nº 1 - Revista BOOM!

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ANO I - Nยบ 1 JUN-JUL

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AGENDA

3 FORMAS DE AMOR

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EDITORIAL É com muito orgulho que apresentamos a todos vocês a “Book Or Other Media”, ou simplesmente “BOOM!”, a mais nova revista literária do momento. Aqui você encontrará o que temos de mais novo no meio literário, muitas novidades, adaptações, passatempo, fancs e muito mais.

FICHA TECNICA CRIS SARAIVA - EDITORA DANEILLE BENTIM - EDITORA DRESA GUERRA - REPORTER / CRONISTA ELOÁ GASPAR - AUTORA FANFIC GUSTTAVO MAJORY - EDITOR / DIAGRAMADOR CONTATO: revistaboom.contato@gmail.com

A “BOOM!” estreia com o pé direito, com a mega entrevista de Dresa Guerra com Nana Pauvolih, a grande autora nacional que recentemente vendeu os direitos de uma de suas trilogias mais lidas, para Rede Globo para adaptações audiovisuas. Literatura hot, erótica, +18, seja lá como você prefere chamar, é o tema dessa edição, um gêreno polêmico que divide opniões no mundo literário, e aqui você poderá conhecer um pouco mais sobre o mesmo. Então vamos parar de perder tempo e se deliciar com a revista que chega fazendo o maior estouro.

SUMÁRIO 03 - FANFIC: Opostos Perfeitos 05 - TOP 05 06 - CAPA: Entrevista Nana Pauvolih 10 - LEITOR: O prazer sai do armário... 11 - CONTO: 3 Formas De Amor 13 - AGENDA 14 - QUAL GÊNERO LITERÁRIO É A SUA CARA?

Com muito carinho e um forte abraço literário os Editores


FANFIC

OPOSTOS PERFEITOS ELOÁ GASPAR

Classicação: 13 + Categoria: Frozen Personagens: Anna, Elza, Hans, Kristoff, Marshmallw, Olaf. Personagem Original, Trolls Gêneros: Romances

Era um belo dia de sol em Arendelle, crianças correndo pelos vilarejos, mulheres e homens trabalhando e ociais exercendo sua importante função de scalizar as embarcações que chegavam ao porto. Todo reino parecia satisfeito, sua benevolente e poderosa Rainha da Neve, que apesar do nome frio e de seu passado conturbado e solitário, a cada dia se mostrava uma governante alegre, cativante e presente, mantendo sempre os portões do castelo abertos. Contudo, nem tudo são rosas. Arendelle já havia corrido perigo há dois anos, por causa da presença do ambicioso príncipe Hans das Ilhas do Sul, um jovem sem poderes, diferente da Rainha do Gelo, mas que mesmo assim pôs a vida dela em risco e de sua irmã também. Hans não se revelou ser o único problema, Duque Weselton também

se mostrou uma grande pedra no sapato e Elsa estava ciente de que existiam outras ameaças veladas, pessoas que cobiçavam sua posição, seu reino e seu poder. O seu poder era o mais desejado tanto o de governante como o de controlar o gelo, esse último também era muito temido. Elsa sabia que bem mais perigoso do que a ganância era o medo, sendo assim, a Rainha não hesitou em reforçar a segurança do seu reino, mantendo seus ociais sempre em alerta e garantido que todos os seus súditos estivessem protegidos. As navegações espalhadas pelo orde pareciam mais abundantes, provocando um pequeno congestionamento no porto. Um barco de porte médio, casco azul e velas encardidas, aguardava sua inspeção ao balanço tranquilo das ondulações causadas pelo vento na água, uma embarcação que transmitia

a mensagem visual de calma, uma visão muito diferente de um dos tripulantes do barco. Asle, um jovem de 23 anos, a mesma idade da Rainha, tinha a pele escura e brilhante como se fosse constantemente iluminado pelo sol, cabelos negros como a noite sem estrelas, olhos da mesma cor, porém de uma vivacidade ímpar, a postura era imponente e nobre como se nascesse para brilhar e naquele momento era o retrato da impaciência. Asle tinha a postura de um nobre, a honra de um homem, mas o espírito de um moleque. Ele não gostava de esperar, ou melhor, ele não gostava de car parado e se esperar signicava car parado, impaciência ganhava outro nome e esse era Asle. Além de imperativo, o rapaz era um aventureiro, adorava viajar, conhecer novos lugares, culturas e pessoas. Desde que se libertou do seu reino a quase três anos atrás, nunca mais ncou raízes em outro lugar, seu coração era livre e bota livre nisso. O rapaz sempre foi uma pessoa passional, para contabilizar suas paixões talvez fosse necessário as estrelas do céu, mas nunca foi pego de verdade, nunca chegou perto de ter seu coração eternamente cativo a alguém, não que ele tivesse medo que

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isso acontecesse, muito pelo contrário ele sonhava com um grande amor, mas não parecia que um grande amor sonhava com ele. – Ansioso meu amigo? - questionou Julian companheiro de viagem de Asle. – Insuportavelmente ansioso. respondeu se esticando para fora do barco na esperança de ver o andamento do trabalho dos guardas. – Calma, só falta dois barcos. informou o jovem de cabelos castanhos claro e olhos verdes como os mares do seu saudoso reino. – Eu já estou cando nervoso. – Você devia esfriar a cabeça. - falou em um tom zombeteiro. – Eu queria saber quando você vai cansar dessa piada. xxx O belo dia lá fora era convidativo a um passeio pelo reino, talvez uma visita ao palácio de gelo, porém essas opções não eram realmente válidas para Elsa. Com todo o movimento de importação e exportação, novos visitantes curiosos para conhecer o reino da Rainha do Gelo, Arendelle havia se tornado uma confusão de pessoas e as obrigações reais aumentaram de forma incalculável. – Elsaaa! - chamou Anna cantarolando. – O que foi Anna? - questionou a Rainha de maneira mal humorada. – Que mau humor? Você sabia que não sai do castelo faz duas semanas? E que não faz nada divertido a dois meses? – Sim, eu sei. - respondeu cansada passando a mão pelos os loiros quase brancos. – Elsa, você é uma rainha fantástica, a melhor que esse reino já teve. Mas você não pode se matar, minha irmã. Faz quanto tempo que você não vai ao seu castelo de gelo? – Não sei, acho que três ou quatro... – Semanas? - instigou a ruiva. – Meses. - Elsa respondeu em tom de vergonha. A soberana sabia que estava sendo negligente com seu castelo, com sua

