(TFG II) SANTUÁRIO ANIMAL: proposta de um santuário para animais de fazenda na cidade de Erechim-RS

SANTUÁRIO ANIMAL

Proposta de um santuário para animais de fazenda na cidade de Erechim-RS.

OBJETIVO GERAL

O objetivo geral deste Trabalho Final de Graduação é desenvolver uma proposta de anteprojeto arquitetônico e paisagístico de um Santuário Animal, para atender animais de fazenda de Erechim - RS e localidades próximas.

APRESENTAÇÃO E JUSTIFICATIVA DO TEMA

Segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), só durante o ano de 2019 a atividade pecuária no Brasil foi responsável por 5.995.275.697, quase 6 bilhões, de mortes de animais não humanos para consumo. Nesse número estão incluídos indivíduos de diversas espécies: bovinos, galinhas, porcos, patos, cabras, ovelhas, cavalos, perus e coelhos, sem contar com os peixes e outros animais de vida aquática.

Além da criação com intenção de matar, no ramo da indústria pecuária os animais também são criados em confinamento de larga escala durante toda a sua vida para tirar proveito de seu leite, ovos, pele, penas, etc.

Para além da pecuária, os animais não humanos também são usados e explorados em diversas e incontáveis atividades. No campo da ciência, a vivissecção, já vista inclusive como uma técnica ultrapassada por muitos, talvez seja uma das práticas mais polêmicas, a qual usa de corpos vivos para se fazer experimen-

tações e testes de cosméticos, remédios, alimentos, etc., mesmo que já existam maneiras alternativas e eficazes de substituir os animais nesses experimentos.

O entretenimento que faz uso de animais também se apresenta como uma grande problemática. O aprisionamento de variadas espécies em zoológicos e aquários, acontece quase que exclusivamente visando lucros para os donos desses empreendimentos. Assim como acontece com os grandes parques temáticos de vida marinha, onde animais são treinados para se apresentar de maneiras totalmente antinaturais, com o objetivo de entreter os visitantes.

Nesse contexto, o veganismo surge como um movimento de luta pelos direitos animais, na contramão da cultura massiva de exploração animal. Dentro do movimento, o ativismo e a militância acontecem de maneiras diversas, fazendo uso de várias ferramentas, dentre essas, os Santuários Animais, que podem ser entendidos como frutos da causa vegana.

Um santuário animal, é um espaço criado com o objetivo de acolher animais não humanos de diversas espécies, sejam eles de vida selvagem, animais domésticos ou animais resgatados da agropecuária, que estejam em situação de vulnerabilidade e necessitam de um lugar seguro e preparado para suprir suas necessidades básicas, capaz de promover conforto pelo tempo que for preciso.

Os chamados “santuários de animais de fazenda”, são aqueles cujos residentes não humanos estavam sob o domínio da indústria pecuária, e eram explorados pela mesma. Esses santuários frequentemente estão associados ao veganismo por que lidam com indivíduos animais que, em sua maioria, tiveram sua existência atrelada à pecuária, à práticas de testagem e vivissecção ou a indústria do entretenimento. Dessa forma, os próprios santuários surgem como resultado das lutas pelos animais, e também simbolizam esse movimento de contrapartida em um contexto antropocêntrico e especista.

QR Code de acesso à Introdução ao Trabalho Final de Graduação.

Fonte: Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), 2019.

quantos animais são mortos por hora no Brasil, para servir de alimento?

Autor: Rennan Victor Schnorr

Orientadora: Profª. Drª. Nauíra Zanardo Zanin

visualização recinto das aves aquáticas

A cidade de Erechim está localizada na mesorregião do Noroeste do estado do Rio Grande do Sul, na região sul do Brasil. Segundo dados do IBGE (2020), conta com área territorial de 429,164 km² e uma população estimada em 106.633 pessoas, e sua densidade demográfica era de 223,11 hab/km² em 2010.

erechim e suas condições climáticas

Erechim pertence a zona climática designada pela letra C, com o tipo climático Cfa, segundo a classificação de Köppen, e esse tipo climático se caracteriza por ser um clima subtropical úmido (PREFEITURA DE ERECHIM, 2021). “Ao longo do ano, em geral a temperatura varia de 10 °C a 28 °C e raramente é inferior a 4 °C ou superior a 31 °C” (WEATHER SPARK, 2021).

GRÁFICO DAS TEMPERATURAS

erechim e os animais da pecuária

O setor agropecuário tem uma participação de cerca de 2% no total de arrecadação do município, enquanto o setor industrial tem 31% e o de serviços 67% (IBGE, 2018). A cidade conta com 1.082 propriedades rurais registradas. De acordo com o IBGE, os principais rebanhos do município de Erechim são os de bovinos, ovinos, caprinos, equinos, suínos, galináceos e codornas.

erechim e os órgãos de proteção animal

No município de Erechim, existem dois órgãos da Prefeitura que trabalham com questões animais, mais especificamente de cães e gatos. Também são encontradas quatro organizações não governamentais com cadastros oficiais e que trabalham com questões animais.

Órgãos municipais: Centro de Acolhimento e Proteção aos Cães e Unidade de Referência Animal (URA)

Organizações Não Governamentais (ONGs): Associação Mania Cães; Associação Protetora de Animais Bicho Vadio; SOS Animais Erechim; Associação de Proteção ao Cão de Erechim - Pró-Cão.

Todas as quatro ONGs de proteção animal encontradas em Erechim, trabalham somente com pets, no caso cães e gatos. Dessa forma, julga-se importante que exista um órgão capaz de acolher e cuidar de outras espécies animais para além dos pets — como é o caso dos santuários de animais de fazenda —, sendo esta, portanto, mais uma justificativa para embasar a implantação da proposta do Santuário Animal em Erechim.

woodstock farm sanctuary piedmont farm animal refuge casos correlatos brasileiros

- Terreno amplo e espaçoso para abrigar os animais confortavelmente;

- Boa distribuição dos recintos e edificações ao longo da via principal de acesso;

- Recintos construídos levando em consideração as particularidades de cada espécie.

