Registo Ed.289

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SEMANÁRIO

Director Nuno Pitti Ferreira | Agosto de 2018 | Mensário| ed. 289 | 0.50€





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Director Nuno Pitti Ferreira | Agosto de 2018 | Mensário| ed. 289 | 0.50€

Évora - Utentes pagam Intercidades mas viajam em automotoras 03 Évora promove “Cluster” de aeronáutica

Crónicas da Transtagana

Portel integra Mesa de grupo de defesa Arraiolos passa do Montado à penúltima fase

PÁG.03 O ‘cluster’ português da Aeronáutica, Espaço e Defesa (AED), com sede em Évora, e as potencialidades do Alentejo para o setor foram promovidos numa das maiores feiras de aeronáutica da Europa, em Inglaterra. O presidente da Câmara de Évora, Carlos Pinto de Sá, foi um dos representantes do ‘cluster’ AED presentes na edição deste ano do Farnbourough Airshow, que terminou há duas semanas.

PÁG.04 Pedro desce a rua com passo cuidado. A isso obriga a obra de reposição do pavimento a decorrer na Rua Cândido dos Reis, na Vila de Redondo, em execução por esses artífices extraordinários que são os calceteiros portugueses, cujo trabalho pisamos todos os dias, por vezes sem nos darmos conta da arte e do suor que seguram aqueles cubos, que tudo suportam, depois de empedrados pelas mão laboriosas destes homens.

PÁG.05 Mais de três dezenas de autarquias, produtores, individualidades e instituições do Alentejo apelaram, no inicio de julho, ao Governo para que deixe de olhar apenas para a floresta lenhosa, do Centro e Norte do país, e dê atenção ao montado no Sul, onde existem 72% dos sobreiros do país e 92% das azinheiras. “Não existe apenas ‘uma’ floresta em Portugal”.

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PÁG.10 A mesa de Arraiolos vai a votos

dia 26 de agosto, na penúltima gala das 7 Maravilhas à Mesa, em Tomar. A mesa de Arraiolos é uma das 49 pré-finalistas do concurso “7 Maravilhas à Mesa” que distingue o património e a gastronomia de Portugal. Sílvia Pinto, Presidente da CM de Arraiolos esteve em representação de Arraiolos no sorteio das 49 mesas pré-finalistas para as galas a transmitir na RTP1.

D.R.

O Melhor Petisco | Rua Catarina Eufémia , 14 Horta das Figueiras | 7005-320 Évora 266771284


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Agosto ‘18

A Abrir

OS PORTUGUESES PODEM IR DE FÉRIAS DESCANSADOS! ANTÓNIO COSTA DA SILVA

Deputado e Vice-Presidente do Grupo Parlamentar do PSD

Os portugueses podem ir de férias totalmente descansados, o País está espectacular! Podem ir descansados porque a austeridade acabou definitivamente. O País já pode gastar alegremente e endividar-se fortemente. Já é possível bater recordes históricos de dívida, sem que isso venha a ter quaisquer consequências no futuro. Melhor ainda, o investimento público tem subido drasticamente ano após ano. Uma maravilha! Qualquer português consegue sentir isso no seu dia a dia. As obras em infraestruturas públicas estão a verificar-se em todo lado. Magnífico! Os portugueses podem ir de férias totalmente descansados, porque não existem quaisquer problemas na área da saúde. Já não há falta de médicos, muito menos de médicos especialistas. Também não há falta de enfermeiros, nem de outros profissionais de saúde. Então no interior do País!? Um espectáculo! Acabou-se a falta de ortopedistas, anestesistas, ginecologistas, otorrinolaringologistas, oftalmologistas, etc, etc, em todo o interior do País.

Aliás, o contentamento no sector da saúde tem subido exponencialmente. Acabaram-se as greves e não existem administrações de hospitais e maternidades demissionárias. Por todas estas razões, os nossos profissionais de saúde acabaram com os seus protestos! Finalmente felizes! Os tempos de espera para a realização de cirurgias nos Sistema Nacional de Saúde não se deteriorou. Os hospitais que foram prometidos há 3 anos atrás já estão todos em construção. Os cuidados primários tiveram investimentos significativos. Uma maravilha! O SNS já não se encontra em risco! Com tanto investimento na saúde é natural que a dívida publica do sector esteja tão baixa. Belíssima gestão! Parabéns! A passagem de 40h para 35h não trouxe quaisquer problemas para o funcionamento do sector. Tudo decorreu na normalidade, sem ter havido a necessidade de encerrar serviços e cerca de 255 camas nos hospitais! Os portugueses podem ir de férias totalmente descansados, porque os professores não se sentem enganados com este Governo.

Aliás, as greves e protestos no sector da educação também já acabaram. Os professores já têm como garantia a recuperação de todos os vencimentos. Os índices motivacionais dos professores estão a bater recordes históricos. Acabou-se a falta de Assistentes Operacionais em todas as escolas no nosso País. Também, no sector da educação, estamos a bater recordes históricos de investimentos. Aliás, haverá certamente uma escola perto de qualquer português que estará em recuperação, em ampliação ou construção. Também, todos os agentes culturais (sobretudo no interior do País) sentem uma confiança gigantesca por este Governo. A segurança para o desenvolvimento da sua atividade também aumentou substancialmente! Uma maravilha! Os portugueses confiam cada vez mais no Estado! Basta verificar os primeiros focos de incêndio. Alguém acredita que, em Portugal, algum português, seja capaz de fazer inversão de marcha numa autoestrada, após a verificação de um foco de incêndio? Claro que não. Os portugueses já não entram em pânico

