Edição 30

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Diretos das mulheres

Homenagem

Professora do Direito preside comitê da ONU

Nagamine completa 50 anos de Universidade

A posse de Silvia aconteceu em janeiro, em Genebra (Suíça). A docente atua no movimento de mulheres desde os anos 70. Silvia também é uma das fundadoras do Comitê Latino Americano e do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher (Cladem). |pág. 3

Priscila Lacerda/DCI

A professora Silvia Pimentel (Faculdade de Direito) acaba de se tornar a primeira brasileira eleita para a presidência do Comitê sobre a Eliminação da Discriminação contra as Mulheres (Cedaw, sigla em inglês), da Organização das Nações Unidas (ONU).

O coordenador da Consultoria Técnica de Apoio à Gestão-Acadêmica (Consulteg) José Massafumi Nagamine ganhou missa em homenagem aos seus 50 anos de dedicação à PUC-SP. No discurso de homenagem realizado durante a celebração, a funcionária do setor Andréa Melo

afirmou que “não há um documento importante nesta Universidade que não tenha uma contribuição sua, pois ele esteve presente nas ocasiões mais importantes: tanto nos conflitos quanto nas celebrações”. Nagamine é funcionário emérito da PUC-SP há sete anos. |pág. 2

www.pucsp.br Ano 3 • Número 30 2ª quinzena março - 2011

Jornal quinzenal da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Pós-Graduação

PUC-SP supera 20 mil teses e dissertações

Orgulho de ser PUC Estudantes cobrem Festival de Cinema de Berlim

Thiago Pacheco A pós-graduação da PUC-SP acaba de superar a marca das 20 mil teses e dissertações defendidas. Também neste início de ano, três novos cursos iniciaram suas atividades, os doutorados em Tecnologias da Inteligência e Design Digital (Tidd) e em Relações Internacionais (RI), e o mestrado profissional em Educação nas Profissões da Saúde. O professor André Ramos Tavares, pró-reitor de Pós-Graduação, comemora os recentes resultados, mas projeta mais trabalho este ano para melhorar ainda mais a qualidade da pós-graduação. Entre as ações, destaca a busca de parcerias e convênios, tanto com as agências de fomento (Capes,

CNPq, Fapesp, FINEP) quanto outras entidades e empresas públicas que tenham interesse em cooperar com a Universidade e capacitar seus funcionários (como a recente parceria firmada com a Vale do Rio Doce, o Observatório da Educação e o Conselho Nacional de Justiça). Também aponta a necessidade de investir ainda mais na internacionalização, ampliando as parcerias com instituições de ensino superior estrangeiras – para este ano, afirma, já há projetos em andamento para cooperação com instituições da Europa e das Américas do Norte e Latina. Tavares declara ainda que a PróReitoria pretende “insistir no apoio aos mestrados profissionais em Engenharia, já aprovados nas instâncias internas”. |pág. 4 e 5

Bete Andrade/DCI

Doa PUC 2011: ação solidária promovida por alunos

Dia 29/3, das 9 às 16h, a Consultoria FEA PUC Jr. promove a 3ª edição do Doa PUC, no campus Perdizes (na foto, campanha realizada em 15/3). O objetivo da atividade, além de recolher as doações de sangue, é conscientizar da comunidade universitária para a importância deste ato. O hemo-

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centro responsável pela coleta de sangue é a Fundação Pró-Sangue. Para participar, é preciso: apresentar documento oficial com foto, pesar mais de 50Kg, não estar em jejum, não ter ingerido bebida alcoólica no dia da doação e não ter fumado nas duas horas que antecedem a doação. Informações: (11) 3670-8565.

Acervo pessoal

Universidade acaba de inaugurar três cursos

Fernanda e Janne, alunas de Publicidade, na Alemanha

Francisca de Lima e Janne Alves de Souza são alunas do quarto ano de Publicidade. No mês de fevereiro, realizaram a cobertura do 61º Festival de Cinema de Berlim (Berlinale), na Alemanha. O evento teve como grande vencedor o filme iraniano Jodaeiye Nader az Simin (Nader And Simin, A Separation), do diretor Asghar Farhadi. A participação brasileira teve como destaques os filmes Tropa de Elite II – O inimigo agora é outro, de José Padilha, e Os residentes, dirigido por Tiago Mata Machado. Nesta edição do PUC em Notícias as estudantes contam como foi participar dos bastidores de um dos mais importantes festivais de cinema do mundo. “Ver como funciona a organização de um evento da proporção que tem o festival de Berlim é, sem dúvida, uma grande oportunidade para quem estuda Comunicação”, afirma Fernanda. |pág. 7

Saúde Diabete infantil

Ex-aluno As aventuras de um “grávido”

Para melhorar a vida de crianças e jovens nas escolas públicas e particulares de Sorocaba, a professora Dirce Tacahashi organizou a oficina Aprendendo a conviver com o diabetes. A atividade foi realiza em 23/2, no campus Sorocaba, em parceria com alunas dos cursos de Medicina e Enfermagem, com a Associação de Diabetes de Sorocaba, Diretoria de Ensino do Estado de São Paulo, Secretaria de Educação da Prefeitura Municipal de Sorocaba e o Projeto Escola Saudável (Secretaria Municipal da Saúde). A oficina teve como objetivo conscientizar educadores de que é possível assegurar uma vida saudável aos portadores da doença, desde que se tomem determinadas precauções. |pág. 2

O ex-aluno de Jornalismo Renato Kaufmann se tornou conhecido do público em 2010, com o livro Diário de um Grávido (Mescla Editorial), no qual narra com humor fatos vividos por ele após descobrir que sua namorada estava grávida. Na época criou um blog, onde dividia com amigos as dúvidas, angústias e medos de ser pai pela primeira vez. O sucesso do blog serviu de inspiração para o livro, em que o jornalista narra desde o medo da descoberta da gravidez inesperada até situações cômicas e momentos de emoções intensas. Kaufmann prepara seu segundo livro, Como nascem os pais, e adiantou um trecho da obra para o PUC em Notícias. |pág. 8

