Registo Ed.280

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SEMANÁRIO

Director Nuno Pitti Ferreira | Outubro de 2017 | Mensário| ed. 280 | 0.50€





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Sílvia Pinto em ENTREVISTA Mostra Gastronómica, Feira do Tapete e Festival da Empada de Arraiolos

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Mecachrome “abre portas” oficialmente

Redondo com empresas de Animação

Arcos: António Gato - Adega e Vinho de Talha

Bonecos de Santo Aleixo “regressam”

PÁG.04 A fábrica de Évora da Mecachrome Aeronáutica, que está a laborar desde o final de março e que produz peças metálicas para a indústria aeronáutica, foi inaugurada oficialmente, na passada semana, representando um investimento de 30 milhões de euros. A cerimónia de abertura da fábrica da Mecachrome Aeronáutica, empresa portuguesa do grupo francês Mecachrome, que tem como ‘chairman’ o português Júlio de Sousa.

PÁG.06 O Centro de Apoio a Microempresas foi cenário no passado dia 13 de outubro, na vocação a que o mesmo se destina com a assinatura formal de instalação no espaço de mais duas empresas do concelho de Redondo na área da prestação de serviços, cujo enfoque de ambas é a Animação Turística. Na representação pelo Município de Redondo, esteve o Sr. Presidente de Câmara Municipal de Redondo, António Recto.

PÁG.08 Vamos regressar pela estrada

PÁG.09 O Centro Dramático de Évora (Cendrev) já percorreu vários quilómetros para levar os Bonecos de Santo Aleixo a diversos pontos do país e do mundo. Estiveram no Festival Internacional de Marionetas do Porto para um dos últimos espectáculos do ano de 2017. A companhia teatral é proprietária das marionetas tradicionais de varão há cerca de 30 anos, sendo também responsável pela sua conservação e restauro.

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que nos levou a um lugar de privilégio. No caminho havemos de procurar uma palavra que descreva tudo o que vimos na adega. O balcão e as mesas de mármore, os bancos, uns de verga e outros de madeira, o esparregado e as iscas, o pão e as azeitonas e o queijo, os pimentos e os peros. O vinho e as talhas enormes despejadas em pequenos copos.

D.R.

O Melhor Petisco | Rua Catarina Eufémia , 14 Horta das Figueiras | 7005-320 Évora 266771284


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Outubro ‘17

A Abrir

Claro que há responsáveis ANTÓNIO COSTA DA SILVA

Deputado - Grupo Parlamentar do PSD

Claro que há responsáveis pelas tragédias que ocorreram nos incêndios do presente ano. Existem e não podem ser ocultados. Existem pela sua incompetência. Parece que não se aprendeu nada com a tragédia que ocorreu em Pedrogão Grande, Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos. As falhas foram muitas: descoordenação operacional; Falta de água, comunicações e eletricidade; Serviços públicos que falharam ou não responderam; Poucos operacionais da GNR no terreno; Militares sem qualquer possibilidade em ajudar; etc, etc. Tivemos diferentes versões sobre falhas nos sistemas de comunicações. Erros e mais erros que mereciam uma resposta clara. Evidentemente que existiam responsabilidades por apurar e responsáveis a encontrar. Foi com esta imagem que saímos dessa grande tragédia e com o compromisso do Governo que não poderia voltar a acontecer. Mas não foi assim que aconteceu! Os dias

14, 15 e 16 foram devastadores e trágicos para Portugal. Uma gigantesca parte do território português foi destruída. Foram mais de quatro dezenas de pessoas que morreram, centenas de empresas destruídas, centenas de casas ardidas e uma floresta devastada. Um país em luto! As responsabilidades não podem ser imputadas às pessoas, muito menos àqueles que procuraram socorrê-las. É claro que o Governo tem uma responsabilidade enorme. Tem responsabilidade porque não foi capaz de defender as pessoas e os seus bens. Tem responsabilidade porque não foi capaz de defender grandes territórios, já de si fragilizados. Todos aqueles que viveram aqueles momentos sentiram-se abandonados. Abandonados à sua sorte. Grande parte dos testemunhos prestados foram nesse sentido. Tivemos inúmeras aldeias que não tiveram qualquer apoio. As pessoas procuraram entreajudar-se, mas não tiveram sucesso para impedir tamanha tragédia.

Qual a resposta do Governo? Pouco, muito pouco. Tivemos um Primeiro-ministro, sem qualquer compaixão pelas vítimas, a

“Evidentemente que existiam responsabilidades por apurar e responsáveis a encontrar“.

procurar desculpabilizar-se do ocorrido. Assim não vamos lá! Já não existem dúvidas de que há uma responsabilidade clara e objetiva por parte do Estado. As pessoas não foram protegidas, tal como é obrigação do Estado. Cabe ao Estado a responsabilidade pela segurança do País e essa despareceu. A confiança no Estado também desapareceu. Têm que ser garantidos os meios para que estas tragédias não ganhem esta dimensão. Os portugueses, mas sobretudo as comunidades atingidas, não mereciam mais esta tragédia. Estas comunidades têm que ser ajudadas para que o País possa avançar. Para isso, torna-se fundamental que o Estado funcione rapidamente. Que ajude todas as pessoas e as comunidades atingidas. É prioritário! Tenho que dúvidas que o Estado funcione com este Governo. Com um Governo incompetente dificilmente teremos bons resultados. Muito dificilmente as pessoas terão o apoio e segurança que merecem.

Dinâmicas da Gestão

USO DA INFORMAÇÃO SOBRE CUSTOS RELACIONADOS COM A QUALIDADE

JORGE CASAS NOVAS

Departamento de Gestão e CEFAGE, Universidade de Évora

Philip Crosby, uma das referências nos estudos da Qualidade (não aprecio o termo “guru”), escreveu um dia, mais ou menos por estas palavras, que a qualidade é gratuita e que são as desconformidades face aos requisitos definidos que originam custos. Queria, com estas palavras, dizer-nos que se as organizações desenvolverem sempre as suas ações de acordo com os requisitos definidos não terão de suportar custos com a falta de qualidade (ou custos de não conformidade). Sabemos que não é assim, que nem sempre é possível cumprir exatamente com os requisitos, pelo que os custos de não conformidade são uma realidade com as quais as organizações têm de conviver. Percebendo isso, as organizações procuram controlar o volume de custos de não conformidade, o que as obriga a incorrer em custos de conformidade, isto é, em custos para garantir os níveis desejados de qualidade: o custo com a formação de um colaborador, por exemplo, pode ser entendido como um custo de conformidade, na medida em que seja incorrido para aperfeiçoar a execução das suas tarefas e, com isso, controlar o nível de desconformidades. Custos de não conformidade e custos de conformidade formam, no seu conjunto, os custos relacionados com a qualidade. A implementação de um sistema que permita, de uma forma sistematizada, identificar e medir os custos relacionados com a qualidade

pode representar um elemento importante no processo de melhoria continuada de procedimentos. Desde logo porque proporciona uma medida quantitativa da qualidade, ou da falta dela, permitindo uma análise mais refinada dos custos, direcionar as ações e avaliar o resultado das mesmas. Depois, os custos relacionados com a qualidade permitem uma focalização em áreas de baixo desempenho que podem ser melhoradas, além de que aumentam a consciência para os potenciais efeitos da má qualidade sobre os resultados. Mas a implementação e desenvolvimento de um sistema interno de identificação e medição sistemática e organizada dos custos relacionados com a qualidade deve ser acompanhada pelo uso efetivo dessa informação para conhecer e controlar tais custos, bem como para identificar oportunidades de melhoria a este nível. Se assim for, o custeio da qualidade funciona como elemento de controlo, mas também de conhecimento e inovação. É esta uma prática comum nas empresas portuguesas? Um estudo recente no qual participaram mais de 300 empresas portuguesas certificadas à luz na Norma ISO 9001 revela que, até por via da certificação, a identificação e medição dos custos relacionados com a qualidade é uma prática generalizada, pelo que os responsáveis têm ao seu dispor informação que lhes permite um entendimento amplo destas grandezas. Revela também que 32% das em-

presas não faz posterior uso dessa informação no processo de gestão, ao passo que cerca de 30% a usa de uma forma circunscrita, centrada essencialmente na monitorização da eficiência operacional (monitorização dos resultados para deteção e correção de desvios). Por fim, 38% das empresas faz um uso extensivo da informação sobre custos relacionados com a qualidade, aproveitando-a também para realização de esforços conscientes para identificar áreas problemáticas e desenvolver melhores

