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Emmanuel Marinho
Emmanuel Marinho, o poeta de Dourados que conquistou o Brasil
Reportagem: Miriam Névola Fotos: Anderson Zanatta
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Na estreia desta coluna, entrevistamos, com exclusividade, um dos poetas mais importantes do país e com reconhecimento internacional
“Poesia não compra sapato, mas como andar sem poesia?”, esse é o poema mais famoso de Emmanuel Marinho que, além da beleza e pureza de cada palavra, traz uma verdade absoluta. Afinal, pouco (pouquíssimo) se vê poesia gerar dinheiro ou lucro, um desafio para quem se autointitula “operário da arte”. Mas, é assim que o poeta decidiu viver, do pouco benefício financeiro que as palavras proporcionam. Porém, para ele, a arte vale muito; sem ela, a alma chora, o coração derrete, a vida morre.
O figurino que usa atualmente retrata esta função: trabalhar pela cultura. Um macacão que lembra uniforme de operários. Por baixo dele, a camiseta com a poesia citada no início. Ele abre o macacão para mostrar e logo nos remete a um super-herói, desvendando que, por baixo daquele pano de trabalhador, tem arte, tem cultura, tem poesia.


Ah! Dourados Sem dourado no rio Quem te vê Quem te viu
Emmanuel Marinho / trecho de Minha Cidade

Profissão: poeta e ator
O primeiro livro foi escrito nesta época, 1980, chamado Ópera Três, uma coletânea de poesias próprias. Até que, dois anos depois, foi criada, em Campo Grande, a primeira Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul para a qual foi convidado a ser coordenador. “Aí acontecem as belas coincidências da vida. Na abertura de um festival, estava recitando poesias e a Bia Lessa e Tonico Pereira (nomes importantes do teatro nacional), estavam lá, pois foram dar uma oficina. Gostaram do meu trabalho e me convidaram para trabalhar com eles no Rio de Janeiro”. No Rio, seguiu atuando profissionalmente por nove anos, fazendo peças de teatro e poesias. Ainda arrumou tempo para se pós- graduar na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
poder rir com as coisas doces e doer com as amarguras. ler além das letras ver o avesso das palavras.
Assim é Emmanuel Marinho, cada palavra, cada suspiro, transborda inspiração. O douradense, filho de um paraibano com uma paulista, cresceu num sítio. Na época em que Dourados não tinha energia elétrica, nem água encanada. Quando ele tinha quatro anos, a família, com sete filhos, mudou-se para a cidade, onde começou a estudar.
Desde menino, tinha nas veias o amor pelas artes, amor herdado dos avós, que gostavam de poesia, e estimulado pela mãe, que também é apaixonada por música, pelo artesanato e pelas palavras. “As minhas brincadeiras eram de circo; eu montava, nos fundos de casa, espetáculos de teatro. Assim que fui alfabetizado, já comecei a escrever e recitar poesias. Pintava telas, retratos; aos doze anos, dava aulas. Gostava de fazer redação e desenho. Fazia livrinhos de poesias todos desenhados”, lembra.
Na adolescência, foi para São Paulo fazer cursinho pré-vestibular. Cursou Psicologia; porém, desde que chegou, interessou-se pelo grupo de teatro e começou a trabalhar profissionalmente atuando. Também ganhava dinheiro recitando poesias e vendendo folhetos com poesias.

De volta pro meu aconchego
Em 1994, o pai adoeceu e o poeta voltou à terra natal. “Aqui fui ficando, peguei gosto de sentar na varanda, tomar tereré. Morar no interior de novo me fez bem. E continuava recebendo convites para trabalhar, no Brasil e até fora, para declamar e encenar minhas poesias”. Em Dourados, também coordenou os departamentos de cultura da UEMS e UFGD e fundou projetos importantes, que dão frutos até hoje para a classe artística local.
De lá para cá, já são mais de 40 anos de carreira, pelo menos 500 poesias escritas e sete livros lançados. Atualmente, tem dois objetivos que viram suas marcas registradas. A bicicleta por onde anda (literalmente) carregando poesia e a sanfoninha, a qual toca enquanto recita (veja o vídeo pelo seu celular com o aplicativo Aurasma).
O espetáculo mais recente se chama “Com a Palavra, o Poeta!”, com o qual tem se apresentado em várias partes do Brasil, como Brasília, Bahia, Porto Alegre. Além de ir às escolas, pois, neste ano, as obras de Emmanuel Marinho passaram a ser obrigatórias para o vestibular.

