Edição 11

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Reprodução

Projeto Giclée traz artistas plásticos ao Tuca

Mestrado e doutorado Inscrições abertas para 2010

Artistas consagrados e novos expõem e vendem suas peças a preços mais acessíveis no Tuca, até 12/11. A ação ocorre dentro do projeto Giclée, uma técnica de gravura moderna e inovadora de impressão digital a jato, de alta resolução, que reproduz originais com fidelidade.

Até 13/11, estão abertas as inscrições para os cursos de pós-graduação da PUC-SP, referentes ao primeiro semestre de 2010. Veja a lista completa das áreas oferecidas e conheça os editais de seleção pelo site www.pucsp.br/pos. Informações: (11) 3670-8526 ou pelo e-mail alunospos@pucsp.br.

Gravura Ao todo, participam 36 artistas que estiveram na OFF Bienal 2008 e foram selecionados pelo curador e crítico de arte Carlos von Schmidt. Entre outros, será possível ter acesso a obras de Ivald Granato, Antonio Peticov, Cláudio Tozzi, Guto Lacaz e Gustavo Rosa. A entrada é gratuita. |pág.7

www.pucsp.br Ano 1 Número 11 1ª quinzena outubro - 2009

Jornal quinzenal da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Ex-aluno Entrevistamos Rafael Cortez

Guia do Estudante 2009

Thiago Pacheco / DCI

Aumenta número de cursos da PUC-SP com 5 estrelas Instituição ainda concorre ao prêmio Melhores Universidades 2009

A premiação Melhores Universidades 2009, do Guia do Estudante (Ed. Abril), concedeu estrelas para 25 cursos da PUC-SP (um a mais que na avaliação do ano passado). Este ano, sete graduações tiveram a pontuação máxima de cinco estrelas (dois a mais em relação a 2008): Ciências Contábeis,

Cátedra Direito dos refugiados A Cátedra Sérgio Vieira de Mello promoveu, no último dia 23/9, a exibição do filme Sérgio Vieira de Mello – A caminho de Bagdá, de Simone Duarte, seguida de debate com a professora Eloisa Arruda (Fac. de Direito). A docente, que trabalhou com Vieira de Mello no Timor Leste em 2001, falou sobre aspectos do direito internacional dos refugiados na atualidade. Criada pelo Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) para aproximar as universidades da temática dos refugiados, a Cátedra Sérgio Viera de Mello tem objetivos acadêmicos (ensino e difusão do tema) e sociais (auxílio e apoio à integração local de refugiados na comunidade). A Cátedra presta ainda uma homenagem ao diplomata brasileiro que, depois de dedicar parte de sua vida à causa dos refugiados, morreu em atentado terrorista contra o escritório da ONU, em Bagdá (Iraque), em agosto de 2003. |pág.4

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Direito, Geografia, Jornalismo, Pedagogia, Psicologia e Serviço Social; com quatro estrelas, ficaram: Administração, Ciências Atuariais, Ciências Econômicas, Ciências Sociais, Comunicação das Artes do Corpo, Enfermagem, Filosofia, Fonoaudiologia, História, e Publicidade e Propaganda; com três: Ciências da Computação, Comunicação em Multimeios, Engenharia Elétrica, Física, Medicina, Rela-

ções Internacionais, Secretariado Executivo Trilíngüe e Turismo. Além das estrelas, a PUC-SP é finalista de duas categorias da premiação Melhores Universidades 2009. Em As melhores por área de conhecimento – escolas privadas, a Universidade concorre nas sub-categorias Administração e Negócios e Ciências Sociais e Humanas. Os vencedores serão anunciados dia 27/10). |pág.4

Semana Acadêmica divulga saber produzido pelos alunos

Jornalista ouve alunas para matéria da TV PUC, no final de setembro Repórter do CQC, programa exibido às segundas-feiras pela TV Bandeirantes, Rafael Cortez concedeu entrevista exclusiva ao jornal PUC em Notícias. Nesta edição, o jornalista de 32 anos, formado pela PUC-SP, conta

como fez para entrar no programa, por que escolheu a Universidade para estudar, sua paixão pela música e, sobretudo, se define: “sou verborrágico, inquieto, prolixo, inconstante, investigativo, enfim, um cara tomado de coisas”. |pág.8

Conselho Universitário Paulo de Barros Carvalho recebe título de professor emérito Docente tornou-se o único do país a ter o título pela PUC-SP e pela USP Acervo DCI

Thiago Pacheco

Encontro de Iniciação Científica de 2008 De 19 a 24/10, se realiza a 6ª Semana Acadêmica, com o tema Pesquisa: Direitos Humanos, Tecnologias e Inserção Social. A semana reúne o 3º Congresso de Pesquisa Discente e o 18º Encontro de Iniciação Científica (dia 21/10). Durante o 3º Congresso de Pesquisa Discente, haverá apresentação de estudos de graduação e de pós-graduação. Os simpósios são abertos para

alunos ouvintes. Já o 18º Encontro de Iniciação Científica reunirá 349 pesquisas. Participarão do evento 485 estudantes expositores e 282 docentes orientadores. A abertura do evento acontece às 9h, no Tuca. Os alunos apresentarão os resultados das pesquisas, desenvolvidas no período 2008-2009, em pôsteres no Prédio Novo (campus Monte Alegre) e em 47 sessões coordenadas. |pág.4

Na noite de 21/9, o Conselho Universitário (Consun) realizou sessão solene no Tuca para entrega do título de professor emérito a Paulo de Barros Carvalho, docente do Departamento das Relações Tributárias, Econômicas e Comerciais e coordenador do Pós-Graduação em Direito. A homenagem foi proposta pela Associação de Pós-Graduandos (APG). Paulo de Barros Carvalho dá aulas na PUC-SP há 39 anos. Em junho, também recebeu o título de professor emérito pela USP, tornando-se assim o único a ter a honraria pelas duas principais escolas jurídicas do país. Ambos representam o coroamento de uma longa e frutífera carreira nas áreas de Direito Tributário e Direito Público.

Livre-docente e pós-doutorado pela PUC-SP, Paulo de Barros Carvalho é autor de inúmeros livros, artigos e pareceres, além de ser fundador e presidente do Instituto Brasileiro de Estudos Tributários. Além da carreira profissional do professor, aspectos de sua personalidade foram exaltados durante a cerimônia, marcada por homenagens. “Sigo sempre um lema que me foi passado pelo professor Lourival Vilanova, ‘a estratégia do respeito’. O respeito pelo próximo realiza um princípio ético fundamental. Quando ouvimos alguém, nos credenciamos para ser ouvidos também”, afirmou o professor. Ao longo de sua história, a PUC-SP já concedeu 14 títulos de professor emérito. |pág.3

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Direito Dia 21/10, às 18h30, o professor Antonio Marcio da Cunha Guimarães lança o livro Tratados internacionais (editora Aduaneiras), na Livraria Cultura do Conjunto Nacional (av. Paulista, 2.073). www.pucsp.br

02 Editorial

Instituições católicas

Rafael Cortez está insatisfeito. Aos 32 anos, o repórter do programa CQC revelou em entrevista exclusiva às jornalistas Priscila Lacerda (texto) e Bete Andrade (fotos) que se sente feliz com o que conquistou, mas não quer se acomodar. “Em cada fase da minha vida sou insatisfeito com alguma coisa. Enquanto eu for angustiado, inquieto e agitado vou estar num bom caminho”, afirma o jovem, formado em jornalismo pela PUC-SP. Rafael revela que escolheu a Universidade porque “queria estudar num lugar com pessoas legais, história e tradição”. Além da entrevista publicada nesta edição, vale a pena consultar um álbum de fotos do jornalista no blog http://blog.pucsp. br/pucemnoticias.

