Jornal papabergigão prova final

PAGINA 01

Ano 0 - N° 1 - Agosto/Setembro 2014

AREA AMARELA - AREA DE MANCHA

Qual a sua cara, papa-berbigão!?

SANGRA

DOBA

USAR ESTA AREA SOMENTE PARA SANGRA

Por uma arte popular em defesa de nossas tradições culturais página 3 O que significa ser papa-berbigão? página 5 Cultura que movimenta página 7 Uma feira diferente página 8 Uma francisquese no Triátlon de Caiobá página 10

SANGRA

SANGRA

SANGRA editorial

Publicação do Instituto Ecociente 07.879.759/0001-35

CONSELHO EDITORIAL EDITOR-RESPONSÁVEL Alisson Brito CO-EDITORA Thaís A.D. Tolentino DESIGNER RESPONSÁVEL Renan Bannach Filho DIRETOR COMERCIAL Arlindo Bagnara ILUSTRAÇÕES Alexandre Kerpel DESIGN EDITORIAL

www.chicosanto.com

As colocações expostas por convidados ou entrevistados é de responsabilidade exclusiva dos mesmos.

Críticas, dúvidas ou sugestões ecocientesfs@hotmail.com 47 8455-3164 /canalpapaberbigao @papaberbigao

PAGINA 12

A

padronização da indústria cultural tornou-se tão insustentável quanto o modo de vida predatório, excessivamente capitalista e consumista. Chegamos a um ponto em que os meios de comunicação convencionais e de massa estão perdendo seus significados e já não mais respondem as demandas sociais, civis e menos ainda comunitárias. No cenário atual, a liberdade de empresa se sobrepõe à liberdade de imprensa.

Encontrar novos caminhos para trilhar é o papel da mídia independente, para que se possa romper com o estabelecido e ir mais além. Ir além inclusive das polarizações ou das bipolarizações, tão emblemáticas no jogo do poder, e que servem apenas para mediocrizar ainda mais a mente humana. É com essa perspectiva que o PapaBerbigão se apresenta, como um meio alternativo e local de contribuição para a cidadania, para a voz popular e para o aprimoramento social. Ao invés de um mero reprodutor de chavões e editoriais desgastados, a pretensão é dar expressão e liberdade criativa para novas ideias. Contribuir para que o povo francisquense erga a cabeça e olhe para frente, reflita o presente e visualize o futuro. A maldição do cabecinha acabou!

http://papaberbigao.wordpress.com/

Tiragem: 5.000 exemplares Impressão Grafinorte

SANGRA

Os acontecimentos atuais locais sinalizam para um novo norte e devemos estar antenados às mudanças que se sucedem. É hora de direcionar a proa da canoa no sentido que os bons ventos possam nos guiar até um modelo social/ econômico/ambiental em que o conceito de desenvolvimento seja entendido como sinônimo de equilíbrio. Uma cidade mais harmoniosa e humanizada, que respeite a biodiversidade e a cultura tradicional.

A proposta não se trata de um retorno ao primitivismo e sim de valorizar o que é nosso, o que há de melhor na nossa essência. Daí, temos um ponto de partida para que possamos refletir sobre o que realmente é necessário, orgânico e re-evolucionário no processo de transformação.

Um novo jornal voltado para uma nova sociedade em construção.

Novo ciclo, novas relações e saberes, erigido de alicerces sólidos cuja base é a cooperação e não a competição. Está lançada a ideia! Que os santos, orixás e xamãs nos protejam! Oxalá!

Boa leitura!

Os editores

3

opinião

Por uma arte popular em defesa de nossas tradições culturais

PAGINA 01

AREA AMARELA - AREA DE MANCHA

N

a Europa do início do século XX, o estatuto popular da arte foi reivindicado por grupos sociais enquanto ferramenta de conscientização histórica e cultural, indo no caminho contrário tanto dos produtos artísticos produzidos pela indústria cultural quanto da arte ideologicamente manipulada disseminada por regimes fascistas. No Brasil, foram necessários pelo menos 50 anos e dois golpes de Estado (1937 e 1964) para que essa discussão entrasse na ordem do dia. No entanto, esse debate parece estar longe de ser superado.

