nº 5 - Revista BOOM!

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ANO I - Nยบ 5 MAR / ABR

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FICHA TECNICA GUSTTAVO MAJORY - EDITOR ANDREA MOTTA - COLUNISTA NATHALIA SOARES - COLUNISTA THAMARA GENEROSO - CRÔNICA/CONTO

ELOÁ GASPAR - AUTORA FANFIC GUSTTAVO MAJORY - DIAGRAMADOR / REPÓRTER / COLUNISTA CONTATO: revistaboom.contato@gmail.com

Olá leitores Já estamos na 5° edição da Revista BOOM! e todo esse sucesso nós devemos a você leitor! A cada edição, melhorando e aprimorando nossos conteúdos. Nesta edição, temos na capa a autora Samanta Holtz com uma entrevista exclusiva e com informações inéditas de seu novo trabalho. Temos também uma reportagem especial que nos foi solicitada por vocês. Entenda quais são os principais pontos que levaram a Crise Editorial. A BOOM! está recheada de coisas que você, sendo o leitor que é, não poderá estar por fora. Nossos passatempos vão car para a próxima edição que já está sendo preparada e temos a certeza que vocês vão gostar!!!! Certamente 2019 será um ano de surpresas para quem nos acompanha.... Falando nisso, temos um recadinho da Meus Ritmos Editora, nossa parceira está com vários editais abertos para suas antologias, então você que busca uma oportunidade de ter seus textos publicados, chegou a hora! Aproveite!!!!

Tenha uma boa leitura! Com carinho, Os Editores!

SUMÁRIO 03 - FANFIC: Opostos Perfeitos - Capítulo 5 06 - CAPA: Entrevista Samanta Holtz 10 - RESENHA 12 - PORTUGUÊS 13 - CRÔNICA/CONTO: Dualidade 13 - REPORTAGEM ESPECIAL: Crise literária


FANFIC

OPOSTOS PERFEITOS

ELOÁ GASPAR

Classicação: 13 + Categoria: Frozen Personagens: Anna, Elza, Hans, Kristoff, Marshmallw, Olaf. Personagem Original, Trolls Gêneros: Romances

CAPÍTULO 5 Asle voltou para seu quarto sem se preocupar em ser discreto, ele não era do tipo de pessoa que se preocupava em ocultar as coisas, nem mesmo seu poder, apenas o fazia para evitar situações como a que estava metido agora, praticamente refém de uma rainha super protetora com capacidade de congelar um reino. Chegando ao seu quarto Asle se arrumou sem pressa, reetindo sobre o que tinha acontecido a pouco. Elsa o tirava do sério, isso era óbvio, o estranho era que ele no fundo gostava. Na primeira vez que pôs os olhos sobre a Rainha, se sentiu encantado com sua beleza, para logo depois detesta seu jeito frio e superior, mas a observando com a irmã e com a recente briga, Asle pode perceber que Elsa era bem mais que isso e mesmo sem conhecê-la profundamente, era possível armar que os dois eram opostos perfeitos e de alguma forma louca e irresistível isso o atraia.

Ele sabia que tinha sido imprudente e precipitado. Elsa que tinha começado a criar as camadas de gelo ao seu redor, mas Asle estava ciente de que aquela reação não era um simples desaforo, era prudência, algo que a Rainha tinha até demais. Contudo, Asle não conseguia explicar aquela briga, tinha sido algo tão bobo. Ele sabia que Elsa o tinha feito esperar de propósito e que gostava de como conseguia deixá-lo ainda mais impulsivo do que o normal, mas mesmo assim, não era motivo para tanto. O que aquela mulher estava fazendo com ele? Como alguém tão centrado, racional e exemplar podia despertar o pior dele? E o pior de tudo, por que ele estava gostando? – Eu devo estar cando maluco. – falou consigo antes de voltar ao seu trabalho. xxx – Que bom que já voltou. – Elsa comentou, desviando o olhar dos papéis ao notar a presença de Asle. – Já com saudades? – o

comentário irônico escapou de Asle mais rápido do que ele pode conter. Elsa respirou fundo tentando ignorar o comentário do rapaz. – Nós vamos até o vilarejo as margens do orde. – Eu posso saber o motivo? – Apesar de não ser da sua conta, pode sim. – respondeu como se o fora inicial não fosse nada. Ela sabia que essa pequena implicância o tirava do sério, mas para sua surpresa ele reagiu bem. – Nós vamos a casa do vendedor de gelo responsável pelo acidente que você evitou. – Asle se assustou com a resposta. – Por que? – questionou sem esconder seu temor. – Não entendo tamanho espanto. Por acaso acha que estou indo lá para transformá-lo em uma estátua de gelo? – Pelo o que eu ouvi falar não seria a primeira vez. – Asle se

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arrependeu de suas palavras no exato momento em que elas saíram da sua boca. Ele jamais poderia ter feito referência pior. – Eu consigo tolerar toda a sua petulância, mas nunca mais em sua existência insinue que eu faria mal a alguém do meu povo! E nunca mais faça referências a histórias que você não conhece. – uma voz nunca tinha sido tão fria e cortante aos ouvidos de Asle. Os olhos de Elsa pareciam lâminas de vidro capazes de corta seu coração em pedaços e ele sabia que essa era a vontade da Rainha naquele momento. – Me perdoe, eu... – Asle tentou reverte a situação, se sentindo realmente culpado. – Faça um favor a nós dois e permaneça calado em minha presença. – Asle odiou o jeito frio e superior de Elsa ao falar com ele, porém conteve a resposta sabendo que realmente havia passado dos limites. Silêncio. Foi apenas silêncio o que reinou entre Asle e Elsa durante o caminho até a casa do vendedor de gelo, Asle bateu na porta e não demorou para que fossem atendidos. – Majestade?! – o vendedor falou surpreso ao ver a Rainha. – Senhor Halvard, posso entrar? – a soberana questionou de forma seria, porém gentil. – Óbvio que sim, Majestade. – respondeu rapidamente, abrindo mais a porta para que Elsa e Asle passassem, sem notar quem era Asle. – Tomei ciência do acidente com o seu trenó. O senhor gostaria de me explicar como aconteceu? – Elsa começou enquanto se acomodava na poltrona que Halvard lhe ofereceu. – Vossa Majestade, como foi informado na reunião dos líderes comerciais de Arendelle, está ocorrendo uma baixa no mercado de venda de gelo, estamos com cada vez menos trabalhadores na área. – Lembro bem. – Dessa forma, há mais oportunidades de trabalho. – E por esse motivo começou a trabalhar mais do que consegue e do que é seguro. – deduziu de forma recriminatória.

