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2. APRESENTAÇÃO

padrão de linguagem nas reportagens relacionadas ao tema, quais questões prédeterminam os motivos das pessoas irem morar nas ruas e como os projetos sociais direcionados para esse público são abordados no jornalismo televisivo.

Com esse projeto foi produzido uma reportagem extensa desmistificando a imagem estereotipada sobre as pessoas que vivem em situação de rua e a importância do papel dos projetos sociais para esse grupo populacional.

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APRESENTAÇÃO

Quando o assunto é população de rua, um dos maiores desafios é a inclusão desse grupo populacional na sociedade. Se pararmos para pesquisar no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a quantidade de pessoas que vivem em situação de rua, não encontraremos respostas. Se isto fosse visto e entendido não só como números, mas como uma forma de inclusão compreendendo que se trata de pessoas humanas, teria um reconhecimento maior de que os direitos humanos e sociais são para todos independentemente de gênero, poder aquisitivo, aparência e outros.

O Censo Demográfico brasileiro conta a população a partir de um teto, ou domicílio, portanto a primeira grande exclusão da população de rua é essa: não possuem sequer a condição de “gente” para ser recenseada, pois não contam com um teto para viver. Saber quantos são os brasileiros em situação de rua é o primeiro passo para romper a invisibilidade e avançar no reconhecimento social de “gente”, isto é, pessoas humanas, parte da população (SPOSATI, 2009, p.193).

Segundo a Política Nacional para População em Situação de Rua (Resolução Nº 40, de 13 de outubro de 2020), o direito humano à moradia deve ser prioritário na elaboração e na implementação das políticas públicas, garantindo o acesso imediato à moradia segura, dispersa no território e integrada à comunidade, juntamente com o acompanhamento de equipe flexível que responda às demandas apresentadas pela pessoa em situação de rua como participante no processo de inclusão. Porém, de acordo com o último censo realizado em 2019, pesquisa feita pela empresa Qualitest Ciência e Tecnologia LTDA, apontou que 24.344 pessoas vivem em situação de rua na cidade de São Paulo, sendo que 12. 651 estão localizadas em ruas, praças e outros espaços públicos da cidade e 11. 693 nos Centros de Acolhida.

Além disso, os números da população de rua aumentam conforme aumenta também a taxa de desemprego (PCPSR, 2019).

A partir disso, é importante questionarmos: direitos humanos pra quem? todos nós temos os mesmos direitos? As respostas para essas perguntas ficam bem claras quando nos deparamos com pessoas dormindo no chão de concreto, passando fome, frio e sendo discriminadas nas ruas. Direito à vida, à dignidade, a viver sem medo e sem pré-julgamentos por causa de aparência, a forma de se vestir ou a condição de vida não é para todos na prática, mas deveria ser.

Não podemos isentar a responsabilidade do governo em implementar políticas públicas, mas existem muitos projetos sociais coletivos e individuais como: Entrega por SP, SP Invisível, Bela Rua, Anjo da Noite, Projeto Mão Amiga e muitos outros. Esses programas sem fins lucrativos colaboram para ajudar pessoas em situação de rua, entregando refeições, agasalhos, cobertores, distribuição de kits de higiene e muito mais que levar bens materiais, muitos desses projetos levam conversas, carinho e atenção. Muitas dessas ações contribuem para o combate à desigualdade social e a garantia dos direitos humanos como o acesso a serviços públicos, saúde, educação, cultura, moradia e oportunidades de trabalho.

Essas iniciativas dificilmente são divulgadas e abordadas nas grandes mídias televisivas, considerando que as reportagens abordam assuntos de interesse político e financeiro que gera audiência no momento, esses fatores também leva a mídia a “maquiar”, muitas vezes as histórias e condições de vidas de moradores de rua,

passando uma imagem estereotipada que condicionam a população acreditar que todos são um perigo para a sociedade.

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