Assistimos a descaracterização da nossa cultura popular. A televisão, escancaradamente, enlata nossa cultura em estereótipos vendáveis, distribuídos em novelas, filmes, seriados, etc., a fim de sustentar a roda-viva do mercadão cultural. E assim dá-se a manutenção do poder. Somos impelidos a experienciar a vida através da caixa preta, presos à poltrona e isolados do convívio social, das experiências coletivas. E a arte popular, aquela reivindicada por nossos artistas dos anos 1960-70 à favor da conscientização e emancipação das camadas populares, aquela capaz de ressuscitar o vigor sugado pela diária exaustiva dos trabalhadores, aquela produzida nos bairros, nas rodas de samba, na rua, na periferia, aquela compartilhada por gerações através da experiência passada, anda um pouco esquecida. Ou nos fizeram esquecer dela?

A ausência de políticas culturais certamente tem papel decisivo nos processos de alienação social. Temos assistido a administração pública em seus níveis federal, estadual e municipal corroborar para os processos de descaracterização cultural através de uma ausência de medidas efetivas. Nossos patrimônios culturais não são ainda prioridades das pautas de governo. Aí o boi-de-mamão se esconde, o teatro fecha, o cinema fecha, falta coro na folia de reis, a roda de samba vai pra dentro das casas de shows privadas e a gente do povo fica entocada, de frente pra tela preta, à mercê do mercadão. São mais de 500 anos se esvaindo pra lata de lixo da história.

Sim, ainda estamos longe de superar o debate acerca de uma arte popular à serviço do povo. Ela corre risco enquanto estiver na mão dos interesses nefastos dos administradores públicos e do mercado cultural. Por enquanto, assistimos nossas tradições culturais utilizadas como massa de manobra. Mas há de chegar a hora de não mais aceitarmos o hábito enquanto natural.

Por Thaís A.D. Tolentino

Pesquisadora em Literatura e Historicidade

Rua Dr. Luiz Gualberto, 87 - Centro Histórico

SANGRA

SANGRA

DOBA

USAR ESTA AREA SOMENTE PARA SANGRA

SANGRA

SANGRA 4

destaque

PAGINA 12

R

Qual a sua cara, papa-berbigão!?

eza a lenda que os franceses foram os primeiros a chegarem por essas terras, quando então aqui se depararam com os amistosos nativos da costa sul.

Estes, descendentes da linhagem tupi-guarani, que posteriormente foram denominados pelos portugueses de “carijós”. Na sequencia vieram os espanhóis e posteriormente os portugueses e africanos. Já no século XIX, há a chegada dos açorianos e outras diversas etnias europeias.

A diversidade é fator marcante do multiculturalismo que moldou a história de São Francisco do Sul, ao mesmo tempo que há um ponto convergente, em comum, cuja tradicionalidade reflete no modo de vida característico, próprio, singular do povo francisquense, ilhéu, caiçara, papa-berbigão.

A tradição marítima, costeira, a vida no estuário da Babitonga, as economias pesqueira e portuária, traduzem representações simbólicas que o povo tem de si mesmo. Tais conjuntos de crenças, hábitos, saberes tradicionais e um sistema peculiar de conhecimento é o que podemos denominar de “identidade cultural”.

Atualmente, a globalização que massifica e padroniza comportamentos tende a gerar perda da identidade e empobrecer as relações humanas, contribuindo para extinguir a produção cultural e o modo de vida tradicional. É neste contexto que se dá a “crise de identidade”, segundo o célebre sociólogo jamaicano, Stuart Hall.

A perda da identidade, que também representa a perda de referencial, é fator de desequilíbrio humano, social e ambiental, cujas consequências refletem danos materiais e zespirituais profundos. Daí a necessidade em provocar a discussão e ir além da superfície, ir diretamente ao cerne do problema, a partir da tese de que atravessamos um momento de crise de identidade cultural local.

Ser ou não ser, eis a questão!?

Dialeto papa-berbigão

N

ão se sabe ao certo onde o termo “papa-berbigão” foi dito pela primeira vez na Ilha de São Francisco do Sul. Populares atribuem sua origem aos pecadores tradicionais, habitantes da comunidade do Paulas.

Sabe-se que por muito tempo o berbigão contribuiu significativamente para a dieta dos nativos ilhéus, principalmente nos períodos de lestada, quando não era possível sair para pescar em virtude do mal tempo e dos ventos fortes de leste.

A ocorrência do berbigão, este molusco bivalve, é mais comum nas praias internas ou de dentro, protegidas, particularmente no ambiente estuarino.

