Registo Ed.271

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SEMANÁRIO

Director Nuno Pitti Ferreira | Fevereiro de 2017 | Mensário| ed. 271 | 0.50€

Portel investe mais de 3 milhões de euros em infrastruturas públicas

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Passos Coelho JP de Évora em Évora ataca prepara Governo autárquicas

Nova ETAR de Montemor em construção

Redondo prepara Carnaval

PÁG.04 Pedro Passos Coelho, afirmou no

PÁG.09 «A nova ETAR de Montemor-o-Novo encontra-se em fase de construção, num investimento global de 5,1 milhões de euros. Anunciado durante visita técnica às obras, resulta do Contrato de Gestão – Exploração e Gestão do Sistema Público de Parceria Integrada de Águas do Alentejo, assinado entre a Águas Publicas do Alentejo - AGDA e 20 concelhos do Alentejo, entre os quais Montemor-o-Novo.

PÁG.14 Na vila de Redondo, os cor-

em Évora, que o Partido Comunista e Bloco de Esquerda mudaram de opinião sobre a redução da TSU, notando que ambos concordaram no ano passado com a medida. “Eu não me lembro de o PCP e de o BE terem estado contra a decisão do Governo e eles fizeram a mesma coisa no ano passado”, disse o líder social-democrata, na cerimónia de tomada de posse dos novos órgãos distritais do PSD de Évora.

PUB

PÁG.07 Decorreram no passado dia 21, na

sede do CDS-PP, as eleições para o mandato de 2017 para a concelhia da Juventude Popular de Évora. A eleição teve uma grande afluência, saindo vencedora a Lista A, com 100% dos votos para todos os órgãos agora eleitos. Micael Veras dos Santos inicia o seu segundo mandato enquanto Presidente, revelando que o principal objetivo, após terem transformado esta juventude partidária na maior da concelhia de Évora.

tejos Carnavalescos salvo melhor opinião remontam à primeira metade do século XX, sendo à data conhecidos por Batalha das Flores. Estas festividades exorcizadas através de bailes e manifestações espontâneas de caraterização a par dos referidos cortejos, no seu conjunto assumiam a descompressão de tempos menos fáceis.

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A Abrir MELHORES RESULTADOS COM POLÍTICA DIFERENTE Piruetas, cambalhotas e outras incoerências

NORBERTO PATINHO

Deputado - Grupo Parlamentar do PS

O Governo do Partido Socialista conseguiu inverter a trajetória de desaceleração da economia verificada na anterior legislatura, ao mesmo tempo que alcançou o défice mais baixo em 42 anos de democracia. Nunca é demais sublinhar que, a concretizar-se, o défice de 2,3% (um valor inferior ao que foi solicitado por Bruxelas) será o défice mais baixo alguma vez alcançado desde o 25 de abril de 1974. É importante recordar que a oposição sempre considerou que este objetivo era inalcançável, ou aritmeticamente impossível. Isso foi afirmado categoricamente pela anterior Ministra das Finanças ironizando Passos Coelho, em Março de 2016, que se a estratégia orçamental do Governo funcionasse passaria a defender o voto no PS, BE e PCP. Mas, não se trata apenas de um défice baixo, trata-se de um défice alcançado com maior justiça social, sem aumento do nível de fiscalidade. A realidade dos números desmente algumas críticas da oposição, pois o país apresenta hoje um dos maiores saldos primários do conjunto da União Europeia, cerca de 747 milhões de euros, e pela primeira vez em muitos anos, ostenta uma redução da dívida líquida, que baixou um ponto percentual em relação

a 2015. Para além da dívida líquida ter diminuído, todos os dados apontam também para que Portugal acabe o ano igualmente com uma dívida bruta menor, aguardando-se apenas pela capitalização da CGD, problema que só não está já resolvido, porque o anterior Governo de direita não fez o que deveria ter feito, em relação ao saneamento do sistema financeiro português e da CGD em particular. Também os números do desemprego são positivos tendo o país chegado ao fim de 2016 com mais emprego, melhores condições de vida, menos défice e menos divida do que quando iniciou a governação do Partido Socialista. É bom lembrar que foi também nesta legislatura que foram repostos salários, pensões e reduzida a carga fiscal, resultados que foram alcançados através de uma política diferente da seguida pelo anterior Governo da direita. Com um orçamento para 2017 fiel ao propósito de virar a página da austeridade, contra a vontade do PSD e do seu líder, os trabalhadores verão aumentado o salário mínimo nacional e as pequenas e médias empresas verão diminuídos os seus custos fiscais. Com enorme incoerência, cambalhotas e piruetas e exercícios de intriga política o PSD

votou ao lado do PCP e do BE que coerentemente mantiveram o seu sentido de voto. Desesperado por mostrar serviço votou em sentido diverso daquele que votou no ano passado sobre o mesmo assunto. Não hesitando em desprezar a coerência das suas posições votou contrariando uma medida que o próprio PSD adotou quando estava no governo. Votou contra uma medida que na semana

“A política de “terra queimada” de Passos Coelho falhou clamorosamente com a rápida aprovação da redução do PEC“.

anterior tinha exigido que também se aplicasse às IPSS’s. Afrontando os parceiros sociais votou contra um acordo conseguido na Concertação Social que anteriormente o PSD tanto dizia valorizar. Desprezando o interesse nacional e a sua própria história votou afrontando o próprio Presidente da República. Mas a política de “terra queimada” de Passos Coelho falhou clamorosamente com a rápida aprovação da redução do PEC, solução que tem o apoio firme dos parceiros sociais e uma maioria parlamentar favorável. Se é que não tinham já compreendido, os portugueses ficaram a perceber que PSD defende tudo e o seu contrário. O PSD não vota porque concorda ou discorda de uma determinada medida, ou pelo que pensa ou sempre pensou de uma determinada maneira. Vota da forma que puder prejudicar o Governo, não se importando se dessa forma está a prejudicar o país e os portugueses. Infelizmente esta política de terra queimada vai contagiando alguns protagonistas locais que, na esperança de averbar algum ganho político, trocam a coerência e o amor à terra pelo taticismo político, não se importando de inviabilizar documentos fundamentais ao desenvolvimento das próprias terras e sem apresentarem qualquer alternativa credível.

Passos Coelho está cheio de razão ANTÓNIO COSTA DA SILVA

Deputado - Grupo Parlamentar do PSD

Tal como em inúmeras matérias relevantes para o País, também sobre a matéria da discussão da TSU – Taxa Social Única, o líder do PSD, Pedro Passos Coelho, está cheíssimo razão. As razões são muito simples: compensar as empresas pela subida do salário mínimo, utilizando como contrapartida a diminuição da TSU – Taxa Social Única, só faz sentido em contexto de excecionalidade. Transformar esta exceção em regra, faz com que a medida se torne perversa, porque pode facilmente funcionar como incentivo aos empregadores a contratar com o salário mínimo, agravando desta forma os restantes custos salariais sem desconto de TSU. Tentaram acusar incorretamente Pedro Passos Coelho e o PSD de incoerentes. É das acusações mais injustas que pode fazer. Ora vejamos: a) Em 2014, quando o Governo de coligação PSD/CDS, liderado pelo Dr. Pedro Passos Coelho, aprovou uma medida semelhante (aumentando o salário mínimo para 505 euros, com a compensação de uma descida de 0,75 pontos percentuais da TSU), aconteceu porque o salário míni-

mo nacional não era aumentado há muitos anos. Também neste período, o País encontrava-se a sair do programa de resgate da troika (trazida pelo Governo PS de José Sócrates), no qual se tornavam emergentes a adoção de medidas de discriminação positiva para os mais frágeis e pior remunerados; b) Também foi possível concretizar um acordo de concertação social mais amplo, estipulando que qualquer futuro aumento da remuneração mínima teria de estar sujeita à evolução de outros fatores, tais como a produtividade, a inflação e o crescimento do emprego e da economia; c) Em 2016, o PSD não obstaculizou no Parlamento a manutenção por mais um ano dessa redução de 0,75, porque encontrávamo-nos num novo ciclo de governação e era necessário dar o benefício da dúvida de que a medida seria excecional.

Em matérias tão importantes como esta, o PSD não poderia apoiar o Governo por diversas razões: a) O PSD não pode funcionar como “muleta” do Governo do PS, principalmente quando os seus parceiros da coligação lhes falham. Lembram-se quem derrubou o Governo de Passos Coelho em 2015, depois de ter ganho as eleições? Lembram-se das razões que apresentaram na altura? Então a culpa é do PSD?; b) O PSD não foi “visto nem achado” nesta discussão. Aliás, o Governo avançou sozinho nesta discussão, sem querer ouvir o maior partido da oposição. Como lhe pode pedir apoio? Mais grave, indo contra ao pensamento dos partidos que suportam a sua (des)governação; c) Também, como já foi referido, o PSD é claramente contra em transformar a exceção em regra.

Também nesta discussão da TSU, ficou claramente demonstrado que esta solução governativa, com apoio parlamentar da extrema esquerda radical, afinal não é uma solução estável, credível e duradoura.

Um dos argumentos mais macabros que pode ser apresentado é que o PSD não respeitou a Concertação Social. Esta é das mentiras mais vergonhosas. Vamos lá demonstrar: a) Quem desrespeita a Concertação Social

são aqueles que denominam estas negociações de “Feiras de Gado”. Esses sim, desrespeitam de uma forma completamente vergonhosa os parceiros que fazem parte desta instituição. Apesar disso, nada acontece! Dizem o que querem e mantêm-se em funções. Imaginem se tivesse sido um governante da coligação PSD/CDS a proferir tal vitupério? b) Não foi o PSD quem pediu a apreciação parlamentar do tema da TSU. Foram os parceiros do Governo, O BE e o PCP. Como é que pode ser imputado ao PSD? c) Melhor, o PSD é claramente a favor que estas matérias sejam acertadas através de negociação na Concertação Social, não no Parlamento. Mas para isso, o Governo tem que ter garantido apoio parlamentar para suportar a sua negociação. Foi o caso? d) Por último, foram os partidos parlamentares que suportam o Governo a definir os parâmetros da negociação social? Isso não é um encurralar dos Parceiros Sociais? O grande responsável por esta situação tem um rosto, chama-se António Costa. Uma derrota gigantesca, bem à vista de todos!

