Distinção - Edição 03

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Usinas Eólicas

Francisco Beltrão e Toledo vão produzir usinas eólicas no Paraná Da assessoria/Acefb Começa a operar no ano que vem em Francisco Beltrão a primeira indústria de produção de usinas eólicas do estado. O terreno já está recebendo as benfeitorias para abrigar os 8 mil m2 de área construída da FEEL- Flessak Energia Eólica, que apresentou sua futura estrutura e produção na reunião semanal da Associação Empresarial (Acefb). A FEEL produzirá em Beltrão os geradores e todos os componentes necessários à usina, com exceção da estrutura da torre e das pás, que serão fabricadas em Toledo, na unidade da GBT Brazil, uma associação da FEEL com a Global Blade Technology, da Holanda. Desta forma, a S/A será uma das únicas empresas do país a deter toda a cadeia produtiva das usinas, desde a emissão de laudos técnicos sobre áreas a serem implantadas, fabricação, montagem e assistência técnica rotineira.

A unidade de Beltrão, que está em construção na PR-483, fabricará os geradores, HUB e acionamentos; as pás e torres serão feitas em Toledo

Segundo explicou Edson Flessak aos empresários beltronenses, a indústria terá capacidade para produzir cerca de 100

Flessak apresentou a FEEL na reunião semanal da Acefb: esta será uma das empresas do país a deter toda a produção das usinas torres por ano, uma média de duas por semana. De início, serão produzidas usinas com potências de 900kW. “A demanda está muito boa, a repercussão da produção já está sendo grande no mercado especializado”, afirma Flessak. Cerca de 300 empregos diretos e indiretos deverão ser criados com a instalação da FEEL. Flessak diz que a produção pretende atender aos mercados da microgeração e parques de grande porte. A empresa aposta no crescimento do mercado, de 18% ao ano, e na demanda das concessionárias que venderam energia ao governo através de leilões, mas não tem como supri-la, para se consolidar no ramo energético. A produção de energia através dos ventos vem sendo uma alternativa às hidrelétricas, cada vez mais caras e complexas de construir em função das exigências ambientais. Nos últimos oito anos, o preço por mW da energia eólica caiu quase que pela metade e a estimativa é de que neste ano sejam produzidos 1471 mW de energia eólica. 2 • Revista Distinção


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“A cor clara é uma peculiaridade do mel produzido em Ortigueira, característica que tem relação com a florada da região. E os exportadores europeus valorizam o mel claro” MARIA BRÍGIDA DOS SANTOS SCHOLZ (Pesquisadora do IAPAR – Instituto Agronômico do Paraná)

CONTEÚDO DESTA EDIÇÃO: NOSSA CAPA

Página 02 • Usina Eólica no Paraná Página 04 • 100 anos dos Bombeiros

Bombeiros do Paraná chegam aos 100 anos de existência

Página 08 • Notas Econômicas

Cooperativa Witmarsum: 60 anos e os queijos mais finos do Brasil

Página 14 • O mel de Ortigueira

O mel de Ortigueira, segundo maior produtor brasileiro

Página 20 • Sementes Iapar

Página 10 • Os 60 anos da Witmarsum

Página 18 • Café fino do Norte Pioneiro

Página 22 • Empresas & Empreendimentos Revista Distinção • 3


BOMBEIROS

Bombeiros combatendo o fogo que destruiu o Teatro Ouro Verde, recentemente, em Londrina

Bombeiros do Paraná:

100 anos salvando vidas, protegendo patrimônios

Antes de 1912 alguns grandes incêndios ocorridos em Curitiba (como da Cadeia Pública em 1897) eram combatidos por voluntários da Sociedade Teuto-Brasileira de Bombeiros Voluntária – fundada exatamente em 1897. A entidade durou de 1897 a 1901, ano em que foi extinta depois de um incêndio de grandes proporções (Hotel Paraná), quando a fragilidade dos recursos disponíveis para o combate ao fogo ficou exposta e ocasionou a morte de alguns voluntários. Os recursos, na época, eram barris contendo água (transportados em carretas ou em lombos de burro), baldes, pequenas escadas, mangueiras em couro, machadinhas.

OS BOMBEIROS PARANAENSES

Destaque-se que em 1880 D. Pedro II, em visita ao Paraná, já sugeria a criação de um Corpo de Bombeiros, tendo mesmo destinado para a Câmara de Vereadores uma quantia de quinhentos mil réis visando a aquisição de uma bomba de incêndios. A quantia, porém, era pequena e só foi adquirida uma bomba pequena, imprópria para o uso a que se destinava. Finalmente, em 1912, graças ao então presidente da Província, Carlos Cavalcanti de Albuquerque, foi criado o Corpo de Bombeiros do Paraná (na mesma época era fundada a primeira Universidade brasileira, a Universidade do Paraná).

No transcorrer de sua história centenária, a estrutura da corporação sofreu inúmeras alterações. Até que, finalmente, pela Lei nº 155, de 25 de novembro de 1938, foi reincorporada à Polícia Militar, com a denominação de Companhia de Bombeiros e organização de Companhia de Fuzileiros, gozando de autonomia administrativa para aplicação dos meios que lhe fossem atribuídos no orçamento do Estado e de ampla liberdade de ação quanto à parte técnica. E no ano de 1953, recebeu nova designação: a de Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Paraná.

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O início das atividades do Corpo de Bombeiros do Paraná, foi marcado pela leitura da ordem do dia, em 8 de outubro de 1912, baixada pelo Major Fabriciano do Rego Barros, comandante que declarava dar início à corporação. A organização inicial do Corpo de Bombeiros do Paraná deu-lhe caráter rigorosamente militar e a imprescindível autonomia completa; um Estado-Maior, duas Companhias e dois Estados-Menores era sua formação em 1912.


DESFILE Em homenagem ao centenário do Corpo de Bombeiros do Paraná, oito mil pessoas participaram, no dia 2 de setembro, do XIII Desfile Cívico Militar do Pinheirinho, organizado pela ASCOMARP – Associação do Comércio da Macro Região do Pinheirinho. Com o tema “Por uma vida todo sacrifício é dever”, o evento reuniu cerca de 30 mil expectadores.Participaram do desfile as escolas municipais, estaduais e particulares, o grupo de escoteiros desbravadores, forças armadas, polícia militar, polícia civil e da guarda municipal. O presidente da ASCOMARP, Irineu Christofolli resaltou que “o desfile teve como objetivo enaltecer o civismo e o patriotismo, além de homenagear o notável trabalho que o Corpo de Bombeiros realiza em prol das pessoas”.

REESTRUTURAÇÃO O Governo do Estado tem um projeto de reestruturação do Corpo de Bombeiros do Paraná. Pela proposta, uma série de medidas irá melhorar e fortalecer a instituição e toda a Policia Militar do Estado. O anúncio, feito pelo próprio Governador Beto Richa, destaca que “vamos garantir melhor estrutura para o Corpo de Bombeiros e Polícia Militar, para que tenham ainda mais condições de prestar um bom serviço às famílias paranaenses”. Já aconteceu a contratação de 481 novos bombeiros e outros 1.967 policiais militares e a instalação de um novo grupamento em Curitiba. “Esta centenária e gloriosa corporação tem muito que comemorar, merece o respeito e o reconhecimento de cada cidadão e o total apoio do Governo do Estado”, afirma o governador.

Em recente desfile, carros dos bombeiros e, no palanque, o Governador Beto Richa. A sede do Comando do Corpo de Bombeiros está localizada na região central de Curitiba (Rua Nunes Machado, nº 100). Em todo o Paraná existem 47 quartéis onde atuam 2.600 homens. Há ainda unidades de bombeiros comunitários em 52 municípios, que são administradas pela corporação. O objetivo do Governo é contar com bombeiros comunitários em 210 municípios paranaenses até 2014. Os bombeiros combatem não somente incêndios urbanos, mas também incêndios florestais, industriais, em aeroportos e até em navios, fiscaliza prédios para evitar acidentes, participa de cortes de árvores em risco de queda, está presente nas emergências médicas pré-hospitalares, na captura de animais, no desencarceramento em acidentes rodoviários e ferroviários, em salvamentos aquáticos, nos acidentes com gás.

