Edição 28

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Medicina

Natal e Ano Novo

Alunos orientam para a alimentação saudável

PUC-SP define recesso de final de ano

Na manha de 7/11, alunos do 1º ano de Medicina realizaram, em Sorocaba, o projeto Domingo Saudável. Cerca de 200 pessoas puderam ter sua pressão arterial aferida, submeterem-se ao teste de glicemia e receberem orientações para uma alimentação mais saudável.

A PUC-SP estará em recesso administrativo a partir das 12h do dia 23/12 – não serão suspensas as atividades consideradas essenciais pelas chefias da Secretaria de Administração Escolar (SAE) e da Coordenadoria de Vestibulares e Concursos, para realização das matrículas aca-

Bruna Pretel

Além disso houve degustação de receitas acessíveis, práticas e nutritivas. O projeto surgiu dentro das atividades desenvolvidas pela disciplina de Prática e Atenção à Saúde (PAS), na qual os alunos são estimulados a desenvolver projetos de promoção à saúde. |pág. 7

dêmicas. Também serão mantidas as atividades consideradas essenciais pelas direções do Hospital Santa Lucinda e da Divisão de Educação e Reabilitação dos Distúrbios da Comunicação (Derdic). A Universidade volta a funcionar normalmente a partir do dia 3/1/2011.

www.pucsp.br Ano 2 • Número 28 1ª e 2ª quinzenas novembro - 2010

Jornal quinzenal da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Cultura Judaica

Tecnologia

PUC-SP cria Cátedra

Alunos das Engenharias criam robôs para competição

Thaís Polato e Priscila Lacerda A PUC-SP se tornou a primeira universidade católica do Brasil a implementar uma Cátedra de Cultura Judaica. A nova unidade é diretamente ligada à Reitoria e pretende realizar, a partir do ano que vem, diversas atividades como palestras, cursos e ações culturais ligadas ao tema do judaísmo. “Também queremos incentivar pesquisas, obter e oferecer apoio de instituições desta área, colocando a PUC-SP no circuito brasileiro e internacional relacionado à cultura judaica”, afirma o prof. José Luiz Goldfarb, presidente da Cátedra. Já na instalação da nova unidade, em novembro, esta idéia começou a se concretizar, tanto com

a vinda do professor Isaiah Arkin – o vice-presidente da Universidade Hebraica de Israel realizou palestra na ocasião –, quanto com o apoio obtido para o evento, junto à Sociedade Brasileira dos Amigos da Universidade Hebraica de Jerusalém. Além de Goldfarb, outros cinco professores são responsáveis pela Cátedra: Ari Rehfeld, Julio Wainer, Luiz Felipe Ponde, Mathias Grenzer e Michele Aguiar Kakon. Durante a cerimônia de instalação, o reitor Dirceu de Mello afirmou que a existência da nova unidade fortalece a independência e o espírito ecumênico da Universidade. “Ela também vem se somar a outras que a PUC-SP já possui, o que muito nos orgulha”, ressaltou Dirceu, se referindo às cátedras “Joel Martins”, “Paulo Freire” e “Sérgio Vieira de Mello”. |pág. 2

Thiago Pacheco / DCI

Universidade é pioneira entre católicas brasileiras

Competidores e platéia vibram com desempenho de robôs

Patrimônio Quem nunca foi ao campus Consolação não conhece ainda uma das obras arquitetônicas mais interessantes da cidade de São Paulo. Inaugurado em 1942, o prédio tem a assinatura do arquiteto paulista Rino Levi (1901-1965), nome da vanguarda modernista. No início de novembro, sete obras de Levi foram tombadas pelo Conselho de Defesa do patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico (Condephaat). O arquiteto, que fez seus estudos na Itália – passou pela Academia de Brera, em Milão, e se formou na Escola Superior de Arquitetura em Roma –, desenhou salas claras e espaçosas, anfiteatro, laboratórios, biblioteca, ambiente para estudos e belos jardins tropicais projetados por Burle Marx. |pág. 8

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Acervo DCI

Condephaat tomba prédio do campus Consolação

Prédio de vanguarda e jardins de Burle Marx, no campus Consolação

Fios, porcas, parafusos, circuitos, botões, pneus... Alunos dos três cursos de Engenharia da PUC-SP (Elétrica, Biomédica e de Produção) foram convidados a animar esses materiais. Divididos em equipes, trabalham e criam robôs para a competição que fecha a Semana de Tecnologia da Faculdade de Ciências Exatas e Tecnologia (FCET). Este ano, 64 alunos aceitaram o desafio de aliar tecnologia à questão da acessibilidade. “Nosso objetivo é incentivar os estudantes a desenvolverem projetos desde o início da graduação”, explica o professor Luiz Carlos de Campos, diretor da FCET. “Para a competição de 2010, o coordenador da atividade teve a idéia de agregar a ela o tema da acessibilidade. Incluímos como foco as tecnologias assistivas porque esperamos despertar nos alunos o interesse em projetar equipamentos eletromédicos que auxiliem pessoas com deficiência motora”. |pág. 7

3º CID Evento internacional reúne juristas Dias 2 e 3/12, a Faculdade de Direito da PUC-SP, a Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa (Portugal) e a Comunidade de Juristas de Língua Portuguesa (CJLP) promovem o 3º Congresso Internacional de Direito Brasil-Europa (3º CID). O evento se realiza no auditório “Prof. Paulo de Barros Carvalho” (sala 239, 2º andar, prédio novo, campus Perdizes). Neste ano, o tema em debate é Internacionalização do Direito, Cortes Internacionais e as formas de resolução de conflitos no mundo globalizado. OBJETIVOS – O Congresso Internacional de Direito Brasil-Europa é um evento internacional, que tem por objetivo congregar juristas

do Brasil e da Europa, para estudos e debates sobre a Ciência Jurídica Comparada. Os encontros alternam-se entre Brasil e Portugal. O primeiro (2008) aconteceu no Brasil e o segundo (2009), naquele país da Europa. Dirigido a estudantes da graduação e de pós-graduação, além de profissionais da área do Direito (docentes, juristas, advogados, procuradores, juízes, desembargadores, ministros e embaixadores), o evento tem como convidados docentes da PUC-SP, da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa e de outras instituições da Europa. Para conhecer a programação e saber como participar, acesse www. cidbrasileuropa.com. Informações e inscrições: (11) 2959-1535.

