Forma VS Conteúdo

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A palavras e imagens são formas de representação do mundo que constituem a cultura do ser,

ela serve como elo de ligação entre o tempo e seu produtor.

DesignSpeek Ano 2007 - Belas Artes de São Paulo

Forma VS Conteúdo O conteúdo visual em produtos impressos é a razão do debate e explica como a visualidade determina a grande importância de levar em consideração todos os detalhes no design gráfico

Questão de Visão Até onde o design pode ser utilizado como uma ferramenta estratégica para alcançar a inovação e buscar vantagens competitivas

E assim disse

Vygotsky

(1996)

“O processo de criação artística possibilita a superação das limitações, visto que os instrumentos simbólicos têm a função de constituir os sujeitos sociais e não há limites para incorporação de significados.” Imagem 01. Capa Fonte: www.indexopen.com.br

A arte nos leva a conhecer e a expressar os sentimentos humanos.

O design aliado a arte é uma ponte que pode ser usada para atingir os lucros? DESIGN WEEK

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Belas artes DESIGN WEEK

Centro Universitário

Belas Artes de São Paulo Pós-Graduação: Lato Sensu

m dolut augiat nim qui ero odolor ing eniat ad mod modolorerit adionse commy nostrud te velenim velit iuscip el dolortin ver sit niam nos autpat prat inciduis dolenim erosto odigniam, suscips ustisl utem iurem ipit nit il er suscil ulluptate

Forma VS Conteúdo O conteúdo visual em produtos impressos é a razão do debate e explica como a visualidade determina a grande importância de levar em consideração todos os detalhes no design gráfico

Rodrigo fernandes martins

São Paulo, 01 de dezembro de 2006

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Imagem 01. Capa Fonte: www.indexopen.com.br


Imagem 02. Sorriso Fonte: www.indexopen.com.br

Monografia apresentada ao Centro Universitário de Belas Artes de São Paulo, como exigência parcial para obtenção do título de Especialista em Arte, Comunicação e Tecnologia, sob a orientação do professor Dr: Cícero

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par a carimbo e avaliação da banca

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Dedicatória DESIGN WEEK

que aprendeu

a sonhar

1 SONHO

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Dedico á eles (foto), por apresentarem valores de extrema grandeza, prezar a honestidade, paciência, paciência, paciência e muuuita paciência, ensinar que a vida em família é manter o amor sobre qualquer outra coisa no mundo. Vocês conseguiram cumprir a difícil missão de sair de uma cidade do interior e realizar um sonho, onde fui um dos personagens principais. Parabéns por acreditarem nele tanto quanto eu.

Aprendi a lição de que é na adversidade que crescemos, que nos preparamos para essa grande jornada que é viver. Outra lição amigos DESIGNERS – perdoem os clichês – é que a vida é, sim, muito curta. Por isso, os bons momentos não podem passar despercebidos. Antes, eles precisam ser degustados, como um bom vinho, saboreado com prazer, compartilhado com as pessoas que queremos bem. Um brinde a Daniela, minha noiva, ao meu irmão, minha família que está a 300 km e aos meus amigos do “Sigilo Total” (Sempre juntos!).


Amélio e Lori : atravessando a juventude. Imagem 03. Rua Fonte: arquivo pessoal

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Epígr afe

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Este é o excesso indispensável ao pioneiro para sacudir a rotina mental dos homens e mostrar definitivamente que o sentido visual é o mais impotante dos sentidos no ponto de vista comercial de um produto.

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Agr adecimentos DESIGN WEEK

Aqui eu deixo uma simples listas das pessoas que me agregaram algo em minha vida. A minha noiva, Daniela que me apoiou e entendeu que os momentos felizes também são proporcionados por trabalho; Fernanda, que me apoiou quando precisei. Prof. Mestre Cícero Inácio da Silva, pois foi paciênte, um excepcional orientador, que me ajudou a linear todo este trabalho; Prof. Mestre Cláudio Ferlauto, por me pedir indelicadamente para “sair da caixa” e foi a melhor coisa que ele fez! Profa. Dra. Paula Csillag, por mostrar que arte é muito além daquilo que vemos. Philip, que tinha um estoque de cds com muitas coisas legais, estou montando o meu; Welington, que sempre me atendeu com uma paciência que nem eu mesmo tinha comigo; Márcio, que mais uma vez estava junto comigo em uma empreitada; Aos meus amigos da classe, foi uma experiência que dinheiro nenhum paga neste mundo. Obrigado!

=)

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Fotos feitas a partir do aparelho celular durante intervalo da aula do Prof. Ferlauto

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Importância!

temas de extrema

dedicado a discutir

com um time super

aulas mais produtivas.

Com descontração mas

Assim começa uma das

Rodrigo Martins 2005

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Imagens 04. Belas Artes Fonte: arquivo pessoal


RESUMO DA PESQUISA

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When a consumer decides to buy or to read a magazine, what it is more important, the publishing content or design graphical? (Form x content). I believe that design graphical is more important than the content on the first contact with the reader. On the other hand, the editorial, after having the project’s content definition, must surrender inside to the framing of the visual research of each segment of market. In the initiation of a magazine project, it becomes basic to determine the parameters of construction of the product, being thus it must be led in consideration that the publishing set and the art walk lined up for an only focus of final thought. The design graphical must have the priority in this phase, therefore beyond being the packing of the product it is also the most efficient form of communication for the understanding of the same. There are in the market, several publications that have excellent subjects and good graphical standard, however there are a lot of badly quality design too and vice versa. Thus it is necessary to consider the visual thought to get the maximum of exploitation of a product in the publication area printed.

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ABSTRACT DESIGN WEEK

Quando um consumidor decide comprar ou ler uma revista, o que é mais importante, o conteúdo editorial ou o design gráfico? (Forma x conteúdo). Acredito que o design gráfico seja mais importante que o conteúdo no primeiro contato com o leitor e que o editorial, após ter definido a diretriz do projeto de conteúdo, deve se render ao enquadramento das pesquisas visuais dentro de cada segmento de mercado. Na iniciação de um projeto de revista, torna-se fundamental determinar os parâmetros de construção do produto. Sendo assim deve-se levar em consideração que o conjunto editorial e a arte caminhem alinhados para um único foco de pensamento final. O design gráfico deve ter a prioridade nesta fase, pois além de ser a embalagem do produto é também a forma de comunicação mais eficiente para a compreensão do mesmo. Existem no mercado diversas publicações que têm ótimos temas e bom padrão gráfico, porém um péssimo design e vice-versa, sendo assim, é necessário que consideremos o pensamento visual para obter o máximo de aproveitamento de um produto na área de publicações impressas.

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sumário

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1. 2. 2.1.

Introdução 16 A Mídia 18 Histórico do conceito de mídia

3.

O Comunicação e Conteúdo 24 3.1. A Relação entre imagem e os conceitos 24 3.2. A mensagem 34 3.3 O meio de comunicação 38 O que é Design Gráfico 4.1. Forma 4.2. Forma e Representação 4.3. O design é a mensagem

4.

18

5.

Design e Conteúdo: Estudo de caso 5.1. Revistas 5.2. Resumo da pesquisa 5.3. Resultados

6. 7. 8.

Conclusão Bibliografia Anexos

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44 44 46 52

64 64 72 74

78 80 82

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

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Imagem 01. Capa

1

Imagem 02. Sorriso

2

Imagem 03. Rua

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Imagem 04. Belas Artes

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Imagem 05. Imprensa

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Imagem 06. ABC

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Imagem 07. Escrita

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Imagem 08. Tv

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Imagem 09. Mix

25

Imagem 10. Mixs

26

Imagem 11. Mixe

26

Imagem 12. Odara

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Imagem 13. Disco

28

Imagem 14. Disco

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Imagem 15. Olho

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Imagem 16.Bandeira

35

Imagem 17. Bandeiras

36

Imagem 18. Banana

39

Imagem 19. Fio

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Imagem 20. Hot

42

Imagem 21. Cold

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Imagem 22. Anjo

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Imagem 23. Grito

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Imagem 24. Bum

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Imagem 25. Dedo

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Imagem 26. Rupestre

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Imagem 27. Trabalho

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Imagem 28. Pé

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Imagem 29. Roda

56

Imagem 30. Livro

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Imagem 31. Vista

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Imagem 32. Corpo

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Imagem 33. Seta

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Imagem 34. Dollar

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Imagem 35\36.

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Imagem 37. Info2

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Imagem 38. Info3

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Imagem 39. Info4

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Imagem 40. Bronze

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Imagem 41. Revista2

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Imagem 42. Eu

6

Imagem 43. Pesquisa

82

Imagem 44. Pesquisa

83

Imagem 45. Lev

31

Imagem 46. Mik

31

Imagem 47. Arm

33

Imagem 48. Mc

41

Imagem 48. Eco

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Imagem 49. Iva

49

Imagem 50. Claudio

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1.Introdução DESIGN WEEK

Design é o primeiro

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Na iniciação de um projeto de revista, torna-se fundamental determinar os parâmetros de contrução do produto. Sendo assim, deve-se levar em consideração que o conjunto editoral e a arte caminhem alinhados para um único foco de pensamento final, porém o design gráfico deve ter a prioridade, pois além de ser a embalagem do produto é também a forma e é a comunicação mais eficiênte para a compreensão do mesmo. Existem no mercado diversas publicações que têm ótimos temas e bom padrão gráfico, porém um péssimo design e vice-versa, sendo assim é necessário que se esclareça esta dúvida para obter o máximo de aproveitamento de uma idéia na área de publicações impressas.


PASSO

Onde ocorre a aproximação entre leitor e o veículo impresso.

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De

sig e D

Onde ocorre a aproximação entre leitor e o veículo impresso.

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2 - A Mídia DESIGN WEEK

2.1. Histórico do conceito de mídia

Histórico do O conceito de “mídia” é extremamente abrangente. O ser humano, dentro da sua história evolutiva, acabou adaptando sua capacidade de comunicação de acordo com seu conhecimento ao longo dos anos. Conforme seguia em sua jornada, desenvolveu o que podemos chamar hoje de “mídia” e através dela pode-se compreender a evolução da comunicação, que acontecia por meio de pinturas rupestres nas cavernas, sinais de fumaça, código Morse ou e-mails, nos tempos atuais.

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conceito de mídia Os exemplos citados enquadram-se na idéia de “meio de comunicação”, que se refere ao instrumento ou à forma de conteúdo utilizados para a realização do processo comunicacional. No caso da comunicação de massa, o ser humano evoluiu de forma mais eficiente, com este processo sendo alavancado por Gutenberg, graças à invenção dos tipos móveis que garantiram a disseminação da tipografia e da indústria do livro, a partir de 1450. Evolução que segundo McLuhan (1977) ocorreu em pouco tempo, “Hoje, após mais de um século de tecnologia elétrica, estendemos o nosso próprio sistema nervoso central num amplexo global, abolindo o espaço e o tempo, ao menos no que se refere a nosso planeta.”. Simples figuras usadas para representar objetos na antigüidade também eram usadas para passar idéias ou ações, assim como nomes e locais, junto com a escrita fonética, que era a criação de símbolos para sons. Porém, não tinham eficiência do ponto de vista de interpretação, e é desta forma que o alfabeto realiza por completo a necessidade de comunicação, pois simplifica a formação de um grupo de duas ou três dúzias de letras de alfabeto, divididas em consoantes e vogais, para representar qualquer objeto ou idéia. Imagem 05. Imprensa Fonte: O meios são as Massa-gens. Rio de Janeiro, Recod,1969. pg. 77

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2 - A Mídia DESIGN WEEK

2.1. Histórico do conceito de mídia

O alfabeto reduziu o uso simultâneo dos outros sentidos para o uso da comunicação, facilitando o processo comunicacional de uma forma mais clara e transportável para outras culturas. Gutenberg trouxe a segunda fase da facilitação, pois conseguiu agilizar o processo de reprodução destas mesmas informações, contribuindo, assim, para o surgimento de novas mídias impressas.

De acordo com McLuhan (1977), “a invenção do alfabeto, à semelhança da invenção da roda, foi a primeira tradução ou redução de um complexo e orgânico intercâmbio de espaços num único espaço”.

É extremamente relevante afirmar que mídia não é apenas os meios de comunicação de massa em seus diversos formatos, como rádio, TV, jornal, revista e internet, mas também a documentação dos fatos do passado para as gerações futuras. “Os manuscritos e o papiro criaram o ambiente social de que pensamos em conexão com os impérios da antigüidade”. (McLuhan, 1977) De forma genérica, todos os meios de comunicação, ou seja, os veículos que são utilizados para a divulgação de conteúdos de publicidade e de propaganda, ou a comunicação em geral utilizam a mídia para propagar idéias. Segundo McLuhan (1977), a

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forma oral de transmitir idéias pode ser a mais eficiente no ponto de vista de compreensão, o que desqualifica a mídia. Pitágoras e Cristo evitavam confiar à escrita seus ensinamentos, pois a dignidade do interpretante poderia distorcer a forma da mensagem. Eles acreditavam que se o mestre fosse eficiente, mais eficiente seria sua forma de comunicar sua mensagem, porque se com maior excelência o mestre transmitisse a maneira de ensinar, mais ficaria clara a mensagem para o receptor. Mesmo entre os mestres pagões, na filosofia, a alta excelência em ensinar não necessitava de escrita. Estas idéias são conflitantes quando pensamos que a Bíblia é o maior exemplo do admirável balanço entre a comunicação e interpretação, dentro do propósito de levar idéias através do tempo. É por este motivo que a mídia tem um fator central dentro da história do homem. Para o homem, a junção das letras do alfabeto pode trazer todos os níveis de significação possível e a mídia tem o papel chave de carregar a idéia onde ela é traspassada. A mídia é o prolongamento das idéias através de um meio onde se utiliza algo externo no ser humano para transmitir sua mensagem para outros. Neste sentido, para McLuhan (1977), “o homem hoje em dia desenvolveu para tudo que costumava fazer com o próprio corpo, extensões ou prolongamentos desse mesmo corpo”. A mídia carrega o monopólio do saber, determinada pela tecnologia que comanda a distribuição do poder político entre os grupos sociais. O poder é uma questão de controle do Imagem 06. ABC Fonte: www.veer.com

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2 - A Mídia DESIGN WEEK

2.1. Histórico do conceito de mídia

Mí.dia sf Propag (ingl mass media) 1 Veículo ou meio de divulgação da ação publicitária. 2 Seção ou departamento de uma agência de propaganda, que faz as recomendações, estudos, distribuições de anúncios e contato com os veículos (jornais, revistas, rádio, televisão etc.). 3 Numa agência de propaganda, pessoa encarregada da ligação com os veículos e da compra de espaço (eventualmente de tempo) para inserção ou transmissão de anúncios. 4 Inform

espaço e do tempo. Os sistemas de comunicação moldam a organização social porque estruturam relações temporais e espaciais. Na história, distingem-se duas formas de mídia ou comunicação, que cedem lugar a duas formas de domínio. “A primeira, ligada ao espaço, simbolizada pela imprensa e pela comunicação eletrônica, conduz à expansão e ao controle do território. A segunda, ligada ao tempo, transmitida pela cultura oral e manuscrita, favorece a memória, o senso histórico, pequenas comunidades e formas tradicionais de poder.”. (Mattelart, A.; Mattelart, M., 2003)

“A mídia como meio de comunicação age sobre os homens de modo total, atingindo suas idéias, políticas, econômicas, estéticas, psicológicas, morais, éticas e sociais. A mídia manipula pensamentos, uniformiza idéias e influencia comportamentos.”

Qualquer material físico que pode ser usado para armazenar dados. Os computadores podem utilizar uma variedade de

(Mattelart, A.; Mattelart, M., 2003)

mídias, como discos, fitas ou CD-ROM. Sin: meio. M. eletrônica: a televisão, quando considerada como veículo de comunicação. M. impressa: os jornais e revistas, quando considerados como veículos de comunicação.