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Missas semanais Todas as quartas (12h) e quintas-feiras (18h), a Pastoral Universitária celebra missa na Capela da PUC-SP. Mais informações: (11) 3670-8557. www.pucsp.br

02 Homenagem

Desde o ano passado, estamos de olho em um número: 20 mil. O faro jornalístico do repórter Thiago Pacheco nos levou a ele quando, ao pensar em pautas para o PUC em Notícias, viu que chegávamos a esta importante marca de trabalhos defendidos no mestrado e no doutorado da nossa Universidade. Thiago acionou imediatamente Ana Malagutti, da PróReitoria de Pós-Graduação, que também ficou de olho no tal número. No início deste ano, ela telefonou à redação e avisou: chegamos lá. Em campo, Thiago levantou as informações que você lê nas páginas centrais desta edição. Mais do que fazer um levantamento histórico ou cronológico, o repórter nos revela que chegamos aos 20 mil trabalhos querendo mais e investindo em novas áreas de conhecimento. Revela também uma curiosidade: a primeira tese e a de número 20 mil são “pratas da casa”, foram defendidas, respectivamente, por uma professora (1971, Ana Maria Saul) e uma funcionária da Universidade (2011, Andréa Melo). Ainda nesta edição, você se informa sobre as aventuras de um “grávido”, narradas por um ex-aluno de Jornalismo, sobre a cobertura do Festival de Cinema de Berlim, feita por estudantes do curso de Publicidade, e o cinqüentenário de José Massafumi Nagamine, entre tantas outras novidades. Vale a pena conferir. Boa leitura!

2ª quinzena de março - 2011

Nos anos 60, ajudou a adaptar os cursos à primeira LDB da Educação Priscila Lacerda “Num universo de pessoas, apenas algumas são verdadeiramente especiais. São essas que fazem a diferença. São essas que dão a certeza de que vale a pena”, com tais palavras emocionadas a funcionária Andréa Melo começou seu discurso em homenagem “não a um funcionário ou a um colega de trabalho, mas a um amigo”: José Massafumi Nagamine. O funcionário, por todos conhecido como “professor Nagamine”, foi homenageado em missa realizada dia 23/2, por seus 50 anos de PUC-SP (completados dia 2/2). Nagamine é coordenador da Consultoria Técnica de Apoio à Gestão-Acadêmica (Consulteg). Andréa, que trabalha no setor, afirmou durante a missa que “não há um documento importante nesta Universidade que não tenha uma contribuição sua, pois ele esteve presente nas ocasiões mais importantes: tanto nos conflitos quanto nas celebrações”. Agraciado com o título de funcionário emérito há sete anos, para Nagamine, “a PUC-SP é um projeto de vida, acadêmico e profissional”. Andréa finalizou seu discurso dizendo: “hoje a homenagem é para o professor

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Nagamine junto à equipe da Consulteg e da gerente de RH Angela Renna (ao seu lado dir.) Nagamine, mas o presente vai para nós: pobre daquele que não tem a quem render um tributo, não tem por quem se emocionar”. INÍCIO – Formado em Direito na USP, no final da década de 60, Nagamine integra o quadro de funcionários da PUC-SP desde 1961. Na época, era secretário do monsenhor Enzo Guzzo, então diretor da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de São Bento. Sua missão era ajudar o religioso a adaptar os cursos da faculdade às medidas da primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB).

Durante a missa em homenagem ao cinquentenário

Dom Odilo realiza aula inaugural da Universidade Aberta à Maturidade

Bete Andrade/DCI

Grão-Chanceler: Dom Odilo Pedro Scherer Reitor: Dirceu de Mello Vice-reitor: Antonio Vico Mañas Pró-Reitores: André Ramos Tavares (Pós-Graduação) Haydee Roveratti (Educação Continuada) Hélio Roberto Deliberador (Cultura e Relações Comunitárias) José Heleno Mariano (Planejamento, Desenvolvimento e Gestão) Marina Graziela Feldmann (Graduação) Chefe de Gabinete: Claudio José Langroiva Pereira Diretora da Divisão de Comunicação Institucional: Eveline Denardi (MTb 27.655) Editora: Thaís Polato (MTb 30.176) Reportagem: Bete Andrade Eveline Denardi Priscila Lacerda Thaís Polato Thiago Pacheco Assistente-administrativa: Vera Lucas Projeto Gráfico e Editoração: Núcleo de Mídias Digitais Impressão: Artgraph Tiragem: 2 mil exemplares Redação: Rua Monte Alegre, 984, sala T-34 Perdizes, São Paulo, SP CEP 05014-901 Tel.: (11) 3670-8196 E-mail: comunicacao@pucsp.br

Nagamine ganha missa por 50 anos de dedicação à PUC-SP

Fotos: Priscila Lacerda/DCI

Editorial

“Certamente, é sempre tempo de se interessar, estudar, debater e se confrontar novamente com reflexões que, quem sabe, em algum momento da vida foram feitas de modo curricular ou não e que, depois, se tornam novamente interessantes ao serem vistas de outro ângulo”, afirmou Dom Odilo Pedro Scherer, durante aula inaugural da Universidade Aberta à Maturidade (Cogeae). O evento se realizou no dia 15/3, no Tuca. Na ocasião,

ao lado do reitor Dirceu de Mello e de outras autoridades, Dom Odilo, grão-chanceler da PUC-SP, também falou sobre a Campanha da Fraternidade 2011, cujo tema é Fraternidade e a Vida no Planeta. A Universidade Aberta à Maturidade é uma proposta de educação permanente, dirigida a pessoas de ambos os sexos, com mais de 40 anos, interessadas em reciclar e atualizar seus conhecimentos.