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Derdic promove Jantar dançante Dia 7/12, a partir das 20h, a Divisão de Educação e Reabilitação dos Distúrbios da Comunicação (Derdic) promove seu tradicional Jantar dançante. Saiba como participar em www.pucsp.br/derdic. www.pucsp.br

02 Cátedra de Cultura Judaica

No início de dezembro, as melhores pesquisas produzidas por estudantes da graduação serão premiadas no Tuca. Os trabalhos foram apresentados no final de outubro, durante o 19º Encontro de Iniciação Científica. A cerimônia de premiação é uma chance de conhecer pesquisas interessantes, realizadas nas mais diversas áreas do saber. Nesta edição do PUC em Notícias, também é possível conhecer um pouco destes trabalhos. Para isso, entrevistamos estudantes pesquisadores do curso de Direito, Economia e do curso superior de tecnologia em Gestão Ambiental. Eles falaram sobre as resultados obtidos em suas investigações científicas e o cotidiano que estabeleceram para realizar as pesquisas – em meio às tantas atividades já exigidas durante a graduação. Podemos dizer que a estudante Aline Baldini Gutierrez, autora da pesquisa Avaliação da contaminação de aqüíferos no Estado de São Paulo decorrente de atividades industriais, em parceria com Bruno Cesar Trostdorf, resumiu ao repórter Thiago Pacheco o “espírito” de se realizar Iniciação Científica: “Para o aluno, a produção de uma pesquisa permite ganhar conhecimentos específicos sobre um assunto de interesse e ganhar maturidade. Para a sociedade científica, uma pesquisa se torna um material a mais que pode viabilizar sua evolução”. Vale a pena conferir o que mais os estudantes revelaram, na reportagem que ocupa as páginas centrais desta edição. Boa leitura!

1ª e 2ª quinzenas de novembro - 2010 Grão-Chanceler: Dom Odilo Pedro Scherer Reitor: Dirceu de Mello Vice-reitor: Antonio Vico Mañas Pró-Reitores: André Ramos Tavares (Pós-Graduação) Haydee Roveratti (Educação Continuada) Hélio Roberto Deliberador (Cultura e Relações Comunitárias) José Heleno Mariano (Planejamento, Desenvolvimento e Gestão) Marina Graziela Feldmann (Graduação) Chefe de Gabinete: Claudio José Langroiva Pereira Diretora da Divisão de Comunicação Institucional: Eveline Denardi (MTb 27.655) Editora: Thaís Polato (MTb 30.176) Reportagem: Bete Andrade Eveline Denardi Priscila Lacerda Thaís Polato Thiago Pacheco Assistente-administrativa: Vera Lucas Projeto Gráfico e Editoração: Núcleo de Mídias Digitais Impressão: Artgraph Tiragem: 2 mil exemplares Redação: Rua Monte Alegre, 984, sala T-34 Perdizes, São Paulo, SP CEP 05014-901 Tel.: (11) 3670-8196 E-mail: comunicacao@pucsp.br

PUC-SP é pioneira entre as católicas Vice-presidente da Universidade Hebraica de Jerusalém participou da instalação Thaís Polato e Priscila Lacerda Neste mês de novembro, a PUC-SP se tornou a primeira universidade católica do Brasil a implementar uma Cátedra de Cultura Judaica. Diretamente ligada à Reitoria, a nova área foi instalada no dia 17/11, no auditório “Paulo Freire” (Tuca, campus Perdizes). Já em sua inauguração, a Cátedra realizou uma das atividades que, pretende, sejam regulares a partir do ano que vem: uma palestra com professor e pesquisador convidado, com tema ou instituição de origem que tenha ligação com a questão judaica. Na solenidade de estréia, o palestrante foi o vice-presidente da Universidade Hebraica de Jerusalém, Isaiah Arkin, que falou sobre o tema Salt and acid transport in human pathgens. Durante a instalação da Cátedra, o reitor Dirceu de Mello afirmou que a existência da nova unidade fortalece a independência e o espírito ecumênico da Universidade. “Ela também vem se somar a outras que a PUC-SP já possui, o que muito nos orgulha”, ressaltou Dirceu, se referindo às

ORIGEM – A criação da Cátedra de Cultura Judaica da PUC-SP foi aprovada no Conselho Universitário (Consun) do mês de outubro, por unanimidade. O processo de sua criação, no entanto, vem se desenrolando desde o final do ano passado, quando o secretárioexecutivo da Fundação São Paulo, padre José Rodolpho Perazzolo, esteve em Roma num encontro e a questão foi levantada. De volta ao Brasil, em conjunto com o reitor, iniciou o processo de criação de uma área de estudos judaicos na PUCSP. “O pioneirismo desta cátedra, entre as universidades católicas brasileiras, coloca nossa Universidade, mais uma vez, na posição de protagonista no âmbito do ensino superior”, afirma Perazzolo. Para o secretário executivo, há ainda dois outros grandes motivos para a implantação dessa área de estudos na PUC-SP: “o fato de judeus e cristãos partilharem valores religiosos e morais, tornando interessante para a Universidade pensar isto também cientificamente; e a oportunidade que se cria para a Catedra de se tornar uma espécie de observatório, na América

Latina, para a questão do anti-judaísmo”, afirma Perazzolo, considerando este um movimento crescente e preocupante, principalmente na Europa. OBJETIVOS – Segundo o presidente da nova Cátedra, professor José Luiz Goldfarb (Pós em História da Ciência), o objetivo é realizar, a partir do ano que vem, diversas atividades como palestras, cursos e ações culturais. “Também queremos incentivar pesquisas, obter e oferecer apoio de instituições desta área, colocando a PUC-SP no circuito brasileiro e internacional relacionado à cultura judaica”, afirma Goldfarb. Já na instalação da nova Cátedra, esta idéia começa a se concretizar e se tornar visível, tanto com a vinda do professor Isaiah Arkin, quanto com o apoio obtido para o evento, junto à Sociedade Brasileira dos Amigos da Universidade Hebraica de Jerusalém. Além de Goldfarb, outros cinco professores da Universidade integram a comissão responsável pela Cátedra: Ari Rehfeld, Julio Wainer, Luiz Felipe Ponde, Mathias Grenzer e Michele Aguiar Kakon.

Derdic Projetos recebem doação pelo Imposto de Renda

Uma sala para Téia

É possível deduzir 100% do valor

Professores, alunos, funcionários, familiares e amigos, na tarde de 9/11, reunidos para mais uma homenagem à professora Tereza Maria Azevedo Pires Sério, a Téia. Falecida em maio deste ano, a docente passa a nomear a sala T-41, local onde deu suas últimas aulas. A homenagem, que havia

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cátedras “Joel Martins” (área da Psicologia da Educação), “Paulo Freire” (Educação) e “Sérgio Vieira de Mello” (Relações Internacionais). Representando o grãochanceler Dom Odilo Pedro Scherer, o bispo auxiliar de São Paulo, Dom João Mamede, reafirmou a importância da Cátedra. “Sem dúvida, este é um momento solene por abrir espaço para uma cultura como a judaica, com longa história e profundidade de conhecimento”. O vereador Floriano Pesaro (PSDB), falando em nome do prefeito Gilberto Kassab, considerou “um privilégio assistir a uma das mais prestigiosas casas de ensino deste país instaurar a Cátedra de Cultura Judaica e ver ratificada e reconhecida a relevância da história da cultura, da tradição e da influencia religiosa do judaísmo no mundo contemporâneo”. Já o cônsul geral de Israel em São Paulo, Ilan Sztulman, ligou a instalação da Cátedra a um ato de democracia. “É uma forma de educar essa geração nova de brasileiros para um mundo mais democrático. Eu, como judeu, fico muito grato”, afirmou.

