REVISTA BUSINESS PORTUGAL - JUNHO/JULHO-2025

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A ARTE DE REDEFINIR O TEMPO

Lara Kloosterboer Westphalen, Fundadora e CEO da The Life Curators

ÍNDICE

Edição Junho/Julho

4. The Life Curators

A arte de redefinir o tempo

8. Inovação & Tecnologia

10. Polestar

Entre o minimalismo e a alta performance: O caminho da Polestar

12. Candy A comemorar 80 anos ao seu lado

16. Audi City Lisbon

Um novo conceito de “soft selling” para os espaços de retalho

18. Brands Power

20. Clínica Ibérico Nogueira Tecnologia, precisão e beleza natural

44. Líderes e Empresárias de Sucesso

45. Entrevista Exclusiva: Luiza Helena Trajano

64. Região Oeste & Norte de Lisboa

65. Green Prime Quando duas experiências se encontram, nasce uma revolução na construção sustentável

72. Fábrica dos Óculos

Um caso de sucesso na ótica nacional

88. Poolconstrói

Construção de piscinas duráveis com atendimento personalizado

108. Viver, Visitar e Investir

109. CM Ponta Delgada Governação com propósito

119. CSSC

A nova Casa de Saúde de Santa Catarina Renovar para Reabilitar

142. Algarve 360º

143. Restaurante A Ruína Tradição à beira-mar com espírito de família

152. Colégio Santiago Internacional

Um sonho entre muralhas: o Colégio Internacional para todos

164. Laboratórios CoLAB

165. Artigo de Opinião João Ferreira, Coordenador da Sub-Unidade Missão Interface na ANI

176. Empresas Galardoadas

182. Transportes Pascoal Inovação com rumo ao futuro

191. CSWind Portugal Excelência Reconhecida

204. Dia da Região Autónoma da Madeira

205. Vinhos Pereira D’Oliveira Da Madeira para o Mundo

212. Empreendedorismo no Interior

Nota de boas-vindas...

Vivemos tempos de mudança acelerada, em que a capacidade de adaptação deixou de ser apenas uma vantagem competitiva – tornou-se uma condição de sobrevivência. Mas é precisamente nos momentos de incerteza que as empresas mais visionárias se destacam: aquelas que não acompanham apenas as transformações, mas que as lideram com coragem, estratégia e responsabilidade.

Esta edição da nossa revista é um reflexo dessa visão.

Reunimos histórias de inovação, liderança consciente e projetos que combinam ambição empresarial com compromisso social. Queremos inspirar líderes, gestores e equipas a repensar modelos, a desafiar o convencional e a abraçar a complexidade com inteligência e propósito.

Aproveitamos igualmente para dar as boas-vindas aos novos membros do Conselho Editorial da Revista Business Portugal: Linda Pereira, António Saraiva, Hugo Santos-Ferreira e Francisco Proença de Carvalho.

A sua experiência, visão e compromisso com a excelência serão, sem dúvida, uma mais-valia neste projeto editorial que continua a crescer e a desafiar o status quo.

Num momento em que muitos leitores aproveitam a pausa das férias para se atualizar, refletir e inspirar-se, esperamos que esta leitura seja uma companhia estimulante, um convite à introspeção, mas também um ponto de partida para a ação. Boas leituras.

FICHA TÉCNICA Editor/Propriedade: António Fernando A. R. Silva | Redação e Publicidade: Av. República 2208 - 3º Drt Centro Frt, 4430 -190 V N Gaia | Sede: Av. República 2208, 3º Drt Centro Frt, 4430 -190 V N Gaia | Diretor Executivo: Fernando R. Silva | Diretora: Vera Lúcia das Neves | Conselho Editorial: Linda Pereira, António Saraiva, Hugo Santos-Ferreira, Francisco Proença de Carvalho | E-mail: geral@revistabusinessportugal.pt/Comercial: comercial@revistabusinessportugal.pt/ Redação: redacao@revistabusinessportugal.pt | Telf: 223 700 510 | Distribuição: Gratuita com o jornal Diário de Notícias | Dec.regulamentar 8-99/9-6 artigo 12 N.ID Depósito Legal: 374969/14 Nº Registo ERC 126515 Impressão: Lidergraf | Rua do Galhano,15 4480-089 Vila do Conde Estatuto Editorial: Disponível em www. revistabusinessportugal.pt/estatuto-editorial Periodicidade: Bimestral - Junho/Julho - 2025 Tiragem Média: 20.000 exemplares

Simplificamos a contabilidade com excelência Valongo rececao@onfile.pt

A ARTE DE REDEFINIR O TEMPO

Num mundo onde a rapidez define o ritmo das nossas vidas, Lara Kloosterboer Westphalen fundou a The Life Curators com uma missão audaciosa: devolver às pessoas o tempo – não um tempo qualquer, mas um tempo com significado e intenção. Mais do que um serviço de concierge, a The Life Curators propõe uma curadoria de experiências que resgata a essência de viver bem, em sintonia com os valores pessoais de cada um.

O conceito da The Life Curators transcende a ideia tradicional de consultoria ou concierge. Como surgiu a inspiração para criar um projeto que alia curadoria de experiências a uma filosofia de vida mais intencional?

A The Life Curators nasceu de uma inquietação pessoal que se foi transformando numa missão clara: devolver às pessoas o que há de mais precioso – o tempo. Mas não um tempo qualquer – o tempo vivido com significado e intenção. Percebi, nas minhas vivências e observações, que muitas pessoas viviam em piloto automático, perdidas na pressa, a responder constantemente ao urgente em vez de se conectarem com o essencial. A inspiração veio desse desejo profundo de oferecer não apenas soluções práticas, mas momentos de pausa, de reflexão e de reencontro com o que realmente importa.

A The Life Curators foi concebida como uma marca que não presta apenas um serviço, mas propõe uma nova forma de estar no mundo – mais consciente, mais serena, mais alinhada com os valores pessoais de cada um. Unimos o rigor e a eficácia de um serviço de assistência altamente personalizado à sensibilidade de uma curadoria que respeita o tempo, os ritmos, a identidade de cada cliente. Este é um projeto que se alimenta da escuta, da empatia e da busca incessante por equilíbrio.

Quais foram os principais desafios que enfrentou ao propor um modelo de negócio tão personalizado e sensível num mercado ainda muito orientado para o imediato?

Propor um serviço profundamente humano e intencional num mercado que valoriza sobretudo a velocidade e a eficiência foi, desde o início, um enorme desafio. Vivemos num mundo onde a lógica do “agora” e do “mais rápido” domina todas as esferas – profissional, pessoal, digital. E quando apresentamos um modelo que convida ao contrário disso – à pausa, à escuta, à presença – é inevitável que surjam resistências. Muitas vezes, tive de explicar que o valor da The Life Curators não está apenas no que entregamos, mas na forma como o fazemos. Não somos um serviço que resolve apenas o imediato –somos uma presença que antecipa, que acompanha, que transforma.

Outro desafio foi encontrar e formar uma equipa que partilhasse esta visão. Um serviço tão personalizado exige não só competência técnica, mas uma enorme sensibilidade, empatia e inteligência emocional. E mais do que isso, exige uma postura de serviço que é quase uma vocação: cuidar do tempo e da vida dos outros como cuidaríamos da nossa. Aos poucos, fomos ganhando a confiança dos nossos clientes e construindo uma reputação baseada na discrição e na excelência silenciosa – e isso, num mercado tão ruidoso, é uma conquista valiosa.

A personalização extrema das experiências implica um conhecimento quase intuitivo do cliente. Como é feito esse processo de leitura e entendimento profundo de quem vos procura?

Personalizar verdadeiramente, exige muito mais do que preencher um questionário ou ouvir uma lista de pedidos. O nosso processo começa por um encontro em que procuramos conhecer não apenas o que o cliente quer, mas quem ele é. Escutamos com atenção o que é dito, mas também o que está nas entrelinhas. Criamos relações de confiança que se vão aprofundando com o tempo. E com essa confiança vem uma abertura maior, que nos permite fazer sugestões, propor caminhos, antecipar desejos.

De que forma os vossos serviços se adaptam às necessidades específicas de diferentes perfis de clientes? Em que medida o vosso serviço contribui para uma mudança de mentalidade sobre produtividade, focando mais na qualidade de vida do que na quantidade de tarefas realizadas?

Cada cliente é um universo. Temos famílias que nos procuram para ter mais tempo de qualidade com os filhos, executivos que precisam de estrutura para manter o foco, criativos que querem liberdade sem perder organização. A nossa metodologia é flexível, molda-se ao perfil, às rotinas, às necessidades específicas de cada pessoa. E isso só é possível com uma escuta ativa e uma presença constante – adaptamo-nos com naturalidade à medida que a vida do cliente também vai mudando.

O nosso processo começa por um encontro em que procuramos conhecer não apenas o que o cliente quer, mas quem ele é. Escutamos com atenção o que é dito, mas também o que está nas entrelinhas

Ao libertar o cliente das tarefas que drenam energia e ocupam espaço mental, abrimos espaço para que ele viva de forma mais intencional. A produtividade, neste novo paradigma, não é medida pelo número de tarefas realizadas, mas pela qualidade do tempo vivido. É um convite a sair da lógica do “mais” e entrar na lógica do “melhor”. Trabalhar menos, mas com mais impacto. Viver com menos pressa, mas com mais presença. Este é o verdadeiro luxo contemporâneo.

Acredito que a verdadeira inspiração vem de momentos de simplicidade, onde a beleza está nas coisas pequenas e nas relações autênticas

Quais são os principais elementos que distinguem os serviços da The Life Curators em relação a outras ofertas semelhantes no mercado de concierge e serviços de assistência pessoal e executiva?

O que realmente nos distingue é a filosofia que nos orienta. A The Life Curators não vive de listas de fornecedores ou de respostas padronizadas – vive da relação que construímos com cada cliente, da nossa capacidade de perceber o que faz sentido para aquela pessoa, naquele momento específico da sua vida.

Trabalhamos com um sentido curatorial – escolhemos, sugerimos e desenhamos experiências com o mesmo cuidado com que se monta uma exposição ou se edita uma revista. Os nossos serviços são silenciosos, quase invisíveis, mas profundamente transformadores. E tudo é feito com um profundo respeito pela privacidade, pela autenticidade e pela leveza.

Quais são as suas grandes referências que moldam a forma como vê o mundo e como estrutura a proposta da The Life Curators?

As minhas referências vêm de várias fontes, mas especialmente daquilo que observo nas pessoas e no quotidiano. Acredito que a verdadeira inspiração vem de momentos de simplicidade, onde a beleza está nas coisas pequenas e nas relações autênticas. Para mim, o equilíbrio entre a tranquilidade e a intensidade da vida é fundamental.

Lara Kloosterboer Westphalen, Fundadora e CEO

A proposta da The Life Curators é influenciada por essa visão de que o tempo e a atenção são os maiores luxos que podemos oferecer. A ideia é que a marca seja um reflexo dessa filosofia, onde a busca por um estilo de vida mais consciente e alinhado com os nossos valores se torna central.

Acredito que, para viver bem, é preciso cuidar dos detalhes e dar espaço para o essencial.

A beleza discreta, a autenticidade e a sofisticação subtil parecem fazer parte do ADN da marca. Como equilibra esses valores com as exigências mais pragmáticas do negócio?

Esse equilíbrio exige vigilância constante e uma clareza absoluta sobre os nossos princípios. Há sempre a tentação de simplificar processos em nome da eficiência, ou de seguir tendências para ganhar visibilidade mais rapidamente. Mas, desde o início, fiz questão de proteger o ADN da marca. A beleza subtil, a autenticidade e o cuidado com os detalhes não são elementos decorativos – são estruturais. São o próprio coração do que fazemos.

Para a parte mais pragmática, criámos processos internos eficientes para garantir alguma rapidez, fluidez e eficiência, mas sem nunca comprometer a experiência do cliente. Temos uma equipa ágil, mas com uma sensibilidade rara. Cultivar essa dualidade – entre o racional e o intuitivo, entre o funcional e o belo – é o que nos permite operar num nível elevado, mantendo a alma intacta.

de maneira flexível, entendendo que cada pessoa tem as suas próprias necessidades e ritmos. A The Life Curators baseia-se na personalização, e isso deve ser um reflexo também na forma como lidero a equipa. Cada um de nós possui diferentes motivações e talentos, e é essencial que todos se sintam reconhecidos e respeitados, tanto pelo trabalho que realizam quanto pela maneira como se relacionam com os clientes. Por ser uma marca que lida com vidas e experiências pessoais, a liderança também exige uma grande dose de humildade. Trabalhamos com histórias de pessoas reais, com as suas alegrias, dificuldades e sonhos, e a nossa missão é cuidar disso com respeito e sensibilidade.

Como imagina o impacto da The Life Curators a longo prazo? A visão vai além do serviço em si – é também uma tentativa de inspirar uma nova forma de viver e de valorizar o tempo? Mais do que um negócio, sente que está a construir uma nova forma de estar no mundo?

Sim, exatamente. Embora a The Life Curators seja uma empresa de serviços, a nossa visão vai muito além disso. Estamos a redefinir o que significa “luxo” e a desafiar a ideia de que mais é sempre melhor. Para nós, o verdadeiro luxo é o tempo dedicado ao que nos é mais importante, é a qualidade das experiências, e não a quantidade delas. O impacto que desejamos ter no longo prazo não é apenas fornecer serviços personalizados, mas inspirar uma mudança cultural mais ampla – uma mudança que valorize o presente, que desafie a sociedade a pensar mais profundamente sobre as suas escolhas e as suas prioridades.

Cada um de nós possui diferentes motivações e talentos, e é essencial que todos se sintam reconhecidos e respeitados, tanto pelo trabalho que realizam quanto pela maneira como se relacionam com os clientes

Como é liderar uma marca cuja essência é, ao mesmo tempo, profundamente pessoal e universal? Que tipo de liderança procura exercer no seu dia a dia?

Liderar uma marca cuja essência é profundamente pessoal e universal é dos aspectos mais desafiantes e gratificantes. A The Life Curators não é apenas uma empresa de serviços, mas uma filosofia de vida que se conecta intimamente com as pessoas e as suas empresas. A liderança aqui não é sobre controlar, mas sobre criar um espaço seguro onde todos na equipa possam expressar-se, crescer e colaborar com as suas habilidades. Sou uma líder que prioriza a escuta ativa e a empatia. Além disso, procuro liderar

Vejo a The Life Curators como um convite para as pessoas abraçarem uma nova maneira de viver, uma que seja mais consciente e mais autêntica. Quando as empresas nos contratam, fazem-no para que os seus diretores, sócios, administradores, entre outros, tirem o peso da vida do dia a dia de cima para se focarem no que é mais importante – seja a familia, o trabalho, a vida social, as viagens, entre outros.

O mundo está cada vez mais conectado, mas ao mesmo tempo mais impessoal. Sinto que a nossa missão é ajudar as pessoas a conseguirem reconectar-se com elas mesmas, com os outros e com o momento presente.

INOVAÇÃO & TECNOLOGIA

A inovação e a tecnologia são os principais motores da transformação global, moldando um futuro onde a eficiência, a conectividade e a inteligência caminham lado a lado. Neste contexto, a integração de soluções tecnológicas avançadas não só redefine setores, como também abre caminho para práticas mais responsáveis e conscientes, essenciais para a sustentabilidade ambiental e social. A capacidade de reinventar processos e produtos é fundamental para enfrentar os desafios atuais, sobretudo quando o compromisso com o planeta e as gerações futuras se torna inegociável.

No domínio da mobilidade, esta convergência entre inovação e sustentabilidade traduz-se em alternativas inteligentes que promovem o equilíbrio entre o desenvolvimento económico e a preservação ambiental. Desde veículos eléctricos e sistemas de transporte partilhado até à infraestrutura urbana conectada, as tecnologias emergentes procuram reduzir as emissões e ampliar a acessibilidade.

ENTRE O MINIMALISMO E A ALTA PERFORMANCE: O CAMINHO DA POLESTAR

Com uma visão centrada na inovação, sustentabilidade e design, a Polestar está a consolidar a sua presença em Portugal como uma das marcas mais disruptivas do segmento premium elétrico. Em entrevista, Miguel Pinto, Diretor-Geral da Polestar Portugal, revela os pilares estratégicos que orientam a atuação da marca no país, o papel dos novos Polestar Spaces na experiência omnicanal, a ambição no mercado de frotas e o lançamento do aguardado Polestar 5 – um modelo que promete elevar a fasquia da mobilidade elétrica.

A Polestar tem vindo a afirmar-se como uma marca de vanguarda no segmento premium elétrico. Quais são os principais pilares estratégicos que orientam a vossa atuação em Portugal e como estes se articulam com a visão global da marca?

Em Portugal, os nossos pilares estratégicos refletem a ambição global da Polestar. São eles design (assente numa proposta escandinava minimalista e progressiva), performance (com modelos 100% elétricos que proporcionam uma condução fantástica) e sustentabilidade (na qual estamos fortemente comprometidos em todos os momentos da nossa cadeia de valor). Acreditamos que estes três pilares são, em conjunto, capazes de criar uma

experiência verdadeiramente diferenciadora que se tem vindo a refletir num crescimento sustentado da Polestar no nosso país.

Com a abertura do Polestar Space em Lisboa, a marca dá um passo significativo na aproximação ao consumidor português. Qual o papel deste conceito de espaço físico na estratégia omnicanal da Polestar e como se diferencia da abordagem tradicional do setor automóvel?

O Polestar Space em Lisboa é, à imagem do Polestar Space que já havíamos inaugurado no Porto, muito mais do que um ponto de venda tradicional. É um pilar fundamental da nossa

Miguel Pinto, Diretor-Geral da Polestar Portugal

estratégia omnicanal e um reflexo da nossa filosofia centrada no cliente. Acreditamos que a compra de um automóvel deve ser uma experiência sem pressão, informativa e agradável. E neste processo, o Polestar Space desempenha um papel fundamental pois permite explorar a nossa marca, o nosso design e a tecnologia dos nossos automóveis num ambiente calmo e convidativo sabendo de antemão, o potencial que os nossos modelos têm no momento do testdrive. Acima de tudo, acredito que o Polestar Space nos ajuda a diferenciar pela capacidade de integrar perfeitamente a experiência física com a digital, onde o cliente se sente confortável ao usufruir de uma experiência fluida e transparente ao longo de todo o processo.

são competitivas, personalizadas e cada vez mais completas à medida que vamos alargando a nossa oferta.

A sustentabilidade está no ADN da Polestar, não apenas no produto final, mas em toda a cadeia de valor. Que medidas concretas estão a ser implementadas para garantir transparência e rastreabilidade nas operações locais e globais?

A sustentabilidade está de facto no nosso ADN e representa um dos nossos valores fundamentais. A Polestar pretende ser capaz de ajudar a melhorar o nosso planeta por isso o nosso compromisso não inclui somente a produção de veículos elétricos. Estamos também empenhados em garantir que a matéria-prima utilizada nesta produção é toda ela monitorizada e que as nossas unidades produtivas tenham um impacto ambiental neutro.

É por isso que podemos afirmar, com confiança, que o nosso produto final tem uma pegada ecológica muito pequena.

O Polestar 5 será sem dúvida um modelo muito importante e que nos irá ajudar a consolidar o nosso posicionamento premium em Portugal. Este modelo é a evolução do nosso conceito Precept e será capaz de atrair um novo perfil de cliente que valoriza performance, sofisticação e sustentabilidade

A mobilidade elétrica está a transformar profundamente a relação entre marcas e clientes empresariais. Que papel ambiciona a Polestar desempenhar no mercado de frotas em Portugal e que propostas específicas têm vindo a desenvolver para este segmento?

O mercado de frotas é, sem dúvida, fundamental para a transição elétrica e a Polestar pretende ser um parceiro estratégico e de confiança para as empresas em Portugal.

Acredito que podemos ter um papel de liderança na oferta de soluções de mobilidade elétrica premium que contribuem, não só para os objetivos de sustentabilidade das empresas, como também elevam a imagem da sua frota e proporcionam uma experiência de condução superior aos seus colaboradores. As nossas propostas

Gostaria de deixar ainda um pequeno exemplo bem ilustrativo deste nosso compromisso único com a sustentabilidade. Somos mesmo a única marca a apresentar de forma transparente, a pegada de carbono de cada automóvel no próprio modelo, numa informação presente no material que reveste os estofos. Esta informação demonstra não só o nosso progresso, mas ajuda também os consumidores a fazerem as suas escolhas com base no máximo de informação possível.

Como foi o primeiro semestre de 2025 para a Polestar? E o que podemos esperar da segunda metade do ano?

Os primeiros seis meses de 2025 demonstram o nosso crescimento sustentado e a aceitação que temos vindo a ter em Portugal.

Neste primeiro semestre atingimos as nossas melhores vendas de sempre, inaugurámos um novo Polestar Space e alargámos a nossa oferta comercial.

2025 é um ano muito importante para a consolidação da nossa marca em Portugal e no segundo semestre, iremos continuar a apresentar novidades das quais destacaríamos a chegada do novo Polestar 5. A Polestar veio para ficar. Contem connosco para liderar a mudança rumo a um futuro mais sustentável.

Com chegada prevista para outubro, o Polestar 5 afirma-se como o novo topo de gama da marca, com um posicionamento claramente premium. Que objetivos estratégicos acompanham este lançamento e como espera que o mercado português responda?

O Polestar 5 será sem dúvida um modelo muito importante e que nos irá ajudar a consolidar o nosso posicionamento premium em Portugal. Este modelo é a evolução do nosso conceito Precept e será capaz de atrair um novo perfil de cliente que valoriza performance, sofisticação e sustentabilidade. O Polestar 5 eleva ainda mais a fasquia da nossa marca em todos os aspetos. Esperamos que o mercado português, que tem vindo a demonstrar uma apetência crescente por veículos elétricos de alta performance e design distinto, responda de forma muito positiva a um modelo que demonstra, em toda a sua essência, o que é a Polestar.

JOÃO MARIA BOTELHO COORDENA

PRIMEIRO MANUAL NACIONAL DE ESG

Com apenas 23 anos, João Maria Botelho representa uma nova geração de líderes portugueses com um olhar pragmático e inovador sobre os grandes desafios do século XXI. Aos 21, após ser distinguido pela Forbes na lista “30 Under 30” na categoria de Sustentabilidade, lançou-se na coordenação daquele que é hoje o primeiro manual nacional sobre ESG – Environmental, Social and Governance.

João Maria Botelho, Global Shaper no Fórum Económico Mundial, Jurista especialista em regulação das alterações climáticas e Forbes 30 Under 30 em Sustentabilidade e Inovação Social

A obra, com mais de 500 páginas e disponível em pré-venda na Fnac e na Almedina, reúne 22 autores de diferentes áreasdireito, economia, finanças sustentáveis, diplomacia climática, fiscalidade verde, políticas públicas e muito mais - com o objetivo de oferecer uma visão integrada, crítica e aplicada sobre o futuro da sustentabilidade em Portugal. “O nosso objetivo era criar o livro que eu gostaria de ter lido quando comecei a trabalhar nesta área”, afirma João. Mais do que um compêndio técnico, trata-se de um guia que alia conhecimento teórico e prático, com propostas concretas para empresas, juristas, decisores públicos e cidadãos interessados em integrar os princípios ESG nas suas decisões estratégicas.

Contra o greenwashing, a sustentabilidade como estratégia

Para João Maria Botelho, é urgente tirar a sustentabilidade da “bolha técnica” e trazê-la para o centro da liderança. “Ela não

pode estar apenas num departamento à parte. Tem de chegar ao board, às decisões, à estratégia. Só assim será verdadeiramente transformadora”, refere. O livro rejeita a banalização do conceito e o greenwashing. “Há muita desinformação ambiental e muitas vezes encara-se a sustentabilidade como um custo, ou como um gesto reputacional. O que queremos mostrar é que sustentabilidade é competitividade, é viabilidade a longo prazo, é inovação”, defende.

Literacia e liderança para o futuro

Ao longo do manual, temas como litigância climática, mitigação de riscos, responsabilidade fiduciária, economia regenerativa e justiça social são abordados de forma acessível, mas com rigor técnico. Cada capítulo é pensado para inspirar ação, e não apenas para informar. “A sustentabilidade não é só ambiente. É também pilar social e governança. E todos têm peso estratégico”, sublinha João.

Para além da ambição técnica, esta obra nasce também de um propósito pessoal: democratizar o conhecimento e construir pontes entre o saber académico e o mundo real. “Este é um livro para especialistas e não especialistas. Um contributo para literacia coletiva, com impacto no presente e no futuro”, destaca.

Com o apoio de André Alfar Rodrigues e João Almeida na coordenação, o manual procura responder a uma lacuna no panorama nacional: a ausência de uma referência acessível, abrangente e prática que enquadre o ESG como ferramenta de desenvolvimento sustentável e estratégico.

Um convite à ação

Num contexto global marcado por desequilíbrios ecológicos, incertezas políticas e desafios económicos crescentes, este projeto editorial afirma-se como um convite à ação: para líderes que querem fazer diferente, para empresas que querem crescer com responsabilidade, e para uma sociedade que não pode continuar a adiar as decisões estruturais.

“O futuro constrói-se com coragem, conhecimento e compromisso”, conclui João Maria Botelho. Este livro é o reflexo de tudo isso - e mais do que uma leitura, é um apelo urgente a quem tem poder de decisão: o tempo de agir não é amanhã, é agora.

AUDI CITY LISBON: UM NOVO CONCEITO DE “SOFT SELLING” PARA OS ESPAÇOS DE RETALHO

Nuno Furtado Mendonça, o responsável máximo da Audi Portugal, apresentou à Revista Business a realidade da Audi City Lisbon, um novo conceito para a presença da marca no retalho automóvel premium, um primeiro passo que deverá permitir uma mudança global no posicionamento da Audi na sua proximidade com o cliente.

Como é que a Audi City Lisbon traduz, de forma tangível, a visão da marca para o futuro do retalho automóvel premium, especialmente num contexto urbano e digitalizado?

A Audi City Lisbon materializa a visão “Living Progress” que a Marca desenvolveu para a representação física dos seus showrooms Tendo como ponto de partida um edifício localizado numa das mais emblemáticas Avenidas da capital, desenvolvemos este showroom de 450 m² que equilibra design sofisticado, tecnologia de ponta e consultoria personalizada. Como elementos de destaque temos algumas peças de mobiliário que nos ajudam a traduzir algumas mensagens, tais como a mesa de boas-vindas “Nexus”, a “Library” de consultoria e o “Stage” de apresentação dos produtos que se unem a pontos digitais interativos, criando assim uma narrativa imersiva que coloca o cliente no centro do universo Audi.

O conceito assenta também na digitalização total da jornada, isto porque, ao invés de termos muitos modelos em exposição física, a plataforma multimédia permite de igual modo o acesso à gama com a vantagem de permitir configurar inúmeras combinações de acordo com a pretensão do cliente. Este conceito reduz o footprint logístico e ambiental, reforçando o posicionamento urbano e sustentável da marca numa capital altamente digitalizada.

Em que medida o conceito de Progressive Retail implementado na Audi City Lisbon influencia a jornada do cliente – desde a descoberta até à decisão de compra – e como se articula com a estratégia global da marca em termos de digitalização e personalização da experiência?

Com o conceito Progressive Retail da Audi a experiência do cliente é permitida em diferentes etapas do processo de compra:

Nuno Furtado Mendonça, Diretor-Geral da Audi Portugal

numa primeira fase, o cliente “descobre” a Marca através de uma imersão emocional no universo Audi por meio de zonas temáticas e experiências de lifestyle. Num segundo momento, a equipa comercial da Audi efetua uma configuração individualizada através de tablets ou computador com projeção num grande ecrã, algo que em muito facilita o processo de decisão de compra. Segue-se a fase de simulações, preços e financiamentos, e todas estas fases que decorrem no showroom reforçam a personalização e a humanização da experiência de venda, algo que muito valorizamos na Audi.

A Audi City Lisbon materializa a visão “Living Progress” que a Marca desenvolveu para a representação física dos seus showrooms. Tendo como ponto de partida um edifício localizado numa das mais emblemáticas

Avenidas da capital

A Audi City Lisbon integra tecnologias imersivas e interativas para substituição da exposição física tradicional. Como é que esta abordagem impacta os indicadores de performance, como taxa de conversão ou satisfação do cliente, face aos concessionários convencionais?

A Audi City Lisbon foi inaugurado no passado mês de junho, pelo que a nossa Concessão SOAUTO ainda está numa fase inicial de utilização deste espaço inovador. Neste sentido, ainda não dispomos de métricas específicas consolidadas que nos possibilitem tirar grandes conclusões. Contudo, os resultados globais obtidos em outros mercados onde o conceito Audi City já foi implementado mostram um aumento de vendas unitárias onde o conceito está aplicado, um importante crescimento das vendas em clientes que não eram da marca, bem como um aumento relevante na venda de equipamento opcional.

Estes indicadores refletem o poder das tecnologias imersivas em substituir a exposição física, acelerando decisões e elevando a satisfação do cliente ao oferecer um processo mais fluido e digital.

Como é que a Audi articula a presença da Audi City Lisbon com a sua estratégia de sustentabilidade – quer a nível de design e construção do espaço, quer na forma como promove a mobilidade elétrica e consciente junto do consumidor urbano?

A sustentabilidade é, efetivamente, um valor fundamental da estratégia da marca e, inclusive, um dos pilares da visão que temos

da Audi para Portugal. Neste sentido, o nosso foco na sustentabilidade esteve sempre presente neste projeto, quer na forma como reutilizámos o espaço existente reduzindo o impacto da construção, quer aplicando o conceito “digital-first” onde reduzimos o número de veículos físicos em exposição (logo, em circulação e por isso diminuindo as emissões de transporte). Neste espaço procuramos, também, promover as soluções e-tron da Audi de forma a incentivarmos o cliente a adotar um estilo de mobilidade (elétrica) consciente e sustentável. Mas outros elementos foram considerados tais como, e entre outros, a utilização de materiais e acabamentos escolhidos segundo critérios de durabilidade e reciclabilidade, reforçando o compromisso ambiental da marca, e a escolha de um sistema de iluminação do espaço onde a eficiência energética seja garantida.

Num ecossistema automóvel em rápida transformação, como se posiciona a Audi City Lisbon como laboratório de inovação e centro de experimentação estratégica para o futuro do retalho da marca?

O Audi City Lisbon funciona como centro de experimentação estratégica ao testar novos interfaces digitais que nos permitirão recolher a opinião dos clientes e padrões de comportamento que nos podem ajudar no futuro a melhorar os espaços que iremos introduzir em Portugal. Neste espaço da SOAUTO queremos também validar novos formatos de ativação da marca em ambiente urbano que, mais tarde, podem ser replicados noutros territórios da marca.

Considerando o perfil do consumidor da capital e da região da Grande Lisboa, e as especificidades do mercado português, que lições têm sido retiradas da operação da Audi City Lisbon que possam ser escaladas para outras cidades em Portugal?

No âmbito da Visão Audi para Portugal, que apresentámos ao mercado em 2023, a implementação do conceito Progressive Retail em todos os showrooms da marca em Portugal é uma prioridade.

Neste momento temos em curso diversos outros projetos já em fase de implementação e iremos, naturalmente, incorporar todas as aprendizagens que formos retirando da experiência adquirida do Audi City Lisbon e será normal que tenhamos num futuro próximo, a título de exemplo, um Audi City Cascais ou um Audi City Porto, sempre num movimento de réplica deste conceito para os espaços em que estamos presentes.

BRANDS POWER

No universo competitivo e dinâmico do mercado atual, as marcas que realmente se destacam são aquelas capazes de construir conexões profundas e duradouras com o seu público. Elas transcendem o simples ato de vender produtos ou serviços, elas criam experiências memoráveis, estabelecem valores autênticos e influenciam comportamentos, consolidando assim o seu poder e relevância. É essa força, essa capacidade de marcar presença e se tornar indispensável, que define o verdadeiro Brand Power.

As marcas que marcam são arquitetas de identidade e significado, atuando como catalisadoras de cultura e inovação. Com uma estratégia afinada e uma narrativa consistente, essas marcas posicionam-se como líderes nos seus setores. O poder da marca, portanto, está na sua habilidade de transformar perceções e construir legados duradouros.

A CONTABILIDADE COMO FERRAMENTA DE GESTÃO E CONFIANÇA

Liliana Rodrigues, Fundadora da People (Ac)Counts, explica como a tecnologia, a simplicidade na comunicação e a atenção aos detalhes têm feito a diferença num setor cada vez mais exigente.

A People (Ac)Counts destaca-se pelo apoio personalizado às empresas nas áreas de contabilidade, fiscalidade e recursos humanos. Qual a chave para conquistar a confiança dos clientes?

Acredito que a confiança nasce da forma como nos envolvemos no dia a dia dos nossos clientes. Não estamos só presentes quando há obrigações a cumprir. Estamos lá quando surge uma dúvida, quando é preciso tomar uma decisão importante ou simplesmente quando o cliente quer perceber melhor os números do seu negócio. Acho que o que faz diferença é sermos transparentes e falarmos uma linguagem simples, sem complicar. Muitas vezes, os empresários sentem que a contabilidade é distante e fria, e nós trabalhamos precisamente no sentido oposto: queremos que cada cliente sinta que tem alguém ao lado, que compreende os desafios e que procura sempre soluções adaptadas à realidade de cada empresa.

De que forma a People (Ac)Counts contribui ativamente para a tomada de decisões estratégicas dos seus clientes?

mais segurança. Acima de tudo, queremos que cada empresário perceba que os números podem ser uma ferramenta poderosa para crescer com confiança.

O que é, na prática, contabilidade humanizada e por que razão acredita que esse conceito é o futuro do setor?

Para nós, contabilidade humanizada é colocar as pessoas no centro. Na People (Ac)Counts, acreditamos que cada número tem uma história e cada pessoa merece ser ouvida. O nosso nome não é por acaso: aqui, as pessoas contam – e os números também contam. Porque no final do dia, não se trata só de relatórios, mas de relações. Cada negócio é gerido por um empresário com uma personalidade e visão diferente, é essa Marca pessoal que queremos respeitar e por isso, apesar das áreas de atividade até poderem ser as mesmas, nós personalizamos e ajustamos ao gestor que temos perante nós. É perceber que cada empresa tem uma história, que os números não são só impostos ou relatórios. São decisões, sonhos, sacrifícios, metas e necessidades. Quando tornamos a informação clara e acessível, e mostramos de que forma pode apoiar a tomada de decisão, estamos a criar valor real. Acredito que o futuro do setor passa por aqui: menos distanciamento técnico e mais empatia e capacidade de explicar e apoiar. É isso que fideliza clientes e cria relações de confiança duradouras.

Que ferramentas ou soluções inovadoras têm implementado para otimizar processos e melhorar a experiência do cliente?

Temos apostado bastante na automatização de processos e na digitalização de documentos. Hoje em dia, quase tudo pode ser feito de forma mais rápida e segura com plataformas online, o que facilita muito a vida dos clientes e da nossa equipa. Mas gostamos sempre de sublinhar que a tecnologia não substitui o contacto humano. Ela ajuda-nos a ganhar tempo para aquilo que consideramos mais importante: estar disponíveis para apoiar, esclarecer e aconselhar.

Com uma equipa multidisciplinar e abordagem centrada no cliente, quais os desafios e ambições da People (Ac)Counts?

O principal desafio vai ser manter a proximidade e a qualidade do serviço à medida que crescemos. Queremos continuar a ser reconhecidos pelo acompanhamento próximo e pela forma simples e transparente como trabalhamos. Ao mesmo tempo, estamos conscientes de que a tecnologia vai evoluir ainda mais e que temos de acompanhar esse ritmo. Por isso, um dos nossos objetivos é continuar a investir na formação da equipa e em ferramentas que nos permitam melhorar processos e dar respostas mais rápidas. Mas acima de tudo, queremos manter aquilo que nos diferencia: a preocupação genuína com cada cliente e a vontade de fazer com que se sintam seguros e bem acompanhados em todas as decisões.

O nosso trabalho é ajudar os clientes a olharem para a contabilidade como uma aliada. Não é só cumprir prazos ou enviar relatórios. Fazemos questão de interpretar os dados, identificar tendências e mostrar de forma prática onde podem melhorar. Muitas vezes, pequenas mudanças fazem uma grande diferença nos resultados. Além disso, damos apoio na definição de objetivos e na construção de um planeamento financeiro que permita tomar decisões com geral@peopleaccounts.pt • www.peopleaccounts.pt

Liliana Rodrigues, Fundadora

TECNOLOGIA, PRECISÃO E BELEZA NATURAL

Referência incontornável na cirurgia estética em Portugal, Francisco Ibérico Nogueira volta a inovar com o Microlift, uma técnica de rejuvenescimento facial que alia precisão cirúrgica, tecnologia de ponta e um conceito de beleza natural e personalizada. Nesta entrevista, o cirurgião revela os avanços que sustentam o método e partilha a visão que tem guiado a Clínica Ibérico Nogueira na vanguarda da medicina estética.

Quais as principais inovações tecnológicas e técnicas que permitiram o desenvolvimento do Microlift “by Ibérico Nogueira” em comparação com os procedimentos tradicionais de rejuvenescimento facial?

Efetivamente ao longo da concepção desta nova técnica de rejuvenescimento facial fomos adotando diversos avanços tecnológicos que nos permitiram facilitar este procedimento cirúrgico e deste modo obter resultados superiores e mais duradouros; começámos por criar em parceria com cientistas chineses, uma nova técnica de anestesia local sem agulhas a qual designámos por “jet-spray anesthesy” e que temos utilizado com grande eficácia não só nesta técnica como também em múltiplos procedimentos cirúrgicos.

Neste Microlift também utilizamos cânulas de lipoaspiração sofisticadas desenvolvidas específicamente para remover gordura da face com grande precisão. Também de grande importância neste procedimento cirúrgico , tem sido a utilização de modernos aparelhos de electro-coagulação que proporcionam uma forte retração dos tecidos sub-cutâneos, e também os novos bio-estimuladores que permitem aumentar muito a durabilidade dos resultados destas intervenções.

De que forma a anestesia “jet-spray anesthesy”, sem agulhas, influencia a experiência do paciente e os resultados clínicos em termos de recuperação e conforto pós-operatório?

A “jet-spray anesthesy” representa uma revolução significativa na experiência do paciente durante procedimentos estéticos.

Ao eliminar a necessidade de agulhas, essa técnica não apenas reduz a dor e a ansiedade associada à anestesia, mas também melhora a satisfação geral dos pacientes. Isto veio permitir que as pessoas se sintam muito mais tranquilas e confiantes ao se submeterem ao tratamento. Clinicamente, a anestesia sem agulhas contribui para uma recuperação mais rápida. Uma vez que o jato de anestésico é aplicado na pele de forma não invasiva, o traumatismo na pele é mínimo, do que resulta um edema imperceptível e ausência de equimoses no pós-operatório. Isso significa que os pacientes podem retornar às suas atividades diárias mais rapidamente e com menos desconforto.

Como é que a Clínica Ibérico Nogueira assegura a personalização do Microlift para diferentes tipos de pele, estruturas faciais e graus de envelhecimento, garantindo resultados naturais e harmoniosos?

Na Clínica Ibérico Nogueira, a personalização do Microlift é uma prioridade fundamental. Começamos com uma avaliação detalhada do paciente, onde analisamos o tipo de pele, a estrutura facial, e os diferentes graus de envelhecimento.

Essa análise permite entender as necessidades individuais de cada paciente, garantindo que o tratamento atenda às suas expectativas específicas. Utilizamos tecnologias avançadas e técnicas adaptativas, permitindo que ajustemos a abordagem de forma

Francisco Ibérico Nogueira (filho) e Francisco Ibérico Nogueira

precisa para cada caso. Por exemplo, diferentes tipos de estrutura anatómica facial exigem técnicas de disseção e de infiltração distintas.

É de fundamental importância o estudo prévio da volumetria facial, alinhando o Microlift para promover um resultado natural que respeite as proporções faciais do paciente.

O nosso objetivo não é apenas rejuvenescer, mas também realçar a beleza única de cada indivíduo. Por isso, mantemos um diálogo aberto com o paciente, discutindo as expectativas e o que desejam alcançar. Assim, garantimos resultados harmoniosos e satisfatórios que refletem a individualidade de cada um, proporcionando uma experiência transformadora e positiva na estética facial.

Quais os protocolos de acompanhamento e cuidados pós-operatórios recomendados pela clínica para otimizar a longevidade dos resultados?

Na Clínica Ibérico Nogueira, acreditamos que o cuidado pós-operatório é fundamental para otimizar a longevidade dos resultados do Microlift. Após o procedimento, oferecemos um protocolo abrangente de acompanhamento que inclui:

Orientações Personalizadas:

Fornecemos instruções detalhadas sobre como cuidar da pele diariamente, incluindo recomendações sobre limpeza, hidratação e proteção solar.

Consultas de Acompanhamento:

Programamos consultas regulares para monitorar a recuperação do paciente e avaliar os resultados. Isso permite-nos fazer ajustes no tratamento, se necessário, e responder a qualquer dúvida ou preocupação.

Produtos Específicos:

Recomendamos o uso de produtos dermatológicos adequados para o tipo de pele do paciente, que auxiliam na recuperação e manutenção dos resultados. Esses produtos podem incluir cremes com propriedades rejuvenescedoras e protetores solares de alta qualidade.

Evitar exposições solares extremas:

Orientamos os pacientes a evitar exposição excessiva ao sol, banhos quentes, e atividades físicas intensas logo após o procedimento, para minimizar o risco de complicações e garantir uma recuperação tranquila.

Estilo de Vida Saudável:

Encorajamos hábitos saudáveis, como uma alimentação balanceada, hidratação adequada e o uso de suplementos, que contribuem para a saúde da pele e prolongam os resultados do tratamento. Esses protocolos garantem não só a satisfação imediata, mas também a manutenção dos resultados a longo prazo, ajudando os nossos pacientes a desfrutarem de uma aparência rejuvenescida e natural por mais tempo.

Quais as inovações que a Ibérico Nogueira pretende incorporar, considerando as tendências emergentes em medicina estética e as demandas dos pacientes?

A Clínica Ibérico Nogueira procura estar sempre na dianteira, atenta às tendências emergentes em medicina e cirurgia estética e às crescentes demandas dos pacientes. Estamos comprometidos em incorporar inovações que proporcionem experiências ainda

mais seguras, eficazes e personalizadas. Aqui estão algumas das perspetivas futuras que estamos a considerar:

Tecnologia Avançada

Planeamos integrar tecnologias de ponta, como inteligência artificial e análise de dados, para oferecer diagnósticos ainda mais precisos e tratamentos personalizados que atendam às necessidades individuais de cada paciente.

Terapias Combinadas:

Acreditamos na eficácia de tratamentos combinados, unindo diferentes técnicas e tecnologias como o Microlift, preenchimentos, e laser, para maximizar os resultados e proporcionar uma abordagem holística ao rejuvenescimento facial.

Sustentabilidade e Produtos Naturais:

Em resposta à demanda crescente por opções mais sustentáveis e éticas, estamos a explorar produtos e técnicas que minimizem o impacto ambiental e utilizem ingredientes naturais e biocompatíveis.

Educação do Paciente:

Estamos comprometidos em educar os nossos pacientes sobre as opções de tratamento, proporcionando workshops e webinars que os informem sobre as novas técnicas e cuidados disponíveis, permitindo que eles façam escolhas conscientes e informadas.

Telemedicina e Acompanhamento Virtual:

A telemedicina revolucionou o cuidado com o paciente, e planeamos expandir as nossas plataformas online para consultas e acompanhamento virtual, tornando o acesso mais prático e eficiente.

Criação de um Centro Avançado de Rejuvenescimento Facial e Corporal:

A nossa experiência em dezenas de milhares de pacientes tem-nos mostrado que um rejuvenescimento facial e corporal equilibrado e abrangente, deve envolver diversas disciplinas da àrea médica, entre as quais, destacamos a cirurgia e medicina estética, a medicina anti-aging, a implantologia capilar, e a medicina dentária. Para tal a Clínica Ibérico Nogueira estabeleceu parcerias em anti-aging com a Clínica do Dr. Manuel Pinto Coelho, Clinic-Live Longer, em implantologia capilar com a Clínica de Saúde Capilar Insparya, e em medicina dentária com a Clínica do Dr. Hugo Madeira. Acreditamos que estas parcerias irão permitir um rejuvenescimento global e mais equilibrado dos nossos pacientes.

Essas inovações visam não apenas melhorar os resultados dos tratamentos, mas também criar uma experiência positiva e satisfatória para os nossos pacientes, sempre focada nas suas necessidades e expectativas.

AVANÇAR E FAZER OUVIR A VOZ DOS ENFERMEIROS

O resultado das últimas eleições legislativas parece ser claro quanto às opções dos portugueses: não querem maiorias absolutas, penalizaram os partidos da esquerda “tradicional” (apelidamos assim por economia de palavras) à exceção de um, mais recente.

É certo que temos que partir do princípio que todos os eleitores estavam convictos da sua escolha, no momento do voto, seja através dos debates que os meios de comunicação social promoveram, seja pela leitura dos programas eleitorais com que cada partido se apresentou a eleições.

Mas agora que temos um novo governo e um novo programa será que os mesmos que votaram no PSD/CDS cujas propostas, na sua maioria, são do agrado da Iniciativa Liberal e do Chega querem mesmo a privatização da Saúde, da Educação, da Segurança Social, da água e o aumento da despesa com a Defesa sabendo que, quando chegar o momento de a pagar o dinheiro será subtraído às políticas sociais que permitiram o desenvolvimento e o progresso do país desde 1974?

Relativamente ao setor da saúde, uma primeira análise das propostas do governo que, no fundo, têm como objetivo aprofundar o caminho da privatização ao invés do reforço do Serviço Nacional de Saúde: O Governo, apesar do balanço muito positivo das medidas adotadas no mandato anterior relativamente, por exemplo, ao aumento do numero de consultas, cirurgias, etc, demonstrando que, afinal o Serviço Nacional de Saúde funciona e pode funcionar melhor caso sejam dados os instrumentos necessários para o efeito (mais

Enfermeira Guadalupe Simões, Dirigente do SEP

profissionais, mais autonomia de gestão, valorização das carreiras, etc) decide adotar medidas que apontam para a externalização e para a entrega da gestão clinica dos hospitais e centros de saúde a entidades privadas e sociais;

O Governo acusa o último do PS de implementar, sem debate prévio, as Unidades Locais de Saúde e esquece-se que anunciou parcerias público-privadas, em 5 Unidades Locais de Saúde, incluindo a entrega à gestão privada dos respetivos centros de saúde, sem qualquer discussão prévia e sem demonstrar que existem benefícios dessa opção;

O Governo continua a referir que valorizou algumas carreiras profissionais, incluindo a de enfermagem, mas parece esquecer que as insuficientes valorizações continuam a não ser atrativas para garantir a retenção dos profissionais de saúde no SNS. Aliás, dos processos negociais resultou maior discriminação entre as diferentes carreiras;

O Governo no seu programa não apresenta uma única proposta sobre a necessidade de contratar mais profissionais tão pouco o óbvio: um plano de médio e longo prazo cujo denominador comum deveria ser as necessidades dos portugueses em cuidados de saúde.

É dado grande enfoque à Reforma do Estado, nomeadamente à necessidade da sua desburocratização, mas, até hoje, o Governo (o anterior e este) não aprovou nenhum dos Planos de Desenvolvimento e Orçamento das Unidades Locais de Saúde, impedindo por exemplo, a abertura de concursos de desenvolvimento nas carreiras.

O Governo, propõe alterar a atual Lei de Bases da Saúde, publicada em 2019, e substituir por uma Lei de Meios para o SNS que aponta para um SNS fornecedor de recursos e regulador, diminuindo a capacidade de prestação em favor do privado e do setor social. Nunca será demais lembrar que, quando o Estado entregou a prestação de cuidados na área da hemodiálise ao privado os preços aumentaram exponencialmente. O Serviço Nacional de Saúde tem que continuar a ser o pilar da prestação de cuidados de saúde.

A mesma análise relativamente à proposta do Governo de incluir nos Sistemas Locais de Saúde as instituições privadas e sociais, quando a Lei de Bases da Saúde determina que só as entidades públicas seriam incluídas com o objetivo de aumentar a esperança média de vida, com qualidade, após os 65 anos. O Governo não apresenta nenhuma medida para a democratização das instituições de saúde nomeadamente através da abertura de concursos para os cargos de Enfermeiro Diretor e Diretor Clínico e, mesmo, para os cargos de Presidente dos Conselhos de Administração.

A proposta de criação das “Urgências Regionais constituídas com equipas de saúde partilhadas entre hospitais é um sinal muito forte em como o Governo não está disponível para contratar e valorizar as carreiras profissionais como forma de atrair e reter profissionais, preferindo o encerramento de serviços. O Governo, quando propõe transformar o financiamento em saúde com base no modelo de Saúde Baseada em Valor (Value-Based Healthcare), terá que especificar como pretende fazer a monitorização deste “valor”, quando é conhecida a falta de transparência dos setores privado e social relativamente a vários indicadores. Estes itens aqui explanados, só sobre o setor saúde, são poucos comparativamente a todas as restantes propostas relativas às restantes áreas e para as quais temos que estar atentos.

O objetivo continua a ser o de termos enfermeiros justamente remunerados, com condições dignas de trabalho

A importância de continuarmos a ter um Serviço Nacional de Saúde e reforçado será um dos desafios no futuro próximo assim como a exigência de melhores condições de trabalho para os enfermeiros.

A brutal carência que hoje existe impede a tão propagandeada conciliação da vida pessoal com a profissional que o governo gosta de ter. Os horários de trabalho nunca estiveram tão desregulados, nunca se recorreu tanto a trabalho extraordinário programado sem que nada seja feito para o impedir.

É, por isso que o SEP já entregou o seu caderno reivindicativo ao atual governo e, considera prioritário que:

- De acordo com as várias decisões jurisdicionais, sejam pagos os retroativos aos enfermeiros relativo a anos de trabalho (20 anos para muitos deles) e que progridam na carreira tal como foi definido para toda a administração pública.

- Sejam corrigidas todas as situações de injustiça que continuam a prevalecer, como por exemplo, não contarem o tempo de serviço aos enfermeiros que foram admitidos a “recibos verdes” nas instituições e que só aconteceu porque os sucessivos governos mascaravam as contas públicas com este tipo de “engenharia”.

- Sejam harmonizadas as condições remuneratórias entre todos os enfermeiros. A opção anterior e que se mantém de pagar suplementos só tem servido para não valorizar as carreiras.

- Seja revisto o sistema de Avaliação do Desempenho tendo em conta que o atual ao invés de servir o propósito de premiar o mérito, apanágio dos governos, apenas serve para impedir as progressões nas carreiras.

- Seja compensado o risco e a penosidade através de condições de acesso mais favoráveis à aposentação/reforma e que seja valorizado o trabalho noturno e por turnos.

A dedicação à construção de uma melhor enfermagem não quebra perante os obstáculos. O objetivo continua a ser o de termos enfermeiros justamente remunerados, com condições dignas de trabalho e um valor social correspondente ao papel essencial que desempenham na sociedade. Continuaremos a resistir, a avançar e a fazer ouvir a voz dos enfermeiros.

sede@sep.pt • www.sep.org.pt

TRANSFORMAR IDEIAS EM INVESTIMENTO A MISSÃO DA ACTUS AGRO

Com os olhos postos no desenvolvimento sustentável e na valorização dos territórios do interior, a ACTUS AGRO tem vindo a afirmar-se como uma consultora de referência na dinamização de projetos de investimento. Em entrevista, Carina Veloso, CEO da empresa, revela a visão que esteve na origem do projeto, os pilares que sustentam o seu crescimento e a forma como transformam ideias em impacto económico real.

A ACTUS AGRO tem vindo a afirmar-se como uma empresa prestadora de serviços de consultoria estratégica, financeira e de sustentabilidade. Que visão esteve na origem da empresa e como têm consolidado esse posicionamento no mercado?

A ACTUS AGRO nasceu da vontade de impulsionar o desenvolvimento económico das empresas, sobretudo através de projetos de investimento. Acreditamos que a sustentabilidade só se alcança aliando conhecimento técnico, proximidade e visão estratégica.

O nosso posicionamento tem-se fortalecido com base na confiança conquistada em cada projeto e no compromisso com a inovação, responsabilidade e sustentabilidade.

Prestar serviços que ajudem as empresas a planear, crescer e inovar é hoje mais importante do que nunca. Quais têm sido as principais áreas de atuação da ACTUS AGRO e que tipos de desafios procuram resolver para os vossos clientes?

Atuamos com uma abordagem integrada que combina planeamento estratégico, sustentabilidade, incentivos ao investimento, planos de negócio, comunicação e branding. Procuramos ser um verdadeiro parceiro, convertendo ideias em projetos viáveis e sustentáveis, especialmente em territórios do interior, onde há maior carência de apoio técnico e serviços especializados.

O apoio à captação de incentivos e fundos europeus é uma das vossas especialidades. Que abordagem têm adotado para garantir que os projetos dos vossos clientes se traduzem em investimento real e impacto económico?

A nossa abordagem é baseada em três pilares: diagnóstico, planeamento estratégico e acompanhamento. Na fase inicial, avaliamos a viabilidade, o enquadramento nos instrumentos financeiros disponíveis e os impactos previsíveis. Apoiamos cada fase, desde a conceção à execução, garantindo que os projetos são implementados com resultados visíveis e retorno económico real.

Numa conjuntura exigente, marcada por alterações regulatórias e desafios de sustentabilidade, como preparam os vossos clientes para o futuro? E que metas traçaram para a evolução dos vossos próprios serviços e equipa?

Preparamos os nossos clientes com informação atualizada, planeamento e soluções baseadas em inovação sustentável. Promovemos, cada oportunidade de financiamento e ferramentas fundamentais num cenário cada vez mais complexo. Internamente, estamos focados em crescer com consistência, no desenvolvimento profissional contínuo. A nossa meta é ser uma referência nacional em consultoria, com um modelo de proximidade, integridade e uma visão transformadora.

Carina Veloso (CEO) e Inês Lopes (Responsável Dep. Marketing e Comunicação)

CONTABILIDADE, CONSULTORIA E TECNOLOGIA AO SERVIÇO DAS PME

Com uma visão integrada entre tradição e inovação, Paulo Dinis, Sócio-Gerente da JPS Contabilidade e da Thinking Consulting, lidera um grupo de serviços especializados que combina a experiência de três gerações no setor da contabilidade com soluções tecnológicas e de consultoria orientadas para o futuro. O alinhamento entre as duas entidades permite oferecer uma resposta coordenada às crescentes exigências de Micro e PME em Portugal e Angola, garantindo tanto o rigor técnico como a utilidade prática da informação financeira na tomada de decisão.

Como é que a experiência acumulada ao longo de três gerações influencia hoje a forma como a JPS Contabilidade presta os seus serviços, especialmente num setor em constante mudança como a contabilidade?

A nossa oferta de serviços foi sendo adaptada, ao longo das últimas seis décadas, numa relação direta com o conhecimento das leis em vigor, das práticas de mercado e, particularmente, das atividades dos nossos clientes. Entendemos, ao longo de três gerações, que a esmagadora maioria das Micro e PME em Portugal está carente de informações que lhe apoiem na tomada de decisões. Os nossos serviços têm assim como propósito a garantia integral dos serviços que são da responsabilidade do contabilista certificado, mas também procuramos com o nosso serviço de contabilidade garantir que a informação produzida seja, de forma

atempada e oportuna, um importante e verdadeiro contributo para a gestão e a tomada de decisão dos nossos clientes.

De que forma é que a JPS Contabilidade integra as novas tecnologias no trabalho diário e como é que isso impacta a relação com os clientes?

Em matéria de novas tecnologias, a JPS Contabilidade tem em curso duas iniciativas. Por um lado, e decorrente da própria evolução tecnológica, como softwares de contabilidade e até mesmo a automação de processos, encontramo-nos a desenvolver um projeto piloto com uma pequena carteira dos nossos clientes, com maior propensão às tecnologias e à digitalização, para desenvolvermos esta capacidade, porque acreditamos verdadeiramente que será o futuro, não muito longínquo, a realização do serviço de contabi-

Paulo Dinis, Sócio-Gerente

lidade sem a impressão ou consulta de qualquer documentação física, e igualmente, com processos cada vez mais autónomos e automatizados. Por outro lado, e com o intuito de a nossa oferta de serviços estar sempre alinhada àquilo que são as necessidades dos nossos Clientes, a JPS Contabilidade, em conjunto com a entidade Thinking Consulting, está a estudar o desenvolvimento de uma pequena solução tecnológica que permita, de forma muito resumida, uma comunicação direta, simples e descomplicada entre a contabilidade e o seu utilizador, muito focada naquilo que são as principais preocupações nos dados a obter pelos utilizadores das informações financeiras, preocupações essas que nos vão sendo transmitidas muito recorrentemente.

A adaptação dos nossos serviços a cada realidade particular é mesmo uma das nossas principais preocupações e que nos leva a estar constantemente a investir em formação

Quais têm sido os principais desafios na adaptação às sucessivas alterações fiscais e contributivas em Portugal?

Entendemos que existem dois principais desafios associados a essa dinâmica de constantes alterações legislativas e fiscais. Por um lado, a incerteza e instabilidade que provoca junto dos investidores, pois pode gerar incerteza quanto à futura carga fiscal e às obrigações fiscais associadas, dificultando o planeamento estratégico e financeiro. Por outro lado, a complexidade que daí advém, na medida em que, com a introdução de novas normas e regulamentos, o sistema fiscal torna-se cada vez mais complexo. Isso exige um nível elevado de conhecimento e compreensão das leis fiscais, o que pode ser um desafio, especialmente para pequenos empresários.

O que motivou a criação da Thinking Consulting e que lacunas ou necessidades específicas do mercado é que pretendiam colmatar com este projeto?

A Thinking Consulting, criada em 2020, procurou reunir e disponibilizar no mercado um conjunto de valências que foram sendo adquiridas em diferentes domínios, ao longo do meu percurso profissional até ao ano de 2020, em Portugal e Angola. O compromisso da Thinking Consulting é o de proporcionar aos seus parceiros e clientes, serviços e soluções que permitam contribuir para a sua competitividade e para o desenvolvimento dos seus negócios, assente em dois pilares fundamentais, que

é a Contabilidade, Planeamento e Informação de Gestão, por um lado, quando estamos na presença de um acompanhamento contínuo dos clientes, ou então numa vertente de Organização e Estratégia, num acompanhamento mais esporádico ou pontual. A motivação da criação da Thinking Consulting foi o de reunir, num único serviço, diferentes conhecimentos e expertises que foram sendo acumuladas ao longo de mais de dez anos e que entendi serem, no seu conjunto, um factor diferenciador no mercado.

Tendo uma carteira de clientes de geografias distintas, particularmente em Portugal e Angola, como têm trabalhado para adaptar os vossos serviços às especificidades e exigências de cada um destes mercados?

A adaptação dos nossos serviços a cada realidade particular é mesmo uma das nossas principais preocupações e que nos leva a estar constantemente a investir em formação. Em primeiro lugar, de destacar a absoluta necessidade de, em todo o momento, serem conhecidas e entendidas as legislações locais, numa altura em que Angola, principalmente, tem registado sucessivos exercícios de uma significativa actualização da sua legislação. Em segundo lugar, o entendimento das diferenças culturais e de negócio tem sido um factor cada mais explorado por nós, na medida em que, para as mesmas actividades e negócios, diferentes mercados relevam diferentes necessidades, com estados de maturidade também eles diferentes, e procuramos com isso oferecer serviços personalizados que atendem às necessidades específicas de cada mercado e de cada cliente.

Quais são os principais objetivos para o futuro da Thinking Consulting, tanto a nível nacional como internacional, e que áreas de atuação consideram mais estratégicas para os próximos anos?

Os principais objetivos passam por continuar a apostar e a reforçar a nossa presença em Angola, mediante oferta de serviços de consultoria, não só no acompanhamento contabilístico e na produção de documentação de suporte para tomada de decisão, mas também no apoio e garantia de implementação de legislação significativa que irá ser implementada muito brevemente, e de onde se destaca um novo plano de contas em IFRS no setor segurador, a título de exemplo. Por outro lado, em Portugal, a Thinking Consulting será um parceiro fundamental da JPS Contabilidade na medida em que irá desenvolver uma solução tecnológica simples e prática, de comunicação entre contabilidade e cliente, e entre contabilidade e utilizadores das demonstrações financeiras, valência essa que será adicionada à oferta de serviços de contabilidade.

O DESAFIO DA NOVA GERAÇÃO NA PEREIRA & CRUZ

À frente de um novo ciclo na Pereira & Cruz, Sofia Pereira traz à liderança um equilíbrio entre tradição e inovação, mantendo o legado familiar enquanto projeta a empresa para um futuro mais ágil, sustentável e internacional. Em entrevista, a CEO partilha os desafios da sucessão, as metas de expansão e a estratégia para manter a excelência na confeção de jeans num setor em constante transformação.

Em 2023 assumiu a liderança da Pereira & Cruz. Como tem sido esse processo de transição e quais os principais desafios que enfrentou ao assumir a gestão da empresa num setor tão competitivo?

Assumir a liderança foi um momento de grande responsabilidade. Quis honrar o legado do meu pai, mantendo o foco na qualidade e na proximidade com os clientes, enquanto introduzimos mais inovação, descentralização dos processos e um reforço da comunicação interna. Assim é fortalecida a confiança com os colaboradores, que são a essência da nossa cultura organizacional.

O setor têxtil é altamente competitivo e dinâmico, e o maior desafio tem sido equilibrar tradição e inovação. Procuramos criar um ambiente onde todos se sintam parte do crescimento da empresa e preparados para responder com agilidade e flexibilidade às necessidades dos nossos clientes.

A produção de jeans de alta qualidade é uma das vossas especialidades. De que forma a empresa vai inovar nos processos de confeção para se manter competitiva e sustentável num setor cada vez mais exigente?

Para manter a competitividade num setor cada vez mais exigente, vamos investir em equipamentos mais eficientes, com menor consumo de energia e redução de desperdício. A digitalização dos processos permitirá maior controlo, rastreabilidade e uma resposta mais rápida ao cliente.

Apostamos também na formação contínua da equipa e em parcerias com fornecedores responsáveis, reforçando o nosso compromisso com uma produção ética, consciente e tecnicamente rigorosa.

Sofia Pereira, CEO

A qualidade e a rapidez na resposta são compromissos da empresa. Como é que atualmente garante esses padrões, num contexto de constantes transformações no setor têxtil?

A qualidade e a rapidez são pilares na Pereira & Cruz. Garantimos estes padrões através do controlo rigoroso em cada etapa da produção e da relação próxima que mantemos com os nossos clientes e parceiros. A nossa estrutura flexível permite-nos ajustar processos de forma ágil, respondendo com eficácia às necessidades de cada marca. Acreditamos que a chave está na combinação de um know-how sólido com a capacidade de adaptação e na aposta em melhorias contínuas que nos permitam manter a excelência, independentemente das mudanças do setor.

A internacionalização faz parte do vosso percurso? Que mercados têm sido prioritários e como tem evoluído a vossa presença além-fronteiras?

A internacionalização é um objetivo presente na Pereira & Cruz, alinhado com o nosso compromisso de qualidade e flexibilidade. Atualmente, trabalhamos com clientes portugueses que exportam para diversos mercados, permitindo-nos ter já uma presença indireta além-fronteiras.

Recentemente, demos o primeiro passo direto para o mercado espanhol, iniciando uma relação que esperamos que seja duradoura. Queremos “vestir o mundo com a autenticidade do made in Portugal”, consolidando um crescimento sustentado no mercado internacional.

A sucessão familiar é sempre um momento desafiante. Que ensinamentos mais marcantes recebeu do seu pai e de que forma esses valores influenciam hoje a sua forma de liderar?

O meu pai transmitiu-me a importância da palavra, do respeito e do compromisso. Esses valores continuam a ser a base da minha liderança, reforçando a importância de relações de confiança com colaboradores e clientes.

Liderar é também ouvir e inspirar, criando condições para que todos possam crescer com responsabilidade. Acredito que o futuro se constrói mantendo o foco na qualidade, na proximidade com o cliente e numa equipa que se sinta valorizada e envolvida no propósito da Pereira & Cruz.

O que podemos esperar do futuro da Pereira & Cruz sob a sua direção e que metas gostaria de concretizar nos próximos anos?

Queremos consolidar a Pereira & Cruz como referência na confeção de jeans de alta qualidade, mantendo a confiança dos nossos clientes e alargando parcerias a novos mercados. Estamos focados em investir em processos cada vez mais eficientes, promovendo um crescimento responsável e sustentável. A nossa meta é continuar a crescer sem perder a proximidade que nos distingue, mantendo a flexibilidade, o rigor e a dedicação em cada peça produzida, assegurando que o know-how português continua a ser reconhecido dentro e fora do país.

geral@pereiraecruz.pt • www.pereiraecruz.pt

INOVAR PARA CUIDAR: O MODELO DIFERENCIADO DA FOOTSTUDY

Há uma década a cuidar de cada passo, com ciência, empatia e inovação. Cristina Costa, Fundadora da FootStudy e da marca BioFeet®, lidera uma equipa que se mantém unida desde o primeiro dia. Nesta entrevista, partilha os princípios que sustentam o projeto, os desafios superados ao longo do caminho e a visão que continua a guiá-los: integrar tecnologia, rigor clínico e humanismo para tratar o pé – e cuidar da pessoa por inteiro.

Este ano assinalam dez anos de atividade, sempre com a mesma equipa desde o início. Na sua opinião, Dra. Cristina, qual tem sido o segredo para manter uma equipa coesa, motivada e comprometida ao longo de uma década?

Manter uma equipa coesa e motivada ao longo de uma década exige proximidade, comunicação e, sobretudo, uma visão partilhada. Na FootStudy acredito que o trabalho em podologia vai muito além do tratamento clínico, envolve escuta ativa, empatia e a capacidade de integrar ciência, tecnologia e humanismo. Procuro sempre criar oportunidades para que cada elemento contribua de forma ativa e se sinta parte essencial do processo clínico e da evolução da nossa prática. O segredo tem sido cultivar um ambiente onde há espaço para questionar, aprender e crescer em conjunto, mantendo o rigor técnico e a paixão pelo cuidado ao doente.

A Footstudy foi fundada no dia de Santiago, uma data simbólica. Esse momento teve algum significado especial na decisão de criar a clínica? E como evoluiu o projeto até à estrutura que têm hoje, com os departamentos FootClinic, FootCare e FootLabs? O dia de Santiago simboliza o caminho, a jornada e a superação pessoal, valores que ressoam profundamente na minha visão enquanto

profissional de saúde. A fundação da FootStudy nesse dia foi uma escolha simbólica, pois sempre acreditei que, tal como no caminho de Santiago, o percurso na Podologia é feito de etapas, dedicação e evolução constante. Ao longo destes anos, a FootStudy cresceu e estruturou-se em áreas específicas: a FootClinic, dedicada à consulta e diagnóstico; a FootCare, focada no desenvolvimento de produtos sob a marca BioFeet®; e a FootLabs, especializada no fabrico de suportes plantares personalizados. Esta divisão permitiu-nos uma abordagem multifacetada, unindo prática clínica, investigação e inovação tecnológica.

A vossa abordagem às patologias associadas ao dia a dia e ao contexto laboral é bastante diferenciadora. O que motivou esse foco específico e como é que cada departamento contribui para uma resposta mais eficaz aos pacientes?

A nossa prática diária mostrou-nos que grande parte das patologias do Pé tem origem em fatores mecânicos ou contextos laborais específicos, desde longas horas em pé até sobrecargas repetitivas. Decidimos, por isso, investir numa abordagem diferenciada, integrando avaliação biomecânica detalhada, exames complementares e a confeção de suportes plantares personalizados. A FootLabs

Cristina Costa, Fundadora

assegura o fabrico de palmilhas adaptadas à morfologia e função de cada paciente mediante a patologia apresentada; a FootClinic realiza o acompanhamento clínico, diagnóstico e reavaliações periódicas; e a FootCare/BioFeet complementa o tratamento com produtos desenvolvidos especificamente para as necessidades dermatológicas identificadas. É esta integração que torna o nosso trabalho único.

Apostam fortemente em soluções de tratamento inovadoras. Pode partilhar um exemplo concreto de uma dessas inovações e o impacto que teve na recuperação de um paciente ou num grupo de doentes?

A inovação está no ADN da FootStudy, tanto na vertente biomecânica como na área dermatológica. Um exemplo concreto é o trabalho desenvolvido no nosso FootLab, onde criámos um conceito pioneiro que chamamos de palmilha híbrida. Trata-se de uma solução que combina princípios biomecânicos convencionais com uma abordagem postural, integrando estas duas visões na mesma

O nosso compromisso mantém-se: garantir

saúde, bem-estar e autonomia aos nossos pacientes, com a certeza de que cada Pé conta

palmilha. Esta inovação tem tido um impacto muito relevante na recuperação de patologias complexas, frequentemente identificadas pela Ortopedia, permitindo muitas vezes evitar intervenções cirúrgicas e contribuindo significativamente para a melhoria da qualidade de vida dos pacientes. Por outro lado, na área dermatológica, através da marca BioFeet®, desenvolvemos produtos altamente especializados que vão ao encontro da resolução de patologias muito específicas. Estas soluções têm permitido obter resultados mais rápidos e eficazes, o que se traduz num contributo importante para o conforto e bem-estar dos pacientes.

Em 2018, lançaram a marca BioFeet, na sequência de um processo de investigação e desenvolvimento iniciado em 2014. Quais foram os principais desafios ao longo desse percurso até à validação pela INCONSPHAR? E que contributos concretos trouxe esta linha para a prática clínica da FootStudy?

A BioFeet® surgiu da necessidade que sentíamos diariamente em contexto clínico: produtos verdadeiramente eficazes, seguros e, ao mesmo tempo, adaptados para a pele fragilizada que tantas vezes observamos em podologia. O maior desafio foi assegurar fórmulas com elevado teor de ingredientes de origem natural, sem comprometer a eficácia terapêutica. O processo de validação pela INCONSPHAR foi exigente, envolvendo estudos de compatibilidade cutânea, estabilidade e eficácia clínica, o que exigiu um grande investimento em investigação e ensaios. Atualmente, a gama BioFeet® inclui gotas, creme, pó e spray, utilizados como coadjuvantes no tratamento e controlo de hiperqueratoses, onicomicoses, transpiração excessiva ou fragilidade ungueal. São produtos desenvolvidos por podologistas, para podologistas, com foco nas necessidades dermatologicas e na recuperação e qualidade de vida dos doentes, algo que considero um marco relevante na prática clínica.

Quais são os próximos passos para a FootStudy?