Ficha Técnica SEMANÁRIO

Director Nuno Pitti Ferreira TE 738 (nuno.pitti@registo.com.pt) Registo ERC nº125430 Propriedade PUBLICREATIVE - Associação para a Promoção e Desenvolvimento Cultural; Contribuinte 509759815 Sede Rua Werner Von Siemens, n.º16 -7000.639 Évora - Tel: 266 750 140 Direcção Silvino Alhinho; Joaquim Simões; Nuno Pitti Ferreira; Departamento Comercial comercial@registo.com.pt Redacção Pedro Galego (CO279), Rute Marques (CP4823) Fotografia Luís Pardal (editor), Rute Bandeira Paginação Arte&Design Luis Franjoso Cartoonista Pedro Henriques (pedro.henriques@registo.com.pt); Colaboradores António Serrano; Miguel Sampaio; Luís Pedro Dargent: Carlos Sezões; António Costa da Silva; Marcelo Nuno Pereira; Eduardo Luciano; José Filipe Rodrigues; José Rodrigues dos Santos; José Russo; Figueira Cid Impressão Funchalense – Empresa Gráfica S.A. | www.funchalense.pt | Rua da Capela da Nossa Senhora da Conceição, nº 50 - Morelena | 2715-029 Pêro Pinheiro – Portugal | Telfs. +351 219 677 450 | Fax +351 219 677 459 Tiragem 10.000 ex | Distribuição Regional | Periodicidade Mensal | Nº.Depósito Legal 291523/09 | Distribuição PUBLICREATIVE.


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Atual Ao todo serão 1,7 milhões de euros de investimento na requalificação daquele equipamento público.

Portel investe milhões com fundos exclusivos e comunitários D.R.

O Município de Portel prepara-se para investir nas Piscinas Municipais descobertas, naquele que é considerado um dos seus maiores investimentos para 2017, com fundos exclusivamente da autarquia. Ao todo serão 1,7 milhões de euros de investimento na requalificação daquele equipamento público sobre o qual, para além da construção de balneários, até agora a funcionar em espaço provisório, pretende-se construir mais uma uma piscina de ondas. “As piscinas municipais de Portel recorde-se, construídas no inicio da década de 80, foram das primeiras a existir no Alentejo e com um enquadramento arquitectónico notável à data” salienta o autarca de Portel. “Este nova piscina será enquadrada com os planos de água e os espaços ajardinados existentes, bem como a construção de uma nova piscina infantil.” “Sem afectar o funcionamento das piscinas na próxima época balnear, as mesmas sofrerão uma ampliação com a construção da piscina de ondas, equipamento que será único na região e, por isso, espera-se, mais atractivo tanto para os portelenses como também para turistas nacionais e espanhóis, aumentando assim a rentabilidade daquele espaço.” disse José Manuel Grilo. Esta empreitada inclui deste modo a recuperação e ampliação da piscina municipal descoberta de Portel, requalificando e reabilitando as piscinas actuais, nomeadamente a substituição de materiais de revestimento assim como os aspectos relacionados com a segurança, o funcionamento e o equipamento de tratamento de águas,

a demolição dos actuais balneários e a construção de um novo edifício para esse fim, bem como a construção de um bar de apoio. REQUALIFICAÇÃO / BENEFICIAÇÃO DA ESCOLA Colocando a educação como uma das primordiais prioridades no concelho, a Câmara Municipal de Portel, vai proceder a uma grande intervenção na Escola EB 2,3 D. João de Portel. Esta intervenção, “visa a requalificação, beneficiação e racionalização da escola, de forma a que exista uma integração perfeita e uma melhoria significativa entre os diversos espaços edificados, em termos de funcionalidade e utilização”, refere o Presidente da Autarquia, José Manuel Grilo, salientando que “a actual escola tem mais de 30 anos de funcionamento e torna-se necessário proceder à sua efetiva reabilitação.” Serão criados um conjunto de acessos e circulações que permitirão a acessibilidade, sem barreiras arquitetónicas, a pessoas com mobilidade condicionada. Com os arranjos exteriores pretende-se dotar os acessos a todas as áreas, com condições de acessibilidade que salvaguardem a livre circulação de utentes, em condições de conforto e segurança. “Este investimento, na ordem de um milhão e seiscentos mil euros, será realizado pela Câmara Municipal com financiamento comunitário no valor de um milhão e vinte mil euros, no âmbito do Portugal 2020 e irá, certamente, contribuir para o sucesso educativo do concelho de Portel”, refere o autarca orgulhoso e consciente da importância deste investimento para o seu Concelho.

As lições da TSU JOÃO OLIVEIRA

Deputado - Líder Parlamentar do PCP

Com o debate sobre a TSU ficou de vez clarificado que não é a concertação social que decide sobre a legislação e a política laboral. Quem tem competência para decidir é o Governo e a AR. Aquele debate constituiu sim uma séria machadada na estratégia de quem tem utilizado o veto das confederações patronais na concertação social como travão a medidas favoráveis aos trabalhadores. E importa não esquecer que há outras medidas previstas no acordo de concertação social que são negativas. Além disso, com a revogação da redução da TSU ganharam os trabalhadores e ganhou a justiça social porque esta medida era uma medida errada que incentivava os baixos salários, que punha os trabalhadores a pagar o próprio aumento do SMN por via da Segurança Social e do OE, que beneficiaria os grande grupos económicos que usam e abusam do SMN para os baixos salários que praticam. Um terceiro aspecto central daquele debate foi o de se ter revelado com grande clareza a necessidade de o Governo fazer as suas opções,

em matéria de política laboral ou noutras matérias, tendo em conta os interesses dos trabalhadores, revertendo as malfeitorias do anterior Governo PSD/CDS, revogando as normas mais gravosas da legislação laboral e repondo direitos que foram cortados, nomeadamente defendendo a contratação colectiva. Sempre que assim for o Governo sabe que tem na AR o apoio necessário para fazer aprovar essas medidas positivas. Quando o Governo fizer opções negativas para os trabalhadores ou com outros critérios, então aí poderá ficar à mercê do PSD, das suas incoerências ou do seu oportunismo. Quanto ao PSD apenas algumas breves notas. O PSD resolveu mudar de posição em relação à TSU. Isso não dignifica o PSD mas não incomoda o PCP, não só porque já não tínhamos em grande conta a coerência do PSD mas sobretudo porque neste caso apesar da sua incoerência, do seu oportunismo e tacticismo, a posição do PSD foi útil aos trabalhadores. E não ignoramos o que é essencial. Os objec-

tivos do PSD com esta troca de casaca na TSU eram o de atacar o aumento do SMN e o de criar dificuldades à solução política que os afastou do Governo e que tem permitido aos trabalhadores verem repostos alguns dos direitos que lhes foram cortados pelo anterior Governo. Não estranha que, mesmo sendo insuficiente, o aumento do SMN seja atacado pelo PSD. Enquanto esteve no Governo, o PSD cortou salários e queria que os cortes fossem definitivos, impôs uma marcha forçada de empobrecimento e hoje faz tudo para que esse caminho seja retomado. Por outro lado, a ideia de crise política só existe na cabeça de quem ainda alimenta a ficção criada pelo PSD de que há em Portugal uma coligação em que alguns partidos tenham de andar pela arreata a aceitar posições com as quais não estão de acordo, como acontecia com o CDS no anterior Governo e na coligação PAF. Se calhar o PSD até tinha a intenção de aproveitar essa ficção com a intenção de que o PCP aceitasse uma redução da TSU que sempre combateu.

Enganaram-se duplamente. Enganaram-se porque o PCP não faz como o PSD e não prescinde da sua coerência. E enganaram-se também porque não existe nenhuma coligação, o PCP não será levado pela arreata e as nossas divergências de posições com o PS significarão mais iniciativa e acção da nossa parte para que o resultado seja o mais favorável possível para os trabalhadores e ao povo. As posições do PCP são claras e coerentes. Não aceitamos moedas de troca nem contrapartidas pelo aumento do SMN. Não abandonamos a luta pelo aumento do SMN para 600 euros. Apresentamos soluções para a defesa da contratação colectiva e dos direitos dos trabalhadores. Defendemos propostas para o apoio às MPME e não aceitamos que estas sejam secundarizadas. É com este posicionamento coerente do PCP que os trabalhadores e o povo português podem continuar a contar.


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Atual “Se a coisa começou assim com a TSU e o salário mínimo nacional, como vai ser o resto do ano?”

Passos Coelho em Évora contra descida da TSU e ”nacionalização de bancos“ O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, afirmou no passado dia 14, em Évora, que o Partido Comunista e Bloco de Esquerda mudaram de opinião sobre a redução da Taxa Social Única (TSU), notando que ambos concordaram no ano passado com a medida. “Eu não me lembro de o PCP e de o Bloco de Esquerda terem estado contra a decisão do Governo e eles fizeram a mesma coisa no ano passado”, disse o líder social-democrata, na cerimónia de tomada de posse dos novos órgãos distritais do PSD de Évora. Pedro Passos Coelho referiu que, este ano, “se a decisão foi tomada e andou para frente, foi porque eles (PS, PCP e Bloco de Esquerda) concordaram”, caso contrário a descida da TSU “tinha caído” em 2016. “Este ano, porque há eleições autárquicas ou por outra coisa qualquer, parece que estão desentendidos”, realçou o responsável social-democrata. A medida está prevista no acordo de concertação social, que consagrou o aumento do salário mínimo nacional (SMN), mas tanto o Bloco de Esquerda como o PCP admitiram levá-la ao Parlamento, caso o Governo insista na redução da TSU para as empresas como forma de compensá-las pelo aumento do SMN. “Às vezes, pergunto-me se nesses partidos mais à esquerda não pensariam mesmo que ‘isto é que era bom, eles ficam a decidir o salário mínimo nacional, o mais alto possível, o PSD que, depois, lá no Parlamento, pague a factura dessa coisa, que eles não estão para isso’”, ironizou. “E, se nós não apoiarmos isso, não somos responsáveis e somos incoerentes”, acrescentou, frisando que o PSD “não faz parte da geringonça”, que “ninguém pediu opinião para tomar estas decisões” e que consigo “não negociaram nada”. Passos Coelho sublinhou que o seu partido pode não concordar, mas respeita e sempre respeitou as posições dos parceiros sociais e disse esperar “a mesma coisa de volta”, mas frisou que não foi com os sociais-democratas que os parceiros sociais negociaram. “Foi com o Governo e o Governo não nos veio pedir a nós apoio para fazer aquela