Thaís Polato / DCI

Editorial

sido aprovado pelo Conselho Universitário (Consun), contou com a presença do reitor Dirceu de Mello, do pró-reitor de Cultura e Relações Comunitárias, professor Hélio Roberto Deliberador, e da diretora da Faculdade de Ciências Humanas e da Saúde, professora Maria Amalia Pie Abib Andery.

Da Redação Pessoas físicas e jurídicas podem doar parte de seu Imposto de Renda a dois projetos da Divisão de Educação e Reabilitação dos Distúrbios da Comunicação (Derdic) aprovados pelo Fundo Municipal da Criança e do Adolescente (Fumcad). A doação será 100% deduzida do imposto de renda devido (6% do modelo completo, para pessoas físicas, e 1% para pessoas jurídicas). Os dois progra-

mas da Derdic que participam do Fumcad são o Projeto Cidadania: surdez e o mundo do trabalho (que beneficia 70 adolescentes surdos de baixa renda, com atividades relacionadas ao mercado de trabalho) e o Projeto saúde auditiva em crianças e adolescentes (que oferece atendimento em saúde auditiva a 200 crianças e adolescentes economicamente desfavorecidos). Para saber mais sobre os projetos e sobre como doar, basta acessar o site www.derdic.com.br.

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Visa Vale, auxílio escola e vale transporte Devido ao recesso acadêmico administrativo de final de ano, a Divisão de Recursos Humanos (DRH) alterou o cronograma para entrega de documentos. Saiba mais em: www.pucsp.br. www.pucsp.br

03 Pesquisa

Coletânea apresenta trabalhos científicos produzidos pelos professores da PUC-SP Edição 2010 de Pesquisas PUC-SP reúne 389 estudos, 140 a mais que o anterior

As pró-reitorias de Graduação, Pós-Graduação e Educação Continuada acabam de lançar a nova edição do catálogo Pesquisas PUC-SP. A publicação deste ano reúne 389 trabalhos científicos desenvolvidos por docentes da Universidade – a versão 2009 do catálogo apresentou 249 pesquisas. O lançamento foi realizado em 26/10, no campus Perdizes, com a presença de membros da Reitoria, da equipe envolvida no projeto, professores, alunos e funcionários da Universidade. Na ocasião, foram entregues exemplares da coletânea aos pesquisadores que participaram do catálogo deste ano. Foi com “satisfação grande”, como fez questão de ressaltar, que o reitor Dirceu de Mello se referiu ao catálogo: “Trata-se de um momento oportuno, logo

Bete Andrado / DCI

Thiago Pacheco

Lançamento do catálogo, no campus Perdizes após recente avaliação do Ministério da Educação (para renovação do reconhecimento da instituição) que apontou para a PUC-SP a nota máxima em ensino, pesquisa e extensão”, declarou. “Pelo segundo ano, a publicação reflete uma das faces de nossa atuação acadêmica, que é a pesquisa. É este tipo de atividade que faz grande a nossa

Universidade”. O professor André Ramos Tavares, pró-reitor de PósGraduação, ressaltou a importância de produzir uma nova edição da coletânea, dando continuidade ao trabalho iniciado em 2009: “Ao reunir e divulgar estas pesquisas, a publicação permite que os professores saibam o que seus colegas estão investigan-

do”, afirmou. Já a professora Marina Graziela Feldmann, pró-reitora de Graduação, falou sobre a importância de tornar públicos os trabalhos acadêmicos dos docentes, permitindo o surgimento de redes e conexões e o diálogo com a sociedade e outras universidades. “É um estímulo para que a pesquisa, na PUC-SP, seja cada vez mais a linha mestra da produção e da renovação do conhecimento”, completou. Com as informações resumidas sobre os estudos, Pesquisas PUC-SP explicita as convergências entre as áreas de conhecimento e os possíveis pontos de articulação entre as pesquisas. Além dos resumos, o catálogo traz objetivos, palavraschave, aplicações e as fases em que as investigações se encontram, nomes e contatos dos responsáveis, equipe, os financiamentos e apoios utilizados em cada projeto.

EDUCAÇÃO CONTINUADA – A partir deste ano, a produção do catálogo já conta com a participação da Pró-Reitoria de Educação Continuada. De acordo com a pró-reitora da área, professora Haydée Roveratti, o objetivo é introduzir de maneira sistemática a pesquisa na educação continuada, por meio das monografias das especializações. “Pretendemos também conseguir incentivo e apoio das agências de fomento para subsidiar as pesquisas realizadas nos cursos de educação continuada”, afirmou a professora Haydée. Neste ano, a elaboração do catálogo Pesquisas PUC-SP foi coordenada pelos professores Ana Maria Alfonso-Goldfarb e Maria Luiza Andreozzi (assistentes especializadas, respectivamente, das Pró-Reitorias de Pós-Graduação e de Graduação) e Luiz Guilherme Arcaro Conci (responsável

pela Coordenadoria Geral de Especialização, Aperfeiçoamento e Extensão e assistente especializado da Pró-Reitoria de Educação Continuada) e Ely Dirani (coordenador de Pesquisa), com assessoria das funcionárias Ana Maria Malagutti (coordenação técnica de apoio à pesquisa), Magali Fernandes (coordenação editorial), Adriana Marangoni e Elzanice Oleski (coleta de dados e operacionalização) e colaboração de Kátia Pereira, Rita de Cássia Miyagui e Sandra Acosta Soares. Para a coleta das informações, a equipe elaborou um pequeno roteiro que foi enviado aos professores; em alguns casos, o questionário foi reenviado para adaptar as respostas ao espaço editorial. ACESSE – O Pesquisas PUC-SP está disponível na biblioteca e, na versão online, pelo endereço www.pucsp.br/ pesquisas-seleta.

