Revista InterBuss - Edição 07 - 15/08/2010

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EDIÇÃO ESPECIAL DE ESTREIA

R EV I ST A

InterBuss

• ENTREVISTA Samantha Chaves, a musa dos colecionadores • PÔSTER Especial com os quatro novos Comil Campione • MATÉRIA DA SEMANA A paineira do Butantã

CURITIBA TEM TRANSPORTE LICITADO

Três consórcios irão operar as linhas municipais da capital paranaense, exemplo na aplicação de BRT no Brasil

ANO 1 Nº 7 15/08/2010


GALERIA DE IMAGENS DO PORTAL INTERBUSS FOTOS COM QUALIDADE E CREDIBILIDADE

ENVIE SUA FOTO PARA A GALERIA DE IMAGENS DO PORTAL INTERBUSS ATUALIZAÇÕES TODOS OS SÁBADOS

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InterBuss

CONTEÚDO DE QUALIDADE COM RESPONSABILIDADE


NESTA EDIÇÃO

OS NOVOS COMIL CAMPIONE

Pôster duplo especial traz os quatro novos modelos da Comil, apresentados semana passada em São Paulo, junto com as fichas técnicas de cada um deles. Pôster • Páginas 14, 15, 16 e 17

Edição número 7 • Domingo, 15 de Agosto de 2010 • Concluída às 17h00 • Esta edição tem 32 páginas

EDITORIAL • Uma nova fase .................................. 4 A SEMANA EM 10 TEMPOS ......................................... 5 COLUNISTAS • José Euvilásio Sales Bezerra .................. 9 MATÉRIA DA SEMANA • Novidades na Breda ........... 10 NOVA REVISTA INTERBUSS • Qualidade e conteúdo ... 13 PÔSTER • Especial novos Comil Campione ....................... 14 ENTREVISTA • Samantha Chaves ................................. 18 COLUNISTAS • Marisa Vanessa N. Cruz ......................... 20

Revista na Rede Os sites do grupo Portal InterBuss são atualizados frequentemente com novos conteúdos. Fiquem atualizados com eles: • REVISTA ELETRÔNICA Acesse nosso conteúdo também na revista eletrônica, todos os dias, 24h por dia, em: www.portalinterbuss.com.br/revista • NOTÍCIAS Veja notícias do setor de transportes atualizadas diariamente em nosso blog: www.portalinterbuss.com.br/noticias

DIÁRIO DE BORDO • Serra do mar Carioca .................... 26

• GALERIAS DE IMAGENS Nossas galerias são atualizadas semanalmente com fotos, desenhos e conteúdos enviados por diversos colaboradores de todo o Brasil. Veja em: www.portalinterbuss.com.br/galeria

VÁ, MAS VISITE • Museu de Arte Moderna de Niterói ........ 30

Tudo no site: www.portalinterbuss.com.br

COLUNISTAS • Adamo Bazani ........................................ 22 FOTOS DA SEMANA • As melhores do Portal InterBuss.. 23


EDITORIAL

Do Leitor

Uma nova fase O Portal InterBuss inicia hoje mais uma fase de sua história, iniciada em 2000 com o antigo Portal SIT Campinas. De lá pra cá, o InterBuss sempre seguiu a tendência dos hobbystas do setor de transporte coletivo, adaptando seu conteúdo de acordo com o interesse de seus visitantes, e desta vez não podia ser diferente. A nova Revista InterBuss nasce no vazio que há no hobby e no mercado hoje, por conta do pequeno número de publicações especializadas e pela quase ausência total de publicações dirigidas também a admiradores do setor de transportes. Com o crescimento do hobby, e a consequente entrada de novos fãs de ônibus de todo o Brasil, houve uma proliferação de fotologs e sites especializados no assunto, muitos deles de altíssima qualidade, porém isso ocasionou uma repetição de fotos muito grande entre os sites, fazendo com que uma mesma foto fosse repetida em vários sites, ora pelo ineditismo da mesma, ora pela qualidade. Visualizando o mercado e notando a falta de uma publicação especializada, o Portal InterBuss lançou a versão online de sua revista. Engana-se quem diz que a nova Revista é cópia de outras publicações similares. As que estão no mercado são dirigidas apenas a um pequenino e seleto grupo, conforme pode ser visto amplamente em

REVISTA

InterBuss

A Revista InterBuss é uma publicação semanal do site Portal InterBuss com distribuição on-line livre para todo o mundo. Seu público-alvo são frotistas, empresários do setor de transportes, gerenciadores de trânsito e sistemas de transporte, poder público em geral e admiradores e entusiastas de ônibus de todo o Brasil e outros países. Todo o conteúdo da Revista InterBuss provenientes de fontes terceiras tem seu crédito dado sempre ao final de cada material. O material produzido pela nossa equipe é protegido pela lei de direitos autorais e sua reprodução é autorizada após um pedido feito por escrito, e enviado para o e-mail revista@portalinterbuss.com.br. As fotos que ilustram todo o material da revista são de autoria própria e a reprodução também é autorizada apenas após um pedido formal via e-mail. As imagens de autoria terceira têm seu crédito disponibilizado na lateral da mesma e sua autorização de reprodução deve ser solicitada diretamente ao autor da foto, sem interferência da Revista InterBuss. A impressão da revista para fins particulares é previamente autorizada, sem necessidade de pedido.

suas descrições, enquanto a Revista InterBuss é também dirigida a admiradores e colecionadores de ônibus de todas as localidades.

Espaço para você

A Revista InterBuss disponibiliza este espaço para que você possa fazer comentários sobre qualquer matéria que ver por aqui. Neste espaço você poderá criticar, elogiar, sugerir matérias ou até fazer comentários A Revista InterBuss tem diver- sobre outros acontecimentos do mundo dos sos textos escritos por quem vivencia o transportes. Semanalmente iremos selecionar transporte coletivo no seu dia-a-dia, ao alguns comentários para postar aqui e nos contrário de outras publicações que abas- reservamos no direito de editar o texto enviatece-se apenas de releases de montadoras do para que mais opiniões sejam publicadas. Dependendo do volume de comene encarroçadoras. As fotos são de colecio- nadores de todo o Brasil, pessoas que estão tários que chegar, podemos deixar algumas nas ruas registrando o transporte coletivo mensagens para a semana seguinte. Por conta em todas as suas vertentes, não nos pren- disso, pedimos paciência a todos para a pudendo a fotos montadas ou espetaculosas. blicação das mensagens neste espaço. Todas Isso faz com que a Revista InterBuss seja as mensagens dos leitores serão atendidas e publicadas.

mais dinâmica e realista, além de trazer apenas o que interessa o seu leitor. Para esta edição de estreia, trazemos uma entrevista com a admiradora e colecionadora Samantha Chaves, da cidade de Governador Valadares, fã da empresa Gontijo, as fotos oficiais dos novos Campione da Comil em alta resolução, acabando com a curiosidade de muitos pelo Brasil, além dos excelentes relatos de nossos colunistas, que nos acompanham todas as semanas. Esperamos contar com você nessa mais nova fase do Portal InterBuss, através da Revista InterBuss, que irá lhe acompanhar todos os domingos. E contem sempre conosco! PARA ANUNCIAR Envie um e-mail para revista@portalinterbuss.com.br ou ligue para (19) 9636.1087 e converse com nosso setor de publicidade. Você poderá anunciar na Revista InterBuss, ou em qualquer um dos sites parceiros do grupo InterBuss, ou até em nosso site principal. Temos diversos planos e com certeza um deles se encaixa em seu orçamento. Consulte-nos! PARA ASSINAR Por enquanto, a Revista InterBuss está sendo disponibilizada livremente apenas pela internet, através do site www.portalinterbuss.com.br/revista. Por esse motivo, não é possível fazer uma assinatura da mesma. Porém, você pode se inscrever para receber um alerta assim que a próxima edição sair. Basta enviar uma mensagem para revista@portalinterbuss.com.br e faremos o cadastro de seu e-mail ou telefone e você será avisado. CONTATO A Revista InterBuss é um espaço democrático onde todos têm voz ativa. Você pode enviar sua sugestão de pauta, ou até uma matéria completa, pode enviar também sua crítica, elogio, ou simplesmente conversar com qualquer pessoa de nossa equipe de colunistas ou de repórteres. Envie seu e-mail para revista@por-

Contatos em geral Você também pode enviar seu contato diretamente para cada um de nossos colunistas e repórteres. Basta verificar logo no início ou no final o contato de cada um deles e enviar uma mensagem. Caso não haja nenhum canal de relacionamento disponível na matéria, você pode enviar sua mensagem para o colunista ou para o repórter através do e-mail revista@ portalinterbuss.com.br e nõs faremos o encaminhamento da mensagem à pessoa desejada. Na Revista InterBuss, você nunca fica sem contato ou sem resposta! Este espaço é para você deixar a sua opinião sobre nosso conteúdo. Para isso, entre em contato através do e-mail revista@portalinterbuss.com.br. Na próxima edição, publicaremos sua opinião neste espaço. talinterbuss.com.br ou contato@portalinterbuss.com. br. Procuramos atender a todos o mais rápido possível. A EQUIPE INTERBUSS A equipe do Portal InterBuss existe há nove anos, desde quando o primeiro site foi ao ar. De lá pra cá, tivemos grandes conquistas e conseguimos contatos com os mais importantes setores do transporte nacional, sempre para trazer tudo para você em primeira mão com responsabilidade e qualidade. Por conta disso, algumas pessoas usam de má fé, tentando ter acesso a pessoas e lugares utilizando o nome do Portal InterBuss, falando que é de nossa equipe. Por conta disso, instruímos a todos que os integrantes oficiais do Portal e Revista InterBuss são devidamente identificados com um crachá oficial, que informa o nome completo do integrante, mais o seu cargo dentro do site e da revista. Qualquer pessoa que disser ser da nossa equipe e não estiver devidamente identificada, não tem autorização para falar em nosso nome, e não nos responsabilizamos por informações passadas ou autorização de entradas dadas a essas pessoas. Qualquer dúvida, por favor entre em contato pelo email contato@portalinterbuss.com.br ou pelo telefone (19) 9636.1087, sete dias por semana, vinte e quatro horas por dia.


