problema mais grave, segundo Moreira, no total, oito das 19 linhas da Viação Imigrantes estão operando com ônibus em número maior do que o previsto. “O transporte é dinâmico. Alterações na quantidade de passageiros ocorrem sempre e é preciso fazer adequações para manter a qualidade do serviço”, afirmou o gestor. OUTRO LADO

Segundo a Prefeitura de Diadema, para colocar mais ônibus na linha 22DP a Viação Imigrantes retirou coletivos das linhas 25 e 26 e “desta maneira prejudicou os usuários de outras linhas.” A multa foi aplicada porque a empresa não teria comunicado a administração da mudança nem apresentado estudo que justificasse. Em nota, a Prefeitura informou que “não há problema em aumentar o número de ônibus nas linhas desde que não prejudique outros usuários e que o órgão de gestão de transportes aprove.” Entretanto, nas cinco notificações de multas às quais o Diário do Grande ABC teve acesso a Prefeitura discrimina a infração somente como ‘manter a frota operacional diferente da estabelecida’’ pela Secretaria de Transporte municipal. (Diário do Grande ABC)

Petrópolis cancela contratos de ônibus e anuncia licitação O prefeito de Petrópolis, Paulo Mustrangi, ao lado do secretário Chefe de Gabinete, Carlos Abenza; do Procurador do Município, Henry Grazinoli; e do presidente da Companhia Petropolitana de Trânsito e Transporte (CPTrans), Orlindo Pozzato, anunciou na última segunda-feira a extinção do contrato das empresas de ônibus sob intervenção Autobus, Esperança e Petrópolis e abertura de licitação para concessão do serviço de transporte coletivo do município. A medida foi tomada a partir do relatório conclusivo da intervenção, que também será encaminhado ao Ministério Público e ao Tribunal do Contas do Estado (TCE) . O decreto de extinção dos contratos foi

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publicado na terça-feira no Diário Oficial do Município. Entre as questões verificadas no relatório de intervenção das empresas está a frota vencida e a falta de condições econômicas e financeiras destas empresas para prestar um serviço de qualidade. Durante o processo de licitação, os interventores continuarão nas viações para que o sistema não pare. “É importante todos entenderem que a intervenção se deu em abril, porque detectamos que no prazo de 15 dias as empresas entrariam em colapso, iriam parar. Encontramos uma situação de inadimplência nas empresas, pagamentos de FGTS, de salários e de fornecedores atrasados, frota sucateada e vencida. O contrato das empresas foi renovado em 2006, por 10 anos, sem a

realização de licitação ou exigência de renovação de frota e melhoria do serviço prestado. Foi por isso que chegamos a esse caos que a população está sofrendo hoje. Essa foi uma decisão difícil de ser tomada, envolveu questões técnicas, administrativas e todo um trabalho de apuração por parte dos integrantes da comissão de inquérito responsável pela apuração dos fatos nas empresas. Chegamos a esta decisão porque a população precisa de um transporte decente, com uma tarifa justa. Queremos que o povo tenha acesso a um transporte de qualidade e que o próximo prefeito possa receber uma boa herança no setor, e não essa situação caótica que eu herdei”, declarou o prefeito. (O Diário de Teresópolis).

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Foto: Tiago de Grande

A Viação Imigrantes, que opera 53% do transporte público por ônibus em Diadema, foi multada cinco vezes pela Prefeitura por colocar nas ruas mais veículos à disposição da população. O alvo do problema é a linha 22DP, uma das mais movimentadas do município, que faz ligação entre os terminais Diadema e Piraporinha. O contrato entre a administração e a empresa foi celebrado em 2003 e previa inicialmente a utilização de sete carros nesta linha. Segundo a Viação Imigrantes, por conta do número de passageiros, desde que os trabalhos foram iniciados, a empresa foi obrigada a colocar três ônibus a mais. Em dezembro de 2008, uma Ordem de Serviço de Operação reajustou o número e autorizou a utilização de 10 veículos na linha 22DP. Atualmente, porém, os cálculos da Viação Imigrantes dão conta de que são necessários 15 ônibus para atender a contento aos usuários da linha que liga os terminais. Em 2006, cerca de 6.000 passageiros eram transportados em dias úteis. Hoje, quatro anos depois, são 9.500 - aumento de 58%. Segundo o gestor do contrato Wilson Roberto Moreira, a Prefeitura foi informada pela empresa do aumento da demanda e da necessidade de adequar a frota. “Pedimos reuniões para tratar do assunto e encaminhamos documentos, mas não recebemos nenhuma autorização”, afirmou. Mesmo sem permissão, a empresa está atualmente operando a 22DP com 15 ônibus. Por conta da decisão, recebeu cinco multas em setembro - R$ 180 cada. Outras cinco notificações foram encaminhadas pela administração, mas ainda estão dentro do prazo para recurso e não foram convertidas em multa. Com frota de 131 ônibus, mas com au-


A SEMANA EM 10 TEMPOS

Porto Velho/RO inicia implantação de corredores de ônibus no Centro

Foto: César Castro

Organizar e modernizar o trânsito, agilizar, diminuir o tempo de espera e tornar mais seguro o sistema de transporte coletivo de Porto Velho. Estas são as principais metas que devem ser alcançadas com a implantação do “Corredor de Ônibus” no centro comercial. A prefeitura de Porto Velho, através da secretaria municipal de trânsito e transportes (Semtran), iniciou as primeiras alterações na Avenida Sete de Setembro, da Rogério Weber até a Avenida Nações Unidas, liberando todo o lado direito da grande avenida apenas para os coletivos. Dentro deste perímetro, que recebe 95% das linhas de ônibus, será o “Corredor de Ônibus”, da capital. De acordo com a secretária da Semtran, Fernanda Moreira, o prefeito Roberto Sobrinho sempre se preocupou com a qualidade do sistema de transporte urbano, devido ao grande número de pessoas que são transportados diariamente, para que este sistema estivesse sempre em condições de atender a demanda, que cresceu muito nos últimos tempos. “Estamos realizando a implantação deste projeto que beneficiará diretamente a rotina dos usuários dos transportes coletivos, que terão mais segurança durante o embarque e desembarque, como também o trânsito no centro da cidade, indiretamente relacionado às demais paradas dos ônibus, fora do corredor, uma vez que estes coletivos estarão dentro do cronograma de tráfego em outras vias, principalmente nos horários de picos, do fluxo dos veículos e pedestres”, explicou a secretária. Mudanças A Semtran já fez algumas alterações na Sete de Setembro para implantar o projeto. Em frente à praça Jônathas Pedrosa, foi de-

Ônibus em Porto Velho: implantação de corredores começa pelo Centro marcado do lado esquerdo o único ponto de táxi dentro da Avenida, no trecho do Corredor de Ônibus, os demais que existem do lado direito foram demarcados nas vias vicinais com a Sete de Setembro. A próxima etapa é preparar do lado esquerdo dos estacionamentos, para os carros e motocicletas. Conforme o projeto, as motocicletas ocuparão as pontas das quadras e os carros o meio. Uma sinalização especifica demarcará os novos limites para os estacionamentos, “assim vamos aumentar a capacidade dos veiculos a serem estacionados na via, além de melhorar a visibilidade dos condutores com relação às esquinas, já que estarão ocupadas por motocicletas”, destacou

Fernanda Moreira. A terceira etapa é a demarcação de todo o lado direito delimitando o corredor, e neste caso, serão utilizados os limites específicos para que apenas os coletivos utilizem o corredor. Não será permitido o trânsito e nem o estacionamento, ou a parada de qualquer outro veiculo dentro do corredor, que não sejam os ônibus. A quarta e última fase será por em prática o novo sistema. A secretaria de trânsito também fará toda sinalização horizontal e vertical na Sete de Setembro para garantir ainda mais a segurança da via pública. (Tudo Rondônia).