Mobilidade internacional Alunos bolsistas do ProUni farão intercâmbio em Portugal

Eduardo Vaz conversou com estudantes

Estudantes cursarão primeiro semestre de 2011 na Europa

Bruna Pretel

Bruna Pretel

Na noite de 8/11, a Liga de Pediatria da Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde organizou palestra com o tema A situação atual da pediatria no Brasil. O grupo convidou o médico Eduardo Vaz, presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) para falar a alunos, docentes, residentes e médi-

Vaz, presidente da SBP

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cos, no campus Sorocaba. Em sua apresentação, Vaz abordou a situação atual da Pediatria no Brasil e disse que o profissional com este perfil está sendo cada dia mais valorizado, em decorrência da importância da figura infantil para a sociedade contemporânea. Coordenadora da Liga de Pediatria da PUC-SP, a professora Izilda Tâmega afimou que os alunos participam de várias ações de atualização. “Temos que mostrar, desde o primeiro ano do curso, o que é a Pediatria. Talvez esta seja uma das palestras mais importantes para aqueles que desejam seguir a carreira”, disse. Para a presidente da Liga, a aluna Fernanda Trani, a palestra mostrou a magnitude da Liga de Pediatria da Universidade na representação dos alunos em relação à sociedade brasileira.

Priscila Lacerda No primeiro semestre de 2011, três alunos de graduação, bolsistas do ProUni, participam de intercâmbio internacional: José Maciel de Medeiros, do curso de Relações Internacionais, Isaque de Araújo, do Direito, e Janne Alves de Souza, graduanda em Publicidade e Propaganda. Todos foram contemplados pelo programa Fórmula Santander de Bolsas de Mobilidade Internacional. Junto com outros estudantes de graduação participantes do TOP UK Santander (leia mais na edição 27), Medeiros, Araújo e Janne foram recebidos pelo reitor Dirceu de Mello, no início de novembro. Medeiros irá para a Universidade de Coimbra, Araújo e Janne vão para a Universidade do Porto, ambas em Portugal. A seleção realizada levou

em conta critérios acadêmicos e sócio-econômicos. Esta é a primeira vez que o Fórmula é oferecido no Brasil. Na Espanha e na Inglaterra ele já é realizado anualmente. O objetivo é promover a mobilidade internacional de cem estudantes de diversas regiões do país. Para o reitor, a iniciativa do banco abre uma oportunidade magnífica aos estudantes. “Com o processo de globalização, não podemos ficar restritos às nossas fronteiras. Conhecer outras culturas tem uma importância extraordinária”, disse Dirceu, aos alunos contemplados. Medeiros espera que a nova experiência seja um marco em sua carreira profissional e amplie seus horizontes acadêmicos. “A mobilidade estudantil vem crescendo em todo o mundo, mas ela não é só uma tendência, é uma exigência a todos os estudantes que buscam maior aperfeiço-

Priscila Lacerda / DCI

Palestra Médico fala sobre Pediatria

Bolsistas são recebidos pelo reitor Dirceu de Mello amento pessoal e profissional”, ressaltou o estudante. A professora Renée Zicman, assessora de assuntos internacionais e institucionais da PUC-SP, considera que o Fórmula amplia as oportunidades de internacionalização dentro da Universidade. “A iniciativa do programa é muito importante porque permite mobilidade a alunos cuja condição econômica não permitiria realizar intercâmbio, se não houvesse este tipo de apoio”, afirma. Pelo programa, cada aluno recebe uma

bolsa de 5 mil euros, para arcar com os custos de transporte aéreo, hospedagem e despesas pessoais durante um semestre acadêmico. Os contemplados também terão a possibilidade de realizar estágios formativos no Santander. Sérgio Kogima, representante do Santander, reafirmou a busca do banco pela responsabilidade social. “Queremos contribuir com a educação, e é com orgulho que proporcionamos essas oportunidades”, disse Kogima.

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Recital de Natal: voz e piano na Biblioteca Dia 2/12, às 12h, na biblioteca do campus Perdizes, se realiza recital de Natal com o cantor lírico Paulo Menegon e a pianista Cristina de Campos. Haverá arrecadação de brinquedos novos para a Campanha Natal dos Sonhos. www.pucsp.br

04 Conhecimento

19º Encontro de Iniciação Científica reúne trabalhos de jovens Para alunos, pesquisa na graduação permite ir além dos conteúdos ministrados nos currículos dos cursos; confira nestas duas páginas

Durante o ano inteiro, alunos de todos os cursos da Universidade investigam. Eles buscam informações em livros, filmes, jornais, assistem a aulas e palestras, participam de trabalhos de campo, visitam instituições diversas e conversam com seus orientadores. Até que, finalmente, chega a hora de apresentar os resultados alcançados, durante o Encontro Anual de Iniciação Científica, que neste ano chegou a sua 19ª edição. Realizado no dia 27/10, o Encontro reuniu 334 pesquisas, 469 estudantes e 253 docentes orientadores, no campus Perdizes. Os trabalhos foram expostos em pôsteres (localizados nos 1º, 2º, 3º e 4º andares do prédio novo) e em 45 sessões coordenadas. Os estudos foram realizados em todas as áreas de saber existentes na Universidade. Na área da Saúde, alunas expuseram um balanço (características epidemiológicas, clínicas e laboratoriais) dos casos de dengue notificados em Sorocaba, entre 2002 e 2007; outros discutiram a correlação entre

Sessões coordenadas...

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Fotos: Thiago Pacheco / DCI

Thiago Pacheco

Painéis de exposição de trabalhos científicos, durante a Semana Acadêmica a classe social e a prática de atividade física, o desenvolvimento de técnicas para a aprendizagem de crianças surdas no ensino fundamental, entre outros temas. Em Antropologia, foram investigadas, por exemplo, as perspectivas da política indigenista brasileira e as ações estético-culturais e as práticas políticas de jovens urbanos. Estudantes de Relações Internacionais pesquisaram o peso do lobby próIsrael para os interesses estratégicos norte-americanos no Oriente Médio, a migração boliviana para o Brasil e os Direitos Humanos, a integração na fronteira Brasil-Paraguai por meio das cidades de Ponta Porã e Pedro Juan Caballero, entre outros temas. Nas Ciências Exatas, alunos de Engenharia Biomédica estudaram e propuseram sensores poliméricos para detecção de toxicidade de álcool e tabaco e estudantes de licenciatura em Matemática se envolveram com o ensino de modelos matemáticos de cálculo para economistas. FORMAÇÃO – Entre as diversas pesquisas, PUC em Notícias destaca três: uma de Direito, uma de Economia e uma do curso superior de tecnologia em