- Poderia tirar proveito da paisagem do riacho que corta o terreno;

- Centro de eventos privado é bem próximo de vários dos recintos animais, o que pode acabar irritando os residentes;

- Os animais não parecem ter contato com áreas vegetadas, ficando restritos à campos de pastagem e seus recintos isolados apenas.

potenciais

potenciais fraquezas fraquezas

- Excelentes recintos construídos com base em estudos e análises sobre cada espécie animal a ser abrigada, a partir do animal-centered design;

- Espaços internos e externos, com áreas adequadas para as respectivas espécies, com enriquecimento ambiental promovido pela equipe do santuário regularmente;

- Proximidade das áreas de pastagem das ovelhas com a rodovia, o que pode ser estressante para esses indivíduos;

- Ainda não possui um espaço adequado para recepção de visitantes;

Foi realizado um levantamento detalhado de 6 santuários animais localizados no Brasil, dos quais se observaram dados como localização, área total da propriedade, quais espécies e a quantidade animais acolhidos, a equipe responsável pelo santuário e sua estrutura física.

Localização e área total Todos os santuários estão localizados em zonas rurais, e as áreas variaram de 15.000 m² à 145.000 m², resultando e área média de cerca de 64.000 m².

Animais acolhidos

Das espécies acolhidas, as que mais apareceram nos levantamentos foram: bovinos, equinos, porcos, galinhas, caprinos, ovelhas, patos, perus, cães, gatos e coelhos. A média de animais acolhidos por santuário é de aproximadamente 245 indivíduos. Relacionando o número médio de animais acolhidos com a área total média dos santuários, é possível chegar ao dado de que é disponibilizado cerca de 262 m² de área para cada animal.

Fonte: Woodstock Farm Sanctuary.

Fonte:Piedmont Farm Animal Refuge.

Fonte:Piedmont Farm Animal Refuge.

Fonte:Piedmont Farm Animal Refuge.

Fonte: Woodstock Farm Sanctuary.

Fonte: One Green Planet.

visualização ponte de travessia entre as estações do funicular

ESCOLHA DO TERRENO

Os santuários animais são comumente locados em áreas rurais por diversos motivos, entre eles o fato de que os residentes não humanos geralmente já estão melhor acostumados ao contexto rural e de fazendas, e nesses casos a adaptação ao santuário é facilitada.

Além disso, os residentes não humanos possuem necessidades espaciais específicas, como os ruminantes que precisam de grandes áreas de pastagem, as aves aquáticas que necessitam de um lago e os caprinos e ovinos que gostam de explorar

áreas de vegetação arbórea.

Foram feitos estudos utilizando imagens de satélite, em conjunto com softwares de análises de dados georreferenciados, para observar algumas condicionantes consideradas relevantes para a implantação do Santuário Animal:

- Relevo;

- Cobertura do solo;

- Hidrografia;

- Sistema viário;

- Delimitação do perímetro urbano;

- Preexistências.

Durante os estudos, foi possível dividir a zona rural de Erechim em 4 áreas de análises — norte, leste, oeste e sul —, com características marcantes que unificaram cada uma delas, com o objetivo de facilitar o entendimento das condicionantes des sas áreas específicas e possibilitar o elencamento de uma delas para aprofundar ainda mais as análises.

ANÁLISES DO TERRENO

escolha pelo _RECORTE 02

Após as análises dos recortes elencados, optou-se pelo RECORTE 02, por conta, principalmente, das suas características naturais e morfológicas, que apresentam uma paisagem dinâmica, com diferentes ambiências ao longo recorte, desde amplas áreas com relevo não muito acidentado, assim como uma topografia mais acidentada ao leste que pode ser interessante para algumas espécies animais acolhidas, além de áreas com vegetação nativa, um córrego que atravessa o terreno, dois açudes já implantados que podem ser apropria-

dos para os recintos de algumas espécies, assim como uma mata densa à leste, ao sul, e uma porção à oeste, que funcionam como uma barreira protegendo das atividades agrícolas do entorno.

Dentro do RECORTE 02, foi delimitado o terreno de implantação do Santuário Animal, que abrange duas propriedades rurais segundo dados georreferenciados do Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural SICAR, totalizando uma área de 600.000 m² Foi consultado, e apresentado a seguir,

topografia: ponto alto

trechos de legislações que tratam sobre o uso do solo rural, assim como os estabelecimentos rurais e os animais na cidade de Erechim. No terreno proposto, encontram-se algumas edificações preexistentes, como residências unifamiliares de até dois pavimentos, abrigos para animais de fazenda — alguns sem utilização atualmente —, além de uma parcela de terra apropriada para atividades agrícolas de plantação de grãos.

topografia: ponto baixo

LEGENDA região de análise perímetro urbano matadouro/frigorífico clube de caça e pesca

áreas de análise

Região Sul

A região geograficamente ao sul do perímetro urbano de Erechim, é caracterizada por baixíssima taxa de área de vegetação nativa. O relevo dessa região não possui variações muito bruscas de altitude, em comparação com a região norte. O ocupação do solo nessa região é majoritariamente de produção agrícola, com grandes áreas reservadas ao plantio e colheita de soja e milho, principalmente.

LEGENDA vegetação nativa vegetação implantada solo exposto agricultura lâminas d’água área urbanizada região de análise perímetro urbano

Região Leste

A região voltada a leste da área urbana, possui uma taxa menor de ocupação pela produção agrícola, e maior em relação a área de solo exposto, possivelmente dedicada a pastagem de animais. O relevo se assemelha com a região sul, com variações moderadas de altitude, assim como também apresenta baixa área de vegetação nativa.

diretrizes para escolha do terreno de implantação do Santuário Animal:

1. Inserção em contexto rural, afastado de assentamentos urbanos e dos possíveis desconfortos que esses podem vir a causar nos residentes não humanos;

2. Afastamento em relação à áreas de plantios, devido às dinâmicas com potencial prejudicial para os animais, como a pulverização de herbicidas e pesticidas e a poluição sonora de maquinário pesado;

Região Norte

A região no sentido Norte possui um relevo acidentado com bastante variação de altitude, em comparação com o restante do perímetro de Erechim. Consequentemente, nessa região também são encontrados áreas de produção agrícola em menor quantidade. São mais marcantes aqui áreas de vegetação nativa e áreas de solo exposto, assim como alguns pontos de silvicultura.