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família e até mesmo com sua saúde. Desde do resfriado que pegara no aniversário de sua irmã há dois anos atrás, ela sabia que não era sicamente inabalável, porém com todo o movimento frenético em seu reino ela parecia se esquecer. – Você está certa, Anna. Eu prometo que irei descan... – Perdão, Vossa Majestade. - um ocial adentrou o gabinete real visivelmente preocupado interrompendo a Rainha. – O que está acontecendo? - Elsa se conteve para não ser grossa, odiava ser interrompida, porém a sionomia do ocial indicava que era algo muito sério. O militar se aproximou de Elsa notando a presença da princesa na sala e respondeu baixo o suciente para que só a Majestade ouvisse. – O que está acontecendo, Elsa? questionou Ana curiosa como sempre. – Leve-o para sala do trono, conversarei com ele lá. - a ordem de Elsa soou com uma seriedade e rigidez que poderia intimidar qualquer pessoa na face da Terra, qualquer pessoa menos Anna. – Elsa! O que está acontecendo? – Anna, por favor, que aqui! Assim que eu resolver isso eu respondo o que você quiser. - antes que Anna pudesse concordar ou discordar da irmã, a Rainha saiu da sala. A sala do trono estava mais fria do que o normal, Elsa estava muito nervosa e isso ainda causava alguns descontroles na manifestação dos seus poderes, mas pelo menos a sala não estava coberta por neve e gelo, como ocorreria em uma situação como essa alguns anos atrás. Elsa tinha bons motivos para estar nervosa, o que seu ocial havia lhe informado não acontecia todo dia, ou melhor, nunca acontecia, pelo menos não do jeito como ele havia descrito. Isso poderia ser uma grande ameaça ao reino, a maior de todas elas. Mas, talvez Elsa não deveria se preocupar tanto, anal, tudo acontecera por uma

causa nobre. – Vossa Majestade, posso autorizar a entrada dos estrangeiros? - um dos guardas presentes na sala questionou ansioso. – Absolutamente. As grandes portas da sala do trono se abriram, dando passagem a dois jovens acompanhados de perto por guardas temerosos por estarem exercendo esse trabalho. – Rainha Elsa, esses são Asle e Julian. um ocial informal. – E qual deles realizou tão inesperada ação? - Elsa questionou de forma rme e fria, ao mesmo tempo que tentava demonstrar que não parecia surpresa. – Eu, Vossa Majestade. Asle de Zandara.

CONTINUA...


TOP 05

AUTORES HOT MAIS LIDOS A BOOM! foi até você! Nossa equipe foi às ruas para saber quais autores do seguimento erótico estão dando o que falar. Conra a lista do nosso TOP5.

1° - NANA PAUVOLIH

2° - JOSY STOQUE

3° - DANILO BARBOSA

4° - JANAINA RICO

5º - MILA WANDER

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CAPA

ENTREVISTA NANA PAUVOLIH DRESA GUERRA

Nana Pauvolih é, sem dúvidas, referência na Literatura Contemporânea. Entretanto não é só nos livros que a autora faz sucesso. Dona de um carisma, humildade e simplicidade ímpares, Nana conquista fãs por onde passa. Nessa entrevista, temos a possibilidade de conhecer um pouco mais da autora que conquistou não apenas as prateleiras dos leitores, mas está prestes a conquistar a mídia.

BOOM - Para começarmos, que tal um Nana por Nana? Nos fale um pouco sobre você, sua carreira e seus projetos. NANA: Olá! Sou Nana Pauvolih, escrevo desde os meus 11 anos de idade. Fui professora de História por 18 anos, até resolver mostrar meus textos na internet. Desde então, são mais de vinte e cinco livros vendidos e muita felicidade com meu trabalho como escritora. Pretendo viver assim sempre, do que amo fazer, criando novos livros, novos enredos, novos sonhos. O projeto é não parar nunca.

BOOM! - Atualmente, não podemos falar sobre Literatura Nacional Contemporânea Erótica sem falar de Nana Pauvolih. Como foi o caminho para chegar até aqui? Quando você parou e pensou: é hora de investir mesmo nisso? Teve total apoio da

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família? NANA: O caminho não foi fácil nem rápido, mas também não foi ruim. No percurso aprendi muito, evoluí como escritora, me aprofundei mais no que eu realmente queria fazer. Em 2013 eu resolvi parar de dar aula por um ano e neste tempo me dedicar somente à literatura. Foi uma espécie de teste, que felizmente deu certo. Neste ano lancei muitos livros, fechei contrato com a editora Rocco, percebi que dava para continuar no meu caminho. Não parei mais. Nem voltei a dar aulas. Hoje trabalho exclusivamente escrevendo. Não tive total apoio da família. Uma parte sim, me apoiou muito, mas outra achou estranho eu escrever erotismo, de repente deixar de ser uma professora respeitada e me tornar autora de hot. Acabei até me separando de um casamento de 19 anos por isso, tive vários problemas.