Fonte: http://www2. uol.com.br/michaelis, acessado em 06/02/2007

Em alguns casos - e seguindo a idéia de alguns autores - isso é feito de forma mascarada, quase que imperceptível, através de suposições, informações descontextualizadas, ausência de um histórico acerca da notícia... Em suma, o superficialismo muitas vezes encobre o que realmente é relevante. Segundo McLuhan (1977), apenas 1/3 dos homens se aproxima dos meios e da tecnologia que o condiciona. Resta a dúvida que Mcluhan não responde, mas mostra que é necessário refletir: como o homem vai se comportar com as mudanças nos meios de comunicação? “O meio, ou processo de nosso tempo – de tecnologia elétrica – está remodelando e reestruturando padrões de interdependência Imagem 07. Escrita Fonte: MCLUHAN, MARSHAL. O meios são as Massa-gens.

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de re ,lta b oei o m , ,asasc ot s ageo m tií o cestéti lo do o oc p m ãç dia ,idéias de ac ím ,as ci sneinu A m suasm mo ôn o c oc o h s e dn o gi nati de o re , ei b l m o ta , , o s to casas m o íti c co aged l ão mo , po ídia ç , estéti m ca de as A uni ns idéias ic m me m co ho suasnô o osndo ec ngi ati

Imagem 08. Tv Fonte: www.indexopen.com

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3. O Comunicação e Conteúdo

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3.1. A Relação entre imagem e os conceitos

A Relação entre

os conceitos

imagem e Um exemplo simples da relação entre imagem e conceitos é o de um historiador moderno que utiliza imagens antigas como fonte histórica. Ele precisa enxergar além da imagem, ler suas lacunas e decifrar seus códigos. As imagens são representações do mundo elaboradas para serem vistas. Como afirma Sandra Pesavento (2003), “as imagens estabelecem uma mediação entre o mundo do espectador e o do produtor, tendo como referencial a realidade, tal como, no caso do discurso, o texto é mediador entre o mundo da leitura e o da

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escrita. Afinal, palavras e imagens são formas de representação do mundo que constituem o imaginário.” Dessa forma, percebemos que a imagem serve como elo de ligação entre o tempo de seu produtor e o tempo de seu observador. Transmite conceitos, modos de ver e entender a vida, enfim, nos permite conhecer como o mundo era visto por outras culturas distantes de nós, no aspecto de tempo. Durante o século percebe-se que houve diálogos entre as artes visuais e a literatura, acompanhando a diluição de limites que as

linguagens oferecem e conseqüente aproximação entre as artes, principalmente a quebra de fronteiras entre o texto e a imagem. Poetas se conscientizaram da visualidade da escrita e da página, além de incorporar elementos gráficos e imagens aos seus trabalhos. Artistas visuais, por sua vez, retomaram a origem visual da escrita, utilizando elementos textuais em suas obras, como grafismos, letras de diversos alfabetos e colagem de fragmentos de textos impressos, utilizando a escrita como elemento gráfico e/ou conceitual. Essa


Trabalho conceitual sob supervisao do professor Ferlauto - Belas Artes de Sao Paulo, objetivo foi demonstrar estilos diderentes de estilhos de design e formas de

o

trabalhar a tipografia.

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Rodrigo Martins - 2006

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Imagem 09. Mix Fonte: Rodrigo Martins 2006


3. O Comunicação e Conteúdo

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3.1. A Relação entre imagem e os conceitos

Imagem 10. Mixs Fonte: Rodrigo Martins 2006

Imagem 11. Mixe Fonte: Rodrigo Martins 2006

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parede etc, que foram utilizados em suas obras de modo que as partes se ajustassem ao todo, tal como um quebra cabeça.” (Verenoso, 2000) Ao mesmo tempo em que esse processo ia se manifestando e ocorrendo, houve o surgimento e o desenvolvimento de diversas tecnologias e mídias desembocando na era eletrônica que vivemos hoje. Pode-se constatar grande aproximação entre imagem e escrita em outras passagens da história, como nas iluminuras medievais ou xilogravuras chinesas. Mallarmé inaugurou a semântica do espaço em branco, com a explosão gráfico-espacial de seu poema Coup de Dês, no final do século passado. Principalmente a partir dos anos sessenta, os meios de comunicação aumentaram sua participação no dia-a-dia das pessoas e passou a intervir em todas as instâncias da vida cotidiana, fazendo com que o convívio com imagens caminhasse rumo à saturação. Assim, artistas e poetas passaram a buscar maneiras novas de se relacionar com a arte e a escrita em experiências onde os materiais e suportes tradicionais em arte foram sendo sucessivamente questionados ou em trabalhos onde houve apropriação dos novos meios e tecnologias como suporte e material para a arte.

d

“Esse processo de aproximação e diálogo entre a literatura e as artes visuais aconteceu de maneira recorrente e não linear durante todo o século, sendo verificada em diversas ramificações que realizaram e realizam várias conexões entre si, sem obedecerem a nenhuma hierarquia ou ordem”. (Veneroso, 2000) Modos de hierarquia entre as linguagens como, por exemplo, se explicitar uma imagem através de uma legenda ou título, ilustrar um texto ou, ainda, estabelecer um discurso a partir de uma obra visual, como uma pintura, sofreram uma quebra nessas experiências que negavam qualquer subordinação entre imagem e texto. “A reaproximação entre imagem e escrita se deu a partir do final do século XIX e início do século XX. Nesse processo de resgate de vínculos entre a palavra e a imagem, tiveram grande importância experiências como as do poeta francês Mallarmé, que passa a considerar a visualidade da letra e do branco do papel como elemento de seus poemas, e o trabalho pioneiro de Picasso e Braque, com os papiers collés (imagem) que inauguram uma forte tendência da arte contemporânea, incorporando na obra artística materiais não artísticos, letras, fragmentos retirados de jornais, partituras musicais, papéis de


FICAR

ponto. Deveríamos vergonha na cara e seguir os exemplos da música não e importa. cabeça" (para usar mais um termoturísticas, Odara), nem que moradores grandes gráfico tomar brasileiro. Se somos americanizados ou germanizados seriam experiências nãode mudariam quem das eu sou. Não mudariam

Até John Warw

ponto. Deveríamos tomar vergonha na cara e seguir os exemplos da música e

cabeça" (para usar mais um termo Odara), nem de que moradores das grandes

decepcionou-se

cidades são as grandes vítimas da indústria cultural imperialista e seu way of

2002). Achou qu

life. É questão de assumir minha real identidade cultural. A mesma questão dos

Naquele dia, de

suíngue, a ginga e a alegria que são a marca desta terra abençoada por Deus.

negros da Bahia reafirmando sua ascen-dência africana e das tribos indígenas

Até John Warwicker, incensado designer britânico do grupo Tomato,

lutando para preservar seus hábitos e tradições. Se ambos os casos são bem

decepcionou-se profundamente ao visitar a sexta Bienal de Design Gráfico (em

vistos pelas pessoas ‘conscientes’, porque estas mesmas pessoas não assumem

2002). Achou que faltavam coisas com cara de Brasil.

logo que são descendentes de italianos do industrial bairro do Ipiranga e não

Naquele dia, depois de ouvir a decepção do inglês, peguei meu carro para

desapegados caboclos da vila baiana de Moreré? Sim, falamos a mesma língua

voltar do Sesc Pom-péia (onde se realizava a exposição) até a Rex. No curto

e torcemos pelo mesmo time em Copas do Mundo, mas um seringueiro da

caminho, tentei manter o olhar atento a fim de conseguir enxergar aquele

Amazônia e eu não temos as mesmas referências culturais nem os mesmo

Brasil de que tantos falavam. Peguei a Francisco Matarazzo, com o Parque

valores, o que constrói aquilo que chamamos de identidade. E somos

Antartica e o shopping West Plaza de um lado e do outro a Estação de trem da

brasileiros na mesma medida.

Barra Funda, e não o encontrei. Peguei então a Avenida Sumaré. Vi oficinas

A busca por uma linguagem gráfica que reflita de forma indiscutível o que é

mecânicas, bingos, lojas de lingeries e churrascarias. Mas o Brasil pelo qual

ser brasileiro esbarra então não em uma falta de consciência por parte dos

clamava Warwicker eu não vi não.

designers gráficos. Esbarra sim no fato de que ‘ser brasileiro’ pode significar

Carnaval do Rio de Janeiro faz sentido como expressão cultural para aqueles cujo samba e sua escola são partes da vida cotidiana. Para os outros, sejam

capoeira. Da minha janela eu via um ponto de ônibus e uma padaria. Eu não

paulistas ou austríacos, é passeio. Se em design gráfico houve um dia a chance

saía correndo pelo pomar colhenndo fruta no pé, eu ia até a tal padaria

de construírmos uma linguagem única e nacional, essa chance já passou – e

comprar uma Coca-Cola e um Cebolitos. Não assistia ao pôr do sol na praia

não faz pouco tempo não. Medir a "brasilidade" de um projeto gráfico em

todo fim de tarde, me sentava no sofá e ligava a tv. Era o que dava para fazer. E

virtude da existência de elementos folclóricos (explícitos ou não) é ridículo.

se quem cantava meu hino de juventude era Joe Strummer ‘we ain't got no

Hoje de manhã, após meu repetitivo passeio matinal de domingo, parei em

swing' e não Caetano Veloso ‘deixa eu dançar que é pro mundo ficar Odara’,

uma banca de jornal e fiquei lendo as capas de revista. Uma conhecida revista

porque eu deveria me sentir um idiota colonizado? Só porque o Clash era

semanal estampava a manchete de que o brasileiro precisava levantar sua

inglês e Caê de Santo Antonio da Purificação? Afinal, qual dos dois estava

auto-estima. Dizia o porquê: ‘Na Europa, o Brasil está cada vez mais na moda’.

dizendo algo que fazia sentido na minha vida?

Qual Brasil? Com certeza o Brasil que Warwicker quis ver. Com certeza o Brasil

Sim, eu poderia sair por esse Brasil e conhe-cê-lo de verdade. Poderia ir até

exótico e sensual. Se nosso objetivo então for apenas o de ‘estar na moda’ em

aquelas vilas de pes-cadores da Bahia sem luz elétrica. Usar um colar indígena.

Paris ou Milão e fazer os gringos nos examinarem de forma simpática, está

Passar o Carnaval no Recife. Até descobrir o que diabos significa ‘ficar Odara’ eu

fácil. Se nosso objetivo for outro, porém, é melhor abrirmos os olhos.

talvez conseguisse. Poderia, enfim, descobrir pessoas e lugares antes

Aceitarmos que somos diversos e difusos. Estimular e valorizar culturas locais,

Em reuniões. Com certeza, a pergunta mais insis-tente da história do design gráfico brasileiro. Se somos americanizados ou germanizados importa.mais insis-tente Em reuniões. Com certeza,não a pergunta Para os proponentes de tais debates o que importa é que somos colonizadosSe e da história do design gráfico brasileiro.

somos

ponto. Deveríamos tomar vergonhaou na cara e seguir os exemplos música e americanizados germanizados nãodaimporta. do futebol, Para nossos mais genuínos e reconhecidos artigos para exportação. os proponentes de tais debates o que importa é que somos colonizados e Mesmo incorporando ele-mentos estrangeiros, intactos oda música e ponto. Deveríamos tomar vergonha ambos na caramantiveram e seguir os exemplos suíngue, a ginga e a alegria que mais são agenuínos marca desta terra abençoada por Deus. do futebol, nossos e reconhecidos artigos para exportação. Até John Warwicker, incensadoele-mentos designer estrangeiros, britânico doambos grupomantiveram Tomato, intactos o Mesmo incorporando decepcionou-se profundamente visitar a sexta Design Gráfico (em por Deus. suíngue, a ginga e a ao alegria que são aBienal marcade desta terra abençoada 2002). AchouAté queJohn faltavam coisas com cara de Brasil. Warwicker, incensado designer britânico do grupo Tomato, Naquele dia,decepcionou-se depois de ouvir a decepção do meu carro para Gráfico (em profundamente aoinglês, visitar apeguei sexta Bienal de Design voltar do Sesc Pom-péia (onde se realizava exposição) até a Rex. No curto 2002). Achou que faltavam coisasacom cara de Brasil.

e torcemos logo pelo que mesmo time em Copas Mundo,domas um seringueiro da são descendentes dedo italianos industrial bairro do Ipiranga e não

caminho, tentei manter olhar de atento de conseguir enxergar aquele edesapegados eu não temos as mesmas nemfalamos os mesmo Naquele dia, odepois ouvira afim decepção do inglês, peguei meu carro Amazônia para caboclos da vilareferências baiana de culturais Moreré? Sim, a mesma língua Brasil de que tantos falavam. Peguei(onde a Francisco Matarazzo, com o até Parque valores, o que constróipelo aquilo quetime chamamos dedoidentidade. E um somos voltar do Sesc Pom-péia se realizava a exposição) a Rex. No curto e torcemos mesmo em Copas Mundo, mas seringueiro da Barra Funda,Brasil e nãodeo que encontrei. então a Avenida Sumaré. Vi oficinas A busca porvalores, uma linguagem gráfica que reflitaque de forma indiscutível o que é E somos tantos Peguei falavam. Peguei a Francisco Matarazzo, com o Parque o que constrói aquilo chamamos de identidade. mecânicas, bingos, lojas de lingeries e churrascarias. Mase odoBrasil qual de trem serda brasileirobrasileiros esbarra então não medida. em uma falta de consciência por parte dos Antartica e o shopping West Plaza de um lado outropelo a Estação na mesma clamava Warwicker eu nãoe vinão não.o encontrei. Peguei então a Avenida Sumaré. Vi oficinas designers gráficos. simlinguagem no fato de que ‘ser Barra Funda, A buscaEsbarra por uma gráfica quebrasileiro’ reflita de pode formasignificar indiscutível o que é Eu sou brasileiro. Só morei no Brasil, no Brasil e só trabalho nooBrasil. Brasil alegre e colorido existe, mas éfalta diferente do meu. por O parte dos mecânicas, bingos, lojassódeestudei lingeries e churrascarias. Mas Brasil pelo muitas qual coisas. ser Obrasileiro esbarra então não em uma de consciência Carnaval dodesigners Rio de Janeiro faz Esbarra sentido como cultural para aqueles gráficos. sim noexpressão fato de que ‘ser brasileiro’ pode significar

eu não via aEu mulher brasileiraSódesfilar sensualidade ouno uma roda jogando cujo samba muitas e sua escola partesalegre da vida cotidiana.existe, Para os sejam do meu. O sou brasileiro. morei sua no Brasil, só estudei Brasil e só trabalho no Brasil. coisas.são O Brasil e colorido masoutros, é diferente capoeira. DaCresci minhanum janela eu via um típico pontode declasse ônibus e uma Eu Da nãominha janela paulistas ouCarnaval austríacos, passeio. Se em faz design gráfico houve um dia cultural a chancepara aqueles apartamento média empadaria. São Paulo. doé Rio de Janeiro sentido como expressão saía correndo pelovia pomar colhenndo fruta no pé, ia até a tal de construírmos uma linguagem única e nacional, já passou e eu não a mulher brasileira desfilar sua eu sensualidade oupadaria uma roda jogando cujo samba e sua escola são partes daessa vidachance cotidiana. Para os– outros, sejam comprar uma Coca-Cola e um Cebolitos. Nãoum assistia do sol na praia tempo Medir aé passeio. "brasilidade" um projeto gráficoum emdia a chance capoeira. Da minha janela eu via pontoaodepôr ônibus e uma padaria. Eunão nãofaz pouco paulistas ounão. austríacos, Se emde design gráfico houve todo fim de saía tarde,correndo me sentava nopomar sofá e ligava a tv. Era o que paraiafazer. virtude da existência de elementos folclóricos (explícitos ou não)essa é ridículo. pelo colhenndo fruta nodava pé, eu até aE tal padaria de construírmos uma linguagem única e nacional, chance já passou – e se quem cantava meu hino de juventude Joe Strummer ‘we ain't gotdo nosol na Hoje após meu tempo repetitivo de domingo, em gráfico em comprar uma Coca-Cola e um era Cebolitos. Não assistia ao pôr praia de manhã, não faz pouco não.passeio Medir matinal a "brasilidade" de umparei projeto swing' e nãotodo Caetano eu dançar quee éligava pro mundo umaEbanca de jornaldae existência fiquei lendo capas defolclóricos revista. Uma conhecida revista fim deVeloso tarde,‘deixa me sentava no sofá a tv. Era ficar o queOdara’ dava, para fazer. virtude deas elementos (explícitos ou não) é ridículo. porque eu deveria sentir meu um idiota colonizado? o Clash‘we eraain't got semanal estampava a manchete que o brasileiro precisava sua parei em se quemme cantava hino de juventude Só eraporque Joe Strummer no Hoje de manhã, após de meu repetitivo passeio matinallevantar de domingo, inglês e Caêswing' de Santo Purificação? Afinal, qual dos doismundo estava ficar Odara’ auto-estima. Diziabanca o porquê: ‘Na Europa, Brasilasestá cada maisUma na moda’ . e nãoAntonio CaetanodaVeloso ‘deixa eu dançar que é pro , uma de jornal e fiquei olendo capas devez revista. conhecida revista dizendo algoporque que fazia minha Com certeza o Brasil aque Warwicker Com certeza o Brasillevantar sua eu sentido deveriana me sentirvida? um idiota colonizado? Só porque o ClashQual era Brasil? semanal estampava manchete dequis quever. o brasileiro precisava Sim, eu poderia por esse Brasil Antonio e conhe-cê-lo de verdade. Poderia até dois estava exótico e sensual. Se nosso objetivo então apenaso oBrasil de ‘estar moda’ inglêssair e Caê de Santo da Purificação? Afinal, qualirdos auto-estima. Dizia o porquê: ‘NaforEuropa, está na cada vez em mais na moda’. aquelas vilasdizendo de pes-cadores Bahia sem luz elétrica. Usar um colar indígena. algo queda fazia sentido na minha vida?