Reitores se reúnem no Chile

Outro tipo de inquietação, a política, marcou profundamente o movimento estudantil durante o regime militar (1964-1985), levando alunos da PUC-SP a lutar por um país mais justo. No último dia 22/9, o ministro Paulo Vannuchi (Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República) esteve na Universidade para homenagear cinco ex-alunos que pagaram com suas próprias vidas a insatisfação com os rumos do país naquela época. Vannuchi inaugurou um memorial em homenagem aos estudantes, que pode ser visto no saguão do Tucarena. Ainda nesta edição, é possível conferir a história vitoriosa de um bacharel em Direito pela PUC-SP que há quase 40 anos é docente da Universidade: o ex-aluno Paulo de Barros Carvalho, que acaba de receber o título de professor emérito. Boa leitura!

1ª quinzena de outubro - 2009 Grão-Chanceler: Dom Odilo Pedro Scherer Reitor: Dirceu de Mello Vice-reitor: Antonio Vico Mañas Pró-Reitores: André Ramos Tavares (Pós-Graduação) Haydee Roveratti (Educação Continuada) Hélio Roberto Deliberador (Cultura e Relações Comunitárias) José Heleno Mariano (Planejamento, Desenvolvimento e Gestão) Marina Graziela Feldmann (Graduação) Chefe de Gabinete: Cláudio José Langroiva Pereira Diretora da Divisão de Comunicação Institucional: Eveline Denardi (MTb 27.655) Edição: Thaís Polato (MTb 30.176) Reportagem: Bete Andrade Eveline Denardi Priscila Lacerda Thaís Polato Thiago Pacheco Assistente-administrativa: Vera Lucas Projeto Gráfico e Editoração: Núcleo de Mídias Digitais Impressão: Artgraph Tiragem: 2 mil exemplares Redação: Rua Monte Alegre, 984, sala T-34 Perdizes, São Paulo, SP CEP 05014-901 Tel.: (11) 3670-8196 E-mail: comunicacao@pucsp.br

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Divulgação

A inquietação que move Rafael Cortez é uma característica dos alunos da PUC-SP, seja na vida profissional, acadêmica e até mesmo política. Tal sentimento se revela, por exemplo, na 6ª Semana Acadêmica, que se realizará entre os dias 19 e 24/10. O evento reúne a pesquisa produzida pelos alunos e professores da Universidade e tem como tema Pesquisa: Direitos Humanos, Tecnologias e Inserção Social. A Semana Acadêmica integra o 3º Congresso de Pesquisa Discente (de 19 a 24/10) e o 18º Encontro de Iniciação Científica (dia 21/10).

Professor Dirceu de Mello esteve em Antofagasta entre 14 e 16/9

Encontro reuniu dirigentes e professores de países da América Latina e do Caribe Thaís Polato As orientações da encíclia Caritas in veritate serviram este ano de mote para o XV Encontro de Reitores de Universidades Católicas da América Latina e do Caribe. Realizado na Universidade Católica do Norte, em Antofagasta, no Chile, entre 14 e 16/9, o evento contou com a presença do reitor Dirceu de Mello. “Pude perceber o respeito que as instituições têm

pela PUC-SP”, disse o professor. O encontro contou com 78 participantes, entre dirigentes e professores de diversos países, que abordaram questões de interesse das escolas superiores católicas para fixar rumos, orientações e maneiras de proceder, com base na encíclica publicada este ano pelo Papa Bento XVI (leia reportagem sobre o documento na pág. 5). Entre as diretrizes retiradas

do encontro, estiveram duas sugeridas pelo reitor Dirceu de Mello. “A primeira diz respeito ao fato de que, para sensibilizar o jovem para a encíclica, é preciso que seus postulados básicos sejam traduzidos para uma linguagem mais acessível”, disse o professor. EXPERIÊNCIA - A outra sugestão foi uma maior abertura das instituições católicas. “Neste caso, levei mais do

que uma sugestão, mas uma experiência bem-sucedida. Na PUC-SP, temos a diversidade de credos presente e respeitamos isso, mas sem perder de vista que somos uma universidade católica, sem agredir aqueles postulados que orientam a organização”, afirmou o reitor. O próximo Encontro de Reitores de Universidades Católicas da América Latina e do Caribe ocorre em 2010, em El Salvador.

Lei Antifumo Universidades comunitárias

Inovação

PUC-SP é multada

Fórum na PUC-RS debate extensão e serviços

No dia 18/9, às 20h40, a PUC-SP recebeu multa de R$ 792,50 após agentes do Procon terem flagrado pessoas fumando no campus Monte Alegre, em frente às salas 109, 222-E, 316 e 502 do Prédio Novo. Os fiscais (que vieram à Universidade após terem recebido quatro denúncias) localizaram também bitucas em diversos locais do Prédio Novo. “A maioria dos fumantes respeita a lei. A Universidade pagou pela falta de cidadania de alguns integrantes da comunidade. A responsabilidade de zelar para que nossa Universidade não fique vulnerável a novas sanções é de todos”, afirmou Hélio Deliberador, pró-reitor de Cultura e Relações Comunitárias. Caso a Universidade seja autuada novamente, o valor da multa dobra. A sanção seguinte seria fechar a Instituição por dois dias seguidos e, em caso de outra reincidência, por um mês.

A melhora qualitativa da educação brasileira nos níveis fundamental e médio é o principal desafio apontado para as universidades comunitárias durante a 16ª edição do Fórum Nacional de Extensão e Ação Comunitária das Universidades e Instituições de Ensino Superior Comunitárias (ForExt), realizado em conjunto com a XI Assembléia Nacional, em Porto Alegre, de 21 a 23/9. Organizado pela PUC-RS, o evento contou com a participação do professor Hélio Deliberador, pró-reitor de Cultura e Relações Comunitárias da PUC-SP e teve como tema Marco Regulatório da Extensão: contribuições das IES Comunitárias. “A experiência foi muita rica. É importante estabelecer contato com o que as outras universidades comunitárias têm realizado em sua principal interface com a sociedade, que é a área de extensão, e assim es-

No 13/10, PUC-SP e Prefeitura de São Paulo dão continuidade ao seminário Planejamento, produção, distribuição e avaliação de cursos para capacitação de servidores públicos, no Tuca. Das 13 às 18h, haverá a consolidação de propostas para direcionar a implementação de projetos conjuntos. O evento teve início no dia 2/10, com o objetivo de firmar um protocolo de intenções entre a PUC-SP e a Secretaria Municipal de Modernização, Gestão e Desburocratização. A idéia é que a Universidade contribua na implantação de educação a distância voltada à capacitação de servidores públicos municipais. O evento é organizado pela Vice-Reitoria, no âmbito do projeto PUC Inovação, e a programação, destinada aos gestores de treinamento da Prefeitura. Participam os professores Antonio Vico Mañas (vice-reitor), Eduardo Nakamiti (equipe da vice-reitoria) e Maria Elizabeth Almeida (pós em Educação: Currículo), além do secretário de Gestão Rodrigo Garcia.

tabelecer metas em comum”, considera Deliberador. Para o professor, a extensão universitária se dá em duas frentes. Uma delas ocorre pela inovação do conhecimento, com a produção e o resultado de pesquisas acadêmicas. A outra por meio dos serviços que a instituição oferece. “No primeiro caso, em que a interface com a sociedade se dá com os órgãos públicos e privados, há uma tendência a parcerias para fomento de tecnologia, questões ambientais e pesquisas em biomedicina, áreas em que nossa Universidade ainda precisa avançar”, afirmou Deliberador, ressaltando que o projeto PUC Inovação, da Vice-Reitoria, surge justamente para buscar suprir tais necessidades. “No que diz respeito aos serviços, estamos bem encaminhados, temos grande tradição e respeito, mas isso não deve nos impedir de avançar”, considera.