Bombeiros atuando como salva-vidas em praia do Paraná

Bombeiros da Sociedade Teuto Brasileira combatendo incêndio na Cadeia Pública de Curitiba em 1897. Revista Distinção • 5


BOMBEIROS

TROCA DE COMANDO A Polícia Militar do Paraná realizou no dia 20 de agosto a troca de comando do Corpo de Bombeiros, no Quartel dos Bombeiros, em Curitiba. Assumiu a função o coronel Luiz Henrique Pombo do Nascimento, que estava no Estado Maior da unidade, em substituição ao também coronel Antonio Luiz Ferreira da Silva, que ficou à frente da função nos últimos quatro meses. A solenidade foi presidida pelo Comandante-Geral da PM em exercício Coronel Cesar Alberto Souza.

NOVOS VEÍCULOS E EQUIPAMENTOS No dia 16 de dezembro de 2011 o Corpo de Bombeiros do Paraná passou a contar com dez novos caminhões tipo autobomba tanque para combate a incêndios. Os equipamentos foram entregues pelo governador Beto Richa e passaram a ser empregados em casos de incêndios urbanos, rurais e em instalações petroquímicas nas principais cidades do Paraná — Curitiba (2), São José dos Pinhais, Paranaguá, Ponta Grossa, Londrina, Maringá, Cascavel, Foz do Iguaçu e Guarapuava. “Esta é mais uma demonstração do esforço que estamos fazendo para recuperar a estrutura e as condições de trabalho dos profissionais da segurança pública”, disse o governador. “Garantir a estrutura adequada para as atividades de salvamento e resgate de pessoas é o mínimo que podemos fazer pelos nossos valorosos bombeiros, que há muito tempo são exemplo de competência, dedicação e empenho sem limites”, afirmou Richa. Os novos caminhões autobomba tanque possuem capacidade para carregar até 20 mil litros de água e mil litros de espuma. A bomba é certificada e tem capacidade de pressão de 7

Primeira viatura do Corpo de Bombeiros do Paraná, utilizada em 1912. Trata-se de um Auto Bomba Merryweather inglês. 6 • Revista Distinção

mil litros por segundo, com um jato de água que atinge altura de até 39 andares (120 metros). E as unidades do Corpo de Bombeiros vão ganhar novos veículos e equipamentos. O objetivo é ampliar o sistema de atendimento emergencial de todo o Estado. O investimento será de R$ 12,9 milhões. O dinheiro será usado para a compra de 25 veículos do tipo bomba-tanque e Resgate; dois caminhões Auto-Hidro-Químico; e três Auto-Tanques, de 25 mil litros. Paralelamente à aquisição dos veículos, o Governo do Estado investirá R$ 2 milhões na compra de equipamentos de proteção individual. Entre o material a ser comprado estão 650 novas roupas de combate a incêndios, 1.200 pares de botas de combate a incêndios, 1.200 pares de luvas e 2.500 balaclavas de proteção de face e pescoço.

NOVOS CAMINHÕES A MAN Latin America vai fornecer mais de 30 caminhões modelo VW Constellation Advantech Euro 5 ao Corpo de Bombeiros dos estados do Paraná e do Espírito Santo. “Essas são as primeiras unidades de um programa de renovação de frota, que deve ser intensivo até a Copa e a Olimpíadas. Instituições de Corpo de Bombeiros de todo o país modernizarão seus veículos para garantir o que há de mais moderno em tecnologia e assegurar assistência total em casos de emergências”, afirmou Ricardo Alouche, diretor de vendas, marketing e pós-vendas da MAN Latin America. Os veículos que serão entregues ao Corpo de Bombeiros do Paraná foram equipados com motores ISL, da Cummins, com tecnologia SCR de pós-tratamento e transmissão automática Allison S3200, com seletor de marchas eletrônico. O modelo recebeu reforço na suspensão dianteira e na mola traseira para conforto do motorista e maior estabilidade com o peso do tanque de água, respectivamente.

Moderno caminhão MAN chegando para reforçar a frota


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NOTAS ECONÔMICAS

Araucária produzirá CVP Está em implantação junto a Repar – Refinaria Presidente Getúlio> Vargas -, em Araucária, a unidade de produção de coque calcinado (CVP – Coque Verde de Petróleo), joint venture entre a Petrobras e a Unimetal. A fábrica produzirá até 345 mil toneladas anuais do produto, que serve de matéria-prima para a indústria de alumínio.

“Novo” Condor em Londrina O Condor de Londrina foi reinaugurado, no dia 14 de setembro, após receber um investimento de R$ 5 milhões. A loja foi aberta em 2000 e marcou a trajetória da empresa por ser o primeiro hipermercado da rede. “Londrina é um marco na história da rede, abrimos esta loja em uma época de muito assédio pelas multinacionais, mas como não tínhamos interesse em vender nossa empresa, precisávamos investir e modernizar para nos manter competitivos. O primeiro passo era renovar o formato de loja e Londrina foi a cidade escolhida para receber o primeiro hipermercado do Condor no Paraná”, destaca o presidente do Condor Super Center, Pedro Joanir Zonta. A loja passou por uma completa revitalização, que deixou o ambiente moderno, aconchegante e sofisticado. Entre as inovações, estão os painéis aplicados nas paredes laterais das esteiras rolantes, que interligam o estacionamento à loja. O acervo é do Museu Histórico de Londrina “Padre Carlos Weiss” e retrata pontos históricos da cidade. Em função de todas as novas tecnologias aplicadas, o Hipermercado Condor de Londrina deve passar a atender 200 mil pessoas por mês, que terão a disposição um mix de 40 mil produtos.

Abatedouro em Ubiratã A Unitá Cooperativa Central constrói moderno abatedouro de aves em Ubiratã. O empreendimento é fruto da fusão entre as cooperativas Copacol (Cooperativa Agroindustrial Consolata) e Coagru (Cooperativa Agroindustrial União), com inauguração prevista para janeiro de 2013. A Unitá vai gerar 1,5 mil empregos diretos, abatendo 160 mil aves por dia. O faturamento anual é estimado em R$ 750 milhões.

Positivo: novos produtos A Positivo Informática, maior fabricante de computadores do Brasil e líder no segmento de tecnologia educacional, anuncia sua entrada em um novo segmento de mercado: a companhia está lançando seus primeiros celulares e smartphones. A receita para obter sucesso também neste setor está na combinação da qualidade, preços competitivos e design para diferentes perfis de usuários, sempre com foco no consumidor brasileiro. Os cinco modelos de aparelhos chegam ao mercado em novembro, sendo dois messaging phones e três smartphones com sistema operacional Android. Os equipamentos serão vendidos nas principais redes de varejo do país, e também estão sendo negociadas parcerias com operadoras de telefonia. 8 • Revista Distinção

Usina de resina de milho O governador Beto Richa participou em Pato Branco do lançamento da pedra fundamental da primeira usina de resina à base de milho da América do Sul. Com investimento total de R$ 100 milhões, o empreendimento, beneficiado pelo programa Paraná Competitivo, vai gerar cerca de 220 novos empregos diretos na região Sudoeste do Paraná. A usina produzirá sacolas biodegradáveis e será construída pela empresa paranaense Sementes Guerra, em parceria com sua sócia francesa Limagrain.

Portos do Paraná: recorde De janeiro a agosto, entre importação e exportação, o volume de cargas que passou pelos portos de Paranaguá e Antonina, este ano, foi 7% maior em comparação com o mesmo período de 2011. O movimento registrado passou de 29 milhões de toneladas de cargas. O balanço foi divulgado no dia 14 ade setembro pela Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa).


HIPERMERCADO CONDOR

Hipermercado Condor de Londrina é reinaugurado: um marco Foi reinaugurado no dia 14 de setembro o Hipermercado Condor de Londrina, após receber um investimento de R$ 5 milhões. A loja foi aberta em 2000 e marcou a trajetória da empresa por ser o primeiro hipermercado da rede. “Londrina é um marco na história da rede, abrimos esta loja em uma época de muito assédio pelas multinacionais, mas como não tínhamos interesse em vender nossa empresa, precisávamos investir e modernizar para nos manter competitivos. O primeiro passo era renovar o formato de loja e Londrina foi a cidade escolhida para receber o primeiro hipermercado do Condor no Paraná”, destaca o presidente do Condor Super Center, Pedro Joanir Zonta. A loja passou por uma completa revitalização, que deixou o ambiente moderno, aconchegante e sofisticado. Entre as inovações, estão os painéis aplicados nas paredes laterais das esteiras rolantes, que interligam o estacionamento à loja. O acervo é do Museu Histórico de Londrina “Padre Carlos Weiss” e retrata pontos históricos da cidade. Em função de todas as novas tecnologias aplicadas, o Hipermercado Condor de Londrina deve passar a atender 200 mil pessoas por mês, que terão a disposição um mix de 40 mil produtos.