Queremos consolidar o nosso modelo de atuação multifacetada, reforçando a investigação clínica. A abertura da FootStudy em Cabeceiras de Basto, em parceria com a Dra. Leila Castro, foi um passo importante para levar cuidados diferenciados a zonas mais afastadas dos grandes centros urbanos. Continuamos a investir em inovação, tanto tecnológica como científica, e temos novos produtos BioFeet® em desenvolvimento, sempre com foco na eficácia clínica. O futuro passa também por reforçar a nossa intervenção na educação para a saúde e na prevenção, porque acredito que o conhecimento é a base para cuidar melhor. O nosso compromisso mantém-se: garantir saúde, bem-estar e autonomia aos nossos pacientes, com a certeza de que cada Pé conta.

geral@footstudy.pt www.footstudy.pt

EUROPASTRY: SABORES QUE CRIAM MEMÓRIAS

Na Europastry, o pão e a pastelaria deixaram de ser apenas produtos – tornaram-se experiências. Filipe Canário, Sales & Marketing Director da Europastry Portugal, revela como a marca aposta na inovação, na autenticidade e no storytelling para criar momentos memoráveis.

Ao longo dos anos, a Europastry tem-se destacado por combinar tradição e inovação. De que forma esta dualidade tem moldado o posicionamento da marca no mercado português e internacional?

A Europastry une tradição e inovação, criando produtos que respeitam receitas artesanais e respondem às exigências do consumidor moderno. Este equilíbrio fortalece a marca no mercado português e internacional, destacando qualidade, conveniência e sustentabilidade.

A sustentabilidade é hoje um dos pilares estratégicos das empresas com visão de futuro. Quais são os compromissos da Europastry neste domínio e como se refletem na cadeia de valor – da produção à distribuição?

A sustentabilidade é também um dos nossos pilares estratégicos, uma realidade que impulsiona cada decisão que tomamos, refletindo-se na seleção de matérias-primas e práticas eficientes. Trabalhamos com agricultores locais, garantindo rastreabilidade e boas práticas agrícolas. Reduzimos a nossa pegada ecológica, reduzindo 51% das emissões de CO₂, 14,2% do consumo de água e 4,3% do gás entre 2020 e 2023. 91% da eletricidade que usamos é renovável, e investimos em soluções logísticas mais sustentáveis. Procuramos transformar o setor da panificação, garantindo um futuro mais verde para todos.

A Europastry defende que não vende apenas produtos de padaria, mas sim experiências memoráveis. Que estratégias têm adotado para elevar o consumo de pão e pastelaria a uma experiência diferenciadora para o consumidor?

Elevamos o consumo de pão e pastelaria a uma experiência única, apostando no storytelling e na inovação. Criamos produtos com ingre-

dientes premium e fermentação natural, associando-os a momentos autênticos. A experiência multissensorial reforça exclusividade, desde texturas e aromas até formatos sofisticadas. Colaboramos com chefs e marcas para oferecer criações únicas e diferenciadas e estarmos cada vez mais próximos dos nossos clientes e do consumidor final.

Inovação é uma marca distintiva da vossa identidade. Pode partilhar connosco um exemplo recente de inovação – seja de produto, processo ou modelo de negócio – que melhor espelha a ambição da Europastry para os próximos anos?

A inovação é de facto um dos pilares estratégicos da Europastry, refletindo-se nos lançamentos mais recentes da companhia. Por exemplo, a gama Beach de pães de hambúrguer apresenta formatos diferenciados, incluindo um hambúrguer cúbico, um vermelho e um preto, reforçando a criatividade na panificação. Outro exemplo, é a gama Dubai Style, que traz uma experiência indulgente inspirada nos sabores do Dubai, destacando um Dots, Muffin e Cookie American Style elaborados com o icónico Chocolate do Dubai. Além disso, a expansão da linha de focaccias Cristallino, que introduz novas versões irresistíveis, nomeadamente focaccias doces, que aliam tradição e criatividade. Com estes lançamentos, reafirmamos o nosso compromisso de transformar a panificação e a pastelaria em experiências memoráveis e inovadoras. www.europastry.com/pt

Filipe Canário, Sales & Marketing Director

O MARKETING EM 2025

O marketing tem vindo a passar por mudanças aceleradas, influenciado por tecnologias emergentes, alterações comportamentais dos consumidores e desafios macroeconómicos. Em Portugal e noutros países, estas dinâmicas refletem-se na gradual digitalização e nas adaptações das empresas aos novos paradigmas.

Em Portugal, alguns estudos apontam para níveis elevados de utilização de dispositivos conectados e plataformas digitais, reforçando o papel central do marketing online e dos dispositivos móveis no nosso dia a dia.

O comércio eletrónico continua a crescer, com perspetivas promissoras para os próximos anos, com base em métricas de retorno de investimento tangíveis. As marcas portuguesas continuam a investir em canais digitais, na personalização online e na adaptação aos diferentes segmentos de mercado, respondendo a consumidores exigentes e informados.

Além disso, é importante salientar que a importância da sustentabilidade como um fator cada vez mais decisivo nas ações

de marketing. Atualmente, os consumidores demonstram uma crescente disposição para pagar mais por produtos ecológicos. Nesse sentido, as marcas têm a oportunidade e a responsabilidade de acompanhar a evolução das novas tendências e comportamentos de novos nichos de mercado.

A rápida digitalização e a ascensão da IA estão a redefinir o perfil dos profissionais de marketing. Parece haver um consenso geral sobre as competências mais importantes para os novos perfis de marketing: pensamento analítico, a criatividade, a literacia digital e o domínio de diversas ferramentas de marketing. Além disso, continua a existir espaço para que as funções ligadas às áreas de influencer marketing, redes sociais, SEO e marketing analítico continuem a aumentar.

O marketing, em 2025, atravessa uma fase de redefinição: a IA e a personalização são o centro das atenções; o ambiente económico convida à resiliência das marcas; e os cidadãos exigem valores – seja na sustentabilidade, seja na inclusão.

A capacidade de integrar inovação tecnológica, relevância social e rigor nos resultados será, sem dúvida, fundamental para a sobrevivência e o sucesso no futuro.

CONTABILIDADE COM PROPÓSITO O ADN DA FA ACCOUNTING

Simplificar a complexidade fiscal e transformar desafios em decisões sustentáveis: esta tem sido a missão que orienta, desde o primeiro dia, o percurso da FA ACCOUNTING. Em entrevista, Daniel da Rocha Cardoso, Accounting & Management Consultant, revela como a empresa tem evoluído para além da contabilidade tradicional, apostando na proximidade com o cliente, na inovação tecnológica e numa visão estratégica.

Que propósito esteve na origem da FA ACCOUNTING e de que forma essa missão continua a guiar o vosso trabalho no setor da contabilidade e consultoria?

A FA ACCOUNTING nasceu com um propósito claro: simplificar a vida financeira de pessoas e empresas. Desde o início, a nossa missão tem sido traduzir a complexidade fiscal em soluções práticas, orientadas para a tomada de decisões conscientes e sustentáveis. Trabalhamos lado a lado com os nossos clientes, não apenas para garantir o cumprimento das obrigações legais, mas para acrescentar valor real ao seu percurso empresarial e pessoal.

Quais têm sido os principais marcos e estratégias que contribuíram para o crescimento sustentado da empresa ao longo dos últimos anos?

O nosso crescimento deve-se a três pilares fundamentais: proximidade, confiança e adaptação constante. Destacamo-nos por trabalhar com comunidades internacionais que escolhem Portugal como destino, oferecendo um serviço totalmente personalizado. A aposta em tecnologia cloud, a criação de serviços de consultoria fiscal internacional e a formação contínua da equipa têm sido cruciais. A nossa reputação cresceu organicamente, impulsionada por recomendações diretas dos nossos próprios clientes.

A inovação é hoje uma peça-chave na diferenciação das marcas. Que novas soluções ou abordagens têm vindo a implementar para responder aos desafios atuais do vosso setor?

Estamos a investir na integração de ferramentas com inteligência artificial, automação de processos fiscais e interfaces digitais

que permitem aos clientes aceder aos seus dados em tempo real. Além disso, desenvolvemos modelos de simulação fiscal personalizados para trabalhadores independentes, expatriados e empreendedores, facilitando a projeção de cenários financeiros e escolhas mais informadas.

Com 2025 em curso, que metas estão traçadas para este ano e como prevêem continuar a consolidar a presença da FA ACCOUNTING como marca de referência no mercado nacional?

2025 será o ano da expansão estratégica e reforço digital. Pretendemos lançar uma ferramenta exclusiva para clientes, com acesso simplificado a documentos, prazos e relatórios. Continuaremos também a crescer internacionalmente, com o objetivo de sermos uma ponte entre quem chega a Portugal e o sistema fiscal nacional. Queremos ser mais do que contabilistas – ser parceiros de confiança na gestão da vida financeira de quem nos escolhe.

• Lisboa • Porto geral@faccounting.pt • www.faccounting.pt

Leiria
Daniel da Rocha Cardoso, Accounting & Management Consultant

QUALIDADE, SUSTENTABILIDADE E VISÃO GLOBAL

Com uma abordagem integral e foco na sustentabilidade, a MD Textiles distingue-se pela qualidade e inovação. Em entrevista, a CEO Sara Oliveira revela como a empresa transforma ideias em produtos têxteis de excelência, com responsabilidade social e ambiental no centro da operação.

Quais são os principais diferenciais da MD Textiles no setor têxtil português, especialmente no que diz respeito à cadeia de produção e controlo de qualidade?

A MD Textiles oferece um serviço integral. Ou seja, o cliente apenas precisa ter a ideia do que pretende, e nós tratamos de a concretizar. Realizamos todo o serviço de sourcing, prototipagem e desenvolvimento até à entrega do produto final. Temos uma equipa responsável pelo controlo à entrada e outra pelo acompanhamento em subcontratados. Desta forma, conseguimos garantir a entrega de um produto conforme e de Qualidade ao nosso cliente.

Como a empresa tem incorporado práticas de sustentabilidade ambiental e responsabilidade social nos seus processos?

Iniciámos a maior implementação nestas áreas há cerca de três anos, com a implementação de metodologias para obter a certificação de produto GOTS (Global Organic Textile Standard).

Todos sabemos que a Indústria têxtil é uma indústria poluente, e por isso cabe a todos fazermos a nossa parte na redução/reutilização dos desperdícios têxteis, energia e água.

Assim, implementamos várias ações no sentido de reduzir o nosso impacto ambiental:

- Passamos a reciclar todos os resíduos provenientes das nossas produções;

- Instalação de painéis fotovoltaicos nas nossas instalações. Temos também implementadas ações dentro da empresa que visam aumentar a satisfação da equipa: atribuição de Seguro de Saúde aos colaboradores e ofertas em épocas especiais. Para além desses pequenos gestos, temos definido um “Código de Ética e Conduta” que explica os princípios e valores pelos quais nos regemos em termos sociais, e o qual é comunicado aos clientes e fornecedores.

Quais as ações que a MD Textiles está atualmente a desenvolver ou a implementar para se manter competitiva?

Neste momento, o principal foco é oferecer ao nosso cliente um serviço e produto de Qualidade. Queremos que sempre que se fala no nome “MD Textiles” seja remetido para produto de qualidade. Assim, estamos a trabalhar no alargamento da nossa certificação a outros Rótulos Ecológicos, como o GRS (Global Recycled Standard) e OCS (Organic Content Standard)

Como a MD Textiles projeta a sua expansão internacional nos próximos anos, e que mercados considera prioritários para crescimento?

Estamos, neste momento, na fase de criação da nossa marca própria com o objetivo de chegar a novos clientes: os que ainda não têm na sua organização um departamento de criação de produto. Estamos também numa fase de consolidação de clientes, mas sempre com o objetivo de alargarmos o leque.

Nesse sentido, pretendemos continuar a participar em Feiras Internacionais, como nos últimos anos e alargar a outras feiras, mas isso irá depender também do crescimento e tendência de mercado. Quanto aos mercados, gostaríamos de reforçar a nossa presença na França e Suíça, assim como alargar ao Canadá e Reino Unido.

geral@textilesmd.com www.textilesmd.com

Sara Oliveira e João Oliveira, Sócios

CONSTRUIR O FUTURO COM MADEIRA E INOVAÇÃO

Com mais de duas décadas de história, a PORTILAME é hoje uma referência nacional na construção industrializada em madeira. Liderada por David Simão, a empresa distingue-se por uma abordagem que une tradição, tecnologia e responsabilidade ambiental, assumindo-se como um exemplo de crescimento sustentado e visão estratégica no setor da construção.

Criada em 2004 por Luís Rocha e Pedro Cunha, a PORTILAME nasceu da união entre a experiência prática em carpintaria e o conhecimento técnico de projeto. Numa altura em que a industrialização da construção em madeira era quase inexistente em Portugal, os fundadores anteciparam uma mudança profunda no setor. “Eles conseguiram conciliar o conhecimento técnico da carpintaria com a visão de projeto”, explica David Simão.

O primeiro projeto da empresa foi uma cobertura para um edifício, mas rapidamente surgiram novos desafios, consolidando relações com clientes e parceiros. “Desde o início, trabalhámos com foco na proximidade, escutando a arquitetura e o cliente, ajustando o sistema construtivo às reais necessidades”, diz. O modelo off-site tornou-se uma peça-chave do processo da PORTILAME, permitindo maior controlo de qualidade e menor risco de prolongamento de prazos. A empresa cresceu de forma orgânica e consistente, construindo uma reputação sólida, hoje refletida num crescimento anual de cerca de 40%.

Modelo construtivo flexível e centrado no cliente

Na génese da atuação da PORTILAME está o diálogo contínuo com todos os intervenientes no processo construtivo. Desde a fase inicial dos projetos, a empresa procura alinhar o seu sistema modular com as especificidades de cada obra. “A proximidade facilita a comunicação e reduz incertezas, permitindo-nos otimizar desde a fase inicial”, refere David Simão. A flexibilidade do modelo permite responder à diversidade de propostas arquitetónicas, mantendo uma

Comissão Executiva da PORTILAME FeelViana Sport Hotel, Viana do Castelo
Atelier Ai Weiwei, Montemor-o-Novo
Adega Quinta de Santo António, Tabuaço

abordagem eficiente e competitiva. Ao r grande parte dos elementos em ambiente industrial controlado, a PORTILAME consegue reduzir custos, minimizar erros e garantir uma maior sustentabilidade. “A ideia é passar cada vez menos tempo em obra e mais tempo em fábrica”, sublinha o CEO. Esse princípio traduz-se não só em ganhos logísticos, como também em maior segurança para as equipas e menores impactos no meio envolvente.

Sustentabilidade: um compromisso transversal

A sustentabilidade não é apenas um conceito na PORTILAME – é uma prática transversal. Desde o uso de madeira certificada proveniente de florestas geridas de forma responsável, até à gestão de resíduos e à digitalização dos processos produtivos, tudo é pensado para maximizar a eficiência e reduzir o impacto ambiental. “Temos uma percentagem significativamente baixa de desperdício. Reutilizamos sempre que possível e trabalhamos com fornecedores que nos garantem a origem responsável da matéria-prima”, destaca David Simão. A empresa tem vindo a investir em tecnologias digitais, que permitem uma gestão mais precisa do processo construtivo, reduzindo falhas e otimizando recursos. Para além disso, o trabalho em ambiente off-site permite proporcionar melhores condições laborais – uma preocupação crescente no setor da construção. “A construção tem de ser moderna, controlada e sustentável. Não só nos materiais, mas também nas condições que oferece às pessoas”, afirma.

Projetos que desafiam e marcam o setor

O percurso da PORTILAME é marcado por projetos emblemáticos que refletem a sua filosofia de inovação e qualidade. Um dos marcos iniciais foi o Hotel FeelViana, um projeto totalmente modular em madeira, onde os elementos foram pré-fabricados e montados no local com rapidez e precisão. “Foi uma construção limpa, sem movimentações agressivas no terreno. Uma aposta ousada do cliente que provou ser altamente eficaz”, menciona. Outro exemplo de destaque foi o atelier do arquiteto e artista visual Ai Weiwei, um edifício construído com encaixes naturais não sendo visível qualquer ferragem, o que exigiu um rigoroso trabalho de engenharia. “Foi um desafio enorme, talvez o mais ambicioso até à data, mas o resultado foi extraordinário”, partilha David. Atualmente, a empresa é a responsável pela execução do maior projeto em CLT (Cross-Laminated Timber) em curso em Portugal: um conjunto habitacional de 47 apartamentos em Vilamoura, onde

a engenharia em madeira se alia a um design de excelência. O projeto destaca-se pela escala e pela complexidade técnica associada ao uso de madeira laminada cruzada, aliando sustentabilidade, desempenho energético e uma experiência habitacional de alto nível.

Expansão internacional e notoriedade crescente

A internacionalização é um pilar estratégico no plano de crescimento da PORTILAME. Com obras já realizadas na Europa e em África, a empresa tem reforçado a sua presença em feiras internacionais, como a Construmat, em Barcelona, e eventos no Dubai. A resposta tem sido clara: o nome PORTILAME começa a ser reconhecido internacionalmente. “Hoje, há clientes que nos procuram diretamente nos eventos em que marcámos presença e falam de projetos que foram executados por nós. Isso é sinal de que o nosso trabalho está a ultrapassar fronteiras”, diz o CEO. Um dos próximos grandes desafios será a construção de 50 moradias em Espanha, todas em madeira, para um cliente que conheceu a marca em Portugal.

Relações de parceria e um posicionamento distintivo

O que verdadeiramente diferencia a PORTILAME não é apenas a tecnologia ou os materiais, mas a sua forma de estar no mercado. A empresa privilegia uma abordagem colaborativa, onde a partilha de conhecimento e a convergência de interesses são fundamentais. “Acreditamos na cooperação, até com concorrentes. Já participámos em projetos conjuntos, e essa abertura acaba por beneficiar sempre o cliente final”, destaca. Esta filosofia estende-se também à equipa interna, com uma forte aposta na valorização dos recursos humanos e no crescimento conjunto da organização. “A empresa cresce se as pessoas crescerem. Estamos focados em capacitar a nossa equipa para sermos melhores, mais rápidos e mais sustentáveis”, realça David.

Olhar para o futuro

Com uma visão clara para os próximos cinco anos, a PORTILAME quer crescer em escala e impacto. O plano estratégico prevê um aumento significativo na capacidade produtiva, suportado por investimentos em tecnologia, recursos humanos e infraestrutura.

Um dos marcos desse crescimento será a nova unidade industrial, que entrará em funcionamento no primeiro trimestre de 2026. Com ela, a PORTILAME terá capacidade para produzir mais 200 casas por ano, contribuindo ativamente para atenuar a crise habitacional. “Queremos ser reconhecidos como um parceiro global, capaz de entregar projetos turnkey, desde a fase de projeto até à entrega final. A madeira não é o único caminho, mas é uma resposta concreta às exigências ambientais e à necessidade de construir com inteligência”, conclui o CEO. Com um modelo de construção centrado na eficiência, na sustentabilidade e na proximidade com os clientes, a PORTILAME posiciona-se como uma empresa preparada para os desafios do presente e do futuro – onde construir melhor é construir com propósito.

Nobilus Town Gardens, Vilamoura
David Simão, CEO

INVESTIR COM VISÃO OS PRÓXIMOS PASSOS DA VIA OUTLETS EM PORTUGAL

Numa entrevista exclusiva, Jorge Pinto Fernandes, Business Director da VIA Outlets em Portugal, partilha a visão por detrás da evolução do Freeport Lisboa Fashion Outlet e do Vila do Conde Porto Fashion Outlet – projetos que se afirmam como catalisadores de dinamismo económico, valorização territorial e atração turística.

A VIA Outlets tem sido uma referência na transformação e dinamização do setor do retail outlet em Portugal. Quais os principais fatores que diferenciam os centros Freeport Lisboa Fashion Outlet e Vila do Conde Porto Fashion Outlet?

A VIA Outlets adquiriu o Freeport Lisboa Fashion Outlet e o Vila do Conde Porto Fashion Outlet em 2014 e 2017, respetivamente, trazendo consigo uma capacidade de investimento robusta e uma experiência consolidada no setor a nível europeu. Com base na sua estratégia dos 3Rs – remerchandising, remodeling e remarketing – iniciámos um processo profundo de transformação dos centros, com uma visão clara: criar destinos comerciais únicos, com forte identidade e diferenciadores no panorama nacional e internacional.

No Freeport Lisboa Fashion Outlet, esse percurso traduziu-se numa reconfiguração total, concluída em 2017, que agora prossegue com a segunda fase: a remodelação da praça de entrada e da rua do canal.

No Vila do Conde Porto Fashion Outlet, a remodelação do centro, realizada em 2021, antecedeu um passo ainda mais ambicioso: a expansão atualmente em curso. A este projeto soma-se ainda a

criação do Retail Park – o primeiro do portefólio europeu da VIA Outlets – inaugurado em 2022 e já reconhecido como um espaço de referência pela sua complementaridade e curadoria.

Hoje, os dois centros outlet beneficiam de uma abordagem integrada e altamente especializada, assente na capitalização do conhecimento e da inovação gerados dentro do grupo. Trabalhamos com modelos de projeto-piloto, onde experiências são testadas em determinados centros antes de um eventual roll out a toda a rede. É este modelo de evolução contínua, atento e estratégico, que garante que cada centro se mantém competitivo, relevante e sintonizado com os desejos de um consumidor cada vez mais exigente.

Neste percurso, os detalhes fazem a diferença: espaços que primam pelo conforto e acolhimento, uma curadoria de marcas de excelência, serviço atento e personalizado, e um ambiente que convida à descoberta – da moda, da gastronomia, da cultura local. Esta soma de elementos tem vindo a consolidar os nossos centros como destinos de visita obrigatória, onde a experiência vai muito além das compras.

De que forma a gestão imobiliária e comercial dos vossos centros tem evoluído para responder às novas exigências dos consumidores e das marcas, num mercado cada vez mais competitivo?

Vivemos uma transformação estrutural no setor, onde o espaço físico já não se define apenas pela sua função comercial, mas pela capacidade de criar valor relacional, cultural e emocional. A gestão dos nossos centros acompanha esta evolução com uma visão holística, em que cada decisão – seja na arquitetura, na seleção de marcas ou

Expansão Vila do Conde Porto Fashion Outlet
Remodelação Freeport Lisboa Fashion Outlet

na programação de eventos – reflete uma leitura atenta das novas expectativas do consumidor e das ambições das marcas.

A nível imobiliário, estamos empenhados em desenvolver espaços mais flexíveis, tecnológicos e sustentáveis, preparados para acolher novos formatos e propostas diferenciadoras. A componente experiencial ganha relevância, mas não como adição decorativa: é parte integrante da proposta de valor, pensada para surpreender, envolver e fidelizar. Do ponto de vista comercial, privilegiamos a curadoria sobre a quantidade. Trabalhamos lado a lado com as marcas para garantir não apenas performance, mas afinidade com o posicionamento e identidade dos nossos centros. Num mercado onde a diferenciação se torna cada vez mais desafiante, acreditamos que a resposta está na excelência do detalhe, na escuta ativa e na coragem de antecipar tendências em vez de apenas reagir às mesmas.

A sustentabilidade e a regeneração urbana têm ganho protagonismo no setor. Como é que a VIA Outlets integra estes princípios nos seus projetos e operações em Portugal?

Na VIA Outlets, sustentabilidade não é um adjetivo – é um princípio estruturante. A nossa estratégia beyond sustainable assenta numa visão clara e orientada para o futuro, onde reduzir o impacto não é suficiente, mas é preciso também gerar valor positivo, ambiental e social. Em Portugal, este compromisso traduz-se numa abordagem integrada, que vai da eficiência energética à gestão hídrica consciente, da valorização da biodiversidade à construção de espaços resilientes, vivos e conectados com o território. Esta responsabilidade partilhada estende-se aos nossos parceiros e marcas, num esforço coletivo para transformar o setor e influenciar práticas.

Os nossos centros são hoje referência europeia em sustentabilidade, com certificações BREEAM Outstanding, que atestam não só o rigor técnico, mas também a ambição de contribuir para cidades mais habitáveis, conscientes e inclusivas.

Acredita que o investimento em espaços comerciais de qualidade e com forte componente experiencial contribui para a valorização das zonas envolventes? Qual tem sido o impacto dos vossos centros nas comunidades locais?

Acreditamos que os centros comerciais hoje, e ainda mais os do futuro não se limitam a ser plataformas de consumo, mas pontos de encontro, de pertença e de cultura. Esta visão tem orientado os nossos projetos em Portugal, onde a valorização do contexto local é assumida como parte da nossa missão. Do tributo à identidade piscatória do norte, com a instalação Memórias do Mar, à celebração do artesanato contemporâneo com a mostra Contra/Tempo – os nossos centros procuram ser também plataformas de expressão e reconhecimento do talento português. A nossa relação com as comunidades é viva, feita de escuta e de devolução, porque sabemos que a autenticidade nasce do enraizamento e da colaboração.

Tendo em conta a crescente aposta no turismo de compras, qual tem sido a estratégia da VIA Outlets para atrair visitantes internacionais e alavancar o setor do turismo premium no país? Portugal é cada vez mais procurado por um visitante exigente, que valoriza autenticidade, qualidade e experiências com alma. Os nossos centros respondem a essa procura através de uma oferta que alia a excelência das marcas a um contexto profundamente enraizado no lugar. A estratégia beautifully local materializa-se na arquitetura, na paisagem, no acolhimento – e é isso que transforma uma visita em memória. Mais do que atrair volume, procuramos criar relação e fidelização. Os indicadores que temos – 97% dos visitantes planeiam regressar – são reflexo desta estratégia de diferenciação. A nossa ambição é a de continuar a posicionar Portugal como destino de compras premium, mas sobretudo como um país de experiências singulares.

Quais são os próximos objetivos estratégicos para os vossos centros em Portugal?

Celebrámos 20 anos em Portugal com a convicção de que o futuro se constrói com visão e consistência. A expansão do Vila do Conde Porto Fashion Outlet e a remodelação profunda do Freeport Lisboa Fashion Outlet são dois projetos-âncora que marcam esta nova etapa – uma fase de afirmação, de sofisticação e de reforço da nossa identidade. Estes investimentos vão muito além da componente física: são também um manifesto sobre o que queremos ser enquanto marca e enquanto parte ativa do desenvolvimento regional. Avançamos com propósito, atentos ao mercado, mas também convictos de que só é relevante o que deixa impacto – no visitante, na comunidade e no território.

Jorge Pinto Fernandes, Business Director

UMA COZINHA COM SABORES CASEIROS E RAÍZES TRANSMONTANAS

Abriu durante a pandemia, no coração de Matosinhos, o restaurante Temperos da Zezinha, que nasceu da vontade de preservar uma tradição culinária autêntica, construída a partir das memórias, dos sabores e da dedicação de uma vida inteira. À frente da cozinha está a Zezinha, transmontana de gema, apaixonada pela cozinha desde sempre, e ao seu lado, o filho Jorge, com quem partilha uma filosofia de vida e de cozinha.

A paixão pelo ato de cozinhar nasceu cedo, inspirada pelas avós e pela mãe, e consolidou-se profissionalmente quando trabalhou com chefs reconhecidos na cidade do Porto. “Quem me tira o meu fogão, tira-me tudo”, afirma Zezinha. Foi numa dessas experiências que, em jeito de teste, foi desafiada a fazer uma açorda. O prato conquistou os clientes habituais e mudou o rumo da sua vida: “Foi a melhor açorda que comemos nesta cidade”, disseram aqueles que provaram. Com anos de experiência, concursos, programas de televisão e um respeito inabalável pelos sabores tradicionais, Zezinha passou a dar nome e tempero ao espaço que hoje é ponto de paragem obrigatória para quem procura o verdadeiro sabor caseiro.

Uma ideia nascida à mesa, realizada durante a pandemia

O projeto nasceu num contexto difícil – a pandemia. “Tínhamos tudo pronto para abrir e, de repente, o país fechou”, recorda Jorge. Mas a ideia de criar o restaurante já vinha de trás, nascida

de uma convicção simples: “A minha mãe cozinha muito bem”. Durante anos, em almoços de família ou convívios com amigos, a comida da Dona Zezinha era sempre elogiada – todos repetiam, todos elogiavam. E foi aí que surgiu a pergunta inevitável: “Porque não perguntar à minha mãe se ela estava na ideia de ter um lugar dela, onde ela própria geria a cozinha?”, questionou Jorge. Sem hesitar, adaptaram-se ao formato de takeaway. A estratégia? Cozinha tradicional portuguesa, fiel aos sabores da infância: bacalhau à espanhola, arroz de cabidela, feijoada, arroz de tamboril, cabrito assado. As pessoas começaram a pedir e voltavam a pedir – pela comida, mas também pela relação direta, próxima, quase familiar. Essa relação manteve-se até hoje. Muitos dos pratos da atual carta foram sugestões de clientes fiéis. A experiência foi-se moldando às vontades do bairro, aos gostos da vizinhança. “Criámos uma comunidade. Temos pessoas que vinham durante o confinamento e que continuam a vir, às vezes duas ou três vezes por semana”, destaca Zezinha.

Zezinha, Proprietária

Sabores com memória

O que distingue os Temperos da Zezinha não é apenas o sabor –é a emoção. “Um cliente disse-me que o arroz de polvo da minha mãe lhe fez lembrar o da avó. Saltou uma geração. Isso diz tudo”, conta Jorge. Para muitos, a comida da Zezinha desperta memórias e afeto. Não há truques de cozinha molecular, nem pratos pensados para fotografia. Aqui, cozinha-se como se cozinhava antigamente – com alho, loureiro, azeite, tomate refogado devagar, pimentos aos cubos. É a simplicidade com propósito.

Os pratos mais procurados? Arroz de polvo, arroz de tamboril, maçada de peixe, feijoada à transmontana, arroz de cabidela e cataplanas. A oferta não muda com a estação: “A pessoa vem com vontade de comer feijoada e não quer saber se é verão”, dizem. Por isso, os pratos são permanentes e muitas vezes acabam, porque a produção é limitada e feita na hora.

Tradição e futuro lado a lado

A casa é pequena, com cerca de 30 lugares. “Muita gente diz que devíamos mudar para um espaço maior, mas a minha mãe gosta desta rua, deste sítio, deste ambiente”, explica o filho. A decisão de permanecer num espaço limitado é consciente, e serve também para garantir a qualidade e o contacto direto com os clientes. “A cozinha não é uma linha de montagem. É um processo artesanal, quase afetivo”, refere Zezinha. O restaurante cresceu organicamente, sem agências nem campanhas. Foi o boca-a-boca, os reviews espontâneos, as fotos dos clientes, que fizeram o nome da casa. A decoração foi sendo montada com o tempo, como a carta, que hoje é uma fusão de tradição transmontana e sabores do mar de Matosinhos. No takeaway, a mesma filosofia: “Não queremos crescer muito nesse canal. Não é por falta de procura, mas porque não queremos prejudicar quem está na sala. A prioridade é quem está aqui”, salienta Jorge.

Simplicidade que conquista

A carta é feita com base no que resulta e no que as pessoas pedem. Nada de invenções desnecessárias. “Temos pratos que são verdadeiros clássicos. Às vezes repetimos, às vezes arriscamos algo novo, mas sempre dentro daquilo que sabemos fazer bem”, comenta Jorge. A consistência é um dos segredos para o sucesso da casa.

São pratos que iluminam a mesa, que surpreendem visualmente e deixam uma memória boa no fim da refeição

“Um prato pode ser simples, mas se for bem feito, é memorável”, destaca. O equilíbrio entre tradição e conforto moderno faz com que o espaço seja procurado por locais e turistas. Há quem entre por curiosidade e volte sempre. “Já tivemos clientes que vieram de diversas partes do mundo, e dizem sempre a mesma coisa: que aqui se come como em casa”, realça.

Vinhos portugueses, sobremesas com sabor

A carta de vinhos é composta quase exclusivamente por rótulos portugueses. Pequenos produtores, sugestões de clientes, provas feitas em visitas a quintas. O critério? Relação qualidade-preço e afinidade com os pratos da casa. “Queremos que as pessoas bebam bem, sem sentir que estão a gastar demais. E damos espaço a quem está a começar no mundo do vinho”, sublinha o filho de Zezinha. Nas sobremesas, uma abordagem mais criativa: fondue de chocolate com fruta, cheesecake de caramelo com nozes, bolo de chocolate húmido. “São pratos que iluminam a mesa, que surpreendem visualmente e deixam uma memória boa no fim da refeição”, menciona Jorge.

Um restaurante com identidade

Mais do que um restaurante de comida tradicional, os Temperos da Zezinha são um reflexo da história de vida da sua cozinheira. Uma fusão de saberes, sabores e afetos, entre o campo e a cidade, entre o tacho e o coração. Aqui, não há marketing agressivo nem modas passageiras. Há comida feita com gosto, respeito pelo cliente, uma equipa pequena, mas coesa, e o desejo sincero de fazer bem.

Quem entra neste espaço não encontra só uma refeição - encontra uma casa. Um lugar onde o arroz de polvo tem gosto de infância, a cabidela traz à memória uma aldeia, e o serviço é feito com empatia e verdade. Como dizem muitos dos clientes: “Sabe à comida da avó”. E isso, num mundo apressado e impessoal, é das maiores distinções que se pode alcançar.

geral@temperoszezinha.pt temperoszezinha.pt

TECNOLOGIA QUE GUARDA EXPERIÊNCIAS

Em entrevista, Pedro Moreira, responsável pela BagageLocker, revela como a startup portuguesa está a transformar a experiência de viagem no país, consolidando-se como referência nacional no setor dos lockers urbanos e inteligentes.

Que fatores considera essenciais para a consolidação da BagageLocker como referência no mercado?

A BagageLocker nasceu para preencher uma lacuna no mercado português: a necessidade de lockers seguros e acessíveis. Com o boom do turismo em Portugal, especialmente no Porto, muitos viajantes chegavam antes do check-in ou partiam depois do check-out, ficando sem local para guardar bagagens. Isso resultava em turistas a arrastar malas pela cidade, comprometendo a sua experiência. Para resolver este problema, a BagageLocker disponibiliza lockers, estrategicamente localizados no Porto, oferecendo um serviço profissional que alia tecnologia e inovação. Tornou-se a primeira consigna de bagagens urbana e conectada a nível nacional, garantindo conveniência e tranquilidade a quem precisa de guardar os seus pertences temporariamente.

De que forma a BagageLocker tem inovado para garantir a excelência?

A BagageLocker quer revolucionar a experiência do cliente através da tecnologia. O sistema de reserva é intuitivo: permite verificar a disponibilidade em tempo real e concluir a reserva em poucos passos.

Após isso, o cliente recebe por e-mail dois códigos: um para aceder à loja e outro para escolher e abrir um locker num tablet no local.

Os códigos são aleatórios e mudam diariamente.

A grande inovação é o estado InProgress. O cliente pode abrir o seu locker ao longo do dia, por exemplo, para guardar uma lembrança, sem terminar a reserva. A BagageLocker foi o primeiro serviço em Portugal a oferecer esta funcionalidade num locker urbano.

As instalações têm videovigilância 24h e cada reserva inclui um seguro por cacifo, graças a uma parceria com a Ageas Seguros.

O setor do Self Storage tem crescido. Como se mantêm competitivos?

A BagageLocker continua a crescer. Para acompanhar o setor, investimos na identificação de locais estratégicos em áreas de elevada procura, com base numa análise contínua do mercado. Monitorizamos tendências, necessidades dos viajantes e a concorrência para adaptar a oferta e encontrar novas oportunidades.

Queremos abrir novas unidades no Porto e expandir a rede a nível nacional. A nossa aposta está na qualidade do serviço, segurança, tecnologia e experiência do cliente, através de uma inovação constante.

Como planeiam usar os dados e a inteligência artificial?

A digitalização é um pilar da BagageLocker. Já analisamos dados de ocupação e padrões de reserva para otimizar a gestão e antecipar picos de procura. No futuro, queremos aprofundar o uso de inteligência artificial para personalizar ainda mais a experiência do cliente.

DA ALMA DE OLHÃO PARA A NOVA RESTAURAÇÃO NACIONAL

No coração de Olhão, o restaurante Maré Shrimp & Stuff tornou-se rapidamente um ponto de referência pela forma como rompe com os conceitos tradicionais da restauração. Stephanie da Fonseca, uma das mentes por detrás do projeto, partilha a essência de um espaço que vai muito além da gastronomia: é identidade, é vibração, é revolução com sabor a mar.

Um conceito com alma e intenção

Desde o primeiro dia, o Maré Shrimp & Stuff foi pensado como um espaço com identidade própria, onde cada elemento da carta à decoração, da música ao atendimento, fala a mesma linguagem. “Queríamos criar algo que fugisse ao óbvio. Algo que as pessoas não encontrassem em mais lado nenhum”, explica Stephanie. O Maré nasceu da vontade de provocar, de desconstruir o que se espera de um restaurante, mantendo sempre uma ligação profunda ao território.

Mais do que um prato: uma experiência sensorial

No Maré, comer é apenas o ponto de partida. A equipa procura criar uma experiência sensorial que envolva o cliente por completo. “Há uma ligação entre a cozinha, o espaço e o público. Pensamos muito nisso, em como envolver as pessoas, em como fazer com que se sintam parte de algo especial”, conta a fundadora. A autenticidade do ambiente e a informalidade com propósito são parte do ADN do projeto, pensadas para criar memórias e não apenas refeições. A carta reflete essa ousadia, com propostas inesperadas como o hambúrguer de camarão, a bola de Berlim de

camarão ou as combinações frescas que reinventam os sabores do mar algarvio, sempre com uma abordagem descontraída e criativa.

Entre o mar, a maternidade e a amizade

O percurso de Stephanie também se entrelaça com a sua vida pessoal, nomeadamente a maternidade e com a força das relações que sustentam o projeto. Ao lado do chef Valdemar Marques e da Petra Viriato, o trio tem sabido construir uma equipa sólida, onde a confiança e a partilha são ingredientes essenciais.

“A Petra é a minha melhor amiga e uma parte fundamental deste caminho. Há uma grande união entre nós”, realça. Mas Stephanie não esconde que conciliar o ritmo exigente do restaurante com a maternidade e o curso de Direito em fase final não seria possível sem o apoio incondicional da sua família. “O meu marido e a minha mãe são os pilares que me permitem continuar a sonhar. Estão sempre presentes para cuidar do meu filho, e isso dá-me tranquilidade para me dedicar ao Maré e aos estudos”.

Com o Maré já firmemente enraizado em Olhão, os planos de futuro passam por continuar a surpreender, sem nunca perder a alma. “Temos muitas ideias novas, algumas que queremos pôr em prática em breve, como franchisar a marca Maré. Queremos continuar a crescer, mas com sentido e com autenticidade”, adianta Stephanie. A ligação ao Algarve, ao mar e à essência descontraída da região continuará a ser o fio condutor de tudo o que vier a seguir.

No Maré Shrimp & Stuff, cada detalhe conta uma história de autenticidade, de coragem e de ligação humana. Com raízes firmes em Olhão e uma visão que desafia convenções, Stephanie da Fonseca e a sua equipa continuam a provar que a restauração pode ser muito mais do que serviço: pode ser um reflexo de vida, identidade e propósito.

912 578 199 (chamada para rede móvel nacional) stephaniecalicobento@gmail.com

Stephanie da Fonseca, Proprietária

LÍDERES E EMPRESÁRIAS DE SUCESSO

No contexto actual dos negócios, as líderes e empresárias de sucesso representam uma transformação profunda nas dinâmicas de poder e inovação. Elas desafiam os paradigmas tradicionais e redefinem o conceito de liderança ao conjugar visão estratégica, resiliência e uma sensibilidade apurada às exigências do mercado global. Estas mulheres exemplificam a capacidade de concretizar projetos ambiciosos, motivar equipas diversificadas e gerar um impacto sustentável nos seus setores.

Mais do que simples símbolos de conquista individual, as empresárias bem-sucedidas são agentes essenciais na construção de ambientes corporativos inclusivos e colaborativos. A sua atuação demonstra como a liderança feminina contribui para a diversidade de pensamento e para a promoção de valores éticos, fortalecendo a competitividade e a relevância das organizações.

LIDERANÇA COM EMPATIA, PROPÓSITO

E FOCO NAS PESSOAS

Com um percurso marcado pela coragem, visão estratégica e compromisso social, Luiza Trajano transformou o Magazine Luiza num dos maiores casos de sucesso empresarial da América Latina. Nesta entrevista exclusiva à Revista Business Portugal, a empresária brasileira partilha os momentos-chave da sua trajetória, os princípios que norteiam a sua liderança e a força do movimento Mulheres do Brasil – mostrando como os desafios se podem converter em oportunidades quando se lidera com empatia, propósito e foco nas pessoas.

A sua trajetória é um verdadeiro caso de sucesso no mundo empresarial. Como começou o seu percurso profissional e que momentos considera determinantes para ter chegado onde está hoje?

Comecei aos 12 anos a trabalhar nas férias escolares como vendedora na loja fundada pelos meus tios Luiza e Pelegrino, em Franca, no interior do estado de São Paulo. Eu sou filha única e gosto muito de dar presentes, assim a minha mãe, que tinha uma grande inteligência emocional, disse-me para ir à loja, vender e com o dinheiro comprar os presentes. Aos 18 anos, ingressei na faculdade à noite, a trabalhar e passei por todos os departamentos da empresa até que, em 1991, tornei-me superintendente do Magazine Luiza. Foram inúmeros os momentos determinantes, o importante é que precisamos de vivenciar cada um deles e aprender, além de estar constantemente a aprender e evoluir.

Cada dificuldade foi uma oportunidade de aprender, inovar e de me reinventar. O importante é não ter medo de errar, pois faz parte da aprendizagem, e também, não errar duas vezes na mesma coisa

Desde cedo demonstrou uma visão muito à frente do seu tempo. Sempre teve esse espírito empreendedor ou isso foi ganhando forma com os desafios que enfrentou ao longo do caminho?

Acho que foi uma combinação das duas coisas. Sempre tive uma vontade de fazer diferente e melhorar a vida das pessoas. Mas, sem dúvida, os desafios moldaram a minha forma de empreender. Cada dificuldade foi uma oportunidade de aprender, inovar e de me reinventar. O importante é não ter medo de errar, pois faz parte da aprendizagem, e também, não errar duas vezes na mesma coisa.

Ao longo do seu percurso, liderou com coragem num setor tradicionalmente dominado por homens. Que principais desafios enfrentou enquanto mulher em cargos de liderança, e como os transformou em oportunidades?

Nunca me permiti ser discriminada e sempre me fiz ser ouvida e respeitada. Eu era jovem, do interior, mulher e estava num setor muito masculino. Precisei de aprender a

Luiza Helena Trajano, Empresária

posicionar-me com firmeza, sem perder a minha essência nem feminilidade. Transformei esse desafio em força: mostrei resultado, liderei com empatia e criei um ambiente de trabalho onde o mérito e o respeito sempre falaram mais alto.

Acredita que existe uma forma feminina de liderar? Que impacto essa abordagem tem nas equipas e nos resultados de uma empresa?

Sim, acredito que há um jeito feminino de liderar, mas não significa que só mulheres possam ter. Falo de uma liderança mais colaborativa, empática e com foco em pessoas. Isso cria um ambiente mais inclusivo e produtivo. Empresas que valorizam diversidade e equidade têm equipas mais engajadas e resultados mais sustentáveis.

Hoje é uma referência mundial em liderança com propósito. Que valores considera essenciais numa liderança transformadora e como os aplica no seu dia a dia?

Acredito em três pilares: colocar as pessoas em primeiro lugar, ter coragem para fazer o que precisa ser feito e agir com ética e transparência. No meu dia a dia, isso significa estar próxima das equipas, tomar decisões com responsabilidade social e olhar para o futuro respeitando a cultura da empresa.

O grupo Mulheres do Brasil tornou-se uma força ativa na promoção da equidade de género e inclusão social. O que a inspirou a criar este movimento e que mudanças concretas gostaria ainda de ver acontecer através dele?

Fomos convidadas para uma reunião em Brasília em 2014, e pediram-me para levar um grupo de mulheres. Como sempre procurámos incluir um grupo mais diverso possível, acabamos por juntar 40 mulheres, e criou uma ligação forte entre todas, tanto que decidimos criar um grupo, para trabalhar no avanço nas políticas públicas e na representatividade feminina. Já conquistámos avanços importantes, mas o meu sonho é ver mais mulheres em cargos de decisão, menos desigualdade social e um Brasil mais justo e inclusivo.

Está muito atenta às realidades sociais e económicas de diferentes países. Que diferenças mais nota entre o ambiente empresarial brasileiro e o português? E que oportunidades vê em Portugal para o futuro?

Vejo que o ambiente empresarial em Portugal é mais estável, com um ritmo mais planeado, enquanto no Brasil vivemos, muitas vezes, num cenário de instabilidade que nos obriga a ser criativos e resilientes o tempo todo.

Portugal tem uma vantagem competitiva muito grande por estar dentro da União Europeia e por ser uma ponte natural com o Brasil e outros países de língua portuguesa. O Magazine Luiza ainda tem muito a crescer no mercado brasileiro, repleto de oportunidades, por isso, não temos plano de expansão para o exterior.

Como avalia a evolução do papel da mulher no tecido empresarial português nos últimos anos? Quais avanços destacaria e que áreas ainda precisam de atenção?

Vejo avanços importantes, com mais mulheres em cargos de liderança e um debate mais forte sobre equidade de género. Mas, como em muitos países, ainda há um longo caminho pela frente, especialmente em setores mais tradicionais e em conselhos de administração. Acredito que ações afirmativas e políticas de inclusão podem acelerar esse processo.

Já conquistámos avanços importantes, mas o meu sonho é ver mais mulheres em cargos de decisão, menos desigualdade social e um Brasil mais justo e inclusivo

Vivemos tempos de constante transformação – tecnológica, social e económica. Que competências acredita que serão essenciais para os líderes empresariais do futuro?

Os líderes do futuro precisam ter capacidade de adaptação, empatia, visão estratégica e, acima de tudo, humildade para aprender o tempo todo. Saber trabalhar com a diversidade, integrar tecnologia ao negócio e ter um propósito claro também serão diferenciais fundamentais.

O Magazine Luiza é frequentemente apontado como um exemplo de transformação digital no retalho. Que princípios orientaram esta inovação e como antecipa o futuro do setor?

O principal princípio foi entender que a transformação digital não é só tecnologia, é uma mudança de cultura. Colocamos o cliente no centro e integramos o físico com o digital, criando um verdadeiro ecossistema. O futuro do retalho será cada vez mais conectado, personalizado e com foco em experiência do cliente. E o ser humano continuará a ser essencial nesse processo.

Tornou-se uma inspiração para milhões de pessoas, especialmente mulheres. Que mensagem gostaria de deixar aos leitores da Revista Business Portugal, em especial àqueles que ambicionam empreender ou liderar, mas ainda enfrentam dúvidas ou desafios?

Acreditem em vocês próprias. Não esperem estar 100% prontas para começar. O medo faz parte, mas a coragem tem que ser maior. Empreender e liderar é uma aprendizagem contínua. Tenham propósito, façam com verdade e estejam sempre abertas ao novo. E lembrem-se: ninguém faz nada sozinho. Construam redes de apoio.

LIDERAR COM PROPÓSITO

Em entrevista, Carla Araújo, CEO do Conscious Leader Institute, aborda o impacto da liderança consciente na valorização humana e no futuro sustentável das organizações.

Como vê o papel da liderança consciente no contexto atual empresarial, especialmente para mulheres que conciliam múltiplos desafios pessoais e profissionais?

O período pós-covid, além de procurar sanar sequelas emocionais, físicas e mentais, e os elevados níveis de burn-out e quiet quitting, tem de lidar ainda com a perda real de rendimentos médios ainda não restabelecidos aos níveis pré-covid como disse Christine Lagarde, enquanto se adapta aos novos desafios da Inteligência Artificial.

O desenvolvimento de soft-skills como a gestão do tempo, delegação de tarefas, comunicação e gestão de equipas são velhos aliados do executive coaching. Já a resiliência e alinhamento com os valores pessoais, a autenticidade, contínuo desenvolvimento e a transformação pessoal que a liderança consciente promove, são pilares fundamentais para essa conciliação, sem que para isso abdiquem de si mesmas, dos seus sonhos e da visão que têm para o seu futuro, nem do seu know-how, performance e contributo real, num mundo de modelos de liderança masculina.

O Conscious Leader Institute tem como missão apoiar a liderança consciente e o desenvolvimento do capital humano nas organizações. De que forma esta abordagem contribui para o sucesso e a transformação das empresas que acompanham? Sim, os clientes perguntam-nos “Como se mantém motivados High-Performers?”, e no discurso de 2005 aos estudantes de Stanford, Steve Jobs fez-lhes o seguinte apelo: “Não deixem que o barulho da opinião dos outros apague a vossa própria voz interior. E mais importante, tenham a coragem de seguir o vosso coração e intuição.

De alguma forma eles já sabem no que realmente se querem tornar. Tudo o resto é secundário”, num alinhamento com o propósito que faz o coração cantar elevando a alma e libertando o potencial humano, para descobrir os novos Oceanos Azuis, e contribuir para o sucesso das organizações.

Quais os principais desafios que identificam nas lideranças atuais e como as vossas intervenções ajudam a superá-los?

Sendo o tecido empresarial nacional maioritariamente PME, a falta de escala, aliada à falta de produtividade europeia apontada no relatório Draghi, e a necessidade de inovação como um desafio mundial. Mais recentemente, Tim Cook da Apple pediu aos estudantes do MIT: “Eu não estou preocupado com que a Inteligência Artificial dê aos computadores a capacidade de pensar como humanos. Estou mais preocupado com pessoas a pensar como computadores sem valores ou compaixão, sem preocupação pelas consequências. É disso que precisamos que vocês nos ajudem a defender”. No Conscious Leader Institute elevamos o Executive Coaching dos Balance Score Cards, bottle-necks e KPIs e do alcançar de metas para uma liderança consciente mais abrangente, não apenas acelerando o aumento do life time value dos clientes, mas promovendo o bem-estar dentro das organizações, e impulsionando o desempenho com o desenvolvimento do talento, e aumento a produtividade promovendo a expansão da criatividade do potencial e capital humano através da identificação de áreas de melhoria de cada um, com a criação de estratégias personalizadas eficazes, para se refletir na melhoria da sociedade em geral.

Como tem evoluído o vosso portefólio de serviços para responder às novas necessidades das organizações, e que perspetivas têm para o futuro?

A mudança é uma constante da vida, positiva, natural e desejável, por permitir abertura a novas oportunidades, pelo que além de continuar a ouvir as questões e necessidades dos nossos clientes, como a que referi atrás, também estamos atentos aos desafios do ambiente que são detetados por nós. O team coaching será um complemento ao nosso core enquanto promotor da liderança consciente e do desenvolvimento do capital humano nas organizações.

Carla Araújo, CEO

A CRIAR IMPACTO COM A FISIOTERAPIA NEUROLÓGICA

Movida por um olhar empático e uma vontade antiga de criar algo seu, Sónia Dinis deu vida a um projeto dedicado à fisioterapia neurológica — uma área que abraça com conhecimento, sensibilidade e uma visão clara de futuro. Em conversa, revela-se uma terapeuta dedicada e empreendedora por natureza, que encontrou nesta especialidade uma verdadeira missão: ajudar pessoas que vivem com patologias neurológicas a recuperarem mobilidade, qualidade de vida e autonomia.

Sónia Dinis ingressou no curso, a pensar que a fisioterapia se limitava a intervir em desporto, mas ao longo do tempo percebeu que a sua atuação é muito mais ampla e abrangente. Foi já na universidade, guiada por professores inspiradores, que despertou o fascínio pela profissão. Os estágios confirmaram esse caminho, em particular um, no serviço de Neurologia de Alcoitão, que viria a marcar profundamente o seu trajeto. Ali exerceu durante 12 anos, consolidando não apenas a prática clínica, mas também um olhar simultaneamente técnico e humano sobre uma área de grande exigência.

O impulso para empreender

Após mais de uma década de experiência, foi o regresso à cidade de Leiria que impulsionou a criação do seu próprio projeto. “Sempre tive dentro de mim a vontade de ter algo meu”, confessa. Embora ainda trabalhe sozinha, Sónia já projeta o crescimento: constituir uma equipa, manter o serviço de atendimento ao domicílio e inaugurar um espaço físico dedicado exclusivamente à fisioterapia neurológica.

“Estou nesta fase empreendedora há pouco mais de um ano e estou a adorar”, partilha com entusiasmo.

Empatia e os desafios do dia a dia

A fisioterapia neurológica exige mais do que conhecimento técnico, lida com pacientes em grande fragilidade e requer uma presença empática e resiliente. “As competências humanas são fundamentais. As famílias enfrentam desafios enormes, muitas vezes sem apoios adequados. Esse é um dos maiores obstáculos”, sublinha. Sónia lida com casos de AVC, Parkinson, esclerose múltipla, entre outras doenças neurológicas. E sente que ainda há muito por fazer para informar a população. “Muitas pessoas vivem em desespero sem saber que há fisioterapia específica para a sua situação. É urgente divulgar mais esta área”, enfatiza.

Vida pessoal e profissional

Ser empreendedora, mãe e profissional de saúde é um desafio constante. Com duas filhas pequenas, Sónia assume que nem sempre é fácil. “O maior desafio é o tempo para estar com elas. Mas quando estou, estou por inteiro”, diz. Agradece o apoio incondicional do marido e da família, reconhecendo que sem essa rede, não teria conseguido avançar com o projeto. “Sinto que estou naquela fase em que preciso de começar a priorizar. Estou a crescer, e isso é um bom sinal”.

Visão para o futuro

Para os próximos anos, Sónia traçou uma visão clara: expandir o projeto, sem abdicar do atendimento ao domicílio, e criar um espaço físico que se afirme como um centro de referência em fisioterapia neurológica. Paralelamente, pretende continuar a desempenhar um papel ativo na divulgação da especialidade. “A minha missão é esta: ajudar mais pessoas e fazer com que saibam que existe ajuda. Que há soluções. Que podem melhorar a sua qualidade de vida”, sublinha.

Uma mensagem para outras mulheres empreendedoras

A todas as mulheres que sonham criar o seu próprio projeto na área da saúde e bem-estar, Sónia deixa um conselho simples, mas poderoso: “Passem as ideias para o papel. Enquanto estiverem só na cabeça, tudo parece vago. Escrever obriga-nos a pensar e a dar forma”. E reforça uma mensagem de realismo: “Aceitem que o nosso melhor é diferente consoante os dias. E está tudo bem. Nem sempre conseguimos ser tudo ao mesmo tempo – empreendedora, mãe, esposa, amiga. E não faz mal”, destaca. Com uma abordagem profundamente humana e um espírito determinado, Sónia Dinis está a construir um projeto que não só transforma vidas, como também inspira outras mulheres a trilharem o seu próprio caminho. ftsoniadinis@gmail.com

Sónia Dinis, Terapeuta

DUOSAÚDE ONDE A SAÚDE FÍSICA E MENTAL CAMINHAM LADO A LADO

Desde cedo movidas por uma vocação comum – cuidar do outro com empatia e excelência – Vânia e Liliana Oliveira traçaram percursos distintos mas complementares na área da saúde. Unidas pelo sonho de criar um espaço onde a saúde física e mental caminham lado a lado, fundaram a DuoSaúde, em Guimarães, projeto que se afirmou como referência no setor. Nesta entrevista, partilham o percurso, os desafios e a visão que distingue a clínica que idealizaram para cuidar de cada pessoa como um todo.

O que levou Vânia e Liliana Oliveira a seguir a área da saúde e o que ambicionavam para o futuro enquanto profissionais?

Desde cedo, sentimos e partilhamos uma vocação comum, o desejo de cuidar do outro e contribuir de forma significativa para o bem-estar das pessoas. Optámos por percursos académicos diferentes, mas indissociáveis na sua complementaridade.

Como filhas de pais empreendedores partilhamos, desde o início da nossa formação,o desejo de criarmos o nosso espaço, no qual a empatia, a ética, a humanização, a qualidade, o profissionalismo

e, acima de tudo, uma abordagem integrada e centrada na pessoa se tornassem a missão. Este sonho transformou-se num projeto real e, em 2017, nasce a DuoSaúde – Física e Mental.

Enquanto fundadoras da DuoSaúde, quais foram os principais desafios que enfrentaram e de que forma os solucionaram?

Como qualquer projeto iniciado de raíz, deparamo-nos com muitas dificuldades e desafios, nomeadamente nas componentes financeira e administrativa, na conciliação da parte técnica com a

Vânia e Liliana Oliveira, Fundadoras

de gestão e na construção de uma marca sólida, num mercado extremamente competitivo.

Sem dúvida beneficiamos de sermos uma “dupla força”, que ajudou e ajuda tanto a nível de motivação como na divisão equilibrada de esforços, aproveitando e aplicando o que de melhor cada uma possui. No entanto, fazer crescer um projeto exige muito de nós, todos os dias, enquanto técnicas, gestoras, empresárias, mulheres e mães. Todo este trajeto carece de dedicação, resiliência e confiança. Uma das nossas apostas tem sido a de formar, de forma seletiva, uma equipa multidisciplinar alinhada com os valores da clínica e apostar na formação contínua, no planeamento estratégico das operações e, acima de tudo, numa liderança empática. Estes têm sido, sem dúvida, os pontos chave para o crescimento sustentável e em conformidade com os nossos valores.

Por fim, a confiança, o apoio mútuo e o foco no propósito inicial foram fundamentais para superarmos os desafios e crescer.

A DuoSaúde é uma clínica especializada em saúde e bem-estar. Como surgiu a iniciativa de criar a clínica e quais são os serviços oferecidos?

A DuoSaúde – Física e Mental, tal como o nome indica, nasceu de um projeto de duas irmãs que desde cedo perceberam que a saúde física e mental é indissociável. Começámos a duas, mas sonhamos um pouco mais alto e formamos uma equipa capaz de tratar quem nos procura de forma personalizada, humana e rigorosa.

A DuoSaúde oferece hoje um modelo de intervenção multidisciplinar e integrado, com os seguintes serviços:

• Psicologia adultos e infantil

• Osteopatia adultos e pediátrica

• Fisioterapia especializada

• Fisioterapia Pélvica

• Fisioterapia cardiorrespiratória

• Fisioterapia Neurológica e Pediátrica

• Reeducação Postural Global (RPG)

• Pilates Clínico

• Hipopressivos

• Aulas de preparação e de recuperação pós-parto

• Terapia da fala

• Terapia ocupacional

• Integração sensorial

• Psicomotricidade

• Nutrição

• Consultoria de latação

• Workshops

• Programas “Envelhecer Ativo”, ”Crescer Saudável, “Começa em Pequenino” e “DuoMom”

• Domicílios

Para além destes serviços, e de forma dar resposta a cada utente, na DuoSaúde orgulhamo-nos de trabalhar em parceria, com base na confiança mútua, com outros profissionais de saúde (médicos, dentistas, terapeutas, entre outros).

A clínica foi idealizada para ser um espaço que cuida e acompanha as famílias em todas as etapas de vida, registando histórias, emoções e vivências. Gostamos de fazer parte da história de quem nos visita

A DuoSaúde é uma referência no setor da saúde e bem-estar, em Guimarães. Para a Vânia e Liliana, enquanto fundadoras e profissionais da clínica, o que diferencia a DuoSaúde de outras clínicas e porque deve ser a escolha ideal para os utentes?

Obrigado! O que nos distingue é, sem dúvida, o compromisso com a saúde integrada e centrada na pessoa. A clínica foi idealizada para ser um espaço que cuida e acompanha as famílias em todas as etapas de vida, registando histórias, emoções e vivências. Gostamos de fazer parte da história de quem nos visita. Mais do que saúde, queremos ser um parceiro para o bem-estar de quem em nós confia em particular, e da comunidade em geral.

A articulação entre os diferentes profissionais da equipa é constante, o que permite a realização de planos de tratamento coesos, orientados e eficazes. A filosofia da DuoSaúde assenta na empatia, profissionalismo e proximidade e isso reflete-se tanto nos resultados como na confiança que os utentes depositam no nosso trabalho.

Somos um espaço de escuta, equilíbrio e bem-estar, onde, o conhecimento baseado em evidências científicas e o cuidado com o utente caminham lado a lado. Acreditamos, por isso, que o sucesso da DuoSaúde nasce da confiança e da relação estabelecida com cada pessoa que nos procura.

938 946 838 (chamada para rede móvel nacional) duosaude.clinica@gmail.com

“Levar a psicologia a quem dela precisa”

Fundada pela Psicóloga Filipa Santos, a clínica aposta numa abordagem próxima, humanizada e prática, combatendo o estigma e as desigualdades que ainda persistem em torno da saúde mental. Os desafios são claros: persistem preconceitos, que ainda associam a ida ao psicólogo à fraqueza ou a estados de “doença” e há também uma desigualdade evidente no acesso aos cuidados, sobretudo fora dos grandes centros urbanos. Para contrariar esta realidade, a Agitorna instalou-se numa vila, garantindo que populações do interior possam aceder a acompanhamento psicológico de qualidade. Mas os sinais de mudança existem. Há uma crescente abertura para falar de emoções, ansiedade, parentalidade e bem-estar. As empresas, por exemplo, estão cada vez mais conscientes da importância da saúde mental dos seus colaboradores não como um luxo, mas como uma necessidade. Nesse sentido, a Agitorna oferece consultas clínicas acessíveis, programas para empresas, workshops, ações comunitárias e conteúdos digitais. Na base de tudo está a construção de um espaço terapêutico verdadeiramente humano. “A relação começa antes da primeira sessão”, sublinha Filipa. Na Agitorna, o acolhimento é feito com empatia, escuta ativa e presença real. A equipa trabalha com uma metodologia comum, participa em supervisões regulares, intervisões internas e formações contínuas.

Adaptar a psicologia ao mundo contemporâneo

Num mundo em constante transformação, com novas exigências sociais, aceleramento do ritmo de vida e o impacto crescente das redes sociais especialmente nas gerações mais jovens, a psico-

PSICOLOGIA AO ALCANCE DE TODOS

Fundada pela Psicóloga Filipa Santos, a Agitorna tem como missão democratizar o acesso à saúde mental em Portugal. Mais do que um consultório, é um projeto em movimento que sai dos gabinetes e vai ao encontro das pessoas nas vilas, nas empresas, nos ecrãs promovendo a escuta, a empatia e a transformação

logia também precisa de se adaptar. Na Agitorna, isso traduz-se em consultas online, linguagem acessível, formatos mais flexíveis e ausência de julgamentos.

Filipa Santos partilha ainda a motivação pessoal por trás do projeto: “Sempre fui apaixonada por compreender o que está por trás de uma dor ou de um silêncio. Quando criei a Agitorna, quis criar um espaço profundamente humano, onde as pessoas se sentissem vistas e acolhidas”. Com o tempo, a sua visão expandiu-se e percebeu que a saúde mental precisava de sair dos gabinetes, de ir ao encontro das famílias, das comunidades e das empresas , uma vez que o impacto pode ser ainda maior quando se trabalha na prevenção.

Um projeto com alma, feito para e pelas pessoas

O futuro da Agitorna é ambicioso, tornar-se uma referência na psicologia em Portugal. Um espaço reconhecido pela sua capacidade de responder às necessidades individuais, familiares, organizacionais e sociais. “Continuar a fazer a diferença na vida das pessoas” é o que move Filipa e toda a sua equipa com humanidade, ciência e compromisso.

geral@agitorna.pt • www.agitorna.pt

Filipa Santos, Psicóloga e Fundadora

ENTRE DOIS

CONTINENTES, COM UM SÓ PROPÓSITO

Com um percurso marcado pela coragem, reinvenção e resiliência, Andressa Frigo Pimenta é hoje uma referência na advocacia tanto no Brasil como em Portugal. Lidera atualmente o seu próprio escritório e continua a expandir horizontes, físicos e profissionais, com uma visão cada vez mais humanizada do Direito.

A escolha pelo Direito não surgiu de imediato. “No início, achava que o Direito estava ligado apenas à política, no aspeto negativo, o que me desmotivava a seguir esse caminho”, partilha. Contudo, durante o percurso académico no Brasil, percebeu que o Direito ia muito além dessa visão inicial. “Comecei a perceber que ninguém sabia realmente os seus direitos, algo que, para mim, devia ser ensinado desde cedo nas escolas”, afirma Andressa.

Licenciada em Direito há mais de 15 anos, iniciou a sua prática no Brasil, atuando nas áreas civil, laboral e também na administração pública. “Fui convidada a trabalhar num órgão público, assessorando diretamente o chefe do poder executivo do Estado do Pará. Isso abriu-me as portas do Direito Público e trouxe uma nova perspetiva para a minha prática”, destaca.

A mudança para Portugal

Depois de uma carreira sólida no Brasil, decidiu aceitar um novo desafio: mudar-se para Portugal. “Queria mudar de ares. Inscrevi-me na Ordem dos Advogados, fiz mestrado, uma pós-graduação, e abri o meu próprio escritório”, refere a entrevistada.

Apesar da experiência acumulada, a transição exigiu resiliência. “A advocacia é uma profissão de estudo contínuo. Ao mudar de país, temos de reaprender, é quase começar do zero, mesmo trazendo muito conhecimento prévio. E isso é exigente, tanto a nível técnico como emocional”, menciona. Hoje, passados seis anos em Portugal, Andressa lidera um escritório com atuação nos dois países e um olhar voltado para a internacionalização.

Maternidade e liderança

A maternidade foi outro ponto de viragem. “Antes, era normal trabalhar até tarde. Depois de ser mãe, há alguém que depende de nós. O ritmo muda, e exige uma reorganização de prioridades”, salienta Andressa.

Longe da rede de apoio que tinha no Brasil, o desafio tornou-se ainda maior. “Aqui em Portugal somos, essencialmente, eu, o meu marido e a nossa filha. Conciliar a vida pessoal e profissional é uma tarefa exigente, especialmente para as mulheres, que muitas vezes acumulam uma carga mental significativa”, enfatiza.

O papel das mulheres no direito

Para Andressa, o Direito está a transformar-se, e as mulheres têm tido um papel essencial nesse processo. “Tradicionalmente visto como um meio masculino e frio, hoje o Direito está mais humanizado. E é nesse contexto que as mulheres têm mostrado uma capacidade extraordinária de escuta, empatia e resolução de conflitos”, sublinha.

Realça ainda que, muitas vezes, as mulheres são quem está por detrás da gestão de escritórios e equipas jurídicas, mesmo quando não estão em destaque. “É preciso olhar para além do que as redes sociais mostram. Muitas vezes, quem verdadeiramente está no comando são mulheres”.

Expandir e inspirar

Com os olhos postos no crescimento, Andressa Frigo Pimenta tem planos claros e ambiciosos. “Quero expandir o meu escritório para outras regiões de Portugal, sobretudo para o norte, onde ainda tenho pouca presença. No Brasil, desejo estabelecer novas parcerias para além da região norte, onde já atuo”, partilha.

Além disso, tenciona retomar o seu doutoramento e investir na área académica. “Gostava de lecionar em universidades, trazendo uma abordagem comparativa entre o Brasil e Portugal, algo que considero essencial no contexto atual de internacionalização do Direito”, refere. Para quem sonha seguir uma carreira no mundo jurídico, mas ainda hesita, Andressa deixa uma mensagem clara: “A dor é inevitável, o sofrimento é opcional. O início é sempre difícil, mas é passageiro. Vai doer, sim, mas se é aquilo que queres, se é o teu sonho, não deixes o medo paralisar-te. Ninguém começa com tudo perfeito, começa-se com o que se tem, e vai-se ajustando. O importante é dar o primeiro passo”.

www.frigoadvocacia.com.br

Andressa Frigo Pimenta, Advogada

DE IMIGRANTE A EMPREENDEDORA A JORNADA DE BÁRBARA MONTEIRO

Bárbara Monteiro, Fundadora da EasyRelocation, transformou os desafios da imigração em propósito: ajudar outros a recomeçar em Portugal com leveza, apoio e total dedicação.

De que modo a sua experiência pessoal em Londres influenciou a sua visão empreendedora e a criação da Easyrelocation?

Londres foi uma cidade que me deixou crescer muito a nível pessoal e profissional. A minha ida foi uma decisão instintiva, até um pouco precipitada sendo eu tão jovem na altura e sem qualquer rede de apoio lá. Não dominava a língua e temi “perder-me” pelo caminho, não encontrando casa, amigos ou trabalho, mas felizmente não deixei que esse medo interferisse na decisão de avançar, confio muito nos meus instintos e algo me dizia que era um desafio vital para me tornar a mulher que desejava ser. Sendo uma cidade tão multicultural e cheia de vida despertou-me a curiosidade em muitos aspetos dos processos de migrações e integração de pessoas que chegam de tão longe à procura de uma vida mais estável e com mais condições de vida. Tudo tem um preço, romantizamos muito a imigração, pensando que é um processo simples e que se vive muito bem, mas a verdade é que isso é possível mas advém de muito esforço e até altruísmo pessoal pois chegamos à conclusão rápidamente que vamos ter de abrir mão de muita coisa até estarmos consolidados e ajustados ao novo país, muitos sacrifícios foram necessários nos primeiros anos mas todos valem imenso a pena.

Criar as bases da nossa personalidade e como encaramos o mundo passando por provações, a meu ver são fundamentais para construir algo sólido e saber mantê-lo.

Durante o seu percurso, qual foi o momento decisivo que confirmou que estava no caminho certo como empresária?

Sem sombra de dúvidas é saber que posso ir buscar os meus filhos à escola e estar presente para mim mesma e para a minha família.

Sempre senti que desejava ser mãe e empreendedora (e tantas outras coisas), e não queria abdicar de nenhum dos dois e aí entra muitas vezes o desafio de saber equilibrar os dois mundos, o pessoal e profissional.

Em 2020, decidimos deixar a cidade e mudámo-nos para o campo, mais um sonho realizado de viver em uma casa de madeira rodeada de montanhas, ter animais, uma horta e até um trator para lavrar a terra, oliveiras suficientes que nos oferecem azeitona para produzir o nosso azeite e ver as crianças a correrem descalças a aprenderem competências físicas e emocionais tão vitais para o seu desenvolvimento e felicidade.

Tenho várias reuniões por dia (zoom), trabalho muito e maior parte das vezes sem horários definidos mas nos intervalos tenho tempo para os meus filhos, a minha Quinta, o meu companheiro Tiago que também faz parte da equipa Easyrelocation e que tanto me apoia neste e em todos os desafios, este tempo de qualidade só é possível devido a ter escolhido esta carreira e focar-me continuamente no que realmente interessa.

De que forma a Easyrelocation se distingue no mercado?

Estar feliz e realizada é uma mais-valia para os meus clientes, pois sentem essa vibração e disponibilidade para eles.

A Easyrelocation não é apenas o meu trabalho, nem uma empresa, é sim uma continuação do meu propósito, que é ajudar os outros no seu caminho para a leveza e felicidade durante a mudança para Portugal, este país que tanto amo e admiro. Tenho uma relação próxima com todos os meus clientes, criam-se laços incríveis que vão para além dos serviços prestados, quando estamos realmente disponíveis para escutar e entender o outro, daí eu oferecer gratuitamente uma reunião com qualquer pessoa que mostre interesse nos nossos serviços, sinto que isso faz toda a diferença na escolha final.