porque sabem que podem confiar plenamente no Estado. O Estado funciona mesmo! Também é verdade que não há falta de comboios, nem chegam atrasados. Nem tem sido necessário substituir comboios intercidades por composições regionais. Aliás, os transportes públicos estão muito melhor! É não são apenas os ferroviários. Está tudo muito melhor: sem atrasos, bilhéticas a funcionar plenamente, mais modernos, elevadores e escadas rolantes do Metro a funcionar, ou seja, mais qualidade e mais quantidade! Nunca, como agora, os PowerPoints são transformados tão rapidamente em verdadeiros projetos. A época dos anúncios acabou, agora encontramo-nos na era da concretização! Basta ver as infraestruturas rodoviárias e ferroviárias que têm sido construídas ultimamente. Uma barafunda de máquinas a atrapalharem-se umas às outras! Tanta poeira! Também, a era do encerramento de balcões da Caixa Geral de Depósitos e de Postos de Correios dos CTT já acabou. Ufa! Enfim! Portugal tornou-se num verdadeiro País das maravilhas!

Rossio de S.Brás versus Feira S.João ALFREDO BARROSO

Engenheiro

Sendo recorrente para os eborenses e não só, o tema da requalificação do Rossio de S. Brás pela sua importância para a cidade, é regularmente objeto de troca de opiniões entre as diferentes forças politicas representadas nos órgãos autárquicos do concelho. Apresentam-se estudos e esgrimem-se argumentos, mas o pó no verão e a lama no inverno, continuam a ser o que os visitantes excursionistas encontram quando ali chegam e os responsáveis autárquicos repetem há dezenas de anos. Como munícipe que se preocupa com a cidade tive ocasião de, há mais de um ano, falar com os principais candidatos à câmara municipal, manifestando-lhes uma eventual solução para o Rossio de S. Brás e para a Feira de S.João, pois considero que uma intervenção no Rossio só será viável quando se encontrar uma alternativa para a feira. Passando à eventual solução, a mesma passaria por uma transferência da feira para o chamado espaço do IROMA, com a natural transferência dos serviços ali existentes a serem deslocalizados para outros locais como a ex-manutenção militar ou parte desta, ou ainda outros que não será difícil saber ser possível. Nada me move contra os serviços existentes no espaço do IROMA, até por ser cliente de alguns, mas por vezes é preciso to-

mar decisões politicas a nível governamental para se obter boas soluções locais. Penso não me enganar quanto às dúvidas de alguns sobre as áreas em questão – Rossio e IROMA – mas basta pesquisar no Google Earth para se ver não ser este o problema. Como é norma vamos às vantagens e desvantagens da proposta, aquilo que os consultores chamam de pontos fortes e pontos fracos. O espaço do IROMA tem um grande conjunto de pavilhões e outros equipamentos que permitiriam não só recuperar e manter a sua conservação, como otimizar as condições dos participantes (agentes económicos e sociais), aumentar a segurança e acima de tudo simplificar extraordinariamente o trânsito na cidade durante o evento. Na prática seria vedar a R. Diana de Liz e pouco mais, com alternativas para o estacionamento que me dispenso de enunciar. Outra vantagem seria a cidade de Évora passar a dispor, à semelhança de Beja, dum equipamento para eventos ocasionais quer de cariz económico quer de cariz cultural, potenciando assim algumas fileiras e os seus agentes. Como penso haver leitores que dirão de imediato não caber a feira no referido espaço sugiro uma ida informal ao mesmo para além do Google Earth, bem como contribuir com sugestões de articula-

ção com a requalificação do Rossio. Quanto às dificuldades é evidente que todo o processo teria de ter o acordo do governo (creio que M. Agricultura) quer para acordar a cedência de utilização do espaço do IROMA quer para encontrar alternativas para a deslocalização dos serviços ali a funcionar quer permanentemente quer ocasionalmente, como sabemos. Dos contactos posteriores que tive, parece que o M.A. não estará muito disponível mas será que é uma posição irreversível? Será que não é possível mobilizar um movimento de opinião para pressionar o governo a rever a sua posição? Por mim estou disposto a participar nesse movimento de opinião e creio não ser difícil que o mesmo ganhe expressão e força para que se estude a viabilidade do que apresento, a titulo meramente pessoal, mas que tem como objetivo não só uma alternativa ao montar e desmontar da feira – tendas, pavimentos, redes de eletricidade, água e saneamento- como pensar na melhor solução para o arranjo do Rossio de S. Brás. Ainda para mais quando tanto se fala agora na descentralização de poderes e competências para as autarquias, que deve implicar também maior disponibilidade do poder central. E esta é uma mais valia que não se pode ignorar, sob pena de se continuar a esgrimir

prós e contras sob a qualidade e autoria da requalificação do Rossio. Projeto que merece uma ampla participação e discussão pública dado ser uma entrada do centro histórico com mais visibilidade. Tenho plena consciência de que esta proposta de solução não é pacífica e, diria mesmo, pode ser controversa mas não concordo com soluções que tratem separadamente um assunto que só pode ser tratado em paralelo com as duas questões interligadas na fase de estudo e decisão. Naturalmente que haverá outras soluções para a feira de S. João, que aliás já estiveram em fase de avançar mas isso não aconteceu, e reconheço ser uma questão delicada e com variadas opiniões, pelo que reforço o principio desta crónica: apresentar propostas credíveis para o Rossio de S. Brás sem uma alternativa para a feira de S.João não me parece lógico pelo que me atrevi a avançar com uma solução, também com dificuldades mas que só dependerá da força e vontade politica dos eborenses, mantendo a feira no coração da cidade e com mais potencialidades, ao mesmo tempo que se criam as condições para a desejada requalificação do Rossio de S. Brás. Assim, haja coragem e vontade politica para decidir quer a nível local quer a nível nacional. Évora agradece!