LEGENDA curvas de nível sistema viário hidrografia região de análise perímetro urbano

Região Oeste

A região rural oeste possui uma distribuição relativamente equilibrada de ocupação do solo, e o relevo é uma transição das variações bruscas do norte, para as variações moderadas ao sul. Nessa área foram mapeados matadouro/frigoríficos e um clube de caça e pesca, e por isso foi considerada inadequada para locação do santuário, uma vez que os ventos predominantes sopram do leste, e poderiam levar o cheiro desagradável em direção ao santuário.

_RECORTE 01

potenciais

- Grandes áreas com relevo majoritariamente plano;

- Córrego que cruza o terreno, e açude já implantado;

- Regiões de pastagem já implantadas;

- Áreas com vegetação nativa;

- Cercado por todos os lados de vegetação arbórea que serve como barreira sonoro e contra as pulverizações de inseticidas.

fraquezas

- Dentro do perímetro urbano de Erechim, muito próximo das áreas já urbanizadas;

_RECORTE

potenciais

02

- Grandes áreas com relevo majoritariamente plano;

- Córrego que cruza o terreno, e açudes já implantados;

- Regiões de pastagem já implantadas;

- Relevo alto ao leste funciona como barreira física para os ventos predominantes de leste no inverno;

- Áreas com vegetação nativa;

fraquezas

- Áreas de plantio próxima ao terreno;

_RECORTE

03

3. Presença de área de mata no terreno para que algumas espécies dos residentes tenham acesso. Além disso, a vegetação alta também serve com alguns benefícios de conforto ambiental;

4. Áreas livres com tamanho adequado para servir de pastagem e exploração caminhável para bovinos, equinos, caprinos e ovinos;

5. Áreas propícias para implantação de lagos para as aves aquáticas;

6. Vias de acesso ao terreno facilitadas para os veículos que farão transporte dos residentes, assim como para os visitantes, idas cotidianas para o centro da cidade por parte dos funcionários, visitas dos médicos veterinários, etc.

potenciais

- Possibilidade de grandes áreas de terreno para apropriação;

- Córrego que cruza o terreno, e açude já implantado;

- Áreas com vegetação nativa;

- Relevo alto ao sul cria barreira física contra as pulverizações de inseticidas;

- Relevo fica mais baixo em direção ao norte, bom aproveita mento solar.

fraquezas

- Relevo íngreme sem áreas majoritariamente planas;

- Áreas apropriadas pela agricultura muito próximas, a leste.

topografia: ponto baixo vai para a RS-420

topografia: ponto alto

topografia: ponto alto

MAPA COM ANÁLISES DE CONDICIONANTES

LEGENDA limite lotes recorte livre de mata nativa vias rurais não-pavimentadas

CORTE ESQUEMÁTICO AA

vai para o perím. urbano

água edificações existentes plantação grãos/agricultura pulverização de agrotóxicos ventos predominantes

Fonte: Google Earth. Elaborado pelo autor, 2021.

vegetação nativa silvicultura via rural nãopavimentada açude residência preexistente

córrego vegetação esporádica vegetação esporádica

FOTOGRAFIAS DO LOCAL

ponto mais alto do terreno silvicultura nativavegetaçãodensa

Fonte: Google Earth. Elaborado pelo autor, 2021.

IMAGEM DE SATÉLITE COBERTURA DO SOLO RELEVO, HIDROGRAFIA E SISTEMA VIÁRIO

A PROPOSTA

Para as decisões projetuais, foram tomadas como base, os estudos de casos realizados, os referenciais teóricos consultados, assim como o levantamento e estudos das espécies animais a serem acolhidas, todos presentes na etapa anterior a este trabalho, realizados na disciplina de Introdução ao Trabalho Final de Graduação.

Para os animais, de acordo com as necessidades particulares de cada espécie ou grupo animal, foram propostos recintos fechados, onde esses residentes poderão passar à noite e também se proteger das adversidades do clima, assim como os recintos abertos, onde os mesmos poderão passar a maior parte do dia, se alimentando, brincando, socializando, etc. Além dos recintos, também foi proposta uma edificação preparada para os atendimentos veterinários de rotina, assim como eventuais procedimentos necessários, uma vez que animais de grande porte como bovinos e equinos, geralmente são atendidos por médicos veterinários no local.

Para os residentes humanos, foram propostas como diretrizes duas residências, apropriada para comportar os cuidadores e funcionários que residirem no Santuário. Para os voluntários, também foi proposto como diretriz, um espaço para comportar aqueles que vierem para passar mais de um dia no Santuário.

Ainda para os humanos, a proposta é de que o Santuário Animal receba visitantes periodicamente para conhecer os animais não humanos e o local. Nesses momentos, os visitantes poderão ter contato e interagir com os residentes que gostam de contato humano. Os visitantes serão recebidos no Centro de Visitantes, onde poderão assistir a palestras, participar de conversas e oficinas acerca da temática do veganismo e da libertação animal, assim como também poderão

acolhimento sustentabilidade

conexão com ambiental

projeto pensado para animais

oportunidades educacionais

ativismo vegano partido conceitual

Como partido conceitual da proposta do Santuário Animal, decidiu-se tomar proveito do córrego que cruza o terreno, e a partir dele, criar as divisões dos recintos dos animais. Dessa forma, quase todos os residentes animais das diferentes espécies teriam acesso à água fresca que corre em direção à noroeste. Assim, o córrego funciona como elemento conector da paisagem, ao mesmo tempo em que cria diferentes ambiências conforme passa pelas diferentes configurações da proposta.