Paris ou Milão e Brasil? fazer os gringos nos examinarem de forma simpática, Qual Com certeza o Brasil que Warwicker quis ver. Comestá certeza o Brasil

Passar o Carnaval nopoderia Recife. Até que diabos significa ‘ficar Odara’ eu fácil. objetivo for Se outro, é então melhor os ‘estar olhos.na moda’ em Sim, eu sairdescobrir por esseoBrasil e conhe-cê-lo de verdade. Poderia ir até Se nosso exótico e sensual. nossoporém, objetivo forabrirmos apenas o de talvez conseguisse. Poderia, enfim, descobrir pessoas e lugares antes Aceitarmos que diversos e difusos. Estimular e valorizar culturas locais, aquelas vilas de pes-cadores da Bahia sem luz elétrica. Usar um colar indígena. Parissomos ou Milão e fazer os gringos nos examinarem de forma simpática, está Passar o Carnaval no Recife. Até descobrir o que diabos significa ‘ficar Odara’ eu

fácil. Se nosso objetivo for outro, porém, é melhor abrirmos os olhos.

talvez conseguisse. Poderia, enfim, descobrir pessoas e lugares antes

Aceitarmos que somos diversos e difusos. Estimular e valorizar culturas locais,

Brasil de que tantos falavam. Peguei(onde a Francisco Matarazzo, com o até Parque voltar do Sesc Pom-péia se realizava a exposição) a Rex. No curto Antartica e ocaminho, shoppingtentei West Plaza deoum ladoatento e do outro de trem da manter olhar a fima Estação de conseguir enxergar aquele Barra Funda,Brasil e nãodeo que encontrei. então a Avenida Sumaré. Vi oficinas tantos Peguei falavam. Peguei a Francisco Matarazzo, com o Parque mecânicas, bingos, lojas de lingeries e churrascarias. Mase odoBrasil qual de trem da Antartica e o shopping West Plaza de um lado outropelo a Estação clamava Warwicker eu nãoe vinão não.o encontrei. Peguei então a Avenida Sumaré. Vi oficinas Barra Funda, mecânicas, bingos, lojas de lingeries e churrascarias. Mas o Brasil pelo qual

o stã as ue e d Se o a q a s. e tã sm an e qu e es deas ic içõ or s d s qu em Sfre d p a aA s.a trea s’, nte clo m al.n õceia qeu ete de bo es icra êiçn osr s dn esn s ca c m ltfru d itp cie A ua -a ’,b ste cslo o l. ceiac eetrn tehás oen bdoe ad ra aênd aosc uns sn‘cd cãao eg ltu d ait sceie cae ess ap cu nti- áub nrs esso duo s e ce sohs rvoa eds gaq de ad al sid aenud asse‘c ssãpo pgeo não tid rueaa m r s roe eela salo e en as ar sps qpu eem a id dho arvfi prea gos omd ng al nin rse psa isto a nsãu ira re deola mvlo re rirmm hpia aes Ip ha fim a snp eem goa o in esau aBr tota bm nnã d m ars dpa islu sou airsa irro ir eia dso navs sassã sIp o o so ba m adh rno em b ansão opde ial su tãBo netag odíg cs sr tr as sedsa s lu sinã sa aira us de ou ndao ooss ssso l sbm d o Égrq íge ib s pbeo iae in e stã n d ctra m s sstrm do ue dos s in s os ma dsta u os o s n ib o e ine a tr mb s m do ali it a ta s o es an li ita

Antartica e ocaminho, shoppingtentei West Plaza deoum ladoatento e do outro de trem da brasileiros naAmazônia mesma medida. manter olhar a fima Estação de conseguir enxergar aquele e eu não temos as mesmas referências culturais nem os mesmo

caminho, tentei manter olhar de atento de conseguir enxergar aquele Naquele dia, odepois ouvira afim decepção do inglês, peguei meu carro para

Éq

o stã as ue e d Se o a q a s. e tã sm an e qu es deas ic içõ or qu em Sfre d p a aA s.a trea s’, m al.n õceia qeu te es icra êiçn osr n m ltfru d itp cie A ua -a ’,b s l. ceiac eetrn tehás on ra aênd aosc uns s ‘c ltu d ait sceie a cu nti- áub nrs so e ce sohs rvoa es ad al sid aenud asse‘c s p tid rueaa m r s roe ela en as ar sps p id dho arvfi prea s al anin erse lapsa isto r deo v re rirmm hpia ha fim a snp em in esau aBr tota b m ars dpa islu o ir eia dso navs s sã m adh rno em b aso su tãBo netag odíg c as sedsa s lu sinã s de ou ndao ooss s o o eÉgrq íge ib s bo stã n d ctra m ue dos s in s os a o ib o tr mb a

Naquele dia,decepcionou-se depois de ouvir a decepção do meu carro para Gráficodesapegados caboclos vila baiana de Moreré? Sim,estas falamos a mesma língua profundamente aoinglês, visitar apeguei sexta Bienal de Design (em vistos pelasda pessoas ‘conscientes’ , porque mesmas pessoas não assumem

clamava Warwicker eu não vi não.

Em reuniões. Com certeza, a pergunta mais insis-tente da história do design gráfico brasileiro. Se somos americanizados ou germanizados não importa.

ponto. Deveríamos tomar vergonha na cara e seguir os exemplos da música e

do futebol, nossos mais genuínos e reconhecidos artigos para exportação.

MINHA CUCA

Mesmo incorporando ele-mentos estrangeiros, ambos mantiveram intactos o Para os proponentes de tais debates o que importa é que somos colonizados e suíngue, a ginga e a alegria que são a marca desta terra abençoada por Deus. ponto. Deveríamos tomar vergonha na cara e seguir os exemplos da música e Até John Warwicker, incensado designer britânico do grupo Tomato, do futebol, nossos mais genuínos e reconhecidos artigos para exportação. decepcionou-se profundamente ao visitar a sexta Bienal de Design Gráfico (em Mesmo incorporando ele-mentos estrangeiros, ambos mantiveram intactos o 2002). Achou que faltavam coisas com cara de Brasil. suíngue, a ginga e a alegria que são a marca desta terra abençoada por Deus. Naquele dia, depois de ouvir a decepção do inglês, peguei meu carro para Até John Warwicker, incensado designer britânico do grupo Tomato, voltar do Sesc Pom-péia (onde se realizava a exposição) até a Rex. No curto decepcionou-se profundamente ao visitar a sexta Bienal de Design Gráfico (em caminho, tentei manter o olhar atento a fim de conseguir enxergar aquele 2002). Achou que faltavam coisas com cara de Brasil. Brasil de que tantos falavam. Peguei a Francisco Matarazzo, com o Parque Naquele dia, depois de ouvir a decepção do inglês, peguei meu carro para Antartica e o shopping West Plaza de um lado e do outro a Estação de trem da voltar do Sesc Pom-péia (onde se realizava a exposição) até a Rex. No curto Barra Funda, e não o encontrei. Peguei então a Avenida Sumaré. Vi oficinas caminho, tentei manter o olhar atento a fim de conseguir enxergar aquele mecânicas, bingos, lojas de lingeries e churrascarias. Mas o Brasil pelo qual Brasil de que tantos falavam. Peguei a Francisco Matarazzo, com o Parque clamava Warwicker eu não vi não. Antartica e o shopping West Plaza de um lado e do outro a Estação de trem da Barra Funda, e não o encontrei. Peguei então a Avenida Sumaré. Vi oficinas

o tã s es da qu e Se a a s. e m an õe qu e es ic iç or d m afr ad ’, p tes clos A l. cia e tr tes en bo ra ên os n nd ca ltu d it cie ce s cu n- áb ns es do e ce s h o d ga ad as eu s ‘c são pe tid ua r s oa e sa en s a ss qu e id do rv pe go o d al an se s nã re rm pre ela m lo e ha fi a s p e ga in ea ar to m n m r p is su ira ir ia do v as Ip m ah n em o o su B ta b nã o d as s da s lu são as irr de o na s so a o egr íge so es l b stã n d ca s p tria ue dos s in s os ma dus o s ib o e in tr mb s m do a ta s o es an li ita

É questão de assumir minha real identidade cultural. A mesma negros da Bahiareal Équestão questãodos de assumir minha reafirmando suacultural. ascen-dência identidade A mesma africana e dasdos tribos indígenas questão negros da Bahia lutando para preservar seus reafirmando sua ascen-dência É questão de assumire africana das tribos minha real identidadeindígenas cultural. A mesma questão dos negros da Bahia reafirmando sua ascen-dência lutando preservar seus africana e daspara tribos indígenas lutando para

mecânicas, bingos, lojas de lingeries e churrascarias. Mas o Brasil pelo qual clamava Warwicker eu não vi não.

trabalho no Brasil. Cresci num apartamento típico de classe média

em São Paulo. Da minha janela eu não via a mulher brasileira

desfilar sua sensualidade ou uma roda jogando capoeira. Da minha Eu sou brasileiro. Só morei no Brasil, só estudei no Brasil e só janela eu via um ponto de ônibus e uma padaria. Eu não saía trabalho no Brasil. Cresci num apartamento típico de classe média correndo pelo pomar colhenndo fruta no pé, eu ia até a tal padaria em São Paulo. Da minha janela eu não via a mulher brasileira comprar uma Coca-Cola e um Cebolitos. Não assistia ao pôr do sol desfilar sua sensualidade ou uma roda jogando capoeira. Da minha na praia todo fim de tarde, me sentava no sofá e ligava a tv. Era o janela eu via um ponto de ônibus e uma padaria. Eu não saía que dava para fazer. E se quem cantava meu hino de juventude era correndo pelo pomar colhenndo fruta no pé, eu ia até a tal padaria Joe Strummer ‘we ain't got no swing' e não Caetano Veloso ‘deixa comprar uma Coca-Cola e um Cebolitos. Não assistia ao pôr do sol eu dançar que é pro mundo ficar Odara’, porque eu deveria me na praia todo fim de tarde, me sentava no sofá e ligava a tv. Era o sentir um idiota colonizado? Só porque o Clash era inglês e Caê de que dava para fazer. E se quem cantava meu hino de juventude era Santo Antonio da Purificação? Afinal, qual dos dois estava dizendo Joe Strummer ‘we ain't got no swing' e não Caetano Veloso ‘deixa algo que fazia sentido na minha vida? eu dançar que é pro mundo ficar Odara’, porque eu deveria me Sim, eu poderia sair por esse Brasil e conhe-cê-lo de verdade. sentir um idiota colonizado? Só porque o Clash era inglês e Caê de Poderia ir até aquelas vilas de pes-cadores da Bahia sem luz elétrica. Santo Antonio da Purificação? Afinal, qual dos dois estava dizendo Usar um colar indígena. Passar o Carnaval no Recife. Até descobrir o algo que fazia sentido na minha vida? que diabos significa ‘ficar Odara’ eu talvez conseguisse. Poderia, Sim, eu poderia sair por esse Brasil e conhe-cê-lo de verdade. enfim, descobrir pessoas e lugares antes desconhecidos. Talvez até Poderia ir até aquelas vilas de pes-cadores da Bahia sem luz elétrica. gostasse de alguns. Mas todas essas experiências seriam Usar um colar indígena. Passar o Carnaval no Recife. Até descobrir o experiências turísticas, não mudariam quem eu sou. Não mudariam que diabos significa ‘ficar Odara’ eu talvez conseguisse. Poderia, minhas raízes nem minha essência. E isso não é uma questão de enfim, descobrir pessoas e lugares antes desconhecidos. Talvez até "abrir a cabeça" (para usar mais um termo Odara), nem de que gostasse de alguns. Mas todas essas experiências seriam moradores das grandes cidades são as grandes vítimas da indústria experiências turísticas, não mudariam quem eu sou. Não mudariam cultural imperialista e seu way of minhas raízes nem minha essência. E isso não é uma questão de A busca por uma linguagem gráfica que reflita de forma "abrir a cabeça" (para usar mais um termo Odara), nem de que indiscutível o que é ser brasileiro esbarra então não em uma falta moradores das grandes cidades são as grandes vítimas da indústria de consciência por parte dos designers gráficos. cultural imperialista e seu way of

odara

preservar seus hábitos e tradições.

Se ambos os casos são

questão bemÉvistos de pessoas assumir ‘conscientes pelas Eu minha real identidade ’, porque estas cultural. A mesmas pessoas mesma questão sou não dos negros assumem dasão logo que Bahia reafirmando descendente s sua ascen-dênci brasileiro. Só de italianos a africana do industrial e dasbairro tribos do indígenas Ipirangalutando e não para morei no Brasil, só preservar sseus desapegado hábitos caboclos tradições. daevila baiana Se de ambos osSim, Moreré? casos são estudei no Brasil e só bem vistos pelas pessoas ‘conscientes Eu falamos a mesma trabalho no Brasil. Cresci num ’, porque mesmas pessoas sou em não assumem logo que são língua estas apartamento típico de classe média descendentes brasileiro. de italianos do industrial bairro São Paulo. Da minha janela eu não via aSó do Ipiranga e não no Brasil, só desapegados caboclos da vila mulher brasileira desfilar morei sua sensualidade ou baiana de Moreré? Sim, estudei Da no minha Brasil ejanela só uma roda jogando capoeira. falamos a mesma língua trabalho no Brasil. num eu via um ponto de ônibus e umaCresci padaria. Eu apartamento de classe média em não saía correndo típico pelo pomar colhenndo São janela eu não via a fruta noPaulo. pé, euDa iaminha até a tal padaria comprar mulher brasileira desfilar sua sensualidade ou uma Coca-Cola e um Cebolitos. Não assistia ao uma jogando capoeira. pôrroda do sol na praia todo fimDa deminha tarde,janela me eu via um ônibus e uma Eu sentava noponto sofá ede ligava a tv. Era opadaria. que dava não fazer. saía correndo pelo pomar colhenndo para E se quem cantava meu hino de fruta no pé, euJoe ia até a tal padaria comprar juventude era Strummer ‘we ain't umano Coca-Cola e um Cebolitos. Não assistia ao got swing' e não Caetano Veloso pôr do na praia ‘deixa eusol dançar quetodo é profim de tarde, me sentava no sofá e ligava a tv. Era o que dava mundo ficar Odara’, para fazer. E se quem cantava meu hino de porque eu deveria juventude era Joe Strummer ‘we ain't me sentir um got no swing' e não Caetano Veloso idiota ‘deixa eu dançar que é pro mundo ficar Odara’, porque eu deveria me sentir um idiota

É questão de assumir minha real identidade cultural. Ade mesma É questão assumir questão dos negros da minha real identidade Bahia reafirmando sua cultural. A mesma ascen-dência africana questão dos negros da Bahia reafirmando sua ascen-dência africana

Trabalho conceitual sob supervisao

Eu sou brasileiro. Só morei no Brasil, só estudei no Brasil e só

brasileira? brasileira?

identidade brasileira? brasileira?