“A implementação de um sistema que permita, de uma forma sistematizada, identificar e medir os custos relacionados com a qualidade pode representar um elemento importante no processo de melhoria continuada de procedimentos“.

procedimentos internos. Este estudo revela, portanto, perfis distintos entre as empresas portuguesas certificadas quanto ao uso da informação sobre custos relacionados com a qualidade. Mas a nota mais relevante prende-se com o facto de que uma parte substancial das empresas direciona recursos para o custeio da qualidade (implementação e manutenção do sistema, recolha e tratamento da informação, etc.), mas não faz uso dessa informação no processo de gestão ou fá-lo de uma forma bastante restrita. O facto de a empresa ser rentável, o entendimento da problemática da qualidade como um processo essencialmente normativo, o alheamento da gestão, uma filosofia de gestão antiquada e pouco direcionada para a melhoria de processos ou a capacidade “infinita” de gerar informação associada à capacidade “finita” de a analisar, o que, acrescente-se, é um problema transversal a muitos domínios da sociedade atual são exemplos que podem justificar tal comportamento. Não sendo gratuita, a qualidade pode ser alcançável a custos controlados. Para tal é necessário evitar também que às ineficiências associadas às desconformidades se juntem as ineficiências associadas aos investimentos na implementação de sistemas de custeio da qualidade que depois são explorados de uma forma limitada, dissipando recursos e energias da empresa.

Ficha Técnica Director Nuno Pitti Ferreira TE 738 (nuno.pitti@registo.com.pt) Registo ERC nº125430

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Estatuto Editorial em www.registo.com.pt Propriedade PUBLICREATIVE - Associação para a Promoção e Desenvolvimento Cultural; Contribuinte 509759815 Sede Rua Werner Von Siemens, n.º16 -7000.639 Évora - Tel: 266 750 140 Direcção Silvino Alhinho; Joaquim Simões; Nuno Pitti Ferreira; Departamento Comercial comercial@registo.com.pt Redacção Pedro Galego (CO279), Rute Marques (CP4823) Fotografia Luís Pardal (editor), Rute Bandeira Paginação Arte&Design Luis Franjoso Cartoonista Pedro Henriques (pedro.henriques@registo.com.pt); Colaboradores António Serrano; Miguel Sampaio; Luís Pedro Dargent: Carlos Sezões; António Costa da Silva; Marcelo Nuno Pereira; Eduardo Luciano; José Filipe Rodrigues; José Rodrigues dos Santos; José Russo; Figueira Cid Impressão Funchalense – Empresa Gráfica S.A. | www.funchalense.pt | Rua da Capela da Nossa Senhora da Conceição, nº 50 - Morelena | 2715-029 Pêro Pinheiro – Portugal | Telfs. +351 219 677 450 | Fax +351 219 677 459 Tiragem 10.000 ex | Distribuição Regional | Periodicidade Mensal | Nº.Depósito Legal 291523/09 | Distribuição PUBLICREATIVE.


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Atual “Juntamos muitos produtos locais de enorme relevância para o concelho de Arraiolos.”

Arraiolos - Mostra Gastronómica D.R.

Sílvia Pinto foi reeleita Presidente da Câmara Municipal de Arraiolos no dia 1 de outubro de 2017. Após a tomada de posse do atual executivo, que ocorreu no dia 20 de outubro, nos Paços do Concelho, a Presidente da Câmara Municipal considerou da maior importância a realização da Mostra Gastronómica, Feira do Tapete e Festival da Empada de Arraiolos, “pela significativa participação de empresas locais – restauração, hotelaria, artesanato, vinhos e outras - pelos milhares de visitantes que temos neste período e pelo que representa para a economia local.” Esperava este resultado eleitoral? Este é o tipo de desafio onde se entra com o objetivo de ganhar. Ganhámos as eleições autárquicas em Arraiolos como resultado do trabalho coletivo desenvolvido pelos eleitos e por dezenas e dezenas de arraiolenses que acreditam e confiam no projeto da CDU para o concelho. Este resultado é o reconhecimento do trabalho desenvolvido, mas também uma avaliação positiva do que fizemos. Isso só nos responsabiliza ainda mais, para responder de forma positiva às populações, encontrar soluções para os problemas e promover o desenvolvimento e progresso locais, para confiar numa vida melhor. Agora chegou o momento de “arregaçar as mangas” e trabalhar, promovendo uma política de proximidade com os agentes económicos locais e contribuir para melhorar a atividade económica no concelho de Arraiolos. A 18ª Mostra Gastronómica, a Feira do Tapete e o 10º Festival da Empada de Arraiolos é um dos eventos que se enquadra na promoção do concelho e de um conjunto de atividades económicas locais que integram o nosso projeto autárquico. Gastronomia, empadas e tapetes. Qual tem maior peso neste evento? À 18ª Mostra Gastronómica, à Feira do Tapete e ao 10º Festival da Empada de Arraiolos juntamos muitos produtos locais de enorme relevância para o concelho de Arraiolos, nomeadamente, as cavacas de Vimieiro, os pastéis de toucinho, o mel, os queijos, os vinhos… Por outro lado, na área do turismo, esta conjugação de produtos com o nosso património histórico e cultural, bem como a animação musical, convidam a uma viPUB

Valorização do Tapete de Arraiolos. Estaremos, como sempre estivemos, disponíveis para colaborar com os produtores de tapetes de Arraiolos e procurar as melhores condições para este artesanato secular, que não é por acaso tem o nome da nossa terra, mas porque aqui teve a sua origem. Que outros projetos pretende realizar na área do turismo? O nosso trabalho assenta na auscultação de todos os parceiros. Só dessa forma podemos encontrar as respostas adequadas. Com base nesse pressuposto, de forma resumida, posso dizer que pretendemos intervir na melhoria dos espaços urbanos, na beneficiação e valorização do património monumental, de que sobressai, pela sua importância o Castelo, do património ambiental, natural e paisagístico – ribeira e albufeira do Divor - a criação de novos núcleos museológicos, a dinamização de equipamentos e infraestruturas (ecopista e outros percursos), roteiros históricos e de natureza, parques de campismo e autocaravanismo, turismo equestre, como disse, no sentido de reforçar a capacidade de atração de mais visitantes ao concelho, dinamizando-se, ainda mais, a atividade turística.

sita mais demorada a um território que a Câmara Municipal pretende continuar a preservar e valorizar. Digamos que a Gastronomia – os pratos típicos e representativos da nossa cozinha - bem como a “Empada de Arraiolos ®” têm neste certame que lhes é dedicado um destaque merecido, mas o Tapete de Arraiolos é o nosso artesanato mais representativo, conhecido no mundo inteiro e por isso é, igualmente, detentor de renome a justificar lugar de destaque. Falava do património histórico e cultural, a que se referia, concretamente? Desde logo ao nosso património classificado – Castelo, Ruínas Romanas de Santana do Campo, Igreja da Pousada de Nª Sra da Assunção, Igreja da Misericórdia, Pelourinho – mas também os espaços museológicos – Centro Interpretativo do Tapete de Arraiolos e Centro Interpretativo Mundo Rural Vimieiro – e, naturalmente os estabelecimentos de restauração, as queijarias, o comércio local, as várias unidades de alojamento e Turismo Rural, o equoturismo, o enoturismo…