01. Áreas vizinhas de agricultura;

02. Áreas de vegetação densa nativa;

03. Áreas de plantio de árvores nativas para regeneração de trechos da mata existente, após colheita da silvicultura existente;

04. Área dedicada ao plantio e cultivo variado de espécies vegetais seguindo preceitos da agrofloresta, para servir tanto às pessoas residentes no Santuário como à dieta dos residentes não humanos;

05. Como maneira de desviar e abafar os ruídos e a poeira vinda da estrada de chão, foi proposto um aterro estreito e linear entre a via e os recintos abertos, além de uma barreira de vegetação triangulada, formada sequencialmente por arbustivas, árvores de pequeno porte e árvores de médio porte;

06. Recinto bovinos;

07. Recinto equinos;

08. Recinto porcos;

09. Criação de área alagável e enlameada para os porcos;

10. Recinto cabras;

11. Recinto das aves aquáticas;

12. Lago das aves aquáticas, redesenho das bordas do lago já existente no terreno, com ponte em madeira atravessando;

13. Residências dos moradores e responsáveis pelos cuidados diários com os animais não humanos no Santuário; diretrizes gerais formais para as residências: fechamentos verticais mistos com paredes de taipa de pilão e madeira; grandes aberturas voltadas para norte; cobertura em telhado

verde de mulch estruturado em madeira;

14. Alojamento para voluntários se hospedarem esporadicamente no Santuário; mesmas diretrizes gerais das residências dos moradores;

15. Lago das residências e das ovelhas, com redesenho das bordas do lago existente no terreno com ponte de madeira atravessando;

16. Recinto ovelhas;

17. Recinto galináceos;

18. Depósito;

19. Centro de visitantes;

20. Espaço de cuidados veterinários e depósito;

21. Via pavimentada para veículos;

22. Primeira estação do funicular, configurada dentro da área de praça do Santuário; aberta, cobertura estruturada em madeira sustentada por uma malha de pilares;

23. Foi proposta uma esca1daria intercalada com rampas, lateral aos trilhos do funicular, para criar um percurso que atravesse o complexo e dê acesso ao mirante e a torre de observação para o público geral, mesmo quando o funicular não esteja operando;

24. Segunda e terceira estações do funicular, niveladas entre si, com um caminho suspenso estruturado em madeira que as conectada, e atravessa o córrego e a área arborizada circundante;

25. Estação superior do funicular, que funciona como mirante e dá acesso à torre de observação;

26. Observatório;

27. Pontos de apoio cobertos;

CORTE AA PERFIL DO TERRENO esc 1/1500

centro de visitantes primeira estação funicular recintos aves aquáticas terceira estação funicular

observatório

TELHADO VERDE

Vegetação

Espécies de suculentas ou forrações nativas que não necessitam de manutenção e sejam leves.

Substrato mulch

Substrato leve geralmente composto por folhas secas, fibras vegetais, casca de pinus, palha, etc.

Manta geotêxtil

MEIOS DE CIRCULAÇÃO

Os veículos tem acesso ao Santuário através da via rural não pavimentada, tanto vindo da RS-420 quanto do perímetro urbano de Erechim.

Veículos dos cuidadores e moradores do Santuário possuem acesso ao interior do terreno, e são usados para exercer os cuidados diários dos animais.

Existem bicicletas e bicicletários espalhados ao londo do percurso de visitação caso os visitantes prefiram utilizá-las ao

invés de caminhar.

O funicular faz parte do percurso da visitação guiada, e existe para facilitar a locomoção entre os pontos de diferentes cotas no terreno, assim como para criar variedade de ambientações e experiências para os visitantes, como por exemplo a ida até o mirante e observatório, de onde se têm uma visão privilegiada de todo o santuário e do seu entorno.

LEGENDA

O fluxo da visitação guiada se inicia no Centro de Recepção (01), onde os visitantes recebem instruções gerais e são informados acerca do funcionamento do Santuário na sala do auditório. Após, o grupo segue para a primeira estação do funicular (02), de onde embarcam para a descida até a segunda estação (03), fazem a travessia pela ponte elevada sobre o rio, e chegam até a terceira estação (04).

Dali, sobem pelo funicular até a quarta e última estação (05), onde desembarcam para visitar o observatório (06), em um dos pontos mais altos do terreno, com uma vista ampla de todo o

Santuário e arredores.

Então, descem pelo funicular até a terceira estação (04), e se inicia o percurso a pé ou de bicicleta, começando pelo recinto das cabras A (07), seguindo para o recinto dos gados bovinos (08), equinos (09), porcos (10), aves aquáticas (11), galináceos (12), ovelhas (13), e por fim o recinto das cabras B (14). O grupo segue novamente para a terceira estação do funicular (04), faz a travessia do rio de volta a segunda estação (03), para então desembarcarem na primeira (02) onde é finalizada a visitação.

CUIDADOS DIÁRIOS COM OS ANIMAIS

Os cuidados com os animais são tarefas que fazem parte da rotina diária dos cuidadores responsáveis do Santuário. A primeira armazenagem dos alimentos dos animais se faz no primeiro depósito (01), onde pode ser guardado alimentos da colheita feita na área da agrofloresta, ou rações e outros itens adquiridos fora do Santuário.

Conforme necessário, esses itens podem ser movidos para o segundo depósito (02), localizado dentro do limites cercados, para facilitar a distribuição pos-

terior dos mesmos.

Partindo do segundo depósito, se inicia a rota feita de veículo, que passa por todos os recintos dos residentes animais (03), fornecendo alimento e fazendo limpeza nos recintos fechados de acordo com a necessidade.

Dentre os cuidados com os animais, também estão inclusas as idas até os pontos de apoio (04) espalhados pelos recintos abertos, onde os cuidadores checam como está o fornecimento de água e comida.