A SEMANA EM 10 TEMPOS DE 08 a 14/08/2010

Foto: Luciano Roncolato

Homologada a primeira licitação do transporte urbano de Curitiba

Estação-tubo com biarticulado em Curitiba: transporte teve primeira licitação O prefeito Luciano Ducci destacou na última segunda-feira (dia 9), durante a homologação da primeira licitação do transporte coletivo de Curitiba, os avanços para o sistema. “É um momento histórico, pois estamos concluindo a primeira licitação de um sistema que funciona há quase 60 anos”, disse Luciano Ducci. “A licitação é resultado de um processo participativo, que resultará em benefícios diretos aos passageiros do transporte público e mais transparência aos contratos.” Na cerimônia de homologação, assinada pelo presidente da Urbs (Urbanização de Curitiba S/A), Marcos Isfer, foi anunciada a autorização para a compra de mais 100 novos ônibus, que irão aumentar a frota do transporte coletivo. “A sustentabilidade social, ambiental e econômica são os pilares dessa licitação, combinando menor custo e a qualidade do serviço prestado aos cidadãos. A licitação

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dará ainda mais qualidade ao um sistema que já é referência dentro e fora do país”, disse. Os contratos com os três consórcios vencedores - Pontual, Pioneiro e Transbus serão assinados nos próximos 30 dias. A previsão é de que as 11 empresas que integram os consórcios iniciem os serviços licitados 90 dias depois da assinatura dos contratos. O Consórcio Pontual é formado pelas empresas Transporte Coletivo Glória, Auto Viação Marechal, Auto Viação Mercês e Auto Viação Santo Antonio; o Consórcio Transbus é integrado pelas empresas Auto Viação Redentor, Araucária Transporte Coletivo e Expresso Azul; e o Consórcio Pioneiro pelas empresas Viação Cidade Sorriso, Viação Tamandaré, Auto Viação São José e CCDTransporte Coletivo. A licitação previu a operação de todas as linhas de transporte coletivo de Curitiba. São 250 linhas do sistema principal e 52 complementares - Linha Turismo e Sistema

Integrado de Transporte do Ensino Especial (Sites). São do sistema principal as linhas Expresso, Direta (Ligeirinho), Interbairros, Troncais, Alimentadoras, Convencionais e Circular, divididas em três lotes. No total, é previsto o atendimento, em dias úteis, de 1.836.704 passageiros, com uma frota operante de 1.399 ônibus. A frota total tem 2.372 ônibus. O sistema tem 21 terminais e 315 estações-tubo. A licitação prevê outorga de concessão de R$ 252 milhões, com prazo de concessão de 15 anos renováveis por mais dez anos desde que sejam feitos investimentos relevantes em bens reversíveis ao sistema de transporte coletivo de Curitiba. Entre as obrigações das empresas constam a melhoria da velocidade média operacional; maior conforto aos passageiros; busca de inovações tecnológicas priorizando o meio ambiente e o bem estar do usuário; capacitação de seus funcionários; até 2012, 10% da frota deverá rodar com 100% de biocombustível; e de seguro de vida para os passageiros que usarem o transporte coletivo. Dentro do novo sistema, o metro quadrado por passageiro dentro dos ônibus aumentará de 6 para 8. Outra novidade é a criação de um serviço especial para atender pessoas com dificuldade de locomoção, como obesos mórbidos e deficientes físicos. “A Urbs colocará dois ônibus por Regional para buscar em casa e transportar até um terminal mais próximo passageiros que se enquadram nessa categoria de atendimento especial”, disse o diretor de Transporte da Urbs, Fernando Ghignone, presidente da Comissão de Licitação. O presidente da Câmara Municipal, vereador João Cláudio Derosso, destacou a iniciativa da licitação. “Mais uma vez Curitiba é referência. Muitas outras capitais que ainda não fizeram suas licitações estão buscando aqui o modelo”, disse Derosso. O vereador Mario Celso Cunha, líder do governo municipal na Câmara, destacou o processo participativo da licitação do transporte. “Foi um processo que começou com criação de uma Comissão de Estudos Tarifários, com participação de segmentos representativos da sociedade como Câmara de Vereadores, Ordem dos Advogados do Brasil, Ministério Público além de instituições sindicais e audiências públicas”, disse Mario Celso. Participaram do evento de homologação da licitação do transporte os vereadores Jair Cezar e Jairo Marcelino e todos os secretários municipais. (Paraná OnLine)

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A SEMANA EM 10 TEMPOS

Rio Quente Resorts adquire 31 ônibus Mercedes-Benz

Justiça libera 360 rescisões indiretas Os cerca de 360 funcionários da joinvilense Busscar Ônibus que pediram para sair da empresa através de processos de rescisão indireta, quebra de contrato que garante os mesmos benefícios de uma demissão, devem conseguir a liberação de suas carteiras de trabalho ainda este mês. A empresa terá prazos que variam entre cinco e 10 dias para dar baixa nas carteiras e entregar as vias dos documentos de liberação ao sindicato. Depois desse período, os trabalhadores poderão entrar com os pedidos de seguro-desemprego. (Diário Catarinense).

Foto: Divulgação

Prefeito de Blumenau decidirá se tarifa de ônibus sobe ou não

O Rio Quente Resorts acaba de anunciar a aquisição de 31 Ônibus Chassis Mercedes Benz e carrocerias Caio e Marcopolo. O objetivo do investimento de R$ 10,5 milhões é ter uma frota própria, projeto que faz parte do plano de negócios do complexo até 2013. Os ônibus são personalizados, com fotos e desenhos do resort. A frota inclui oito modelos chassis O500R com carroceria Paradiso 1050, 17 Chassis OF1722, sendo quatro carrocerias Ideale 770 e 13 Apache Vip, e seis O500U com carroceria Millennium. “O sistema de transporte próprio dinamiza as operações e proporciona ainda mais conforto aos nossos clientes”, destaca Manoel Carlos Cardoso, Diretor de Experiência em Marketing e Vendas. Segundo o Gerente geral de Experiência em Infraestrutura, Marcelo Freire, cada modelo foi escolhido visando cada necessidade de transporte do resort. “Os O500U, que serão utilizados pelos hóspedes no trajeto

entre os hotéis e os parques, têm piso baixo e duas portas para facilitar a entrada e saída de passageiros. Já os O500R, mais adaptados ao transporte rodoviário, fará a ligação entre o aeroporto e o complexo. Os 1.400 associados do Grupo Rio Quente, por sua vez, poderão se deslocar com o Ideale e Apache Vip”, explica Freire. A plotagem e layout dos veículos têm assinatura da agência de marketing cenográfico Criacittá, sob inspiração dos modelos da Disney. “O negócio Disney compreende que cada contato de suas propriedades com o cliente pode fortalecer vínculos emocionais. A ideia foi traduzir os atributos do Rio Quente Resorts e do Hot Park em imagens emocionais e diretas, capazes de reforçar os diferenciais do complexo e valorizar a percepção e identidade das marcas”, diz Nelson Rocha, Diretor da Criacittá. (Rio Quente Resorts com Revista Hotéis)

52 novos ônibus para Campo Grande A Prefeitura de Campo Grande vai realizar a primeira etapa da entrega de novos ônibus que deverão integrar a frota de coletivos da Capital nesta segunda (16.08). A solenidade será às 8h30min, na Praça do Rádio Clube, centro da cidade. Serão entregues na segunda 52 ônibus do total de 111 novos ônibus que entrarão em circulação. A novidade é que todos os 111 ônibus serão adaptados para o uso de deficientes físicos, desde os coletivos urbanos até os micro-ônibus urbanos e micro-ônibus executivos (com ar condicionado). Com estes

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novos carros, a frota total de Campo Grande passará de 540 veículos para 563, sendo 84% dos veículos adaptados. Outra novidade é a ampliação dos micro-ônibus urbanos, que antes tinham 24 lugares e agora passarão a ter 32, além de segunda porta. Por norma contratual, os ônibus novos são pagos pelas 5 empresas de transporte público atuantes no município. A segunda entrega de novos ônibus será no dia 1º de setembro, também na Praça do Rádio Clube, às 8h30. (Correio do Estado).

O Conselho de Trânsito e Transportes de Blumenau (Comtranblu) encaminhou ao prefeito João Paulo Kleinübing nesta terçafeira o relatório final da auditoria que avaliou os cálculos da tarifa do transporte coletivo. O Instituto Professor Rainoldo Uessler (IPRU), contratado pelo município para fazer o trabalho, apontou que o valor para cobrir todos os custos do sistema deveria ser de R$ 2,57 sem incluir na conta investimentos futuros previstos, como a aquisição de novos ônibus e reformas nos terminais. O preço da passagem de ônibus está em discussão desde fevereiro, quando a prefeitura anunciou reajuste para R$ 2,55. O aumento foi derrubado pela Justiça. Em junho, o Consórcio Siga alegou prejuízo de R$ 3 milhões com a suposta defasagem da tarifa e solicitou novo aumento. Esta solicitação motivou a auditoria que agora está nas mãos do prefeito. (Diário Catarinense).

Novos ônibus da Carris começam a rodar amanhã A Carris apresentou na tarde da última sexta-feira a nova frota de veículos no centro da Capital. Foram entregues 37 novos ônibus. Os carros ficaram expostos para visitação no Largo Glênio Peres, em Porto Alegre. De acordo com o diretor-presidente da Carris, João Pancinha, os novos veículos entram em circulação a partir da próxima segunda-feira, 16. Os ônibus atenderão as linhas 476 Petrópolis-PUC, T1, T1D e T10. O investimento foi de cerca de R$ 17 milhões. (Zero Hora).