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Imposto de Renda Professores e funcionários já podem acessar o Comprovante de Rendimentos Pagos e Retenção do Imposto de Renda na Fonte – Ano Base 2010, no Portal Acadêmico/Administrativo. Informações: (11) 3670-3397. www.pucsp.br

03 Internacional

Campus Sorocaba

Silvia Pimentel assume presidência de comitê da ONU

Diabetes infantil em foco Sérgio Said

Professora atua contra a discriminação da mulher desde a década de 70

A professora Silvia Pimentel (Faculdade de Direito) acaba de se tornar a primeira brasileira eleita para a presidência do Comitê sobre a Eliminação da Discriminação contra as Mulheres (Cedaw, sigla em inglês), da Organização das Nações Unidas (ONU). A docente já integrava o Cedaw há seis anos. O Comitê tem por função analisar os avanços dos países signatários da Convenção para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres (carta de direitos adotada pela Assembléia geral da ONU em 1979 que define a discriminação contra a mulher e estabelece uma série de medidas para os países a fim de acabar com essas situações discriminatórias). A posse de Silvia, para um mandato de dois anos na presidência do Cedaw, aconteceu em janeiro de 2011, durante a mais recente Sessão do Comitê, em Genebra (Suíça). A docente atua no movimento de mulheres desde os anos 70. Silvia também é uma das fundadoras do Comitê Latino Americano e do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher (Cladem). Leia abaixo breve entrevista concedida pela professora:

PUC em Notícias – Como vê sua indicação ao cargo? Silvia Pimentel – Recebo o resultado desta eleição interna do Comitê Cedaw como um reconhecimento ao meu trabalho nele desempenhado durante seis anos. Ser professora de Direito e pessoa altamente comprometida com a luta contra a discriminação e em prol da igualdade de direitos das mulheres em muito me credenciaram para tal. PN – A que credita, em sua carreira como jurista e acadêmica, a chegada a tão importante posto em âmbito internacional? SP – Desde o final da década de 70, dedico-me aos

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Acervo DCI

Thiago Pacheco e Thaís Polato

Professora da Faculdade de Direito, primeira brasileira no cargo direitos das mulheres. Ao preparar a minha tese de doutorado sobre a Evolução dos Direitos das Mulheres-Norma, Fato, Valor, convenci-me de que deveria aproximar-me do movimento de mulheres e colocar o meu conhecimento teórico jurídico à disposição da causa. No Brasil, participei de

Civil de 2002; a luta por Diretas já, enquanto cidadã e presidente do PMDB-Mulher, à época, e a participação militante no processo constituinte, onde as propostas de mulheres de todo o Brasil, expressas em 1986, na notável Carta das Mulheres Brasileiras ao Congresso Constituinte, foram aprovei-

Coloquei todo meu conhecimento jurídico à disposição da causa das mulheres ações conjuntas relevantes aos direitos das mulheres e à democracia, tais como: a revogação de todos os preceitos discriminatórios à mulher, do Código Civil brasileiro, apresentando com Floriza Verucci, ao Congresso Nacional, em 1981, o Novo Estatuto Civil da Mulher, incorporado em sua íntegra ao novo Código

tadas em mais de 80%, conforme avaliação do Conselho Nacional de Mulheres, que orquestrou o esforço de diálogo com mulheres dos mais distantes rincões do país. Fora do Brasil, desde 1985, ano da IIIª Conferência Internacional da Mulher, em Nairobi, promovida pela ONU, iniciei uma fecunda participação internacional,

tendo participado da fundação de duas importantes redes internacionias: o IWRAW (International Women’s Rights Action Watch) e o Cladem (Comitê Latino-Americano e do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher). A grande marca de minha atuação no movimento de mulheres foi na área jurídica. Parte significativa do movimento de mulheres do Brasil me indicou ao Itamaraty, para que ele, por sua vez, apresentasse meu nome como candidata brasileira ao Comitê Cedaw. Na ocasião da concorrida eleição, várias organizações e redes não-governamentais da América Latina e do Caribe e, inclusive de outras regiões do mundo, apoiaram a minha candidatura, pressionando seus governos a sufragarem o meu nome no momento da eleição a ser realizada pelos Estados Partes da Convenção Cedaw. Isto foi em 2004, quando fui eleita para exercer o meu mandato por quatro anos. Em 2008, fui reeleita para mais quatro anos e, assim, ficarei no cargo até dezembro de 2012.

Se em nome da boa saúde já é difícil resistir a um doce, imagine crianças que não podem se deliciar com esses quitutes por uma doença silenciosa e crônica: diabetes. Pensando nisso e conhecendo a realidade vivida por crianças e jovens nas escolas públicas e particulares de Sorocaba, a professora Dirce S. Tacahashi, junto com alunas de Medicina e Enfermagem, com a Associação de Diabetes de Sorocaba (ADS), Diretoria de Ensino do Estado de São Paulo, Secretaria de Educação da Prefeitura Municipal de Sorocaba e o Projeto Escola Saudável (Secretaria Municipal da Saúde), organizaram a oficina Aprendendo a conviver com o diabetes. Realizada em 23/2, no campus Sorocaba, a atividade teve como objetivo conscientizar professores e educadores de que é possível assegurar uma vida saudável aos portadores da doença. Vale destacar que, entre os 5 e 15 anos de idade, cerca de 15 mil horas são passadas na escola. Para que possa participar plenamente, e em segurança, das atividades educacionais, o estudante diabético tem o direito de realizar controle metabólico (medir os níveis glicêmicos, aplicar insulina, controlar a dieta e fazer exercícios). Ao considerar a escola como o segundo grupo social do qual as crianças fazem parte, a figura do professor se torna a segunda mais importante (depois dos pais) no enfrentamento e adaptação à doença. DISCRIMINAÇÃO – Segundo Dirce, a idéia da oficina partiu de um trabalho de iniciação cientifica realizado

pelas alunas Juliana Ribeiro e Elaine Wasconcelos. “Notamos que muitas das queixas das crianças e dos adolescentes estavam ligadas a um certo tipo de discriminação. Isso porque elas não podem comer doces nas festinhas ou participar de passeios da escola, já que precisam tomar medicamentos). Durante a oficina foram discutidos programas sistematizados voltados à educação em diabetes. “Queremos orientar os professores para que os estudantes diabéticos possam desenvolver as atividades escolares com segurança”, ressalta Dirce. “É fundamental agrupar essas crianças para que não cresçam se sentindo isoladas”, pondera a estudante Juliana. “Esta oficina é uma grande experiência, pois ajudaremos pais e crianças”, afirma sua parceira de pesquisa Elaine. “Detectamos essa necessidade com relatos colhidos para o nosso trabalho. Nele as crianças e os adolescentes diabéticos sofrem preconceito na escola devido à falta de informação”, contam as alunas. BEM-ESTAR – Para a supervisora de ensino Teresa Cristina Ayres, é na escola que muitas situações se manifestam. “Quando a instituição está preparada, alunos, pais e filhos se sentem seguros”. As complicações do paciente diabético decorrem, principalmente, de um mau controle metabólico. A autodisciplina e adesão a uma dieta equilibrada são essenciais, ressalta Eliete Venturini Ferreira, da ADS. “Este tipo de evento é muito importante para divulgar o nosso trabalho, conscientizar as pessoas e evitar que a doença se complique”, considera.