01 02 03 03 03 03 03 03 03 03 03 03 03 03 06 07 08 09 10 11 12 13 14 04 04 04 04 04 04 04 05 01 02 03 circulação

Como diretriz para o projeto do Santuário Animal como um todo, optou-se pela utilização de materiais e modos de construir que se alinhassem com uma proposta de baixo impacto ambiental e de preservação de recursos, uma vez que a ideia central e global do Santuário parte da premissa da luta vegana, e do princípio de oposição ao sistema capitalista de exploração de indivíduos e do planeta Terra.

Somado à isto, também buscaram-se soluções que fossem eficientes ao proporcionar conforto ambiental para os usuários dos espaços projetados. Grande parte dos materiais empregados são utilizados em sua forma natural, dispensando processos longos de produção, transformação de matéria prima, e gastos enérgeticos. Alguns são inclusive encontrados no próprio canteiro de obra, como é o caso da terra utilizada nas paredes de taipa de pilão, as pedras de basalto, ou então a madeira da colheita da silvicultura presente no terreno.

VISITAÇÃO ABERTA AO PÚBLICO

O Santuário conta com uma praça aberta (1), com área gramada e espaços de estar com bancos sombreados pela arborização proposta, com acesso livre ao público.

Criando um percurso de exploração, lateralmente aos trilhos do funicular, existem rampas e escadarias, passando pela

ponte sobre o rio, que levam até o observatório (2). Esse percurso dispensa o funcionamento do funicular, e fica fora dos cercamentos dos recintos dos animais, o que permite um fluxo livre das pessoas, sem necessidade do acompanhamento dos cuidadores do Santuário.

Manta de impermeabilização

Geomembrana 0,8 mm PEAD (poliestireno de alta densidade)

Camada de amortecimento

Folhas de papelão apoiadas no compensado naval.

ESTRUTURA COBERTURA

Compensado naval

Chapas de 25 mm de compensado naval, com dimensões de 2,50 m X 1,60 m, para fechamento horizontal no telhado verde.

Tabeira em madeira

Duas tábuas de madeira com seção de 25 cm X 2cm unidas para resultar em uma tabeira de 50 cm de altura, circudando todo o perímetro do telhado.

Malha de vigas

Vigas duplas de madeira laminada colada, com seção de 30 cm X 15 cm¹ e 35 cm X 15 cm².

Vigas secundárias

Vigas de madeira de seção 6 cm X 12 cm, distantes 62,5 cm¹ e 66,0 cm² entre si, onde são fixadas as chapas de compensado.

Pilares de madeira

Pilares redondos de madeira com 25 cm de diâmetro.

Conexão metálica

Base/fundação em concreto

Peças metálicas que conectam o pilar de madeira na base de concreto. Base em concreto que auxilia na sustentação dos pilares.

MOBILIÁRIO FIXO

Prateleiras das cabras

Estruturadas em madeira, separadas em dois níveis de altura, conectadas por pequenos degraus de madeira, as prateleiras servem como enriquecimento ambiental, uma vez que as cabras gostam de escalar e explorar verticalmente os espaços, e se sentem seguras dormindo acima do nível do piso.

Poleiro para galináceos

Estruturado em madeira, apoios laterais que se fixam na parede e no piso, com peças de madeira entre eles, com 4 cm de diâmetro e seção circular com o objetivo de ser mais confortável para as patas dos animais.

Caixas de ninhos para aves

Caixas de madeiras fechadas lateralmente, com fechamento superior inclinado para que outros residentes não subam e intimidem os indivíduos dentro do ninho.

Comedouros e bebedouros

Comedouros de madeira para palha para as cabras e ovelhas, e comedouros de concreto para os bovinos, equinos e porcos.

Revestimento em madeira

veículos circulação peatonal depósitos

percurso guiado percurso funicular pontos de parada LEGENDA

DIAGRAMA

CONSTRUTIVO

referentes à estruturação do telhado com malha de pilares e vigas a cada 5 metros;

Revestimento em madeira ripada na base da parede de pedra, para proporcionar melhor conforto térmico para os residentes animais que se deitarem rente a estas paredes.

Parede de contenção em pedra

Optou-se por paredes de contenção de pedra basalto, disponível na região, e armagassa de assentamento quando o recinto possui um segmento semienterrado.

Portas fechamento translúcido

Portas estruturadas em madeira, com fechamentos externo com telhas transparentes onduladas de policarbonato, utilizadas nas paredes voltadas ao norte, permitindo a entrada da luz do sol nos recintos.

Taipa de pilão

Parede em taipa de pilão com 40 cm de espessura, construída com a terra encontrada no local, resultante das movimentações do solo para assentamento dos recintos. Utilizada por conta de sua boa performance de inércia e isolamento térmico, possibilidade de desenho orgânico, baixo impacto ambiental e seu valor estético.

Base/fundação

Estruturadas em pedra com viga baldrame de concreto.

Parede em wood frame

Parede estruturada em madeira e com fechamento em ripas verticais, utilizadas pelo baixo impacto ambiental e seu valor estético.

Porta em madeira

Porta estruturada em madeira com fechamento em ripas verticais.

FECHAMENTOS VERTICAIS PISO

Contrapiso de concreto armado

Contrapiso executado sobre uma camada de brita e o solo compactado; acabamento liso, onde serão depositadas camadas de palha, onde os animais poderão se deitar.

OS RESIDENTES ANIMAIS E SEUS RECINTOS

Para a proposta deste trabalho, foi considerado importante que se entendessem e estudassem algumas questões principais acerca dos residentes não humanos a serem acolhidos no Santuário. Para tanto, foram feitos levantamentos gerais acerca da fisiologia, anatomia, ergonomia e características comportamentais dos animais em questão, para que se pudesse entender com maior profundidade seus corpos e suas necessidades espaciais.

Após realização dos levantamentos de casos correlatos brasileiros, onde foram localizados três santuários de animais de fazenda no estado do Rio Grande do Sul, assim como os dados coletados do IBGE acerca dos principais animais de criação de Erechim, foi possível listar as espécies de animais não humanos a serem acolhidas na proposta do Santuário Animal do presente trabalho:

- Bovinos;

- Equinos;

- Porcos;

- Cabras;

- Ovelhas;

- Galináceos (galinhas, perus);

- Aves aquáticas (patos, gansos, marrecos).

