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Os ciclones no sul do Brasil
Os ciclones extratropicais costumam se formar no extremo sul do país, entre a costa do Rio Grande do Sul e os países vizinhos Argentina e Uruguai.
Eles são considerados comuns, têm ventos mais fracos e efeitos de menor duração em comparação aos ciclones tropicais.
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A climatologista Karina Bruno Lima comenta que eles são mais comuns principalmente no inverno, no outono e na primavera.
“Esses são períodos em que surgem condições favoráveis, no caso o contraste de temperatura entre massas de ar quente e fria”, pontua.
A especialista ressalta que nem sempre é possível sentir os efeitos desses fenômenos, porque eles podem ser menos intensos ou estarem mais distantes da costa.
No entanto, a climatologista explica que diante do cenário de aquecimento global e formação de El Niño, que aumenta a umidade na região sul do país, há mais probabilidade de que um ciclone extratropical cause desastres.
Assim aumentam as chances de alagamentos, deslizamentos, enxurradas e tantos outros impactos que afetam duramente a população local.
Aquino aponta que o inverno deste ano foi considerado atípico em relação aos ciclones.
“Tivemos, em média, ao menos um ciclone se formando por semana no sul do país”, comenta.
“E alguns desses eventos foram extremos, como as inundações de junho ou no início de setembro”, diz Ezequiel.
Segundo o climatologista, os especialistas ainda estudam se o número de ciclones deve aumentar na região ao longo dos próximos anos e os impactos deles.
Medidas de contenção
Mas afinal, quais medidas podem ser tomadas para reduzir os efeitos desses fenômenos extremos?
Para os especialistas, a principal alternativa é buscar formas para enfrentar as mudanças climáticas.
“Para isso são importantes as ações dos indivíduos, mas mais importantes são as decisões dos tomadores de decisões, dos governantes”, pontua Aquino.
O climatologista cita que o governo deve investir cada vez mais em ações para combater o desmatamento e a queimada no país.
“Se o Brasil se empenhar nisso, vai contribuir muito nacionalmente e globalmente para o enfrentamento das mudanças climáticas”, declara.
“É importante entender que a mudança climática é real”, acrescenta.
E o climatologista defende que as autoridades públicas deem mais atenção à Defesa Civil, que tem o objetivo de reduzir os riscos de desastres, além de prevenir e mitigar situações do tipo.
“Cada município tem que ter a sua própria estrutura de Defesa Civil, com coordenação própria e espaço próprio. O Brasil tem uma boa previsão do tempo, que é acertada, mas é importante também que as pessoas sejam alertadas sobre os riscos desses fenômenos, como por meio da Defesa Civil ou de lideranças comunitárias”, diz o climatologista.
Além disso, ele lista situações que podem apoiar nessas situações de desastre, como cuidar das margens dos rios, evitar o assoreamento (acúmulo de terra, lixo e matéria orgânica), proteger as matas ciliares e avaliar profundamente cada via que é alargada em uma determinada região – para mensurar os impactos dessa medida em possíveis desastres ambientais.