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Prêmio Jabuti A profa. Rosa Nery foi a vencedora da categoria Direito do Prêmio Jabuti 2009, com o livro Introdução ao pensamento jurídico e à Teoria Geral do Direito Privado (Editora Revista dos Tribunais). www.pucsp.br

03 Conselho Universitário

Paulo de Barros Carvalho é professor emérito Fotos: Priscila Lacerda/ DCI

Docente tornou-se o único do país a ter o título pela PUC-SP e pela USP

Paulo de Barros Carvalho Thaís Polato Paulo de Barros Carvalho é professor emérito da PUCSP. Na noite de 21/9, o Conselho Universitário (Consun) realizou sessão solene no Tuca para entrega do título ao professor do Departamento das Relações Tributárias, Econômicas e Comerciais e coordenador do Pós-Graduação em Direito.

A homenagem foi proposta pela Associação de PósGraduandos (APG). Paulo de Barros Carvalho começou sua história na PUC-SP há quase meio século, se somados aos 39 anos de magistério os dois anos em que foi assistente do prof. Geraldo Ataliba e os outros cinco em que cursou a graduação. “Nessa caminhada participei de muitos acontecimentos importantes da vida da PUC-SP. Alguns feitos de apreensão e ansiedade, mas muitos outros de satisfação e alegria. Se pensarmos que dos instantes difíceis podemos tirar lições preciosas e aumentar o cabedal de nossa experiência, não seria excessivo dizer que aproveitei intensamente desse longo intervalo de tempo, que se confunde não só com a evolução da minha vida, mas também com a própria trajetória existencial da Faculdade de Direito”, afirmou durante a cerimônia. Professor emérito também pela Universidade de São Paulo, desde junho deste

ano, Paulo de Barros Carvalho tornou-se agora o único docente a ter o título pelas duas principais instituições de ensino jurídico do Brasil. Ambos representam o coroamento de uma longa e frutífera carreira nas áreas de Direito Tributário e Direito Público. Livre-docente e pós-doutorado pela PUC-SP, Paulo de Barros Carvalho é autor de inúmeros livros, artigos e pareceres, além de ser fundador e presidente do Instituto Brasileiro de Estudos Tributários. “Sua obra o consagra. Trabalhador incansável, ainda que sem as aflições da pressa, Paulo de Barros Carvalho soube empregar generosamente o tempo. Por esse motivo, tornou-se dono de uma obra admirável que inclui dez livros, traduzidos para vários idiomas, obras em co-autoria, centenas de artigos, conferências e pareceres publicados nas mais prestigiosas revistas jurídicas do Brasil e do exterior”, afirmou o professor Roque Antonio Carrazza, chefe do

Cerimônia é marcada por homenagens A outorga do título de professor emérito a Paulo de Barros Carvalho contou com a presença de professores, funcionários, alunos, familiares e amigos do docente. Também compareceram autoridades como Antônio Soares da Costa Neto (Delegado de Polícia de Botucatu), Bernardo Cabral (consultor da presidência da Confederação Nacional do Comércio), Eutálio Porto (Desembargador), Mário Sérgio Duarte Garcia (Membro Honorário Vitalício da Ordem dos Advogados do Brasil), Natalia de Nardi Dacomo (presidente do Conselho Municipal de Tributos do Município de São Paulo), Núncio Theophilo Neto (Diretor da Faculdade de Direito do Mackenzie) e Roberto Senise Lisboa (Promotor de Justiça do Consumidor do Ministério Público de São Paulo). A mesa de outorga do título foi composta pelos professores Dirceu de Mello (reitor), Vidal Serrano (docente da Faculdade de Direito, na cerimônia representando o grãochanceler Dom Odilo Pedro Scherer) e Marco Antonio Marques da Silva (vice-coordenador do pós em Direito, representou na cerimônia o presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, desembargador Roberto Antonio Vallim Bellocchi). O professor também recebeu homenagens dos professores Marcelo Figueiredo (diretor da Faculdade de Direito e integrante do Consun), Thiago Matsushita (representante dos proponentes do título) e Roque Antonio Carrazza (chefe do Depto. de Direto das Relações Tributárias, Econômicas e Comerciais). Leia a seguir trechos dos depoimentos em homenagem ao professor Paulo de Barros Carvalho: “Rendo a minha homenagem particular a esse grande professor. O Tuca tem sido palco de grandes acontecimentos e o evento dessa noite ficará na nossa lembrança para todo o sempre como um dos mais significativos.” Dirceu de Mello, Reitor “Se há uma marca indelével que deve ser ressaltada na biografia do nosso homenageado, essa diz respeito à sua atuação como pesquisador, doutrinador e pensador verdadeiramente original de nossa ciência jurídica. O professor Paulo de Barros Carvalho sabe escolher seus objetivos e trabalha incansavelmente para alcançá-los. Por isso, conta com muitos amigos e colaboradores como os que estão aqui hoje.” Marcelo Figueiredo, Diretor da Faculdade de Direito

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Depto. de Direto das Relações Tributárias, Econômicas e Comerciais. Carrazza considera três as obras definitivas de Paulo de Barros Carvalho: Direito Tributário: fundamentos jurídicos da incidência; Curso de Direito Tributário; e, mais recentemente, Direito Tributário, linguagem e método. Além da carreira profissional do professor, aspectos de sua personalidade foram exaltados durante a cerimônia. Paulo de Barros Carvalho foi definido pelos que o homenagearam como um homem paciente e cordial. “Afável, polido, gentil, cordato e sensível aos problemas de seu ciclo acadêmico, pessoal e profissional, Paulo de Barros Carvalho se caracteriza pela temperança dos sábios e não pelos arroubos dos brutos. É um verdadeiro cavalheiro. Sabe que dirigir colegas significa tolerar, ouvir e decidir”, afirmou o professor Marcelo Figueiredo, diretor da Faculdade de Direito e integrante do Consun. Paulo de Barros Carvalho

afirmou: “sigo sempre um lema que me foi passado pelo professor Lourival Vilanova, ‘a estratégia do respeito’. O respeito pelo pró-

ximo realiza um princípio ético fundamental. Quando ouvimos alguém, nos credenciamos para ser ouvidos também”.

Platéia aplaude coroamento da carrerira do jurista

“O professor Paulo de Barros Carvalho é titular das duas melhores faculdades de Direito do Brasil (PUC-SP e USP). Até hoje o único a conquistar as duas cátedras por concurso e ainda por cima na mesma disciplina. Mas com a certeza que a amizade de quase 40 anos me funde sei que seu amor intelectual está na PUC-SP. Aqui se formou, aqui galgou todos os degraus da carreira universitária, aqui continua lecionando. Aqui influiu para que uma de suas filhas, Priscila, se graduasse em Direito, e aqui tem um neto, Bruno, que ora cursa o primeiro ano da mesma graduação. Aqui, em resumo, mora o seu coração.” Roque Antonio Carrazza, Chefe do Depto. de Direto das Relações Tributárias, Econômicas e Comerciais “Para mim é uma honra muito grande ter sido escolhido pelo grão-chanceler para representá-lo nesta cerimônia. Os nossos grandes ícones, como Paulo de Barros Carvalho, precisam ser de fato engrandecidos porque são referências para as futuras gerações sobre quais caminhos devem ser trilhados e como o conhecimento deve ser construído numa universidade.” Vidal Serrano, professor da Faculdade de Direito, na cerimônia representando Dom Odilo Pedro Scherer “Quando nós, da Associação dos Pós-Graduandos da PUC-SP, fomos instados pelos alunos a encaminhar ao digníssimo prof. Roque Carrazza, juntamente ao prof. Lauro Ishikawa, a petição inicial de pedido de outorga do título de professor emérito, vi ali a possibilidade de, mesmo que minimamente, retribuir um pouco daquilo que ele havia feito por mim e por todos os seus alunos.” Thiago Matsushita, representante dos proponentes do título.