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– Não exatamente, eu vi uma oportunidade e uma solução para o meu problema. Minha esposa está grávida novamente e isso aumenta as despesas. – Compreendo, mas isso não justica sua imprudência. Se não fosse pelo senhor Asle, algo de pior poderia ter acontecido. Por isso o senhor está suspenso de suas atividades por uma semana e o senhor Im assumirá seu cargo no conselho. – Eu compreendo sua punição, Vossa Majestade. Porém, eu não posso car sem trabalhar. – Eu sei, por isso eu vim até aqui. Seu lho mais velho já não está na idade de trabalhar? – Sim, mas ele não leva nenhum jeito para o negócio do gelo. – Ele está aqui? – Sim, eu vou chamá-lo. O homem saiu da sala deixando Elsa e Asle a sós. O clima ainda era tenso, Asle tentava controlar sua vontade de falar algo para consertar aquela situação, mas ele sabia que se abrisse a boca Elsa congelaria a casa. Elsa se forçava em pensar algo para falar e diminuir a tensão, mas ela estava com muita raiva, ou melhor, ódio. Ela não estava realmente preocupada com a tensão do momento, porém ela sabia que aquilo não podia continuar, a loira não queria abrir mão de ter Asle por perto, de poder acompanha seus passos e tudo isso só ia funcionar se eles não se matassem assim que tivessem a oportunidade, mas aquele idiota tinha insinuado que ela congelaria Halvard, assim como congelou sua irmã. As lembranças de ter ferido a irmã mais nova ainda doíam, e como doíam. Anna já tinha perdoado há séculos, porém Elsa ainda não tinha se perdoado completamente. – Elsa... – Asle tentou falar, mas logo foi interrompido por Halvard acompanhado de seu lho. – Vossa Majestade, aqui esta Gustav meu lho. – Gustav, eu já ouvi falar de você. Você é músico, não é? – Elsa questionou sorrindo, aliviada por não ter começado uma conversa com Asle. – Sim, Majestade. – o garoto respondeu rápido e um pouco nervoso com a presença da Rainha.

– Por um acaso você seria um autista? – Sim, sou sim. – alou puxando da mesinha uma caixa retangular. – Então toque para mim. – Gustav arregalou os olhos ao escutar o pedido da Rainha, mas não questionou. O rapaz retirou a auta de dentro da caixa com um pouco de diculdade, devido ao nervosismo e logo então começou a tocar. No começo as notas pareciam confusas e desarranjadas, mas sem demora Gustav começou a tocar o instrumento perfeitamente bem, como um músico prossional, o talento e o preparo do jovem eram inegáveis. – Eu gostei muito. Está contratado. – Elsa foi direta se levantando da poltrona. – Como? – questionou o autista surpreso. – A Banda Real estava precisando de mais um autista e estamos iniciando um projeto para ensinar música as crianças, mais um professor seria ótimo. – Vossa Majestade, eu não sei como agradecer. – senhor Halvard falou emocionado. – Por favor, não há o que agradecer. Gustav é muito talentoso e merecedor de tal cargo. – Obrigado, Rainha Elsa. – Gustav falou com um sorriso maior do que cabia em seu rosto. – Não por isso. Esteja amanhã, às 9 da manhã, no castelo, se identique e será prontamente inserido na sua nova função. E assim, além de exercer um bonito trabalho, poderá ajudar seus pais. Agora eu tenho que ir. xxx Antes de voltar ao castelo, Elsa andou mais um pouco pelo vilarejo, falando com as pessoas, analisando as necessidades e os avanços do seu reino e tentando ao máximo não olhar para Asle. O estrangeiro por sua vez, não tirava os olhos de Elsa e isso não tinha nada a ver com sua função de guarda pessoal da Rainha. Asle estava encantado e ainda mais culpado, o jeito de falar


superior e a forma como decidia as coisas como se soube o melhor a ser feito sem consultar a ninguém ainda o irritava, mas ele se sentia um monstro por ter falado aquilo para Elsa. Ela tinha se mostrado uma ótima rainha e principalmente uma ótima pessoa, conseguiu ser responsável, rígida, amável e bondosa de uma vez só, coisa que Asle não considerava ser capaz de ser, pelo menos não tudo ao mesmo tempo. Como ele podia ter sido tão idiota? Ao chegar no castelo, Elsa seguiu direto para seu gabinete, acompanhada de perto por Asle, que tentava mais uma vez não falar algo que piorasse a situação. – Elsa. – Asle soou inseguro enquanto encostava na porta do gabinete. – Está liberado por hoje, pode ir. – Elsa falou rápido e cortante de costas para ele. – Me perdoe... – ele tentou começar, mas ela não queria ouvir. – Só saia daqui. – Elsa se virou o olhando de cima pra baixo, com a postura que tanto o irritava, mas ele não se intimidou ou perdeu a cabeça. – Eu fui um idiota. – Você é um idiota. – Pode ser verdade, mas só me escuta. – Elsa estava pronta para lhe dar as costas novamente, mas ele a segurou pelo braço se aproximando. Elsa sentiu como se o fogo a tivesse consumido com aquele toque, ela nunca tinha sentido aquilo. Isso deve ser por causa do seu poder, ela pensou, porém a Rainha sabia que não era só isso, tinha algo diferente, intenso, maravilhoso. Mas ela estava com raiva, ela tinha que lembrar que estava com raiva. – Me solta. – Asle a puxou para mais perto de si, ansioso por mais de sua presença que era como uma brisa refrescante em uma tarde abafada. – Eu só te solto se você me ouvir. – Eu vou congelar você por inteiro. – Não vai, porque apesar de não ser daqui, eu estou em suas terras e como um ocial do reino, tecnicamente faço parte do seu povo e