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Um novo projeto de ônibus promete resolver os problemas de trânsito na China. A empresa de engenharia Shenzhen Huashi Future Parking Equipment está propondo que o governo adote um ônibus que oferece livre passagem para os carros, mesmo quando está parado no ponto para pegar passageiros. É praticamente um “ônibus-túnel”. Batizado de “3D Express Coach” (Ônibus Expresso 3D), o veículo de 4,5 metros de altura tem um design inovador. Como se pode ver no croquis do projeto, os passageiros ficam confortavelmente sentados no nível superior. A capacidade máxima é de 1400 passageiros por vez. O ônibus atinge velocidade de 60 km/hora. Mas o melhor é que o projeto leva em conta a busca por menores índices de poluição: o ônibus elétrico funcionaria a base de energia solar. Graças à tecnologia de radar aplicada a scanners dentro do ônibus, os carros que “atravessam” o interior do veículo são avisados por um ruído sonoro quando por acaso se aproximam muito das paredes internas. E, no caso de algum acidente, o ônibus conta com uma rampa inflável semelhante a dos aviões, por onde os passageiros poderiam escorregar sem qualquer risco. Pelos cálculos do fabricante, o “3D Express Coach” reduziria em até 30% os congestionamentos nas grandes cidades chinesas. O investimento para o projeto é de 500 milhões de yuans, ou seja, US$ 4,6 milhões para os ônibus e os trilhos nos quais vão deslizar as composições. O que, segundo a Shenzhen, representa apenas 10% dos custos para

Fotos: Divulgação

China apresenta “ônibus-túnel” como solução para os congestionamentos nas grandes cidades

Ilustrações mostram o projeto inovador: testes devem começar em 2011 construir um sistema equivalente de metrô. Um esquema piloto para a adoção do novo ônibus vai acontecer no distrito de Men-

tougou, em Pequim, com a construção dos primeiros 186 km de trilhos iniciando no final do próximo ano. (G1)

Guarulhos não chega a consenso sobre modelo de micro-ônibus O clima entre os perueiros de Guarulhos não é dos melhores. Depois da divulgação dos 301 permissionários aprovados na licitação - 243 foram eliminados do novo sistema de transportes -, a corrida agora é para saber quais serão as três cooperativas que permanecerão no sistema. Anteontem, a Cooperativa Santa Emília mostrou o modelo de microônibus que os operadores devem utilizar a partir de novembro. A assessoria do presidente do sindicato da categoria, Cícero Mossoró, garante que o modelo adotado pelas cooperativas ligadas ao sindicato não será o mesmo. O modelo desenvolvido em conjunto entre a Tietê Veículos, da Volkswagen, e a Mascarello, custa R$ 180 mil e pode ser financiado em até 60 meses. O microônibus possui 24 lugares para passageiros sentados, espaço

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para 18 em pé, tendo banco especial para obesos e deficientes. De acordo com Maurício Fávero, presidente da Santa Emília, a orientação é que os permissionários comprem os carros depois que assinarem o contrato de permissão de 10 anos com a Secretaria de Transportes e Trânsito (STT). Fávero revelou que a Santa Emília tem um Termo de Compromisso de fusão com a CooperGap. A ideia é juntar ambas para que haja mais chances de continuidade no novo sistema de transportes. Ele admite que uma dificuldade atualmente é que as permissões são para pessoas físicas e os perueiros possuem dificuldades em encontrar linhas de crédito. Na opinião de Fávero, os permissionários devem ter liberdade de escolherem os veículos que julgarem ser melhores, desde

que atendam as especificações do edital de licitação da STT. Ele espera que o secretário de Transportes e Trânsito, José Evaldo Gonçalo, volte a permitir que os perueiros troquem de cooperativas, já que há interessados em irem para outras cooperativas. Por sua vez, a assessoria de Mossoró revela que as cooperativas ligadas ao sindicato - CooperBrasil, CooperLatina e CooperTrans - vão ainda escolher o veículo a ser utilizado no novo sistema, porém, este não será desenvolvido pela Mascarello. Na próxima semana devem ser marcadas as assembléias para decidir o tipo de carro. O novo sistema de transportes em que as atuais vans serão substituídas por microonibus e que também será implantado o Bilhete Único, que deve entrar em vigor em novembro. (Wellington Alves / Guarulhosweb)

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A SEMANA EM 10 TEMPOS

Produção da Marcopolo cresce 40% no primeiro semestre Produção global aumentou 43,8% e atingiu 13.007 unidades A Marcopolo registrou crescimento em suas operações no primeiro semestre deste ano. A produção em suas fábricas no Brasil e exterior atingiu 13.007 unidades, com aumento de 43,8% em relação ao mesmo período do ano passado. A receita líquida superou R$ 1,4 bilhão e o lucro líquido alcançou R$ 148,1 milhões. O desempenho obtido no semestre fez a empresa rever suas expectativas (guidance) para R$ 2,8 bilhões de receita líquida em 2010. A previsão de produção geral das fábricas passa a ser de 26.500 ônibus. Como ocorreu no primeiro trimestre deste ano, as operações no exterior apresentaram aumento no semestre de 56,9%, que contribuiu para melhorar o lucro líquido consolidado da Marcopolo. Fora do Brasil, as unidades operacionais apresentaram significativos aumentos de produção no primeiro semestre 2010. Na Índia, 145,9%. Na África do Sul, 77,2%. Na Argentina, 20,2%. Na Colômbia, 13,8%. A mais

nova fábrica, no Egito registrou a produção de 192 ônibus. No México, o volume produzido em 2010 foi 50,1% inferior ao período anterior, mas o mercado já mostra atualmente sinais de recuperação.

Representantes de três dos quatro consórcios que reúnem empresas de ônibus do Rio na licitação organizada pela prefeitura para concessão do transporte público decidiram questionar a participação dos paulistas no processo. A Comissão de Licitação da secretaria municipal de Transportes recebeu recursos contra os consórcios Via Sul-Metropolitana (liderada pela Via Sul) e SP Rio (liderada pela Vila Galvão). Os concorrentes cariocas pedem a desclassificação dos paulistas alegando que elas enviaram a documentação incompleta, deixando assim, de atender exigências que estavam previstas no edital. Os consórcios do Rio alegam que os adversários na disputa pelo direito de implantar o bilhete único até o fim do ano (tarifa de R$ 2,40) deveriam ter entregado as propostas técnicas (que detalham como implantarão e vão operar as futuras linhas) em três vias, e não apenas em uma, cabendo assim, segundo eles, a desclassificação. Outro detalhe apontado pelos cariocas é que as empresas paulistas deixaram de informar por quanto tempo valem as propos-

tas entregues à prefeitura. Apenas o Consórcio Transoeste liderado pela Pégaso, que concorre sozinha na exploração das linhas da Zona Oeste (Lote 5), não apresentou qualquer recurso. A Comissão de Licitação só vai se manifestar oficialmente na próxima semana, em uma sessão pública em data a ser divulgada no Diário Oficial do Município. No mesmo dia, serão divulgadas as chamadas notas técnicas para os projetos. A abertura dos envelopes de preços não tem data prevista, porque dependerá da apresentação de recursos. Procuradas, as empresas de São Paulo não retornaram as ligações. Por sua vez, a relações públicas da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do estado (Fetranspor), Suzy Baloussier, disse que o questionamento feito pelos consórcios cariocas é legítimo: - As regras do edital previam a apresentação dos projetos em três vias, entre outras exigências. Questionar concorrentes que não cumprem regras é justo em qualquer licitação pública. Os consór-

Geração 7 puxa crescimento no Brasil O aumento de produção nas unidades brasileiras tem como principal destaque o fornecimento para o segmento rodoviário. A renovação de frota iniciada no segundo semestre do ano passado – impulsionada pelos programas de financiamento do BNDES – continuou e os empresários investiram na aquisição de novos veículos. Destaque-se o modelo Marcopolo Geração 7 – recém lançado – que obteve ampla aceitação do mercado, comercializando mais de 2000 ônibus no período de 6 meses. As projeções de crescimento da Marcopolo baseiam-se no cenário positivo para o setor de ônibus no Brasil. A despeito do baixo

volume de exportações, a produção brasileira deve voltar a superar as 30 mil unidades neste ano, voltadas principalmente para atender a forte demanda interna. Os projetos de infraestrutura visando atender a Copa do Mundo de 2014, as Olimpíadas de 2016, os investimentos na melhoria do transporte urbano no país, a consequente renovação e ampliação da frota de ônibus, o leilão das concessões das linhas interestaduais e internacionais, programado para 2011, e a demanda por ônibus escolares proveniente do projeto “Caminho da Escola” seguem sendo os principais drivers de crescimento do setor nos próximos anos no Brasil. No exterior, negócios pontuais de exportação já confirmados sinalizam a recuperação também do mercado externo. Lucro líquido atinge R$ 148,1 milhões No primeiro semestre, a Marcopolo obteve lucro líquido de R$ 148,1 milhões, estimulada pelo desempenho na comercialização de ônibus para a Copa do Mundo realizada recentemente na África do Sul e os movimentos de atualização da frota brasileira, além de resultado financeiro e contabilização de receitas extraordinárias. (Marcopolo)

Licitação RJ: Empresas locais dizem que paulistas não cumprem exigências

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cios do Rio trabalharam até as 4h da data da apresentação das propostas para cumprir as regras. Agora, a decisão está com a comissão de licitação. Para o advogado especializado em administração pública Hermano Cabernite, as falhas cometidas pelos consórcios paulistas não seriam suficientes para eliminálos: - São exigências formais de editais, sem previsão legal na Lei das Licitações. Excluir concorrentes por isso me parece exagerado. A licitação dividiu a cidade em cinco lotes. Apenas o Lote 1 (Centro) não foi licitado, por ser de operação comum. Para o Lote 2 (Zona Sul e Tijuca), concorrem o Consórcio Intersul de Transportes (liderado pela Viação Real) e as paulistas Via Sul-Metropolitana e SP Rio. O Lote 3 (Zona Norte) é disputado pelo Consórcio Internorte (liderado pela empresa Nossa Senhora de Lourdes) e pelo Consórcio SP Rio. Para o Lote 4 (Barra da Tijuca, Recreio dos Bandeirantes e Jacarepaguá), há ofertas do Consórcio Transcarioca (liderado pela Viação Redentor) e da Via-Sul Metropolitana. (O Globo)

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José Euvilásio Sales Bezerra Os ônibus e a acessibilidade

COLUNISTAS

Fotos: José Euvilásio Sales Bezerra

Trecho do corredor em São Paulo: semelhante aos “Passa Rápidos”

Novos carros da Miracatiba: 5 portas, como na compra de 2007 No final de julho, a Viação Miracatiba, de Itapecerica da Serra, colocou em circulação oito carros novos convencionais com cinco portas em uma de suas linhas intermunicipais, que liga Itapecerica da Serra à São Paulo. Esse tipo de compra não é algo novo na empresa. Em 2007 ela já havia comprado treze carros comuns, todos Caio Induscar Apache Vip, com chassi VolksBus 17-230EOD, nessa configuração, sendo três portas no lado esquerdo e duas no lado direito. Essa configuração se deve ao fato dos veículos rodarem em vias com ponto do lado direito e em corredores de ônibus com pontos do lado esquerdo, no canteiro central. Com a lei da acessibilidade, as empresas são obrigadas a dispor de carros acessíveis. No caso, os elevadores foram colocados nas portas centrais. Para melhorar a saída de dentro do veículo, foi acrescida ainda uma