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negociação, foi ao Bloco de Esquerda e ao PCP. Portanto, é lá que vai mesmo ter que resolver esse problema”, sublinhou. “Se a coisa começou assim com a TSU e o salário mínimo nacional, como vai ser o resto do ano? Vão andar sempre a pedir ao PSD para apoiar o Governo porque eles, este ano, estão de baixa, meteram folga?”, questionou. O líder do PSD recusou ainda a nacionalização de qualquer banco “nem por 15 dias nem por três meses”, lembrando o caso do BPN, que é “uma casquinha de noz ao lado do Novo Banco”. “Para evitar, desde já, espíritos mais ansiosos que fiquem à espera de condicionar o PSD sobre matérias desta natureza, que-

ro esclarecer que o PSD não dá nenhuma abertura da sua parte para nacionalizar banco nenhum, nem por 15 dias, nem três meses”, afirmou Pedro Passos Coelho. Passos Coelho afirmou ter presente na sua memória a decisão que o Governo de José Sócrates tomou de nacionalizar o BPN, referindo que foi o anterior Governo PSD/CDS-PP que “teve, depois, de vender aquilo”. “Ainda hoje não se sabe bem quanto terá custado a nacionalização do BPN, no mínimo sabe-se que já custou mais de 2500 milhões de euros e estima-se que possa ir quase aos seis mil milhões”, observou, considerando que “o BPN era uma casquinha de noz ao lado do Novo

Banco”. Assinalando que dispõe apenas das informações divulgadas pela comunicação social, o líder “laranja” disse que admite que “as pessoas no PS e no Governo não estão satisfeitas com as ofertas que estão a ser feitas pelo privados e que acham que vale mais nacionalizar porque não se perde tanto”. “Se aquilo que os privados vierem a oferecer pelo Novo Banco for considerado pelo Governo insuficiente, então isso significa que o Estado está disposto a pagar mais do que eles e eu preciso de saber com base em quê, em que avaliação e quanto é que isso vai custar para o Estado e para os portugueses”, adiantou.

Costa avança com redução do PEC e ultrapassa “crise” Em menos de 24 horas, António Costa conseguiu contornar a dificuldade criada pelo chumbo da redução da TSU para os patrões com o anúncio de uma alternativa.Porém, o BE avisou logo que a proposta do Governo de redução do Pagamento Especial por Conta (PEC) pode “ser melhorada” durante a discussão no Parlamento e isso poderá voltar a criar engulhos no consenso à esquerda. Apesar de se afirmarem contentes com a decisão do Governo de reduzir o PEC – Pagamento Especial por Conta de 850 para 750 euros em Março e extingui-lo em 2019, bloquistas e comunistas continuam a insistir que o cenário ideal é acabar com ele o mais depressa possível. O PCP, que conseguiu reduzi-lo no orçamento deste ano de mil para 850 euros,

vai mesmo entregar uma proposta para que o seu fim seja antecipado para 2018. Entretanto, horas depois da aparição inédita do primeiro-ministro no briefing do Conselho de Ministros para mostrar que resolvera o problema, o CDS revelou o desenho da sua própria proposta, que passa pela redução do PEC para 500 euros em 2018. O Presidente da República também já deu o seu apoio à decisão do Governo. “Esta adenda permite manter vivo o acordo de Concertação Social”, uma vez que os parceiros “subscrevem esta substituição [da TSU pelo PEC]”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, que prometeu ser célere na promulgação do diploma, depois de ele passar pelo Parlamento onde, salientou, tem “garantida a aprovação”.

Mais cauteloso, o PCP diz que a esquerda não sai reforçada nem fragilizada apesar da votação que isolou o PS — essa perspectiva de “bom ou mau” advém do facto de o PSD achar que há uma coligação de esquerda, argumenta o líder parlamentar comunista. “A única vitória foi

para os trabalhadores”, diz João Oliveira, que acrescenta a “derrota do PSD por ter apostado que a esquerda havia de sofrer um prejuízo irremediável — que não aconteceu”. Para o socialista João Galamba não faz sentido falar em vitória ou derrota para o Governo e para a maioria de esquerda ou em reforço ou enfraquecimento das relações do PS com BE, PCP ou PEV por causa da TSU. “Se o Bloco ou o PCP tivessem mudado de opinião, isso significava que havia parceiros da maioria nos quais não é possível confiar. Mas não foi o caso. Adoptaram a mesma posição clarinha que tiveram em 2016. O PSD é que mudou de opinião de forma pornográfica e deixou de se bater por causas em que acreditava”, disse o deputado.


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Destaque “Os diplomas que foram aprovados na generalidade serão corrigidos e complementados”.

Capoulas estima que a Reforma Florestal entrará em vigor em junho O ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural disse, numa sessão pública em Viana do Castelo, na passada segunda-feira, dia 16, que a reforma da floresta estará em vigor até final de Junho, estimando os custos da sua implementação “entre 500 a 600 milhões de euros”, até 2020. “Os diplomas que foram aprovados na generalidade serão corrigidos e complementados com algumas das sugestões recolhidas durante a discussão pública. Até final de Fevereiro, muito provavelmente, o Governo aprovará, em definitivo, estes diplomas. Uma parte deles seguirá para promulgação do senhor Presidente da República”, afirmou Capoulas Santos. “Há três ou quatro que terão de ir ainda à Assembleia da Republica por se tratar de matérias com competência reservada do Parlamento e, portanto, só depois da aprovação no parlamento, que poderá ainda introduzir correcções ou alterações, o pacote estará aprovado e em vigor. Eu estimo que isso acontecerá, na totalidade, até ao final do primeiro semestre deste ano”, acrescentou o ministro. O governante, que falava em Ponte de Lima, no distrito de Viana do Castelo, na penúltima sessão de discussão pública da proposta de reforma, adiantou que a implementação da nova legislação representará um custo estimado “entre os 500 a 600 milhões de euros”. “Estimamos que os custos que vamos ter associados aos apoios ao investimento, ao financiamento dos gabinetes técnicos municipais e às equipas de sapadores florestais, andará entre os 500 e os 600 milhões de euros até 2020”, afirmou Capoulas Santos, acrescentando: “Esta reforma vai, seguramente, aumentar a riqueza do país e permitir aproveitar muito melhor esse enorme património que temos e que, parte dele, está subaproveitado”. O Governo aprovou, na generalidade, em Outubro passado, “um pacote legislativo composto por 12 diplomas, dez dos quais foram colocados à discussão pública durante desde Novembro para ouvir contributos da sociedade civil” e “tentar

obter o máximo consenso possível”. “Quando falamos de floresta, do que é necessário fazer na floresta, que são tarefas de longo prazo, seria uma pena que uma hipotética mudança de governo, que em democracia acontecerá mais tarde ou mais cedo, que venha um outro governo deitar por terra tudo aquilo que, entretanto, for feito”. Do conjunto de medidas previstas, o ministro destacou “a legalização do património, a elaboração do cadastro, a identificação dos proprietários, a criação de entidades gestoras dos espaços florestais, um banco de terra, onde serão colocadas as terras do Estado, para venda ou arrendamento, e os terrenos identificados

como sem dono conhecido”. Reforçou a criação de um Balcão Único do Prédio (BUPi), onde os proprietários poderão registar os seus prédios, gratuitamente, até 31 de Dezembro de 2018. Capoulas Santos revelou que durante os três meses de discussão pública da proposta de reforma “as críticas ao modelo de fundo não são muito substanciais”, adiantando que “as questões mais polémicas” prendem-se com as competências atribuídas às autarquias e com as áreas de produção de eucalipto. “Nalguns sítios acusam esta reforma de dar demasiado poder às autarquias e, noutros lados, dizem que há défice de transferência de poderes para os municípios”, explicou.

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Relativamente à produção de eucalipto, disse que “a estratégia do Governo vai no sentido de não aumentar a área mas conduzir o eucalipto para as zonas onde ele pode ser mais produtivo”. “Temos, em Portugal, zonas onde se produzem 30 metros cúbicos de madeira de eucalipto por hectare, mas a produtividade média de Portugal é cinco metros cúbicos por hectare. Isto significa que há muitos milhares de hectares que estão em sítios onde esta espécie não é produtiva”, explicou, garantido que o Governo “tem consciência de que esta fileira é muito importante para as exportações do país e para a produção de pasta de papel”.

Universidade de Évora preside à AG do Cluster Smart Cities Dezenas de parceiros do mundo empresarial, universitário e associativo formalizaram no passado dia 17, no Porto, o Cluster Smart Cities Portugal. Esta nova entidade espera agora ser reconhecida pelo Governo como parceiro privilegiado para o fomento da inovação urbana e para a internacionalização de um sector que desenvolve, produz e põe em prática soluções para a área das cidades inteligentes. Num comunicado à imprensa, esta nova organização adianta que o CEiiA Centro de Excelência e Inovação para a Indústria Automóvel, a Brisa Inovação e Tecnologia, a tecnológica COMPTA, a Siemens e a Universidade do Minho são as entidades que compõem a direcção do cluster. A Universidade de Évora e o Instituto Politécnico de Bragança assumem,

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respectivamente, a presidência da assembleia geral e conselho fiscal da entidade agora criada e que já tinha sido anuncia-

da em Novembro. O Cluster Smart Cities Portugal tem entre os seus associados e parceiros várias

empresas - Indra, Alcatel-Lucent, NEC, Oracle, Soltráfego, entre outras – organismos de fomento do empreendedorismo como ao DNA Cascais ou a Start Up Lisboa, empresas públicas como a Águas de Gaia ou associações, como a Rede Portuguesa de cidades Inteligentes, entre outras. O cluster pretende ser reconhecido como um veículo privilegiado para fomentar a competitividade, capacidade de inovação e internacionalização das empresas do mercado das cidades inteligentes, estimular as cidades a desenvolver projectos urbanos inovadores; promover a replicação de projectos e modelos testados em Portugal em cidades de todo o mundo, fomentar a criação de novas empresas associadas a este mercado e projectar o sector fora do país.