você nunca machucaria um dos seus. – falou sorrindo orgulhoso por ter usado as palavras dela contra ela. – Não me provoca. – a Rainha praticamente grunhiu. – E eu faço outra coisa desde que cheguei aqui? – Elsa não sabia como ele conseguia ser tão irritante. A Rainha puxou o braço rápido e com força, se soltando e dando as costas novamente a Asle, porém ele foi lépido e segurou os braços de Elsa, a puxando contra seu peito em seguida. O calor de Asle era intenso mesmo através da roupa, fazendo com que Elsa sentisse suas costas sendo aquecidas pelo sol forte, para pessoas normais essa sensação podia ser uma tortura, mas para a Rainha também era, só que de uma maneira nada desagradável. – Você está passando dos limites. – a voz de Elsa nada tinha a ver com a da Rainha do Gelo fria e superior, mas Asle não poderia se aproveitar dessa fraqueza, pois ele estava tão atordoado que não conseguia ser irônico. – Me perdoe, Rainha, me perdoe. Eu fui um completo idiota precipitado, um babaca. – o hálito quente de Asle batia contra a nuca de Elsa, a impedindo de raciocinar direito. – Tudo bem. – a resposta não parecia sincera, e sim desesperada para sair daquela situação. – Acredite em mim, eu disse aquilo porque eu não te conhecia, mas agora eu vejo que você nunca faria mal a ninguém por vontade própria, sei que

ama sua irmã e nunca mais cometeria o mesmo erro. – ele estava sendo sincero, ela podia sentir, ela podia senti até demais. Asle soltou Elsa sem muita vontade e ela se virou para ele, o olhando direto nos olhos. Grande erro! O olhar dele era intenso, vivo, como uma chama que nunca se apaga, Elsa nunca tinha sentido o que estava sentido naquele momento e isso a assustava. – Você esta perdoado. Mas agora pode ir, aproveite o dia de folga e esteja aqui amanhã, às 8 horas. – falou se afastando o mais rápido que pode. – Você vai estar aqui? – perguntou em um tom de brincadeira tentado aliviar o clima. – Eu garanto que sim. Agora pode ir. CONTINUA...

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CAPA

ENTREVISTA SAMANTA HOLTZ GUSTTAVO MAJORY

BOOM: Todos nós conhecemos a Samanta Holtz escritora. Gostaríamos de começar a nossa entrevista perguntando: quem é a Samanta Holtz de Camargo? SAMANTA: Agora, também Civitella! (risos) Ganhei mais um nome em maio passado, quando me casei com meu grande amor! Acredito que a “Samanta da vida real” é muito parecida (se não exatamente igual) à “Samanta Holtz” que vocês conhecem e acompanham pelas redes sociais. Meu jeito de ser, agir, pensar e me comunicar são os mesmos, pois a Samanta-escritora é uma parte inerente à Samanta-pessoa. Ela é um sonho pessoal que se tornou realidade! Desse modo, eu nunca criei uma personagem para minha atuação prossional ou sequer adotei um comportamento especíco para o público. Escrevendo, autografando, cozinhando ou jogando conversa fora, vocês encontrarão a mesma Samanta: uma pessoa otimista que gosta de buscar a evolução para fazer sua parte por um mundo melhor. Que ama os animais, a natureza, as pessoas... e

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escrever, claro! Mas também ama ler e é apaixonada por música, especialmente instrumental. Adora ter momentos de silêncio consigo mesma, ao mesmo tempo em que ama emprestar o ombro e os ouvidos para acolher alguém que precisa desabafar. E que, em resumo, é muito grata e feliz pela vida e por cada oportunidade de fazer as pessoas à sua volta mais felizes também!

BOOM: Samanta, ao te conhecer, a impressão que temos é de que você parece ser uma pessoa muito calma, a ponto de nos transmitir uma tranquilidade que chega a ser inexplicável. Você poderia nos falar quais são as coisas que mais a tiram do sério? SAMANTA: Que legal saber disso! Eu realmente prezo pelo equilíbrio em todos os sentidos. Gosto muito de meditação e adoro estudar tudo o que diz respeito à inteligência emocional para saber lidar melhor com as pessoas – e, especialmente, comigo mesma! E, claro, como todo mundo, tenho meus “momentos irritadiços” – hahaha! Meu

marido seria a pessoa perfeita para responder a essa pergunta porque, agora que casamos, é sempre ele quem convive com esses momentos, tadinho. Bem, o que eu já sei logo de cara é que, quando eu planejo os objetivos a serem cumpridos no dia, se começam a aparecer imprevistos, distrações ou qualquer outra coisa que me impeça de concluir o que eu havia estipulado, isso me tira do sério. Não sei se é por me cobrar demais, mas eu co muito irritada comigo mesma por não ter concluído tudo o que planejei. O mesmo acontece quando eu “empaco” em uma história e não consigo escrevê-la no ritmo em que gostaria – seja por conta de outros compromissos ou por bloqueio criativo. Eu co insuportavelmente chata! (risos) E também ando buscando melhorar minha forma de reagir quando sou contrariada ou recebo uma crítica. Prossionalmente, lido bem. Mas já percebi que preciso reagir melhor a críticas pessoais!


BOOM: Depois de conhecermos um pouquinho da sua vida pessoal, vamos começar a falar da sua vida prossional? Em muitas entrevistas, quando explica seus livros ou sua forma de escrita, você costuma falar “Romance Romântico Samant a Holtz”. Gostaríamos de saber quais são as principais características desse “estilo”, o que você não abre mão de colocar em suas obras? SAMANTA: Já publiquei diferentes tipos de história, desde enredos mais dramáticos, como “Renascer de um Outono”, mais realistas, como “O Pássaro”, e até mesmo o que os leitores chamam de “conto de fadas moderno”, como é o caso de “Quero ser Beth Levitt”. Em qualquer obra que eu escreva, não importa o estilo, há dois pontos dos quais faço questão: o primeiro, é que seja uma história bem amarrada e surpreendente, que proporcione horas muito agradáveis de leitura. O segundo e mais importante é: levar uma mensagem marcante. Gosto de pensar que o leitor irá concluir a leitura e, por mais que se afaste do livro, a história jamais o abandone. Que ele guarde no coração as lições, exemplos e inspirações que terão impacto positivo em sua própria vida. É esta a minha missão ao escrever histórias!