Inspiração
A inspiração de Emmanuel Marinho vem de todos os cantos. “Tem poemas que vão mais para o social, outros que são da natureza, outros em defesa do meio ambiente e em defesa dos direitos humanos, mas não de uma forma panfletária. Também faço reflexões sobre o ser humano, que é uma figura tão completa e tão rica, que dá tanto material”.

Celebrar é...
“Eu sou uma pessoa que gosta muito de celebrar: celebrar a vida, celebrar a poesia, os encontros, os amigos, brindar. Eu celebro e brindo à poesia, à arte, à educação, porque são elas que eu acredito que podem mudar o mundo, e trazer um mundo melhor, mais justo e verdadeiro”, finaliza.
Nossa Cultura
Quando questionado sobre como enxerga a cultura de Mato Grosso do Sul, Emmanuel Marinho faz uma longa pausa, pensa, até que responde. “A cultura é inerente ao ser humano; mas, para que se multiplique, o poder público precisa investir. Em Dourados e no Estado, faltam incentivos. Embora já tenhamos conquistado avanços, ainda falta muito que fazer”, declara.
Exemplo disso são seus quatro livros escritos, mas que, até o momento, não foram publicados por falta de verba. “Tenho esperança de que os novos governantes façam a diferença. Precisamos ter mais que eventos; precisamos de uma política cultural ampla. Somos ricos em potencial artístico; na literatura, grupos de teatro, músicas, artes visuais, tudo é promissor. Precisamos de incentivo”, afirma.
A palavra árvore É uma palavra A palavra árvore Com folhas e folhagens É uma frase
Trecho de A Palavra










coluna

ARRAIÁ DA ESCOLA IMACULADA CONCEIÇÃO
Fotos: Anderson Zanatta Nos dias 03 e 04 de junho, a EIC realizou sua tradicional festa junina. Inúmeras quadrilhas no palco, comida típica, apresentações culturais, mostra de bichos empalhados e encontro de famílias, rechearam esse momento de encontro.





A Primeira
GRAVIDEZ

Confissões de uma gestante de primeira viagem e a história da Aline, que tomou dezenas de injeções para ter Cecília
Reportagem: Miriam Névola Fotos: Anderson Zanatta
Nunca foi tão difícil escrever uma matéria. Demorei para encontrar as palavras. Nós, jornalistas, sempre temos facilidade para contar a história dos outros; mas, desta vez, o pessoal da Celebrar me deu uma missão diferente: falar sobre gravidez. Detalhe, estou esperando o primeiro (a) filho (a).
Foi tudo planejado. Eu e Tiago estamos casados há seis anos e juntos há doze. Então, já curtimos bastante a dois, era hora de começar uma nova fase. Sempre quis ser mãe e ele, pai. Só faltava a decisão. Depois de quatro meses que parei de tomar o remédio veio a notícia. Estou grávida! Ai céus! Por mais que a gente planeje, sonhe e queira, quando o resultado dá positivo a cabeça gira, o estômago vira, o coração acelera.
Ao contar para o Tiago, a primeira coisa que ele disse foi: “Não estava preparado, foi muito rápido.” Pois é, marido, acho que nunca ninguém está preparado.
Quando esta edição estiver em suas mãos, já saberemos se é menino ou menina; hoje, enquanto escrevo, não sei. Mas sabe aquele clichê que todos dizem: “Que venha com saúde”? Isso nunca fez tanto sentido pra mim. É só o que peço a Deus!