Uma semana não chegava para uma visita atenta? Exatamente. Pode-se ficar sempre mais tempo. Esse é um objetivo que em articulação com os agentes económicos e com a ERT (Entidade Regional de Turismo), apostando na qualidade ambiental, no turismo de natureza, no turismo equestre, nos produtos locais (vinhos, queijos, enchidos, azeite e outros, na gastronomia, no artesanato ligado à arte pastoril). Sem esquecer o património monumental concelhio enquanto produto turístico e de identidade, capaz de colocar Arraiolos nos circuitos nacionais e internacionais, reforçando o concelho como destino turístico de qualidade. Neste contexto de “valorização” onde fica a certificação do Tapete de Arraiolos? A Câmara Municipal de Arraiolos tem uma posição muito clara sobre essa matéria e que resumo da seguinte forma: o Governo deve a Arraiolos o cumprimento da Lei n.o 7/2002 de 31 de Janeiro, aprovada por unanimidade, na assembleia da República e a inerente criação, instalação e funcionamento do Centro para a Promoção e

O que ganha a economia local com este evento? A nossa gastronomia, onde podemos perceber a presença da “dieta mediterrânica”, a “Empada de Arraiolos ®”, os doces conventuais e o pastel de toucinho; os vinhos (alguns premiados, comprovando o bom trabalho desenvolvido pelas diversas adegas existentes no concelho); os projetos municipais do Centro Interpretativo do Tapete de Arraiolos e do Centro Interpretativo Mundo Rural Vimeiro, são “produtos” com impacto positivo na economia do concelho que têm neste certame uma visibilidade deveras interessante, para estimular a atividade económica. Por outro lado, esta iniciativa não está dissociada da defesa, valorização e preservação do território, dos recursos e riquezas naturais do concelho, bem como das produções de qualidade, onde podemos incluir a pecuária, o mel, o vinho, os queijos, os enchidos, o azeite. Do conjunto de ações e sinergias com outros parceiros locais e institucionais queremos criar condições para a realização de ações tendentes a valorizar o papel das empresas na economia local, o que também acontece com este evento.


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Outubro ‘17

Atual A Mecachrome serve clientes como a Airbus, Boeing e Safran.

Mecachrome ”abre portas“ oficialmente A fábrica de Évora da Mecachrome Aeronáutica, que está a laborar desde o final de março e que produz peças metálicas para a indústria aeronáutica, foi inaugurada oficialmente, na passada semana, representando um investimento de 30 milhões de euros. A cerimónia de abertura da fábrica da Mecachrome Aeronáutica, empresa portuguesa do grupo francês Mecachrome, que tem como ‘chairman’ o português Júlio de Sousa, instalada no Parque de Indústria Aeronáutica de Évora, contou com a presença do Presidente da Câmara Municipal de Évora, Carlos Pinto de Sá, e dos ministros dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, e da Economia, Manuel Caldeira Cabral. Durante a sua intervenção na cerimónia de inauguração, o autarca de Évora lembrou o papel ativo da CME na concretização deste investimento. “Acompanhámos a intenção de investimento; participámos ativamente no processo negocial; trabalhámos arduamente para que a Mecachrome decidisse fazer este investimento em Évora “, disse. “Trabalhámos em conjunto para que se cumprissem prazos e podemos dizer, com orgulho, que o município garantiu respostas e licenciamentos em prazos muito curtos contrariando a imagem e a prática em Portugal”, frisou ainda. “A Mecachrome vem dinamizar e valorizar Évora. Évora, património da humanidade, também valoriza a Mecachrome. A inauguração e o início da laboração desta fábrica é uma excelente notícia para Évora, para o Alentejo e para Portugal”, rematou Carlos Pinto de Sá, que antes conhecera, na companhia dos membros do Governo, as instalações desta unidade fabril. A fábrica agora inaugurada envolve

um investimento a rondar os 30 milhões de euros, até 2020, e foi objeto de um contrato de incentivos com o Estado português, representado pela AICEP - Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal. Localizada no Parque de Indústria Aeronáutica de Évora (PIAE), a nova fábrica da Mecachrome Aeronáutica, que detém outra unidade industrial em Portugal, em Setúbal, desde 2014, vai ter, no global, quase 22 mil metros quadrados.

Em Évora, a Mecachrome, que serve clientes como a Airbus, Boeing e Safran, fabrica peças de metal de alta precisão para aviões, sendo que nesta 1.ª fase apenas para motores e, na próxima etapa, também para a estrutura de aeronaves. A empresa planeia instalar, nesta fábrica, um inovador processo produtivo criogénico - à base de azoto líquido --, que é “único no mundo”, concebido pelo próprio grupo Mecachrome, em França. Segundo a empresa, o processo de re-

Portugal mais envelhecido O índice de envelhecimento aumentou, entre 2011 e 2016, em 95% dos municípios portugueses e apenas 15 dos 308 concelhos do país registaram um decréscimo, revelam dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), apresentados em outubro. De acordo com a 5.ª edição do Retracto Territorial de Portugal, publicação bienal do INE, o agravamento do índice de envelhecimento naquele período atingiu, sobretudo, municípios das sub-regiões do Interior Norte (Alto Tâmega, Terras de Trás-os-Montes e Douro) e Centro (Beiras e Serra da Estrela, Beira Baixa e Médio Tejo), com destaque para Almeida (Guarda), Vila de Rei, Oleiros e Penamacor (Castelo Branco) e Castanheira de Pera (Leiria), “que registaram um aumento em mais de 100 idosos por 100 jovens”. Em sentido contrário, os 15 municípios onde se registou um decréscimo do índice de envelhecimento localizam-se no Alentejo (oito), dois no Interior Norte, dois no Algarve, dois na Região Autónoma dos Açores e ainda o município de Lisboa. Em 2016, de acordo com o INE, 17 das 25 sub-regiões do país tinham um índice de envelhecimento acima da média nacional (150,9 idosos por cada 100 jovens) e

11 apresentavam um índice de envelhecimento “acentuado, com valores acima de 200 idosos por cada 100 jovens”. O INE sustenta ainda que, no ano passado, o índice de envelhecimento “era mais elevado nos territórios rurais do que nos territórios urbanos, sendo esta assimetria mais acentuada nas sub-

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-regiões Beira Baixa e Terras de Trás-os-Montes”. O envelhecimento demográfico era mais acentuado nas áreas predominantemente rurais (282 idosos por cada 100 jovens), mais do dobro do registado nas áreas predominantemente urbanas (132). A assimetria entre territórios rurais e

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crutamento de trabalhadores, oriundos sobretudo da região, depois de passarem pelo Centro de Formação Aeronáutica de Évora do Instituto do Emprego e Formação Profissional, está “em curso” e a meta, até 2020, é chegar aos cerca de 250 a 300 funcionários. No Parque de Indústria Aeronáutica de Évora, além deste projeto, estão já instaladas diversas outras fábricas de empresas deste setor, nomeadamente as duas da construtora brasileira Embraer.

urbanos “revelava-se mais intensa” nas sub-regiões da Beira Baixa (682 para 125), Terras de Trás-os-Montes (563 para 136), Alto Tâmega (446 para 170) e Beiras e Serra da Estrela (423 para 160), sublinha o INE. Os dados apontam ainda para uma maior concentração da população no litoral do país (nomeadamente nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto por oposição ao interior do continente), sendo que o INE revela que a densidade populacional em territórios predominantemente urbanos “era 19 vezes superior à verificada em áreas rurais”. Os mesmos dados revelam que, entre 2011 e 2016, “apenas 34 municípios registaram uma evolução positiva da população”, que variou entre uma taxa anual média de 0,001% (Lagoa, no Algarve) e de 1,42% (Arruda dos Vinhos, na região Oeste). Em 15 dos 34 municípios - Alcochete, Amadora, Cascais, Loures, Mafra, Montijo, Odivelas, Oeiras, Seixal, Sesimbra e Vila Franca de Xira (Área Metropolitana de Lisboa), Benavente (Médio Tejo), Valongo (Área Metropolitana do Porto), Entroncamento (Lezíria do Tejo) e Santa Cruz (Região Autónoma da Madeira) - a evolução positiva da população resultou de taxas de crescimento natural e migratório “simultaneamente positivas”.