Para os proponentes de tais debates o que importa é que somos colonizados e

A busca por uma linguagem gráfica que reflita de forma

de consciência por parte dos designers gráficos.

de Sao Paulo, objetivo foi demonstrar

No

estilos diderentes de estilhos de design e formas de trabalhar a

ss

tipografia. Rodrigo Martins - 2006

o de sig n DESIGN WEEK

gráfico tem uma

Centro Universitário Belas Artes de São Paulo

identidade

identidade identidade

indiscutível o que é ser brasileiro esbarra então não em uma falta

do professor Ferlauto - Belas Artes

29

nign siegs ded o so ssos NoN

Nosso design gráfico tem uma Nosso design gráfico tem uma identidade

identidade identidade brasileira?

brasileira?

É questão de assumir minha real identidade cultural. A mesma É questão de assumir minha real questão dos negros da Bahia identidade cultural. A mesma reafirmando sua ascen-dência questão dos negros da Bahia africana e das tribos indígenas reafirmando sua ascen-dência lutando para preservar seus africana e das tribos indígenas

Imagem 12. Odara Fonte: Rodrigo Martins 2006

Eu sou brasileiro. Só morei no Brasil, só estudei no Brasil e só

trabalho no Brasil. Cresci num apartamento típico de classe média

caminho, tentei

Brasil de que ta

Antartica e o sho

Barra Funda, e n

mecânicas, bing

clamava Warwic

em São Paulo. Da minha janela nãonoviaBrasil, a mulher brasileira Eu sou brasileiro. Só eu morei só estudei no Brasil e só

desfilar sua sensualidade ou uma rodanum jogando capoeira.típico Da minha trabalho no Brasil. Cresci apartamento de classe média

janela eu via uma padaria. saía brasileira emum Sãoponto Paulo.deDaônibus minhae janela eu não Eu via não a mulher

correndo pelo pomar colhenndo frutaou nouma pé, eu ia até a tal padaria desfilar sua sensualidade roda jogando capoeira. Da minha comprar uma Coca-Cola um Cebolitos. assistia ao pôr do solEu não saía janela eu viae um ponto de Não ônibus e uma padaria.

na praia todo fim de pelo tarde,pomar me sentava no sofá e ligava correndo colhenndo fruta no pé, aeutv.iaEra atéoa tal padaria que dava para fazer. Euma se quem cantava meu hino de Não juventude comprar Coca-Cola e um Cebolitos. assistiaera ao pôr do sol

odara

É questão de assumir minha real identidade cultural. A mesma questão dos negros da Bahia reafirmando sua ascen-dência africana e das tribos indígenas lutando para É questão de assumir minha real identidade cultural. preservar seus hábitos e tradições. A Se ambos os casos são mesma questão dos negros da Bahia reafirmando sua bem vistos pelas pessoas ‘conscientes ascen-dênci africana ’, porque estas e das tribos indígenas mesmas pessoas nãoaassumem lutando para preservar seus hábitos elogo que são descendente s Se ambos os casos de italianos do industrialtradições. são bairro do Ipiranga bem vistos pelas pessoas e não ‘conscientes’, porque desapegados caboclos estas vila baiana de Moreré? mesmas pessoas nãoda Sim, assumem logo são descendente s falamos a que de italianos do industrial mesma língua bairro do Ipiranga e não desapegados caboclos da vila baiana de Moreré? Sim, falamos a mesma língua

Joe Strummer ain't gotfim node swing' nãosentava Caetano na ‘we praia todo tarde,eme noVeloso sofá e‘deixa ligava a tv. Era o

eu dançar que propara mundo porque meu eu deveria que édava fazer.ficar E seOdara’ quem, cantava hino deme juventude era

lutando para preservar seus

Eu sou brasileiro. Só morei no Brasil, só Eu estudei no Brasil e só sou brasileiro. trabalho no Brasil. Cresci num Só no Brasil, apartamento típico de morei classe média emsó estudei Brasil São Paulo. Da minha janela euno não via ae só trabalho nosensualidade Brasil. Cresci ou num mulher brasileira desfilar sua apartamento típicoDa deminha classejanela média em uma roda jogando capoeira. Sãoponto Paulo. Da minhaejanela eu não via eu via um de ônibus uma padaria. Eu a mulher brasileirapelo desfilar suacolhenndo sensualidade ou não saía correndo pomar uma jogando Dacomprar minha janela fruta no roda pé, eu ia até acapoeira. tal padaria via um ponto de ônibus Não e uma padaria. uma eu Coca-Cola e um Cebolitos. assistia ao Eu saía pelo colhenndo pôr não do sol nacorrendo praia todo fimpomar de tarde, me fruta pé,eeu ia atéa atv. tal padaria sentava nono sofá ligava Era o que comprar dava uma Coca-Cola e um Cebolitos. assistia ao para fazer. E se quem cantava meuNão hino de pôr do solJoe na praia todo ‘we fim de tarde, me juventude era Strummer ain't sentava sofáCaetano e ligavaVeloso a tv. Era o que dava got no swing' no e não para E que se quem ‘deixa eu fazer. dançar é procantava meu hino de juventude era Joe Strummer ‘we ain't mundo ficar Odara’, got eu no deveria swing' e não Caetano Veloso porque ‘deixa me sentir umeu dançar que é pro idiotamundo ficar Odara’, porque eu deveria me sentir um idiota

Gustavo Piqueira

Em reuniões. Com certeza, a pergunta mais insis-tente da história do design gráfico brasileiro. Se somos americanizados ou germanizados não importa.

voltar do Sesc P

Gustavo Piqueira

Nosso Nossodesign design gráfico gráficotem temuma uma

suíngue, a ginga e a alegria que mais são agenuínos marca desta terra abençoada por Deus. negros da Bahia reafirmando sua ascen-dência africana ecultural das tribos indígenase seu way of do futebol, nossos e reconhecidos artigos para exportação. cidades são as grandes vítimas da indústria imperialista

2002). AchouAté queJohn faltavam coisas com cara de Brasil. logo que sãolutando descendentes de italianos industrial bairro do e não Warwicker, incensado designer britânico do grupo Tomato, para preservar seus do hábitos e tradições. SeIpiranga ambos os casos são bem

muitas coisas. O Brasil alegre e colorido existe, mas é diferente do meu. O

Cresci num apartamento típico de classe média em São Paulo. Da minha janela eu não via a mulher brasileira desfilar sua sensualidade ou uma roda jogando

do futebol, Para nossos mais genuínos e reconhecidos artigos para exportação. cidades as grandes vítimas indústria cultural imperialista e seuquestão way of de "abrir a os proponentes de tais debates o que importa é que somos colonizados e são minhas raízes nem da minha essência. E isso não é uma

Até John Warwicker, incensadoele-mentos designer estrangeiros, britânico doambos grupomantiveram Tomato, intactos lutando preservar seus tradições. Se ambos cultural. os casosAsão bemquestão dos Mesmo incorporando o paralife. É questão de hábitos assumir eminha real identidade mesma

Mesmo incorpor

do futebol, nossos mais genuínos e reconhecidos artigos para exportação. Mesmo incorporando ele-mentos estrangeiros, ambos mantiveram intactos o

Mesmo incorporando ele-mentos estrangeiros, intactos oda música life. Ée questão de assumir real um identidade cultural. A mesma dosdas grandes ponto. Deveríamos tomar vergonha ambos na caramantiveram e seguir os exemplos cabeça" (paraminha usar mais termo Odara), nem de quequestão moradores

Cresci num apartamento típico de clamava Warwicker eu classe não vi média não. em São Paulo. Da minha janela

MINHA CUCA

suíngue, a ginga

minhas raízes nem minha essência. E isso não é uma questão de "abrir a

Gustavo Piqueira

ODARA ODARA

decepcionou-se profundamente visitar a sexta Design Gráfico (em por Deus. vistos pelas negros pessoasda ‘conscientes’ , porque estas mesmas pessoas nãoeassumem suíngue, a ginga e a ao alegria que são aBienal marcade desta terra abençoada Bahia reafirmando sua ascen-dência africana das tribos indígenas

do futebol, nos

desconhecidos. Talvez até gostasse de alguns. Mas todas essas experiências seriam experiências turísticas, não mudariam quem eu sou. Não mudariam

Para os proponentes de tais debates o que importa é que somos colonizados e

brasileira? brasileira?

Para os proponentes de tais debates o que importa émais que insis-tente somos colonizados e do design minhas raízes nem minha Talvez essência. isso nãode é uma questão de "abrir Em reuniões. Com certeza, a pergunta da história desconhecidos. atéEgostasse alguns. Mas todas essas aexperiências

Para os propone

ponto. Deveríam

Em reuniões. Com certeza, a pergunta mais insis-tente da história do design

gráfico brasileiro. Se somos americanizados ou germanizados não importa.

MINHACUCA CUCA MINHA

desconhecidos. Talvez até gostasse de alguns. Mas todas essas experiências seriam experiências turísticas, não mudariam quem eu sou. Não mudariam

MINHA CUCA MINHA CUCA

Em reuniões. Com certeza, a pergunta mais insis-tente da história do design

gráfico brasileiro. Se somos americanizados ou germanizados não importa.

Em reuniõe da história americaniz

N No

Se você sentiu uma vontade incontrolável de Se você sentiu uma pular para o próximo texto vontade incontrolável de ao ler este começo, não se pular para o próximo texto precipite: tal pergunta me ao ler este começo, não se provocou a mesma precipite: tal pergunta me sensação nas inúmeras provocou a mesma vezes em que a encontrei sensação nas inúmeras por aí. Já encontrei-a em vezes em que a encontrei simpósios de estudantes. por aí. Já encontrei-a em Em artigos. Em livros. Em simpósios de estudantes. Bienais da ADG. Em Em artigos. Em livros. Em palestras. Bienais da ADG. Em palestras.

ODARA

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FICAR FICAR

Gustavo Piqueira

Se você sentiu uma Se você sentiudeuma vontade incontrolável vontade incontrolável pular para o próximo texto de pular para o próximo texto ao ler este começo, não se ao ler este começo, me não se precipite: tal pergunta precipite: tal pergunta provocou a mesma me provocou a mesma sensação nas inúmeras inúmeras vezes sensação em que a nas encontrei que a encontrei porvezes aí. Já em encontrei-a em por aí. Já simpósios de encontrei-a estudantes. em estudantes. Em simpósios artigos. Emdelivros. Em Em Bienais artigos.da EmADG. livros. Em Em Bienais da ADG. Em palestras. palestras.

Eu sou brasileiro. Só morei no Brasil, só estudei no Brasil e só trabalho no Brasil.

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Gustavo Piqueira

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MINHACUCA CUCA MINHA

Bienais da ADG. Em palestras.

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Nosso design gráfico tem uma Nosso design gráficodetem uma e você sentiu uma vontade incontrolável

voltar do Sesc Pom-péia (onde se realizava exposição) até a Rex. No curto 2002). Achou que faltavam coisasacom cara de Brasil.

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Gustavo Piqueira

pular para o próximo ao ler este começo, de e você sentiu texto uma vontade incontrolável não se precipite: tal pergunta melerprovocou a pular para o próximo texto ao este começo, mesmanão sensação nas inúmeras vezesme emprovocou que a a se precipite: tal pergunta encontrei aí. Já encontrei-a emvezes simpósios mesma por sensação nas inúmeras em que a de estudantes. Em livros. Em encontrei por aí.Em Já artigos. encontrei-a em simpósios Bienais daEm ADG. Em palestras. de estudantes. artigos. Em livros. Em

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Gustavo Piqueira

Gustavo Piqueira

o tã s es da qu e Se a a s. e m o an õe qu estã ics iç or mes fr a d p A u a d a e ’, l. q ciaa e e tr. S tese ramaênan os es nqu ltues d ic itiçõ cieor cum n-fr ábd ns p e A ce as htra os’, adal. as ciaeu e sn‘cte tidur ua ênr s os oaie enult s -d a bit sssc id c doen rvhá peon al deansc ses s ‘c redarma aprseeuelaas hanti fisu a r s pso in e eao arva to es ml id r d per is p ir a iaando s v s m re ahm npreemela suha Bfir taa bs p asins draea spluarsãoto de m o endao os vis omiregarhia n sm dígtas cabe stã su n B lu ueasdosdas in s o ão É qde os ona oss s o egr trígibe mbso stã n d a ca ue dos s in s os o ib o tr mb a

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Gustavo Piqueira

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de estudantes. Em artigos. Em livros. Em Bienais da ADG. Em palestras.

sentir um idiota colonizado? porque eraeinglês e Caê deVeloso ‘deixa Joe Strummer ‘weSóain't got o noClash swing' não Caetano

Santo Antonio Purificação? Afinal, qual dos estava dizendo eu da dançar que é pro mundo ficardois Odara’ , porque eu deveria me algo que fazia sentido na minha vida? sentir um idiota colonizado? Só porque o Clash era inglês e Caê de Sim, eu poderia por esse Brasil e conhe-cê-lo Santo sair Antonio da Purificação? Afinal, qual de dosverdade. dois estava dizendo Poderia ir atéalgo aquelas vilas sentido de pes-cadores davida? Bahia sem luz elétrica. que fazia na minha

Usar um colar indígena. Passarsair o Carnaval no Brasil Recife.eAté descobrir ode verdade. Sim, eu poderia por esse conhe-cê-lo

que diabos Poderia significair ‘ficar Odara’vilas eu talvez conseguisse. Poderia, até aquelas de pes-cadores da Bahia sem luz elétrica. enfim, descobrir lugares antes Talvez Até até descobrir o Usar pessoas um colareindígena. Passardesconhecidos. o Carnaval no Recife. gostasse de todas seriam quealguns. diabos Mas significa ‘ficaressas Odara’experiências eu talvez conseguisse. Poderia,

É questão de assumir minha real identidade É questão de assumir cultural. A mesma minha real identidade questão cultural. dos negros da A mesma Bahia reafirmando sua da questão dos negros ascen-dência africana Bahia reafirmando sua

experiênciasenfim, turísticas, não mudariam eu antes sou. Não mudariam Talvez até descobrir pessoas equem lugares desconhecidos.

minhas raízes nem minha E issotodas não é essas uma questão de gostasse de essência. alguns. Mas experiências seriam "abrir a cabeça" (para usar mais um Odara), nem experiências turísticas, não termo mudariam quem eu de sou.que Não mudariam moradores das grandes cidades são as grandes minhas raízes nem minha essência.vítimas E isso da nãoindústria é uma questão de cultural imperialista seu way(para of usar mais um termo Odara), nem de que "abrir a ecabeça"

A busca por uma linguagem de vítimas forma da indústria moradores das grandesgráfica cidadesque são asreflita grandes indiscutível cultural o que éimperialista ser brasileiro esbarra então não em uma falta e seu way of

de consciência parte dosuma designers gráficos.gráfica que reflita de forma A por busca por linguagem

ascen-dência africana

indiscutível o que é ser brasileiro esbarra então não em uma falta de consciência por parte dos designers gráficos.