Gestão Ambiental. Além de ouvir os pesquisadores sobre seus trabalhos científicos ( leia mais na página ao lado), perguntamos a eles sobre a importância de pesquisar desde a graduação. “Ao realizar um estudo durante a graduação, podemos aprofundar os estudos em um tema de interesse, e obter uma visão que provavelmente não será dada no currículo ordinário da Faculdade”, consideram Douglas Macera Ray e Bruno Borges da Silva, alunos do último ano do Direito, que investigaram A Função Social da Propriedade e o Direito ao Patrimônio Mínimo na Constituição de 1988. “Além disso, com a pesquisa, desenvolvem-se habilidades que inexoravelmente auxiliarão o estudante durante a sua formação, e em sua vida profissional”, completam. William Marconi da Silva, estudante do sétimo semestre de Ciências Econômicas, concorda com o fato que a iniciação científica é uma oportunidade de ir além da formação curricular do curso. Ele, que estudou a Participação do Brasil nos Projetos de Infra-Estrutura Regional da América do Sul, afirma: “[A pesquisa] abriu meus horizontes sobre a impor-

tância do Estado para o crescimento e progresso da sociedade. Tive que ler livros que passariam despercebidos e tive a oportunidade de ter uma experiência acadêmica que agregou muito conhecimento à minha formação. O trabalho de iniciação científica é estressante em alguns momentos, na redação dos relatórios, mas depois de terminar você fica ansioso pela avaliação”. Silva considera a experiência tão importante que pretende se dedicar novamente à iniciação científica. “Você fica pensando em estudar com maior profundidade muitos temas em uma IC. Mesmo depois de todo o trabalho da primeira, estou preparando o projeto para uma próxima pesquisa”, conta. “Todos que tiverem a oportunidade devem fazer. Esse trabalho ajuda na formação, abre horizontes e agrega valor no currículo. E para os estudantes de Economia, também ajuda na monografia”. Já Aline Baldini Gutierrez, que fez a pesquisa Avaliação da contaminação de aqüíferos no Estado de São Paulo decorrente de atividades industriais, com Bruno Cesar Trostdorf, explica que decidiu fazer a IC porque se trata de um

“algo a mais” no currículo acadêmico. “Hoje um currículo básico não basta, as empresas procuram alunos que desenvolvem atividades extracurriculares”, avalia. Ela também mencionou os desdobramentos que o estudo pode proporcionar – tanto para o pesquisador como para a Academia: “Para o aluno, a produção de uma pesquisa permite ganhar conhecimentos específicos sobre um assunto de interesse e ganhar maturidade. Para a sociedade científica, uma pesquisa se torna um material a mais que pode viabilizar sua evolução”, avalia. No seu caso, a pesquisa despertou interesse nessa área “e, por causa dela, hoje eu curso Engenharia Agronômica, visando ganhar mais conhecimento técnico”. PREMIAÇÃO – No dia 7/12, às 18h30, será realizada no Tuca a cerimônia de premiação das pesquisas apresentadas no 19º Encontro de Iniciação Científica. Serão premiados alunos e professores orientadores, com melhor trabalho e menção honrosa. Os melhores trabalhos recebem convite para participar da Jornada Nacional de Iniciação Científica, que se realiza no encontro anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Em 2011, o evento será

na Universidade Federal de Goiás. SEMANA ACADÊMICA – O 19º Encontro de Iniciação Científica foi um dos eventos da 7ª Semana Acadêmica, que neste ano aconteceu entre os dias 25 e 29/10. Durante a Semana , realizaram-se também os 115 simpósios do 4º Congresso de Pesquisa Discente . Durante as atividades, coordenados por professores-doutores da Universidade, foram apresentados estudos realizados por cerca de 500 alunos de graduação e de pós-graduação stricto (mestrado e doutorado) e lato sensu (especialização), nas mais diversas áreas do saber.

Cartaz do Encontro

... também integraram a Semana Acadêmica

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TV PUC vence mais um concurso A TV PUC-SP foi contemplada novamente no programa História dos bairros, e produzirá um filme sobre o Butantã, com financiamento de R$ 100 mil (valor concedido pela Prefeitura paulistana). www.pucsp.br

05

ovens pesquisadores da PUC-SP

duas páginas alguns dos trabalhos apresentados durante o evento

Alunos: Aline Baldini Gutierrez e Bruno Cesar Trostdorf Orientador: Prof. Murilo Damato Curso: Gestão Ambiental Como surgiu a idéia, e como você desenvolveu esse problema inicial? Eu iniciei o curso de Gestão Ambiental com o intuito de trabalhar com áreas degradadas. Procurei então o meu orientador, o professor Murilo, e ele indicou trabalhar com alguns municípios de importância industrial como São Paulo, Paulínia, São José dos Campos e Cubatão. Eu selecionei Paulínia e São José dos Campos, e meus outros colegas escolheram São Paulo e Cubatão. Portanto esse estudo não foi esboçado em nenhum outro já feito. Como foi fazer a pesquisa, como era seu cotidiano de trabalho? Foi uma pesquisa difícil, pois demandava conhecimento técnico e o curso da PUC-SP tem uma ênfase

na área de Humanas. No geral o meu trabalho era ir ao Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), à Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) para ler alguns documentos e, baseado neles, eu desenvolvia os textos apresentados nos relatórios da pesquisa. Eu conhecia a região na qual meu estudo foi desenvolvido, mas também usei o programa de satélite para identificar características das áreas contaminadas que estavam em estudo. Quais os resultados a que você chegou? Em uma visão geral eu pude constatar, nas áreas contaminadas, a relação entre seus fatores físicos, os contaminantes ali presentes e a condição sanitária da população em torno das áreas. Especificamente falando constatei que, em algumas áreas de Paulínia, tanto a população moradora como a de trabalhadores teve sua qualidade de vida alterada. Na maioria dos casos a exposição é crônica, resul-

tando em sintomas como dores de cabeça. As principais rotas de exposição nas áreas do município se dão pela inalação de contaminantes voláteis e ingestão de águas subterrâneas, principalmente em chácaras e unidades fabris, abastecidas por poços locais. As principais causas de contaminação das áreas foram: disposição inadequada de resíduos perigosos e falha no sistema de proteção sanitária de poços. São José dos Campos se mostrou uma região muito vulnerável à contaminação de águas subterrâneas, correspondendo a 92% das áreas contaminadas. Sua ocupação espacial forma um mosaico de zonas industriais, residenciais e comerciais, e dessa forma uma área contaminada facilmente compromete a qualidade de vida da população adjacente. Como a ingestão de águas subterrâneas comprometidas é a principal rota de exposição, o abastecimento público evita o consumo dessas águas.

A Função Social da Propriedade e o Direito ao Patrimônio Mínimo na Constituição de 1988

Bete Andrade / DCI

Avaliação da contaminação de aqüíferos no Estado de São Paulo decorrente de atividades industriais

Alunos: Douglas Macera Ray e Bruno Borges da Silva Orientador: Prof. Luiz Alberto David Araújo Curso: Direito Como surgiu a idéia, e como vocês desenvolveram esse problema inicial? Tínhamos interesse em pesquisar individualmente temas correlatos. O Bruno iria desenvolver sua IC

a respeito da Função Social da Propriedade na Constituição de 1988 e eu, Douglas, pesquisaria sobre o Mínimo Existencial na Constituição de 88. Aconselhados pelo orientador, percebemos que os temas tinham muitos pontos de conexão, e ficaria interessante estudá-los conjuntamente. Assim, resolvemos unir esforços e desenvolver um só projeto abrangendo as duas temáticas, que acabaram se complementando.