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Atual Verba até 35 milhões de euros para o sector agrícola e florestal.

Câmaras e militares vão distribuir alimentos para animais

O ministro da Agricultura, Capoulas Santos, anunciou no passado sábado uma verba até 35 milhões de euros para o sector agrícola e florestal, nomeadamente para apoiar a alimentação dos animais e o depósito e a comercialização da madeira ardida. No âmbito da reunião extraordinária do Conselho de Ministros, destinada a aprovar medidas de prevenção e combate aos incêndios florestais, bem como reparação dos prejuízos, e que decorre na residência oficial do primeiro-ministro, em São Bento, o governante indicou que vão ser alocados 15 milhões de euros para “acudir aos problemas mais graves” de erosão dos solos e contaminação das águas. Na área florestal, vão ser criadas duas linhas de crédito, uma de cinco milhões de euros para a instalação de parques para depósito da madeira ardida e outra de três milhões de euros para a comercialização da madeira ardida a preços considerados razoáveis.O ministro da Agricultura, Capoulas Santos, anunciou hoje uma verba até 35 milhões de euros para o setor agrícola e florestal, nomeadamente para apoiar a alimentação dos animais e o depósito e a comercialização da madeira ardida. No âmbito da reunião extraordinária do Conselho de Ministros, destinada a aprovar medidas de prevenção e combate aos incêndios florestais, bem como reparação dos prejuízos, e que decorre na residência oficial do primeiro-ministro, em São Bento, o governante indicou que vão ser alocados 15 milhões de euros para “acudir aos problemas mais graves” de erosão dos solos e contaminação das águas. Na área florestal, vão ser criadas duas linhas de crédito, uma de cinco milhões de euros para a instalação de parques para depósito da madeira ardida e outra

de três milhões de euros para a comercialização da madeira ardida a preços considerados razoáveis. “Desde que sejam respeitados preços mínimos fixados pelo Ministério da Agricultura - 20 euros por metro cúbico para as árvores com menos de 30 centímetros de diâmetro”, revelou, á LUSA, Capoulas Santos. No setor agrícola, as medidas que vão ser “adotadas de imediato” prendem-se

com o apoio à alimentação dos animais, em que serão criadas “cinco plataformas logísticas” para a entrega de elementos compostos para animais encomendados pelo Governo à indústria de rações portuguesa, informou o tutelar da pasta da Agricultura, indicando que a distribuição contará com membros das Forças Armadas e dos municípios. Segundo o ministro da Agricultura, existem necessidades “muito urgentes

de alimentação animal”, que se estimam que estejam na ordem de meio milhão de ovinos e de mais de 100 mil bovinos. O Governo vai ainda apoiar em 100% os prejuízos até cinco mil euros dos pequenos agricultores e, “acima desse valor, 50% a fundo perdido em tudo o que tenha a ver com perda de máquinas, equipamentos, instalações, estábulos, motores e culturas permanentes como vinhas, pomares e olivais”.

Atrasos de comprovativos escolares reduzem abonos de famílias em Setembro Menos 34.331 crianças e jovens receberam o abono de família em Setembro, face a Agosto, uma descida explicada pelos atrasos na entrega da prova escolar, segundo o Instituto da Segurança Social (ISS). Em Setembro, o número de titulares de abono de família situou-se nos 1.072.410, reflectindo um decréscimo de 5,1% face ao valor revisto do mês anterior (1.129.895), adiantam as estatísticas do ISS. Comparando com o período homólogo do ano passado, houve menos 34.431 abonos processados (-3,1%), referem os dados publicados no site do ISS. O Gabinete de Estratégia e Planeamento (GEP) explica na Síntese de Informação Estatística da Segurança Social, que acompanha os dados do ISS, a quebra no número de beneficiários em Setembro com os “atrasos na entrega

da prova escolar”. “É usual observar-se um decréscimo acentuado. Contudo, após a sua apresentação por parte do titular, haverá processamentos de prestações a retroagir a este mês e os dados serão revistos em alta”, sublinha o GEP. Lisboa é a região do país com o maior número de abonos de família atribuídos (242.413), seguida do Porto (231.663) e Braga (107.574). Os dados indicam também que, em Setembro, 36.188 pessoas receberam prestações por parentalidade, verificando-se uma ligeira subida de 0,9% face ao mês anterior. “Foram atribuídas menos 1,5% de prestações desta natureza ao sexo feminino (24 792), mas mais 6,7% ao sexo masculino (11 396)”, refere o GEP. Relativamente ao período homólogo, houve uma subida de 3,8% no total (3,9% nas mulheres e 3,7% nos homens).


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Outubro ‘17

Atual O Presidente do Municipio de Redondo, António Recto, deu as boas-vindas às empresas.

CAME – Empresas de Animação Turística O Centro de Apoio a Microempresas foi cenário no passado dia 13 de outubro, na vocação a que o mesmo se destina com a assinatura formal de instalação no espaço de mais duas empresas do concelho de Redondo na área da prestação de serviços, cujo enfoque de ambas é a Animação Turística. Na representação pelo Município de Redondo (entidade gestora), esteve o Sr. Presidente de Câmara Municipal de Redondo, António Recto, a empreendedora Telma Freira, e o empreendedor Phillip Mollet, da empresa Corktrekking – Animação Turística, Lda. O Presidente do Municipio deu as boas-vindas a estas empresas, salientando o especial agrado por mais duas iniciativas empresariais no concelho e particularmente na área do Turismo. Referiu ainda que a criação do CAME é uma das respostas, mas não só, às necessidades de criação de apoios municipais ao empreendedorismo e especialmente às dificuldades iniciais de instalação, prevendo-se ainda outras formas de apoio que garantam a sustentabilidade e promovam o emprego local. Terminou desejando aos novos empreendedores os maiores sucessos profissionais e pessoais. O Município congratula-se na aposta que estes empreendedores assumiram. Mais do que falar ao vento é preciso acreditar no potencial do concelho e da região e acima de tudo fazer, naturalmente, o que compete à Autarquia - criar as condições para que tal aconteça e ajudar na consolidação e nos desafios de futuro destas novas empresas da nossa terra. Assente numa estratégia cujo enfoque foi a de potenciar a oferta turística, pois sem que a mesma exista não existe turismo, há que realçar e parabenizar também todos os empreendedores do concelho que dão o seu contributo nas diferentes áreas de intervenção. Sobretudo os empreendedores da área do alojamento que

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acreditaram e praticamente dobraram a oferta disponível nos últimos 2 anos em todo o concelho, sendo a expectativa da Autarquia de que este crescimento não fique por aqui e se consolide de forma sustentada. Os contratos de instalação firmados com estes dois empresários contemplam não só as condições físicas, através da cedência temporária de um espaço nas instalações do CAME, mas também as condições de apoio técnico e de mentoria na implementação e desenvolvimento das suas atividades empresariais. Estas duas empresas convidam todos os interessados a visitarem os seus espaços e a conhecerem as suas áreas de negócio.