BOOM: “O pássaro” foi seu terceiro livro escrito, entretanto o primeiro a ser publicado. Em diversas entrevistas e palestras, você disse que o primeiro livro escrito, “Renascer de um outono”, foi enviado a diversas editoras, mas não houve resposta para a publicação até o ano de 2014. Poderia nos contar por que acabou decidindo apostar em outras obras, como “Quero ser Beth Levitt”, para “furar a la” de publicação? E podemos ter esperanças de ter a publicação desse seu segundo romance escrito? SAMANTA: Lidar com a negativa é algo com que o escritor deve se

acostumar, principalmente no início da carreira. Conseguir espaço no mercado editorial é muito difícil e, quando uma editora nega a publicação de uma obra, ou sequer envia resposta, isso não signica que o trabalho seja ruim. Signica que há muuuita gente enviando originais para avaliação, tornando praticamente impossível que todos sejam lidos, quanto menos que sejam todos publicados – por melhores que muitos deles sejam. Passei por isso com meus primeiros livros e o próprio “O Pássaro”, logo que terminei de escrevê-lo, foi negado algumas vezes antes de eu conseguir um contrato de publicação. Depois de publicá-lo, apostei em “Quero ser Beth Levitt” porque era uma história que eu havia acabado de concluir, e na qual estava apostando muito! Foi só depois, conversando com meu editor da época, que ele perguntou se eu tinha algo novo a apresentar... e eu me lembrei de “Renascer de um Outono”, todo empoeirado na gaveta (risos). Eu o escrevi na adolescência e sabia que, antes de publicar, seria preciso trabalhar bastante o texto para deixar a escrita mais madura, inclusive resolver alguns problemas de amarração na história. Foi um dos motivos que me levou a postergar a publicação dele: saber que, embora ele estivesse pronto, não estava concluído. Como diz o ditado: “escrever é reescrever”. Ter essa consciência, e saber que o trabalho do autor não começa quando ele digita “m”, faz toda a diferença na hora de tomar decisões e saber quais histórias já estão prontas para serem expostas ao mundo! Quanto ao segundo livro escrito... por enquanto, ele cará mais um tempinho na gaveta! (risos)

alvo jovens e adultos. Para você, quais são as principais ameaças e os principais benefícios dessa ferramenta? SAMANTA: No sentido da Literatura, o que eu mais vejo são benefícios. Se por um lado o avanço da tecnologia pode ameaçar o “livro impresso tradicional”, ela abre portas para a expansão do ebook, do audiolivro e das mais inovadoras formas em que uma história pode ser acessada e vivida por um leitor – além de, na maioria das vezes, serem mais baratas. É uma forma de fomentar o acesso e o consumo de Literatura, o gosto por histórias, o conhecimento dos autores do Brasil e do mundo. Eu sou uma eterna apaixonada pelo livro impresso, acho difícil pensar que um dia a tecnologia irá eliminálo ou removê-lo completamente. Mas precisamos ser democráticos e pensar que a tecnologia atua em nome do bem maior, que vai além da forma como as histórias são compartilhadas e proporciona maior alcance. Já fora do âmbito literário, claro, há muitos outros pontos a apontar, especialmente as ameaças – como a geração de pessoas desconectadas do mundo e conectadas nos dispositivos móveis, que não socializam mais e não conversam umas com as outras. É importante prestarmos atenção porque tecnologia alguma jamais substituirá o calor de um olhar ou abraço!

BOOM: Você é uma autora que está em todas as redes sociais, BOOM: Atualmente a O TRABALHO DO I n s t a g r a m , F a c e b o o k , tecnologia atinge todas AUTOR NÃO as idades. É muito fácil COMEÇA QUANDO Twitter dentre encontrar criança ELE DIGITA “FIM” o u t r a s . A l é m disso, grava mexendo em aparelhos vídeos para o YouTube. Em que até mesmo pessoas mais velhas e momento você decidiu reservar um idosos. É evidente que a tecnologia não pouquinho do seu tempo para é mais uma coisa que tem como público

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investir nessa nova plataforma? Você tem tido os resultados que havia esperando? SAMANTA: Minha entrada no YouTube foi motivada por um fator bastante curioso: todos os dias, eu recebia mensagens e e-mails de novos escritores ou aspirantes à carreira pedindo dicas, conselhos e orientação tanto para escrever quanto para publicar histórias. E, como eu simplesmente não consigo ignorar um pedido de ajuda, tampouco enviar uma resposta automática e rápida, eu acabava dedicando muito tempo nessas respostas. Esse tempo, claro, começou a fazer falta, visto que eu sempre trabalhei fora além de escrever e gerenciar minha carreira. Comecei a criar textos-padrão para cada tipo de dúvida que eu recebia e usá-los nas respostas, para torná-las mais ágeis, e foi quando percebi: aos poucos, através desses modelos de resposta, eu estava montando um verdadeiro tutorial para novos escritores. Assim, pensei: “por que não gravar vídeos com esses temas e, quando alguém me procurar pedindo ajuda, eu indico que visite o canal e procure a resposta por lá?”. Seria uma forma de um novo autor ter acesso não somente à resposta que ele procurava, mas a outros temas que também poderiam ser do seu interesse. Assim, comecei! Sem qualquer pretensão de conseguir leitores, seguidores ou sucesso, apenas deixar minha ajuda ali, disponível. Hoje, os mais de 3.500 seguidores e o alto engajamento nos vídeos são uma grande surpresa, pois eu sinceramente não esperava tal repercussão dos vídeos! E sou muito feliz e grata pela oportunidade de ajudar de alguma forma aqueles que estão começando na carreira.

BOOM: “Loucas por Samanta Holtz” é o nome do seu principal fã clube. Qual foi a sensação ao descobrir que você havia ganho um fã clube?