Ônibus em SP a R$ João Pessoa lança edital de estudos para BRT lançado nesta sexta-feira, (1) o prestados por empresa de Consultoria Técni2,90 em dezembro edital de Foilicitação que irá apontar a empresa ca Especializada, tendo como objetivo a con O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM) voltou atrás e disse quintafeira que o aumento da tarifa de ônibus de R$ 2,70 para R$ 2,90 só deve ser definido em dezembro. “Trabalhamos com a tarifa média. E não existe nenhuma média. Podemos até baixar [o valor]. É equívoco [afirmar ser de R$ 2,90], pois não existe essa discussão [de aumento] hoje.” O valor de R$ 2,90 foi mencionado anteontem (quarta) e deveria constar no Orçamento a ser enviado ontem à Câmara. (Destak Jornal)

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que fará o diagnóstico de qual o melhor transporte a ser instalado na região metropolitana de João Pessoa. Entre os transportes que estão sendo estudados estão o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) – o metrô de superfície e Veículo Leve sobre Pneus (VLP ou BRT) – ônibus bi-articulados com capacidade para 240 pessoas. Segundo o edital, o Departamento de Estradas de Rodagem da Paraíba (DER/ PB) torna público que realizará a contratação de serviços técnicos de engenharia a serem

cepção de estudos conceituais para a requalificação do sistema de transporte público de passageiros da Região Metropolitana de João Pessoa. O Edital encontra-se a disposição dos interessados na Comissão Permanente de Licitação (CPL), onde também outras informações poderão ser obtidas, nos horários das 14h às 18h, de segunda a quinta e de 7h às 13h na sexta, dos dias úteis, e pelos telefones 32162813 e 3216-2853. A tomada de preço será feita no dia 03 de novembro às l5h. (Click PB)

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Nove morreram em rabeiras nos ônibus de Ribeirão Preto em 2009

Foto: Anderson Aparecido de Marchi

Nove das 68 mortes ocorridas no trânsito de Ribeirão Preto, em 2009, foram de adolescentes de bicicletas que pegavam carona, se segurando na traseira dos ônibus, prática conhecida como “rabeira”. Os dados são da Transerp, empresa que gerencia o trânsito da cidade. A prática é mais comum em alguns pontos da cidade, como a avenida D. Pedro, o Parque dos Lagos, e os bairros Planalto Verde e Ribeirão Verde. Mesmo sabendo dos riscos, a carona nos ônibus é usual. “Perigoso é, mas a gente não vai pedalar”, justifica um adolescente que não quis se identificar. Agora, a “rabeira”, que já é um crime previsto no Código de Trânsito, está sendo acompanhada do vandalismo. Segundo a Transurb, uma das empresas de ônibus de Ribeirão, sete ônibus precisam de manutenção todos os meses porque os adolescentes quebram a lanterna traseira para se agarrar nos fios, fazendo um gancho que ajuda na fixação ao veículo. O prejuízo chega a R$ 10 mil mensais. As empresas permissionárias do transporte coletivo de Ribeirão Preto tem realizado trabalhos de conscientização tanto com a população quanto com os motoristas, com palestras em escolas, reuniões e orientações. Os motoristas são orientados, nesses casos, a estacionar o veículo, descer e impedir

Ônibus urbano em Ribeirão Preto: como se não bastasse a rabeira, tem vandalismo que o ciclista segure no ônibus, mas muitos são ameaçados. “Eles põem a mão na cintura como se estivessem armados e diz que na próxima volta vão jogar pedra no ônibus. E se machucar alguém lá atrás nós podemos ser responsabilizados”, reclama o motorista Orlando da Silva. Segundo o capitão da Polícia Militar,

Wagner Barato, a responsabilidade em caso de acidentes envolvendo as “rabeiras” é do ciclista, a não ser quando há conivência do motorista. Mas, segundo o capitão, a punição na cidade é dificultada por falta de uma legislação municipal que complemente o Código de Trânsito. Em caso de flagrante, os pais podem ser responsabilizados. (EPTV Ribeirão)

MURAL Colecionadores, frotistas e pessoas ligadas ao setor de transportes estarão aqui, todas as semanas 14/03/09 - Visita à Itatiba para conhecer a nova frota do Expresso Fênix • Foto enviada pelo nosso amigo e leitor Emerson KBBSSA, de Itatiba/SP. Da esquerda para a direita: Wesley Araújo, do ValeSPBus, Tiago de Grande, Maicon Igor Barbosa, Luciano Roncolato e Guilherme Rafael, todos do Portal InterBuss. O próprio Emerson foi quem fez o registro, na rodoviária da cidade.

Envie você também a sua foto com sua equipe e veja-a aqui. O e-mail é revista@portalinterbuss.com.br

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MATÉRIA DA SEMANA

A.V. OURO VE

NOVA FROTA, NOVA PI

Foto: Luciano Roncolato

A tradicional empresa, com garagens nas cidades de Sumaré e Ame paulista, adquiriu 12 novos ônibus para ampliar sua frota do servi segmento em crescimento na região. A surpresa ficou por conta da encaixou-se perfeitamente nas linhas dos Marcopolo G7 e chama a ate


ERDE

INTURA

ericana, no interior iço de fretamento, a nova pintura, que enção de todos nas ruas

Luciano Roncolato A Auto Viação Ouro Verde, com garagens nas cidades de Americana e Sumaré, no interior de São Paulo, ampliou sua frota do serviço de fretamento com a aquição de doze unidades de Marcopolo Viaggio G7 900 sobre Mercedes-Benz OF-1722. Houve também a compra de um carro, também da família G7 da Marcopolo, porém com chassi O-500, para a linha Americana - São Paulo. A aquisição dos novos carros foi necessária em virtude do crescimento do serviço de fretamento na empresa, principalmente após o contrato com a CAF Brasil, empresa espanhola do setor ferroviário que está instalada na planta da antiga Cobrasma, em Hortolândia. Todos os novos carros receberam uma nova pintura, que deixou o amarelo tradicional em segundo plano e ressaltou a cor verde em toda a carroceria. A Ouro Verde tem uma tradição por aplicar em sua frota belas pinturas, e desta vez não foi diferente. A nova pintura foi desenvolvida pelo Gandolfo, designer que já faz os layouts de frota


MATÉRIA DA SEMANA da empresa há muitos anos. Segundo a direção da empresa, são feitas várias opções de pintura, e é feita uma pré-seleção para que em seguida os colaboradores da Ouro Verde façam a escolha. A pintura preferida pela maioria é aplicada na frota. Entre várias outras pinturas feitas pelo Gandolfo, estão a da Breda Sorocaba, Viação Piracicabana, Expresso União, TaipasTur, pintura urbana de Bauru, urbana de Uberaba, VB Transportes, Rápido Campinas (antiga), SIT Campinas, Viação Leme (antiga), Viação Transguarulhense, Expresso Regional, Viação Real (São José dos Campos), Cidade de Cotia e Expresso Caxiense. Ou seja, uma pessoa de referência para fazer uma pintura tão bonita como ficou a da Ouro Verde. O investimento total na nova frota foi em torno de R$ 3 milhões. Com o serviço de fretamento em franca expansão na empresa, novos carros poderão ser adquiridos no primeiro semestre do próximo ano. Está prevista também a renovação de parte da frota rodoviária, melhorando ainda mais o serviço. Dos doze carros adquiridos, dez ficaram na garagem de Sumaré e dois foram para a garagem de Americana. Tradicional cliente da Busscar, a Ouro Verde desta vez adquiriu Marcopolo. Segundo a empresa, o G7 agradou muito, principalmente pela modernidade. No passado, a empresa já havia adquirido modelos da encarroçadora caxiense e alternou modelos das duas fabricantes. Nesta compra, a Ouro Verde estava com urgência por conta da conquista de alguns clientes de grande ponte e, com isso, a Marcopolo ofereceu a melhor proposta. A Ouro Verde mantém em sua frota excelentes veículos para o fretamento, entre eles o de prefixo 2010, que trata-se de um Marcopolo Paradiso GV 1800DD Scania K113TLB 8x2, sempre muito requisitado. O veículo participou do InterBuss City Tour 6, em 2008 e foi um grande sucesso entre todos os participantes. A empresa ainda oferece para o serviço outros veículos de dois andares e diversos outros carros executivos, sempre proporcionando muito conforto ao cliente. A empresa também renovou a frota municipal de Sumaré. Desde a licitação, foram comprados 23 novos ônibus. A pintura foi criada pela prefeitura local e estava em edital. Agora entrarão em operação mais três ônibus novos, todos com carroceria Caio Induscar Apache Vip e chassi Mercedes-Benz OF-1418, com piso taraflex, bancos estofados de encosto alto e elevador para cadeirantes na porta tra-

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seira. Os três novos carros irão aumentar a oferta em alguns bairros por conta do aumento da demanda com a retirada do transporte complementar. Hoje, a frota de todo o grupo Ouro Verde é de cerca de 400 veículos, sendo cerca de 150 rodoviários e o restante de urbanos e metropolitanos. A empresa opera linhas municipais também em Nova Odessa, e metropolitanas de Sumaré para Nova Odessa, Campinas, Hortolândia e Americana. Há ainda a tradicional linha rodoviária entre São Paulo e Americana, passando por Sumaré, e a linha seletiva metropolitana entre Campinas e Americana via Sumaré. Recentemente a empresa testou um Comil Svelto Volksbus 17 230, equipado com V-Tronic, e o mesmo foi aprovado, graças aos indicadores de desempenho atingidos. O veículo operou em algumas linhas metropolitanas por cerca de duas semanas. Atualmente o ônibus de testes está circulando na Grande São Paulo. A Ouro Verde está finalizando o processo de adaptação de portas nos seus ônibus metropolitanos que ligam Sumaré a Campinas. Os veículos articulados são os últimos a receberem as portas à esquerda para operação no Corredor da Avenida Lix da Cunha. A empresa estima que até o final do ano todos os carros dessas linhas já devam estar adaptados. Para o futuro, a Ouro Verde já está preparada. Apesar de não poder adiantar muito sobre o plano estratégico para os próximos anos, a direção da empresa nos adiantou que está em estudo a obtenção do certificado ISO, e está em preparação a aquisição de novos veículos para as linhas metropolitanas.