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Recursos Humanos A DRH solicita que os funcionários da PUC-SP atualizem seus dados pessoais e profissionais, no portal http://portalacademico.pucsp.br. Inf.: (11) 3670-3397 ou drh@pucsp.br. www.pucsp.br

04 Pós-Graduação

PUC-SP supera 20 mil teses e dissertações defendidas e abre trê

Pós em Tecnologias da Inteligência e Design Digital (Tidd) e em Relações Internacionais iniciam doutorado; Faculdade de Ciências M

Primeira tese: defendida por Ana Maria Saul, em 1971 O trabalho de número 20 mil foi a tese Direito Regulatório na responsabilidade social das empresas – A promoção do desenvolvimento sustentável pela via da Doutrina Humanista, de Andréa de Melo Vergani (Pós em Direito e funcionária da Consultoria Técnica de Apoio à Gestão-Acadêmica, Consulteg), orientada pelo professor Ricardo Hasson Sayeg (e pela professora Catarina Serra, durante os oito meses em que Andréa passou na Universidade do Minho, em Portugal). Participaram da banca, no último dia 25/2, os docentes Marcelo Figueiredo e Suzana Maria Pimenta Catta Preta Federighi (ambos da

PUC-SP), Paulo Dias de Moura Ribeiro (UnG) e Tânia Mara Ahualli (Fadisp). Até o dia 2/3, a Universidade havia chegado ao estudo de número 20.011 (15.524 dissertações e 4.487 teses). Além da marca histórica, a pós-graduação abriu em 2011 mais três cursos (veja reportagens nestas páginas). “O doutorado em Tidd é capitaneado pela professora Maria Lúcia Santaella, reconhecida cientista, acadêmica, pesquisadora muito ativa. Ela tem procurado conduzir o mestrado com rigor, e agora conseguiu, com seu grupo, o reconhecimento do nível mais elevado do curso. O douto-

Acervo pessoal

A pós-graduação da PUCSP começa o ano letivo de 2011 com uma expressiva afirmação de sua pujança acadêmica: em fevereiro, a Universidade ultrapassou a marca de 20 mil dissertações e teses defendidas desde a criação de seus programas, em 1969. Ao mesmo tempo, três novos cursos iniciaram suas atividades: doutorado em Tecnologias da Inteligência e Design Digital, Tidd, e em Relações Internacionais, RI, além do mestrado profissional em Educação nas Profissões da Saúde. “O número reflete a força acadêmica da PUC-SP, que tem se destacado no cenário da pós-graduação por conta de sua identidade própria”, avalia o professor André Ramos Tavares, pró-reitor de Pós-Graduação. “Essa marca não é apenas quantitativa. Significa também um sinal qualitativo, pois foi obtida dentro dos nossos padrões, rigorosos desde o início. É por isso que a pós-graduação da Universidade se firmou e chegou ao nível de respeitabilidade que tem hoje.”

Thiago Pacheco / DCI

Thiago Pacheco

Tese 20 mil: defendida por Andréa Melo, em 2011 rado em RI é um desdobramento não apenas natural [do mestrado] como também aguardado, uma vez que o Programa Santiago Dantas, parceria nossa com a Unesp e a Unicamp, é reconhecido e já está consolidado na área”, observa o pró-reitor. “Já o mestrado profissional em Educação nas Profissões da Saúde reflete um interesse da própria Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. Desde o final de 2009, a Capes vem incentivando os mestrados profissionais para suprir a falta de profissionais capacitados no Brasil, principalmente em áreas cuja demanda

aumentará com a realização de dois grandes eventos esportivos mundiais, a Copa e as Olimpíadas. O nosso novo curso se insere no contexto específico do campo da Saúde, atendendo a um edital da agência”, completa. Os três cursos são pontuados por uma característica comum: a interdisciplinaridade. Para Tavares, embora sejam ações integradas, o fato “pode refletir uma tendência, não tanto da PUC-SP, mas do ambiente externo do segmento educacional e das agências de fomento”. “O mercado de trabalho também apresenta demandas, no caso mais específico dos mestrados profis-

sionais, e pressiona a Academia, que acaba incorporando essas necessidades”, afirma. O professor comemora os recentes resultados, mas projeta mais trabalho este ano para melhorar ainda mais a qualidade da pós-graduação. Entre as ações da PróReitoria, Tavares destaca a busca de parcerias e convênios, tanto com as agências de fomento (Capes, CNPq, Fapesp, Finep) quanto outras entidades e empresas públicas que tenham interesse em cooperar com a Universidade e capacitar seus funcionários (como a recente parceria firmada com a Vale do Rio Doce, o Observatório da Educação e o Conselho Nacional de Justiça). Também aponta a necessidade de investir ainda mais na internacionalização, ampliando as parcerias com instituições de ensino superior estrangeiras – para este ano, afirma, já há projetos em andamento para cooperação com instituições da Europa e das Américas do Norte e Latina. Tavares declara ainda que a Pró-Reitoria pretende “insistir no apoio aos mestrados profissionais em Engenharia, já aprovados nas instâncias internas”.