Ficha Técnica Director Nuno Pitti Ferreira TE194A (TE738) (nuno.pitti@registo.com.pt) Registo ERC nº125430

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Estatuto Editorial em www.registo.com.pt Propriedade PUBLICREATIVE - Associação para a Promoção e Desenvolvimento Cultural; Contribuinte 509759815 Sede Rua Werner Von Siemens, n.º16 -7000.639 Évora - Email: geral@registo.com.pt Direcção Silvino Alhinho; Joaquim Simões; Nuno Pitti Ferreira; Departamento Comercial comercial@registo.com.pt Redacção Pedro Galego CP 7062 A, Rute Marques CP 3286 A (4823) Fotografia Luís Pardal (editor), Rute Bandeira Paginação Arte&Design Luis Franjoso Cartoonista Pedro Henriques (pedro. henriques@registo.com.pt); Colaboradores Luís Tirapicos Nunes; Alfredo Barroso; António Costa da Silva; Eduardo Luciano; José Filipe Rodrigues; Norberto Patinho; João Oliveira; Estefânia Barroso; Figueira Cid Impressão Funchalense – Empresa Gráfica S.A. | www.funchalense.pt | Rua da Capela da Nossa Senhora da Conceição, nº 50 - Morelena | 2715-029 Pêro Pinheiro – Portugal | Telfs. +351 219 677 450 | Fax +351 219 677 459 Tiragem 10.000 ex | Distribuição Regional | Periodicidade Mensal | Nº.Depósito Legal 291523/09 | Distribuição PUBLICREATIVE.


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Atual Falta de material, manutenção e de pessoal provocam caos na CP.

Sai o Intercidades e avançam automotoras regionais de nível inferior com piores serviços Em Agosto, a CP - Comboios de Portugal vai reformular os horários, o que passará inevitavelmente por uma redução da oferta, com menos comboios em praticamente todas as linhas e serviços. A empresa depara-se com uma dramática falta de material circulante, oficinas que não têm pessoal para manter e reparar os comboios, que estão velhos e sujeitos a rotações cada vez maiores, o que aumenta a probabilidade de avarias. A situação tenderá a piorar nos próximos meses com o período de férias na EMEF (oficinas da CP) e um aumento na procura por parte dos passageiros. As alternativas encontradas pela administração da empresa, liderada por Carlos Nogueira, não primam pela originalidade. A CP suprime comboios e substitui-os por autocarros ou então substitui comboios por outros de categoria inferior. É o que tem acontecido com o Intercidades para Évora, que deveria ser realizado com locomotiva e carruagens, mas que a empresa troca por uma vulgar automotora UTE (Unidade Tripla Eléctrica) que é normalmente afecta ao serviço regional. Compreende-se: três em cada dez carruagens da CP para o serviço de longo curso têm estado imobilizadas nas oficinas à espera de manutenção. Noutros casos, é o Alfa Pendular para Braga ou Guimarães que chega ao Porto e tem de ir para a oficina, sendo os passageiros obrigados a mudar para uma UTE para poderem prosseguir viagem. A situação é igualmente grave no Algarve, no Alentejo e no Oeste, onde as supressões de comboios este ano têm sido diárias. O mais grave é que nem sempre a CP substitui os comboios suprimidos por autocarros e são frequentes os casos de passageiros que ficam abandonados nas estações e apeadeiros – sem qualquer informação – à espera de um transporte que não chega. Na linha do Oeste, só entre Janeiro e

Maio foram suprimidos 357 comboios, dos quais 333 na totalidade do trajecto e 24 parcialmente. Neste período, a CP gastou 16 mil euros em aluguer de autocarros para realizar transportes alternativos nesta linha. A situação bateu no fundo na sexta-feira, 6 de Julho, com a totalidade de comboios suprimidos a norte das Caldas da Rainha. Nesse dia, em vez das cinco automotoras que a CP necessita para assegurar a oferta regular na linha do Oeste, só havia uma disponível. As supressões começam também já a

atingir os suburbanos, sobretudo na linha de Sintra que começa igualmente a ter falta de material. Para já, só foram atingidos os primeiros comboios da madrugada, procurando a CP que o constrangimento não atinja a hora de ponta. Com a situação já incontrolável nas margens da rede ferroviária (Algarve, Alentejo e Oeste), a empresa tem procurado manter a sua oferta no Douro (devido à elevada procura turística) e naquele que é o principal eixo ferroviário do país – a linha do Norte. Mas aqui até os clientes mais distraídos

e menos exigentes já repararam numa progressiva degradação do serviço. Não são só os atrasos – muitas vezes da responsabilidade da Infraestruturas de Portugal (IP) –, mas também a falta de manutenção, quer dos alfas pendulares, quer dos intercidades, que contribuem para essa degradação. Portas que não funcionam, casas de banhos avariadas, carruagens grafitadas, vidros sujos, assentos danificados, lâmpadas fundidas, demonstram graves falhas de manutenção, que se explicam devido à falta de pessoal da EMEF. Fonte: Jornal |Público