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Os novos carros enfileirados na garagem já estão em operação; abaixo um dos três novos carros do sistema municipal de Sumaré; e layout criado pelo designer Gandolfo tem feito grande sucesso nas ruas

Fotos: Luciano Roncolato

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José Euvilásio Sales Bezerra Crônica: “É um Assalto”

Foto: José Euvilásio Sales Bezerra

COLUNISTAS

Caio Induscar Apache Vip MBB OF-1417 da Via Sul Transportes Urbanos Acordei cedo para fazer o exame periódico do trabalho. Cheguei ao local. Esperei um pouco e o médico apareceu. No entanto, houve um problema: a pessoa que deveria entregar os prontuários atrasou. Logo, uma simples consulta, que levaria rápidos quinze minutos, levou uma hora e pouco... Saí atrasado do local do exame. Mas ainda tinha esperança de chegar a tempo na fonoaudióloga. Depois de 10 minutos no ponto, o ônibus, da linha 4725/10 Vila Brasilina, chegou. O peguei e me mandei. No caminho, fui fazendo os cálculos: a consulta era 9h20, já era 9h25... Se eu chegasse às 9h55, teria de andar por cinco minutos até o consultório... Logo, 10h... A consulta termina 10h20... Esquece... Telefonei para a doutora e desmarquei... Sem muito o que fazer com o tempinho extra, resolvi aproveitar a viagem e ir até o ponto final da linha. O ônibus que peguei para ir ao consultório era o mesmo veículo que pego pra voltar das consultas: o Apache Vip, MBB OF1417, prefixo 51423 da Via Sul Transportes... Mesmo carro - com a tampa do painel interno na cor azul-calcinha (trash!)... Mesmo motorista... Mesma cob-

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radora. O ponto final ficava a uns 15 minutos do ponto mais próximo ao consultório. Logo, entre a ida e a volta, o tempo não era grande... Se eu tivesse descido e feito os 20 minutos da sessão, teria pego o mesmo Vip pra voltar... Como todo bom busólogo, logo que desci no ponto final, saquei minha máquina fotográfica da mochila. Tinha de ser rápido, pois o motorista ou o fiscal poderiam me dar uma bronca se me vissem fotografando o veículo. Fico enrolando... Procuro um ângulo legal. Atravesso a rua pra tentar uma foto da outra calçada... Mas os dois continuam no meu ângulo de visão. Volto pra calçada e coloco a câmera no bolso, esperando o melhor momento, em que eles não estivessem olhando. Enquanto isso, um senhor, baixinho, magrinho e de barba - com uma ferida embaixo do lábio -, vêm até mim. O cara, do nada, me abraça e diz: “É um assalto.” Eu, aproveitando a vantagem física, dou um “chega-pra-lá” nele. Ele vai pra trás, rindo... Logo percebi que o sujeito estava brincando... Ele começa a falar... um monte de coisas... Quando passa o motorista de outra linha que faz ponto final por ali, ele brinca com o cara chamando-o por um apelido.

Brinca com a dona da banca, uma senhora oriental já com certa idade... E tagarelava comigo e com o mundo... E eu, pacientemente, o ouvia, esperando uma oportunidade pra tirar a foto. Ele era uma figura... Em dado momento, passa um homem, literalmente, puxando um senhor. O Figura - o chamarei assim - cumprimenta o senhor. Mas este quase não consegue estender o mão, já que o homem o puxava sem respeitar os limites dele. Logo o homem parou. Então, com muito custo o senhor estendeu a mão para o Figura. Em seguida, o homem e o senhor seguem até um banco, que fica no meio da praça. O Figura logo diz: “Aquele homem está se aproveitando daquele senhor... Ele só quer o dinheiro dele.” E, convenhamos, era o que parecia mesmo. De longe, eu notava algo esquisito na relação entre os dois. O Figura resolveu ir até onde eles estavam pra puxar um papo, tentando descobrir se sua teoria era verdadeira. Eu aproveitei a deixa e tirei a foto do 5 1423, já que percebi que ninguém olhava. Consegui tirar duas ainda, uma de cada lado. Logo, o Figura voltou da sua sondagem e me disse: “Aquele homem é filho daquele senhor. Só está andando com aquele senhor pra poder pegar o dinheiro dele”. Picaretagem... A olhos vistos percebese que o cara não tá nem aí pro pai... Filho de chocadeira... Mas nosso amigo Figura, revoltado, vai de novo até o homem pra tirar satisfação dele. Instantes depois, o motorista e a cobradora entram pela porta de trás e liberam a da frente. Vamos começar a viagem de volta, rumo ao outro extremo da linha, o Shopping Ibirapuera... Antes que eu subisse no ônibus, o Figura aparece dizendo: “Disse a ele que se continuasse a se aproveitar de seu pai, o denunciaria à polícia”. Olhei para a praça e o homem já estava longe, arrastando o seu pai... Eu aceno, me despedindo do Figura, o animado cidadão que não falava um português nem um pouco parecido com o que eu usei para reproduzir suas falas... Ele acenou de volta... Eu fazia meu caminho de volta e ele, com ingenuidade e inocência, seguiu seu caminho falando e marcando seu espaço na vida de outras pessoas...

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NAS RUAS

Foto: Divulgação

O HÍBRIDO DA VOLVO

Volvo 7700 com motor B5L fará testes em diversas cidades brasileiras. A primeira contemplada é Curitiba, que ficará com o carro com três semanas circulando na linha Interbairros A Volvo Bus Latin America inicia este mês, no Brasil, uma série de testes com seu novo ônibus híbrido, movido a eletricidade e a diesel. O veículo, um chassi 7700 Hybrid, rodará em Curitiba na linha Interbairros 2, uma rota de 42 quilômetros que conecta diversos bairros e terminais de parada. Os testes serão realizados posteriormente em outras cidades brasileiras. Na capital paranaense, a parceria envolve também a URBS, empresa responsável pela gestão do transporte coletivo urbano da cidade. O veículo rodará em Curitiba durante três semanas “Chamada de ‘Híbrido em Paralelo’, a solução híbrida desenvolvida pela Volvo é revolucionária e bem mais avançada que as demais existentes no mercado”, afirma Luis Carlos Pimenta, presidente da Volvo Bus Latin America. O ônibus tem dois motores, um a diesel e outro elétrico, que funcionam em paralelo ou de forma independente. O motor elétrico é utilizado para arrancar o ônibus e acelerá-lo até uma velocidade de aproximadamente 20 quilômetros por hora, e também como gerador de energia durante as frenagens. O motor diesel entra em funcionamento em velocidades mais altas. A cada vez

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que se acionam os freios, a energia de desaceleração é utilizada para carregar as baterias. Quando o veículo está parado, seja no trânsito, em pontos de ônibus ou em semáforos, o motor diesel fica desligado. Estudos da Volvo demonstram que o tempo que o veículo fica parado pode representar até 50% do período total de operação do ônibus. Durante todo esse tempo, não há emissões de poluentes, pois o motor diesel se apaga completamente. Menor consumo, menos poluentes “Esta tecnologia tem duas vantagens principais: mais economia de combustível e grande redução no impacto ambiental”, destaca Euclides Castro, gerente de ônibus rodoviários da Volvo Bus Latin America. O sistema híbrido da Volvo proporciona uma redução no consumo de combustível de até 35%. Já a diminuição das emissões de poluentes que saem do escape pode variar de 80% a 90%, na comparação com motores a diesel convencionais. Estes excelentes resultados não se devem somente por causa do reaproveitamento de energia para tracionar o ônibus. A alta potência do motor elétrico possibilita a instalação de um motor diesel menor e mais

econômico. “Além disso, funções auxiliares como compressor de ar e bomba hidráulica, são feitas por motores elétricos”, explica Fábio Lorençon, engenheiro de vendas da Volvo Bus Latin America. O sistema híbrido da Volvo reduz não somente as emissões de CO2 (gás carbônico, um dos principais gases responsáveis pelo efeito estufa), mas também de NOx (Óxidos de Nitrogênio, responsáveis por alergias e ardência nos olhos, por exemplo) e de materiais particulados (a fumaça, entre outros). Além da demanda por soluções ambientalmente corretas, o híbrido é uma excelente solução para os altos preços de combustíveis de origem fóssil, que devem atingir níveis ainda maiores no futuro em razão do esgotamento das reservas naturais. “Com estes veículos, temos a possibilidade de combinar uma elevada capacidade de transporte com redução no consumo de combustível num sistema que ainda respeita o meio ambiente”, diz Castro. Ele lembra que a Volvo vem acompanhando de perto o desenvolvimento de híbridos, comprovando em testes anteriores realizados na Europa que estes ônibus funcionam muito bem em trânsito urbano congestionado. (Volvo Bus Latin America)