Além de ser altamente nutritivo, rico em sais minerais e poder calórico, o berbigão também é reconhecimento popularmente como poderoso afrodisíaco natural.

Foto por Alisson Brito

SANGRA

USAR ESTA AREA SOMENTE PARA SANGRA 5

destaque

O que significa ser papa-berbigão?

PAGINA 01

“Representa um gesto de dizer que sou francisquense. É uma característica própria nossa, que identifica o morador local e nossa Cidade. Até para quem é de fora, saber que aqui existe uma cultura própria”.

Derci Moreira da Gonçalves 48 anos Dançarina/Vendedora Moradora do Paulas.

Silva

“Pra mim, é ter orgulho de um tempo em que tirávamos toda nossa sobrevivência do mar. Boas lembranças de uma tradição que se mantém viva até hoje”.

Ronaldo Ribeiro da Silva (Caloi) 52 anos Artesão/Microempresário Morador do Rocio Grande

“É ser o ilhéu mesmo, nativo, aquele caboclo que fala mesmo a verdade e está junto no dia à dia da situação. E temos que preservar essa nossa cultura porque é tradicional e a gente tem que ter orgulho da nossa terrinha”.

Carlos José Raimundo 53 anos Vigilante Morador do Rocio Pequeno

SANGRA

“É ter a identificação com a cultura local, com nossas raízes açorianas, a cultura da terra, a cultura da pesca, a religiosidade, dentre todas as outras coisas que existem aqui”.

Adriano Comitti 41 anos Artista Plástico Morador do Ubatuba

SANGRA

DOBA

AREA AMARELA - AREA DE MANCHA

SANGRA

SANGRA panorama cultural

6

Festival de Dança (26/7) São Chico recebeu no palco do Cine Teatro XV de Novembro a 32ª edição do Festival de Dança de Joinville. Os 23 grupos que se apresentaram na cidade trouxeram um pouquinho do que é esse evento internacionalmente reconhecido.

PAGINA 12 Foto por Alisson Brito

Festival Gastronômico (31/7 a 3/8) A 4ª edição do Festival Gastronômico “São Chico em Sabores” foi de dar água na boca.

Ingredientes típicos foram cuidadosamente elaborados por chefs de restaurantes da região. Mas dessa vez, o berbigão ficou de fora.

Foto por Alisson Brito

Sarau Literomusical (11/8) A segunda segunda-feira de Agosto foi dia de Sarau Literomusical no Café do Museu. Folclore, Dança do Vilão, Boi-de-mamão, Pão por Deus e música: a cultura-berbigão foi a bola da vez no Centro Histórico.

Foto por Luiz Augusto Osório

Feira do Livro (14 a 16/8) Foi bastante movimentada a 2ª Feira Literária Cantos e Contos, que aconteceu no Terminal Turístico Naval. A programação contou não só com espaços de vendas de livros, mas também palestras, teatro, apresentações musicais, etc.

Foto por Renan Bannach Filho

Novo ciclo para o Projeto TEAMAR No último 23 de Julho, O Instituto da Tecelagem Manual, que coordena o Projeto TEAMAR, promoveu evento de conclusão de curso, onde foram entregues os certificados às mulheres que se tornaram as mais novas tecelãs no Município.

A ocasião também serviu para a inauguração da nova sede, situada na Rua Dr. Luiz Gualberto, 51 - Centro Histórico (Antiga sede da Associação Empresarial). O local servirá como ponto de venda para os produtos artesanais, os quais são de primeiríssima qualidade.

Novo grupo de mulheres integrará o projeto, que conta com o apoio da fundação da Arcellor Mittal e da Prefeitura Municipal.

Foto por Alisson Brito

SANGRA

USAR ESTA AREA SOMENTE PARA SANGRA panorama cultural

7

Teatro (16/8)

PAGINA 01

O Grito Cia de Theatro, de Blumenau, apresentou no palco do Cine Teatro XV de Novembro a peça “Megera quem dera! Preguiça já era!”. O teatro mambembe nos fez relembrar a importância da arte de origem popular.

DOBA

AREA AMARELA - AREA DE MANCHA Divulgação Cia o Grito

Encontro de Carros Antigos (16 e 17/8)

SANGRA

Ainda que com um pouco de chuva, o Encontro de Carros Antigos atraiu muita gente no Centro Histórico da cidade. Quem passou por lá, além de apreciar as relíquias, contou também com feirinha e boa música.

