Uirapuru o sentinela da Amazônia Aves de vigia amazônicas ajudam outras espécies a viver em locais perigosos. O uirapuru-de-garganta-preta alerta outros pássaros sobre a proximidade de predadores e eles fogem juntos da ameaça Fotos: Cortesia da Universidade Estadual de São Francisco, Divulgação, Eliseo Parra O pássaro-chave é o uirapuru-de-garganta-preta
E
ssa estratégia foi descoberta por pesquisadores-biólogos da Universidade Estadual de São Francisco, dos Estados Unidos, pode explicar a existência de revoadas tão coloridas na região. Normalmente, pássaros voam juntos – mas na Amazônia, alguns bandos apresentam dezenas de variadas espécies de aves, com diferentes cores e formas. Um deles trabalha como vigia, cantando um alarme quando há a aproximação de predadores, atua como sentinela, fornecendo chamadas de alarme amplamente utilizadas por outros membros do bando. As chamadas de alarme fornecem informações de ameaças sobre predadores de emboscada, como falcões e falcões. Dessa forma, os vizinhos do bando, escapam juntos do perigo. O pássaro-chave é o uirapuru-de-garganta-preta (Thamnomanes ardesiacus), que tem em média 14cm de comprimento e pesa cerca de 18g. Para começar o estudo, os pesquisadores coletaram dados sobre o número de espécies em oito rebanhos mistos no sudeste do Peru e colocaram pulseiras coloridas nas aves. “Isso nos ajudou a identificar os membros do bando individualmente no caso de eles se mudarem para grupos vizinhos ou outras partes da floresta”, explica Eliseo Parra, coautor do artigo, que destaca uma das razões pela qual esses bandos extraordinariamente diferentes existem:
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Entre eles, uns são espécies de sentinelas-vigia, que chamam a atenção quando detectam predadores perigosos, como um mecanismo de proteção – um alarme, quando há a aproximação de predadores. Dessa forma, eles escapam juntos do perigo.
Pesquisadores têm ponderado a existência desses bandos de espécies mistas por décadas, especialmente por causa de sua estabilidade. “Você volta para o mesmo habitat depois de 20 anos, e os mesmos rebanhos estão usando as mesmas áreas da floresta”, explicou o professor de Biologia Vance Vredenburg: “Isso desafia muitas expectativas”. Mas os cientistas tiveram algumas pistas. Um grupo onipresente de membros do bando são espécies cujas chamadas alertam seus vizinhos para a presença de ameaças como falcões ou falcões. “ As pessoas têm pensado por um tempo que talvez essas “sentinelas” promovam a capacidade de outras espécies de usar áreas arriscadas-perigosas da floresta”, disse o principal autor do estudo, Ari Martinez, que foi pesquisador de pós-doutorado no Estado de São Paulo durante o estudo. Ao abrir novos habitats para seus vizinhos, eles também podem reunir espécies que normalmente se aglomerariam sozinhas.
Uirapuru-de-garganta-preta. O novo estudo da Universidade Estadual de São Francisco, mostra que aves que anunciam o alarme, como o Uirapuru-de-garganta-preta (Thamnomanes ardesiacus), ajudam seus vizinhos a viverem em partes “arriscadas” da floresta amazônica
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