Felizmente o tempo passou, tudo se acalmou e hoje as coisas estão mais tranquilas. Nunca desisti sob as pressões nem pensei em abandonar minha escrita. Eu me orgulho dela.

BOOM - Infelizmente, ainda existe preconceito com escritoras de romance erótico, o que leva muitas pessoas a terem receio em assumir o que escrevem. Você, pelo contrário, tem orgulho em assumir que escreve literatura erótica. Como consegue lidar com o preconceito e qual seria a sua dica para quem escreve, mas tem vergonha de assumir por medo das represálias e preconceito? NANA: A pessoa que escreve erótico precisa entender que o preconceito existe sim e vem de duas maneiras principais: um pelo conteúdo, pois acabam confundindo o autor de erotismo com algum ser decadente e pornográco, que só pensa em sacanagens. E segundo, por acharem romance erótico como uma espécie de subliteratura, como se pelo simples fato de escrever hot fosse algo sem qualidade. Não concordo com as duas coisas e enfrento, mostrando que escrever erotismo é como escrever qualquer outro estilo literário. Basta ter qualidade, amar o que faz,


entender sobre o assunto, se dedicar, ter prazer. Por isso me orgulho. Sou minha maior fã, amo demais o que faço, não vejo motivo algum para me envergonhar. A minha dica é exatamente essa: faça o seu melhor, curta todo o processo e se orgulhe do que é capaz de fazer. Posso garantir que vale à pena e que as respostas positivas são muito maiores e melhores que as negativas.

BOOM - Seus livros alcançam números expressivos de leituras, na casa dos milhões, nas plataformas de autopublicação na internet. Um de seus livros, Ferida 2, recebeu a maior quantidade de avaliações da Amazon BR. Pelas redes sociais, podemos acompanhar o carinho e a dedicação do seu fã-clube, as Nanetes. Como você consegue acompanhar e administrar esse contato com o público? Qual o segredo para manter o público sempre el e conquistar novos leitores? NANA: Eu acho que não tem segredo. Temos que levar para nosso trabalho aquilo que devemos ser em nossa vida particular: respeitosos com pessoas e opiniões, carinhosos com amigos, abertos às novas pessoas que surgem em nossas vidas. Sou com meus leitores o mesmo que sou com meus amigos. E o resultado é o respeito e o carinho recíproco. Nem sempre consigo dar a atenção que eu desejo a todos. Muitas vezes não vejo em todos os lugares que sou marcada, mas tento de verdade responder, ver mensagens, participar. E sempre dar aquilo que eu tenho de melhor. Na verdade, o prazer acaba sendo meu, pois o que recebo, as amizades que faço, o carinho das nanetes, não tem preço. Acho que é um presente de Deus, ao qual sou muito grata. O prossional nunca pode achar que chegou ao ponto que queria e que não precisa mais se dedicar. Eu penso que vou viver em busca do meu melhor sempre, tanto como pessoa quanto escritora.

BOOM - Como é para você ser referência para novos autores e para a Literatura Nacional? A professora de História esperava que um dia isso fosse acontecer? NANA: Eu co realmente surpresa quando vejo autores me elogiando, dizendo que sou inspiração para eles. Na verdade, não me vejo assim. Eu me vejo como alguém que está aí na luta, para aprender, para testar sempre novidades em sua escrita. Mas confesso que dá uma felicidade danada! Saber que muitos me observam, que me admiram, é como se eu tivesse ido além do que já esperei um dia. Nunca esperei mesmo tudo isso. E só tenho a agradecer.

BOOM - A maioria dos autores são leitores vorazes, e com você sabemos que não é diferente. Além de ler os livros, você costuma realizar indicações dos livros que você lê, principalmente dos autores nacionais. Existe algum autor nacional que você indica para todo mundo? Se sim, qual? E quais autores são suas referências e preferências?

Josy Stoque, as novas que estão surgindo e estou conhecendo agora. São mesmo muitos. Na parte do erotismo, fui muito inuenciada por Cassandra Rios, Almudena Grandes, Anais Nin, Henry Miller. Amo suspense e aí entra Harlan Coben e é claro Stephen King. Meu sonho é escrever um grande suspense um dia, estou pesquisando muito para isso. É calro que teria muito erotismo.

BOOM - Escrever romances eróticos, por si só, já costuma render algumas polêmicas. Mas, além disso, você costuma abordar temas tabus e/ou polêmicos em seus livros. Sem citar a cena, para não gerar spoiler, mas Theo possui uma cena que gerou muitos comentários nas redes sociais. Você ca receosa quando aborda algo mais polêmico nos seus livros? É proposital a criação de certas polêmicas, você faz para que haja mesmo a discussão, ou é algo que surge no decorrer da história? E a pergunta que não quer calar: de onde surge a inspiração para essas cenas?

NUNCA FICO RECEOSA DE ARRISCAR

NANA: Tenho vários que amo, nacionais e internacionais. Entre nós, posso indicar uma da qual sou muito fã. Ela diversica na literatura e consegue manter qualidade escrevendo algo mais hot, algo histórico ou até sobrenatural. É a Halice FRS. Amo muito também a escrita doce da LM Gomes, a poética do Danilo Barbosa e da Soa Silva, a variada e rica da Mila Wander e da

NANA: Nunca co receosa de arriscar. Amigas q u e l e r a m alguma cena polêmica antes de e u l a n ç a r , chegaram a me p e d i r q u e tirassem a cena do livro e nunca z isso. Sigo sempre o meu instinto. Aliás, acho minha escrita quase que exclusivamente instintiva. Dicilmente sou racional demais quando me entrego a um livro. Eu deixo uir, me abro às possibilidades, deixo os personagens e o enredo falarem comigo. Por isso, posso garantir que nunca é proposital.