Cada pessoa tem a sua história, o seu percurso e objetivos diferentes, portanto este contato inicial ajuda-me a perceber exatamente isso e a formular um plano totalmente personalizado para os encaminhar e apoiar durante todo o processo de mudança de país que pode ser extremamente stressante se não tiverem uma boa rede de apoio.

info@easyrelocation.pt • easyrelocation.pt

Bárbara Monteiro, Fundadora

JUSTIÇA COM EQUILÍBRIO E PAIXÃO

Aos 66 anos, Fernanda Oliveira é Advogada em prática individual e Agente de Execução. Começou na área das ciências, passou pela Portugal Telecom, mas encontrou na justiça a sua verdadeira vocação.

Da Ciência ao Direito

Com um percurso inicialmente virado para a área científica, Fernanda sonhava com a psiquiatria. No entanto, a impossibilidade de conciliar as disciplinas práticas com o trabalho levou-a a reconsiderar. Voltou atrás, trocou as Ciências pelas Humanidades e ingressou no curso de Direito. Foi aí que tudo mudou. “Ingressei em Direito, porque era a única disciplina que, por assim dizer, me chamava a atenção e achava alguma utilidade. E fui tirar Direito, apaixonei-me pelo Penal e achava que iria para Procuradora”, conta a advogada.

Advocacia com Duas Faces

Fernanda exerce advocacia em prática individual, uma escolha que reflete a sua independência e visão própria da profissão. Após mais de uma década dedicada exclusivamente à área civil, decidiu alargar o seu campo de ação. “Fazia só civil, abandonei um pouco a parte penal, mas depois de 10 a 15 anos a exercer, fiz a formação de agente de execução e comecei a conciliar as duas atividades”. Atualmente, está a concluir uma especialização em Master em Relacionamentos, com o mentor Eduardo Torgal, como forma de abrir um novo nicho de atuação. “Não é uma nova profissão, mas

Este novo caminho nasce de uma convicção profunda: “Tenho experiência, tenho mercado, mas agora quero tranquilidade e quero deixar alguma coisa feita. Quero colocar ao serviço da justiça e dos relacionamentos tudo aquilo que fui fazendo até aqui”.

A paixão pela advocacia rapidamente se estendeu à atividade de agente de execução. Com uma forte ligação à área civil, percebeu que poderia contribuir ainda mais para a justiça no terreno. “Gosto de estar com as pessoas, de percorrer o país, de fazer justiça dentro das casas, nas fábricas, nos bastidores da vida real”, afirma. Acredita firmemente que é possível defender os interesses de uns sem prejudicar os outros. “A equidade está em mim. É isso que pratico todos os dias”.

“Não vejo obstáculos, vejo objetivos”

Fernanda recusa a ideia de que a sua vida tenha sido marcada por dificuldades. “Não considero que tenha tido obstáculos. Para mim, o verdadeiro desafio é não saber o que se quer”.

O seu percurso é exemplo disso: trocou uma carreira estável, com boas condições numa empresa pública, para abrir sozinha o seu escritório. “Nunca trabalhei com ninguém da família. Quando saí da Telecom, negociei um pé-de-meia para começar com dignidade, sem depender de ninguém. Foi uma escolha, não um sacrifício”.

A capacidade de gerir tudo, carreira, estudos e família vem de uma filosofia muito clara: método e amor. “Eu sou polivalente. Faço tudo por amor”. Mesmo nos tempos exigentes do início da carreira, com um emprego a tempo inteiro e estudos à noite, nunca descurou a vida pessoal. “Nunca faltei às aulas, mas também nunca deixei de ter um jantar romântico. Ao fim de semana era esposa, não estudante”.

Conhecimento, Relações e o Futuro

Fernanda traça objetivos que vão além da advocacia: quer deixar legado. “O que quero é transmitir o que fui aprendendo, deixar ficar esse conhecimento”. Essa vontade é também pessoal. “Quero conhecer-me melhor. Estou a entrar numa nova fase em que acredito verdadeiramente na importância dos relacionamentos”. A meta de Fernanda é clara: transformar décadas de experiência em conhecimento útil, aplicável e transmissível. “O meu filho não quer seguir esta área, é das matemáticas. Mas o que faço vai ficar. Outros virão, se transformarão e continuarão. Quero seguir com a vida, dando mais de mim, e transformando o que sei em algo maior”. Com os pés na justiça e o olhar no afeto, Fernanda propõe um novo caminho para o direito: mais humano, mais atento e mais transformador.

5385@solicitador.net

A VISÃO DE LIDERANÇA DA

PRIMEIRA

PRESIDENTE DO ISEP

À frente do ISEP, Maria João Viamonte destaca-se pela dedicação ao ensino, investigação e inovação em engenharia. Em entrevista exclusiva à Revista Business Portugal, reforça a importância da equidade de género e da criação de oportunidades para mulheres, preparando profissionais capazes de transformar o futuro da engenharia.

A sua carreira é marcada por uma forte ligação ao ensino superior e à engenharia. O que a motivou a abraçar este percurso académico e quais foram os momentos mais significativos que a conduziram até à liderança do ISEP?

Iniciei a minha atividade no ISEP como docente em 1997, depois de sete anos a trabalhar no departamento de informática de uma empresa da indústria química. Sempre gostei de desafios e, desde cedo, senti uma forte vocação para o ensino e para a investigação. Por isso, a transição para o ensino superior como docente e investigadora foi um passo natural no meu percurso profissional. Em 2009 fui nomeada vice-presidente do Conselho Técnico-Científico (CTC), cargo que exerci durante 8 anos. O CTC é um dos órgãos que mais intervém no dia a dia da Escola, na vida das pessoas que a constituem e tem uma grande interação com entidades externas. Esse cargo deu-me muita satisfação pessoal e profissional, além de experiência e de um conhecimento profundo sobre a realidade do ISEP. Quando chegou o momento

de refletir sobre o que queria e poderia fazer a seguir, a candidatura à Presidência do ISEP tornou-se o passo óbvio, porque me sentia preparada e muito motivada para a exercer, mas acima de tudo porque achava que podia retribuir, com valor, todo o investimento que o ISEP tinha feito em mim ao longo dos mais de 20 anos, em que fui docente, investigadora e exerci funções de gestão.

A Engenharia continua a ser um setor onde a presença feminina está em crescimento, mas ainda enfrenta barreiras. Que desafios sentiu ao longo do seu percurso e de que forma acredita que o ISEP contribui para uma maior equidade de género na formação de engenheiros?

Fui a primeira mulher eleita presidente de uma escola de engenharia – um marco simbólico e significativo. Apesar desta conquista, é inegável que a engenharia continua a ser um domínio maioritariamente masculino. Nunca senti que o facto de ser mulher me limitasse diretamente no meu percurso, mas reconheço

Maria João Viamonte, Presidente

que persistem desigualdades estruturais. A presença feminina nos cursos de engenharia no ensino superior varia consoante as áreas específicas e as instituições, mas continua, em geral, a ser inferior à de outras áreas do conhecimento. Ainda assim, verifica-se uma tendência positiva de crescimento, fruto de esforços contínuos para promover a igualdade de género e a diversidade no setor.

A influência cultural continua a ter um peso determinante. Em muitas famílias, ainda persiste a ideia de que a engenharia “não é para raparigas”, o que limita escolhas e expectativas desde cedo. É por isso que iniciativas como o projeto “Engenheiras Por Um Dia”, do qual o ISEP é parceiro ativo, são fundamentais. Estas ações contribuem para desconstruir estereótipos e mostrar, de forma concreta, que a engenharia é uma área onde as mulheres têm lugar, valor e impacto. Promover o contacto com diferentes percursos, exemplos e oportunidades é essencial para ampliar horizontes e criar confiança nas decisões académicas e profissionais das jovens. O ISEP tem um compromisso claro com a igualdade de género, promovendo uma representação equilibrada nos seus órgãos de gestão – algo ainda raro neste tipo de instituições – e dinamizando campanhas de sensibilização e semanas temáticas dedicadas à valorização da mulher na engenharia. Acredito profundamente que a mudança começa na educação e na visibilidade. É por isso que faço questão de participar em todas as iniciativas que contribuam para eliminar barreiras e construir uma engenharia mais inclusiva, justa e representativa.

Acreditamos que a verdadeira igualdade se constrói com oportunidades concretas, compromisso institucional e liderança com visão

A inovação e a ligação ao tecido empresarial têm sido pilares estratégicos do ISEP. Que projetos ou iniciativas destacaria como exemplos do impacto positivo que a instituição tem gerado a nível nacional e internacional?

A inovação está no centro da missão do ISEP, concretizando-se através de uma forte ligação ao tecido empresarial e ao mundo real. Procuramos ser um agente de transformação, promovendo a transferência de conhecimento, o empreendedorismo e a valorização da investigação aplicada. Destacamos o nosso envolvimento em projetos de grande escala, de âmbito nacional e internacional, bem como a investigação de excelência desenvolvida nas nossas unidades de I&D, que tem gerado soluções avançadas em áreas estratégicas como a inteligência artificial, a energia, a cibersegurança e a sustentabilidade. Iniciativas como o P.PORTO Innovation Hub, com forte participação do ISEP, exemplificam a nossa aposta na cocriação com empresas e startups, contribuindo para a construção de um ecossis-

tema de inovação aberta e promovendo o desenvolvimento de novos produtos e serviços com impacto direto na economia.

No domínio da formação avançada, o ISEP oferece atualmente quatro programas doutorais: Engenharia Eletrotécnica e Sistemas Computacionais; Engenharia Mecânica e Produção Sustentável; Inteligência Artificial e Engenharia de Sistemas Inteligentes e Química Analítica e Engenharia para a Sustentabilidade Ambiental.

Adicionalmente, submetemos recentemente para aprovação um novo programa doutoral na área da Cibersegurança e Privacidade.

Estes programas são particularmente relevantes para o tecido empresarial e industrial nacional, pois abordam áreas-chave da transição digital, inteligência artificial, produção sustentável e sustentabilidade ambiental. O seu impacto vai muito além da qualificação avançada de recursos humanos altamente especializados – contribuem diretamente para a inovação tecnológica, para o aumento da competitividade das empresas e para a resposta a desafios societais emergentes.

É neste contexto que o ISEP se afirma como um parceiro de excelência no panorama da engenharia nacional e internacional.

Que metas gostaria de alcançar nos próximos anos, enquanto líder de uma das mais prestigiadas escolas de engenharia do país?

E que mensagem deixaria às jovens que hoje ponderam seguir uma carreira neste setor?

Nos próximos anos, queremos reforçar a nossa atuação internacional, através da criação de programas conjuntos e duplos graus, e alargar o nosso portefólio de doutoramentos em áreas emergentes e nas quais o ISEP já desenvolve investigação de excelência – com destaque para a área dos sistemas autónomos. Paralelamente, o ISEP reúne atualmente todas as condições para transitar para o subsistema universitário. Trata-se de uma mudança estruturante, profundamente alinhada com a nossa missão e com a maturidade institucional que alcançámos. Acredito convictamente que esta transição acontecerá num futuro muito próximo. Por fim, gostaria de sublinhar que as mulheres têm um papel essencial no desenvolvimento tecnológico e social. No ISEP, uma instituição de referência no ensino da engenharia em Portugal, promovemos uma cultura de excelência onde o mérito, a preparação e a ambição de cada pessoa são reconhecidos e valorizados. Acreditamos que a verdadeira igualdade se constrói com oportunidades concretas, compromisso institucional e liderança com visão. E é nesse sentido que o ISEP tem vindo a afirmar-se como um espaço de formação de excelência, aberto, inclusivo e empenhado em preparar engenheiras e engenheiros capazes de transformar o mundo. A Engenharia é – e deve continuar a ser – uma profissão onde cada mulher pode, com orgulho e impacto, fazer a diferença.

LIDERANÇA COM VISÃO, EMPATIA E INOVAÇÃO

NO SETOR INDUSTRIAL

Com um percurso transversal na Bresimar Automação, Ana Carolina Breda consolidou-se como líder num setor ainda dominado por homens. Defende uma gestão próxima, formação contínua e coragem para inovar. Mãe de dois filhos, acredita no equilíbrio entre carreira e vida pessoal. E quer inspirar mais mulheres a liderar na indústria tecnológica.

Ao longo do seu percurso na Bresimar Automação, que experiências e decisões considera fundamentais para ter alcançado a posição de liderança que hoje assume?

Entrei na empresa há 11 anos e, durante o primeiro ano, tive a oportunidade de passar por todos os departamentos da organização. Esta fase de integração permitiu-me aprender de forma prática sobre todas as áreas do negócio e ganhar uma visão global da empresa.

Após esse período, comecei a assumir responsabilidades, primeiro na área da gestão de pessoas e, mais tarde, na Administração e Direção Financeira, funções que desempenho há mais de cinco anos.

Esta experiência transversal deu-me uma compreensão abrangente dos processos internos e facilitou a criação de uma comunicação eficaz com todas as equipas. Acredito que isso me permite escutar com maior empatia, compreender melhor os desafios e apoiar a tomada de decisões de forma mais clara e fundamentada.

A inovação tecnológica e a automação industrial são setores em constante evolução. Como tem sido gerir os desafios desse ritmo acelerado, mantendo uma visão estratégica e de liderança no mercado?

A inovação tecnológica e a automação evoluem a um ritmo acelerado, e na nossa empresa vemos esse desafio como uma oportunidade. Tal como o meu pai – fundador da empresa – costuma frequentemente afirmar, “Para ficarmos para trás basta ficarmos parados.”

Mantemos uma visão estratégica baseada na proximidade com clientes e parceiros, o que nos permite antecipar tendências e necessidades. Apostamos fortemente na formação das equipas e promovemos uma cultura de proximidade e sobretudo catalisadora da mudança. Esta abordagem tem sido fundamental para mantermos a nossa posição de liderança, entregando soluções que acrescentam verdadeiro valor à operação dos nossos clientes.

Conciliar uma carreira exigente com responsabilidades pessoais é uma realidade comum a muitas líderes. Que práticas ou valores a ajudam a manter esse equilíbrio com sucesso?

Apesar de ser jovem e mãe de dois filhos pequenos, acredito que a melhor forma de conciliar os vários pilares da minha vida é apren-

der com outras mulheres que vivem desafios semelhantes. Por isso, integro a Rede Mulher Líder, uma associação criada no âmbito do IAPMEI, composta por administradoras de empresas portuguesas. Reunimo-nos mensalmente em diferentes empresas para partilhar experiências de gestão, mas também para abordar, com abertura, temas pessoais e familiares. Esta rede tem sido essencial para o meu equilíbrio e crescimento. Aprendi que a empatia – com a equipa e com a família – é tão importante quanto a coragem de dizer ‘não’ quando necessário. Vejo a maternidade e a carreira como forças complementares, não concorrentes. Aliás, uma vez ouvi um coach dizer que ser mãe é o melhor MBA que se pode ter – pela liderança, negociação e resiliência que desenvolvemos. E acredito mesmo nisso.

Olhando para o futuro, que metas profissionais gostaria de alcançar na área da automação e tecnologia industrial? E que mensagem gostaria de deixar a outras mulheres que ambicionam liderar projetos neste setor altamente técnico?

Infelizmente, ainda existem muito poucas mulheres em cargos de administração no setor industrial. No entanto, sou otimista e acredito que isso irá mudar em breve, até porque o próprio paradigma da indústria está a evoluir. Gostaria de ver um maior reconhecimento das competências das mulheres nestes setores, onde ainda persiste o estigma de que apenas o engenheiro, o eletricista ou o mecânico detêm o conhecimento técnico profundo.

Do ponto de vista organizacional, e com os olhos postos no futuro, estamos já a investir na internacionalização através da nossa marca própria, a Tekon Electronics. Atualmente, levamos as nossas tecnologias industriais e sensores wireless a mais de 20 países e pretendemos continuar a expandir a nossa presença internacional, consolidando o sucesso além do mercado nacional.

bresimar@bresimar.pt • www.bresimar.pt

Ana Carolina Breda, Administradora

LIDERAR COM CIÊNCIA, EMPATIA E VISÃO INTEGRATIVA

Com três décadas de experiência clínica e uma visão transformadora da medicina dentária, Maria João Piñeiro é médica dentista, mãe, empresária e a força motriz por trás da Clínica Villa e da 4Kids em Cascais – dois projetos que redefinem o cuidado em saúde através de uma abordagem funcional, integrativa e centrada na pessoa. Nesta entrevista, partilha o percurso que a levou a romper com os modelos convencionais, os desafios de liderar equipas interdisciplinares e a missão de inspirar uma nova geração de profissionais e famílias para uma medicina mais humana, preventiva e colaborativa.

Maria João Piñeiro é médica dentista, mãe, empresária e líder de duas clínicas de referência. Como começou o seu percurso profissional?

O meu percurso profissional começou há 30 anos quando terminei o curso, iniciei a prática clínica em consultório e a dar aulas na faculdade. Em 2003 nasce a Clínica Villa, clínica médica e dentária, com o propósito de criar um espaço onde os pacientes fossem tratados com base na ciência, respeito e visão integrativa. Na altura, o conceito de medicina dentária funcional e integrativa ainda era pouco conhecido em Portugal, mas eu acreditava profundamente na importância de cuidar da pessoa como um

todo. A prevenção, a escuta ativa e a ligação entre a saúde oral e o bem-estar geral sempre estiveram no centro da minha prática clínica.

A Clínica Pediátrica 4Kids nasceu de um sonho partilhado por três profissionais de saúde. Que visão esteve na origem deste projeto e como tem evoluído até se tornar uma referência no cuidado infantil integrado?

A 4kids é uma ideia que nasce em 2022, da nossa ambição de fazer as pessoas perceberem a importância da prevenção em saúde e de querer ser pioneiros num setor ainda preso aos métodos convencionais.

O principal objetivo do nosso projeto 4kids é promover a prevenção como pilar central da saúde, através de consultas personalizadas, integradas em equipa interdisciplinar, com um grande foco na literacia e uma abordagem onde a prevenção, o conhecimento e o bem-estar caminham juntos. A experiência na Clínica Villa trouxe estrutura, clareza e confiança num modelo de saúde que valoriza o vínculo, o tempo clínico e a articulação entre profissionais. Hoje a 4kids, é uma referência nacional no cuidado infantil, onde ciência, empatia e interdisciplinaridade se unem ao serviço das crianças e das suas famílias.

terapêutico mais forte e em ganhos efetivos de saúde. Dou consultas e formações na área da saúde do bebé, sempre com uma abordagem multidisciplinar. Adoro partilhar conhecimento, capacitar famílias e formar profissionais de saúde. O trabalho em equipa e a comunicação aberta são os pilares que diferenciam a nossa prática clínica.

Sendo a saúde pediátrica uma área particularmente sensível, como garantem que a experiência da criança na clínica é acolhedora, respeitosa e centrada no bem-estar emocional?

Cada detalhe é pensado para acolher a criança com empatia e respeito. Privilegiamos ambientes tranquilos, linguagem adequada à idade e intervenções adaptadas ao ritmo de cada criança. Os nossos princípios são a escuta, respeito pela individualidade e conforto emocional como base de qualquer procedimento clínico.

Enquanto médica dentista pediátrica e cofundadora da 4Kids, que principais desafios, enfrentou na construção de um projeto que une múltiplas especialidades ao serviço da saúde infantil?

Construir equipas multidisciplinares coesas, com linguagens clínicas distintas, mas com um propósito comum, foi um desafio transversal a ambos os projetos. Um dos grandes desafios foi sempre garantir que as equipas multidisciplinares partilhassem os mesmos valores e trabalhassem em verdadeira articulação. Mas todos esses obstáculos serviram para fortalecer a missão de ambas as clínicas – mostrar que é possível fazer saúde de forma diferente, com base na causa, e não apenas no sintoma. Esta construção trouxe resultados clínicos superiores e uma cultura organizacional sólida.

A prevenção e abordagem multidisciplinar da clínica, que envolve também as famílias, tem sido central no vosso sucesso. Como é feita essa articulação entre profissionais e cuidadores, e que impacto tem nos resultados terapêuticos?

Nas clínicas, a prevenção é o nosso principal foco, promovemos uma escuta ativa, planos terapêuticos e reuniões clínicas regulares entre profissionais. Os cuidadores e pacientes são parte essencial do processo de decisão, e isso traduz-se numa maior adesão, num vínculo

Olhando para o futuro das clínicas Villa e 4Kids, que metas estratégicas e novas áreas de intervenção estão a ser pensadas para reforçar o vosso contributo para uma medicina mais humana, integrada e inovadora?

O futuro passa por aprofundar ainda mais a nossa atuação em prevenção e formação. Estamos também a criar e consolidar programas educativos para famílias, redes de colaboração com outros profissionais de saúde e instituições promovendo uma saúde mais funcional, acessível e respeitadora. Queremos continuar a inspirar a nova geração de profissionais para um modelo de saúde funcional e integrativo, com base científica, centrado na pessoa, na causa e na conexão entre saberes, porque acreditamos que juntos podemos transformar o sistema.

Como mulher empreendedora na área da saúde, que aprendizagens destaca do seu percurso e que mensagem gostaria de deixar a outras mulheres que ambicionam liderar projetos na área clínica?

Ao longo do meu percurso, enfrentei dúvidas, resistências e desafios estruturais. Mas nunca perdi o foco: construir espaços de saúde que respeitem a pessoa como um todo, com tempo, com vínculo e com consciência.

A minha mensagem para outras mulheres que desejam liderar é esta: Avancem. Criem. Questionem. Proponham novos modelos. Rodeiem-se de equipas com propósito e não tenham medo de fazer diferente. A saúde precisa de vozes femininas – com visão, com alma e com coragem para mudar o que já não serve. Não esperem pela validação de fora. O vosso caminho começa dentro – com autenticidade, ousadia e a certeza de que é possível liderar sem abdicar de quem são.

UMA VISÃO INTEGRADA PARA A SAÚDE INFANTIL

Com uma dedicação profunda à pediatria e à osteopatia infantil, Vera Barata fundou a Clínica Pediátrica 4Kids e tem vindo a afirmar-se como uma referência nacional na sua área.

O seu percurso académico e profissional revela uma dedicação profunda à pediatria e à osteopatia infantil, o que originou a abertura da Clínica Pediátrica 4Kids. O que a levou a direcionar a sua prática para esta área, e que lacunas sentiu que precisava de colmatar no acompanhamento clínico das crianças?

Na qualidade de fisioterapeuta e osteopata pediátrica, tenho o privilégio de exercer uma prática que integra não apenas o tratamento de condições previamente instaladas, mas também a prevenção de fatores suscetíveis de impactar negativamente o desenvolvimento infantil e, por conseguinte, a vida adulta. Ao longo do meu percurso profissional, estabeleci uma ligação de profunda empatia e inspiração com a população pediátrica. Costumo afirmar, em tom de brincadeira, que “as crianças são as minhas pessoas preferidas”, pois recordam-me diariamente a relevância da autenticidade, curiosidade e simplicidade. Esta afinidade pessoal, aliada à convicção do papel primordial da prevenção, orientou de forma natural a minha atividade exclusivamente para o âmbito pediátrico. As principais lacunas que identifiquei relacionam-se com a necessidade de fomentar uma abordagem mais personalizada e humanizada. A constituição de equipas transdisciplinares, a promoção do diálogo entre especialidades e a partilha contínua de conhecimento constituem, a meu ver, pilares fundamentais para assegurar um acompanhamento clínico rigoroso e ajustado às particularidades de cada criança. Esta é a filosofia que sustenta o trabalho desenvolvido na Clínica Pediátrica 4Kids.

A sua formação é internacional e abrange áreas como neurociência do sono infantil, integração de reflexos primitivos e osteopatia na prematuridade. Como é que esta abordagem multidisciplinar se reflete na prática clínica diária?

A formação diversificada que tive a oportunidade de realizar com profissionais nacionais e internacionais possibilita-me analisar cada situação clínica de modo abrangente, identificando fatores que frequentemente não são evidenciados em avaliações convencionais. No exercício diário, esta integração de saberes reflete-se na elaboração de planos terapêuticos mais completos e adaptados às necessidades específicas de cada bebé e respetiva família. Este enquadramento multidisciplinar, que procuro igualmente transmitir aos meus alunos, contribui para resultados clínicos mais consistentes e intervenções individualizadas, sempre em respeito pelo ritmo e pelas características singulares de cada criança.

Tem vindo a formar profissionais e a colaborar com universidades e equipas clínicas. Que desafios identifica atualmente na formação em osteopatia pediátrica e que caminhos defende para uma maior valorização desta especialidade?

A osteopatia é uma profissão regulamentada em Portugal; contudo, no domínio pediátrico, persiste o desafio de definir critérios uniformes e exigentes que garantam uma preparação técnica aprofundada e segura. Paralelamente, subsiste alguma desinformação e perceções imprecisas sobre esta área, apesar do incremento de estudos científicos que comprovam a sua eficácia em diversos contextos clínicos. Considero que a valorização da osteopatia pediátrica assenta na regulamentação específica para a pediatria, e a consolidação de uma integração efetiva com outras especialidades da saúde infantil, no desenvolvimento de investigação científica robusta e na criação de redes colaborativas de partilha de conhecimento entre profissionais. Apenas desta forma será possível afirmar esta prática como uma intervenção reconhecida, valorizada e credível em saúde.

Vera Barata, Fisioterapeuta e Osteopata Pediátrica

REGIÃO OESTE & NORTE DE LISBOA

A Região Oeste e Norte de Lisboa destaca-se pela sua diversidade territorial e pela conjugação equilibrada entre tradição e modernidade. Esta zona, que integra municípios com fortes raízes históricas, tem vindo a afirmar-se como um polo dinâmico no panorama metropolitano, beneficiando da proximidade à capital e da qualidade de vida que oferece aos seus habitantes. A riqueza natural, o património cultural e a forte identidade local conferem-lhe um caráter único, que atrai tanto residentes como visitantes.

No plano empresarial, a região tem registado um crescimento notável, sustentado por um tecido económico diversificado. O posicionamento estratégico tem fomentado o surgimento de clusters empresariais e zonas industriais modernas, potenciando o desenvolvimento económico e a criação de emprego qualificado. Este equilíbrio entre tradição e inovação faz da Região Oeste e Norte de Lisboa um espaço de oportunidades para empreendedores e investidores.

QUANDO DUAS EXPERIÊNCIAS SE ENCONTRAM, NASCE UMA REVOLUÇÃO NA CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL

Mais do que construir em madeira, construímos com alma.

A história da Green Prime nasceu da união entre duas trajetórias complementares. Bruno Miguel, que viveu desde criança no Canadá, especializou-se em construções sustentáveis em madeira e, em 2008, aplicou esse conhecimento ao regressar a Portugal. Ailson Pacheco, com vasta experiência na construção tradicional no Brasil, chegou a Portugal em 2023 e conheceu Bruno logo nos primeiros meses no país. A boa parceria nos projetos iniciais evoluiu para um sonho maior. Em 2025, fundaram juntos a Green Prime Wood Houses, uma empresa que alia tecnologia, personalização e consciência ambiental.

Ailson Pacheco e Bruno Miguel, Fundadores

Como tem evoluído a perceção do público português em relação às casas de madeira?

Hoje, os portugueses compreendem melhor as vantagens da madeira. Já não se trata apenas de estética, mas de eficiência, conforto, rapidez e sustentabilidade.

Que critérios seguem na seleção das madeiras?

Usamos madeiras certificadas oriundas do Canadá e da Finlândia, provenientes de florestas sustentáveis, com rastreabilidade completa desde a origem até à montagem.

Hoje, os portugueses compreendem melhor as vantagens da madeira. Já não se trata apenas de estética, mas de eficiência, conforto, rapidez e sustentabilidade

Quais as vantagens técnicas do sistema Wood Frame?

O sistema Wood Frame proporciona um excelente isolamento térmico e acústico, com poupança energética que pode chegar até 60%. Somos pioneiros em Portugal na utilização da inovadora base de parafusos de solo. Ao invés de fundações em betão, utilizamos parafusos metálicos galvanizados, cravados diretamente no solo – uma solução mais rápida, ecológica e 100% reversível, ideal para terrenos irregulares, projetos modulares e obras com prazos curtos.

Quais são os principais produtos oferecidos atualmente pela Green Prime?

Na Green Prime, acreditamos que a construção deve se adaptar às necessidades de cada cliente – e por isso oferecemos uma linha completa de soluções modulares, fixas e sustentáveis, sempre com a mesma qualidade técnica e foco ambiental.

Atualmente, os nossos principais produtos são:

• Casas Amovíveis

• Casas Fixas em Wood Frame

• Tiny Houses

• GreenBox

• GreenCubo

• Log Houses

• Piscinas em Madeira

• Business-Pods

• Kits Wood Frame

• Parafusos de Solo

Com esta diversidade de produtos, conseguimos atender famílias, investidores, empreendedores e construtores, sempre com o compromisso de qualidade, sustentabilidade e inovação.

www.greenprime.pt

Até que ponto o cliente pode personalizar o projeto?

Totalmente. O cliente participa desde a definição da planta até à escolha de materiais, acabamentos, revestimentos exteriores e interiores. Pode incluir deck , pérgola, piscina, terraço, painéis solares, domótica, e muito mais. Cada casa é feita à medida de quem a sonha.

Quais são os principais desafios técnicos e legais?

O licenciamento – seja para construções tradicionais ou em madeira – ainda representa um desafio em vários municípios. Para agilizar esse processo, trabalhamos com três gabinetes de arquitetura e engenharia parceiros, além de oferecermos soluções legais para terrenos rústicos, através de construções amovíveis e modulares.

Como garantem a durabilidade das casas?

Utilizamos madeira tratada de alta qualidade, isolamentos modernos, aplicamos ainda sistemas anti-humidade. O resultado são casas com durabilidade vitalícia, adaptadas ao clima português e preparadas para reduzir ao máximo.

As vossas casas integram tecnologias inteligentes?

Sim. A Green Prime aposta na integração de soluções de domótica, como controlo remoto de iluminação e temperatura, fechaduras eletrónicas, painéis solares e outras tecnologias sustentáveis, sem comprometer a estética nem a estrutura em madeira.

Quem são os vossos principais clientes hoje?

Desde jovens casais à procura da primeira casa, a investidores e construtores profissionais. Também atendemos empreendedores com os nossos Business Pods , e clientes autoconstrutores, que adquirem os nossos kits Wood Frame para montagem própria ou revenda.

Quais os planos da Green Prime para os próximos anos?

Vamos expandir a atuação internacional, fortalecer a produção de kits Wood Frame , lançar um showroom com visitação em realidade virtual, e consolidar parcerias estratégicas com arquitetos, construtores e promotores imobiliários em Portugal e no estrangeiro.

A OFICINA QUE NASCEU DA PAIXÃO E CRESCEU COM A COMUNIDADE

A Turbo Lab nasceu em 2021, em Vila Verde, no concelho de Sintra, pelas mãos de Cédric e Sara, um casal com paixões diferentes, mas complementares. Ele, fascinado por mecânica e velocidade. Ela, dedicada às pessoas, causas e comunidade. Juntos, criaram uma oficina que rapidamente se tornou um centro automóvel de referência, onde a excelência técnica convive com um atendimento próximo e humano.

Antes da Turbo Lab, Cédric somava anos de experiência no setor automóvel, chegando a ser responsável de operações numa oficina local. Quando surgiu a oportunidade de se tornar sócio, aceitou, mas rapidamente percebeu que os valores não estavam alinhados. Em conjunto com Sara, decidiu recomeçar do zero. Venderam o que tinham, reuniram recursos e abriram um espaço com apenas 200 metros quadrados. Assim nasceu a Turbo Lab. Desde o primeiro dia, Sara assumiu um papel central, gerindo o atendimento, compras e fornecedores com o seu toque pessoal. “A minha paixão não são os carros. São as pessoas”, afirma. Já Cédric dedicava-se à sua especialidade: os turbos. E embora o

seu verdadeiro fascínio sejam as motas, foi no mundo automóvel que encontrou o caminho para fazer a diferença.

Um negócio construído com pessoas, para pessoas

A complementaridade entre os fundadores tornou-se um dos principais trunfos da Turbo Lab. Enquanto Cédric elevava o nível técnico e introduzia melhorias constantes na oficina, Sara criava relações de confiança com os clientes, humanizando cada interação. “É isso que nos distingue. Quem entra aqui sente-se ouvido, acompanhado e respeitado”, sublinha Sara. O crescimento foi acontecendo de forma orgânica, sustentado sobretudo pelo

Sara e Cédric

boca-a-boca e pela fidelização do mercado local. A qualidade dos serviços, aliada a um atendimento próximo e honesto, rapidamente posicionou a oficina como uma referência na região de Vila Verde, e mais além.

Família no centro

Com o tempo, a Turbo Lab cresceu. Mudou de espaço, reforçou a equipa e diversificou os serviços. Mas algo essencial nunca mudou: o ambiente familiar. “Continuamos a ser uma empresa de família. Aqui não somos só patrões, somos colegas. E isso sente-se”, partilha Cédric. Diariamente, almoçam juntos, jogam snooker e criam rituais que reforçam a união da equipa.

Cédric é o primeiro a chegar e o último a sair. Sara, além de gerir a parte administrativa, ainda organiza eventos, acompanha a equipa e mantém uma ligação próxima com cada membro. “Sinto que são todos meus. Não são empregados. São pessoas minhas”, afirma Sara.

Relações de confiança

A relação com os clientes é o que mais diferencia a Turbo Lab num mercado cada vez mais impessoal. O atendimento é direto,

humano e transparente. Cada pessoa é tratada pelo nome, com atenção ao detalhe e um genuíno interesse pelo bem-estar do outro. “Se estiverem aqui e quiserem ver o que estão a fazer ao vosso carro, podem. Não temos nada a esconder”, diz Cédric.

Há histórias que marcam. Como a de um casal de idosos que, depois de um serviço, voltou com os filhos apenas para agradecer a honestidade. “É esse tipo de confiança que queremos cultivar. Pensamos sempre: se fosse connosco, como gostaríamos de ser tratados?”, enfatiza.

Serviços completos e com rigor

Com a crescente procura, a Turbo Lab foi alargando o leque de serviços: hoje oferece mecânica geral, eletrónica, ar-condicionado, alinhamento, pneus, bate-chapas, pintura e stand automóvel, tudo com foco na qualidade. “Se não domino uma área, contrato quem domina. Gosto de fazer as coisas bem feitas”, reforça Cédric.

Na pintura, por exemplo, contam com profissionais especializados, um chefe de área e um preparador.

A exigência estende-se a todas as valências, com o objetivo de resolver tudo num só local, com confiança, e evitar que o cliente ande de oficina em oficina.

O turbo permite que motores pequenos tenham mais potência e menos consumo. Hoje em dia, quase todos os carros têm turbo. Sem ele, o carro não anda

Num setor cada vez mais automatizado, a Turbo Lab prova que é possível crescer sem perder a essência. Aqui, cada carro conta. Mas cada pessoa, ainda mais.

A oficina representa ainda marcas de motas como Malaguti, Barcelonet e Neuavolt, apostando também na venda e assistência de veículos de duas rodas. No stand de usados, o serviço é feito à medida: o cliente descreve o que procura, e a equipa trata de tudo, da pesquisa à importação.

Uma oficina aberta à comunidade

A Turbo Lab é mais do que uma oficina, é um ponto de encontro em Vila Verde. O espaço inclui zona de lazer com televisão, snooker, café e até salas de reunião. Muitas pessoas vão apenas para conversar ou tomar café. “Às vezes chega cá um carro da polícia, mas são só amigos que vêm dizer olá”, conta Cédric. Sara, por sua vez, aproveita o espaço para as suas atividades comunitárias: é presidente da Associação de Pais, colabora com festas locais e integra a lista para a Junta de Freguesia.

“É natural. A oficina é também a nossa casa, e as pessoas sentem-se à vontade para estar aqui”, destaca a entrevistada. Essa ligação com a comunidade estende-se também aos fornecedores e parceiros. “Uma cliente fez-nos as t-shirts para jogar à bola, outra fez as fardas. Preferimos trabalhar com quem conhecemos. Mesmo que digam que perdemos dinheiro, ganhamos mais à frente”, refere com convicção Sara.

Franchisar com valores

Com uma reputação consolidada, surge a questão: e o futuro? Cédric admite a vontade de expandir, talvez através de franchising – mas com uma condição: preservar a alma do projeto. “Se o fizermos, será sempre com espaços pequenos e controlados. A proximidade é o que nos define”, destaca Cédric.

Está também em análise a abertura de um espaço no Algarve, com uma vertente de negócio diferente, como forma de equilibrar o ritmo de trabalho com uma melhor qualidade de vida. Mas o foco mantém-se: crescer de forma sustentável, sem abdicar dos valores que fazem da Turbo Lab aquilo que é.

O segredo da fidelização

A honestidade é um pilar inegociável. Na área dos turbos, por exemplo, Cédric recebe clientes convencidos de que o problema está ali, mas muitas vezes não está. “Às vezes é apenas um tubo roto ou um sensor. Podia dizer que era o turbo e faturar, mas não seria justo. Prefiro resolver só o que está mal. E é por isso que o cliente volta”.

As explicações técnicas são sempre feitas em linguagem simples: “O turbo permite que motores pequenos tenham mais potência e menos consumo. Hoje em dia, quase todos os carros têm turbo. Sem ele, o carro não anda”, explica.

Onde cada pessoa

conta

Atualmente, a Turbo Lab conta com cerca de 20 pessoas na equipa, incluindo apenas três mulheres: Sara, a mãe e a irmã.

A gestão envolve não só competências técnicas, mas um profundo sentido de humanidade. “Quando ele tem uma nova ideia, eu digo: vai, que eu te dou a mão”, resume Sara.

Neste espaço de 3.000m2 de área coberta e cerca de 3.000m2 de área descoberta, não se reparam apenas carros. Cultivam-se relações, constroem-se laços, criam-se histórias. Cada cliente que entra deixa de ser apenas um número – torna-se parte da comunidade.

Num setor cada vez mais automatizado, a Turbo Lab prova que é possível crescer sem perder a essência. Aqui, cada carro conta. Mas cada pessoa, ainda mais.

geral@turbo-lab.pt www.turbo-lab.pt

FÁBRICA DOS ÓCULOS: UM CASO DE SUCESSO NA ÓTICA NACIONAL

Com uma visão clara de que o setor ótico precisava de mais transparência, acessibilidade e foco nas pessoas, Paulo M. Cenicante, Diretor Executivo da Fábrica dos Óculos, abraçou em 2018 um projeto que rapidamente se transformaria numa das maiores referências do mercado nacional. Em apenas sete anos, a marca conquistou presença em todo o país, apostando numa combinação de proximidade humana, excelência técnica e inovação tecnológica — sem nunca perder a sua essência.

Que fatores foram determinantes para abraçar o projeto da Fábrica dos Óculos em 2018 e levá-lo a um crescimento tão expressivo em tão pouco tempo?

Em 2018, acreditámos que havia espaço no setor ótico para um conceito mais transparente, acessível e, acima de tudo, centrado nas pessoas. Foi isso que nos motivou a avançar. Desde o início, apostámos numa filosofia de proximidade e de verdade com o cliente, e numa proposta de valor clara: qualidade, preço justo e um serviço que fosse genuinamente humano. Este caminho só foi possível graças ao talento e ao compromisso das nossas equipas em loja, que todos os dias fazem a diferença junto de quem nos procura, e

ao trabalho de planeamento e gestão que fomos estruturando com disciplina e ambição. Hoje, somos já mais de 260 colaboradores, e esperamos encerrar o ano como o terceiro maior projeto de ótica em Portugal, em apenas sete anos de história – dos quais cinco em franca expansão. Esta conjugação entre pessoas no terreno e uma estratégia bem definida tem-nos permitido crescer de forma sólida e consistente, mantendo sempre a nossa essência e a confiança de quem nos escolhe.

A valorização do capital humano tem sido uma constante. Que critérios utiliza na seleção das equipas para garantir esse diferencial?

Para nós, trabalhar na área da saúde visual representa uma enorme responsabilidade, e só faz sentido se valorizarmos as pessoas a todos os níveis. É por isso que colocamos sempre o fator humano em primeiro lugar, tanto na forma como acolhemos os nossos clientes como na forma como recrutamos e integramos as equipas.

Atualmente, cerca de 90% das pessoas que entram para a Fábrica dos Óculos chegam através de recomendações internas, o que diz muito sobre o espírito que se vive dentro da empresa. Temos orgulho numa cultura assente no respeito, na proximidade e na transparência, que cria um ambiente de confiança e pertença. Além disso, as condições que oferecemos são muito competitivas no mercado, o que nos permite continuar a atrair e a reter o melhor talento. No fundo, acreditamos que só conseguimos servir bem quem nos procura se tratarmos primeiro, e sempre, quem está connosco todos os dias.

Paulo M. Cenicante e Paulo Cenicante, Diretores Executivos

Como conciliam a vertente técnica (óptica, optometria e oftalmologia) com a componente estética e de moda no aconselhamento ao cliente?

Conseguimos conciliar estas dimensões porque contamos com as pessoas certas – sejam colaboradores ou fornecedores. Temos a sorte de trabalhar com equipas altamente qualificadas, capazes de prestar um aconselhamento técnico rigoroso, sem nunca perder de vista a componente estética e de moda que o cliente valoriza cada vez mais.

Também investimos no espaço físico das nossas lojas: abrimos com uma média de 400 m² por uma razão muito clara, que é garantir a maior variedade de produto do mercado. Nesse aspeto, acreditamos que ninguém nos acompanha.Mas não ficamos só pela moda – a nossa responsabilidade técnica enquanto profissionais de saúde visual está sempre no centro da decisão. Por isso, não poupamos esforços para oferecer o melhor produto, nomeadamente ao nível das lentes oftálmicas, onde trabalhamos exclusivamente com duas referências mundiais: Essilor e Hoya, número um e número dois do mundo, respetivamente. Esta combinação de qualidade técnica e variedade faz toda a diferença na experiência de quem nos escolhe.

Que inovações tecnológicas implementaram nos vossos serviços – seja ao nível do diagnóstico, das lentes ou da experiência em loja?

A nossa grande inovação passa, antes de mais, pela capacidade de implementar rapidamente cada projeto, sem comprometer a qualidade. Conseguimos responder de forma muito ágil às expectativas dos clientes, porque mantemos em loja um stock de milhares de lentes oftálmicas, o que nos permite entregar uma percentagem muito elevada de trabalhos na hora – algo que as pessoas já reconhecem e esperam de nós.

Em termos de diagnóstico, apostámos em equipamentos de referência, confiando exclusivamente em tecnologia Nidek nos nossos gabinetes, o que nos garante precisão, fiabilidade e segurança em todas as etapas do exame visual.

Paralelamente, estamos a iniciar projetos muito relevantes na integração de inteligência artificial, tanto no processo de venda como no pós-venda, reforçando ainda mais a nossa capacidade de antecipar necessidades e oferecer uma experiência personalizada.

Esta combinação de tecnologia de ponta, rapidez de execução e foco no cliente faz parte do nosso ADN e ajuda-nos a manter o nosso posicionamento de confiança e excelência.

A expansão para 29 lojas em apenas cinco anos exige um modelo de gestão sólido. Como garantem consistência na qualidade dos serviços prestados em todas as localizações?

A consistência é absolutamente essencial para nós. Todas as nossas lojas partilham o mesmo design, a mesma música ambiente e até o mesmo aroma, porque acreditamos que a experiência tem de ser uniforme – seja em Portimão ou em Ponte de Lima.

Esta consistência estende-se ao serviço. Queremos que qualquer cliente, independentemente da localização, encontre a mesma qualidade de atendimento, o mesmo rigor técnico e a mesma atenção ao detalhe. Valorizamos tanto essa coerência que, inclusivamente este mês, integrámos uma pessoa dedicada exclusivamente à formação das equipas. O objetivo é estabelecer padrões cada vez mais exigentes, elevando continuamente a fasquia e garantindo que todos estamos alinhados. Tem sido muito gratificante ver o entusiasmo das nossas pessoas com este projeto, porque todos percebem que esta aposta reforça a nossa marca e a confiança dos clientes. É este espírito partilhado que nos permite crescer sem nunca perder a identidade.

Quais são os próximos passos para a Fábrica dos Óculos? O que deseja alcançar nos próximos cinco anos – em termos de expansão, inovação e legado empresarial?

Cinco anos é sempre um horizonte ambicioso, mas se há algo que nos define é a vontade de crescer, de forma consistente e sustentável. Seguramente, vamos continuar a nossa expansão em território nacional, procurando estar presentes em todos os grandes empreendimentos comerciais de referência no país.

A diversificação também será um eixo estratégico a considerar nos próximos anos, porque acreditamos que podemos acrescentar valor noutros segmentos relacionados com a saúde visual e a experiência do cliente. Acima de tudo, queremos continuar a ser o que sempre fomos: gente ambiciosa, humana, e com uma enorme vontade de fazer a diferença servindo pessoas – porque é isso que nos move desde o primeiro dia.

UMA HOMENAGEM COM SABOR À ALDEIA

Situada na pequena localidade da Fonte Boa dos Nabos, na Zona da Ericeira, a tasca que hoje dá vida à aldeia é muito mais do que um simples restaurante, é o reflexo de uma ligação emocional profunda ao lugar, de uma vontade de recomeçar de uma paixão genuína pela cozinha e pelas pessoas. Carlos e Rose Teles são o casal por trás deste espaço que, desde 2018, tem vindo a conquistar tanto locais como visitantes.

A opção pela aldeia foi, acima de tudo, um gesto de gratidão. Com alguma experiência na restauração e laços antigos com a região, onde já tinham vivido há mais de 15 anos, surgiu a oportunidade de reabrir um espaço que estava fechado há muito. A decisão, conta Rose, foi tomada com o coração: “O nosso objetivo sempre foi fazer uma homenagem à aldeia. Eu adoro Portugal, mas adoro mesmo esta aldeia”. Carlos assumiu o papel de pilar e equilíbrio da dupla: “Vim para a reforma, e a Rose assumiu o restaurante”, recorda.

Portugalidade no prato e no nome

O nome da casa, Tasca da Fonte Boa dos Nabos, é uma afirmação clara de identidade. “É o nome da aldeia. Decidimos manter isso. Queríamos que fosse o restaurante da aldeia, com muita portugalidade”, explicam. A ementa reflete esta intenção desde o primeiro prato até à sobremesa. Os sabores são tradicionais, mas com um

toque de personalidade. “Os pratos que mais recomendamos são o bacalhau à Fonte, o choquinho frito, o polvo na frigideira e o risoto de cogumelos com lobinho de robalinho”, nas sobremesas temos a merengada de limão, a tarte de maçã com bola de gelado, a torta de laranja com amêndoa, e a tarte de coco com nabo”, diz Rose. Para ela, cozinhar é um ato de paixão e responsabilidade: “Quando há dúvida sobre um produto, não o servimos. A saúde das pessoas está primeiro. É isso que faz um verdadeiro chef, não é só cozinhar, é acima de tudo pensar no outro”.

Ingredientes locais e autenticidade

A tradição estende-se aos ingredientes, grande parte deles oriundos da própria região. “Os legumes são de um senhor aqui da zona. Ele cultiva alface, tomate, batatas... às vezes até traz fruta da própria quinta”, refere Rose. “A carne vem de um talho na Achada, que tem

Rose e Carlos Teles, Fundadores

criação própria. E, como é perto, se for preciso, ele entrega na Tasca, com os cortes como eu gosto”, destaca a entrevistada.

As compras são feitas em pequenas quantidades, o que garante frescura e evita desperdício. “Compramos para dois ou três dias. Se houver alguma urgência, os fornecedores vêm logo cá. Isso dá-nos total tranquilidade”, acrescenta Carlos.

Qualidade no prato e no copo

A preocupação com a qualidade estende-se também ao vinho. “Gosto muito de vinho, mas não sou enólogo. Cheiro, provo, e escolho vinhos bons”, diz Carlos, que montou uma garrafeira com referências do Douro, Alentejo, Lisboa, Trás-os-Montes, Beiras e até da Península de Setúbal. “Não vendo vinho para enriquecer. Vendo para que os clientes bebam bom vinho, sem margens absurdas.

É isso que me interessa”, sublinha. Começaram por servir vinho a copo, em box, mas Carlos nunca desistiu das garrafas: “Tinha muitas. Vendia uma de vez em quando. Agora já procuram mais. Mas o importante é que seja bom”.

Uma equipa pequena, mas de confiança

A Tasca funciona com uma equipa de cinco funcionários, duas na cozinha, a Rose e uma ajudante. “Temos dois rapazes nas salas que são o nosso espelho e eu próprio. Se for preciso vir mais cedo ou ficar mais tarde, eles estão sempre disponíveis. Vestem a camisola. Temos uma equipa que sustenta o nosso serviço”, salienta Carlos.

O nosso objetivo sempre foi fazer uma homenagem à aldeia. Eu adoro Portugal, mas adoro mesmo esta aldeia

Ao fim de semana, chegam a servir entre 80 a 120 refeições por dia, incluindo muitos pedidos para fora. “Temos clientes fiéis, de todos os estratos sociais, alguns deles desde o início, muitas pessoas da zona, e bastantes pessoas de outras zonas do país. Isso significa muito”, evidencia Rose.

No início, rejeitaram o modelo dos menus diários, preferindo pratos à carta. “Mas durante a crise pós-pandemia tivemos que nos adaptar. Criámos pratos a 10 euros, como filetes de sardinha com arroz de tomate. Foi nessa altura que a comunicação social nos descobriu e começou a divulgar o nosso trabalho. Isso trouxe muita gente”, comenta Carlos.

Do vazio à casa cheia

Abrir a Tasca da Fonte Boa dos Nabos foi, nos primeiros tempos, um verdadeiro salto de fé. “O maior desafio? Fazer os clientes. Nós não tínhamos nada. Isto era um deserto”, lembra Rose. Sem qualquer publicidade, era Carlos quem ficava à porta a convidar os trabalhadores da zona a entrarem. “Estava desesperado, a pedir aos trabalhadores da zona para virem comer aqui”. A aldeia era praticamente desconhecida, até que começaram a surgir elogios inesperados: “Um senhor do Magoito disse-nos: ‘Vocês conseguiram fazer existir esta aldeia. Colocaram a Fonte Boa no mapa’”, destaca Rose.

A força da comunidade e o poder da palavra

Inicialmente, a ideia era criar um tasquinho para a aldeia, “um cantinho para os nossos vizinhos”. Mas depressa perceberam que isso não bastava: “Se fosse só com o pessoal da aldeia, não sobrevivíamos. Mas foram eles que nos aguentaram no princípio”, enfatiza Carlos. A viragem aconteceu com a ajuda inesperada de uma amiga, que começou a publicar fotos da comida nas redes sociais. “A partir dali, começou a vir gente. Mas o que mais trouxe clientes foi a palavra. O passa-a-palavra é que fez a diferença”, comentam. Nem tudo foram elogios no início. Rose recorda um momento difícil: “Uma senhora veio ter comigo e disse: ‘O teu cozido é horrível. Fecha isso, dá um tempo’. Quase chorei”. Longe de desistir, encarou a crítica como uma oportunidade.

“Ia à mercearia, pedia opiniões, perguntava como se fazia. Ouvia e aplicava”. Foi assim, com humildade e vontade de aprender, que foi afinando receitas e conquistando paladares.

Um toque único no sabor

A comida da Tasca é Portuguesa, mas com um toque especial. “Sou brasileira, não consigo fazer a comida 100% igual. A maneira de cortar, de manusear, muda tudo. Mas há sabor. Há alma. E isso sente-se”, diz Rose. Esse toque criou uma ponte com a comunidade brasileira, que encontra ali conforto e familiaridade. “Temos muitos clientes brasileiros. Mas o sabor continua a ser português, apenas com o meu cunho”, destaca a entrevistada. Carlos não tem dúvidas: “O sucesso da tasquinha deve-se muito ao sabor que a Rose dá. As pessoas dizem que lhes faz lembrar a comida da avó. E ela cozinha com esse carinho: quer mesmo que as pessoas gostem”.

Tradição com abertura à inovação

Apesar do foco na tradição, a curiosidade e a vontade de inovar estão sempre presentes. “Nos nossos dias de folga, vamos comer a outros sítios. Para aprender, experimentar, inspirar-nos”, refere Rose. Foi assim que nasceram novas ideias, como a tarte de nabo com coco, batizada de “Naboco”. “Queria criar algo com significado. Depois de vários testes, cheguei a essa versão. E as pessoas adoram”,

salienta com orgulho. Esse equilíbrio entre o clássico e o criativo tem sido a chave para manter a oferta relevante e cativante.

Crescimento com os pés na terra

A própria natureza do espaço ajudou a manter as expectativas realistas desde o início. “Abrimos com um patamar muito baixo. O nome ‘tasca’ diz tudo. E isso ajudou. Fomos crescendo devagar, com os pés no chão”, recorda Rose. A aposta na autenticidade e na simplicidade permitiu construir uma base sólida, sem pressas nem pretensões. Apesar disso, não deixaram de arriscar. “Jogámos nos dois campos. Se desse certo, era moderno. Se não, era um tasquinho, e continuava bem”, diz Carlos.

Da aldeia para o mundo

Embora esteja fora dos grandes centros, a Tasca beneficia de um perfil turístico muito próprio: o dos residentes estrangeiros. “Temos franceses, americanos, espanhóis, italianos, brasileiros, ingleses, muitos já vivem aqui na zona e gostam de frequentar a Tasca”, conta Carlos. A isso junta-se um novo público em crescimento: nómadas digitais e surfistas que vão descobrindo o espaço. O resultado? Um negócio estável ao longo de todo o ano. “Não temos quebras financeiras. Não há picos enormes, mas também não há meses fracos. Trabalhamos com uma cadência constante”, salientam. Mas mais do que consumidores, quem visita a Tasca torna-se parte da casa. A relação é próxima, feita de respeito, amizade e hospitalidade. “Isto não é só o nosso trabalho. É a nossa vida”, diz Rose. Um espírito que vem de trás. “Antes, aos fins de semana, tínhamos sempre gente em casa.

O Carlos sempre gostou de receber, e eu de cozinhar. Trouxemos isso para aqui. A Tasca é uma extensão da nossa casa”, declara.

Planos para o futuro

A expansão, para já, não está nos planos, e há várias razões para isso. “Tentámos ver se conseguíamos crescer para o lado do café e da mercearia, mas isso não se tornou possível. A ideia era unir tudo e fazer uma remodelação”, explica Rose.

Além disso, o tempo também dita o ritmo. “O Carlos já está reformado, e eu para lá caminho. Estamos bem assim, já não temos idade para andar em grandes aventuras, mas, como é óbvio, continuamos atentos ao que se passa à nossa volta”. O que começou como uma homenagem à aldeia transformou-se numa referência da região, sem nunca perder a alma com que nasceu. E mesmo que um dia fiquem por conta própria, a Rose garante: “A Tasca só fecha se eu não puder mais. Por falta de vontade, não será”. Enquanto houver paixão, e um tacho ao lume, a Tasca continuará a dar sabor e vida à aldeia.

GINÁSIO FORA DO TRADICIONAL TREINO PERSONALIZADO EM GRUPO

Com uma proposta assente em acompanhamento personalizado, motivação contínua e ciência do exercício, o UpGym afirma-se como um novo paradigma no setor do fitness em Portugal. Fundado por Hugo Bernardes, o projeto começou numa garagem e é hoje uma referência em Santa Cruz, desafiando os modelos tradicionais com um conceito centrado em resultados, proximidade e compromisso ético.

Hugo Bernardes, Fundador

A história do UpGym nasce de uma inquietação: porque é que a maioria das pessoas não consegue resultados nos ginásios tradicionais? Foi essa pergunta que Hugo Bernardes, fisiologista do exercício, tentou responder quando começou a sua carreira. “Percebi que o modelo dos ginásios clássicos não ajudava verdadeiramente os clientes. As pessoas começavam motivadas, mas desistiam ao fim de poucas semanas”, recorda. Depois de passar por alguns dos maiores clubes do país, percebeu que o problema não era técnico, mas estrutural. O modelo de funcionamento, assente em adesões massivas e baixa personalização, não promovia a consistência nem a motivação necessária para garantir mudanças reais. “As pessoas pagam, mas não vão. E os ginásios lucram com isso”, afirma. Foi essa inquietação que o levou a montar o seu próprio estúdio em casa, ainda em 2012. Com equipamento básico e a ajuda de amigos, começou a testar um novo modelo: treino personalizado em grupo, focado no emagrecimento, com acompanhamento constante e sem barreiras de entrada.

Este compromisso com o rigor permite ao UpGym fazer promessas ousadas – como a perda de 4 a 9 kg em apenas 30 dias

“Queria que fosse eficaz, acessível e ético. Nunca gostei da ideia de prender alguém com fidelizações se não está satisfeito”, diz.

Nascimento do UpGym

Em 2017, já com o conceito validado, nasce oficialmente o UpGym em Santa Cruz. “Começámos com 20 clientes. A ideia era simples: oferecer acompanhamento de qualidade, com resultados mensuráveis, a um preço justo”, refere Hugo. O sucesso foi imediato. Em poucos meses, o modelo cresceu, mantendo-se fiel aos princípios fundadores: foco em transformação real, proximidade e compromisso. Hoje, com duas unidades, em Santa Cruz e Torres Vedras, o UpGym distingue-se pelo conceito de PT de grupo, uma abordagem que conjuga o melhor dos dois mundos: personalização e motivação coletiva. “Chamam-lhe ‘mini aula’, mas não é. Cada treino é adaptado às necessidades e objetivos individuais. É personalizado dentro do grupo”, sublinha Hugo.

Acompanhamento constante, avaliação e biofeedback

A eficácia do modelo do UpGym assenta em dados objetivos e num acompanhamento rigoroso. Todos os clientes são avaliados mensalmente – em composição corporal, massa muscular, intensidade de esforço – e os planos de treino são ajustados com base nesses resultados. Além disso, a equipa recorre tanto a métodos tradicionais, como

Imagens de exemplo real: antes (esquerda) e depois (direita)

escalas de esforço e observação direta, como a tecnologia de ponta para monitorização em tempo real. Uma das ferramentas mais utilizadas é o wearable MyZone, com uma precisão de 99,94%, que permite acompanhar a frequência cardíaca e a intensidade de cada treino. “O nosso objetivo é garantir que os clientes se mantêm em zonas de esforço eficazes para o emagrecimento. Sabemos, por exemplo, que a partir dos 80% da frequência cardíaca máxima, há um gasto mínimo de 10 calorias por minuto. Tudo é medido e ajustado com base nesse conhecimento”, explica Hugo Bernardes. Este compromisso com o rigor permite ao UpGym fazer promessas ousadas – como a perda de 4 a 9 kg em apenas 30 dias – e sustentar uma taxa de fidelização média de 19 meses, muito acima da média nacional, que ronda os 3 a 5 meses. Mais do que resultados estéticos, trata-se de entregar consistência, acompanhamento e transformação real.

Pessoas antes de processos

Apesar do uso intensivo de métricas e tecnologia, Hugo Bernardes acredita que o fator humano continua a ser o mais determinante.

“Nós trabalhamos com o coração”, afirma. O processo de recrutamento é criterioso, não apenas pelas competências técnicas, mas sobretudo pela atitude e empatia dos candidatos. “Prefiro alguém que não saiba tudo, mas que tenha vontade de aprender e, acima de tudo, de ajudar os outros”, indica.

Essa exigência define o ambiente interno do UpGym, onde a cultura valoriza a escuta ativa, a entreajuda e a adaptação às necessidades emocionais dos clientes. “Colocamo-nos no lugar de quem entra com 30 kg a mais e pouca confiança. Esse é o ponto de partida para resultados duradouros”, realça Hugo. E resume sem hesitar: “Se o treinador não for capaz de se colocar no lugar do cliente, não serve”. É essa empatia que garante proximidade, segurança e motivação.

O fator emocional: a chave da retenção

Mas nem só de métricas se faz o sucesso. O aspeto emocional é fundamental. “Trabalhamos com o coração. Sem isso, o cliente atinge apenas 30% do que poderia. A ligação emocional, a comunidade e o sentimento de pertença são o motor que mantém as pessoas connosco”, frisa o gerente. Cada cliente tem vaga marcada, e se faltar, alguém liga. “Não para cobrar, mas para perguntar se está tudo bem. Essa responsabilidade mútua gera consistência. E a consistência gera resultados”, reforça.

Tecnologia, IA e o futuro do fitness personalizado

Com o mercado em constante transformação, o UpGym prepara-se para integrar novas ferramentas e modelos de personalização. “Estamos a trabalhar com uma empresa de inteligência artificial que vai permitir digitalizar 50% do meu raciocínio técnico”, revela. O objetivo é automatizar respostas, previsões e recomendações baseadas em dados reais, sempre apoiados no conhecimento e protocolos criados internamente. A evolução passará pela integração de tecnologia de ponta, maior controlo sobre as variáveis do treino e personalização on-demand. “O cliente vai querer saber exatamente o que está a acontecer com o

corpo dele em cada momento. E nós vamos garantir que isso seja possível”, esclarece Hugo. A marca acredita que o futuro do fitness assenta em três eixos: personalização extrema, integração tecnológica e excelência na experiência do cliente. “O cliente já não tolera falta de qualidade. Pode até pagar mais, desde que tenha resultados e se sinta bem tratado”, diz. A médio prazo, o plano passa por abrir mais unidades – sempre com equipas treinadas no modelo UpGym – e consolidar a presença digital da marca, apostando numa comunidade online ativa e bem acompanhada.

Um modelo que fideliza e transforma

Com um espaço de apenas 83 m² em Santa Cruz, o UpGym conta já com cerca de 200 clientes ativos. Aqui, não há treinos livres: tudo é acompanhado, planeado e monitorizado. “Mesmo quem tem o seu próprio plano é bem-vindo – desde que aceite ser acompanhado por um treinador. A segurança e os resultados não são opcionais”, garante Hugo. A proposta da marca é clara: motivar quem tem dificuldade em manter-se motivado, entregar resultados mensuráveis e criar uma comunidade onde a saúde física e mental andam de mãos dadas. A razão de ser do UpGym é o cliente. “A nossa missão é vender autoestima, confiança e felicidade através do corpo. Os treinos são o meio, não o fim”, conclui. Com este foco, o UpGym tornou-se sinónimo de resultados concretos, proximidade verdadeira e inovação constante – um exemplo vivo de como o fitness pode ser mais humano, mais eficaz e, acima de tudo, profundamente transformador.

Equipa

O nome pouco convencional surgiu como surgem os melhores sonhos: sem aviso e com um propósito. “Surgiu durante um sonho. No dia seguinte perguntei a amigos o que achavam. Achei meio descabido, mas percebi que ficava no ouvido”, conta Pedro Silva. E ficou mesmo, hoje é um nome reconhecido por quem procura peixe e marisco de qualidade em Santa Cruz. O espaço abriu portas em 2019, e reflete a identidade do dono, com uma decoração pessoal e afetiva. “Gosto de tratar isto como a casa da minha avó”, diz. Espelhos antigos, móveis restaurados à mão, peças que contam histórias. “95% das coisas que estão aqui fui eu que fiz. Pinto, restauro e decoro”, menciona. Tudo tem uma intenção e contribui para o ambiente de conforto e autenticidade. “Quero proporcionar uma experiência, não apenas uma refeição”, sublinha. E o ambiente conta tanto quanto o prato. As pessoas sentem-se em casa, rodeadas de objetos com significado, música tranquila e uma vista serena sobre o mar.

Peixe, marisco e uma grelha com segredo

Natural de Torres Vedras, Pedro identificou desde cedo uma lacuna: “Nunca houve aqui nenhum restaurante focado em peixe e marisco. Decidi apostar naquilo que nos define, o mar”, refere. Começou pelo peixe grelhado, fiel às origens e ao produto local.

O sucesso levou à evolução do conceito. “Comecei a vender mais marisco, criei um aquário, e hoje somos também a maris-

PEIXÃO NO PRATO, COM IDENTIDADE EM CADA DETALHE

Nascido de um sonho e moldado pela experiência, o restaurante Peixão, em Santa Cruz, alia peixe fresco, marisco de qualidade e uma garrafeira de referência. À frente do projeto está Pedro Silva, autodidata e determinado, que transformou a paixão pela cozinha num espaço único, onde cada detalhe conta uma história.

Pedro Silva, Fundador

queira que a aldeia não tinha. Há uma procura clara, e felizmente conseguimos responder com qualidade”, destaca o entrevistado. A grelha é uma extensão da sua cozinha. “Temos uma boa grelha de carvão, e sabemos usá-la bem”, afirma. Essa simplicidade com rigor é o segredo. “O conhecimento é muito mesmo. Há seis anos que estamos abertos e em todas as plataformas somos considerados o melhor restaurante da zona”, salienta Pedro.

Produto local, excelência regional

A filosofia de proximidade estende-se aos fornecedores. “Trabalho essencialmente com peixe e marisco. Tudo o resto compro aqui na região – vinhos, legumes, peixe – tudo de produtores locais. Cresci nesta terra, conheço as pessoas. Para mim, é uma questão de bom senso e respeito”, reconhece Pedro. Pedro acredita no valor daquilo que é nosso. “Hoje em dia estamos a produzir vinhos de excelente qualidade na região de Lisboa. Antes, éramos conhecidos pelo ‘vinho a martelo’, agora produzimos com distinção. Os brancos da nossa região são, para mim, os melhores do país”, acrescenta. A carta vínica do Peixão reflete essa aposta. “Comecei com poucos vinhos da zona. Hoje, cerca de 70% são da região de Lisboa. Tenho mais de 100 referências e vamos chegar às 300 com a nova garrafeira”, garante. A garrafeira – em construção – será uma das maiores da região Oeste. “Há clientes que vêm só pelos vinhos. Escolhem primeiro a garrafa e só depois a comida”, indica o gerente.

O sabor de um projeto feito à mão Pedro Silva está envolvido em todas as áreas do restaurante. “Sou eu que crio o menu, escolho os vinhos e até trato das limpezas logo pela manhã”, partilha com simplicidade. Este envolvimento total confere ao Peixão um cunho de autor, mas também uma pressão constante. “Quando não estou cá, os clientes sentem falta. Não sei explicar porquê, mas custa-me não estar. Sei que a minha presença faz diferença”, destaca. Admite não ser naturalmente virado para o atendimento. “Não sou da conversa, mas sei que é fundamental receber, ouvir, dar a cara”. Essa ligação direta cria fidelidade e torna a experiência mais humana. “Faz diferença um chef vir à mesa, saber quem está ali, criar essa ponte”, afirma.

Dos hotéis ao mar de Santa Cruz

A paixão pela cozinha nasceu da necessidade. “Comecei a viver sozinho aos 15 anos. Tive de aprender a cozinhar. Depois ganhei gosto”, sublinha. Trabalhou em hotéis de referência, como o Grupo SANA e o Campo Real, e passou pelo Dubai. “Foi um investimento pessoal gigante. Não pelo dinheiro, mas pela visão que trouxe. Conhecer outras realidades, outras formas de gerir e de estar na cozinha”, comenta Pedro. Essa experiência internacional moldou a sua forma de trabalhar. “Em Portugal somos muito fechados. Lá fora ganhei outra visão. E saí ainda mais convencido de que somos dos melhores do mundo. Só não temos consciência disso”, observa. Pedro defende que o verdadeiro valor está nas coisas simples – e na dedicação. “Hoje há uma crise de valores. As pessoas dão importância a tudo menos ao que deviam. Trabalhar na restauração é duro”.

Terraço, sunset e visão do futuro

O Peixão cresceu com tempo e consistência. Hoje, além da sala e da garrafeira, tem um terraço com 600 m². “No nosso rooftop, temos eventos todos os fins de semana, festas sunset, eventos privados. No verão é muito forte, no inverno é acolhedor. Trabalhamos com grandes empresas de Lisboa. O espaço tem identidade”, descreve o entrevistado. Há ainda o projeto da loja online de vinhos, que deverá arrancar em breve. “Será um negócio complementar. Muitos dos nossos clientes já vêm pelos vinhos, e queremos levar isso mais longe”, explica. Sobre o futuro, Pedro mantém os pés na terra. “Nunca fiz nada a pensar no lucro imediato. A marisqueira, o terraço, a garrafeira – tudo começou a render depois de muito investimento. As pessoas querem retorno rápido, mas as coisas boas demoram. É preciso investir primeiro em nós e no que acreditamos”, relata. Da vista sobre o mar ao prato bem servido, o Peixão é o resultado de uma filosofia pouco comum: foco na identidade, paixão pelo produto e respeito por quem ali se senta à mesa. “Este é o meu espaço. E é feito para quem valoriza o que é verdadeiro”, conclui. Num mundo onde tudo parece igual, o Peixão lembra-nos que o sabor autêntico e a dedicação sincera ainda fazem a diferença.

geral@peixao.com www.peixao.com

APOSTA NA PROXIMIDADE COM ESTRATÉGIA LOCAL

No coração do Algueirão Mem-Martins, o Intermarché assume-se como um exemplo de inovação e proximidade, combinando tecnologia avançada com uma gestão humana atenta e estratégica. Sob a liderança de Ernesto Cunha, um dos principais impulsionadores da modernização da marca em Portugal, esta loja representa uma nova geração de espaços comerciais focados na experiência do cliente, na eficiência operacional e no envolvimento com a comunidade local.

A visão de proximidade de Ernesto Cunha

Empresário aderente do Intermarché de Algueirão Mem-Martins um dos rostos mais ativos no processo de renovação e modernização da marca em Portugal. Ernesto Cunha tem um percurso consolidado no setor do retalho alimentar, integra o Grupo dos Mosqueteiros desde 2010 e, atualmente, faz parte do Conselho de Administração Alimentar do grupo. Começou por gerir a loja de Elvas, depois passou para a Marinha Grande e, agora concretizou um novo projeto em Sintra, com a abertura do Intermarché de Algueirão Mem-Martins.

“Queríamos uma loja de proximidade, pensada para servir essencialmente esta zona, até o cliente que vem a pé”, explica. Para Ernesto a opção por um espaço de 1.300 metros quadrados não foi uma limitação “É uma loja com dimensão humana, com serviços ajustados à realidade local”. Instalado num antigo posto de combustível convertido numa área de serviço Intermarché, o espaço conjuga supermercado, bombas de combustível, lavagens, loja de conveniência, papelaria, carregadores elétricos e até uma esplanada.

“Queríamos estar sempre perto do cliente com tudo o que ele possa precisar no seu dia a dia”. Especialista em frescos, tal como exige a vocação da insígnia, o Intermarché de Algueirão aposta em cadeias curtas de abastecimento, com parcerias locais e entregas frequentes do Mercado Abastecedor de Lisboa. A padaria funciona em produção contínua, com pão quente ao longo de todo o dia, e o talho segue a tradição portuguesa, com desmancha em loja.