Évora promove “Cluster” de aeronáutica em Inglaterra O ‘cluster’ português da Aeronáutica, Espaço e Defesa (AED), com sede em Évora, e as potencialidades do Alentejo para o setor foram promovidos numa das maiores feiras de aeronáutica da Europa, em Inglaterra. O presidente da Câmara de Évora, Carlos Pinto de Sá, foi um dos representantes do ‘cluster’ AED presentes na edição deste ano do Farnbourough Airshow, que terminou há duas semanas. “Apresentámos o ‘cluster’, mas também quisemos mostrar o que temos em vários pontos do Alentejo e fazer contactos para nos darmos a conhecer e procurar atrair investimento”, afirmou o edil eborense. O autarca de Évora revelou ainda que a deslocação Inglaterra permitiu realizar “contactos com outros ‘clusters’ do setor e empresas de outros países” para que possam visitar a região e conhecer as suas potencialidades e, “porventura, investir em Évora e no Alentejo”. Carlos Pinto de Sá lembrou ainda a importância deste trabalho na promoção das potencialidades da região, designadamente de Ponte

de Sor e de Beja. No Parque de Indústria Aeronáutica de Évora estão já instaladas várias fábricas de empresas do setor, entre as quais duas da construtora brasileira Embraer e uma do grupo francês Mecachrome. Criado em 2016, o AED é uma associação sem fins lucrativos que tinha 56 filiados em 2017, entre pequenas e médias empresas, organismos públicos, grande indústria e universidades, mas que deverá atingir, em breve, os 80 associados. O ‘cluster’ fatura 1,87 mil milhões de euros, o que corresponde a 1,2% do PIB, dando emprego a 18.500 pessoas, sendo que 87% é exportação. O grande objetivo é duplicar o volume de negócios procurando atingir os 3% do PIB num prazo de cinco anos. A Farnborough International Airshow, que este ano apresentou mais de 1.500 “stands” de 52 países, realiza-se de dois em dois anos naquela cidade dos arredores a sul de Londres, constituindo uma das feiras mais importantes do setor aeronáutico na Europa.


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Agosto ‘18

Exclusivo TEXTO: JOSÉ PINTO

FOTOGRAFIA: FLORBELA VITORINO

jmnp1962@hotmail.com

florbelavitorino.foto@gmail.com

Crónicas da Transtagana

Redondo José do Mota - Oficina de Latoaria Pedro desce a rua com passo cuidado. A isso obriga a obra de reposição do pavimento a decorrer na Rua Cândido dos Reis, na Vila de Redondo, em execução por esses artífices extraordinários que são os calceteiros portugueses, cujo trabalho pisamos todos os dias, por vezes sem nos darmos conta da arte e do suor que seguram aqueles cubos, que tudo suportam, depois de empedrados pelas mão laboriosas destes homens. Encontramo-nos à esquina onde espreitam os poderes da vila, saídos da “cerca” e aqui instalados desde os alvores do Século XVIII, pois que a Vila extravasou do castelo amuralhado, estendeu-se pelo arrabalde e chegou ao “Rocio Largo”, onde hoje marcamos encontro à volta da mesa partilhada do “Vicente”. E se ele dá o seu nome ao estabelecimento desvanecem-se os receios de quaisquer desencontros com a sopa de tomate, que se adivinha condimentada com a visita à oficina do “José do Mota” Será à volta da mesa e da sopa de tomate, que não engana o palato, pelo reconhecimento dos sabores e dos temperos, incluindo a presença dos inconfundíveis oregãos, que o “Porta da Ravessa” nos vai trazer à memória a paisagem avistada da muralha sem nos deixar esquecer a planície, ora verdejante da vinha por vindimar ora pintalgada do dourado deixado pelo restolho. A conversa será boa e irá subir à Serra D’Ossa, aos projetos de turismo, às escavações arqueológicas a decorrer com jovens arqueólogos, de cujo trabalho Pedro já nos tinha elucidado, ao excesso da população de javalis, aos prejuízos para a agricultura provocados pelos porcos selvagens, à caça... Tudo partilhado à mesa, com os figos temporões, descascados tão fino quanto a navalha petisqueira permitiu, o pão e também

o queijo que voltará à coação na oficina de latoaria do José do Mota, a propósito do ferrado. Guiados pelo sorriso quase impercetível de Pedro, que rumou a sul e se afeiçoou à terra e às gentes, há mais de duas décadas, entrámos no mundo dessa arte secular, que a mão segura do Sr. José Manuel Vila Ambrosio (José do Mota) mantém viva na sua oficina única e improvável, mas que sobrevive porque resiste à voracidade dos novos tempos que esmagam saberes antigos, que apesar do desuso podem ser úteis à sociedade e sobretudo valorizados na preservação de conceitos imortais, para que no futuro não sejam apenas virtuais. Na verdade há muito tempo que não assistia a uma aula tão elucidativa ainda que composta de elementos tão diversos, concorrendo para um só objetivo. A interdisciplinaridade é presença permanente nesta arte. Os inúmeros moldes dependu-

rados nas paredes da oficina deram origem a medidas, cântaros, candeias, caldeiros, caiadeiras, funis, alguidares, regadores... são resultado do saber do artífice na aplicação da matemática, da geometria e de conhecimentos práticos sobre comprimento, área e volume, tudo guardado na memória e num livrinho manuscrito, porque obras havia a carecer de aferição. E diz-nos o José do Mota, que não troca por nenhum outro estudo a sua 4ª classe “feita antes de completar os dez anos”. Os olhos verdes da criança brilharam mais do que nunca, por altura do princípio desse verão, o primeiro da década de cinquenta do século passado, quando entrou na oficina e a folha de flandres na sua vida para sempre, porque o “que é preciso é a gente gostar do que faz”. Quando vinha da escola era-lhe franqueado o acesso à oficina do Sr. Francinet Oliveira