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REVISTA

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Volvo Bus Latin America



LANÇAMENTO

Fotos: Divulgação

CAIO INDUSCAR LANÇA O S

Destinado ao fretamento, o Solar foi lançado no 11º encontro da FRESP, em Atibaia/SP A encarroçadora de ônibus Caio Induscar lança a carroceria Solar, desenvolvida para fretamento, transportes de curtas e médias distâncias. O modelo surgiu da preocupação da empresa em atender cada vez mais e melhor os clientes e necessidades de transporte, aumentando a oferta em seu mix de produtos. O primeiro evento de apresentação do veículo é a FRESP (Federação das Empresas de Transportes de Passageiros por Fretamento do Estado de São Paulo), no 11º Encontro das Empresas de Fretamento e Turismo, em Atibaia, São Paulo. Sobre a carroceria A carroceria Solar tem a maior largura da categoria, 2.600 mm, proporcionando maior conforto para os passageiros: mais espaço para movimentação no interior do veículo, diversas configurações e espaçamento, de acordo com a distribuição de poltronas. A largura do corredor supera o

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que é exigido por normas vigentes. Sua altura externa é de 3.260 mm e a interna de 1950 mm; comprimento de 10.500 mm a 13.200 mm. As poltronas são reclináveis, com grande espaçamento, e têm 1040 mm de largura. O apóia braço é padrão para todas as poltronas, sendo o do meio compartilhado. A carroceria foi desenvolvida com alta tecnologia, dimensionada com o uso de cálculos estruturais pelo método de elementos finitos e testes experimentais estáticos e dinâmicos, com aquisição de sinais de tensão na estrutura. Sua estrutura foi otimizada com a utilização de tubos de aço galvanizado de alta qualidade, sendo que as tampas laterais e capô do motor são munidos de sistema pneumático de abertura, com ótimo acesso para manutenção. Ainda conta com mecanismo exclusivo para movimentação do estepe na traseira. O batente da porta de borracha melhora a vedação e reduz a vib-

ração. Para motores dianteiros, o bagageiro é tipo passante na traseira e tanque de combustível transversal, com capacidade de 300 litros. Quando encarroçada em motores dianteiros, o bagageiro é não passante nas laterais, com tanque de mesma capacidade. O design contempla padrão com divisória em vidro colado duplo, proporcionando ótimo isolamento sonoro e térmico; faróis de baixo custo, alta qualidade e iluminação eficiente. A lanterna traseira com capa oferece grande estilo e sofisticação. A carroceria tem iluminação individual para o motorista e iluminação de leitura (portafocos), com sistema touch (acionamento por toque), o padrão é em LED, com alta eficiência, proporcionando maior conforto para o usuário. O veículo possui vários portas-objetos. Em seu projeto, houve uma preocupação no trabalho de suas cores e seus

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SOLAR

revestimentos, para um maior conforto do usuário, facilidade na manutenção e limpeza do veículo. Além de um grande trabalho para isolamento termoacústico sobre a base do painel, com o objetivo de reduzir ruídos e calor; e para melhorar o acesso, ergonomia e manipulação dos botões e instrumento do painel para o motorista. Entre os opcionais, estão ar-condicionado, bagageiro com proteção de mala, calefação, calotas, anteparos em substituição da divisória total, monitor de vídeo, porta-copo, porta-pacote com detalhe em vinil, relógio digital, sanitário, tanque de combustível de 400 litros e comissaria. Com o slogan “A maior largura da categoria, proporcionando maior conforto para o passageiro.”, a carroceria, com 2.600 mm de largura externa, proporciona mais espaço para movimentação no interior do veículo e diversas configurações de espaçamento. Foi desenvolvida com o uso de

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software de elementos finitos e certificada em pista de teste parametrizada, o que garante uma melhor estrutura, mesmo operando em condições adversas. Também foi otimizada com uso de tubos de aço galvanizado. Seu design foi inspirado na Harpia, uma ave rápida, forte e imponente. Suas linhas são arredondadas, com limpeza de linhas e superfície. Entre seus componentes, a Solar possui itens exclusivos, como um mecanismo para movimentação do step na traseira. Possui faróis são de baixo custo, alta qualidade e iluminação eficiente; lanterna traseira com capa, que oferece mais estilo e sofisticação. Para facilitar a limpeza e manutenção, seu padrão é com divisória em vidro, com novo design. A encarroçadora também desenvolveu novo padrão de cores e revestimentos. As tampas e o capô do motor são munidos de sistema pneumático de aber-

tura. Em seu projeto, a porta de entrada não possui varão vertical, para facilitar o acesso. Houve ainda uma preocupação em melhorar o acesso, ergonomia e manipulação dos botões e instrumento do painel para o motorista. No cockpit, foi desenvolvido um grande trabalho para isolamento termoacústico sobre a base do painel, com o objetivo de reduzir ruídos e calor. Entre os opcionais estão ar-condicionado, bagageiro com proteção de mala, calefação, calotas, anteparos em substituição da divisória total, monitor de vídeo, porta-copo, porta-pacote com detalhe em vinil, relógio digital, sanitário, tanque de combustível de 400 litros e comissaria. Pode ser encarroçada sobre chassis OF 1418, OF 1722, VW15190, VW 17230 e outros. Sua altura externa é de 3.260 mm, interna de 1950 mm e comprimento de 10.500 mm a 13.200 mm. (Caio Induscar)

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Adamo Bazani Instituto Internacional diz que trólebus é ainda a melhor solução para os transporte em São Paulo COLUNISTAS

O custo para reativar linhas é pequeno e maior problema está na manutenção do sistema, segundo o órgão internacional No ano do final do contrato entre a Eletropaulo, responsável pela conservação da rede de trólebus na Capital Paulista e Grande São Paulo, as atenções novamente se voltam para os ônibus elétricos, limpos, silenciosos e mais confortáveis. A expectativa é que a Eletropaulo não assuma a rede mais, deixando isso ao encargo das gerenciadoras, no caso SPTrans na Capital, e EMTU, no sistema do ABC Paulista. O contrato termina no final deste ano. Órgãos internacionais realizaram uma série de análises independentes sobre o assunto e concluíram que, apesar de todo o sucateamento que a rede da Capital Paulista é vítima, inclusive com redução em mais da metade nos últimos dez anos, o trólebus ainda é a solução mais limpa, barata e viável para a cidade de São Paulo, que necessita de soluções urgentes, com vistas ao conforto, agilidade e menor poluição. Este repórter teve acesso a um estudo realizado pelo ITDP – Institut fr Transportation e Developmen Policy, adaptando para o português, Instituto de Políticas e Desenvolvimento em Transporte. Os técnicos do ITDP analisaram as necessidades dos transportes na Capital e nos municípios do ABC Paulista desde 2008 e realizaram uma série de entrevistas com técnicos, gestores, integrantes de órgãos públicos, motoristas e usuários. O estudo conclui que: “... muitas cidades em muitos países revitalizaram suas áreas centrais priorizando modos de transportes elétricos e removendo os ônibus a diesel e automóveis privados. Sendo assim, no caso de São Paulo, as rotas de trólebus na área central seriam revitalizada e teriam melhor aproveitamento da rede...” O documento, elaborado por renomados especialistas, ainda prossegue: “Mesmo que atualmente as condições econômicos dos trólebus não pareçam tão favoráveis, seria muito prejudicial à população que as linhas remanescentes sejam removidas de São Paulo.. Existe um risco de

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que o custo do diesel suba rapidamente no futuro, por ser uma reserva natural limita” O estudo é finalizado com a seguinte recomendação: “Portanto, o IDTP recomenda que São Paulo mantenha e modernize a frota de trólebus existente. As implicações ambientais e econômicas de qualquer outra decisão, dado o atual nível de incertezas, merece ser estudado com maior cuidado possível” No meio do estudo o órgão faz um alerta importante de que “Remover completamente a existência do sistema de trólebus sem substituí-lo por uma alternativa muito limpa seria dra um passo atrás na política de combate a poluição de São Paulo” E os dados trazidos ainda por este estudo são impressionantes. Vamos pensar com os pulmões. Se os 140 km de rede de trólebus atuais na Capital fossem substituídos por ônibus diesel, mesmo modernos, seriam lançadas na cidade de São Paulo mais de 150 mil toneladas de CO2 por ano. A rede atual, que não é nem a metade do que era, transporta 2,56 milhões de passageiros por