Foto por Guilherme Pereira

Domingo Histórico (24/8) No último domingo do mês aconteceu o Domingo Histórico no centro da cidade. Quem passou por lá pôde conferir feirinha de artesanato e produtos coloniais, apresentações de música, dança e muita gente reunida!

Cultura que movimenta

Foto por Alisson Brito

A

s iniciativas culturais começam a movimentar São Chico. O marasmo da baixa temporada, aos poucos, parece estar ganhando cores, sabores e ritmos. Com o Centro Histórico repleto de turistas e moradores, os eventos artísticos e culturais que ocorreram nos últimos dias não deixam dúvida sobre os benefícios de iniciativas como essas: ganham os turistas, ao apreciar uma cidade culturalmente mais ativa; ganha a população francisquense, que passa a ter sua arte e sua cultura valorizada; e ganha o comerciante, que passa a sentir no bolso o reflexo da viabilização de um turismo mais estratégico.

agenda cultural 29/ago

Confraria do Vinil (Café do Museu)

30/ago

Carnaval de Inverno (Banana Joe)

30/ago à 8/set

349ª Festa de Nossa Senhora da Graça (Centro Histórico)*

7/set

Desfile Cívico (Centro Histórico)

8/set

Sarau Litero-Musical (Café do Museu do Mar)

SANGRA

* No dia 30/8, na abertura da 349ª Festa de Nossa Senhora da Graça, haverá um ato em favor a duplicação da BR-280. Local: Km1, próximo à estrada do Porto

SANGRA

SANGRA 8

ecologia

PAGINA 12

Uma feira diferente

E

vento interessante que rolou no início de julho, pouco enfatizada pelos meios de comunicação convencionais, foi a realização da 1ª.

Feira Ecocultural, no ambiente agradável e majestoso do Parque Ecológico Municipal Celso Pessoa (Morro do Hospício). A ideia serviu para agregar todos aqueles que desenvolvem seus projetos socioambientais (órgãos públicos, instituições de ensino, ong’s, produtores culturais, artistas e artesãos).

O Papa-Berbigão cobriu o evento com

reportagem: Alisson Britoo

exclusividade.

Além disso, permitiu ao público em geral o contato com diversos trabalhos, práticas e vivencias que ocorrem em São Francisco e região, o que é uma forma, inclusive, de contribuir para a promoção da consciência cidadã, ambiental e sustentável. Da recepção do Parque até o topo do Morro do Hospício, os espaços foram distribuídos por todo o trajeto e a experiência de quem teve a oportunidade em visitar foi bem interessante.

fotos: Alisson Brito

Instituições de Ensino apresentam seus projetos

U

mas das Instituições participantes foi o IFC – Instituto Federal Catarinense, que expos dois projetos desenvolvidos no Campus de Araquarí. Mara Tatiani Bossi, graduanda no curso de medicina veterinária, apresentou o trabalho sobre Biologia e Genética de Organismos Aquáticos, baseado em estudos e coletas de diversas espécies marinhas da região. Segundo Mara, que é paulista e escolheu estudar em Araquarí, o mapeamento das espécies vem servindo para formar um banco de dados genético sobre a vida aquática.

No campo da agroecologia, a professora Vera Maria Carvalho Silva Santos trouxe a experiência do projeto Mulheres Mil, realizado com 48 mulheres indígenas das aldeias tupi-guarani, situadas na região. Durante 01 ano, foi realizado diagnóstico em relação ao uso de diversas matérias-primas naturais, utilizadas nas aldeias para a composição de utensílios e artesanatos. A ideia é a garantir a manutenção deste patrimônio através do adequado manejo sustentável. A pesquisa chegou a dados interessantes e também alarmantes, como a constatação de que 80% das mulheres pesquisadas são analfabetas.

SANGRA

Além do IFC, outra instituição que se fez presente foi a UNIVILLE, que levou sua estrutura para expor dois dos seus projetos de pesquisa ambientais principais. O projeto Toninhas, cada vez mais consolidado e reconhecido, e o projeto Macacos da Ilha, em parceria com a prefeitura, que vem trabalhando a conscientização em relação aos macacos pregos, principalmente nas praias do norte da Ilha, onde a ocorrência é maior e os estudos estão buscando harmonizar os conflitos existentes em áreas naturais e urbanas.