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Surge mesmo no decorrer da história, do que eu tinha pensado de início. Claro, a não ser quando a polêmica já é o enredo em si, como foi Pecadora. Por misturar erotismo e religião, eu sabia que a polêmica estava ali e tentei ser duas coisas: respeitosa e cuidadosa, mas sem perder a liberdade. Acho que a inspiração vem de modo natural. Quando nos conectamos ao romance, mergulhamos nele, passamos a ver várias possibilidades e as cenas vêm de modo fácil. Nunca me preocupei com falta de inspiração. Eu sei que tudo vem na hora certa, desde que eu esteja pronta para observar e receber.

BOOM - Recentemente, fomos brindados com a super notícia de que a sua série Redenção teve os direitos adquiridos pela Rede Globo! Estamos todos na expectativa de ver seus mocinhos e mocinhas ganhando as telinhas do Brasil e quem sabe, do mundo todo. O que passa na cabeça e no coração nesse momento? NANA: Eu realmente explodi de felicidade com essa notícia. Já vinha sendo sondada há algum tempo, participei de reuniões, soube que havia interesse pelo erotismo. Mas até então era algo solto, aberto. Até que pediram um livro meu à editora e soube que estavam analisando vários, mas não sei quais. Minha agente enviou Pecadora. Depois de um tempo, pediram mais livros meus e aí foi Redenção de um cafajeste e Chantagem. Tudo cou parado, sem notícias. Até que, neste ano, recebi um e-mail de minha agente Luciana Villas-Boas dizendo que Redenção de um cafajeste e a série toda tinham sido escolhidos pela Globo. Eu ri, chorei, gritei, comemorei. Meu marido e meus lhos caram sem entender nada, até eu conseguir explicar o que era. Estou ansiosa, doida para começar a conversa, a discutir roteiro, etc. Mas entendo que essas coisas demoram. De qualquer forma, tento manter a ansiedade controlada. Fico

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feliz demais pelo romance erótico ter oportunidade na maior emissora do país. Espero que isso abra as portas para muito mais.

BOOM - “Além do olhar” foi seu último lançamento em formato digital. Sucesso absoluto no Wattpad, com mais de 4 milhões de leituras na plataforma digital gratuita, bateu recorde de vendas em seu lançamento na Amazon, permanecendo por semanas na lista dos mais vendidas, com mais de 400 avaliações positivas. Uma história linda, de superação e quebra de preconceitos, que narra o romance de uma atriz de sucesso com um músico que acaba tornando-se cadeirante devido a um acidente. Enquanto autora e formadora de opinião, qual a importância que você credita a histórias assim, que mostrem personagens que estejam fora dos “padrões normais” da sociedade? Foi difícil a construção da história? Como foi o feedback do público? NANA: Além do Olhar foi uma experiência única para mim. Já tinha abordado temas difíceis como abuso sexual infantil, violência, tinha um conto que prometi virar livro sobre uma moça que sofre de Artrite reumatoide. Mas não tinha imaginado escrever sobre um paraplégico, até uma leitora minha, que é tetraplégica, me pedir um conto com um cadeirante. Às vezes acontece isso: alguém diz algo, conta algo e dá um estalo, uma vontade repentina de escrever sobre aquilo. Fiz o conto para ela e me apaixonei perdidamente por Marcela (nome da minha nanete cadeirante) e Ramon. Soube ali que tinha que escrever mais e larguei tudo que eu tinha na la, passei a postar Além do Olhar no wattpad. Desde o início foi mágico. A história foi difícil por ser um tema desconhecido para mim e nunca quis ser supercial. Conversei com vários cadeirantes, com médicos, pesquisei novos tratamentos, fui à fundo. Acho que o público sentiu isso. Além de se

ligarem no romance, os leitores também gostaram de ver a realidade, de entender melhor a vida de uma pessoa paraplégica. E eu aprendi muito, me apaixonei por eles. Ramon e Marcella só trouxeram felicidade para a minha vida.

BOOM - Marcela, de “Além do olhar”, é uma mulher bem-sucedida, forte, determinada e inteligente, apegada à família e que não tem medo ou vergonha de viver o que sente. Vez ou outra, vemos leitores reclamando que estão cansados das mocinhas “sem sal, submissas e sem vontade própria”, mas quando encontram mocinhas como a Marcela, cam chocados com seu jeito de ser. Você acha que as mocinhas podem servir como referência para mulheres reais e acabar inuenciando em suas atitudes? Qual o seu tipo de mocinha preferido para escrever e por quê? Acha que a única forma de empoderar mulheres nos livros é por meio de personagens independentes ou é possível gerar empoderamento por meio de mocinhas mais frágeis? NANA: Eu acho que as mocinhas podem servir de referência sim, até certo ponto. Não gosto muito de alguns pontos de vista que dizem que não devemos abordar personagens de um jeito ou de outro, pois isso pode inuenciar mulheres. Parece que as mulheres são crianças sem opiniões, suscetíveis demais. O que não é o caso. Vejo minhas leitoras como mulheres formadas e de opinião. Determinados comportamentos dos personagens podem ajudar a se tornar mais aberta, mais sensual, mais forte. Não tenho um tipo preferido de mocinha, acho que ela deve ser construída de acordo com a história. Cada uma é de um jeito e se enquadra no perl desejado. Por exemplo, se em um livro a personagem feminina tem 17 anos e no outro a personagem tem 40, cada uma vai agir de acordo com a sua idade, o seu meio social, a sua criação ou história de vida. As


mulheres podem ser fortes de qualquer jeito. Acho muito chato ter parâmetros estreitos para construir personagens. Ela tem que errar, acertar, se submeter, dominar, aprender, viver, ser ela mesma dentro do que foi proposto.