Gerar uma vida é uma experiência única. Ao mesmo tempo em que tudo está “normal”, nada está “normal”. O normal de gestante é algo totalmente diferente. Imaginem, tem um ser vivo se desenvolvendo aqui dentro. Quando penso nisso, me emociono. Sim, lágrimas caíram no teclado agora. É o dom da vida. É um amor que não cabe no peito. Amo sem conhecer. Amo sem ver. Amo só de saber.
Quem sabe bem como é se sentir assim é a Aline Campano. A esteticista passou recentemente pela experiência da primeira gravidez. Para ela, foi bem difícil. Vejam esta foto abaixo. Em volta da pequena Cecília, estão injeções. Foi o que a mamãe teve que fazer todos os dias para que a primogênita conseguisse vir ao mundo.
No início do segundo mês, Aline descobriu que estava com trombofilia, (propensão a desenvolver trombose devido a uma anomalia no sistema de coagulação do sangue), ou seja, tinha risco de aborto; em muitos casos a gestação não vai até o fim. Para diminuir os riscos, Aline teve que tomar uma injeção por dia e 45 após o parto. “Deus que me perdoe, mas não tenho saúde da barriga, porque foi muito difícil, fiquei muito tensa. Raros momentos eu curti porque ficava com muito tempo. Porque a qualquer momento meu parto podia adiantar. Corria risco da neném e eu morrermos”.
Para aliviar a dor, o medo e ter esperança, decidiu guardar cada injeção. Se tudo desse certo, faria a foto que mostramos acima. Deu certo. Uhul!!!! Que maravilha! No dia de nossa entrevista, Cecília estava com 53 dias, toda linda e interrompendo a conversa porque queria mamar. Até aqui, Aline e eu temos histórias diferentes. E é assim mesmo, cada mulher, cada gestante tem sua própria história, e isso que é divino. A primeira gravidez é um momento único. Espero, de todo meu coração, que logo, logo eu volte aqui na Celebrar para mostrar fotos do meu bebê. Vamos celebrar a vida do nosso pequeno infinitamente.

ENTREVISTA COM A MINHA MÉDICA
Você, que está na primeira gestação ou está tentando engravidar, saiba que não está sozinha, eu sei bem os milhões de dúvidas, ansiedades e medos que passam na nossa cabeça. Por isso bati um papo com minha médica, NATÁLIA CARBONARI BARBOZA (ginecologista e obstetra), e quem sabe esta entrevista possa te ajudar!
Quais são as maiores dúvidas de quem está grávida pela primeira vez?
“Quando vou ouvir o coração? Vou ter enjoos? O que posso comer? Devo parar de usar cremes de beleza? Posso pintar os cabelos? Quais exercícios físicos posso fazer? Relação sexual pode machucar o bebê? Como sei que está na hora de nascer? É normal estar emocionalmente instável?” são as principais dúvidas que surgem, que devem ser levadas ao conhecimento do obstetra para maiores esclarecimentos.
A confiança e o bom relacionamento com seu médico são primordiais para o bom seguimento da gestação, já que serão nove meses de acompanhamento, dúvidas, medo e anseios, mas também do momento mais importante e
Quais os primeiros passos que a gestante deve tomar ao saber que está grávida?
Assim que se descobre a gravidez, a futura mamãe deve procurar um obstetra para dar início ao pré-natal. A avaliação é feita por meio de exame clínico e ginecológico, além de vários exames complementares, como hemograma, tipagem sanguínea, glicemia de jejum, urina, preventivo, sorologias para sífilis, HIV, toxoplasmose, rubéola, hepatites e ultrassonografias. A ultrassonografia, no primeiro trimestre, é essencial para confirmação da gestação, ela avalia se a gestação é tópica, ou seja, está dentro do útero, e se há presença de embrião com batimentos cardíacos presentes, e também estima a data provável do parto mais fidedigna. As consultas devem ser regulares desde a confirmação da gravidez até 40 dias após o nascimento, sendo estabelecida a frequência de acordo com a avaliação obstétrica. Por exemplo: pré-natais de alto risco têm visitas mais frequentes ao médico e mais cuidados a serem observados.
Suplementos vitamínicos, vacinas e medicações devem ser prescritos e orientados por seu obstetra, devendo evitar uso de qualquer tipo sem prescrição médica.
Como saber que algo não vai bem com a gravidez?
Durante as consultas pré-natais, são avaliados sinais e sintomas que indicam se a gestação não vai bem, apontados tanto pelo exame clínico como pelos exames complementares. Por isso a importância de consultas presenciais e assiduidade no pré-natal. No entanto, podem surgir alguns sintomas súbitos, que são considerados de urgência, como: sangramento vaginal, febre, dor abdominal, perda de líquido e diminuição dos movimentos fetais. Em caso de aparecimento de algum desses, é necessário procurar imediatamente o pronto atendimento obstétrico em hospitais referenciados.
Qual o maior mito sobre gravidez?
Existem vários mitos relacionados à gestação, a maioria deles vem de superstições ou de senso comum, o médico obstetra é o profissional mais indicado para elucidar todos eles.
Quais exercícios físicos podem ser feitos? É bom se movimentar?
A atividade física está liberada normalmente, mesmo no início da gestação, e é importantíssima para o bom controle de peso, melhora da qualidade de vida e alívio de dores e tensões emocionais. Durante a gestação, não é o momento de adquirir condicionamento físico, as atividades de alto impacto devem ser evitadas, sendo mais indicadas atividades como pilates, hidroginástica, caminhadas e ioga. Cabe lembrar que, em alguns casos, quando há alguma doença materna, ou situação adversa fetal, e o repouso estiver indicado, a gestante deverá respeitar a orientação médica e aguardar liberação para o retorno às atividades físicas.