CONDOR SUPER CENTER

radas esse ano –, além da construção de uma nova unidade em Paranaguá, em frente a loja do Centro, que será desativada. Esse investimento ainda contempla a modernização de outras lojas, como a de Londrina, além da aquisição de algumas áreas para construção de futuros empreendimentos. A meta da rede é chegar ao final de 2016 com 45 lojas entre super e hipermercados e um faturamento superior a R$ 4 bilhões, além de expandir sua atuação para outro estado, fora do Paraná, desde que se apresente como uma boa oportunidade. O Condor também quer permanecer entre as dez maiores redes supermercadistas do Brasil e contar com uma equipe de mais de 12 mil colaboradores diretos.

O Condor Super Center é 100% paranaense e atende mensalmente mais de 3 milhões de clientes. Com 38 anos de história, o Condor é a 9ª maior rede supermercadista do Brasil, conta com 9 mil colaboradores e 35 lojas, entre super e hipermercados, nas cidades de Curitiba, Ponta Grossa, Araucária, Campo Largo, Lapa, São José dos Pinhais, Fazenda Rio Grande, Paranaguá, Maringá, Londrina, Apucarana, Colombo, Castro e Pinhais, além de duas centrais de distribuição na capital. Em 2011, investiu mais de R$ 100 milhões na revitalização e expansão de sua rede de lojas e registrou um faturamento de R$ 2,136 bilhões, mais de 20% de crescimento em relação a 2010, quando registrou faturamento de R$ 1,728. Para 2012, a expectativa é a de crescer novamente na faixa de 20%. Para isso, está realizando um investimento na ordem de R$ 120 milhões, incluindo a implantação de duas novas lojas – uma na cidade de Pinhais e outra no bairro Campo Comprido, em Curitiba, ambas já inaugu-

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COOPERATIVA WITMARSUM

Cooperativa Witmarsum: 60 anos de tecnologia Localizada às margens da BR-277, Km 146, distante 70 km de Curitiba em direção a Ponta Grossa, no município de Palmeira, a Cooperativa Mista Agropecuária Witmarsum chega aos 60 anos de existência se destacando em tudo o que seus associados fazem. Conta atualmente com 310 sócios, que tiram seu sustento basicamente da agropecuária (leite, frangos de corte, milho, soja, trigo, etc). A Cooperativa tem como atividades industriais a fábrica de rações e a fábrica de queijos finos e mantém toda estrutura para recepção e armazenagem de grãos produzidos pelos associados, bem como presta toda assistência técnica veterinária e agronômica, fornece todos insumos necessários para produção e atua na comercialização da produção de seus associados.

HISTÓRIA A Colônia Witmarsum, onde está a sede da Cooperativa (Avenida Presidente Ernesto Geisel s/nº - Colônia Witmarsum , fone 42) 3254-4000), foi constituída por pessoas que vieram da Europa, Menonitas que pertencem ao grupo de alemães russos que tiveram origem na Frísia, no norte da Holanda e Alemanha. “Menonitas” – assim chamados por seu líder espiritual, Menno Simons, um holandês que viveu entre 1492 – 1559, num lugar chamado Witmarsum. São descendentes de imigrantes que chegaram à Rússia, através da Prússia, de onde fugiram do comunismo e descobriram o Brasil por volta de 1930 em Santa Catarina. Após uma longa temporada neste local saíram para algo melhor e conseguiram comprar a Fazenda Cancela de 7.800 ha, que pertencia ao Sr. Roberto Glaser, dando inicio a formação da Colônia Witmarsum em julho de 1951, dividida em lotes rurais de 50 ha em média, destinada a cada colono. Fundada em 28 de outubro de 1952, a Cooperativa Mista Agropecuária Witmarsum Ltda, sucessora da Sociedade Anônima, que funcionava em Ibirama, no estado de Santa Catarina, organizou a migração dos colonos alemães daquela região para a Colônia de Witmarsum no estado do Paraná. O objetivo da então fundada Colônia, era coordenar a vida social e econômica de todos os imigrantes. Hoje a Cooperativa atua na região de Palmeira, Ponta Grossa, Porto Amazonas e Balsa Nova, no Paraná. 10 • Revista Distinção

A Cooperativa é proprietária da Escola, Hospital, Museu que hoje são administrados pela Associação de Moradores.

ATIVIDADES Além da sede, a Cooperativa tem entrepostos em Palmeira (Colônia Quero Quero e no CAU – Centro de Atendimento ao Usuário Rodonorte, BR 376, Km 548, Pista Sul – sentido Ponta Grossa/Curitiba) e em Ponta Grossa (BR 376, Km 506,5). A cultura da soja é a principal atividade desenvolvida pelos associados, ocupando uma área aproximada de 4.200 ha. A produtividade gira em torno de 2.750 kg/ha. O milho, com produtividade média de 8.000 kg/ha, é opção na rotação de cultura, sendo utilizado também como base na fabricação das Rações Cancela para alimentação do rebanho de gado leiteiro da colônia. O milho silagem é cultivado visando ser um complemento na alimentação do rebanho leiteiro e manutenção da produção em épocas de escassez de pastagem.O trigo é opção como cultura de inverno, com uma produtividade de 2.900 kg/ha. As pastagens (incluindo-se o sorgo) são cultivadas com a finalidade de alimentação do rebanho de gado leiteiro. A Cooperativa Witmarsum produz sementes de soja, trigo e aveia, nas categorias S1, S2, C1 e C2. A produção é feita


em campos próprios dos cooperados e são produzidas em atendimento à legislação vigente. A Cooperativa, através da UBS – Unidade de Beneficiamento de Sementes -, oferece toda a infra-estrutura como: recepção, limpeza, classificação e armazenagem das sementes produzidas. Capacidade de beneficiamento: 70 sacos/hora; capacidade de armazenagem: 1.200 toneladas. Quanto aos insumos, a Cooperativa coloca à disposição dos cooperados, bem como de terceiros, todos os necessários para a implantação das culturas, desde sementes, inoculantes, fertilizantes, herbicidas, inseticidas, fungicidas, etc. A aquisição é baseada em uma programação feita pelos produtores junto à equipe técnica em épocas anteriores à implantação das culturas.

ARMAZENAGEM, RAÇÕES

de produtos de alta performace, que visam maximizar o desempenho produtivo e reprodutivo dos animais. Possui mais de 20 tipos de rações balanceadas, todas registradas no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Marca: Cancela Nutrição Animal. Rações para bovinos, aves, equinos, ovinos, suínos, suplementos minerais, matérias primas.

A produção agrícola dos cooperados e terceiros é recebida na sede da Cooperativa na Colônia Witmarsum e parte no Entreposto localizado no município de Ponta Grossa. Assim como na área de sementes, a Cooperativa coloca à disposição toda a infra-estrutura para recepção, padronização e armazenagem da produção dos agricultores, seguindo padrões de qualidade. A estrutura de silos e armazéns tem capacidade estática de 23.000 toneladas, sendo: a) 2 silos metálicos – capacidade de 4.800 toneladas cada; b) 5 silos de concreto – capacidade de 1.000 toneladas; c) 1 amazém de fundo chato – capacidade de 4.500 toneladas; d) 1 silo metálico – capacidade de 2.200 toneladas. À disposição dos produtores, visando o fornecimento de novas tecnologias e informações, a Cooperativa mantém uma equipe técnica. Na área veterinária, funcionam uma equipe técnica, uma clínica especializada em bovinos de leite, uma farmácia. Há ainda um posto de combustível, um supermercado. A Cooperativa Witmarsum, com ampla experiência que possui na área de nutrição animal, principalmente com bovinos de leite, vem desenvolvendo uma linha completa Revista Distinção • 11


COOPERATIVA WITMARSUM

TURISMO A colônia ocupa uma área de 7.800 ha, com cinco núcleos de povoamento, dispostos em torno do centro administrativo comercial e social. Sua base econômica reside na agropecuária, desenvolvida sobretudo no setor da pecuária leiteira. Nela encontram-se um grupo folclórico e um coral, que visam manter a tradição cultural; biblioteca, escola de música, grupo de teatro e o Museu Histórico. Estão disponíveis, mediante agendamentos (fone 42) 32541456), quatro roteiros turísticos formatados para visitações com finalidades históricas, culturais e agropecuárias, os quais são: roteiro histórico cultural, roteiro colonial, roteiro Domingo em Witmarsum e roteiro Fazendeiro por um dia. A comunidade possui um grupo de Dança Sênior que visa manter a tradição cultural através de atividades rítmicas musicais, que resultam em um melhoramento no desempenho corporal; corais que fazem parte das Igrejas Menonitas; bibliotecas na escola e nas igrejas; professores de música; grupos de teatro e o Museu Histórico, inaugurado em 15 de setembro de 1989, instalado na antiga casa grande da Fazenda Cancela, feita em madeira, numa construção de estilo europeu-italiano, tombada pelo patrimônio Histórico com acervo composto de móveis, objetos, fotos, e equipamentos das colônias de Santa Catarina, da própria Witmarsum e da terra de seus antepassados da Rússia. 12 • Revista Distinção

O colégio Fritz Kliewer

O museu histórico

Casa lotada para apreciar os queijos da colônia


QUEIJOS FINOS

Os queijos finos fazem a fama da colônia e ajudam a atrair turistas ao local (juntamente com produtos artesanais, pousadas, restaurantes e a bela paisagem dos campos gerais). Tem os queijos frescos Minas Frescal e Ricota fresca, os queijos semi-moles (Asiago, Colonial), os maturados por fungos (Brie, Camembert) e os curados (Appenzeller, Emmental, Raclette e Fondue).