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SAMANTA: Sem sombra de SAMANTA: Ah, foi maravilhosa! Uma dúvida, é o que estou escrevendo das minhas maiores realizações, como agora! Além da escritora, é saber que a paixão escrita dele ter por meus livros trouxe à tona acompanhado grandes amizades, como a EU NÃO A momentos em que das “loucas”. Lembro-me ESCREVERIA me faltou tempo, bem de quando o FC ainda “APENAS POR c o m o não existia: elas comentavam ESCREVER” preparativos para em minhas postagens e, o casamento, através dos comentários, reforma, mudança de casa e o começavam a interagir umas com as começo da vida de casada (que traz outras, trocar opiniões, ideias. Até que muuuitas mudanças na rotina), a montaram um grupo no Facebook para história está cando maior e mais falar sobre meus livros. E, do grupo, complexa do que eu havia veio o fã-clube! Hoje, muitas delas se planejado, além de trazer uma tornaram amigas a tal ponto que uma já mensagem que condiz cada dia foi convidada até para ser madrinha do mais com os tempos de lho da outra (é sério!). Saber que intolerância que estamos vivendo. minhas histórias as aproximaram e A narrativa traz dois pontos de receber tanto carinho de cada uma delas vista paralelos e, pelas minhas é algo inexplicável! contas, se eu não mexesse em nada no texto, já daria mais de 800 páginas no formato nal de livro BOOM: Você tem vontade de voltar a impresso, só até agora. É texto pra escrever sobre algum universo que já caramba! (risos) Assim que eu tenha explorado? Seus leitores cobram concluir, terei que reler com muito continuações? cuidado para enxugar ao máximo essa história sem afetar sua SAMANTA: Eles cobram muito, essência. Será um desao, mas do especialmente para “Quero ser Beth tipo que eu adoro! Levitt”. É o romance do qual mais me pedem continuação! Felizmente para eles (e para mim também, pois foi uma BOOM: Há pouco tempo, vi uma surpresa emocionante!), algumas campanha no Facebook para que o leitoras do fã-clube se reuniram e seu livro virasse lme. É claro que escreveram “Depois Daquele Acaso”, todo autor almeja isso. Se te uma fanc que conta, pelo ponto de oferecerem hoje essa proposta, vista delas, como foi a vida de Amelie Wood depois do nal do meu livro. E a história cou tão tocante! Quem tiver interesse em ler, está disponível para download gratuito em meu site. Quanto a mim, seria legal, sim, revisitar alguns universos. Mas ainda não tive ideias fortes o suciente para mergulhar em uma continuação! Eu não a escreveria “apenas por escrever” ou porque os leitores estão pedindo, e sim se eu sentisse que realmente havia algo novo e verdadeiro a ser criado para o público.

BOOM: Qual foi o livro que você teve mais diculdade em escrever e por que?

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qual livro gostaria de ver primeiro em audiovisual? SAMANTA: Nossa, que pergunta difícil! Praticamente impossível escolher um... (risos) Mas eu acho que caria entre “Quero ser Beth Levitt” e “Quando o amor bater à sua porta”. O primeiro, porque daria uma história muito encantadora... praticamente um desses lmes de princesas modernas da Disney! E o segundo porque tem uma trama bem envolvente, perfeita para um lme. Embora, claro, eu adorasse ver os cenários da Idade Média de “O Pássaro”, ou ajudar a desenhar as cidades ctícias que criei para “Renascer de um Outono”... resumindo, como eu disse no começo da resposta: praticamente impossível escolher!

BOOM: Como você vê a crise do mercado editorial atualmente? Você consegue ver uma esperança? Teria alguma sugestão de como superá-la? SAMANTA: Ah, quem sou eu para sugerir alguma coisa? Penso que a união é a resposta. União dos autores, leitores, editoras e livreiros. Como todas as crises, esta terá o seu momento de acabar e, até isso acontecer, penso que o caminho é buscar parcerias e apoio mútuo em vez de fomentar a concorrência.

BOOM: Seus livros são voltados mais para o público jovem e adulto. Você tem planos para escrever pra adolescentes ou crianças? SAMANTA: Como visito muitas escolas, este é um pedido que acontece muito! Ainda não tive “a grande ideia” para trabalhar um livro infantil, mas seria algo que eu adoraria fazer. Adoro o universo lúdico e criativo das crianças e, quando estou com elas, minha mente vai longe! Acho que eu acabaria fazendo histórias bem “viajadas” (risos).

BOOM: Todos viram que Samanta se casou no ano passado. Certamente sua rotina deve ter mudado, acarretando outras mudanças. Você sentiu que essa nova vida que vem levando desde então mudou sua maneira de escrever, as temáticas ou até mesmo a forma de abordagem de determinados assuntos? SAMANTA: Afetou principalmente minha rotina de escrita, bem como de gerenciamento das redes sociais. Já não consigo dedicar o mesmo tempo de antes à carreira e, como cuido sozinha tanto da escrita quanto da divulgação e das redes, o pouco tempo que tenho, disponibilizo para escrever. Podem ver que minhas atividades online diminuíram muito, especialmente no

YouTube, em que a preparação e edição dos vídeos (também feitas por mim) demandam muito tempo. Aos poucos, porém, tudo vai se ajeitando e já estou conseguindo me organizar melhor! É tudo questão de adaptação e paciência.

BOOM: Infelizmente, temos que encerrar nossa conversa. Queria agradecer imensamente por ter aceitado o convite em compor nossa Revista. Mas, em nossa última pergunta, para deixar uma curiosidade em nossos leitores, quais são seus projetos futuros? Poderia nos revelar alguma pista? SAMANTA: Eu que agradeço pelo convite, de coração! Sobre projetos futuros, acho que já soltei alguns “spoilers” na nona pergunta... (risos) o que eu posso dizer é que vem um “livrão” por aí – literalmente! A história cará longa, mesmo depois que eu dê uma boa enxugada, e tem uma temática toda dedicada ao feminino. Acho que a mulherada vai gostar bastante! Quanto aos homens... quem sabe os ajude a entender um pouco mais desse universo que eles dizem ser tão complexo!