Como referencial para as análises e levantamento de dados sobre os animais a serem acolhidos no Santuário Animal do presente trabalho foram utilizados os guias e manuais das organizações sem fins lucrativos The Open Sanctuary Project e a Global Federation of Animal Sanctuaries. A primeira, possui o objetivo de fornecer materiais e informações que auxiliem santuários animais a prosperar nas mais diversas áreas de atuação, desde as necessidades e os cuidados que cada espécie animal necessita, até gestão

financeira. Já a segunda, é um órgão global responsável por credenciar santuários pelo mundo todo, assim como oferecer suporte e orientação para essas organizações. Como base oficializada, e como forma de comparação, também foi consultado o capítulo “Instalações rurais: fazendas” do livro Arte de Projetar em Arquitetura, de Ernst Neufert. Para os desenhos e medidas apresentados dos animais, foram considerados valores médios de cada espécie, sem considerar as variantes de raças, por razões didáticas, a fim de facilitar o entendimento. As recomendações gerais para cada espécie foram ser levadas em consideração como ponto de partida para projetar seus respectivos recintos, tanto internos quanto externos, assim como para pensar nas ferramentas de enriquecimento ambiental para os residentes.

Recomendações gerais para os recintos de todas as espécies animais:

- Todos os recintos devem assegurar os residentes de potenciais predadores e do acesso de pessoas não autorizadas;

- Os recintos, tanto fechados quanto abertos, devem propiciar oportunidade dos residentes manifestarem seus comportamentos naturais e específicos de cada espécie, assim como interagir com seus semelhantes;

- É essencial um espaço reservado para a chegada de novos residentes no santuário, onde esses passarão um momento de quarentena, para cuidados veterinários gerais e aclimatação no novo ambiente;

- Nos espaços abertos, é essencial que se forneça espaços e elementos que criem áreas sombreadas, com proteção dos ventos e da chuva, com comedouros e bebedouros.

Características gerais

Expectativa de vida: 18 a 22

anos

Peso adultos: 720 kg 1100 kg

Temperatura corporal: 38 ºC a 39 ºC

Recomendações espaços internos

As recomendações para a metragem quadrada dos recintos fechados variam de 3,25 m² (FARM SANCTUARY, 2012) até 7,50 m² (CATSKILL ANIMAL SANCTUARY, 2017), por animal.

Recomendações espaços externos

Incluindo a área de pastagem, é recomendado no mínimo 2.000 m² por residente

Gado-bovino-doméstico (Gênero taxonômico Bos)

(FARM SANCTUARY, 2012), e 32,50 m² sem contar com área de pastagem (GFAS, 2019, p. 4).

Decisões projetuais

Os bovinos possuem um recinto aberto locado no segmento do terreno com relevo menos acidentado, com uma grande e longa área para que residentes possam fazer longas caminhadas durante o dia, e tenham bastante

espaço para explorar, incluindo acesso à uma parte da mata existente. Assim como os equinos, também possuem dois pontos de apoio cobertos dentro de sua área aberta cercada. Com um recinto fechado com área total de 266,26 m² e 66.544,00 m² de área aberta, a proposta é capaz de abrigar até cerca de 33 bovinos.

Recomendações espaços internos

As recomendações para a metragem quadrada dos recintos fechados são de 9 m² (CATSKILL ANIMAL SANCTUARY, 2019), por animal. Portões e passagens devem ter no mínimo 1,20 m de largura (GFAS, 2020, p. 7).

Recomendações espaços externos Incluindo a área de pastagem, é recomendado no mínimo 4.000 m² por residente ou 2.000 m² para pôneis (CATSKILL, 2019), sendo 8.000 m² fortemente recomendado (THE OPEN SANCTUARY PRO-

JECT, 2020). Decisões projetuais Para os equinos, optou-se por locar seu recinto aberto no segmento mais plano do terreno, além de ter sido reservado um longo recorte, não necessariamente tão largo, que permite que os residentes corram grandes distâncias. O recinto fechado foi locado ao sul do cercamento dos equinos, para facilitar o acesso ao mesmo, buscando criar uma menor distância possível para o circuíto que liga todos os recintos do Santuário. Os equinos possuem acesso a um segmento do rio

Características gerais

Expectativa de vida: Cavalos de 30 a 40; Asnos de 25 a 30

anos

Peso adultos: Cavalos 380 kg - 1000 kg; Asnos 100 kg - 480 kg

Temperatura corporal: 37,5

ºC a 38,5 ºC

que cruza o terreno, caso queiram beber água ou se refrescarem nos dias mais quentes.

Também foram criados dois pontos de apoio com cocho com alimento e água, com uma cobertura para proteger das intempéries. Além disso, foi pensado em plantar árvores espalhadas pelo recinto aberto para oferecer sombra e pontos de parada e descanso para os residentes.

Com um recinto fechado com área total de 176,06 m² e 60.765,00 m² de área aberta, a proposta é capaz de abrigar até cerca de 16 equinos.

Características gerais

Expectativa de vida: 15 a 20

anos

MAPA DE ESPACIALIZAÇÃO DOS RECINTOS

Características gerais

Expectativa de vida: 12 a 14 anos

Peso adultos: 20 kg - 140 kg

Temperatura corporal: 39 ºC a 40,5 ºC

Recomendações espaços internos

As recomendações para a metragem quadrada mínima dos recintos fechados são de 2,35 m² por cabra, sendo importante mais espaço caso os residentes sejam agressivos entre si (FARM SANCTUARY, 2012 e CATSKILL ANIMAL SANCTUARY, 2019).

Recomendações espaços externos

Incluindo a área de pastagem, as recomendações variam entre 2.000 m² para cada dupla de cabras ou bodes (CATSKILL ANIMAL SANCTUARY, 2019) até 4.000 m² para cada duas cabras (FARM SANCTU-

ARY, 2012), e 14 m² por caprino sem contar com área de pastagem (GFAS, 2019, p. 4).