PUC-SP já concedeu 14 títulos de professor emérito 1985 - Joel Martins - Humberto Cerruti - Aniela Mayer Ginsberg 1989 - Haroldo Eurico Browne Campos 1990 - Walter Edgard Maffei 1994 - Marcello Damy de Souza Santos 1996 - Suzana A. Rocha Medeiros

1997 - André Franco Montoro - Pedro Augusto da Cunha 2002 - Carmen S. de Alvarenga Junqueira 2003 - Maria Antonieta Alba Celani 2004 - Salma Tannus Muchail 2007 - Celso Antonio Bandeira de Mello 2009 - Paulo de Barros Carvalho

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Dança Dia 20/10, às 20h, o Núcleo Artístico DR apresenta o espetáculo de dança Ensaio, no Tucarena. Saiba mais em www.teatrotuca.com.br. Informações: (11) 3670-8462. www.pucsp.br

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PUC-SP recebe mais estrelas na graduação Thiago Pacheco A premiação Melhores Universidades 2009, do Guia do Estudante (Ed. Abril), concedeu estrelas para 25 cursos da PUC-SP – uma graduação a mais em relação à avaliação do ano passado. Aumentou também o número de graduações da Universidade com a pontuação máxima de cinco estrelas: neste ano, foram sete; em 2008, haviam sido cinco cursos.

Além das estrelas, a PUC-SP é finalista de duas categorias da premiação Melhores Universidades 2009. Em As melhores por área de conhecimento – escolas privadas, a Universidade concorre nas sub-categorias Administração e Negócios e Ciências Sociais e Humanas. Os vencedores serão anunciados dia 27/10. A professora Marina Graziela Feldmann, pró-reitora de Graduação, considera o resultado “significativo”, na

VEJA QUE CURSOS RECEBEREM ESTRELAS Cinco estrelas: Ciências Contábeis, Direito, Geografia, Jornalismo, Pedagogia, Psicologia e Serviço Social Quatro estrelas: Administração, Ciências Atuariais, Ciências Econômicas, Ciências Sociais, Comunicação das Artes do Corpo, Enfermagem, Filosofia, Fonoaudiologia, História, e Publicidade e Propaganda Três estrelas: Ciências da Computação, Comunicação em Multimeios, Engenharia Elétrica, Física, Medicina, Relações Internacionais, Secretariado Executivo Trilíngüe e Turismo

medida em que é mais um dos indicadores da qualidade dos cursos da PUC-SP. DIFERENCIAIS – Ela aponta cinco fatores que qualificam as graduações da instituição. “Entre nossos diferenciais, temos o trabalho dos coordenadores no cotidiano dos cursos, em conjunto com professores, funcionários e alunos. Também temos a compreensão de que a pesquisa é um dos componentes do ensino e, portanto, deve ser incentivada desde a graduação. Considero importante, ainda, o olhar pedagógico focado no aluno, ou seja, o diálogo constante entre os professores e alunos, e a inserção dos estudantes em trabalhos comunitários. Além, é claro, da qualificação de nosso corpo docente e seu compromisso com a formação discente e a transformação da sociedade”.

Semana Acadêmica reúne pesquisa discente 6ª edição do evento se realiza entre 19 e 24/10 Thiago Pacheco Uma semana para reunir o conhecimento construído na PUC-SP, refletir e trocar experiências sobre as pesquisas realizadas na instituição. É com esse espírito que a Universidade promove a 6ª edição da Semana Acadêmica. Este ano o tema é Pesquisa: Direitos Humanos, Tecnologias e Inserção Social. Ele integra dois eventos distintos: o 3º Congresso de Pesquisa Discente (de 19 a 24/10) e o 18º Encontro de Iniciação Científica (dia 21/10). Pela primeira vez, a Semana Acadêmica envolverá três Pró-Reitorias. Para o professor André Ramos Tavares, pró-reitor de PósGraduação, ela deverá ser uma amostra do potencial de desenvolvimento e integração da PUC-SP por meio da pesquisa. Ele ressalta que os dois grandes eventos da Semana Acadêmica reúnem tanto as diversas gerações de pesquisadores

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como as diferentes tendências de pesquisa. No Encontro de Iniciação Científica, de acordo com ele, “poderemos apreciar com calma os viveiros, cuidadosamente nutridos por nossos professores, onde jovens estudantes dão seus primeiros passos em pesquisa”. Em relação ao Congresso de Pesquisa Discente, o pró-reitor avalia que oferece um mapeamento significativo das pesquisas realizadas pelos estudantes de graduação e pós-graduação (lato e stricto sensu). A professora Marina Graziela Feldmann, pró-reitora de Graduação, enfatiza que a Semana Acadêmica, nessa nova configuração estrutural da Universidade, representa um “trabalho articulado entre as três PróReitorias voltado para a implementação, promoção e divulgação interna e externa da qualidade acadêmica da PUC-SP no que tange a articulação ensino-pesquisa-extensão”. Marina afirma que a pesquisa é parte

constituinte da formação do aluno na Universidade, uma vez que os seus professores são reconhecidamente professores/pesquisadores de renome nacional e internacional. “A Semana Acadêmica é o lugar onde as trocas, as diferentes interfaces do conhecimento em suas formas diversificadas de produção ocorrem, expressando o lugar que a pesquisa ocupa na formação dos nossos alunos”. Já a professora Haydée Roveratti, pró-reitora de Educação Continuada, considera que “a ciência, o saber e o entendimento nutrem-se com o diálogo, a troca de experiências e as reflexões produzidas entre aqueles que freqüentam ou venham a freqüentar os espaços universitários. Se a Semana propiciar esses encontros, produzirá idéias, questões para exame, soluções para problemas, fazendo o intercâmbio criativo e permanente”. Saiba mais: www.pucsp. br/semanaacademica.

Memorial recorda alunos da Universidade mortos durante a ditadura Inauguração marcou também os 32 anos da invasão do campus Monte Alegre por tropas da Polícia Militar Thiago Pacheco José Wilson Lessa Sabbag – “Presente!”; Maria Augusta Thomaz – “Presente!”; Luiz Almeida Araújo – “Presente!”; Carlos Eduardo Pires Fleury – “Presente!”; Cilon da Cunha Brum – “Presente!”. É claro que José Wilson, Maria Augusta, Luiz Almeida, Carlos Eduardo e Cilon não estavam presentes no Tucarena, na noite de 22/9. Os cinco ex-estudantes da PUC-SP foram mortos durante o regime militar (1964-1985). Mas, a cada chamada de seus nomes, um coro respondia por eles – um perseverante esforço para manter vivas, na memória popular, essas cinco histórias de luta pela redemocratização do país. “Já perdemos quatro batalhas, ao longo de nossa história. Deixamos de preservar a memória do genocídio indígena, da escravidão, do Estado Novo e da época do coronelismo”, declarou o ministro Paulo Vannuchi (Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República). “Esta batalha de recuperar e divulgar as violações aos direitos humanos durante o regime militar ainda está aberta, sem resultado definido. Não queremos revanche, mas saber o que houve, quem fez e definir as responsabilidades de cada um. O que não podemos é deixar essa memória no passado”, completou. Um dos instrumentos usados nessa batalha é o projeto Direito à Memória e à Verdade, da Secretaria, que além de exposições fotográficas e seminários prevê a instalação dos memoriais (foto acima) Pes-