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RESENHA

MODERNAS E EMPONDERADAS... NATHÁLIA SOARES BLOG APAIXONADA POR PALAVRAS

Os Contos de Fadas como você nunca viu – Cleia Lira Gênero: Literatura Nacional/Contos Avaliação: 5 estrelas Classicação Etária: 14 anos Número de páginas: 208

Oi, leitores da Revista Boom, tudo bem com vocês? Hoje trago a resenha de um livro maravilhoso, que é uma coletânea e cinco contos de princesas modernas que vocês vão amar e se inspirar.

UM CONTO QUASE DE FADAS “Nunca fora tão difícil não ceder ao desejo e mergulhar de cabeça numa montanha-russa de sensações.” Neste primeiro conto do livro conhecemos Ella, a Cinderela, que após a morte dos pais é obrigada a ir morar com o tio. Ao chegar lá, a tia e as primas, que ela não conhecia, a zeram de empregada, como no original, Ella tinha que limpar os quartos, os banheiros e tudo o resante da casa. Até que um dia, o tio que, não sabia de tudo o que estava acontecendo, a chama para trabalhar na empresa que ele trabalha. Ella adorou a oportunidade,

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pois assim seria mais independente e poderia se livrar da tia e das primas que não suportava. Na empresa, ela servia café para todos, menos para o dono, pois a única pessoa que poderia entrar na sala dele era Leila, que acabou virando sua melhor amiga. Certa noite, Leila chama Ella as pressas para ir ao apartamento dela e a amiga vai correndo achando que está em apuros, mas chegando lá encontra a amiga com o convite para uma festa de máscaras da empresa, onde Leila teria sido convidada, mas não iria e queria que Ella fosse, pois a achava que amiga precisava sair e curtir mais a vida, o que Leila não sabia era que essa festa mudaria a vida de Ella para sempre. O ENCANTO DE BELA “Porque, nos sonhos, você pode fazer qualquer coisa, sem medo de sofrer as conseqüências, pois, quando acordar, tudo estará do mesmo jeito de deixou.” Nesse conto inspirado em Bela e

a Fera, conheceremos o jovem, bonito e rico Rodrigo que acaba de se formar em medicina e ser aceito em um renomado hospital para fazer residência. Mas ao sair de uma festa bêbado dirigindo uma moto, ele sofre um acidente e metade do seu corpo ca queimado. Nem mesmo o todo o dinheiro da sua família consegue fazer com que sumam as cicatrizes e ele decide ir morar na casa do lago que a família tem, para que ninguém pudesse o ver. A reclusão fez Rodrigo car mal-humorado, ele nunca conversava com ninguém, nem mesmo com os poucos empregados que viviam na casa. Até que a nova empregada, a jovem e bonita Isabela, chega fazendo com que ele veja muito além das suas cicatrizes. O VENENO DA MAÇÃ “Se antes era impossível esquecê-


lo depois que fui rejeitada se tornou bem pior. Tentei esquecer que ele confessara que estava atraído por mim, mas, conforme os dias passavam, era só nisso que eu conseguia pensar.” Nesse conto da Branca de Neve, temos a oportunidade de conhecer Raquel, uma jovem que cresceu em uma fazenda com os pais e mais sete irmãos, todos homens e mais velhos que ela. Seu pai tinha uma grande plantação de maçãs e era um dos maiores produtores da região. Ela almejava a chegada do ano seguinte, para ir pra faculdade na capital e onde caria longe dos seus irmãos e poderia viver sua vida em paz. Sua vida estava na codidianamente pacata até a chegada do agrônomo que cuidaria das pragas que estava dando nas maças. Um homem moreno, de corpo atlético, que faz com que o coração da Branca como era conhecida - bater mais forte. Mas o que ela nunca poderia imaginar é que o coração do agrônomo também batia mais forte por ela, mas ele se mantinha afastado por medo do pai e dos irmãos da garota. Mas viver esse amor proibido era tudo o que mais queria, mesmo sabendo das consequências que poderiam causar. ATÉ VOCÊ ACORDAR “Senti o mesmo perfume

garoto já o zera.”

amadeirado e refrescante e, quando nossos lábios se tocaram, tive a certeza de que já o beijara antes; se fora naquela vida ou em outra, ou mesmo num sonho, isso não importava mais.” Nesse conto, conheceremos a triste história, mas com um nal feliz de Aurora, Bela Adormecida, que na noite de seu baile de formatura, acontece um terrível acidente no caminho, fazendo com que ela entre em um coma profundo. Uma imprudência, faz com que Aurora perca anos de sua vida na cama de um hospital, perdendo parte de seu futuro brilhante. Arthur é um médico que começa a trabalhar no hospital em que Aurora está internada, ele passa para ver o estado de sua paciente ele sente algo diferente e começa a contar a ela detalhes de sua vida, Aurora mesmo em coma, estava ouvindo e sonhando com tudo que ele contava e o jovem médico a cada dia se apaixonava mais pela Bela Adormecida.

A TORRE DE VIDRO “Ele estava lá, no mesmo lugar de sempre, sentado em sua motocicleta, usando óculos escuros, com sua aparência de bad boy. Ele não era o cara mais bonito que eu já tinha visto. [...]. Todavia, o lho da Rosa tinha algo que me intrigava e prendia minha atenção como nenhum outro

Nesse último conto, somos apresentados a história da Raíssa, uma versão do clássico da Rapunzel. A jovem passou a vida toda trancada e isolada do mundo, os pais a mantinham presa em casa e não a deixavam sair, nem para estudar e nem fazer amigos. Mas um dia, ela veio a descobrir o porquê de tanta proteção e acaba tomando a decisão de fugir em busca de respostas. Na sua fulga, conta com a ajuda do motoqueiro bad boy, lho da empregada e é nessa viagem que Raíssa irá explorar um mundo no qual ela não conhecia, além de conhecer lugares e sentimentos que ela nem imaginava que existiam. Opinião: A autora nos apresenta princesas modernas, fortes, emponderadas e decididas, com romances, aventuras, surpresas e inspirações. A escrita da autora é impecável, bem uida, leve e que nos cativa a cada palavra o que deixa com que o leitor não queira parar a leitura. É um livro para você rir, amar, emocionar e se inspirar nessas princesas! Sobre a autora: Cleia Lira nasceu em Arco-íris, uma pequena cidade do interior de São Paulo, porém adotou Sumaré como seu lar, onde se casou e teve duas lhas. É professora e lê nas horas vagas; na verdade, é denida pelos familiares como “devoradora de livros”. E foi assim que se tornou escritora, leu tanto que procurou uma história diferente para saborear e, como não achou, resolveu escrever e assim, surgiu seu primeiro livro, Sob sua proteção. @Escritora_CleiaLira /Erika.Gouveia.71