O doutorado em Relações Internacionais, do Programa Santiago Dantas, expressa um amadurecimento da pesquisa e do ensino na área. Sua criação, no entanto, reflete algo que ultrapassa o próprio crescimento da área de RI: o sucesso da parceria entre PUC-SP, Unesp e Unicamp, as três instituições que formam o Programa. “A parceria permanece inédita no Brasil”, observa o professor Reginaldo Nasser, coordenador do programa na PUC-SP. “Não se trata de uma articulação de três programas, e sim de um programa composto pelas três universidades”, esclarece. O coordenador aponta ainda, como fator de sucesso da parceria, o amplo apoio das três universidades – o que permite superar “dificuldades institucionais que, por vezes,

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impedem maior desenvolvimento do programa”. Entre os resultados da parceria, Nasser destaca mais um, a criação do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Estudos sobre os Estados Unidos (INCT-INEU). “Foi o único instituto aprovado pelo CNPq e pela Fapesp na área de RI”, comemora. Vinculado às três instituições, o INEU incorpora ainda outras universidades federais (UFSC, UFPB e UFPI, veja box). Sobre o desenvolvimento da área de RI, Nasser afirma ser um campo ainda em formação. “O doutorado aparece em um contexto importante no Brasil. RI é uma área de saber recente, os dois primeiros doutorados do país, da UnB e da PUC-Rio, têm cerca de quatro anos. A eles se juntam agora o nosso e o da USP”.

Acervo DCI

Doutorado em Relações Internacionais expressa sucesso da parceria entre PUC-SP, Un

Lançamento do programa, em agosto de 2003 O professor explica que o doutorado é uma continuidade, em patamar mais elevado de ensino e pesquisa, do mestrado; e que este se apóia, por sua vez, nas experiências obtidas na graduação em RI. MARCA – De acordo com o docente, tal articulação entre

os níveis pode ser verificada nas três dimensões universitárias: na pesquisa, por meio dos núcleos que reúnem alunos de graduação, mestrado, e agora doutorado; na extensão, por meio dos cursos de educação continuada, voltados ao aperfeiçoamento dos conhecimentos obtidos pelo

aluno na sua formação inicial; e no ensino, mantendo na pós-graduação o “caráter interdisciplinar” da graduação. “Esta é a marca, a distinção que pretendemos conferir à área. É seu ponto fundamental, em que congregamos saberes de Política, Economia, Sociologia e História”, enfatiza Nasser. ÁREAS – O Programa possui três áreas de concentrações: “Política Externa”, focada nas relações econômicas e políticas dos EUA e do Brasil; “Instituições, Processos e Atores”, voltada para o estudo de processos de integração regional, além de abordar questões relacionadas à globalização e seus impactos na economia internacional e nos estudos nacionais; e “Paz, Defesa e Segurança Internacio-

nal”, que estuda a segurança internacional, com foco em temas de estratégia de defesa nacional, geopolítica e conflitos internacionais. “A fase, agora, é a de consolidar o doutorado”, declara o docente. “Procuraremos conferir a este nível outros elementos que deram sucesso na graduação e no mestrado, como a internacionalização, estabelecendo novas parcerias de intercâmbio e convênios”. De acordo com Nasser, o programa também deverá aperfeiçoar os projetos de pesquisa do INEU, do Grupo de Estudos Ásia-Pacífico, Grupo de Estudos da Paz, Grupo de Estudos de Defesa e Segurança Nacional, Grupo de Estudos Pacífico e Amazônia e Observatório das Relações EUA-América Latina.

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A Tecnologia Além da Web Estão abertas, até 8/4, as inscrições para o Prêmio Ciab Febraban 2011, que tem como tema A Tecnologia Além da Web. Informações em www.febraban.org.br ou www.ciab.org.br. www.pucsp.br

05

abre três novos cursos

de Ciências Médicas e da Saúde, em Sorocaba, lança mestrado profissional em “Educação nas Profissões da Saúde”

Em apenas três anos, Tidd já inaugura o doutorado

A Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde (FCMS) lançou este ano o curso de mestrado profissional em Educação nas Profissões da Saúde. O objetivo é capacitar profissionais para a prática profissional avançada, habilitando-os a atuar em atividades técnicas, científicas, pedagógicas e de inovação na área da saúde. Segundo José Eduardo Martinez, diretor da FCMS, a iniciativa reforça a tradição da Universidade em pósgraduação e eleva o nível da educação na área. “Esperamos formar mestres que possam servir de referência e

O programa de Tecnologias da Inteligência e Design Digital (Tidd) conseguiu um rápido amadurecimento. Implantado em 2007, com apenas três anos, já obteve aumento de nota 3 para 4 na avaliação trienal da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e iniciou as atividades do doutorado. “Foi corajoso enviar o pedido de doutorado para a Capes, antes que tivéssemos a avaliação 4, exigida para isso”, avalia a professora Lúcia Santaella, coordenadora do Tidd. “No entanto, quase 60 titulações em menos de quatro anos, uma boa produção, alguns intercâmbios com o exterior, deram-nos força para a conquista que obtivemos”. Santaella destaca que o sucesso do Tidd, nesse curto espaço, se deve à “coerência” e ao “caráter inovador da proposta” do programa. Ela conta que o projeto começou em 1998, quando um grupo (que incluía, além dela, os docentes Philadelpho Menezes (1960-2000), Sergio Bairon, Alexandre Campos e o aluno Hermano Cintra) começou a esboçar a primeira graduação do Brasil em mídias digitais. Implantada a graduação, “base segura” para a então nova área de conhecimento, o grupo partiu “para uma versão mais avançada e cientificamente sofisticada na pós-graduação”.

Acervo DCI

auxiliar no ensino de novos profissionais em todas as áreas saúde, pois hoje elas estão intimamente relacionadas e interdependentes”, afirma. Para o coordenador do novo mestrado, prof. Fernando A. de Almeida, o curso também ampliará as pesquisas da Universidade, sobretudo nas quatro linhas que compõem a grade curricular: “Educação em saúde, ambiente e qualidade de vida”; “Qualificação da integração universidadeserviço nas ações e programas em saúde”; “Aprendizagem e avaliação na saúde”; “Educação permanente em saúde”.

