Registo ed263

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SEMANÁRIO

Director Nuno Pitti Ferreira | Agosto de 2015 | Mensário| ed. 263 | 0.50€

Capoulas Santos em entrevista

“Confio no voto dos alentejanos para eleger o segundo deputado em Évora”

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Genoma do Sobreiro

Artes do mesmo chão

Campo Maior Hostel cria Museu das Alqueva Festas do Povo em Portel

PÁG.03 A primeira etapa do projecto de sequenciação do genoma do sobreiro (Quercus suber), que arrancou em 2013, está agora na sua fase final. O genoma da árvore está prestes a ser descodificado e a ideia é submeter os resultados para publicação à revista Nature já no final deste ano. A equipa portuguesa engloba cientistas de várias instituições, está encaixar as últimas peças de um quebra-cabeças genético nunca antes desvendado.

PÁG.06 Falar de Redondo é falar do seu Povo, mas também é falar de Vinho e de Olaria, trabalhadores do mesmo chão onde se cultivam estas ar tes, Redondo dá nome aos mais tradicionais barros e a uma reco nhecida seleção de v inhos cuja consagração em muito tem contribuído para a projeção deste concelho no panorama nacional e internacional.

PÁG.12As tradicionais flores de papel da festa alentejana – que enfeitam a vila até ontem – vão ser “imortalizadas” num espaço museológico. A conversão do actual Museu Aberto vai implicar um investimento superior a 1,6 milhões de euros. Dois dias antes do encerramento das festas, a autarquia anunciou a reabilitação e conversão do actual Museu Aberto, que futuramente incluirá um espaço dedicado às Festas do Povo.

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PÁG.14 A funcionar há cerca de um ano e gerido pela Associação de Desenvolvimento, ADA, o Alqueva Hostel resultou da adaptação do edifício da antiga escola, desativada há meia dúzia de anos, através de obras suportadas pelo município de Portel, concelho banhado pela albufeira. O presidente da associação, Norberto Patinho, conta à agência Lusa que o projeto surgiu para “dar utilização a um edifício que estava desafetado da sua função original”.

Rute Bandeira | D.R.

O Melhor Petisco | Rua Catarina Eufémia , 14 Horta das Figueiras | 7005-320 Évora 266771284


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Agosto ‘15

A Abrir

AGORA ÉVORA PODE MAIS

ANTÓNIO COSTA DA SILVA

Cabeça de lista da Coligação Portugal à Frente

níveis de produtividade e volume de negócios. Foram realizados investimentos públicos decisivos: conclusão da barragem de Veiros, investimentos significativos na Vigia e Lucefecit e em conclusão os investimentos em Alqueva; b) Incremento bastante significativo no sector turístico, através de: realização de notáveis investimentos empresariais, intensificação de esforços de promoção da Região, em particular nos mercados internacionais; c) Desenvolvimento bastante significativo ao nível da transferência tecnológica, nomeadamente: aposta na criação do Parque de Ciência e Tecnologia do Alentejo e no desenvolvimento de um Sistema Regional de Transfêrencia de Tecnológia. Aposta nas seguintes áreas: Energias renováveis, aeronáutica, tecnologias críticas, património e indústrias criativas, economia dos recursos naturais, minerais e ambientais, e serviços especializados e tecnologias para a economia social. A tendência de desemprego no distrito de Évora é uma tendência de descida, isso é francamente positivo. Sabemos que é com mais confiança que temos mais investimento, com mais investimento que temos mais economia e com mais economia que temos mais emprego. É fundamental continuar a apostar na captação de empresas que criem emprego para o Distrito de Évora.

Depois de 4 anos de governação em condições extremamente difíceis é tempo de acreditar num futuro muito melhor. Como é sabido por todos, o Governo de Coligação PSD / CDS-PP herdou da governação do Partido Socialista um País muito próximo da bancarrota. Herdou um País condicionado a um memorando assinado pelo então Governo de José Sócrates (em que António Costa era o seu nº 2 no PS). Em poucos anos a dívida do Estado Português tinha sido duplicada. Foi com a governação do PS que Portugal ficou condenado às amarras da dívida externa. Foi um período dramático para Portugal. Foi o Governo do PS quem trouxe a Troika para o nosso País. E foi com o Governo da Coligação PSD / CDS-PP que a Troika saiu de Portugal. A vinda da Troika é uma consequência da irresponsabilidade da governação socialista. Não podemos esquecer, uns trouxeram a Troika e outros mandaram a Troika embora. Este Governo herdou uma crise profunda, mas conseguiu colocar o País na rota do crescimento. Essa é uma diferença gigantesca. Foram anos difíceis, em contexto muito especial. Ainda assim, foi possível efectuar um conjunto de reformas muito profundas no País. Foi também possível realizar investimentos criteriosos para o nosso País e para a nossa região. É nessa aposta credível e de confiança que acreditamos. Podemos confiar e garantir que, com esta coligação, é possível continuar a desenvolver o nosso País e a nossa região. Nesta perspectiva apresentamos 5 grandes propostas para o Distrito de Évora, nomeadamente:

Assegurar o Acesso e a Qualidade a um Sistema de Saúde Moderno

Porque a responsabilização de um governo perante o País implica a definição clara de objetivos estratégicos e dos seus compromissos para com os cidadãos importa, no que se refere ao setor da Saúde, estabelecer quais são os compromissos que queremos assumir. Algumas medidas: promover um sistema de saúde distrital de qualidade, melhorar o acesso de todas as populações aos cuidados de saúde, desenvolver um SNS sustentável e competitivo, com futuro; desenvolver uma rede de cuidados de saúde coerente e ao serviço das Pessoas. Para além de importantes investimentos realizados nos últimos anos no distrito de Évora (investimentos no Hospital Espírito Santo, criação dos Centros de Saúde em Vila Viçosa, Redondo,

Desenvolver o Território e Gerar Mais Emprego

Ocorreram mudanças muito significativas no Distrito de Évora ao longo dos últimos 4 anos. Estas mudanças dão-nos perspectivas muito positivas para o futuro. Exemplos das mudanças já concretizadas: a) Reestruturação generalizada do Sector Agrícola e Agro-Industrial, nomeadamente: forte incremento da actividade empresarial, aumento do número de jovens agricultores, crescimento dos

JOSÉ ELIZEU PINTO

Cabeça de lista do Bloco de Esquerda

Durante mais de quarenta anos dediquei-me, pessoal e profissionalmente, ao diagnóstico dos obstáculos que impedem o Alentejo de prosperar, como merece, num esforço para encontrar soluções ajustadas à sua superação. Nunca, durante esse tempo, imaginei encontrar-me na situação de candidato a deputado. Mas, muito menos, concebi essa possibilidade à revelia de um caderno reivindicativo regional. Assim, em condições normais, apresentar-me-ia perante o eleitorado apoiado num programa de candidatura com propostas de solução para os problemas recorrentes do desenvolvi-

mento local, das assimetrias regionais, da desertificação, do envelhecimento demográfico, os ex-libris do costume para quem se propõe representar politicamente o distrito. Contrariamente às expectativas, tivemos de fazer recuar a barricada para posições mais antigas, obrigando-nos a regressar à defesa dos direitos elementares que considerávamos definitivamente adquiridos e a salvo de qualquer assalto. Mas o inimigo que se apresenta à luta é mais difuso, sofisticado e eficaz, obrigando-nos ao adiamento daquelas preocupações, com os olhos postos na urgência em travar o passo a

Mourão, Portel e Montemor-o-Novo), torna-se fundamental apostar fortemente nos cuidados primários, nomeadamente ao nível das extensões de saúde, bem como melhorar a articulação com os cuidados de saúde hospitalares e continuados.