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Mel de Ortigueira

Ortigueira busca diferencial c para o mercado internaciona FERNANDA RODRIGUES Segundo maior produtor de mel do Brasil, município segue em busca do selo de Indicação Geográfica, ferramenta de comercialização que comprova origem e qualidade, além de aumentar valor agregado do produto; expectativa é receber a certificação em 2013. De acordo com pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizada em 2011, Ortigueira é o segundo maior município produtor de mel do Brasil, com produção média de 510 toneladas. O objetivo do Programa Apis - Apicultura Integrada e Sustentável - é tornar o município o maior produtor de mel do País, ultrapassando Araripina, cidade pernambucana que produz 655 toneladas, em média, ao ano. Uma das estratégias para alcançar o topo do ranking é conquistar a Indicação Geográfica de Procedência (IGP), que deve abrir novos mercados nacionais e internacionais, e aumentar o valor agregado do produto, o que terá impacto direto no aumento da renda dos apicultores da região e na economia local. A Associação dos Produtores Ortigueirenses de Mel (Apomel) busca o reconhecimento geográfico desde 2010 e a expectativa é a obtenção do selo em 2013. A certificação garante a origem, os processos de produção e algumas características sensoriais dos produtos da região, conferindo-lhes destaque no mercado brasileiro e internacional. A IGP é concedida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).

Conforme Fabrício Pires Bianchi, consultor do Sebrae/ PR, a certificação é uma ferramenta capaz de promover o desenvolvimento do município, que apresenta atualmente o menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Paraná. “A estimativa é de que a identificação geográfica resulte em um aumento de 30% da rentabilidade dos produtores que integram a Apomel.” Além da Apomel e do Sebrae/PR, também estão envolvidas no processo de certificação a Prefeitura de Ortigueira, o Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), o Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UFPR) e a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep).

Diferenciação Para comprovar as características peculiares do mel de Ortigueira, o Iapar, e a UTFPR, com a participação do Sebrae/PR e apoio da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná (SETI), realizaram uma pesquisa de análise da qualidade do produto. O estudo analisou 83 amostras cedidas pelos produtores que fazem parte da Apomel e também outras 48 amostras que foram divididas em três grupos de três regiões próximas a Ortigueira para comparar a diferença entre os produtos. As amostras são referentes às safras de 2010 e 2011. De acordo com a pesquisadora do Iapar que coordenadora da pesquisa, Maria Brígida dos Santos Scholz, tanto as características físicas (acidez, PH e cristalização) quanto às sensoriais (aroma, sabor e coloração) estão relacionadas da origem botânica. “São as floradas que definem as peculiaridades do mel”, diz. A pesquisa comprovou que o mel de Ortigueira é diferenciado, principalmente no que diz respeito à cor e a acidez. “Nosso produto é mais claro e a acidez é mais baixa. Os resultados do estudo são importantes e justificam o pedido da certificação geográfica”, afirma Maria Brígida Scholz. Para os produtores, a pesquisa também possui relevância. Eles receberão o resultado da análise das amostras e poderão perceber os pontos positivos e as

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competitivo al de mel

Cooperativismo, o próximo passo A Associação dos Produtores Ortigueirenses de Mel - APOMEL, com o apoio das instituições parceiras do Programa Apis, segue em busca da constituição de uma cooperativa, a Coramel, que deverá iniciar suas atividades em 2013. A união dos produtores poderá gerar ótimos resultados na conquista de novos clientes e mercados. “Sob a ótica do cooperativismo, os produtores não são meros concorrentes de mercado, mas um grupo que cresce junto”, afirma o consultor Fabricio Bianchi. Segundo ele, existem outras conquistas dos apicultores locais, como a construção de uma Unidade de Beneficiamento de Mel – UBM, e de três unidades de extração, que poderão ser usadas por todos e impulsionar a cooperativa. A UBM é resultado de uma indenização coletiva do Consórcio Energético Cruzeiro do Sul, responsável pela Usina Hidrelétrica de Mauá, e será habilitada para exportação, já com as certificações necessárias.

falhas do produto, melhorando ainda mais o processo de produção. O relatório apresenta uma tabela comparativa entre os valores referencias de qualidade e o valor de cada amostra individual.

Bem coletivo A IGP é um bem coletivo e todos os associados da Apomel terão na embalagem do produto um selo que comprova a certificação. “É uma ferramenta coletiva de promoção de comercialização dos produtos”, explica o consultor da área de apicultura, Fabricio Bianchi. Entre os benefícios da certificação estão: a proteção dos produtos, reduzindo as falsificações; a proteção dos consumidores, que terão a origem e a qualidade do produto comprovada através do selo; proteção da riqueza, da variedade e da imagem dos produtos; e proteção do território, da cultura e da tradição de uma determinada região ao longo dos anos. O processo de certificação iniciou na Europa com produtos como queijos, vinhos e azeites de oliva. Países como França, Portugal e Espanha já produzem mel certificados.

“Tudo isso irá favorecer o cenário econômico do município e o consequente crescimento da cooperativa. O futuro do mel de Ortigueira é promissor”, explica Bianchi. Um dos exemplos para o mel de Ortigueira é a Cooperativa de Cafés Especiais do Norte Pioneiro do Paraná (COCENPP) que nasceu em função da união dos produtores e dos parceiros, por meio do Projeto Cafés Especiais do Norte Pioneiro. Graças ao cooperativismo, os cafeicultores, que foram habilitados a atuar no sistema fair trade (comércio justo), ingressaram no mercado internacional e obtiveram a primeira Indicação Geográfica de Procedência do Paraná. De acordo com Heverson Feliciano, gerente regional do Sebrae no norte do Paraná, o cooperativismo garante um futuro melhor para os apicultores. Segundo ele, no cenário atual, a competição ultrapassou as fronteiras da propriedade rural. “A competição não é individual, mas é medida pelos territórios. Para que Ortigueira seja competitiva internacionalmente, os produtores precisam aderir ao cooperativismo e trabalhar em conjunto”, avalia Feliciano. A coordenadora da carteira de Apicultura e Silvicultura do Sebrae Nacional, Fátima Lamar, acredita que Ortigueira vive um momento histórico com a abertura do Centro de Transferência de Tecnologia Apícola, que deve ser inaugurado ainda em 2012. O espaço é um projeto que vem sendo implantado e irá fortalecer as atividades de pesquisa e promover a inovação na produção. “O Centro será mais uma conquista dos apicultores. O empreendimento reforça a união dos parceiros e o cooperativismo”, diz Fátima Lamar.

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Mel em Ortigueira

A clareza do mel ortigueirense Para a presidente da APOMEL, Ana Mozuski Kutz (na foto), o mel de Ortigueira caracteriza-se pela sua cor clara. “E quanto mais clara a cor, melhor para exportar”, afirma. Ana diz ainda que o mel do município “não tem resíduo e tem baixo teor de acidez”. São diversos os tipos de mel produzidos ali, como o silvestre, de eucalipto, de laranja, gabiroba, pitanga, lixa, gurucaia, aroeira vermelha. Destacam-se o de capixingui, uma árvore nativa e o de Assa Peixe, outra planta nativa e que, por ser muito suscetível a frio, vento, chuva, torna a produção mais difícil. “Mas é o melhor mel e o mais caro – e também o mais raro”, conta a presidente. Ana mostra-se entusiasmada com a construção do Centro de Tecnologia Apícola, em área com 5.625 m2 às margens da BR-376, Km 350. Funcionarão ali unidades de beneficiamento de mel, própolis e cera, além de geléia real, com selos do SIF e sala para exportação.

