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Projeto Fazendinha, um celeiro para novas descobertas
Conheça os frutos do projeto pioneiro em Dourados que está servindo de exemplo para todo o Estado
Mato Grosso do Sul respira agronegócio. É o setor mais importante da economia do Estado, e Dourados é peça-chave para que a cadeia produtiva dê certo. A segunda maior cidade do Estado é celeiro e terra fértil para a produção de uma variedade imensa de alimentos e também de projetos pioneiros. Um deles é o Projeto Fazendinha, do Sindicato Rural de Dourados.
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O projeto, que começou em 2001, tem uma área de quase três hectares, no Parque de Exposições João Humberto de Carvalho, passou por várias fases e se tornou referência para outros municípios, que também implantaram a ideia. Em 2015, o Fazendinha passou por uma reformulação, feita em parceria com o Senar/MS – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural e já está gerando bons frutos. A reformulação do espaço foi planejada para oferecer fruticultura e horticultura. Nele, será possível a realização de cursos do Senar/MS, aulas práticas do curso Técnico em Agronegócio e de parcerias como a Escola Técnica Agrícola de Dourados, que leva

alunos semanalmente para realizar aulas práticas e participar da manutenção das culturas. Além disso, o projeto oferece cursos de capacitação aos produtores da região que querem aprimorar a capacidade produtiva de suas áreas. O técnico responsável pelos produtores atendidos, Darlan Flauzino, explica que a ação de revitalização do projeto Fazendinha possibilitou o desenvolvimento de um centro tecnológico para capacitação de produtores, assistência técnica do Senar/MS e cursos profissionalizantes, como o que é oferecido na escola José Pereira Lins. “Nossa equipe fez um trabalho de planejamento para desenvolver culturas que melhor se enquadram na demanda dos produtores locais. Além disso, os estudantes podem acompanhar a evolução do plantio, vivenciando na prática o que aprendem na sala de aula”, observa.
Exemplo disso é o produtor Vagner Muller, que tem um sítio em Dourados. Ele trabalha com hidroponia para cultivar verduras e hortaliças, só que estava tendo muitas perdas. “Cheguei a perder tudo e não sabia o que tinha acontecido”. Até que ele participou de um curso do Fazendinha e novos caminhos foram abertos. Hoje, consegue colher só de alface, 3.800 pés por mês. Além disso, começou a produzir bananas. “Nem tem comparação. Antes eu fazia tudo de olho, sem conhecimento técnico, errava muito, perdia dinheiro, agora é outra coisa. Agradeço muito por esse curso. Os técnicos vieram aqui no sítio e me passaram todas as orientações”. O coordenador técnico do Sindicato Rural, Carlos Flores, explica que os resultados superaram as expectativas, pois a produção tem sido comercializada para população e alguns comércios do município. “O planejamento foi fundamental para aliarmos um espaço de cultivo monitorado que serve também como laboratório de aulas práticas sobre a produção de hortaliças e frutas. Os alunos da escola técnica contribuem no manejo.” De acordo com o presidente do Sindicato Rural de Dourados, Lúcio Damalia, o projeto proporciona uma interação entre comunidade, produtores e trabalhadores do setor rural, por demonstrar como é possível produzir alimentos em pequenos espaços com qualidade e produtividade. “Todos que visitam o local se surpreendem com a exuberância dos cultivos produzidos com tecnologias eficientes e de baixos investimentos. Acredito que a eficácia desta iniciativa provém do trabalho conjunto realizado por nossos colaboradores e a equipe do Senar/MS, além dos parceiros locais. Estamos satisfeitos com o retorno e já pensamos em iniciar uma experiência com hidroponia”, revela. O superintendente do Senar/MS, Rogério Beretta, lembra que desde o início do funcionamento, a iniciativa foi implantada com objetivo de ofertar condições adequadas para realização de cursos, tanto na questão das aulas teóricas quanto práticas. “A solicitação feita no ano passado para revitalização do Fazendinha possibilita que alunos de diferentes programas atendidos pela instituição tenham acesso facilitado em aulas práticas, visto que no local existe uma área com pomar, cultivo de diversas culturas e para operação de máquinas agrícolas”, pontua.