Inovação tecnológica ao serviço da operação

A tecnologia tem vindo a desempenhar um papel transformador e cada vez mais estratégico na gestão diária das lojas. Ernesto Cunha destaca o impacto positivo das ferramentas digitais que o grupo tem vindo a desenvolver e implementar, permitindo uma operação mais eficiente e integrada. “Atualmente, dispomos de várias soluções digitais internas que agilizam e automatizam processos fundamentais. Por exemplo, utilizamos um tablet que, assim que recebemos a mercadoria, realiza automaticamente a integração dos lotes e das

Ernesto Cunha, Administrador

datas de validade. Este sistema minimiza os erros humanos e acelera significativamente o processo de receção, permitindo-nos poupar tempo e recursos”.

Para além da agilização do processo, esta digitalização garante um maior controlo e rastreabilidade dos produtos, o que é essencial num setor tão exigente como o retalho alimentar. “Ter esta informação de forma rápida e fiável facilita a gestão de stocks e a capacidade de responder com celeridade a qualquer anomalia, como produtos fora do prazo ou problemas de qualidade”. Outro benefício importante é a melhoria na comunicação interna. “A tecnologia cria canais mais diretos e eficientes entre as equipas e entre as diferentes lojas, o que ajuda a coordenar melhor as operações e a manter todos alinhados com os objetivos e procedimentos definidos”.

Contudo, Ernesto reforça que a tecnologia é uma ferramenta e não uma solução mágica. “A eficácia destes sistemas depende crucialmente da forma como os colaboradores aderem e cumprem os processos. Ter as ferramentas, é fundamental que as pessoas sigam os procedimentos rigorosamente. Quando saltamos etapas, acabamos por pagar a fatura mais tarde, com custos operacionais acrescidos, problemas na qualidade do serviço e, em última análise, a insatisfação dos clientes”. O investimento em tecnologia vem acompanhado de um desafio constante na formação e na motivação dos colaboradores para que estes consigam tirar o máximo partido das soluções disponíveis, integrando-as de forma eficaz no seu trabalho diário.

O desafio da nova geração de trabalhadores

Mais do que a tecnologia, o que verdadeiramente desafia o retalho atualmente é a gestão humana. “Estamos perante uma nova geração de colaboradores que é, na minha opinião, mais descomprometida. Estes jovens tendem a focar-se sobretudo nas suas necessidades pessoais, mostrando pouco interesse em acrescentar valor ou em atingir objetivos mais ambiciosos”.

Segundo o empresário, esta realidade traduz-se numa menor predisposição para o envolvimento profundo nas funções e nas dinâmicas da equipa. “Muitos limitam-se a cumprir o horário, querem apenas os dias de folga e evitam assumir responsabilidades além do estritamente necessário”.

Este fenómeno não é atribuído apenas às características da geração, mas também à forma como foram educados. “Acho que muitos pais, na tentativa de serem bons pais, acabam por não incutir valores fundamentais como a disciplina e o compromisso. Por isso, quando chegam ao mercado de trabalho, estes jovens não estão habituados a receber diretrizes ou a lidar com desafios de forma estruturada”.

Nesse contexto cria um desafio complexo para os líderes, que têm de encontrar novas estratégias para motivar e envolver uma força de trabalho com expectativas e atitudes muito diferentes das gerações anteriores. “Hoje, não basta gerir o trabalho, é preciso liderar com empatia, entender os valores e prioridades destas pessoas, mas também criar um ambiente que estimule o sentido de pertença e responsabilidade”. Além disso, Ernesto Cunha realça que o fenómeno não é homogéneo. “Existem jovens muito comprometidos e capazes, mas o padrão geral que temos encontrado torna a gestão de equipas

mais exigente, requerendo uma adaptação constante das práticas de recrutamento, formação e acompanhamento”.

Num mercado onde o custo da mão de obra aumenta e a produtividade pode cair, a necessidade de criar um equilíbrio entre exigência e motivação é ainda mais premente. “É fundamental investir em formação contínua, em comunicação transparente e em criar percursos que ajudem os colaboradores a verem valor no seu trabalho e a sentirem-se parte de um projeto maior”. Para Ernesto Cunha, o verdadeiro desafio está em encontrar o caminho que permita tirar o melhor partido da tecnologia e dos processos, mas sobretudo das pessoas, que continuam a ser o pilar fundamental para o sucesso de qualquer negócio no retalho.

Queríamos estar sempre perto do cliente com tudo o que ele possa precisar no seu dia a dia

Temos de ser capazes de adaptar os processos, os horários e até as formas de trabalho para responder às expectativas de uma força de trabalho diversificada e a um mercado cada vez mais competitivo

Liderar em contexto de mudança

Este cenário complexo exige dos líderes uma postura mais presente, estratégica e flexível. “A forma como recrutamos, formamos e gerimos as equipas têm de evoluir. Precisamos de encontrar formas eficazes de motivar, envolver e desenvolver o potencial dos nossos colaboradores”. A tarefa torna-se ainda mais difícil devido ao aumento significativo dos custos laborais. “O salário mínimo subiu mais de 50% nos últimos sete anos e prevê-se que continue a crescer nos próximos anos. Contudo, ao mesmo tempo, a produtividade tem vindo a diminuir, o que cria um desequilíbrio preocupante”. Para o empresário o desafio passa por conciliar estes fatores e apostar na eficiência. “Temos que ser cada vez mais produtivos, mais

eficientes, porque só assim poderemos garantir a sustentabilidade dos nossos negócios e continuar a oferecer preços competitivos e qualidade aos nossos clientes”.

Esta conjuntura obriga também a uma revisão contínua das práticas de gestão. “Não basta manter o que já fazíamos, é preciso inovar na forma como lideramos, promovendo uma cultura de responsabilidade e proatividade”. Cunha destaca ainda a importância de investir em formação constante, que não seja apenas técnica, mas também focada em competências interpessoais e no desenvolvimento pessoal. A comunicação transparente e o feedback construtivo são outros pilares essenciais. “É fundamental que os colaboradores sintam que fazem parte de um projeto maior, que o seu trabalho é valorizado e que podem crescer dentro da organização”.

Além disso, a flexibilidade organizacional ganha relevância num mercado em rápida transformação. “Temos de ser capazes de adaptar os processos, os horários e até as formas de trabalho para responder às expectativas de uma força de trabalho diversificada e a um mercado cada vez mais competitivo”.

A trajetória de Ernesto Cunha é marcada por uma visão estratégica e profundamente humana, mostra que o sucesso no retalho alimentar vai além da eficiência operacional ou da inovação tecnológica. No Intermarché de Algueirão Mem-Martins, cada decisão do layout da loja à gestão das equipas, reflete um compromisso com a comunidade local, com a sustentabilidade do negócio e com a valorização das pessoas. Num setor em constante transformação, onde os desafios de gestão humana se tornam tão complexos quanto os avanços tecnológicos, a liderança de proximidade ganha um novo significado. É neste equilíbrio entre exigência, empatia e visão de longo prazo que Ernesto Cunha constrói, todos os dias, um retalho mais próximo, mais moderno e, sobretudo, mais humano.

EMOÇÃO SERVIDA À MESA

Nascido do cruzamento entre o sonho, a persistência e a paixão por criar memórias, o Restaurante Morena, situado nos Casalinhos de Alfaiata, em Silveira (Torres Vedras), é muito mais do que um espaço de refeições. É o reflexo vivo da história de vida de Mónica Araújo, Proprietária do espaço, e da fusão entre tradição, inovação e emoção.

Mónica Araújo é o rosto por trás do projeto. Brasileira, natural de Recife, chegou a Portugal há 28 anos, à procura de uma vida melhor para o filho, que trouxe consigo um ano depois. Com um percurso marcado pelo trabalho incansável, teve vinte pastelarias, até decidir dar um novo rumo à sua história, com o apoio do seu companheiro, Paulo Francisco, também ele empresário na zona. Há 19 anos, encontrou em Torres Vedras o lugar certo para assentar e, mais recentemente, o palco ideal para recomeçar com aquilo que sempre sonhou: um restaurante seu, pensado de raiz e partilhado com o filho Renato, que hoje é cozinheiro no Morena.

“Começar de novo depois de 28 anos não é fácil”, admite. “Mas eu não consigo estar parada.” Essa energia inquieta e criativa está por todo o lado, na forma como o espaço acolhe, nos sabores que desperta e na experiência que oferece a quem entra. Com um percurso profissional diverso, a empreendedora sempre nutriu o desejo de criar algo seu. “Sempre sonhei com um espaço onde as pessoas não viessem apenas para comer, mas para viver experiências”, afirma.

Mónica Araújo, Administradora

A identidade do Morena

O nome “Morena” não foi escolhido ao acaso. Tem uma ligação profunda com as raízes de Mónica e com um momento de renascimento na sua vida. “Um dia, ouvi uma música da minha cidade que se chama ‘Morena Tropicana’”, recorda. “Eu pensei volto a começar a minha vida depois de 28 anos, e volto a começar a minha vida com o mesmo filho que eu trouxe comigo quando cheguei a Portugal. E eu disse, o nome vai ser Morena.” Para Mónica, o nome é uma referência à sua terra natal e também um símbolo de recomeço, força e identidade, uma homenagem à sua história e à sua ligação emocional com o espaço que criou. Essa intensidade está presente em cada pormenor do restaurante, desde o atendimento caloroso, à apresentação cuidada dos pratos, até à seleção musical que acompanha as noites temáticas, cuidadosamente pensadas para criar atmosferas únicas.

A decoração do Morena é outro dos pilares da identidade de Mónica. O espaço é moderno, acolhedor, marcado por tons quentes que evocam conforto e proximidade, combinados com elementos naturais que trazem uma sensação de leveza e equilíbrio. Cada peça, cada objeto, cada luz foi escolhida para proporcionar uma experiência sensorial que vai além da gastronomia. E é exatamente isso que se sente ao entrar: um ambiente que é informal, mas com uma atenção detalhada que revela sofisticação e cuidado.

Até o logótipo reflete esse universo simbólico, Mónica idealizou uma imagem que representasse o espírito do restaurante e a sua própria energia. “Tive a ideia de criar um rosto com metade mulher e metade animal. Queria um animal com garra, força, e pensei numa onça, porque acho que me representa”, conta. O resultado é um símbolo visual marcante, que traduz a fusão entre feminilidade, instinto e poder, e que hoje dá cara à identidade visual do Morena.

Sabor e emoção no prato

No Restaurante Morena, comer é apenas o ponto de partida. Cada prato é pensado como uma extensão da experiência emocional que o espaço pretende oferecer. Há uma procura constante pelo equilíbrio entre sabor, estética e memória.

Mais do que seguir tendências, o foco está em criar ligações com quem se senta à mesa. A cozinha privilegia ingredientes frescos e locais, escolhidos com exigência, mas tratados com simplicidade. “Vamos buscar um pouco do moderno, tradicional, internacional também”, refere Mónica. A ideia é que cada prato desperte emoções, que lembre um cheiro, um momento ou uma conversa antiga.

O “Bife à Morena” tornou-se símbolo dessa filosofia: um prato de sabores marcantes, com uma base clássica, mas reinventado à imagem da casa. Mais do que uma receita, é um prato com alma, capaz de tocar quem o prova. Mónica partilha um episódio que a marcou: “No outro dia, uma senhora disse-me uma coisa que me deixou muito emocionada. Ela veio cá comer o bife e, no final, disse: ‘Hoje emocionei-me a comer este prato.’ Perguntei porquê e ela respondeu: ‘Lembrei-me da minha tia, que já faleceu, e fazia exatamente este bife assim, com esse molho.’” Para Mónica, este momento confirmou que estava no caminho certo, que a comida

Queria um animal com garra, força, e pensei numa onça, porque acho que me representa

pode ser memória viva, capaz de despertar sentimentos profundos.

A carta, além do icónico bife, abre espaço para sugestões mais leves e pratos de inspiração variada, que mudam com a estação ou com o estado de espírito da equipa. A carta está viva, tal como o restaurante, em constante evolução.

E se o sabor está nos pratos, a alma está na música. As noites de música ao vivo são momentos centrais na dinâmica do restaurante, pensados para envolver todos os sentidos. A empresária conta como é feita a seleção dos músicos “Sei que há pessoas que gostam de rock. Há pessoas que gostam da música sertaneja, de samba. Então eu misturo um pouco aqui do que ouço e muito que as pessoas dizem. E vou buscar o que eu já tenho de experiência para ir buscar os músicos”.

Ao fim de semana, a sala transforma-se: há partilhas, risos, e até quem se levante para dançar. É um jantar que se estende naturalmente, sem pressas, como se estivéssemos em casa de amigos. No fundo, é essa a proposta do Morena, ser mais do que um restaurante. Ser um lugar onde a comida e a emoção se encontram, sem formalismos, mas com alma.

Crescer com raízes

Apesar de ser um espaço recente, o Restaurante Morena tem crescido de forma consistente e orgânica. A fidelização dos clientes, a presença nas redes sociais e o boca-a-boca têm sido os principais motores do sucesso. “Temos pessoas que vêm de longe só para nos conhecer, outras que regressam todas as semanas. É sinal de que estamos no caminho certo.”

Mas o caminho não fica por aqui. Mónica e o filho Renato já pensam em dar novos passos, com planos de expansão física do espaço. “Se calhar vamos pensar em fazer uma sala em vidro…”, partilha Mónica com entusiasmo. “A ideia é criar uma nova área envidraçada, eu gostava de ter espaço para as pessoas dançarem, todas aí à frente.” O objetivo é prolongar a experiência das noites de música ao vivo, integrando ainda mais o corpo e a emoção na vivência do restaurante.

É essa a proposta do Morena, ser mais do que um restaurante. Ser um lugar onde a comida e a emoção se encontram, sem formalismos, mas com alma

A ligação ao território é também uma dimensão que Mónica faz questão de preservar, mesmo tendo nascido no Brasil, em Recife. Está em Portugal há 28 anos e vive na zona de Torres Vedras há 19. Sente-se enraizada na comunidade da Silveira. Para a empresária, crescer não é esquecer de onde se veio, é transformar o que se tem com autenticidade, e partilhar isso com os outros.

Um projeto familiar com propósito

Uma das características mais marcantes do Morena é a sua natureza familiar. O filho é cozinheiro no restaurante, a mãe ajuda na confeção das sobremesas, e até o companheiro de Mónica dá apoio à gestão. “O restaurante é o reflexo da nossa vida familiar.”

Atualmente, o Restaurante Morena conta com uma equipa que pode chegar às 16 pessoas, consoante o dia. Na cozinha trabalham cinco elementos fixos, aos quais se juntam dois colaboradores responsáveis pela limpeza. Na sala, durante a semana, costumam estar quatro pessoas, mas em dias de maior movimento como ao fim de semana, o número sobe, havendo geralmente cerca de doze pessoas a trabalhar em simultâneo. A própria Mónica continua muito presente no funcionamento diário do restaurante, apoiando tanto a gestão como o serviço de mesa quando necessário. É uma equipa dinâmica, ajustada às exigências do espaço, que funciona com espírito de entreajuda e flexibilidade.

Mais do que números ou metas financeiras, o sucesso do Restaurante Morena mede-se em emoções, em histórias partilhadas à mesa, em abraços trocados no final da noite. “O nosso objetivo é marcar a diferença. Ser um lugar de afeto, onde se come bem, se ri, se canta e se vive intensamente”. 261 145 699 (chamada para rede fixa nacional)

CONSTRUÇÃO DE PISCINAS DURÁVEIS COM ATENDIMENTO

PERSONALIZADO

Com apenas dois anos de existência, a Poolconstrói tem-se destacado na construção de piscinas em betão, apostando na durabilidade, inovação tecnológica e acompanhamento personalizado. Fundada por Mário Feijão, a empresa alia tradição familiar, visão de futuro e uma ética de trabalho centrada no cliente.

Mário Feijão cresceu rodeado de histórias e desafios da construção civil. Os avós, tanto do lado materno como paterno, tinham empresas do setor, e o pai trabalhou durante anos na área, sobretudo em piscinas. “Quis fugir à construção, porque vi as dificuldades que a família passou nas crises. Mas acabei por perceber que era este o meu caminho”, conta. Independente e empreendedor desde cedo, Mário sabia que trabalhar para outros não fazia parte dos seus planos. Com espírito de iniciativa, criou a Poolconstrói e convidou o pai para assumir o papel de encarregado, aproveitando a sua vasta experiência. “Foi uma escolha natural.

O meu pai tem mão firme, conhece o setor, e juntos conseguimos construir algo com base sólida e valores partilhados”, afirma.

Aposta na confiança e no acompanhamento direto Apesar da juventude da empresa, o crescimento foi surpreendente. “Em dois anos conseguimos garantir trabalho para mais um. Crescemos com base em recomendações de clientes satisfeitos e isso, para mim, vale mais do que qualquer publicidade”, partilha. Esse sucesso deve-se, em grande parte, ao acompanhamento próximo que Mário faz questão de manter com todos os clientes. “Atendo sempre o telefone, participo nas reuniões, acompanho a obra e explico todas as fases do processo. O meu maior desafio diário é garantir tranquilidade ao cliente. Se ele estiver descansado, a nossa missão está cumprida”, destaca.

Equipa sólida, unida e valorizada

A Poolconstrói é composta por uma equipa pequena, mas coesa com cinco elementos que trabalham com dedicação e partilham o mesmo sentido de responsabilidade. “Remamos todos para o mesmo lado. Já tenho duas equipas a trabalhar em simultâneo em projetos distintos, o que nos dá margem de crescimento”, refere o fundador. Mais do que chefia, Mário acredita na partilha e na valorização. “Neste verão, mesmo sendo época alta, vamos todos tirar duas semanas de férias. É a minha forma de agradecer o empenho de cada um. Até agora, ninguém me falhou”, menciona.

Só trabalhamos com equipamentos de topo. Se não posso cumprir esse padrão, prefiro perder a obra

Mário Feijão, Fundador

Piscinas para durar uma vida inteira

Especializada em piscinas de construção civil, nomeadamente em alvenaria e betão, a Poolconstrói aposta numa abordagem técnica que privilegia a robustez e a durabilidade. Para Mário, uma piscina deve ter o mesmo tempo de vida útil de uma casa. “Não vendo soluções temporárias. Vendo garantias”, assegura. Esse compromisso está refletido na escolha criteriosa de materiais e equipamentos. Desde sistemas de filtração e aquecimento, até aos dispositivos elétricos e de segurança, tudo é pensado para durar – e para funcionar com eficiência. “Só trabalhamos com equipamentos de topo. Se não posso cumprir esse padrão, prefiro perder a obra”, declara o entrevistado.

Tecnologia e inovação como valor acrescentado

A Poolconstrói investe também em tecnologia de controlo remoto por Wi-Fi, que permite, por exemplo, abrir e fechar coberturas à distância ou ajustar o funcionamento da piscina. A iluminação é outra área em constante inovação, oferecendo aos clientes soluções estéticas, funcionais e energeticamente eficientes.

Toda a parte elétrica e eletrónica – incluindo bombas, skimmers, filtros, controladores, tomadas e painéis – é cuidadosamente integrada no projeto desde o início. “A diferença está nos detalhes. E os detalhes fazem toda a diferença na durabilidade e segurança”, garante Mário.

Reabilitar com verdade e transparência

Para além das construções novas, a empresa também atua na reabilitação de piscinas antigas. Aqui, o principal desafio é a honestidade. “Muitas vezes, é preciso refazer quase tudo. E eu explico isso com total transparência. Os clientes estão cada vez mais informados e exigentes. A nossa missão é corresponder com seriedade”, comenta o fundador. Cada projeto é estudado à lupa, e as soluções são personalizadas, respeitando as condições técnicas e a expectativa do cliente. “Crescemos com essa exigência e aprendemos todos os dias com cada obra”, indica.

A sofisticação está no que é discreto e bem executado. O foco agora é não romper com a envolvência natural

Sustentabilidade e integração paisagística

Uma das tendências mais marcantes do setor é a procura por piscinas sustentáveis, tanto em termos energéticos como estéticos. Os clientes procuram cada vez mais materiais cerâmicos e pastilhas com acabamento natural, que se integrem harmoniosamente na paisagem. “A sofisticação está no que é discreto e bem executado. O foco agora é não romper com a envolvência natural”, diz Mário.

A Poolconstrói acompanha de perto essa evolução, aliando o bom gosto à funcionalidade, e mantendo o seu padrão de qualidade. “Não basta ser bonito. Tem de durar, funcionar bem e ser fácil de manter”, afirma com convicção.

O olhar para o futuro

O futuro da Poolconstrói passa pela diversificação. Mário Feijão já investiu na compra de duas moradias para remodelação e posterior venda, com vista a entrar também no mercado imobiliário. “Queremos aplicar o mesmo rigor e exigência das piscinas na remodelação de casas”, destaca.

O plano a médio prazo inclui ainda o sonho de criar uma unidade de alojamento local, aliando a construção e hospitalidade. “O turismo está nos meus planos. É um passo natural, e já estou a desenhar o projeto”, conclui o entrevistado.

Com dedicação, visão e uma relação próxima com os clientes, Mário Feijão está a construir muito mais do que piscinas – está a construir confiança, reputação e um futuro sólido para a Poolconstrói. Uma empresa que, apesar de jovem, assenta em décadas de experiência e num olhar moderno sobre a construção e a valorização dos espaços de lazer.

O COMPROMISSO DO ENGº RUI TERRAS NA RESTAURAÇÃO

Boca Santa e Max Garden são dois espaços que redefinem a gastronomia em Santa Cruz. Em conversa com Rui Terras, percebemos que cada detalhe reflete paixão, autenticidade e visão. O engenheiro que trocou os grandes projetos pela restauração investe agora em experiências autênticas. Da tradição portuguesa aos sabores internacionais, os seus restaurantes acolhem todos os públicos. São lugares onde se celebra a comida, a comunidade e a vida.

Um apaixonado por Santa Cruz encontrou nesta pequena aldeia o paraíso e a qualidade de vida que tanto procurava. Com uma vida cheia de grandes projetos e obras internacionais no âmbito da engenharia topográfica, decide então mudar de vida para estar mais perto da família e amigos. Aventura-se no projeto de restauração Boca Santa, mesmo no miradouro de Santa Cruz, no antigo espaço “Postigo”. Ao longo dos anos, vê Santa Cruz aos poucos a perder-se no tempo e decide inovar, criando o café Max Bistrô, um tributo à sua praia de juventude, a Praia do Max. Com tantas ideias retiradas das inúmeras viagens pelo mundo, introduz neste novo espaço comidas alternativas, voltadas para uma alimentação mais cuidada e saudável. Durante a pandemia da Covid-19, surge então o Max Garden, onde combina sabores internacionais com a tradição portuguesa, criando uma carta que agrada a todos os gostos. A diversidade à mesa reflete também a diversidade de públicos que frequentam os seus espaços: locais, turistas, jovens e famílias.

Rui Terras, Proprietário
Interior - Max Garden
Interior - Boca Santa

Criatividade e compromisso: a receita do sucesso

No cenário competitivo e em constante transformação da restauração portuguesa, Rui Terras destaca-se pela paixão, resiliência e capacidade de adaptação que imprime nos seus restaurantes Boca Santa e Max Garden, em Santa Cruz. Entre desafios constantes, mostra que gerir restaurantes hoje é um verdadeiro exercício multifunções, onde o contacto humano e o compromisso com a qualidade são chave para o sucesso.

“Para mim, o mais gratificante é a interação com as pessoas: clientes, funcionários, fornecedores. Cada conversa traz algo novo, um desafio, uma aprendizagem. Isso é o que faz valer a pena todo o esforço”, afirma. Rui acumula múltiplas funções, desde a cozinha à gestão, passando pelas redes sociais, tudo para garantir qualidade e controlar custos. Sobre os preços, reforça: “Procuro mantê-los justos. Tenho absorvido os aumentos de custo, não quero penalizar o cliente”. O sucesso dos seus dois restaurantes é a prova de que, na restauração, paixão, adaptação e uma gestão rigorosa são o caminho para enfrentar os desafios do setor. Além disso, continua a fazer trabalhos de topografia, atividade que considera ser o seu verdadeiro “anti-stress”. Mesmo com o tempo contado, ainda se dedica ao Movimento Santa Cruz Viva, através do qual ajuda a organizar eventos solidários e focados no desenvolvimento da comunidade local.

“Estes eventos são sempre fora da época balnear para trazer vida e movimento à vila todo o ano. Santa Cruz merece”, remata.

Boca Santa: História, Sabor e Território

O restaurante Boca Santa situa-se num local privilegiado em Santa Cruz. Situado no Miradouro de Santa Helena, possui a melhor vista para o pôr do sol. Com um interior cuidado, charmoso e cativante, este espaço moderno, com suaves apontamentos rústicos, também possui uma agradável esplanada para que se possa desfrutar de um ambiente acolhedor com vista para o mar. Aqui encontra o melhor marisco e pratos de peixe em Santa Cruz: desde petiscos como as tábuas de sapateira ou ameijoas, até aos pratos mais tradicionais como o polvo ou as cataplanas, passando ainda por carnes selecionadas. “Cerca de 80% dos nossos produtos são da região, desde o pão aos legumes, dos peixes às carnes”, destaca Rui.

A restauração em Portugal vive grandes transformações, com clientes cada vez mais exigentes, que procuram não apenas boa comida, mas também boas experiências. Rui acredita que os restaurantes têm de se reinventar constantemente, investindo em criatividade, imagem e ambiente. “Hoje, as pessoas sentem-se alimentadas só de ver o prato. Gostam de partilhar essas experiências nas redes sociais”.

No Boca Santa, a carta de vinhos é cuidadosamente selecionada, composta apenas por vinhos da região de Torres Vedras e arredores. “Estamos a trabalhar com o guia do enoturismo da Câmara. Todos os vinhos que servimos vêm de quintas da Região de Lisboa”, menciona

O Restaurante Boca Santa não é apenas comida e bebida: é um marco identitário da vila e um ponto de informação cultural. Desde os poetas que aqui viveram às invasões francesas e até aos dinossauros que um dia habitaram esta zona, aqui percebe-se que Santa Cruz é muito mais do que praia. No Boca Santa, une-se a gastronomia à história, cultura e tradição.

Mesmo estando numa região sazonal, o restaurante está aberto todo o ano, recebendo quem quer conhecer mais da verdadeira Santa Cruz.

Cataplana de Marisco - Boca Santa
Pôr do Sol - Boca Santa
Peixe Grelhado - Boca Santa

Max Garden: diversidade e contemporaneidade

O projeto Max nasce da necessidade de introduzir em Santa Cruz um pouco das viagens que Rui fez, e continua a fazer. Espaço virado para a natureza e para os novos tempos, aqui até pode trazer o seu animal de estimação para lhe fazer companhia.

Com vista para o mar, este restaurante moderno e acolhedor combina o melhor da gastronomia contemporânea com um ambiente descontraído, perfeito para almoços tranquilos, jantares românticos ou encontros entre amigos. Não há televisões, apenas boa conversa. “Para mim, todas as refeições são momentos a partilhar com pessoas especiais”, defende Rui. No Max Garden, a carta é diversificada e inclusiva, com ingredientes frescos e atenção ao detalhe. É um espaço onde todos se sentem bem: do avô ao neto. Há pratos portugueses, italianos, asiáticos, vegetarianos, vegan e sushi. O polvo e as lulas, o risotto e o caril asiático de legumes estão entre os preferidos.

Aqui, o atendimento é marcado pela simpatia e profissionalismo, como o próprio Rui gosta. Os elogios falam por si: “Uma experiência deliciosa! Sushi incrível e atendimento exemplar.” / “Espaço encantador, comida muito boa e ótimo custo-benefício.” / “Opções vegetarianas com muito sabor e criatividade!”

O ambiente contemporâneo inclui uma pequena esplanada solarenga e um interior acolhedor decorado com inspiração na natureza e reflexão espiritual. Neste momento, o Max Garden tem uma exposição de pinturas em aguarela feitas por um jovem artista local e amigo de Rui: Johnny, “um talento enorme e um coração ainda maior”. O Max Garden é hoje uma referência em Santa Cruz, elogiado por turistas e locais. Sem dúvida, um lugar a visitar.

O futuro é de quem sonha com raízes

Nos próximos anos, Rui não prevê grandes mudanças, prefere manter a solidez e melhorar detalhes. “Todos os anos faço algo novo, na decoração, na carta, mas sem perder a essência”, salienta. Para quem quer investir na região, deixa um conselho direto: “Não venham para enriquecer. Venham pelo estilo de vida. Se tiverem uma boa ideia, financiamento e resiliência, vale a pena. Mas tem de haver paixão, capacidade de aguentar três anos difíceis, e vontade de contribuir”, evidencia o gerente.

Mais do que empresário, Rui vê-se como comunicador: “A minha paixão é comunicar. Aprendo sempre com os outros. O restaurante não é um fim, é um meio para criar experiências”, conclui. O Boca Santa e o Max Garden não são apenas restaurantes. São extensões de uma visão pessoal, de um compromisso com a terra e com as pessoas. São lugares onde se come bem, mas sobretudo onde se vive uma experiência pensada, honesta e com sentido.

maxgardensantacruz@gmail.com bocasantacruz@gmail.com

Bacalhau à Santa Cruz - Max Garden
Sushi - Max Garden
Polvo à Lagareiro - Max Garden
Bem-vindos ao Max Garden

MONTESSORI: A REVOLUÇÃO NECESSÁRIA NA EDUCAÇÃO

A pedagogia Montessori representa hoje muito mais do que um método educativo. É uma verdadeira transformação na forma como entendemos o desenvolvimento da criança e o papel do adulto nesse processo. Montessori promove a autonomia, o pensamento crítico e oferece respostas para os desafios da educação contemporânea, preparando as próximas gerações para um mundo em constante mudança. À conversa com Jorge Beira, Fundador e Diretor do Instituto de Educação Maria Montessori em Portugal, ficámos a conhecer a filosofia, os desafios e os planos de expansão deste projeto transformador.

A educação é um pilar essencial de qualquer sociedade, e muitas famílias em Portugal têm procurado alternativas que estejam mais alinhadas com a forma como querem educar os seus filhos. A pedagogia Montessori tem atraído muito interesse nos últimos anos, mas é essencial obter mais conhecimento (tanto para profissionais como para famílias) para que possam surgir novos projetos com autenticidade e um impacto para a sociedade. Jorge Beira, cientista e investigador, abraçou a missão de trazer para Portugal a formação da AMI, certificada e reconhecida internacionalmente, para apoiar a formação rigorosa e fidedigna de novos profissionais (ou até apoiar famílias que tenham interesse em aprender mais sobre Montessori). O Instituto de Educação Maria Montessori, centro de formação da Association Montessori Internationale (AMI) em Portugal, promove a pedagogia Montessori com cursos certificados para todas as faixas etárias e uma missão clara: preparar os adultos para respeitar o verdadeiro potencial da criança.

Educar com base no desenvolvimento humano

O método acompanha a criança desde o nascimento até à adolescência, adaptando-se às suas necessidades. Para Jorge, “a formação é mais do que técnica, é transformar a forma como vemos a criança”. Jorge destaca “Em setembro lançamos um curso online dos 0 aos 3 anos. Muitos pais e cuidadores ficam apaixonados e é um ótimo ponto de partida”. Os cursos de Orientação (online) são uma forma de aprender mais e poder apoiar o desenvolvimento das crianças em casa, colocando em prática

os princípios fundamentais da pedagogia Montessori. Este ano, o IEMM Portugal amplia a oferta com formações para quatro faixas etárias, e organiza pela primeira vez um Diploma 0–3 (para quem procura ser Guia Montessori) que começa em Novembro.

“Montessori é mais que um método, é uma filosofia. A criança aprende através da experiência directa, da exploração dos seus interesses e das interações que vive no seu ambiente”, explica Jorge.

Um ambiente educativo bilíngue e multicultural

Para além do IEMM Portugal, Jorge iniciou a “Montessori Humans” (www.montessorihumans.com), um projeto educativo bilíngue no Oeste (próximo de Torres Vedras) para crianças dos 3 aos 6 anos. “A mente absorvente da criança permite aprender várias línguas facilmente, desde que haja consistência. É uma capacidade inata,” relembra Jorge, que tem sido convidado a dar palestras sobre a ciência por detrás de Montessori em conferências internacionais e também em eventos nacionais como o Education Summit.

O centro de formação IEMM Portugal, sob a liderança de Jorge Beira, tem sido um farol na promoção desta filosofia, oferecendo cursos certificados que preparam educadores e famílias para abraçar o potencial único de cada criança. A aposta na formação para todas as idades e o compromisso com a autenticidade e qualidade reforçam a missão de levar esta pedagogia a mais crianças. Montessori surge como uma revolução silenciosa, mas profunda, na construção de uma sociedade mais consciente, empática e humana.

Jorge Beira, Fundador e Diretor

A DOREVOLUÇÃO MOBILIÁRIO

EM PORTUGAL

A WindMóveis nasceu da vontade de inovar no setor do mobiliário, unindo a conveniência do comércio eletrónico a um atendimento próximo e personalizado. Desde 2013, a empresa tem vindo a crescer e a conquistar clientes por todo o país, apostando numa experiência de compra que alia o digital e o físico, criando um modelo de negócio pioneiro e eficaz, como conta em entrevista, João Pedro Marques, Gerente e Proprietário.

Origem e visão pioneira

Fundada há mais de uma década, a WindMóveis iniciou-se como um projeto exclusivamente online, numa época em que o e-commerce em Portugal ainda dava os primeiros passos e o consumo digital estava longe de ser a norma. João Pedro Marques, gerente e proprietário, conta que o seu percurso no setor imobiliário lhe deu a perspetiva de uma oportunidade clara “O que me impulsionou foi a minha experiência no ramo imobiliário e a perceção de que havia uma oportunidade de negócio com baixo investimento inicial. A ideia era trabalhar com um computador, receber encomendas online e investir em publicidade, sem necessidade de loja física, funcionários ou rendas elevadas”.

Numa fase em que poucos arriscavam no digital, a WindMóveis apostou na conveniência e rapidez da venda online como ponto de partida. João Pedro reconhece que a proposta era ambiciosa: construir uma loja 100% digital num setor ainda muito dependente da experiência sensorial. “O foco era criar uma estrutura ágil, com custos reduzidos, que pudesse crescer de forma orgânica. Acreditávamos que o futuro passava inevitavelmente pelo online”.

Rapidamente, contudo, perceberam que os clientes portugueses valorizam mais do que apenas preço e conveniência: querem confiança, proximidade e contacto real com os produtos. “Os clientes queriam visitar uma loja física, sentir a qualidade, e saber onde bater à porta se algo corresse mal”, explica João Pedro. Este insight foi decisivo para

João Pedro Marques, Gerente e Proprietário

a evolução do modelo de negócio, levando à abertura de uma loja física em Silveira, Torres Vedras, que hoje funciona como showroom e base logística da empresa.

A transição de um modelo puramente digital para uma presença física estratégica revelou-se um passo essencial para consolidar a confiança dos consumidores e responder às suas necessidades emocionais e práticas. Ao conjugar visão empreendedora com capacidade de adaptação, a WindMóveis marcou o seu lugar como uma marca inovadora, próxima e resiliente, que soube antecipar tendências sem perder o toque humano.

A necessidade da loja física

Apesar da aposta pioneira no digital, a WindMóveis compreendeu que o contacto presencial continua a ser essencial para muitos consumidores portugueses. “Percebemos que, embora o comércio online facilite a pesquisa, o cliente ainda quer sentar-se num sofá, testar colchões, ver ao vivo as peças”, refere o gerente. A confiança no processo de compra passa muitas vezes pela experiência sensorial, o toque, a escala real do móvel, a conjugação de materiais e cores com o gosto pessoal e o ambiente da casa.

Ciente desta realidade, a empresa investiu numa loja física de cerca de mil metros quadrados, localizada em Silveira, Torres Vedras. Este espaço funciona como um showroom amplo e cuidadosamente organizado, onde os clientes podem experimentar uma seleção representativa dos milhares de produtos disponíveis online. “Tentar ter pelo menos uma peça de cada fornecedor ajuda o cliente a perceber as diferenças entre materiais e acabamentos, algo que não se consegue transmitir só pelo digital”, explica João Pedro. Mais do que uma simples loja, o espaço físico da WindMóveis serve como ponto de encontro, de escuta e aconselhamento personalizado. A equipa está preparada para acompanhar o cliente ao longo de todo o processo de escolha, respondendo a dúvidas técnicas e sugerindo combinações adequadas ao estilo e à funcionalidade pretendida. Além disso, a loja tornou-se também um ponto de confiança e fidelização, permitindo que o cliente sinta que tem um interlocutor próximo e disponível.

A WindMóveis marcou o seu lugar como uma marca inovadora, próxima e resiliente, que soube antecipar tendências sem perder o toque humano

“Há uma relação de proximidade que se constrói quando o cliente vê que estamos aqui, que o produto existe mesmo, que há uma equipa que responde”, sublinha o gerente.

Este equilíbrio entre a conveniência do online e a segurança do físico acabou por se tornar uma das grandes mais-valias da WindMóveis. A loja em Silveira funciona como o rosto da marca, reforçando a credibilidade e contribuindo para uma experiência de compra mais confiante, completa e humana.

Serviço completo: do projeto à montagem

A WindMóveis distingue-se pela abordagem integrada e centrada no cliente, oferecendo muito mais do que a simples venda de mobiliário e artigos de decoração. A empresa aposta numa cadeia de valor completa que acompanha o consumidor em todas as etapas, desde a conceção do espaço até à montagem final. Esta filosofia resulta num serviço altamente personalizado, adaptado às características de cada casa e à identidade de quem nela vive. No centro desta abordagem está a Patrícia, designer e arquiteta com um papel fundamental em todo o processo. “A Patrícia desloca-se às casas para avaliar o espaço, a iluminação, a disposição dos móveis e os materiais já existentes, garantindo que as soluções propostas sejam não só funcionais, mas também esteticamente harmoniosas e coerentes com o estilo de vida de cada cliente”, sublinha João Pedro Marques.

Esta proximidade permite criar ambientes verdadeiramente únicos e alinhados com as expectativas de quem procura mais do que um móvel bonito: procura conforto, identidade e equilíbrio no seu espaço. Para muitos clientes, a fase de planeamento de interiores é um momento crítico, onde surgem dúvidas sobre dimensões, combinações cromáticas e aproveitamento do espaço. A WindMóveis responde a estas preocupações com projetos 3D personalizados, desenvolvidos de forma gratuita como parte integrante do processo de compra. “Na WindMóveis, os projetos são um complemento gratuito à venda, facilitando que o cliente visualize como os móveis vão encaixar no espaço antes de comprar”, explica o gerente. Este serviço reduz o risco de erro,

evita surpresas e oferece maior segurança ao cliente, sobretudo quando se trata de investimentos significativos em mobiliário. Esta proposta de valor contribui para democratizar o acesso ao design de interiores, frequentemente associado a serviços de luxo. Ao tornar este apoio acessível a todos os clientes, independentemente da dimensão da compra, a WindMóveis posiciona-se como uma marca próxima, transparente e orientada para a satisfação total. A montagem ao domicílio, realizada por equipas próprias, fecha o ciclo com eficiência, garantindo que o projeto pensado no papel se materialize com qualidade e precisão no espaço real.

“Queremos que o cliente sinta que comprou mais do que um sofá ou uma mesa, queremos que sinta que encontrou uma solução para a sua casa, pensada à medida das suas necessidades e do seu gosto”, conclui João Pedro.

Alcance nacional e fidelização

A WindMóveis serve clientes em todo o país, assegurando entregas e montagens mesmo em regiões remotas, como a Covilhã e Paços Ferreira. Muitos clientes começam a sua jornada pelo site, mas valorizam o atendimento personalizado e a experiência física na loja. “Temos clientes que iniciam a compra online, mas acabam por vir à loja para conhecer melhor os produtos e a equipa”, refere João Pedro. “Esse contacto presencial é fundamental para criar uma relação de confiança e garantir a satisfação total”.

Esta combinação de e-commerce com atendimento presencial tem sido decisiva para a fidelização, permitindo à empresa crescer mesmo num mercado competitivo e geograficamente disperso.

Competitividade e perspetivas futuras

Num mercado cada vez mais competitivo, a WindMóveis aposta numa estratégia que alia inovação tecnológica com um serviço próximo e personalizado. “Temos que garantir preços competitivos, mas também oferecer algo mais: um serviço completo que responde às necessidades reais do cliente”, afirma João Pedro.

O modelo da WindMóveis é exemplo claro de adaptação e crescimento sustentado: inovação digital, presença física para criar confiança, serviços personalizados e abrangentes, e uma forte ligação ao cliente. O futuro da empresa passa por consolidar esta fórmula e expandir o alcance, mantendo o compromisso com a qualidade e o atendimento próximo, que tem sido a chave do seu sucesso. Estamos a trabalhar num novo site, com ferramentas de IA, assim como a renovação da imagem e nome. A Windmóveis passará a ser a Wind Home & Decor proporcionando soluções completas para o lar, incluindo decoração, design de interiores, itens funcionais e inovação tecnológica. Com esta evolução a marca pretende reforçar a sua visão de criar espaços acolhedores, funcionais e inspiradores.

comercial@windmoveis.pt • www.windmoveis.pt

A QUINTA DOS MACHADOS AGORA É DOMA PORTUGAL

A countryside hotel reinventado como um refúgio de descanso, criatividade e conexão.

O histórico countryside hotel inicia um novo capítulo como DOMA Portugal: um espaço vivo, moldado pela comunidade, pela curiosidade e pelo ritmo dos encontros.

Situado no meio da natureza em Mafra, a apenas 40 minutos de Lisboa e a 20 minutos da Ericeira, a DOMA junta estadias, rituais de bem-estar, refeições partilhadas e encontros culturais – criando um lugar onde pessoas e ideias se cruzam, movem e evoluem.

A DOMA oferece 35 quartos com design contemporâneo, glamping com 15 tendas, um espaço de coworking, trilhos em plena natureza e diferentes espaços para eventos – desde recantos tranquilos a áreas com capacidade até 350 pessoas, fazendo da DOMA um cenário versátil para encontros corporativos e outras celebrações.

O Café & Bakery e o restaurante à la carte servem comida nutritiva, com ingredientes locais.

O refúgio de bem-estar da DOMA, o ATMOS Steam Center, convida a participar em rituais de vapor, terapias de corpo e práticas de movimento. Com um deck de yoga no meio da floresta e foco nas práticas somáticas, oferece um espaço de relaxamento – através do calor, do ritmo e da respiração. Mais do que um destino, a DOMA é um lugar onde as pessoas, a natureza e a criatividade se encontram. Uma programação vibrante – desde música na floresta a retiros de silêncio – reúne artistas, facilitadores e hóspedes num ritmo partilhado de descoberta e serenidade.

“Estamos a criar um espaço onde as pessoas podem abrandar e voltar a conectar-se – uns com os outros, com o seu interior e com a natureza. Queremos que a DOMA se torne um ponto de encontro para empreendedores e criativos que procuram sair da cidade e passar aqui o dia, com acesso a experiências de bem-estar, gastronomia e uma programação dinâmica de eventos.” – Alina Ryabova, co-CEO da DOMA Portugal. Com o lançamento DOMA Club, nasce um espaço pensado para empreendedores e criativos, para se enraizarem, conectarem e crescerem, rodeados por pessoas com a mesma visão e energia. Concebido como um day club, reúne tudo o que é essencial para momentos de concentração e de partilha – do coworking e café a workshops e festivais sazonais.

ALEXANDRA LEITÃO

APRESENTA

VISÃO PARA LISBOA EM ALMOÇO-DEBATE

A candidata do Partido Socialista à Presidência da Câmara Municipal de Lisboa, Alexandra Leitão, foi a oradora convidada do almoço-debate promovido pelo International Club of Portugal, realizado a 9 de julho, no Sheraton Lisboa Hotel & Spa.

Sob o tema “Lisboa merece melhor: resolver problemas e preparar a cidade do futuro”, a antiga ministra da Modernização do Estado apresentou a sua visão para uma capital mais justa, moderna e inclusiva, reforçando o compromisso com uma governação próxima, responsável e orientada para resultados concretos.

“Lisboa precisa de liderança com visão e coragem para agir, que transforme intenções em resultados”, afirmou Alexandra Leitão, perante uma audiência composta por cidadãos, empresários, académicos e representantes da sociedade civil.

Durante a sua intervenção, Alexandra Leitão destacou os principais eixos da sua candidatura: habitação acessível, mobilidade sustentável, reforço da coesão social e valorização da economia local. A antiga governante sublinhou ainda a importância de devolver confiança à gestão autárquica, promovendo uma cidade que cuide de quem nela vive, mas que também acolha investimento, talento e inovação.

“A nossa ambição é uma cidade que se prepare para o futuro, sem deixar ninguém para trás. Uma Lisboa que não se conforme com o estado atual, mas que assuma a liderança nas políticas urbanas e na inclusão social”, afirmou, acrescentando que “Lisboa merece mais. E pode ser mais”.

SILVA RIBEIRO NO ICPT: UMA NOVA VISÃO PARA A DEFESA

O Almirante António Silva Ribeiro, ex-Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, foi o convidado de honra no almoço-debate do International Club of Portugal. Abordando o tema “Desafios do Investimento na Defesa”, defendeu uma nova estratégia nacional. Alertou para os riscos geopolíticos e destacou a Defesa como pilar de soberania e desenvolvimento.

Autonomia estratégica sem rutura

Na perspetiva do Almirante, a Europa deve construir a sua capacidade de resposta estratégica sem abandonar a NATO. “A autonomia estratégica da UE não pode significar a duplicação de recursos nem a rutura com a NATO”, afirmou. Antes, deve garantir meios para atuar quando os seus interesses vitais estão em risco. A ausência de uma força de reação rápida europeia, a fragmentação das doutrinas militares e a falta de interoperabilidade entre Estados-membros foram apontadas como fragilidades que comprometem a eficácia coletiva. “Temos 27 academias militares na UE. Precisamos de doutrina comum, cultura estratégica europeia e de uma Academia Europeia de Defesa”.

Portugal: um papel atlântico reforçado

Com uma posição geoestratégica central no Atlântico e responsabilidade sobre vastas zonas marítimas, Portugal assume um papel crítico na segurança europeia. Para isso, defende-se a necessidade de uma visão estratégica renovada e de uma capacidade nacional de resposta a operações de elevada intensidade, nomeadamente no Golfo da Guiné, no sul da NATO e em cooperação atlântica. “Temos de reforçar a prontidão militar, com sinergias entre defesa, segurança interna, ciência, educação e indústria”, propôs, destacando também a importância de envolver os jovens numa nova cultura de cidadania estratégica.

Alexandra Leitão e Manuel Ramalho
António Silva Ribeiro

O EMPREENDEDORISMO NAS PALAVRAS DE MARCO GALINHA

PORTUGAL E REGRAS DA UE

POR MÁRIO CENTENO

No dia 6 de junho, o International Club of Portugal (ICPT) recebeu Mário Centeno, Governador do Banco de Portugal, como orador convidado no almoço-debate, com o tema “As perspetivas para a economia portuguesa”. Mário Centeno começou por destacar que a economia portuguesa se encontra hoje mais robusta do que há uma década, graças ao esforço de consolidação orçamental, à capitalização do sistema bancário e à redução sustentada da dívida pública. Ainda assim, o Governador alertou: “Portugal não pode regressar às más práticas do passado”, referindo-se ao incumprimento sistemático das regras orçamentais da União Europeia.

Desafios e resiliência no crescimento económico as projeções do Banco de Portugal para 2025 apontam para um crescimento económico de 1,6%, abaixo dos 2,3% estimados em março. Centeno alertou que esta meta, já revista em baixa, poderá ser difícil de alcançar face às incertezas externas, como as tensões comerciais e as oscilações cambiais. “Portugal é particularmente exposto a fatores externos, mas tem demonstrado resiliência”, sublinhou. O Governador frisou ainda o impacto positivo da criação de emprego: “Nos últimos anos, criámos um milhão de postos de trabalho. A população ativa aumentou de 4 para 5 milhões, e os salários subiram. Esse dinamismo tem permitido um desempenho económico acima da média europeia”.

Planeamento e responsabilidade para o futuro

Centeno sublinhou ainda o papel crucial da qualificação e da estabilidade financeira para o futuro económico do país. “Portugal tem hoje uma base mais sólida, mas não podemos dar nada por garantido. O cumprimento das regras orçamentais é essencial, não apenas por obrigação europeia, mas porque é a única forma de garantir prosperidade sustentada”. Com a sua habitual clareza e pragmatismo, Mário Centeno deixou um apelo: “Planeamento, disciplina e responsabilidade continuam a ser as melhores políticas económicas”.

No passado dia 27 de maio, o International Club of Portugal (ICPT) recebeu Marco Galinha, empresário e presidente do Grupo BEL, como orador convidado no seu habitual almoço-debate. Sob o tema “Empreendedorismo mundial: onde estávamos, onde estamos e para onde vamos?”, o encontro reuniu personalidades do mundo empresarial, académico e político.

É conhecido como um dos empreendedores mais prolíficos e resilientes do país. Aos 46 anos, Marco Galinha é a mente por trás do Grupo Bel, um império empresarial com 89 empresas, que emprega cerca de 3.500 pessoas em Portugal.

A resiliência e o inconformismo estão no centro da sua mentalidade. “Construir o Grupo Bel foi tão difícil, mas foi possível. Só foi possível de uma maneira: nunca deixando que essas vozes negativas e pessimistas me dissuadissem”. Com empresas em vários setores, desde a indústria até à tecnologia, Marco defende que gerir muitas empresas exige os mesmos princípios de gerir poucas: disciplina, organização, paixão e responsabilidade. “É o mesmo trabalho organizar muitas empresas como organizar algumas”.

O papel dos media e a aposta na dignidade

O compromisso com o país levou Marco Galinha a investir também na comunicação social. Primeiro com o Jornal Económico, mais tarde com a compra da Global Media, num movimento que descreve como o “maior sacrifício que fiz até hoje”.

Defensor da liberdade editorial e do jornalismo responsável, insiste que “precisamos de bons jornalistas e jornalismo independente, e Portugal é muito bom nesse aspeto”.

Ambição com propósito

Com vendas de cerca de 700 milhões de euros e ativos avaliados em 400 milhões, Marco Galinha rejeita a imagem de que o Grupo Bel é um colosso financeiro. “Somos um grupo bastante sólido e estável, mas o que fazemos tem impacto na sociedade”.

Mário Centeno
Marco Galinha e Manuel Ramalho

DDC SAMSYS 2025: O EVENTO ONDE O ALTRUÍSMO GANHOU PALCO

O DDC Samsys 2025 trouxe para o centro do debate um tema que transforma: o altruísmo. Uma iniciativa gratuita, aberta à comunidade e pensada para educar, apoiar e elevar os cidadãos, promovida por Ruben e Samuel Soares, líderes da Samsys, no Pavilhão Multiusos de Gondomar.

Reinventar-se de forma autêntica é um dos grandes desafios enfrentados pela organização a cada edição. “É sempre um exercício exigente, mas essencial. A nossa missão mantém-se: dar sem esperar nada em troca”, afirma Ruben Soares, sublinhando o esforço logístico e emocional que sustenta o evento desde a sua génese. A entrada continua a ser gratuita, e todos os custos são suportados pela Samsys com o apoio de parceiros estratégicos, alinhados com os mesmos valores.

O evento continua a crescer, e isso vê-se nos números e na adesão do público. Este ano, os parques de estacionamento em redor do recinto foram insuficientes, um sinal claro da expansão da iniciativa. “Temos uma ligação profunda com Gondomar. Para o ano queremos continuar aqui, mas melhorar toda a estrutura à volta, especialmente o acolhimento logístico”, afirma Samuel Soares.

Altruísmo como motor de transformação

O palco do DDC Samsys 2025 recebeu vozes que partilharam visões sobre como o altruísmo pode ser aplicado na liderança, na comunidade e no desenvolvimento pessoal. A psicóloga Filipa Jardim da Silva abriu o painel com um convite à introspeção: “O altruísmo, para mim, é algo que se cultiva. Todos os dias acordo a pensar como posso impactar positivamente quem me rodeia”. Seguiram-se nomes como Paulo Azevedo, que partilhou uma inspiradora história de superação; Lucas With Strangers, criador de pontes entre desconhecidos; Rui Bairrada, defensor

da literacia financeira como inclusão; Andreia Castro, médica e viajante, que inspira a fazer a diferença nos pequenos gestos de todos os dias; Raul Manarte, psicólogo em zonas de guerra; Adelino Cunha, estratega de performance consciente; e Sofia Manso, que deixou claro que “só há cultura verdadeira quando não é preciso lembrar todos os dias que ela existe”.

Mais do que palestras, uma experiência

Além das talks, o DDC 2025 incluiu dinâmicas de networking, momentos de partilha genuína e uma zona de showroom empresarial com dezenas de marcas. Coffee-breaks gratuitos, kits de boas-vindas e um ambiente de proximidade completaram a

experiência – desenhada para gerar ligações humanas reais. Com mais de 8.500 inscrições este ano, o evento volta a afirmar-se como um dos maiores momentos de encontro entre pessoas e ideias no panorama nacional. “É um privilégio ver o impacto que o DDC tem vindo a criar. Isto só é possível graças à nossa equipa, aos nossos parceiros, ao Município e a todos os que acreditam no valor de partilhar sem esperar retorno”, reforça Samuel Soares.

Gratidão que inspira

A organização fez questão de agradecer à Câmara Municipal de Gondomar, a toda a equipa da Samsys, aos sponsors que tornam o evento financeiramente viável e à comunidade que abraça a missão do DDC ano após ano. “Fazemos isto com o coração. É trabalho, sim, são mais de mil horas de dedicação, mas é sobretudo gratificante. Queremos levar esta mensagem o mais longe possível”, conclui Ruben Soares.

As inscrições para a edição de 2026 já se encontram abertas. O DDC Samsys regressa a 5 de junho ao Pavilhão Multiusos de Gondomar, prometendo mais uma edição repleta de partilhas, inspiração e impacto positivo. Todas as informações estão disponíveis no site oficial da iniciativa.

DECENIO REALIZA TERCEIRA EDIÇÃO

DO TORNEIO GREEN EM CASCAIS

No sábado, 21 de junho, o emblemático campo de golfe do Onyria Quinta da Marinha, foi palco da terceira edição do Torneio Decenio Green. Com a participação de 72 jogadores e convidados, o evento destacou-se pela combinação entre desporto, sofisticação e partilha de experiências, reforçando a presença da marca no universo do golfe.

Com o apoio de marcas prestigiadas como AUDI SOAUTO

VGPR, Vinhos Soalheiro, Vista Alegre, Gin Lovers, Fitness Nestlé, Coral, Brisa, Água Atlântida, Porto Editora, Atelier Minf, Business Portugal, Fluxury, Uriage, The Coffee e Forever Young, o torneio reforçou a ligação da Decenio ao universo do golfe, numa aposta clara no seu posicionamento sofisticado e contemporâneo.

Segundo Carolina Rodrigues, Diretora de Marketing da Decenio, esta aposta vai muito além do desporto: “A Decenio associa-se ao golfe pelo seu posicionamento, elegância e pelo público-alvo que queremos alcançar. Nesta edição, apostámos também numa clínica de golfe que permitiu apresentar a modalidade a colaboradores e convidados que nunca tinham tido contacto com o desporto. O golfe está a atrair um público cada vez mais jovem, e faz todo o sentido estarmos presentes, promovendo não só a competição, mas também uma manhã animada, descontraída e bem ao estilo mediterrânico”.

A clínica de golfe, dinamizada especialmente para criadores de

conteúdo digital como Nina Vaz, Filipa Pinto, Constanza Ariza, João Rebelo, Gonçalo Caleça e Beatriz Lancaster, proporcionou um primeiro contacto com a modalidade num ambiente descontraído e informal. Para além de introduzir os participantes ao golfe, esta iniciativa permitiu criar laços, fomentar a partilha de experiências e reforçar a ligação entre a marca e um público nada vez mais relevante no digital. A marca destacou-se ainda pelo merchandising exclusivo desenvolvido para esta edição, revelando o percurso que tem vindo a traçar na aproximação a um público jovem, urbano e sofisticado. Num cenário onde o golfe e a arte se encontraram, a Decenio estabeleceu uma parceria com o Atelier MINF para a exposição de duas obras da artista Isabel Nascimento:

“Decenio Green”, criada especialmente para este evento, e “Bunker”, da coleção Fragmentos do Jogo. Esta colaboração reforça a visão da marca, que tão bem representa o espírito mediterrânico e contemporâneo, e que se revela também visionária ao apostar na arte como parte da experiência. No campo, o grande vencedor da prova foi Paulo Sebastião, que conquistou o 1.º lugar NET com 34 pontos – “Foi a minha estreia a jogar na Quinta da Marinha e correu muito bem. Vim para participar, mas jogo sempre com espírito competitivo e hoje consegui alcançar a vitória. A companhia também fez a diferença, com muita camaradagem ao longo do percurso”. O pódio foi ainda composto por Elisabete Pinto (2.º lugar NET, também com 34 pontos) e Joaquim Chuva, que venceu na categoria gross com 25 pontos. Entre os participantes, o jogador Yannick Gross destacou: “Foi um dia muito positivo, num campo em excelentes condições. Tal como a Decenio, acredito que é fundamental dinamizar o golfe de forma inovadora. Sendo uma modalidade em crescimento, é essencial envolver as novas gerações num desporto competitivo e elegante.”

A edição de 2025 do Torneio Decenio Green reafirmou-se como um evento de referência, promovendo o golfe como estilo de vida e reforçando a aposta da marca num território alinhado com os seus valores e a sua estética.

FINAL DO WCGC PORTUGAL CONSAGRA EQUIPA DA PADARIA TRIGO BOM

Óbidos recebeu no dia 14 de junho, no magnífico cenário do Bom Sucesso Resort, a final nacional da edição 2025 do World Corporate Golf Challenge Portugal (WCGC), um dos maiores eventos de golfe corporativo do país, onde se reuniram empresas de referência, parceiros institucionais e marcas premium num ambiente de competição e networking de excelência.

A grande empresa vencedora da prova foi a equipa da Padaria Trigo Bom, composta por Vítor António e Miguel Heliodoro, que conquistaram o primeiro lugar NET com 43 pontos e uma performance sólida e fruto de anos de dedicação à competição. “O preparar para a competição foi continuar desde o ano de 2024 até ao ano de 2025 sempre com o mesmo objetivo: ganhar”, afirmou Vítor António. Miguel Heliodoro complementou: “É uma alegria enorme, é o culminar de anos a jogar em equipa, os dois, e as expectativas são sempre para ganhar.” O pódio da competição contou com a empresa INTRINO, em segundo lugar, com 42 pts alcançados por Fernando Guerra e Fernando Sobral, seguindo as VIAGENS ABREU com 38 pontos representados por Mário Nuno Coelho e Jorge Abreu.

A manhã começou com um check-in de boas-vindas que contou com o tradicional café Nicola, produtos Uriage e Cigala, e um welcome kit by Audi, composto por saco desportivo, polo e cap personalizados para os atletas.

Após o torneio, o cocktail de entrega de resultados foi marcado pela presença de marcas como Coral, Brisa, cocktails Nicola, e um memorável showcooking de degustação Cigala. O welcome cocktail e jantar oficial ficaram a cargo da Laçarote Group e da Private Chef, que surpreenderam os participantes com cada prato servido, encerrando com um arroz doce by Cigala feito ao momento. Como lembrança, todos os participantes receberam um azulejo de Óbidos, símbolo do artesanato local. Além do espírito competitivo, o evento foi também marcado pela elegância e networking, reunindo parceiros estratégicos, empresas e representantes de marcas de renome que apoiam o crescimento contínuo do WCGC Portugal.

Ivan Ballesteros, designer da IBPutter Sweet Spot e parceiro internacional do torneio, destacou a atmosfera única do evento: “I would highlight the great atmosphere that takes place in the whole event. People come here and they are open to not only compete, but also enjoy and meet different people. So I would say, it’s a great platform to have fun and to meet new people, and overall have a good time.”

Entre os patrocinadores de destaque, a Audi Portugal, patrocinador da Final Nacional, reforçou a sua presença e ligação ao golfe, com vários modelos em exposição, incluindo o Audi A3 Sline, A5, A6 e-tron Avant, A3 e o novo Q5. “O golfe é um dos dois desportos que apostamos a nível internacional. Em Portugal, é fundamental estarmos presentes nestes torneios, sobretudo quando envolvem grandes empresas. Há uma ligação natural entre o golfe e os valores da Audi: precisão, inovação e tecnologia de vanguarda”, afirmou Nuno Mendonça, Diretor-Geral da Audi Portugal.

A Turkish Airlines, representada por Francisco Santos Paixão, marcou também presença, reforçando a sua estratégia de proximidade com o público corporativo: “É importante estar nestes torneios, junto de pessoas que podem trazer benefícios para a Turkish Airlines. Voamos para 342 destinos, e faz todo o sentido esta ligação com o mundo empresarial.”

O evento contou ainda com o patrocínio institucional da Câmara Municipal de Óbidos, cujo presidente, Filipe Daniel, salientou o impacto positivo da iniciativa: “É um motivo de orgulho enorme podermos receber uma prova desta natureza. Mostra que temos infraestruturas e um ecossistema natural capazes de acolher eventos desta dimensão.”

Para Ana Massapina e Estela Sargento, licenciadas do WCGC em Portugal, a edição de 2025 superou todas as expectativas: “Cada edição se supera. Já estamos a pensar em 2026, com mudanças importantes, novas tecnologias e formatos mais integrados com o dia a dia dos jogadores. Queremos que o golfe continue a evoluir e a aproximar-se ainda mais das pessoas e das empresas”.

O evento encerrou com chave de ouro, refletindo o verdadeiro espírito do World Corporate Golf Challenge: competição, convívio, prestígio e a celebração do golfe no ambiente corporativo. Em Portugal, é uma referência incontornável no calendário desportivo e empresarial, promovendo não só o golfe, mas também o networking de alto nível e a excelência organizativa.

AEP GOLF BUSINESS CUP 2025 ARRANCOU EM AMARANTE

A AEP – Associação Empresarial de Portugal e a Fundação AEP continuam a inovar nas formas de promover o desenvolvimento empresarial e o networking Um dos projetos mais sólidos dessa visão é o AEP Golf Business Cup — um circuito de golfe corporativo que une desporto, relações profissionais e responsabilidade social num ambiente informal e de grande qualidade.

Em 2025, o circuito percorre quatro campos emblemáticos de norte a centro do país. A primeira etapa teve lugar a 24 de maio, no Golfe de Amarante, seguindo-se o Montebelo Golfe, em Viseu, a 7 de junho. A terceira paragem acontece a 28 de junho, no Oporto Golf Club, em Espinho, e a final será jogada a 20 de setembro, na Estela Golf Club, na Póvoa de Varzim. Desde a sua criação, o torneio reuniu mais de 300 jogadores e representou 165 empresas, num formato de equipas de dois jogadores, em nome de empresas, câmaras de comércio ou associações empresariais. A competição decorre na modalidade Four Ball Better Ball – Stableford Net (3/4 Handicap), incentivando a cooperação, o espírito de equipa e a construção de relações empresariais fora do contexto habitual. Mais do que desporto: um ponto de encontro empresarial. Além do caráter competitivo, o AEP Golf Business Cup funciona como uma plataforma

privilegiada de relacionamento entre empresários, investidores e gestores, promovendo a troca de ideias num ambiente informal e descontraído. “Esta iniciativa é demasiado importante para fortalecer o network entre as empresas e aproximar o interior do litoral,” afirmou o Chairman do torneio, Comendador Ricardo Abrantes.

A estrutura do circuito tem também como objetivo envolver as estruturas empresariais locais onde se realiza cada etapa, promovendo o desenvolvimento económico regional e valorizando os recursos endógenos dos territórios. “Temos muito gosto em estar novamente nesta etapa, onde reforçamos as nossas relações com os nossos parceiros,” acrescenta Teresa Oliveira, da empresa F. Rego.

Networking fora do escritório

Com cada vez mais adesão, o circuito reflete a tendência de criar oportunidades de negócio fora dos formatos tradicionais. “Vê-se pela adesão, cada vez maior, que os negócios também se fazem e se constroem em ambientes de network, em ambientes fora daquilo que é o habitual,” reforça Luís Miguel Ribeiro, Presidente da Fundação AEP. A dinâmica do evento permite que participantes de diferentes setores partilhem experiências, projetos e perspetivas, criando novas sinergias empresariais.

Compromisso social no centro da competição

Este ano, o torneio reforça o seu lado solidário com a doação de parte do valor das inscrições à AAJUDE – Associação de Apoio à Juventude Deficiente. Um gesto que traduz o compromisso da AEP com a inclusão e a responsabilidade social. “Acreditamos na capacidade do desporto para gerar impacto na sociedade,” refere a organização, sublinhando que o golfe, além da competição, pode ser uma ferramenta para a transformação positiva.

Com o apoio de patrocinadores como Católica, Leilosoc, Real Objectiva, F. Rego, Civilria, Flexdeal, Strong Charon, Sulpastéis, APCER, Novo Banco, CEGID e Solverde, e com a colaboração de parceiros como SIX SENSES, CESAE Digital, Top Atlântico, Quinta da Pacheca ou Ramirez, o AEP Golf Business Cup continua a afirmar-se como uma referência para quem acredita que os negócios também se constroem no green, contando com o apoio da Revista Business Portugal como media partner

VIVER, VISITAR E INVESTIR

Descubra um Portugal diversificado e rico em oportunidades nos municípios de Ponta Delgada, Oliveira do Bairro, Óbidos, Montalegre e na Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela. Cada um destes territórios oferece um equilíbrio singular entre qualidade de vida, património cultural e natural, e dinamismo económico, tornando-se destinos privilegiados para viver, visitar e investir.

Para além das suas potencialidades turísticas e residenciais, estes municípios beneficiam de infraestruturas modernas e políticas de desenvolvimento que promovem o crescimento sustentável e a atração de investimento. Seja para estabelecer raízes, explorar patrimónios únicos ou potenciar negócios, este conjunto de territórios apresenta-se como um palco de oportunidades ímpares em Portugal.

MUNICÍPIO DE PONTA DELGADA: GOVERNAÇÃO COM PROPÓSITO

Ao fim de quatro anos de mandato, Pedro do Nascimento Cabral faz um balanço da sua governação à frente da Câmara Municipal de Ponta Delgada, destacando investimentos históricos em áreas como habitação, educação, coesão social, urbanismo e sustentabilidade. Em entrevista, o autarca sublinha o compromisso com a qualidade de vida dos munícipes e traça as prioridades para o final do ciclo autárquico, assumindo a ambição de consolidar Ponta Delgada como referência de excelência, inclusão e desenvolvimento sustentável nos Açores.

Quais considera serem os principais marcos alcançados pelo seu executivo desde o início do mandato, e de que forma impactaram a qualidade de vida dos munícipes?

Há quatro anos, assumimos o compromisso de servir Ponta Delgada com o sério objetivo de elevar para patamares de excelência a qualidade de vida dos nossos concidadãos e decididos a enfrentar com tenacidade os desafios que os novos tempos impõem, tudo isso com a absoluta consciência das dificuldades e entraves que a administração municipal tem de ultrapassar, agravados pelo isolamento que a geografia nos determinou.

Saídos de uma terrível pandemia, logo nos confrontámos com um clima internacional instável, com grande impacto na economia das famílias e das empresas. Assim, investimos fortemente nas Funções Sociais, indo ao encontro das reais necessidades dos cidadãos de Ponta Delgada, reforçando a nossa colaboração com várias IPSS´S do concelho e incrementando os apoios municipais às pessoas e às

famílias com maiores dificuldades, totalizando um investimento, no fim do mandato, que atingirá cerca de 10 milhões de euros.

Do mesmo modo, investimos muito na habitação. Além das medidas de apoio ao arrendamento, recuperação de habitação degradada e de um conjunto de benefícios fiscais, asseguramos, até agora, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência, Programa 1.º Direito do Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana, um investimento 30 milhões de euros para a construção de 170 novas habitações.

Na educação, estamos a investir cerca de 14 milhões de euros em projetos e construção de quatro escolas; apoiámos com 1 milhão de euros a construção da nova residência universitária em Ponta Delgada; e alargámos os critérios do Regulamento de Apoio para Atribuição de Bolsas de Estudo ao Ensino Superior: neste ano letivo, apoiamos 427 alunos com 625 mil euros, num aumento de 914%, ao nível da atribuição de bolsas de estudo com referencia ao início do mandato.

Fruto de um esforço que é diário, temos produzido trabalho nas

Pedro do Nascimento Cabral, Presidente

24 freguesias, em nome do desenvolvimento harmónico de Ponta Delgada, do qual não abdicamos, em que só em obras concluídas e adjudicadas pela Câmara e Serviços Municipalizados estão investidos 35 milhões de euros.

Ponta Delgada é a quarta cidade mais amiga do ambiente e sustentável para uma deslocação na Europa, segundo o ranking de avaliação entre 400 capitais organizada pela “Melhores Destinos da Europa”. Este reconhecimento internacional confirma a assertividade das medidas ecológicas adotadas e o posicionamento de Ponta Delgada como um dos maiores destinos do País. Ponta Delgada está a evoluir. Estamos comprometidos em fazer dessa evolução uma realidade em benefício de todos.

Na área do urbanismo e requalificação do espaço público, que projetos estruturantes foram concluídos e quais ainda se encontram em fase de execução?

No seguimento da imprescindível sustentabilidade na concretização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 2030, requalificámos o centro histórico, no respeito pelo património existente, através da construção circular e promovendo a descarbonização, pela mobilidade suave. Devolvemos a cidade às pessoas e melhorámos o acesso ao comércio local e serviços, num ambiente urbano qualificado e inclusivo. Por outro lado, estamos a desenvolver o projeto do prolongamento da avenida D. João III à Avenida João Bosco Mota Amaral, permitindo ligar a cidade de Ponta Delgada, com a inclusão de uma ciclovia, até ao seu Parque Urbano. Acresce que, a muito curto prazo, vamos lançar o concurso público para a construção de 300 lugares de estacionamento em Ponta Delgada e redefinir, para incluir no próximo concurso público, as atuais linhas dos minibuses.

Em termos de habitação, que medidas concretas foram implementadas para responder à crescente pressão habitacional em Ponta Delgada?

A autarquia está em condições de entregar, pelo menos, 68 novos lares a famílias de Ponta Delgada, no decurso do próximo ano, nas freguesias de São Sebastião, São José, Arrifes e Santa Clara.

Estamos a cumprir com tudo o que está ao nosso alcance para reforçar a oferta habitacional no concelho, mesmo diante da burocracia e atrasos com que nos deparamos por parte do Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU), e da escassez de mão-de-obra com que o arquipélago convive. De qualquer forma, a seriedade, compromisso e atenção que temos devotado a este assunto, já nos permite assegurar a entrega de 68 novas residências em Ponta Delgada, durante o ano de 2026.

Isto, sem descurar as medidas de apoio ao arrendamento, recuperação de habitação degradada e de benefícios fiscais.

Relativamente ao desenvolvimento económico, que iniciativas têm sido promovidas para atrair investimento e apoiar o tecido empresarial local, sobretudo as pequenas e médias empresas?