Campus Sorocaba, onde funciona o novo mestrado

C-SP, Unesp e Unicamp Conheça o INEU Criado em 2009, o INEU está voltado principalmente à análise das relações exteriores dos EUA. O trabalho de investigação organiza-se em quatro áreas temáticas: “Política econômica internacional dos Estados Unidos”; “Grande estratégia e política de segurança dos Estados Unidos”; “O papel dos Estados Unidos nas estruturas de governança global”; e “Integração e crise na América do Sul e a política dos Estados Unidos para a região”. Além de habilitar os pesquisadores a analisar os diferentes aspectos da po-

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lítica externa dos EUA, o papel desse país no sistema internacional e de suas implicações para o Brasil, o INEU também pretende contribuir com os formuladores da política externa brasileira e a área empresarial. A sede do INEU fica no Centro de Estudos de Cultura Contemporânea (Cedec), na rua Airosa Galvão, 64 (Água Branca, São Paulo); cada uma das universidades integrantes é uma subsede do Instituto. Para saber mais sobre o INEU e manter-se informado sobre seus eventos, acesse www.ineu.org.br.

SONHO – “Até certo ponto, estamos conseguindo realizar o sonho, que na época acalentávamos, de criar na PUC-SP uma nova área de conhecimento inter e transdisciplinar capaz de fazer frente aos desafios que a revolução digital está trazendo, propondo sínteses criativas e parcerias críticas do ser humano com as máquinas, as redes informacionais e a inteligência artificial”, comemora a professora. Esse campo de conhecimento agrega, além da graduação em Tecnologia e Mídias Digitais e do Pós em Tidd, o curso superior tecnológico de Jogos Digitais, a especializa-

Bete Andrade / DCI

Saúde ganha mestrado

Parcerias internacionais: aula do prof. Winfried Nöth no Tidd ção em Estéticas Tecnológicas e alguns cursos de extensão. Nesse contexto, pondera a docente, o doutorado, “com seu investimento em pesquisa avançada na área, deverá indicar o norte para a continuidade dessa proposta que tem buscado cruzar, aliar e concretamente efetivar saberes educacionais, tecnológicos, informáticos e estéticos”. Para a implementação do doutorado, movido pela autoavaliação e pela necessidade de renovação contínua exigida a esse campo de conhecimento, o programa efetuou mudanças em suas três linhas de pesquisa (veja box). A área de concentração, no entanto, manteve-se: Processos Cognitivos e Ambientes Digitais. “Tal

área pode ser brevemente definida como produção de teorias, métodos e modelos de arquiteturas cognitivas, de design de sistemas inteligentes, de modelagem de performances cognitivas, tendo em vista os processos de aprendizagem, as modelagens computacionais, as estratégias cognitivas voltadas para a aplicação em ambientes digitais de pesquisa, de produção e difusão de inteligência coletiva”, explica Santaella. FUTURO – Ao falar do futuro do Pós em Tidd, a docente afirma que a meta é “auto superar-se com prudência, persistência e obstinação”. Para tanto, conta que o programa está investindo na intensifi-

cação das relações com os parceiros estrangeiros, “algo imprescindível no mundo globalizado”. No horizonte, Santaella mira a possibilidade de reconhecimento desse esforço por meio de mais uma elevação da nota na avaliação da Capes. Mira também o futuro dessa área de conhecimento, por meio de análise das inovações atuais: “o destino da inteligência é crescer e se espalhar pelo mundo circundante. A comunicação móvel está sendo apenas o primeiro sinal de um movimento progressivo do computador para além do desktop, rumo a novos contextos físicos e sociais”, reflete. “As interações tangíveis e encarnadas irão interligar de modo cada vez mais íntimo os mundos físicos e digitais por meio da inteligência computacional embutida nos objetos cotidianos e nos ambientes. Também conhecida como computação pervasiva ou ubíqua, a inteligência ambiente visa embutir recursos computacionais no mundo ao nosso redor, promovendo a comunicação heterológica (diálogo de seres ontologicamente distintos) entre humanos, objetos e agentes artificiais.” Se este for o caminho, o Tidd e suas pesquisas já estão atentos.

Conheça as linhas de pesquisa do Pós em Tidd

Aprendizagem e Semiótica Cognitiva Pesquisas sobre modelos cognitivos ligados a novas formalizações e sistemas de transmissão de informação/ conhecimento ligados à aprendizagem; sobre modelos cognitivos decorrentes da interação entre indivíduos em ambientes virtuais.

lógicas: (a) bancos de dados (visualização da complexidade, mapeamentos lógicos e infodesign); (b) design sonoro, hipernarrativas e games (criação, metodologia e desenvolvimento, aspectos lógicos, conceituais e estudo do imaginário); (c) inteligência coletiva (criação e gestão de processos colaborativos).

Design digital e inteligência coletiva Pesquisa e criação de interfaces envolvendo design, estéticas tecnológicas, inteligência coletiva e emergência do conhecimento. Estudos voltados para as três vertentes das estéticas tecno-

Modelagem de sistemas de software Essa linha desenvolve competência em criar e modificar máquinas, bem como programá-las, produzindo sistemas que visam ao seu emprego em um contexto delimitado pelas relações humanas. Nes-

se sentido, consideram-se os seguintes conteúdos centrais: engenharia de requisitos, engenharia de modelagem de sistemas, engenharia de implementação de sistemas e, também, engenharia de conhecimento. Esta proporciona os meios para a construção de sistemas baseados em conhecimento (SBCs), uma sub-área da Inteligência Artificial (IA) que possibilita a solução ou a automação de determinadas categorias de problemas (como de interpretação e construção) não passíveis de solução de forma adequada por outros paradigmas de desenvolvimento de sistemas.

