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Torre de Babel

Fico até assustado com a quantidade de mensagens que recebo sobre esses malfeitos por aqui.

Aqui no Guará está cada dia mais difícil andar em alguma calçada, pois a proliferação dos famigerados puxadinhos ainda é o que existe de mais danoso para a nossa já precária mobilidade urbana, tornando a vida dos pedestres um verdadeiro inferno na terra.

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Mobilidade e acessibilidade aqui no Guará são apenas palavras de dicionário, acabaram com as calçadas, pobre de quem precisar utilizá-las principalmente se for cadeirante e tiver algum tipo de deficiência física, os idosos coitados nem se fala.

Os moradores já não aguentam mais tanto descaso, está na hora de dar um basta nessas aberrações que têm tirado o meu sono e o de muitos moradores da cidade, cada dia aparece uma novidade em matéria de desleixo com o nosso plano urbanístico, que sem uma fiscalização eficiente, muitas vezes com a benção da própria Administração, que empurra toda responsabilidade em cima de outros órgãos que também são omissos, situação que em nada ajuda o crescimento ordenado da cidade.

Ocupam as calçadas, passeios, adentram áreas públicas

Tijoladas Do Caixa

tirando dos transeuntes o direito de ir e vir infringindo todos os códigos, leis de mobilidade e acessibilidade, pois no Guará parecem valer só no papel pois nada se aplica por aqui, uma zorra total.

Pequenos problemas que podem ser sanados com uma ação enérgica por parte dos responsáveis, mas o que se vê são acordos imorais que ferem o direito do contribuinte, que aturam essa inércia.

Hoje não estamos muito longe da Torre de Babel. Pobre Guará.

Ideias Separatistas

Encontrei com o Caixa Preta, pela cara dele vi logo que alguma ideia de gerico estava passando pela cabeça do maluco.

A onda agora era separação territorial, tem até um jumento fazendo campanha pra separar o Sul e demais regiões do Nordeste, o velho Caixa estava com umas ideias meio estranhas, coisa que não me agradou em nada, mas tive que rir da proposta do cabra.

Foi chegando e soltando a bomba: -Velho Gruja, vamos fazer um plebiscito para colocar o Guará na União Europeia-

Inspiração ou Cansaço

UE já que a Inglaterra caiu fora. Quase caí ouvindo essa do cabra, ainda bem que estava sentado, pois uma ideia dessas mata qualquer cristão do coração.

Falei para o Caixa que isso não seria possível, pois apesar do ar imponente, o Guará é apenas uma Região Administrativa do DF, que segundo as leis, não poderá jamais fazer parte da UE.

O cabra subiu nas tamancas, dizendo que isso não era possível, ele jamais aceitaria tamanha discriminação. Ele já se imaginava falando outra língua e usufruindo das benesses do euro, pois o real estava caindo mais do que bêbado em ladeira.

Mas ele não se deu por vencido e tascou outra maluquice: - Então vamos nos separar do DF! Tá na moda, tem maluco aí que já criou até bandeira. Nós já não obedecemos ao GDF mesmo, então nada mais natural que cair fora.

- Vamos nos separar, o pessoal do Plano que se vire! Aqui temos o que precisamos, qualquer coisa que faltar a gente importa. Não esqueça que a feira dos importados pertence a região administrativa do Guará.

Barrando a PPP do Cave, poderemos ter a sede da Eurocopa por aqui! Que tal a ideia?

Alguma coisa estranha estava acontecendo comigo, tirando toda a minha inspiração, será o cansaço ou a idade começou a cobrar a conta?

Enquanto eu esperava o meu amigo Caixa Preta, estava sentado com uma bem gelada sobre a mesa, apenas observando o que se passava em volta, o mundo não está fácil.

Muito se fala, mas temos que continuar batendo nessa tecla, aqui pelo Guará, obedecer leis vigentes não faz parte do manual da turma que chega para tomar conta da cidade, principalmente quando se trata do plano urbanístico, que ha muito não é respeitado por aqui. Cada um que chega, talvez por comodidade, simplesmente deixa rolar.

Com isso o Guará está se tornando uma cidade sem padrões mínimos de convivência social entre seus moradores, pois as ruas estão deixando de serem residenciais para se transformarem em verdadeiros centros comerciais, criando sérios problemas de mobilidade e de vizinhança pacífica. O que mais me intriga em tudo isso é a proliferação de puxadinhos, gambiarras e quiosques, que não me deixam mentir. Porém, atentem para os bloquinhos que surgem do nada nas quadras residenciais, onde não é permitido tais edificações.

Parece que algum apadrinhado recebeu umas dezenas de licenças, que já deveriam ter sido cassadas ou revistas, mas dando uma volta na cidade, encontramos dezenas deles já construídos e alguns sendo construídos na encolha.

Muita gente querendo saber qual o santo protetor que dá cobertura para mais esse acinte, pois a construção de tais edifícios nas entradas de quadras, além de não serem permitidas, estão gerando uma série de aborrecimentos aos moradores das quadras e, a principal das queixas é a falta de estacionamentos.

Basta ! O Guará não aguenta mais tanto descaso

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