Barradas, com quem aprendeu o ofício, pois que o mestre aí o deixava vaguear e lhe oferecia pequenos restos dos cortes de chapa, utilizados para aprender a manusear maços, martelos e compassos e os quais “usava também para fazer brincadeiras…” Parou apenas vinte e seis meses, que foi o tempo passado “na tropa.” “Estive na Guiné.” Numa guerrilha como aquela “ninguém pode ganhar a guerra. Vê o que aconteceu aos Estados Unidos da América com o Vietname?” À volta do álbum de fotografias desfiam-se memórias e histórias. Às fotografias só falta a cor do “céu azul” que José do Mota lá viu. De resto sabe que a guerra não serve para nada pois que as “coisas para se resolverem, é

a falar... E as mães? As mães que morriam cá.” Foram “muitos a sofrerem. Ficamos assim.” Em cima da bancada misturam-se as histórias da guerra, as histórias da vida, os compassos, os moldes, a talhadeira, a fieira, os maços de azinho, os martelos, o estanho, os ferros de soldar e o pez de louro… Destacam-se pelo brilho, dois pedaços de chapa recortados em forma de “L”, que José do Mota vai transformar em candeia de azeite, mostrando em pormenor o bater do martelo, umas vezes com suavidade, outras com mais intensidade, para moldar a peça, que cada uma terá a sua própria identidade. De todas as peças que se vêem na bancada, a que é mais do agrado de José do Mota é o ferrado. Na asa tem um “enchumaço para que o pastor possa fazer força quando estiver cheio...” Enquanto o ouço, rendido à sua sapiência, lembro-me que chegou a hora de provar o queijo de ovelha feito do leite que, nos dias de hoje, não deve ter sido ordenhado para um ferrado. “É a peça que gosto mais de fazer. É feita ao contrário de todas as outras e o fundo só é soldado no fim.” Parece ter-se enchido de luz a oficina. Foram os olhos verdes da criança que brilharam, novamente, pelo entusiasmo na descrição do trabalho feito. No bolso José do Mota traz sempre um pequeno papel. Escreve ou faz desenhos quando lhe vem alguma coisa à ideia. Talvez assim tenha nascido a roca que a Florbela comprou para apanhar figos, sem que os mesmos cheguem ao chão, ficando dentro duma espécie de funil, ao invés de caírem, como aconteceria se os colhesse com uma rudimentar roca de cana.


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Atual A deterioração do clima e a seca provocaram enfraquecimento das árvores e trouxeram pragas e doenças.

Portel integra grupo de defesa do Montado Mais de três dezenas de autarquias, produtores, individualidades e instituições do Alentejo apelaram, no inicio de julho, ao Governo para que deixe de olhar apenas para a floresta lenhosa, do Centro e Norte do país, e dê atenção ao montado no Sul, onde existem 72% dos sobreiros do país e 92% das azinheiras. “Não existe apenas ‘uma’ floresta em Portugal”, subscreve a Iniciativa Pró-Montado Alentejo, preocupada com os efeitos das alterações climáticas na região e a destruição da que é considerada a primeira grande barreira natural contra a desertificação do sul do país, para além do seu valor económico e social. O que preocupa especialmente os membros desta “frente civil” é o ritmo de declínio do montado de sobro e azinho, a chamada floresta multifuncional face às suas diversas valências. “Duas décadas de deterioração do clima e três anos de seca seguida” provocaram não só um severo enfraquecimento das árvores como trouxeram pragas e doenças. “Defender o montado de sobro é combater a desertificação”, afirma Eugénio Sequeira, uma das principais vozes da sustentabilidade da agricultura em Portugal e que regressou recentemente à presidência da LPN - Liga para a Protecção da Natureza. A associação é uma das subscritoras do movimento. PUB

Fotografia Arquivo | Registo - Rute Bandeira

Em Fevereiro, antes do lançamento da iniciativa, um grupo de especialistas percorreu quatro concelhos, num reconhecimento no terreno ao estado do montado. “Apanhámos um susto grande”, diz Pedro Sousa, produtor florestal, ao constatarem que a situação era pior do que pensavam, entre sobreiros a morrer e em desfoliação, apontando três zonas mais críticas: serras de Grândola, Portel e Santiago do Cacém. Assumem-se também preocupados com a ideia que o caminho do montado é migrar para Norte. “Vemos com bons olhos

que haja montado de sobro e azinho em outros sítios do país, mas [deixar apenas migrar] implica esquecer 31% do território do país mais exposto às alterações climáticas”, afirma Eugénio Sequeira. Medidas urgentes Entre as medidas urgentes para a sobrevivência do montado no Alentejo, a iniciativa pede ao Governo que “comece por dizer que não tem ‘uma’ floresta, mas duas”, a lenhosa a Norte e o montado a Sul e, em conferência de imprensa, reclamou também

a definição do montado de sobro “como povoamento florestal elegível prioritário”, o fim de “barreiras estéreis” no acesso aos apoios, vocacionados para a mancha florestal do centro e norte do país mas não para o sul. O grupo quer políticas que incluam o montado, “sem precisar de mais nenhuma reforma”, e programas específicos nos próximos programas de fundos europeus. Para já, o mais urgente, considera, é a reafectação de uma parte das verbas do Programa de Desenvolvimento Rural 2020 (60 milhões de euros de um total de 90 milhões que estarão disponíveis ainda) para melhoria da resiliência e do valor ambiental das florestas e o reforço do valor actual dos apoios para a floresta em 133 milhões de euros. O pacote de políticas, acções e medidas concretas reclamadas ao Governo chegou ao primeiro-ministro em Maio passado, que já encaminhou o dossier para o secretário de Estado das Florestas. A comissão coordenadora da Iniciativa integra representantes das câmaras de Grândola e Portel, das associações ambientais Quercus e LPN, e ainda Francisco Avillez, um dos principais especialistas em questões agrícolas, o perito José Manuel Charrua, o produtor Luís Manuel Rodrigues Dias e o gestor florestal Pedro Teotónio Marques de Sousa.