Fotos: Priscila Lacerda/ DCI

Guia do Estudante

soas Imprescindíveis. Foi a inauguração de um destes painéis (já são 12, em sete cidades), com a trajetória dos cinco alunos da PUCSP mortos durante a ditadura, que trouxe o ministro à Universidade. Estiveram na mesa de homenagens o professor Marcelo Figueiredo (diretor da Faculdade de Direito, representando o reitor Dirceu de Mello), o ex-ministro da Justiça José Gregori (representando o prefeito paulistano Gilberto Kassab), o presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Augusto Chagas, e o presidente do CA 22 de Agosto (Direito PUC-SP), Marco Antonio da Costa. “A marca destes cinco nomes é a coragem que tiveram”, declarou Gregori. “Em algum momento eles concluíram por si mesmos que não valia a pena viver em um país onde não imperava a democracia. O compromisso a esses valores é fundamental à democracia que estamos construindo”, concluiu. Na platéia, autoridades, políticos e militantes de direitos humanos, além de familiares dos cinco estudantes da PUC-SP: uma delas, Amparo Araújo, falou da

Gregori destacou coragem dos alunos

época em que seu irmão, Luiz Almeida, estudou na instituição. “É gratificante ver que esta Universidade não se esquece das pessoas que aqui passaram”, observou. “A memória tem muito a ver com a construção da identidade de um povo. Temos que manter viva essa lembrança para não deixar que aqueles fatos se repitam”. 22 DE SETEMBRO – A própria data escolhida para a inauguração do memorial carrega um forte simbolismo em relação ao período militar – e faz parte, também, da história da PUC-SP. No dia 22/9 de 1977, tropas da Polícia Militar, chefiadas pessoalmente pelo então Secretário de Segurança Pública Erasmo Dias, invadiram o campus Monte Alegre sob o pretexto de reprimir o 3º Encontro Nacional de Estudantes, que estava proibido pelos militares e ocorrera na Universidade. Os policiais atiraram bombas sobre os manifestantes e prenderam professores, alunos e funcionários. A invasão causou inúmeros danos à PUC-SP e a seus alunos: além dos detidos, quatro delas sofreram queimaduras. “Esta data é símbolo da redemocratização do país. Depois da repercussão deste ato, não houve mais nenhuma grande investida contra os estudantes, que em 1979 reorganizaram a UNE”, argumentou Chagas, presidente da entidade. Trinta e dois anos depois do episódio, o diretor Marcelo Figueiredo ressaltou o compromisso da PUC-SP: “Nossa Universidade, com espírito democrático, segue de portas abertas para viver e conviver com tudo o que significar um avanço para a democracia”.

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Carnaval 2010 O ex-aluno André Dalpicolo (mestre em Filosofia) é um dos compositores do samba-enredo da escola Águia de Ouro para o Carnaval 2010. Acesse www.pucsp.br para conhecer a letra da música. www.pucsp.br

05 Papa Bento XVI

Dom Odilo apresenta encíclica Caritas in veritate Segundo o Cardeal, documento discorre sobre a vida em sociedade a partir do novo contexto econômico, político e social

Lançar luzes às interrogações que o mundo vive hoje, proclamando a visão da Igreja sobre a vida em sociedade: segundo o Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo e grão-chanceler da PUC-SP, este é o principal objetivo da encíclica Caritas in veritate. No documento, divulgado em junho deste ano, o papa Bento XVI trata das novas questões sociais resultantes do processo de globalização. “A última encíclica de teor social tem quase 20 anos. Havia temas novos à espera de uma palavra da Igreja”, justificou o cardeal. “O texto deveria ter sido divulgado em outubro do ano passado, mas a crise [financeira], iniciada em setembro, exigiu novas considerações. Por isso, o documento saiu apenas recentemente”. As considerações de Dom Odilo a respeito de Caritas in veritate abriram as discussões a respeito da encíclica, em evento promovido pela PUC-SP, Arquidiocese de São Paulo, Faculdade de Teologia Nossa Sra. Assunção (PUC-SP), Núcleo Fé e Cultura e Pastoral Universitária, no Tuca, na manhã de 19/9. Em sua interpretação, o cardeal retomou alguns dos momentos em que a Igreja, desde sua fundação, produziu reflexões sobre a vida humana em sociedade. Caritas in veritate, segundo ele, parte de uma encíclica específica, a Populorum progressio (1967), de Paulo VI.

Thiago Pacheco/ DCI

Thiago Pacheco

Dom Odilo: “Havia temas novos à espera de uma palavra da Igreja” “Em meio àquele contexto de desenvolvimento do pósguerra, Paulo VI dizia que o crescimento não poderia ser unilateral, focado apenas na Economia e na busca do bem estar material. A pessoa humana deveria estar no centro, e a justiça e a eqüidade social deveriam impedir que alguma pessoa ficasse sem os frutos do avanço econômico. Só assim, considerava, o desenvolvimento poderia ter bons fins e levaria à paz”, esclareceu. “Este é o ponto de partida de Bento XVI: naquele momento de júbilo, não se levou em conta o aviso de Paulo VI e os problemas sociais persistiram. Agora, vivemos no contexto da globalização e das mudanças culturais, políticas, de gestão financeira, científicas e ambientais que ela acarretou. E então o papa se pergunta: do modo como está sendo conduzida, a

globalização terá efeitos positivos?”, completou Dom Odilo. GRANDE FAMÍLIA – De acordo com o cardeal, a resposta de Bento XVI considera que a globalização explicita o fato de que a humanidade é uma grande família, em que há os mais fortes e os mais fracos. Para o papa, os mais capazes devem olhar a seu redor e trazer a seu lado os excluídos, aqueles que não têm acesso aos benefícios do progresso. Nesse sentido, critica o modo de agir em voga no mundo globalizado, com a criação de barreiras protecionistas e a falta de acesso, pelos países menos desenvolvidos, às descobertas técnicas e científicas. “Bento XVI afirma que nessa forma de ação o bem é buscado de maneira distorcida, e seus efeitos danosos não tardarão a aparecer;

ele defende que o bem deve ser procurado na verdade. A Economia e os mecanismos precisam de referenciais éticos que levem em conta a verdade e a integralidade da pessoa humana. O ser humano deve ser visto como um todo, não apenas como uma unidade de produção e consumo”, afirmou o cardeal. Dom Odilo enumerou dois critérios éticos fundamentais apontados pelo papa na encíclica: a colaboração (em oposição à concorrência), que garante a soma e não a contraposição dos interesses; e a solidariedade, que avalia que o bem é para todos ou para ninguém. “A solução deve ser global, caso contrário, não há como garantir o bem a ninguém”, explicou. Esta saída global, declarou o cardeal, passa pela reformulação dos organismos internacionais, como a Organização das Nações