Caminhão Mercedes Benz da CMTC, extinta empresa pública de transportes da cidade de São Paulo, na época em que a Companhia cuidava da manutenção da rede. Época de saudades, quando os problemas eram menores e as redes com mais extensão, melhor cuidadas. Em 1983, a Eletropaulo passou a ser responsável pela manutenção, o que pode acabar este ano

mês. E às vésperas do fim do contrato com a Eletropaulo fica mais um alerta: o maior problema encontrado pelos técnicos é em relação justamente a manutenção da rede área. Isso faz com que nosso trólebus tenha menos capacidade de transporte por sentido, que em São Paulo é de 7.500 usuários, enquanto em Quito, no Equador é de 12 mil passageiros. Reportagm publicada pelo G 1, em maio, dá conta que a manutenção é tão ruim, que há uma emenda nos fios a cada 58 metros, o que provoca desconforto para motoristas e usuários. http : / / g 1 . g l o b o. c om / s a o - p au l o / n ot i cia/2010/05/em-sp-rede-eletrica-de-trolebus-tem-uma-emenda-cada-58-metros.html A foto, de acervo do grupo CMTCBUSSP, desperta saudade de uma época que a própria CMTC fazia a manutenção da rede, o que ocorreu entre 1949 e 1983, quando o serviço foi para a Eletropaulo. Pra finalizar, mais uma conclusão, o trólebus economicamente é meio limpo de transportes mais competitivo.

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Marisa Vanessa N. Cruz As linhas executivas de curta distância

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Fotos: Marisa Vanessa N. Cruz

Um asterisco: Todas as linhas que atendem esse caso acima não são executivas, mas cumprem, entre aspas, a função, mas não há regalias. Normalmente são ônibus urbanos Padron, com motorização traseira.

Transcal executivo de Porto Alegre, e Transtur Voyager, que fazia o serviço em São Paulo Nas grandes cidades, além do transporte urbano servido por ônibus comuns, há também ônibus executivos dotados de poltronas confortáveis, ar condicionado e música ambiente, atendendo passageiros mais exigentes. Estes servem como complemento ao sistema, mas o número de linhas executivas nas grandes cidades ainda é pouco. A história das linhas executivas em S. Paulo Entre 1977 e 1991, a CMTC fazia linhas executivas com seus 120 MBB O-362 saindo do centro para diversos bairros importantes de São Paulo. Além do luxo de ouvir som ambiente, a passagem dos ônibus executivos chegavam a custar até 5 vezes mais do que uma tarifa comum - vide a extinta linha 6656 Cidade Dutra – Praça da Sé, que foi uma das últimas linhas executivas existentes na época da CMTC, que teve a frota reformada com Thamcos Águia em 1987. Em 1992, ao ver que todas as linhas executivas da CMTC foram extintas, a prefeita Luiza Erundina criou o Transporte Especial: Ônibus rodoviários, identificados pela cor verde/prata, faziam transporte executivo cujos trajetos principais eram os principais centros urbanos, como Av. Paulista, Complexo Faria Lima e Terminal Rodoviário do Tietê, operada por seis empresas: Marques & Marques, Rek Express (depois Expresso Verde e Prata - analogia à pintura saia de blu-

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sa de mesma cor), Primavera, Recanto, Toriba e Voyager. Pela baixa demanda, estas empresas deixaram de operar paulatinamente, sobrando somente a Expresso Verde e Prata, Recanto e por último, a Voyager, que por outro motivo deixou de operar há exatos três anos pela simples falta de manutenção. Em 2008, após a prefeitura criar a ZMRF – Zona Máxima de Restrição ao Fretamento - tirando centenas de ônibus fretados circulando no centro expandido, surgem novas linhas de ônibus criadas em função da implementação da restrição. Das 11 linhas criadas especialmente para atender os antigos usuários de fretamento, 3 foram extintas e algumas reduziram a frota com esperanças de aumentar o número de passageiros cada viagem, como as linhas 4301, 6004 e 9201, mas o que nota é a diminuição drástica do número de passageiros que pegam a linha em função das constantes demoras e aumento no intervalo. Para ter-se uma ideia, no site http://www.cetsp.com.br/internew/zmrf/faq. asp tem a frota inicial de todas as 11 linhas de ônibus, e comparem como é a frota hoje. Por exemplo, a linha 6004 do consórcio Unisul começou com 10 veículos e hoje a frota não passa de três. É um forte motivo para comprar um automóvel só para driblar a suspensão da circulação de ônibus fretados e a baixa freqüência das linhas específicas para esses usuários.

E na Grande São Paulo? Várias empresas, como Urubupungá, Himalaia, Raposo Tavares (antiga Danúbio Azul/Bragança), Miracatiba, Pássaro Marron e Júlio Simões têm linhas executivas que atendem a diversos pontos estratégicos. Seus ônibus adequados têm um padrão de qualidade em conservação, pontualidade e um mínimo de conforto. Porém, nem tudo são flores. Na relação linhas comuns/linhas executivas, o último detém a menor parte da fatia. E em questão de conservação e veículos ideais para fazer o padrão executivo, torço com a ajuda divina que termine a novela da batalha da licitação da área 5 da região metropolitana de São Paulo, que compreende o ABC paulista. Se trouxer pelo menos alguns Ideale 770 ou Andare Class novinhos, valem a pena e ajudam a revitalizar a paisagem urbana do ABC. Gostava muito de uma empresa chamada Cidade Verde. A empresa tinha duas linhas, partindo de Embu-Guaçu para Terminal Rodoviário do Tietê e outra para Pinheiros. O diferencial é que a frota predominante era Irizar Century, desconhecidos e arrojados naquela época. Uma pena que a empresa encerrou as atividades no segmento executivo. Grande Porto Alegre: um exemplo de transporte executivo Em janeiro último, tive uma aula de transporte gaúcho com os pesquisadores Endrigo Albuquerque e Gleci Martins, ambos fundadores da lista de discussão Rodopax. O que vi e notei é que o transporte executivo de curta distância no Rio Grande do Sul é muito melhor que o transporte executivo paulistano, pois o passageiro sul-riograndense tem, em média, duas opções para voltar para casa utilizando o mesmo itinerário: Na Transcal (Transportes Canoense com base em Canoas e sede operacional em Cachoeirinha-RS), maioria de suas linhas intermunicipais/metropolitanas têm dois tipos de embarque, por exemplo: de Porto Alegre para Cachoeirinha, o usuário paga R$ 3,25 para andar de ônibus urbano comum ou paga R$ 4,60 para andar de ônibus rodoviário de curta distância. Aqui em São Paulo, é uma opção e só. Só se o indivíduo tiver sorte em ter duas opções: só passam em poucos lugares da cidade. E voltando ao assunto das novas linhas que atendem os órfãos de fretados que citei no quarto parágrafo, só tenho a dizer: Prefiro os ônibus fretados de volta ao centro expandido de São Paulo.

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ENTREVISTA

ÔNIBUS ANTIGO

Foto: Acervo Pessoal

É COM ELE

O comandante do maior evento de ônibus antigo do Brasil, Antonio C. Kaio Castro, também fundador do Primeiro Clube do Ônibus Antigo falou à Revista InterBuss sobre suas experiências no ramo de transporte e sobre a próxima VVR, que está chegando Todos os anos colecionadores, pesquisadores, admiradores e profissionais do setor procuram eventos relacionados a ônibus em algum lugar do Brasil. Graças ao Primeiro Clube do Ônibus Antigo e seu presidente, Antonio C. Kaio Castro, um evento ao menos é garantido: o famoso e super prestigiado Ver, Viver e Rever, também conhecida como VVR, que além de ônibus antigos e miniaturas, traz aos visitantes caminhões antigos e novas tendências em transporte. A edição deste ano está chegando, será no mês que vem e muitas pessoas já estão organizando caravanas de todas as partes do Brasil para participar da exposição, que acontece no Memorial da América Latina, em São Paulo. Por conta do evento e de seu grande envolvimento com a causa da preservação da memória do transporte coletivo nacional, a

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revista InterBuss conversou com Kaio, e a entrevista acompanhamos a seguir. Revista InterBuss - Quando começou a sua admiração por ônibus? Antonio C. Kaio Castro - Logo que assumi a gerência de uma empresa de ônibus, Expresso Redenção, em 1989. • Sabemos que outra paixão sua são obras de arte. Como você concilia as duas paixões (as artes e os ônibus)? Gosto de pinturas abstratas, arte moderna, e de caminhar pelo Museu do Louvre onde encontramos obras incríveis, tanto esculturas quanto pinturas. São momentos distintos, arte e ônibus, porém, ambos tem riquezas históricas. Os nossos ônibus antigos trazem história como o Coliseu em Roma, é

saber valorizar isso. • Como se deu a idéia de fazer a VVR (Ver, Viver e Rever), hoje com certeza o evento mais importante do segmento? Sempre gostei do antigo, de história, e há muito participo de exposições de carros antigos e, forçosamente, por trabalhar em uma empresa de ônibus me despertou o interesse pelos ônibus antigos. Existiriam? Onde? Haveria condições de reuni-los? Assim surgiu a “VVR”, Viver, Ver e Rever, exposição de ônibus antigos. • Qual a evolução que você vê da primeira edição à última realizada? Uma evolução constante, tanto de público, quanto de empresas participando. Em 2008 abrimos, a pedidos, para caminhões

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do Ônibus Antigo”? Fizemos uma pesquisa nacional, não existia registro, então registramos o “Primeiro Clube do Ônibus Antigo Brasileiro’.

