Revista Di Casa Nº 10

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HOMENAGEM

LÚCIO

“A ÚNICA COISA DO PLANEJAMENTO É QUE AS COISAS NUNCA OCORREM COMO FORAM PLANEJADAS” Lúcio Costa

COSTA Por Kamilla Freire

Arquiteto e urbanista pioneiro da arquitetura modernista no País, Lúcio Marçal Ferreira Ribeiro Lima Costa ficou mundialmente conhecido pelo projeto do Plano Piloto de Brasília, no Distrito Federal. Sua presença contribuiu decisivamente para que a arquitetura brasileira, entre os anos 30 e 60, fosse uma das expressões mais vivas e respeitadas de nossa cultura. Lúcio Costa nasceu em Toulon, França, em fevereiro de 1902. Por causa das atividades oficiais do pai, morou em diversos países, o que lhe rendeu uma formação pluralista. Já no Brasil, formouse arquiteto na Escola Nacional de Belas Artes no Rio de Janeiro, em 1924 – uma instituição educacional que ainda aplicava um programa neoclássico de ensino. No início de sua carreira, projetava a arquitetura eclética da época, o que lhe proporcionou ser o arquiteto mais prestigiado do movimento neocolonial. Cinco anos mais tarde, Lúcio passou a receber influências da obra do arquiteto franco-suíço Le Corbusier. Em parceria com o arquiteto Gregori Warchavchik, construiu a primeira residência considerada moderna no Brasil. Sua atuação lúcida e contínua, ao longo do século 20, determinou novos rumos e estabeleceu critérios, estruturando o movimento moderno no País.

Em 1930, foi incumbido pelo governo Vargas a dirigir a Escola Nacional de Belas Artes e renovar o ensino das artes plásticas, implantando um curso de arquitetura moderna. A partir de então, sua presença foi fundamental na eclosão e consolidação da arquitetura moderna brasileira. Entre os alunos da renovada escola de arquitetura estava o então jovem Oscar Niemeyer. Em 1937, ingressou ao serviço do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), onde foi colaborador e diretor. Lúcio Costa foi responsável por várias intervenções pontuais no Rio de Janeiro e, quando venceu o concurso público para o Plano Piloto da nova capital federal, em 1957, passou a ser conhecido em todo o mundo como autor de grande parte dos edifícios públicos. Sua atuação, porém, não ficou restrita somente à sua área profissional, juntamente com os companheiros de geração. Ele possuía um pensamento livre e abrangente, pois se interessava em diversos assuntos como arte, filosofia, sociedade e política. Por causa de sua diversidade, contribuiu com a própria formação da identidade brasileira. Lúcio faleceu em junho de 1998, no Rio de Janeiro.

Foto Divulgação

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