MESA-REDONDA – Além da apresentação do cardeal, o evento contou com uma mesa-redonda sobre o a encíclica Caritas in veritate; participaram deste debate o sociólogo argentino Juan Esteban Balderrain, do Centro Latino-Americano para o Desenvolvimento, Integração e Cooperação (Celadic), o teólogo Matthias Grenzer (professor da Faculdade de Teologia) e o economista Antonio Carlos Alves dos Santos (coordenador do curso de Ciências Econômicas com ênfase em Comércio Internacional). Para Balderrain, a principal contribuição da encíclica é o fato de que Bento XVI convida a pensar não em modelos, mas no comportamento dos atores mundiais: “As mudanças precisam de outra lógica de ação econômica, política e social, e não de modelos voltados à maior ou menor presença

do estado na Economia. Para resolver as desigualdades, é preciso trocar a maximização dos lucros por princípios de caridade”. Já Grenzer afirmou que, para Bento XVI, “a caridade é a síntese de toda a lei no ensinamento de Jesus”. O teólogo recorreu à Bíblia para citar os dois mandamentos mais importantes, de acordo com Jesus: “amar a Deus” e “amarás o próximo como a ti mesmo”, o princípio da caridade. “Ao juntar os dois mandamentos, há uma síntese da visão social da Igreja. O amor a Deus e a vivência caridosa com o necessitado ganham caráter de insuperabilidade”, declarou. “E Bento XVI enfatiza a caridade como a maior verdade para nós”. Santos exaltou a possibilidade de diálogo entre Teologia e Economia aberta a partir das considerações do papa. “O inimigo das relações sociais não é a economia de mercado, mas o agir humano guiado pelo pecado. Foi a má-fé de políticos e economistas que só pensavam na maximização dos lucros o que levou instituições à bancarrota. Essa má-fé obstruiu a visão de pessoas que tinham conhecimento técnico para agir em busca do bem comum e da justiça social”, considerou. A encíclica Caritas in veritate pode ser lida na íntegra no site www.vatican.va; uma apresentação resumida estará disponível para download no site www.pucsp.br/ fecultura.

Mello e professor da Faculdade de Direito. A comissão instituída para dar andamento aos trabalhos da cátedra conta ainda com a participação dos professores Antonio Carlos Malheiros, Eloisa Arruda e Pietro Alarcon, todos da Faculdade

de Direito. Em novembro, a Cátedra celebra os 25 anos da Declaração de Cartagena e, em março, promove um simpósio sobre Direitos dos Refugiados. Para saber mais acesse www.brasilia. unesco.org/comunidades/ catedras

Unidas (ONU) e a Organização Mundial do Comércio (OMC). Para Bento XVI, é preciso coragem para mudar e aumentar a participação dos países menos desenvolvidos nas discussões e decisões sobre assuntos supranacionais, assegurando o bem comum para todos. “A idéia de um poder mundial voltado a questões globais não é uma idéia nova”, afirma Dom Odilo. “Mas hoje essa proposta pode ter uma acolhida melhor. O Tribunal Penal de Haia, na esfera do Judiciário, é uma amostra de que isso é possível.”

Cátedra Sérgio Vieira de Mello promove debate Priscila Lacerda A PUC-SP integra um seleto grupo de universidades brasileiras que, pelo seu perfil acadêmico e comunitário, pode contribuir com a causa dos refugiados no mundo. A Universidade faz parte de uma rede latinoamericana de instituições que trabalham pela aplicação dos princípios e diretrizes do Direito Internacional dos Refugiados.

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Tal atuação ocorre no âmbito da Cátedra Sérgio Vieira de Mello que, no último dia 23/9, promoveu no campus Monte Alegre a exibição do filme Sérgio Vieira de Mello – A caminho de Bagdá, de Simone Duarte. Em seguida houve debate com a professora Eloisa Arruda, da Faculdade de Direito. A docente, que trabalhou com Vieira de Mello no Timor Leste em 2001, falou sobre aspectos do direito internacional dos refugiados

na atualidade (foto ao lado). Criada pelo Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) para aproximar as universidades da temática dos refugiados, a Cátedra Sérgio Viera de Mello tem objetivos acadêmicos (ensino e difusão do tema) e sociais (auxílio e apoio à integração local de refugiados na comunidade). Presta ainda homenagem ao diplomata brasileiro que, depois de dedicar parte de sua

vida à causa dos refugiados, morreu em atentado terrorista contra o escritório da ONU, em Bagdá, em agosto de 2003. “A Cátedra tem por objetivo cooperar na solução dos graves problemas enfrentados pelos migrantes e refugiados e incentivar os estudos do direito internacional, neste âmbito, e dos direitos humanos em geral”, afirma Wagner Balera, presidente da comissão coordenadora da Cátedra Sérgio Vieira de

Priscila Lacerda/ DCI

Profa. Eloisa Arruda falou sobre Direito Internacional dos Refugiados

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www.pucsp.br

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Pós-Graduação Stricto Sensu Mestrado, Doutorado e Mestrado Profissional

1º semestre de 2010 A melhor Universidade particular do Estado de São Paulo e a segunda melhor Universidade particular do Brasil.

Inscrições:

05 de outubro a 13 de novembro de 2009

Administração (M) Ciências Contábeis e Atuariais (M) Ciências da Religião (M/D) Ciências Sociais (M/D) Comunicação e Semiótica (M/D) Direito (D) Economia (M*) Educação: Currículo (M/D) Educação: História, Política, Sociedade (M/D) Educação Matemática (M/MP/D) Educação: Psicologia da Educação (M/D) Filosofia (M/D) Fonoaudiologia (M/D) Gerontologia (M)

Geografia (M) História (M/D) História da Ciência (M/D) Língua Portuguesa (M/D) Lingüística Aplicada e Estudos da Linguagem (M/D) Literatura e Crítica Literária (M) Psicologia Clínica (M/D) Psicologia Experimental: Análise do Comportamento (M/D) Psicologia Social (M/D) Serviço Social (M/D) Tecnologias da Inteligência e Design Digital (M) M - Mestrado MP - Mestrado Profissional D - Doutorado

Reconhecimento, apoio e financiamento:

* Os candidatos que pretenderem se inscrever no processo seletivo do curso de mestrado em economia, deverão comprovar a aprovação no exame da ANPEC realizado entre 01/06/09 e 03/08/09.

Informações Secretaria Acadêmica da Pós-Graduação da PUC-SP Rua Ministro de Godoy, 969 - 4º andar – sala 4B/03 05015-000 - Perdizes - São Paulo - SP

(11) 3670.8526 (11) 3670.8642 (fax) www.pucsp.br/pos alunospos@pucsp.br

Layout por: DTI - NMD

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Agenda É possível acompanhar a agenda de defesas de dissertações e teses da PUC-SP. Basta acessar o site www.pucsp.br e clicar no link “Defesas da semana”. www.pucsp.br

07 Giclée

Tuca tem exposição de arte com técnica inovadora

Obras de Gustavo Rosa: “Colagem” (acima) e “Banhista” (ao lado) Schmidt para participar do projeto que traz obras assinadas e numeradas pelos artistas, por um preço mais acessível. “Para definir em rápidas pinceladas, a giclée é impressão digital a jato, uma tecnologia super elaborada,

Teatro e loucura

Simpósio de futebol

O Núcleo Lacaniano de Cultura, a Escola de Atores do Tuca, o Teatro Escola Célia Helena e o Grupo Conexión Latina de Teatro, com o apoio da PUC-SP, realizam uma série de leituras dramáticas seguidas de debate, com o tema Teatro e Loucura. Confira a programação, que acontece sempre às segundas-feiras, às 20h, no auditório superior do Tuca:

A PUC-SP, a USP e o Museu do Futebol promovem, entre 10 e 14/5 de 2010, o 1º Simpósio de estudos sobre futebol, com o tema Futebol, sociedade e cultura: pesquisas e perspectivas. Primeiro encontro nacional acerca da produção acadêmica brasileira mais expressiva sobre o futebol, o evento reunirá pesquisadores já renomados e terá apresentações de pesquisas concluídas ou em andamento em todo o Brasil – fornecendo, assim, condições para um balanço das tendências, problemas metodológicos e perspectivas para o estudo do futebol no âmbito das Ciências Humanas. As inscrições de trabalhos estão abertas até 30/11. Para saber como participar acesse www.museudofutebol.org.br.