Combater as Desigualdades e a Exclusão Social

A pobreza e as desigualdades sociais têm dinâmicas muito enraizadas e complexas, que carecem de uma estratégia integrada e focada na capacitação e autonomia das pessoas e das famílias, de forma a interromper os ciclos de exclusão que teimam em se perpetuar. Algumas medidas: assegurar a sustentabilidade dos sistemas previdenciais de segurança social. Rede local de Intervenção Social (RLIS) já implementada em todo o território nacional para reforçar e promover um serviço de atendimento/acompanhamento sociais de maior proximidade às famílias e cidadãos, em Évora prevê-se dois projectos financiados pelo POISE; Contratos Locais de Desenvolvimento Social (CLDS) prevêem 4 projetos em todo o distrito até 2018; Programas de apoio alimentar na sequência do actual FEAC; Reforçar a inclusão social, valorizando o papel da economia social, através do Lançamento de um programa nacional de requalificação das respostas sociais; Nova rede de serviços personalizados para apoio a idosos e pessoas com deficiência – como medida alternativa à institucionalização; implementação de 2 Residências autónomas para 10 Pessoas com deficiência – projecto-piloto no distrito de Évora; Aposta nas respostas especializadas dirigidas a crianças e jovens em risco: Lar de Infância e Juventude Especializado – projeto piloto em Montemor-o-Novo. Aprofundar o voluntariado, através da revisão da legislação e criação do cartão do voluntário com benefícios.

reforçando a ligação entre o sistema educativo e o mundo empresarial. Continuar a aposta em ofertas formativas fortemente ligadas às potencialidades do Distrito, capazes de combater o desemprego e promover o desenvolvimento económico, a título de exemplo o Curso Vocacional de Técnico de Produção Agropecuária/ Técnico de Regadio, criado nos últimos anos, na Aldeia da Luz, Mourão; Incentivar uma escola livre de barreiras e amiga da diferença; incentivar uma cultura de avaliação permanente; estimular uma qualificação real dos adultos; inovar para diferenciar; reforçar na ciência, na tecnologia e na inovação. Um reordenamento da rede escolar acompanhado de importantes investimentos realizados nos últimos anos no distrito de Évora (como o Centro Escolares de Viana do Alentejo, Centro Escolar de Santiago Maior e Pavilhão Gimnodesportivo, em Pias, Alandroal, requalificação da EB23 André de Resende, em Évora, entre outros), tornando-se fundamental apostar em investimentos nas escolas que ainda não foram intervencionadas.

Fixar a População e Atrair os Novos Habitantes Jovens

A valorização das pessoas assume uma dimensão crucial. A qualificação dos Jovens e Adultos assume-se enquanto elemento estrutural no combate à pobreza e na promoção da mobilidade social e na consequente concretização do princípio da igualdade de oportunidades. Algumas das medidas: promover o acesso às ofertas de creche e jardim-de-infância a todas as crianças até aos seis anos; garantindo assim uma Taxa real de pré-escolarização, de 100% melhorar da taxa de sucesso educativa, diversificando as ofertas formativas, valorizar o ensino vocacional e profissional,

Num prazo não muito longínquo, a nossa capacidade de afirmação enquanto entidade política autónoma depende largamente da inversão do “inverno demográfico” em que Portugal (e o Alentejo em particular) caiu desde há várias décadas e, portanto, da nossa mobilização coletiva em favor de políticas públicas amigas das famílias. Existem algumas apostas políticas que vão ser fundamentais para um distrito com problemas demográficos tão complexos como é o de Évora, como são exemplo: políticas para a Família e Natalidade; medidas para o Envelhecimento Ativo; Reduzir as assimetrias regionais nas capacidades de I&D&I, através de um Programa para a criação de Centros de I&D&I de excelência nas regiões do interior de baixa densidade populacional, alinhados com a RIS3 da respetiva região, com forte ligação ao tecido empresarial, capazes de dinamizar o sector produtivo, criar emprego qualificado, atrair jovens incentivar e valorizar o regresso dos Emigrantes; incentivo a medidas de diferenciação positivas para os territórios de baixa densidade. Pensamos que podemos dar um forte contributo para que estas propostas sejam concretizáveis. Esta é a nossa missão. Estamos extremamente motivados para o fazer porque acreditamos no Distrito de Évora e em Portugal. Acreditamos nas nossas gentes, porque essa é nossa maior riqueza.

esta mutação predadora do capitalismo, que anuncia o empobrecimento como regime económico, o terror como prática política, a inevitabilidade como ideologia. A sua voracidade obrigou-o a reinventar-se, abandonando os seus cânones mais emblemáticos, bandeiras de um outro neoliberalismo, também ele sacrificado no percurso. A grande finança toma de assalto a coisa pública, certificando-se da colocação certeira dos seus comissários em lugares-chave do aparelho de Estado, agentes facilitadores da manobra de apropriação privada dos bens públicos. Este é um tempo que prenuncia dias de chumbo. Em diversas frentes – na Escola Pública, no SNS, na Segurança Social Pública, na legislação laboral … – se confecciona o caldo ideológico e as condições sociais que suportarão, por mil anos, este novo “reich”, desta feita sem escrutínio e legitimado por uma democracia mutilada, assente numa cidadania inerte e enfastiada da política.

E dos partidos? Que resposta esperar? De um lado, uma direita amoral, pragmática e competente no cumprimento da sua agenda, mas igualmente eficaz na captura do centro-esquerda adjacente, enredado na mesma teia de interesses e, consequentemente, tolhido na sua acção política e pouco convincente nas suas propostas. Entre si, juntos ou à vez, dividem a responsabilidade integral pelo estado actual do país; Do outro, uma esquerda amansada e cooperante, acantonada numa espécie de reserva onde gere os seus pequenos interesses e definha, até à extinção, mergulhado num conservadorismo galopante e litúrgico de que vai dependendo para subsistir, nunca ousando para além da sua própria condição de sobrevivência. É este o quadro em que o Bloco de Esquerda enfrenta o desafio das legislativas de Outubro: uma candidatura de emergência num país que urge retirar do estado de choque em que o colocaram.