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Destaque “É um prazer estar aqui no início do 2º período no sentido que tem um projecto pedagógico altamente inclusivo”.

Escola Inclusiva escolhida para arranque do 2.º período letivo A Escola Básica Manuel Ferreira Patrício, em Évora, recebeu no passado dia 3 de Janeiro o Ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, que veio assistir ao arranque do 2º período letivo. Quis fazê-lo em Évora, numa escola inclusiva, tendo sido recebido à entrada por um improviso de guitarra executado por um aluno da Comunidade Cigana do Agrupamento. A escola tem as valências pré-escolar (com três salas de crianças do regular e uma de crianças surdas) e 1º, 2º e 3º ciclo, com várias respostas educativas vinculadas às necessidades e perfil dos alunos, incluindo unidades de multideficiência. A visita foi acompanhada pela Vice-Presidente da Câmara Municipal de Évora, Élia Mira, e pelos Vereadores Cláudia Sousa Pereira e Silvino Costa. Contou igualmente com a presença do patrono da escola, o Prof. Manuel Ferreira Patrício, e do Delegado Regional de Educação, Manuel Barroso. Nesta visita, a comitiva teve como guia, Isabel Gomes, Directora do Agrupamento de Escolas Manuel Ferreira Patrício que lhes proporcionou o conhecimento mais pormenorizado de diversas aulas e atividades. “É um prazer estar aqui no início do 2º período, numa escola muito singular, no sentido que tem um projecto pedagógico altamente inclusivo”, afirmou o Ministro da Educação aos jornalistas. Relativamente à colocação de assistentes operacionais falou do esforço feito no 1º período, afirmando que “em breve chegarão às escolas uns bons milhares de horas para suprir necessidades eventuais”.

Em declarações no final da visita, a Vice-Presidente saudou a vinda no Ministro da Educação ao Concelho, considerando que esta “serviu sobretudo para dar visibilidade ao bom trabalho que é feito neste Agrupamento no sentido de uma escola inclusiva que promove valores fundamentais como este de ter crianças com necessidades educativas especiais perfeitamente integradas na comunidade educativa”. Reconheceu que hoje “foi sobretudo uma visita virada para o projecto educativo da escola, muito centrada

nos alunos, o que é positivo por parte de um governante que vem até ao interior do país para estar perto dos alunos e da comunidade educativa em geral”. Lamentou apenas não ter sido possível falar de alguns problemas estruturais que afectam a escola “nomeadamente a intervenção na cobertura que urge realizar, num montante incomportável para o Município”, mas considerando que “não faltarão seguramente ocasiões para abordarmos estas questões”, tal como tem acontecido em relação à colocação

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de pessoal não docente nas escolas. A Directora, Isabel Gomes, confirmou que não teve problemas com a colocação de professores e que em relação ao pessoal não docente, nomeadamente auxiliares de ação educativa “tem havido um processo de alteração da situação em que tem colaborado a Câmara Municipal de Évora, uma vez que estamos com contrato de execução e neste momento estão em processo de contratação mais elementos não docentes e a situação está a ser normalizada”.

JP de Évora prepara “máquina” autárquica Decorreram no passado dia 21, na sede do CDS-PP, as eleições para o mandato de 2017 para a concelhia da Juventude Popular de Évora. A eleição teve uma grande afluência, saindo vencedora a Lista A, com 100% dos votos para todos os órgãos agora eleitos. Micael Veras dos Santos inicia o seu segundo mandato enquanto Presidente, revelando que o principal objetivo, após terem transformado esta juventude partidária na maior da concelhia de Évora, é mostrar aos jovens alentejanos que há uma equipa que foca o seu trabalho na melhoria da cidade, para que seja exequível criar e reaproveitar recursos e oportunidades, melhorando o seu futuro. Durante o seu mandato em 2016 foram realizadas várias atividades, destacando a doação de alimentos à comunidade “Pão e Paz” e a doação de bens essenciais nos Salesianos de Évora, tendo vindo a ser considerada a juventude partidária mais dinâmica no concelho. Preparam-se, agora, para enfrentar o desafio autárquico e servir como apoio à candidatura “AFIRMAR ÉVORA”, encabeçada pelo Eng.º Pedro D’Orey Manoel, à Câmara Municipal de Évora. O CDS foi entretanto em Évora o pri-

meiro partido politico a apresentar candidato à Câmara nas eleições autárquicas de 2017. Pedro d’Orey Manoel licenciou-se em Engenharia Agronómica pelo Instituto Superior de Agronomia da Universidade Técnica de Lisboa, realizando posteriormente uma Pós graduação em Contabilidade e Gestão na Universidade Católica Portuguesa. Foi Presidente da Associação dos Jovens Agricultores do Sul (AJASUL) de 2002 a 2010, assumindo a partir dessa data a presidência da mesa da Assembleia Geral. Na Confederação dos Agricultores de Portugal, CAP, foi membro do Conselho Fiscal, Vice- Presidente do Conselho Consultivo da Água e Ambiente e perito em Agricultura Biológica, junto do COPA, em representação desta confederação de agricultores. Foi também Diretor da Associação Nacional dos Produtores de Cereais, Vogal da Associação Portuguesa de Mobilização de Conservação do Solo- APOSOLO. Atualmente é Presidente da Direção do CDAPEC - Centro de Desenvolvimento Agro-Pecuário de Évora; Vice-Presidente da Direção da ANPOC - Associação Nacional de Produtores de Cereais, Oleaginosas

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e Proteaginosas; gestor executivo da CAMTO- Casa Agrícola do Monte do Tojal, Lda. e da Ovicharol- Sociedade Agropecuária do Monte do Tojal, Lda.

Sempre demonstrou preocupação pelos problemas de cariz social da cidade, colaborando, entre outras, como voluntário com a Associação “Pão e Paz” e tendo pertencido aos Corpos Sociais da então chamada Associação de Paralisia Cerebral de Évora, durante alguns anos. Foi também treinador dos escalões de formação (dos 6 aos 12 anos) do Clube de Rugby de Évora, CRE, no qual assumiu também o lugar de Secretário da Direção de 2011 a 2013, pode ler-se em nota publicada na página oficial do partido. Na sua apresentação pública, com a presença da líder Assunção Cristas, definiu como principais razões da sua candidatura “a necessidade que sinto de prestar um serviço á comunidade, acreditar que, apesar de todas as contrariedades a que assistimos hoje, o serviço politico às populações é um serviço nobre, trabalhando com elas para melhorar as suas condições de vida” referiu o candidato. Pedro d`Orey Manoel assumiu que vai ser eleito e tem um projecto ganhador para “trabalhar com todos, sem excepção, não olhando a cor política, religião ou opções de vida. São habitantes do nosso concelho e é com eles e para eles que queremos trabalhar”, disse.


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Radar Nesta sessão foram apresentadas propostas que vão ser desenvolvidas em Évora e Montemor-o-Novo.

Projeto do Café Central de Reguengos de Monsaraz foi apresentado em Évora O projeto para a criação de um Centro Interpretativo e de Acolhimento Turístico no edifício histórico do antigo Café Central, em Reguengos de Monsaraz, foi apresentado no dia 24 de janeiro no Palácio D. Manuel, em Évora. Nesta sessão foram igualmente apresentadas as propostas que vão ser desenvolvidas em Évora e Montemor-o-Novo e que também integram o projeto promovido pela CIMAC – Comunidade Intermunicipal do Alentejo Central, denominado “Centros de Acolhimento Turístico e Interpretativos de Évora e Alentejo Central”. José Calixto, Presidente da Câmara Municipal de Reguengos de Monsaraz, explicou a estratégia da autarquia na área da promoção e do desenvolvimento turístico, abordando o aumento de turistas na vila medieval de Monsaraz, o setor do vinho que produz quase 30 milhões de litros por ano, o crescimento dos enoturismos da região, que superaram as 60 mil visitas no ano passado, a olaria e o artesanato, o astroturismo, o Cante alentejano e o Lago Alqueva, mas também a Cidade Europeia do Vinho 2015, que “trouxe notoriedade para o concelho e impulsionou a criação da marca territorial Capital dos Vinhos de Portugal, que a partir deste ano vamos promover no nosso país e nos principais mercados internacionais”.

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Nesta sessão organizada pela CIMAC, o autarca referiu ainda que “pretendemos estimular e aumentar o fluxo turístico que vem de Espanha, nomeadamente da Estremadura e da Andaluzia, duas regiões espanholas com uma população semelhante à de Portugal e que estamos a trabalhar com intensidade através da co-

municação social e da nossa presença em feiras de turismo no sul do país vizinho e em Madrid, como aconteceu recentemente na FITUR”. Sobre o Centro Interpretativo e de Acolhimento Turístico, José Calixto sublinhou que “é um projeto de requalificação de um edifício emblemático de Reguen-

gos de Monsaraz, inaugurado há 140 anos, está enquadrado numa estratégia de valorização do centro da cidade e vai regenerar o imóvel com uma nova vida e com capacidade para receber e acolher devidamente os turistas, transmitindo-lhes tudo o que podem visitar no concelho, em conjunto com uma simpatia que lhes dê vontade de prolongar a sua estadia”. O Centro Interpretativo e de Acolhimento Turístico, projeto da autoria do arquiteto da autarquia Miguel Singéis, prevê uma zona de atendimento turístico, mas também uma área de exposição, degustação e venda de produtos locais e regionais aos munícipes e turistas. Neste espaço ficará concentrada toda a oferta do concelho disponibilizada aos turistas, como o vinho, a gastronomia, os azeites, a olaria, os enchidos, os queijos, as mantas alentejanas, as ervas aromáticas, o pão, entre outros. O Café Central foi projetado pelo arquiteto António José Dias da Silva, autor também da Igreja Matriz de Reguengos de Monsaraz e da Praça de Toiros do Campo Pequeno. Inaugurado em 1877, o Café Central encerrou no ano passado e era um dos cafés centrais em funcionamento há mais tempo no país.