BOOM - Como você analisa o atual cenário do mercado editorial brasileiro? É possível, para os novos autores, manter a esperança? NANA: O que observo é que o cenário editorial brasileiro está passando por mudanças. Estamos em um período complicado, de crise, em que várias editoras estão sem receber vendas de livrarias e por isso se limitando na hora de contratar novos escritores. Mas acredito que isso seja temporário, que algo melhor vem por aí. De qualquer forma, o escritor tem muitas oportunidades de se mostrar, de se vender, seja no meio digital com a Amazon, seja participando de eventos, feiras, bienais. Então, com certeza precisamos manter a esperança, não desistir, aparecer, divulgar e buscar os melhores caminhos. O que não pode é escrever um livro e car parado esperando os leitores descobrirem a gente no meio de tantos prossionais. Vamos lutar, escrever e buscar os melhores caminhos. BOOM - Se você tivesse que fornecer três dicas de ouro para iniciantes, quais seriam? NANA: Vamos lá: a primeira seria a de amar o seu trabalho acima de qualquer coisa. Não estou dizendo acima de pessoas, mas de qualquer outra coisa na sua vida. Amar como se seu trabalho fosse o melhor do mundo e acreditar nisso, dar o seu melhor para que ele seja mesmo. O que quero dizer aqui é ter um trabalho de qualidade, todo seu, com a sua essência e a sua marca. Segunda coisa: sempre ter respeito. Respeito pelo que você faz, não

deixando ninguém diminuir seu trabalho. Respeito pelos leitores, respeito pelas opiniões. Respeito pelos seus colegas de trabalho. Não se desviar do seu foco para se preocupar com o que o outro faz, mas se concentrar em si mesmo e ser ético consigo e com todos. Segunda coisa: se mostrar. Muitos escritores cam atrás de autores que conseguiram um destaque maior, achando que ele tem que fazer o que lhes cabe. Pensam que é fácil, não querem ter trabalho. E trabalho eu entendo não apenas como escrever um livro, mas como aparecer, se divulgar, se mostrar. Então minha dica é: não que se lamentando, achando que a grama do vizinho é mais verde, esperando que seu caminho seja igual ao do colega. Monte estratégias simples de se divulgar: escreva, compartilhe, mostre, divulgue, faça parcerias, se apresente em eventos, invista, procure agente literário, procure editoras. Não é fácil, não é rápido, mas uma coisa posso garantir: depende de você. Acredite, foque em si mesmo, corra atrás do seu sonho. Sei que acabei falando muito mais do que três dicas aí no meio, mas é que vejo muitos autores novos me mandando mensagem em vários lugares, pedindo que eu leia seus livros, que eu os ajude, que eu divulgue. Não é má vontade, simplesmente não tenho como fazer isso por todo mundo. Tenho casa, lhos, marido, gata, cachorras, meu trabalho, minhas mensagens e fãs, grupos, muita coisa que nem sempre dou conta. E não sou nenhuma especialista. Procuro sempre indicar que a pessoa acredite em si, que observe os melhores caminhos, que lute de verdade. Incentivo, dou cursos, leio quando posso. Mas infelizmente, sou apenas mais uma escritora na luta, como tantos outros. Que z meu caminho com muita dedicação e muita paixão. Claro que farei o que estiver ao meu alcance, divulgando o que eu gostar, dando dicas. Assim como vários colegas

fazem. Mas tem coisas que só nós mesmos podemos fazer por nós. Assim, acredite em si mesmo e vá com tudo. BOOM - Para nalizar, gostaríamos de agradecer sua participação. É uma honra para nossa revista ter você como nossa primeira capa e entrevistada. Estamos muito felizes que tenha aceitado nossa proposta. Poderia deixar seu recado para nossos leitores? Obrigada! NANA: Eu que agradeço muito o convite e a oportunidade. Para mim foi um prazer e uma honra. Eu queria dizer apenas que sou grata demais pelos leitores, pelas nanetes, pelas pessoas que a literatura me deu a oportunidade de conhecer. São amigos, que levarei sempre comigo. Gostaria de dizer também que as diculdades não são empecilhos, mas sim oportunidade para vencermos, carmos fortes, termos conquistas. Então, não desanimem. Não desistam. Mudem as táticas, se aperfeiçoem, mas acreditem sempre em si mesmos. E que a nossa literatura possa ter sempre autores de qualidade, dedicados e apaixonados, conquistando o Brasil. Milhões de beijos e muito obrigada.

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LEITOR

O PRAZER SAI DO ARMÁRIO...

CRIS SARAIVA

Você tem um espaço mais que especial em nossa revista! Aqui você expõe a sua opinião sem precisar se preocupar anal, não cabe criticas na família BOOM!. A nossa leitora de hoje, preferiu usar um pseudônimo para compartilhar a sua opinião e seu amor em relação a literatura erótica. Então com a palavra da nossa leitora, Pequena Gray

Não tem como falar de literatura erótica em 2018, sem pensar em Fancs. Anal, foi graças a elas que o tema saiu da obscuridade. A literatura erótica sai da escuridão, do cantinho do armário, do cantinho da bolsa onde ninguém podia ver. Sim, é daquele romance de banca mesmo que eu estou falando. Para ser sincera, eu tive a experiência inversa. Para mim, romance de banca era que nem caviar: “Nunca vi, nem li, eu só ouço falar”. Comecei (e acredito que como muitas, hoje, leitoras assíduas) com uma boa fanc a abrir meus horizontes literários para esse estilo de leitura, para muitos anos depois, começar a ler meus primeiros romances de banca, que de longe tem o mesmo tom “fodo duro” de algumas fancs. Então, não foi nenhuma surpresa descobrir que 50 tons de cinza derivou de uma, o estilo de escrita não negava. Apesar do romance ter um estilo linguístico mais agressivo do que eu estava acostumada (sou velha