Valorizar as Pessoas, a Educação e o Conhecimento

Ficha Técnica SEMANÁRIO

Director Nuno Pitti Ferreira (nuno.pitti@registo.com.pt) Registo ERC nº125430 Propriedade PUBLICREATIVE - Associação para a Promoção e Desenvolvimento Cultural; Contribuinte 509759815 Sede Rua Werner Von Siemens, n.º16 -7000.639 Évora - Tel: 266 750 140 Direcção Silvino Alhinho; Joaquim Simões; Nuno Pitti Ferreira; Departamento Comercial comercial@registo.com.pt Redacção Pedro Galego (CO279), Rute Marques (CP4823) Fotografia Luís Pardal (editor), Rute Bandeira Paginação Arte&Design Luis Franjoso Cartoonista Pedro Henriques (pedro.henriques@registo.com.pt); Colaboradores António Serrano; Miguel Sampaio; Luís Pedro Dargent: Carlos Sezões; António Costa da Silva; Marcelo Nuno Pereira; Eduardo Luciano; José Filipe Rodrigues; José Rodrigues dos Santos; José Russo; Figueira Cid Impressão Funchalense – Empresa Gráfica S.A. | www.funchalense.pt | Rua da Capela da Nossa Senhora da Conceição, nº 50 - Morelena | 2715-029 Pêro Pinheiro – Portugal | Telfs. +351 219 677 450 | Fax +351 219 677 459 Tiragem 10.000 ex | Distribuição Regional | Periodicidade Mensal | Nº.Depósito Legal 291523/09 | Distribuição PUBLICREATIVE.


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Atual “O nosso objectivo era identificar os genes que são únicos para o sobreiro”

Genoma do Sobreiro prestes a ser decodificado A primeira etapa do projecto de sequenciação do genoma do sobreiro (Quercus suber), que arrancou em 2013, está agora na sua fase final. O genoma da árvore está prestes a ser descodificado e a ideia é submeter os resultados para publicação à revista Nature já no final deste ano. A equipa portuguesa liderada por Sónia Gonçalves, investigadora do Centro de Biotecnologia Agrícola e Agro-Alimentar do Alentejo (Cebal), em Beja, e que engloba cientistas de várias instituições, está encaixar as últimas peças de um quebra-cabeças genético nunca antes desvendado. “O nosso objectivo era identificar os genes que são únicos para o sobreiro – isto é, perceber por que é que há árvores que são melhores do que outras, quais são os genes que provocam essa diferença”, explica ao PÚBLICO José Matos, do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV) envolvido no projecto. “Neste momento, estamos a montar as últimas peças do puzzle do genoma.” O projecto GenoSuber estava já preparado para arrancar há mais de oito anos, mas não começou antes por falta de financiamento. A evolução das metodologias de trabalho veio baixar o custo da sequenciação do genoma e possibilitou o avanço dos estudos. Em Outubro de 2012, assinou-se o plano de trabalho orçado em 1,13 milhões de euros. Deste montante, 85% foi financiado pelo Quadro de Referência de Estratégia Nacional (QREN) e o restante assegurado por entidades privadas, com destaque para a Corticeira Amorim, que também colabora no projecto e garantiu 7,5% do dinheiro. A entrada no projecto da Corticeira Amorim, a maior produtora mundial

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de cortiça, veio tornar possível o contacto com a fileira florestal, permitindo

à equipa conhecer mais de perto os problemas associados à produção e à trans-

formação da cortiça, orientando também a investigação no sentido de os resolver. Além do Cebal, a entidade promotora do GenoSuber, e do INIAV, participam ainda no projecto o Instituto de Tecnologia Química e Biológica da Universidade Nova de Lisboa (ITQB), o Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica (IBET), o Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC), os três em Oeiras, e o parque Biocant, em Cantanhede. Com 28 investigadores, o projecto da descodificação do sobreiro por uma equipa portuguesa tem ainda como consultores o belga Yves van de Peer, da Universidade de Ghent (Bélgica), e o norte-americano Gerald Tuskan, do Laboratório Nacional de Oak Ridge, nos Estados Unidos. Escolher a árvore que iria ser sequenciada não foi um processo simples. Os sobreiros cruzam-se frequentemente com outros carvalhos (árvores também do género Quercus), resultando em híbridos do ponto de vista genético, mas que visualmente são sobreiros. Numa fase inicial, a equipa seleccionou 50 sobreiros a nível nacional, para daí encontrar o sobreiro com o mínimo de heterozigotia possível, ou seja, menor variabilidade genética. O trabalho de selecção envolveu a recolha de material vegetal das 50 árvores, com identificação geográfica e fotográfica, a extracção de ADN das folhas e ainda a caracterização molecular com marcadores de microssatélites já disponíveis para sobreiro (pequenas sequências de ADN repetidas, que são utilizadas como marcador genético em estudos de parentesco). Daqui resultou a identificação da árvore a ser sequenciada: um sobreiro, com idade entre 120 e 150 anos, localizado na Herdade dos Leitões, em Montargil, no concelho de Ponte de Sor.

Jerónimo reclama “um caminho novo para o país” com mais votos na CDU O secretário-geral do PCP defendeu este sábado que o que está em causa nas legislativas de 4 de Outubro é ou “insistir no trajecto ruinoso seguido ora pelo PS ora pelo PSD e CDS” ou abrir “um caminho novo”. Jerónimo de Sousa, que falava na Quinta da Atalaia, Seixal, perante trabalhadores que preparam o recinto para a Festa do Avante, pediu um reforço da votação da CDU nas eleições legislativas. “Aquilo está em causa nas eleições de 4 de Outubro é a escolha entre dois caminhos: ou insistir no trajecto ruinoso da política seguida ora pelo PS ora pelo PSD e CDS ou abrir um caminho novo, a construção de uma política alternativa patriótica e de esquerda com o reforço da CDU para que a CDU pese mais para

que esse caminho novo, para que essa alternativa se afirme”, disse. “Este partido está em condições, com o seu reforço, de assumir todas as responsabilidades. Está pronto e preparado para participar nas soluções, incluindo nas soluções governativas”, disse o secretário-geral do PCP, convicto de que, se as sondagens acertarem, a actual maioria PSD/CDS vai levar “uma banhada” nas eleições. Jerónimo de Sousa deixou ainda críticas aos que defendem uma maioria absoluta saída das próximas eleições legislativas e afirmou que sempre que isso aconteceu “nunca houve foi estabilidade na vida das pessoas”. “O próprio PS vem, em nome da estabilidade, no seguimento daquilo que afirmou o Presidente da República,

geralmente tão calado, mas que veio a terreiro defender uma maioria absoluta em nome da estabilidade governativa. É preciso lembrar ao Presidente da República e é preciso lembrar fundamentalmente ao povo português que sempre que existiram maiorias absolutas, fosse do PS, fosse do PSD, houve estabilidade governativa, o que nunca houve foi estabilidade na vida das pessoas pela política de direita que foi realizada”, apontou. O líder comunista alertou ainda que “vai haver por aí muita mistificação, muito engano” e afirmou que o que está em causa nas legislativas não é a eleição de um primeiro-ministro, é a escolha dos 230 deputados da Assembleia da República. Segundo Jerónimo de Sousa, “outra

mistificação é a ideia (apresentada pelas sondagens) de que existe um debate técnico”. “Mesmo essas sondagens, que têm sempre um valor relativo, indicam esta coisa espantosa: é que tendo em conta os resultados de há quatro anos atrás, verificamos que as sondagens dão 30 e tal por cento ao PSD e o CDS” quando esses partidos “tiveram mais de 50% dos votos há quatro anos”. Se as sondagens acertarem, “o PSD e o CDS, os partidos do Governo, vão levar uma banhada, vão sofrer uma derrota pesada nestas eleições para a Assembleia da República”, disse Jerónimo de Sousa, recebido já em clima de festa pelos presentes na Quinta da Atalaia. A 39.ª edição da Festa do Avante vai decorrer nos dias 4, 5 e 6 de Setembro.