Não me vejo dessa forma. Só sei do imenso trabalho que é liderar tantos colaboradores e tantos compromissos para que tudo saia da melhor forma possível.

• Qual foi a maior conquista do Clube até hoje? Permita-nos citar duas grandes conquistas. A primeira, o número sempre crescente de público e em 2008 quando o Sr. Antonio Augusto, da Viação Caprioli, nos honrou com o encerramento das comemorações dos 75 (setenta e cinco) anos da sua empresa em nosso evento, dizendo-nos que encerrava com “Chave de Ouro”, em nosso encontro, suas comemorações.

• Teve algum outro evento que você ajudou a organizar (fora a VVR)? Caso sim, como foi a experiência? Sim. O “FOTOBUS CURITIBA” do amigo Silvestre. Infelizmente não pude comparecer na data, mas, parece-nos que nossa colaboração foi válida.

• A preservação da memória do transporte coletivo não é levado muito a sério no Brasil. Como você vê isso e de que forma o Clube e a “VVR” estão auxiliando no sentido de reverter esse quadro? Na realidade essa preservação já acontecia mesmo antes do Clube e da “VVR”, pois muitos empresários já conservavam consigo suas relíquias bem guardadas. Nosso Clube contribuiu para a ampliação desse cuidado e do despertar em outros empresários dessa bela iniciativa. Assim hoje, com o estímulo das exposições, o ritmo tornou-se mais dinâmico. • Como sabemos, nas últimas edições da “VVR” houve algumas tentativas de prejudicar o evento, como a distribuição de panfletos apócrifos, críticas veladas, etc. Como você lida com isso? É triste, choca-nos, mas, não nos deixamos abater. Um dia descobriremos os responsáveis e os levaremos à Justiça.

antigos, foram 8 (oito). Em 2009, triplicou, foram 18 (dezoito). • Quais as suas expectativas para a edição deste ano? É sempre uma ansiedade, uma incógnita, pois são relíquias que dependem muito do bom tempo para saírem de onde estão para ficarem ao ar livre por dois dias seguidos. Isso interfere muito na disposição de muitos expositores. Mas, nosso cadastro hoje é nacional e o convite é enviado de norte a sul. • Como se deu a criação do Primeiro Clube do Ônibus Antigo Brasileiro? Uma conseqüência das visitas em exposições de clubes de carros antigos. Se eles existiam porque não existir um “Clube

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• Um dos pontos altos da “VVR” é a homenagem prestada a pessoas importantes do setor de transportes e do hobby ônibus. Como é feita a escolha dos homenageados e a idéia foi sua mesmo? O “TROFÉU HISTÓRIA”, este é o nome da homenagem, é um troféu que sorteamos dentre as empresas expositoras, de ônibus e caminhões. O outro tem sido uma escolha minha, pois, dentre os muitos colaboradores, aquele que em algum momento, me tocou de alguma forma mais marcante, a este direciono o segundo troféu. Ano passado emocionou-nos muito o amigo Salomão Jacob Golandyski, que viajou 21 horas para prestigiar-nos e a ele entregamos o “TROFÉU HISTÓRIA 2009”. • Hoje você é um dos ícones da defesa da memória do transporte coletivo no Brasil. Como você lida com isso?

• Atualmente você se considera um colecionador, historiador, preservador ou organizador de eventos, tendo em vista sua forte atuação em todos esses campos nos últimos tempos? Sou um “organizador de eventos” pelo fato de organizar esse evento, porém antes de tudo sou um apaixonado por ônibus antigos. • Você, com uma vasta experiência no setor de transporte e no colecionismo, como vê o crescimento do hobby, com muito mais pessoas fotografando ônibus, trocando informações, etc? É gratificante. É muito gratificante quando recebo ligações ou emails de empresários e mesmo de particulares me informando a aquisição de um ônibus antigo e sua iniciativa na restauração. Muitos me conhecem de ouvir falar, mas entram em contato para dividirem comigo essa conquista. Por outro lado as informações que recebemos de muitos “busólogos”, que se organizam de locais distantes para virem à exposição, mostra a força que é esse hobby que cresce a cada dia. • Deixe um recado para nossos leitores, convidando-os para a próxima VVR, que será em novembro. A preservação do passado, em todas as suas formas, é muito importante. Caso contrário não teríamos organismos internacionais preservando os patrimônios da humanidade, mundo a fora. No nosso caso a “Preservação da Memória do Transporte em Ônibus”, que é nosso foco, tem um sabor especial por nossa paixão por esse grande carro. Assim, logo mais em 20 e 21 de novembro é o momento de mostrarmos durante a “VVR 2010”, que, além da paixão também entendemos de ônibus. Ao encerrar, permita-nos um agradecimento especial à MERCEDESBENZ DO BRASIL LTDA., montadora que sabe da importância dessa iniciativa e acolheu-nos, patrocinando-nos.

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AS FOTOS DA SEMANA Em virtude das eleições do domingo, dia 03/10, o Portal InterBuss não teve atualização regular. Por conta disso, foi feita uma seleção de doze fotos já pulicadas no site nos últimos três anos. Todas as fotos estão em tamanho original no site www.portalinterbuss.com.br

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1. Belíssimo Diplomata da Princesa do Agreste, em foto de acervo de Alessandro de Bem Barros • 2. Carro da Viação Capital do Vale já desativado em São José dos Campos, em foto de Claudemir de Oliveira • 3. Bonito Volvo B7R da Transcorp de Ribeirão Preto, no registro de Anderson Aparecido de Marchi • 4. Caio Giro da hoje finada Breda Sorocaba saindo da Rodoviária de Santos, na foto de Adam Xavier Rodrigues Lima • 5. Marcopolo Torino Scania F94 Articulado ex-Londrina e ex-Campo Grande em testes no final do ano passado em linhas do Expresso Itamarati na região de São José do Rio Preto, no registro de Aislan Nascimento • 6. Belo Irizar do Expresso de Prata na Rodoviária de Marília, por Rodrigo Padilha Rodrigues • 7. Polêmico carro da Dois Irmãos então à serviço da Transacreana em BH, na foto de Antonio Santos • 8. LD a serviço da Andorinha em alta temporada, na foto de Cássio Moutinho • 9. Apache Vip MBB OF-1722 da VB Transportes, por Ailton Florêncio da Silva • 10. Carro da Litorânea circulando em alta temporada, na foto de Cesar Eloi Barbalho • 11. Belíssimo Paradiso G4 da Catarinense em foto de acervo de Alyson Frank Ehlert Ferreira • 12. Belo B9R da Nova Silv a, que operou a serviço da Silvatur, na foto de Diego Leão.

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DIÁRIO DE BORDO

SÃO PAULO À MINAS GERAIS DE

SEMI-URBANO

Relato por Tiago de Grande

Trecho 01: Linha EMTU 042TRO – Mairiporã (Divisa de Atibaia/Bairro Palavra da Vida) x São Paulo (Terminal Rodoviário do Tietê) Empresa: Mairiporã Carro: 39036 – Comil Svelto/Volksbus 17-210

Fotos: Tiago de Grande

Trecho 02: Linha ARTESP 7991-01 - Mairiporã (Terminal Rodoviário) x Atibaia (Terminal Rodoviário) Empresa: Atibaia São Paulo Carro: 2052 - Caio Induscar Apache Vip/MBB OH1628L Trecho 03: Linha ARTESP 8057-01 - Atibaia (Terminal Rodoviário) x Bragança Paulista (Terminal Rodoviário) Empresa: Bragança Carro: 8005 - Marcopolo Viale/Volksbus 17-230 Trecho 04: Linha ANTT 06-0145-70 - Bragança Paulista (Terminal Rodoviário) x Extrema (Terminal Rodoviário) Empresa: Cambuí Carro: 156 - Marcopolo Torino GV/MBB OF-1721 Além das ligações rodoviárias, existem no Brasil linhas semi-urbanas ligando cidades vizinhas, efetuando paradas no caminho e com preços menores do que as linhas rodoviárias. Estas linhas são feitas na grande maioria das vezes com carros urbanos, e seu trajeto geralmente é mais demorado devido as paradas para embarque e desembarque. Porém há a vantagem do preço mais baixo, e numa viagem onde não há pressa, e com uma boa combinação de horários entre as linhas, pode se fazer trechos longos e muitas vezes até atravessar estados e chegar a estados vizinhos, como é o caso do relato de hoje. Essas linhas são administradas pelos órgãos gestores do transporte, no caso do estado de São Paulo, as linhas ligando cidades dentro das três regiões metropolitanas (São Paulo, Campinas e Santos) são administradas pela EMTU, linhas ligando cidades fora dessas regiões, ou linhas entre cidades que pertençam a essas regiões, e cidades que não pertençam são administra-