Numa economia saudável e evoluída são as pessoas e as empresas que dinamizam o tecido económico e social. Assim, temos apoiado os empresários e o investimento, através do apoio ao arrendamento comercial, benefícios fiscais e isenção de taxas municipais, mas, também, pela transição digital, com o projeto “Bairro Comercial Digital - PDL Centro Histórico”.

A nossa política de baixos impostos disponibilizará, até ao final do mandato, às famílias e empresas, 32 milhões de euros.

Na área da ação social e apoio às famílias, que políticas foram prioritárias?

O desenvolvimento traz inúmeras oportunidades e estamos cientes dos desafios que acarreta em torno da inclusão. Temos vários programas de apoio às famílias, desde logo, com o reforço do Fundo de Emergência Municipal, que contempla um vasto programa de apoios, que vai desde a compra de medicamentos até ao apoio ao pagamento de água. Contemplamos um valioso suporte no pagamento de rendas à habitação, com incremento nos agregados familiares com vítimas de violência doméstica e cidadãos portadores de deficiência.

Temos vindo a prevenir, a acompanhar, mas, também a resolver graves situações de exclusão social, como as de sem-abrigo e de comportamentos aditivos. Por isso, estão em curso vários projetos, como

o inovador Housing First e o Núcleo de Planeamento e Intervenção com Sem-Abrigo, visando uma intervenção articulada com as IPSS.

Igualmente para combater um sentimento de insegurança, objetivamente relacionada com o consumo e tráfico das denominadas “drogas sintéticas”, instalamos 19 câmaras de videovigilância, no centro histórico de Ponta Delgada.

Demos o exemplo e reforçamos o efetivo da Polícia Municipal, qua agora conta com 40 efetivos, sem nunca deixarmos de defender a vinda de mais efetivos da PSP.

A favor da inclusão e da cidadania responsável, assumimos que os padrões de vida saudáveis são garante de atratividade para a prática desportiva, para todas as faixas etárias da população e em especial, para os jovens: já investimos cerca de 5 milhões de euros no Desporto, quer em apoios aos agentes desportivos, quer na melhoria de equipamentos.

A cultura e o turismo são pilares importantes para Ponta Delgada. Que avaliação faz do trabalho desenvolvido nestas áreas?

A Câmara Municipal de Ponta Delgada está alinhada com as tendências globais de um turismo verdadeiramente sustentável, autêntico, inclusivo e responsável.

A estratégia de Ponta Delgada para o turismo passa por crescer em valor e qualidade, assentando também numa visão do perfil dos investidores que melhor poderão corresponder às potencialidades e recursos que o concelho já apresenta enquanto destino turístico sustentável.

Se o nosso perfil de turismo passa pela valorização da nossa natureza e do seu usufruto, o nosso perfil de investidores passa pela abertura de Ponta Delgada aos interessados em conhecer e dinamizar o nosso potencial para investimentos que promovam o desenvolvimento económico das nossas freguesias, todas elas com as suas caraterísticas próprias, tendo em conta os nossos recursos para as energias renováveis, para a agricultura, para a pesca, para a investigação e para a inovação, e, evidentemente, para a qualidade de vida.

Estou ainda convicto de que o crescimento económico de Ponta Delgada passa por uma economia verde e, por essa mesma razão, a autarquia tem desenvolvido medidas de preservação ambiental, ciente da pressão turística que resulta do facto de ser a principal porta de entrada e o destino mais procurado pelo turismo no arquipélago.

Temos adotado várias iniciativas focadas na sustentabilidade e incentivado a prática de um turismo de baixo impacto ambiental, promovendo alternativas como o transporte público ecológico, através da utilização de transporte em autocarros elétricos e outros meios de mobilidade suave. No âmbito da realização de uma série de campanhas de sensibilização ambiental sob o lema “Ponta Delgada mais Limpa Depende de Todos”, elaboramos um desdobrável com informações fundamentais para a realização de eventos ambientalmente mais sustentáveis. Destinado aos promotores de eventos e no sentido de sensibilizar e dar a conhecer medidas que minimizarão o impacto ambiental destas iniciativas, estão a ser distribuídos, gratuitamente, panfletos informativos, que expõem questões que vão desde o planeamento à concretização das atividades, desde os procedimentos

internos, à desmontagem dos equipamentos. Os conteúdos criados abordam assim áreas transversais à realização de qualquer evento, como a gestão e modo utilização da água, eletricidade, resíduos, compras e correspondência.

Estamos a trabalhar na criação de Selos para, no âmbito da separação de resíduos, distinguir os restaurantes mais amigos do ambiente.

E, ainda, temos investido em áreas verdes e espaços públicos.

No âmbito da autenticidade, a Câmara tem se empenhado em promover e apoiar experiências turísticas autênticas que valorizam a cultura local e a nossa história.

Alinhados com a inclusão, temos feito esforços para garantir que o turismo seja acessível e inclusivo para todos, independentemente de condições físicas, sociais ou culturais. Temos, com efeito, melhorado a acessibilidade para pessoas com mobilidade reduzida.

Por último, falando da responsabilidade social, temos promovido campanhas de sensibilização que visam informar sobre a importância de comportamentos responsáveis, como o respeito ao meio ambiente.

Na cultura, para além dos apoios regulares às mais diversas instituições do concelho, desde as que representam as nossas tradições seculares, como as bandas filarmónicas e grupos de folclore, até às mais contemporâneas, passando pela implementação de um conjunto de eventos concretizados pela própria Câmara Municipal, dos quais o maior é, sem dúvida, as Grandiosas Festas do Divino Espírito Santo de Ponta Delgada, continuamos a investir, através do reforço do contrato programa que mantemos com o Coliseu Micaelense, numa programação cultural de excelência destinada a todos os públicos. Acresce ainda que investimos a maior verba de sempre, no valor de 3 milhões de euros, no projeto de consolidação de Ponta Delgada como polo de criatividade que somos e seremos como Capital Portuguesa da Cultura em 2026.

Por fim, olhando para o que ainda falta cumprir neste mandato, quais são as prioridades do executivo? Há alguma medida emblemática que ambiciona concretizar até ao fim do seu mandato?

Em poucos meses vamos reabrir o Mercado de Graça devidamente requalificado; apresentaremos o projeto do prolongamento da Avenida D. João III à Avenida João Bosco Mota Amaral, com uma ciclovia em direção ao Parque Urbano; e lançaremos o concurso da 2ª fase do parque de estacionamento subterrâneo da Avenida Infante D. Henrique, para além de continuarmos a investir na habitação como desígnio para o concelho.

Para nós, as conquistas presentes têm, sempre, em perspetiva o amanhã que deixamos para as futuras gerações.

Estamos a servir Ponta Delgada e continuaremos firmes na responsabilidade que nos impele permanentemente: a ambição de projetar o concelho para uma verdadeira dimensão de excelência em todos os domínios que o identificam e que o seu Povo exige e merece!

OLIVEIRA DO BAIRRO RECONHECIDO PELO APOIO AOS SENIORES

Oliveira do Bairro foi distinguido com o Galardão de Excelência Autárquica no Envelhecimento graças a uma estratégia integrada que promove o envelhecimento ativo. Duarte Novo, Presidente da Câmara, destaca o papel do Pelouro da Idade Maior e projetos como o Chá Dançante e (In)Formar para Cuidar na melhoria da qualidade de vida dos seniores.

Quais foram os principais critérios avaliados para a atribuição do Galardão de Excelência Autárquica no Envelhecimento ao Município de Oliveira do Bairro, e que iniciativas do Pelouro da Idade Maior se destacaram nesse processo?

Este reconhecimento não se deve apenas a uma iniciativa isolada, mas sim à estratégia integrada e ao conjunto de projetos que o Município tem vindo a implementar na área do envelhecimento ativo. A avaliação do Instituto Superior de Ciências da Informação e da Administração, entidade promotora deste galardão, centrou-se nas práticas de apoio à população idosa, abrangendo áreas como planeamento, orçamento, recursos humanos, participação comunitária, segurança e inovação. Ainda assim, acreditamos que projetos como o Chá Dançante, o Carnaval Sénior, o 65 em Festa, o ProximIDADES ou o (In)Formar para Cuidar tiveram um peso relevante neste reconhecimento que muito nos honra.

De que forma este reconhecimento reforça o compromisso da autarquia com o envelhecimento ativo e saudável, e quais são os impactos concretos já observados na qualidade de vida da população sénior?

O nosso compromisso com a população sénior é permanente e não depende de prémios. No entanto, é com orgulho que assinalamos

que, desde a criação do Pelouro da Idade Maior, há sete anos, já fomos distinguidos com nove reconhecimentos nacionais por entidades como a Ordem dos Psicólogos Portugueses, a Associação Nacional de Gerontologia Social ou o Movimento Cuidar dos Cuidadores Informais. Em relação aos impactos, destacamos o aumento da participação sénior nas atividades culturais, desportivas e de voluntariado, bem como o maior acesso à informação e aos serviços sociais. As visitas domiciliárias têm contribuído para combater o isolamento e promover a autonomia. A formação de cuidadores, formais e informais, através do projeto (In)Formar para Cuidar, tem tido impacto direto na melhoria da qualidade dos cuidados prestados, aliviando o esforço físico e emocional dos cuidadores.

Tendo em conta que o Pelouro da Idade Maior foi criado em 2018, como é que a sua evolução tem refletido as prioridades definidas pelo Conselho Local de Ação Social (CLAS), e quais são os desafios ainda por superar?

A criação do Pelouro da Idade Maior marcou uma viragem nas políticas municipais para a população idosa. Em articulação com a Rede Social e o CLAS, temos procurado metodologias e ferramentas que permitam uma resposta mais eficaz, integrada e célere, em estreita colaboração com entidades locais, regionais e nacionais. O nosso objetivo passa pela capacitação contínua dos idosos e dos seus cuidadores.

Que novas estratégias ou projetos estão a ser preparados pelo Município para consolidar o trabalho já desenvolvido e, eventualmente, alcançar o grau máximo deste galardão nos próximos anos?

Entre os projetos em desenvolvimento, salientamos o Campus da Idade Maior, uma resposta inovadora, promotora de um envelhecimento ativo, saudável e feliz. Esta iniciativa aposta na saúde, na aprendizagem ao longo da vida, no estímulo das capacidades cognitivas e físicas e na promoção de estilos de vida saudáveis. Queremos proporcionar aos nossos seniores um sentimento renovado de importância, utilidade e propósito, aumentando a sua satisfação, bem-estar e qualidade de vida, e retardando a institucionalização.

Duarte Novo, Presidente

ÓBIDOS REAFIRMA-SE COMO DESTINO SUSTENTÁVEL

Com duas praias distinguidas com a Bandeira Azul e uma programação cultural que rompe a sazonalidade, Óbidos reforça a sua posição como destino de turismo sustentável e criativo. Em entrevista, Filipe Daniel, Presidente da Câmara Municipal, destaca o equilíbrio entre tradição, inovação e cuidado ambiental como pilares da estratégia do concelho.

O Município de Óbidos voltou a ser distinguido com a Bandeira Azul em dois dos seus locais balneares. De que forma esta distinção reforça o posicionamento do concelho enquanto destino de referência para o turismo sustentável e consciente?

A atribuição da Bandeira Azul às praias do Rei Cortiço e do Bom Sucesso reforça o compromisso do Município com o Património

Ambiental, segurança balnear e educação para a sustentabilidade. Esta é a quinta vez consecutiva que aquelas praias recebem este importante galardão e isto não sucede por acaso. Esta distinção reforça o sentimento generalizado da preservação ambiental e segurança dos nossos espaços balneares, como sublinha a estratégia clara que o Município tem vindo a seguir no que respeita ao desenvolvimento sustentável do território. Esta distinção traduz uma visão integrada, na qual a proteção e recuperação dos ecossistemas, a educação ambiental, a acessibilidade e a sensibilização comunitária desempenham um papel central. A Natureza, os munícipes e os turistas merecem os melhores cuidados e é para isso que as equipas da autarquia, juntamente com parceiros locais, têm vindo a trabalhar. Ser reconhecido com este galardão é também uma forma de afirmar o nosso compromisso com um turismo mais consciente, responsável e com menor impacto. Vivemos tempos em aqueles que nos visitam valorizam cada vez mais destinos que respeitam o ambiente, que promovem boas práticas e que proporcionam experiências autênticas. As nossas praias, inseridas num património natural ímpar como a Lagoa de Óbidos, são exemplo disso – espaços de lazer, mas também de conhecimento, equilíbrio e bem-estar. É neste cruzamento entre natureza, responsabilidade e qualidade que procuramos consolidar o posicionamento de Óbidos enquanto destino de referência para o turismo sustentável, não sendo demais recordar que, em novembro do ano passado, Óbidos foi eleita Best Tourism Village pela ONU.

Para além das praias galardoadas, Óbidos é reconhecido pelos seus festivais e agenda cultural. Que papel desempenha a cultura na estratégia de afirmação turística do concelho?

A cultura é, para nós, muito mais do que um complemento à atividade turística: é um motor identitário, económico e social. Ao longo dos anos, a nossa estratégia tem assentado no reconheci-

Filipe Daniel, Presidente

mento da cultura como um ativo fundamental para atrair visitantes durante todo o ano, mas também para promover o envolvimento da comunidade e afirmar o território como um centro de criação, fruição e experimentação artística. Óbidos continua a ter épocas altas em termos de turismo, mas nunca tem verdadeiramente épocas baixas. Temos uma marca cultural consolidada, assente em eventos emblemáticos como o FÓLIO – Festival Literário Internacional, o Mercado Medieval, a Semana Santa de Óbidos, o Óbidos Vila Natal ou o Festival Internacional de Chocolate. Cada um destes eventos atrai milhares de visitantes, dinamiza a economia local e projeta o nome de Óbidos a nível nacional e internacional. Mas a cultura em Óbidos não vive apenas nos grandes momentos: ela está presente nas exposições da Galeria Nova Ogiva, nas bibliotecas de proximidade, nos Museus, na programação nas freguesias, nas parcerias com artistas, escolas e universidades. Esta diversidade permite-nos chegar a públicos muito diferentes, prolongar a permanência dos visitantes, gerar novas oportunidades e afirmar Óbidos como uma vila criativa, vibrante e profundamente ligada à sua herança e ao território.

Quais são as principais novidades que o Município de Óbidos prepara para a temporada de verão 2025, em termos de eventos, experiências e dinamização do território?

O verão de 2025 será marcado por uma programação rica, descentralizada e orientada para oferecer experiências autênticas a quem escolhe Óbidos como destino. Podemos afirmar que o Mercado Medieval é um dos pontos altos do ano, uma viagem no tempo onde uma parte significativa da nossa comunidade proporciona uma experiência inesquecível ao visitante, mas em termos culturais não há como esquecer a crescente preponderância

que o Festival do Bom Sucesso tem vindo a granjear. No entanto, Óbidos não se resume apenas aos eventos. Temos um vasto território, muito multifacetado e capaz de atrair diversos públicos. Desde o turismo de natureza, com os percursos interpretativos, a observação de aves e outras espécies ou o entardecer nas margens da Lagoa de Óbidos, ao golfe, à gastronomia, ao património religioso o difícil é mesmo escolher. Podemos ainda referenciar que estamos a trabalhar na criação de um circuito de turismo literário e artístico, aproveitando os recursos da Vila Literária e o talento dos jovens criadores da região. Como é evidente, queremos que este seja um verão de experiências marcantes, sustentáveis e com impacto positivo no território e na comunidade.

Óbidos é um exemplo de como se pode aliar tradição e inovação, do património histórico à gastronomia e à programação literária. Que estratégia tem sido seguida para valorizar estes recursos de forma integrada e atrativa para diferentes tipos de visitantes?

A nossa estratégia tem sido clara: preservar o que nos distingue e, ao mesmo tempo, criar novas formas de viver, interpretar e partilhar o nosso património. Óbidos tem uma identidade fortíssima, visível nas suas ruas, nas suas tradições, na sua paisagem e no seu modo de vida. É um anfiteatro por natureza. Dentro e fora da vila muralhada. Mas essa identidade não é estática – é dinâmica, reinventada em cada projeto cultural, em cada iniciativa comunitária, em cada encontro com quem nos visita. Temos procurado integrar os nossos recursos – históricos, culturais, naturais e humanos – numa lógica de valorização cruzada. Por exemplo, a gastronomia não é apresentada apenas como um produto de consumo, mas como expressão cultural e patrimonial com destaque para o que conseguimos retirar da Lagoa. E a literatura não está apenas nos livros, mas nas ruas, nas livrarias, mas também nos cafés, nas escolas, nos muros onde se escreve poesia. Este trabalho de valorização integrada permite-nos oferecer uma experiência turística diferenciadora, com profundidade e sentido, capaz de responder às motivações de visitantes muito diversos, desde famílias a investigadores, desde amantes de história a viajantes em busca de bem-estar.

Que mensagem gostaria de deixar aos nossos leitores sobre o que torna Óbidos um destino imperdível neste verão de 2025?

Óbidos é um lugar onde tudo parece caber: o silêncio das muralhas e o som dos concertos ao pôr do sol e à noite, a memória das tradições e a pulsação da criação contemporânea, a praia e o livro, a natureza e a arquitetura, o sabor e a palavra. Este verão, convidamos todos os que nos leem a fazer parte desta vila viva, autêntica e surpreendente. Venham por um dia, fiquem por uma semana, regressem sempre que quiserem. Descubram as nossas praias com Bandeira Azul, participem nos nossos festivais, explorem os trilhos, experimentem os sabores, deixem-se envolver pela nossa cultura. Óbidos não é só para ver – é para sentir, viver e guardar. Porque quem visita Óbidos leva sempre um pouco de nós consigo. E volta. Sempre volta.

Breves Regiões

Requalificação e mobilidade reforçada em Belinho e Antas

O Presidente da Câmara Municipal de Esposende, Guilherme Emílio, inaugurou a requalificação da Rua Barão de Maracanã, importante eixo de ligação entre as freguesias de Belinho e Antas e ponto de passagem do Caminho da Costa para Santiago de Compostela. A intervenção, com um investimento de cerca de 120 mil euros, contemplou alargamento, pavimentação e drenagem pluvial. Na ocasião, foi também benzido o novo autocarro da União de Freguesias de Belinho e Mar, reforçando a mobilidade local. A obra integra a estratégia municipal de valorização territorial e compromisso com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.

Marco Meneses no Mundial de Natação Adaptada 2025

O nadador paralímpico Marco Meneses, natural de Castro Daire e atleta d’O Crasto, vai representar Portugal no Campeonato do Mundo de Natação Adaptada WPS 2025, que decorre em Singapura entre 21 e 27 de setembro. Integrando a seleção nacional composta por cinco nadadores, Marco irá competir nas provas de 50m e 400m livres, 100m costas e 200m estilos, na classe S11, destinada a atletas com deficiência visual. Após bons resultados nas World Para Swimming Series em Paris, o jovem nadador reforça a presença portuguesa no cenário internacional.

Guimarães distingue excelência desportiva

Guimarães celebrou os seus campeões na Gala do Desporto, realizada no Largo do Toural, reconhecendo atletas, clubes e dirigentes de destaque ao longo do ano. O evento, organizado pelo Município e pela Tempo Livre, atribuiu bolsas de formação para jovens talentos e homenageou com prémios de carreira figuras como Dulce Félix, José Mendes, Manuel Freitas Mendes e Vieirinha. O vereador Nelson Felgueiras destacou o desporto como escola de valores e fator de coesão comunitária, encerrando a noite com um concerto de Carolina de Deus.

Vila Verde traça rumo turístico até 2035

Vila Verde apresentou a “Estratégia de Turismo para 2035”, um plano que visa potenciar o desenvolvimento económico e a valorização social do concelho. A sessão pública contou com a presença de Carlos Abade, presidente do Turismo de Portugal, e Luís Martins, líder do Turismo do Porto e Norte. A presidente da Câmara, Júlia Rodrigues Fernandes, destacou o turismo como pilar estratégico para dinamizar a economia local, promover a coesão social e combater a pobreza, reforçando o compromisso com um desenvolvimento sustentável e estruturado.

Sobral Abrantes entra na corrida por Mangualde

Sobral Abrantes apresentou oficialmente a sua candidatura independente à presidência da Câmara Municipal de Mangualde, prometendo uma mudança profunda no concelho. Com críticas severas à atual gestão, destacou a falta de infraestruturas básicas e anunciou um projeto focado no desenvolvimento sustentável, na proximidade com os cidadãos e na inclusão dos jovens nas decisões políticas. Entre as propostas, Sobral Abrantes promete criar um Parque TIR, nova zona industrial para PME, reabilitar o mercado municipal e reduzir taxas municipais para reconstrução. Apela ao voto consciente, garantindo que veio para ganhar e transformar Mangualde.

Coimbra contribui para guia de atividade física no Autismo

A Universidade de Coimbra participou na criação do “Guia de Atividade Física para Pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo”, um manual desenvolvido no Brasil para orientar profissionais na avaliação e planeamento de exercícios adaptados. O projeto contou com a colaboração do docente José Pedro Ferreira, da Faculdade de Ciências do Desporto e Educação, que orientou o doutoramento da pesquisadora Chrystiane Toscano, base do guia. Lançado em Brasília, o manual oferece ferramentas para diferentes níveis de intervenção e reúne parcerias de várias universidades brasileiras e da Secretaria Nacional de Paradesporto.

Breves Saúde

Dia Mundial do Chocolate

O Dia Mundial do Chocolate degusta-se a 7 de julho. A origem dessa comemoração não é muito clara, mas o que importa é que este é o dia do ano de comer chocolate sem peso na consciência. Seja uma barra de chocolate, uma bebida, um gelado, algumas bolachas ou bombons, neste dia é obrigatório ingerir uma boa dose de chocolate. Hoje, a indústria do chocolate movimenta milhares de euros e, em Portugal, os portugueses comem um quilo e meio de chocolate em média por ano.

Dia Mundial da Alergia

O Dia Mundial da Alergia celebra-se a 8 de julho. A data da Organização Mundial da Saúde visa alertar as pessoas sobre a importância do tratamento das alergias, visto que em certos caso as alergias podem provocar a morte. Neste dia pode informar-se melhor sobre as alergias e visitar o médico de família, por exemplo. Em maio celebra-se também o Dia Mundial da Asma e em dezembro o Dia Internacional dos Portadores de Alergia Crónica. As alergias mais comuns em Portugal são as alimentares e as respiratórias (pólenes, ácaros, fungos, pelos de animais).

Dia Nacional da Doação de Órgãos e da Transplantação

O Dia Nacional da Doação de Órgãos e da Transplantação em Portugal é celebrado anualmente a 19 de julho. Esta data visa homenagear os dadores e suas famílias, os profissionais de saúde envolvidos e sensibilizar a sociedade para a importância da doação de órgãos. A doação de órgãos é um ato de solidariedade que pode salvar vidas e oferecer uma segunda oportunidade a quem aguarda por um transplante. É um gesto nobre e essencial para a saúde pública, que merece ser reconhecido e incentivado.

Dia Mundial do Cérebro

Comemora-se a 22 de julho, o Dia Mundial do Cérebro. A data foi instituída em 2014, pela World Federation of Neurology (WFN) e tem como objetivo alertar para as grandes questões do cérebro e para a importância da sua discussão na qualidade da vida. A data visa chamar a atenção para a importância da investigação com o objetivo de encontrar resposta para as doenças neurológicas e de proporcionar a investigação na área dos medicamentos, que pode ser vital para o bem-estar de quem padece de algum tipo de doença do foro neurológico.

Dia Mundial do Cancro do Pulmão

O Dia Mundial do Cancro do Pulmão é celebrado anualmente a 1 de agosto, com o objetivo de aumentar a consciencialização sobre esta doença e apoiar aqueles que vivem com ela. O cancro do pulmão é uma das principais causas de morte por cancro em todo o mundo, representando 18,4% das mortes por cancro, segundo o SNS – Portal do SNS. A data serve como um lembrete da importância da prevenção, diagnóstico precoce e tratamento eficaz desta doença. A campanha "O Cancro do Pulmão não tira férias" procura alertar para a necessidade de atenção contínua a esta doença, que pode ser silenciosa e muitas vezes diagnosticada em estágios avançados.

Dia Mundial Humanitário

O Dia Mundial Humanitário celebra-se anualmente a 19 de agosto. O objetivo do Dia Mundial Humanitário é homenagear todos os voluntários do mundo pelo seu trabalho e divulgar as obras realizadas pelas organizações humanitárias espalhadas pelo globo, apesar de todas as dificuldades vividas. A data também é conhecida como o Dia Mundial da Ajuda Humanitária e o Dia da Memória dos Trabalhadores Humanitários, prestando tributo a todos os funcionários e trabalhadores humanitários que foram mortos no exercício do seu trabalho.

João Guerra, João Palha, Paulo Pessanha, Sara Melo, António Pacheco Palha e João Preto

A NOVA CSSC RENOVAR PARA REABILITAR

A Casa de Saúde de Santa Catarina (CSSC), referência em psiquiatria e saúde mental em Portugal, inaugura novas instalações que concretizam a visão do Diretor Clínico João Palha, desde 2009, e dos Sócios António Palha, Paulo Pessanha, João Preto, Sara Melo e João Guerra. O espaço é dedicado a oferecer cuidados personalizados, focados no tratamento e reabilitação, bem como na melhoria da qualidade de vida de cada utente.

Dr. João Palha, Diretor Clínico

Inauguração da nova CSSC

Com quase 80 anos de história na área da psiquiatria, a CSSC dá agora um passo decisivo com a inauguração de um novo espaço, concebido para responder às exigências atuais da saúde mental.

Organizada em cinco andares, a nova Casa de Saúde de Santa Catarina alia inovação tecnológica, acolhimento familiar e uma abordagem integrada dos cuidados. A grande novidade está na organização do espaço por faixas etárias e níveis de complexidade, o que permite uma resposta mais dirigida e eficaz. De forma pioneira a nível privado em Portugal, um piso exclusivo para o internamento de adolescentes. Conta também com um piso para adultos em idade ativa, dois pisos dedicados a idosos, com respostas específicas para esta faixa etária, nomeadamente nas demências e um piso orientado para consultas externas e terapias ambulatórias, nomeadamente eletroconvulsivoterapia e a estimulação magnética transcraneana. O rés do chão está inteiramente dedicado à reabilitação e é onde funciona o Centro de Atendimento Integrado, muito dedicado às demências e aos doentes instáveis, passando estes o dia em tratamento, mas não pernoitando na CSSC.

Mais do que uma unidade de internamento, a nova CCSC foi desenhada para ser um espaço de recuperação. A criação de salas de estar, de refeições, ginásio e biblioteca, entre muitos outros espaços

diferenciados, reforça um ambiente familiar e humanizado, onde cada paciente é acompanhado com dignidade, proximidade e foco na melhoria contínua.

Segundo João Palha, esta nova casa está preparada para responder à saúde mental de forma transversal, com qualidade, dignidade e profundidade clínica. “Temos agora condições para garantir um plano de cuidados individualizado e centrado na pessoa, em qualquer fase da vida”.

Para isso e, segundo Paulo Pessanha, médico de medicina geral e familiar, “importa também sublinhar a importância do apoio continuo prestado por uma equipa de médicos de medicina interna, medicina geral familiar, geriatria e neurologia, cuja intervenção é decisiva no seguimento dos nosso doentes, muitos dos quais idosos ou portadores de múltiplas patologias crónicas para além da psiquiatria”.

Proteger a saúde mental desde cedo

Assume-se como uma referência nacional na área da pedopsiquiatria ao oferecer, pela primeira vez no setor privado, uma área de dia para crianças e para adolescentes, assim como um internamento de adolescentes, num espaço próprio e independente.

Um dos aspetos mais desafiantes é o reconhecimento da existência de problemas de saúde mental desde a primeira infância.

“Muitas vezes, as pessoas surpreendem-se com a ideia de que pode haver sofrimento psíquico em bebés ou crianças pequenas. Mas sim, há sinais que não podemos ignorar. Alguns não correspondem ainda a doenças estruturadas, mas já exigem intervenção. E é aí que entra o nosso trabalho, com uma abordagem terapêutica intensiva e, sobretudo, preventiva”, explica João Guerra.

Envelhecer com qualidade e dignidade

No âmbito do Dia Mundial do Cérebro, celebrado a 22 de julho, João Palha sublinha a urgência de reforçar a resposta especializada ao envelhecimento mental. “As doenças mentais são muito poligénicas e complexas, e a investigação médica avança devagar. Mas há muito que podemos fazer na vertente psicossocial. Com empatia, humanidade e reabilitação, conseguimos melhorar vidas”.

O Futuro da CSSC

Com os olhos postos no futuro, a Casa de Saúde de Santa Catarina aposta numa forte componente de investigação e inovação terapêutica. Está em desenvolvimento uma parceria com a Escola Superior de Saúde, numa lógica que alia o tratamento à produção de conhecimento científico, uma tradição que já vem de trás, personificada no sócio mais antigo da CSSC, António Palha.

Este investimento em novas tecnologias reflete o compromisso da instituição em continuar a crescer com base na evidência e na

multidisciplinaridade. “A ideia é sempre melhorar, envolver melhor as pessoas e alcançar melhores resultados, com um único objetivo: garantir mais qualidade de vida aos nossos doentes e às suas famílias”, sublinha António Palha. Ao mesmo tempo, a CSSC pretende afirmar-se como um polo dinâmico de reflexão e partilha sobre saúde mental, promovendo encontros científicos e fóruns comunitários. Estes momentos serão pensados tanto para profissionais como para o público em geral, e abordarão temas clínicos e sociais com rigor e acessibilidade.

Outro projeto em fase de arranque passa pela dinamização de encontros regulares com pais e cuidadores, sobretudo no âmbito da saúde mental infantojuvenil. “A doença psiquiátrica, principalmente na adolescência, tem um impacto profundo em toda a família. Por isso queremos criar espaços onde os pais se sintam confortáveis, onde possam esclarecer dúvidas, partilhar histórias e receber orientações credíveis”, reforça Sara Melo, pedopsiquiatra. Esta visão de casa aberta, onde ciência e comunidade se encontram, traduz o propósito maior da CSSC: cuidar, esclarecer e reabilitar com humanidade e excelência.

A nova Casa de Saúde de Santa Catarina abre portas a uma abordagem transformadora da saúde mental em Portugal. Preparada para acompanhar diferentes etapas da vida, integra cuidado clínico, proximidade humana e avanço terapêutico. Com este novo espaço, a instituição renova o seu compromisso: criar caminhos de recuperação com rigor, sensibilidade e visão.

• Equipa multidisciplinar

• Consulta externa

• Psicoterapias individuais e grupais

• Tratamentos ex: ECTs, EMT, Realidade virtual

• Centro de atendimento integrado adultos

• Internamento adultos curta duração

• Internamento adultos longa duração

• Área dia de crianças e adolescentes

• Internamento de Pedopsiquiatria - Adolescentes

• Grupos psicoeducativos

info@cssc.pt • www.cssc.pt

Dr. João Guerra e Dra. Sara Melo, Pedopsiquiatras

CEFALEIAS: UM ESTRANHO CASO DE MIOPIA SOCIAL

Filipe Palavra Médico Neurologista, Unidade Local de Saúde de Coimbra; Assistente Convidado, Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra e Presidente da Sociedade Portuguesa de Cefaleias

tratadas, mostrando-se, assim, como uma estranha manifestação de miopia social, em que parece que todos, enquanto sociedade, nos recusamos a ver a maior distância as consequências da nossa inércia.

As cefaleias (dores de cabeça) são uma das queixas neurológicas mais comuns na prática clínica e representam um problema de saúde pública com impacto muito significativo na sociedade que somos. Estima-se que mais de metade da população mundial sofra de cefaleias de forma ocasional, sendo que cerca de 15% apresentam formas crónicas de doença. Apesar da sua prevalência e dos efeitos debilitantes que frequentemente lhes associamos, as cefaleias continuam subestimadas e frequentemente pouco

A Organização Mundial da Saúde reconhece as cefaleias, especialmente a enxaqueca, como uma das principais causas de incapacidade, a nível global. Para além da enxaqueca, um distúrbio neurológico complexo, com origem multifatorial, que pode incluir sintomas como náuseas, sensibilidade à luz e ao som, a somar a uma cefaleia intensa e frequentemente unilateral, é também muito prevalente (e mais do que a enxaqueca!) a cefaleia tipo tensão, também ela uma cefaleia primária (isto é, é ela própria a doença e não se considera sintoma de nenhum outro problema de saúde). Existe ainda uma miríade de cefaleias ditas secundárias (manifestações de outras doenças subjacentes), daqui resultando um impacto que vai muito para lá do desconforto físico.

Em termos socioeconómicos, as cefaleias são responsáveis por milhões de dias de trabalho e de escola perdidos anualmente. A produtividade reduzida, associando-se à presença de dor ou ao receio de uma nova crise, tem implicações diretas nos sistemas económicos e na eficiência do trabalho. Muitas pessoas com cefaleias crónicas desenvolvem também comorbilidades psiquiátricas, como ansiedade e depressão, criando um ciclo vicioso entre dor, sofrimento emocional e incapacidade funcional. O custo indireto das cefaleias, relacionado com ausências no trabalho, diminuição do rendimento e encargos com cuidados informais prestados por familiares, é muitas vezes superior ao custo direto associado ao tratamento médico. Apesar disso, muitas vezes o diagnóstico é tardio e os tratamentos prescritos são inadequados, contribuindo para a cronificação da doença e para um uso excessivo de analgésicos, o que por si só pode agravar o quadro clínico. Em populações mais jovens o impacto é particularmente marcante. A enxaqueca é uma das principais causas de perda de anos de vida saudáveis entre os 15 e os 49 anos, dificultando a progressão académica, afetando as relações interpessoais e limitando escolhas profissionais. Em crianças, a cefaleia pode manifestar-se de forma atípica e muitas vezes é desvalorizada. É também importante destacar o estigma associado às cefaleias crónicas, vistas como “queixas menores” ou exageros. Romper com este estigma é um passo essencial para garantir uma abordagem digna e centrada na pessoa. Apesar dos avanços na investigação, ainda existe uma lacuna significativa entre o conhecimento científico e a prática clínica, onde tem ainda um protagonismo demasiadamente marcante a dificuldade de acesso a fármacos inovadores. Esta dificuldade contribui para manter muito elevado o peso das cefaleias na nossa sociedade. E este fardo silencioso, de dimensão nada pequena, mostra-se como um exemplo paradigmático de uma miopia que não queremos manter. Urge ver mais além e encarar a abordagem das cefaleias como uma necessidade premente, com impacto pessoal, familiar e social mais do que evidente.

DIA MUNDIAL DA ALERGIA

O Dia Mundial da Alergia é assinalado a 8 de julho e tem como objetivo promover a consciencialização sobre uma doença comum que pode afetar a qualidade de vida. A data é uma iniciativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da World Allergy Organization (WAO).

Algumas curiosidades sobre a Alergia

O que é uma alergia?

É designado por alergia uma excessiva reação de defesa do sistema imunitário a determinadas substâncias externas, que normalmente são inofensivas e bem toleradas pelo corpo. A reação de defesa desencadeia processos inflamatórios que causam sintomas típicos. Na Europa, cerca de um terço da população sofre atualmente de uma alergia.

Desencadeadores de Alergia

Pólenes

Os pólenes são libertados como pó de flores pelas plantas. A intensidade da polinização é influenciada pelo clima. Por isso, as queixas no caso das alergias a pólenes ocorrem apenas sazonalmente durante os períodos típicos de propagação dos pólenes. No contacto dos pólenes com a mucosa humana nos olhos, nariz ou brônquios, os alergénicos são libertados dos pólenes, podendo causar nas pessoas sensíveis a isso queixas alérgicas. Frequentemente os alérgicos a pólenes também reagem com sintomas a determinados alimentos. Este fenómeno é designado por alergia cruzada.

preferem um ambiente quente e húmido, como por exemplo os colchões. As condições de vida ideais para os ácaros ocorrem, porém, também no pó doméstico normal.

As substâncias desencadeadoras de alergias encontram-se nos excrementos de ácaros.

As queixas ocorrem maioritariamente ao longo de todo o ano, mas intensificam-se frequentemente nos meses de Outono e Inverno. Uma vez que os ácaros de pó doméstico encontram as melhores condições de crescimento na cama, os sintomas alérgicos nas pessoas afetadas são mais visíveis à noite e de manhã cedo.

Bolor

O bolor (p. ex. Alternaria alternata) propaga-se por pequenos poros microscópicos, que se formam em grandes quantidades e se propagam pelo ar. Os poros podem germinar sob condições favoráveis em

material adequado, tais como alimentos, tapetes ou madeira, e podem evoluir para uma rede tipo algodão ou farinha, a qual se formam cada vez mais poros. O bolor também pode aparecer em paredes húmidas da casa, por exemplo nos quartos de banho. Os poros do bolor são absorvidos pelo ar inalado ou pela alimentação e podem causar queixas alérgicas.

Epitélios de animais

Nos animais, as substâncias desencadeadoras de alergias são determinadas proteínas da saliva, escamas da pele, urina ou excrementos. Estes chamados alergénicos aderem também ao pelo ou penas e são propagados pelos animais, p. ex. quando roçam nos objetos. Os alergénicos secos são levantados pelo ar e podem, por isso, ser facilmente inalados e entrar nas mucosas. Em pacientes sensíveis a isso são desenca-

táveis a olho nu. Naturalmente que apare cem no ambiente doméstico e alimentam-se, entre outras coisas, das escamas humanas da pele. Os ácaros de pó doméstico

Uma alergia alimentar caracteriza-se pela ocorrência de sintomas alérgicos

mentos (p. ex. amendoins, leite, ovos).

mentares ocorrem frequentemente como

Nas crianças pequenas podem persistir sobretudo alergias alimentares à clara

Informação disponível em: https://www.roxall.pt/alergia

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ALERGIAS EM PORTUGAL DESAFIOS E AVANÇOS

Num contexto em que as doenças alérgicas atingem já um quarto da população portuguesa e refletem dinâmicas globais associadas à urbanização, poluição e alterações climáticas, o desafio não é apenas clínico — é também estrutural. Ana Morête, Presidente da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC), traça um retrato do presente e aponta caminhos para o futuro da imunoalergologia em Portugal, defendendo uma resposta integrada que una ciência, políticas públicas e literacia em saúde.

Em Portugal, estima-se que até um quarto da população sofra de doenças alérgicas. O que explica esta prevalência elevada e que fatores têm contribuído para o seu aumento nas últimas décadas?

Esta prevalência elevada alinha-se com tendências globais, especialmente em países desenvolvidos, e pode ser explicada por uma combinação de fatores genéticos, ambientais e estilos de vida modernos. Estudos epidemiológicos portugueses indicam que a prevalência tem aumentado, especialmente em crianças e jovens adultos. A falta de comparticipação para tratamentos como as vacinas antialérgicas, pode limitar o controlo eficaz das alergias, contribuindo para a persistência de sintomas mais graves.

As alterações climáticas e a poluição atmosférica têm sido apontadas como fatores agravantes das doenças alérgicas. Que evidência científica sustenta esta relação e como se antecipa que a situação evolua nos próximos anos?

Esta relação é sustentada por um conjunto robusto de evidência científica que demonstra impacto no aumento da prevalência e gravidade.

O prolongamento das épocas de polinização, mudanças na distribuição de alergénios, intensificação de eventos climáticos extremos, irritação das vias aéreas e aumento da alergenicidade dos pólenes são os principais responsáveis. Por outro lado, as alterações climáticas afetam a produção de certos alimentos, tornando-os mais alergénicos, e podem agravar queixas na pele, penetrando a barreira cutânea e exacerbando a inflamação no doente atópico.

Em Portugal, projeta-se um aumento de 2-3°C até 2050, o que poderá intensificar a prevalência das doenças alérgicas.

A imunoterapia específica, conhecida como vacina antialérgica, é apontada como o único tratamento que modifica a evolução da doença. Como funciona este tratamento e porque continua a não ser comparticipado em Portugal, ao contrário do que acontece noutros países da União Europeia?

As vacinas antialérgicas, são um tratamento que visa induzir tolerância imunológica a alergénios específicos, dessensibilizando o doente. O tratamento consiste na administração controlada e progressiva de doses crescentes do alergénio ao qual o paciente é alérgico

Ana Morête, Presidente

com o objetivo de “reeducar” o sistema imunológico. Isso resulta na diminuição dos sintomas, redução de necessidade de medicação e melhoria da qualidade de vida. Em alguns casos, especialmente em alergias graves como a picada de abelhas e vespas, o tratamento pode ser curativo. Apesar de custo-efetiva, reduzindo custos com medicamentos e internamentos, Portugal não a comparticipa desde 2011, devido a restrições económicas da Troika. A SPAIC tem vindo a lutar pela reposição da comparticipação tendo efetuado uma petição à Assembleia da Républica. No dia 26 de junho de 2025 a referida petição foi discutida em sessão plenária da AR, e o projeto de resolução n.º 44/XVII/1.ª – Recomenda ao Governo a reposição da comparticipação do tratamento de imunoterapia especifica com alergénios (vacinas antialérgicas) – foi aprovado.

Os mapas polínicos e acarológico disponíveis no site da SPAIC são ferramentas importantes para os doentes. Qual tem sido a recetividade do público e dos profissionais de saúde a estes recursos, e que impacto real têm na gestão das alergias?

A Rede Portuguesa de Aerobiologia criada pela SPAIC em 2002, disponibiliza o Boletim Polínico no site www.rpaerobiologia.com, informando semanalmente sobre níveis de pólenes em 9 estações de monitorização. Esta ferramenta é valorizada por doentes alérgicos, com milhares de acessos durante as épocas polínicas ajudando a evitar alergénios e ajustar medicações. Profissionais de saúde, sobretudo imunoalergologistas, usam os mapas para diagnóstico e orientações terapêuticas.

Em relação aos dados acarológicos, orientam medidas de controlo ambiental (ex.: uso de capas anti-ácaros ou desumidificadores), especialmente em regiões húmidas como o litoral português.

Sendo a doença alérgica transversal a todas as idades, que desafios específicos se colocam ao diagnóstico e tratamento em populações pediátricas e geriátricas?

Em crianças, a imaturidade imunológica, a dificuldade em realizar testes diagnósticos como os testes cutâneos por picada e as provas de função respiratória e a evolução dos sintomas com o crescimento constituem os principais desafios.

Nos idosos o envelhecimento imunológico (imunossenescência), as comorbilidades e os riscos da polimedicação são os principais desafios.

O que considera serem os principais avanços científicos na área da imunoalergologia nos últimos anos e como se refletem já na prática clínica em Portugal?

A imunoalergologia tem evoluído com diagnósticos e tratamentos mais precisos. O diagnóstico molecular identifica alergénios específicos, melhora a precisão diagnóstica e a orientação terapêutica. Em Portugal está disponível apenas em alguns hospitais devido ao seu elevado custo. A imunoterapia (subcutânea e sublingual) evoluiu com formulações mais padronizadas, doses otimizadas e novos alergénios para a abordagem dos doentes polissensibilizados. A introdução de medicamentos biológicos,

como os anticorpos monoclonais revolucionou o tratamento das formas graves da das doenças alérgicas.

A SPAIC tem vindo a reforçar a sua presença no debate público e na comunicação digital. Qual é hoje o papel da Sociedade na defesa dos doentes alérgicos e que estratégias estão em curso para aumentar a literacia em saúde nesta área?

A SPAIC desempenha um papel fundamental na defesa dos doentes alérgicos em Portugal promovendo a sensibilização, a educação, a investigação e a melhoria do acesso a cuidados de saúde. Investe na formação de profissionais, pressiona pela comparticipação da imunoterapia pelo SNS. Organiza eventos para os doentes como a Semana Mundial da Alergia, publica a Revista Portuguesa de Imunoalergologia, materiais educativos entre outros. A sua presença no debate público e na comunicação digital posicionam a SPAIC como referência em matéria de alergologia em Portugal.

No contexto do Dia Mundial da Alergia, e olhando para o futuro da imunologia e do tratamento das alergias, que avanços acredita que poderão vir a transformar a forma como prevenimos ou tratamos as alergias nos próximos anos?

O Dia Mundial da Alergia é uma oportunidade para aumentar a consciencialização sobre as doenças alérgicas e destacar avanços científicos. Com base nas tendências atuais em imunoalergologia, o futuro aponta para uma abordagem integrada, multidisciplinar e centrada no doente, onde a prevenção será tão importante quanto o tratamento. A imunologia caminha para se tornar uma das áreas mais transformadoras da medicina do século XXI.

ALERGIAS E ANTIALÉRGICOS

Alergias são reações do sistema imunológico a substâncias geralmente inofensivas, enquanto antialérgicos são medicamentos usados para aliviar os sintomas dessas reações. Os antialérgicos mais comuns são os anti-histamínicos, que bloqueiam a ação da histamina, uma substância envolvida nas reações alérgicas

O que são alergias?

Alergias são respostas exageradas do sistema imunológico a substâncias chamadas alergénios, como pólen, ácaros, pelos de animais, alimentos, entre outros. Quando uma pessoa alérgica entra em contacto com um alergénio, o sistema imunológico reage libertando histamina e outras substâncias químicas, causando sintomas como comichão, espirros, corrimento nasal, nariz vermelho, edema (vulgo inchaço), etc.

O que são antialérgicos?

Os antialérgicos são medicamentos que ajudam a aliviar os sintomas das alergias. Eles podem ser divididos em duas categorias principais:

• Anti-histamínicos:

São os mais comuns e atuam bloqueando os efeitos da histamina, reduzindo ou eliminando os sintomas alérgicos.

• Corticoides:

Usados em casos de alergias mais graves, reduzem a inflamação e a resposta imunológica.

Tipos de anti-histamínicos:

Existem duas gerações de anti-histamínicos:

• Primeira geração:

São mais antigos e podem causar sonolência como efeito colateral, pois atravessam a barreira hematoencefálica. Exemplos incluem prometazina, difenidramina e dexclorfeniramina.

• Segunda geração:

São mais recentes e causam menos sonolência, pois têm menor capacidade de atravessar a barreira hematoencefálica.

Exemplos incluem loratadina, cetirizina, fexofenadina e bilastina.

Formas de apresentação dos anti-histamínicos:

Os anti-histamínicos podem ser encontrados em diversas formas, tais como:

• Comprimidos

• Xaropes

• Gotas

• Sprays nasais

• Colírios

• Cremes e pomadas para uso tópico.

Importante:

• É fundamental consultar um médico ou farmacêutico antes de usar qualquer medicamento antialérgico, especialmente se estiver a tomar outros medicamentos ou tiver algum condicionamento de saúde.

• Os antialérgicos não curam a alergia, apenas aliviam os sintomas. Para controlar as alergias a longo prazo, pode ser necessário evitar o contacto com o alergénio e/ ou realizar tratamentos específicos, como a imunoterapia.

MÊS DA SAÚDE DIGESTIVA

Mês da Saúde Digestiva é uma iniciativa de responsabilidade social corporativa da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia, em parceria com empresas nacionais líderes nos seus sectores. Inicia-se a 29 de maio (Dia Mundial da Saúde Digestiva) e prolonga-se durante o mês de junho, com ações ao longo do ano. Pretende informar sobre o que é a Saúde Digestiva e qual a sua importância ao nível da prevenção, diagnóstico precoce e tratamento das doenças do aparelho digestivo, assim como contribuir para a melhoria do estado da Saúde Digestiva e da Saúde global dos Portugueses.

Fonte: https://saudedigestiva.pt/ / SPG – Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia

Segundo a Organização Mundial de Gastrenterologia, 20% da população mundial tem algum problema digestivo e intestinal. No entanto, somente 10% dessas pessoas procuram orientação médica.

Porque razão os problemas de saúde digestiva são tão comuns?

A principal explicação para que o surgimento de doenças do trato digestivo seja tão comum envolve o estilo de vida das pessoas. Isso inclui:

• sedentarismo;

• dormir pouco – hábito muito associado ao uso de ecrãs digitais;

• tabagismo e alcoolismo;

• stress excessivo;

• alimentação inadequada – como o consumo de fast food e uma dieta pobre em frutas e verduras.

É comum que muitos durmam pouco e não se exercitem por estarem cansados ou sem tempo, devido ao trabalho e aos estudos. Simultaneamente, a alimentação inadequada, o álcool e o tabaco surgem como válvulas de escape. No entanto, essa realidade não é apenas frequente em adultos atarefados em compromissos. Jovens e crianças também apresentam problemas de saúde digestiva, impactados pelas refeições rápidas. Por último, as doenças no trato digestivo também têm muita relação com a desigualdade social, que dificulta o acesso a uma alimentação adequada.

Distúrbios gastrointestinais

Alguns dos distúrbios gastrointestinais mais comuns incluem gases e barriga inchada, diarreia, gastrite, refluxo gastroesofágico (vulgo azia), síndrome do intestino irritável e doença inflamatória intestinal.

A barriga inchada, frequentemente associada a gases, será talvez o distúrbio gastrointestinal mais comum e pode ter diversas causas, desde hábitos alimentares e estilo de vida até condições médicas sub-

jacentes. A formação de gases no intestino pode ser causada por diversos fatores, como a ingestão de certos alimentos, o engolir ar durante as refeições, a prisão de ventre ou até mesmo a toma de certos medicamentos.

Como cuidar da saúde digestiva?

A saúde digestiva desempenha um papel fundamental na nossa qualidade de vida geral. Um sistema digestivo saudável permite absorver os nutrientes essenciais dos alimentos, fortalecer o sistema imunitário e manter o equilíbrio interno do corpo.

Uma alimentação saudável é crucial para uma digestão eficiente. Por isso, incluir alimentos ricos em fibras, como frutas, vegetais e grãos integrais, é essencial para auxiliar na regulação do trânsito intestinal. A prática de exercícios físicos e de outras atividades que aliviam o stress também está ligada diretamente a uma boa saúde digestiva.

Não menos importante, é fundamental lembrar a importância da ingestão diária de água que ajuda a manter o corpo bem hidratado.

Recomenda-se a realização de exames de rotina e consultar o médico periodicamente para analisar as condições de saúde. E estar com atenção ao histórico clínico da família para ajudar no rastreio de doenças do trato intestinal.

ENFERMAGEM: A PERDA DE ATRATIVIDADE DA PROFISSÃO E O RISCO DO SISTEMA DE SAÚDE RUIR

Numa altura em que decorre a 1ª fase de acesso ao Ensino Superior, há que refletir sobre uma realidade recente: a perda de atratividade da Enfermagem enquanto profissão e com isso se poder hipotecar a promessa constitucional de um sistema de saúde de referência.

Durante décadas, a Enfermagem foi vista por muitos como uma «aposta segura», uma profissão bem estruturada, com futuro. Essa perceção assentava em dados reais: o reconhecimento da Enfermagem enquanto ciência autónoma, da profissão enquanto pilar da organização e funcionamento de qualquer unidade de saúde, e a necessidade constante e crescente de cuidados de saúde numa população cada vez mais envelhecida. Mas hoje vivemos uma inversão perigosa dessa tendência. Já não é apenas difícil cativar e reter enfermeiros em Portugal. Começa a ser difícil atrair jovens para os cursos de Enfermagem.

Números oficiais testemunham a nova tendência. Entre 2022 e 2024, o número de candidatos às três principais escolas de Enfermagem (ESE) do País diminuíram em 25,9% – menos 1.340 candidaturas. De igual forma, o número de candidatos em que estes cursos foram a 1ª opção também diminuiu em 32,7% (573).

No que toca aos colocados, os valores têm-se mantido relativamente estáveis, assim como a proporção de alunos em que esta foi a sua 1ª opção (cerca de 66%). Mas se compararmos os três anos, o número de estudantes em que a Enfermagem foi a 1ª escolha desceu em 5,6% – de 663 para 626.

Por outro lado, se tivermos em conta as notas de entrada nestes três cursos, a tendência também foi de descida. Senão vejamos: em 2022 a nota o último aluno colocado na ESE do Porto foi de 16,1, sendo que em 2024 foi de 15,5. Mas a maior descida foi registada em Coimbra: de 15,1 para 13,9.

Estes dados – que assentam nas três ESE que oferecem o maior contingente de vagas e que possuem uma longa tradição nesta área – levam-nos a concluir que nos últimos anos tem havido menos candidatos interessados nos cursos de Enfermagem. Estes números também parecem significar que cada vez mais se candidatam alunos com médias mais baixas e que não colocam a Enfermagem no topo das suas preferências. Mas há outro indicador que corrobora a perda de atratividade da profissão. Se analisarmos o número de diplomados nos mesmos anos e nas mesmas três ESE, concluímos que a tendência de redução também é visível em quem iniciou o curso ainda antes da pandemia.

Fonte: DGES
Fonte: DGEEC
Lúcia Leite, Presidente da Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros

Por último, há um aspeto que não pode ser excluído da equação: a empregabilidade da profissão além-fronteiras. De acordo com a Ordem dos Enfermeiros, 50 a 60% dos recém-licenciados pedem a declaração que lhes permite exercer no estrangeiro – onde as condições de trabalho são melhores e a qualidade dos enfermeiros portugueses é sobejamente reconhecida. Há já vários anos que os fluxos migratórios também incluem enfermeiros especialistas.

Assim, não parece descabido afirmar que se está a formar a “tempestade perfeita”: a procura da profissão pelos jovens é cada vez menor, o número de alunos que conclui a licenciatura anualmente também está a diminuir, mas o expoente máximo está no facto de Portugal perder mais de 50% dos enfermeiros formados em cursos financiados pelos nossos impostos.

Uma resposta lúcida

Não é difícil perceber as razões de tudo isto! E temo que a situação não seja mais grave precisamente porque um elevado número já escolhe a área com intenção de emigrar! Porquê? Porque conhecem demasiado bem o que os espera: salários muito baixos, uma carreira pouco valorizada e morosa em termos de progressão, trabalho por turnos, horários desregulados e pressão constante para manterem os serviços a funcionar. A promessa de um vínculo sólido e duradouro já não cativa a nova geração de estudantes universitários. Até porque sabem que o volume de horas extraordinárias pode aumentar o rendimento, mas sempre à custa de um enorme desgaste físico e emocional.

Este distanciamento dos jovens da Enfermagem não é uma moda ou um desinteresse abstrato: trata-se de uma resposta lúcida às condições de trabalho que lhes são impostas.

É neste contexto que temos um Serviço Nacional de Saúde (SNS) a perder atratividade não apenas para os profissionais que já nele exercem, como também para os que potencialmente o poderiam escolher como empregador.

Há quem argumente que o problema é do SNS, mas não é assim tão simples. As unidades de saúde privadas e sociais também precisam de enfermeiros e enfrentam dificuldades idênticas para recrutar e reter enfermeiros. Sem enfermeiros todos vamos fica a perder, até porque sem eles quase nenhum serviço funciona!

Mudar o paradigma

Sabemos hoje que, para muitos dos recém-licenciados em Enfermagem, a estabilidade do vínculo é menos importante do que a colocação nas áreas de exercício pretendidas ou a integração em equipas de qualidade – onde possam “crescer” como profissionais.

O bom ambiente de trabalho também é um aspeto muito mais valorizado pelas novas gerações. Mas o que temos atualmente é uma carência crónica de profissionais, contextos de trabalho onde o assédio moral é diário, onde os enfermeiros são frequentemente mobilizados de serviço sem períodos de integração, onde nem os horários de descanso são respeitados!

Um SNS com o foco na produtividade e no aumento de atos, sem considerar os resultados em ganhos em saúde, sem carreiras que reconheçam a penosidade da profissão e que apoiem a formação profissional dos enfermeiros, tem promovido também a emigração de muitos enfermeiros experientes, descapitalizando a força de trabalho em Portugal. Se a Enfermagem se afirmou como ciência autónoma e profissão com exercício autorregulado, é preciso assegurar condições remuneratórias que compensem o trabalho diário em contextos de risco e sofrimento, mas principalmente é fundamental garantir condições de trabalho que respeitem e cuidem dos enfermeiros!

É emergente mudar de paradigma. Caso contrário, a desejável renovação geracional dos profissionais não vai acontecer e as consequências serão dramáticas para os cuidados de saúde. Sem enfermeiros em número suficiente e motivados, o sistema de saúde como o conhecemos ruirá a partir de dentro.

A solução é clara: adaptar os ambientes de trabalho aos fatores que podem fazer a diferença entre cativar ou afastar profissionais. Os decisores políticos, legisladores e gestores não podem continuar a “enterrar a cabeça na areia” e esperar que os jovens se adaptem a modus operandi burocráticos e desligados do que os rodeia.

Investir em enfermeiros não é um custo, é uma aposta num futuro melhor, no funcionamento eficiente do sistema de saúde e na coesão social. É preciso garantir que a escolha pela Enfermagem volta a ser aliciante e não um caminho “acidentado”, um risco permanente, mal remunerado e que não permite uma vida digna. Só assim conseguiremos inverter esta tendência. Só assim garantiremos o futuro da profissão e, com ele, o futuro da saúde em Portugal.

geral@aspe.pt www.aspe.pt

OLHO SECO: O TRATAMENTO E A RELAÇÃO COM DISPOSITIVOS ELETRÓNICOS

O olho seco é uma doença multifactorial da superfície ocular caracterizada por uma alteração da quantidade e/ou qualidade da lágrima e acompanhado por sintomas oculares como por exemplo sensação de ardor, secura, areia e/ou corpo estranho, fotofobia, olho vermelho e visão turva que geralmente vão agravando ao longo do dia.

Dr. Paulo Guerra, Médico oftalmologista no Hospital da Luz Lisboa

A forma mais frequente de olho seco é o evaporativo, responsável por cerca de 60% de todos os casos e está relacionado com a evaporação mais rápida da lágrima apesar da sua produção estar normal. A outra forma da doença é o olho seco por insuficiência lacrimal, menos frequente e resulta de uma diminuição da produção aquosa da lágrima no contexto de várias doenças. Estima-se que a prevalência do olho seco em Portugal seja de 15-20% na população adulta geral, embora a maioria não tenha um diagnóstico formal. Clinicamente o olho seco tem um espectro de gravidade muito alargado que pode ir desde a presença de lesões epiteliais mínimas na superfície do olho (córnea e conjuntiva) até a casos mais graves com úlceras de córnea associadas a perda de visão e dor.

Como é que o uso prolongado de dispositivos eletrónicos influencia a saúde ocular e a incidência de olho seco?

Se por um lado não está demonstrado que os ecrãs de TV, computadores, tablets ou smartphones causem doença oftalmológica, por outro lado, o desenvolvimento de sintomas oculares, associados ao esforço visual excessivo e ao olho seco evaporativo é frequente após algumas horas de utilização.

Durante a utilização destes meios tecnológicos, verifica-se um aumento necessário da potência dióptrica do olho (esforço para ver ao perto), associado à diminuição da frequência do pestanejo involuntário. Sendo o piscar do olho, essencial para a integridade da superfície do olho e para a disseminação da lágrima, esta situação conduz ao aumento da exposição da superfície ocular e à evaporação aumentada da lágrima, que por sua vez dá origem aos sintomas referidos. Estas manifestações são na maioria dos casos transitórias, desaparecendo sem deixar sequelas alguns minutos/horas após o término da utilização, não existindo na maioria sintomas limitantes ou dor intensa.

Que mudanças no estilo de vida/hábitos diários podem ajudar a aliviar os sintomas do olho seco em geral e associado aos dispositivos eletrónicos?

A adoção de uma postura correta, um ecrã à altura dos olhos ou ligeiramente abaixo, a realização de intervalos regulares (momentos em que devemos olhar para objetos localizados ao longe > 2metros e não passar do computador para o telemóvel), períodos diários de atividade ao ar livre, a utilização de um lubrificante ocular, a boa luminosidade circundante, o menor número de horas de utilização, o maior número de horas de sono (≥8h/dia), a correção adequada de um erro refrativo existente (hipermetropia/astigmatismo) e o tratamento de outras doenças oculares (ex: olho seco pré-existente) poderão permitir uma melhoria considerável dos sintomas e maior conforto ocular e geral sentido pelos utilizadores. Outra medida importante é reduzir a exposição a ambientes secos e/ventosos como por exemplo ambientes mantidos

por ar condicionado ou ventiladores de ar quente, que agravem a evaporação da lágrima.

Que tratamentos estão atualmente disponíveis?

Tipicamente e numa fase inicial a doença do olho seco (DOS) é tratada com a utilização de um lubrificante, sem conservantes ou fosfatos, à base de hialuronato de sódio e de uma forma intensiva (cerca de 6xdia). Este tipo de tratamento é muito comum e eficaz para formas ligeiras de olho seco.

Estes lubrificantes muitas vezes contêm outras moléculas na sua constituição, destinadas a promover um efeito anti-inflamatório, proteção celular osmótica ou cicatrizante da superfície ocular, optimizando ainda mais o seu efeito coletivo. Dentro desta gama de produtos temos por exemplo o Hylo Care® ou o Hylo Dual Intense®. No olho seco evaporativo, a substituição da camada mais externa, de gordura, da lágrima, deverá ser realizada com colírios que possuam componentes lipídicos dirigidos (Ex: Evotears Omega®).

Para casos mais graves ou que não cedam aos lubrificantes oculares e repouso, será necessário recorrer ao seu Médico Oftalmologista.

Mês do Olho Seco

Em 2017, a TFOS (Tear Film & Ocular Surface Society) estabeleceu julho como o Mês da Consciencialização do Olho Seco, uma iniciativa global destinada a educar a população sobre esta condição que afeta milhões de pessoas, deteriorando significativamente a sua qualidade de vida e capacidade visual. Durante este mês, sensibiliza-se a população para a importância de compreender a síndrome do olho seco e salienta-se a importância da investigação em tratamentos inovadores e eficazes.

A combinação única de ácido hialurónico e ectoína natural.

Hidratação, proteção do olho seco e alívio dos sintomas inflamat órios.

MODO DE AÇÃO DUPLO

SECURA OCULAR MODERADA OU GRAVE

SEM CONSERVANTES E SEM FOSFATOS

Hidratação moderada do olho seco

Alívio das reações inflamatórias e alérgicas

Hidratação intensiva e duradoura do olho muito seco

Alívio sustentado dos sintomas inflamatórios

Dual® e Hylo Dual Intense® (Dispositivos médicos). Soluções estéreis sem conservantes para uso ocular. Não conserve o frasco mais de 6 meses após a primeira abertura. Manter fora da vista e do alcance das crianças. Leia cuidadosamente a rotulagem e as instruções de utilização. Para mais informações contacte a Ursapharm: Av. Dom João II, 20 - 1º, 1990-091, Lisboa, info@ursapharm.pt / www.ursapharm.pt

Hylo

PREVENÇÃO E DIAGNÓSTICO DO CANCRO DO PULMÃO

Dr.ª

A incidência do Cancro do Pulmão, tem vindo a aumentar rapidamente nos últimos 100 anos sendo, atualmente, uma das doenças oncológicas mais diagnosticadas em todo o mundo e a principal causa de morte por cancro a nível mundial.

A elevada letalidade do Cancro Do Pulmão é devida ao seu diagnóstico tardio e à má resposta ao tratamento nos casos de doença avançada. Cerca de 70 a 80% dos casos de Cancro do Pulmão ainda são diagnosticados em estadio localmente avançado ou metastizado, situação em que não há terapêutica curativa. Mesmo com os avanços de diagnóstico nesta área, as pessoas com Cancro do

Pulmão continuam a chegar aos centros de diagnóstico e terapêutica dos Hospitais em fase avançada da doença, o que não permite terapêutica curativa.

O diagnóstico tardio do Cancro do Pulmão está relacionado, com o facto de os sintomas se poderem confundir com os sintomas de bronquite ou uma infeção respiratória arrastada, dores ósseas degenerativas, etc. Embora a idade média de aparecimento de Cancro do Pulmão se situe nos 72 anos, esta não é apenas uma doença de idosos. Há um elevado número de mortos abaixo dos 65 anos e, os casos em pessoas com menos de 45 anos têm vindo a ser cada vez mais frequentes.

A percentagem de pessoas que não fumaram, mas que têm Cancro do Pulmão tem vindo a aumentar, rondando atualmente os 20%. O número de mulheres com Cancro do Pulmão tem vindo a aumentar devido ao aumento de mulheres fumadoras e também a alterações genéticas causadoras de cancro.

Idade mais baixa, sexo feminino e o facto de não ser fumador, que eram considerados anteriormente indicadores de muito baixa probabilidade de ter cancro do pulmão, já não podem ser considerados como tal.

Sintomas como tosse com ou sem expetoração, falta de ar, farfalheira ou com cansaço, dores no peito, dores ósseas, dores de cabeça,

falta de apetite, emagrecimento sem causa aparente, alterações nos dedos, podem ser devidos a cancro do pulmão.

A primeira vez em que eu achei que tinha salvo uma pessoa de morrer de cancro do pulmão, ainda não estava a trabalhar na área do cancro do pulmão. O dono de uma loja perto de casa, um grande fumador, apresentava unhas em baqueta de tambor, uma das síndromes para neoplásicos do cancro do pulmão. Quando vi as unhas desse senhor, referenciei-o a uma consulta de pneumologia, e, para tornar uma história grande curta, ele foi operado e sobreviveu ao cancro do pulmão. O rastreio do cancro do pulmão, muito falado atualmente, vai chegar e aumentar o número de cancros diagnosticados em situação curável. Há inúmeras novas terapêuticas que permitem um aumento da sobrevida das pessoas com cancro do pulmão. Mas continua a ser fundamental um diagnóstico atempado e para isso é importante que todos estejamos atentos à possibilidade do diagnóstico de Cancro do Pulmão, médicos e população em geral. O aparecimento de tosse sem causa aparente ou com duração de mais de uma semana, sangue na expetoração, cansaço inexplicável, dores persistentes, cefaleias, são sintomas que devem levar à consulta do médico assistente com suspeita de Cancro de Pulmão.

Dia Mundial do Cancro do Pulmão

Assinala-se a 1 de agosto o Dia Mundial do Cancro do Pulmão, uma doença que, todos os anos, é diagnosticada a cerca de quatro mil portugueses. A nível mundial, afeta dois milhões de pessoas e representa um dos tipos de cancro com maior índice de mortalidade.

Breves Algarve

Praias de Albufeira voltam a ter Verão

Desportivo até Setembro

O “Verão Desportivo Albufeira 2025” já está de volta às praias do concelho, oferecendo uma programação variada de modalidades desportivas, disponíveis durante as tardes até setembro. A iniciativa, promovida pela Câmara Municipal de Albufeira, convida a população e visitantes a participar em torneios de voleibol de praia, futevólei, beach ténis e sessões de fitness, que decorrem na Praia dos Pescadores, Praia dos Salgados (Guia) e Rocha Baixinha (Albufeira e Olhos de Água).

ICIA comemora 30 anos com festa-homenagem

a António Borges Coelho

O Instituto de Cultura Ibero –Atlântica (ICIA) assinalou três décadas de existência com uma cerimónia de homenagem ao seu cofundador, o professor António Borges Coelho, que teve lugar no auditório do Museu de Portimão, no dia 19 de julho.

O ICIA destacou o papel determinante de Borges Coelho na criação, em 1975, do Centro de Apoio de Faro da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, estrutura que esteve na origem da atual Universidade do Algarve.

Produtores locais mostram os seus vinhos no Portimão Wine Tasting

Os vinhos produzidos em Portimão pelas casas Arvad (UCA), Quinta da Penina e Villa Alvor estiveram em destaque na Fortaleza de Santa Catarina, na Praia da Rocha, durante o evento Portimão Wine Tasting, que decorreu de sexta-feira a domingo, entre os dias 18 e 20 de julho.

Com o Rio Arade e a Praia da Rocha como cenário, os visitantes tiveram a oportunidade de provar vinhos locais num ambiente animado por música e entretenimento constante.

A par dos vinhos, a gastronomia foi outro dos atrativos, com uma oferta diversificada que incluiu marisco, as prestigiadas ostras da Ria de Alvor, queijos, enchidos, o tradicional porco no espeto e várias opções de doçaria.

Quarteira vive “Noites com o Património” durante o Verão

Durante os meses de julho e agosto, Quarteira convida residentes e visitantes a mergulharem na sua longa história com o programa “Noites com o Património”, uma iniciativa que integra a exposição “Com os Pés na Terra e as Mãos no Mar. 6000 anos de História de Quarteira”.

Durante o verão, a exposição passa a ter um horário alargado de terça-feira a domingo. Como complemento, às sextas-feiras, têm lugar visitas temáticas, que exploram em profundidade temas relacionados com a história local, a museografia, a arqueologia e a conservação do património.

Vila do Bispo capta mais de 9 milhões em financiamentos

Desde dezembro de 2021, a Câmara Municipal de Vila do Bispo garantiu mais de 9,2 milhões de euros em fundos comunitários através do PRR e dos programas CRESC Algarve 2020 e Algarve 2030. Entre os projetos financiados destacam-se o Radar Social, a melhoria das acessibilidades nos Paços do Concelho e no site autárquico, a eficiência hídrica da rede de água, a construção de 29 habitações, a reabilitação habitacional e a beneficiação do Centro de Saúde. Também foram apoiadas a transformação dos antigos celeiros em museu e a Ecovia/Ciclovia do Litoral Sudoeste.

Algarve SunBoat oferece passeios de barco silenciosos e sustentáveis

Movida por um compromisso inabalável com a sustentabilidade e por uma paixão profunda pelo mar e pelo sol, nasceu em 2017 a Algarve SunBoat – a primeira empresa no Algarve a operar uma frota de embarcações ecológicas alimentadas exclusivamente por energia eletro-solar. Desde então, a empresa oferece aos visitantes uma forma diferenciada e consciente de descobrir as maravilhas naturais da região, sem interferir no equilíbrio ambiental. Especializada em passeios de barco ecológicos, foi pioneira ao lançar uma frota 100% movida a energia limpa, proporcionando experiências serenas, silenciosas e isentas de emissões poluentes.

ALGARVE 360O

O PRESENTE E O FUTURO DA REGIÃO

O Algarve é hoje um dos destinos mais emblemáticos de Portugal, reconhecido pela sua diversidade natural, excelência turística e qualidade de vida invejável. Este território singular, que alia praias de cortar a respiração a um património cultural vibrante, vive um presente marcado por um crescimento sustentável e uma aposta estratégica na inovação e na valorização dos recursos locais.

O futuro do Algarve assenta numa visão ambiciosa, que alia a modernização das infraestruturas à sustentabilidade ambiental e ao reforço das suas valências económicas e sociais. Investir no conhecimento, na tecnologia e na diversificação das atividades é fundamental para manter a região como polo de atração internacional, garantindo simultaneamente o bem-estar das comunidades locais. As próximas páginas convidam-no a explorar este equilíbrio entre tradição e inovação, projetando um Algarve que se afirma como referência de excelência e prosperidade para as próximas décadas.

TRADIÇÃO À BEIRA-MAR COM ESPÍRITO DE FAMÍLIA

João Lázaro e Salomé Lázaro, Fundadores do Restaurante Típico A Ruína

TRADIÇÃO À BEIRA-MAR COM ESPÍRITO DE FAMÍLIA

Localizado sobre as muralhas antigas de Albufeira, A Ruína é um espaço onde a tradição se funde com a autenticidade, e cada prato reflete o sabor do mar, memória e dedicação. Em conversa com João Lázaro e Sandra Lázaro, pai e filha, mergulhámos na história de um dos restaurantes mais emblemáticos do Algarve. Com mais de 50 anos de portas abertas, continua a ser uma referência gastronómica que conquista gerações.