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Exclusivo “No caso de Évora eleger mais um deputado significa retirar mais um à coligação de direita, o que, sendo Rute Bandeira | D.R.

”As minas da Boa Fé serão o maior crime ambiental feito na região“ Entrevista Luís Capoulas Santos, Cabeça de lista pelo Circulo Eleitoral de Évora do Partido Socialista. Rute Marques | Texto Que objetivos políticos definiu o Circulo Eleitoral de Évora do Partido Socialista às legislativas de Outubro para o distrito?

Temos um sistema eleitoral que atribui os mandatos em função do número de eleitores. Infelizmente, por força do recuo demográfico nas últimas décadas, passámos de 6 deputados em Évora para apenas 3 neste momento. Nós, partido socialista, estamos convictos de que o melhor para o país, em termos de governabilidade, será a maioria absoluta. E uma maioria diferente da actual, é claro. Estamos motivados para atingir esse objectivo. No caso de Évora eleger mais um deputado significa retirar mais um à coligação de direita, o que, sendo um objetivo difícil, porque implica que o principal partido tenha o dobro dos votos do terceiro, é alcançável. Já o conseguimos uma vez e se os resultados das

últimas europeias fossem transpostos para as próximas legislativas voltaríamos a consegui-lo. O facto da direita concorrer coligada, sendo-lhe úteis todos os votos, exige uma resposta inteligente da esquerda, que concorre através de uma multiplicidade de partidos, sendo que apenas o PS e a CDU têm condições de eleger deputados. Não concentrar os votos no PS só contribuirá para que a direita mantenha o seu deputado em Évora. Confio na lucidez dos eborenses.

E prioridades.

Se há alguma coisa de que me orgulho é de ter sempre cumprido os meus compromissos eleitorais. Quando fui candidato pela primeira vez, empenhámo-nos em desbloquear o Alqueva, assim como outros anseios dos eborenses há décadas adiados, como o Hospital do Patrocínio ou a Barragem dos Minutos, em Montemor o Novo, por exemplo. Entre os compromissos que no horizonte

de 2020 gostaria de poder ajudar a cumprir está o novo Hospital Central, que não é uma promessa irrealista porque se estima que o investimento líquido para nova construção (para a qual já existe projeto e terrenos disponíveis), será na ordem de 100 milhões de euros. Considero ser possível mobilizar esse montante, em quatro anos, sem aumentar a despesa pública, utilizando o envelope de fundos comunitários, e a respectiva contrapartida nacional, que já está alocado à região (1.082,9 milhões de euros). Trata-se de afectar a esta obra cerca de 10 por cento. Todos os partidos nos apoiam neste objectivo.

E a segunda questão?

As minas de Boa Fé. A exploração mineira na Serra de Monfurado, que o actual governo já autorizou, será o maior crime ambiental alguma vez feito na região. É um projeto de mineração a céu aberto que provocará crateras gigantes-

cas, com recurso a explosivos, e que implicará a constituição de enormes montes de escombros. Implicará também um processo de mineração que utiliza ácidos na lavaria, sendo necessárias várias toneladas de inertes para extrair escassas gramas de ouro. As águas contaminadas que resultam dessas escorrências irão provocar enormes albufeiras, cada uma delas com superfície superior a um campo de futebol. Uma das explicações que me foram dadas é que esses lagos terão matérias isolantes, mas bastará que ocorra uma cheia ou um acidente para que as linhas de água ou as águas subterrâneas fiquem irreversivelmente contaminadas. Não vai fixar emprego duradouro nem qualificado e, ainda por cima, as “royalties” para o Estado são absolutamente ridículas.

Em relação à afirmação do “interior como centralidade” que consta de 20 prioridades doprograma eleitoral do


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Exclusivo um objetivo difícil, porque implica que o principal partido tenha o dobro dos votos do terceiro, é alcançavel.” PS, como será obtida…

Se temos Lisboa de um lado e se temos Madrid do outro, quer dizer que estamos no centro dos 2 maiores locais de consumo ibéricos. Temos de tirar partido da grande integração económica das economias portuguesa e espanhola, como consequência da integração europeia. A Espanha exporta hoje mais para Portugal do que para todos países da América do Sul e é também o nosso principal cliente. O distrito de Évora, e o Alentejo, têm de tirar partido disso. O PS tem esta visão inscrita no seu programa de governo e tem medidas para a concretizar.

Vão empenhar-se com a ligação ferroviária de Sines à fronteira espanhola, Portugal vai receber 129 milhões de euros de financiamento europeu, no âmbito do Mecanismo Interligar a Europa (MEI)?

Seguramente. Todas as ligações a Espanha e à Europa são fundamentais, mas as obras públicas constituíram no passado um aceso foco de conflitualidade que não deve ser repetido. Por isso, o Partido Socialista já disse que, para o futuro, as grandes obras publicas devem obrigar a um consenso político alargado. A questão do TGV começou a ser tratada por governos do PSD, que chegaram a propor até 3 ligações a Espanha. Creio que há um grande consenso na ligação do Caia-Évora-Sines. É pena que se tenha travado tudo por mera guerra política e que se tenham pago avultadas indemnizações por suspensão de contratos já firmados, parte delas ainda em situação litigiosa. Estou certo de que o novo governo PS desbloqueará o impasse.

O PS pretende criar um Unidade de Missão para o interior do país, sob supervisão do primeiro-ministro, tendo por objetivo efetivar um programa nacional para a coesão. Pode concretizar?

A atenuação das grandes desigualdades que existem entre a faixa litoral e o interior despovoado e subdesenvolvido só se faz fixando populações e isso só acontece criando empregos, o que implica politicas e mobilização de fundos públicos e da iniciativa privada. É nesse sentido que a proposta a Unidade de Missão, junto do primeiro-ministro faz todo o sentido para centralizar e mobilizar todos os instrumentos de política na concretização de medidas que concorram para esse objectivo. Ainda há poucos dias visitei uma fábrica de tomate em Mora e uma fábrica de automóveis em Vendas Novas onde estas questões foram afloradas. Dou um exemplo - a fábrica de Vendas Novas precisa de contratar técnicos qualificados: havia um regime para as empresas para contratação de técnicos qualificados que foi retirado pelo actual governo e com ele foi suspensa a contratação de novos quadros. É preciso repô-los e voltar a olhar de outra forma para o Alentejo, como o PS sempre fez, e de que os exemplos de Alqueva e da EMBRAER falam por si.

Para a agricultura, uma das 20 causas do PS para o Círculo eleitoral de Évora para as legislativas de Outubro refere-se o objetivo de valorizar atividade agrícola e de por exemplo efetuar o pagamento da PAC a tempo ou de aumentar apoios a pequenos e jovens agricultores. Trata-se também uma crítica a coligação?