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Agosto ‘18

Radar “Eram mulheres lutadoras, de fibra, um dos pilares da família.”

As nossas avós ESTEFÂNIA BARROSO

Professora

Hoje, quando vinha na minha viagem da Beira para o Alentejo, bem a meio da IP2, não se vislumbrando nenhuma lugarejo por perto, vi caminhar a bom ritmo uma senhora de provecta idade. A forma como se apresentava e andava demonstraram-me, com alguma facilidade, que me encontrava perante uma senhora idosa. Não pensem que a senhora que caminhava em bom ritmo o fazia por uma questão de prática de exercício físico. Pelo menos nada me leva a crer que seria essa a razão do caminhar. Nada de outfits desportivos e coloridos da moda, nada de bons ténis. Muito pelo contrário (e assumo que foi isso que me fez abrandar e olhar duas vezes para esta senhora). A senhora que caminhava apressada apresentava-se integralmente vestida de negro. Com aquelas saias a meia perna, a que se sobrepôs um daqueles aventais que se atam à cintura. Acompanhava a saia e o avental o que me pareceu ser uma camisola, igualmente preta. As pernas, de certeza imaculadamente brancas por raramente (ou quiçá, nunca) terem visto sol eram tapadas por meias pretas. O todo era completado por uns sapatos pretos e um lenço na cabeça, também ele, preto. E assim caminhava aquela senhora, debaixo do sol da manhã, apoiada numa bengala, em sentido contrário ao meu, dirigindo-se sabe Deus para onde. O que me fez abrandar e observar tanto esta senhora? Fácil…a Saudade. No momento em que vi aquela senhora de preto vestida, ligeiramente curvada, apoiada na sua bengala, mas caminhando a bom ritmo, senti-me imediatamente transportada para o tempo em que as minhas avós eram vivas. Apesar de nada parecidas (uma era pequena e magra, a outra alta e mais opulenta) ambas as minhas avós (pelos desgostos que a vida lhes trouxe) trajavam assim de negro como esta senhora. Verão ou inverno, pouco importava e poucas alterações havia na roupa que usavam. Nunca as vi sem umas meias que cobrissem, pelo menos, até ao joelho. Como dizia a minha avó Antónia,” o que tapa o frio, tapa o calor, filha!”

Photo by Cristian Newman on Unsplash.

Quando me imagino como uma senhora idosa (sim, eu faço esse exercício!) nunca o faço imaginando-me parecida com as minhas avós. Pelo contrário, penso em mim como aquela avozinha bem-disposta que não tem qualquer problema em continuar a usar cor-de-rosa ou roxo! Mas a verdade é que esta senhora trajada de negro me fez lembrar das minhas avós. Ambas, tal como a maioria das mulheres que vestiam de negro, eram mulheres do campo, donas de uma força física e psicológica invejável, que encaravam todos os dias como uma luta a travar e a vencer. Eram mulheres lutadoras, de fibra, um dos pilares da família. Tal como esta senhora, também elas se metiam à estrada (muitas vezes com ces-

tos à cabeça, que mantinham num milagroso equilíbrio) não apresentando dificuldades em calcorrear quilómetros a fio. Lembro da confusão que me causava, quando chegava de terras gaulesas para umas férias por cá, a imagem deste bando de mulheres vestidas de preto. Lembro do difícil que foi ver as minhas avós começar a envergar essa cor para nunca mais a largar. Mas a verdade é que é essa a imagem que me ficou. E hoje, ao ver aquela senhora caminhar, foi como se as visse, a ambas, por aquela estrada. Assumo que por momentos o coração se apertou de saudade. Mas, em seguida, veio o sorriso, a lembrança daquelas duas senhoras tão diferentes mas que tão importantes foram

na minha vida e a lembrança dos muitos bons momentos bons que passei com elas. Agradeci o facto de ainda existirem pessoas a trajar desta forma e o facto de me ter cruzado com ela por me permitir essa viagem a bons momentos que já se foram. Pensando sobre o assunto, concluo que, provavelmente, nunca serei uma destas senhoras de idade toda trajada de negro. Verifico que esta forma de vestir é uma imagem do nosso país que está, paulatinamente, a desaparecer. Não deixo de sentir pena por isso. Mas, apesar de achar que não teremos herdado essa forma de vestir e de expressar a tristeza espero que tenhamos herdado de todas “as nossas avós” a força e a coragem de viver que elas não deixam de representar.

Dinâmicas da Gestão

CERTIFICAÇÃO AMBIENTAL MARIA RAQUEL LUCAS

Departamento de Gestão e CEFAGE, Universidade de Évora

Muito se tem falado sobre clima e alterações climáticas, sobre medidas que se devem tomar para minimizar a degradação do ambiente e sobre a mudança para sistemas e práticas sustentáveis. Uma das práticas ambientais utilizadas é a certificação de sistemas de gestão ambiental (SGA) realizada por auditores externos acreditados. Os principais padrões internacionais de certificação ambiental são a Eco-Management and Audit Scheme (EMAS), da Comissão Europeia, e a norma 14001, emitida pelo International Standar Organization (ISO 14001). Devido à semelhança e compatibilidade entre ambas, em 2001 a EMAS integrou o regulamento ISO 14001, sendo possível desde aí, implementar-se um sistema EMAS a partir de um sistema ISO 14001.