Frutas e legumes com exportações em alta O sucesso das frutas e dos legumes produzidos em Portugal mede-se este ano numa expectativa de vendas ao exterior de 1500 milhões de euros porque há a qualidade garantida pelo clima atlântico e há diversidade de produtos, mas também porque a fileira sofreu nos últimos anos uma enorme transformação. Hoje, as empresas, as suas associações ou os seus representantes “apostam no conhecimento, na inovação, nas novas tecnologias”, explica Luís Vieira, secretário de Estado da Agricultura e Alimentação, ao Público. Desde que a Portugal Fresh foi criada em 2011, a representação do sector nacional em certames como o de Madrid, onde estiveram mais de 60 mil visitantes profissionais de 140 países, mudou. “Antes íamos às feiras sozinhos, eram 20 metros quadrados aqui, 15 ali…”, recorda Gonçalo Andrade, presidente executivo da associação. Desta vez, 29 empresas e oito associações albergaram-se debaixo do mesmo chapéu com uma área de 417 metros quadrados. A visibilidade de Portugal está longe da apresentada pela Andaluzia, com os seus 10 mil metros quadrados. Ou de gigantes mundiais da agricultura como a banana Chiquita. Mas serve para testemunhar o protagonismo de um sec-

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tor que em menos de dez anos passou de actor secundário para o papel de estrela da exportação. Este ano, as frutas e legumes valerão quase o dobro do vinho na exportação (vinho do Porto incluído). E a meta de

superar os dois mil milhões de euros em 2020 permanece alcançável. “Queremos manter um crescimento acima dos 10% ao ano nas exportações”, diz Gonçalo Andrade. No primeiro semestre, a ambição foi superada: as vendas ao exterior cres-

ceram 23%, principalmente arrastadas pelo segmento das frutas, a subir 45% no período. O que explica este desempenho? O clima, a começar. As temperaturas mais amenas da frente Atlântica “fazem com que haja um tempo mais demorado entre o aparecimento da flor e o fruto”, o que faz com que “os nossos sabores sejam mais intensos”, diz Gonçalo Andrade. Mas não é apenas o “Atlantic Breeze Taste” (sabor da brisa Atlântica) que a Portugal Fresh usa como mote do seu marketing a explicar o sucesso. Nos últimos anos, principalmente depois de a Portugal Fresh aparecer, os agricultores e empresas dedicaram-se a ganhar músculo em organizações de produtores (OP) – 25% da fruta passa pelas OP, embora o país esteja ainda longe da média europeia de 46%. Mas, principalmente, as empresas modernizaram-se e são hoje muito mais profissionais e competitivas. Faltam apenas três anos para se verificar se a ambição das exportações de 2000 milhões de euros se cumpre. Mas, mesmo que não se chegue lá, a hortifruticultura nacional terá praticamente triplicado o valor das suas vendas ao exterior numa década.


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Atual “Somos acérrimos defensores de uma verdadeira descentralização, mas as propostas conhecidas são preocupantes”.

Pinto de Sá exige ”verdadeira descentralização“ O presidente reeleito da Câmara de Évora, Carlos Pinto de Sá (CDU), defendeu, na passada sexta-feira à noite, a concretização de “uma verdadeira descentralização” de competências para os municípios, considerando que as propostas do Governo “são preocupantes”. “Somos acérrimos defensores de uma verdadeira descentralização, mas as propostas conhecidas são preocupantes”, declarou Carlos Pinto de Sá, no seu discurso de tomada de posse para um segundo mandato, cuja cerimónia decorreu no Salão Nobre dos Paços do Concelho. Perante novos eleitos e dezenas de pessoas presentes na sala e nas escadarias do edifício, Carlos Pinto de Sá realçou que o Governo “parece querer passar para os municípios grande parte dos problemas que não tem resolvido na Educação, Saúde, Justiça, Proteção Civil e em muitos outros setores”. “Mas anuncia que, no máximo, as verbas a transferir são as existentes nos ministérios, que, como sabemos, são insuficientes e, por vezes, até ridículas”, disse, concluindo que “transferir competências e problemas sem meios para os resolver, não é descentralizar”. O autarca comunista alertou que essa opção “ainda introduzirá maiores desigualdades entre zonas rurais e urbanas, entre o interior e o litoral e entre municípios mais pobres e mais ricos”, lamentando que continue “o processo de centralização em áreas onde corre mais dinheiro: a água, o saneamento e o lixo”. Considerando que “transferir competências e problemas sem recursos põe causa o serviço público”, Pinto de Sá deu como exemplo o contrato assinado, em 2008, entre a Câmara de Évora e o Governo para a descentralização de competências na área da educação. “Vive-se uma situação de rutura na generalidade das nossas escolas”, porque

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“faltam, no mínimo, 42 trabalhadores, sem os quais as escolas não conseguem funcionar nos níveis aceitáveis de operacionalidade”, referiu, prometendo colocar este assunto “no topo da agenda” do município. Na sua intervenção, o presidente da Câmara de Évora elogiou “a inversão de diversas políticas” feita pelo atual Governo, com o apoio de BE, PCP e PEV, mas denunciou, entre outras situações, “o não cumprimento da já redutora Lei das Finanças Locais, que irá retirar ao município, em 2018, 494.250 euros”.

Tal como no seu discurso de tomada de posse de há quatro anos atrás, Carlos Pinto de Sá salientou que “esta câmara municipal, no respeito pelo mandato popular concedido, não se curva a ninguém, responde apenas e só ao povo de Évora”. O autarca adiantou que a gestão comunista do município vai iniciar a elaboração da proposta de Opções do Plano e Orçamento para 2018, que será “um exercício complexo”, apelando a todos que apresentem “ideias e propostas”. O investimento municipal, como a reabilitação do Salão Central Eborense, a

requalificação do Palácio de D. Manuel e a intervenção no Teatro Garcia de Resende, o fortalecimento e diversificação da economia, o apoio aos cidadãos mais carenciados e a candidatura de Évora a Capital Europeia da Cultura em 2027 são algumas das prioridades traçadas pelo presidente reeleito. Carlos Pinto de Sá foi eleito para um segundo mandato à frente da câmara da capital de distrito alentejana, novamente com maioria absoluta, nas eleições autárquicas de 01 de outubro. Fonte: Lusa

RSI mais integrador e inclusivo Uma campanha de divulgação e esclarecimento sobre o Rendimento Social de Inserção (RSI) foi lançada na passada sexta-feira pelo Governo com o objetivo de recuperar “a cobertura do número de beneficiários” desta prestação social. Com a campanha lançada pretende-se dignificar esta prestação e reforçar a sua capacidade integradora e inclusiva, recuperando a cobertura do número de beneficiários do RSI”, afirma o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social em comunicado. O ministério adianta que “as alterações introduzidas ao RSI em 2012 e 2013 reduziram o valor da prestação atribuída às famílias carenciadas e introduziram um conjunto de alterações penalizadoras que levaram a uma diminuição significativa do número de beneficiários desta prestação social”. A Comissão Europeia alertou, em inúmeros relatórios, para o problema da baixa cobertura do RSI decorrente destas alterações, recomendando a introdução de medidas que invertessem esta situação. Para reverter esta situação, o Governo inscreveu no seu programa “a reintrodução, de forma gradual e consistente, dos níveis de cobertura adequados do RSI,

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reforçando a eficácia desta prestação social enquanto medida de redução da po-

breza, em especial nas suas formas mais extremas”.

