Revista Cásper #1

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O rádio ao longo do tempo

Galena: o antigo receptor não utilizava energia elétrica e o som era ouvido por um par de fones de cristal

Capelinha: um clássico com caixa de madeira decorada e topo curvo

Década de 20

Década de 30

o antigo rádio “familiar” na sala de sua casa. Priscila afirma ainda que não sai de casa sem um aparelho portátil que grave e reproduza arquivos – MP3, MP4 ou iPod -, além de um cabo USB. “Armazeno músicas e arquivos em geral, como currículo e trabalhos. Faço do meu som um pen drive”, diz. Magaly Prado acredita que essa função multifacetada do rádio aproxima a audiência da programação. O uso de webcams nos estúdios, acredita ela, “quebra o mistério sobre a voz que nos fala, revelando o rosto do locutor, criando um vínculo mais esdivulgação

Magaly Prado: a portabilidade e a internet como aliados do rádio hoje

Console: feito para imitar um móvel decorativo. Era o centro da vida doméstica

treito com o ouvinte”. Ela considera o rádio mais rápido que a internet, pois nesta “você ainda precisa gerar um texto; a fala é muito mais rápida”. A eficiência e o imediatismo das rádios são características que fazem com que este veículo do início do século passado continue útil, apesar dos avanços tecnológicos. “O rádio se fortaleceu. A internet e os recursos que ela proporciona são aliados que acabaram com muitas barreiras”, afirma Filomena Salemme, editora-chefe da Rádio Eldorado e professora da Faculdade Cásper Líbero. Salemme salienta também a importância da participação do público nas transmissões. “O repórter-ouvinte é muito bem vindo. No apagão do dia 10 de novembro de 2009, fizemos a cobertura toda, praticamente, baseada nos depoimentos dos ouvintes de diferentes regiões da capital”, comenta. Na ocasião, ela enfatiza que nenhum aparelho eletrônico funcionava e o que a manteve informada foi o “radinho de pilha”, sempre a postos em sua bolsa. Motos, carros e até helicópteros são usados pelas emissoras para cobrir fatos distantes com maior rapidez. O jornalista Marcelo Cardoso, pioneiro no uso de helicópteros para coberturas noturnas, ressalta, sobretudo, a importância do telefone celular para as transmissões ao vivo, devido à autonomia e à possibilidade de entrar no ar a qualquer momento. “O celular é um marco na história do radiojornalismo,

Rádio a válvulas: com tal tecnologia de alimentação elétrica, os aparelhos tornaram-se leves, menores e mais baratos

Década de 40

devido à mobilidade. Nem sempre era possível ter um telefone público por perto”, comenta o jornalista. Popularizando os conteúdos Ainda no início do rádio no Brasil, em 1922, o médico e antropólogo Roquette Pinto produzia conteúdos para a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, de maneira a aproximar a população da música clássica, orientar sobre higiene e ensinar história e geografia aos ouvintes. Para o jornalista e coordenador da rádio Gazeta AM, Pedro Vaz, a rádio é um forte aliado sóciopolítico, podendo ser considerado um “veículo disseminador de cultura”. A Rádio Sociedade foi incorporada pelo Ministério da Educação em 1936 e transformou-se na atual Rádio MEC. A fim de suprir a demanda de pessoas que procuram o rádio para entretenimento, as emissoras reproduzem músicas, criam jogos de pergunta e resposta e interagem com o público. Irineu Guerrini Jr, ex-produtor, diretor e apresentador de programas jornalísticos e musicais da Seção Brasileira da BBC (atual BBC Brasil) em Londres comenta que, décadas atrás, as emissoras contavam com uma numerosa equipe (roteiristas, diretores, atores, sonoplastas e operadores de som) para realizar a programação ao vivo. Hoje, todas trabalham com um efetivo reduzido. “As dramatizações também apareciam em outros gêneros de programa e, às vezes, contaRevista Cásper – Junho de 2010 – Nº 1


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