Até 2020 teremos uma política agrícola

comum da União Europeia em aplicação em Portugal que é a mais favorável que alguma vez Portugal teve. E eu sinto muita honra e orgulho por ter participado e influenciado decisivamente essa negociação enquanto deputado europeu. E para além de termos hoje melhores regras temos também um envelope financeiro garantido até 2020 na ordem dos 8 mil milhões de euros. Bruxelas definiu os meios financeiros e ao governo português competiu definir as regras de aplicação. Criticamos algumas dessas opções, em particular no que diz respeito aos pequenos e aos jovens agricultores. Por isso nós propomos aumentar o montante elegível dos projectos de investimento dos pequenos agricultores de 25000 para 40000euros e fixar em 600 euros o pagamento mínimo independentemente da área, assim como elevar para 20000 euros o prémio à primeira instalação dos jovens. Obviamente sem aumentar a despesa, mas apenas reprogramando as verbas do envelope financeiro já atribuído a Portugal.

Vai ser uma aposta significativa na agricultura?

Na pequena agricultura e também uma aposta no regadio. Este governo teve durante 4 anos de vigência e nos dois primeiros parou os investimentos em Alqueva, depois quis emendar a mão e quis recuperar, mas perderam-se dois anos, o que é lamentável.

Vai bater-se pela aposta em Alqueva?

O perímetro de rega estava previsto que chegasse aos 120 mil hectares até 2015. Duvido que que seja concluído no prazo. Propomo-nos completá-lo e, além disso, acrescentar mais 40 mil hectares porque existem condições naturais e fundos comunitários negociados na PAC para esse efeito. Com as novas técnicas de rega utiliza-se menos água e é possível com a mesma água regar uma maior superfície. Por isso vai ser possível levar mais água para rega ao nosso distrito. E a primeira prioridade vai ser o concelho de Reguengos de Monsaraz onde hoje há viticultores que para manter bons níveis de produtividade são obrigados a transportar água para regar as suas vinhas.

Em relação a Segurança Social no Programa eleitoral preveem que não volte a haver cortes nas pensões e ao aumento do TSU para empresas. Relativamente a política fiscal encontram-se medidas como eliminação dos cortes salariais e redução da carga fiscal. Que caminho alternativo se prevê para não aumentar o défice?

Essa é a principal questão que nos separa da coligação de direita da qual conhecemos o seu modelo económico e a aversão ás políticas sociais aplicados nestes quatro anos, baseados na máxima que o primeiro-ministro enunciou: ir além da troika. Uma política austeritária que procurou, através da redução de salários e de pensões a redução da despesa pública, tentando equilibrar o défice, e evitar o aumento da dívida. No fim deste período depois de ter sido prometido que não havia redução de salários, retirada do 13 º mês e de subsídio de Natal e aumento da carga fiscal, a divida pública aumentou e o nível de emprego mantém níveis inferiores a 2011. Porque a política austeritária retirando rendimentos às pessoas e às famílias levou ao encerramento de muitas ati-

vidades que dependiam do mercado interno. Quantos restaurantes e pequenos estabelecimentos não fecharam? Basta percorrer as ruas da nossa cidade para ver quantas lojas fecharam. É preciso um modelo alternativo que aumente o rendimento das famílias para gerar procura, revitalizando a atividade económica, aumentando o emprego e as receitas fiscais e da segurança social para garantir as pensões. É um ciclo vicioso. Quanto mais se cortar nos rendimentos das famílias mais empresas vão encerrar e mais desemprego e mais despesa social vai haver. Inverter isso, como propomos, implica dar rendimentos às famílias, aumentar o consumo para reanimar as atividades, voltar a empregar, para que essas pessoas possam voltar a descontar, e com isso gerar um ciclo completamente diferente. Perguntarão: e se falhar? E eu pergunto: e se mantivermos esta política? Portanto, aquilo que propomos depois de termos definido um cenário formulado por economistas reputados, é reorientar a despesa de outra forma para atingir estes objetivos. E, sublinho, o PS foi o único partido que apresentou um cenário com indicadores macroeconómicos para justificar as medidas que propõe. Nenhum dos nossos adversários apresentou a base de cálculo para as medidas que defendem. É fácil perceber porquê.

As medidas de austeridade são completamente combatidas pelo PS?

Nós gostaríamos que a austeridade pudesse ser completamente banida. Propomo- nós até, para determinados estratos da população mais castigados, aumentar o seu rendimento disponível. Contudo,na despesa supérflua do Estado continuará a haver contenção e os estratos sociais com rendimentos mais elevados terão de contribuir com um esforço maior para que haja mais justiça e equidade entre todos os portugueses.

No Programa Eleitoral os deputados pelo círculoeleitoral de Évora defendem “ diversificação das fontes de financiamento da Segurança Social nomeadamente através do Imposto Sucessório sobre as heranças superiores a um milhão de euros e da verba correspondente à prevista redução anual do IRC”. Considera-se completamente contra a privatização do sistema da Segurança Social?

Essa é uma medida do governo que aponta para que, no futuro, passemos a ter uma Segurança Social privada para os ricos e uma Segurança Social mínima para os pobres, porque se retirar do sistema contributivo aqueles que têm salários mais altos, ficam só a contribuir aqueles que têm salários baixos, o que significa que as pensões tenderão a ser cada vez mais baixas, na medida em que aqueles que auferem altos rendimentos procurarão a alternativa de um sistema privado. Somos totalmente contra isso. Prevemos encontrar novas formas de financiamento, designadamente, canalizando as receitas provenientes de determinados tipos de impostos para garantir a sustentabilidade da segurança social pública.

Prevê-se que a cidade de Évora apresente este ano um aumento de 20 por cento das dormidas, tendo também em conta um significativo acréscimo dos indicadores para este sector em termos nacionais. No que respeita ao turismo que medidas gostaria que

fossem levadas a efeito?

Efetivamente houve um boom no nosso turismo, em parte resultante da instabilidade de outros destinos como, por exemplo, o Egito e a Tunísia que eram destinos turísticos de grande dimensão para consumidores com grande poder de compra em particular do centro e norte da Europa. Temos agora uma enorme oportunidade de fidelizar e de aumentar esses fluxos.

Têm alguma ideia relativamente a revitalização direcionada para a atração turística dos centros históricos, ou por exemplo para o comércio tradicional, mais especificamente para Évora?

Évora já é um grande destino de turismo cultural e pode sê-lo muito mais. Para isso tem de haver um esforço conjugado, como o que está a ser levado a cabo pela Entidade Regional de Turismo. Envolvendo o governo, as autarquias e os agentes económicos e culturais. Estou certo de que o próximo governo o promoverá. Gostaria, contudo, que a nossa Câmara Municipal desse mais atenção à cidade, à sua limpeza e embelezamento, eliminando ou corrigindo aspectos que nos envergonham e não contribuem para a imagem de qualidade que é exigida a uma cidade classificada como Património da Humanidade. Poderia dar-lhe múltiplos exemplos concretos como, aliás, tenho feito na Assembléia Municipal de que sou membro: paragem da requalificação do perímetro das muralhas, casas de banho públicas impróprias, iluminação dos monumentos e fontanários avariados, ajardinamentos mal cuidados, limpeza deficiente, etc...

No anterior mandato também estavam.

No anterior mandato também houve certamente aspectos que merecem crítica mas essas contas foram acertadas com a população nas eleições autárquicas de 2013. O que se exige dos actuais titulares é que cumpram aquilo que prometeram e é sobre isso que serão julgados em 2017.

O que também pode ter a ver com o problema financeiro com o qual a atual gestão camarária se confrontou?