REDES DA COLUNISTA /apaiixonadaporpalavras @apaiixonadaporpalavras /nexynha @nexynhaa @nexynhaa_

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PORTUGUÊS

CONVERSA DE PORTUGUÊS ANDRÉA MOTTA

Oi, pessoal, tudo bem? O que vocês acharam das dicas da edição passada? Na minha primeira participação aqui na BOOM, eu dei uma dica especial sobre indicação de horas: usa-se sempre o “h” minúsculo e sem aquele “s” irritante, pois abreviatura não recebe desinência de número. Conra as dicas da vez!

Dica 1 quando bate o cansaço Quando o cansaço chega, o que você diz? “Estou meio cansada ou meia cansada”? Não importa o seu gênero, você sempre dirá “meio”. A lógica aqui é a seguinte: “um pouco cansada”, “um pouco cansado”. O raciocínio é mesmo se disser que não sentou direito no sofá: “Sentei meio torto”, “Sentei meio torta”.

Dica 3 e aquela torta deliciosa?

A torta estava deliciosa, você perdeu a linha e comeu meia torta. A outra metade você dividiu com os amigos. Eu sei que você é legal e até guardou um pedaço pra mim!

Dica 2 Meio -dia e meia ou meio-dia e meio? Pessoal, por favor, “meio-dia e meia”! O motivo é muito fácil de lembrar: meio-dia mais meia hora! “Meio-dia e meio” é um dia inteiro, né, gente?

conversadeportugues.com.br @conversadeportugues /Cportugues /Cportugues /Cportugues

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CONTO

DUALIDADE THAMARA GENEROSO

O bafo quente e pútrido engole todos nós enquanto sacolejamos apertados a nossos respectivos destinos. A abertura da porta é o sinal de largada rumo às escadas imundas que nos levam à superfície. Nos atropelamos até a rua cinzenta, passando espremidos pelas catracas enferrujadas. A água condensada nas nuvens se mistura à fumaça das indústrias, indiferentes, e dos inúmeros automóveis famintos. As gotas ácidas começam a cair e se intensicam quando pisamos do l a d o d e f o r a . I r o n i a . Automaticamente tiramos nossos guarda-chuvas e amaldiçoamos mentalmente o fatídico mês de março e suas águas. Vamos pisando poças de composição duvidosa, odor

indesejável e cor misteriosa que se mescla às várias pombas que circulam à procura de restos. Tomo minha pílula ilusional, mantenho a proteção na mochila e busco os fones que auxiliarão no processo de transição e imersão reversa. A música, em delicados acordes, fala como os céus choram as reexões de um eu-lírico em desilusão. Nesse momento, o clima se torna grave e profundo, o vento invade meus cabelos em carícias precisas, e as gotas choram a alma desesperançosa. O caminho cinzento traveste-se na estrada solitária que ambienta Byron e Álvares e as aves esvoaçam os céus em suporte à dor da jornada árdua. O

sentidos cedem lugar ao espírito e nem cheiro ou visão se impõem ao idílico e sofrido caminhar. Chego ao destino com a roupa e a alma ensopadas. Caminho pelos longos corredores até o lavabo. Torço a blusa e os fones, sacudindo os cabelos, e aguço sensos. O banheiro fede, o espelho está coberto de palavrões em batom vermelhosangue, e meu rosto de um sorriso cínico. Welcome back. poedicallium.blogspot.com @genoliv

REPORTAGEM ESPECIAL

CRISE LITERÁRIA GUSTTAVO MAJORY

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A MELHORA

A escrita é uma das formas

Tornou-se frequente a aparição

mais antigas a ser usada pelo ser

de pesquisas relacionados a essa

humano, não se sabe ao certo onde

tradição milenar denominada

Nos últimos anos podemos

surgiu, mas é fato que ela

literatura, entre os itens

ver ações tomadas pelo governo

veio para facilitar a

mais comuns dos

para melhorar esse quadro, os

comunicação e deixar

BRASIL OCUPA benefícios da leitura A 59º POSIÇÃO além de estimular a NO RANKING

incentivos scais para a elaboração

r e g i s t r a d o s

de eventos voltados para a

imaginação, o simples

literatura se tornaram um negócio

história da humanidade, bem como

ato de ler periodicamente, proporciona

lucrativo e essencial para a criação

zeram o homem pré-histórico ao

ao leitor a capacidade do raciocino

de novos leitores.

deixarem registrado nas cavernas

lógico interpretativo, a melhoria do

A grande “explosão”

suas histórias, coisa que ainda não é

vocabulário, a compreensão histórica

desses eventos, deram início em

tão diferente no mundo de hoje.

da sociedade, melhora a relação pessoal

2015, segundo matéria do Jornal O

Isso nos mostra a necessidade

e social, trabalha a empatia, a

Globo, entre o ano de 2017 e 2018

e a capacidade que temos de contar

concentração, desenvolve o senso

aconteceram mais de 300 eventos

histórias. Podemos perceber que a

crítico e ainda melhora da escrita.

por ano.

acontecimentos da

Mas pelo cenário político

literatura, sempre esteve presente em nossas vidas, e desde criança somos

econômico atual brasileiro,

ÍNDICES

podemos ver que tudo que foi

apresentados a essas histórias de forma oral, bem como era feito antes

Mediante a todos os benefícios,

conquistado com muita luta e suor

do surgimento da escrita que

mesmo assim, o Brasil sofre uma

está prestes a acabar em um estalar

conhecemos na atualidade.

extrema carência de leitores que vêm

de dedos e um retrocesso é

As histórias mais marcantes

desde antes da independência, de

inevitável.