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porta a mais do lado esquerdo, para evitar acúmulo de passageiros no centro do carro. E, com tanta porta, sobrou pro passageiro: o veículo tinha apenas 25 lugares sentados. Depois dos 13 carros de 2007, os novos só vieram com quatro portas, sendo duas esquerdas e duas direitas com elevadores nas saídas. Pensava-se que a empresa havia desistido da idéia... Ledo engano... Três anos depois, ela volta com a mesma idéia. Só que com aparência diferente: as três portas estão do lado direito do veículo, mais parecido com os ônibus urbanos convencionais com três portas, que a empresa tem adquirido para as linhas que não transitam por corredor. O passageiro ganhou alguns bancos a mais: agora são 28. O chassi, com motor dianteiro, é o mesmo da primeira versão, VolkBus 17-230EOD, mas com nova carroceria, a Caio Induscar Apache Vip, em sua versão remodelada em

2008. Esse veículo também vem equipado com o V-Tronic, o câmbio automatizado opcional dos chassis VolksBus. Ele substitui o câmbio ou embreagem físicos por um sistema que realiza a troca das marchas de acordo com a pressão que o motorista faz no acelerador ou no freio. Na semana retrasada, passei rapidinho em Pinheiros só pra conferir a novidade – e cujas fotos que tirei ilustram este post. No sábado passado estive lá de novo pra fazer o “teste de passageiro”. Quando o primeiro ônibus com cinco portas chegou ao ponto final da linha 032TRO Itapecerica da Serra/Parque Paraíso – São Paulo/Parque Paraíso, em Pinheiros, o motorista precisou dar uma volta extra pelo bairro. No ponto final não havia lugar pra ele, já que havia outros quatro carros aguardando a sua vez de sair, todos com quatro portas. Com tanto ônibus, o passageiro não esperava mais do que sete minutos pelo próximo. E fora os micros da EMTU, que fazem o mesmo trajeto, e saiam entre um carro e outro. Vinte minutos depois começa a minha viagem no 15.734, um dos cinco portas, até Itapecerica da Serra. Diferente dos de 2007, as portas centrais destes ônibus não estão exatamente alinhadas uma de frente uma para outra. Mas o box do cadeirante está próximo às duas portas adaptadas, o que garante agilidade na hora dele ser acomodado no veículo. Com menos de 50min de viagem, cheguei ao centro de Itapecerica da Serra, com tranqüilidade. O veículo em si é muito bom. O questionável é a sua aplicação. A EMTU não fez questão de medir o impacto da parada de um ônibus com elevador para embarcar um cadeirante em um corredor com uma faixa única e sem baia com pista de ultrapassagem, como é o corredor da Avenida Francisco Morato. Aliás, nem seria preciso fazer um teste prático. Quem já viu, ao menos uma vez, a operação completa de um elevador de ônibus, sabe que ela não é nem um pouco rápida. Sem falar no constrangimento ao qual o próprio cadeirante estará sendo exposto. O veículo ideal para linhas de corredor é somente um: veículos com pisobaixo. Aliás, é ideal em qualquer situação. Infelizmente aqui ainda se faz concessão para ônibus com elevadores, que só tomam tempo de todos e expõe desnecessariamente o cadeirante que, em um veículo com piso baixo, quase não seria notado. Tudo por conta do custo. Custo esse que os governos poderiam muito bem subsidiar, garantindo o acesso igualitário de todos ao transporte público.

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MATÉRIA DA SEMANA

PAINEIRA DO

Foto: Acervo de Moacir Vitorino / Pesquisa: Adamo Bazani

BUTANTÃ

Um dos símbolos da cidade de São Paulo dava sombra e refrescava o cotidiano de passageiros e motoristas de ônibus

Paineira do Butantã também abrigava posto de fiscalização de caminhoneiros. O crescimento urbano que ela tanto ajudou, sendo referência na região, foi ingrato e a destruiu. Porém, a bela árvore rosada deixou uma filha para contar a história Adamo Bazani Uma cidade como a de São Paulo, tão grande em território, em população e tão rica em histórias têm diversos símbolos, diversos marcos. Alguns naturais outros frutos das mãos e da inteligência do homem que, como ser mutante, sempre conseguiu transformar o espaço onde vive de acordo com suas conveniências de momento, mas nem sempre para o seu próprio bem no final. Uma parte destes símbolos resistiu ao tempo, às mudanças territoriais, comportamentais, de qualidade de vida, enfim, ao chamado progresso. Outros, no entanto, até auxiliaram os habitantes da cidade nesta saga pelo desenvolvimento, dando-lhes referências, possibilidade de crescimento ou, pelo menos, porém com sua grande importância, beleza e qualidade de vida. E como troca, tiveram a ingratidão deste mesmo homem que em nome do crescimento e do acúmulo de capital não tinha mais tempo de observar o seu redor e ver as belezas naturais da cidade, que outrora tão

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pouco valorizadas, mas que hoje fazem uma falta incomensurável. Um destes símbolos vítimas desta ingratidão do progresso foi a famosa Paineira do Butantã,na zona Oeste de São Paulo. Mas nosso espaço relata histórias de transportes e mobilidade urbana. Muitos podem estar se perguntando agora, o que essa árvore, que já faz parte do passado, tem a ver com o assunto abordado aqui? Tem e tem muito a ver. A paineira do Butantã foi referência para a área de transportes, tanto de passageiros, como de cargas. Referência em todos os aspectos: de localização e também para uma viagem mais tranqüila e um ponto de repouso e trabalhos agradáveis. A estrondosa e bela árvore enfeitava de rosa a região que nos anos de 1950 crescia de maneira rápida por causa das proximidades de rodovias como Raposo Tavares e Régis Bittencourt, uma época em que a indústria se fortalecia no País e os transportes rodoviários de cargas e pessoas assumiam um papel fundamental. Ela ficava no entroncamento de vias hoje de grande fluxo, como Avenidas Rebouças, Jockey Club, Vital Brasil e Francisco Morato. Sem ninguém perceber na época, a velha paineira deixava mais agradáveis as rotinas de motoristas e passageiros de ônibus, ficais da Receita Federal e caminhoneiros. È que um dos lados da Paineira recebia uma parada de várias linhas municipais,

intermunicipais e até interestaduais de ônibus. A paineira era ponto de referência para passageiros acostumados ou para quem ia a região pela primeira vez. De acordo com relatos de moradores antigos, não era rara a solicitação dos passageiros aos motoristas e cobradores para descerem no ponto da região da grandiosa e bela árvore. “Motorista, me deixa no ponto da Paineira?” “Cobrador, por favor, quando tiver chegando perto da paineira, você me avisa? “ – eram frases comuns. Na foto, em preto e branco, do acervo de Moacir Vitorino, dos anos de 1960, ele aponta duas das várias empresas de ônibus que serviam a região. Ao fundo da imagem, é possível ver um Caio Bela Vista da Viação Santa Madalena, no sentido da Avenida Vital Brasil. No mesmo sentido, logo atrás, pode ser visto um Monobloco Mercedes Benz O 362 da Viação Castro. A Viação Santa Cecília era outra empresa urbana que prestava serviços na região e cujos motoristas e passageiros tinham a paineira como referência. Mas não eram apenas empresas urbanas, intermunicipais e rodoviárias também desfrutavam da referência, da sombra e da beleza da paineira e por lá também faziam paradas. É o que conta Vilton Giglio, que nos anos de 1960, vinha ver sua avó, na região do Butantã. Ele saía de Sorocaba e, de longe, ao avistar a Paineira do Butantã sabia que era hora de descer do possante ônibus da Viação Cometa que utilizava:

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Foto: Acervo de Moacir Vitorino / Pesquisa: Adamo Bazani

“Lembro-me quando vinha a São Paulo de Sorocaba pela Rodovia Raposo Tavares, essa viagem demorava umas três ou quatro horas (pela Viação Cometa, que ainda hoje existe). Para mim era uma grande festa, pois além de vir visitar minha vó, andava muito de ônibus. Naquela época criança fazia festa até com pirulito e figurinha. Pois bem, quando avistava aquela Paineira que existia na esquina da Avenida. Vital Brasil com a Francisco Morato, se não me falha a memória, era uma grande alegria, pois sabia que ali iria descer (era meu ponto de referência). Esse local era chamado ponto da Paineira.” Mas não somente ao transporte coletivo de passageiros a árvore dava sua graça. Sombra, refresco e beleza. Outro que tem muita história a contar é o morador Walter Rossi. Ele conta que já em 1952, o trânsito ficava complicado na região, pois era parada obrigatória de caminhões para exame de notas fiscais. Estes veículos de carga vinham, em sua maioria, da Raposo Tavares e da Régis Bittencourt. A guarita de fiscalização, chamada Barreira, ficava à sombra desta paineira. É o que pode ser visto na foto colorida, também dos anos de 1960. Aliás, é possível ver um ônibus azul claro (quase verde), identificado por Moacir Vitorino. Este ônibus pertencia à VIAÇÃO CAMPO LIMPO minha PAIXÃO ‘busológica’. Ele está descendo a Francisco Morato em direção a Pinheiros À Direita vemos a concessionária Volksvagen, que tinha o nome de PAINEIRAS DO BUTANTÃ, depois aquele

