Cáritas da Paróquia de Queiriga | vila nova de paiva O passo final seria o lar, que surgiu já em 2006, apesar de este empreendimento ter sido pensado antes de 2000. “Começámos a pensar no projeto, nas licenças, muita burocracia, tudo com a ajuda de voluntários”. A obra nasceu mas nem tudo foram rosas: “As instituições são bonitas no dia da inauguração. Depois algumas coisas vão falhando”, desabafou o Vice-Presidente. Problemas e dificuldades não faltaram, mas a determinação destes empreendedores tudo tem ultrapassado. Da Segurança Social receberam, na altura, 36 mil contos, cerca de 180 mil euros. O custo total da obra, no entanto, foi de 108 mil contos (mais de 500 mil euros). “Felizmente temos uma situação financeira saudável. Fizemos alguns pedidos ao fundo de socorro social, no caso de existir a possibilidade de recebermos algum subsídio, mas até hoje nada. Tivemos uma revisão de acordo, através da qual passamos a ter apoio domiciliário, centro de dia e lar”. Procuram conter ao máximo os gastos mas há aspetos em que são “exímios”, mesmo que isso exija um maior esforço financeiro. “A limpeza, a alimentação, o trato, o respeito, a higiene, a saúde e o acompanhamento hospitalar, tudo isto é a nossa maior preocupação”. O professor José Luís acrescenta firmemente que “o idoso é a razão de existir desta casa”, o que justifica a exigência que impõem a si mesmos e aos colaboradores da instituição, a quem proporcionam formação para garantir conhecimento abrangente no tratamento do idoso. A boa fama espalha-se, de tal forma que há sempre pedidos de utentes em lista de espera para o lar. No que toca a projetos que ainda estão por concretizar, há a necessidade urgente de fazer uma revisão de acordo com a Segurança Social, “caso contrário não temos pernas para andar”. Neste momento, o lar tem 24 camas aprovadas pela Segurança Social, mas apenas 12 comparticipações. Há 26 apoios domiciliários aprovados mas realizam apenas 20. Para o centro de dia, há 15 aprovações mas só sete utentes. Numa situação ideal, a Segurança Social retiraria alguns apoios no centro de dia e no apoio domiciliário para os recolocar no lar. O Centro Social de Queiriga proporciona trabalho a cerca de 20 funcionários, a quem a
instituição agradece toda a colaboração e dedicação. Os rendimentos provém exclusivamente do que recebem dos idosos e da Segurança Social. “Não estamos nesta Instituição para obter lucro, mas alguma coisa temos que ter” para a tornar cada vez mais eficaz. Em jeito de conclusão, José Luís Santos deixou uma palavra muito especial à sua equipa de trabalho constituida pelo Padre Augusto, por José Carlos, pelo professor Calçada, pela professora Arminda, por Maria Marques e por Manuel Teixeira, um grupo que o presidente conseguiu reunir e que vive intensamente a causa social nestas terras de Queiriga. Referiu também a cooperação da Câmara Municipal de Vila Nova de Paiva, Junta de Freguesia de Queiriga e da Associação ‘Os Queiriguenses’. Referiu ainda o bom relacionamento com o Centro Distrital da Segurança Social de Viseu. O Padre Augusto Gomes reuniu esta equipa e desde o início que a sua colaboração, através da Igreja, foi fundamental. Agradeceram também à população que participa nas atividades festivas, ajuda a organizar e a montar o espaço.
Padre Donato de Almeida e Cunha Fundador
REVISTA BUSINESS PORTUGAL 81