durante a infância são recheadas de

acordo com a última pesquisa

No dia 12 de julho de 2018,

criaturas fantásticas onde elas nos

divulgada em 2014 pelo Programa

após 5 anos de espera, foi aprovado

acompanham por um longo tempo,

Internacional de Avaliação de Alunos

Lei 13.696, que institui a Política

como a de um pequeno ser que pega o

(PISA) - a rede mundial de avaliação de

Nacional de Leitura e Escrita

dente debaixo do travesseiro e deixa

desempenho escolar -, o Brasil ocupa a

(PNLE), como estratégia de

uma moeda, ou a de um velho que

59º posição no ranking de leitura entre

promoção do livro, da leitura, da

vive com um saco nas costas que

76 países, que têm como os três

escrita, da literatura e das

rouba crianças desobedientes até

primeiros India, Tailândia e China.

bibliotecas públicas no Brasil.

mesmo, monstros que vivem no

Não é de surpreender a

escuro, princesas, príncipes e reinos

ninguém que o mercado editorial é o

encantados. É fato que estorvar a

menos lucrativo se comparados aos

criança de conhecer e acreditar na

outros seguimentos econômicos

fantasia é um “desestimulo à sua

culturais e econômicos de

grande crise que o

imaginação” segundo comenta o

uma forma geral, mesmo

mercado editorial se

autor Lucas Rocha em seu livro "A

tendo um crescimento nos

importância da literatura fantástica"

últimos 5 anos, anal é

de 2010.

como muitos dizem, nada

A CRISE VEIO e n c o n t r a . É NÃO PELA lamentável que as FALTA DE grandes duas das CONSUMO

é tão ruim a qual não possa

maiores redes de

SEUS BENEFÍCIOS

piorar.

A CRISE Entretanto podemos ver a

livrarias estão falindo. Se você ainda não estava sabendo, em

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outubro de 2018 a Rede Cultura

desestabiliza toda uma cadeia que o

puderem priorizar os livros de

fechou as portas de 3 de suas lojas,

cerca. Temos que expor também os

forma geral, discutir sobre os

duas que cavam no Rio de Janeiro e

problemas sociais.

livros, recomendar livros e tentar espalhar os

outra em Recife e em seguida acabou

O fechamento

entrando com o pedido de

das lojas, acarreta

livros de

recuperação judicial. Exatos cinco

demissões e gera

dias passarem, a Rede Saraiva após ter

desemprego.

PARTICIPAR DE EVENTOS LITERÁRIOS, acho que já PROMOVER EVENTOS, e s t a m o s FALAR DE LIVROS, f a z e n d o LER OS LIVROS

fechado 19 livrarias também entrou com o pedido.

As redes não pagando as editoras

“Vimos o tsunami chegando e

gera menos publicações

modo geral eu

alguma coisa

não nos preparamos." revelou Marcos

pois, as editoras necessitam do dinheiro

em relação a isso” e naliza

da Veiga Pereira, presidente do

para ter de volta o retorno investido.

dizendo “(…) estou morrendo de

Sindicato Nacional de Editores de

Não tendo esse retorno as

medo (…) passado esse momento

Livros (Snel) e sócio da Sextante em

editoras são obrigadas a reduzir sua

de luta, eu estou com muita energia

entrevista ao Jornal de Pernambuco.

produção bem como a compra de livros

para fazer as coisas acontecerem,

Muitos dizem que essa crise se

do exterior e investimentos em projetos,

para não desistir em 2019. (…) Eu

deu com a chegada dos ebooks e da

além é claro de reduzir a quantidade de

estou aqui para assumir um lugar

Amazon no mercado brasileiro, o que

exemplares.

de que alguma forma possa

podemos analisar historicamente que

Essas reduções das editoras

proteger os livros, proteger a

é uma mentira, esses fatores apenas

acarretam outros problemas, menos

literatura de resistência. E o que eu

agravaram o que já não estava bom,

livros sendo comprados no exterior

puder fazer eu vou fazer

mesmo tendo o crescimento que se

gera a diminuição de tradutores; a

deu a partir de 2015.

diminuição de projetos diminui o

A crise veio não pela falta de consumo, segundo Veiga os

OPINIÃO

número de diagramadores, revisores e Vendo todos os fatos

por aí vai…

brasileiros vêm lendo cada vez mais, o

A redução de novas apostas de

expostos, podemos concluir que

problema está no que ele chamou de

títulos, faz com que o mercado não

ninguém tem culpa e ao mesmo

“modelo ultrapassado” em que se dá

tenha novidades no que se diz respeito

tempo todos são culpados.

o consumo e não no consumo em si.

a títulos, fazendo com que diversos

As coisas foram

Pelos relatórios anuais

nichos quem cada vez mais precários e

acontecendo, as editoras se

disponíveis da Saraiva, ela vem vindo

o leitor se desinteressa ainda mais pela

contentavam com o dinheiro que

de uma crise desde antes da chegada

leitura, já que não há novidades.

recebiam com as vendas dos livros

A autora, blogueira e youtuber

para o Governo. O mecanismo

Pam Gonçalves, gravou em dezembro

precário de consumo literário

essa crise, se deu quando

passado um vídeo explicando a

piorou após a chega da tecnologia e

houve um corte do

situação para seus

Governo na compra de

FICAREM DE seguidores. Pam deu um OLHO NAS alerta para seus leitores EDITORAS “(…) carem de olho nas PEQUENAS editoras pequenas”, ela

literários, promover eventos, falar

incentiva a compra de

de livros, ler os livros, se não temo

Essas falências acarretam

livros nas livrarias locais e completa

que além dessa crise iremos viver

vários problemas econômicos pois,

fazendo um apelo, “(…) se vocês

em uma sociedade Fahrenheit 451.

da empresa americana em 2012. Um outro ponto crucial para

livros, pois o mesmo era responsável por 20% do faturamento do mercado editorial.

de outras empresas… O que temos que fazer agora é cada vez mais carmos unidos, participar de eventos

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INSCRIÇÕES ABERTAS

Venha participar da Antologia Vida de Blogueira Mais informações em: Meus Ritmos Editora


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