A Câmara actual recebeu da última gestão socialista uma dívida exatamente igual aquela que deixou em 2001 e até aí foi tempo de vacas gordas, como sabe. Depois de 2001 e, sobretudo, de 2008, foi o que todos sabemos, e mesmo assim, requalificou-se uma boa parte do perímetro amuralhado, atribuíram-se centenas de habitações sociais ,o que antes nunca sucedera, recuperaram-se os fontanários públicos, e deram-se também apoios aos idosos que nunca tinham existido.

E o que faria relativamente à mobilidade e melhoria do sistema de transportes, criando por exemplo mais rotas por exemplo ao fim de semana até ao parque industrial e a até ao retail?

O que me pergunta é do foro local e não do âmbito das eleições legislativas mas sempre lhe digo que o partido socialista deixou, em 2013, um excelente sistema de transportes em Évora, equipado com uma renovada frota de autocarros modernos e confortáveis, que nada têm a ver com o que existia antes e com um número e regularidade de carreiras do agrado da população. Lamento que esteja a haver regressão nesta matéria.


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Exclusivo Redondo dá nome aos mais tradicionais barros e a uma reconhecida seleção de vinhos.

Artes do mesmo chão António Recto Presidente da Câmara de Redondo

Falar de Redondo é falar do seu Povo, mas também é falar de Vinho e de Olaria, trabalhadores do mesmo chão onde se cultivam estas artes, Redondo dá nome aos mais tradicionais barros e a uma reconhecida seleção de vinhos cuja consagração em muito tem contribuído para a projeção deste concelho no panorama nacional e internacional.

Museu Regional do Vinho O Museu Regional do Vinho de Redondo, inaugurado em 2001 e cuja temática se foca no vinho e na vinha, dá ênfase ao produto e a atividade mais importante deste concelho alentejano. A sua implantação neste território, é também resultado da sua centralidade na Região de Vinhos do Alentejo e do seu forte contributo na produção do vinho, sendo o concelho dos maiores produtores da região e com 10 Adegas em atividade. Este Museu, conta com uma exposição permanente de instrumentos, objetos e imagens ligados à temática do vinho, encontrando-se este seu espólio disposto de forma a reproduzir as várias etapas da atividade vinhateira, até ao seu produto final.

O vinho considerado como a mais nobre bebida, aquela que se oferece a um convidado e a que melhor nos permite apreciar o talento do seu criador. Não se estranhe portanto, que o vinho ocupe nas necessidades do Homem um lugar de destaque, talvez por ser das bebidas a que em si encerra mais histórias de dedicação, amor e paixão. O Museu contempla ainda, uma pequena loja de vinhos, e espaços expositivos e culturais, dando cumprimento ao desígnio de “museu de território”, sendo por esse motivo um nó da rede que se pretende implementar, e que visa a promoção e divulgação da cultura e da identidade territorial, numa perspetiva cultural, educativa e turística.

Na merecida extensão e no justo reconhecimento destas heranças culturais, são exemplo que se pretende vivo, o Museu do Barro e no Museu Regional do Vinho de Redondo, na importância maior que as atividades vinhateira e oleira desempenharam e desempenham no seio desta comunidade, na salvaguarda das nossas raízes, importa envidarmos esforços

na preservação daquilo que são as nossas identidades comunitárias. No caso específico dos Museus do Barro e do Vinho de Redondo, estes apresentam a olaria, a vinha e o vinho como temas centrais e elementos diferenciadores e caracterizadores da nossa história e do nosso presente. Venha conhecê-los connosco!

Museu do Barro O Museu do Barro é inaugurado em 2009, no merecido testemunho aos seus atores e enquanto instrumento de inquestionável importância na preservação e revitalização da olaria tradicional de Redondo cujo reconhecimento extravasa fronteiras colecionando os mais rasgados elogios. Resguardado pela intimidade que o Convento de Santo António lhe confere, o Museu do Barro convida a acompanhar o percurso histórico da olaria redondense, bem como apreciar e adquirir peças representativas das várias formas de trabalhar o barro. Para além da sua vertente museológica, oferece ainda uma vertente lúdica e pedagógica cujo objetivo passa pela sensibilização dos jovens, face a uma

das tradições mais vincadas do concelho. Nesta lógica de formação de públicos, o Museu do Barro desmultiplica-se num ateliê de formação que atua em proximidade com a comunidade escolar assumindo o serviço educativo como uma das suas principais valências. A completar, como resultado de uma estratégia de descentralização, é possível ainda ao visitante percorrer as nove olarias do concelho, podendo assim acompanhar de perto e experienciar o intemporal trabalho na roda dando ainda, quem sabe, forma às suas próprias criações. Venha perder-se pelos percursos das olarias e dos barreiros, ao sabor dos melhores vinhos de Redondo.


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Destaque As obras da unidade de Évora deverão arrancar já em Setembro.

Franceses da Mecachrome investem 30 milhões em Évora Uma nova fábrica de componentes metálicos para o sector aeronáutico vai ser erguida em Évora pela empresa portuguesa Mecachrome Aeronáutica, que ali deverá investir cerca de 30 milhões de euros e criar 600 postos de trabalho. O projecto da empresa, pertencente ao grupo Mecachrome, com origem em França, foi oficialmente apresentado em Évora na passada quinta-feira, numa cerimónia presidida pelo vice-primeiro-ministro, Paulo Portas. A Mecachrome, que já possui uma outra fábrica de componentes aeronáuticos em Setúbal, revelou à agência Lusa que as obras da unidade de Évora deverão arrancar já em Setembro, para que o início da produção possa acontecer dentro de um ano, ou seja, em “Setembro de 2016”. O investimento global planeado ascende aos “30 milhões de euros”, incluindo “a construção da fábrica e a aquisição de máquinas”. O projecto vai ser implantado no Parque de Indústria Aeronáutica de Évora (PIAE), num terreno de 50 mil metros quadrados, com a autorização de construção

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a abranger 25 mil metros quadrados. De acordo com informações da Mecachrome, a fábrica vai ter uma área aproximada de 22 mil metros quadrados, dividindo-se a construção em duas fases, a primeira com 13.500 metros quadrados e a segunda com

os restantes 9.300. O objectivo da empresa passa por “crescer em Portugal” e, através da nova unidade, pretende “alargar o leque de clientes” e “crescer ao nível dos recursos humanos”. No total, a empresa pretende

que, “até final de 2020”, a fábrica de Évora possua “600 trabalhadores”, estando planeada a criação de um centro de formação nas próprias instalações. A produção na outra fábrica da Mecachrome Aeronáutica em Portugal, instalada no BlueBiz - Parque Empresarial da Península de Setúbal e dedicada, em exclusivo, à área da aeronáutica, começou em Setembro de 2014. Segundo a empresa, essa fábrica emprega 65 trabalhadores, estando planeado que atinja uma centena, até final deste ano.Com 75 anos de existência, o grupo conta com 14 fábricas em cinco países (França, Canadá, Tunísia, Marrocos e Portugal), em três sectores de atividade: automóvel, energia e aeronáutica. No Parque de Indústria Aeronáutica de Évora funcionam já duas fábricas da construtora aeronáutica brasileira Embraer (uma de estruturas metálicas e outra de materiais compósitos) e encontra-se em fase de instalação uma unidade fabril da empresa Air Olesa, igualmente para fabrico de componentes para a aeronáutica. Fonte: LUSA


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Radar A Mostra Espanha abre no dia 24 de Setembro, às 18h, no Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa.