João Lázaro começou cedo no mundo da restauração, ainda jovem, como empregado de mesa. A experiência acumulada, aliada à visão e ao faro para as oportunidades, levaram-no a abrir o seu próprio restaurante em 1969. Pouco depois, em 1972, surgiu a oportunidade de explorar o edifício onde viria a nascer A Ruína, no coração da vila. A proposta era irresistível: no inverno não pagava renda, no verão, pagava apenas uma percentagem sobre o peixe, marisco e vinho vendidos. “Foi uma loucura. Vendia-se tudo, o peixe era comprado diretamente aos pescadores na rua. Era um espetáculo”, recorda João. E assim

se lançou numa jornada que nunca mais parou. O edifício, construído sobre muralhas antigas de Albufeira, foi ganhando vida com as obras que o transformaram, respeitando a traça original e abrindo janelas que emolduram o mar como um quadro vivo – com piso superior, vitrines de peixe como se de uma praça se tratasse e, sempre, com um detalhe inegociável: peixe à vista e sem ementa na mesa.

“Na altura, as pessoas vinham até aqui à procura de algo diferente. E o diferente era o mais simples: peixe grelhado na hora, uma mesa bem colocada e um sorriso à chegada”, afirma João.

Sandra Lázaro (filha), João Lázaro, Salomé Lázaro e João Lázaro (filho)

Peixe à vista, confiança à mesa

Na Ruína, os clientes escolhem o peixe com os olhos. Não há ementa tradicional: há um quadro de ardósia, peixe fresco exposto e uma equipa que explica tudo, com simpatia e conhecimento. “As pessoas veem, fazem fila, escolhem o peixe, sentam-se e confiam em nós. Sempre foi assim, desde o primeiro dia”, partilha Sandra. Muitos clientes regressam ano após ano e entregam-se plenamente às sugestões da casa. “Às vezes dizem: tragam o que acharem melhor hoje. E isso demonstra que conhecem a nossa forma de trabalhar”, acrescenta.

E se alguém não ficar satisfeito com o que escolheu? João responde com tranquilidade: “O importante é que todos saiam contentes. Se for preciso, trazemos outra sugestão. O que conta é a experiência ser positiva”.

Peixe fresco, comprado todos os dias

A base da cozinha é o peixe local. Antigamente, João comprava diretamente na lota de Quarteira ou Armação de Pêra. Hoje, é a mãe de Sandra, Salomé Lázaro, quem gere as encomendas, trabalhando com fornecedores de confiança que mantêm a cadeia curta e asseguram a frescura. “Compramos todos os dias e só confecionamos na hora. O desperdício é praticamente nulo”, explica Sandra. A escolha começa ainda no mar. “O melhor peixe é o nosso, aqui do Algarve. O peixe da rocha é o mais saboroso porque vive protegido e come bem – camarão, mexilhão, o que há de melhor”, explica João. “O que dá qualidade ao peixe é onde vive e aquilo que come. Quando se alimenta de lodo, o sabor nunca é o mesmo”, salienta. A sabedoria prática também dita o tempo certo de cada espécie. “Na desova o peixe está magro, sem sabor. Mas quando começa a engordar, depois de fevereiro, aí é que vale a pena. Há muito peixe bom aqui, mesmo a poucas braças da costa. E isso nota-se no prato”.

A lista de peixes é generosa: robalo, dourada, pargo, linguado, salmonete, pregado, sargo, pargo e bacalhau, todos preparados com técnica apurada, como o famoso peixe escalado, retirando a espinha e garantindo a cozedura perfeita de ambos os lados.

“Há todo um cuidado desde a chegada do peixe até ao prato. Só o colocamos na grelha no momento certo, com a brasa no ponto, e deixamos o sabor falar por si. Nada de molhos a disfarçar. É o mar no prato”, evidencia João.

Entradas e mariscos com sabor a tradição

As entradas são um capítulo à parte: salada de polvo, de cavala, de atum, de camarão, lulinhas, calamares, pastéis de bacalhau, ovas e uma seleção de mariscos da costa – conquilhas, ameijoas, mexilhão, lavagante, lagosta, carabineiro e sapateira. “O segredo está na qualidade do produto e no respeito pela forma tradicional de o preparar”, resume João. Os petiscos são servidos com pão caseiro e um sorriso. “Temos clientes que só vêm pelas entradas. Outros que passam a tarde aqui, entre petiscos, vinho e vista. Isso é que é saber viver”, diz Sandra.

Vinhos com identidade e ligação à casa

O vinho também sempre teve lugar de destaque. A carta inclui referências de todas as regiões nacionais, com destaque para os vinhos do Algarve e um vinho verde produzido pela própria família numa quinta no norte do país. “É o nosso vinho, engarrafado na Adega da Lixa, e feito com uvas da nossa produção. Uma oferta personalizada para quem nos visita”, explica Sandra. A carta é curta, mas honesta. “Não temos 300 rótulos. Temos o que conhecemos, provámos e gostamos de servir. Preferimos recomendar um vinho com convicção do que entregar uma lista que ninguém lê até ao fim”, acrescenta.

Um restaurante de ocasião, com clientes fiéis

O cliente da Ruína é maioritariamente estrangeiro, classe média-alta, que visita o espaço em momentos especiais. Também há portugueses, sobretudo em férias ou em jantares de negócios. “Temos muitas famílias que começaram a vir há décadas e hoje trazem os filhos e netos. É uma relação que se constrói com confiança”, diz Sandra.

A vista sobre o mar é um dos maiores encantos. “As pessoas ficam maravilhadas. Nós, por estarmos aqui todos os dias, quase esquecemos o privilégio que é trabalhar neste cenário”, admite. E é isso que torna a Ruína tão especial: não é um restaurante apenas de comida. É um lugar de memórias. “Já tivemos casamentos, pedidos de noivado, celebrações importantes. Aqui criam-se momentos que as pessoas guardam para sempre”, menciona João.

Ao longo dos anos, a Ruína já recebeu muitas pessoas ilustres e de destaque, nacionais e internacionais. Figuras conhecidas de várias áreas, desde empresários a personalidades do desporto, tornando o restaurante uma referência para quem procura um ambiente especial e acolhedor.

Equipa como família, gerações que se cruzam

A Ruína é uma verdadeira empresa familiar. Salomé Lázaro continua na cozinha, o filho, João Lázaro – que partilha o nome com o pai – é responsável pelas compras e pelos vinhos, a irmã Sandra gere a parte administrativa e os recursos humanos.

Já o pai continua a ser o rosto do restaurante, uma figura de referência que marcou gerações de clientes com a sua presença acolhedora e dedicação. “Temos empregados com vários anos de casa. Alguns dos primeiros abriram os seus próprios restaurantes. Hoje temos uma equipa estável, com 18 pessoas durante todo o ano. Valorizamos a formação, a cultura da casa e o atendimento em português. Não temos ementas traduzidas. Preferimos explicar cada prato, na língua do cliente, com atenção e respeito”, explica Sandra.

“Muitos dos colaboradores mais antigos viram-nos crescer. É bonito ver como as histórias se cruzam. Há continuidade. E há compromisso com os valores que sempre defendemos”, refere João.

Autenticidade, excelência e amor pela profissão

A Ruína nunca quis ser um restaurante do dia a dia. Mantém-se fiel à sua identidade, sem menus do dia, sem cedências ao facilitismo. “Há quem critique, mas quem vem, percebe o conceito. É diferente. É genuíno”, afirma Sandra.

“Quem aqui chega pode contar com qualidade, autenticidade e um serviço de excelência. E com um sorriso – porque, como o meu pai sempre disse, má disposição fica à porta. Aqui serve-se bem, com gosto, e com alma”, destaca.

O futuro assente na história

Com mais de 50 anos de portas abertas, A Ruína não perdeu a essência. “Enquanto conseguirmos manter a qualidade, manteremos este modelo. Se um dia não pudermos garantir o nível a que habituámos os nossos clientes, então paramos”, afirma João com serenidade. Mas, para já, o futuro parece garantido. Sandra está motivada, a terceira geração já ajuda, e os clientes continuam a regressar, ano após ano.

A casa continua a evoluir, com atenção às necessidades dos tempos modernos, mas sem abdicar do que a torna única. Novas ideias surgem, eventos exclusivos começam a ganhar forma, e há já planos para criar experiências mais personalizadas para clientes fiéis e novos visitantes. “A Ruína é mais do que um restaurante. É um legado. E vamos continuar a honrá-lo, com o mesmo espírito de sempre: trabalhar com verdade, servir com orgulho e cozinhar com alma”, conclui João.

289 512 094 (chamada para rede fixa nacional) info@restaurante-ruina.com www.restaurante-ruina.com

SULPOOLS 30 ANOS DE EXCELÊNCIA NO SETOR DAS PISCINAS

Com raízes em Lagos e mais de três décadas de atividade, a Sulpools afirma-se como uma referência no setor das piscinas no Algarve. Numa entrevista exclusiva com Jorge Várzea, atual CEO da empresa, traça-se o percurso que levou uma empresa familiar a consolidar-se na região, enfrentando os desafios da inovação, da gestão de pessoas e da ausência de regulamentação no setor.

Fundada oficialmente em 1986, a Sulpools nasceu da resiliência de Armando Várzea o pai de Jorge Várzea, que, após um acidente na construção civil, reinventou o seu percurso profissional. Começou por prestar serviços de manutenção de piscinas, e a evolução natural levou à abertura da primeira loja em Odiáxere, no concelho de Lagos, em 1991. “Era uma loja minúscula, mais pequena do que estes dois escritórios”, recorda Jorge Várzea, atual gerente da empresa. O crescimento foi gradual, sustentado na proximidade com a comunidade local e no aumento da procura por serviços de qualidade.

A viragem decisiva ocorreu em 1999, com a aquisição do edifício que mantém como sede até hoje. Jorge assinala que “foi aí que o crescimento foi maior”. A empresa enfrentou as dificuldades da crise de 2009, mas recuperou-se e mantém desde 2012 um crescimento constante.

Atuação regional e áreas de negócio

Fiel às suas raízes, a Sulpools concentra a sua atuação no Barlavento Algarvio, com destaque para a manutenção de piscinas,

Sophie Várzea e Jorge Várzea, CEO

instalações de equipamentos, coberturas automáticas, spa’s, suanas e mais recentemente de piscinas de pátio. Jorge explica: “A nossa área de trabalho foca-se muito no barlavento algarvio. Temos essa felicidade, a oferta de trabalho é muita e não vamos muito para fora”. Embora o foco principal seja essa área, há flexibilidade para vendas pontuais, como spas e as piscinas em kit.

A empresa atua em três frentes: cliente final, construtores e mercado de revenda, sobretudo para outros profissionais do setor. Além da manutenção e instalação, a Sulpools expandiu o portefólio com produtos inovadores como bombas de calor, spas, coberturas automáticas e robôs de limpeza, que têm ganhado popularidade devido à sua acessibilidade e eficiência. “Gostamos de vender os produtos estrela, como os spas ou os aspiradores automáticos. As vendas dos aspiradores automáticos estão a crescer bastante, como os aspiradores automáticos em casa. Hoje são muito mais acessíveis e eficientes”, destaca Jorge.

Inovação e formação contínua

Apesar de os processos construtivos das piscinas terem mudado pouco, a tecnologia evoluiu significativamente, exigindo formação contínua para acompanhar as novidades. “Temos que acompanhar essa evolução com formação contínua”, explica Jorge. A empresa promove a aprendizagem tanto internamente quanto através da APP (Associação Profissional de Piscinas), da qual Jorge é vice-presidente da Assembleia, e que organiza formações para profissionais. “A APP organiza formações, os nossos fornecedores também. E há muita aprendizagem no terreno, com os mais experientes a ensinarem os novos”, sublinha.

Desafios do setor

Um dos maiores desafios atuais é a falta de regulamentação específica para piscinas privadas em Portugal. Jorge preocupa-se: “Em Portugal não temos legislação para piscinas privadas. Se eu quiser fazer uma piscina de qualquer forma ou tamanho, posso. Isso não acontece, por exemplo, em França”. A APP luta para criar um quadro legislativo que defina a profissão e garanta maior segurança para o setor.

A gestão de recursos humanos é outro desafio, principalmente pela dificuldade em encontrar trabalhadores experientes e preparados para a função. Jorge comenta: “Encontrar pessoas com experiência é muito difícil. E mesmo quem vem sem experiência, muitas vezes não está preparado para a exigência da função”. Ainda assim, a reputação da empresa atrai candidatos espontâneos. “Temos a sorte de sermos ainda uma empresa onde as pessoas gostam de vir trabalhar. Muitas vezes aparecem candidatos espontâneos”, destaca.

A APP organiza formações, os nossos fornecedores também. E há muita aprendizagem no terreno, com os mais experientes a ensinarem os novos

Manutenção: práticas e procedimentos

A manutenção das piscinas é feita principalmente de forma reativa, com intervenções quando há desgaste ou avarias, sem um plano formal fixo. Jorge esclarece: “Nós fazemos manutenção dos equipamentos que montamos, mas não é algo muito intensivo. As intervenções surgem sobretudo por desgaste, por avarias ou ciclos de uso, e não por timings fixos”.

Há boas práticas recomendadas, como a substituição da areia dos filtros entre seis a dez anos. “É preciso substituir as areias do filtro ao fim de algum tempo, dependendo do uso e do tipo de tratamento aplicado”, enfatiza. Também os cloradores, que fazem a eletrólise da água, requerem atenção, especialmente a célula metálica que se degrada com o tempo.

Para clientes com contrato, a empresa realiza visitas semanais: “Para os clientes que têm contrato connosco, fazemos visitas semanais. O técnico vai à casa, limpa, verifica os níveis e o estado dos equipamentos”, afirma o gerente. Se algum problema for detetado, a comunicação interna é imediata para garantir a resolução.

Fornecedores e marcas

A Sulpools não trabalha com exclusividades, mas privilegia fornecedores nacionais consolidados e marcas reconhecidas. Jorge menciona: “Trabalhamos com os principais fornecedores e marcas mundiais: Fluidra (marca AstralPool), SCP e a Ecopool. E temos também a nossa própria marca de químicos, a SulQuim”. A marca própria, criada para diferenciar da concorrência das grandes superfícies, convive com outras bem conhecidas do setor como CTX, Piscimar, EcoPool. Para aspiradores e spas, mantém padrões elevados: “Em aspiradores, usamos a Zodiac, em spas, trabalhamos com a AstralPool, com a Wellis e com a Portcril, sempre com as melhores marcas”.

Comunicação e marketing

A comunicação tem sido tradicionalmente feita por boca-a-boca e contactos presenciais. Jorge explica: “Quem nos contacta geralmente vem por conhecer a loja ou por indicações. Já tivemos comerciais nas rua, mas cortámos durante a crise e não repusemos”. Atualmente, é ele quem faz o trabalho comercial, com visitas técnicas e orçamentos, embora reconheça: “Falta-nos um comercial dedicado”.

Trabalhamos com os principais fornecedores e marcas mundiais: Fluidra (marca AstralPool), SCP e a Ecopool. E temos também a nossa própria marca de químicos, a SulQuim

Sazonalidade e novos focos

O setor é marcado por forte sazonalidade, com maior procura nos meses quentes e um ciclo anual bem definido. Jorge descreve: “O nosso gráfico de vendas é uma pirâmide perfeita”. Começa em janeiro e tem um pico em julho”. Essa curva aplica-se também ao movimento nas lojas, que é mais fraco no inverno.

Para diversificar, a Sulpools aposta em duas áreas em crescimento: wellness e piscinas em kit. Sobre estas últimas, Jorge explica: “A piscina vem já terminada de fábrica e com todo o equipamento instalado, para a instalação apenas é necessária uma base nivelada e a instalação é feita com um camião grua”. Os preços variam entre 15 a 30 mil euros, incluindo todo o equipamento necessário, com apenas a alimentação elétrica a ser feita no local.

Com uma forte presença regional e experiência consolidada, a Sulpools continua a investir em inovação, ampliação do portefólio e melhoria das suas instalações. O foco em bem-estar, sustentabilidade e soluções práticas posiciona a empresa para acompanhar as tendências do mercado e manter-se uma referência confiável e moderna no Algarve.

comercial@sulpools.pt www.sulpools.pt

ALBUFEIRA DESTINO DE EXCELÊNCIA COM MARCA PRÓPRIA

Desidério Silva, Presidente da Direção da APAL – Agência de Promoção de Albufeira, voltou a liderar a associação que ajudou a fundar em 2004. Vinte e um anos depois, fala com confiança sobre a consolidação da marca Albufeira como um destino turístico reconhecido e destaca os desafios da sazonalidade, da qualificação da oferta e da articulação entre município, setor privado e entidades nacionais e internacionais.

A APAL nasceu em 2004, no mandato autárquico de Desidério Silva, com o objetivo claro de promover a marca Albufeira. “Houve a necessidade de criar uma associação que tivesse como objetivo a promoção e valorização do destino de Marca Albufeira”, explica o atual presidente da direção. A APAL reúne atualmente cerca de 250 associados e tem vindo a crescer, não só em número, mas também em abrangência. Com o município como parceiro estratégico, a APAL assume um papel único na região. “É a única associação do Algarve que tem esta componente do tecido empresarial no âmbito da promoção turística”, afirma Desidério Silva. A relação com a autarquia é de “confiança e parceria absoluta”.

O motor do turismo no Algarve Albufeira continua a liderar em número de dormidas na região. Em 2023, registou cerca de 8 milhões de dormidas, o que representa 42% das dormidas no Algarve e coloca o município em segundo lugar nacional, apenas atrás de Lisboa. A marca Albufeira, reforça Desidério Silva, tem força própria: “Havia sítios no Reino Unido

Desidério Silva, Presidente da Direção da APAL

onde a marca Albufeira era mais conhecida que o próprio Algarve.” Desde os anos 60, com a vinda de figuras como Cliff Richard, Tom Jones, Bonnie Tyler e Paul McCartney, o nome de Albufeira espalhou-se pelo mundo. A APAL, surgiu precisamente com o objetivo de potenciar esta marca, integra representantes dos setores da hotelaria, restauração, comércio, turismo de natureza e desporto.

Esbater a sazonalidade com experiências diversificadas

A sazonalidade é um dos maiores desafios do destino. Para o enfrentar, a APAL tem apostado na diversificação da oferta, promovendo Albufeira como destino de todo o ano. Atividades como caminhadas, mergulho, jipe, ciclismo e experiências náuticas ganham destaque, sobretudo entre outubro e maio. “O turismo não é só a cama”, lembra Desidério Silva, referindo-se ao valor das experiências ao ar livre. Essa estratégia tem levado muitos hotéis a manterem-se operacionais durante a época baixa. Recifes artificiais, passeios com golfinhos e eventos como os Prémios Sophia, congressos e a Cidade Europeia do Desporto 2026 reforçam a atratividade fora do verão e contribuem para um calendário mais consistente.

Qualificação da oferta e turismo sustentável

Num contexto de crescente pressão turística, a APAL aposta na atração de visitantes mais qualificados, com maior poder de compra e comportamento responsável. “Tudo o que surge ou se renova tem sempre um padrão superior ao anterior”, refere Desidério Silva, destacando o investimento do grupo americano Highgate nos Salgados e em São Rafael. O objetivo é crescer com critério, evitando a massificação e promovendo a sustentabilidade, com atenção a questões como a escassez de água. A região, segundo o dirigente, “nunca foi ressarcida da riqueza que gera para o país” e carece ainda de investimentos prometidos há décadas. Além disso, a perceção internacional do destino é continuamente gerida com atenção.

“Um destino turístico demora anos a construir e pode ser destruído em dois dias”, alerta, defendendo uma comunicação positiva e constante.

Reduzir dependências e apostar em mercados estratégicos

Historicamente dependente do turismo britânico, Albufeira enfrenta hoje a necessidade de reequilibrar o seu portefólio de mer-

cados emissores. “O principal mercado de Albufeira continua a ser o inglês, e também é o principal problema”, afirma Desidério Silva, apontando comportamentos disruptivos de determinados segmentos como fator de preocupação.

Nesse sentido, a APAL tem vindo a intensificar a promoção em países como França, Alemanha, Irlanda, Espanha, Canadá e Estados Unidos – mercados com ligação direta a Faro e com elevado retorno económico. Através de fam-trips, press-trips, participação em feiras e roadshows, e promoção nos meios digitais a associação procura captar um visitante com maior exigência e alinhado com a identidade do destino. Mais do que crescer em número, a meta é crescer em qualidade, consolidando Albufeira como uma escolha consciente e sustentável para turistas informados.

Infraestruturas e valorização dos recursos humanos

Um dos maiores obstáculos é a escassez de habitação acessível para os profissionais do setor. Com a falta de recursos humanos a afetar o setor, muitos empresários têm recorrido ao arrendamento de casas para alojar funcionários, mas trata-se de uma solução temporária e insuficiente. A esperança está agora depositada nos novos projetos de habitação (por parte do município) ao abrigo do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), com cerca de duas centenas de casas já em fase de projeto. “A intenção é ampliar este número para outros terrenos já adquiridos, criando uma base sólida para fixar profissionais qualificados e garantir continuidade na operação hoteleira e turística”, adianta Desidério Silva.

Esta resposta local complementa-se com a necessidade de cooperação institucional. A promoção turística é articulada com a autarquia e outras entidades regionais, evitando rivalidades e garantindo uma ação concertada em prol do destino.

Um projeto com futuro e identidade

Com mais de 50 anos de ligação a Albufeira, Desidério Silva, acredita que a qualidade da oferta, a segurança e a resposta na saúde são fatores que os turistas valorizam cada vez mais. Já com um plano de ação delineado, a APAL continuará a receber jornalistas, marcar presença em eventos internacionais e reforçar laços com os associados. “Quem não aparece, esquece. E quando se esquece, é como se não existisse”, sublinha o dirigente.

A estratégia de Albufeira vai muito além do verão. O futuro do destino passa por um turismo qualificado, diversificado e sustentável, com a identidade local como elemento central. “Enquanto acharem que posso ser parte da solução, estarei aqui”, conclui Desidério Silva, reafirmando o compromisso com um destino que quer continuar a ser referência nacional e internacional ao longo de todo o ano.

UM SONHO ENTRE MURALHAS: O COLÉGIO INTERNACIONAL PARA TODOS

Desde pequena que Ana Alves dizia que queria abrir uma escola. A ideia acompanhou-a para Londres, onde viveu durante 10 anos, estudou Matemática e Liderança Educacional, e ganhou experiência em ensino. Quando regressou a Portugal com os filhos, encontrou o impulso final para tornar esse sonho realidade. “Tavira surgiu como oportunidade porque, entre Vilamoura e Espanha, não havia nenhuma escola internacional, mas existia procura”, diz Ana. O edifício do antigo hospital da Santa Casa da Misericórdia, degradado e abandonado há duas décadas, foi o ponto de partida. “Quando o vi, senti logo: esta é a minha escola. Fizemos um contrato de arrendamento de 30 anos e começámos a remodelar. Ainda hoje estamos a concluir obras”, refere. Com o apoio de amigos britânicos e financiamento próprio e complementar, nascia o Colégio Santiago Internacional.

Em Tavira, no antigo edifício de um hospital abandonado, ergue-se hoje um colégio internacional que acolhe alunos de todo o mundo. Numa conversa com Ana Alves, Fundadora e Diretora do Colégio Santiago Internacional, ficamos a conhecer a história improvável de um sonho antigo que venceu burocracias, batalhas legais, crises financeiras e até tragédias pessoais — tudo em nome de uma educação mais humana, empática e diferenciada.

Contra tudo e contra todos

O caminho, no entanto, esteve longe de ser linear. A escola abriu portas em 2012, mas a licença do Ministério da Educação só chegou em outubro. Perderam 70 alunos que já estavam inscritos. “Começámos com 12 crianças. Professores a recibos verdes, eu sem ordenado e com contas para pagar. Ainda hoje não sei como conseguimos”, recorda Ana Alves. Nos anos seguintes, a escola cresceu, acompanhada por diversos desafios. Ana enfrentou momentos difíceis na gestão e na manutenção do projeto, incluindo situações complexas com antigos parceiros. “Foi um período exigente, pessoal e profissionalmente, mas mantive o foco naquilo que acreditava desde o início”, relembra. Mesmo assim, nunca desistiu. “Chegámos a acordos, paguei indemnizações, mas não parei. Isto tinha de acontecer. Passei noites sem dormir, mas fui até ao fim. E consegui”, declara a diretora.

Educação moldada a cada criança

Hoje, o colégio tem cerca de 150 alunos de 27 nacionalidades, a caminho de 200. “Cada criança aqui é acompanhada individualmente. Adaptamos o ensino a cada aluno, não o contrário”, afirma Ana. A escola não adota retenções e organiza aulas com vários níveis simultâneos. A língua principal é o inglês, com valorização do português, especialmente para alunos nacionais.

A pedagogia é flexível e personalizada. Turmas pequenas, com no máximo 18 alunos, garantem atenção próxima, evitando desmotivação ou atrasos. A partir do 10.º ano, há disciplinas opcionais, como música e drama, numa rotina estruturada, sem períodos livres. “Aqui há compromisso real, não há greves nem ociosidade”, sublinha.

Ana Alves, Fundadora e Diretora

Currículo internacional com espírito crítico

O colégio é bilíngue e segue o currículo britânico, com exames internacionais (GCSE e A-Levels), reconhecidos pelo Ministério da Educação português. Ao concluir o 13.º ano, os alunos obtêm equivalência ao 12.º ano nacional e podem ingressar no ensino superior em Portugal ou no estrangeiro. Além dos exames, o colégio investe em avaliação contínua e formação cívica, promovendo projetos de solidariedade e atividades culturais.

Ana critica a obrigatoriedade do exame de Português para acesso às universidades portuguesas, considerada inadequada no contexto internacional, pois não faz diferenciação para os alunos do mesmo. Também denuncia a falta de reconhecimento da experiência docente em escolas internacionais: “Tenho 25 anos de ensino, mas não reconhecem os anos de serviço, porque não há paralelismo pedagógico explica uma lei antiga do Ministério da Educação, como exemplo dá a disciplina que leciona, Matemática, tenho 25 anos de ensino com diversas práticas pedagógicas e, se hoje quiser concorrer a uma escola pública, o ministério não reconhece os meus anos de serviço, penso que Matemática será igual em qualquer lugar, e da mesma maneira que teria a aprender com colegas do ensino público, também eu poderia ensinar novas estratégias”, destaca a entrevistada. Ainda assim, o ambiente interno é colaborativo e equilibrado: “Os professores apoiam-se muito e existe uma energia muito positiva em tudo o que fazemos’’, referencia.

Diversidade, regras e empatia

A diversidade cultural é uma das grandes riquezas do colégio, mas também um desafio. “Temos zero tolerância ao bullying. Mas lidar com diferentes valores e mentalidades exige um trabalho contínuo”, explica a Diretora. Regras simples garantem um ambiente saudável. “Se um telefone é visto ou toca em qualquer local dentro do colégio, vai direto para o cofre até ao final do ano letivo. Aqui, preferimos que os alunos estejam presentes, a viver o momento”, reforça Ana. Esta medida, inicialmente resistente para alguns, já é aceite e valorizada por alunos e famílias, que percebem o impacto positivo na socialização e no respeito. A escola promove uma cultura de igualdade: “Aqui todos se tratam por igual, do diretor à equipa de limpeza”, menciona. A ligação à comunidade também é forte. “Fazemos festas, peças de teatro, churrascos – momentos de partilha que aproximam todos. E quando passámos por uma fase difícil, senti-me verdadeiramente apoiada. Os pais apareceram, ajudaram, estiveram lá. Foi profundamente comovente”, descreve Ana.

Crescimento sustentado com base sólida

A entrada e saída constante de alunos, típica de contextos internacionais, é um traço distintivo. “Os pais mudam de país, e os filhos voltam para o colégio quando precisam de se adaptar”, refere.

Apesar dessa rotatividade, a escola cresceu de forma sustentada ao longo de 12 anos. Com cerca de 21% de alunos portugueses, o nome “Santiago” não é por acaso: “Quisemos um nome português para mostrar que esta escola também é para os portugueses, que beneficiam de uma educação internacional de qualidade”, afirma Ana.

Equilíbrio entre trabalho e vida pessoal

O colégio incentiva uma rotina equilibrada para alunos e professores. Com turmas pequenas e trabalhos de casa limitados a 20 minutos diários, o objetivo é garantir tempo livre e qualidade de vida para os estudantes. A preocupação com o bem-estar estende-se também à equipa docente. “Oferecemos o ginásio aos professores e incentivamos o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal. O ensino é exigente, mas não pode ser opressor”, destaca. Ana faz questão de estimular hábitos saudáveis entre os colaboradores e defende que todos devem desligar ao fim do dia. “É importante que tenham tempo para o desporto, lazer ou simplesmente para descansar”, esclarece.

Futuro com raízes e asas

Para Ana Alves, o sonho realizado não é ponto de chegada. A diretora já pensa numa possível expansão para Espanha. “De Tavira a Sevilha não há nenhuma escola internacional. O projeto está desenhado, falta o investimento”, salienta.

Mesmo assim, mantém os pés na terra. “O meu sonho de há 30 anos está realizado. Agora quero continuar a construir com verdade e humanidade”, refere a diretora.

E, para quem sonha com um projeto próprio, deixa um conselho simples: “Se têm um sonho, sigam-no. Tudo é possível”. O Colégio Santiago Internacional prova que, com coragem e dedicação, até os sonhos mais improváveis podem ganhar vida.

DO MATO À MESA, A CAÇA VIROU TRADIÇÃO

No coração da serra algarvia, um espaço que começou como um simples café de caçadores transformou-se num restaurante de referência da cozinha tradicional portuguesa. Em conversa com Tiago Cordeiro, atual responsável pelo Mato à Vista, revisitamos uma história que une sabor, família e uma ligação profunda com o interior da região.

Em 1982, no meio do mato e sem eletricidade, os pais de Tiago decidiram abrir um pequeno café para acolher caçadores, muitos deles frequentadores assíduos da zona, incluindo o próprio pai. “Isto era mesmo o mato à vista,” recorda Tiago. “Hoje temos a autoestrada aqui perto, mas no ano de abertura isto era só campo”. A partir desse ambiente rústico e genuíno, começou a servir-se a caça do dia, com petiscos simples e saborosos, que rapidamente conquistaram os visitantes. O café, nascido para ser um ponto de encontro, foi crescendo à medida que a procura aumentava.

De ponto de encontro a referência familiar

Dois anos depois da abertura, o pequeno café celebrou o seu primeiro casamento, sinal de que estava a tornar-se mais do que um espaço para caçadores – um local de convívio e celebrações. “Fizemos casamentos dos pais, batizados dos filhos, e agora vemos os netos aqui. É uma história geracional,” afirma Tiago, que hoje gere o Mato à Vista com a irmã, Sónia.

Em 2017, a nova geração assumiu a liderança do restaurante, trazendo um processo de requalificação que valorizou a tradição sem perder o conforto. “Foi uma mudança para melhor, mas sem perder a essência. Continuamos a receber famílias, amigos e eventos, mas agora com mais qualidade no serviço e na oferta”, destaca o entrevistado.

Sabores da caça e do mar

A carta do Mato à Vista reflete bem a filosofia do restaurante: pratos de caça, como bochechas de javali, ensopado de borrego e galo estufado, convivem harmoniosamente com sabores do mar, como polvo à algarvia, bacalhau algarvio ou feijoada de búzios. “Conservamos as receitas dos nossos pais, mas também criámos pratos diferenciadores.” explica Tiago.

A ligação ao território permanece essencial, mesmo que nem todos os ingredientes sejam locais. “Infelizmente, por vezes temos de recorrer a carne e legumes de outras regiões, já que o mercado local nem sempre garante qualidade e quantidade. Mas os peixes e bivalves vêm da Ria Formosa, das praças de Olhão ou Quarteira. Mantemos essa proximidade sempre que possível”, enfatiza.

Tiago Cordeiro e Sónia Cordeiro, Proprietários

900 vinhos, um país à prova

Outro destaque do Mato à Vista é a sua carta de vinhos, que conta com mais de 900 referências, das quais 95% são portuguesas. “A carta nasceu da nossa paixão. Queremos oferecer recomendações únicas, com vinhos fora do circuito de supermercado. Não queremos ser apenas quem abre a garrafa,” sublinha Tiago, que, tal como grande parte da equipa, tem formação em vinhos.

A experiência é o foco principal. “Gostamos de criar comparações: o mesmo estilo de vinho em Portugal, Espanha ou França. Mas o nosso compromisso é sempre com o produtor nacional. Temos vinhos do Douro, Alentejo, Bairrada, Açores, Algarve, entre outros. E fazemos sugestões à mesa, conforme o prato e o gosto do cliente”, afirma.

O tempo certo para saborear

No Mato à Vista, a calma é uma regra de ouro. “Tudo é feito na hora. Explicamos aos clientes que o tempo médio de espera é de 40 minutos e pedimos que venham cedo, mas depois podem ficar até à meia-noite. Não empurramos ninguém porta fora”, esclarece.

A equipa, com vários colaboradores que já superam 30 anos de casa, é um pilar da experiência. “Temos pessoas que nos conhecem, que sabem os gostos dos clientes. É um ambiente familiar também para quem trabalha”, destaca.

“Recebemos clientes da Quinta do Lago, Vilamoura, Tavira ou até mais longe, só para jantar aqui. É tudo boca a boca”, sublinha o gerente. No inverno, os eventos corporativos e congressos ajudam a mitigar a sazonalidade, permitindo que o restaurante funcione durante todo o ano.

Desafio da sazonalidade

O Algarve enfrenta o desafio da sazonalidade, mas empresários locais apostam em estratégias para manter o turismo e o comércio ativos durante todo o ano. “Isso é realmente diferenciador. Também foi um mercado que nós criámos, um espaço de mercado onde nos posicionámos, e isso hoje tem um peso importante, sobretudo nas épocas média e baixa,” revela Tiago.

Embora fosse mais fácil fechar por alguns meses e reabrir depois, essa não é a visão deles: “Queremos conservar as equipas, garantir trabalho o ano inteiro, e nem sempre é fácil, porque a sazonalidade ainda pesa bastante no Algarve”, declara.

Espaços abertos na baixa temporada

Muitos turistas encontram voos atrativos para o Algarve fora da época alta, mas ao chegar descobrem que bares, restaurantes e outras atividades estão fechados. “Não é uma crítica a esses empresários, porque infelizmente não lhes compensa estar abertos, mas teria que haver uma ajuda externa para que conseguissem manter-se”, afirma. Se esses espaços funcionassem na baixa temporada, “haveria mercado para eles,” mantendo a região mais viva e atrativa durante todo o ano.

Eventos e incentivos o ano todo

Tiago destaca que o Algarve tem um clima excelente durante dez meses por ano. “Precisamos de estar cheios de eventos, especialmente ligados ao desporto, que movimentam muito dinheiro”. Ele defende que o Governo deveria olhar com mais atenção para essa realidade. “O Algarve não é só época alta. É preciso complementar a oferta para que as pessoas fiquem mais tempo”, declara.

Quanto a incentivos, sugere até a isenção de segurança social ou lay-off para quem não fechar durante a baixa temporada, o que, segundo ele, seria vantajoso tanto para o Governo quanto para as empresas.

Novos projetos para ampliar

O Mato à Vista também prepara novidades: “O nosso projeto quase imediato é duplicar o bar exterior, criando uma cozinha de verão que permita tapas e petiscos à base de bivalves e outros produtos locais”, revela o entrevistado. O bar terá “tudo cozinhado à vista” e uma área com 16 bancos para refeições descontraídas. A ideia é “desmistificar a ideia de que, para vir ao restaurante, é preciso estar vestido de forma especial. Queremos que as pessoas saiam da praia e venham ouvir música, petiscar e relaxar no lounge,” conclui Tiago. Com uma visão clara dos desafios e foco na inovação, Tiago mostra que o Algarve pode ser um destino vibrante o ano inteiro. Após mais de quatro décadas, o Mato à Vista mantém viva a tradição, unindo alma e identidade em cada prato.

geral@matoavista.com www.matoavista.com

PRESUNTO IBÉRICO À VISTA COM CORTE ARTESANAL

No Mercado Municipal de Portimão nasceu um espaço singular que une paixão e autenticidade à boa mesa: a Presuntaria do Mercado. Idealizada e gerida por Rui e Paula Águas, esta loja vai muito além de uma simples charcutaria, é um verdadeiro templo de celebração da cultura ibérica e da excelência gastronómica nacional.

A origem deste projeto remonta ao percurso profissional de Rui Águas, cuja ligação ao setor das carnes começou com a curiosidade e o aperfeiçoamento técnico. “Quando vim para o comércio das carnes, percebi que havia grande procura por cortes mais finos e cuidados. Comecei a investir em facas compridas, como as usadas em Espanha para cortar presunto”, recorda. Essa atenção ao detalhe e à satisfação do cliente foi o primeiro passo rumo a uma ideia inovadora. Ao longo dos anos, Rui desenvolveu uma técnica precisa no corte de carne e, mais tarde, aplicou esse conhecimento ao presunto, sempre com o objetivo de oferecer qualidade e sabor superiores. No entanto, havia algo que faltava: “Na charcutaria, eu cortava de costas para o cliente. Tapava o presunto e o cliente não via o processo, perdia-se parte da magia”, explica. Foi então que surgiu a oportunidade de ocupar um novo espaço dentro do mercado, e com o incentivo do filho, Tiago Águas, nasceu a ideia definitiva: “Já que cortas presunto, faz uma presuntaria”. Assim começou o projeto que hoje encanta visitantes nacionais e estrangeiros. Um conceito pensado para valorizar o produto, a técnica artesanal e a experiência de consumo - onde o cliente vê, saboreia e aprende.

A excelência do presunto 100% bolota BEHER

No coração da Presuntaria está o presunto 100% bolota da BEHER, marca espanhola de renome internacional. A escolha deste produto não foi ao acaso, mas sim fruto de uma descoberta inspiradora: “Foi numa ida a Lisboa que vimos a loja da BEHER. Quando entrei, disse logo: é isto que vamos trazer para Portimão”, conta Rui. A marca, até então sem representação no Algarve, interessou-se pelo projeto e tornou-se parceira exclusiva do espaço. O que distingue este presunto é a pureza da raça do porco ibérico e a sua alimentação à base de bolota – fatores que conferem ao produto uma textura firme, um aroma profundo e um sabor persistente e inconfundível. “A raça é pura, a alimentação é controlada e isso nota-se em cada fatia”, afirma Rui. Na Presuntaria, o presunto é cortado à faca, de forma artesanal e ao ritmo certo. Esta técnica preserva os sabores e a estrutura da carne, ao contrário da máquina, que acelera o processo e compromete a qualidade. “O corte à faca é mais lento, mas permite uma fatia mais bonita e saborosa. O cliente nota a diferença, tanto no visual como no paladar”, comenta.

Rui e Paula Águas, Proprietários

Uma carta pensada para harmonizar sabores

Para complementar o presunto, a Presuntaria do Mercado oferece uma carta cuidada de vinhos exclusivamente portugueses, selecionados para criar harmonizações perfeitas. “Queremos que o cliente saia satisfeito e informado sobre o que provou”, destaca Rui. O espaço conta com o Ricardo, especializado em enologia, que ajuda a orientar cada cliente com sugestões adaptadas aos seus gostos e à combinação ideal com os enchidos ou presuntos escolhidos. Mas a oferta não se fica por aqui. Além das tábuas de presunto, o menu inclui sandes artesanais, saladas frescas – como a popular salada de abacate, tomate e Presunto Ibérico – e petiscos que agradam a todos os gostos. Tudo é pensado para que a refeição seja mais do que uma simples degustação: uma verdadeira viagem sensorial.

Mercearia gourmet: o melhor de Portugal à mesa Dentro do espaço, há também uma pequena mercearia gourmet com produtos rigorosamente selecionados. Todos os itens, com exceção do presunto, são de origem nacional e refletem a riqueza gastronómica das várias regiões de Portugal. Desde conservas artesanais feitas a partir de receitas tradicionais, passando por mel da Serra de Monchique, medronho e licores de Silves, até azeites e cervejas artesanais, tudo é escolhido com critério e atenção. “O nosso objetivo é valorizar o que é português. Só temos um produto espanhol: o presunto. Todo o resto é nacional e de qualidade”, sublinha Paula. Até os gins, apesar de alguns serem produzidos fora, utilizam botânicos portugueses. Esta filosofia de proximidade e valorização dos produtores locais é um dos pilares do projeto.

Provas, experiências e partilha

Mais do que um espaço de venda, a Presuntaria do Mercado é também um ponto de encontro e de partilha de experiências. Regularmente, são organizadas provas de vinho com produtores convidados, degustações de enchidos e eventos gastronómicos que promovem a interação direta com os produtos. “Queremos que o cliente prove, conheça e aprenda. Só assim pode apreciar verdadeiramente aquilo que oferecemos”, diz Rui. As provas são gratuitas e acessíveis a todos, um convite aberto à descoberta. “As pessoas chegam sem saber o que esperar, mas saem daqui surpreendidas e muito mais informadas. É esse o nosso maior prazer”, completa.

Uma casa aberta ao mundo

O conceito da Presuntaria tem conquistado não só os residentes de Portimão, mas também turistas nacionais e estrangeiros. “Os estrangeiros ficam maravilhados com o corte à faca. Tiram fotos, filmam, é algo que não veem todos os dias”, conta Paula. Já os visitantes portugueses, muitos vindos do Norte ou de outras regiões, elogiam o espaço e a qualidade da oferta. “Dizem-nos que a nossa casa está lindíssima e que o conceito é único. É um orgulho receber esse tipo de reconhecimento”, destaca a entrevistada. A autenticidade do projeto é uma das suas maiores forças. Cada detalhe – desde a decoração ao atendimento – foi pensado com carinho, dedicação e uma visão clara de oferecer o melhor, sem artifícios nem imitações.

Com os olhos no futuro, sem perder a essência

O futuro da Presuntaria do Mercado passa por continuar a surpreender, mantendo o rigor e a abertura à inovação. “Estamos sempre atentos ao que os clientes nos dizem. Muitas das nossas ideias vêm deles”, afirma Rui. O espaço está aberto a experiências personalizadas, sugestões e colaborações com o público. A filosofia mantém-se firme: informar, educar e encantar. “Quem quiser provar, é bem-vindo. As provas estão disponíveis para que todos conheçam aquilo que servimos. Só assim conseguimos fidelizar e continuar a crescer”, conclui o fundador.

Na Presuntaria do Mercado, o presunto é muito mais do que um produto, é o início de uma experiência envolvente, rica em sabor, cultura e emoção. Um espaço autêntico, onde cada fatia conta uma história e cada visita é um convite à celebração dos sentidos.

info@presuntariadomercado.pt www.presuntariadomercado.pt

ALBACORA: PATRIMÓNIO SUSTENTÁVEL

Em entrevista, Gonçalo Rebelo de Almeida, Administrador Grupo Vila Galé, traça a evolução desta transformação exemplar e revela como a sustentabilidade se tornou eixo estratégico para o futuro do turismo no Algarve.

Qual é a história do Hotel Vila Galé Albacora e como surgiu a ideia de transformar um antigo arraial de pesca num hotel?

O Hotel Vila Galé Albacora nasceu da recuperação do Arraial Ferreira Neto, um antigo complexo de pesca de atum localizado nas Quatro Águas, em Tavira. Projetado em 1943 pelo engenheiro Sena Lino, o arraial funcionava como uma pequena comunidade autónoma, com habitações para cerca de 150 famílias de pescadores, escola, capela, posto médico e infraestruturas industriais para a pesca do atum. Com o declínio da pesca do atum nas décadas de 1960 e 1970, o local foi gradualmente abandonado. Em 2000, o grupo Vila Galé transformou-o num hotel de charme, preservando a arquitetura original e integrando um museu dedicado à história da pesca do atum.

Qual é o conceito central que define a experiência oferecida pelo Vila Galé Albacora?

O Vila Galé Albacora oferece uma experiência única que combina história, natureza e sustentabilidade. Inserido no Parque Natural da Ria Formosa, o hotel proporciona aos hóspedes a oportunidade de se conectarem com a cultura local e o ambiente natural envolvente. A preservação do património histórico do arraial e a integração de práticas ecológicas refletem o compromisso do hotel com o turismo responsável. As atividades ligadas ao ecoturismo e ao ar-livre, como a observação de aves, passeios de barco ou desportos radicais são uma boa forma de aproveitar todo o potencial deste destino.

Quais são os principais tipos de acomodação disponíveis e quais comodidades se destacam?

No complexo, as casas, oficinas e armazéns deram lugar a 161 quartos, mantendo a fachada original em tons ocres, enquanto o interior apresenta uma decoração moderna e confortável, e varanda com vista para a natureza ou para a Ria Formosa. A capela que existia foi preservada e está agora preparada para casamentos e batizados,

bem como a escola, transformada num clube para crianças. E a antiga padaria tornou-se num núcleo museológico gratuito e aberto ao público. É aqui que se pode observar uma maquete ilustrando a grande obra de engenharia que era a almadrava, bem como documentos centenários da Companhia de Pescarias do Algarve. E ainda um vídeo que mostra o processo de captura do atum. As comodidades incluem piscina exterior, spa com piscina interior aquecida, piscina para crianças com escorregas, jacuzzi, sauna, banho turco, ginásio, dois restaurantes e dois bares.

Que medidas sustentáveis o hotel adota nas suas operações ?

O Vila Galé Albacora é reconhecido como um eco-hotel, com várias certificações ambientais, incluindo a certificação Green Key e a certificação Eco-Hotel da TÜV Rheinland. As práticas sustentáveis incluem a redução do consumo de água e energia, reutilização de resíduos orgânicos, eliminação de plásticos de uso único, utilização de energias renováveis e sensibilização dos hóspedes para a conservação ambiental. O hotel também participa em projetos como o CAPonLITTER, que visa reduzir o lixo marinho associado ao turismo costeiro.

Como é que a Vila Galé vê a evolução do turismo sustentável na Algarve?

A Vila Galé vê o turismo sustentável como essencial para o futuro do Algarve. A empresa está alinhada com os objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU e implementa estratégias que promovem a preservação ambiental, o desenvolvimento económico e a responsabilidade social. O grupo reconhece a importância de equilibrar o crescimento turístico com a conservação dos recursos naturais e culturais da região. Respirando a tradição desta região, este hotel em Tavira tornou-se também num eco-hotel, cujas práticas ambientais sustentáveis têm merecido prémios e distinções.

Gonçalo Rebelo de Almeida, Administrador

CRESCIMENTO SUSTENTÁVEL E AUTÓNOMO NO ALOJAMENTO LOCAL PORTUGUÊS

Com uma gestão eficiente, estrutura interna autónoma e foco no investimento local, a Umbral afirma-se como um dos principais operadores de alojamento local em Portugal. À frente da operação está Rui Sacramento, Fundador e CEO, que partilha com a Revista Business Portugal a evolução do projeto, os momentos decisivos e os planos futuros para a marca.

O percurso de Rui no setor do turismo começou em 2017, em Albufeira, com a exploração de uma única unidade, a Quinta do Lagar. Com um modelo de negócio baseado inicialmente na intermediação de reservas online, depressa percebeu que a maioria dos empreendimentos locais estavam mal geridos. Foi então que

propôs assumir a exploração direta de várias unidades, mediante pagamento de uma renda anual aos proprietários. “Comecei com a Ao Rubro, uma empresa que só tratava de reservas. Mas percebi que podia fazer melhor. Propus gerir diretamente e tudo começou a crescer a partir daí”, diz, salientando que, neste momento, a empresa dedica-se exclusivamente a publicidade online e offline. O crescimento foi orgânico, sustentado e, muitas vezes, impulsionado por contextos de crise. Durante a pandemia, em 2020, criou a empresa Sem Rumo, que lhe permitiu continuar a expandir sem perder acesso a apoios estatais. “As novas unidades ficaram sob a alçada da Sem Rumo. Era uma forma de garantir a continuidade do projeto sem quebrar regras nem comprometer a estabilidade”, menciona Rui.

O nascimento da marca Umbral

A marca Umbral surge em 2023, resultado de um rebranding que teve início com “Portugal Férias”, convertida numa agência de viagens online. O nome “Umbral” foi sugerido por um diretor de marketing e carrega um simbolismo duplo: representa, fisicamente, o limiar entre interior e exterior de uma casa, e, num sentido mais abstrato, o purgatório – uma metáfora para o espaço de decisão e transformação. “Não gostei logo do nome, mas quando me explicaram o significado espiritual, fez sentido”, destaca o CEO.

Rui Sacramento, Fundador e CEO

Esta identidade está presente em todos os pontos de contacto da marca: no atendimento, no design, nos textos promocionais e na própria postura perante clientes e parceiros. “Queríamos um nome com peso, que tivesse uma história. A marca comunica isso: mudança, passagem, transformação”, afirma.

Crescer com estrutura e autonomia

Um dos pilares fundamentais da estratégia da Umbral é a autonomia operacional. Desde contabilidade, marketing, manutenção até à lavandaria, tudo é gerido internamente. “Não dependemos de ninguém. Só dois serviços – piscinas e jardins – são subcontratados, e mesmo esses foram incentivados por mim a criar a sua própria empresa”, evidencia Rui. Esta filosofia permitiu à empresa crescer rapidamente e adaptar-se com agilidade às necessidades de cada nova unidade. “Fomos crescendo com base em problemas. Aparecia uma necessidade, criava-se uma solução. Foi assim que estruturámos toda a operação”, partilha.

Hoje, a Umbral gere 29 empreendimentos espalhados pelo Algarve (Albufeira, Almancil e Portimão), Vila Nova de Milfontes e Fátima totalizando mais de 1.700 camas. O portefólio inclui desde pequenos alojamentos locais até hotéis de duas e três estrelas.

O fator humano: o verdadeiro desafio

Um dos temas recorrentes na conversa com Rui Sacramento é a valorização das pessoas. “O maior desafio não é encontrar empreendimentos. É encontrar gente boa para os gerir”, comenta o fundador. A Umbral aposta na promoção interna: “Temos, por exemplo, um diretor que entrou para a empresa como rececionista, passou pelas reservas e neste momento é diretor de alojamento”. Esta cultura interna, baseada na partilha e na polivalência, é uma

marca distintiva. “Aqui todos fazem tudo. E ninguém diz ‘isso não é comigo’. Trabalhamos em equipa, sem hierarquias rígidas. As promoções acontecem naturalmente, por mérito e dedicação”, realça.

A expansão para o centro e litoral alentejano

A entrada em Vila Nova de Milfontes foi o primeiro grande salto geográfico da Umbral. No início através de serviços de reservas, seguido de transição para exploração direta.

Em Fátima, a abordagem foi semelhante. Começou com uma visita exploratória a um hotel e, mesmo sem fechar esse negócio, Rui criou ali as conexões certas. Pouco tempo depois, a empresa já operava seis unidades na cidade-santuário. “Conheci as pessoas certas. O conhecimento operacional que tínhamos no Algarve facilitou tudo”, salienta o entrevistado.

Visão para o futuro: cidades e património

A ambição futura passa por Lisboa, Porto, Évora e Funchal. “Já tive negociações muito avançadas em Lisboa, na zona do Campo Pequeno, mas o valor da renda tornou o negócio inviável”, expressa. Ainda assim, Rui mantém-se atento. “Estou sempre à procura de ativos onde faça sentido aplicar o nosso modelo. E um dia vamos comprar”. A aquisição de imóveis próprios é, aliás, o próximo passo da Umbral. “Tenho um processo em curso com o banco. Será o primeiro edifício nosso. Até agora, temos crescido com base em rendas fixas e exploração, mas ter património próprio é fundamental para o futuro”, declara.

Stay local, apoiar o comércio e praticar preço justo

Desde o início, Rui Sacramento fez questão de incentivar os hóspedes a consumir no comércio local. “Cheguei a criar livrinhos

A Umbral gere 29 empreendimentos em Albufeira, Fátima e Vila Nova de Milfontes, totalizando mais de 1.700 camas. O portefólio inclui desde pequenos alojamentos locais até hotéis de duas e três estrelas

com mapas, descontos e sugestões. A ideia era manter o dinheiro na região”. A filosofia mantém-se, agora integrada na identidade da marca. O site da Umbral e os materiais físicos continuam a destacar restaurantes e lojas nas proximidades.

Quanto à política de preços, é pragmática: “Quero vender bem, claro, mas nos meses baixos é preciso estar competitivo. Em julho e agosto temos ocupação garantida. Mas nos outros meses, o preço justo é o que nos mantém nas primeiras páginas das plataformas”, alude. A clientela é diversificada: empresas em época baixa, famílias portuguesas e turistas europeus no verão.

A sazonalidade como oportunidade de inovação

Para Rui Sacramento, o Algarve tem potencial para funcionar todo o ano – desde que haja visão. “Albufeira podia ser uma cidade ativa o ano inteiro. Só precisa de um hospital privado, uma universidade e um espaço grande para eventos”, indica. Sugeriu ainda parcerias entre hotéis e universidades, permitindo usar quartos disponíveis fora da época alta como residência estudantil. “A cama já existe, o espaço também. Falta articulação”, compartilha. Defende que Lisboa não deve concentrar toda a oferta cultural e académica. “O Algarve também pode receber concertos, congressos, feiras. Mas faltam infraestruturas”, realça Rui.

Solidez, credibilidade e confiança

Um dos orgulhos do fundador da Umbral é a sua relação com os proprietários dos imóveis. “Nunca falhei um pagamento. Sempre na data combinada, sem desculpas”, destaca. Essa reputação de fiabilidade é, segundo Rui, o maior trunfo da marca. “Quando há confiança, o resto constrói-se. É por isso que temos tantos contratos de longa duração”, assegura. A marca é construída com base em relações duradouras, clareza nas contas e presença no terreno. “Não sou gestor de gabinete. Vou aos empreendimentos, falo com a equipa, vejo os problemas. É isso que faz a diferença”, observa o gerente.

Preparado para o próximo passo

Rui Sacramento já iniciou negociações para adquirir o primeiro imóvel da empresa. “Quero ter património próprio”, afirma. Para o fundador da Umbral, esse é o passo natural de um percurso construído com consistência. Apesar de já ter travado a expansão num ano – para reorganizar e solidificar a operação –, a ambição mantém-se clara.

“O esqueleto está montado. Agora é ir acrescentando peças” conclui com convicção. Mais do que escalar rapidamente, o objetivo é continuar a crescer com estrutura, respeitar o território, formar equipas fortes e manter uma relação justa com todos os envolvidos. Uma abordagem simples, mas eficaz, que distingue a Umbral e a posiciona para continuar a transformar o alojamento local em Portugal com visão, consistência e propósito.

UM REFÚGIO SUSTENTÁVEL

COM ALMA ALGARVIA

Com uma visão enraizada na tradição familiar e um compromisso firme com a sustentabilidade, o Castelo Suites Hotel afirma-se como uma proposta diferenciadora no panorama hoteleiro algarvio. Aqui, cada detalhe reflete o cuidado, a autenticidade e a alma da região.

O Castelo Suites Hotel é um nome que começa a destacar-se no mapa da hotelaria algarvia. Como nasce este projeto e o que o diferencia?

Este projeto nasceu de um desafio antigo e de raízes bem profundas – somos uma empresa familiar natural do Algarve, e sempre tivemos como objetivo criar algo que refletisse a autenticidade da nossa região. O Castelo Suites Hotel surge da vontade de oferecer mais do que apenas alojamento: queremos proporcionar uma experiência que una conforto, elegância discreta e um contacto real com o território, com as pessoas e com a cultura algarvia.

O que nos diferencia é precisamente isso: a combinação entre o slow glamour – uma abordagem elegante mas tranquila e sem ostentação – e o compromisso com a sustentabilidade, desde a construção até ao dia-a-dia da operação.

Fala-se muito de turismo sustentável, mas na prática isso nem sempre se concretiza. Como é que aplicam essa filosofia na construção e operação do vosso hotel?

Para nós, sustentabilidade é uma responsabilidade real. Optámos por uma construção consciente com materiais ecológicos e termi-

camente eficientes, e investimos fortemente em sistemas de energia como painéis fotovoltaicos e um sistema de baterias de 1MW para acumular a energia produzida durante o dia, que nos permite atingir perto de 80% de autonomia energética.No que diz respeito ao consumo de água, tratamos e reutilizamos cerca de 70% da água dos chuveiros para abastecer autoclismos e, eventualmente, sistemas de rega, reduzindo significativamente o consumo de água.

Na operação diária, trabalhamos com produtores locais, fazemos reciclagem e mantemos uma política ativa de consumo responsável.

O conceito de “slow glamour” é intrigante. Pode explicar-nos melhor?

Claro. O slow glamour é a nossa resposta ao turismo de massas. Representa uma forma de estar que valoriza o tempo, o detalhe, a qualidade sobre a quantidade. Queremos que os nossos hóspedes abrandem o ritmo, se desliguem da pressão do dia a dia e se deixem envolver por um luxo mais sensorial e sereno – uma cama confortável, um pequeno-almoço com ingredientes locais, uma vista para o mar ou para o pinhal, sem pressas nem ostentação. É uma estética cuidada mas discreta, onde o essencial ganha protagonismo.

Como é que a identidade algarvia está presente no vosso hotel?

Está presente em quase tudo. Desde logo, na escolha dos materiais: optámos por cerâmica, tijoleira e madeira, e por uma paleta de cores que nos remete para o verde dos pinheiros da região, a cor areia das nossas praias e os tons terracota das arribas da nossa costa. São escolhas conscientes que evocam a natureza e a paisagem algarvia, criando uma ligação visual e sensorial ao território.

Na gastronomia, procuramos refletir a mesma identidade – nos nossos menus tentamos sempre incluir ingredientes e pratos típicos da região, desde o peixe fresco ao figo, passando pela amêndoa, o medronho ou o azeite local.

Mais do que decoração ou sabores, é uma questão de autenticidade: queremos que quem nos visita sinta o Algarve na sua essência – nas texturas, nos aromas, nos sabores e no acolhimento.

Como é gerir um negócio familiar numa indústria tão competitiva como a hotelaria?

É um desafio constante, mas há um sentido de missão muito presente: este projeto é pessoal, é um legado, é algo que queremos construir com solidez e propósito.

Sermos uma empresa familiar permite-nos tomar decisões mais humanas, mais enraizadas, e responder com agilidade às necessidades dos nossos hóspedes. A proximidade é uma das nossas marcas – tratamos quem nos visita como parte da casa, e isso faz toda a diferença.

Quais são os próximos passos para o Castelo Suites Hotel?

Estamos focados em consolidar este projeto e, ao mesmo tempo, continuar a investir na região. Queremos crescer com consistência, sempre com base nos mesmos princípios: sustentabilidade, qualidade e autenticidade.

Temos planos para desenvolver novas unidades que sigam a mesma filosofia, talvez noutras zonas do Algarve, onde sentimos que há um enorme potencial por explorar. O nosso objetivo é continuar a criar propostas de valor – para o território, para a economia local e para quem nos escolhe para descansar e aproveitar este destino.

Que mensagem gostariam de deixar a quem está a pensar visitar o Algarve – e em particular o vosso hotel?

A quem pensa visitar o Algarve, deixamos um convite: venham com tempo. Venham com a mente aberta e o coração disponível para descobrir um Algarve que vai além das praias conhecidas – um Algarve de paisagens serenas, sabores genuínos e tradições vivas.

No Castelo Suites Hotel, não oferecemos apenas uma estadia. Oferecemos refúgio, silêncio, conforto e a oportunidade rara de abrandar. Aqui, cada detalhe é pensado para que se possa desligar do ruído e reconectar com o essencial – com a natureza, com a cultura local, com o seu próprio ritmo.

É uma experiência com alma, onde o luxo se encontra na autenticidade, no cuidado e na atenção ao que realmente importa. É isso que nos move enquanto projeto familiar e é isso que queremos partilhar com quem nos visita: um Algarve verdadeiro, vivido com elegância e simplicidade.

LABORATÓRIOS CoLAB

Criados para reforçar a ligação entre a investigação científica e o tecido empresarial, os Laboratórios Colaborativos (CoLAB) são hoje peças-chave na inovação nacional. Focados em áreas estratégicas - da saúde à energia, passando pela mobilidade, agricultura ou inteligência artificial - os CoLAB assumem-se como catalisadores de valor económico, conhecimento aplicado e emprego qualificado. Reunindo universidades, empresas e centros de I&D, promovem soluções tecnológicas orientadas para o mercado e os desafios da transição digital e climática. Mais do que laboratórios, são motores de transformação que posicionam Portugal na linha da frente da inovação colaborativa.

CoLABs E CTIs: REDES ESSENCIAIS PARA O FUTURO DA INOVAÇÃO EM PORTUGAL

A capacidade de inovar é um fator determinante para o sucesso das empresas e para o crescimento sustentável das economias. Em Portugal, as redes de Laboratórios Colaborativos (CoLAB) e de Centros de Tecnologia e Inovação (CTI) surgem como peças-chave para aproximar o conhecimento científico da realidade empresarial, promovendo a transferência e valorização de conhecimento e tecnologia, e impulsionando o tecido económico nacional.

O conhecimento produzido nas instituições académicas e científicas nem sempre encontra um caminho eficiente para chegar às empresas, seja por estar ainda longe de uma aplicação prática, por não responder às necessidades do mercado ou mesmo por falta de capacidade inovadora nas empresas. Por isso, o ecossistema de inovação necessita de mais agentes dedicados a promover uma transferência eficiente dos resultados da investigação para as empresas e para o mercado.

É neste contexto que ganham relevância as redes de CoLAB e CTI. Estas entidades de interface têm a missão de aproximar a investigação da indústria e da sociedade, facilitando a transformação do conhecimento em produtos, serviços e soluções competitivas. O seu papel vai muito além da intermediação: ajudam a acelerar o processo de desenvolvimento tecnológico, promovem o teste ou a demonstração de novos produtos, contribuem para a proteção da propriedade intelectual e apoiam as empresas, especialmente as PME, a superar as barreiras da inovação.

Com 40 CoLAB e 31 CTI espalhados pelo país, estas redes são hoje um motor fundamental da inovação nacional. Os CoLAB destacam-se pelo seu foco na co-criação de soluções inovadoras, pelo contributo para a criação de emprego científico e altamente qualificado e pelo seu impacto na dinamização das regiões onde se encontram. Já os CTI, com uma forte orientação para o tecido empresarial, têm sido determinantes na criação de valor económico e no apoio à capacidade de inovação das empresas.

Estas redes são também essenciais para enfrentar os grandes desafios e oportunidades de futuro que se colocam à sociedade e à economia, desde a transição digital à sustentabilidade ambiental, passando pela cibersegurança, pela inteligência artificial ou pela biotecnologia. Através de infraestruturas avançadas e de conhecimento especializado, CoLABs e CTIs posicionam-se como parceiros estratégicos para que as empresas portuguesas possam competir nos mercados globais.

O apoio da Missão Interface, promovido pela Agência Nacional de Inovação (ANI) através do PRR, tem sido crucial para o crescimento e consolidação destas entidades. No entanto, o seu sucesso futuro dependerá da capacidade de continuarem a evoluir: é

fundamental que mantenham a aptidão de atrair e reter jo vens talentos, que reforcem a sua internacionalização e que aprofundem a ligação com os setores mais dinâmicos da economia.

Recorrer a CoLABs e CTIs permite às empresas inovar mais rápido, reduzir riscos, aceder a conhecimento, talento, financiamento e redes que aumentam a sua competitividade.

João Lobo Ferreira

Sub-Unidade Missão Interface na Agência Nacional de Inovação

VECTORB2B INOVAÇÃO EM SAÚDE COM RUMO AO MERCADO

Criada em 2019 como Laboratório Colaborativo, a VectorB2B posiciona-se hoje como centro estratégico de inovação em saúde. Ana Custódio e Francisco Castro, Co-CEO's, explicam como a ligação entre ciência, indústria e sistema de saúde tem acelerado o desenvolvimento de terapêuticas com impacto real.

Como surgiu a VectorB2B e de que forma se posiciona atualmente como Centro de Interface Tecnológico na interseção entre ciência, saúde e inovação em Portugal?

A VectorB2B foi criada em 2019 como um Laboratório Colaborativo (CoLAB), com área de atuação em Saúde, resultado de uma parceria entre sete entidades académicas e industriais de referência, com o objetivo de colmatar a fragmentação do setor biotecnológico em Portugal e acelerar a translação de conhecimento científico em soluções terapêuticas.

Desde a sua fundação, tem vindo a posicionar-se como uma one-stop-shop em Portugal que integra competências desde a descoberta até ao desenvolvimento clínico de medicamentos e dispositivos médicos.

O seu modelo colaborativo permite atuar como ponte entre a investigação e a indústria, promovendo inovação com impacto no sistema de saúde e no mercado.

Que tipo de soluções e serviços a VectorB2B tem vindo a disponibilizar às indústrias farmacêutica, biotecnológica e de dispositivos médicos, e que impacto têm gerado ao nível do ecossistema nacional de I&D?

A VectorB2B disponibiliza serviços ao longo de toda a cadeia de desenvolvimento de medicamentos e dispositivos médicos: ensaios de eficácia, estudos pré-clínicos, apoio regulamentar, produção de lotes para fase pré-clínica e clínica e gestão de ensaios clínicos. Destacamo-nos por sermos, atualmente, a única entidade em Portugal com capacidade certificada para realizar estudos de toxicologia regulada sob boas práticas de laboratório, uma etapa essencial no processo de desenvolvimento de novos produtos. Esta abordagem integrada permite acelerar o time-to-market das soluções em desenvolvimento. O impacto tem-se traduzido no apoio a dezenas de empresas nacionais e internacionais, reforçando o posicionamento de Portugal como um ecossistema competitivo e inovador na área da saúde.

Francisco Castro e Ana Custódio, Co-CEO's

Na vossa perspetiva, qual é o papel dos CoLABs e dos CTIs como aceleradores da competitividade nacional e internacional? Que mais-valias têm resultado da participação ativa nesta rede?

Os CoLABs são instrumentos fundamentais para dinamizar a transferência de conhecimento e acelerar a inovação com aplicação real, promovendo a colaboração entre academia, indústria e, no nosso caso, sistema de saúde. O modelo permite reduzir o risco associado à experimentação, impulsionar projetos de elevado valor acrescentado e reforçar a capacidade de atração de investimento e talento para Portugal. No caso da VectorB2B, a participação nesta rede tem promovido a construção de uma reputação sólida como parceiro científico-industrial de referência, tanto a nível nacional como europeu. Também tem possibilitado o acesso a financiamento estratégico, à partilha de boas práticas e à integração em projetos estruturantes nacionais e internacionais.

A colaboração com universidades, centros de investigação e empresas é uma peça-chave para o sucesso da VectorB2B. Pode partilhar alguns exemplos concretos de projetos colaborativos que representem inovação com aplicação real no mercado?

A VectorB2B foi criada precisamente para integrar capacidades académicas e industriais e tem desenvolvido múltiplos projetos colaborativos com impacto real. Por exemplo, no âmbito do consórcio BioHUB, apoiado pelo PRR, lideramos a monitorização de dois ensaios clínicos multicêntricos e multinacionais, cujos produtos

terão aplicação terapêutica em doenças infecciosas. Também somos membros dos consórcios europeus Livertarget e Coroprevention, focados respetivamente na descoberta de terapias hepáticas e na prevenção personalizada de doenças cardiovasculares. A nível nacional, desenvolvemos serviços em colaboração com os nossos associados: Technophage, Tecnifar, Bevag, FMVUL, FFUL, FMUL e a Universidade de Coimbra. Também com hospitais públicos e privados, através do modelo de disponibilização de recursos especializados, que responde a uma necessidade concreta do sistema hospitalar português em realizar investigação clínica. Estes projetos são exemplos claros da aplicação prática da investigação em soluções de mercado.

Quais são as principais metas para os próximos anos e que visão estratégica a VectorB2B traçou para continuar a consolidar-se como um ator de referência na área da inovação em saúde, a nível nacional e internacional?

A nossa estratégia assenta em dois pilares: inovação transformadora e desenvolvimento estrutural sustentável. Estamos focados em consolidar as áreas core e em explorar novas oportunidades, como a colaboração com unidades hospitalares e o desenvolvimento de soluções laboratoriais versáteis. Apostamos na criação de serviços adaptáveis, no reforço de parcerias internacionais e na presença em consórcios europeus. Queremos consolidar a VectorB2B como one-stop-shop em saúde, com uma proposta de valor centrada na flexibilidade, excelência científica e impacto económico.

INOVAÇÃO QUE REDEFINE O VALOR EM SAÚDE

O Value for Health CoLAB é uma associação privada sem fins lucrativos que trabalha, desde maio de 2019, com empresas, entidades governamentais e universidades para desenvolver soluções inovadoras de cuidados de saúde de elevado valor para a sociedade, faz parte da rede de laboratórios colaborativos reconhecidos pela Fundação para a Ciência e Tecnologia e tem como Associados Fundadores a Universidade NOVA de Lisboa, a CUF, a Vodafone Portugal e a Fraunhofer Portugal. Ana Rita Londral, Diretora Executiva e Científica, em entrevista, explica como a saúde baseada em valor está a transformar os cuidados em Portugal, com foco em resultados reais para os doentes, inovação colaborativa e o posicionamento do país como laboratório vivo de inovação em saúde.

O VOH tem assumido um papel pioneiro na promoção de uma abordagem centrada no valor em saúde. Como definem esse “valor” e de que forma ele transforma a prestação de cuidados para o cidadão e para o sistema?

Cuidados de saúde baseados em “valor” relacionam resultados de saúde de cada doente com os recursos necessários para os alcançar. Este conceito desafia-nos a refletir: porquê continuar a financiar e avaliar o sucesso pela quantidade de intervenções de cuidados de saúde (nº de cirurgias, nº de consultas, nº de camas, etc.), sem saber se essa quantidade trouxe benefícios reais e relevantes para os doentes? Medir valor é então um processo que pode transformar a prestação de cuidados num sistema mais transparente e baseado em resultados, focado no impacto real na vida dos cidadãos e na valorização dos recursos.

Que resultados concretos têm alcançado com os vossos projetos mais recentes, nomeadamente em termos de impacto na prática clínica, eficiência hospitalar ou políticas de saúde pública?