ASSA PEIXE O Assa-Peixe (Vernonia polysphaera) é uma planta nativa do Brasil e nasce em beira de estradas, esgotos e terrenos. Lá na escola também brotou sozinha e correu o risco de ser cortada nas limpezas de mato, quando ainda era pequena. Mas foi logo descoberta pelos funcionários da EMJB e se tornou uma das espécies preferidas. A folha do assa-peixe ajuda a combater as afecções da pele, bronquite, cálculos renais, dores musculares, gripes, pneumonia, retenção de líquidos e até tosse. Rica em sais minerais, diurética, a erva também tem ação balsâmica e expectorante. Além disso, o mel de abelhas criadas junto a plantações é muito apreciado, com sabor leve como laranjeira. Atualmente em floração, o assa-peixe da escola atrai vida e encanta por ter sido planta desconhecida que agora faz parte da farmácia-viva da EMJB, como um dos remédios naturais mais procurados. Suas flores apresentam colorações rosa e branca, que se acentuam conforme os botões se abrem ou a luz do dia.

CAPIXINGUI O Capixingui - Croton floribundus é uma espécie muito comum nos biomas do Cerrado e da Mata Atlântica, nos estados do Paraná, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Por seu porte, seu plantio é indicado para parques, jardins e outros espaços abertos, onde não passem fiações elétricas e outras estruturas. Suas flores atraem diversos tipos de abelhas, enquanto sua madeira pode ser utilizada para a caixotaria e produção de móveis.

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DESAPARECIMENTO DE ABELHAS Há alguns anos, o físico Albert Einstein dizia que se as abelhas desaparecessem, a humanidade seguiria o mesmo rumo em um período de 4 anos. A razão é muito simples: sem abelhas não há polinização, e sem polinização não há alimentos. Pois há alguns anos um grande número de abelhas desapareceu em vários países do mundo, inclusive em alguns Estados do Brasil. Para o IBAMA a culpa é de alguns inseticidas utilizados na agropecuária e, por isso, o uso desses produtos está sendo restringido. Foi iniciado um processo de reavaliação das substâncias imidacloprido, tiametoxam, clotianidina e fipronil, utilizadas em sua maioria no tratamento de sementes de soja, trigo, algodão e feijão- e que seriam extremamente nocivos às abelhas. Apicultores gaúchos e catarinenses relatam desaparecimento de abelhas em níveis inéditos. Alguns produtores registram perdas de 25% na produção de mel. Pesquisador diz que uma das causas do fenômeno pode ser a influência de lavouras transgênicas. O fenômeno pode causar graves desequilíbrios ambientais, uma vez que as abelhas são responsáveis por mais de 90% da polinização e, de forma direta ou indireta, por 65% dos alimentos consumidos pelos seres humanos. Alguns produtores já registram perdas de 25% na produção de mel. Em várias regiões dos Estados Unidos e do Canadá apicultores chegaram a perder 90% de suas colmeias.

KLABIN ESTIMULA Em linha com sua Política de Sustentabilidade, a Klabin desenvolve, desde 2007, o Programa de Apicultura e Meliponicultura (criação racional de abelhas sem ferrão), na Unidade Monte Alegre, em Telêmaco Borba (PR). O objetivo é aproveitar o po-

tencial da rica flora das áreas florestais, preservando a biodiversidade e exercendo a responsabilidade social. Pelo programa, a empresa viabiliza o apoio à cadeia produtiva, estruturando o uso racional e controlado da floresta. Os apicultores, por sua vez, recebem qualificação profissional e diversificam suas atividades produtivas, gerando renda para suas famílias. As espécies em manejo são as abelhas nativas, conhecidas como indígenas, meliponíneos ou melíponas, e também abelhas exóticas adaptadas. Na Meliponicultura são realizadas a pesquisa e a multiplicação de abelhas nativas, capazes de promover a preservação do ecossistema, já que são responsáveis por 40% a 90% da polinização de espécies vegetais. Nas florestas da Klabin já foram identificadas 21 espécies diferentes destas abelhas, entre elas a Jataí (Tretagonisca angustula) e Iraí (Nannotrigona testaceicornis), consideradas produtoras de mel de qualidade e com propriedades terapêuticas. Como muitas das abelhas nativas são destituídas de ferrão ou apresentam ferrão atrofiado, há bastante segurança em conciliar a Meliponicultura com atividades de educação ambiental e com silvicultura, que é a principal atividade da região. Outra vantagem, é que a alta qualidade do mel abre novas oportunidades de trabalho na área de Produtos Florestais Não-Madeireiros. Nas áreas florestais da Klabin foi encontrada a espécie Mandaçaia (Melipona quadrifasciata), de origem nativa brasileira e presente na lista das espécies ameaçadas de extinção. Esta confirmação contou com a colaboração de pesquisadores da Universidade Estadual de Londrina (UEL), que atuaram in loco na Unidade. O registro desta espécie ressalta o equilíbrio do ecossistema local e a preservação da biodiversidade, demonstrando que a Klabin atua de forma sustentável, em harmonia com a natureza. As abelhas sem ferrão brasileiras constituem-se nos polinizadores principais de 90% das árvores brasileiras.

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Café

Norte Pioneiro, no mapa do café fino brasileiro GIOVANA CHIQUIM (Assessoria de Imprensa do SEBRAE Pr) Depois de ter conquistado exatamente no Dia Nacional do Café, em 24 de maio, a Indicação Geográfica de Procedência (I.G.P.), o Norte Pioneiro, ou os produtores de cafés especiais, continuam em euforia. A certificação garante a origem, os processos de produção e algumas características sensoriais dos cafés do Norte Pioneiro. Além dos paranaenses, apenas outras duas regiões brasileiras, localizadas em Minas Gerais, apresentam o registro oficial, a Região do Cerrado Mineiro e a Serra da Mantiqueira. O trabalho para conquistar a I.G.P., no Norte Pioneiro, iniciou em 2008 e confere maior visibilidade para a produção paranaense. “A conquista mostra o sucesso de um trabalho coletivo. Ao ser reconhecido oficialmente, o café da região passa a servir de referência, como o que acontece com o presunto de Parma, com os vinhos de Bordeaux e Borgonha”, afirma Allan Marcelo de Campos Costa, diretor-superintendente do Sebrae/PR. “A certificação vai ampliar a competitividade dos cafés especiais e abrir novos mercados”, complementa Odemir Capello, consultor do Sebrae/PR e gestor do Projeto de Cafés Especiais. De acordo com Luiz Roberto Saldanha, presidente da Associação de Cafés Especiais do Norte Pioneiro do Paraná (ACENPP), entidade detentora da certificação e que representa os cafeicultores do território, a I.G.P. é uma ferramenta de comunicação com o mercado, reconhecida em todo o mundo. Luiz Saldanha explica que os consumidores, cada vez mais exigentes, querem saber a origem do produto, como o café foi produzido e a qualidade do grão. “A I.G.P., combinada à estruturação associativa da comercialização e do rigoroso controle de qualidade implantado no Projeto de Cafés Especiais, responde às três perguntas e certifica a procedência, o processo de produção e os atributos únicos da bebida”, diz.

ção de custos e no aumento de produtividade, interferindo em toda a cadeia produtiva”, enfatiza. Para Enio Queijada de Souza, gerente de Agronegócio do Sebrae Nacional, gradativamente, o Paraná recupera lugar de destaque na cafeicultura nacional, com uma produção voltada para a qualidade. “A I.G.P. é uma maratona, e o Projeto de Cafés Especiais conseguiu ultrapassar os obstáculos. O desafio agora é encontrar mercados que remunerem o produto”, destaca.

HISTÓRIA A I.G.P. é registrada pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). A certificação do Norte Pioneiro, como região produtora de cafés especiais, é fruto de um trabalho intenso realizado pelo Sebrae/PR. A iniciativa contou com parceria da ACENPP, do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), do Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SEAB), do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), da Associação dos Municípios Norte Pioneiro (Amunorpi), da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) e do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Paraná (CREA-PR). O lançamento do Projeto de Cafés Especiais, em 2006, mostrou a nova realidade do mercado de cafés e norteou os agricultores para um novo modelo de produção. Antes focada na quantidade, a cultura do grão na região do Norte Pioneiro ganhou uma nova roupagem: a produção de cafés especiais.