Em 2016 foi modificada a escala de equivalência aplicável, alteração que se traduziu num aumento da percentagem do montante a atribuir por cada beneficiário, e iniciou-se a reposição do valor de referência do RSI, com a redução de 25% do corte introduzido em 2013, tendo prosseguido em 2017, com a redução adicional de 25% desse corte. Com o Orçamento do Estado para 2018 será reposto mais 25% do corte operados na anterior legislatura, restituindo-se “a dignificação desta prestação e a sua eficácia como medida de combate à pobreza e à exclusão social”. Além da campanha, lançada a propósito do Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, que comemorou a 17 de outubro, foi criada uma linha telefónica (300 513 131) dedicada a informações sobre o Rendimento Social de Inserção, que está disponível nos dias úteis, das 09:00 às 17:00. De acordo com os últimos dados do Instituto de Segurança Social (ISS), divulgados em setembro, 210.419 pessoas receberam o RSI em agosto, mais 838 (0,39%) do que em julho, mas menos 6.127 do que em comparação com o período homólogo do ano passado.


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Outubro ‘17

Exclusivo No caminho havemos de procurar uma palavra que descreva tudo o que vimos na adega.

Crónicas da Transtagana

Arcos: António Gato - Adega e Vinho de Talha Texto: José Pinto Fotografia: Florbela Vitorino Vamos regressar pela estrada que nos levou a um lugar de privilégio. No caminho havemos de procurar uma palavra que descreva tudo o que vimos na adega. O balcão e as mesas de mármore, os bancos, uns de verga e outros de madeira, o esparregado e as iscas, o pão e as azeitonas e o queijo, os pimentos e os peros. O vinho e as talhas enormes despejadas em pequenos copos. Uma palavra? - Autenticidade. Estamos de acordo. O que vimos é verdadeiro. As tabernas continuam um sítio de homens. Eles usam, amiúde, as metáforas e a troça. É quase um código. António Gato fez o exame da 4ª classe em 1945. Diz que ganhou como “prenda um rebanho de porcos”. - “Para guardar, só para guardar”, acrescenta para esclarecer. A vida, essa foi sempre ligada ao campo, ao trabalho na agricultura, à vinha e aos cereais. A apanhar azeitona, também. - Ainda guardei perús. Sem ironias, que não fossem as do destino, que não existe em todos os casos, recebeu António Gato outra “prenda” pelo exame da quarta classe, soube-o apenas anos mais tarde, quando se viu como “ponto” numa peça musical, com “orquestra e tudo” como ditava o brio colocado na atividade teatral da Casa do Povo dos Arcos, onde atores eram aderecistas e carpinteiros, ensaiadores e encenadores. Mas creio que para ser “ponto”, para além de saber ler bem, deve ter contribuído a tranquilidade que leio na postura serena do homem que se “ajeita bem a fazer tudo”. A Dona Maria Joana sorri ao lado do marido. A Florbela fixa a objetiva. O retrato vai ficar bem. O sorriso alarga-se ao rosto de ambos. É pelos filhos e pelos netos. É, digo eu, também por mais de meio século de casamento. O sorriso da mulher ajuda a dissipar a apreensão de António Gato. - Então o que é que há-de ser disto? Pergunta a pensar no futuro da adega. É natural que se questione. Afinal esta é uma adega secular onde António Gato passou mais de metade das suas oito décadas de vida. E depois ele tem amor à adega, diz-nos Dona Maria Joana, com um sentimento de afeição, dizendo o que sente o coração, mas que o seu olhar sereno sublinha e justifica com o tempo: - Ele está aqui há 59 anos. Uma vida! Há os fregueses certos e os que vêm de longe. Os de perto chegaram um a um. É como se não viessem há muito tempo. Sabemos que assim não é.

Pediram vinho tinto e provaram o branco. As navalhas que cortam o pão, de tanto serem afiadas já gastaram mais de meia folha. O tempo, mais as pedreiras e as vinhas levaram-lhes parte da alma e do corpo. António Gato espera-os todos os dias. Dando-se o caso da sua ausência é certo o desassossego de António Gato, pois que só a doença lhes impede o ritual. As tabernas sempre tiveram um papel social na vida local. Nos Arcos chegavam às duas dezenas. O convívio, um copo e uma conversa marcam o fim da jornada de trabalho. Às vezes vem o cante, embalado pelo vinho, que é regalo, alegra o coração e enriquece a voz. Tabernas e fado são de Portugal inteiro. - “Cantava-se pois. Ainda se canta às vezes”. Confirmam os fregueses, já habituados às fotografias. - “Atão?! Vai criar mosquitos”, atira Amílcar Cachucho, com o jarro na mão, para que se apresse o companheiro e possa encher mais um copo, “que o primeiro já foi”. A uva era pisada aqui. António Gato aponta o chão da taberna.

Indica-nos o sítio do “ladrão”, que mais não é do que uma talha enterrada, para função determinada e importante. Depois de esmagadas as uvas iam para as talhas. - Estas vieram de Campo Maior, em carros de bois. Algumas estão “gateadas”, coisa que agora é difícil arranjar quem faça. Desapareceram os louçeiros e os tendeiros que as “gateavam”. O mesmo aconteceu com os cesteiros que punham verga nos garrafões de vidro, agora em desuso. Entramos na adega. Temos como guarda de honra uma dúzia de talhas enfileiradas. Por elas ladeados, olhamos a porta que tem uma peculiar forma, para que as mesmas aqui tivessem tido entrada. “O branco parece ouro”, confidencia-nos António Gato, enquanto vai humedecendo uma das talhas, com um pano embebido em água, para ver melhor a inscrição aí gravada: uma estrela, uma data e um nome. O “Vinho de Talha” tem séculos de história e de saberes, que percorrida a linha do tempo, nos podem levar à romanização,

sendo o Alentejo, os Arcos e o Sr. António Gato seus guardiões, mesmo que doutros lugares venham notícias do forte ressurgimento deste modo de transformar a uva em vinho. Não cheguei a perguntar à Dona Maria Joana a receita do esparregado. Nem das iscas, que por outras bandas são com “elas” e só aqui são com “ele”. Mas entre a “abaladiça” e a “espora” acabei com um “coice de mula”, enquanto Arquimínio Pucarinhas, sentado no velho banco de madeira, insiste na prova dos pimentos assados. A ementa não está escrita em lado nenhum. Todos a conhecem: iscas de fígado e esparregado, galinha com tomate, frango frito e pimentos assados. Bem vistas as coisas, que falta me faz a receita? Estas iscas e este esparregado só têm tal palato, se tomadas entre estas talhas e envoltas no vinho, que será novo no São Martinho. E depois podemos sempre voltar. E isso é tudo o que importa saber.


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Radar Estiveram no Festival Internacional de Marionetas do Porto para um dos últimos espectáculos do ano de 2017.