Os partidos continuam a ser fundamentais à democracia

LUÍS TIRAPICOS NUNES

Advogado

Sendo ano de eleições autárquicas, estas vão já ser as quintas em que lei eleitoral permite que listas de cidadãos independentes concorram aos órgãos municipais. Dirão os mais entusiastas que é um sinal dos tempos, que o sistema de partidos está esgotado a vários níveis e incapaz de se renovar. A abertura parece assim, de facto, ser uma resposta óbvia para promover um aprofundamento da participação dos eleitores na coisa pública. Se é certo que em muitos casos o sistema partidário pareceu funcionar como um garrote e cortou as pernas a inúmeros candidatos, ideias e projetos, não é menos verdade que há que fazer uma apreciação crítica sobre em que se têm traduzido na verdade as listas de independentes. O primeiro ponto a assinalar é que as listas de independentes a que temos assistido na sua maioria têm muito pouca independência do sistema partidário. Tratam-se essencialmente de candidaturas dissidentes desse mesmo sistema, nuns casos de presidentes que perderam o apoio do partido porque passados os quatros anos de travessia do deserto a que o limite de mandatos obriga querem recuperar a sua cadeira, que agora é ocupada por um antigo vice-presidente. Noutros casos tratam-se apenas de militantes ou ex-militantes de um partido que pretendem prejudicar uma determinada candi-

datura de um antigo camarada de quem não se gosta mesmo. Não quero obviamente generalizar neste ponto, saudando as listas de verdadeiros independentes, que estão empenhadas de forma genuína na defesa dos interesses das populações. Estas verificam-se sobretudo e desde 1976 ao nível das freguesias. Mas mesmo essas listas beneficiam voluntaria ou involuntariamente de uma vantagem inevitável. Os discursos antissistema e anti partidos colam. São populares e dão votos. Veja-se o fenómeno Trump nos Estados Unidos, do Brexit no Reino Unido ou de tantos outros movimentos populistas por essa Europa fora. É verdade que os partidos têm a sua quota-parte de responsabilidade neste fenómeno. Quando o devorismo e a avidez de poder transformam células essenciais da vida democrática como os partidos em agências de cargos e empregos. Quando os profissionais da política e caciques locais sem outra ocupação de dedicam a afastar dos partidos aqueles cidadãos que se interessam e querem participar, mas que não vivem da política e que a ela são essenciais. É aqui que os partidos contribuem para o discurso que contra si tão bem passa nos cafés e filas de espera. Ainda assim os partidos são o que são. São entidades com cartas de princípios e estatutos. Com controlo e supervisão.

Com regras, deveres e obrigações. Com contabilidade, militantes registados e organização. Os partidos têm alguma continuidade no tempo e isso é fator de es-

“Vejamse as mais completas e antigas democracias, nas quais que os partidos políticos são mais estáveis“.

tabilidade nas democracias. Vejamse as mais completas e antigas democracias, nas quais que os partidos políticos são mais estáveis. Dou este salto para fora da realidade autárquica porque mais tarde ou mais cedo este país vai discutir o alargamento do fenómeno à eleição do parlamento e aí o jogo pode mesmo tornar-se perigoso. Ninguém deve ter medo da democracia e não tem porque haver partidos eternos. Mas é certo que uma associação de independentes, cuja ideologia não se conhece, cujos militantes não se conhecem, cujo financiamento é dúbio e cujas regras de funcionamento se vão desenrolando ao sabor do vento, assustamme mais do que o estado comatoso do sistema partidário. Os populismos que grassam pela Europa e pelo mundo alimentam-se tanto deste discurso anti partidos como do desinteresse e falta de participação. É por isso que antes de darmos carta-branca a qualquer salvador da pátria ou do regime talvez devêssemos fazer o contrário do que o ocidente tem feito na Síria. Em vez de dizermos coisas muito bonitas cá de fora e de ocasionalmente enviarmos um drone não tripulado pudéssemos calçar as botas e pô-las no terreno. Participar da vida dos partidos é participar da vida democracia e provavelmente a forma mais eficaz de reformar a democracia.


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Radar Com conclusão prevista para Outubro 2017, o investimento constitui-se pela construção da ETAR.

Nova ETAR de Montemor-o-Novo em fase de construção atinge 5,1 M € de investimento Rute Marques | Texto A nova ETAR de Montemor-o-Novo encontra-se em fase de construção, num investimento global de 5,1 milhões de euros. Anunciado durante visita técnica às obras, resulta do Contrato de Gestão – Exploração e Gestão do Sistema Público de Parceria Integrada de Águas do Alentejo, assinado entre a Águas Publicas do Alentejo - AGDA e 20 concelhos do Alentejo, entre os quais Montemor-o-Novo. O investimento para a conceção e construção da ETAR e do sistema intercetor de Montemor-o-Novo é assegurado pelo «contrato de 5,1 milhões de euros” , de acordo com financiamento do atual quadro Comunitário, no âmbito do POSEUR (2016 a 2018), e inscrito no plano do investimento do sistema público de parceria integrado de Águas do Alentejo - SSSIAAlentejo. Com conclusão prevista para Outubro 2017, o investimento constitui-se pela construção da ETAR e pela construção do «sistema intercetor, constituído pelas 5 estações elevatórias, cerca de 4,3 quilómetros de condutas elevatórias e 4,4 quilómetros de emissários”, no momento em fase de preparação de concurso público, e que se prevê seja lançado durante o primeiro trimestre de 2017. Com esta intervenção “o Sistema de Águas Residuais (SAR) de Montemor-o-Novo em alta” passa a ser constituído pela nova ETAR, para onde serão “conduzidas a totalidade das águas residuais urbanas domésticas ou equiparadas através de cinco estações elevatórias” e por um conjunto de 9 quilómetros de condutas elevatórias e emissários. Também de acordo com o município, que sublinha a melhoria na «qualidade de vida na área urbana de Montemor-o-Novo”, é o “caráter integralmente público da entidade constituída” que não só assegura a existência de um parceiro tecnológico e financeiro com capacidade de investimento”, como do mesmo modo “a manutenção

da competência de gestão na esfera dos municípios”; e de uma “sustentabilidade do sistema a preços socialmente justos”. A ETAR foi” dimensionada para tratar os efluentes urbanos, incluindo os efluentes equiparados a urbanos da zona industrial da Adua”, para uma “população de 10.250 habitantes e um caudal de ponta de 141 m3 / hora”, segundo a Águas Públicas do Alentejo. Foi adotado um tipo de tratamento para fase liquida centrado num “sistema de lamas ativada

com arejamento prolongado, em vala de oxidação, complementado com um pré-tratamento constituído por tamisador, desarenador e desengordurador e ainda por um decantador secundário. De acordo com João Silva Borges, engenheiro administrador-executivo da Águas Publicas do Alentejo: o que esta ETAR tem de inovador, sendo de “conceção clássica, robusta, e garantida, deriva de ter sido dimensionada de uma tal maneira em que o arejamento não tem de estar

a ser feito permanentemente”. Deste modo, são reduzidos os custos energia, um “fator determinante para este tipo de equipamento” e que as “populações irão sentir porque pagarão menos”, referiu. O contrato de parceria pública entre o Estado português e os municípios, foi constituído em 2009, num sistema público de parceria integrado de Águas do Alentejo - SSSIAAlentejo-através do qual os municípios delegam no Estado, a exploração e gestão dos serviços de água associados.

Câmara de Évora participou no Encontro para a Proteção e Valorização dos Centros Históricos A Câmara Municipal de Évora esteve presente no V Encontro Técnico da Rede de “Proteção e Valorização dos Centros Históricos”, que decorreu no Cineteatro Marques Duque, em Mértola, nos dias 19 e 20 de Janeiro. Eduardo Luciano, Vereador com o Pelouro do Património na autarquia, participou num painel dedicado a processos de candidatura a Património da Humanidade, moderado por Ana Paula Amendoeira, Diretora Regional da Cultura do Alentejo. Na sua intervenção, Eduardo Luciano abordou as “Consequências e perenidade da Classificação Património da Humanidade em Évora”. O autarca salientou os muitos aspectos positivos mas, também, os constrangimentos inerentes à classificação da UNESCO. O envolvimento da população na fase de candidatura, o reforço dos níveis de proteção do património que

impedem a descaracterização da cidade e, também, a sua visibilidade para o exterior, são os principais benefícios colhidos por Évora. Inversamente, Eduardo Luciano alertou para as restrições de intervenção no espaço público e no edificado como os principais constrangimentos apontados pela população em resultado da classificação. A nível de planeamento, o autarca alertou para a importância de se voltar a criar um gabinete do Centro Histórico que permita uma gestão integrada a nível urbanístico, reconhecendo a zona classificada como âncora do desenvolvimento do concelho. Em termos futuros, o vereador da edilidade eborense lembrou que está em curso uma candidatura da cidade a Capital Europeia da Cultura, em 2027, destacando esperar aquilo que se possa construir no decorrer do processo.

Este encontro, que contou com uma mesa redonda com todos os oradores, foi promovido pela União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA),e teve como objetivos a partilha de conhecimentos e a troca de experiências entre técnicos de países e cidades diferentes, onde as realidades sobre a proteção e valorização do património são dadas a conhecer em todas as suas vertentes. Em debate estiveram os temas “Gestão e Dinamização de Centros Históricos” e “Processos de Candidatura a Património da Humanidade”. A iniciativa enquadrou-se no âmbito das Redes Temáticas de Cidades UCCLA, criadas em 2010, nas quais se pretende valorizar a identidade, cultura, herança, história de cada cidade, no seu conjunto de bens que, pelo seu valor e conjunto urbano, são espaços dotados de significado simbólico, salvaguardando e preservando o património cultural.


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Fevereiro ‘17

Radar Prevista para 2017, está a adaptação no Palácio de Manuel onde se vai situar o ”Centro Interpretativo de Évora”.

CIMAC anuncia novos centros de acolhimento turístico para o Alentejo Central D.R.