A aplicação destas normas, embora voluntária, tem crescido muito, sobretudo no caso da ISO 14001 que superou consideravelmente a EMAS, ao ser certificada em 300000 organizações de 172 países, contra as 4000 organizações dos 28 países da União Europeia da EMAS. Os elementos fundamentais para o sucesso da ISO 14001 são diversos. Por um lado, o seu âmbito e reconhecimento internacional, face à circunscrição comunitária da EMAS e à maior pressão reguladora desta por ser um regulamento comunitário de carácter legal. Por outro, os menores custos de adesão e o facto de não se aplicar apenas a empresas industriais como a EMAS. Também ser emitida por um organismo privado e a EMAS por um público.

Ainda que os sectores com elevado impacto ambiental sejam mais propensos a adotar um SGA baseado em padrões internacionais como ISO 14001 e EMAS, as empresas fazem-no fundamentalmente para melhorar o rendimento em resposta à pressão externa dos seus clientes, não sendo prática habitual, sobretudo no sector agrícola, a adoção de um referencial de gestão ambiental. Um maior acesso aos mercados internacionais é um dos benefícios que se podem conseguir com a certificação dos sistemas de gestão, para além de haver uma relação positiva entre o tamanho da empresa e os efeitos da certificação no seu retorno financeiro, por serem as empresas de grande dimensão as que maioritariamente certificam EMAS. Esse efeito pode ter impacto ao nível da rentabilidade financeira ou ROE (Return on equity),

da rentabilidade económica ou ROA (Return on as sets), da margem bruta da exploração, da rotação de ativos, da variação das ventas e, ainda, dos recursos humanos, nomeadamente da rentabilidade por trabalhador e da margem económica das pessoas. Sendo a certificação que garante o enquadramento de uma empresa em ações de sustentabilidade, não deviam estas estar cada vez mais preocupadas em garantir produtos com padrões de certificação para manterem uma boa posição no mercado e reterem ou ampliarem clientes? E porquê os consumidores, parceiros e o mercado valorizam empresas com certificação ambiental? Simplesmente por esta ser um comprovativo da redução dos impactos ambientais e do bem-estar e desenvolvimento sustentável da sociedade.


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Radar A mesa de Arraiolos é uma das 49 pré-finalistas do concurso “7 Maravilhas à Mesa”.

Mesa de Arraiolos na Gala das 7 Maravilhas à Mesa®

A mesa de Arraiolos vai a votos dia 26 de agosto, na penúltima gala das 7 Maravilhas à Mesa, em Tomar. A mesa de Arraiolos é uma das 49 pré-finalistas do concurso “7 Maravilhas à Mesa” que distingue o património e a gastronomia de Portugal. Sílvia Pinto, Presidente da Câmara Municipal de Arraiolos esteve em representação da Câmara Municipal de Arraiolos no sorteio das 49 mesas pré-finalistas para as galas a transmitir na RTP1. Refira-se que este evento integrou candidaturas de todo o país e tem como objetivo dar a conhecer o melhor da gastronomia nacional. O Município de Arraiolos foi pré-selecionada de entre as 182 candidaturas submetidas às ‘7 Maravilhas à Mesa’, apresentando: - Empada de Arraiolos - marca registada desde 2015, apresenta, na sua confeção, uma relação íntima com a Gastronomia Alentejana, onde sobressaem os sabores da salsa e manjerona. - Fatias de Alho - sopa tradicional

D.R. - CM Arraiolos

que aposta nos sabores dos enchidos e carnes de porco fritas e na conjugação

destes com o pão, o alho e outros condimentos. De sabor intenso, rico em

tradições. - Sopa de Cação - O cação é uma receita da gastronomia alentejana. De aroma intenso deixado pelo peixe e pelos coentros, acompanha com pão alentejano. - Migas - com lombinhos de borrego alentejano IGP com grelos e migas de tomate. Alia o típico borrego com as estabelecidas migas de tomate. A tradição num prato de carne. - Vinho - Monte da Ravasqueira- Vinha das Romãs 2014. Feito a partir das castas Touriga Franca e Syrah, e com um estágio de 20 meses em barricas novas de carvalho francês. Património Histórico e Monumental: - Castelo de Arraiolos, mandado edificar pelo rei D. Dinis, no início do século XIV. Destaca-se por ser um dos raros castelos de planta circular, no mundo. - Centro Interpretativo do Tapete de Arraiolos. Tem como missão promover o estudo e a divulgação do Tapete de Arraiolos, assim como a sua conservação, proteção e valorização.

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Às 5ªs Feiras no Castelo D.R. - CM Arraiolos

Às 5ªs Feiras no Castelo é um evento resultante da colaboração entre a Câmara Municipal de Arraiolos, a Junta de Freguesia de Arraiolos e a Direção Regional da Cultura do Alentejo. O evento inclui nos seus objetivos a valorização do património histórico e arquitectónico, promovendo e disponibilizando formas de expressão artística diferenciada, a todos os arraiolenses e visitantes, com um ciclo de espetáculos que decorrerá na Praça de Armas do Castelo de Arraiolos, todas as 5ªs feiras do mês de Agosto de 2018. Às 5ªs Feiras no Castelo, neste ano da sua terceira edição, irá abrir dia 2 de agosto com o espetáculo “Viagem” (Helena

Lourenço), no dia 9 de agosto “Amor em nós” (Escola de Dança da Casa das Artes) e “Alunos de Dança” (Dança União de Estilo), dia 16 de agosto “Músicas do Festival da Canção” (Cantigas do Festival), no dia 23 de agosto “Poetas, Vinho e Rosas” (Janita Salomé) e dia 30 de agosto “Música de Cabo Verde” (Zézé Barbosa) . “Às 5ªs feiras no Castelo” é uma proposta singular para noites diferentes ao Castelo de Arraiolos, onde emerge a presença da música, da dança, da poesia e do cante. Em cada quinta-feira teremos o canto clássico, a dança, as vozes e a emoção da música e das canções num ambiente único que, pela suas características, pode proporcionar momentos inolvidáveis.