Como foi fazer a pesquisa, como era seu cotidiano de trabalho? A pesquisa consistiu, majoritariamente, na leitura de obras doutrinárias que analisavam as normas constitucionais a partir de uma visão social, focalizando o estudo na importância da propriedade rural e na sua função social para alcançar uma sociedade menos desigual, garantindo o mínimo existencial aos indivíduos. Ademais, foram pesquisadas decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) relacionadas a essa temática, buscando compreensão sobre o papel da Suprema Corte brasileira na solução dos litígios envolvendo a propriedade rural. Quais os resultados a que vocês chegaram? Concluímos, após o desenvolvimento do estudo, que a função social da propriedade rural funciona como instrumento hábil a possibilitar o acesso ao direito de propriedade que, por sua vez, garante o patrimônio mínimo, indispensável a uma vida com dignidade.

Participação do Brasil nos Projetos de Infra-Estrutura Regional da América do Sul

Aluno: William Marconi da Silva Orientadora: Profa. Regina Gadelha Curso: Ciências Econômicas Como surgiu a idéia, e como você desenvolveu esse problema inicial?

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A idéia de fazer uma IC foi estimulada por diversos professores, todos eles ressaltavam a necessidade de nos aprofundarmos nos estudos para termos uma formação com maior solidez. As primeiras conversas de como desenvolver e determinar o tema de uma IC tive com o

professor José Geraldo Portugal. Inicialmente eu tinha a intenção de fazer iniciação sobre crédito para as classes baixas e conversei com o professor Giuliano Contento de Oliveira, mas ele teve que se afastar da PUC-SP para concluir o doutorado. Em uma conversa com a professora Regina Gadelha, comentei sobre a vontade de fazer uma IC. Ela já tinha uma linha de pesquisa no CNPq, vinha estudando a integração da America Latina, a Iniciativa para Integração da Infraestrutura Regional Sul-Americana (IIRSA), e iria começar a estudar o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O objetivo da pesquisa foi o de analisar as políticas macroeconômicas e a falta de coordenação no Brasil para efetivação do Programa, pri-

meiro fazendo uma leitura de clássicos do assunto e depois levantando dados sobre o PAC. Como foi fazer a pesquisa, como era seu cotidiano de trabalho? Para o meu trabalho de IC foi necessária a leitura de alguns clássicos da economia sobre planejamento e desenvolvimento. Nos anos 1950 e 60 foram escritas muitas obras sobre o assunto, eram livros sobre teoria e sobre a experiência brasileira no assunto. Li Celso Furtado, Keynes, Betty Mindlin, Carlos Lessa, Darc Costa e outros. Essas obras foram a base para a construção inicial do meu conhecimento sobre o assunto, a importância de um projeto de desenvolvimento e como se estrutura o planejamento.

Para levantar os dados sobre o PAC foi necessário recorrer a fontes de governo, os balanços trimestrais, e usar jornais e sites (Valor Econômico, O Estado de S.Paulo, ministérios do governo federal...). A atualidade do assunto tornou mais complexa a pesquisa. Quais os resultados a que você chegou? Ficou claro que o Programa está aquém das necessidades para o crescimento do Brasil, em alguns setores teria que ser dez vezes maior para atender a demanda. Também que as atuais políticas macroeconômicas inviabilizam o crescimento do país no longo prazo, tornando o atual crescimento atípico. Vimos que o Governo distorce a realidade, ou seja, manipula os resultados para apresentar o Progra-

ma como satisfatório; mas na realidade, muitas obras estão atrasadas e ficarão prontas ao longo dos próximos quatro anos – quando o plano inicial era concluir todas as obras agora em 2010. O Brasil precisa adotar políticas macroeconômicas que favoreçam nosso crescimento no longo prazo e não favoreçam apenas o capital internacional que vem especular no nosso país. O Governo Lula teve sorte de bom momento da economia mundial, tivemos progressos em todo o país, mas pequenos comparados com o potencial que o Brasil apresenta. O Estado deve atuar favorecendo o crescimento da sociedade, reduzindo as crises cíclicas.

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Professora lança livro sobre mascotes Clotilde Perez (Depto. Administração) acaba de lançar o livro Mascotes, semiótica da vida imaginária (ed. Cengage Learning). A obra é resultado de seu pós-doutorado e de alguns anos de pesquisa. www.pucsp.br

07 Semana de Tecnologia

Alunos das Engenharias criam robôs para competição Atividade realizada anualmente na Faculdade de Ciências Exatas e Tecnologia teve foco, em 2010, no tema da acessibilidade

Fios, porcas, parafusos, circuitos, botões, pneus... Todos os anos, os alunos de primeiro ano dos três cursos de Engenharia da PUC-SP (Elétrica, Biomédica e de Produção) são convidados a animar esses materiais inanimados. Divididos em equipes de até quatro pessoas, eles começam a trabalhar e a criar os robôs que irão representá-los na competição que fecha a Semana de Tecnologia da Faculdade de Ciências Exatas e Tecnologia (FCET). Neste ano, 64 alunos (16 equipes) aceitaram o desafio. “Nosso objetivo é incentivar os estudantes a desenvolverem projetos desde o início da graduação”, explica o professor Luiz Carlos de Campos, diretor da FCET. “Para a competição de 2010, o coordenador da atividade teve a idéia de agregar a ela o tema da acessibilidade. Incluímos como foco as tecnologias assistivas porque esperamos despertar nos alunos o interesse em projetar equipamentos eletromédicos que auxiliem pessoas com deficiência motora”. Segundo o professor Luiz Augusto Lopes, coordenador da atividade, trata-se de uma competição de criatividade

em que os participantes devem construir objetos que respondam às necessidades do evento. “Parece simples, mas é um cenário parecido com a vida profissional do engenheiro. Há um problema para resolver, é preciso trabalhar em equipe, com um líder. Eles deverão discutir e decidir a maneira mais adequada de solucionar a questão e, além disso, precisarão de embasamento técnico para resolver a tarefa, montando o conjunto dentro de uma restrição financeira e de material”, completa. De início, diz Campos, os alunos “não dão muita bola” para o evento – até que a competição vai se aproximando. “Aí eles começam a se empolgar, vão atrás de material, pensam em como melhorar os protótipos...” No dia do evento (neste ano, a noite de 29/10, véspera de feriadão), após a checagem das configurações de cada robô, os equipamentos são apresentados na arena montada no palco do auditório do campus Consolação. Desfile de estilos, cada um exibe algo que o destingue dos demais: um é todo preto, outro ostenta uma carroceria de caminhonete plástica e um cavalo na caçamba, um apresenta cobertura verde, outro uma