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local virou um rodizio de PIZZA” Em relação ao movimento de caminhões, Walter Rossi conta que muitas amizades, conversas entre trabalhadores e fiscais da Receita Federal eram abrigadas pela sombra gostosa da Paineira, principalmente em dias de calor. A árvore também assistiu a vários conflitos e discussões entre os caminhoneiros e os ficais. Porém, um dos símbolos da memória do Butantã não assistiu somente a isso. A paineira, de várias décadas, fez parte e presenciou a história do bairro. Não se sabe se alguém a plantou ou se ela surgiu ali por obras das mãos do Criador. No século XVI, Butantã era rota de passagem de bandeirantes e jesuítas que se seguiam para o interior. O local também foi produtos de açúcar para boa parte da Capital e da Grande São Paulo. Em 1607, Afonso Sardinha, recebeu uma parte das terras da região, através de uma sesmaria e montou uma trapicha de açúcar, pequeno engenho movido por animais. A população aos poucos crescia na região. Mas nesta época era ainda uma grande área com a natureza praticamente intacta mesclada ainda pela rota de viajantes e por algumas plantações, presentes em sítios distantes uns dos outros. A área receberia diversos nomes: Ybyatá, Uvatantan, Ubiatá, Butantan e finalmente Butantã. Há dois significados para o nome: “terra socada muito dura” e “lugar de vento forte”. Realmente, eram características nat-

urais da região. Na época dos engenhos de açúcar o cenário eram bem mais tranqüilo. Poucos habitantes, alguns colonos, mas a população crescia aos poucos. Até meados do século XVIII, os jesuítas se instalaram no local. Mas um desentendimento com o governo imperial fez com que os religiosos fossem expulsos da região que hoje compreende Butantã em 1759. As terras foram confiscadas e vendidas para empreendedores particulares. Inicialmente sitiantes. No entanto, duas construções históricas, dos séculos XVII e XVIII já marcavam a paisagem do Butantã, eram a Casa do Sertanista e a Casa do Bandeirante, ambas tombadas. Butantã ganha reconhecimento nacional no ano de 1901, data da instalação do Instituto Butantã. Sua origem foi associada ao combate da peste bubônica que atingiu principalmente Santos, no Litoral Paulista, a partir de 1898. O Butantã foi escolhido para abrigar o instituto por ser fora do perímetro urbano na época. A população temia a produção de soro e antídotos. O instituto ficava na fazenda Butantã, um dos vários lotes particulares da região. Inicialmente chamado de Instituto Bacteriológico, o Instituto Serumteráphico se especializou em desenvolvimento de pesquisas de soros. Ao lado, havia um laboratório de desenvolvimento de soros, antídotos e vacinas. Todos os trabalhos eram coordenados inicialmente pelo médico Vital Brasil. O Instituto só recebeu o nome de Butantã, em 1925, nesta época, segundo os relatos

Quantos ônibus e modelos passaram por perto da Paineira, que foi vítima do próprio progresso, que ajudou como referência da região e deixando as viagens de ônibus e caminhões mais bonitas e agradáveis. Em 1974, ela foi atingida por um caminhão e se deteriorou. Na foto, em primeiro plano um ônibus Grassi e mais ao fundo, de traseira, um Monobloco O 321 da Viação Santa Cecília, entrando na Rua Butantã.

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MATÉRIA DA SEMANA

Foto: Pesquisa: Adamo Bazani

Uma referência na região. “Motorista, me deixa no ponto da Paineira” era uma das frases mais recorrentes nos ônibus que passavam pelo Butantã. A Bela Árvore era tão conhecida quanto o bairro. Na foto, dos anos de 1960, vê-se uma concessionária da Volks, chamada Paineiras do Butantã, logo abaixo da árvore a Barreira, que era a cabine de fiscalização dos caminhões e um ônibus azul claro (quase verde) da Viação Campo Limpo.

registrados pela Prefeitura de São Paulo. A instalação do Instituto chamou a atenção de São Paulo para o local. Se parte da população temia ter um estabelecimento que sintetizasse soros e antídotos, outra parte via uma possibilidade de morar perto de um estabelecimento de saúde. No início do século XX, a ferrovia, pela SPR – São Paulo Railway, a Inglesa, que ligava Santos a Jundiaí, trazia desenvolvimento urbano e aquecimento econômico nas proximidades por onde passava o trem. Isso atraía uma série de pessoas em busca de novos empregos e oportunidades de renda. Assim, a cidade crescia com o maior número de população, para lugares mais afastados da linha de trem. Empresas especializadas em loteamentos urbanos viam as áreas de potencial crescimento e não tinha dúvidas em comprar dos antigos proprietários. Uma linha de trem, uma linha de ônibus, bonde, um estabelecimento como o Instituto Butantã eram vistos como estas oportunidades. Os últimos proprietários de boa parte da área rural do Butantã eram os integrantes

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da família Vieira de Medeiros. As terras foram compradas pela Cia de Melhoramentos S.A, que começou de fato a urbanizar a região do Butantã. Já nessa época, a Paineira do Butantã estava lá, crescendo junto com os bairros. Suas folhas nasciam junto com novas vilas. À medida que a população aumentava, novos bairros na região cresciam. Nos anos de 1920 já estavam se formando: Vila Butantan, Vila Lageado e Cidade Jardim. Na década posterior, nos anos de 1930, a paineira assistia ao surgimento da Vila Gomes, Vila Clotilde, Caxingui e Peri Peri. Entre os anos de 1940 e 1950 eram as vezes de surgirem novos loteamentos, como Jardim Guedala, Previdência, Vila Progredior, Vila Hípica, Jardim Ademar e Vila Pirajussara. Também nos anos de 1940, a Companhia Imobiliária Morumby divida os últimos lotes da fazenda Morumbi que se tronaria área residencial mais intensa a partir de 1948. A paineira do Butantã conviveu com a fixação em maior escala e o crescimento da indústria automobilística, que proporcionou um novo ritmo de urbaniza-

ção, bem mais acelerado. Nesta época, nos anos de 1960, surgiam na região Rolinópolis, Esmeralda, Ferreira, Monte Kemel, Vila Maria Augusta, Jardim Bonfiglioli, Jardim Pinheiros. Os caminhoneiros e caminhões desfrutavam da sombra e do frescor, além da beleza da Paineira do Butantã. Em 1974, no entanto, segundo Walter Rossi, o motorista de um caminhão atingiu este ícone natural da zona Oeste. Com o tempo, bastante afetada, a árvore foi morrendo. Suas cores já não eram mais a mesma. Além disso, ela que tanto presenciou o crescimento da região, seria atropelada pelo progresso. Como estava já em condições deterioradas e o trânsito de veículos si aumentava na região, ela foi retirada e houve a ampliação da Avenida Francisco Morato. Mas como toda a rainha sempre deixa uma linhagem, alguém teve o cuidado de arrancar uma muda da velha Paineira e plantá-la nos jardins da Escola Fernão Dias, onde vive a Paineirinha na Avenida Pedroso de Moraes. Uma princesa que vem de uma linhagem nobre da região.

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NOVA REVISTA INTERBUSS

MAIS CONTEÚDO E MAIS QUALIDADE

projeto foi elaborado ao longo de dois meses, tempo em que foram feitos estudos, testes de projetos e publicações experimentais. O projeto e a ideia da revista já é antigo. Há ao menos dois anos foi colocado em prática o projeto de um jornal quinzenal com informações para a área de transportes. Porém, o projeto não vingou e foi alterado para a revista, que tempos depois de muito Nova Revista InterBuss chega cheia de novidades, muito mais ilustrações, estudo, chega à internet para o acesso livre de todos. interatividade e conteúdo. Publicação marca também entrada da nova A edição eletrônica da revista confase do Portal InterBuss, com foco também em notícias de qualidade tinuará a ser publicada, paralelamente à nova revista, porém com conteúdo reduzido. A partir de hoje, na edição eletrônica serão publicadas apenas as colunas, o editorial e o espaço do leitor. Todas as demais seções serão publicadas apenas na nova revista, para que o leitor não seja prejudicado no conteúdo e para que tenha disponível muito mais recursos multimídia. A nova revista também será disponibilizada em versão PDF, para download. Na semana passada, a edição número 6 da revista foi disponibilizada para degustação de algumas pessoas previamente escolhidas a fim de apresentar nosso novo formato e saber a opinião delas para aprimorarmos o formato e o conteúdo. Surgiram algumas dúvidas principalmente quanto ao custo da revista. Não haverá nenhum custo para a visualização e/ou download da revista. Há um projeto em andamento a médio prazo para lançar a edição impressa, que também não terá custo. O compromisso assinado pelo Portal InterBuss com todos seus seguidores, Capas das duas edições experimentais da Revista InterBuss: circulação semanal leitores e fãs é o de jamais cobrar pelo acesso A Revista InterBuss apresenta hoje que a torna a maior publicação especializada a qualquer item de seu conteúdo. Os únicos uma série de novidades a seus leitores. Saindo sobre ônibus, com uma média de 96 páginas itens que serão custeados são os anúncios, do formato blog, a partir desta edição a revista mensais. que deverão ser pagos, porém para lê-lo você passa a ser publicada no formato “digital flash Uma das novidades da nova revista não paga nada. flip”, que permite a aplicação de todos os re- é a seção Pôster, que a cada edição trará a Nesta primeira fase, estamos discursos possíveis em uma publicação impres- foto de um ônibus, sempre registrado por um ponibilizando a impressão da revista a preço sa, com a vantagem da inclusão de elementos colecionador do Brasil. Excepcionalmente, de custo, para quem tiver interesse. Os intemultimídia na versão on-line. nesta edição inaugural trazemos dois pôsters, ressados deverão enviar um e-mail para re As seções publicadas na nova Re- a título de apresentação da nova família Cam- vista@portalinterbuss.com.br e informar qual vista InterBuss são as mesmas da revista an- pione, da encarroçadora Comil. edição deseja receber em sua casa. Pelo fato tiga, porém com mais conteúdo. A seção “A A organização das páginas segue de ser a preço de custo, o valor pode variar semana em 10 tempos” passa a publicar notí- a mesma de uma publicação impressa, com de acordo com o número de páginas de cada cias inteiras e com fotos, ao invés de trazer a- anúncios em páginas específicas, como a con- edição. O custo de postagem também ficará penas resumos, como era antes. Os colunistas tra-capa, por exemplo. O pôster sempre sairá por conta do comprador. ganharam espaço flexível e com muito mais nas páginas centrais. O índice sempre estará As atividades do Portal InterBuss ilustrações. O Diário de Bordo passa a aceitar na página 3, seguido do Editorial e do espaço continuam inalteradas, mantendo as atuarelatos de leitores que desejarem ver sua ex- do leitor. Seções especiais poderão ser publi- lizações semanais de fotos, atualização do periência em um ônibus publicada e também cadas de acordo com o assunto. A diagrama- blog de notícias diariamente, entre as demais ganha mais espaço. A seção ClassiÔnibus ção segue o tamanho standard de revistas no operações. Para enviar sugestão de matérias trará em todas as edições as melhores dicas Brasil e o projeto gráfico foi todo elaborado e enviar conteúdo para a revista, basta enviar em ônibus para compra e venda. por Luciano Roncolato, que tem o design grá- um e-mail para revista@portalinterbuss.com. A nova Revista InterBuss continuará fico como profissão há anos. O projeto visa fa- br. com sua periodicidade semanal, saindo todos cilitar a leitura, garantindo espaço adequado Esperamos que goste da nova Reos domingos. A expectativa é que seja man- para todos os itens e matérias com fontes de vista InterBuss e que você fique muito bem tida uma média de 24 páginas por edição, o fácil legibilidade e desenho simétrico. Todo o informado, todas as semanas!