Bonecos de Santo Aleixo ”regressam“ em Dezembro a Évora O Centro Dramático de Évora (Cendrev) já percorreu vários quilómetros para levar os Bonecos de Santo Aleixo a diversos pontos do país e do mundo. Estiveram no Festival Internacional de Marionetas do Porto para um dos últimos espectáculos do ano de 2017. A companhia teatral é proprietária das marionetas tradicionais de varão há cerca de 30 anos, sendo também responsável pela sua conservação e restauro. O espólio adquirido nos anos 80 ao mestre António Talhinhas, último proprietário, tem reunido interesse de especialistas internacionais. Porém, não consegue vingar dentro de portas. “Olhamos para a investigação que foi feita sobre os Bonecos de Santo Aleixo e a maioria aparece escrita em inglês, francês ou espanhol”, diz José Russo, encenador e membro da direcção do Cendrev. Uma pequena pesquisa na Internet e verifica-se que os resultados vêm de fora do país: a “Enciclopédia Mundial de Teatro Contemporâneo”, de 2013, de Peter Nagy, Phillippe Rouyer e Don Rubin, tem uma referência aos bonecos alentejanos. Talvez seja a primazia do interesse internacional face ao nacional que dificulte a precisão de quando e como os Bonecos de Santo Aleixo surgiram. Aos 61 anos, o também actor José Russo só consegue recordar os conhecimentos que lhe foram transmitidos, quando o Centro Dramático de Évora iniciou o processo de compra das marionetas ao mestre António Talhinhas. Na altura, contaram com ajuda de um especialista, Alexandre Passos, que “fez um trabalho mais apurado em descobrir a origem dos bonecos”. “Não somos investigadores, somos actores e intervenientes no espectáculo. Não temos tempo, vocação e aptidões adequadas”, reconhece. Como todas as tradições, as marionetas de varão com cerca de 30 centímetros, manipuladas de baixo para cima, foram trabalhadas ao longo de várias gerações. Os primeiros bonecos terão surgido no século XIX, embora José Russo acredite que a inspiração terá começado um século antes. “Há referência a um padre em Vila Viçosa, concelho próximo de Évora, que terá utilizado as marionetas”. O actual membro da direcção do Centro PUB

Dramático de Évora não esteve directamente envolvido no processo de passagem do espólio, mas afirma ao PÚBLICO que terá sido um momento doloroso para o anterior proprietário. O mestre recebeu propostas de alguns coleccionadores de marionetas para adquirirem parte do espólio das marionetas de Santo Aleixo. Mas este preferiu mantê-las no teatro e em actividade e não em casas estranhas, tal qual pai a zelar pelo futuro dos filhos. António Talhinhas ainda trabalhou com o Cendrev, de forma a garantir que o repertório e a conservação daquelas marionetas não se perdessem no tempo. De geração em geração vieram as candeias de azeite que iluminam os espectáculos, os cenários pintados à mão, as roupas, o retábulo (o lugar de representação e o palco dos bonecos) feito em madeira, o repertório, a música portuguesa e muitas das personagens -- as figuras bíblicas como Deus, Jesus, os irmãos Abel e Caim e Adão e Eva.

“Os Bonecos de Santo Aleixo mereciam ter outra atenção” Desde a altura em que António Talhinhas recebeu cerca de 700 contos - hoje seriam 3500 euros - pelo espólio das marionetas tradicionais de varão, o panorama mudou muito no teatro e na cultura portuguesa, e as dificuldades também. Hoje, os Bonecos de Santo Aleixo são manipulados por cinco actores do Cendrev e mais um que acompanha o espectáculo com a guitarra portuguesa. Por ano, a companhia tem dezenas de espectáculos com as marionetas, dentro e fora de portas, mas o número não significa fartura. “Podíamos ter este espectáculo todos os dias, mas só temos quando alguém nos pede, uma ou duas vezes. E mesmo assim, não conseguimos estar presentes em todas as ocasiões, porque muitos dos actores têm outros trabalhos”, explica o encenador do Centro Dramático de Évora. A precariedade registada no seio da companhia de teatro parte da falta de reconhecimento pelos

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Bonecos de Santo Aleixo e acaba nos orçamentos destinados à cultura. O futuro poderá ser incerto, mas está alinhavado com aquilo que se esperava que fosse o destino dos Bonecos de Santo Aleixo: no seio de uma companhia teatral e a dar voz às figuras do Alentejo. O Cendrev já recebeu alunos universitários e de escolas performativas e com eles organizou oficinas de trabalho. O próximo desafio será manter as pessoas junto dos bonecos e profissionalizá-las de acordo com a tradição do teatro e do legado que lhes foi passado. “Implica trabalho como a fixação de textos. Não é em dez minutos que se aprende. É uma actividade profissional e tem-se dominar a técnica. Há um conjunto de elementos que é preciso saber fazer”, explica José Russo. Os próximos espectáculos dos Bonecos de Santo Aleixo será na cidade que os acolheu, Évora, de 11 a 16 de Dezembro, com o repertório natalício. O palco será na Biblioteca Pública de Évora. O mestre Salas e o padre Chancas não vão faltar.


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Outubro ‘17

Radar “São medidas necessárias e urgentes, mas não trazem nada de novo ao ordenamento da floresta”.

Quercus diz que governo deve limitar área de eucaliptos A associação ambientalista Quercus afirmou no passado domingo que o Governo foi ultrapassado na decisão de conter áreas de eucalipto pela realidade dos incêndios e tem de legislar para “fazer diminuir essa área”. Recordando a lei aprovada para não aumentar as áreas ocupadas por eucaliptos, o presidente da associação, João Branco, comentou à Lusa que “neste momento o necessário é uma política ativa de diminuição da área instalada” por aquelas árvores. “O eucalipto está a expandir-se sozinho e principalmente depois dos incêndios, porque nascem várias árvores, mas o eucalipto acaba por dominar”, pelo que área com essas árvores vai aumentar este ano, argumentou. “Este é um ciclo vicioso, porque o eucalipto torna-se num pasto de chamas, que vai queimar novamente muita área e que vai fazer aumentar ainda mais a área de eucalipto”, acrescentou o ambientalista. Acerca das decisões tomadas sábado no Conselho de Ministros extraordinário sobre prevenção de incêndios, o responsável notou que o “grosso das medidas anunciadas é de resposta imediata, que é uma função do Estado, mas sem impacto estrutural”. “São medidas necessárias e urgentes, mas não trazem nada de novo ao ordenamento da floresta e à resolução de fundo, PUB

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que é a resiliência do território aos incêndios”, argumentou. Sobre o anúncio de apoios para a reposição e alargamento para 10 metros de faixas de proteção contra incêndios ao longo das estradas, a Quercus qualificou como uma medida positiva que “finalmente é feita”. Já sobre 15 milhões de euros destinados aos planos de estabilização de emergência, o ambientalista manifestou “sérias dúvidas quanto à sua eficácia”, ao argumentar

que são “medidas completamente ineficazes e muitas vezes é deitar dinheiro fora” porque quando o processo estiver completo “já choveu o que tinha a chover e começou a crescer a vegetação”. Em alternativa, João Branco apontou para “ações de rearborização e aproveitamento da regeneração natural”. A Quercus quer ainda um “compromisso do Governo para reflorestação com espécies autóctones”, nomeadamente com a

colocação de “folhosas de baixa combustibilidade”, como carvalhos, sobreiros e castanheiros, em “locais estratégicos, para compartimentar as monoculturas de eucaliptos e pinheiros” e para aumentar a resiliência a fogos. “E que impeça que os fogos atinjam grandes proporções”, concluiu. No sábado, o Governo anunciou a disponibilização de uma verba total “entre 300 e 400 milhões de euros” para a recuperação das habitações e infraestruturas de empresas e autarquias, o apoio ao emprego e ao setor agrícola e florestal. As centenas de incêndios que deflagraram no dia 15, o pior dia de fogos do ano, segundo as autoridades, provocaram 44 mortos e cerca de 70 feridos, mais de uma dezena dos quais graves. Os fogos obrigaram a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas, sobretudo nas regiões Norte e Centro. Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos em Portugal, depois de Pedrógão Grande, em junho deste ano, em que um fogo alastrou a outros municípios e provocou, segundo a contabilização oficial, 64 mortos e mais de 250 feridos. Registou-se ainda a morte de uma mulher que foi atropelada quando fugia deste fogo.


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Radar “Acreditamos que até às quase 25 mil toneladas o recurso continua a crescer 4,5%, o que não nos parece mal”.