Decisões projetuais

As cabras ficaram com duas áreas de recintos abertos, divididas pelo trilho do funicular. As cabras comumente criam grupos sociais não muito grandes, que podem ter conflitos entre si, então a divisão é benéfica para elas.

Os recintos abertos foram locados no segmento do terreno onde a declividade é mais acentuada, uma vez que esses animais gostam de escalar terrenos ingrimes, e se sentem seguros em pontos altos com visão

ampla do entorno. As cabras também possuem acesso a uma parte da vegetação da mata nativa, onde são livres para explorar. Além disso, o recinto aberto com maior área total, possui um ponto de apoio e acesso ao rio. Espera-se que os cuidadores façam rotações dos grupos sociais das cabras de tempos em tempos, para que os residentes experienciem variações ambientais. Com dois recintos fechados com área total de 83,41 m² e 62.147,00 m² de área aberta, a proposta é capaz de abrigar até cerca de 35 cabras.

Recomendações espaços internos

As recomendações para a metragem quadrada mínima dos cômodos é de 5,95 m² por animal adulto, e 7,60 m² para porca com ninhada. Chiqueiros mínimo 93 m² para cada animal adulto e 1,20 m no mínimo de altura. (Global Federation of Animal Sanctuaries, 2019).

Recomendações espaços externos

Mínimo 4.000 m² para cada dupla de

Recomendações espaços internos

As recomendações para a metragem quadrada dos recintos fechados variam de 0,50 m² (RSPCA, 2019) até 0,55 m² (CATSKILL ANIMAL SANCTUARY, 2019), por animal.

Recomendações espaços externos

Para os recintos abertos externos é recomendado uma área mínima de 1,50 m² (RSPCA) por ave, pensando nos patos. E solo livre de 1,48 m² (GFAS, 2019, p. 4).

porcos compatíveis (FARM SANCTUARY, 2012 e GFAS, 2019).

Decisões projetuais

O recinto dos porcos foi locado em uma área onde o relevo não é tão acidentado, e os residentes têm acesso livre ao rio e suas áreas sombreadas pela vegetação ripária. Próximo ao recinto fechado, foi proposta uma área alagável rasa, onde os porcos podem se dirigir para usufruir da lama pre-

Peso adultos: 250 kg 400 kg

Temperatura corporal: 38,0

ºC a 40,0 ºC

sente. A área alagável enlameada é de grande importância para a saúde dos porcos, uma vez que a lama auxilia na proteção de suas peles contra os raios de sol, e também serve como espaço de lazer, de socialização e interação entre os indivíduos da espécie. Com um recinto fechado com área total de 170,77 m² e 26.920,00 m² de área aberta, a proposta é capaz de abrigar até cerca de 13 porcos.

Características gerais

Expectativa de vida: Patos 10

a15 anos e gansos 15 a 20 anos.

Peso adultos: Patos 0,7 kg

1,6 kg. Gansos 3,2 kg 6,5 kg.

Temperatura corporal: 41 ºC a 42 ºC

Decisões projetuais

As aves aquáticas foram locadas em uma área do terreno onde anteriormente já existia um lago artificial, e foi pensado em um redesenho das bordas do mesmo, para melhor adaptação aos cercamentos e edificações propostas. Pensa-se que o lago e seu entorno seja vegetado com variadas espécies de plantas nativas, para enriquecer o ambiente e convidar outros pequenos animais da fauna regional para se apropriar do espaço, como

anfíbios e outras aves.

Foram propostos dois recintos iguais para essas aves, pensando na possibilidade de criar um cercamento leste/oeste no recinto aberto para que se separem machos de fêmeas ou dois grupos de convívio social distintos. Com dois recintos fechados com área total de 126,90 m² e 6.330,00 m² de área aberta, e extrapolando as áreas mínimas recomendadas, a proposta é capaz de abrigar até cerca de 60 aves aquáticas.

Características gerais

Expectativa de vida: 10 a 12

anos

Peso adultos: 45 kg - 160 kg

Temperatura corporal: 39,0 ºC a 40,5 ºC

Recomendações espaços internos

As recomendações para a metragem quadrada dos recintos fechados são de no mínimo 2,30 m² (FARM SANCTUARY, 2012 e CATSKILL ANIMAL SANCTUARY, 2019), por animal.

Recomendações espaços externos Incluindo a área de pastagem, é recomendado no mínimo 2.000 m² para cada dupla de ovelhas (CATSKILL ANIMAL

SANCTUARY, 2019) ou 4.000 m² para cada 3 a 6 ovelhas (FARM SANCTUARY, 2012), e 14 m² sem contar com área de pastagem (GFAS, 2019, p. 4).

Decisões projetuais

As ovelhas ficaram locadas no segmento mais ao sul do terreno, onde têm acesso tanto à uma área com inclinação mais acentuada, onde podem explorar escalando, assim como uma área mais plana, nas proximidades das

residencias. Optou-se por deixar as ovelhas terem acesso à área destinada aos cuidadores e voluntários, uma vez que essas espécies costumam ser mais dóceis e gostarem de contato humano.

Com um recinto fechado com área total de 81,46 m² e 48.998,00 m² de área aberta, a proposta é capaz de abrigar até cerca de 35 ovelhas.

Galinha-doméstica e outros galináceos (Gênero taxonômico Gallus)

Características gerais

Expectativa de vida: 10 a 15

anos

Peso adultos: 0,6 kg - 5,4 kg

Temperatura corporal: 41,5 ºC a 42,5 ºC

Recomendações espaços internos

As recomendações para a metragem quadrada dos recintos fechados variam de 0,37 m² (CRR, 2015, p. 6) até 0,44 m² (FARM SANCTUARY, 2012), por animal.

Recomendações espaços externos

As recomendações para área externa variam entre 1 m² (CRR, 2015, p. 7) até 1,48 m² GFAS (2019, p. 4), por galinha.