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guarda rs), e eu ter necessitado de três tentativas e uma amiga muito insistente e fã da saga como incentivos, o nalizei com a sensação de, no m das contas, ter lido um romance, abusivo, mas interessante. Porém, de longe o escandaloso 50 tons de cinza é dos piores em nível de explicitação, a autora Abbi Glines é uma das que fazem a fanc de crepúsculo parecer história para criança dormir, e elas não são poucas (sim é uma literatura predominantemente feminina). Entretanto, em uma opinião particular, não gosto da adaptação de fancs para livros. Não é uma questão de classicar o que é ou não literatura, mas sim de estilos de leitura, com ritmos e dinâmicas diferentes, que afetam a experiência literária. Eu também acredito que há uma diferença considerável entre uma literatura sensual e uma literatura erótica (tenho preferência pela sensual), sendo a segunda mais explicita e focada no ato sexual, que a

primeira. Nem sempre a Literatura erótica tem uma história necessariamente envolvente, enquanto que a mesma é imprescindível na sensual, apesar do romance ser fundamental nas duas. A diferença também está na descrição do ato, sendo a sensual muito mais suave na descrição (não necessariamente menos descritiva rs). No nal das contas, todas essas histórias têm uma boa dose de sexo, romance, paixão e aventura, o que é um pouco que toda mulher deseja (até as que não assumem). As mulheres saíram de suas amarras pudicas impostas pela sociedade e admitiram serem dotadas de necessidades e fantasias, tal como os demais mortais. Uma outra característica é um homem extremamente apaixonado, e na maioria das vezes, possessivo, que não admite perder a mulher de sua vida. O que não deixa de ser uma aspiração bem feminina. O que geralmente os personagens masculinos dessas histórias passam para a protagonista são duas coisas que, acredito eu, as mulheres em sua maioria têm procurado em suas vidas, mas que está cada vez mais escasso: segurança emocional e uma boa dose de prazer. Com carinho, Pequena Gray!


CONTO

3 FORMAS DE AMOR DANILO BARBOSA Classicação: 18 + Mila nunca pensou que passaria uma noite como aquela: traída pelo noivo, sentada em um bar sozinha, enchendo a cara, cantando Adele, e pensando como aquele cretino havia decidido troca-lá, um mulherão em todos os sentidos, por aquela coisinha insignicante... O que Mila nem imaginava é que, assim que chegar no seu prédio, vai se deparar com uma cena deliciosamente excitante, a denição mais perfeita dos seus sonhos mais secretos Está pronto para compartilhar essa fantasia com Mila? O conto que deu origem ao livro que estará com a pré-venda em julho

1 – Seu lho da puta! – Foi a última coisa que ele ouviu antes do meu soco acertar sua cara. O desgraçado mal teve tempo de reagir, despencando no chão, o corpo branquelo e pelado parecendo um frango depenado. – Você tá louca, Mila? – ele grunhiu, as mãos tentando estancar o sangue que saía do nariz, as pernas encolhidas tentando proteger o saco antes que eu o atingisse. Olhei para ele com desprezo, tentando ainda manter a classe, lutando para não deixar a Maria do Bairro tomar conta de mim. Ergui a cabeça e tei a cama, vendo uma magrela desbotada cobrir seus peitinhos de ovos estalados debaixo do lençol. – Louco é você, Jorge! Anal, quem trocou uma refeição completa – segurei os meus peitos com orgulho

(tamanho 44 e natural, meu amor!) na direção dele – por pão e água? – Olha aqui, sua piranha – a outra tentou reclamar, mas logo eu a interrompi. – Cala a boca, minguada. Você que está dando para o meu namorado. Na verdade, ex... – Deixei que ela casse reclamando, com sua vozinha esganiçada, e voltei minha fúria para o verdadeiro responsável – Jorge, meu querido, você perdeu o posto de noivo desta gostosura toda aqui... – Mila, eu posso explicar – ele começou a dizer, mas eu mandei ele calar a boca no mesmo instante. Por fora, parecia uma rainha de gelo, mas por dentro eu pensava em mil e uma formas de cortar ele em pedacinhos. – Fala nada não, Jorge. Deixa eu guardar boas lembranças de você, ok? – ele assentiu, obediente. – Antes de eu sair por aquela porta, só quero falar que eu vou te depenar todinho... Vou

te deixar desse jeitinho, no chão, sem nem cueca para vestir. E ai de você se reclamar de algo. Vou adorar queimar sua carreira de promotor em toda a cidade. Faço questão de fazer todo o barraco que não z até agora. Entendeu? – Sim, Mila. Entendi – disse, de cabeça baixa. Estava prestes a ir, para manter a minha integridade intacta, mas decidi dar a última alnetada. Olhei para a baranga pela última vez e comentei: – Queridinha, quer saber? Você me fez um favor. O pau dele nem é essas coisas, e nem sabe bombar direito... E, ah, não foi ansiedade da primeira vez, viu? Ele não sabe mesmo chupar uma boceta. Virei-me e saí do apartamento que eu havia passado tantos momentos felizes. Só depois que bati a porta e entrei no elevador, me permiti chorar. Em silêncio, cheia de raiva e mágoa,

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ainda não conseguindo imaginar como ele havia me traído com tamanha cara de pau, com o casamento marcado para menos de um mês. Assim que sentei em meu carro, me olhei no espelho e na mesma hora peguei um lenço de papel na bolsa. – Camila, meu amor, você está parecendo um panda. Limpei a maquiagem de qualquer jeito, respirei fundo e comecei a dirigir. Não ia me abater por um traste. O meu amor próprio era maior que qualquer homem. Só precisava relaxar um pouco, que no nal tudo iria dar certo. Sentar em uma mesa de bar, tomar uma cerveja gelada e curtir um momento sozinha, para colocar todas as ideias no lugar. Voltar para casa e car sozinha, naquele momento, seria uma péssima ideia.