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Semiótica, cinema e espaço urbano No dia 30/3, às 18h, o ciclo exibe o filme O signo da cidade (Carlos Alberto Ricelli), no auditório 134-C (1º andar, prédio novo). Promoção: Centro de Pesquisas Sociossemióticas. Programação: www.pucsp.br/pos/cos. www.pucsp.br

07 Orgulho de ser PUC

Estudantes acompanham Festival de Cinema de Berlim Alunas de Publicidade conseguiram credenciais para cobrir um dos maiores eventos internacionais da área de cinema No final de fevereiro, duas estudantes intercambistas da PUC-SP participaram da cobertura do 61º Festival de Cinema de Berlim (Berlinale). De 10 a 20/2, as alunas de Publicidade Fernanda Francisca de Lima e Janne Alves de Souza participaram do evento, com apoio da PUCSP (Videoteca, RedePUC e TV PUC), da ONG Instituto Nova União da Arte (NUA) e do jornalista Eduardo Francisco de Lima (irmão de Fernanda). Fernanda pesquisa cinema (seu projeto de iniciação científica na área acaba de ser aprovado) e participa de um programa de intercâmbio de férias na Universidade Livre de Berlim (Alemanha), com bolsa do Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (DAAD). A estudante também já foi assistente de direção do curta metragem Museu dos Corações Partidos, dirigido por Inês Cardoso, dentro do programa Rumos do Itaú Cultural de 2010. Janne está na Europa para um semestre de intercâmbio na Universidade do Porto (Portugal), viajando com bolsa pelo programa Fórmula Santander. O festival teve como grande vencedor o filme iraniano Jodaeiye Nader az Simin (Nader And Simin, A Separation), do diretor Asghar Farhadi. A participação brasileira teve como destaques os filmes Tropa de Elite II – O inimigo agora é outro, de José Padilha, e Os residentes, dirigido por Tiago Mata Machado. A idéia de Fernanda e Janne agora é fornecer o material coletado durante o

Festival para as instituições que as apoiaram. Conheça mais sobre a experiência das estudantes, em relato concedido por Fernanda, direto de Berlim, via e-mail, ao jornal PUC em Notícias: CREDENCIAIS “Tive a idéia de solicitar as credenciais de imprensa, por entender que a participação de órgãos de cobertura alternativos no Festival seria bem recebida pela direção do evento, o que de fato ocorreu. Pelo que percebi, não é comum estudantes pedirem para cobrir o Festival com o objetivo de divulgá-lo em veículos universitários. Nosso pedido não só foi bem aceito, como abriu a possibilidade da PUC-SP enviar alunos correspondentes nos próximos anos. Durante o Festival, nossa equipe teve acesso a todas as sessões exclusivas para a imprensa, conferências dos filmes e de premiação”. DIFICULDADES “Enfrentamos” muitas, como conseguir verba para pagar a taxa da credencial e uma câmera emprestada para filmar e tirar fotos (a ONG emprestou), já que não tínhamos nada do tipo, só uma grande vontade de participar. A questão do idioma também pesou: são filmes de muitos países (legendados em inglês) e apenas dois em português. Foi um desafio nos comunicar quase que 24 horas por dia, durante dez dias, em inglês. Mas se no primeiro filme e na primeira conferência parecia tudo muito difícil, nos últimos eventos já estávamos habituadas e

Wagner Moura, presente por Tropa de Elite II

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era mais fácil seguir o ritmo e compreender o que se falava. A terceira dificuldade vem agora, que é ver todo o material que produzimos e editar para que possa ser enviado a todos que nos incentivaram”. EXPERIÊNCIA “Foi uma experiência única, em diversos sentidos. Ver como funcionam os bastidores, a correria, a organização de um evento da proporção que tem o Festival de Berlim, tudo isso é, sem dúvida, uma grande oportunidade para quem estuda comunicação. Além disso, nossa participação nos possibilitou conhecer pessoas e trabalhos de diversos lugares no mundo, formas de ver e passar uma mensagem de culturas e realidades totalmente distintas da nossa. Sem contar que foi ainda uma chance de fazer contatos. Havia jovens estudantes de todos os lugares no evento. Não com credenciais para cobertura de imprensa, como nós, mas com acesso ao espaço direcionado a jovens, o Berlinale Campus. Pelo que vi, éramos os únicos graduandos com credenciais de imprensa. Acho que é algo incomum, uma exceção, mas não porque não haja espaço para meios de comunicação universitários, e sim porque não há procura dos mesmos para participar. Os jornalistas brasileiros que participavam da cobertura, de veículos como o Estado de S.Paulo, Folha de S.Paulo, UOL e iG, ficaram surpresos e contentes por estarmos lá como “jornalistas universitários” da PUC-SP”.

Atores do filme Bravura Indômita

Fotos: Acervo pessoal

Thaís Polato

Fernanda e Janne se preparanda para a maratona da cobertura do Festival, em Berlim

O diretor José Padilha, de Tropa de Elite II

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Redes Sociais

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08 Ex-aluno

Kaufmann escreve sobre a aventura de estar “grávido” Renato Kaufmann é formado em Jornalismo pela PUC-SP e autor da obra Diário de um Grávido

Diz a sabedoria popular que uma pessoa só é completa quando planta uma árvore, escreve um livro e tem um filho. Para o ex-aluno de Jornalismo da PUC-SP Renato Kaufmann, esses são só alguns itens da lista de coisas que ainda planeja realizar. “Tive uma filha, a Lucia, escrevi um livro e já plantei uma árvore, mas continuo devendo. Afinal, ao publicar livros, que são feitos de papel, você fica com crédito negativo em árvores”, brinca o rapaz. Kaufmann tornou-se conhecido do público em 2010, com o lançamento do livro Diário de um Grávido (Mescla Editorial), no qual narra com humor e sinceridade fatos reais vividos por ele após descobrir que sua namorada (hoje sua mulher), a jornalista Ana Weiss, estava grávida. Na época ele criou um blog, o Diário de um grávido, onde dividia com amigos as dúvidas, angústias e os medos de ser pai pela primeira vez. O sucesso do blog serviu de inspiração para o livro. “Sempre quis publicar um livro, mas nunca me pus a fazê-lo. Resolvi escrever por insistência do

