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Coluna Celebrar com Ogg Ibrahim

coluna Celebrarcom Ogg Ibrahim

SEM NUNCA TER FAMA ESPERAR TÊ-LA

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Antigamente, na minha época de escola, ser popular era atrair a admiração do maior número de coleguinhas possível dentro da escola. E, por mais populares que fôssemos, teríamos o quê? No máximo uns 10, 20 amiguinhos, que, muitas vezes, imitavam nossa maneira de vestir, adotavam o mesmo palavreado, tinham os mesmos brinquedos e copiavam da gente certos costumes. Isso era ser um “infl uenciador” naquela época, 30, 40 anos atrás.

Hoje a coisa mudou, e mudou muito. Por causa da internet, a gente consegue infl uenciar gente no mundo inteiro. Vamos ao exemplo da Jullie (nome fi ctício), que é daqui de Mato Grosso do Sul: em pouco mais de um ano, ela arrebanhou mais de 120 mil seguidores, que, diariamente, acompanham seu dia a dia. Acho que é um pouco mais que os 20 amiguinhos que eu tinha na escola, né? (Risos).

Mas é claro que só conseguimos isso hoje graças à projeção da internet, do surgimento das redes sociais, pois, pessoalmente, hoje seria humanamente impossível conhecer e interagir com tanta gente ao mesmo tempo. Acho que até mesmo eu, que sou bem relacionado, não conheci tantas pessoas assim nos meus 54 anos de vida. Para chegar a ser uma Emily, eu teria que ter conhecido, pelo menos, quase 2.500 pessoas por ano, 178 por dia, em média. Não dá, né?

Isso acabou transformando adolescentes, jovens, adultos e até mesmo crianças em verdadeiras celebridades, dando a elas uma nomenclatura antes desconhecida: INFLUENCER! Ou seja, aquele que, de alguma forma, infl uencia as pessoas.

Esses INFLUENCERS como a Jullie, ganharam um poder que, às vezes, nem sabem que têm. São capazes de fazer seus seguidores mudarem a marca da manteiga que comem por, simplesmente, aparecer num vídeo ou numa live, comendo uma torrada com determinado tipo de manteiga. Aos poucos, foram percebendo que essa poderia ser uma atividade extremamente lucrativa e poderosa. Só o fato de a Jullie aparecer usando determinado tipo de calçado, faz seus seguidores quererem usar o mesmo modelo. Um vestido bacana pode atrair centenas de interessados em comprá-lo e, até mesmo uma inocente ida a uma sorveteria, vai atrair mais clientes para o estabelecimento.

Por isso, quem tem milhares de seguidores, seja no Facebook, Youtube ou no Instagram, é muito assediado por empresas que querem que esses infl uencers falem ou usem seus produtos e marcas, gerando uma renda bastante signifi cativa para eles devido a uma simples postagem.

Mas tudo isso tem um preço e, às vezes, ele pode ser alto demais. A falta de privacidade ou a cobrança excessiva dos fãs, por exemplo, podem ser pontos negativos. Não ter sossego ao ser importunado por seguidores aonde quer que se vá – seja num restaurante, numa loja ou ao caminhar na rua. Ou até mesmo abrir mão do convívio familiar por compromissos comerciais onde, às vezes, nem se queria estar. Por isso é importante que os pais tenham a consciência no que estão motivando seus fi lhos.

Da mesma forma e com a mesma velocidade que surgiram as redes sociais, elas podem acabar (lembram do Orkut e do MSN?) e quem lida com elas, como a Jullie, precisa ter maturidade sufi ciente – com a ajuda dos pais, claro – para entender que essa fama um dia pode passar, e os milhares de seguidores que se tem podem evaporar de um dia para o outro.

Até lá, determinação, disciplina e criatividade devem ser os ingredientes que temperam essa brincadeira séria, que muitos nunca imaginaram aonde iria chegar. Mas, sempre com o pé no chão e sem o deslumbramento que uma fama passageira pode causar.

Hoje os infl uencers são pessoas que contam com uma grande audiência nas redes sociais, geralmente muito bem segmentada para um determinado assunto e que fazem propaganda de forma sutil, sempre usando uma linguagem muito próxima à do público das marcas. Passar uma mensagem da forma correta e com autoridade no assunto é o papel dessas pessoas, que, mesmo crianças ainda, assumiram uma responsabilidade precoce de cativar cada vez mais o seu público.

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