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ide id


3. O Comunicação e Conteúdo

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3.1. A Relação entre imagem e os conceitos

Idéias,

reflexão,

Criação e

Arte

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O processo de criação artística possibilita a superação das limitações, visto que os instrumentos simbólicos têm a função de constituir os sujeitos sociais e não há limites para incorporação de significados. Com efeito, Vygotsky (1989) considera que “a deficiência deve ser enfocada como um processo de desenvolvimento e não vinculada aos processos patológicos”. Deste modo, considera que a criança

deficiente não é menos desenvolvida ou incapaz, mas simplesmente se desenvolve de maneira diferente. De acordo com Vygosty (1996), não há possibilidade de desenvolvimento cognitivo fora da linguagem e tampouco desenvolvimento da linguagem sem a mediação, que ocorre nos processos interativos. A linguagem, o signo por excelência, é o principal mediador entre o mundo

cultural e biológico. Desse modo, é impossível pensar em desenvolvimento cognitivo fora do mundo cultural sem o uso da linguagem. Bakhtin (1992) pondera que “o que faz da palavra uma palavra é a sua significação. O que faz da atividade psíquica uma atividade psíquica é, da mesma forma, sua significação”. A atividade mental realiza-se, portanto, por meio da significação, da semiótica,

Imagem 13. Disco Fonte: www.veer.com

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3. O Comunicação e Conteúdo

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3.1. A Relação entre imagem e os conceitos

a expressão da relação do signo, como realidade isolada, com uma outra realidade, por ela substituível, representável, simbolizável”. Loureiro (2003), por sua vez, afirma com propriedade que “todos os homens são capazes de realizar operações construtivas de transformação da natureza em signos de cultura”. Além disso, são capazes de conhecer e fazer (produzir representações) de natureza realista ou abstrata; de se exprimir, de projetar a visão que têm de si e do mundo, “construir alegorias, penetrar nos símbolos e nos mitos”. Sob essa perspectiva, as pessoas, portadoras de deficiências ou não, podem envolver-se no processo criativo, fazendo, conhecendo, exprimindo, experimentando. Enfim, realizando e vivenciando a experiência estética. Desse modo, a existência de deficiência não limita, mas aponta para outras capacidades e possibilidades de apropriação de signos, de significados.

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DESIGN WEEK

Novas possibilidades de operações simbólicas, de criação, de memória, abstrações, de atenção, de raciocínio, de apreender e formar conceitos, de sensibilidade, de imaginação, dentre outras. Portanto, as potencialidades podem ser atingidas de várias formas. A linguagem é uma delas, compreendida em seu sentido amplo, considerando a arte como um modo de pensamento e conhecimento. Nossa experiência com a utilização de imagens demonstra resultados significativos no processo de formação e na relação social do deficiente mental. A produção artística propicia ao deficiente mental a interação com o coletivo, a conexão com o que conhece, sente e possibilita que o sentimento e o sentido se manifestem no novo. Permite-lhe, ainda, o desvelar dos aspectos sociais, culturais, psicológicos, emocionais e racionais que impregnam o universo das representações que faz do mundo e de si.

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Imagem 14. Disco Fonte: www.veer.com


Lev S. Vygotsky Imagem 45. Lev Fonte: http://www.centrorefeducacional.com.br

Meira (2003) afirma que a arte também trabalha com o impessoal, a abstração e os conceitos, mas num plano de intensidade afetiva inclusiva e não excludente quanto às emoções e às interações subjetivas. Ela os converte em forma, em forma de ação. A experiência envolve ciência, arte e filosofia, para converter-se num acontecimento singular, marcar uma história de saber com uma aprendizagem de fazer, produzir metáforas e imagens

potentes para inventar uma nova vida, uma vida melhor. As experiências e o conhecimento se manifestam na representação simbólica, que é resultado das articulações do pensar, do conhecer e do significar. No fazer é possível reconhecer os processos de representação e de interpretação, o entrelaçamento da emoção e da razão (do sentir e do pensar), desencadeando o novo, que revela a visão e a interpretação do mundo.

Lev S. Vygotsky (1896-1934) , professor e pesquisador foi contemporâneo de Piaget, e nasceu em Orsha, pequena cidade da Bielorrusia em 17 de novembro de 1896, viveu na Rússia, quando morreu, de tuberculose, tinha 37 anos. Construiu sua teoria tendo por base o desenvolvimento do indivíduo como resultado de um processo sócio-histórico, enfatizando o papel da linguagem e da aprendizagem nesse desenvolvimento, sendo essa teoria considerada histórico-social. Sua questão central é a aquisição de conhecimentos pela interação do sujeito com o meio. Fonte: http://www.centrorefeducacional.

Considerações

tido, a arte se constitui num canal de comunicação e por isso possibilita ao deficiente mental articular, relacionar e inteirar-se, sem perder de

o

Imagem e seu impacto

sobre noss

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DESIGN WEEK

meio do fazer, sem levar em conta os aspectos patológicos ou orgânicos. Não enfatiza os déficits, as deficiências, mas capacidades reais num processo mental e sensível de compreensão, abstração, planejamento, elaboração, relações e associações, que resultam na criação artística. A arte (fazer, conhecer, exprimir) envolve o sujeito histórico, social, cultural enredado no simbólico, conduzido pela expressão, mediada pela imagem. Ora, a construção do conhecimento se processa no jogo dessas representações sociais, das trocas simbólicas, tendo a linguagem como instrumento de interação e desenvolvimento. A arte tem o seu papel nesta construção. É isso que propomos: a arte como linguagem, como mediadora do co-

s sentidos

vista suas potencialidades. Propicia a interação dos deficientes mentais, integrando-os num processo de desenvolvimento por

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02/12/2006

Mikhail Bakhtin Imagem 46. Mik Fonte: http://pt.wikipedia.org

Quando se fala em educação, tem-se uma visão homogeneizada do trabalho e das pessoas: todos aprendem de modo igual e no mesmo ritmo, perdendo-se a noção do singular, quando a condição humana é plural. A arte contempla essa pluralidade e na educação especial não é diferente. Desse modo, entendemos que a educação é estar em busca de algo diferente (novo) para a transformação e transposição de algo já existente e criação do inexistente. Sob este enfoque, educação e arte têm muito em comum, pois na arte o processo de criação move o fazer, o conhecer e o exprimir. A arte, então, permite ao homem demonstrar como vê e como se vê no mundo. Permite que outros conheçam essa relação. Nesse sen-

finais

com.br/vygotsky.html, acessado em

Seu trabalho é considerado influente na área de teoria literária, crítica literária, sociolingüística, análise do discurso e semiótica. Bakhtin é na verdade um filósofo da linguagem e sua lingüística é considerada uma “trans-lingüística” porque ela ultrapassa a visão de língua como sistema. Isso porque, para Bakhtin, não se pode entender a língua isoladamente, mas qualquer análise lingüística deve incluir fatores extra-lingüisticos como contexto de fala, a relação do falante com o ouvinte, momento histórico, etc. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/ Bakhtin, acessado em 02/12/2006


3. O Comunicação e Conteúdo

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3.1. A Relação entre imagem e os conceitos

nhecimento, pois a aprendizagem não se resume a uma operação mental, mas também envolve o sujeito como elemento sensível e atuante, que observa o mundo, que se relaciona com o outro; um ser cultural e com percepções estéticas. A produção artística desloca o olhar. Rompe com o limite do racional e o estigma da diferença, pois ordena o pensamento; revela a expressão; convida à criação; comunga com a idéia da inseparabilidade; constrói a forma, tornando-a visível (imagem); e enquanto construção se revela como linguagem e representação simbólica. Na produção artística estão presentes o impessoal, a abstração e os conceitos, mas numa dimensão sensível. De tal forma que a deficiência mental não representa obstáculo para a capacidade de construção simbólica, nem para a sensibilidade. Quando desenvolvem qualquer atividade artística, as pessoas deficientes estão fazendo a leitura, conhecendo os elementos, organizando o pensamento, dando significação ao que vêem e sentem. Enfim, constróem a imagem, que assim entendida revela a visão que têm de si e do mundo. Se entendermos o conhecimento como a ação do sujeito sobre a realidade, numa interação mediada na relação com os outros, então a arte propicia a construção de conhecimento e da própria consciência. Se entendermos que na organização da construção a forma é um ato de comunicação, então é possível reconhecer que a produção artística do deficiente quer nos dizer algo e em sua leitura podemos identificar dados culturais,

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símbolos e a significação presente no ato criativo, no seu criador. Desse modo, a experiência artística é um exercício de sensibilidade, onde as vivências têm significados e conteúdos e podem ser estimuladas por meio de práticas pedagógicas, que se constróem com as interações entre o fazer, conhecer e exprimir, que consiste no processo de criação e as concepções de linguagem. Essa ação incorporará uma mudança de olhar, uma ação imersa em expectativas, transpondo os desafios, repleta de ousadias. Isso nos remeterá também à necessidade de lançarmos sobre o aluno um olhar que nos permitirá conhecê-lo além, na sua diferença, como sujeito que, interagindo com seus interlocutores, apropria-se de formas culturalmente organizadas de ação, constituindo-se sujeito de seu próprio desenvolvimento, capaz de utilizar-se da arte para tal e, assim, atribuir-lhe seu real papel. A produção artística deve ser considerada sob a perspectiva da diversidade, propiciando a inclusão social, compreendida como abandono, paradigma da igualdade e da transformação da diversidade em singularidade, de ruptura com a hierarquia, com a classificação segregacionista dos níveis cognitivos e demais deficiências, que busca não o tratamento especial, mas o singular e criativo. Nesse sentido, representam a possibilidade ilimitada de percepções do mundo e podem fugir ao sistemático, ao convencional, ao normal, ao modelo instituído, pois o que faz a diferença é o olhar que se tem para a diversidade.

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Imagem 15. Olho Fonte: www.veer.com


Armand Mattlart Imagem 47. Arm Fonte:http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/

Armand Mattelart – Professor de

ciências da informação e da comunicação na Université Paris VIII. Em sua obra, traduzida em diversos países, incluem-se História da utopia planetária: da cidade profética à sociedade global (Sulina) e Para ler o Pato Donald: comunicação e colonialismo (Paz e Terra, com Ariel Dorfman). Fonte: http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos. asp?cod=374AZL004, acessado em 02/12/2006

“A fotografia e seu impacto sobre nossos sentidos mostra um McLuhan que vê o artista como fotográfo e nisso erra. Mas abre portas para a comunicação não-verbal, para o símbolo conceitual não-alfabético, para um novo tipo de ideograma, para o conceito não-literário.” (McLuhan, p.31, grifo do autor) O ensino da arte é resultado da articulação entre o fazer, o conhecer, o exprimir e o criar. Tomando cada sujeito em sua unicidade, inserido num pluralismo cultural, temos que as histórias de vida são únicas e, portanto, são diversas as possibilidades de construção das expressões visuais, cada ser com sua experiência de vida. O conhecimento da linguagem visual é fundamental quando se reconhece que vivemos em uma civilização que esta linguagem é de grande importância. A partir daí, é necessário para a formação integral e a socialização em forma de inclusão do cidadão.

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3. O Comunicação e Conteúdo

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3.2. A mensagem

ERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO ZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL ERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO ZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL ERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO ZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL ERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO ZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL ERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO ZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL ERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO ZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL ERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO ZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL ERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO ZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL ERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO ZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL ERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO ZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL ERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO ZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL ERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO ZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL ERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO ZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL ERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO

A men O conteúdo de uma revista, jornal ou qualquer meio impresso utiliza a linguagem do alfabeto fonético para transmitir uma mensagem, como a intensificação e extensão visual. No livro Os Meios de Comunicação como Extensão do Homem, Mc Luhan (1964), afirma que o alfabeto fonético reduz no papel dos sentidos do som, do tato e do paladar, em qualquer cultura letrada. Através de signos pré estabelecidos, uma mensagem é passada ao receptor e dentro desta mensagem visual pode-se incorporar uma idéia. Se encararmos o exemplo de que as palavras contam a forma de um símbolo, podemos verificar que o mesmo símbolo pode resumir as informações e trazer maior impacto ao consumidor final. Exemplo:

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“Suponhamos que em lugar de ostentar as listras e estrelas tivéssemos de escrever as palavras

“bandeira americana”

num pedaço de pano e exibi-lo como pavilhão nacional. Embora os símbolos transmitissem o mesmo significado, o efeito seria bem diferente.” (Mc Luhan, 1998) Encarado desta forma, o símbolo age de maneira muito mais rápida e eficiente do que a palavra escrita. Não existe dúvida que hoje se escreve muito mais do que no passado, apesar da evolução elétrica, que resultou em novos meios de comunicação. “Nossos valores ocidentais, baseados na palavra escrita, têm sido consideravelmente afetados pelos meios elétricos, tais como telefone, o rádio e a

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televisão”. (Mc Luhan, 1998) Hoje, a humanidade favorece a linguagem falada e simbólica. Isso acaba trazendo para a mídia impressa, que também tem uma atividade mais aquecida, uma forte tendência simbólica. Assim, há um enriquecimento do repertório visual da humanidade, que faz com que a mensagem não seja passada apenas pelo conteúdo do texto, mas também com signos gráficos para complementálos e até mesmo substituí-los. Com a evolução da mídia impressa, os indivíduos podem ter com muito mais facilidade o repertório do alfabeto fonético do que a capacidade de interpretação de signos gráficos que passem uma mensagem rápida de forma mais eficiente. Tudo depende de cada situação ou do repertório do indivíduo.


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nsagem Imagem 16. Bandeira Fonte : Rodrigo Martins 2007

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3. O Comunicação e Conteúdo

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3.2. A mensagem

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Bandeiras exemplo simples é o de AZUL uma coisa para alguém, sejaAZUL na literatura Fonte : Rodrigo Martins 2007 ZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZULUm AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL criança na idade pré-escolar, que pode VERMELHO ou no design, tem um elementoVERMELHO ERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO ZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL ler a frase “proibido estacionar”. Isso comumAZUL que se AZUL materializa de AZUL AZUL ERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO não significa, no entanto, que ela endife¬rentes formas: a linguagem. ZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL tenderá o que a placa de trânsito pode De acordo com Twyman (1982), ERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO representar quando pendurada em devemos observar a importância do ZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL um poste. Porém, pensando em um elemento linguagem na comunicação ERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO motorista que AZUL já tem este mesmoAZUL signo AZUL gráfica AZUL — que é aAZUL relaçãoAZUL entre o conZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL em sua mente, é de muito mais rápida teúdo da informação e sua apresenERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO a absorção imagem AZUL da placa AZUL do que AZUL tação visual (layout, no caso de uma ZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZULdaAZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL ERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO da frase em si. página de revista). As representações ZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZULEntendemos AZUL AZUL AZUL AZUL que a paisagem urbana AZUL gráficasAZUL podem AZUL reforçar AZUL o sentidoAZUL AZUL ERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO é inseparável das palavras que utilizamos dado pelo texto. Analisando as revistas ZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL para descrevê-la e fazer as formulações da atualidade, como a Veja ou a Super ERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO sobreAZUL esta paisagem possíveis. Interessante, percebemos que cada ZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL similaridades que existem vez mais é utilizado infográficos para ERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHOAs VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO nas formas representar alguma complementar texto. AZUL AZUL AZUL ZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZULdeAZUL AZUL AZUL AZUL AZULum AZUL ERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO VERMELHO ZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL AZUL

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O L O L O L O L O L O L O L O L O L O L O L O L O L O L O L O L O L O L O L O L O L O L O L O L O L O L

“O meio é a mensagem ” “A frase “o meio é a men-

gem porque é o meio o que

so? haveria que responder-lhe:

devem ser levados em

sagem”, de Marshall McLuhan,

modela e controla a escala e

“É um verdadeiro processo

consideração. Os meios terão

aponta uma equivalência entre

forma das associações e tra-

de pensamento, que em si,

para McLuhan importante

forma e conteúdo na transmis-

balho humanos. Os conteúdos

não é verbal” (MCLUHAN,

papel na construção da Aldeia

são da informação e mostra

ou usos destes meios são tão

1996:30).

Global que ele vaticinou, e na

questões de relevância a

variados como incapazes de

serem consideradas no ensino

modelar as formas de associa-

importância do conteúdo, mas

utilização destes recursos de

a distância. Esta equivalência

ção humana. Em realidade o

passa a dar forma a um novo

maneira criativa na Educação a

coloca em evidência que “o

mais típico é que seu conteúdo

lugar. Sem dúvida ao reconhe-

Distancia, a partir de uma clara

homem modela ferramentas

nos impede de ver seu cará-

cer os meios como (extensões

percepção das potencialidades

que o modelam”.

ter.” (MCLUHAN, 1996:30)

do homem) lhes dá um novo

de cada meio e do papel da

O homem dá forma a novos

Esta crítica dada até então

Não que ele desconheça a

qual vivemos; cabe a nós a

estatuto, faz uma releitura

educação na formação da

instrumentos, novas ferramen-

à importância ao conteúdo; à

do papel que lhes cabe nas

experiência, na construção das

tas, utilizando os recursos que

percepção inovadora que lhe é

relações sociais.

representações sociais e na

a tecnologia proporciona para

própria, se revela nas palavras

a transmissão de dados, de

do professor canadense: “o

com os meios, com seu poder;

informação e de conhecimento.