“A I.G.P. comprova que o produto daquela região é único. Além disso, os produtores que estão naquela área assumem o compromisso de continuar produzindo da mesma forma, em relação ao manejo e ao beneficiamento, para manter a qualidade”, analisa.

“A fase conhecida como nova cafeicultura paranaense oferece maior rentabilidade para os produtores, já que a saca do café especial é vendida por um preço 20% mais alto em relação ao grão tradicional”, avalia Heverson Feliciano, gerente regional do Sebrae/PR no norte do Paraná. Idealizado pelo Sebrae/PR e ACENPP, a intenção do Projeto de Cafés Especiais é transformar a região do Norte Pioneiro em uma referência na produção de café de qualidade. De acordo com Feliciano, a certificação coroa um trabalho de mais de cinco anos. “A I.G.P. credencia os cafeicultores como produtores de cafés especiais. A expectativa é de que, com a certificação, o projeto ganhe ainda mais dimensão”, afirma. O Projeto de Cafés Especiais promove capacitações que orientam os produtores sobre as técnicas e os cuidados necessários em cada uma das etapas do processo, da semente à xícara, para garantir a produção de grãos de qualidade.O Projeto de Cafés Especiais também incentiva a comercialização da marca própria, de forma organizada e com condições de atender os mercados interno e externo. Outra estratégia da ACENPP e Sebrae/PR, para divulgar a qualidade do café produzido na região, foi a concepção da Feira Internacional de Cafés Especiais do Norte Pioneiro do Paraná – FICAFE.

Hulda Giesbrecht acrescenta que a I.G.P. promove uma melhoria contínua. “Além de agregar valor ao produto, contribui na redu-

O evento, realizado anualmente, marca uma nova etapa na história da cafeicultura paranaense.

A certificação beneficiará aproximadamente 7,5 mil cafeicultores e suas famílias, espalhados por 45 municípios do Norte Pioneiro. Eles são responsáveis pela produção de 1,1 milhão a 1,3 milhão de sacas beneficiadas por ano, o que corresponde em média a 50% da produção paranaense de café. Hulda Oliveira Giesbrecht, analista técnica da Unidade de Acesso à Inovação e Tecnologia do Sebrae Nacional, avalia que a I.G.P. é uma chancela que confirma que o café do Norte Pioneiro possui características exclusivas, que não podem ser encontradas em bebidas de outra parte do mundo. Para ela, a I.G.P. está além das outras certificações, que avaliam apenas algumas regras específicas.

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ATUAÇÃO DA ACENPP A Associação de Cafés Especiais do Norte Pioneiro do Paraná – Acenpp - é uma entidade sem fins lucrativos, nascida da disposição dos produtores em produzir e comercializar cafés especiais, com marca própria, para o mercado interno e externo, de forma organizada e sustentável, gerando renda e promovendo o desenvolvimento da Região.

CAFÉS ESPECIAIS Uma das diferenças entre um café especial e um café comercial é a pureza e a uniformidade dos grãos. Nos lotes de cafés especiais, o consumidor conhece a origem da bebida, graças à certificação da propriedade e à rastreabilidade do produto. Os cafés especiais não apresentam nenhum defeito primário como grãos pretos, verdes ou ardidos. Uma prova ‘cega’, feita por especialistas que analisam amostras de cafés retiradas dos lotes atribuem notas, de acordo com o padrão da SCAA (Specialty Coffee Association of America). A classificação determina se um café é ou não especial. Para um café ser certificado como especial a nota recebida tem que estar acima dos 80 pontos.

PIONEIRISMO O Norte Pioneiro do Paraná foi o portal de entrada para a colonização de toda a região norte-paranaense, tendo como carro chefe a cafeicultura. Um verdadeiro “mar” de cafezais surgiu no Norte do Paraná e foram surgindo mais de duzentas cidades, tais como: Jacarezinho, Cornélio Procópio, Londrina, Apucarana, Rolândia, Arapongas, Maringá. No Norte Pioneiro (Jacarezinho, Santo Antonio da Platina, Ribeirão Claro, Cambará) existem tradicionais famílias de cafeicultores, sendo que algumas com mais de 100 anos de rica história ligada ao café. Em Jacarezinho, funciona uma casa dedicada ao café fino. Tratase do Café da Casa, que vende café adquirido de um seleto grupo dentre os melhores produtores da região, além de kits para presentes, acessórios para cafeterias, acessórios para café, cosméticos com café, máquinas expressas, artesanato local, drinks com café, sorvetes com café. A região é propícia à cafeicultura, possuindo condições climáticas ideais para a produção de cafés finos, com temperaturas médias anuais entre 19 e 22° C, resultado da combinação da altitude (de 500 a 900 m) e latitude (23 e 24° S), proporcionando um período mais longo entre o florescimento e a maturação fisiológica dos grãos, permitindo a fixação mais intensa dos atributos e conferindo excelente caracterização da sua bebida, onde se destacam: doçura intensa, suavidade, corpo equilibrado, acidez cítrica agradável e marcante sabor residual, com sabor e aroma oscilando entre chocolate, caramelo, floral cítrico e frutado. Soma-se ainda as invejáveis qualidades do nosso solo vulcânico, a famosa “terra roxa” e a precipitação pluviométrica que permite o cultivo sem irrigação, ou com irrigação complementar, ao contrário de outras regiões onde a irrigação é obrigatória.

O Paraná se destaca como um dos principais produtores de café do País, com mais de 158 mil toneladas de grãos. O Norte Pioneiro paranaense é responsável pela colheita de aproximadamente 50% do total. Atualmente, a região conta com 7,5 mil produtores de pequenas propriedades, distribuídos em 45 municípios. Área de Ação, para efeito de admissão de associados, a Acenpp é circunscrita aos cafeicultores cujas propriedades exploradas com a cafeicultura estejam localizadas nos seguintes municípios: Abatiá, Andirá, Assaí, Bandeirantes, Barra do Jacaré, Cambará, Carlópolis, Congonhinhas, Conselheiro Mairinck, Cornélio Procópio, Curiúva, Figueira, Guapirama, Ibaiti, Itambaracá, Jaboti, Jacarezinho, Japira, Joaquim Távora, Jundiaí do Sul, Leópolis, Nova América da Colina, Nova Fátima, Nova Santa Bárbara, Pinhalão, Quatiguá, Rancho Alegre, Ribeirão Claro, Ribeirão do Pinhal, Salto do Itararé, Santa Amélia, Santa Cecília do Pavão, Santa Mariana, Santana do Itararé, Santo Antônio da Platina, Santo Antônio do Paraíso, São Jerônimo da Serra, São José da Boa Vista, São Sebastião da Amoreira, Sapopema, Sertaneja, Siqueira Campos, Tomazina, Uraí e Wenceslau Braz, no Estado do Paraná. Realizada anualmente pela ACENPP com o patrocínio do SEBRAE, a Feira Internacional de Cafés Especiais do Norte Pioneiro do Paraná – Ficafé - é o maior evento da cafeicultura paranaense e um dos maiores do Brasil com foco em cafés especiais. Realizada nos dias 7, 8 e 9 de novembro, no Centro de Eventos de Jacarezinho, este ano a Feira receberá mais de 5 mil cafeicultores de todo o Paraná. A Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA, na sigla em inglês) realiza o 12º Concurso de Qualidade Cafés do Brasil – Cup of Excellence 2011 em Jacarezinho, durante a Ficafé. O evento é organizado em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), Alliance for Coffee Excellence (ACE) e Agricoffee Consultoria em Café. A decisão de trazer o maior concurso de qualidade de cafés especiais ao Norte Pioneiro do Paraná foi tomada após os resultados obtidos por Luiz Roberto Saldanha Rodrigues, da Fazenda Califórnia, localizada em Jacarezinho. O café da Fazenda Califórnia obteve 84,32 pontos na tabela da BSCA no concurso de 2010, considerado uma conquista histórica.