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ENTREVISTA

Samantha Chaves A MUSA DOS COLECIONADORES

Em entrevista à Revista InterBuss, a mineira Samantha fala um pouco sobre suas relações com o transporte coletivo e revela algumas curiosidades


Quem conhece a valadarense Samantha Chaves, 23 anos, é um privilegiado. Muito atenciosa, humilde e agradável, Samantha aceitou conceder uma entrevista aos leitores da Revista InterBuss em sua edição de estreia no novo formato. Há algum tempo Samantha começou a aparecer nos principais sites e fotologs relacionados a ônibus com suas fotos, e com o subtítulo de “busóloga rodoviária”. Seus cliques feitos à beira das rodovias que cruzam Governador Valadares fizeram com que ela ficasse bastante conhecida entre os praticantes do hobby. E após as primeiras aparições em público, já vale dizer que ela é a “musa dos colecionadores”, como muitos já a chamam. Muito cuidadosa com todos os detalhes da entrevista, Samantha fez algumas correções nos textos para que tudo saísse perfeito. Ao ser questionada sobre sua preferência entre os ônibus, ela disse: “ Apesar da minha família ser ‘mercedista’, sempre tem uma balança e eu, no conhecimento que estou adquirindo, virei ‘scanista’! Mas amo MBB! Gosto de MBB, Scania, Volvo, sem esquecer da International e da MAN/Volks”. Vamos acompanhar a entrevista. • Revista InterBuss: Como começou seu gosto por ônibus? Samantha Chaves: Meu gosto por ônibus começou quando tinha 7 anos! Sempre ajudei meu avô quando ia dar manutenção no caminhão (MBB 1316), para mim, era diversão... Mexia no motor, na cabine, olhava tudo! Não deixava escapar nada e em uma destas ‘olhadas’, vi passar o ônibus da São Geraldo, lembro como se fosse hoje, era um belo O 400 RSD! O motorista viu que fiquei olhando e piscou o farol pra mim... Nossa, ganhei o dia! Como não sabia o nome, ficava esperando passar a empresa com nome de santo, rsrsrsrsrs, só saia de lá quando via! Hoje este ‘amor’ pela São Geraldo cresceu e sempre que posso, vou à BR 116 para fazer mais registros, devido ao movimento e as novidades que trafegam por ela! Frequento a BR 116 para conferir as novidades de empresas que amo: Gontijo,Mirim, Salutaris, kaiowa, Cerradão Turismo, CRL Turismo, Jovense e mais uma quantia considerável... Tem desde Comil Gallegiante até DD, passando pelos Monoblocos O400RSD, Viaggio 1000! Enfim, a BR é a ‘passarela’ dos ônibus!

interesse por motores, caminhões, carretas e ônibus desde criança! Sempre que tinha oportunidade, sentava para ouvir os conhecimentos de meu pai, dos meus avôs e meus tios, sobre os ‘grandões’ que embelezam as rodovias brasileiras... Um apoio que marcou muito a minha pessoa, foi o meu avô materno Mozart e o meu avô paterno Agostinho, agradeço por terem me dado esta dádiva de conhecer o mundo automobilístico e hoje, sempre que vejo lançamento ou algo do tipo, comunico! Atualmente, tanto os meus pais quanto os meus familiares já adaptaram com o meu hobby, acostumaram a me ver fotografando, discutindo ou então, mostrando uma ‘raridade’ que flagrei! • Qual seu relacionamento com outros busólogos? Meu relacionamento é bem tranqüilo! Gosto de conhecer e manter as amizades que faço e graças a Deus, como adoro conversar, tenho muitos amigos (as) neste meio... Com o passar do tempo, aprendi que a união faz a diferença e não existe maneira melhor de mostrar o valor que estas pessoas têm em nossa vida! Porque além de sermos busólogos, somos pessoas e não podemos ficar só, adoro mostrar que a pessoa tem importância em minha vida! • Como você conheceu outras pessoas que também gostam de ônibus? E quem foi o primeiro? Conheci outros busólogos através das comunidades do Orkut, notando que existiam muitas pessoas com o mesmo hobby! Fiquei muito feliz de ver isto, o primeiro que conheci foi o meu amigo Christian Fortunato, de Coimbra, pois, só entendia caminhão e carreta,com o passar do tempo e das pesquisas para compreender mais chassi/carroceria, fui aprofundando meus conhecimentos e até hoje, pesquiso sempre!

• O que você acha das mulheres que gostam de ônibus, num campo predominantemente masculino? Acho interessante! Amo quando aparece uma nova busóloga ou então, quando posso ter a honra de conhecer alguma mais gabaritada no assunto e que me ajuda caso tenha alguma dúvida! Faço parte de três grupos na internet: L’Auto Bus do Brasil , Rodopax e Speed Bus Minas, este último com • Como as pessoas do seu convívio reagem os amigos Gustavo César, Ikaro, Haroldo Jr. e ao saber sobre seu gosto por ônibus? Christian Fortunato, com o avanço tecnológi No inicio, estranharam um pouco co e consequentemente, mais informações, porque é uma área estritamente masculina e as mulheres estão tendo uma participação ver mulher que curte , discute de igual para maior, mostrando que em meio a muitos hoaumentar os conhecimentos é raridade... mens, motores, carrocerias, sempre vai haver Meus pais acharam exótico, mas já viam meu espaço para mulheres que amam os grandões

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que embelezam a rodovia brasileira! • A sua preferência é por ônibus urbanos ou rodoviários, e por quê? Rodoviário! Ônibus rodoviário sempre foi o meu favorito, porque me lembra potência, velocidade, espaço, conforto, beleza e as viagens... Quer sensação melhor do que está a bordo de um luxuoso Paradiso 1200, JB 360 ou então, um DD? Não tem! Eles conquistam mesmo e basta uma acelerada, para o motor mostrar toda a força, com seus cavalos, torques e potência! Já o ônibus urbano não me atrai... A sensação que me dá quando vejo um, é remeter a stress, trabalho, engarrafamento, nervosismo, o oposto de um ônibus rodoviário! Sem contar, que alguns modelos são totalmente desprovidos de conforto, beleza, espaço, tornando o traslado em uma tortura mesmo tendo um motor potente! • Você costuma viajar bastante? Sim. Nas minhas férias sempre viajo para cidades litorâneas do Estado da Bahia, em Janeiro sempre vou a Aparecida do Norte, quando a saudade aperta, viajo para Ipatinga para rever a família e os amigos e agora, no mês de Julho, fui para o estado do Pará participar de mais uma festa da minha família! Quando estou de férias e posso sair de Valadares, não perco a oportunidade, amo conhecer lugares novos! • Qual a viagem mais longa que já fez de ônibus? Nossa.. A viagem mais longa que fiz foi para Itinga - MG e Aparecida do NorteSP! A primeira durou 8 horas e cheguei às 22 horas, já a segunda, foi mais longa: 16 horas! • Já cometeu alguma loucura para fotografar ou ver algum ônibus? Sim! Estava indo para casa, quando vi o ônibus da Gontijo saindo da rodoviária, fui reduzindo a velocidade do carro e consegui ficar atrás! Não tem sensação melhor que dirigir com um Gontijo JB 360 motor Scania K124, série 15xxx, piscando o farol para o chofer e vendo a retribuição com a famosa piscada de seta, em plena Treze de Maio, a rua mais movimentada de Governador Valadares... Foi emocionante! Nas outras vezes, foi na BR 116, quando consegui fazer um registro da Mirim – Bombom e Tribus – fazendo um ‘sanduíche’ e tendo como recheio, o ônibus da Salutaris! Das outras vezes, foram as ‘raridades’ como o Comil Gallegiante da Jovense, o CMA de empresas de turismo clandestinas, Viaggio 1000 da São Geraldo... Para finalizar, teve o ônibus da São Geraldo JB 360 motor Scania k 420 que estava na minha frente quando ia dirigindo para a casa de minha

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ENTREVISTA

Samantha, ao lado de uma de suas paixões: um ônibus da Empresa Gontijo de Transportes avó! Emoção que não acaba nunca! • Você pretende futuramente seguir carreira em alguma empresa do ramo de transportes ou se manterá apenas no campo do hobby? Caso sim, qual a função que pretende exercer na empresa? Sim. Penso no futuro, trabalhar no ramo de transportes! Falta um ano para a minha formatura na faculdade e a minha monografia, será sobre o tema acima citado. Pretendo trabalhar na área jurídica, como advogada ou então, consultora de empresa em Direito Administrativo (Licitação Pública). Visto que, trata-se de áreas que só acrescentaram conhecimento e realização na minha profissão. • Tem preferência por alguma empresa em específico? Caso sim, qual seria? Sim. Amo as empresas São Geraldo, Gontijo, Itapemirim, Rio Doce e Águia Branca! • Como começou sua paixão por essa empresa? A paixão pela São Geraldo começou com cinco anos, ficava horas na BR 116 esperando passar.... Já a Gontijo, Itapemirim, Rio Doce e Águia Branca foram me conquistando aos poucos com o ronco do motor, a elegância das carrocerias, o layout da pintura e o tratamento dos motoristas/ trocadores, isto foi fundamental para que mudasse minhas idéias