haste controlada que sobe, desce e dança (controlado pelo representante da equipe) junto com a música que toca no auditório... Daí em diante a competição toma o espaço da criatividade e a empolgação passa a ter um caráter mais sonoro. Durante a primeira etapa, classificatória, o clima está morno. Nesse momento inicial, os carrinhos devem ultrapassar um obstáculo de madeira e contorná-lo em seguida, voltando ao ponto de partida; o tempo é medido e serve para emparelhar as disputas da segunda fase, eliminatória. É a partir desta etapa que, para competidores e torcedores, a atividade vai ganhando contornos épicos. Os embates ao estilo “mata-mata” necessariamente opõem as equipes e fazem subir a temperatura

da competição. Agora, cada robô precisa passar por obstáculos, subir uma rampa e posicionar-se sobre uma marca quadrada; vence aquele que permanecer no local (ou estiver mais perto dele) ao final da contenda de um minuto e meio. Vez ou outra, a situação esquenta para o professor Lopes. Cumprindo seu papel de mestre de cerimônias com a solenidade que a ocasião exige, o docente vê sua eqüidistância em relação aos competidores ser questionada toda vez em que a comissão organizadora (ele e mais dois alunos) é instada a se debruçar sobre alguma questão não prevista no regulamento – como o desempate no caso de os dois protótipos saírem do espaço delimitado para a arena. Após cada partida, as equi-

Fotos: Thiago Pacheco / DCI

Thiago Pacheco

Equipes realizam últimos ajustes antes da disputa

pes perdedoras dão nova configuração às torcidas. Aos poucos, o número de participantes vai diminuindo e dois grandes grupos se formam: aquele que quer a vitória dos alunos de Engenharia de Produção versus aquele integrado por alunos dos cursos de Biomédica e Elétrica. Coisas do destino, classificam-se para a final justamente uma equipe de cada torcida; uma melhor de três aponta a vitória do robô dos 666 from Hell sobre o protótipo dos Canabi’s (a equipe Zangief ficou em terceiro lugar). Uma parte do auditório comemora – fazia três edições que uma equipe da Engenharia Elétrica não levava a competição – enquanto a outra deixa o local. Definido o quarteto vencedor (Victor Galceron, Danilo Martins da Silva, Magdiel Santos de Lima e Luiz Gustavo Telles, mais o “quinto elemento” Fabio Luis Fernandes Azarias, que ajudou a equipe), o espírito esportivo e o cavalheirismo aos poucos retornam ao auditório, o que leva as duas equipes a se abraçarem. O diretor Campos anuncia: cada um dos quatro membros do grupo 666 from Hell receberá um prêmio de mil reais, verba obtida junto ao Conselho de Administração da Universidade (Consad). O

Robô de uma das equipes Centro Acadêmico de Ciências Exatas também distribuirá recompensas, “para incentivar o aluno ingressante a participar do evento e se integrar no mundo da Engenharia”, de acordo com Fernando Henrique Lopes, membro da Diretoria. Para os vencedores, um aparelho de GPS; aos vices, um aparelho de MP4; e para a equipe que ficou em terceiro lugar, um pen drive de 8G. Ao final, no palco, o repórter tenta uma declaração dos vencedores. Nenhum, porém, consegue pensar em algo a dizer – naquele momento, a criatividade deles finalmente descansava.

Saúde Alunos da Medicina orientam população de Sorocaba sobre alimentação saudável Na manha de 7/11, cerca de 20 alunos do 1º ano de Medicina realizaram na Praça Laudelino do Amaral, no bairro Nova Sorocaba, o projeto Domingo Saudável. Cerca de 200 pessoas passaram pelo local e puderam ter sua pressão arterial aferida, submeterem-se ao teste de glicemia e receberem orientações para uma alimentação mais saudável. Além disso houve degustação de receitas acessíveis, práticas, saudáveis e nutritivas. A idéia do projeto surgiu dentro das atividades desenvolvidas pela disciplina de Prática e Atenção à Saúde

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(PAS), onde os alunos são estimulados a desenvolver projetos de promoção à saúde, a partir de dificuldades enfrentadas por determinadas comunidades. “O objetivo é que

os alunos façam um diagnóstico da saúde pelo bairro”, explica a professora responsável pela ação, Edith Di Giorgi. DIETA – Para realizar o

Bruna Pretel

Bruna Pretel

Estudantes atendem moradores de Sorocaba

projeto, os alunos envolvidos visitaram as residências de pessoas com casos de hipertensão e diabetes na família e notaram que a principal dificuldade é controlar a dieta alimentar. “Por isso, resolvermos fazer esse evento na praça e divulgar para as pessoas a possibilidade de uma alimentação saudável e barata”, afirma a professora. Segundo a estudante Nathália Duarte Corbera, muitas das famílias visitadas não faziam o controle adequado das doenças, principalmente no que se referia ao regime alimentar. “O excesso de sal e açúcar na alimentação dessas famílias prova a desorientação, por isso trouxemos receitas com baixo custo e muito

saudáveis para portadores de diabetes e hipertensão, como suco de couve, patê de berinjela, gelado de melancia”, conta. Também foram distribuídas cartilhas com receitas e dicas para adequar os hábitos alimentares. APROVADO – Para a comunidade, o evento foi aprovado. Os participantes garantiram que colocarão em prática tudo o que aprenderam. “Vou fazer tudo em casa, pois meu marido é hipertenso e essas dicas vão nos ajudar muito”, afirmou Selma Rodrigues, moradora do bairro. Já Maria Estela da Cruz, aprovou e sugeriu que eventos para orientar a população aconteçam com mais

freqüência. “Adorei tudo o que aprendi aqui e acho que isso devia acontecer sempre, pois é uma forma de conscientizar a população e mostrar opções de um cardápio variado”. O evento Domingo Saudável contou com a parceria da Universidade Paulista (Unip), através de docente e alunos de Nutrição; equipes do Sesi Sorocaba, com palestras sobre hábitos saudáveis de alimentação; Prefeitura Municipal, com o Ônibus da Mulher e o Ônibus do Homem e Secretaria do Meio Ambiente (Sema), com a doação de mudas (ipê roxo, ipê amarelo e amora) e orientações sobre como montar uma horta em casa.