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IAPAR

Iapar desenvolve sementes para produzir alimentos com maior valor nutritivo O Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) está investindo no desenvolvimento de sementes para produção de alimentos com maior valor nutritivo. A linha de pesquisa, que atende à crescente busca por alimentos capazes de beneficiar a saúde do consumidor, está entre as principais do instituto no momento em que completa 40 anos, consolidando uma história de pioneirismo e contribuição para o desenvolvimento regional. De acordo com a pesquisadora Vania Moda Cirino, a pesquisa dos chamados alimentos nutracêuticos – que têm capacidade de proporcionar benefícios à saúde – pode gerar renda para o agricultor, já que este é um mercado em crescimento. “A partir de cruzamentos genéticos entre espécies de sementes é possível obter um alimento com maior teor de substâncias nutritivas e ofertar um produto mais saudável”, explicou. Segundo ela, já são encontradas nas prateleiras dos supermercados algumas variedades de feijão com 10% a mais de teor de ferro e fibras. A meta é aumentar nos próximos anos este índice para 20%. “A partir das pesquisas verificamos que os nutracêuticos reduzem o teor de glicose na corrente sanguínea e a incidência de alguns tipos de câncer, como o de cólon do útero e de intestino”, disse Vania. A pesquisa para obter alimentos com melhor qualidade nutricional, a Biofortificação de Alimentos Básicos (Bioforta) foi iniciada pelo Iapar com o feijão, em 2003. Atualmente outras culturas, como o arroz, trigo, milho e mandioca, também estão em análise. “A nossa preocupação é ampliar os nutrientes de alimentos que formam a base alimentar da população brasileira”, afirmou Vania. O Iapar é o maior fornecedor nacional de sementes do feijão preto do tipo Irapuru e um dos principais para o Estado.

Aveia 20 • Revista Distinção

Café

RESPONSABILIDADE O secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara, disse que as pesquisas do Iapar têm contribuído ao longo de décadas para garantir renda e qualidade de vida aos produtores e que o governo estadual está apoiando uma reestruturação do órgão. Ortigara lembrou que nesta semana foi anunciada a contratação de 160 profissionais para o instituto. “Vivemos em um mundo globalizado, em permanente transformação e em contínua geração de novas necessidades. Precisamos proteger nossos recursos naturais e garantir que os consumidores dos produtos paranaenses de todo o mundo tenham um alimento seguro”, afirmou. O presidente do Sistema Federação da Agricultura do Paraná (Faep), Ágide Meneguette, destacou que o Iapar ofereceu inestimáveis contribuições para o desenvolvimento da economia rural e do Paraná. “As unidades do instituto, seus mestres, doutores e funcionários souberam, nessas quatro décadas, acompanhar as profundas transformações no campo, e certamente repetirão esse comportamento no futuro”, disse. “Se o Paraná é considerado estado modelo na adoção tecnológica na agricultura, em muito devemos ao Iapar, que permitiu que a transferência tecnológica chegasse até as mãos dos agricultores, ajudando o Estado a bater recordes sucessivos de produtividade e produção”, disse João Paulo Koslovski, presidente do Sistema Ocepar, que representa cooperativas e sindicatos de cooperativas agrícolas.

Feijão


PESQUISA O Instituto Agronômico do Paraná está vinculado à Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab) e foi criado em 29 de junho de 1972. A idéia de um centro de pesquisas começou a tomar forma na segunda metade da década de 1960, por intermédio da mobilização e esforço de técnicos, produtores e lideranças políticas e do próprio setor produtivo. O Iapar começou a operar em 1974. Sua primeira publicação, o “Manual Agropecuário do Paraná”, trazia um amplo inventário

Soja

do conhecimento então disponível no Brasil sobre lavouras e pecuária, com indicações de sua aplicação às condições de solos e clima do Estado. O instituto desenvolve atualmente 14 programas de pesquisa: agroecologia, agroenergia, algodão, café, cereais de inverno, culturas diversas, feijão, fruticultura, manejo do solo e água, milho, produção animal, propagação vegetal, recursos florestais e sistemas de produção. Nesses programas são realizados 252 grandes projetos de investigação científica, que implicam a condução de mais de 600 experimentos de campo espalhados por todo o Estado. O trabalho é realizado em estações experimentais próprias e também em parcerias com cooperativas, associações de produtores, universidades e outros centros de pesquisa. O Iapar tem sede em Londrina e está presente em todo o Paraná, com cinco unidades regionais de pesquisa (Curitiba, Ponta Grossa, Paranavaí, Pato Branco e Santa Tereza do Oeste), 19 estações experimentais e quatro unidades de beneficiamento de sementes. São 25 laboratórios de diferentes áreas de especialidade e 23 estações agrometeorológicas (também utiliza dados de 37 estações do Sistema Meteorológico do Paraná - Simepar). Mantém ainda um centro de treinamento equipado com auditório e alojamento em Londrina. O instituto tem cerca de 700 funcionários, sendo 111 pesquisadores: 53 mestres e 58 doutores. Revista Distinção • 21


Empresas & Empreendimentos

Victor Grein Neto (victorjornal@yahoo.com.br)

Com uso de computador e netbook POSITIVO

PIB DO PARANÁ CRESCE MAIS O Produto Interno Bruto (PIB) do Paraná cresceu 2,6% no primeiro semestre deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado. O resultado supera em dois pontos percentuais o aumento do PIB brasileiro, que foi de 0,6% no período, conforme divulgou na semana passada o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “Os números confirmam as avaliações correntes de que o Estado está na contramão da tendência de retração observada em âmbito nacional”, afirma o presidente do Ipardes, Gilmar Lourenço. Segundo ele, esse cenário está relacionado “ao arranjo institucional celebrado entre o atual governo estadual e os demais atores sociais”. “Há uma combinação entre melhoria do ambiente de negócios e atração recorde de vultosos e diversificados investimentos industriais privados”, destacou.

MAIS GÁS PARA A ECONOMIA O PÓLO DE CAMPO LARGO Campo Largo afirmou-se como líder nacional na produção de louça e porcelana. Saem dali 90% das porcelanas brancas de mesa nacional, 83% das porcelanas da América Latina, 40% das cerâmicas de mesa nacional, 40% das cerâmicas para eletromecânicas. E, ainda, todos os anos, 14 milhões de metros quadrados de pisos e revestimentos. São gerados no setor cerca de 14 mil empregos diretos e indiretos. O polo cerâmico é constituído por 35 empresas. O setor tem uma produção anual aproximada de 150 milhões de peças. As exportações são realizadas principalmente para Europa, Estados Unidos, Austrália, Nova Zelândia, México e países do Mercosul.

MAIORES E MENOS ENDIVIDADAS EMPRESAS DO SUL SÃO DO PR Pelo terceiro ano consecutivo, as empresas paranaenses são as campeãs em receita bruta, rentabilidade e lucro líquido do Sul do país, segundo ranking 500 Maiores do Sul, divulgado pela revista Amanhã e pela consultoria PwC.A hegemonia do Paraná começa pelo principal critério de classificação do ranking, calculado pelo Valor Ponderado de Grandeza (VPG), que resulta da soma ponderada de três grandes números de um balanço: patrimônio (com peso de 50%), receita bruta (peso de 40%) e lucro líquido (10%). A soma dos VPGs das empresas paranaenses foi de R$ 111,1 bilhões ante R$ 109,8 bilhões das gaúchas. No lucro líquido, Paraná somou R$ 13,0 bilhões e o Rio Grande do Sul, R$ 9,1 bilhões.Somadas, as 179 companhias do estado que figuram no levantamento somaram R$ 170 bilhões em receita bruta no ano passado – 38% do total da região. O Rio Grande do Sul, que tem o maior número de empresas (202) ficou com R$ 167 bilhões – 37% das vendas. As 119 empresas de Santa Catarina somaram R$ 113 bilhões (25%). As 10 maiores empresas do Paraná (em R$ bilhões), pela ordem decrescente, são: Vivo, HSBC, Copel, Renault, Klabin, GVT, ALL, Coamo, Itaipu e Electrolux. 22 • Revista Distinção

O governador Beto Richa assinou autorização para que a Companhia Paranaense de Gás (Compagas) firme com a Petrobras contrato de suprimento adicional de gás natural. O novo acordo, de R$ 3,5 bilhões, prevê o fornecimento de 2,8 bilhões de metros cúbicos de gás natural no período de julho de 2013 a julho de 2024. A autorização tem o objetivo de ampliar o uso do gás natural, diversificando a matriz energética do Paraná, como forma de induzir o desenvolvimento.

NUTRILATINA AMPLIA A Nutrilatina vai investir cerca de R$ 40 milhões em obras de ampliação e diversificação. Serão, na verdade, duas novas unidades de negócios, a New Nutrition e a New Pharma. A primeira se especializará em vitaminas e produtos para saúde destinados a pessoas praticantes de atividades físicas e a segunda estará voltada a medicina dermatológica, com desenvolvimento de nutracêuticos, dermocosméticos e medicamentos dermatológicos preenchedores.

BRASIL SUL: FROTA SUSTENTÁVEL A empresa de ônibus Brasil Sul, sediada em Londrina, colocou nas estradas 12 veículos com o motor Blue Tec, da Mercedez-Benz, que permite menos consumo de combustível, maior durabilidade e agilidade na manutenção. A motorização eletrônica reduz em 60% a emissão de CO2 e em 80% a emissão de material particulado.