Os nossos resultados mais relevantes decorrem da criação de um ecossistema de inovação colaborativa que aproxima universidades, empresas e instituições de saúde, permitindo que a investigação se traduza em inovação (acesso a novos produtos e serviços) com valor nos cuidados de saúde. Exemplos desta colaboração incluem o desenho e implementação de serviços de telemonitorização para a medição de resultados, empoderamento do doente e melhor utilização de recursos, nomeadamente para doentes cardíacos, no Hospital de Santa Marta, e para acompanhamento à distância de doentes hipertensos, na CUF. A nível internacional, colaboramos num projecto liderado pela Fundação San Joan de Dèu (Barcelona) que visa combater na Europa a situação de sem-abrigo e num outro liderado pelo Hospital Pediátrico San Joan de Dèu, que atua na área das doenças crónicas complexas e/ou necessidades paliativas em crianças, ambos recorrendo a tecnologias digitais. Nestes projetos, estamos a implementar living labs em diferentes países europeus, como Finlândia, Grécia, Eslovénia e Dinamarca. Também apoiamos empresas tecnológicas e startups na demonstração de impacto das suas soluções para a saúde, nomeadamente no contexto da transformação digital, apoiando processos de validação robustos que reforçam a confiança e facilitam a adoção. Exemplos incluem a Cleocare, uma startup de inovação tecnológica que atua na área da prevenção do cancro da mama, e a Medtronic na avaliação da adoção de tecnologias. Atuamos como catalisadores, aproximando ciência, tecnologia e cuidados de saúde.

A articulação com diferentes stakeholders – desde hospitais a empresas tecnológicas – é uma das vossas forças. Como têm desenvolvido esta rede colaborativa e que mais-valias têm emergido desta dinâmica?

Temos desenvolvido esta rede colaborativa através de uma equipa de investigadores nas áreas da engenharia, ciências biomé-

Ana Rita Londral, Diretora Executiva e Científica

dicas, psicologia, economia e gestão, todos a trabalhar no mesmo escritório! Trabalhamos proativamente com hospitais, empresas tecnológicas, seguradoras e associações de doentes. Atuamos em articulação com os nossos parceiros, para identificar problemas reais, desenvolver soluções tecnológicas e testar a sua aplicação em contextos clínicos. Esta dinâmica já gerou resultados concretos: aceleramos a validação de tecnologias digitais em saúde, estamos a valorizar o conhecimento académico aplicando-o no setor da saúde, desenvolvemos ferramentas digitais para apoiar a medição de resultados pelos doentes e profissionais de saúde. Acredito que estamos a contribuir para que Portugal seja um espaço de inovação em cuidados de saúde.

Numa era em que a tecnologia e os dados se tornaram essenciais para a medicina personalizada, como é que o VOH integra ciência, inovação e ética nas suas metodologias?

No VOH acreditamos que a inovação em saúde só faz sentido quando construída com quem vive e trabalha dentro do sistema. Por isso, aliamos ciência e tecnologia a uma forte responsabilidade ética e social. Utilizamos métodos rigorosos, tecnologias inovadoras e inteligentes, sempre com o compromisso de proteger os dados, garantir a privacidade (seguindo as normas nacionais e europeias) e envolver ativamente profissionais de saúde, doentes e cidadãos. Trabalhamos lado a lado, desde a definição dos problemas até

ao desenho das soluções, para garantir que o que fazemos tem aplicação prática e impacto real. Os nossos resultados científicos são produzidos em co-autoria com as equipas clínicas, académicas e empresariais com quem colaboramos. Seguimos os princípios da investigação orientada à ação: aprender com a experiência no terreno, ajustar e agir para transformar.

Que metas ambicionam atingir nos próximos anos, em particular no que toca à internacionalização do conhecimento produzido e ao reforço do papel do VOH enquanto motor de mudança no setor da saúde em Portugal?

Nos próximos anos, queremos afirmar o VOH como uma referência europeia em saúde digital e cuidados baseados em valor. Queremos crescer de forma colaborativa: trazer novos parceiros da indústria e do setor de seguros, participar em mais projetos internacionais e reforçar a nossa missão de formação e capacitação das organizações que prestam serviços e desenvolvem produtos para transformar o sistema de saúde. O nosso foco está em testar soluções no terreno, em colaboração com quem as vai usar, e em posicionar Portugal como um verdadeiro laboratório vivo (“living lab”) de inovação em saúde. Seguimos uma lógica de ação-participação: trabalhamos com as pessoas, não apenas para elas, e isso tem sido a chave para criar soluções mais sustentáveis, justas e centradas nos cidadãos.

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A VISÃO DO ACCELBIO PARA REVOLUCIONAR A BIOTECNOLOGIA

Nascida da vontade de unir academia, startups e indústria, o AccelBio está a transformar o ecossistema da descoberta de medicamentos em Portugal. Sob a liderança de Bárbara Gomes, o laboratório colaborativo aposta numa abordagem integrada, que alia rigor científico a visão empresarial, para converter descobertas biomédicas em soluções terapêuticas com impacto real. Nesta entrevista, a CEO explica como o AccelBio está a moldar o futuro da biotecnologia e a formar a próxima geração de líderes do setor.

O AccelBio atua como um laboratório colaborativo que conecta academia, startups e indústria para acelerar a descoberta de medicamentos. Como surgiu esta ideia e que impacto pretende ter no ecossistema nacional e internacional de biotecnologia?

No AccelBio, acreditámos desde o início que acelerar a descoberta de medicamentos exige um alinhamento efetivo entre a academia, as startups e a indústria. A nossa génese surgiu da constatação das dificuldades em transformar descobertas inovadoras na área biomédica em ativos farmacológicos viáveis, com verdadeiro impacto para os doentes. Identificámos várias causas para este desafio, como a dissonância entre os contextos académico e industrial, as diferenças nos objetivos e metodologias de desenvolvimento de projetos, a ausência de uma linguagem comum e os constrangimentos financeiros. Foi neste contexto que criámos um laboratório colaborativo que integra competências científicas e empresariais, com o propósito de ultrapassar essas barreiras e converter ideias inovadoras em soluções concretas. O nosso objetivo é dinamizar o ecossistema nacional de

inovação biomédica e posicionar Portugal como um ator relevante no panorama internacional da biotecnologia.

De que forma o AccelBio consegue equilibrar a inovação científica com a visão de negócios, garantindo que os projetos de descoberta de medicamentos avancem com sucesso até à prova de conceito pré-clínica?

Para nós, a inovação científica caminha lado a lado com uma gestão rigorosa, orientada por objetivos claros de negócio e do benefício para o doente. Complementamos grupos académicos e startups com competências essenciais no desenvolvimento farmacêutico, assegurando que os projetos estejam alinhados com os padrões da indústria, desde a validação de alvos até aos estudos pré-clínicos. Esta abordagem integrada permite-nos reduzir riscos e acelerar o progresso rumo à prova de conceito, concentrando-nos em fármacos com real potencial de licenciamento ou criação de spin-offs

Considerando a diversidade de membros associados – desde centros académicos até grandes empresas farmacêuticas – como é que essa colaboração estratégica potencia os resultados e a criação de valor?

A diversidade de membros associados gera um ambiente rico em conhecimento e recursos complementares. Esta colaboração estratégica permite articular a inovação científica com a experiência industrial e a visão de mercado, acelerando os ciclos de desenvolvimento e aumentando significativamente as probabilidades de sucesso. As competências reunidas pelo AccelBio são diferenciadoras, o que se reflete tanto no número crescente de contactos que temos recebido, como na obtenção de financiamentos altamente competitivos.

Bárbara Gomes, CEO

Como o AccelBio tem contribuído para a formação da próxima geração de líderes em biotecnologia, e que importância atribuem a este papel educativo no contexto do setor?

A formação é um pilar essencial para o futuro do setor e do AccelBio. Além de workshops temáticos, colaboramos em programas de doutoramento com várias instituições académicas portuguesas, promovendo a capacitação de jovens cientistas e empreendedores através do envolvimento em projetos translacionais. Para criar novas empresas, é fundamental garantir recursos humanos qualificados que possam liderar e desenvolver estas organizações. Paralelamente, ao longo dos últimos dois anos, conseguimos atrair de volta talento português altamente qualificado, cuja experiência em contextos internacionais e ecossistemas de inovação tem trazido uma perspetiva enriquecedora.

Que tecnologias ou plataformas exclusivas desenvolvidas pelo AccelBio se destacam atualmente e que impacto esperam que tenham no desenvolvimento de novos medicamentos?

Destacamos o nosso foco em plataformas inovadoras que combinam avanços tecnológicos e biológicos para transformar a descoberta de medicamentos. Desenvolvemos modelos de organoides baseados em células pluripotentes induzidas (hiPSC), que reproduzem de forma mais fiel a complexidade dos tecidos e órgãos humanos em laboratório. Utilizamos ferramentas de inteligência artificial que apoiam várias fases do processo de descoberta e desenvolvimento de

fármacos. Estas tecnologias permitem acelerar significativamente a fase pré-clínica, melhorando a preditividade dos ensaios e reduzindo os custos associados.

Olhando para os próximos anos, quais são as principais metas do AccelBio e que avanços esperam alcançar na aceleração da descoberta de medicamentos em Portugal e além-fronteiras?

Nos próximos anos, pretendemos consolidar o AccelBio como um polo de excelência na descoberta de medicamentos, ampliando parcerias nacionais e internacionais e promovendo um pipeline sólido de ativos biomédicos validados. Ambicionamos acelerar a criação de spin-offs e o licenciamento de tecnologia, contribuindo para um setor farmacêutico mais inovador em Portugal e no estrangeiro.

INOVAÇÃO EM SAÚDE, MADE IN

PORTUGAL

Acelerar o percurso da inovação em saúde desde os estudos pré-clínicos até à porta dos ensaios clínicos é o desafio assumido pelo CoLAB TRIALS. Em entrevista, Catarina Madeira, Raquel Cunha, Fábio Lampreia e Jorge Neves explicam como uma visão estratégica aliada à capacitação técnica, digital e colaborativa pode transformar o país numa referência internacional em investigação clínica e medicina personalizada.

O CoLAB TRIALS surgiu com o propósito de fortalecer a inovação e a competitividade dos ensaios clínicos realizados em Portugal. Que lacunas vieram colmatar no ecossistema nacional e de que forma têm contribuído para posicionar o país como uma referência nesta área?

Catarina Madeira - O CoLAB TRIALS tem como associados a Universidade Nova de Lisboa | Nova Medical School, a Universdade de Évora, a Unidade Local de Saúde de Lisboa Ocidental, o Hospital da Luz Learning Health, o Centro de Medicina laboratorial Germano de Sousa e a Apifarma. Surgiu para colmatar uma lacuna no ecossistema nacional: o apoio especializado na fase do “vale da morte” de desenvolvimento de novos produtos de saúde, nomeadamente na fase de estudos pré-clínicos alinhados com os requisitos científico-regulamentares para que esses produtos cheguem aos ensaios clínicos. Apesar da existência de várias infraestruturas de apoio a investigadores e empreendedores, poucas se dedicam ao apoio técnico e científico-regulamentar necessário cumprir na fase anterior aos ensaios clínicos e após a patente, ou seja, quando

o risco é mais elevado e o investimento mais difícil de obter. Ao intervir nesta fase o CoLAB TRIALS ajuda a aumentar a maturidade regulamentar de tecnologias nacionais e a sua preparação para ensaios clínicos contribuindo para que mais inovação nacional entre na fase de avaliação clínica com evidência sobre qualidade, segurança e quando possível eficácia ou desempenho.

Ensaios clínicos exigem rigor científico, cooperação multissetorial e constante adaptação à evolução tecnológica. Que metodologias e abordagens inovadoras têm implementado para responder aos desafios atuais e futuros do setor?

Catarina Madeira - Temos trabalhado no sentido de apoiar equipas de investigadores e empreendedores a alinhar o desenvolvimento dos seus produtos com os requisitos científico-regulamentares na fase de ensaios pré-clínicos e validação analítica, para que o valor destes produtos aumente e sejam atrativos não só para financiamento público europeu como também para financiamento privado. Também temos apoiado estes investigadores e empreendedores no desenho e planeamento de estudos clínicos inovadores. Entre os nossos associados existe a capacidade de submeter estes estudos à aprovação da comissão de ética e autoridade competente e subsequente implementação dos estudos no nosso ecossistema e em vários países europeus. Iniciámos um projeto este ano em abril, com parceiros nacionais e associados para desenvolver colaborativamente uma plataforma digital inovadora que vai facilitar o desenho, planeamento, implementação e reporte de estudos clínicos de intervenção com medicamentos ou dispositivos médicos, da iniciativa de investigadores e empreendedores.

A articulação entre instituições de saúde, centros de investigação, indústria farmacêutica e tecnologia é essencial. Como tem sido construída esta rede de colaboração e que impactos têm observado nos resultados e na eficiência dos projetos?

Raquel Cunha - A nossa maior rede de colaboração tem sido estabelecida através da participação em consórcios para captarmos

Raquel Cunha (Gestora de Cooperação e Financiamento), Catarina Madeira (Diretora Executiva), Jorge Neves (Gestor de Transformação Digital) e Fábio Lampreia (Gestor de Investigação e Inovação)

financiamento público europeu para desenvolver e validar novos produtos de saúde. Esses consórcios, alguns deles constituídos por nossa iniciativa, são sempre constituídos por empresas (várias topologias), universidades, centros de investigação, hospitais e associações de doentes e reguladores. Também já envolvemos organismos notificados nestes consórcios. A vantagem de termos como associados dois hospitais também nos tem permitido envolver profissionais de saúde em alguns destes consórcios europeus. Para além disso, temos também participado em conferências nacionais e internacionais, em redes de inovadores, empreendedores e investigadores em saúde. Alguns destes contactos estabelecidos têm sido concretizados em parcerias específicas para desenvolvimento de novos produtos de saúde. São parcerias necessariamente longas, pois o desenvolvimento de produtos de saúde, na fase anterior aos ensaios clínicos, depende não só da existência de financiamento público ou privado como também de interações com diferentes organizações desde infraestruturas ou empresas com Boas Práticas de Laboratório e Boas Práticas de Fabrico até à EMA e associações de pessoas com doença, entre outras.

Um dos objetivos dos CoLAB passa por promover a transferência de conhecimento para o tecido empresarial. Que iniciativas têm desenvolvido para acelerar a ligação entre ciência, mercado e benefício real para os doentes?

Fábio Lampreia - Temos promovido workshops focados nos requisitos técnicos e científico-regulamentares para a entrada em ensaios clínicos de produtos inovadores em saúde, criámos ferra-

mentas digitais de acesso livre – como o MDClass® – e apoiámos projectos em diferentes fases de maturidade. Recentemente, obtivemos financiamento para expandir estas iniciativas a regiões de baixa densidade, nomeadamente no Alentejo, contribuindo para uma descentralização efectiva da inovação em saúde. Combinando conhecimento técnico, científico e regulamentar, ferramentas digitais e proximidade a empreendedores e investigadores, temos contribuído para acelerar a passagem da ciência ao mercado, acrescentando valor a produtos inovadores.

Com a evolução da medicina personalizada e a digitalização da saúde, que visão estratégica o CoLAB TRIALS tem para os próximos anos e que papel pretendem assumir no futuro da investigação clínica em Portugal?

Jorge Neves - Para os próximos anos, a nossa visão estratégica passa por aprofundar o apoio científico-regulamentar e acelerar a digitalização do processo de desenvolvimento clínico. Estamos a construir soluções de software que apoiam investigadores, clínicos e empresas na preparação e condução de ensaios com maior autonomia, segurança e qualidade. Acreditamos que Portugal pode afirmar-se como líder na área da medicina personalizada e da digitalização da investigação clínica. O CoLAB TRIALS pretende contribuir colaborativamente para este processo, funcionando como ponte entre conhecimento científico, exigência regulamentar e aplicação clínica. Com uma equipa multidisciplinar e parcerias consolidadas, ambicionamos contribuir activamente para que mais inovação “made in Portugal” chegue ao doente.

DESCARBONIZAÇÃO INDUSTRIAL COM ASSINATURA NACIONAL: A ESTRATÉGIA DO NET4CO2

Com uma missão enraizada na transformação do conhecimento científico em soluções práticas para a descarbonização industrial, o Net4CO2 posiciona-se na vanguarda da inovação climática. Em entrevista, Hugo Matias, Diretor Executivo, explica como a abordagem integrada do CoLAB – que alia investigação aplicada, parcerias industriais e alinhamento regulatório – está a moldar o futuro da economia circular do carbono em Portugal e além-fronteiras.

O Net4CO2 nasceu com a missão de criar soluções inovadoras de descarbonização, desde a ciência até ao mercado – como se refletem esses princípios na missão da vossa empresa e nos serviços que prestam atualmente?

A missão do Net4CO2 é, desde a sua origem, transformar conhecimento científico em soluções concretas para a descarbonização industrial. Esta visão reflete-se na nossa abordagem integrada, que combina I&D avançada com aplicações práticas orientadas para o mercado. Os nossos serviços assentam no desenvolvimento de tecnologias de captura e utilização de CO₂, desde a sua utilização direta (como por exemplo a neutralização de água de consumo humano por injeção de CO₂), à sua valorização em produtos de valor acrescentado, como por exemplo combustíveis sintéticos. Além disso, estão ainda contemplados um conjunto de serviços relacionados com testes piloto em ambiente industrial com as tecnologias proprietárias, análises laboratoriais, serviços de sustentabilidade e formação avançada, sempre com o objetivo de acelerar a transição para uma economia de baixo carbono. Esta ponte entre ciência e aplicação prática está no centro de tudo o que fazemos.

Num setor que exige elevada investigação e adaptação tecnológica, que projetos ou marcos do vosso portefólio destacariam como mais transformadores para o mercado nacional e internacional?

Nos últimos anos, o CoLAB Net4CO2 tem estado fortemente empenhado em aumentar a maturidade tecnológica das suas soluções. O verdadeiro potencial destas tecnologias só pode ser demonstrado através da colaboração com empresas nacionais e internacionais, sendo a validação em contexto operacional essencial para aferir o seu impacto real e a viabilidade no mercado, tanto nacional como internacional. Neste âmbito, destacamos o projeto piloto NetCap – uma solução de captura de CO₂ baseada em tecnologia proprietária e no processo com aminas – atualmente instalada na unidade industrial do nosso parceiro BA Glass, em Avintes. Trata-se de uma unidade móvel e modular que, face a outras soluções existentes, se distingue pela sua elevada eficiência, mesmo quando aplicada a correntes com baixo teor de CO₂ – uma característica comum em muitos setores considerados “de difícil descarbonização”. O nosso objetivo, a médio prazo, é evoluir esta unidade para um sistema integrado de captura e utilização

de CO₂, com vista à produção de combustíveis sintéticos, oferecendo assim uma solução integrada e inovadora para a economia circular do carbono.

A vossa atividade abrange cadeias complexas desde a captura até à utilização e armazenamento de CO₂. Como equilibram o rigor científico, as exigências regulatórias e a escalabilidade comercial em todas estas vertentes?

No CoLAB Net4CO2 tentamos equilibrar estes três pilares – rigor científico, cumprimento regulatório e escalabilidade comercial – através de uma abordagem integrada e alinhada com as diretrizes europeias para tecnologias de baixo carbono.

O rigor científico é assegurado pela forte componente de investigação aplicada, desenvolvida em colaboração com universidades e centros de excelência europeus, que nos permite validar soluções tecnologicamente robustas e baseadas em evidência experimental e modelação avançada. Do ponto de vista regulatório, acompanhamos de forma ativa o enquadramento normativo europeu. Segundo a regulamentação europeia, a captura e o armazenamento geológico de CO₂ (CCS) está atualmente mais regulamentado, mais consolidado e com maior apoio institucional e financeiro do que a utilização de CO₂ (CCU). No entanto, a estratégia CCU a curto prazo é considerada mais fácil de implementar, com menos investimento inicial, pode ser feita on-site e apresenta menos barreiras regulatórias com um licenciamento menos complexo. Esta diferenciação impacta diretamente o desenho e posicionamento das soluções que desenvolvemos. Neste sentido temos desenvolvido iniciativas com parceiros europeus para a revisão das disposições das ETS prevista para 2026.

A escalabilidade comercial é avaliada desde as fases iniciais de desenvolvimento, garantindo que cada tecnologia ou serviço tem um caminho claro para a integração industrial. Trabalhamos em estreita articulação com parceiros industriais e financiadores para garantir a viabilidade técnica, económica e regulatória, com especial atenção à Taxonomia Europeia para atividades sustentáveis, que influencia cada vez mais o financiamento e investimento em tecnologias de descarbonização.

Esta articulação entre ciência, regulamentação e mercado permite-nos desenvolver soluções tecnologicamente sólidas, conformes com os requisitos legais e com real potencial de aplicação à escala, contribuindo para os objetivos europeus de neutralidade carbónica até 2050.

A colaboração com entidades académicas, empresas e órgãos reguladores é um pilar da vossa estratégia. De que forma o modelo CoLAB do Net4CO2 fortalece essa rede, e que resultados estão a surgir desse ecossistema colaborativo?

A criação do conceito CoLAB tem sido essencial para criar um espaço de inovação aberta, onde conhecimento científico, necessidades industriais e enquadramento regulatório convergem. Este modelo permite-nos mobilizar competências altamente especializadas de universidades e centros de investigação aumentando

a competitividade das nossas tecnologias, enquanto mantemos um diálogo constante com a indústria e os decisores políticos. Como resultado, temos desenvolvido projetos com maior grau de maturidade tecnológica, gerado propriedade intelectual com valor de mercado e acelerado a adoção de tecnologias inovadoras.

Este ecossistema colaborativo é a base do nosso impacto e que se reflete também no aumento das solicitações para presença do NET4CO2 em vários eventos e painéis de discussão nacionais sobre descarbonização. Além disso, fruto desta rede de colaborações, organizamos o Curso Internacional de Captura e Utilização de CO₂ em Portugal promovendo assim uma maior literacia e o acelerar da implementação de projetos industrias de descarbonização.

Olhando para o futuro, que metas estratégicas definem para o Net4CO2 até 2030? Que novos serviços, tecnologias ou mercados estão no vosso roadmap para consolidar o vosso papel como referência na economia circular do carbono?

Até 2030, o Net4CO2 ambiciona afirmar-se como o principal centro de referência nacional na transição para a neutralidade carbónica, com soluções tecnológicas competitivas aplicadas em ambiente industrial real. Entre os principais objetivos estratégicos estão o reforço das tecnologias próprias de captura e conversão de CO₂ com vista à sua escalabilidade, o desenvolvimento de novos serviços de consultoria focados na sustentabilidade e eficiência dos processos industriais, e a expansão para mercados internacionais com elevado potencial de descarbonização.

Pretendemos consolidar o nosso papel como parceiro estratégico de empresas que procuram integrar a economia circular do carbono nas suas operações – não apenas como fornecedor tecnológico, mas também como consultor especializado, apoiando na identificação, planeamento e implementação de soluções adaptadas à realidade de cada organização. Paralelamente, mantemos uma forte ligação com os decisores políticos e reguladores, contribuindo com conhecimento técnico e científico para apoiar políticas públicas eficazes. Um exemplo concreto é a colaboração atual com a DGEG – Direção-Geral de Energia e Geologia, no estudo do potencial de armazenamento geológico de CO₂ em bacias sedimentares nacionais, trabalho essencial para o planeamento da futura infraestrutura de captura e armazenamento geológico em Portugal. Com esta visão integrada – da ciência à indústria, da engenharia à política pública –, o Net4CO2 está comprometida em liderar soluções que acelerem a transição energética e consolidem Portugal como um ator relevante na economia europeia do carbono sustentável.

EMPRESAS GALARDOADAS

As empresas galardoadas em Portugal destacam-se pelo seu desempenho excecional, inovação e capacidade de criar ambientes de trabalho inspiradores, refletindo o vigor e a competitividade do tecido empresarial nacional. Entre estas distinções, as Top 5% Scoring evidenciam as organizações com resultados financeiros e operacionais superiores, enquanto a Marca Recomendada valoriza aquelas que conquistam a confiança dos consumidores pela excelência e qualidade. Por sua vez, o selo Inovadora Cotec 2025 reconhece as empresas que lideram a transformação tecnológica e promovem a inovação sustentável como motor de crescimento.

Além destes prémios, o Great Place to Work distingue as organizações que promovem culturas corporativas saudáveis, valorizando o bem-estar e o desenvolvimento dos seus colaboradores. Já o estatuto de Empresa Gazela identifica as PME que apresentam crescimento acelerado e sólido, contribuindo significativamente para a dinamização da economia portuguesa. Estes galardões representam um verdadeiro retrato do empreendedorismo moderno, onde inovação, reputação, responsabilidade social e excelência são os pilares do sucesso empresarial.

TOPORIGOR: PRECISÃO QUE LIDERA

A completar 25 anos de experiência, a TopoRigor 3D Geociências é, hoje, uma referência nacional no Mapeamento, Digitalização Tridimensional, Laser Scanning 3D e na Modelação 3D/BIM, destacando-se pela precisão, inovação e investimento contínuo em tecnologia de ponta. Distinguida três anos consecutivos entre as Top 5% Melhores PME de Portugal, a empresa liderada por Paulo Pereira, aposta na excelência técnica e na dedicação da equipa para enfrentar os desafios do setor com qualidade e rigor.

A TopoRigor 3D Geociências tem sido distinguida, por 3 anos consecutivos, como uma das Top 5% Melhores PME de Portugal. Que fatores considera determinantes para este reconhecimento sustentado e que valores orientam o vosso desempenho?

Estamos em crer que os principais fatores determinantes são: a qualidade dos equipamentos, o apoio dos nossos parceiros e a paixão e dedicação da nossa equipa, que ao longo dos quase 25 anos se manteve altamente focada na melhoria contínua, na qualidade, seriedade e rigor com que abordamos todos os desafios que os clientes nos propõem.

Numa área técnica exigente como a topografia, engenharia inversa e projeto, a inovação e a precisão são fundamentais. Como é que a empresa tem integrado as novas tecnologias e metodologias para se manterem na vanguarda do setor?

A minha visão enquanto responsável, sempre foi tentarmos ter a melhor e mais recente tecnologia que existisse no mercado mundial, mesmo que isso implique muitos sacrifícios. Reinvestimos na empresa tudo o que ganhamos, e hoje, com orgulho podemos dizer que possuímos as melhores tecnologias e equipamentos de aquisição massiva de dados 3D que existem em Portugal e ao nível do melhor que existe no mundo, nomeadamente: os diversos Laser Scanning 3D e Mobile Mapping 3D (terrestres, móveis e aéreos), os UAV/ Drones, onde podemos acoplar sensores múltiplos para obtenção de dados por deteção remota.

Já incorporamos estas inovadoras tecnologias desde o ano 2009 e neste momento permitem-nos literalmente “trazer a realidade para o computador” com elevadíssima qualidade métrica, associada à grande riqueza pictórica das imagens de alta resolução. Com recurso a poderosas estações gráficas e a múltiplos softwares, resultam em dados massivos de altíssima qualidade métrica, que a nossa equipa de engenharia e arquitetura, consegue transformar nos mais diversos

produtos vetoriais 2D e/ou modelação 3D ou BIM para base dos mais diversos estudos e projetos em que participamos.

Que principais desafios enfrentam atualmente no mercado e como têm conseguido transformar esses desafios em oportunidades de crescimento e afirmação?

O desafio da enorme pressão por trabalho rápido e a baixos preços, sem ter em conta a qualidade dos dados ou o rigor do equipamento que se utiliza. Enquanto responsável da TopoRigor, sempre tive a forte convicção de que não podíamos querer estar ao mesmo tempo no mercado que exige apenas preço e no mercado que exige grande qualidade. Nesse sentido, a TopoRigor tem vindo a posicionar-se para ser uma referência para “quem exige rigor e qualidade”, porque sabem que mesmo que a base inicial requeira um pouco mais de investimento, ao longo de todo o projeto, a segurança e as poupanças são imensamente maiores.

Que objetivos estratégicos estão definidos para o futuro da TopoRigor 3D Geociências? De que forma pretendem continuar a reforçar a vossa posição de referência no setor e no panorama empresarial nacional?

Iremos continuar a reforçar o investimento em inovação, nos produtos 3D/BIM e já iniciámos a integração de ajudas de software dotado de IA (inteligência artificial), na tentativa de fidelizar os clientes mais exigentes, mantendo a firme intenção de continuarmos focados e apaixonados pelo que fazemos e em dar mais e melhores condições à nossa fantástica equipa. Tudo o resto acontecerá a seu tempo.

geral@toporigor.pt www.toporigor.pt

Global Club

A CONFIANÇA VALIDADA PELO CONSUMIDOR: O IMPACTO DA DISTINÇÃO MARCA RECOMENDADA

Num ecossistema de consumo cada vez mais orientado pela transparência e pela experiência real dos clientes, a distinção Marca Recomendada assume-se como um selo de confiança ímpar no mercado português. Em entrevista, Sónia Lage Lourenço, CEO do Portal da Queixa by Consumers Trust, revela como esta certificação, baseada em dados objetivos e imparciais, está a redefinir os padrões de reputação e a empoderar tanto consumidores como marcas num novo paradigma de exigência e responsabilidade.

Sónia Lage Lourenço, CEO do Portal da Queixa

O que representa para o Portal da Queixa by Consumers Trust a distinção Marca Recomendada e qual é a sua relevância no atual panorama de avaliação de marcas em Portugal?

Num mercado cada vez mais competitivo e sensível à reputação, esta distinção é mais do que um selo de qualidade, é o reconhecimento genuíno da confiança que os consumidores depositam nas marcas. Para o Portal da Queixa by Consumers Trust, reforça a nossa missão de empoderar o consumidor e responsabilizar as marcas, posicionando-nos como a plataforma de referência na monitorização e certificação da reputação corporativa em Portugal. Num mercado onde a reputação é cada vez mais um ativo estratégico, a Marca Recomendada surge como um selo distinto, assente em transparência e dados reais, que legitima a excelência da experiência do consumidor.

De que forma é que a metodologia da Marca Recomendada se diferencia de outras distinções baseadas na opinião dos consumidores?

A distinção Marca Recomendada diferencia-se porque é baseada em avaliações espontâneas e voluntárias dos consumidores na maior plataforma de consumidores em Portugal – o Portal da Queixa by Consumers Trust. Ao contrário de prémios que dependem de votações pontuais ou júris, o nosso processo é transparente, contínuo e 100% imparcial, sustentado em dados reais como o Índice de Satisfação, que reflete o nível de resolução, qualidade de atendimento e consistência da marca ao longo do tempo. Aqui, quem decide são os consumidores, com base nas suas interações reais com as marcas. É esta autenticidade e independência que tornam a Marca Recomendada um verdadeiro selo de confiança no panorama nacional.

Além disso, é o único prémio em Portugal que é entregue simbolicamente em mãos pelo principal responsável: o cliente. Por isso, não promovemos galas de entrega de prémios para todas as marcas; acreditamos que o verdadeiro momento de celebração deve acontecer onde faz mais sentido: junto dos clientes que reconhecem o mérito e das equipas que o tornam possível todos os dias.

Quais são os principais critérios de avaliação que determinam a atribuição desta distinção e como garantem a fiabilidade dos resultados?

A Marca Recomendada é atribuída com base numa metodologia rigorosa, sustentada em dados reais das interações dos consumidores ao longo de todo o ano. Para cada marca, é calculada a média anual do Índice de Satisfação, somando os valores mensais com precisão à terceira casa decimal e dividindo pelo número de meses com dados, sendo o resultado arredondado à primeira casa decimal. A avaliação integra indicadores de satisfação, recomendação e resolução, recolhidos de forma contínua através da nossa tecnologia própria e de um algoritmo rigoroso, garantindo consistência e fiabilidade. Todo o scoring é registado em blockchain, assegurando padrões de qualidade imutáveis e total transparência. Os consumidores podem consultar estes dados em marcarecomendada.pt, reforçando a confiança e credibilidade desta distinção no mercado.

Num contexto em que os consumidores estão cada vez mais atentos à transparência e à experiência real de outros utilizadores, ter este selo funciona como um validador independente de que a marca cumpre o que promete. É algo que, hoje, é mais relevante do que qualquer campanha publicitária (...)

Na sua opinião, qual o impacto desta distinção na reputação e confiança das marcas junto dos consumidores?

Na minha opinião, tem um impacto direto e profundo na reputação e confiança das marcas que exibem o selo Marca Recomendada, junto dos consumidores.

Num contexto em que os consumidores estão cada vez mais atentos à transparência e à experiência real de outros utilizadores, ter este selo funciona como um validador independente de que a marca cumpre o que promete. É algo que, hoje, é mais relevante do que qualquer campanha publicitária, pois é a prova, sustentada em dados reais, de que a marca mantém níveis elevados de satisfação, resolve problemas de forma eficaz e é consistentemente recomendada por quem realmente a utiliza. Isso gera um círculo virtuoso: mais confiança, mais fidelização e maior valorização no mercado.

Isto traduz-se num diferencial competitivo face à concorrência que pode ser determinante na hora da compra. Além disso, para as próprias marcas, funciona como um indicador interno de performance, incentivando a melhoria contínua do serviço.

Como é que os consumidores se envolvem neste processo e que papel têm na valorização das marcas que recebem esta distinção?

Os consumidores têm um papel central em todo o processo, sendo eles os verdadeiros responsáveis por validar a qualidade das marcas.

O seu envolvimento acontece de forma espontânea e voluntária, através das avaliações que publicam no Portal da Queixa, ao longo do ano. Cada interação, seja uma reclamação resolvida, uma avaliação ou uma experiência positiva partilhada, contribui diretamente para os indicadores de satisfação, resolução e recomendação que determinam a atribuição da distinção.

Assim, são os consumidores que, com base na sua experiência real, premiam as marcas que melhor respondem às suas expectativas. Este papel ativo faz com que a Marca Recomendada seja percebida como uma validação autêntica, não comprada, nem influenciada, o que aumenta o valor e a credibilidade da distinção no mercado.

Que benefícios concretos uma marca pode esperar ao ser reconhecida como Marca Recomendada?

Uma marca reconhecida como Marca Recomendada pode esperar benefícios muito claros e tangíveis para o seu negócio. Em primeiro lugar, ganha um aumento significativo de confiança e credibilidade junto dos consumidores, pois o selo funciona como uma validação independente de que a marca cumpre elevados padrões de satisfação e resolução de problemas. Esta distinção também oferece uma diferenciação competitiva importante num mercado saturado, servindo como um argumento de peso na decisão de compra e funcionando muitas vezes como fator de desempate face à concorrência.

Além disso, reforça a reputação online da marca na maior comunidade de consumidores em Portugal, ampliando a sua visibilidade e atraindo novos clientes que valorizam opiniões autênticas de outros utilizadores. O processo contínuo de avaliação ainda permite à marca ter acesso a insights valiosos de Market Research, identificando oportunidades de melhoria e incentivando uma cultura de excelência.

Por fim, o selo Marca Recomendada pode ser integrado nas campanhas de comunicação, materiais publicitários, embalagens, sites e pontos de venda, agregando valor à marca e aumentando a perceção de qualidade. No conjunto, traduz-se em mais confiança, maior notoriedade, incremento de vendas e maior fidelização dos clientes, tornando-se um verdadeiro ativo estratégico.

Considera que os consumidores portugueses estão cada vez mais atentos a este tipo de selos de confiança? O que isso revela sobre o comportamento do consumidor atual?

Sem dúvida. O consumidor português está mais informado, mais exigente e menos tolerante a promessas vazias. Procura sinais claros de credibilidade e experiência validada por outros consumidores. A atenção crescente a selos como a Marca Recomendada mostra que o consumidor atual valoriza a reputação e quer marcas transparentes e responsáveis. Revela um comportamento mais consciente, criterioso e orientado para o valor real.

Como antevê a evolução e o crescimento da Marca Recomendada nos próximos anos? Há planos para a sua internacionalização ou expansão em novos setores?

A Marca Recomendada tem um potencial de crescimento muito sólido para os próximos anos, acompanhando a tendência global de consumidores cada vez mais exigentes e atentos à reputação real das marcas. Acreditamos que este reconhecimento vai consolidar se como um referencial de confiança em Portugal, ampliando a sua presença em novos setores de atividade e tornando-se um critério de escolha essencial para o consumidor.

Além disso, está no nosso horizonte expandir este conceito para outros mercados, aproveitando a tecnologia escalável e o sistema de scoring já validado. O objetivo é que, tanto consumidores como marcas reconheçam a Marca Recomendada como um selo independente, baseado em evidência real e atualizada, e que esta distinção se torne sinónimo de confiança e qualidade a nível internacional.

TRANSPORTES PASCOAL INOVAÇÃO COM RUMO AO FUTURO

A Transportes Pascoal foi distinguida com o selo “Inovadora COTEC”. A empresa é uma referência no transporte rodoviário de mercadorias, com forte presença ibérica e expansão em mercados europeus estratégicos. Em entrevista, Romeu Baptista, Diretor Financeiro partilhou as estratégias e desafios que sustentam este percurso de sucesso.

A atribuição do estatuto “Inovadora COTEC 2025” representa um reconhecimento de práticas empresariais de excelência. Quais foram os fatores decisivos para esta distinção?

A atribuição do estatuto Inovadora COTEC 2025 reconhece práticas empresariais de excelência e reflete a nossa inovação contínua, robustez financeira e gestão eficiente. Destaca a capacidade de inovar constantemente em produtos, serviços, processos e modelos de negócio. O desempenho financeiro sólido, com equilíbrio, liquidez e estrutura de capitais saudável, a gestão focada na melhoria contínua, digitalização, sustentabilidade e formação das equipas, a cultura de colaboração e responsabilidade social, valorizando pessoas, comunidade e parceiros estratégicos

assim como a transparência e conformidade que sustentam boas práticas de gestão e legalidade.

No que diz respeito aos clientes, este estatuto reforça a confiança na nossa marca e evidencia o compromisso com soluções inovadoras, adaptadas às suas necessidades. Para os parceiros, aumenta a credibilidade, facilita novas parcerias e investimentos, e mitiga riscos, mostrando a empresa como sólida e sustentável. Para os colaboradores, gera orgulho e motivação, reforçando o sentido de pertença e tornando a empresa mais atrativa para novos talentos, especialmente nas áreas de inovação e tecnologia.

O setor dos transportes enfrenta atualmente uma pressão crescente para reduzir emissões e melhorar a eficiência energética. Como está a Transportes Pascoal a posicionar-se face aos desafios da transição energética e da mobilidade sustentável?

A Transportes Pascoal destaca-se como referência europeia em mobilidade sustentável, combinando inovação, eficiência logística e responsabilidade ambiental, alinhada ao pacote Mobilidade Verde.

A frota é moderna, com 90% dos veículos EURO VI e média inferior a 2,5 anos, equipada com sistemas de tracking para reduzir consumos e emissões. Adota otimização inteligente de rotas e utiliza combustíveis alternativos como eletricidade, GNL, HVO e biometano, além de compensar emissões via créditos de carbono, painéis solares e reflorestação, incluindo a oferta de 1000 árvores à Fundação Mata do Bussaco. Esta abordagem promove a redução das emissões, maior eficiência operacional e responsabilidade ambiental ativa, beneficiando clientes, parceiros e colaboradores através de logística mais verde, valorização ESG e maior envolvimento em projetos sociais e ambientais.

Como adapta a empresa os seus serviços às especificidades dos diferentes mercados onde opera? Que estratégias ou parcerias a Transportes Pascoal estabelece para garantir eficiência, cumprimento normativo e proximidade com os clientes em cada país?

Adaptamos os nossos serviços às especificidades de cada mercado com uma abordagem flexível, centrada no cliente e apoiada por tecnologia, conhecimento local e parcerias estratégicas. Cada país tem exigências legais, operacionais e culturais próprias, pelo que personalizamos rotas, prazos e veículos conforme as necessidades do cliente e regulamentação local.

Contamos com uma equipa multilingue e multicultural que assegura comunicação eficaz e acompanhamento próximo nos principais mercados europeus. Cumprimos rigorosamente a legislação nacional e europeia através de uma equipa interna de compliance,

Romeu Baptista, Diretor Financeiro

formação contínua e sistemas tecnológicos para rastreabilidade e gestão eficiente. Investimos em parcerias estratégicas com operadores e plataformas logísticas, promovendo integração tecnológica e colaboração com hubs e centros de distribuição para otimizar prazos e reduzir custos. A proximidade é estratégica: construímos relações duradouras baseadas em confiança, comunicação constante e adaptação, reforçando a qualidade do serviço e a capacidade de resposta nos mercados-chave.

A formação contínua é fundamental num setor marcado por mudanças tecnológicas e exigências regulatórias. De que forma a empresa investe no desenvolvimento de competências dos motoristas e equipas técnicas?

Reconhecemos o capital humano como um ativo estratégico e investimos continuamente em formação para garantir segurança, eficiência e qualidade. Promovemos formação técnica e comportamental para motoristas e equipas em tecnologias embarcadas, condução segura, cumprimento legal e competências interpessoais. Utilizamos plataformas de e-learning e avaliamos o desempenho individualmente. Colaboramos com entidades certificadas e projetos europeus, assegurando conteúdos atualizados e formação de qualidade. O impacto traduz-se na redução de consumos e emissões, menor sinistralidade e maior motivação e retenção das equipas. Nos investimentos tecnológicos, destacam-se sistemas avançados de gestão de frota com monitorização em tempo real e planeamento integrado, telemetria e sensores que otimizam condução e

manutenção, algoritmos para otimização de rotas integrados em plataformas europeias, digitalização documental com processos paperless e assinatura digital, e plataformas internas de formação.

Estes investimentos reduzem consumos e emissões, melhoram a qualidade do serviço, aumentam a segurança e produtividade logística e reduzem custos operacionais.

A aposta tecnológica permite operar de forma mais inteligente, segura e sustentável, reforçando a posição da empresa no setor dos transportes em Portugal e Europa, com maior eficiência, resiliência e competitividade.

De que forma a Transportes Pascoal pretende consolidar a sua posição como referência europeia no setor, tendo em vista um mercado cada vez mais competitivo e regulado?

Estamos focados em consolidar a nossa posição como referência europeia no transporte rodoviário de mercadorias, com uma estratégia assente em inovação, sustentabilidade, excelência operacional e crescimento estratégico. Reforçamos a presença em mercados-chave com uma rede logística integrada, ampla cobertura e capacidade local de resposta. Mantemos parcerias com operadores regionais e plataformas tecnológicas para garantir agilidade, competitividade e proximidade ao cliente, além de investir continuamente em infraestrutura própria para maior controlo operacional.

A inovação tecnológica e a digitalização são vitais: apostamos na gestão inteligente da frota, análise preditiva e otimização de rotas, integradas em tempo real com os sistemas dos clientes. Automatizamos processos, digitalizamos documentos e utilizamos dados para apoiar a decisão, promovendo ainda soluções sustentáveis, como combustíveis alternativos e veículos de baixas emissões.

Temos um compromisso firme com a transição energética e mobilidade sustentável, com metas ambiciosas para a redução de emissões e uso de energia verde. Adotamos práticas ESG que reforçam a nossa credibilidade junto de clientes, parceiros e investidores, e participamos em projetos de compensação de carbono e reflorestação, assumindo uma responsabilidade social e ambiental ativa.

Valorizamos as pessoas e a excelência operacional, investindo na formação contínua e no desenvolvimento de competências, alinhados com os desafios tecnológicos e regulatórios. Promovemos uma cultura de melhoria contínua, segurança e inovação, apoiada por sistemas de gestão que asseguram qualidade, conformidade legal e elevados padrões de serviço. Inseridos nos “Valores COTEC”, aliamos robustez operacional, inovação e responsabilidade para liderar a transformação do setor com soluções logísticas eficientes, transparentes e sustentáveis.

A VISÃO PARA UM FUTURO MAIS

CONECTADO, SEGURO E SUSTENTÁVEL

Num setor tecnológico em constante transformação, a Wavecom é uma empresa portuguesa de engenharia de comunicações, que aposta na inovação e na criação de soluções próprias. Para além disso, destaca-se pelo crescimento sólido, visão estratégica e impacto real nos setores dos transportes, energia e cidades inteligentes. Em conversa com Nuno Marques, Administrador da empresa, ficamos a conhecer os bastidores de um ano recorde, os desafios da internacionalização e o papel da inovação como motor de um futuro mais eficiente, seguro e sustentável.

Com 25 anos de experiência e 110 colaboradores, a empresa afirma-se como uma referência tecnológica nacional. Em 2024, viveu um ano histórico: crescimento de 48% nas encomendas, projetos de referência e o reconhecimento como empresa Inovadora COTEC. Mas mais do que números, distingue-se pela visão de longo prazo: “desenvolver tecnologia própria, promover a sustentabilidade, garantir segurança digital e liderar a digitalização de setores estratégicos”, afirma Nuno Marques.

2024: crescimento recorde e salto tecnológico

O volume de encomendas atingiu os 12,7 milhões de euros, um aumento de 48% face a 2023. Dois projetos foram determinantes: a instalação de Wi-Fi numa cadeia nacional de supermercados e o contrato com a Carris, em parceria com a NOS.

Neste último, a Wavecom desenvolveu um router 5G de comunicações para autocarros, que integra bilhética, videovigilância, Wi-Fi para passageiros, telemetria e taxa de ocupação do veículo. “É um gateway de comunicações completo e é 100% desenvolvido por nós, hardware e software”, destaca Nuno. O equipamento suporta SIMs físicos e e-SIMs e será o motor da sua expansão internacional, com a criação da Wavecom GmbH em Munique.

Inovação como motor de crescimento

Com 40% da equipa dedicada a I&D, a Wavecom aposta fortemente na inovação. Para além da mobilidade, desenvolve soluções para a indústria inteligente - monitorização de fluxos de produção e localização de materiais - e para cidades e edifícios inteligentes. “A nossa tecnologia ajuda a reduzir consumos, aumentar a eficiência e, indiretamente, tornar os processos mais sustentáveis”, explica o administrador. Em alguns edifícios, as soluções da empresa já permitem reduções energéticas de até 40%.

Sustentabilidade e segurança digital como prioridades

A sustentabilidade é encarada com uma abordagem dupla: produtos mais eficientes no curto prazo e mudanças de comportamento no longo. “O nosso contributo mais relevante é indireto. Ao melhorar a experiência dos utentes de transportes públicos, estamos a incentivar o abandono do carro privado, o que reduz emissões. Isso é transformação real”, menciona Nuno.

O sistema de telecontagem de água é um bom exemplo, permite detetar fugas, reduzir desperdícios e melhorar a gestão da rede. Com cerca de 30% da água a perder-se antes de chegar aos consumidores, é uma solução com impacto imediato. Na cibersegurança, a empresa criou uma equipa especializada e reforçou a aposta com a aquisição de uma empresa da área. “Tudo o que fazemos hoje tem de ter uma camada de segurança. É um requisito de base”, afirma. A colaboração com a Airbus, em comunicações críticas, ilustra esse compromisso.

O futuro: internacionalização, produto e cidades inteligentes

A visão para 2025 assenta em três vetores estratégicos: desenvolvimento de produtos próprios, exportação e segurança. A aposta em tecnologias como 5G, e-SIMs e redes IoT vai continuar, mantendo cerca de um terço da equipa focada em I&D.

Na internacionalização, a Alemanha é uma prioridade. A presença em Madrid desde 2015 também reforça a ambição na Península Ibérica. Paralelamente, a empresa continuará a expandir soluções para cidades inteligentes, sensorização urbana, gestão energética e mobilidade. “As cidades não precisam só de tecnologia. Precisam de tecnologia que faça sentido e resolva problemas reais”, sublinha Nuno Marques. E conclui: “Acreditamos que o futuro passa por criar soluções locais com ambição global. A tecnologia é apenas o meio. O objetivo é melhorar a vida das pessoas e tornar o mundo mais eficiente, mais justo e mais sustentável”.

Nuno Marques, Administrador

RODI CONSOLIDA

POSIÇÃO DE REFERÊNCIA COM O SELO INOVADORA COTEC 2025

Em entrevista exclusiva, Rémy Silva, CFO da RODI, sublinha o orgulho da empresa ao receber, pelo quarto ano consecutivo, o selo Inovadora COTEC 2025. Esta distinção valida a aposta sustentada da empresa na inovação transversal – tecnológica, organizacional e ambiental – como motor de crescimento, competitividade e responsabilidade.

De que forma o selo Inovadora COTEC 2025 valida a vossa estratégia de inovação?

A RODI não trabalha à procura de distinções, mas sim para se tornar melhor a cada dia. Desafiamos constantemente as nossas equipas a inovar e a distinguir-se no mercado. Receber pelo quarto ano consecutivo o selo Inovadora COTEC é um reconhecimento que muito nos orgulha e valida a estratégia que temos seguido: investir de forma sustentada na inovação como motor de crescimento. Para nós, a inovação é transversal – não se

limita à dimensão tecnológica, mas está presente na forma como operamos, nos organizamos e respondemos às necessidades dos nossos clientes. Esta distinção reconhece a consolidação de uma cultura de melhoria contínua e de antecipação às exigências de um mercado cada vez mais dinâmico.

Que projetos ou investimentos recentes foram determinantes para esta distinção?

Este reconhecimento é o reflexo de uma visão consistente e do trabalho colaborativo entre várias áreas da RODI. Reforçámos a digitalização industrial com novas ferramentas ligadas à Indústria 4.0, investimos em tecnologia produtiva de ponta e ampliámos a nossa gama de produtos nas áreas da cozinha, banho e mobilidade. As aquisições estratégicas também têm sido cruciais para a nossa reinvenção, aumentando a agilidade industrial e fortalecendo a presença internacional. Paralelamente, temos apostado fortemente na sustentabilidade – da transição energética à circularidade dos materiais –, tornando-nos mais resilientes e responsáveis.

Como a cultura organizacional da RODI promove a inovação?

A nossa cultura assenta na curiosidade, rigor e colaboração. Incentivamos todos os colaboradores a participar ativamente na melhoria contínua, através de programas internos de sugestões, formações e equipas multidisciplinares. Valorizamos a autonomia, a responsabilização e promovemos ambientes de trabalho que estimulam a criatividade e a aprendizagem. Mais do que reagir, procuramos antecipar as mudanças do mercado, mantendo a relevância e reforçando a nossa posição como empresa inovadora e sustentável.

Que impacto têm distinções como a da COTEC na perceção da RODI?

Estas distinções reforçam a confiança dos parceiros e do mercado na nossa solidez e capacidade de inovação. Para as nossas equipas, representam orgulho e reconhecimento pelo trabalho desenvolvido. São um sinal claro de que estamos no caminho certo e consolidam a RODI como referência no setor industrial, em Portugal e além-fronteiras.

Rémy Silva, CFO

INOVAÇÃO, SUSTENTABILIDADE E EXCELÊNCIA OPERACIONAL

Romeu Baptista, Diretor-Geral da Transportes Marquês de Pombal, destaca o reconhecimento da empresa com o estatuto Inovadora COTEC 2025, que confirma o compromisso com inovação, sustentabilidade e excelência operacional. Nesta entrevista, explica as principais estratégias para modernização da frota, superação de desafios e as prioridades para um futuro focado na liderança do setor e na expansão internacional.

A inovação é um dos pilares da Transportes Marquês de Pombal, que foi recentemente reconhecida com o estatuto Inovadora COTEC 2025. Que significado assume esta distinção?

A atribuição do estatuto Inovadora COTEC 2025 é um reconhecimento de grande relevância para a Transportes Marquês de Pombal, validando o compromisso com a inovação, sustentabilidade e excelência operacional. Esta distinção confirma a capacidade da empresa em adotar novas tecnologias, digitalizar processos e desenvolver soluções personalizadas, aliada a uma gestão sólida, financeiramente robusta e com boas práticas de governança e valorização das equipas.

Mais do que um selo de prestígio, é um sinal de confiança para o mercado. Junto dos clientes, reforça a imagem de fiabilidade e diferenciação. Internamente, motiva as equipas e reconhece o seu contributo. Para investidores e parceiros, assegura credibilidade num setor onde inovação e sustentabilidade são decisivas. E perante entidades reguladoras, reforça a reputação da empresa como agente ativo na transformação do setor, alinhado com as metas nacionais e europeias.

Quais são as principais medidas adotadas para reduzir a pegada ambiental e promover uma mobilidade mais verde?

Na Transportes Marquês de Pombal, a sustentabilidade é um compromisso central que orienta a modernização contínua da frota e das operações. Conscientes do papel do setor dos transportes na redução das emissões e na preservação ambiental, implementamos

medidas concretas para promover uma mobilidade mais verde.

Renovamos continuamente a frota com veículos de última geração EURO VI, que garantem baixos níveis de emissões e maior eficiência energética. Incluímos veículos elétricos e híbridos em operações urbanas e de curta distância para reduzir emissões locais e ruído.

Utilizamos combustíveis alternativos como GNL, biocombustíveis e HVO, que diminuem significativamente as emissões de CO2 e partículas. Adotamos sistemas telemáticos para monitorizar o consumo, otimizar rotas e práticas de condução. Investimos em tecnologia, com software avançado de gestão e otimização de rotas que reduz quilómetros em vazio, e sistemas de telemetria que promovem condução eficiente e manutenção preditiva, aumentando a durabilidade dos veículos. Participamos em programas de compensação de carbono e projetos de reflorestação, contribuindo para o equilíbrio ecológico e social. Também investimos em infraestruturas próprias para produção de energia renovável, como painéis solares nas nossas instalações.

Como tem a Transportes Marquês de Pombal integrado as novas tecnologias nos processos operacionais e de gestão?

Na Transportes Marquês de Pombal, a sustentabilidade é um compromisso central que guia a modernização da frota e das operações. Conscientes do papel do setor na redução das emissões e preservação ambiental, adotamos medidas para promover uma mobilidade mais verde.

Romeu Baptista, Diretor-Geral

Renovamos continuamente os veículos com tecnologia EURO VI, garantindo baixos níveis de emissões e maior eficiência energética. Também incorporamos veículos elétricos e híbridos em operações urbanas e de curta distância para reduzir emissões locais e ruído.

Promovemos o uso progressivo de combustíveis limpos como GNL, biocombustíveis e HVO, além de utilizar sistemas telemáticos para monitorizar o consumo, otimizar rotas e incentivar práticas de condução sustentáveis. Apostamos em tecnologia com software avançado que reduz quilómetros em vazio, e sistemas de telemetria que promovem condução eficiente e manutenção preditiva, prolongando a vida útil dos veículos. Além disso, participamos em programas de compensação de carbono e projetos de reflorestação, e investimos em infraestruturas próprias para produção de energia renovável, como painéis solares nas nossas instalações.

Quais são as estratégias que utilizam para garantir a motivação, formação e retenção das vossas equipas?

Reconhecemos que as pessoas são o nosso maior ativo e motor do sucesso, por isso adotamos uma abordagem estratégica e humanista para atrair, motivar, formar e reter talentos, promovendo um ambiente de trabalho saudável, inclusivo e orientado para a excelência. Para motivar, destacamos a comunicação transparente entre gestão e equipas, o reconhecimento do desempenho com programas de incentivos, prémios, e a promoção do equilíbrio entre vida profissional e pessoal, com políticas de flexibilidade e apoio social. A formação contínua é garantida por programas técnicos e comportamentais, plataformas digitais e ações presenciais, complementados por planos individuais alinhados às aspirações dos colaboradores e às necessidades da empresa. Para reter talentos, criamos percursos de carreira claros que incentivam a progressão interna, promovemos um ambiente inclusivo que valoriza a diversidade e o respeito, e investimos em segurança e bem-estar, assegurando condições adequadas e um clima organizacional positivo.

Quais são os principais obstáculos recentes enfrentados pela empresa e como têm sido superados?

Enfrentamos desafios significativos no atual contexto económico e social que exigem uma abordagem estratégica para garantir

a continuidade e excelência dos serviços. O aumento dos custos operacionais, devido ao preço dos combustíveis e manutenção da frota, pressiona as margens de lucro. Para superar, modernizamos a frota com veículos eficientes e sustentáveis e adotamos tecnologias de otimização de rotas e gestão de combustível.

A escassez de mão de obra qualificada impacta as operações; investimos em formação contínua, parcerias educacionais e campanhas para atrair e reter talentos. A complexidade regulatória, com mudanças frequentes, obriga à atualização constante; por isso, criámos uma equipa de compliance e sistemas de gestão que facilitam a conformidade, mantendo diálogo com as autoridades.

Na transição para a sustentabilidade, adotamos veículos de baixa emissão, práticas de economia circular e investimos em infraestruturas sustentáveis, alinhadas às políticas climáticas europeias. Para enfrentar a concorrência global, diferenciamos-nos pela qualidade, inovação tecnológica e personalização, fortalecendo a presença nos mercados nacional e europeu.

Quais são as grandes prioridades da Transportes Marquês de Pombal para os próximos anos?

Encaramos o futuro com ambição e preparação para responder às transformações do setor dos transportes. As nossas prioridades refletem o compromisso de manter a liderança, promover a sustentabilidade e reforçar a excelência operacional, sempre focados nas necessidades dos clientes e da sociedade. Investiremos em tecnologias disruptivas como inteligência artificial, automação e análise avançada de dados, implementando soluções digitais que aumentem transparência, rapidez e flexibilidade, oferecendo uma experiência integrada aos clientes. Na sustentabilidade, aceleramos a renovação da frota com veículos de baixas ou nulas emissões, adotando fontes de energia alternativas e práticas sustentáveis, além de consolidar políticas ESG que reforcem a responsabilidade ambiental, social e de governança.

O desenvolvimento do capital humano será prioritário, com formação técnica e digital contínua, promovendo uma cultura inclusiva, segura e orientada para a inovação e excelência.

Na expansão internacional, exploraremos mercados europeus estratégicos, fortalecendo parcerias e adaptando serviços às especificidades locais para garantir conformidade regulatória e proximidade com os clientes. Na excelência operacional, aperfeiçoar os processos com metodologias Lean e melhoria contínua, aumentando a eficiência, reduzindo custos e assegurando máxima qualidade e segurança, fortalecendo a confiança dos clientes e parceiros. Estamos preparados para enfrentar os desafios futuros com uma estratégia focada em inovação, sustentabilidade, pessoas e crescimento internacional, visando ser um parceiro de referência no setor e contribuir para uma mobilidade eficiente, responsável e adaptada ao mercado europeu.

COLOCAR AS PESSOAS NO CENTRO: A ESTRATÉGIA DA ENGEL & VÖLKERS PELA VOZ DE DANIELA REBOUTA

Colocar as pessoas no centro do negócio: este tem sido o lema da Engel & Völkers Lisboa, Oeiras & Setúbal, que, recentemente, conquistou a certificação Great Place to Work. Em entrevista, Daniela Rebouta, Sales Director da empresa, partilha as principais aprendizagens do processo, os pilares que sustentam uma cultura de excelência com bem-estar e como liderar com propósito num setor exigente como o imobiliário.

Daniela Rebouta, Sales Director

Quais foram os principais ensinamentos e transformações internas que a Engel & Völkers experienciou durante o processo de certificação como Great Place to Work?

Sabemos que este é, acima de tudo, um negócio de pessoas. Por isso, colocamos as pessoas no centro de tudo o que fazemos: trabalhamos de dentro para fora, cuidando primeiro das nossas equipas para que também elas cuidem dos nossos clientes.

O processo de certificação foi uma oportunidade para refletirmos profundamente sobre a nossa cultura e práticas internas. Um dos maiores ensinamentos foi confirmar que o sentimento de pertença nasce da escuta ativa, da clareza nas expectativas e da valorização genuína de cada pessoa. Este processo impulsionou melhorias na forma como comunicamos, partilhamos objetivos e promovemos o desenvolvimento individual, mesmo num ambiente exigente e orientado para resultados. Já vínhamos a investir nesse caminho, mas esta experiência permitiu-nos reforçar aquilo em que acreditamos e identificar novas formas de continuar a crescer como equipa.

Que práticas ou políticas internas foram determinantes para o reconhecimento como um excelente local para trabalhar?

Valorizamos o desenvolvimento constante – seja através de formações técnicas e comportamentais, seja através da partilha de boas práticas entre colegas. Criámos um ambiente onde a aprendizagem nunca para e onde todos se sentem encorajados a evoluir ao seu ritmo, com o apoio de uma estrutura que promove a cooperação em vez da competição. Além disso, apostamos no reconhecimento do esforço individual e na celebração das conquistas, o que fortalece a motivação e o compromisso de toda a equipa.

Como é que a liderança da Engel & Völkers é preparada para manter os princípios do Great Place to Work presentes no quotidiano, sobretudo num setor altamente competitivo como o imobiliário?

A nossa liderança é treinada para ouvir, apoiar e orientar. Num setor tão competitivo, optamos por uma abordagem baseada na confiança e na proximidade, em vez do controlo e da pressão. O objetivo é que cada pessoa sinta que tem liberdade para tomar decisões, mas também uma rede de apoio quando precisa. Esta cultura de liderança participativa tem sido essencial para manter um ambiente estável, mesmo nos momentos de maior exigência.

Valorizamos o desenvolvimento constante – seja através de formações técnicas e comportamentais, seja através da partilha de boas práticas entre colegas. Criámos um ambiente onde a aprendizagem nunca para e onde todos se sentem encorajados a evoluir ao seu ritmo

De que forma o reconhecimento como Great Place to Work tem impactado a atração e retenção de talento na empresa?

O reconhecimento tem reforçado a nossa reputação como empresa onde é possível crescer profissionalmente, com estabilidade, suporte e autonomia. Atrai pessoas que procuram mais do que uma simples oportunidade de trabalho – procuram um lugar onde possam desenvolver o seu potencial com confiança, e onde o esforço é reconhecido. Internamente, este selo trouxe ainda mais orgulho à equipa e reforçou o nosso compromisso com uma cultura positiva, transparente e orientada para o bem-estar. Competência, exclusividade e paixão continuam a ser os nossos valores fundamentais – e também a direção que orienta o nosso futuro.

Gostaria de convidar quem se revê nestes valores a conhecer as posições que temos em aberto. Pode ser o próximo passo certo na sua trajetória profissional!

Como é que a empresa equilibra a elevada exigência de performance comercial com a construção de um ambiente de trabalho saudável, transparente e colaborativo?

Acreditamos que os melhores resultados surgem quando as pessoas sentem confiança, apoio e propósito. Temos uma cultura de excelência, sim, mas essa excelência é construída em equipa – com objetivos bem definidos, acompanhamento contínuo e um forte espírito de colaboração entre os diferentes departamentos. Acreditamos que é possível crescer profissionalmente sem abdicar do equilíbrio pessoal, e esse é um dos pilares que guia a nossa forma de trabalhar.

GRUVENDA REFERÊNCIA NO ALUGUER DE GRUAS EM PORTUGAL

Com menos de uma década de existência, a GRUVENDA rapidamente conquistou um lugar entre as cinco maiores empresas de aluguer de gruas em Portugal, graças ao know-how acumulado, à forte aposta na assistência técnica e a uma operação focada na proximidade e agilidade no setor da construção civil. Em conversa com António Albuquerque, Sócio-Gerente da GRUVENDA, percebemos como esta trajetória de crescimento tem sido construída com estratégia, compromisso e visão de futuro

A GRUVENDA atua há vários anos no aluguer e venda de gruas. Como descrevem a evolução da empresa e o posicionamento atual no setor da construção civil?

Apesar de ser uma empresa relativamente jovem, com menos de 10 anos de existência, a GRUVENDA conta com a experiência do pessoal técnico e de gestão que vem da Certigru, empresa criada em 1988, e que foi objeto de fusão com a GRUVENDA em 2023, e com ligações durante vários anos ao fabricante de Gruas da Marca SOIMA. Esta ligação da gerência e dos técnicos ao fabricante, conferiu-lhe o conhecimento completo desde a construção e montagem das gruas, até á assistência no pós-venda. Esse conhecimento é reconhecido pelos clientes e traduz-se na sua preferência na hora de decidir sobre a escolha de propostas. Hoje, esse know-how é reconhecido pelos nossos clientes e traduz-se numa forte preferência pelos nossos serviços. Esse reconhecimento permitiu-nos chegar a um lugar de destaque: estamos atualmente entre as cinco maiores empresas de aluguer de gruas em Portugal. Em 2024, esse percurso de excelência foi também distinguido com os títulos de PME lider’24 e Empresa Gazela 2024.

Com um parque de mais de 250 gruas e duas bases operacionais no país. De que forma garantem rapidez e eficiência no serviço ao cliente, especialmente em contextos exigentes?

Temos as equipas organizadas em duas frentes: uma que trata da reparação, preparação e logística, centralizada na nossa sede; e outra dedicada à montagem, desmontagem e assistência técnica no terreno, com presença tanto em Carregal do Sal como no Algarve.

Esta divisão permite-nos estar próximos dos clientes e dar

respostas rápidas, mesmo em obras exigentes. É um modelo que aposta na proximidade e na agilidade operacional.

A assistência técnica é um dos vossos pilares. Que importância tem o acompanhamento especializado junto dos clientes, na fase de montagem, desmontagem e manutenção?

É fundamental prestarmos esse serviço com rapidez e eficiência. A paragem de uma grua pode significar a paragem de uma obra inteira, com todas as consequências que isso implica em termos de prazos e custos. Por isso, priorizamos um serviço técnico rápido e eficaz. A confiança que os clientes depositam em nós está muito ligada à nossa capacidade de resposta nesses momentos críticos.

A construção civil enfrenta novos desafios tecnológicos e logísticos. Como tem a GRUVENDA adaptado a sua oferta às exigências mais recentes do mercado?

Estamos sempre a atualizar os nossos equipamentos, acompanhando as melhores soluções que existem no mercado. Queremos garantir aos nossos clientes gruas modernas, seguras e eficientes, alinhadas com as exigências atuais da construção – seja a nível técnico, logístico ou ambiental.

O setor da construção está em constante transformação. Quais são os planos da GRUVENDA para o futuro, em termos de crescimento, inovação ou novas áreas de atuação?

O nosso objetivo é continuar a crescer de forma sustentável, investindo em mais e melhores equipamentos. Queremos reforçar a nossa posição no mercado, manter a qualidade do serviço e, ao mesmo tempo, apostar na inovação e em soluções cada vez mais adaptadas à nova realidade da construção em Portugal.

Carregal do Sal • Algarve info@gruvenda.pt • www.gruvenda.pt

CSWIND PORTUGAL : EXCELÊNCIA RECONHECIDA

A distinção com o Prémio Gazela 2024 reflete o crescimento acelerado da CSWind Portugal, impulsionado por investimentos estratégicos, inovação tecnológica e valorização das pessoas. Em entrevista, CH Ahn, Deputy Head of Entity, revela os pilares desse percurso e as ambições da empresa no setor das energias renováveis.

Que decisões estratégicas e práticas operacionais foram determinantes para alcançar o Prémio Empresa Gazela 2024?

O Prémio Gazela 2024 é para a CSWind Portugal o reflexo de um conjunto de decisões estratégicas e práticas operacionais sustentadas ao longo dos últimos anos, que têm impulsionado o nosso crescimento acelerado. Desde o início, a CSWind Portugal demonstrou confiança no potencial do país, acreditando na capacidade da indústria nacional para se afirmar no panorama internacional das energias renováveis. Essa confiança traduziu-se em decisões concretas e arrojadas, como o investimento superior a 120 milhões de euros na expansão da fábrica original no Porto de Aveiro, assim como de 15 milhões na fábrica de Sever do Vouga, o que nos permitiu triplicar a capacidade de produção e reforçar significativamente a nossa presença no mercado global, tanto onshore como offshore.

Paralelamente, um dos pilares fundamentais deste crescimento tem sido o investimento contínuo nas pessoas. Aumentámos os nossos recursos humanos para cerca de 1000 colaboradores, abrangendo as unidades de produção onshore e offshore. Mas não se trata apenas de números: temos apostado fortemente no bem-estar dos trabalhadores, promovendo uma cultura organizacional centrada na Segurança, na proximidade e no envolvimento com as suas famílias.

Um exemplo disso é a criação do Family Day, um evento anual em que as famílias dos colaboradores são convidadas a passar um dia inteiro na fábrica, com visitas guiadas, atividades de team building e momentos de diversão especialmente pensados para as crianças.

Estas ações refletem a nossa visão de longo prazo, onde o crescimento sustentável se faz com base em valores humanos, inovação industrial e compromisso com a comunidade.

Quais os marcos mais relevantes que a CS WIND Portugal tem alcançado recentemente em termos de inovação, expansão ou impacto económico e social?

A CSWind Portugal tem alcançado marcos muito significativos nos últimos tempos, o mais relevante foi, sem dúvida, a conceção, construção, comissionamento, arranque e ramp-up da nova unidade industrial, tudo realizado em pouco mais de um ano. Este feito extraordinário permitiu-nos atingir níveis de produtividade e qualidade de produto altamente valorizados pelos nossos clientes internacionais, reforçando a nossa posição como referência no setor das energias renováveis. Outro marco de grande importância foi o avanço ao nível da inovação tecnológica, com destaque para a automação de processos fundamentais como a soldadura e o tratamento de superfícies.

Introduzimos tecnologias como a decapagem automática (blasting) e a metalização automatizada, que vieram aumentar a eficiência, produtividade e qualidade dos nossos processos produtivos.

Mais recentemente, alcançámos um marco crítico para a operação offshore e para a região: realizámos com sucesso o teste-piloto da maior embarcação de sempre a entrar no Porto de Aveiro em termos de largura, com 36 metros de boca (largura). Este teste, realizado por iniciativa e investimento da própria CSWind Portugal, teve como objetivo permitir aos pilotos do porto praticar a manobra em operação real, validando a viabilidade deste tipo de navios de grande porte. Este passo é fundamental para garantir a competitividade do Porto de Aveiro e da CSWind Portugal no mercado global, especialmente no segmento offshore, onde os requisitos logísticos são cada vez mais exigentes.

Estes marcos refletem a nossa ambição de continuar a liderar com visão, inovação e responsabilidade, contribuindo de forma ativa para o desenvolvimento industrial e económico da região e do país.

Num setor altamente competitivo e exigente como o das energias renováveis, como conseguem manter a agilidade e o foco na excelência que carateriza uma empresa “Gazela”?

Num setor tão competitivo e exigente como o das energias renováveis, a agilidade e o foco na excelência são elementos essenciais para garantir o sucesso sustentável – e são precisamente estas as características que definem a atuação da CSWind Portugal como empresa “Gazela”.

A nossa prioridade é clara: qualidade e entrega atempada dos nossos produtos. Paralelamente, levamos muito a sério o nosso lema: Change & Challenge. Esta mentalidade está presente no nosso dia a dia e reflete-se na forma como tomamos decisões com base em análises sustentadas, mas com uma notável rapidez de execução, seja ao nível operacional ou em investimentos estratégicos. Esta capacidade de antecipar tendências, adaptar-nos aos desafios dos mercados e responder com eficácia é uma das nossas maiores forças. Esse desempenho só é possível graças a uma equipa altamente dedicada e competente, e a uma gestão rigorosa dos nossos recursos, com especial enfoque no nosso capital humano. Acreditamos que pessoas motivadas, envolvidas e bem lideradas são o motor da agilidade e

da excelência que nos caracterizam. Adicionalmente, temos uma postura ativa e colaborativa com as autoridades locais e nacionais, bem como na Comunidade Portuária de Aveiro, onde participamos de forma constante. Estamos convictos de que o nosso sucesso está diretamente ligado ao sucesso da região e do país, e por isso fazemos questão de contribuir para um ecossistema industrial cada vez mais forte e competitivo.

De que forma têm integrado práticas sustentáveis no vosso crescimento e como avaliam o impacto dessas medidas?