(conteúdo) de todo meio é

ele os reconhece como poten-

damos que para McLuhan:

Serão estes recursos que irão

outro meio. O conteúdo da

ciais condutores de conheci-

“O meio é a mensagem

dirigir, ditar, imprimir uma nova

escritura é o discurso, do

mento e nos alerta que forma e

porque é o meio que mo-

dinâmica nas relações e institui-

mesmo como que o conteúdo

conteúdo se afetam mutuamen-

dela e controla a escala

ções sociais?

da imprensa é a palavra escrita

te, interferindo um no outro.

e forma das associações

Como diz o próprio

(...) . Se alguém perguntara:

McLuhan “o meio é a mensa-

Qual é o conteúdo do discur-

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McLuhan não se assusta

Condutores de dados ou interfaces sociais, ambos

transmissão do conhecimento. Para finalizar recor-

e trabalho humanos”

(MCLUHAN, 1996:30) Fonte: http://pt.wikipedia.org de 06/02/2007.


3. O Comunicação e Conteúdo

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3.2. O meio de comunicação

O meio de comunicação A comunicação é um processo que viabiliza a troca de mensagens entre pessoas. É, portanto, uma atividade cada vez mais utilizada nas relações sociais humanas modernas, praticada por todos nós todos os dias. Devido à sua complexidade atual e aos amplos campos de interesse, fica cada vez mais conflitante a sua definição precisa. Também podemos afirmar que os signos e os códigos são transmitidos e nesse processo. Remeter ou receber signos e códigos também é um ato de comunicar. Por isso, podemos afirmar que a comunicação envolve signos, significantes, significados, decodificações entre locutor e ouvinte. “Num processo crescente, o homem desenvolveu a pré-escrita, o papel, os caracteres móveis para impressão manual e a impressão mecânica. Assim, os escritos puderam atravessar distâncias geográficas e cronológicas, foram levados de um lado a outro do planeta e, ao transmitir conhecimentos entre pessoas de sua época, contribuíram para o registro da história humana.” (Neitzel, 2001) No século III AC, Aristóteles já estudava a comunicação interpessoal dirigida para determinada audiência. Os estudos sobre a retórica, desenvolvidos pelos sofistas, enfatizavam a

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transmissão da informação como processo de persuasão, composta por três elementos básicos: locutor, discurso e ouvinte: LOCUTOR – a pessoa que fala (quem) DISCURSO – o que é dito (diz o que) OUVINTE – a audiência (a quem)

O modelo clássico tricotômico definido por Aristóteles é fundamentado na formulação teórica para os estudos de comunicação, extraído do artigo do professor Osvaldo TRIGUEIRO da PCLA - Volume 2 - Número 2: janeiro / fevereiro / março 2001. A humanidade tinha como meio de comunicação apenas a fala, considerado “espaço acústico”. O ouvido era rei; ouvir era acreditar. Os primitivos tinham vidas mais ricas e complexas que os seus descendentes alfabetizados, porque o ouvido não seleciona o estímulo, mas a entoação das palavras, que é de origem mais emotiva e provoca a raiva, a alegria, o medo e a tristeza. O alfabeto fonético foi como uma bomba para o mundo onde as idéias eram passadas apenas pela fala, colocando assim a visão em primeiro lugar, acima de todos os outros sentidos do ser humano. As pessoas que lêem trocam o ouvido pelo olho. Escritor e leitor de um


Imagem 18. Banana Fonte: www.veer.com

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3. O Comunicação e Conteúdo

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3.2. O meio de comunicação

Os meios de comunicação de massa “retribalizaram” a raça humana, trazendo para nós a idéia de que todos somos membros de uma só “aldeia global”. (McLuhan, 1964) Hoje sabemos que a mídia conduzem-nos a conhecer o que se passa no

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mundo de modo instantâneo, através da internet, materiais impressos e da TV, que se tornou o meio dominante de comunicação. Segundo McLuhan (1964), o conteúdo de uma mensagem não tem uma grande importância. O meio muda mais do que a soma das mensagens incluídas nesse meio e as mesmas palavras ditas num frente-a-frente, impressas em papel ou apresentadas na televisão fornecem três mensagens diferentes. Oral, escrito ou eletrônico, o canal primário da comunicação molda o modo como entendemos o mundo, em que o meio é a

Imagem 19. Fio Fonte: www.veer.com

texto estão separados deste mesmo texto, cada um tem um modo de vida e a mensagem é passada de um contexto diferente entre eles. Uma pessoa, ao escrever cada letra, segue outra numa linha interligada e ordenada, com uma lógica modelada e em uma progressão linear, tornando possível, passo a passo, a dependência visual e dando origem às primeiras visões da imprensa, que mais tarde utilizaria a tipografia móvel. Com a revolução industrial e a evolução da imprensa, iniciou-se a produção em massa de produtos idênticos, graças a Gutenberg. A leitura de massa causa na população o isolamento da leitura. Todo e qualquer ato de comunicação é impulsionado por vários sistemas de ligações que se completam em diversas situações e adequadamente à nossa percepção. O ato de beijar “a mãe” é diferente do beijo “na namorada, na esposa, na filha, no afilhado, na amiga e na vizinha”, assim como falar uns com os outros, assistir televisão, ouvir rádio, ler uma crônica esportiva em determinado jornal etc. Todo o ato de comunicar tem a sua dimensão sociocultural.

mensagem, se destaca suas idéias e afirma que o meio dominante numa época domina as pessoas.

McLuhan (1964) dizia que as pessoas ligariam para um serviço especializado, que se encarregaria de xerocar, encadernar e enviar


MCLUHAN, MARSHAL Imagem 48. Mc Fonte: http://www.citi.pt

Herbert Marshall McLuhan Nasceu a 21 de Julho de 1911, em Edmonton, Canadá. Começou por estudar engenharia, na Universidade de Manitoba, em 1932, mas acabou por se formar em Literatura Inglesa, em 1934. Ensinou na Universidade de Wisconsin, entre 1936 e 1937. Fez o mestrado em Cambridge, em 1939, e doutorou-se, em 1943, com uma tese sobre o autor satírico inglês Thomas Nashe. Entre 1944 e 1946, foi professor na Universidade de Assumption, em Ontário, e na Universidade de Toronto, entre 1946 e 1979. Das suas cerca de 15 obras, fazem parte livros como The Medium is the Massage: An Inventory of Effetcs, e War and Peace in the Global Village. McLuhan introduz as frases “o impacto sensorial”, “o medium é a mensagem” e “aldeia global” como metáforas para a sociedade contemporânea, ao ponto de se tornarem parte da nossa linguagem do dia a dia. Adquiriu proeminência internacional com ideias que têm estimulado milhares de artistas, intelectuais e jornalistas, em todo o mundo, ao ponto da revista Fortune o nomear como “Uma das principais influências intelectuais do nosso tempo”.

prontamente o material para a casa da pessoa. Não é um erro chamá-lo de profeta: cada um luta com as armas de que dispõe, e a tecnologia na época ainda não dispunha das facilidades digitais

que a internet nos ofereceria anos depois. 43

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As suas publicações contribuíram para combater a inércia de um público tanto académico como popular, numa altura em que o optimismo estava na moda. Segundo a revista The New Yorker, “O que continua importante é a postura global de McLuhan e a sua busca do novo. Ele deu o necessário impulso ao grande debate sobre o que está a acontecer ao Homem nesta idade de rápida aceleração tecnológica”. Em Setembro de 1979, McLuhan sofreu uma trombose que o deixou incapaz de falar, ler ou escrever. Morreu durante o sono a 31 de Dezembro de 1980. Na sua última aparição na televisão, na Universidade de York, em Toronto, na Primavera de 1979, fez uma síntese final da sua teoria. Tinha começado a olhar todos os artefactos humanos, desde os primeiros instrumentos até aos media electrónicos, incluindo os computadores, como extensões do corpo humano e do seu sistema nervoso - e como componentes da evolução humana, de um modo que Darwin nunca poderia ter imaginado. Texto do http://www.citi.pt/homepages/espaco/html/marshal_mcluhan.html de 01/01/2007.


3. O Comunicação e Conteúdo

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3.2. O meio de comunicação

A imprensa é um meio de comunicação quente e visual, porque é definido para qualquer tipo de consumidor, utilizando fotografia e imagem em movimento, que trazem muita informação e não exigem um grande esforço por parte do receptor. O texto de um livro é quente, pois traz a idéia direta para o leitor e não exige sua participação, assim como o rádio também. Já o telefone é um meio frio, pois exige uma participação elevada do receptor para ter entendimento completo da mensagem. É necessária uma resposta dele para que se complete a mensagem. Os meios quentes tendem a ser muito visuais, lógicos e privados. Eles se propõem a organizar a comunicação de informações diretas. Os meios frios tendem a ser intuitivos e de envolvimento emocional. A TV, por exemplo, é considerada um meio frio, que, segundo McLuhan (1964), exige um contexto envolvente para que os participantes se insiram na história, participando e se envolvendo com ela. Prova disso é que se pode trabalhar enquanto se ouve rádio, mas não se pode fazer o mesmo quando se vê televisão. O rádio, um marco na história das comunicações, estabeleceu-se com sua invenção. Tinha possibilidades de alcance muito maior e chegava mais rapidamente do que qualquer outra mídia no passado, principalmente no Brasil, cujo público não se prendia à mídia impressa. O rádio, com sua transmissão ao vivo, adentrou facilmente nos lares brasileiros. Por meio de técnicas de comunicação sonora, o ouvinte era envolvido e levado a vivenciar virtualmente (recorrendo ao seu imaginário) uma situa-

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Meios quentes

Imagem 20. Hot Fonte: www.veer.com

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meios frios. ção proposta, como, por exemplo, nas peças de teatro ou novelas. No final do século XX, os meios de comunicação acabam agrupando-se em suas tecnologias. Surge uma tecnologia mais eficaz, que oferece todas as possibilidades já exploradas na imprensa, no rádio, na televisão, mas com um passo à frente: a possibilidade de interação e a velocidade com que tudo ocorre. O indivíduo não fica somente no papel de receptor passivo. Há a possibilidade de escolha, há decisões a serem tomadas, pois o volume de informações emitidas é maior, bem como a rapidez com que chegam aos lares, criando situações que as tecnologias anteriores não possibilitavam. Pode-se ler o jornal de qualquer parte do mundo, assistir a uma entrevista, participar de conferências, ouvir músicas das mais longínquas regiões do planeta, trocar correspondências, ler, discutir, conversar, tudo em um único aparelho, uma “máquina comunicacional” chamada computador.

Imagem retirada do site http://www.indexopen.com, em 11/12/2007.

Imagem 21. Cold Fonte: www.veer.com

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4. O que é Design Gr áfico DESIGN WEEK

4.1. Forma

ling

Forma com

Como linguagem visual, a forma compreende várias categorias de expressão. A construção de qualquer uma delas implica em conhecimento e na leitura de elementos visuais, como a cor, o espaço, o equilíbrio, a relação entre luz e sombra, plano e superfície, além de outros. Nos atos de desenhar, pintar ou criar uma escultura estão implícitos processos de organização de espaço, assim como na diagramação existe definição de formas e composição. Ao compor visualmente um determinado trabalho, a pessoa estrutura o sentir e o pensar, produzindo, assim, o fazer artístico com o conhecimento de repertório próprio da leitura e dos elementos visuais, de forma a organizar a ordenação do pensamento para a construção de uma nova imagem, baseada na expressão da história pessoal e social do sujeito criativo. “A significação é pensar naquilo que nos faz humanos. De acordo com a perspectiva histórico-cultural, isso somente é possível na dimensão social (a apropriação da significação acontece no domínio social).” (Vygotsky, 1996) Para Vygotsky (1996), em Teoria e Método em Psicologia, afirma que os signos são mediadores das relações entre os homens e que a palavra é o signo, por excelência.

A Imagem, a Produção Artística e a Diversidade ultrapassam os limites da deficiência, considerando que o fato de criar signos (ferramentas psicológicas) representa uma forma particularmente humana de ser, revelada ao criar novas estruturas, acrescenta Vygotsky (2000) na mesma obra. Os aspectos neurológicos são as causas da deficiência mental e impõem limitações. Contudo, como a apropriação se dá na esfera do simbólico, estas podem ser superadas.

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guagem

Imagem 22. Anjo Fonte: www.veer.com

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4.2. Forma e Representação

Forma e representação

Imagem 23. Grito Fonte: www.indexopem.com

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O enfoque da arte está associado à representação visual de formas como pintura, desenho, escultura, gravura e fotografia, entre outras. Numa mensagem visual situada entre a expressão e a comunicação, há um elemento de interação entre o homem e o mundo, carregado de expressão, destinado a provocar reações sensíveis no receptor: a imagem.

Essa influência da imagem sobre o homem é observada por Kohatsu (1999). Segundo ele, as imagens sempre exerceram grande fascínio sobre os homens, conduzindo-os a um estado de encantamento. A imagem “indica algo que, embora nem sempre visível”, é sempre resultado da produção de um sujeito. Segundo Martine Joly (1996), as “são como reflexos no espelho e tudo mais que emprega o mesmo processo de representação”. Assim, entendo que a imagem é interpretação e atribuição de sentido, uma intenção de representação original que carrega a invenção e a imaginação.

Portanto, a imagem está contida em um processo de produção que revela o universo de cada ser, seu olhar, sua visão de , num contexto de interação social. Referese a um registro geral de acontecimentos e envolve a interioridade e a contemplação, desencadeando a atribuição de significados.

mundo

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Umberto Eco Imagem 48. Eco Fonte: http://pt.wikipedia.org

Umberto Eco (Alexandria, 5 de janeiro de 1932) é um escritor, filósofo e lingüista italiano. Eco é mundialmente reputado por seus diversos ensaios universitários sobre a semiótica, a estética medieval, a comunicação de massa, a lingüística e a filosofia. É, também, titular da cadeira de Semiótica e diretor da Escola Superior de Ciências Humanas na Universidade de Bolonha, além de colaborador em diversos periódicos acadêmicos, colunista da revista semanal italiana L’Espresso e professor honoris causa em diversas universidades ao redor do mundo. Eco é, ainda, notório escritor de romances, entre os quais O nome da rosa e O pêndulo de Foucault. Umberto Eco iniciou a sua carreira como filósofo sob a orientação de Luigi Pareyson, na Itália. Seus primeiros trabalhos dedicaram-se ao estudo da estética medieval, sobretudo aos textos de Santo Tomás de Aquino. A idéia principal defendida por Eco, nesses trabalhos, diz respeito à idéia de que esse grande filósofo e teólogo medieval, que, como os demais de seu tempo, é acusado de não empreender uma reflexão estética, trata, de um modo particular, da problemática do belo. Fonte: http://pt.wikipedia.org, acessado em 02/12/2006


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4.2. Forma e Representação

A imagem carrega consigo as potencialidades cognitivas da visualidade. Na produção artística revela-se o esforço de explicitar a idéia, o pensamento e a visão. E a imagem é a representação simbólica da realidade, do mundo interior e exterior. Sob esse olhar, a arte se constitui num sistema de representações, sendo uma construtora de símbolos que envolvem processos psicológicos e intelectuais. Em outras palavras, a imagem desencadeia processos mentais como a abstração, associações, articulações e informação, propiciando o desvelar da cultura e o acesso a ela, um modo de saber e de construir conhecimento. Se a imagem é um acontecimento, um fenômeno visual, então ela pressupõe interpretações, implica em revelar significados, em aproximações. “A imagem, como fenômeno, é passível de interpretações. A hermenêutica visual descreve a aparência a partir de elementos que convergem para lhe dar sentidos e valor; contextualização em termos de um horizonte hermenêutico, tanto filosófico, como explicativo e consciencial.” (Meira, 2003). A imagem constitui-se num objeto destinado ao conhecimento do sujeito por meio da linguagem. Há, então, um modo de interpretar-lhe os sentidos. Sob esse olhar, Meira (2003:39) assinala que: “A linguagem reduz a imagem a um objeto, e o olho a um sujeito. As análises da imagem prendem-se a seu percepcionismo e recognição, ao conteúdo da imagem, ao que se metaforiza sobre sua forma”. A interação entre a imagem e o processo de criação envolve uma ampla gama de saberes, sentidos e repertórios conceituais, em um constante ir e vir, e um contexto de significação e ressignificação, de construção e desconstrução contínuos.