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sobre estas empresas e começasse a ver com outros olhos! • O que acha de ser considerada a “musa dos busólogos” por algumas pessoas? ‘Musa de busólogo’! Eu acho isto interessante, porque quando comecei, jamais havia pensado que iria ficar famosa por ser considerada a bela da busologia. Não me enxergo como musa, mas sim, como uma pessoa que quer aprender mais e com as experiências que vejo e escuto. Ainda tento me acostumar com isto, mas não é fácil... Ser o centro das atenções, ver que todo mundo fica te elogiando (Mesmo quando a foto está uma negação!), tem hora que é complicado! Sei que sou bonita, diferente, contudo, não quero ser reconhecida apenas pela minha beleza, afinal de contas, beleza e busologia podem e devem andar juntas! • O que você acha que as pessoas podem fazer para melhorar o transporte em nosso país? Conservação das rodovias, melhorias nos ônibus que fazem o traslado, concorrência entre as empresas, fluxo de veículos mais organizados e conforto ao passageiro! Em algumas regiões do Brasil, a situação está tão complicada, que os passageiros utilizam o serviço sem a mínima condição de segurança, não tem conforto e são tratados da pior maneira... É vergonhoso ver isto acontecer em pleno século XXI, pior que isto, é

a conservação das rodovias! Quem trafega pela BR 116 sabe que, se não tomar cuidado, a suspensão quebra porque não tem nem buraco, agora é um ‘canyon’ é veículo algum foi feito para locomover em estradas assim... Os governos estaduais e a União têm verba para fazer uma reforma que dure anos e não ficar tampando alguns buracos, se pode pagar por um serviço adequado! As rodovias brasileiras merecem atenção maior, pois, por ela, é realizada a maior movimentação de dinheiro com caminhões, carretas, ônibus e carros! • Para finalizar: deixe um recado para os busólogos de todo o Brasil. O meu recado para os busólogos/ busólogas de todo Brasil e: Não deixem de fotografar os ‘grandões’ que alegram os nossos dias, continuem na busca pelo conhecimento e mais ainda, sejamos unidos e mantendo as amizades que conquistamos! Porque antes de qualquer foto, conhecimento, são os amigos que sempre ajudam na hora que precisamos! E neste meio em que curtimos, a união faz a diferença! Para contactar a Samantha: Endereço de meu blog: www.samanthasouza24.blogspot.com! Endereço do orkut: Samantha Chaves São Geraldo K124 420! E-mail para contato: samanthasouza24@ gmail.com / samanthasaogeraldo24@gmail. com!

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Marisa Vanessa N. Cruz Diário Oficial: Alta fonte de histórias

Foto: Marisa Vanessa N. Cruz

COLUNISTAS

O novo corredor, já em operação

Esta semana eu conheci um site, só de diários oficiais. E qual a finalidade? Resgatar a história do transporte rodoviário. Lá eu encontrei composições societárias de empresas da época, ver se a empresa já e-

xistia por exemplo nos anos 50 ou 60 com o endereço da garagem de ônibus naquele tempo, e dependendo da cidade, como São Paulo, há inúmeras solicitações do departamento de transportes sobre criações e alte-

rações de linhas de ônibus, que desde então é obrigatório a publicação. Algumas empresas publicavam atas de reuniões societárias e até balanços anuais, dependendo do porte. Encontrei até fontes históricas, como por exemplo a criação das 23 áreas operacionais da cidade de São Paulo publicado em 7 de janeiro de 1978. Fiquei durante horas pesquisando bastante coisa, entre empresas existentes e extintas. Valeu muito a pena? Sim, pois sanei quase todas as minhas dúvidas sobre quais eram as pessoas que faziam parte de uma determinada empresa. Deu para pesquisar cerca de 10 razões sociais, e de algumas pessoas importantes na área de transportes. No site www.jusbrasil.com.br, é necessário um cadastro gratuito para ter acesso a todos os diários oficiais digitalizados. Em seguida, procure na aba Diários Oficiais o que você quer procurar. Aparecerá os resultados mais próximos (cada página escaneada foi utilizada um leitor de reconhecimento de palavras para facilitar a pesquisa na Internet). E a cada resultado, é só clicar na página em formato PDF que está exatamente a página escaneada. Há publicações desde o século XIX, e no site é encontrado na íntegra os Diários Oficiais da União, do Distrito Federal e dos estados do Acre, Alagoas, Ceará, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará, Piauí, Rio de Janeiro, Rondônia, Roraima, Tocantins e São Paulo, além do Diário da Justiça da União.

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OS COLUNISTAS DA REVISTA INTERBUSS TÊM BAGAGEM DE SOBRA. É TANTO CONTEÚDO QUE UM BAGAGEIRO SERIA INSUFICIENTE PARA TANTOS RELATOS. A Revista InterBuss tem um time de colunistas de qualidade. São colecionadores, jornalistas e historiadores que contam em excelentes textos grandes momentos do nosso transporte, trazem novidades e opinam sobre tudo que acontece em nosso país. Aqui, você fica muito bem informado!

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Adamo Bazani Faixa Reversível deveria dar prioridade para transporte público COLUNISTAS

A opinião é de especialistas em mobilidade urbana, que defendem a medida até mesmo para desafogar o número de passageiros do sistema de trens de São Paulo Foto: José Luis da Conceição/Agência Estado - Pesquisa: Adamo Bazani

A cena é comum em várias vias de movimento intenso da Capital Paulista. Uma longa fila de carros e ônibus ladeada por uma faixa do sentido oposto, demarcada por cones, onde carros de passeio com dois, no máximo, cinco passageiros, trafegam com mais tranqüilidade. Enquanto isso, o ônibus, com 30, 50, 70 ou mais de 100 passageiros fica parado no meio do congestionamento. Boa parte dos especialistas em trânsito e transportes vê nessa realidade que ainda a política de mobilidade das grandes cidades, em especial São Paulo, privilegia o transporte individual. A pergunta parece ser simples demais, e a resposta é mais ainda: Se o ônibus consegue transportar na rua ou avenida o equivalente a até 70 carros, dependendo do seu porte, por que ele não receberia a preferência e as faixas reversíveis não se transformam em corredores? Os investimentos seriam os mesmos. Os mesmos cones, os mesmos horários, os mesmos agentes e o mesmo dinheiro servindo um número maior de pessoas. E quanto aos pontos de ônibus? Como seriam os embarques e desembarques? Aí que viriam as vantagens financeiras e operacionais do sistema. Com um

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número menor de ônibus, as empresas e a cidade poderiam atender uma demanda maior de pessoas que necessitam de deslocamentos diários. Isso porque, a transformação de faixas reversíveis em corredores poderia propiciar a criação de linhas semi-expressas, que lotam já nos terminais e podem percorrer o trajeto até o final de maneira mais rápida, com menos paradas. A lógica é tão simples que, além de dinamizar e baratear os transportes por ônibus, incentivaria o uso de transporte coletivo nos horários de pico. Mas e os carros com dois ou mais ocupantes? É a lógica da democracia. A maioria tem prioridade. Se um carro leva duas pessoas em 4 metros de comprimento, um ônibus leva isso em apenas um banco repartido, sendo que, no mínimo, um ônibus convencional oferece de 35 a 40 lugares. Foi nisso que Enrique Peñalosa, prefeito de Bogotá, que implantou o Transmilênio, considerado um dos sistemas de corredores de ônibus mais modernos e eficientes cujas obras começaram em 1998 e em 18 de dezembro de 2000 foram concluídas. “É a democratização do espaço público” – defende até hoje o colombiano. Além do trânsito e dos transportes por ônibus, a utilização de faixas reversíveis

como corredores de ônibus pode ajudar a desafogar o quase esgotado sistema . É o que revela uma reportagem recente do Jornal Agora São Paulo, de 7 de agosto de 2010. A reportagem de Willian Cardoso destaca o sofrimento dos passageiros da linha 11 Coral, da CPTM, entre Guaianazes, na zona Leste da Capital e o bairro da Luz, no

centro. Entre 06h30 e 07h30 passam pela estação 21 mil passageiros, sendo que a capacidade de transporte é de 20 mil, de acordo com a própria CPTM. O número de pessoas transportadas aumentou de maneira considerável nos últimos 10 anos: em 2000 eram 25 mil passageiros contra 200 mil no pico. Na ocasião, o jornal entrevistou o especialista em transporte público Horácio Augusto Figueira, que defende o uso das faixas reversíveis para ônibus. “A superlotação dos trens da zona Leste é uma tragédia anunciada. Ele defende a transformação da faixa reversível da Radial Leste em um corredor expresso para ônibus biarticulados nos horários de pico”. Isso, para Figueira, poderia atrair parte dos passageiros dos trens para o ônibus, auxiliando na diminuição da superlotação das estações. Não só a Radial Leste, como, na visão de estudiosos, outras faixas de carros poderiam ser transformadas em corredor. Em São Paulo, há mais de 15 faixas reversíveis, sendo que a minoria prioriza o ônibus. A faixa para ônibus na estrada M Boi Mirim, na zona Sul, tem se mostrado uma alternativa interessante.

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AS FOTOS DA SEMANA As 10 melhores fotos das atualizações de ontem e hoje do Portal InterBuss: www.portalinterbuss.com.br

1 a 4. Novidades do dia de hoje subindo do Sul, registrado por Matheus Novacki em Curitiba: Spectrum Road MBB O-500RS da UTIL, Viaggios G7 1050 para a São José e para a Viação Galo de Ouro, ambos com chassi Mercedes-Benz também, e Ideale para a Platina, sobre MBB OF-1722. 5. Um dos novos Novo Horizonte saindo da garagem, em foto de Welder dos Santos Dias. 6. Trólebus Ibrava circulando pela Himalaia, em foto de Chailander Borges. 7. Urbanus Volvo B58 do consórcio Siga, de Blumenau, na foto de Anderson Alexandre Feltrin. 8. Amélia articulado, por Osmar Cordeiro. 9. G7 da São Luiz, por Rodrigo Padilha Rodrigues. 10. Mais um dos novos Breda, por Renato Moreira.

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SERRA DO MAR

Relato por Tiago de Grande

Foto: Tiago de Grande

CARIOCA

Linhas: Trecho 01 - Angra dos Reis x Lidice e Trecho 02 – Lidice x Barra Mansa Empresa: Colitur Transportes Rodoviários Carros: Trecho 01 - RJ 116.030 (Comil Svelto – MBB OF-1721) e Trecho 02 – RJ 116-070 (Comil Svelto – MBB OF-1722) A principal ligação entre o Litoral Sul Fluminense e o Vale do Paraíba e Vale do Café, é a rodovia RJ-155, ligando Angra dos Reis a Barra Mansa, e com linha regular de ônibus entre as duas cidades, além da opção de se fazer o trecho em duas linhas semiurbanas, podendo fazer a troca entre as duas linhas no distrito de Lidice ou no município de Rio Claro, com uma economia considerável.