Portugal e Espanha com pesca da sardinha ameaçada para 2018 A recomendação científica de suspender por completo a pesca da sardinha em 2018 “é um insulto aos sacrifícios que os pescadores fizeram para melhorar o ‘stock’” defendeu esta sexta-feira a Associação das Organizações de Produtores da Pesca do Cerco. A recomendação do Conselho Internacional para a Exploração do Mar, divulgada na passada sexta-feira, “é radical e é um insulto a todos os pescadores portugueses que, nos últimos quatro anos, têm realizado grandes sacrifícios para assegurar a melhoria do estado do stock da sardinha em águas portuguesas”, afirmou o presidente da associação, Humberto Jorge, à agência Lusa. Segundo a Associação das Organizações de Produtores da Pesca do Cerco, a recomendação do ICES não tem em conta os dados de aumento do recurso nos últimos dois anos e “está em total contradição com a perceção dos pescadores de que a abundância de sardinha nas nossas águas é muito mais significativa que a que observaram nos últimos anos”. Perante as várias hipóteses de captura até 24.650 toneladas apontadas pelo ICES, PUB

a associação representativa da frota do cerco está disponível para vir a “encontrar uma solução que não comprometa os recursos, mas sem levar à letra a recomendação de pesca zero”. “Acreditamos que até às quase 25 mil toneladas o recurso continua a crescer 4,5%, o que não nos parece mal”, justificou Humberto Jorge. O presidente da ANOP Cerco pediu à

ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, e ao secretário de Estado das Pescas, José Apolinário, “que se empenhem” nas negociações com Espanha para encontrarem um limite de capturas para 2018 que permita pescar sardinha. O parecer do Conselho Internacional para a Exploração do Mar refere que a pesca da sardinha deverá ser proibida em 2018 em Portugal e Espanha, que divi-

dem a quota, face à redução acentuada do ‘stock’ na última década. “Deve haver zero capturas em 2018”, recomenda o ICES, entidade científica consultada pela Comissão Europeia para dar parecer sobre as possibilidades de pesca, com base nos seus estudos dos ‘stocks’. Segundo aquele organismo, o ‘stock’ de sardinha tem vindo a decrescer, assim como as recomendações do ICES, que em 2006 eram de 106 mil toneladas e passaram para 22 mil em 2016. Contudo, aponta para vários cenários de capturas, estabelecendo como limite 24.650 toneladas. O Conselho Internacional para a Exploração do Mar reconhece que a avaliação do desenvolvimento do stock “é ligeiramente mais pessimista” do que as anteriores, pela estimativa de decréscimo. Por um lado, sustenta, tanto o recrutamento, como a biomassa existente atingem o “nível histórico mais baixo”, motivo pelo qual Portugal e Espanha, no plano de gestão do ‘stock’, deverão ir além de uma “gestão precaucionária” e constatar que os recursos estão abaixo do Rendimento Máximo Sustentável


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Sede Rua Werner Von Siemens, n.º16 -7000.639 Évora Tel. 266 750 140 Email geral@registo.com.pt SEMANÁRIO

Arraiolos

Câmara e Assembleia Municipal tomaram posse Em cerimónia realizada dia 20/10/2017, no Salão Nobre dos Paços do Concelho tomaram posse os novos membros da Assembleia Municipal e Câmara Municipal de Arraiolos, em conformidade com os resultados de 1 de outubro, que ditaram a maioria da CDU nestes órgãos. Sílvia Pinto saudou os novos eleitos e os Arraiolenses pela escolha dum “projeto com provas dadas” na defesa do concelho e dos direitos das populações. Reafirmando a determinação para “Intervir, desenvolver e modernizar o concelho de Arraiolos” a Presidente da Câmara Municipal de Arraiolos defendeu uma nova Lei das Finanças Locais para que a autonomia das autarquias seja uma realidade, bem como a “água pública” e a reposição das freguesias. Disponibilizando-se para trabalhar com os agentes sociais, culturais e económicos do concelho, referiu como fundamentais para o concelho a criação de um centro de acolhimento empresarial e a criação de um gabinete de apoio ao associativismo. PUB

Alandroal

“Viver Sénior” No âmbito do Projeto “Viver Sénior”, na área da música, uma das atividades desenvolvida é o “Grupo Instrumental Sénior”, cujas atividades para 2017/2018 terão inicio em outubro deste ano.. Afinam-se acordes. Que é como quem diz “resolvemos” de comum acordo e em harmonia. Enleamo-nos na valsa com os seus tempos musicais moderados. Somos tomados de entusiasmo pelo passodoble, que nos leva para emoção maior. Depois entram as modas e as saias. Mais da nossa terra. Juntam-se vozes e “Os olhos da Marianita” que são verdes como o limão, mostram-nos um “lírio roxo” do campo bem junto de um “alecrim aos molhos”. Choram os nossos olhos.Há uma união de sons. Aliando vontades e vozes ganham vida as memórias. Acordeons e gaitas trazem as melodias e as catingas alegres. E bailam em recordações e em tempos que da nossa mente nunca vão sair.

Politica

“Estou aqui. E vim para clarificar. Quero unir.” Numa sala lotada no CNEMA – Centro Nacional de Exposições, em Santarém, Santana Lopes assume que quer ser primeiro-ministro vencendo eleições e volta a falar nessa época negra para si visando José Sócrates, dizendo que não comenta os “acontecimentos que se seguiram” à sua derrota, quer “os conhecidos da época, outros conhecidos mais tarde, outros admitidos mais tarde e à espera de julgamento.” Santana lembrou ainda que, muitas vezes, quando algo corre mal a um governo e ninguém o enaltece, as pessoas comentam: “Ai se isto fosse com o Governo de Santana Lopes”. “Disse no congresso em 2005, que iria andar por aí. Nunca pensei que essa frase fosse tantas vezes citada. Estou aqui. E vim para clarificar. Quero unir. Mas quero unir, depois de clarificar. Santana Lopes enviou depois

várias indiretas a Rui Rio, dizendo: “Estou com o partido quando o partido precisa de mim e não apenas quando eu preciso do partido”. A Rio voltou a dizer o que já tinha dito no Congresso, que nunca pensou não ir a um congresso “para não ofuscar o líder do partido”. Acusou ainda Rio de fazer ter atacado Menezes e o partido nas autárquicas do Porto em 2013, dizendo que nunca andou a “patrocinar” candidaturas independentes para “derrotar o candidato do partido”. Santana foi corajoso ao dizer que não aceitará paraquedistas nas listas para as legislativas, o que pode fazer com que alguns notáveis possam ter de sair do parlamento. “Não pode haver, em cada círculo eleitoral, deputados de fora dos círculos eleitorais, tem de ser de cada círculo”. É uma posição que lhe pode custar apoios, mas mesmo assim foi aplaudido.

Santana lembrou que nos anos 1980 suspendeu o mandato porque era contra o Bloco Central: “Não hoje porque sou candidato, já naquela altura”. Na sala estiveram apoiantes de Santana como o presidente da distrital de Lisboa, Pedro Pinto, o vice-presidente da bancada parlamentar do PSD, Carlos Abreu Amorim, o antigo assessor de Cavaco Silva, Fernando Lima, entre outros. Rui Rio é, até agora, o outro candidato na disputa pela liderança do PSD e fez a sua apresentação pública a 11 de outubro, em Aveiro. Após o atual presidente social-democrata, Pedro Passos Coelho, anunciar que não se recandidataria ao cargo que ocupa desde 2010, o Conselho Nacional do PSD aprovou em 9 de outubro a realização de eleições diretas para escolher o presidente do partido em 13 de janeiro e o Congresso entre 16 e 18 de fevereiro, em Lisboa.


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