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Luigi Pareyson Imagem 49. Luigi Fonte: http://www. eticaefilosofia.ufjf.br Imagem 24. Bum Fonte: O meios são as Massa-gens.

Luigi Pareyson (1918-1991), com apenas vinte e poucos anos de idade, iniciou sua original produção filosófica com importantes estudos sobre o existencialismo, verdadeira novidade naquele momento na Itália3. Estes estudos têm como um de seus principais resultados a elaboração de uma perspectiva historiográfica que lhe permitirá compreender o existencialismo – e posteriormente a filosofia contemporânea – como situado no âmbito da dissolução do hegelianismo4 . Desta perspectiva historiográfica, nasce uma concepção de filosofia como interpretação, em que a eliminação da totalidade hegeliana não implica renúncia à verdade, a multiplicidade de filosofias não quer dizer unilateralidade e a personalidade da interpretação não significa subjetivismo. Fonte: http://www.eticaefilosofia.ufjf.br, acessado em 02/12/2006

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4. O que é Design Gr áfico DESIGN WEEK

4.2. Forma e Representação

“Trabalhar com imagens e processos de criação artística e estética mobiliza saberes e operações complexas no manuseio da fantasia e de repertórios conceituais. Além disso, apresenta pr oblemas de discernimento para lidar com interinfluências visuais, comportamentos, gestos criadores e transformações de caráter ético, estético, poético e político transversalmente às vivências cotidianas. Valores, imagens, reelaborações semânticas, interfaces e relações que formam um cosmo de saberes e intensidades, ao buscar-se qualificar a experiência humana por obras, processos e práticas que influenciam a visão e as formas de compreensão da vida social.” (Meira, 2003). Revela-se, então, a função da imagem: agregar significados, formas e comportamentos cotidianos. A imagem é a cultura visual atual, o contexto estético de nossa experiência sensorial, a parte e o todo que situa nosso saber e percepções do mundo, além de auxiliar a forma de ligação no processo de criação. O processo de criação possibilita inúmeras aprendizagens sobre a arte, pois ele já é um processo de conhecimento. “Um dos critérios para a compreensão da arte é a ‘invenção’; o outro, a ‘descoberta dos meios de produção – criação’, de acordo com a ‘coisa’ a realizar, o que refere uma ‘artisticidade’ inerente à operosidade em geral”, conforme ensina Meira (2003). O processo de criação envolve o meio social. Assim, possibilita redimensionar o trabalho reflexivo ao possibilitar a criação de conceitos visuais com base na relação do processo de

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aprendizagem, que é necessário para formá-los. Para Meira (2003), é “uma experiência estética envolve as vivências e as transformações sensíveis e cognitivas que um sujeito elabora a partir dessas vivências” e conclui que: “A experiência estética coloca a cognição em permanente desconstrução e reconstrução, pela vulnerabilidade aos acontecimentos, estados de espírito, relações com a cultura, saberes múltiplos vindos do corpo e de abstrações, além do que a mente elabora a partir de paisagens do corpo, do ambiente, da memória e da ficção.“ O processo criativo é intencional, orientado por razões e motivações, união do fazer artístico e da atividade criadora. O produzir artístico, do qual resulta a obra, é o ato de produzir que envolve um processo de ordenação lógica e conceitual. A atividade criadora é sustentada pela criação, pela razão intuitiva, pelo não racional, evidenciando o intangível e o imponderável. Entende que o processo criativo configura-se como uma troca entre os estímulos existentes na realidade de cada ser e as propostas que o mesmo acrescenta, dando-lhe forma a um resultado final. Duarte Júnior (2001), por sua vez, considera que o conhecimento vem do processo de articulação entre o sentir e o simbolizar e assinala que “não há linguagem que explique e aclare totalmente os sentimentos humanos”. E conclui que o conhecimento dos sentimentos somente se dá por meio de consciência distinta do conhecimento racional.


“A forma de apreendê-la é a experiência estética, a bagagem que cada um de nós levamos para si transposta na criação de novas obras, sejam artísticas ou de forma comercial” (Duarte Júnior, 2001) O conhecimento é um processo que passa pela compreensão da representação, da significação entre símbolo e objeto. Se o conhecimento é uma ordenação de símbolo, a produção artística é uma modalidade de saber, visto que nela se realizam “processos mentais de raciocínio, memória, imaginação, abstração, comparação, generalização, dedução, indução, esquematização” (Castanho, 1982). Os processos que conduzem a construção do conhecimento, associados à linguagem e à abordagem dos conhecimentos dos signos, proporcionam contato com o mundo não apenas por meio da razão, mas também da emoção (assim eu reforço o contexto de arte na criação comercial). Nesse sentido, cada obra representa um sistema particular de idéias visuais, no qual são obedecidos os esquemas estruturais comuns à mesma forma expressiva, e que, ao mesmo tempo, permite que a relação entre forma e conteúdo crie novos significados. Imagem 25. Dedo Fonte: www.indexopen.com

A arte é: “uma ponte que nos leva a conhecer e a expressar os sentimentos” (Castanho, 1982)


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4.3. O design é a mensagem

O design

é a mensagem

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Imagem 26. Rupestre Fonte: www.ufmg.br


“Quem tem a resposta antes da pergunta não trabalha com design mas sim com clichês”

Claudio Ferlauto Imagem 50. Claudio Fonte: http://www.rosari.com.br

Ferlauto, Claudio (2000) http://www.designgrafico.art.br/comapalavra/

Antes do uso do termo “design gráfico” ser adotado, o termo “comunicação visual” servia para determinar a área de atuação do designer gráfico (comunicador visual). (site: http:// pt.wikipedia.org/wiki) Mas como alguns consideravam o termo “comunicação” muito abrangente, problema às vezes enfrentado por comunicadores sociais, o termo em inglês para projeto gráfico foi adotado. A mudança foi debatida por muitos, mas a decisão foi mantida e hoje, em se tratando de design, comunicação visual é sinônimo de design gráfico. O dicionário Michaelis traz a seguinte definição para “design”: de.sign sm (ingl) 1. Concepção de um projeto ou modelo; planejamento. 2. O produto deste planejamento. (site:http://www1.universia. net/catalogaXXI/C10037ppptII/E79470/ index.htm) O design gráfico teve origem na préhistória, com as primeiras representações visuais. Mas é só no final do século XIX (quando há uma separação mais definida entre designer, artista e artesão) que o designer gráfico começa a ganhar autoconsciência. O próprio termo designer gráfico é recente, só foi cunhado em 1922. (http://pt.wikipedia.org/wiki)

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Claudio Ferlauto

Essa separação entre designer e artista, no entanto, nunca foi absoluta e até hoje há discussões sobre essas definições, com opiniões divergentes sobre a questão de se considerar o design gráfico como arte ou não. Segundo Richard Hollis (2000), as dúvidas sobre o “design gráfico” estão na vida cotidiana. Fora deste debate, e voltando à narrativa histórica, o design gráfico surgiu junto com o desenvolvimento da mídia impressa e evoluiu desde então. Hoje é uma disciplina e uma profissão a ser estudada e debatida, seja como forma de arte ou apenas em caráter de utilização profissional. “...como meio de identificação, informação e promoção, tornandose uma disciplina e profissão por seus próprios méritos”. (Hollis, 2000). Autor, professor e designer, Claudio Ferlauto reforça a evolução do designer por si só, mas alerta que o conhecimento da especialidade vem se tornando hoje em dia algo que deve ser estudado e encarado de forma diferente dos anos anteriores. O design é uma especialização e está presente em diversos segmentos. Hoje em dia sua evolução é acelerada com o surgimento do estudo científico da categoria, assim como está sendo desenvolvido nesse trabalho.

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é arquiteto pela Faculdade de Arquiteura da UFRGS, com pós-graduação em desenho industrial pela FAU/USP. Vive em São Paulo desde . É autor de livros sobre design ­ O livro da gráfica e O Tipo da gráfica ­ crítico da revista Abigraf onde escreve sobre design na coluna Olhar Gráfico e professor na FAAP, na Anhembi Morumbi e na Belas Artes em cursos de pós graduação e de graduação. Junto com Cristina Burger dirige o escritório QU4TRO Arquitetos SP. Tem portfólios publicados no Brasil e no exterior - Idea/Japão, Novum/Alemanha e trabalhos nas revistas Print e na Communication Arts dos Estados Unidos e em livros no Brasil, Japão e Singapura. Colaborador regular da revista Tupigrafia. Fonte http://www.rosari.com.br/aut_ claudio.htm, acessado em 02/12/2006


4. O que é Design Gr áfico DESIGN WEEK

4.3. O design é a mensagem

UFO 0001011011001010001010 01010111010101010101001 00111010100101010111010 01010rodrigo1110101010 0000100001010101110100 10001010101110001011101

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“Acho que o designer gráfico é um generalista. Sempre foi e a história está aí para provar. A tendência comercial e acadêmica, em particular o mercado de negócios, incentiva a especialização. Penso que um designer faz design, com qualquer tipo de sobrenome que tiver. As áreas citadas (Web, de multimídia, criação de vídeo, animação, entres outras) não são segmentos do design, elas são o próprio”. Ferlauto (2004) – designer gráfico, arquiteto e escritor, crítico de design. Dirige com Cristina Burger o escritório Qu4tro Arquitetos, em entrevista a Professional Publish Março/Abril 2004. A partir do conhecimento das técnicas de comunicação e da prática profissional que trata da organização formal de elementos visuais, sendo eles textos ou imagens (signos), é criada uma forma de expressão comunicativa que dissemina a necessidade de comunicação de um determinado conceito ou idéia. Assim, o design gráfico é desenvolvido para representar a comunicação através dos meios de reprodução por meio gráfico, seja em papel ou elementos semelhantes. Por outro lado, não apenas o conteúdo de aspecto formal impresso, mas também a organização de elementos visuais contidos no suporte “papel”, formam uma relação entre o que é diagramado, como fotos, ilustrações, elementos tipográficos e grafismos. Estes são acessórios de uma obra assim como os brincos vêm para uma mulher. Um trabalho de design gráfico também não pode ser formado apenas por elementos que fazem parte da diagramação, ele deve ser visto como um todo e a diagramação como uma

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das ferramentas para o trabalho maior, ou projeto de design gráfico.

“Um projeto de design gráfico é um conjunto de elementos visuais – textuais e/ou não textuais – reunidos numa determinada área preponderadamente bidimensional e que resulta exatamente da relação entre estes elementos”, segundo afirmado por André Villas Boas (2002). Estudando a produção do design gráfico é possível compreender que elementos visuais como textos, ilustrações e grafismos não se incluem sozinhos no todo de um design gráfico, pois fazem parte do projeto. Porém, se for encarado o trabalho individual de cada um desses elementos, e se tratar o texto como trabalho tipográfico, cada uma das peças entram dentro da teoria do design gráfico de acordo com conceito de produção de cada uma das partes que compõe a comunicação visual do design gráfico. “Praticamente tudo o que os nossos olhos vêem é comunicação visual” (Munari, 1991) O design gráfico é considerado o suporte visual da mensagem a ser transmitida, relacionando as partes de uma obra para enviar uma mensagem ao receptor que a interpreta. Assim, dentro da necessidade de dissimulação da informação, o homem passa a utili-


UFO 0001011011001010001010 01010111010101010101001 00111010100101010111010 01010rodrigo1110101010 0000100001010101110100 10001010101110001011101

Imagens 27. Trabalho Fonte: Rodrigo Martins 2006


4. O que é Design Gr áfico DESIGN WEEK

4.3. O design é a mensagem

Imagem 28. Pé Fonte: O meios são as Massa-gens.

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zar a ferramenta “design gráfico” como forma de transpor uma comunicação direta ou não para com o próximo, assim como a extensão de sua fala, segundo MCLUHAN (1977) em seu livro A Galáxia de Gutenberg.

“O homem hoje em dia desenvolveu para tudo o que costumava fazer com o próprio corpo, extensões ou prolongamentos desse mesmo corpo.”.

MCLUHAN (1977) Imagem 29. Roda Fonte: O meios são as Massa-gens.

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É possível considerar que o design, por si só, é uma área que se desenvolveu sozinha, através de aperfeiçoamentos das tecnologias da mídia impressa, arte e da arquitetura. É uma atividade intelectual, técnica e criativa, que não só constrói mensagens, mas também mantém a análise, organização e métodos de apresentação de soluções visuais para problemas de comunicação, seja na esfera de negócios, cultural ou social. Para Kotler (2000), o design é “uma força de integração entre todas as ferramentas de uma empresa e deve trabalhar próximo, principalmente do marketing e da engenharia, além de estar em contato com os clientes e a tecnologia. Uma ferramenta para a diferenciação competitiva do produto, sendo que, um bom design deve ser agradável de ser visto, fácil de ser desembalado, instalado, usado, consertado, revendido, abandonado ou descartado”. O design gráfico também tem a capacidade de influenciar o estabelecimento de uma sociedade melhor na medida em que desenvolve soluções e cria ambientes mais adequados às

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pessoas, tornando a comunicação mais fluída e facilitada. Em se tratando de aspectos mercadológicos, a principal função do design gráfico consiste em identificar e qualificar produtos, serviços e corporações, uma vez que os consumidores adquirem um produto ou serviço através de suas características especiais, as quais devem suprir seus desejos individuais. Vários autores convergem suas teorias acerca da importância do design gráfico em dois atributos essenciais: inovação e integração. Uma finalidade importante do design gráfico que merece especial atenção é a sua capacidade de posicionar empresas, produtos e serviços no mercado, tornando a estratégia do negócio visível e transparente, dando forma aos objetivos delineados pela estratégia corporativa e de marketing e, finalmente, centrando-se na excelência funcional e visual, sem a qual investimentos em planejamento, desenvolvimento, produto, distribuição e venda podem ser inválidos. “Estabelece o papel de ponte entre o produto e o consumidor. O design gráfico também expressa como as empresas, com seus produtos e serviços, são e desejam ser vistas pelo mercado e por seus consumidores.” (Revista Lojas e Lojistas nº. 10, p. 6, 2000) Segundo a dissertação apresentada por Aline Haluch (2002) como parte dos requisitos para obtenção do título de mestre, o design está diretamente ligado ao cotidiano das pessoas. “Escrever a história do design é um exercício de buscar frag¬mentos que deverão formar um conheci-


4. O que é Design Gr áfico DESIGN WEEK

4.3. O design é a mensagem

mento mais inteiro e não de isolar objetos em uma galeria de estilos descontextualizados. Para se falar de design é preciso falar das coisas que estão presentes no cotidiano das pessoas que o projetam e o consomem. Os marcos históricos consagrados, nesse caso, já não são tão importantes quanto os marcos reais que aparecem na prática do projeto, no uso da tecnologia, na experimentação de novas linguagens. O tipo de história a ser escrito então não deveria ser aquele factual, mas a história do cotidiano, aquela que se escreve com os fragmentos deixados pelas pessoas comuns, Imagem 30. Livro Fonte: O meios são as Massa-gens.

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que atuaram de forma concreta na construção do dia-a-dia. Essa forma de construção histórica se insere na linha de pesquisa da história da cultura material, que conta com conceitos da antropologia, da arqueologia e da história, principalmente. Foi necessário então, buscar os conceitos e a metodologia destas disciplinas que auxiliariam na compreensão do objeto de estudo; isto foi necessário para cercá-lo com acontecimentos, vestígios e evidências que indicassem que ele havia sido concebido com significado.” (DENIS, 2000:16). De acordo com Rafael Cardoso Denis (2000), “a maioria das definições


concorda que o design opera a junção desses dois níveis, atribuindo forma material a conceitos intelectuais”. No momento que fossem encontrados estes conceitos intelectuais que sustentassem a solução formal, já haveria um sentido e uma manifestação de design.” Outro aspecto importante do design gráfico a ser ressaltado é a sua capacidade de agregar valor a produtos e serviços, representando assim algum valor intangível para o consumidor e tornando-se fator de diferenciação no mercado.