Decisões projetuais Os galináceos ficaram com o recinto aberto locado ao sul do terreno, onde foram propostos três edificações de recintos fechado, com possibilidade de separação por cercamentos, para possíveis divisões entre machos e fêmeas, grupos sociais ou espécies. O recinto aberto das aves não possui declividade muito acentuada, e existem árvo-

res e propostas de plantio de novas espécies, onde os residentes poderão escalar e explorar em altura, além de proporcionar áreas sombreadas no terreno. Com três recintos fechados com área total de 174,99 m² e 4.460,00 m² de área aberta, e extrapolando as áreas mínimas recomendadas, a proposta é capaz de abrigar até cerca de 105 galináceos.

cercamentos dos recintos abertos recintos fechados pontos de apoio

LEGENDA

OS RECINTOS FECHADOS

Os recintos fechados são os espaços cobertos para onde os residentes não humanos são levados pelos cuidadores para passar a noite, protegidos da chuva, dos ventos, das temperaturas baixas e de eventuais predadores que os ameacem. Além disso, os recintos ficam abertos durante o dia, abastecidos de alimentos e água para os residentes.

O desenho dos recintos partiu da premissa de projetar plantas livres, onde os animais tivessem espaço suficiente para se locomover e a possibilidade de escolher onde se recolherem para dormir. Dessa forma, o desenho não ortogonal surgiu como uma opção viável que permitiu adaptações necessárias dependendo da localização de sua implantação. As formas orgânicas das paredes também criam recantos e diversidade de posicionamentos internos por parte dos residentes.

Algumas das diretrizes fixas para projetar os recintos foram:

1. A existência de uma parede em taipa de pilão voltada para norte, onde seriam distribuídas as aberturas de telhas transparentes, que aliadas ao beiral da cobertura, permitissem a entrada da luz do sol durante os meses mais frios, para auxiliar no aquecimento do ambiente;

2. A utilização de paredes de contenção em pedra onde existia a possibilidade de semi enterrar a edificação, para conferir ao recinto maior contato com a inércia térmica do terra;

3. O deslocamento da cobertura dos fechamentos verticais, para conferir ventilação constante do ar saturado de dentro do recinto, ao mesmo tempo em que impede o vento de cruzar diretamente com os animais;

4. A existência de varandas externas cobertas, onde os visitantes dos santuários pudessem ficar nos momentos de trocas com os guias.

PLANTA BAIXA RECINTO PORCO-DOMÉSTICO

PLANTA BAIXA RECINTO OVELHAS esc 1/125

recinto dos galináceos

visualização recinto dos equinos

PLANTA BAIXA RECINTO CABRAS A esc 1/125

CORTE AA RECINTO CABRAS A esc 1/125

PLANTA

esc 1/125

CORTE AA RECINTO

B esc 1/125

PLANTA BAIXA RECINTO GADO BOVINO esc 1/125

CORTE AA

GADO BOVINO esc 1/125

visualização interna recinto das cabras B

visualização da praça e centro de visitantes

Referências

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Animal-Care-Cattle.pdf>. Acesso em: 29 de abr. 2021.

Pig Care. Farm Sanctuary 2012. Disponível em: <https://www.farmsanctuary.org/content/uploads/2012/06/

Animal-Care-Pigs.pdf>. Acesso em: 30 de abr. 2021.

Sheep Care. Farm Sanctuary 2012. Disponível em: <https://www.farmsanctuary.org/content/uploads/2012/06/ Animal-Care-Sheep.pdf>. Acesso em: 30 de abr. 2021.

Goat Care. Farm Sanctuary 2012. Disponível em: <https://www.farmsanctuary.org/content/uploads/2012/06/ Animal-Care-Goats.pdf>. Acesso em: 01 de mai. 2021.

Estacionamento com vagas para ônibus e pequenos caminhões de carga

Chicken Care: non-cornish breeds. Farm Sanctuary 2012. Disponível em: <https://www.farmsanctuary.org/content/ uploads/2012/06/Animal-Care-Non-Cornish-Chicken.pdf>.Acesso em: 02 de mai. 2021.

Building A Good Home For Cows. The Open Sanctuary Project 2020. Disponível em: <https://opensanctuary. org/article/building-a-good-home-for-cows/>. Acesso em: 29 abr. 2021.

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Building A Good Home For Pigs. The Open Sanctuary Project 2020. Disponível em: <https://opensanctuary. org/article/building-a-good-home-for-pigs/>. Acesso em: 30 abr. 2021.

Building A Good Home For Sheeps. The Open Sanctuary Project 2020. Disponível em:<https://opensanctuary. org/article/building-a-good-home-for-sheep/>. Acesso em: 30 abr.2021.

Building A Good Home For Goats. The Open Sanctuary Project 2020. Disponível em: <https://opensanctuary. org/article/building-a-good-home-for-your-goats/>. Acesso em: 01 mai.2021.

Building A Good Home For Chickens. The Open Sanctuary Project 2020. Disponível em:<https://opensanctuary.org/article/building-a-good-home-for-chickens/#indoor-living-spaces-for-chickens>. Acesso em: 02 mai. 2021.

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Chicken Fact Sheet. Catskill Animal Sanctuary 2019. Disponível em: <https://19beq-4460j1a32nbgp1z4bim-wpengine.netdna-ssl.com/wp-content/uploads/2019/05/Chicken--Fact-Sheet.pdf>. Acesso em: 02 mai. 2021. Recommendations for Municipal Regulation of Urban Chickens. Chicken Run Rescue 2015. Disponível em: <https://files.cargocollective.com/161955/RECOMMENDATIONS-FOR-MUNICIPAL-REGULATION-OF-URBAN-CHICKENSrev2.pdf>. Acessoem: 02 mai. 2021.

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How should keep and care for my pet ducks?. Royal Society for the Prevention of Cruelty to Animals (RSPCA), 2019. Disponível em: <https://kb.rspca.org.au/knowledge-base/how-should-i-keep-and-care-for-my-pet-ducks/#housing>. Acesso em: 03 mai. 2021.

visualização do observatório