De acordo com a bióloga responsável, Emanuele Cordeiro, até o final do ano, prazo para encerramento do projeto, deverá ser entregue a prefeitura relatório, com diagnóstico sobre os principais grupos de macacos e suas áreas de abrangência. Assim como, proposições das alternativas possíveis para resolução das questões conflitantes.

ecologia

9

Outras iniciativas sustentáveis

N

a área de monitoramento ambiental, quem participou foi a empresa Caruso Jr., responsável pelos indicadores no Porto de São Francisco do Sul. A empresa trabalha com educação ambiental na área portuária e nas escolas do Município, onde promove, inclusive, o desenvolvimento de hortas comunitárias. Sobre o monitoramento ambiental do Porto, os relatórios apontam que os níveis de qualidade da água estão de acordo com os parâmetros estabelecidos pela legislação ambiental.

De acordo com os responsáveis, nada que afete significativamente a fauna e flora marinha.

Outra entidade presente foi o Instituto Comar, que possui atuação na região e vem realizando o projeto de operacionalização turística no Parque Acaraí. O instituto trabalha com a sensibilização na área do parque, bem com a demarcação de trilhas e estruturas para visitação. Diante da imensa extensão, com 7 mil hectares, pelo menos quatro trilhas já estão demarcadas, para que o ecoturista se oriente: Trilha da Tapera (1.045m), Trilha do Mirante (2.050m), Trilha do Casqueiro (2.332m) e a Trilha da Restinga (1.814m).

PAGINA 01

Dos órgãos públicos, a nível estadual, houve a participação do EPAGRI, que expos suas iniciativas em agroecologia e pesca artesanal. A Secretaria Municipal do Meio Ambiente, promotora do evento em conjunto com a Fundação Cultural, passou vídeos educativos e também apresentou seus projetos, como a questão da sensibilização sobre a contenção do derramamento de grãos nas rodovias, denominada de “Operação Estrada Limpa”.

A Fundação Cultural Ilha de São Francisco trouxe os produtores culturais locais e os artesãos puderam comercializar seus trabalhos. A musicista Lili Blumerants, com seus convidados, fez uma bela apresentação, em um dos pontos de contemplação do parque. Foi realizado piquenique com frutas e para os amantes das orquídeas, teve um espaço para exposição do Orquidário da Ilha.

A Feira foi até às 16 horas e demonstrou que esse tipo de iniciativa é relevante, por associar lazer com educação e informação, além de proporcionar agregar profissionais e atores das áreas ambiental e cultural, o que serve como rica troca de experiências e oportunidade para que o público em geral também se intere sobre as iniciativas sustentáveis. O Evento contou com o apoio da empresa Logibras.

AREA AMARELA - AREA DE MANCHA

SANGRA

DOBA

USAR ESTA AREA SOMENTE PARA SANGRA

fotos Alisson Brito

SANGRA

SANGRA

SANGRA 10

crônica esportiva

Uma Francisquense no Triátlon de Caiobá

PAGINA 12

Habituada a participar de diversas corridas e também faturar diversas, a maratonista papa-berbigão Priscilla Picasky da Costa conta, em seu relato, a aventura de como foi participar da sua primeira prova de triátlon, evento esportivo de três modalidades: natação, bicicleta e corrida. Mesmo, com todos os perrengues a atleta conseguiu se superar e completar a prova com sucesso.

J

á faz um tempo que eu tinha essa vontade de experimentar fazer um triátlon completo. Então um amigo “virtual” me falou dessa competição em Caiobá e me atiçou bastante. Meu maior problema era a questão da bike. Não tenho nenhuma “mountain bike” e muito menos a tal da “speed”. Mesmo assim a minha vontade de participar foi maior do que a minha vergonha. Então me inscrevi na categoria “sprint” (750 m de natação, 20 km de bike e 5 km de corrida) que possui as distâncias menores. Meu principal objetivo nessa competição era conhecer a dinâmica e poder me preparar melhor para as próximas competições’.

Quando meu amigo Luiz Henrique (o mesmo que me fez o convite para participar do tri) viu a magrela, ficou bem preocupado e até tentou emprestar uma bike decente pra mim, mas não rolou. Na noite de sábado, durante a reunião técnica, comecei a me sentir bem mais intimidada diante do porte dos participantes. Então o meu amigo Homer, que acampou com a gente e nos acompanhou, teve a iniciativa de me ajudar tirando os para-lamas e o bagageiro.