Rute Marques | Texto Num compromisso financeiro comunitário do Alentejo 2020 de 2,2 milhões de euros, o projeto dos Centros de Acolhimento Turístico e Interpretativos, vai colocar Évora como “interface do turismo regional”. Uma primeira fase de obras vai arrancar já em 2017, estendendo-se por demais equipamentos previstos para os municípios do Alentejo Central. Apresentado pela comunidade intermunicipal do Alentejo Central, pelos 14 municípios que a integram e pela Entidade Regional do Turismo do Alentejo (ERT), este conjunto de instalações, submetido a financiamento no ambito do Eixo 6.3 da «Conservação, proteção, promoção e desenvolvimento do património natural e cultural» do Alentejo 2020 , visa «repensar a receção, e do acolhimento de visitantes do Alentejo Central». Na primeira fase do projeto estão contempladas “intervenções nos municipios de Arraiolos, de Montemor-o-Novo, Reguengos de Monsaraz, Viana do Alentejo e Vila Viçosa” assegurou a presidente da CIMAC, Hortênsia Menino, durante a apresentação pública que decorreu no palácio D. Manuel. O “desenho final global será feito para maioria das intervenções ocorre em 2017” e as restantes de forma faseada, numa ação a contribuir para “criar condições aos visitantes, diversificar os locais de visita” e o aumento do “ tempo de estada no Alentejo, num âmbito de dinamização local e regional”, sustentou. Prevista para 2017, está a adaptação no Palácio de Manuel onde se vai situar o ”Centro Interpretativo de Évora”. O que se propõe: um “centro interpretativo da cidade, de receção a turistas que funcionará no rés-do- chão”, revelou o presidente da Câmara de Évora, Carlos Pinto de Sá, e, no piso superior, uma sala de conferencias, adaptada e “com comodidades que se hoje se adequam a um espaço com

esta dimensão”, ressalvando que a equipa de projeto vai respeitar “uma perspetiva minimalista mas com condições técnicas e tecnológicas. Ainda na altura referiu: Uma das apostas de Évora é o turismo, “a crescer mais de 20 por cento ao ano, só possível esta estratégia de desenvolvimento, explica porque “nos últimos anos foi possível ganhar algum estofo económico que não tinha”, A par da primeira intervenção em Évora são três os pilares que sustentam o modelo para a cidade. Surgem depois o Centro de Acolhimento Turístico do Alentejo Central”, a ter lugar no “espaço do Mercado Municipal 1.º de Maio, man-

tendo a sua função primordial de mercado” e agregando funções de «promoção e encaminhamento de visitantes”; e o Centro Interpretativo do Alentejo Central, no atual Museu do Artesanato (espaço do Real Celeiro Comum). Na mesma sessão foi conhecido o projeto a ter lugar em Montemor-o-Novo, designadamente, com vista ao desenvolvimento do projeto para o Centro Interpretativo do Castelo de Montemor-o-Novo, quer na vertente do “Centro interpretativo” quer para a área de “Escavações arqueológicas” de 1.000 m2 , onde se cria um percurso para visitantes, e sinalética; de igual modo foi dado a conhecer

o desenho do “projeto em curso” para o Centro de Acolhimento de Reguengos de Monsaraz, a situar-se no respetivo Café Central. À medida que for avançando procura-se dar resposta ao crescimento dos fluxos turísticos, nomeadamente no que se refere ao apoio geral, à logística e à informação qualificada. A par disso, à população é também solicitado que participe com ideias para este projeto, seja através do portal internet: www.mostreoseualentejo.com; ou mesmo, junto de cada uma câmaras municipais. Ao longo do ano. vão igualmente ser realizados outros encontros de apresentação pública.

Alentejo entre as regiões preferidas para férias de curta duração Nove em cada 10 portugueses planeia viajar em férias este ano, tal como em 2016, estando o Algarve, Espanha e Estados Unidos entre as preferências, segundo o Instituto de Planeamento e Desenvolvimento do Turismo (IPDT). Em parceria com o operador turístico Soltrópico e com a Secretaria Regional da Economia, Turismo e Cultura da Madeira, o IPDT lançou um questionário sobre a intenção de férias dos portugueses para 2017 que concluiu que, do “total de inquiridos (mais de 600), apenas 9% revela a intenção de não fazer férias fora de casa em 2017”. “Assim, nove em cada 10 sujeitos da amostra pretende viajar em 2017, sendo esta incidência bastante semelhante ao estudo homólogo realizado pelo IPDT em 2016”, lê-se nas conclusões do

inquérito, no qual se notou que motivos financeiros e desemprego são os principais motivos para ficar em casa. Nos períodos de férias mais longos - que se concentram preferencialmente em Agosto e depois em Julho e Setembro - 74% dos inquiridos afirmam que pretendem sair de casa. O destino nacional mais citado é o Algarve, enquanto na Europa a preferência vai para Espanha e, fora do velho continente, destaque para os Estados Unidos. “O sol e mar é a principal motivação de viagem nesta tipologia de férias, com a cultura e natureza a assumirem também um papel importante a este nível”, segundo o mesmo estudo, que nota que o alojamento preferido são hotéis de 3 ou 4 estrelas ou casa alugada.

As férias de curta duração entram nos planos de 86% dos inquiridos, um resultado três pontos percentuais acima do verificado em 2016, estando no topo das preferências destinos nacionais como Porto e Norte, Alentejo e as Regiões Autónomas. Nas deslocações ao estrangeiro, as viagens devem ser feitas para Espanha, Itália, Reino Unido e França, com os turistas a assumirem que procuram informações para estas ‘escapadinhas’ na Internet e têm como principais motivações a cultura e a natureza. “Os inquiridos revelam que pretendem fazer duas a três short-breaks [estadias de curta duração] em 2017, mais concentradas nos meses de Abril, Maio, Junho e Setembro, optando por diversos tipos de alojamento em que se destacam os hotéis de 3 ou 4 estre-

las, a casa de familiares/amigos e a casa alugada”. Em relação a 2016, os inquiridos referiram que este ano vão fazer mais vezes férias e durante mais tempo, mas quanto a destinos e gastos a evolução “foi mais conservadora, apontando os resultados para um pequeno aumento dos gastos e um ligeiro incremento da utilização de destinos mais longínquos”. A maioria dos inquiridos opta por fazer uma estimativa do valor a gastar nas férias, tem por hábito poupar e utilizar voos de baixo custo. “Os destinos de férias são escolhidos mediante o que conseguem poupar”, lê-se nas conclusões do estudo. O estudo teve por base 612 respostas, obtidas entre 14 e 28 de Novembro de 2016.


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Radar Este montante está contratualizado com as CIM com vista aos Investimentos Territoriais Integrados.

Alentejo 2020: Taxa de compromisso atinge 549 M€ D.R.

Rute Marques | Texto O Alentejo 2020 assumiu compromissos de 549 milhões de euros, equiparados a uma taxa de 51 por cento da sua respetiva dotação global em fundos estruturais, declarou o presidente da CCDR do Alentejo, Roberto Grilo, na sessão de balanço de atividade do programa operacional, a 16 de Janeiro, em Évora. Este montante está contratualizado com as Comunidades Intermunicipais ( CIM) com vista aos Investimentos Territoriais Integrados; com os Grupos de Ação Local (GAL), no âmbito da iniciativa de Desenvolvimento Local de Base Comunitária (DLBC). Bem como com as Autoridades Urbanas, no contexto dos Planos Estratégicos de Desenvolvimento Urbano (PEDU). Até ao final do ano passado, o Programa Operacional Regional do Alentejo atingiu 420 milhões de euros de investimento aprovado. E deste total de investimento realizado, 176 milhões de euros destinaram-se por um lado ao reforço, competitividade e internacionalização das PME e por outro, à consolidação do sistema regional de investigação. Até ao momento, o Programa “AlenPUB

tejo 2020”, lançou 94 concursos com uma dotação financeira de fundos europeus de 255 milhões de euros; destes, 63 concursos encontram-se “decididos”,

17 “fechados com respetivas candidaturas em processo de análise”, e 14, “abertos com uma dotação financeira de 226 milhões de euros”.

Mais recentemente, no início de 2017, foram aprovados 35 projetos para a conservação, proteção, promoção e desenvolvimento do património cultural e natural, num investimento elegível de 32 milhões de euros (e correspondente comparticipação do FEDER em 24 milhões de euros). Embora este último concurso tenha sido aberto no ano passado, o prazo de aprovação estendeu-se, de modo a “encontrar soluções que permitissem dar resposta às candidaturas com avaliação de mérito relevante em articulação com estratégia para este tipo de investimento, justifica a Autoridade de Gestão do Programa”, o que veio ainda a traduzir-se num acréscimo de mais de 10 milhões de euros, além dos 14 milhões de euros estimados inicialmente da comparticipação do FEDER. A par da taxa de compromisso (51 por cento) do programa operacional, em causa está também taxa de execução dos fundos, situada em 1.7, e nesta está ser colocado “todo o enfoque” garantiu o presidente da CCDR do Alentejo, “após todo o trabalho de articulação, disponibilização, dos avisos, aprovação de estratégias e contratualização e de mapeamentos”, concluiu.


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Radar António Rios Amorim tinha pedido ideias inovadoras “fora da rolha” na utilização da cortiça.