Bete Andrade/DCI

Bete Andrade

Kaufmann narra episódios com humor e sinceridade público do blog”, explica. No livro, o jornalista narra desde o medo da descoberta da gravidez inesperada até situações cômicas como as aventuras vividas durante um cursinho ministrado na maternidade, passando por dicas e conselhos de como tratar uma mulher com os hormônios em efervescência. Num dos trechos da obra, Kaufmann escreve: “Nesse primeiro trimestre, a gravidez é uma espécie de ditadura do hormônio. É como uma TPM, mas mais imprevisível e com um es-

pectro de cores maior. Toda vez que a Ana grávida sai na rua eu fico com medo, vai saber com quem ela vai arrumar confusão dessa vez: com o motorista que fez a curva e não deu sinal, como o outro que parou na faixa de pedestres (“Se o senhor gosta tanto da faixa de pedestres, por que não anda a pé?” – esse ficou tão nervoso que bateu o carro ao sair da dita faixa)...”, descreve o autor. MADRUGADA – Também há diálogos hilários, como

quando o jornalista se vê obrigado a ligar para o novo obstetra de madrugada, por que sua esposa grávida aparentemente tem uma crise de asma: “– Doutor, desculpe ligar a essa hora, aqui é o pai da Lucia. A Ana está se sentindo sem ar, você acha que tudo bem se ela tomar remédio pra asma? – Quais remédios ela costuma tomar pra asma? – Nenhum, ela não tem asma. Longos segundos de silêncio e o doutor responde, não exatamente com essas palavras: – Essa falta de ar é normal. De qualquer maneira, é melhor ver o que é. Vão para o pronto-socorro, assim eu não serei o único idiota a ser acordado por vocês no meio da noite. Desligo o telefone, começo a calçar as meias e digo: – Gatinha, vamos pro pronto-socorro. – Eu não quero ir pro pronto-socorro. – Mas, gatinha, o médico que eu tive que acordar de madrugada sugeriu isso. – A gente acordou ele, né?, diz a grávida. E sorri: Acho que já estou me sentindo melhor. E não vamos ao pronto-socorro.” Kaufmann também não

deixou de lado momentos de extrema emoção, como assistir ao nascimento da filha. “Ver aquele bebê todo sujo, mas que você sabe que é seu, é uma emoção contínua, que não acaba nunca, só vai se transformando. São milhões de primeiras vezes... É tudo lindo”, diz, emocionado. CARREIRA – Kaufmann se formou jornalista pela PUC-SP em 1998 e atua como publicitário e especialista em narrativas nas diferentes mídias. Da época da faculdade, além dos vários amigos que conquistou, se lembra com gratidão de dois professores que foram fundamentais na sua formação: Silvio Mieli (Depto. de Jornalismo) e Cassiano Sydow Quilici (Depto. de Linguagens do Corpo). “O Silvio e o Cassiano são ótimos, aprendi muito com eles e sou muito grato a ambos”, conta. Mestre em Comunicações Interativas pela Universidade de Nova York, o jornalista atualmente é redator da

agência Peralta/StrawberryFrog. Também já escreveu para o Jornal da Tarde e a Folha de S.Paulo, para as revistas Superinteressante, Set e +Dinheiro e para os sites Guia SP e iG. Junto com Larry Dobrow*, fundou a TSI 3D, produtora de animação 3D focada em produções digitais, premiada com dois Cyber-Lions no Festival de Cannes de 2007. No momento, Kaufmann prepara seu segundo livro, Como nascem os pais, que sai ainda esse ano (leia trecho no box abaixo). Desta vez vai contar as experiências vivenciadas nos primeiros dois anos de vida da filha. “Quando se tem um bebê em casa o calendário fica acelerado, em um ano da vida de um bebê cabem eternidades”, acredita o autor. Além do novo livro, o jornalista mantém uma página no Facebook (www.facebook.com/diariogravido) e dois blogs: o Diário Grávido (www.diariogravido.com.br) e o Neural Noise (www.renatokaufmann.com).

* Jornalista, ex-editor da revista Adweek, diretor de criação e vice-presidente da Bozell Worldwide, professor adjunto na The American University, consultor do Grupo ABC, autor do livro “When Advertising Tried Harder: The Sixties - The Golden Age of American Advertising”, considerado um dos cinco livros mais importantes sobre publicidade segundo o NY Times. Dobrow colaborou com Nizan Guanaes na criação da agência África.

Kaufmann adiantou para o PUC em Notícias trecho de seu próximo livro, Como nascem os pais: “Enquanto Lucia deixa de ser um bebê grande e vira uma menina pequena [...], o pobre do pai dela fica assistindo estupefato, como um animal cruzando a estrada fica paralisado pelos faróis do carro que se aproxima em alta velocidade. A carteira de motorista do Tempo deveria ser cassada, atropelador maldito inconsequente. Ela já sabe falar “não”, mas ainda não aprendeu a falar “sim”, então basicamente responde não pra tudo. Quando não é não mesmo acho que ela balan-

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ça a cabeça junto, mas pode ser só minha imaginação. Tive dois momentos de partir o coração. Em um ela saiu passeando pelo condomínio, brincou na grama, andou por aí, levou um tombo enorme e chorou. Tirando acidentes que realmente machucam, a gente não dá muita moleza pra ela, caiu levanta. É uma lição dura de ensinar, já que a vontade é pegar no colo e encher de beijos, mas a vida é dura como o chão, e caiu levanta. Ela chora, chora mais um pouco, para de chorar, olha em volta, dá mais uma choradinha por via das dúvidas, enfim levanta e vai. E de forma condizente com a realidade das coisas do mundo,

assim que ela levanta e faz a curva bate a cabeça na coluna, que é inclinada ao contrário, e cai no chão, chorando. Aí eu não resisti, pus ela no colo e abracei com força. No outro não acontece nada drástico, ela só saiu andando e me deu tchau [...] e foi mexer nas flores e nas plantas. E, meu Deus, que aperto no peito. Eu já tinha aprendido a ser pai de bebê, aquele bichinho que sai do útero-mãe e fica no útero-casa. O mundo não é um útero [...] e um dia os tchauzinhos virarão tchauzões; eu jamais estarei pronto pra isso, mas de qualquer maneira já estou treinando minha cara de pai tranquilo e seguro que diz “vai filha, que o mundo é seu”.”

Acervo pessoal

Em primeira mão, jornalista adianta trecho do seu novo livro, ligado à temática da paternidade

Lucia, a filha, “autografa” livro de Kaufmann

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