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D.R. | Agência Ecclesia - Arlindo Homem

Sede Rua Werner Von Siemens, n.º16 -7000.639 Évora Tel. 266 750 140 Email geral@registo.com.pt SEMANÁRIO

Clima

Chegou o Verão? As temperaturas vão subir no início do mês de Agosto para valores acima dos 30 graus, e de mais de 40 na região do Alentejo devido a uma massa de ar quente, segundo o IPMA. Em declarações à agência Lusa, a meteorologista do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), Joana Sanches adiantou que para o próximo fim-de-semana ainda está prevista alguma nebulosidade nas regiões do litoral, vento no litoral e nas terras altas e temperaturas com variações (pequenas descidas e subidas), “mas dentro do que têm estado nas últimas semanas”. “A partir de segunda-feira, dia 30 de julho, vão começar a subir gradualmente e no início do mês de Agosto [quarta-feira] as temperaturas vão ser acima dos 30 graus em todo o território e acima dos 40 na região do Alentejo”, adiantou. “Vamos ter uma mudança de padrão relativamente ao que se tem verificado nas últimas semanas. Vamos ter uma região depressionária a oeste de Marrocos, que leva à intensificação de uma corrente de leste que vai trazer uma massa de ar quente e seco”, disse.De acordo com Joana Sanches, na origem da mudança no estado do tempo está uma massa de ar quente e seco vinda do Norte de África. PUB

Turismo

Ceia da Silva reeleito por unanimidade António Ceia da Silva foi reeleito como presidente da Turismo do Alentejo / Ribatejo, na sequência do ato eleitoral decorrido no passado dia 12 de julho, nas mesas de voto localizadas em Beja, Évora, Portalegre, Grândola e Santarém. Eleito por unanimidade pelo colégio eleitoral – constituído pelos membros da Assembleia Geral, onde têm assento autarcas, empresários e responsáveis de associações empresariais – Ceia da Silva prepara-se assim para cumprir, após a reestruturação de 2013, o segundo mandato à frente dos destinos turísticos do Alentejo e Ribatejo. A lista encabeçada pelo Presidente agora eleito – que teve como mandatário Miguel de Melo Breyner, é composta para a Comissão Executiva por Ceia da Silva, Vítor Silva, Isaura Morais, Pedro Dias, João Cavaleiro Ferreira, Manuel Bio, Isabel Guerreiro, Libânio Reis, Lurdes Ferreira e Diogo Serra.

Igreja

Ordenação Episcopal de D. Tolentino de Mendonça O arcebispo português D. José Tolentino Mendonça quis as suas novas insígnias episcopais revelassem o percurso de diálogo com o mundo da arte, na sua vida. “Toda a minha vida trabalhei com artistas e quis que nesta ordenação episcopal também estivesse presente essa dimensão da minha vida”, referiu no passado fim de semana, em declarações à imprensa após a sua ordenação episcopal, em Lisboa. A casula que o novo arcebispo português utilizou na celebração desta tarde foi tecida por “mulheres da Serra da Marão”, com uma “espécie de vitral” com um campo de lírios – as flores que inspiram o lema episcopal do bibliotecário e arquivista da Santa Sé -, da autoria de uma estilista portuguesa, Helena Cardoso, num trabalho “de grande simplicidade e, ao mesmo tempo de grande poética”. As insígnias episcopais são da autoria do escultor Manuel Rosa, em volta do “mote de abertura, de iluminação e de otimis-

mo de Jesus: olhai os lírios do campo”. A ordenação episcopal de D. José Tolentino de Mendonça, novo arquivista e bibliotecário do Vaticano, decorreu no Mosteiro dos Jerónimos, perante centenas de pessoas; a data coincidiu com o 28.º aniversário de ordenação sacerdotal. “Não vou deixar de ser padre, porque um bispo continua a exercer este ministério de paternidade espiritual”, disse aos jornalistas, após a celebração, presidida pelo cardeal-patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, tendo como bispos co-ordenantes o cardeal D. António Marto, bispo de Leiria-Fátima, e D. Teodoro de Faria, bispo emérito do Funchal. D. José Tolentino Mendonça nasceu em Machico (Arquipélago da Madeira) em 1965 e foi ordenado padre em 1990; é doutorado em Teologia Bíblica. O biblista, investigador, poeta e ensaísta foi condecorado com o grau de Comendador da Ordem de Sant`Iago da Espada por Aní-

bal Cavaco Silva, presidente da República, em 2015. O novo arcebispo português, que a 1 de setembro inicia funções no Vaticano, recebeu as insígnias episcopais — anel, mitra e báculo — das mãos de D. Manuel Clemente, do cardeal D. António Marto e de D. Teodoro de Faria, bispo emérito do Funchal, que ordenou Tolentino Mendonça padre e o enviou para estudar em Roma há 28 anos. No final, agradeceu individualmente a cada um dos três bispos, afirmando que quando o Papa lhe disse que poderia ser ordenado fora de Roma por qualquer bispo católico, se lembrou imediatamente daqueles três nomes. Confessando não saber ainda as razões do convite que lhe foi dirigido pelo Papa Francisco e não escondendo a “surpresa”, Tolentino Mendonça destacou que poderá ter a ver com a sua presença como orientador do retiro de Quaresma do Papa e da Cúria Romana no início deste ano. Agência Ecclesia e Observador


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