Inovação com cortiça – Tapeçaria A utilização da cortiça para os mais diversos fins não pára de surpreender. E o grupo Amorim, líder mundial do sector, continua a demonstrá-lo, particularmente nos resultados que está a ter a única incubadora do mundo que se dedica exclusivamente ao negócio da cortiça, a Amorim Cork Ventures (ACV). António Rios Amorim, o presidente do grupo, tinha pedido que chegassem à incubadora ideias inovadoras “fora da rolha” na utilização da cortiça. E essas ideias estão a chegar: depois das chinelas Asportuguesas, que já estão a ser comercializados, vai agora ser lançada no mercado a primeira colecção de tapetes de cortiça tecidos por tecelagem. Na verdade, este foi um dos primeiros projectos que apareceu na ACV, logo em Dezembro de 2014, mas o desenvolvimento do processo de fabrico acabou por se revelar longo. “Começámos com a pesquisa da tipologia de cortiça adequada para um produto com as caraterísticas e requisitos de um tapete e, neste caso, também com a facilidade de ser cortada, sem perder resistência. Apesar de a cortiça ser a matéria-prima diferenciadora, lembro que a novidade da colecção surge pela conjugação inédita num tapete deste material com lã nacional e com alPUB

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godão recuperado de grandes produções industriais, uma combinação relevante na medida em que permite oferecer uma colecção versátil, com infinitas possibilidades em termos de visuais”, afirma a criadora da marca, designer de profissão. O desafio passou pela conjugação em tear destas matérias-primas, todas elas com respostas diferentes para o mesmo tipo de

ponto. O desenvolvimento do processo está concluído, a empresa esta criada (é a TD Cork) e a marca também: Sugo Cork Rugs. O pedido de patente já está a seguir o seu curso e Portugal, que já era considerado uma referência na indústria de tapetes vocacionados para o segmento alto e médio alto (com exemplos como os tapetes

de Arraiolos ou de Beiriz), tem agora um produto que lhe adiciona outra indústria pela qual é amplamente reconhecido, a cortiça. A cortiça tem propriedades reconhecidas em áreas como o isolamento térmico e acústico, o conforto, e características antialérgicas. A vocação para a internacionalização é uma condição de acesso à própria Amorim Cork Ventures, como recorda Susana Godinho. Os próximos passos serão dados junto dos programas operacionais que gerem os apoios do Portugal 2020, onde serão apresentadas candidaturas de apoio à internacionalização. “Dadas as valências da colecção Sugo Cork Rugs e o conhecimento que temos dos mercados, antecipamos uma boa aceitação, em especial nos EUA, países nórdicos, Reino Unido e Ásia, para onde canalizaremos numa primeira fase os nossos esforços, designadamente junto do público que aprecia produtos naturais e sustentáveis”, explicou Susana Godinho. O preço de venda ao público do metro quadrado do tapete standard pode variar entre 220 a 500 euros; os tapetes personalizados terão o preço sob consulta, de acordo com os materiais seleccionados, tamanho e tipo de padrão. Fonte: Luísa Pinto/Público


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Radar “As consequências das alterações em Portugal entre 1980 e 2013 atingiram já 6,8 mil milhões de euros”.

Quercus alerta para pressão sobre o Litoral Alentejano Os custos das alterações climáticas em Portugal entre 1980 e 2013 ascendem a 6,8 mil milhões, alerta a associação ambientalista Zero, que se baseia num relatório da Agência Europeia do Ambiente divulgado na passada quarta-feira. A agência contabilizou os prejuízos resultantes para cada país de fenómenos meteorológicos extremos, como cheias e tempestades, mas também incêndios de grandes dimensões. “O resultado mais surpreendente prende-se com a análise de custos efectuada. As consequências das alterações em Portugal entre 1980 e 2013 atingiram já 6,8 mil milhões de euros, dos quais apenas 300 milhões (cerca de 4% do total) se encontravam cobertos por seguros”, diz a Zero em comunicado. O que representa um custo de 665 euros per capita e de 73,5 milhões de euros por quilómetro quadrado, o equivalente a 0,14% do Produto Interno Bruto do país, nos cálculos apresentados no relatório. O dirigente da Zero Francisco Ferreira sublinha o facto de Portugal estar no fundo da tabela no que à taxa de cobertura destes prejuízos pelas seguradoras diz respeito. Em Espanha essa taxa é do triplo, 12%, mas na França e na Alemanha oscila entre os 44% e os 48%. “Pode ser por as pessoas não terem seguros para estes fenómenos”, avança o ambientalista, sublinhando que as conclusões da Agência Europeia do Ambiente vêm confirmar que o sul da Europa está particularmente vulnerável às ameaças decorrentes das alterações climáticas. “O sudeste e o sul da Europa são projectados como zonas hotspots, com o maior número de sectores e domínios a serem gravemente afectados. Áreas costeiras e planícies de inundação na parte

ocidental da Europa são também hotspots multissectoriais. Os Alpes e a Península Ibérica são pontos críticos para os ecossistemas”, assinala a Zero, explicando que os custos dos danos associados às alterações climáticas são mais elevados precisamente no sul da Europa. O relatório menciona por exemplo o surto de dengue na Madeira, em 2013, como uma consequência das alterações climáticas: a doença transmitida pelo mosquito é mais frequente em climas tropicais, mas tem chegado a outras latitudes à medida que a sua temperatura aumenta. A Zero pede maior rapidez na mitigação dos efeitos ambientais das alterações climáticas e na adaptação do país às transformações daí decorrentes: “À escala na-

cional, é muito importante o avanço do Roteiro Nacional de Carbono Neutro para 2050 a desenvolver este ano e o passar à prática com a aplicação generalizada de iniciativas locais e nacionais no âmbito da estratégia nacional de adaptação às alterações climáticas.” Iniciativas que passam, por exemplo, por não permitir construção em zonas de cheia e pela criação de planos de contingência por parte das autarquias. Governo tem de começar roteiro para as alterações climáticas A Quercus alerta por seu turno para o aumento da pressão sobre as áreas protegidas devido às alterações climáticas, quando estas zonas já são afetadas pelos investimentos agrícolas, turísticos e imobiliários. “As áreas protegidas já estão sujeitas a

muita pressão, nomeadamente a alteração do uso, a utilização para fins agrícolas, por exemplo, no litoral alentejano, com estufas, e para fins turísticos, imobiliários e para construção de parques eólicos”, observa o presidente da Quercus, João Branco. Estes investimentos “foram feitos no pressuposto que as áreas protegidas iriam aguentar a pressão”, mas com as alterações climáticas “isso fica em risco”. O aumentos de situações extremas de calor, e a redução da precipitação e dos caudais dos rios aumentam o risco de secas severas, perdas na agricultura e na biodiversidade, assim como o risco de fogos florestais. João Branco destaca a chamada de atenção da Agência Europeia do Ambiente para os efeitos perniciosos das alterações nas áreas protegidas mas também na saúde. A Quercus mostra-se ainda apreensiva com “o enfoque que a Agência Europeia do Ambiente dá às questões da adaptação, porque esse caminho é perigoso, e pode dar aos cidadãos a ilusão de que é possível” encontrar formas de integrar as mudanças do clima na organização actual da sociedade. O que está no Acordo de Paris relativamente às alterações climáticas, “e de que toda a gente se está a esquecer”, salienta o ambientalista, é a necessidade de começar a captar dióxido de carbono da atmosfera.” Já não basta diminuir as emissões, é insuficiente, é preciso tirar o carbono da atmosfera e a única maneira conhecida de fazer isso é plantando florestas”, defende. O Acordo de Paris foi obtido em Dezembro de 2015, reunindo mais de 190 países, e entrou em rigor em Novembro de 2016 com o objectivo de reduzir as emissões de gases com efeito de estufa e de limitar a subida da temperatura do planeta. Público/Lusa

Dinâmicas da Gestão

AS MARCAS NEGRAS, O QUE SÃO? MARIA RAQUEL LUCAS

Docente do Departamento de Gestão, Universidade de Évora

Sem que o consumidor saiba, existem alguns fabricantes, que asseguram produtos a grandes marcas, em cadeias de produção pouco conhecidas. A designação “Marca Negra” diz respeito a esses produtos que uma determinada insígnia comercializa, cuja produção foi subcontratada a um fabricante que não se encontra identificado. O conceito “Marca Negra” é, regra geral, desconhecido dos consumidores. Porquê? Porque se esconde ao consumidor quem fabrica o produto. Porque muitas parcerias se mantêm sob acordos de “confidencialidade comercial”. Porque, muitas vezes, o investimento em imagem da marca, resulta de poupanças obtidas em condições de produção obscuras de baixo custo (relações laborais deploráveis, pobreza e violação dos direitos humanos). Porque se quer manter o compromisso social apenas como estratagema publicitário. Será tudo marketing? Efetivamente o consumidor quando esco-

lhe uma marca é porque confia nessa marca! Não sabe quem são os acionistas da empresa, não conhece pessoalmente os responsáveis ou parcerias, ignora como o produto foi fabricado e as condições laborais ou humanas associadas e, apenas confia na marca! A “Mattel” fabrica todos os seus brinquedos? Não! Subcontrata a produção em fábricas na Ásia, nomeadamente na China, sob certas diretrizes. A Toyota, Audi ou Ford fabricam os carros nas suas fábricas ou são apenas responsáveis por projetar e montar os distintos modelos? De facto, existem componentes específicos e peças produzidos pela indústria automóvel auxiliar, em grupos especializados. E no sector alimentar, a Nestlé ou Kit Kat produzem os gelados nas suas fábricas? Não! São fornecidos pela R&R Ice Cream, uma empresa resultante da fusão, em 2006, de dois fabricantes de referência, um britânico (Richmond) e outro alemão (Rocandin), com três mil e quinhentos funcionários e fábricas no

Reino Unido, Alemanha, França, Itália e Polónia. Os gelados são vendidos sob a marca de grandes empresas de distribuição europeias como Carrefour, Lidl ou Aldi e, ainda sob a marca própria da Nestlé, Cadbury e Oreo. Então os consumidores não sabem, regra geral, donde provêm as componentes ou os produtos que compram e consomem? Sim! Apesar de marcas como a Kellogg’s incluírem nas embalagens mensagens como “Nós não fabricamos para outras marcas de cereais”, a origem do produto é desconhecida. A legislação europeia não exige a indicação do país de origem, apenas se foi produzido dentro ou fora da União Europeia. Assim, marcas comercializadas pela Kellogg’s como a Special K, Cocoa Krispies e Corn Flakes, podem ser produzidas numa fábrica em Espanha ou na Alemanha, em duas no Reino Unido, noutras vinte espalhadas pelo mundo ou, provir da terceirização da produção (como é o caso das barritas All Bran produzidas sob acordos de confidencialida-

de comercial). Protegida pela mesma questão da confidencialidade, a Danone fabrica produtos na subsidiária Eurodesserts da empresa belga Incopack, que também fornece para as marcas Yoplait ou Alpro. As “Marcas negras” e a falta de transparência na cadeia de produção significam redução da qualidade? Não necessariamente! Nem a terciarização da produção compromete, à partida, o padrão de qualidade de cada marca, nem os responsáveis pela marca são obrigados a especificar na embalagem a origem do fabricante. E os consumidores? Os consumidores devem estar atentos e ser diligentes. Devem procurar informar-se sobre quem e onde se fabrica o produto e ter um papel muito mais ativo na imagem das marcas e produtos. As redes sociais deram-lhe um novo poder que é um elemento crucial na forma de avaliar e opinar sobre a credibilidade dos produtos e sobre a confiança das marcas.