Eu estava uma pilha de nervos.

Acordava de hora em hora, frio, chão duro, preocupada com o tempo e todos os detalhes. Levantei às 06h50m e comecei a me arrumar, às 07h25m o meu “apoio” começou a colocar a bike no carro, sendo que o limite pro check in da bike na área de transição era até as 07h45m. Então entrei no modo “desespero” e comecei a pirar.

Em cinco minutos chegamos no lugar onde deveria deixar a bike, recebi a marcação e então já comecei a sentir a humilhação. Só tinha daquelas bikes

FODA MESMO!! Eu me senti levemente intimidada, mas ainda tava segura de que conseguiria de qualquer jeito. E lá fui eu bem humilde fazer o meu trabalho.

Deixei a bike, meu tênis e meus apetrechos todos ajeitados (olhei como os outros atletas faziam pra ter uma noção melhor) e fui pra praia me aquecer.

O dia estava LINDO, a água estava realmente bem fria mas bem gostosa, eu estimava terminar a natação em aproximadamente 20 minutos e foi isso mesmo que fiz. Cheguei na transição bem feliz e tranquila, pois em mente eu iria “descansar” na pedalada pra poder correr no final. Mas assim que comecei a pedalar e passei na primeira curva meu selim baixou total e ficou solto. Lamuriei e resolvi continuar, afinal “o que é um peido pra quem tá cagado”. Pedalei 20 km xingando mentalmente cada pedalada.

Foram os 20 km mais difíceis e chatos que percorri na vida. Tenho certeza absoluta que se o selim da bike estive firme e ajustado corretamente eu teria feito esses 20 km em um tempo menor e não teria me desgastado tanto.

Forcei muito a parte posterior da coxa, tendo que pedalar rápido naquela posição totalmente instável e desconfortável.

Me senti torturada e quando finalmente cheguei na transição pra corrida me senti absurdamente aliviada e corri os 5 km tranquila, pois já tinha certeza absoluta que estava em último lugar na minha categoria e qualquer esforço extra ali já não fazia o menor sentido. Só estabeleci uma meta pessoal de terminar em menos de 2 horas e consegui. Foi no “pau da goiaba” mas completei meu primeiro triathlon em 1h58m34s . Satisfeita apesar dos pesares.

SANGRA

Minhas parciais de tempo foram: NATAÇÃO - 750 m - 24m53s BICICLETA - 20 km - 1h06m35s CORRIDA - 5 Km - 27m06s TOTAL : 1h58m34s Já participei de muitas provas, principalmente corrida e até algumas travessias, e nessas competições geralmente encontro pessoas “normais” que costumam ser amistosas e cordiais.

Ao participar desse triathlon, notei que os atletas são muito mais “carrancudos” e metidos. Admiro e acho muito legal quem leva o esporte com profissionalismo, mas acho que não custa a pessoa ser gentil e cordial com os “atletas amadores”. Mas na chegada eu sentia muita energia boa vindo dos expectadores e da torcida, com bastante palmas, gritos de incentivo, parabéns, etc. Muito legal mesmo.

Alguns elogiaram a minha “garra” e “coragem” em competir com a minha bike e nadar naquela água gelada sem

roupa de borracha, mas também senti alguns deboches e discretas risadinhas, nada que afetasse a minha determinação.

Muito pelo contrário: toda dificuldade que enfrentei só fez com que o gostinho de concluir essa prova fosse mais especial.

Tenho certeza que consigo completar até na modalidade olímpica, pois disposição eu tenho de sobra o que me falta é o equipamento adequado e treinar mais a técnica. Mas não passo de uma reles mortal que adora um desafio, quem sabe um dia eu chegue lá!!

Agradeço aos meus amigos que acompanharam e aguentaram meus surtos durante esse final de semana.

Obrigada pelas fotos, vídeos e torcida.

Obrigada.

Leia o texto na íntegra no blog de Priscilla:

diariodebordodapri.blogspot.com.br

USAR ESTA AREA SOMENTE PARA SANGRA editais

11

PAGINA 01

SANGRA

DOBA

AREA AMARELA - AREA DE MANCHA

Design Gráfico Criação de Websites Consultoria de Marketing Tratamento erestauração de fotos Editoração de jornais e revistas Agende uma visita!

SANGRA

47 9747-1778 www.chicosanto.com

SANGRA

SANGRA

PAGINA 12

SANGRA