Évora na rota da Mostra de Espanha A 4.ª Mostra de Espanha, apresentada em Lisboa, vai realizar mais de cem iniciativas, em diversas disciplinas artísticas - da arquitectura à música -, de Setembro a Dezembro próximos, em 13 municípios de Portugal, de acordo com a organização. Pela primeira vez a mostra “estende-se a todo o país, de Valença a Faro, e não apenas a Lisboa e Porto, com mais de 50 propostas [criativas], tendo também em conta os pedidos que tivemos de autarquias e instituições portuguesas”, disse à Lusa o chefe do serviço de cooperação cultural da secretaria de Estado da Cultura de Espanha, Feliciano Novoa Portela. “A mostra visa mostrar o que se faz em Espanha e não vem a Portugal, com destaque para a contemporaneidade, em áreas como a pintura, a música, o pensamento ou o cinema”, afirmou, em declarações à margem da apresentação da Mostra, esta segunda-feira, em Lisboa. A conselheira cultural da embaixada de Espanha em Lisboa, Pilar Masegosa, realçou, por seu turno, que “o interesse dos portugueses pela cultura espanhola está a crescer”, nomeadamente desde que se realiza a mostra. A mostra tem uma periodicidade bienal, tendo a primeira edição sido realizada em 2009. Este ano, além de se alargar a todo o território nacional, inclui a primeira edição da bienal Anozero, organizada pelo Círculo de Artes Plásticas de Coimbra (CAPC). Esta bienal de arte contemporânea tem por objectivo ser “uma reflexão sobre a identidade da cidade [de Coimbra], de nós portugueses e a nossa relação com o mundo”, explicou esta segunda-feira aos jornalistas Carlos Antunes, director do CAPC. A Mostra Espanha abre no dia 24 de Setembro, às 18h, no Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa, na presença dos secretários de Estado dos dois países, com a entrega do Prémio Luso-Espanhol de Arte Cultura 2014 à escritora Lídia Jorge. Na altura, no museu, será inaugurada a mostra de uma tela de El Greco, A sagrada família com Santa Ana, que ficará patente até 10 de Janeiro, no âmbito do ciclo Obras convidadas.

Além de Lisboa, os outros municípios da Mostra Espanha são Faro, Beja, Évora, Palmela, Almada, Cascais, Óbidos, Coimbra, Porto, Braga, Viana do Castelo e Valença. Feliciano Novoa Portela disse à Lusa que “música, teatro e debates” são as áreas mais requisitadas pelos municípios e instituições portuguesas. O responsável realçou a participação este ano da companhia de teatro da Fundación Siglo de Oro, que vai apresentar, em Lisboa e no Porto, Mujeres y Criados, de Lope de Vega. Esta mostra tem também por objectivo

“reforçar a amplitude” do certame de cinema español CineFiesta, a realizar de 1 a 7 de Outubro, no Cinema City do Campo Pequeno, em Lisboa. “O Ci ne Fiesta é autónomo e de cor re fora da most ra, mas, sempre que coi nc ide com a most ra, i ntegramos [o fest iva l na progra mação], e, este a no, queremos reforça r a sua a mpl it ude e presença”, d isse Novoa Por tela. Além da pintura e do cinema, do teatro e da literatura (a Mostra estará também no Fólio-Festival Internacional Literário de Óbidos), a Mostra Espanha incluirá,

na sua programação, fotografia, dança e música, nomeadamente uma homenagem a Arthur Rubinstein e Andrea González, em Valença. Arquitectura e artes em geral, com instalações, joalharia, azulejaria e ‘performances’ diversas, assim como design gastronómico são outras disciplinas da programação. Os debates da Mostra Espanha estendem-se das Novas perspectivas do Caminho de Santiago, num encontro em Beja, à discussão dos programas europeus e dos fundos comunitários, para o período 2014-2020, a realizar em Lisboa

Campo Maior cria Museu das Festas do Povo As tradicionais flores de papel da festa alentejana – que enfeitam a vila até ontem – vão ser “imortalizadas” num espaço museológico. A conversão do actual Museu Aberto vai implicar um investimento superior a 1,6 milhões de euros. Dois dias antes do encerramento das festas – que enfeitam as ruas da vila alentejana com milhares de flores de papel feitas pela população –, a autarquia anunciou a reabilitação e conversão do actual Museu Aberto, que futuramente incluirá um espaço dedicado às Festas do Povo. “Este museu vai ser completamente interactivo. Sempre que existirem festas vão ser injectados conteúdos multimédia, dando a possibilidade às pessoas que não visitaram as festas de viverem esses momentos”, disse à agência Lusa o presidente do município.

Em meados de Julho, Ricardo Pinheiro já tinha manifestado à Fugas a intenção de “transformar o Museu Aberto e de recuperar o antigo cinema”, de forma a criar um “centro de referência e de vivência das Festas do Povo”. O autarca anunciava ainda que nesta edição já seria “captado um conjunto de imagens a 360 graus para servir de alimento aos conteúdos do futuro museu”, indicando, no entanto, que era necessário obter “entre 18% a 25% de financiamento externo” para que a obra pudesse avançar. O projecto, refere agora em declarações à Lusa, conta com um investimento superior a 1,6 milhões de euros para obras e criação de conteúdos museológicos, verba comparticipada em 85% por fundos comunitários, sendo que à autarquia compete assegurar o valor restante.

O novo espaço vai surgir no edifício do século XVI actualmente ocupado pelo Museu Aberto, dedicado à história do concelho e das suas gentes, localizado no centro histórico da vila. De acordo com Ricardo Pinheiro, o concurso público para o início das obras de reabilitação do edifício deve arrancar em Janeiro de 2016. O futuro espaço museológico – que o autarca espera inaugurar “durante a Primavera de 2017” - vai oferecer aos visitantes a possibilidade de fazer uma visita virtual a algumas ruas de Campo Maior em anos de festa, através de “realidade aumentada e de uma filmagem a 360 graus”, e promete dar a conhecer todos os pormenores dos bastidores das Festas do Povo, como a tradicional noite da “enramação”. Segundo o autarca, está ainda projectada a criação de uma sala, com cerca de

70 metros de comprimento e 40 metros de largura, que servirá para “recriar” uma rua com “todas as sensações” de um dia de festa. Para o presidente da Câmara Municipal de Campo Maior, este é “mais um contributo” da autarquia para a apresentação da candidatura das Festas do Povo à lista representativa do Património Imaterial da Humanidade, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco). O município espera entregar “em breve” a candidatura no Ministério dos Negócios Estrangeiros, para, depois, ser apresentada à Unesco em 2017. As Festas do Povo de Campo Maior começaram no sábado passado e decorrem até domingo, prevendo a organização que mais de um milhão de pessoas visite a vila neste período.


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Radar A população da aldeia vê com “bons olhos” a “transformação” do edifício da antiga escola em hostel.