Cidade Histórica, preserva construções antigas, principalmente próximo ao Cais do Porto, onde um Píer nos leva até bem próximo das grandes embarcações que atracam no porto. Angra é o tipo de cidade cheia de atrativos, que se formos listar aqui o texto seria interminável, melhor é fazer uma visita e conhecer tudo de bom que Angra tem, que são muitas coisas.

Ponto de Partida: Angra dos Reis

A viagem (Trecho 01):

Cidade mais conhecida na região da Costa Verde, Angra dos Reis é uma cidade paradisíaca, com praias de águas calmas e transparentes, muitas ilhas, e cercada de muita natureza. Um dos destinos turísticos mais procurados do Brasil, Angra recebe turistas o ano inteiro, seja para aproveitar as suas praias, para conhecer as inúmeras trilhas no meio da serra ou conhecer as ilhas da região, Angra está localizada as margens da BR-101 (Rodovia Rio-Santos) a aproximadamente 150kms do Rio de Janeiro e 400km de São Paulo.

Os ônibus municipais de Angra e os semi-urbanos com destino a Paraty, Lidice e Rio Claro saem da praça em frente ao Cais do Porto, e lá a viagem começa. O centro histórico de Angra tem casarões antigos, alguns bem cuidados outros não do lado esquerdo da avenida e do lado direito temos o Porto e uma Marina onde ficam atracados vários barcos de pesca e também um terminal de onde partem as Escunas que fazem passeios pelas ilhas da Baía, mais a frente a praia mais urbana da cidade, a Praia do

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Anil. Nesse trecho a linha com destino a Lidice pega poucas pessoas, o movimento maior estaria em três pontos a frente: A Rodoviária de Angra, o ponto em frente o Shopping Piratas Mall e o primeiro ponto da BR-101, bem no trevo de acesso a cidade. Passando esses pontos atingimos a BR-101 no sentido São Paulo, a rodovia faz um contorno pela cidade e tendo o mar como vista constante nesse trecho, a BR-101 por ser o único acesso a cidade, tem um tráfego intenso e nos horários de pico e finais de semana costuma ficar congestionada próximo ao centro de Angra e em bairros como Japuíba, Frade e Mambucaba, rodovia com pista simples, muitas curvas e trechos íngremes, a rodovia é muito perigosa, exige uma atenção maior de quem trafega nela, e nas proximidades de bairros e praias na beira da rodovia há um trafego intenso também de pedestres por ela. Seguimos pela BR-101 por 12kms até atingirmos o trevo de acesso para a RJ155, outra rodovia de pista simples, porém

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Fotos: Tiago de Grande

Um dos carros da viagem e a placa indicativa da quilometragem na RJ-155 com menos trafego, mais com um problema constante com as chuvas mais fortes de verão, queda de barreiras. Seguindo pela RJ-155 ainda no trecho plano passamos em um pequeno bairro chamado Serra D’Agua com parada para embarques e desembarques, e logo após a subida da serra começa. O trecho de subida é muito perigoso, em algumas partes chega a ser assustador. Pista simples, esburacada e sem acostamento, em muitos trechos não há nem muro de contenção, apenas um guard-rail, sem contar as curvas que não te deixam ficar quieto no banco do ônibus. Conforme vamos subindo a neblina vai aumentando e a visão do mar vai ficando mais longe. E um fato curioso da rodovia são os túneis, q são todos sem acabamento, com impressão se serem apenas buracos abertos no meio das rochas, sem iluminação, e com muita umidade. Após passarmos em um desses túneis há uma baia de emergência na rodovia com um ponto de ônibus da empresa municipal de Angra e uma placa indicando a divisa dos muncipios de Angra e Rio Claro, e com mais alguns kms o trecho de serra termina, e já temos a paisagem mais típica dos planaltos, com muitos descampados. Mais alguns kms a frente já avistamos as primeiras casas na beira da rodovia, é o distrito de Lidice, onde a primeira parte do trecho se encerra, antes de chegarmos ao centro do distrito, há um bar com um estacionamento de ônibus da Colitur, é onde irei descer para trocar de ônibus e seguir rumo a Barra Mansa, esse primeiro trecho levou 1:16 minutos para ser percorrido.

Encravado no meio da serra e a beira da RJ-155, o Distrito de Lidice pertence ao município de Rio Claro, e tem esse nome em homenagem a cidade de Lidice que fica na Rep. Tcheca. O distrito é uma cidade a parte, tem bancos, rede de comércio, a praça que homenageia a Lidice Tcheca e uma estação de trem, além do pequeno terminal de ônibus onde desembarcamos de Angra e embarcamos rumo a Barra Mansa. Trecho 02: Ainda tive tempo de tomar um lanche na parada em Lidice, antes de embarcar no carro de Barra Mansa, essa linha apa-

rentemente tem mais demanda comparada a linha de Angra, o carro saiu mais lotado. Saindo do terminal de Lidice a linha dá uma boa volta pelo centro do distrito, que é bem pequeno, logo após voltamos a RJ-155, agora sem trecho de serras, porém ainda a mesma rodovia esburacada e mal cuidada. Porém agora a paisagem é bem diferente, muitos descampados, montanhas ao fundo, sem neblina, mais ainda com muitas curvas fechadas, que também não te deixam ficar quieto no banco do ônibus. Mais a frente ganhamos a companhia do Rio Piraí, a estrada vai seguir o curso do rio, e no trajeto vai passar por cima dele várias vezes em pontes estreitas onde só passam um veículo por vez, com mais alguns kms saímos da

Distrito de Lidice:

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Ponte Nilo Peçanha, que liga as duas partes de Barra Mansa rodovia para entrar no centro de Rio Claro. Cidade pequena, com muita calmaria e pouco movimento, Rio Claro é uma cidade que vive basicamente da pecuária e produção de leite e derivados. O ônibus fez paradas em frente a estação de trem e na pequena rodoviária da cidade, com apenas três plataformas, e com poucos embarques, a cidade também e banhada pelo Rio Piraí. Saindo da rodoviária de Rio Claro, voltamos a RJ-155, sua pista mal cuidada e suas curvas, com o Rio Piraí nos acompanhando e também a linha férrea, em alguns trechos ainda há passagens de nível da rodovia com a linha férrea, que também aparenta estar mal cuidada, apesar de aparentar ter tráfego constante de trens de carga. Nesse trecho entre Rio Claro, o Distrito de Getulândia e a alça de acesso a Bananal/SP o tráfego de carros é um pouco maior e existem pequenos bairros na beira da rodovia, no Distrito de Getulandia há uma parada em frente a estação de trem onde houve vários embarques, onde na primeira vez ficaram passageiros em pé, desde o começo da rota em Angra dos Reis. Passando Getulandia, chegamos bem perto a divisa com o estado de São Paulo, há uma alça de acesso a uma rodovia que leva aos municípios de Bananal e Arapeí em São Paulo. Após esse entroncamento, é o trecho final da RJ-155, já adentrando o município de Barra Mansa, passamos por alguns bairros pequenos, até chegarmos ao final da RJ-155

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e a Via Dutra, passamos por cima da Dutra e pegamos uma marginal do sentido São Paulo, que nos levou ao centro de Barra Mansa, e com isso a viagem vai se encerrando, no centro de Barra Mansa muita gente desembarca e com exatas 1:27 de percurso a viagem acaba na rodoviária de Barra Mansa. Destino final: Barra Mansa Cortada pela Via Dutra, Barra Mansa é uma cidade grande, com ótima infraestrutura, sendo uma das mais importantes

da região do Vale do Paraíba Carioca, forma com a vizinha Volta Redonda um importante pólo industrial, fazendo que ambas cidades tenham um tráfego intenso de caminhões e trens de carga. Barra Mansa é cortada pelo Rio Paraíba do Sul e a ligação entre as duas partes da cidade é feita pela Ponte Nilo Peçanha. Barra Mansa tem aproximadamente 175.000hab. e possui ligações por ônibus para todas as cidades da região, além de partidas com bons intervalos para o Rio de Janeiro e São Paulo.

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V Á, M A S V I S I T E

MUSEU DE ARTE MODERNA

NITERÓI Fotos: Guilherme Rafael

Mais uma das espetaculares obras de Oscar Niemeyer é um convite ao conhecimento e ao vislumbre de belas paisagens cariocas

Guilherme Rafael Uma obra de Oscar Niemeyer. Com essa frase dava pra encerrar este texto e completar com fotos, porque isso já basta. O que falar de uma obra deste gênio da arquitetura? Bem... Mas vamos lá: O Museu de Arte Contemporânea de Niterói/RJ, um dos vários cartões postais desta belíssima cidade é o nosso destaque esta semana. Concluído em 1996 após 5 anos de obras sobre o Mirante da Boa Viagem, no bairro Ingá é um grandioso ponto de encontro e recreação entre amigos, famílias e, obviamente, turistas que aparecem com o intuito de registrar a viagem e de alguns souvenirs. Com 4 pavimentos (embora não pareça) foi necessária a retiradas de 5.500 toneladas de material resultante de escavações. Para

erguê-lo, impressionantes 3.200.000 m³ de concreto. Por curiosidade, isso equivale a aproximadamente 320 mil caminhões betoneira. Com o formato de taça ou disco voador, como preferir, é uma peculiaridade que se vê em pouquíssimos lugares no Brasil, mas digno de uma obra de Oscar Niemeyer. Também não podia faltar um pequeno espelho d’água sobre a obra. Com visão extremamente, mas extremamente mesmo, privilegiada, é possível avistar uma pequena parte da cidade do Rio de Janeiro (o Porto, mais especificamente), a orla com as praias niteroienses e as águas cristalinas da Baia de Guanabara, com o frequente tráfego de pomposos navios cargueiros. Vale a visita! Maiores informações podem ser obtidas através do site: http://www.macniteroi.com.br/

Acima, espelho d’água na parte inferior do Museu. Ao lado, duas vistas possíveis a partir do mirante: a Baía de Guanabara e as praias niteroienses. Uma obra muito bonita cuja visita vale a pena.

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