A sustentabilidade é, e continuará a ser, uma prioridade estratégica para a CSWind Portugal, alinhada com as políticas e diretrizes definidas pela CSWind Corporation a nível global.

Integrámos práticas sustentáveis no nosso crescimento através da adoção das mais modernas abordagens e diretivas ambientais, garantindo que cada passo do nosso desenvolvimento industrial tem em consideração o impacto no planeta. Para isso, investimos não só em tecnologias de ponta, que aumentam a eficiência e reduzem o desperdício, como também em soluções de energia renovável nas nossas unidades fabris, contribuindo diretamente para a redução das emissões e da nossa pegada ecológica.

Estas ações fazem parte de políticas de sustentabilidade ambiciosas, que promovem um esforço contínuo na minimização do impacto ambiental das nossas operações, tanto no presente como nas projeções de médio e longo prazo. Avaliamos esse impacto com base em indicadores concretos – desde consumos energéticos e emissões, até ao reaproveitamento de materiais e eficiência logística – o que nos permite ajustar e melhorar continuamente as nossas práticas.

Na CSWind Portugal, acreditamos que crescimento e sustentabilidade não são objetivos opostos, mas sim complementares, e que é precisamente essa integração que assegura o nosso sucesso duradouro e o nosso contributo positivo para as gerações futuras.

O que representa este prémio para a vossa equipa e stakeholders?

E que papel tem o reconhecimento externo na consolidação de uma cultura empresarial forte e motivadora?

É com grande orgulho que recebemos o Prémio Gazela, um reconhecimento que tem um significado profundo para toda a nossa equipa e para os nossos stakeholders. Este prémio valida o trabalho

árduo, a dedicação e a visão de longo prazo que têm guiado a CSWind Portugal desde o início da sua atividade.

Apesar de trabalharmos quase exclusivamente para exportação e para o mercado internacional, este reconhecimento demonstra que estamos a gerar valor real para o desenvolvimento local e nacional. Através do nosso compromisso em privilegiar fornecedores locais sempre que possível, procuramos dinamizar a indústria da Região Centro, reforçando os seus ecossistemas produtivos e estimulando a economia regional. Além disso, acreditamos que o nosso crescimento e solidez contribuem para aumentar a atratividade da Região Centro como destino de excelência para profissionais e famílias, promovendo assim o desenvolvimento social e económico sustentável desta zona do país.

O reconhecimento externo, como este prémio, tem também um impacto muito positivo na consolidação de uma cultura corporativa forte e motivadora. Ele reforça o sentimento de pertença, dá visibilidade ao esforço coletivo e inspira a nossa equipa a continuar a superar desafios com confiança, ambição e sentido de missão.

Quais são as perspetivas da CS WIND Portugal para os próximos anos?

As perspetivas da CSWind Portugal para os próximos anos são ambiciosas e fortemente orientadas para a consolidação da liderança no setor das energias renováveis, com especial enfoque no segmento offshore

Estamos atualmente a expandir a nossa atuação no mercado offshore, aplicando o nosso conhecimento técnico único em transformação de aço e soldadura, não apenas na produção de torres eólicas, mas também entrando no mercado das fundações offshore. O primeiro passo está a ser dado nas fundações fixas, nomeadamente Monopiles, com a perspetiva de, à medida que o mercado evolua e os projetos atinjam um grau de maturidade e industrialização sustentável, avançarmos também para o segmento das fundações flutuantes.

É importante lembrar que a CSWind Portugal tem já um histórico de pioneirismo neste domínio, tendo sido responsável, em 2011, pela fabricação do primeiro protótipo da tecnologia WindFloat, e mais tarde, pela produção de duas das plataformas flutuantes do projeto WindFloat Atlantic, atualmente em operação ao largo de Viana do Castelo. Para garantir o sucesso desta estratégia, estamos a trabalhar de forma próxima e ativa com os principais promotores internacionais e também com o Governo Português, no sentido de assegurar que o Programa Offshore Português em fase de lançamento seja desenvolvido de forma sustentável, estruturada e competitiva.

Com estas iniciativas, a CSWind Portugal reforça o seu compromisso com a inovação, a diversificação industrial e o posicionamento estratégico de Portugal como referência global no setor das energias renováveis offshore

Filosofia e Ações da CSWind Portugal

A CSWind adota uma filosofia de trabalho colaborativa e global, com oito unidades industriais distribuídas mundialmente. A empresa promove a partilha de conhecimento e tecnologia entre países,

permitindo sinergias internas e ganhos de eficiência, especialmente relevantes para Portugal, uma das maiores fábricas do grupo.

Face às dificuldades do mercado em recrutar mão de obra especializada (soldadura, serralharia, pintura, controlo de qualidade), a CSWind beneficia da mobilidade interna de trabalhadores qualificados de outras unidades. Paralelamente, aposta em formação local e parcerias com entidades de ensino, sobretudo na região de Aveiro. Reconhecendo o desafio de contratar, formar e reter talento num país com população jovem reduzida, a CSWind aposta no desenvolvimento de competências internas. A Skills Factory, academia de formação interna, visa qualificar e certificar os colaboradores, proporcionando crescimento profissional alinhado com o crescimento da empresa. A empresa valoriza o bem-estar dos seus colaboradores, promovendo ações como celebrações festivas (Natal, Páscoa, Dia da Mulher), rastreios de saúde e a distribuição anual de kits escolares para os filhos dos funcionários. Oferece ainda apoio médico e psicológico e mantém protocolos com serviços externos como farmácias, ginásios e clínicas. No plano comunitário, a CSWind patrocina clubes desportivos locais, colabora com a Escola Profissional de Aveiro e a AEVA, recebendo estagiários e participando em projetos educativos. É ainda parceira social da Cáritas Diocesana de Aveiro. Mais do que promover a sua imagem, a CSWind procura gerar impacto positivo e duradouro na vida das pessoas, colaboradores ou membros da comunidade, através de ações genuínas e alinhadas com os seus valores.

CRESCER COM RESILIÊNCIA, ATUAR COM EXCELÊNCIA

Com seis anos de percurso e uma nova distinção como Empresa Gazela, a Tamanho Eficaz afirma-se como um caso de crescimento sustentado no exigente setor da manutenção industrial e fundações onshore. Em entrevista, Filipe Silva, CEO da empresa, revela os pilares desta trajetória ascendente.

A Tamanho Eficaz celebra este ano seis anos de atividade e volta a ser distinguida como Empresa Gazela. Que fatores considera decisivos para este crescimento sólido e sustentado num setor tão exigente como o da manutenção industrial e fundações onshore?

O crescimento sustentado da Tamanho Eficaz resulta de uma combinação de fatores que têm sido cuidadosamente trabalhados desde o início da nossa atividade. Destacamos a forte aposta na qualificação das equipas, a proximidade com os clientes e uma gestão orientada para resultados, sem nunca comprometer a qualidade e a segurança. Num setor exigente como o da manutenção industrial e fundações onshore, é essencial garantir fiabilidade, competência técnica e capacidade de resposta. Este percurso de seis anos tem sido feito com resiliência e visão de longo prazo, e o reconhecimento como Empresa Gazela reforça a confiança na estratégia que temos vindo a seguir.

Atuando em vários mercados europeus, como Espanha, França e Bélgica, que estratégias têm adotado para consolidar a vossa presença internacional e responder com eficácia às exigências de diferentes clientes e contextos operacionais?

A nossa estratégia internacional assenta numa abordagem adaptável e numa presença sólida no terreno. Procuramos conhecer em profundidade os mercados onde operamos, respeitando as normas e especificidades locais, e promovemos uma comunicação próxima com os nossos clientes e parceiros. Apostamos também na mobilização de equipas altamente qualificadas, preparadas para dar resposta às exigências técnicas de cada projeto. Esta capacidade de adaptação e compromisso com a qualidade tem permitido consolidar a nossa posição em mercados exigentes e reforçar a nossa credibilidade a nível europeu.

A inovação técnica e a especialização da equipa têm sido pilares do vosso serviço. Que investimentos e metodologias têm implementado para garantir qualidade, segurança e eficiência nas operações?

A inovação na Tamanho Eficaz está fortemente ligada à valorização das pessoas e à melhoria contínua dos processos. Investimos regularmente na formação técnica dos nossos colaboradores, promovendo competências nas áreas de soldadura, leitura de desenho técnico, na formação do idioma nos países onde atuamos e boas práticas de segurança. Paralelamente, acompanhamos as evoluções tecnológicas do setor e introduzimos metodologias que aumentam a produtividade e reduzem riscos operacionais. Trabalhamos com processos bem definidos e uma cultura de prevenção ativa, garantindo operações seguras, eficientes e alinhadas com os padrões de qualidade mais exigentes.

Receber o Prémio Gazela em 2024 reforça a notoriedade da marca no setor. Que objetivos estão agora em cima da mesa para os próximos anos e como perspetivam continuar a crescer com sustentabilidade e excelência?

Este prémio representa um marco importante e motiva-nos a continuar a crescer com responsabilidade e ambição. Os nossos objetivos para os próximos anos incluem o reforço da presença nos mercados onde já atuamos e a expansão para novos territórios estratégicos, como a Alemanha e a Holanda, com especial enfoque em projetos ligados às energias renováveis onshore. Paralelamente, queremos continuar a investir no desenvolvimento das nossas equipas e na modernização dos processos internos, sempre com uma visão de sustentabilidade, inovação e excelência. O nosso foco está em manter relações duradouras com os clientes e afirmar a Tamanho Eficaz como uma referência sólida no panorama industrial europeu.

geral@tamanhoeficaz.pt www.tamanhoeficaz.pt

Filipe Silva, CEO (à direita)

CONSTRUIR COM VALOR

Em entrevista, Yasmin Ribeiro, CFO da empresa, revela como o percurso prévio do fundador moldou as decisões estratégicas iniciais, os diferenciais que fazem da BILT uma Empresa Gazela e o papel central que o capital humano desempenha na consolidação do seu sucesso.

A BILT foi fundada em 2021, mas assenta sobre duas décadas de experiência prévia. De que forma esse percurso influenciou as decisões estratégicas nos primeiros anos da empresa?

A BILT conseguiu formar-se numa base sólida de grande experiência vinda do nosso CEO, Eng. Hélder Gonçalves. Este trouxe com ele vários aprendizados vividos que fizeram a diferença na criação da BILT. Desde o que queria proporcionar aos seus colaboradores para os manter motivados e com qualidade laboral, que infelizmente não lhe foi proporcionado em experiências anteriores; à interação e serviço personalizado junto dos seus clientes, proporcionando a otimização de projetos e melhorias, por forma a reduzir custos e assim gerar confiança; e à parceria sólida gerada junto dos seus fornecedores com o lema de que palavra dada é palavra cumprida: não falhando com compromissos de pagamentos e solidificando a sua carteira de fornecedores em quem possa confiar e contar, tendo à disposição toda uma equipa de várias especialidades.

A valorização das pessoas é referida como uma vantagem competitiva. Como se materializa esta aposta no capital humano no dia a dia da empresa – seja em obra, em gabinete ou na gestão?

Esta valorização é sentida na alta qualidade e desempenho de todos os colegas. São feitos team buildings todos os meses, para proporcionar interação e mais conexão entre todos; ginásio para manter a saúde mental e física, fruta da época à disposição para hábitos de vida saudável; oportunidade de crescimento quando dada a independência no tratamento e resolução de tarefas. Não existem diferenças entre departamentos quando se trata de entreajuda e respeito para com o próximo. Existe uma ligação entre todos e

um sentimento de apoio. Isto ajuda na resolução de problemas, na otimização de tarefas e de criação de valor.

Quais foram os principais desafios enfrentados desde a fundação da BILT e de que forma a cultura organizacional contribuiu para os ultrapassar?

Um dos desafios que enfrentamos até hoje é a falta de mão de obra qualificada. Ao contribuirmos com a valorização dos nossos profissionais, temos connosco uma equipa com alta qualidade e o sentimento de cuidado e valorização é uma base fundamental para a cultura da BILT, que se faz sentir e chegar a todos os colegas por forma a eles mesmos terem o sentimento de camisola vestida e atrair mais profissionais à esta equipa BILT.

A BILT foi distinguida como Empresa Gazela, reconhecimento atribuído a empresas com crescimento acelerado. Que factores estiveram na origem desta distinção e que impacto tem para o futuro da empresa?

Esta distinção confirma o dinamismo e a capacidade de resposta da BILT num setor altamente competitivo como é o da construção civil e engenharia. Entre os principais fatores que estiveram na origem desta distinção, destacam-se: A aposta em inovação e eficiência com soluções técnica ajustadas às necessidades dos clientes e à realidade dos projetos; o crescimento consistente do volume de negócios e da equipa, refletindo uma gestão sólida e orientada para resultados; a capacidade de adaptação às exigências do mercado, mantendo elevados padrões de qualidade e cumprimento de prazos; Uma estratégia clara de expansão e diversificação de serviços, que reforça a presença da empresa no mercado nacional. O impacto desta distinção projeta um futuro promissor para a BILT. O selo de Empresa Gazela aumenta a visibilidade da empresa junto de investidores, parceiros e novos clientes, reforça a sua credibilidade e motiva a equipa a manter o foco na excelência e no crescimento sustentável. Trata- se de um marco que valida o percurso da empresa até agora e abre portas para novas oportunidades de negócio e consolidação no setor. geral@bilt.pt

Yasmin Ribeiro, CFO
Equipa

BOM PAPO: DA SALA À LIDERANÇA

Com um nome acolhedor e uma cozinha de qualidade, o Restaurante Bom Papo consolidou-se como uma referência local. Sob a liderança de Mónica Fernandes, que passou de colaboradora a empresária, o espaço tem vindo a crescer de forma sustentada, apostando numa equipa sólida, num serviço de excelência e numa gestão próxima.

De colaboradora a gestora

Foi em 2023 que Mónica Fernandes começou a trabalhar no Bom Papo. À época, fazia parte da equipa da sala e conhecia de perto a dinâmica do restaurante e as suas rotinas. Mas tudo mudou quando surgiu a oportunidade de ficar com o espaço. “Não estava nos meus planos, mas quando o dono do edifício decidiu arrendar o restaurante, senti que tinha de aproveitar”, conta.

A transição de funcionária para gestora foi desafiante. “Passei de colega para entidade patronal de um dia para o outro. Foi preciso reajustar relações, ganhar confiança mútua, montar uma nova estrutura interna”, confessa Mónica.

Gestão com empatia e foco na equipa

Um dos pilares do sucesso do Bom Papo é a equipa. Mónica tem plena consciência de que um restaurante não se faz a solo. “Não adianta eu dizer que faço tudo. Sozinha, não consigo. Se não tiver um bom chef, uma boa equipa de sala, o cliente não sai satisfeito. E é esse o nosso objetivo: que quem venha cá queira sempre voltar”.

A empresária destaca a importância da confiança e da valorização dos colaboradores “Temos de ser um conjunto.

Eu confio neles, eles confiam em mim. E trabalhamos todos com um propósito comum”. Ao longo do tempo, o restaurante foi evoluindo, tanto na carta como na experiência que oferece aos clientes. “Fomos introduzindo carnes diferentes, ingredientes de qualidade, sabores novos mas mantendo a base de uma cozinha acessível, saborosa e bem servida”, explica a empresária. O cuidado no atendimento e o ambiente descontraído complementam a

proposta gastronómica. “Queremos que as pessoas venham cá para comer bem, mas também para se sentirem em casa”.

Reconhecimento como Empresa Gazela

Em 2024, o Restaurante Bom Papo foi distinguido como Empresa Gazela, um reconhecimento atribuído a empresas em rápido crescimento económico e com forte capacidade de criação de emprego. “É sinal de que estamos a fazer bem as coisas. Que crescemos, que os clientes reconhecem o nosso esforço, e que conseguimos transformar uma ideia num projeto sólido” afirma. Para Mónica, esta distinção é mais do que um prémio, “é uma motivação para ir mais longe. Para unirmos ainda mais a equipa e continuarmos a inovar”.

Projetos e sonhos

Com os olhos postos no futuro, Mónica não esconde a vontade de melhorar o espaço físico e criar novas experiências para os clientes. Um dos planos em cima da mesa é criar uma esplanada exterior, que permita desfrutar do fim de tarde com calma e conforto. “Queremos aproveitar o espaço, dar-lhe uma nova vida, e criar mais momentos de prazer para quem nos visita”.

Sem pressas, mas com passos firmes, o objetivo é crescer com consistência, ouvindo o cliente e respeitando a identidade da casa. “Temos ideias, claro. Mas tudo se faz a seu tempo, com trabalho, com equilíbrio e com vontade de fazer bem”.

O Restaurante Bom Papo é hoje muito mais do que um espaço de refeições: é o reflexo de uma liderança feita com empatia, coragem e visão. Mónica Fernandes representa uma nova geração de gestores que valorizam as pessoas e acreditam que o crescimento vem do trabalho coletivo. Num tempo em que a restauração vive entre desafios constantes, o Bom Papo prova que é possível ter sucesso quando se aposta na qualidade, no serviço e na força de uma equipa.

244 686 368 (chamada para rede fixa nacional) 2023bompapo@gmail.com

Mónica Fernandes, Proprietária

PRÉMIO GAZELA DISTINGUE PERCURSO DE EXCELÊNCIA

Com seis anos de existência, a CrossFlex destaca-se pelo crescimento sustentado, especialização técnica e coesão de equipa. Em 2024, foi distinguida com o Prémio Gazela. Em entrevista, Andreia Cardoso, General Manager, partilhou os desafios e estratégias que impulsionam este sucesso.

Um percurso cuidado e resiliente

Fundada em 2019, a CrossFlex nasceu com o objetivo de prestar serviços de engenharia técnica altamente especializados. O percurso, como recorda a responsável Andreia Cardoso, foi tudo menos linear “ao fim de um ano, veio a pandemia de Covid-19, que foi a situação mais complicada que tivemos até então”. Apesar das adversidades iniciais, a empresa não perdeu o rumo. “O crescimento começou verdadeiramente em 2021. Não foi repentino nem lento, foi um crescimento cuidado, planeado, para garantir uma estrutura sólida”.

A aposta em bases organizativas fortes revelou-se acertada. A atenção dada à componente administrativa e logística foi essencial para sustentar os passos seguintes. Em poucos anos, a CrossFlex passou de um pequeno núcleo para uma equipa de 47 profissionais e um portefólio internacional robusto.

Dois marcos estratégicos: equipa e internacionalização

O crescimento da CrossFlex assenta em dois pilares fundamentais: o reforço da equipa e a expansão para o mercado externo,

com particular destaque para os Países Baixos. “Fazemos projetos internacionais, sendo que 95% são para a Holanda”, explica Andreia. Esta internacionalização foi crucial para impulsionar a atividade da empresa e consolidar a sua reputação no setor.

Ao mesmo tempo, a CrossFlex tem vindo a diversificar os seus serviços. A sua especialização mantém-se firmemente ancorada na área da eletricidade, com uma equipa composta maioritariamente por eletricistas, técnicos e engenheiros eletrotécnicos.

Reconhecimento pelo caminho feito

Em 2024, a CrossFlex foi distinguida com o Prémio Gazela, atribuído a empresas em forte crescimento e com dinâmica empresarial. Para a equipa, o prémio foi mais do que um reconhecimento externo. “Foi um motivo de orgulho. Estamos todos muito unidos e orgulhosos do que construímos juntos”, afirma Andreia.

Questionada sobre os fatores que explicam este sucesso, a resposta é clara: “Temos uma equipa-base coesa, com bom ambiente de trabalho, e tratamos bem os nossos trabalhadores. Valorizamos cada pessoa, interna e externamente e isso reflete-se no nosso desempenho”.

Próximos passos: consolidar e crescer em Portugal

O plano de crescimento da CrossFlex continua a ser ambicioso, mas sempre sustentado. A curto prazo, pretende aumentar o número de colaboradores para 60 e reforçar a presença no mercado nacional. “Gostávamos de angariar mais clientes e investir um pouco mais em Portugal. Temos alguns, mas queremos reforçar esse lado”, conta.

Ao fim de seis anos, a CrossFlex é uma empresa que alia competência técnica, planeamento estratégico e um forte espírito de equipa. “Gostamos muito do que fazemos e acreditamos que essa paixão pelo trabalho é o motor do nosso crescimento”, conclui Andreia Cardoso.

A CrossFlex é um exemplo inspirador de como a combinação entre estratégia bem estruturada, especialização técnica e valorização das pessoas pode impulsionar uma empresa para o sucesso sustentável. Com uma equipa dedicada e uma visão clara de futuro, a CrossFlex continua a crescer, expandir-se e a afirmar-se no mercado nacional e internacional. O reconhecimento pelo Prémio Gazela é uma prova do impacto positivo que esta empresa vem construindo, sempre com o coração e a paixão que a caracterizam.

Andreia Cardoso, General Manager

10 ANOS DE MOBILIDADE COM FUTURO

Há dez anos a transformar o aluguer automóvel numa experiência mais ágil, personalizada e sustentável, a CARFAST reforça hoje a sua posição no mercado nacional com um modelo de negócio centrado na inovação, proximidade ao cliente e compromisso ambiental. Em entrevista, André Coroa, CEO da empresa, traça o percurso da marca, os desafios da mobilidade empresarial e as estratégias para liderar a transição digital e ecológica do setor.

A CARFAST nasceu com o objetivo de simplificar e personalizar o aluguer automóvel. Passados dez anos, como definem hoje a vossa identidade enquanto empresa e o que consideram ser o maior diferencial no mercado nacional?

A nossa identidade manteve-se fiel à missão inicial: oferecer uma experiência de aluguer automóvel premium, personalizada e sem complicações. Ao longo da última década, evoluímos tecnologicamente, expandimos a operação e reforçámos a nossa presença no mercado, mas o foco no cliente nunca mudou. O nosso maior diferencial continua a ser a combinação entre proximidade, flexibilidade e um serviço de excelência – adaptado às reais necessidades de quem nos procura. Acreditamos que, mais do que alugar viaturas, facilitamos mobilidade com confiança e eficiência.

progressivamente a nossa frota com veículos elétricos e híbridos, com o objetivo de atingir mais de 50% de viaturas ecológicas até 2030

Trabalhamos com empresas de diversas dimensões e setores – desde PME a grandes grupos – que procuram soluções de mobilidade flexíveis e adaptáveis. O que une estas organizações é a necessidade de reduzir custos fixos, eliminar burocracia e ganhar agilidade operacional. Na CARFAST, respondemos com contratos ajustados à duração e tipologia de uso, frota variada (de comerciais a passageiros) e um acompanhamento próximo que garante rapidez e eficiência na entrega e gestão das viaturas. Estamos a renovar

O aluguer para empresas representa uma parte significativa do vosso sucesso. Que tipo de clientes empresariais recorrem mais aos serviços e quais são as principais necessidades que procuram ver resolvidas?

André Coroa, CEO da CARFAST – Premium Rent-a-Car

O nosso foco está agora em alcançar a digitalização total do processo: uma experiência 100% online, desde a escolha da viatura até à assinatura do contrato e gestão pós-aluguer

Num setor cada vez mais competitivo, como garante a CARFAST uma resposta rápida e personalizada às exigências dos clientes, sem comprometer a qualidade do serviço?

Essa capacidade é resultado direto da nossa estrutura ágil e do investimento contínuo em tecnologia e recursos humanos. Operamos com processos simplificados, mas nunca impessoais. O cliente tem sempre um ponto de contacto dedicado e soluções à medida. A nossa frota está permanentemente atualizada e disponível em pontos estratégicos, desde as nossas agências até à nossa rede CARFAST Service, garantindo uma resposta célere e eficaz. A qualidade é assegurada em cada detalhe, desde a manutenção rigorosa dos veículos até à experiência pós-aluguer.

A mobilidade sustentável é uma prioridade para a CARFAST. Que desafios e oportunidades têm encontrado na transição para uma frota mais ecológica, sobretudo junto das empresas?

A transição para a mobilidade elétrica é inevitável e necessária. Temos consciência dos desafios logísticos, como a disponibilidade de carregamento ou os custos iniciais, mas acreditamos que a educação e o apoio às empresas são essenciais para acelerar essa mudança. Estamos a renovar progressivamente a nossa frota com veículos elétricos e híbridos, com o objetivo de atingir mais de 50% de viaturas ecológicas até 2030. Esta aposta traz benefícios ambientais, mas também económicos, e permite às

empresas cumprir metas de sustentabilidade sem comprometer a sua operação.

A evolução para plataformas digitais é uma aposta estratégica para a CARFAST. Que ferramentas já estão implementadas e que novidades podemos esperar nesta área nos próximos tempos?

Já disponibilizamos plataformas digitais que permitem reservar e gerir alugueres de forma prática e intuitiva, tanto para clientes particulares como empresariais. O nosso foco está agora em alcançar a digitalização total do processo: uma experiência 100% online, desde a escolha da viatura até à assinatura do contrato e gestão pós-aluguer. Esta transição não só melhora a eficiência como reforça o nosso compromisso com a inovação e a conveniência do cliente.

Como imaginam a CARFAST nos próximos anos? E que objetivos estratégicos já estão traçados para reforçar a vossa posição no mercado e antecipar as próximas tendências da mobilidade?

Visualizamos a CARFAST como uma referência nacional e uma marca com crescente impacto internacional, mantendo sempre o ADN de proximidade, flexibilidade e sustentabilidade. Os nossos objetivos passam pela expansão territorial, pelo reforço da oferta elétrica e pela melhoria contínua da experiência do cliente. Queremos antecipar as novas formas de mobilidade e estar na linha da frente das soluções que simplificam a vida dos clientes empresariais e particulares.

reservas@carfast.pt • www.carfast.pt

PEDRO LAGO VIEIRA VENCE

O AMF MOBILIDADE RALLY SERIES PONTE DE LIMA

A terceira ronda do Portugal Rally Series 2025 viveu dois dias de intensa emoção em Ponte de Lima, com milhares de espetadores a assistirem de perto a uma das provas mais competitivas da temporada. a dupla da casa Pedro Lago Vieira & Jet Carvalho na sua estreia no Toyota GR Yaris Rally2 conquistou a vitória absoluta no AMF Mobilidade Rally Series Ponte de Lima, batendo Diogo Marújo & Jorge Henriques no Skoda Fabia Rally2 evo. Miguel Carvalho e António Reis fecharam o pódio geral e subiram ao topo da classificação do Portugal Rally Series.

“É um sonho, a estreia de sonho, carro de sonho, na minha cidade natal e num final disputadíssimo com o Diogo Marújo que está de parabéns. Foi muito bom, estivemos sempre a puxar um pelo outro. O final foi muito emocionante, porque sabia que ia perder algum tempo na Arena. Não me sentia muito à vontade no traçado, mas correu-nos bem”, foi a forma como Pedro Lago Vieira descreveu a vitória na Ronda #3.

Entre os carros de duas rodas motrizes (2RM), Pedro Silva & Valter Cardoso foram os grandes dominadores com um pleno de vitórias em especiais, (triunfando também entre os Rally4), à frente de Miguel Matos (Peugeot 106 Maxi) e Nuno Coelho (Peugeot 208 Rally4). Nos 4WD, Miguel Carvalho também levou a melhor após uma prova consistente, seguido de Francisco Costa

e Nélson Trindade. A vitória na N5 Cup by RMC Motorsport também sorriu à dupla de Barcelos, que levou o maior prémio monetário do troféu.

Pedro Silva, que reforçou a liderança na classificação após a Ronda #3 considerou a prova “um excelente espetáculo e fico feliz de ver muita gente. Quanto à nossa prestação, começámos com um ritmo muito bom e mantivemos esta toada muito forte. O Valter ajudou-me bastante e a equipa trabalhou muito bem o carro. Estamos todos de parabéns e agradecemos a Ponte de Lima por um rali espetacular”.

Nas restantes categorias, destaque para a estreia vitoriosa de José Machado e Pedro Santana nos Rally5, recompensa pelo salto competitivo do Seat Ibiza das rondas anteriores, enquanto

Miguel Matos brilhou nos 2WD, vencendo Hugo Martins e Joaquim Pacheco. Julio Maia & Pedro Fernandes levaram a melhor na FIA Historic ao volante de um Citroën Saxo Cup, num pódio completado por José Freitas e Nélson Silva. Entre os Sideways (veículos tração traseira), a vitória ficou nas mãos de José Freitas no Opel 1204 SL.

Com a Arena instalada no Expolima a encher-se de fãs e uma envolvência que culminou num ambiente único do pódio final, a ronda de Ponte de Lima reforçou o posicionamento do Rally Series como um campeonato moderno, competitivo e próximo do público.

À margem das celebrações, André Lavadinho, Diretor-Geral do Rally Series Promoter assumiu-se “incrédulo em ver tantos fãs, muitos que nunca viram um rali. Foi uma aposta ganha para o território, patrocinadores e todos os parceiros.

A Câmara Municipal, a AMF Mobilidade e os nossos parceiros aqui em Ponte de Lima nunca nos deram um ‘não’. Sempre acreditaram no projeto mesmo antes de ter sido apresentado e a nossa equipa deu o nosso melhor por trazer os ralis de volta a esta vila histórica. Acho que este evento mostrou que é possível dar um grande retorno aos municípios através deste desporto tão bonito”.

O Portugal Rally Series regressa com a Ronda #4 em Sever de Vouga nos dias 13 e 14 de setembro com mais novidades a serem reveladas nos próximos dias.

REVISTA BUSINESS PORTUGAL EM MAIS

UMA EDIÇÃO DO PORTUGAL RALLY SERIES

A Revista Business Portugal na sequência da sua associação como parceiro do Portugal Rally Series, esteve de novo em mais uma edição, desta vez na vila mais antiga de Portugal, Ponte de Lima

Numa das rondas mais disputadas, onde Pedro Lago Vieira levou o melhor por apenas três décimas de segundo, sobre Diogo Marujo, a Revista Business Portugal com Fernando Silva e Fred Meireles ao volante do Mitsubishi Mirage, levaram do princípio ao fim, a função de carro 0.

Com o intuito de dar a conhecer aos milhares de presentes, a Associação Sara Carreira, esta dupla proporcionou ainda algumas sessões co-drive a alguns convidados.

Agradecendo o apoio a todos os patrocinadores, desde a Zome Imobiliário, Água Monchique, McDonald’s – Ponte de Lima, File, Redshift, Samsys, Domus Graciosa, NS Centro Médico, bem como o apoio institucional do Leaders Global Club, e ainda da parceria media da Revista Portugal Highlights, este projeto terá a próxima etapa em Sever do Vouga, a 13 e 14 de setembro.

Breves Madeira

Gastronomia “desempenha papel central na promoção turística” da Madeira

“A gastronomia desempenha um papel central na promoção turística do arquipélago, sendo um dos elementos mais autênticos e atrativos da identidade regional”, afirmou o Secretário Regional de Turismo, Ambiente e Cultura, Eduardo Jesus, à margem da visita ao espaço do festival SAL – Sabores do Atlântico, que decorreu até domingo, 20 de julho, na Praça do Povo.

Promovido pela Secretaria Regional através da Direção Regional do Turismo, o SAL é um novo festival gastronómico que teve como propósito celebrar a identidade atlântica da Região, valorizando os produtos do mar e da terra com uma abordagem marcada pela inovação culinária.

Maria da Paz Garcia é a nova presidente da Mesa de Hotelaria da ACIF

Em representação da I.T.I. - Sociedade de Investimentos Turísticos da Ilha da Madeira, SA (Grupo Pestana), Maria da Paz Garcia tomou posse como presidente da Mesa da Secção de Hotelaria da ACIF-CCIM. Com cerca de 30 anos de experiência no setor, a gestora já havia integrado os órgãos da ACIF durante cinco anos e exerce, há mais de 13 anos e meio, funções como diretora de zona do Grupo Pestana. Logo após a tomada de posse, a nova Mesa reuniu-se, não para definir estratégias imediatas, mas para assinalar o início de um novo ciclo.

Artistas, investigadores e especialistas do som reúnem-se na Madeira

Realizou-se na Madeira, entre os dias 17 e 23 de julho, o Congresso ANIMUSIC 2025 – 12.º Encontro Internacional Científico e Artístico de Som, Instrumentos Musicais e Estudos de Arte.

Parceiro deste evento internacional, o Conservatório –Escola das Artes da Madeira esteve associado a um encontro que reuniu artistas, investigadores e especialistas de diversas áreas para explorar o som em todas as suas dimensões. O programa integrou: sessões científicas, workshops criativos, concertos, surpresas e momentos artísticos.

Nova Rota entre Marselha e Funchal este verão

A Transavia France inaugurou ontem a primeira ligação aérea direta entre Marselha e o Aeroporto da Madeira – Funchal, reforçando a sua operação em território português e respondendo à procura crescente dos turistas franceses pela Região Autónoma da Madeira.

A nova rota constitui mais um avanço na consolidação da conectividade aérea da região. “A abertura desta nova rota entre Marselha e a Madeira representa um passo significativo na melhoria das ligações aéreas da região, sendo a primeira vez que este destino francês dispõe de uma ligação direta ao arquipélago operada pela Transavia.

Entrega de Diplomas aos Finalistas da S. José de Cluny

Teve lugar, no dia 11 de julho, a cerimónia de entrega de diplomas aos novos licenciados do Curso de Enfermagem da Escola Superior de Enfermagem São José de Cluny. O evento contou com a presença da Diretora Regional da Saúde, Professora Doutora Bruna Gouveia, em representação da Secretária Regional da Saúde e Proteção Civil, Dra. Micaela Freitas, e do Presidente do Governo Regional, Dr. Miguel Albuquerque. Ao todo, são 44 os novos profissionais de Enfermagem que agora concluem a sua formação, com a expectativa de virem a reforçar e valorizar o Sistema Regional de Saúde.

Madeira participa em projeto piloto europeu inovador em saúde

Decorreu, no passado dia 10 de julho, no Colégio dos Jesuítas, uma reunião da Assembleia Geral do projeto europeu TeleRehaB DSS: Telerreabilitação do Equilíbrio, Sistema de Suporte à Decisão Clínica e Económica. A Região Autónoma da Madeira foi escolhida como piloto em Portugal para esta iniciativa inovadora, que envolve também a participação da Alemanha, Grécia, Reino Unido e Tailândia. O projeto combina tecnologias avançadas, inteligência artificial e cuidados de saúde personalizados, com o objetivo de promover a autonomia e melhorar a qualidade de vida dos utentes.

DIA DA REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA

O Dia da Região Autónoma da Madeira, celebrado a 1 de julho, é mais do que uma efeméride institucional – é um momento de afirmação identitária, de celebração da autonomia conquistada, e de reflexão sobre o caminho percorrido e o futuro coletivo. Neste contexto, esta edição propõese olhar para a Madeira não apenas como destino turístico de excelência, mas como território de oportunidades económicas, inovação empresarial e resiliência cultural. Esta confluência traduz-se numa teia viva de empreendedores, empresas familiares, projetos inovadores e investimentos estratégicos, que constroem diariamente a base económica da Região. Nesta edição, damos voz a empresas e empresários que aliam identidade local a visões globais, refletindo sobre o papel da cultura, da insularidade e da coesão regional como vetores diferenciadores para uma economia mais inteligente e enraizada.

VINHOS PEREIRA D’OLIVEIRA DA MADEIRA PARA O MUNDO

Na histórica Pereira D’Oliveira, tradição e inovação caminham lado a lado há mais de cinco gerações. Luís D’Oliveira, rosto atual da emblemática casa madeirense, partilha como a empresa tem preservado os métodos ancestrais de vinificação, respeitando a herança familiar, ao mesmo tempo que responde aos desafios contemporâneos de sustentabilidade e exigência global. Numa conversa que atravessa séculos de história, destaca-se o papel da marca na valorização da identidade cultural da Madeira e na afirmação dos seus vinhos além-fronteiras.

Como a Pereira D’Oliveira consegue conciliar a preservação dos métodos ancestrais de vinificação com as exigências atuais de inovação e sustentabilidade no setor vínico?

Nunca tivemos dificuldade em conseguir conciliar a nossa metodologia das diferentes gerações da nossa família, cujos enólogos, foram sempre membros da família, preservando a base e a riqueza duma produção genuína, mas conciliando nas diferentes épocas a mestria de acompanhar as transformações e exigências vigentes.

De que forma a história centenária da Pereira D’Oliveira contribui para fortalecer a identidade cultural da Madeira e posicionar os seus vinhos no mercado internacional?

Somos uma das poucas que continuam integralmente geridas pela família que deu origem, oriunda desta ilha, cujo estilo da casa dos seus vinhos que identificam e caracterizam o nosso vasto legado, têm contribuído para fortalecer a identidade cultural da Madeira, e realçar como referência no mercado internacional.

Que impacto considera que a celebração do Dia da Região Autónoma da Madeira tem na promoção do orgulho local e na valorização dos produtos regionais, como os vinhos da Pereira D’Oliveira?

Consideramos que o assinalar do Dia da Região Autónoma da Madeira é, sem dúvida, importante para destacar e valorizar os grandes produtos desta ilha nos quais se inclui os Vinhos D’Oliveira.

Quais são as principais tendências e desafios que a Pereira D’Oliveira antecipa para o setor vínico madeirense, e como a empresa se prepara para continuar a ser um símbolo de excelência e autenticidade no futuro?

Pretendemos manter a nossa dinâmica e sustentabilidade acompanhando a evolução no setor vitivinícola Madeirense e preservando com determinação a nossa identidade e genuinidade que caracteriza a nossa marca.

291 220 784 (chamada para rede fixa nacional)

Rua dos Ferreiros 107, 9000-082 Funchal, Ilha da Madeira geral@doliveiras.pt

COMPROMISSO LOCAL: O SUCESSO DO FRANCHISING DA Mc DONALD’S PORTUGAL

Na McDonald’s Portugal, o franchising é o motor de crescimento e espelho da estratégia global da marca, adaptada ao contexto local. Vitor Oliveira, Diretor Financeiro, IT e de Franchising da McDonald’s Portugal, e Nuno Freitas, Franquiado da McDonald’s Portugal no mercado da Madeira, explicam como a marca alia consistência internacional e proximidade regional para garantir impacto e sucesso sustentável, incluindo na realidade insular da Madeira.

De que forma a McDonald’s Portugal adapta a sua estratégia de franchising às especificidades do mercado nacional, mantendo a coerência com os padrões globais da marca?

Existe globalmente um respeito pelos padrões, pelo posicionamento e pelos valores e propósito da McDonald’s, no sentido de oferecer uma experiência consistente aos nossos clientes, equipas e também aos nossos franquiados e franquiadas. Às orientações globais, soma-se uma gestão totalmente local, que tem por base a realidade de cada mercado onde a McDonald’s opera. Esta “glocalidade” resulta num equilíbrio essencial para assegurar a relevância local da nossa proposta de valor, ao mesmo tempo que zela pela identidade McDonald’s em qualquer parte do mundo. E também a estratégia

de franchising da McDonald’s Portugal assenta nesta premissa. O modelo de franchising da McDonald’s é um dos fatores-chave de sucesso da marca, e um pilar fundamental do “banco de três pernas” no qual a marca se edifica também em Portugal, suportado por fornecedores, colaboradores e franquiados.

Neste sistema, os franquiados são os olhos e ouvidos do negócio da McDonald’s a nível local e interpretam um importante papel no impacto nacional e local da marca. Por isso, ser franquiado exige profunda dedicação à marca, equipa e negócio, mas também um sentido de responsabilidade para com a comunidade em que operam os seus restaurantes. Este sentido de compromisso está em tudo refletido na Região Autónoma da Madeira, onde a marca tem apresentado um crescimento sustentável ao longo de mais de 25 anos.

Quais são os principais desafios que identifica na gestão da rede de franquiados em Portugal, e que competências considera essenciais num franquiado para garantir o sucesso sustentável da operação?

O nosso modelo de franchising é um verdadeiro motor de crescimento. Mais de 90% dos 213 restaurantes no país são geridos por 44 empresários locais que, mais do que investidores, são empreendedores comprometidos com a excelência operacional, a liderança de equipas e o impacto positivo nas regiões onde atuam. São, por isso, profissionais líderes e os mais importantes representantes da McDonald’s a nível local.

Cada franquiado gere o seu negócio com autonomia, assumindo responsabilidades que vão desde a gestão de recursos humanos e financeiros até ao envolvimento ativo com a comunidade. Esta autonomia é acompanhada pelo apoio estruturado da McDonald’s, que disponibiliza equipas especializadas em áreas como Marketing, Recursos Humanos e Operações, assegurando que todos têm as ferramentas necessárias para prosperar.

Trabalhamos, assim, numa lógica de complementaridade entre o que a marca tem para oferecer – em termos de experiência e know-how – e a diversidade de perfis dos nossos franquiados. Essa mistura de trajetos e experiências tem sido, aliás, um dos segredos para o bom desempenho e crescimento sustentado do negócio em Portugal. Existem, contudo, competências que são para nós essenciais, como, por exemplo, o espírito empreendedor com visão estratégica e iniciativa, a liderança focada no desenvolvimento das equipas, a orientação para o cliente e a capacidade de colaboração.

Vitor Oliveira, Diretor Financeiro, IT e Franchising da McDonald’s Portugal

Como é que a McDonald’s Portugal promove uma relação de parceria e alinhamento estratégico com os seus franquiados, garantindo que todos remam na mesma direção num ambiente de constantes mudanças?

A relação com os franquiados assenta na confiança, na partilha de conhecimento e na co-construção de soluções. Esta colaboração é essencial para garantir que toda a nossa operação parte de um mesmo compromisso e de forma alinhada com os objetivos estratégicos da marca, mesmo num contexto de constante transformação do mercado.

Desde o primeiro contacto com a marca, os novos franquiados passam por um processo de integração estruturado e imersivo, que inclui formação prática nos restaurantes, sessões de mentoria com franquiados já experientes, passando ainda pelo contacto com as equipas da Sede da McDonald’s em Portugal. Este processo não só transmite os valores e os padrões operacionais da McDonald’s, como também promove a criação de laços entre os diferentes parceiros, fomentando uma cultura de entreajuda e partilha.

A comunicação contínua é outro pilar fundamental desta relação. São promovidos fóruns regulares tanto em Portugal como noutros países, ou grupos de trabalho onde franquiados e representantes da marca discutem desafios, partilham boas práticas e cocriam soluções adaptadas às realidades locais.

à colaboração com fornecedores regionais sempre que possível, procuramos que a experiência McDonald’s na Madeira tenha um sabor e um rosto madeirense. Também apostamos em iniciativas que celebram e respeitam a cultura local através de parcerias relevantes localmente, a par do apoio a mais de 25 instituições da região.

Na McDonald’s Portugal, a relação com os franquiados é sem dúvida uma relação de parceria

Enquanto franquiado da McDonald’s na Madeira, de que forma acredita que os seus restaurantes – Fórum Madeira, Funchal Av. Do Mar, Funchal Drive e Madeira Shopping – podem contribuir para a promoção da identidade e hospitalidade madeirenses?

Acredito profundamente que os nossos restaurantes –Fórum Madeira, Funchal Av. do Mar, Funchal Drive e Madeira Shopping – têm um importante papel na promoção da identidade e hospitalidade madeirenses.

Em primeiro lugar, procuramos refletir o espírito acolhedor da Madeira em cada interação com os nossos clientes. A hospitalidade é um traço distintivo da nossa cultura, e fazemos questão de que cada visitante, seja local ou turista, se sinta bem-vindo e valorizado.

Estamos muito atentos ao que os Madeirenses e quem nos visita, procuram, para ir ao encontro das suas expectativas. Desde o recrutamento e aposta no desenvolvimento de talentos locais nas nossas equipas – que atualmente conta com 230 colaboradores –, até

Procuramos, assim, combinar a consistência e qualidade da marca McDonald’s com a autenticidade da Madeira para oferecer uma experiência única que também contribui para a imagem positiva da região junto de quem nos visita.

Na sua trajetória como franquiado, que competências interpessoais e de liderança se revelaram mais críticas para criar equipas de alta performance e garantir consistência na experiência do cliente?

As competências que procuro transmitir à minha equipa, sobretudo à equipa de gestão dos restaurantes que são a base sustentada das equipas, passam por competências interpessoais e de liderança.

Ao nível das competências interpessoais destaco a comunicação clara e eficaz, a inteligência emocional, a colaboração e trabalho em equipa, a empatia e a capacidade para resolver conflitos. No que respeita a competências de liderança destaco a visão estratégica, a capacidade de delegação, o desenvolvimento de pessoas, a tomada de decisões, a gestão da mudança e a orientação para o cliente.

Os últimos anos na Madeira têm-me permitido desenvolver um trabalho constante e tem sido uma experiência muito gratificante, quer do ponto de vista profissional, quer pessoal. O franchising da McDonald’s e a vinda para a Madeira são um projeto de vida.

Nuno Freitas, Franquiado da McDonald’s na Madeira

TABERNA RUEL E ARMAZÉM DO SAL REDEFINEM A GASTRONOMIA MADEIRENSE

Tradição com visão de futuro: é assim que a Taberna Ruel e o Armazém do Sal têm vindo a reescrever a narrativa da gastronomia madeirense. Entre a valorização dos sabores locais e a sofisticação de experiências sensoriais completas, estes dois espaços emblemáticos no Funchal refletem uma mesma filosofia: cozinhar com identidade, respeitar as origens e inovar com propósito.

De que forma a Taberna Ruel tem contribuído para a valorização da gastronomia madeirense, aliando tradição e inovação no seu conceito culinário?

A Taberna Ruel tem desempenhado um papel importante na valorização da gastronomia madeirense ao reinterpretar pratos tradicionais com um toque contemporâneo. Mantemos os sabores e ingredientes autênticos da ilha, mas aplicamos técnicas modernas de confeção e apresentação. Esta fusão entre o tradicional e o inovador permite-nos homenagear a herança gastronómica da Madeira, ao mesmo tempo que surpreendemos os nossos clientes com propostas criativas e inesperadas.

Como é que a aposta em produtos locais influencia a identidade do restaurante e a experiência oferecida aos clientes, tanto madeirenses como visitantes?

A utilização de produtos locais é um pilar central da nossa identidade. Trabalhamos com produtores regionais para garantir ingredientes frescos, sazonais e autênticos – do peixe fresco do Atlântico aos produtos agrícolas das serras madeirenses. Isso não só assegura uma qualidade superior, como também reforça a ligação emocional dos clientes à cultura local. Para os visitantes, é uma forma de experimentar verdadeiramente os sabores da Madeira. Para os madeirenses, é um reencontro com a sua tradição gastronómica, apresentada de uma forma renovada.

Quais os principais desafios e oportunidades que a Taberna Ruel tem encontrado ao posicionar-se como uma referência gastronómica na Madeira, num mercado cada vez mais exigente e competitivo?

Um dos maiores desafios tem sido manter a autenticidade num mercado em constante mudança, onde há uma crescente procura por experiências únicas e de alta qualidade. A concorrência é saudável,

Taberna Ruel
Armazém do Sal

Cada prato é cuidadosamente empratado para encantar os olhos antes mesmo de seduzir o paladar.

Procuramos que cada refeição seja memorável, tanto pelo sabor quanto pelo impacto visual

mas exige constante inovação e consistência. Por outro lado, essa exigência do mercado representa também uma oportunidade para nos diferenciarmos, apostando num serviço personalizado, numa carta dinâmica e numa forte ligação à identidade madeirense. O reconhecimento crescente da gastronomia da ilha, a nível nacional e internacional, tem sido um estímulo adicional.

Como traduzem no Armazém do Sal o conceito de “requinte e sofisticação” numa experiência gastronómica que envolve todos os sentidos?

No Armazém do Sal, o requinte vai muito além da confeção dos pratos – está presente em cada detalhe da experiência. Desde o

ambiente elegante e intimista do espaço até à harmonização entre os pratos e os vinhos selecionados, tudo é pensado para estimular os cinco sentidos. A música ambiente, a iluminação, o aroma da cozinha aberta e o atendimento atencioso contribuem para criar uma experiência sensorial completa, onde sofisticação e conforto caminham lado a lado.

De que maneira a paixão e o cuidado da equipa na confeção dos pratos se refletem na qualidade e na originalidade das propostas do Armazém do Sal? Que papel desempenha a apresentação visual dos pratos na experiência global que pretendem proporcionar aos clientes?

A paixão da nossa equipa é visível em cada prato – desde a seleção criteriosa dos ingredientes até à precisão na execução. Acreditamos que cozinhar é uma forma de arte e de expressão, e isso reflete-se na originalidade das combinações e na ousadia dos sabores. A apresentação visual é parte essencial dessa experiência: cada prato é cuidadosamente empratado para encantar os olhos antes mesmo de seduzir o paladar. Procuramos que cada refeição seja memorável, tanto pelo sabor quanto pelo impacto visual.

Como vê o futuro da gastronomia madeirense e o posicionamento do Armazém do Sal nesse cenário em evolução?

O futuro da gastronomia madeirense é promissor. Há um interesse crescente pela autenticidade, sustentabilidade e pelo redescobrimento das raízes culturais. Acreditamos que a Madeira tem todos os ingredientes para se afirmar como um destino gastronómico de excelência. O Armazém do Sal pretende continuar a ser um embaixador desta nova era, onde tradição e inovação caminham de mãos dadas. Vamos manter o nosso compromisso com a qualidade, a criatividade e a valorização da identidade local, acompanhando as tendências internacionais sem perder a alma madeirense.

Armazém do Sal
Taberna Ruel
Taberna Ruel
Armazém do Sal

A MADEIRA FORA DO MAPA

Descobrir a Madeira com alma, longe dos mapas turísticos e perto da essência da ilha. É este o propósito que move a BraveLanders 4x4, projeto fundado por Ivan Rodrigues e Bernardino Soares, que alia aventura, sustentabilidade e identidade local.

De que forma a BraveLanders integra os valores de identidade madeirense nas experiências que proporciona aos visitantes?

BraveLanders 4x4 integra os valores da identidade Madeirense nas suas experiências através de uma abordagem profundamente enraizada na cultura local, no respeito pela natureza e no conhecimento autêntico da ilha. Esta integração manifesta-se de várias formas: roteiros fora dos circuitos turísticos convencionais; partilha de histórias, lendas e saberes locais; ligação à natureza e sustentabilidade; relação com as comunidades locais; e conhecimento íntimo do território: a chave da exclusividade.

Como conciliam a exploração off-road com práticas sustentáveis e de preservação ambiental?

BraveLanders 4x4 tem consciência de que a exploração off-road só é viável se for feita com responsabilidade ambiental, e por isso integra várias práticas para conciliar aventura com sustentabilidade: escolha criteriosa dos percursos; evitar zonas ecologicamente frágeis e seguir trilhos já existentes ou autorizados, minimizando o impacto sobre a vegetação, o solo e a fauna local. O objetivo não é abrir novos caminhos, mas redescobrir com respeito os que já existem;

educação ambiental ao longo da experiência; política de “zero lixo” e impacto mínimo; limitação do número de participantes; os grupos são pequenos e personalizados, o que reduz o desgaste dos trilhos e melhora a qualidade da experiência, ao mesmo tempo que protege o ambiente de uma pressão turística excessiva. Simultaneamente, parcerias com entidades locais de conservação e sempre que possível, a BraveLanders colabora com instituições ambientais e autoridades locais, reforçando o compromisso com uma atuação responsável e alinhada com os planos de gestão do território.

Que tipo de desafios definem a experiência BraveLanders?

O espírito de superação não se mede apenas em metros de altitude ou trilhos difíceis, mas sim na transformação pessoal que cada experiência pode provocar. Os Bravelanders entendem o turismo de aventura como uma viagem interior e exterior, onde cada desafio vivido no terreno reforça a conexão do visitante com a natureza, com a cultura local e consigo próprio.

- Desafios físicos: conforto fora da zona de conforto.

- Desafios emocionais: conexão profunda com o território.

- Desafios logísticos: adaptar-se ao imprevisível.

Como é que a BraveLanders tem evoluído e que ambições têm para o futuro?

Desde 2019, a BraveLanders 4x4 tem evoluído de forma consistente, combinando paixão pelo território com uma abordagem inovadora ao turismo de aventura. A marca nasceu com um propósito claro: mostrar a Madeira autêntica através de experiências off-road, e tem vindo a afirmar-se como uma referência pela sua proximidade com a comunidade local, pelo respeito ambiental e pela personalização das experiências.

Evolução desde 2019: o crescimento com raízes firmes – expansão da oferta; aprofundamento do conhecimento local; e reforço da marca e presença digital.

Ambições para o futuro: inovar com sentido – aposta na sustentabilidade como eixo central; digitalização inteligente da experiência; exploração de novos territórios e formatos; e papel ativo na comunidade e no turismo local.

Visão: ser mais do que uma empresa de passeios.

Bernardino Soares e Ivan Rodrigues, CEO´s e Founders
Porto Santo Madeira

EMPREENDEDORISMO NO INTERIOR

O Empreendedorismo no Interior de Portugal tem vindo a afirmar-se como uma força transformadora, capaz de revitalizar territórios, dinamizar economias locais e criar novas oportunidades onde antes predominava a desertificação. Longe dos grandes centros urbanos, surgem iniciativas inovadoras que aliam tradição e modernidade, aproveitando os recursos endógenos, o capital humano e o potencial dos territórios de baixa densidade para construir projetos sustentáveis, competitivos e com identidade própria.

Mais do que uma resposta às assimetrias regionais, o empreendedorismo no interior é hoje uma escolha estratégica e consciente, impulsionada por políticas públicas, redes de apoio locais e uma crescente valorização da qualidade de vida. São negócios que nascem com propósito, próximos das comunidades e atentos à sustentabilidade ambiental e social, tornando o interior português num terreno fértil para ideias com impacto e futuro.

Lukas Graham

EMPREENDER NO INTERIOR

COM RUMO AO FUTURO

Criado para dinamizar a economia local e atrair investimento, o programa InvestAlmeida tem reforçado o empreendedorismo no concelho, promovendo a inovação, apoiando empresas e valorizando os recursos do interior, numa região com forte vocação transfronteiriça.

Como nasceu o projeto do InvestAlmeida e de que forma tem contribuído para dinamizar o tecido empresarial no interior do país, nomeadamente no concelho de Almeida?

Almeida, conhecida como a Estrela do Interior, localiza-se junto à fronteira com Espanha, integrando a Eurocidade Porta da Europa. Embora localizada no Interior do país, o concelho é dotado de uma rede de infraestruturas rodoferroviárias que colocam os seus cidadãos a poucas horas das capitais da Península Ibérica.

De forma a fazer face aos obstáculos da interioridade, criámos o programa InvestAlmeida, com o objetivo de reunir todas as iniciativas de apoio e acompanhamento empresarial do Município e, por conseguinte, fomentar o desenvolvimento económico do concelho e facilitar o contacto com os empreendedores e investidores.

Esta iniciativa pretende, por um lado, criar espaços para o acolhimento de empresas e empreendedores, bem como acompanhá-los, tanto nos primeiros passos, como ao longo da vida dos negócios. De

entre os espaços disponibilizados, destaca-se a Área de Acolhimento Empresarial de Vilar Formoso e o Imaculada Business Center, incubadora de empresas do Município de Almeida, que nasceu da vontade de criar um espaço de acolhimento de empreendedores em fases iniciais dos seus projetos, revitalizando uma antiga escola, até então encerrada. A incubadora de empresas foi inaugurada há dois anos e pretende oferecer apoio personalizado e à medida dos investidores, a par da possibilidade de instalação num espaço moderno, funcional e bem equipado, em plena fronteira de Vilar Formoso.

Por outro lado, pretende agregar os serviços de apoio e acompanhamento empresarial, prestados de forma integrada com outras entidades da Administração Pública no Espaço Empresa e no Espaço Cidadão, que se encontram localizados na incubadora de empresas.

O Município disponibiliza ainda benefícios e incentivos ao investimento no concelho, quer através de apoios pecuniários às empresas, quer através dos benefícios fiscais em vigor no território.

Não menos importantes são os outros apoios às famílias do concelho, tais como o incentivo à natalidade, adoção e fixação de novos agregados familiares, bolsas de estudo para estudantes do ensino superior e outros apoios a jovens e famílias numerosas que vivam ou que se pretendam instalar no nosso território. O InvestAlmeida tem funcionado como uma plataforma estratégica de promoção do território, captação de investimento e apoio ao empreendedorismo local. Através da criação de um ambiente favorável aos negócios, tem contribuído para a instalação de novas empresas, a valorização dos recursos endógenos e a diversificação da economia local, fixando talento local e criando novas oportunidades de negócio.

Num contexto em que o coworking se afirma como modelo de trabalho em crescimento, que vantagens oferece o vosso centro às empresas e profissionais que escolhem instalar-se aí?

O Imaculada Business Center diferencia-se pela combinação entre infraestrutura de qualidade, acessibilidade e apoio personalizado. Oferecemos espaços de trabalho flexíveis (coworking, escritórios privados e salas de reunião e formação), internet de alta velocidade, estacionamento, zonas comuns confortáveis e um ambiente profissional acolhedor. Além disso, proporcionamos um ecossistema colaborativo, com oportunidades de networking, beneficiando particularmente dos serviços de apoio ao cidadão e ao empresário localizados nas instalações. O espaço encontra-se disponível 24 horas por dia e 7 dias por semana para as empresas instaladas, que beneficiam de apoio personalizado em áreas como a definição do modelo de negócio, de estratégia de marketing e mentoria, nas diferentes fases do negócio –pré-incubação, incubação ou aceleração. A localização geoestratégica única do concelho de Almeida na Península Ibérica e no Corredor

Atlântico tornam-no um ponto privilegiado para a instalação de empresas com vocação exportadora, logística ou transfronteiriça, permitindo-lhes aceder com facilidade a mercados ibéricos e europeus, e tirar partido das sinergias geradas pela proximidade à fronteira e às principais vias de comunicação.

Que tipo de empresas e empreendedores têm procurado o vosso espaço e como avaliam o impacto dessa diversidade na criação de sinergias e oportunidades de colaboração?

O Imaculada Business Center é uma incubadora de empresas generalista, onde se fixam empresas dos ramos dos serviços ao cidadão, mas também das áreas de marketing, indústria e logística. Queremos apoiar todos os empreendedores, sem exceção, que tenham uma ideia de negócio e queiram investir no território. A diversidade das empresas instaladas tem sido extremamente enriquecedora, permitindo a partilha de conhecimentos, a geração de ideias inovadoras e o estabelecimento de parcerias estratégicas. O ambiente transfronteiriço reforça ainda mais esta dinâmica de colaboração.

A diversidade de empresas e empreendedores que têm escolhido o nosso espaço tem sido um dos fatores mais enriquecedores do ecossistema que estamos a construir, com externalidades positivas sentidas no tecido empresarial local e na vida da comunidade.

Trabalhar a partir do interior continua a ser um desafio para muitos. Que papel tem o InvestAlmeida desempenhado na valorização do território e no combate à interioridade?

O InvestAlmeida tem assumido um papel ativo na promoção da atratividade do território, demonstrando que é possível desenvolver projetos de sucesso fora dos grandes centros, em setores tão díspares como a tecnologia e a agricultura, a inovação social e a sustentabilidade ambiental. Criamos condições excecionais para que empresas e profissionais possam trabalhar com qualidade de vida de Almeida para o mundo. Outra iniciativa desenvolvida no âmbito do programa InvestAlmeida são os Bairros Comerciais Digitais, projeto apoiado pelo PRR com o objetivo de digitalizar o negócio tradicional e fomentar novas formas de comércio. Estes dois projetos, localizados em Almeida e Vilar Formoso, permitem valorizar o Centro Histórico de Almeida e a Zona Comercial Fronteiriça de Vilar Formoso, impulsionando a valorização dos produtos regionais e o combate à interioridade através da utilização dos meios digitais como ferramentas de negócio.

Acreditamos que a promoção da coesão territorial também passa por iniciativas como esta, que contribuem para fixar população e dinamizar a economia local.

De que forma têm integrado a inovação, a tecnologia e a sustentabilidade na vossa abordagem de gestão e nos serviços que prestam?

A inovação está no centro da nossa missão e, por conseguinte, pretendemos colocar ao dispor dos empreendedores ferramentas de topo que apoiem o desenvolvimento de produtos e serviços diferenciadores e com alto valor acrescentado.

Atualmente, no âmbito do projeto Interreg “Iberus Smart Comunidade Digital Transfronteiriça”, a par de outros projetos piloto de inovação, estão a ser adquiridas ferramentas de prototipagem e experimentação, que estarão ao dispor do ecossistema empreendedor e da comunidade educativa, que se pretende despertar para o empreendedorismo.

Com o objetivo de fazer face a esse objetivo, está em fase de projeto a implementação de um laboratório de fabricação digital –o Raia Fab Lab – que apoiará a prototipagem de novos produtos, mas também o desenvolvimento de novos métodos de produção de produtos já existentes.

A sustentabilidade é também um fator transversal aos projetos do Município, que pertence à Rede de Cidades Cencyl, uma iniciativa de cooperação transfronteiriça com o objetivo de planear ações integradas de adaptação às alterações climáticas. Esta Rede tem promovido projetos inovadores que abordam desafios como as alterações climáticas, a melhoria da infraestrutura logística e o fomento do empreendedorismo.

Quais são os próximos passos para o crescimento do centro? Há planos de expansão, novos serviços ou abordagens que gostariam de explorar a curto e médio prazo? O nosso foco passa agora por consolidar a comunidade existente e ampliar os serviços oferecidos, nomeadamente através do futuro Fab Lab. Encontra-se também em fase de projeto o alargamento do número de gabinetes de incubação, uma vez que estamos perto de esgotar a capacidade instalada do Imaculada Business Center. Queremos continuar a aposta no desenvolvimento empresarial do concelho, porque acreditamos que Almeida é o lugar certo para investir!

UM UNIVERSO GASTRONÓMICO INTERLIGADO

COM UM OBJETIVO - O TU

No coração de Gouveia, Fernando Abrantes, Fundador do Chocolate&Tu, conta como nasceu um projeto que vai muito além de uma chocolataria. Feito de ideias, persistência e laços fortes com a comunidade, o Chocolate&Tu representa hoje um verdadeiro ecossistema gastronómico em Gouveia, que vai dos bombons aos brunches, das pizzas aos cocktails - sempre com o cliente no centro de tudo.

Em 2010, Fernando e a sua esposa Carla, também fundadora do projeto, deram os primeiros passos no universo da restauração com um franchising. A experiência, porém, foi limitadora. “Não havia liberdade criativa. Quem gosta de inovar, não consegue crescer preso a regras que não são suas”, relembra Fernando. A decisão foi romper com esse modelo e criar algo próprio, livre e pessoal – assim nasceu o Chocolate&Tu. O nome reflete mais do que a junção de palavras: traduz uma filosofia. “O chocolate representa o nosso produto de origem, mas o ‘Tu’ é o cliente, é quem faz tudo acontecer. É a parte mais importante deste projeto”, afirma Fernando. O “Tu” tornou-se um conceito: Chocolate&Tu, Chocolate e sardinha, Chocolate e chá – o cliente e a experiência andam sempre juntos.

Da cozinha autodidata ao negócio sustentável

Nenhum dos dois fundadores tinha formação em gastronomia –Fernando é engenheiro, Carla é professora de português e inglês. Mas isso não os impediu de mergulhar a fundo no mundo do chocolate.

Pesquisaram, erraram, testaram e criaram receitas ajustadas à realidade do interior. “Sabíamos que não podíamos vender um produto que custasse 100€. Era preciso encontrar um equilíbrio entre qualidade e preço”, diz.

Hoje, a casa conta com mais de 70 tipos de bombons artesanais, todos feitos com cuidado e dedicação. Mas o chocolate, sendo sazonal, impôs um desafio: como manter o negócio sustentável no verão? A resposta foi clara: gelados. A lógica é a mesma - sabor autêntico a um preço acessível. “Um gelado de pistácio pode custar 4€, mas aqui é impensável. O nosso cliente precisa de pagar 1,50€ por uma bola – e sentir que valeu a pena”, frisa Fernando.

Uma carta pensada para todo o dia

A sazonalidade e o consumo no interior levaram Fernando e Carla a criar um modelo que cobre todas as horas do dia, todos os dias da semana. Das nove horas da manhã, à meia-noite, o espaço está aberto – com propostas diferentes a cada momento. Há brunches com abacate e molho holandês, menus diários de carne e peixe, panquecas, crepes, waffles, pizzas feitas na hora e uma carta de cocktails e chocolates quentes. “Pensámos: o que falta na cidade? O que podemos oferecer para que as pessoas queiram voltar, estar, e viver em Gouveia de forma confortável?”, relembra o entrevistado. Essa visão holística transformou o espaço em algo mais do que um restaurante. Tornou-o um ponto de encontro, um local de descoberta, onde é possível almoçar com os filhos, jantar com amigos ou simplesmente beber um chocolate quente no final do dia.

Carla Abrantes e Fernando Abrantes, Proprietários

Crescimento com resiliência no interior

Empreender em Gouveia nunca foi simples. “O arranque foi lento. As pessoas experimentam, depois demoram a voltar, e só ao fim de muito tempo se cria o hábito”, conta Fernando. Mas a resiliência foi maior do que o desafio. Durante a pandemia, enquanto muitos negócios pararam, o Chocolate&Tu reinventou-se: lançou entregas ao domicílio com apoio da Câmara e dos táxis locais, mantendo 60% da operação ativa.

“O segredo foi não parar. Sabíamos que as pessoas precisavam de conforto, e a comida é uma forma de dar isso. Adaptámo-nos e chegámos até a pensar em abrir um serviço próprio de entregas”, partilha. Fernando destaca o valor da proximidade com as entidades locais como uma vantagem de estar no interior: “Aqui sabem quem somos. Quando precisamos de ajuda, batemos à porta com uma ideia, e ouvem-nos”. Hoje, a empresa cresceu de quatro para 19 colaboradores entre 2019 e 2025, e o negócio inclui três marcas interligadas: Chocolate&Tu, Pizza Out e o restaurante Cacau.

Tecnologia com propósito

Apesar de estarem no interior, Fernando e Carla nunca deixaram que isso limitasse a sua ambição tecnológica. Apostam em soluções modernas para simplificar o serviço, desde o sistema de pedidos digitais até a organização da produção interna. “Pensamos como se estivéssemos no centro do Porto ou de Lisboa. Não aceitamos ficar para trás só por estarmos em Gouveia”, reforça Fernando. Essa visão faz parte da estratégia: oferecer uma experiência de cidade grande, com o toque humano e personalizado de uma vila serrana.

A força criativa por trás da cozinha

Grande parte da alma do projeto está em Carla. É ela quem comanda a produção de chocolate e gelado, quem estuda tendências e propõe novas ideias. “80% das ideias vêm da Carla. Eu implemento. Ela é o cérebro criativo, eu sou o braço executor”, reconhece Fernando. Essa parceria perfeita tem permitido manter o espaço atualizado, inovador e alinhado com o que há de mais atual. O casal participa frequentemente em feiras em Madrid, Paris, Rimini – porque estar no interior não significa estar parado no tempo.

Gouveia como inspiração

Para além do negócio, há um verdadeiro compromisso com a cidade. Fernando acredita que Gouveia tem tudo para ser uma referência no turismo de interior – basta criar as condições certas. “Não vale a pena reclamar do que não foi feito. O que importa é o que ainda podemos construir”, afirma. Essa vontade de transformar a cidade está presente em cada detalhe do projeto, até na forma como pensam em novos serviços, sempre com o objetivo de atrair pessoas e valorizar o território.

Olhos postos no futuro

O crescimento foi notório, atualmente, o grupo conta com três marcas interligadas. Entre os planos para os próximos tempos está a criação de uma esplanada de inverno, equipada com mantas e aquecedores, para tornar o espaço ainda mais acolhedor nos meses frios. “Temos 200 lugares na rua. Se conseguirmos torná-los confortáveis no inverno, podemos criar uma experiência memorável, possibilitando que os clientes desfrutem dos nossos famosos 56 sabores de chocolates quentes ao ar livre”, revela Fernando.

O TU como essência de tudo

Mais do que produtos, o Chocolate&Tu oferece um sentimento. O “Tu” no nome representa cada cliente, cada visita, cada gesto de carinho e confiança. “Tudo gira à volta do Tu”, salienta.

Esse Tu é também o que move Fernando e Carla: desde a carta desenhada para todos os horários do dia, à forma como a equipa é treinada para acolher cada cliente como se fosse único. É por ele que continuam a crescer sem nunca esquecer de onde vieram – com humildade, dedicação e o desejo de fazer sempre mais e melhor por Gouveia.

DA TERRA AO PRATO, COM O CORAÇÃO SEMPRE AO LUME

Após longos anos dedicados à indústria farmacêutica, Sandra decidiu dar voz ao seu verdadeiro sonho: regressar às raízes. Foi assim que escolheu Gouveia como palco para um novo capítulo da sua vida, onde abriu o seu próprio restaurante com 15 lugares - uma homenagem às origens e à paixão pela cozinha.

Temos sempre de arriscar. Pode não correr bem no início, o meu também não correu, mas, se for mesmo aquilo que queremos, com trabalho e determinação, conseguimos

garagem e criei o meu restaurante”, conta. Hoje, o espaço tem capacidade para 100 pessoas e está constantemente cheio, sobre tudo ao fim de semana. “Estamos a ser muito procurados para batizados, casamentos e excursões. E já não conseguimos dar resposta a tudo”, destaca Sandra.

Entre os tachos e a saudade

Com tantos projetos em mãos, Sandra reconhece que o tempo em família tem sido mais escasso, sobretudo com o filho, que vive em Lisboa. “Estou menos presente, mas não quero crescer sozinha, quero ajudar a crescer toda a gente”, afirma.

Apesar da distância, é nele que encontra a sua maior motivação: “Quem me faz levantar todos os dias é o meu filho”. E sente orgulho dele, mesmo quando lhe pede para abrandar: “É o primeiro a enviar uma foto ou a comprar uma revista quando apareço”.

Transformação e coragem com raízes

Para quem, como ela, tem um sonho, mas hesita em dar o passo, Sandra é clara: “Temos sempre de arriscar. Pode não correr bem no início, o meu também não correu, mas, se for mesmo aquilo que queremos, com trabalho e determinação, conseguimos”. Quando desafiada a escolher uma palavra que resuma o seu percurso até aqui, Sandra não hesita, “Transformação. Uma grande transformação. Porque ao transformarmo-nos, estamos a aprender. E acho que consegui, além de tudo, ser ainda mais humilde. Já era, mas hoje sinto que sou mais”.

A história de Sandra é o retrato de uma mulher que trocou o conforto pela terra onde nasceu e construiu, com coragem e trabalho, um projeto com identidade e futuro. Entre desafios e sacrifícios, mantém firme o que mais importa: a família, os afetos e o orgulho de um filho. Mais do que uma empresária, é o exemplo de quem realiza sonhos sem perder a alma nem o sabor.

Um regresso com sabor a desafio

Sandra trocou a segurança de um emprego estável pelo sonho de ter o seu próprio restaurante na terra natal. Começou com um espaço modesto, dedicado apenas a petiscos, mas rapidamente percebeu que o projeto tinha pernas para crescer. “Desisti da

Sandra Pimenta, Proprietária

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