2 – Mila, querida, quando você vai namorar alguém? Quando vai casar? E os lhos? Pois é, qual mulher não se sente pressionada com as mesmas perguntas chatas que todos vivem te fazendo?! Eu assentia, inventava uma desculpa qualquer e tentava mudar de assunto. Eu já era considerada a ovelha negra da casa, não precisava levantar polêmica. Não pensava para falar, sempre fugi do estereótipo de boa moça, odiava dietas e academia. Enquanto as outras alisavam os seus cachos, eu adorava deixar os meus armados. Abusava dos decotes, sem vergonha ou vontade de me esconder entre as amigas saradas. Eu gosto de ser assim, gordinha, carnuda. Gostosa. Conheci o Jorge através de amigos, nesses encontros às escuras que o povo insiste em nos enar. Ele era bonitinho, tímido, mas compensava porque era bom de papo e tinha um corpo bem gostoso. Uma bunda redondinha que dava vontade de morder, um cacete razoável, pena que

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não se mantinha na ativa muito tempo... Bom, mas isso só descobri depois. O que me atraiu nele é que, desde o primeiro instante que nossos olhos se cruzaram, ele só teve olhos para mim. Ou isso era o que eu pensava. Durante todo o nosso namoro ele me tratou como rainha. Me levava para jantar, adorava me apresentar aos amigos, sabia pressentir a minha TPM e aparece com chocolates e sorvete debaixo do braço. Parece perfeito, não? Como eu não podia aceitar o convite de casamento desse vagabundo?! Depois, repentinamente, ele começou a car distante, sempre ocupado. Primeiro pensei que eu estava com mania de perseguição, stress pré-casamento, mil e uma coisas. Até que um dia, ele disse que ia car no escritório até mais tarde. A trouxa aqui, então, decidiu fazer uma surpresa: comprou aquela lingerie tesuda, pôs um vestidinho sexy – aquele que deixa os caras doidos para meter a cara no seu peito, sabe? – saltos vermelhos e decidiu fazer uma surpresa para o cara que ia me deixar chifruda. Comprei pétalas de rosa, selecionei um vinho especial no buffet (que sou dona e proprietária) e fui lá me jogar na cama do bofe. Só não sabia que ela já estava ocupada. A realidade só veio na minha cara quando desperdicei a garrafa, jogando ela no meio do quarto para que os coelhos percebessem que eu estava ali. Isso foi antes do soco, só para vocês entenderem o rolo todo. Por isso estou aqui, agora, toda gostosa, sentada sozinha em um bar enchendo a cara, cantando Adele, tentando me adaptar a situação de ser solteira e, possivelmente, sem sexo por tempo indeterminado. O jeito era concentrar em outras coisas. Como beber mais um pouco, por exemplo. Até sumir a imagem daqueles dois na minha cabeça, por exemplo.

nem como acertei o caminho de casa. Lembro que fui cantando no carro, como se estivesse dentro de um videokê. Entrei no estacionamento do meu prédio ao som de Bang, da Anitta. Estacionei de qualquer jeito, desliguei o carro, soltei o cabelo e tirei os saltos. Abri a porta do carro e, antes de caminhar tirei as meias – estava alta, mas não louca para destruí-las. Comecei a caminhar em silêncio em direção a porta do elevador. Queria curtir aquele escurinho por um momento, caminhar sem fazer barulho, não pensar em nada. Esquecer que teria de deitar na minha cama e abraçar os lençóis, sozinha, e lidar com todas as chatices de quem termina um casamento antes mesmo dele começar. Quando estava prestes a chegar perto do estacionamento, cantando baixo, um barulho me chamou a atenção. Parei, por um momento, curiosa, pensando se não era um engano. Mas ele se repetiu. Era um gemido, grosso e prolongado, que me fez arrepiar. Que diabos estaria acontecendo? Existem dois tipos de mulheres: as que fogem de algo estranho e as que vão atrás. Adivinhem de qual delas eu faço parte? Caminhei pé ante pé, que nem detetive particular diante de uma pista grande. Um pouco mais à frente, o estacionamento tinha umas vagas escondidas, um lugar que alguém podia perfeitamente se esconder. Ou duas pessoas, como era o caso ali. Isso mesmo. Eu, Mila, a mulher que acabara de car solteira – por opção, é claro – acabei por me deparar com uma das cenas mais gostosas da minha curta e louca vida. Um dos meus sonhos eróticos mais secretos acontecia ali, ao alcance dos meus dedos. Algo que me fez esquecer momentaneamente que eu tive um imbecil que havia me traído. CONTINUA...