PANETONE LIGHT Com 33 anos de existência, a Siena Alimentos, com sede em São José dos Pinhais, é considerada a maior indústria de panetones do sul brasileiro. A empresa está lançando no mercado nacional o Panettone Roma Chocolate Zero Açúcar, um produto ideal para diabéticos, geração saúde ou para quem busca uma alimentação equilibrada. É feito através de fermentação natural, sem fermento químico. Mais informações no site www.sienaalimentos.com.br

CATERPILLAR EM CAMPO LARGO A Caterpillar continua investindo nas obras de implantação da fábrica em Campo Largo, em terreno com 1 milhão de metros quadrados. A fábrica, em funcionamento, quando totalmente concluída terá 50.000 m2 de área construída, gerando, em 2013, mil postos de trabalho. A primeira máquina produzida ali foi uma retroescavadeira 416E. Começa a produção, também, de carregadeiras de rodas 924H.


RACCO: 25 ANOS A Racco está comemorando este ano 25 anos de fundação. Especializada em venda de cosméticos porta a porta, a empresa tem cerca de 500 mil consultores em todo o país. Seus produtos chegam também aos Estados Unidos, Portugal, Bolívia, Paraguai e Angola. No total, saem da fábrica de 40.000 m2 localizada em Curitiba mais de 300 produtos, entre cosméticos, alimentos e nutricosméticos. A capacidade produtiva é de mais de 10 milhões de unidades por mês. Para comemorar o Jubileu de Prata, a Racco lançou em edição limitada, num bonito estojo, as “Pérolas de Prata”, cápsulas de óleo corporal hidratante para banho.

SCHNEIDER ELECTRIC AMPLIA O Governador Beto Richa assinou protocolo de intenções para enquadrar investimento da Schneider Electric do Brasil no programa Paraná Competitivo. A empresa, que desenvolve produtos de alta tecnologia para redes de distribuição de energia, vai aplicar R$ 2,5 milhões na ampliação de sua planta industrial localizada em Curitiba. O governador disse que o compromisso de seu governo é investir na industrialização com geração de empregos. “O Paraná ficou anos sem receber investimentos importantes por falta de interesse e de cooperação do Poder Público. Agora, temos um governo que é amigo do produtor”, disse Richa. Ele lembrou que o Paraná Competitivo já assegurou investimentos de R$ 18 bilhões e a criação de 80 mil empregos. A Schneider atua em automação e controle, sistemas de instalação elétrica e infraestrutura em várias áreas (petróleo, saneamento, hospitais, energia, mineração, indústria naval e automotiva.

SESI: 96 CURSOS A DISTÂNCIA O Portal Sesi de Educação a Distância já conta com mais de 90 diferentes cursos e videotreinamentos disponíveis para os trabalhadores da indústria e a comunidade em geral. A lista completa está disponível no site http://www.eadsesipr.org.br/. Parte das ações de educação continuada do Sesi, os cursos e videotreinamentos são de curta duração e contemplam as áreas da educação, esporte, lazer, cultura, gestão, responsabilidade social e saúde. Todos os cursos são autoinstrucionais, ou seja, o próprio conteúdo ajuda o aluno a conduzir seu aprendizado. Como o curso é ofertado via internet, é o próprio aluno que faz a gestão do horário e local para acessar o conteúdo.Entre os 96 cursos disponíveis, há títulos gratuitos e outros pagos.

NORTOX, UM EXEMPLO A Nortox é um exemplo vivo da grande transformação do perfil econômico experimentado pelo Norte do Paraná, de monocultura cafeeira à diversificação. Fundada em 1954, em Apucarana, iniciou atividades como indústria formuladora de inseticida em pó para combater a broca do café. Hoje a empresa é a maior indústria brasileira de agroquímicos (fungicidas, herbicidas, inseticidas, soluções diversas para a Agricultura) e mantém bem sucedida disputa de mercado com as multinacionais do setor. São duas unidades industriais: em Aricanduva, hoje distrito de Arapongas e Rondonópolis, MT.

NOVAS INDÚSTRIAS NA LAPA A MD Papéis vai instalar uma unidade industrial na Lapa. O empreendimento, que terá incentivos do programa Paraná Competitivo, deverá gerar 250 empregos, com um investimento de R$ 100 milhões. A nova indústria terá capacidade para produzir 120 mil toneladas por ano de papel-cartão de múltiplas camadas. Com área construída de 40 mil metros quadrados, a empresa entrará em operação em 2015. O faturamento previsto é de R$ 323 milhões por ano. Em contrapartida aos incentivos fiscais, a empresa se compromete a investir em capacitação profissional e programas sociais. Como forma de incentivar a vinda da empresa para o Paraná, o governo estadual, por meio da Compagas, comprometeu-se ainda a construir um gasoduto de 60 quilômetros até a Lapa, Com isso, a empresa poderá usar cerca de 20 milhões de metros cúbicos de gás por ano. Ainda na Lapa, está sendo implantada a Potencial Biodiesel, com investimentos da ordem de R$ 90 milhões.

NOVA FÁBRICA DA COCA-COLA EM MARINGÁ A Spaipa Indústria Brasileira de Bebidas inaugurou em Maringá sua nova fábrica na cidade. Com investimentos de R$ 150 milhões, a planta se fez necessária para atender ao crescimento e a produtividade exigida pelo mercado. A nova unidade é totalmente flexível e vai atender a todos os tamanhos de embalagens de refrigerantes da empresa. Seu aumento na capacidade produtiva chega a 122%, passando de 353 milhões de litros para 784 milhões de litros/ano. Para a produção total da Spaipa – incluindo as unidades de Curitiba e Marília (SP) - o aumento será de 24%, totalizando mais de 2 bilhões litros/ano. A fábrica de Maringá é uma das mais modernas e sustentáveis do Sistema Coca-Cola Brasil. Foi projetada dentro dos conceitos das principais certificações ambientas, de maneira a aproveitar os recursos, como janelas que possibilitam melhor aproveitamento da luz natural, geradores por captação solar, estação de tratamento de efluentes e captação da água da chuva com objetivo industrial, sendo a Spaipa a pioneira no Brasil a utilizar tal recurso com esta finalidade.

COLÔNIA HOLANDESA As cooperativas Batavo (Frísia) e Castrolanda formaram uma parceria comercial e operacional, lançando uma nova marca: Colônia Holandesa. Com as fusões e aquisições no mercado de laticínios, esta ação fortalece o cooperativismo, com alta capacidade de inovação e gestão profissionalizada. As duas unidades possuem qualidade e adequação frente a mercados internacionais, com tecnologias de ponta e plantas flexíveis, tornando seus produtos mais acessíveis e com grande possibilidade de aumento do mix de produtos. A nova marca faz menção à região onde localizam-se as duas plantas industriais, nos Campos Gerais , e tem o reconhecimento centenário pela qualidade e tradição de produtos holandeses na área de lácteos. Assim, nasce uma nova e já consolidada marca, Colônia Holandesa. Revista Distinção • 23


Centro Histórico de Curitiba quer atrair mais turistas Por iniciativa do Sebrae Pr e da Fecomércio, empresários da região do Centro Histórico de Curitiba estão se unindo em torno de um objetivo: revitalização e promoção do local como atração turística e de negócios. Todos estão engajados: proprietários de restaurantes, bares, lanchonetes, centros de arte e cultura, artesanato e serviços, lojas. Está sendo criada uma identidade histórico-cultural para promover eventos, atrair mais turistas e relembrar para os próprios curitibanos a importância – sobretudo histórica – da região. O Centro Histórico abrange a Catedral Metropolitana (que foi totalmente restaurada) e parte das edificações mais antigas de Curitiba. Estão ali a Casa Romário Martins (do século XVIII), a Igreja da Ordem Terceira de São Francisco das Chagas (de 1737), a Casa Vermelha, além de outras construções da segunda metade do século XIX. Aos domingos, pela manhã, a região é invadida por milhares de barracas e pessoas. O Setor Histórico de Curitiba é o palco da tradicional e animada Feira de Arte e Artesanato. Acontece todos os domingos desde quando foi criada, em 1973. Está ali, também, o Bebedouro do Largo da Ordem. Os tropeiros e fazendeiros da região de Curitiba costumavam dar de beber no local a seus cavalos e mulas. Data de meados do século XVIII, construído em pedra, com uma bacia de ferro.

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