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das pela ARTESP, e linhas ligando cidades do estado a cidades de outros estados são administradas pela ANTT, nesse trecho iremos usar linhas dos três tipos, todas com carros do tipo urbano. A viagem: Trecho 01 O Roteiro tem inicio no Terminal Rodoviário do Tietê, porém não nas plataformas de embarque, e sim do lado de fora, na Avenida Cruzeiro do Sul, ponto de linhas metropolitanas, a linha comum rumo a Mairiporã tem baixos intervalos devido a sua alta demanda, e ainda a ajuda da linha seletiva com horários intercalados, porém o movimento maior está mais a frente, ao sair do Tietê o carro da linha geralmente sai vazio, e esse dia não foi diferente, apenas quatro pessoas, além de mim embarcaram. Mairiporã fica ao norte da Grande São Paulo, cortada pela Serra da Cantareira e pela Rodovia Fernão Dias, o município

tem um forte atrativo turístico, principalmente nos meses de inverno, porém as linhas rumo a cidade, que é pequena e com muitos bairros rurais, são lotadas o ano inteiro, após sairmos do Tietê a linha segue adentro da Zona Norte de São Paulo, pelos bairros de Santana e Jardim São Paulo, subindo a importante Rua Dr. Zuquim e Avenida Nova Cantareira até o Tucuruvi. Nesse trecho o ônibus permaneceu vazio, apenas poucos embarques na Dr. Zuquim, porém daqui pra frente a coisa vai mudar um pouco, já no inicio da Avenida Tucuruvi, o primeiro ponto com alta demanda de passageiros, e lotando bem no ponto em frente a estação do Metrô Tucuruvi, a viagem que até agora estava tranqüila, é bem diferente, o ônibus está lotado e agora tem pela frente o transito carregado da Avenida Guapira e da Praça Sete de Setembro, no bairro de Vila Galvão, já em Guarulhos. Porém na Avenida Guapira, apesar do transito houveram poucas paradas e o trecho foi feito com rapidez, no final

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Fotos: Tiago de Grande

da Guapira, mais alguns metros fica a divisa entre São Paulo e Guarulhos, que é uma pequena ponte sobre o Córrego do Cabuçu e após isso a volta obrigatória no bairro de Vila Galvão, feita só no sentido Mairiporã, pois não há acesso direto para a Fernão Dias, nesse trecho da Vila Galvão, o ônibus fica bem mais lotado, inclusive atingindo a lotação máxima, não cabendo mais ninguém. Após esse trecho, podemos dizer que a viagem realmente começa, pois entramos na Rodovia Fernão Dias sentido Minas Gerais, na altura do Bairro Jaçanã, e mais alguns quilômetros a frente, a subida da Serra da Cantareira começa, é um trecho com subidas médias e muitas curvas fechadas, porém a rodovia é toda duplicada, mas o alto tráfego de caminhões torna a subida bem perigosa, e ao olharmos para trás a linda visão da capital ficando pra baixo, no trecho de serra, o ônibus não para e a subida foi rápida e sem maiores problemas, apesar da lotação. Após o primeiro trecho de subidas, chegamos ao Túnel da Mata Fria, que faz a divisa entre São Paulo e Mairiporã, e logo na saída do túnel uma curva fechada em declive, talvez o trecho mais perigoso da serra, e local onde já houveram vários acidentes, inclusive um recente. Após essa descida já é possível avistar a pequena cidade de Mairiporã, nossa primeira escala, e adentrando no trevo da cidade que passa por baixo da rodovia, já avistamos a rodoviária, onde vamos ficar. A linha vai seguir até a divisa com Atibaia, porém é melhor ficar por aqui, pois ela vai entrar em bairros na beira da rodovia e a viagem será mais longa, além da desvantagem de embarcar no carro para Atibaia já lotado. Com exatas 1:16 de viagem, nosso carro estaciona na obsoleta e confusa rodoviária de Mairiporã, hora de descer e aguardar o próximo carro para Atibaia, com tempo para tomar um lanchinho. Trecho 02: A Rodoviária de Mairiporã é um prédio antigo, sujo e mau cuidado, além de ser numa região de transito confuso, bem no centro da cidade, as manobras dos ônibus costumam atrapalhar bastante o transito, na minha opinião, é uma das piores rodoviárias que já estive, porém já está com os dias contados, a nova rodoviária da cidade já está em fase avançada de construção, e será entregue em breve, aliviando muito o transito no centro da cidade. Os carros para Atibaia sempre estacionam na plataforma 02, e lá já havia uma fila de 10 pessoas aproximadamente esperando o carro, a linha opera nos dias de semana com dois carros, e intervalos de uma hora, e nos finais de semana com apenas um carro e intervalos variando entre duas horas e uma hora e meia. O carro encosta e todo mundo embarca, na minha opinião esses carros da Atibaia São Paulo

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Os quatro carros usados na viagem de São Paulo a Minas Gerais

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DIÁRIO DE BORDO são os melhores suburbanos do estado de São Paulo, com poltronas confortáveis, suspensão a ar, ar condicionado sempre funcionando muito bem e o ronco de rodoviário característico do OH-1628, nos ajudam a ter uma viagem mais agradável, o carro não saiu muito lotado, porém todos os assentos estavam ocupados, e logo após a saída já voltamos para a Fernão Dias no sentido Minas Gerais, após passar o trevo de Mairiporã, há mais um trecho de subida de serra, de aproximadamente 12 kms até o distrito de Terra Preta, e esse trecho o nosso carro tirou de letra, subindo sem perder o embalo, e a ótima suspensão trabalhando bem, sem trancos nem ruídos. Após o trecho de subida, chegamos ao distrito de Terra Preta, ainda pertencente a Mairiporã, é o maior bairro da cidade, e no ponto em frente a entrada do bairro houveram embarques e desembarques, mais 3 kms a frente, passamos pela divisa e entramos no município de Atibaia, com isso a Grande São Paulo ficou para trás e já estamos no interior. Nesse trecho da Fernão Dias, já após a serra, a rodovia é uma grande reta, duplicada e com asfalto bom, onde desempenhamos uma boa velocidade, apenas com paradas em pontos nos acessos a bairros como Portão e Jardim Brasil. A cidade de Atibaia já está próxima, e já conseguimos avistar o centro de um lado da pista, do outro lado o bairro de Caetetuba e o Hotel Bourbon, que fica bem na entrada da cidade, ao pegarmos a alça de acesso ao centro, já caímos dentro da cidade, e o trecho entre a rodovia e o terminal rodoviário também é pequeno, e nesse trecho há muitos desembarques, até que com 46 minutos de viagem, chegamos a rodoviária de Atibaia, sem tempo para

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nada, pois o ônibus rumo a Bragança Paulista já estava parado na plataforma 08, de onde eles sempre saem. Trecho 03: A rodoviária de Atibaia é bem pequena, porém a cidade por ser uma estância e relativamente próxima a capital, recebe muitos turistas, e nos finais de semana e feriados a pequena rodoviária fica superlotada, também é uma cidade que merecia uma nova rodoviária. A linha para Bragança Paulista possui uma demanda alta de passageiros, e uma boa oferta de horários, é um trecho pequeno porém com muitos embarques e desembarques nos bairros a beira da Fernão Dias. Não deu tempo de fazer muita coisa em Atibaia, apenas ir para a fila e embarcar, e com menos de 10 minutos, já estava no terceiro trecho da rota, rumo a Bragança Paulista Nosso ônibus não saiu lotado da rodoviária, porém entre a rodoviária e a volta a Fernão Dias, já estava lotado, esse trecho é bem curto (aproximadamente 25kms), porém com muita demanda para cobrir os bairros a beira da rodovia, tanto os pertencentes a Atibaia quanto os já pertencentes a Bragança, cujo as linhas municipais das duas cidades os servem com poucos horários, tornando a suburbana uma boa alternativa para moradores desse bairros. Esse trecho da Fernão Dias também é reto, com poucas curvas, porém o ônibus não corre muito, devido as várias paradas na beira da rodovia para embarque e desembarque. O ponto com maior demanda é