3 Não sei que horas saí daquele bar,


AGENDA

PRÓXIMOS EVENTOS LITERARIOS

22° Feira Pan-Anazônica do Livro 01 a 10 de junho Belém/Pa

FLIR - Festa Literaria de Resende/RJ

07 a 10 de junho

Feira Literaria de São Fidélis/RJ 08 a 10 de junho

Feira do Livro de Venâncio Aires

15 a 20 de junho

Feira Literária de Maringá 22 a 15 de julho

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PASSATEMPO

QUAL GÊNERO LITERÁRIO É A SUA CARA? DANIELLE BENTIM Os gêneros literários são diversos e desta forma, a maioria dos leitores acabam identicando- se mais com um determinado estilo. Mas antes de escolher qual livro você vai ler durante aquelas folguinhas na copa do mundo, que tal responder ao teste abaixo e descobrir o tipo de literatura é mais parecido com você? Mas lembre-se! Isto é apenas uma diversão, sua personalidade não pode ser resumida ou avaliada com um simples teste. A leitura em si é um ato de prazer e liberdade. Só você pode escolher o que mais lhe agrada. E ai? esta pronto para brincadeira? Anote suas respostas em um papel, some os pontos e conra os resultados ao nal do teste. Divirta-se! 1. Seu programa preferido durante uma viagem é a) Visitar museus e conhecer um pouco da história local. b) Realizar atividades radicais. Sempre em busca de adrenalina! c) Observar os costumes dos moradores locais. d) Descobrir as lendas e mistérios por trás de cada lugar visitado. e) Conhecer pessoas e fazer amizades. 2. Você acaba de ser sorteado e o prêmio é uma passagem com destino a escolher. Para que lugar você iria? a) Ficaria em dúvida. Seu desejo é fazer um mochilão por vários lugares. b) Qualquer destino da Europa. Adoraria ver de perto toda a cultura do velho mundo e conhecer mais sobre seus antepassados. c) Vaticano. Seu sonho é estar no cenário tradicional do Catolicismo. d) Itália: paraíso de grandes poetas como Lorenzo de Médici e Dante Alighieri, e lugares românticos como Veneza. e) Uma cidade brasileira. Sua vontade é conhecer mais sobre os costumes e a cultura nacional.

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3. Se fosse possível viajar em uma máquina do tempo, para que ano você iria? a) Permaneceria no atual. Gosta da vida moderna. b) Adiantaria o relógio. Iria para o próximo século somente para experimentar as novidades tecnológicas. c) Voltaria ao século XII e participaria de uma Cruzada a m de desvendar os novos mundos. d) Retornaria ao momento exato do surgimento do homem para descobrir, de fato, como tudo aconteceu. e) Século XV. Certamente, participaria de todos aqueles bailes da nobreza que ocorriam em luxuosos castelos. 4. O que não pode faltar em uma viagem? a) O livrinho Minutos de sabedoria para ler uma frase antes de dormir. b) Um affair. Nada como um amor de verão. c) Histórias engraçadas para contar no regresso. d) Visitas a locais turísticos e históricos. e) Aventura e muita adrenalina! 5. Que traço de personalidade uma pessoa precisa


ter para se tornar um potencial companheiro de viagem? a) Espírito de aventura. b) Bom humor. Uma viagem é para ser divertida. c) Curiosidade. Só assim é possível fazer verdadeiras descobertas em uma viagem. d) Companheirismo. É preciso ter disposição para estar junto em todos os momentos da viagem. e) Ausência de preconceitos. A pessoa precisa estar disposta a receber novas informações e vivenciar a cultura do local.

Tabela de pontos: 1. a = 3; b = 2; c = 0; d = 4; e = 1. 2. a = 2; b = 3; c = 4; d = 1; e = 0. 3. a = 0; b = 2; c = 3; d = 4; e = 1. 4. a = 4; b = 1; c = 0; d = 3; e = 2. 5. a = 2; b = 0; c = 3; d = 1; e = 4. 6. a = 1; b = 3; c = 0; d = 4; e = 2.

6. Qual dos títulos abaixo mais chama sua atenção? a) “Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres”. b)“Os homens não são máquinas”. c)“De cabeça para baixo”. d)“Jerusalém”. e) “Histórias de detetive”.

De 0 a 4 pontos – Contos e Crônicas Não é que você não goste de uma dose de cção e fantasia mas seu maior interesse são mesmos os acontecimentos reais e diários. Perceptivo e atento aos detalhes, você gosta de analisar tudo o que acontece ao seu redor. Você tem sede de conhecer os costumes e culturas de outros povos. Como um cronista que expõe sua visão de mundo nos textos, você gosta de tecer críticas e comentários sobre os mais diversos assuntos. De 5 a 9 pontos – Romances e Poesias Sua vida é movida a romance. Apaixonado convicto pela vida, é provável que você seja uma pessoa bem emotiva. Em suas viagens, gosta de estar sempre acompanhando e também de conhecer gente nova e fazer amizades. Ao ler um livro, se atém às páginas que transbordam fortes emoções. Os romances e as poesias têm tudo a ver com você. De 10 a 14 pontos – Suspenses e Policiais Não surpreenderia se sua vida virasse o enredo de um livro de cção – daqueles bem fantasiosos. É que você adora uma aventura e qualquer experiência que gere adrenalina! Quando o assunto é viagem, você não tem um só destino. O mundo é o limite. Com esse espírito aventureiro, que tal um mochilão? Só não esqueça dos livros a tiracolo. De 15 a 19 pontos – Históricos e Biográcos Não resta dúvida de que os fatos históricos exercem verdadeiro fascínio sobre você. É bem provável que, em algum momento da sua vida, você já tenha desejado voltar no tempo só para reviver as experiências de nossos antepassados. Através dos livros históricos e das biograas é possível fazer uma verdadeira viagem na máquina do tempo e ter relatos éis de nossas maiores conquistas ao longo dos séculos. De a 20 a 24 pontos – Religiosos ou esotéricos De espírito curioso, você adora ler sobre os mistérios da vida e do próprio ser humano. Através de suas vivências e leitura busca autoconhecimento e informações de tudo que envolve a criação do mundo, do homem e de suas crenças. Os livros esotéricos ou religiosos fazem o seu perl. Conra estas sugestões espiritualizadas.

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A REVISTA QUE É UM ESTOURO

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