Alqueva Hostel em Portel A funcionar há cerca de um ano e gerido pela Associação de Desenvolvimento, Ação Social e Defesa do Ambiente (ADA), o Alqueva Hostel resultou da adaptação do edifício da antiga escola, desativada há meia dúzia de anos, através de obras suportadas pelo município de Portel, concelho banhado pela albufeira. O presidente da associação, Norberto Patinho, que também presidiu à câmara municipal, conta à agência Lusa que o projeto surgiu para “dar utilização a um edifício que estava desafetado da sua função original” e colmatar a falta deste tipo de alojamento na zona. “É um espaço bastante agradável. Foi idealizado para um público mais jovem, mas também não nos podemos dar ao luxo de criar uma instalação só para uma determinada faixa etária”, realça, referindo que “acaba também por ser uma resposta” para quem trabalha na zona. Situado no centro da aldeia, perto das margens da albufeira, o Alqueva Hostel tem nove quartos, o maior com oito camas e o mais pequeno com duas, sala de convívio e outras valências, adianta à Lusa Rute Farinha, diretora de serviços da ADA. Além disso, acrescenta, o hostel tem, através de colaborações, “atividades que complementam a oferta do alojamenPUB

to, nomeadamente ao nível dos passeios de barco e outras iniciativas patrocinadas pela autarquia, como provas desportivas”. Os clientes, segundo a responsável, são “bastante heterogéneos”, uma vez que, desde a sua abertura, já passaram pela unidade de alojamento crianças de colégios, equipas desportivas, grupos de jovens e casais tradicionais que estão de passagem pela zona. São “maioritariamente portugueses”, mas também há registo de hóspedes “espanhóis e alguns franceses”,

assinala, destacando também a presença, “mais durante a semana”, de técnicos e colaboradores de empresas que trabalham na barragem. A população da aldeia vê com “bons olhos” a “transformação” do edifício da antiga escola em hostel. É o caso de Paulo Silva, que lembra que “pelo país todo há muitas escolas” desativadas que estão “a servir de armazéns e outras coisas sem qualquer tipo de importância”. “Isto veio um bocadinho para o bem do povo e da

terra”, reforça, considerando que se “nota muito” a presença de “pessoas de fora”, aos fins de semana, na aldeia. Maria João Ganso, funcionária da ADA e que estudou na escola há mais de 20 anos, afirma que o edifício “por fora está igual”, estando as principais diferenças no seu interior: “Por dentro é que está completamente diferente. Parece que não é a escola onde eu estudei”. “A escola estava abandonada e o edifício não servia para nada”, mas, com a sua reconfiguração em hostel, está “aproveitada e serve a população e as pessoas que visitam o Alqueva”, reconhece. O presidente da ADA diz esperar que, “daqui por uns anos”, o hostel “possa ser também uma forma de financiar o serviço público” que a instituição presta à população, através dos cinco centros comunitários espalhados pelo concelho de Portel, que disponibilizam os serviços de centro de dia e apoio domiciliário a idosos. Norberto Patinho confessa que tem uma “ligação especial” com o edifício, por ter sido a primeira escola onde lecionou, em 1973, e, enquanto autarca, requalificado o espaço e decidido a sua adaptação para hostel. LUSA com Sérgio Major (texto) e Nuno Veiga (fotos)


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Sede Rua Werner Von Siemens, n.º16 -7000.639 Évora Tel. 266 750 140 Email geral@registo.com.pt SEMANÁRIO

Cinema

Bacelo com Cinema ao Ar Livre Mais de duzentas pessoas foram ao Jardim da Rua da Juventude para ver o filme Fados do realizador Carlos Saura. O “Cinema Português em Movimento” esteve no Bairro do Bacelo sob organização da União das Freguesias de Bacelo e Senhora da Saúde e da Câmara Municipal de Évora. Este é um programa do ICA – Instituto do Cinema e Audiovisual, que tem como objetivo passar cinema português ao ar livre, durante todo o verão, fazendo uma itinerância por várias localidades do país. Fados é o nome do filme, realizado por Carlos Saura, que recentemente deu mais luz e cor ao Jardim da Rua da Juventude, no Bairro do Bacelo. Uma assistência composta por mais de duas centenas de pessoas demonstrou a forte adesão popular à cultura em geral, e a iniciativas deste tipo em particular, que mais uma vez provou que o novo espaço requalificado no Bairro do Bacelo é um espaço de qualidade propício à fruição de espetáculos de ar livre. PUB

Cultura

Sociedade

O cinema regressa ao Teatro Bernardim Ribeiro no mês de Setembro. No dia 11, sexta-feira, a partir das 21h30, passa o filme “Amy”, a incrível história de Amy Winehouse, seis vezes vencedora dos prémios Grammy, pelas suas próprias palavras. Apresentando imagens de arquivo nunca antes vistas e músicas inéditas, o documentário de Asif Kapadia – o realizador de “Senna” – faz luz sobre o mundo em que vivemos, de uma forma que poucos conseguem. O filme português mais visto de sempre, “O Pátio das Cantigas” está agendado em sessão dupla, para os dias 17 e 18 de setembro, quinta e sexta-feira, a partir das 21h30. Realizado por Leonel Vieira, e com as interpretações de Miguel Guilherme, Sara Matos, César Mourão, Diana Neto, Rui Unas, Manuel Marques, Anabela Moreira, Cristóvão Campos e Aldo Lima nos principais papéis.

A Igreja Católica em Portugal vai apostar mais no trabalho em rede e na formação específica daqueles que atuam no setor do acolhimento aos migrantes e refugiados. O projeto esteve em debate na última reunião da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana com a Obra Católica Portuguesa das Migrações e os diversos secretariados diocesanos. Segundo D. António Vitalino, bispo de Beja e membro da referida comissão, a ideia é “acabar com o improviso” e a tendência para “olhar para as necessidades imediatas” e promover um trabalho mais “programado”, de modo a conseguir lidar com os desafios que Portugal terá pela frente. Além de serem muitos os que continuam a sair do país, em

Cinema regressa em Setembro a Estremoz

Igreja Católica preocupada com migrantes e refugiados busca de um futuro melhor, a Igreja Católica quer preparar pessoas e meios para melhor receber os migrantes e refugiados que continuam a chegar. Dentro em breve, Portugal vai acolher cerca de 1500 refugiados provenientes de vários países, grande parte deles radicados atualmente na Síria. Eugénia Quaresma, diretora da Obra Católica Portuguesa das Migrações, realça que estão em causa “pessoas com problemáticas muito específicas”, que por isso precisam de técnicos especializados que saibam responder às suas necessidades. “Além das estruturas físicas, é preciso o acolhimento humano, as pessoas têm de estar sensibilizadas e preparadas para de alguma forma acolher, receber, conversar, ir ao encontro destas

pessoas que precisam de nós”, frisa aquela responsável. Durante a reunião, que teve lugar em Fátima, as partes envolvidas tiveram a possibilidade de contactar com um programa online que a Igreja Católica espanhola tem vindo a implementar, no sentido de colocar as suas estruturas diocesanas a “trabalhar em rede”. Destaque para a presença no encontro do padre José Luís Pinilla, diretor do secretariado da Obra da Mobilidade Humana no país vizinho. Para o padre José Granja, diretor do departamento das Migrações e da Mobilidade Humana da Arquidiocese de Braga, tratou-se de um contributo muito importante vindo de uma nação “com 70 milhões de pessoas e mais de 6 milhões de emigrantes”.


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