no Bairro do Tanque, bem na divisa entre os dois municípios, é um bairro pequeno, com características bem rurais, nesse ponto o ônibus praticamente esvazia, porém lota de novo, a parada no ponto é demorada, aproximadamente 3 minutos. Já no município de Bragança a paisagem a beira da rodovia é de fazendas, grandes descampados, pastos e muito verde, eis que na altura do km. 24 da Fernão Dias avistamos entre as colinas uma cidade bem ao fundo, é Bragança que se aproxima, e no km. 22,5 fica a alça de acesso a cidade, pela Variante Farmacêutico Francisco de Toledo Leme, que liga a rodovia até a entrada da cidade, num trecho de 4 kms de pista simples por dentro da mata, até chegar no portal de entrada de Bragança e no Lago do Taboão, cartão postal da cidade, e onde fica se concentra a maioria do agito noturno da cidade, nas baladas, bares e restaurantes a beira do lago. A variante termina em uma grande rotatória, que dá acesso a Avenida Antonio Pires Pimentel, sentido centro da cidade, onde podemos avistar a prefeitura e o estádio do C. A. Bragantino, como a rodoviária da cidade é muito afastada, iríalevar em média mais 15 minutos para chegar lá, desci no ponto da rotatória, onde passam a grande maioria das linhas municipais da cidade além das suburbanas, ganhando assim um tempo para um descanso e também apreciar a bela visão do lago, que é com certeza o ponto mais bonito de Bragança Paulista, a maior cidade da região. A viagem entre Atibaia e a entrada da cidade de Bragança Paulista, levou 26 minutos, e agora ganhamos um tempinho para um descanso até dar o horário de ônibus para Extrema, sentei a beira do lago e por lá fiquei até dar o horário, e aproveitei

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para tomar um sorvete. Trecho 04: De acordo com o horário, após 15 minutos da partida da rodoviária de Bragança, o ônibus para Extrema passa no ultimo ponto da Pires Pimentel, na rotatória do lago, hora de embarcar no ônibus vazio rumo ao ultimo trecho da rota, a cidade mineira de Extrema. Essa linha é operada pela Auto Viação Cambuí, que possui uma frota bem antiga, porém com uma ótima conservação, são carros muito bons em seu serviço semi-urbano, e os funcionários são muito educados e atenciosos sempre, e essa linha tem uma curiosidade: O sentido São Paulo x Minas Gerais, é 0,20 mais barato do que o sentido inverso, devido ao imposto mais caro no estado de Minas. Após embarcar e retornar pela variante até a Fernão Dias, já estamos na estrada novamente no sentido Minas, porém agora a divisa de estados está bem próxima, apenas 20 kms a frente. Esse trecho da Fernão ainda é bem plano, porém ao fundo já avistamos serras, e a visão é muito bonita, com morros altos e muito verde, há também muitas paradas na beira da rodovia com embarques e desembarques, e com um pequeno trecho saímos de Bragança Paulista, e entramos no pequeno município de Vargem, cidade pequena a beira da rodovia, Vargem era um distrito de Bragança Paulista, e se emancipou recentemente, com um clima bucólico e a paisagem extremamente rural, a passagem pelo perímetro urbano de Vargem não dura nem cinco minutos, e a divisa com Minas está cada vez mais próxima, conforme vão passando os kms e as placas indicando: Km

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8, Km 7, Km 6, Km 5... Até que enfim chegamos ao Km 1 e o Marco Divisório dos estados de São Paulo e Minas Gerais, estamos já dentro de Minas e no território já pertencente a Extrema, a placa que indicava Km 1, agora indica Km 900... prova que o trecho mineiro da BR-381 ainda vai muito longe. 8kms após a divisa está o acesso a cidade de Extrema, é uma região montanhosa, bem ao pé da Serra do Lopo, e Extrema é uma cidade com muitas opções turísticas e boas hospedagens em Hotéis Fazendas, alguns na beira da rodovia. O trecho entre Bragança Paulista e Extrema é o mais curto de toda a rota, levou apenas 22 minutos, e marca o final da rota. A rodoviária de Extrema é bem na entrada da cidade, e é pequena porém muito aconchegante, agora é hora de descansar, afinal foi uma viagem longa e poder curtir tudo q o Sul de Minas proporciona de bom para nós. Destino final: Extrema/MG Cidade pequena, calma e muito bonita, Extrema está situada na Serra do Lopo, próxima a divisa dos estados de São Paulo e Minas Gerais, é uma cidade com muita calmaria, típica de cidades do interior, porém com muitas opções de esportes radicais na serra, tais como: Trilhas na Mata, Vôo Livre e Para-Quedismo. Outra coisa que vale ressaltar, não só para Extrema, mais para a toda a região do Sul de Minas, é a produção de doces, impossível visitar o Sul de Minas e não saborear o autentico doce de leite mineiro. A cidade possui muitas opções de hospedagem em Hotéis-Fazenda, além da festa do peão. Cidadezinha pequena, que vale

a pena conhecer, subir suas ladeiras de paralelepípedo, saborear doces, sentar na praça e ver a vida passar, esquecer dos seus problemas do dia-a-dia, nem que seja por alguns minutos ou horas... Combinação de Horários: Trechos muito longos, que requerem muitas trocas de ônibus, podem se tornar extremamente cansativas e estressantes, porém hoje em dia é possível combinar todos os horários, e traçar a rota de acordo com os horários certos dos ônibus, sendo assim pode-se ganhar tempo, aproveitar mais a viagem e não ficar plantado em rodoviarias esperando o horário da linha que se vai pegar. Para fazer toda essa rota eu fiz a seguinte combinação de horários: São Paulo x Mairiporã: 11:30 Mairiporã x Atibaia: 13:00 Atibaia x Bragança Paulista: 14:00 Bragança Paulista x Extrema: 14:30, saindo da rodoviária, no ponto do lago as 14:45 Sempre que forem fazer essas rotas, aconselho a consultar os horários das linhas, verificar os tempos de percurso e adequar os seus horários, e o mais importante: Sair de casa com tempo, pois problemas e atrasos acontecem devido a má condições das estradas, transito carregado e etc.

Abaixo, alguns pontos turísticos das cidades visitadas por Tiago de Grande, entre eles a entrada da cidade de Mairiporã, na região da Grande São Paulo.

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V Á, M A S V I S I T E

Fotos: Tiago de Grande

PLANALTO NORTE-CATARINENSE São Bento do Sul a capital dos Móveis , Música e Folclore John Berata Partindo de Curitiba uma opção de lazer muito próxima é a região do planalto norte do estado de Santa Catarina , Através da BR 116 , PR 057 , PR 281 e SC 301 você chega até a cidade de São Bento do Sul são cerca de 120 Kms , Conhecida como Capital Nacional dos Móveis da Música e do Folclore. Assim como muitas cidades da região sul do país, São Bento do Sul tem forte influência polaca e germânica , logo ao chegar a cidade já se nota através das construções no estilo europeu , e também a gastronomia local . Uma das opções de turismo na cidade é o passeio de Trem Maria Fumaça que faz parte do acervo da ABPF (Associação Brasileira de Preservação ferroviária) que parte da Cidade vizinha a São Bento do Sul , Rio Negrinho Cerca de 16 Kms de São Bento , partindo de Rio Negrinho o Trem passa pelas estações de Serra Alta em São Bento do Sul , e tem como destino final a

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estação do Rio Natal , uma colônia polonesa no meio da mata , lá em Rio Natal é servido um almoço típico polonês e também é apresentado danças folclóricas da cultura local . Todo o Trajeto tem cerca de 40 Kms, o Passeio acontece 1 sábado por mês e parte da estação de Rio Negrinho as 10:00 e o Retorno de Rio Natal entre as 15:00 e 16:00. Outro ponto muito interessante é o Museu Municipal Dr. Fellipe Maria Wolff. Seu acervo conta a história de fatos importantes do País como a Revolução federalista em 1894 , preservando diversos materiais da guerra , como armas, ferramentas, maquinários entre outros objetos de muito valor histórico , o prédio onde situa-se o museu chegou a ser sede do governo do Estado de Santa Catarina por um curto período de tempo durante a década de 40 , o museu esta aberto ao público de terça a domingo das 09:00 a 12:00 e das 13:00 as 17:30 fica

a lado do terminal municipal de ônibus e atrás da rodoviária da cidade. Informações: (47)3644-7000 - anaclaudia@ abpfsc.com.br Distância das Principais Cidades do Sul Curitiba 120 KM – BR 116 , PR 057 , PR 281 E SC 301 Florianópolis -250 KM – BR 101 e 280 Porto Alegre – 650 KM BR 116 Joinville 80 -KM BR 280 e SC 301 Empresas de Ônibus Rodoviária - 47 3633-7363 Expresso São Bento – 47 3633 4568 Auto Viação Catarinense – www.catarinense.net Reunidas Transportes – www.reunidas. com.br Hospedagem Novotel – www.accorhotels.com

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