19/10 O homem da areia E.T.A. Hoffmann (Alemanha) Debate: Oscar Cesarotto 26/10 Dois perdidos numa noite suja Plínio Marcos (Brasil) Debate: Oswaldo Mendes

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sofisticada, de alta resolução, que reproduz originais com fidelidade absoluta. Isso em papel, tela ou outros suportes. Dizem que são tão perfeitas que alguns museus, por segurança, estão mantendo originais em cofres enquanto expõem

to, Neno Ramos, Rejeane Cayres, Roberto Silva, Eliza Ramos, Sou Kit Gon, CláudioTakita, Tania Boutaud de la Combe, Virginia Costa, Vera Café Silvia Tittoto e An-

tonio Miranda. Mais informações podem ser obtidas pelo site www. teatrotuca.com.br ou pelo telefone (11) 3670-8453. A entrada é gratuita.

ARTISTAS – A exposição traz à PUC-SP artistas renomados e novos. Veja quem participa: Ivald Granato, Antonio Peticov, Luiz Paulo Baravelli, Cláudio Tozzi, Guto Lacaz, Gustavo Rosa, Gregório Gruber, Juan Esteves, Fausto Chermont, Alex Orsetti, André Vasarelly, Caciporé Torres, Dácio Bicudo, Duda Rosa, Fernando Durão, Guilherme de Faria, Heloize Rosa, Ju Corte Real, Lorena Hollander, Luiz Cavalli, Luiz Martins, Camilla Pallavicini, Margherita Leoni, Margarita Farré, Érico Santos, Melo Witkowski Pin-

TEATRO INFANTIL Divulgação

O projeto Giclée, uma técnica de gravura moderna e inovadora, apresenta no espaço cultural do Tuca obras de 36 artistas, todos participantes da última OFF Bienal 2008. Eles foram selecionados pelo curador e crítico de arte Carlos von

giclées em seus lugares. Na realidade a função da giclée não é essa, é muito mais ampla. Ela possibilita a aquisição de reproduções de alta qualidade por valores menores comparados aos dos originais”, afirma von Schmidt. A exposição acontece no saguão do Tucarena. A abertura se realiza no dia 14/10, somente para convidados. No dia seguinte abre para o público em geral e segue até 12/11.

Reprodução

Reprodução

Obras de artistas consagrados e novos serão vendidas a preços mais acessíveis

O espetáculo infantil O mágico de nós está em cartaz novamente no Tucarena, aos sábados e domingos, às 16h. A questão central da peça criada pela Cia. Jogando no Quintal é “como superar um imprevisto?”. No início do espetáculo o público é levado pela menina Dorothy para o Mundo de Oz, mas encontrar o caminho de volta para a casa não se mostra tão fácil. A platéia tem que entrar em cena e alçar um vôo coletivo. Cada gesto, cada palavra, cada idéia sugerida, passa a ser fundamental para que o espantalho, o leão, o homem de lata, Dorothy e seu cão cumpram suas jornadas. Informações em www.teatrotuca.com.br.

Notas Cotidiano escolar Dia 20/10, às 18h30, a professora Marina Graziela Feldmann (pró-reitora de Graduação) lança o livro Formação de professores e escola na contemporaneidade (Editora Senac), na editora Martins Fontes (av. Paulista, 509). Além de organizadora, Marina é autora de dois dos artigos do livro, que traz textos de sete docentes e cinco

doutores do Pós em Educação: Currículo. A obra é resultado do trabalho do grupo de pesquisas “Formação de professores e cotidiano escolar” e apresenta três temas aos quais os artigos se vinculam: Educação e crise de paradigmas, Políticas públicas de formação de professores e Escola, currículo e formação.

Monografias Estão abertas até 1º/2 de 2010 as inscrições para o 1º Concurso de monografia em Direitos Humanos e Controle do Tabaco, promovido pela Aliança de Controle do Tabagismo (ACTBr) e pelo Instituto Brasileiro de

Política e Direito do Consumidor (BrasilCon). Podem participar graduandos e profissionais já formados em Direito. Confira as informações sobre o concurso nos sites www.actbr.org.br ou www.brasilcon.org.br.

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Vestibular Estarão abertas de 19/10 a 24/11 as inscrições para o vestibular unificado PUC-SP 2010. A prova acontece dia 29/11. Inscrições custam R$110. Informações em www.vestibular.pucsp.br. www.pucsp.br

08 Entrevista

Rafael Cortez fala sobre carreira, família e música “Sou um cara muito agitado, insatisfeito, hiperativo, mas muito batalhador. Tenho orgulho de ter conseguido algumas coisas, mas tenho uma ambição tão grande por conseguir outras, que me pego de novo insatisfeito, agitado, angustiado, hiperativo...”, assim começou nossa entrevista com Rafael Cortez, jornalista formado pela PUC-SP, 32 anos, repórter do programa CQC (que vai ao ar às segundas-feiras pela Band). Durante uma hora, Rafael falou sobre sua carreira, a escolha pela PUC-SP, os bastidores do CQC, sua família e mais uma porção de coisas que você lê a seguir. PUC em Notícias – O que te deixa tão insatisfeito? Rafael Cortez – Cada fase da minha vida sou insatisfeito com alguma coisa. Quando criança, porque não tinha as coisas todas que gostaria, não digo nem materiais, mas eu queria criar e ter possibilidades que não tinha. Eu tinha referenciais de crianças idealizadas, “de Hollywood”, não que quisesse ser famoso, queria ser independente. Adolescente, era fã de pessoas como Nara Leão e Andres Segovia, gente que aos 18 anos já tinha feito milhares de coisas, gravado, viajado o mundo. Adulto, essas angústias e inquietações começaram a se dividir. Uma hora era “quero chegar a algum lugar”, depois “consegui, cheguei!”. E, agora, “como eu administro o que tenho?”. E por aí vai. Acho que enquanto eu for angustiado, inquieto e agitado vou estar num bom caminho. PN - Onde quer chegar? RC – Estou tentando por o pé no chão e ficar focado no presente. Tenho um contrato com o CQC e enquanto estiver nesse programa quero fazê-lo sem me acomodar. Todas as vezes em que escorregamos num trabalho é porque nos convencemos que a fórmula está dominada. Mas o que quero mesmo é buscar uma velhice digna, esta é minha meta na vida. Não quero depender de previdência, não quero depender de governo, sei que vou ser esquecido quando for velho, aliás, que posso ser esquecido a qualquer momento. O meu maior medo é viver uma velhice como a de algumas pessoas que vi, especialmente nesse meio artístico, miserável, de ano-