matéria especial
Equipe interdisciplinar

Uma realidade necessária
O crescimento exponencial do conhecimento criou novas necessidades no mundo do trabalho. As necessidades demandadas de saúde e o crescente desenvolvimento científico e tecnológico produziram estratégias e mecanismos para efetivar o trabalho em equipe, com qualidade e eficiência. A equipe interdisciplinar é, hoje, uma realidade necessária em todos os espaços onde se praticam ações que visam melhorar a qualidade de saúde e de vida das populações. A questão é como fazê-la funcionar de modo homogêneo, democrático, agregador e cooperativo. Para o trabalho da equipe, três fatores devem ser abordados: capacitação profissional, a interface do trabalho dos profissionais e a autonomia dos profissionais. O trabalho em equipe atuando na área da saúde consiste numa forma especial de organização, que visa a ajuda mútua entre profissionais de uma mesma área e um objetivo comum, neste caso, as necessidades da pessoa atendida. A maioria dos pacientes acometidos por transtornos neurológicos, por exemplo, requer acompanhamento de médico, Fonoaudiólogo, Terapeuta Ocupacional, fisioterapeuta e etc. Cada profissional vai fazer o que estiver dentro de sua área de formação para alcançar os objetivos em comum. O Fonoaudiólogo, por exemplo, é o profissional habilitado para indicar a consistência da dieta (pastosa, liquida, sólida), auxiliar e conduzir manobras para facilitar e treinar todo o processo de mastigação e deglutição, prevenindo episódios de bronco aspiração dos alimentos; enquanto isso o Terapeuta Ocupacional vai adaptar, organizar e escolher os utensílios mais apropriados para cada caso, utilizando formatos, texturas e materiais que facilitem o manuseio e estimulem a autonomia do paciente. A importância da equipe multiprofissional e interdisciplinar na saúde é referida por diversos autores e justificada de várias formas. Todos afirmam ser preciso desenvolver um trabalho conjunto no qual os profissionais se envolvam em algum momento na assistência, de acordo com seu nível de competência específico, e possam oferecer um saber capaz de ajudar a solucionar os casos mais simples ou mais complexos. O Trabalho em Equipe possibilita a troca de conhecimento e é determinante nas relações humanas, pois motiva o grupo a buscar de forma coesa os objetivos traçados. O desenvolvimento do trabalho em equipe passa por diversos fatores de importância para a evolução profissional, como a definição de prioridades, o ajuste de metas e o “estar aberto” a mudanças. Estas qualidades, quando são acrescidas a competência individual, resulta no sucesso nas relações pessoais e forma um círculo virtuoso, propiciando assim o melhor desempenho das tarefas conjuntas e consequentemente a otimização dos resultados para o paciente. Quando se fala em trabalhar em equipe, fala-se em maior volume de atividades, mais e maior responsabilidade, comprometimento, flexibilidade, colaboração e esforço pessoal, detalhes que acabam sendo descobertos a cada novo dia de trabalho. Entretanto, como benefício, uma equipe coesa aflora muitas características que passam desapercebidas no individual, como a criatividade, visão de futuro, questionamento de posições e colocações e senso crítico. Trabalhar em equipe significa compartilhar uma direção comum. As atividades desenvolvidas em conjunto encorajam o outro, o que aumenta o desempenho na hora de realizar atividades, transmitindo autoconfiança, o que é primordial para o sucesso do paciente.
Endereço Rua Melvin Jones, 920 Edifício MedCenter, 2o andar, Sala 301 Telefone: (67) 3038-8136
Ellen Freitas Fonoaudióloga. CRFa 6-4025 Conceito Neuroevolutivo Bobath Pediátrico; Experto Universitário en Autismo y los TEA Trastornos del Espectro Autista.
Sofia Amaral Rezende Diniz Terapeuta Ocupacional, CREFITO 13.6144/TO; Conceito Neuroevolutivo Bobath Pediátrico; Integração Sensorial.