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Fevereiro ‘17

Radar Cendrev tem resistido às adversidades e vai cumprindo paulatinamente a missão de serviço público.

Cendrev encerra 2016 com intensa actividade Apesar das enormes dificuldades por que tem passado nos últimos anos, o Cendrev tem resistido às adversidades e vai cumprindo paulatinamente a missão de serviço público que sempre orientou o trabalho que tem realizado na cidade, na relação sistemática com os públicos escolares e através da regular circulação de espectáculos na região que elegeu como o principal espaço de intervenção da companhia, mas também em todo o território nacional e no estrangeiro, dando forma ao projecto que abraçou desde a sua criação em Janeiro de 1975. O Cendrev assumiu igualmente a gestão e parte da programação deste magnífico teatro centenário que é uma referência incontornável no panorama dos teatros históricos em toda a Europa. Tem contribuído para a preservação da memória teatral da cidade onde Gil Vicente estreou alguns dos seus autos, dramaturgia que a companhia continua hoje a apresentar e o ano de 2016 ficará naturalmente marcado pela montagem de “Embarcação do Inferno” realizada em co-produção com A Escola da Noite. A intervenção na salvaguarda e divulgação dos Bonecos de Santo Aleixo é também uma importante componente do trabalho da companhia, trabalho que deu origem à realização da PUB

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BIME-Bienal Internacional de Marionetas de Évora, cuja primeira edição aconteceu em 1987 e a 14ª não aconteceu em 2015 por falta do necessário financiamento. O Cendrev realizou em 2016, 137 sessões que tiveram o envolvimento de 9.659 espectadores, este conjunto de sessões foram concretizadas com os espectáculos “ÑAQUE, ou sobre piolhos e actores” de José Sanchis Sinisterra, “Embarcação do Inferno” de Gil Vicente, “Antes de Começar” de Almada Negreiros, “Estes Autos Que Ora Vereis” textos de Gil Vicente, “Purgatório” de Abel Neves e Bonecos de

Santo Aleixo. Deste conjunto de sessões, 55 foram realizadas em Évora e 82 em digressão que levaram o Cendrev a Alandroal, Arraiolos, Campo Benfeito (Castro Daire), Coimbra, Azaruja, Borba, Castro Verde, Graça do Divor, N.ª Sr.ª de Machede, São Manços, São Sebastião da Giesteira, Sevilha (Espanha), Valverde, Vendas Novas, Cáceres (Espanha), Los Santos de Maimona (Espanha), São Miguel de Machede, Torre de Coelheiros, Serpa, Silves, Covilhã, Vendas Novas, Lisboa, Zamora, Arenas de San Pedro (Espanha), Burgos (Espanha), Segóvia (Espanha), Zaragoza (Espanha), Santana do Campo, São Pedro

da Gafanhoeira, Covilhã, Aldeia de Pias, Estremoz, Braga e Leiria. O Cendrev acolheu no âmbito do programa Marionetas e Património as companhias Alex Barti, Mamulengo Capiroto, Companhia La Estrella, Companhia Bululu Thèâtre, Companhia David Zuazola e Delphim Miranda que realizaram 42 sessões em diferentes espaços da cidade, a que assistiram 3.191 espectadores. O Cendrev acolheu, ainda, em regime de intercâmbio as companhias: Teatro do Montemuro, Peripécia Teatro, ACTA – A Companhia de Teatro do Algarve, A Escola da Noite, Teatro das Beiras, Companhia de Teatro de Braga, Baal17, Al Teatro de Silves, Teatro Guirigai (Espanha), Karlik Danza Teatro (Espanha), Teatro La Fundicion (Espanha), Tranvía Teatro (Espanha), realizando 21 sessões a que assistiram 957 espectadores. No Teatro Garcia de Resende realizaram-se ainda mais 69 sessões da programação organizada com a Câmara Municipal da cidade, a que assistiram 6.527 espectadores. O Cendrev garantiu ainda a concretização de 24 visitas guiadas ao TGR nas quais participaram 596 pessoas e o acolhimento de 9 alunos em estágio do Curso Vocacional do 9.º ano da Escola Secundária André de Gouveia.

Redondo prepara Carnaval

Na vila de Redondo, os cortejos Carnavalescos salvo melhor opinião remontam à primeira metade do século XX, sendo à data conhecidos por Batalha das Flores. Estas festividades exorcizadas através de bailes e manifestações espontâneas de caraterização a par dos referidos cortejos, no seu conjunto assumiam a descompressão de tempos menos fáceis. Atualmente, o Carnaval revive esta sua herança histórica, nas naturais mutações que este novo Mundo lhe permitiu preservar, mas que continua com muita resiliência a assumir um papel de notável importância no panorama cultural e festivo desta vila alentejana, mobilizando um grande número de pessoas e meios. O Carnaval Redondense conta habitualmente com a participação de várias centenas de pessoas, as quais se distribuem por vários grupos temáticos e diversos carros alegóricos que «inundam» as principais artérias da vila com a folia e a animação próprias da época.

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Se as Filhós, Pastéis de Grão, Bêbados e Pinhoadas fazem do Carnaval Redondense uma referência, chegando mesmo a ser mencionado por Vergílio Ferreira na sua obra “Aparição”, é verdadeiramente no “Feijão com Poejos e Bacalhau”, que reside a diferença gastronómica em Redondo, cujo deleite se vivia especialmente na Quarta-feira de Cinzas. No reconhecimento a esta peculiaridade gastronómica redondense, a quadra carnavalesca vai contar nesta edição de 26Fev a 05Mar com a “Semana do Feijão com Poejos e Bacalhau” que conhece a adesão da quase totalidade dos restaurantes do concelho na promoção deste prato tão único e tão típico deste território. O sucesso destas iniciativas depende em larga medida do empenho e dedicação da população, fazendo deste evento mais um bom motivo para visitar este concelho e experienciar o magnífico “Feijão com Poejos e Bacalhau”.


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Sede Rua Werner Von Siemens, n.º16 -7000.639 Évora Tel. 266 750 140 Email geral@registo.com.pt SEMANÁRIO

Tecnologia

Ambiente

A Câmara de Évora tem uma aplicação gratuita

Mora

Esta aplicação visa a divulgação de notícias e eventos do Município de Évora. O conjunto de funcionalidades disponíveis permite à autarquia comunicar diretamente com os munícipes. À distância de um toque o cidadão pode comunicar, a seu tempo, as ocorrências de roturas de água, queda de sinalização, etc., bem como receber as notícias e alertas emitidos pela autarquia. Para fazer a instalação precisa apenas de aceder à “loja” do seu smartphone, pesquisar por Évora e descarregar a aplicação.

A 4ª edição do Mês das Migas arranca dia 1 de Fevereiro em 11 restaurantes do concelho de Mora onde esta iguaria vai desfilar nos mais diferentes sabores e feitios. A autarquia morense, que organiza o certame, aposta na projecção do concelho e antevê que o número de doses de migas a servir ultrapasse as cinco mil. Os visitantes podem degustar nos restaurantes locais variados pratos de migas para todos os gostos, que vão desde as de espargos às de batata, passando pelas de coentros, de ovas, de enchidos, de couve-flor e migas de tomate, entre muitas outras. Participam no festival os restaurantes de Brotas, “O Poço”; de Cabeção, “A Palmeira”, “Os Arcos”, “O Fluviário” e o “Solar da Vila”; da freguesia de Mora, o “Afonso”, “Morense”, “Quinta do Espanhol”, “O António” e “Solar dos Lilases”; de Pavia e “O Forno”.

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Mês das Migas

Almaraz com queixa em Bruxelas

O Governo português exigiu a Espanha ser ouvido no processo de decisão sobre o eventual prolongamento da central nuclear de Almaraz, cuja laboração foi estendida até 2020. A carta seguiu para Madrid depois de o ministro espanhol da Energia ter admitido, na reunião com a equipa portuguesa do Ambiente, que não havia nenhuma decisão tomada sobre a vida futura da central, contou nesta terça-feira, no Parlamento, o ministro João Pedro Matos Fernandes. No encontro, Matos Fernandes defendeu que um novo prolongamento da vida da central, que já foi estendida de 2010 para 2020, tem que ser alvo de uma Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) transfronteiriça e que deve ter a participação de Portugal. O ministro do Ambiente, que foi ouvido na passada terça-feira na Comissão de Ambiente, a pedido dos Verdes, por causa do proces-

so de licenciamento e construção do aterro de resíduos nucleares em Almaraz, contou também que a Comissão Europeia tem 90 dias para decidir sobre a queixa que Portugal entregou em Bruxelas há uma semana e acredita que Bruxelas questione Madrid sobre o assunto. Só depois disso é que o Governo poderá avançar com uma queixa formal junto do tribunal europeu. Efeitos suspensivos? Questionado pelos deputados sobre se a queixa que entregou tem ou não efeitos suspensivos da obra de construção do aterro na central nuclear, o ministro admitiu desconhecer, mas vincou que o Governo português “tem um ano” para este processo, uma vez que a licença para a exploração do armazém demorará entre 12 e 15 meses a ser emitida, tal como contaram, na reunião do passado dia 12, os governantes espanhóis.

O ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, afirmou, entretanto, na passada segunda-feira estar convencido que, “no próximo ano, por esta altura, o diferendo” com Espanha sobre a construção do aterro de resíduos nucleares em Almaraz “estará resolvido” a favor de Portugal. “E parece-me muito justo que seja resolvido a contento daquilo que é a posição portuguesa”, disse João Pedro Matos Fernandes, no Porto, à margem da cerimónia de abertura da entrega dos prémios Green Project Awards (GPA2016), a decorrer no auditório da Fundação de Serralves. Segundo o ministro do Ambiente, tendo a queixa sido entregue há uma semana, “é natural que a Comissão Europeia queira [agora] ouvir o Estado espanhol”, sendo, assim, de esperar que “nos próximos 90 dias” nada seja solicitado a Portugal.


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