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nimato, de ingratidão. Espero um dia não depender do mercado de trabalho e de alguém querer publicar ou não meu livro, lançar ou não meu CD. Queria ter uma reserva de dinheiro suficiente para que pudesse bancar todos os meus ideais e ainda ser um mecenas dos amigos. PN - Como começou a trabalhar no CQC? RC – Minha formação profissional é uma soma de várias áreas de conhecimento. Quando o CQC entrou na minha vida eu estava saindo de um grupo de teatro que integrei por quatro anos, como ator infantil. Na época, fazia também um trabalho de produção de textos jornalísticos para SMS, pela Editora Abril, e estava resgatando um trabalho de música, porque estudei violão muito tempo e queria lançar um CD. Fazia três ou quatro coisas diferentes, mas nenhuma delas estava sendo desenvolvida de verdade ou me realizando acima de tudo. Então decidi que queria voltar a trabalhar com televisão, porque entre os anos de 98 e 2000 fui produtor. Estava louco para trabalhar na televisão como ator, fazia testes, mas ninguém me queria. Peguei meu currículo, mandei para emissoras e produtoras e a Cuatro Cabezas, produtora argentina que é responsável pelo CQC, me chamou para uma entrevista para uma vaga de produtor, mas não queria revelar para qual projeto. Fiquei muito angustiado, tive o pressentimento que poderia ser alguma coisa legal e que eu devia chegar mais preparado na entrevista. Consegui descobrir que o tal projeto era o CQC. Vi uns vídeos do programa argentino na internet para saber o que eu iria possivelmente produzir, mas vi também um repórter que tinha muito a ver comigo, o Andy, e pensei: sou um repórter do CQC, porque vou pleitear uma vaga de produtor? Na entrevista, antes mesmo deles começarem a dizer como seria o trabalho, falei que sabia do que se tratava o projeto e que me interessava pela vaga de produtor, só queria se fosse para repórter. Joguei... chutei o balde. O Diego Barredo,

que é o diretor do CQC, me achou ousado e cara de pau, que é umas das coisas que mais se pede de um repórter do CQC, e me deixou fazer os testes. Mas me alertou que se eu fosse mal não teria nenhuma vaga, nem de produtor, nem de assistente, nem de nada. Vieram os testes e eu realmente me apliquei, estudei muito, vi muito material do CQC na internet, fiz os testes e passei. PN – O que mudou na sua vida depois do programa? RC – Tudo. Para melhor e para pior. Ganho mais di-

eu precisava. Pelo jornalismo optei porque sempre fui verborrágico, inquieto, prolixo, inconstante, investigativo, um cara tomado de coisas. São raros os espaços hoje consagrados e as faculdades boas que ainda autorizam os alunos a ousar, que dão a eles o espaço de experimentação que a PUC-SP me deu. No segundo ano da graduação eu já estava trabalhando. A PUC-SP é um nome que abre portas, traz um diferencial. Até artisticamente me encontrei muito depois de ter feito jornalismo. No meu trabalho de conclusão de curso, orientado pelo professor Júlio Wainer, eu lavava a alma num vídeo de 12 minutos em que falava da minha frustração pessoal por não ter me tornado um violonista de concerto. O professor me deixou fazer em formato de depoimento, uma brincadeira com palavras e meu coração aberto. Foi um trabalho bacana, tirei dez e aquilo ainda funcionou como uma terapia. No ano seguinte, lancei um CD de música instrumental, viajei com o violão e comecei a encontrar uma linha de trabalho em que estou até hoje. Só sou um músico porque fiz um trabalho como esse na PUC-SP.

A PUC-SP é descolada, tem um ambiente convidativo, jovem, moderno, para frente. Queria estudar num lugar assim, com pessoas legais e com história, tradição. nheiro, sem dúvida, mas também pago muito mais impostos, o que eu odeio... Em relação à convivência no programa, é como se fosse fazer a quinta série de novo, com aquelas piadinhas de gueto, um que alfineta o outro, pega alguma coisa que incomoda, extrapola nessa piada até o fim para ver se irrita. Segundo o (Marcelo) Tas, por exemplo, uma hora eu posso ser o gay da turma, depois o galanteador, outra hora o bobalhão. Ultimamente, tenho questionado o Tas, achando que ele está chato comigo, pegando muito no meu pé. Na vida tudo vai se desmistificando, os ídolos vão deixando de ser ídolos. Mas não deixo de ter carinho e respeito por ele, só não acho mais engraçado como antes. PN - Porque escolheu a PUC-SP para estudar? RC – Sempre achei que a Universidade tinha uma coisa bacana no sentido de nos levar para caminhos menos caretas. A PUC-SP é descolada, tem um ambiente convidativo, jovem, moderno, para frente. Queria estudar num lugar assim, com pessoas legais e com história, tradição. A luta da PUC-SP pela democracia durante a ditadura e tudo o que ela já representou na nossa sociedade também dariam o embasamento político de que

meu feeling. Além disso, havia produtores extremamente competentes, com anos de CQC da Argentina, nos orientando. Foi sensacional. Depois fiz matérias melhores do que essa, mas foi inesquecível. Acho que nenhuma outra experiência dentro do CQC vai conseguir tirar aquela impressão do primeiro grande furo. PN - E o maior fora que você deu? RC – Faço isso o tempo todo. Por exemplo, eu achava que o Sérgio Cabral biógrafo e estudioso da MPB não fosse o pai do Sérgio Cabral governador do Rio de Janeiro, então fiz uma piada quando o entrevistei. Falei assim “você, telespectador, não sabe, mas esse aqui é somente um homônimo do Sérgio Cabral governador”, ele disse “eu discordo, tenho tudo a ver, sou o pai dele”. Foi ao ar e não foi uma coisa inventada, uma piada. Aliás, nosso critério é que mesmo que seja uma gafe horrível, se foi engraçado, vai ao ar. Então, agora eu sou humorista também, o primeiro a torcer para que a coisa seja engraçada. PN - Existe rixa entre o CQC e o Pânico? RC – Hoje não, mas a comparação sempre existe. Nos assistimos mutuamente para saber o que o outro está fazendo e que pegadas funcionam. O Pânico mudou muito depois que o CQC entrou no ar, melhorou. É bom que exista rivalidade saudável. Além disso, os caras são nossos amigos, já tomei várias vezes cerveja com o

Vesgo (Rodrigo Scarpa). PN - De onde veio sua história com a música? RC – Desde os 17 anos, eu precisava de alguma arte para me aquietar. A família da minha mãe tem muitos artistas, uma tia atriz, um tio pintor, minha mãe chegou a ser bailarina clássica, uma avó pintora também e um avô das artes plásticas. O Raul Cortez era meu primo de segundo grau e meu irmão é ator. Eu queria fazer uma coisa que tivesse minha identidade e comecei a ver que gostava muito de violão. Comecei a estudar, achava que ia ser músico de barzinho, até que vi um primo tocando música instrumental no violão e fiquei maluco. PN - O que você ouve? RC – Escuto muito violão clássico, jazz, MPB e tenho algumas predileções. Nara Leão é minha deusa e adoro Maria Bethânia e Chico Buarque. Da nova geração, meu ídolo é Arnaldo Antunes, que está cada vez melhor. PN - Você é romântico? RC – Se estiver muito apaixonado eu sou. Minhas melhores composições para violão foram feitas para exnamoradas que amei. Sou mão aberta, carinhoso, gentil, solícito, mas também sou possessivo, ciumento, intenso, um grude. Mas acho que sou melhor quando estou apaixonado, porque se é para viver na base do “oba oba” sou muito egoísta.

PN - Qual a reportagem mais bacana que você fez no CQC? RC – A cúpula dos presidentes no Peru foi impressionante porque foi logo no começo do CQC. Fui para Lima numa estratégia muito arriscada de tentativa e erro. Conseguimos furar um cerco muito forte de seguranças e falar com figuras que para mim só existiam nas páginas dos jornais, como Hugo Chaves, Evo Morales, Cristina Kirschner e o presidente Lula. Foi a primeira vez que ele falou com o CQC. Eu fui para o Peru sem falar nada de espanhol, usando um inglês cafona, mas me valendo da minha cara Comente e veja mais fotos em http://blog.pucsp.br/pucemnoticias de pau e do

Bete Andrade / DCI

Priscila Lacerda

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