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Encontros de dança Dia 7/12, às 20h, no Tucarena, dentro do projeto Encontros de Dança, a Cia. Domínio Público apresenta o espetáculo Um corpo impossível. Entrada franca. www.pucsp.br

08 Patrimônio

Campus Consolação é tombado pelo Condephaat Thaís Polato

CRIATIVIDADE – A criatividade de Rino Levi foi essencial para contornar as circunstâncias da época da construção do prédio – em plena Segunda Guerra Mundial, quando era quase impossível obter materiais como aço em larga escala –, e conseguir erguer o edifício que virou referência arquitetônica no país. Como forma de compensar a falta de aço, ele projetou dobras para a

Divulgação

Quem nunca foi ao campus Consolação, na rua Marquês de Paranaguá, 111, não conhece ainda uma das obras arquitetônicas mais interessantes da cidade de São Paulo. Inaugurado em 1942, o prédio tem a assinatura do arquiteto paulista Rino Levi (1901-1965), nome da vanguarda modernista e responsável por obras como o Teatro Cultura Artística, Hospital Albert Einstein e o prédio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). No início de novembro, sete obras de Levi, incluindo o campus da PUC-SP, foram tombadas pelo Conselho de Defesa do patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico (Condephaat). O edifício foi encomendado ao arquiteto pelas Cônegas de Santo Agostinho, para abrigar o Instituto “Sedes Sapientiae” (leia box ao lado). Instituto educacional para mulheres, fundado em 1933, o “Sedes Sapientiae” abriu as portas com apenas oito alunas. No início da década de 40, o número de matriculados estava na casa dos 300 e

as instalações do Colégio Des Oiseaux, na rua Caio Prado, paralela à Marquês de Paranaguá, ficaram pequenas. As freiras, então, pediram a Levi, conhecido por valorizar o funcionalismo sem descuidar da estética, que fizesse o projeto de um novo prédio para abrigar suas atividades. O arquiteto, que fez seus estudos na Itália – passou pela Academia de Brera, em Milão, e se formou em 1926, na Escola Superior de Arquitetura em Roma –, desenhou salas de aula claras e espaçosas, anfiteatro, laboratórios, biblioteca, ambiente para estudos e belos jardins, além da ala de internato, para as estudantes que vinham do interior.

Rino Levi valorizou luminosidade natural para os ambientes

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Fotos: Acervo DCI

Prédio é de autoria de Rino Levi e foi considerado patrimônio, em conjunto com outras seis obras do arquiteto

Criatividade para driblar escassez levou arquiteto a criar dobras na estrutura e pilares largos estrutura, conseguindo de maneira alternativa, a rigidez necessária à laje, que ganhou um desenho inovador. Os pilares também são maiores do que o comum. Para obter luminosidade no edifício, característica marcante em suas obras, Levi também teve que adaptar-se às condições da época. Os enormes planos de vidro do prédio são, na verdade, compostos por pequenos elementos. Feitos em concreto, os quadrados que sustentam os vidros não têm aço dentro, mas arame. O elemento vazado é feito de areia, cimento e vidros pequenos, materiais acessíveis no Brasil naquele momento. A estrutura é repetida inúmeras vezes e o resultado, além de estético, permite a entrada de luz no ambiente. A busca da simplicidade nas formas é evidente. Levi opta por valorizar a superfície sem elementos decorativos, embora haja corrimãos e os grandes planos de elementos vazados também valorizem o prédio. “Era uma intenção plástica. Houve a troca de elementos decorativos clássicos da arquitetura dos anos 20 e 30 por uma arquitetura despojada”, afirma o arquiteto Paulo Bruna, que trabalhou como estagiário no escritório de Levi, em 1962, e como profissional, entre

1971 e 1991. O campus Consolação foi o ponto de partida para a segunda fase do conjunto da obra de Levi. Depois de projetar as obras como o cine Art Palácio, também na região central de São Paulo, que misturavam as influências de sua formação acadêmica italiana a uma inspiração na arquitetura alemã, ele, apesar da escassez de materiais da época, se renova, característica marcante de sua personalidade e de sua trajetória profissional. PROJETO INOVADOR – Até os anos 40, as escolas foram projetadas no Brasil com idéias concebidas no século 19. Eram grandes edifícios marcados pela simetria: um hall de entrada que levava a corredores laterais com salas de aula em ambos os lados. Um exemplo desse tipo de construção é o colégio Caetano de Campos, na Praça da República. Rino Levi, por ter estudado na Itália e representar novas correntes de pensamento, abandona essa forma pré-concebida. Idealiza seus projetos para atender às atividades a que serão destinados, com o máximo de funcionalidade. O arquiteto Paulo Bruna diz que Levi planejou o edifício “Sedes Sapientiae” de acordo com o programa didático da escola. “Foi uma

feliz interpretação arquitetônica para uma pedagogia que também se pretendia inovadora e aberta. Essa simbiose perfeita é que lhe dá importância”. As fotos da época mostram as alunas estudando ou conversando, sempre em clima de descontração. “Tenho certeza de que a arquitetura do local influenciou nesse clima leve entre as pessoas. Ainda hoje, o local conserva em boa par-

te seu frescor e luminosidade, clareza de circulação e as proporções corretas para suas atividades”, ressalta Paulo Bruna. Também foi no prédio que Levi realizou pela primeira vez a experiência de utilizar elementos que protegem a construção contra a excessiva incidência solar. O prédio foi beneficiado por temperatura agradável e circulação de ar constante. As salas de aula são relativamente grandes e têm portas altas. Para evitar que ficassem muito expostas ao sol, Levi posicionou o prédio numa orientação na qual, à tarde, o sol chega somente aos corredores. As salas de aula recebem o sol da manhã e não esquentam demais. Cuidados e detalhes que eram inovadores para aquela época. “Atualmente, eles estão estabelecidos, são básicos e indiscutíveis”, afirma Paulo Bruna. A convivência no campus também é valorizada pela vegetação que circunda o prédio: um belo jardim tropical projetado pelo paisagista Burle Marx (19091994).

Edifício foi doado à PUC-SP em 1971 O Instituto “Sedes Sapientiae” agregou-se à Universidade, em 1947, assim como já vinham fazendo outras instituições de ensino superior. O “Sedes Sapientiae” havia sido criado para dar formação universitária às filhas da elite paulista. Uma publicação do Instituto, da época em que foi criado, demonstra bem esse espírito: “...diante da instabilidade e da confusão do mundo moderno, cumpre à mulher aparelhar-se de recursos que lhe permitam arrostar a luta pela existência, sem abandonar por isso as preocupações de uma ‘cultura desinteressada’, pois será esta ‘o melhor preparo à sua vocação’”. O texto lembra que “em época mais afastada, se bem que relativamente próxima, foi impossível a muitas realizar, como seria seu desejo, o desenvolvimento superior de suas faculdades: a isto se opunha a falta de um ambiente propício à conservação de sua fé religiosa e de sua formação moral. Estão hoje afastados esses perigos; e para tornar a mulher mais consciente de sua responsabilidade é-lhe oferecido o estudo em uma Faculdade Superior Feminina...”. No início da década de 70, a PUC-SP convidou as faculdades agregadas, que se subordinavam apenas ao Conselho Universitário, a se ligarem também administrativamente. O “Sedes” foi uma das instituições que aceitou a proposta. A sua incorporação incluiu a doação à Universidade do belo prédio construído por Rino Levi.

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