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“O consumidor está cada vez mais exigente.” Esse é o recado que o mercado passa aos responsáveis diretos pela movimentação de capital e que é dito sempre dentro do contexto comercial por profissionais do mercado financeiro, por exemplo, que lidam diretamente com o consumidor. “Eles sabem o que querem e se importam com a qualidade dos materiais que são entregues para ajudar a complementar a venda de

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Imagem 31. Vista Fonte: O meios são as Massa-gens.


4. O que é Design Gr áfico DESIGN WEEK

4.3. O design é a mensagem

Imagem 32. Corpo Fonte: O meios são as Massa-gens.

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algum produto financeiro”, segundo comentário de um gerente um Banco Nacional. Podemos perceber que, até em áreas nas quais o design gráfico não tem seu maior poder, ele exerce diretamente influência para ajudar a fechar determinados negócios. Por meio da ferramenta do design gráfico, o consumidor consegue, na hora da compra, pesquisar e optar por produtos similares de marcas diferentes que são oferecidos praticamente ao mesmo preço e com a mesma qualidade. E

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isso vale não apenas para um bem físico, mas no caso de um produto financeiro o material de apoio de vendas também tem o design gráfico como parceiro direto no auxílio da negociação. O design, portanto, é fator chave, junto com outros argumentos de venda, para que o consumidor opte especificamente por um produto. O design permite gerar uma identidade entre o objeto e o usuário. Quando se escolhe um objeto pelo design é porque houve uma identificação com o mesmo. Ao fazer essa escolha, o usuário


compartilha de valores que se expressam através do design e, principalmente, compartilha de valores que deseja. O design revela ao usuário esses objetos de desejo. Para Philip Kotler (2000), o ponto de partida do marketing reside nas necessidades e desejos humanos. Então podemos concluir que o design gráfico é também uma ferramenta que, ao ser trabalhada junto com idéias de marketing, pode ser utilizada para influenciar um comportamento.

Imagem 33. Seta Fonte: O meios são as Massa-gens.

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4. O que é Design Gr áfico DESIGN WEEK

4.3. O design é a mensagem

Do ponto de vista comercial, quanto vale o design?

O processo de produção artística é em si um processo de conhecimento, visto que compreende uma série de ações/operações conectadas ao sujeito, que compreende, relaciona, ordena, classifica, transforma e cria. Refletindo como venda o caso apresentado logo acima, o design gráfico vale muito, pois nesse momento faz a diferença. Do ponto de vista do investimento, vale muito pouco. Calcular o preço de design de um produto ou de uma identidade visual (marca ou logotipo) é muito específico em cada caso, mas de forma geral, não ultrapassa 5% do custo do produto e muitas vezes um bom projeto de design consegue baratear o custo anterior ou ser até mesmo responsável, de forma significativa, pela venda do mesmo. “Em vendas o importante é verificar os seguintes pontos: uma loja deve ter uma boa marca e identidade visual, que expresse seus valores para consumidor.”(Revista Lojas e Lojistas nº. 10, p. 6, 2000) Por ser uma das profissões que mais estão em evidência no momento, o designer

gráfico necessita de atualização contínua e diversificação nas áreas em que atua no mercado.

Muito se comenta hoje a respeito dessa necessidade de especialização numa profissão tão abrangente.

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Imagem 34. Dollar Fonte: O meios são as Massa-gens.

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5. Design e Conteúdo: Estudo de caso

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5.1. Revistas

A qualidade e a produtividade são primordiais para o produto ter aceitação no mercado. Nesse contexto, o design se destaca como fator diferencial decisivo para que o objetivo seja atingido. Este estudo de caso mostra que o investimento na inovação do design do produto pode melhorar a competitividade com seus concorrentes.

Estudo de Caso

DA INFORMAÇÃO IMPULSIONANDO A INOVAÇÃO EM O designTECNOLOGIA pode ser utilizado como uma ferramenta estratégica para alcançar a inovação e buscar vantagens competitivas. A diferenciação pelo design é uma vantagem que pode fazer toda a diferença na hora da decisão de compra ou aceitação do produto no mercado. Dessa forma, podemos concluir que o produto que tem um planejamento estético mais formulado tem uma vantagem competitiva no mercado. Em seu livro Vantagem Competitiva, Porter (1985) apresenta o conceito de cadeia de valor, que serve de base para o raciocínio estratégico sobre as atividades envolvidas em qualquer negócio e a avaliação de seu custo relativo e papel na diferenciação. Existe uma diferença entre valor, ou seja, quanto o consumidor está disposto a pagar por um produto, e o custo da execução das atividades envolvidas em sua criação, que determina os lucros. A cadeia de valor funciona como uma forma rigorosa de entender as origens do valor para o comprador que gerarão preços mais altos e os motivos pelos quais um produto ou serviço substitui o outro. De forma criativa e focada no negócio, as soluções que o design apresenta comprovam que, se bem aplicado sob o ponto de vista do marketing e seguindo técnicas já estudadas em diagramação e posicionamento de elementos, é possível mudar o

SEGURANÇA:

O GURU HOWARD SCHMIDT RESPONDE QUESTÕES DE CIOS DE GRANDES INSTITUIÇÕES

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MPRESARIALrumo de um produto impresso apenas pelo seu conteúdo 2 de março de 2006 - Ano 7 - nº 155 - www.informationweek.com.br visual, não descartando, porém, a importância do conteúdo editorial. Kotler sabiamente explica o que é um bom design: “Para a empresa, um produto com bom design é aquele que é fácil de fabricar e entregar. Para o cliente, é aquele que agrada esteticamente, é fácil de abrir, instalar, utilizar, consertar e descartar.” (Kotler, 2000). Drucker, em Desafios gerenciais para o século XXI, mostra que um dos grandes problemas para uma boa gestão é a necessidade de as empresas estarem preparadas para agir em um ambiente de mudanças céleres e constantes. Isto é, as empresas precisam ser receptivas a inovações em todos os aspectos, visualizando essas novas situações como oportunidades, de forma a torná-las eficazes dentro e fora da organização. Só assim elas conseguirão garantir sua sobrevivência em um mercado altamente competitivo. Todas essas idéias mostram que, dentro de um mercado competitivo, todos os detalhes são fundamentais para um produto permanecer no mercado. O conteúdo visual, no caso de produtos impressos, é a razão deste estudo. Como a visualidade faz parte integrante do nosso produto de forma tão decisiva, é de grande importância levar em consideração todos os detalhes no design gráfico, antes mesmo da produção editorial.

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5. Design e Conteúdo: Estudo de caso

DESIGN WEEK

5.1. Revistas

A evolução Este projeto gráfico que comporta o conteúdo foi acompanhado até agora foi extraído da evolução do projeto gráfico antigo da revista Information Week Brasil. Após sua atualização seguindo um apelo visual favorável ao um público específico e adequado para ajudar a legibilidade, dinamismo e melhorar o impacto visual do produto.

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO IMPULSIONANDO A INOVAÇÃO EMPRESARIAL

2 de março de 2006 - Ano 7 - nº 155 - www.informationweek.com.br

SEGURANÇA:

O GURU HOWARD SCHMIDT RESPONDE QUESTÕES DE CIOS DE GRANDES INSTITUIÇÕES

De tudo um pouco

Telcos oferecem cada vez mais soluções para atender clientes corporativos

ENTREVISTA: Múltiplos projetos compõem a lista de tarefas de Nelson Cardoso, da BR Distribuidora

Capa da Revista Information Week de 2 de março lay_Capa 1

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de um projeto

InformationWeek Brasil é uma revista voltada aos executivos de Tecnologia da Informação. Leva aos profissionais do mercado de TI informações detalhadas sobre a utilização da tecnologia pelas corporações, auxiliando no processo de escolha e aquisição de produtos e serviços. Estudos de caso, tendências tecnológicas e análises de produtos são os principais pilares editoriais da publicação. Público-Alvo: CIOs, Diretores, Gerentes de TI e profissionais da área. Veiculação: quinzenal Tiragem: 25.088 Circulação: 24.027 (IVC outubro2003) Fonte: IT Mídia S.A. 2006 Seguindo este briefing resumido e as tendências do mercado brasileiro e americano de resvistas de TI da atualidade, foi elaborado a aplicação de um novo projeto gráfico, com objetivo de modernisar a publicação e conseguir um impacto visual que agradasse o leitor, completanto assim o elo entre conteúdo editorial e visual.


Páginas 26, 27, 28 e 29 da Revista Information Week de 2 de março de 2006 - Ano 7 - nº 155

MATÉRIA DE CAPA • TELECOM

Múltiplas

faces

Ilustração:Corbis

Fora do core das operadoras de teleFonia Fixa, a oFerta de serviços de ti vem ganhando espaço e importância dentro das telcos

H

á três anos, a Editora Abril procurava uma alternativa para racionalizar a administração de seus fornecedores. Na época, a equipe de TI geria prestadores diferentes para cada tipo de serviço. “Isto tirava nosso poder de negociação. Assim, buscamos centralizar as atividades o máximo possível. Montamos um pacote de serviços customizado e fomos ao mercado ver quem nos atendia melhor”, conta o CIO da companhia, Max Thomaz. O pacote previa serviços de voz, de dados, internet datacenter e operação e manutenção da rede HSC (High Speed Cutting) da TVA. Para suprir a demanda, que mesclava TI e telecom, a Abril escolheu uma operadora de telefonia fixa. No início de 2003, a Telefônica Empresas montou dentro da editora um “data room”, uma espécie de quartel-general para realizar estudos e, com base nos resultados, apresentar uma proposta de outsourcing. Dez meses depois, em dezembro do mesmo ano, a editora fechou um contrato de cinco anos com a companhia telefônica. “O objetivo era uma proposta que provesse soluções inovadoras com vantagens financeiras”, explica Thomaz. Até então, a Telefônica Empresas fazia para a Abril somente a parte de conexão de voz e os demais serviços eram ofertados por outros players. No entanto, a partir da assinatura do contrato, a telco passou também a hospedar e operar os 53 por-

Foto:Magdalena Gutierrez

RobeRta PRescott

tais da Editora Abril, além de cuidar de toda infra-estrutura da TV a cabo e dos serviços de telecomunicações. Contratar operadoras de telefonia fixa como prestadoras de serviços de TI, além de terceirização de telecomunicações, já se tornou tendência. “Logo após a privatização, as companhias constituíram datacenters como mais uma Thomaz, CIo da dITora abrIl: “Um estratégia para vender EConTraTo Inovador” transmissão”, explica o diretor da área de telecomunicações da BearingPoint, em aplicações mais críticas tamCarlos Eduardo Rocha. “Elas bém”, conta o superintendente viram no boom da internet a de marketing de soluções e dapossibilidade de uma demanda tacenter da Telefônica Empresas, maluca, criaram uma infra-esRicardo Palmaka. Ele explica que trutura enorme de fibra óptica investir na implantação de datae datacenter. Investiram pesado center era uma movimentação de olho em um mercado que não do mercado e um nicho igualaconteceu naquela época, mas mente aproveitado por outras que vem se tornando realidade de operadoras. “Percebemos que a 2001 para cá”, completa o diretor forma de as aplicações rodarem para América Latina do Yankee mudou e, na nova forma, elas Group, Luis Minoru Shibata. necessitavam de conectividade. Os últimos cinco anos pareFicou óbvio que precisaríamos cem ter servido como laboratóoferecer este serviço.” rio para as telcos. Aos poucos, elas foram aprendendo a falar a Evolução natural língua de TI e, hoje, estão mais Investir em datacenters era preparadas para terceirizar. uma tendência internacional, "Em 2000, oferecíamos apenas e as companhias brasileiras hosting e colocation, que eram acompanharam a movimentaserviços básicos oferecidos pelo ção. Começaram a oferecer o mercado; mas começamos a serviço primeiro para empresas perceber que não se tratava do próprio grupo e, em seguida, apenas de disponibilizar aplicapara clientes externos. “Hoje, o ções simples de internet e que conceito de outsourcing está tínhamos espaço para crescer mais maduro nas teles. E é um

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Foto: Moisés Moraes

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MATÉRIA DE CAPA • TELECOM

negócio muito inteligente, porque oferece a conexão entre a infraestrutura da empresa utilizando um fornecedor de serviços de telecomunicações”, analisa Rocha. Com a rede cada vez mais presente na distribuição das informações, comenta Palmaka, da Telefônica, fez muito sentido para as corporações deixarem isto a cargo de uma operadora, que já possuía infra-estrutura, do que montar uma própria. No caso da Brasil Telecom (BrT), a necessidade de ter uma infra-estrutura mais adequada para amparar seus sistemas de tecnologia da informação, somada a uma pesquisa de mercado encomendada pela telco (que apontou deficiência na oferta de datacenter fora do eixo Rio-São Paulo), impulsionou a operadora a empreender neste segmento. “Vimos uma grande oportunidade. Existe sinergia entre os serviços de telecom e tecnologia da informação”, destaca o gerente do Cyber Data Center (nome que recebeu a operação da BrT), Alberico Scher de Carvalho. Assim, quando viveu o dilema entre colocar a infra em um datacenter de terceiros ou criar uma solução interna, a BrT decidiu não só criar seu próprio centro de dados, como passar a oferecer este serviço ao mercado. Até então, a infra-estrutura interna era inadequada, ainda proveniente da época das estatais. A oferta de terceirização reduziria os custos da telco, ao mesmo tempo em que aproveitava sua expertise em TI. A BrT optou pela capilaridade e

Imagens 35/36. Info Fonte: revista Information Week

apostou em datacenters menores e espalhados. Atualmente, são seis deles, alocados em cinco cidades brasileiras e com capacidade para hospedar 48 mil servidores. Mesmo sem um datacenter próprio, a Embratel Empresas não ficou à margem deste mercado. Ela disponibiliza serviços

“É uma tendência, definitivamente” Luis minoru, Yankee Group no Brasil

como hospedagem, colocation e gerenciamento, porém os realiza com parceiros. O portfólio inclui ainda outsourcing de telefonia e administração de redes internas LAN (Local Area Network). “O valor do processo está no planejamento e no gerenciamento, então, não faz diferença para o cliente se trabalhamos ou não com parcerias”, argumenta Mauricio Vergani, vice-presidente da Embratel Empresas. O executivo conta que

Foto: Magdalena Gutierrez

Palmaka, da Telefônica emPresas: aPlicações com conecTividade

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SHAIKHZADEH, DA FURUKAWA: TI PASSOU

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A

menor no faturamento das DESENVOLVEDOR GESTOR operadoras e há também a perda de clientes de chamadas locais para a telefonia móvel”, aponta Fernandez. Neste cenário, em que enfrentam a competição de voz sobre IP (VoIP), a massificação dos celulares e temem mudanças da assinatura básica da telefonia fixa, faz sentido que as teles partam para novas empreitadas em uma área que possuíam certa expertise. “Expandir a atuação é uma maneira de dependerem cada vez menos da receita de voz”, acrescenta Mauricio Monteiro, Com a área de telecom pulveanalista de serviços da IDC Brasil. rizada entre várias operadoras, o Em contrapartida, a terceirização Sonda Supermercados aproveitou do datacenter contribui para o a necessidade de aumentar banda aumento do tráfego de dados. E para centralizar os fornecedores. é justamente com o crescimento Fechou contrato com a Embratel deste volume em suas redes que Empresas em agosto e, em dezemas operadoras ganham. bro, já havia migrado os serviços de transmissão de dados e voz, Multiplicidade centrais telefônicas, entre outros Ao oferecer a dobradinha para a nova operadora. O geren“conectividade e datacenter”, ciamento da rede, anteriormente as telcos se colocam para as a cargo de uma equipe interna, corporações como fornecedores também passou para os cuidados únicos, capazes de entregar solu- da companhia telefônica. “A aberções customizadas ao mercado tura e o fechamento das 12 filiais corporativo. Desta maneira, vão ficavam centralizados na matriz ao encontro do desejo do mer- [localizada na Avenida Paulista, cado de reduzir custos com um em São Paulo] e, quando caía o número menor de provedores. link, tínhamos de nos deslocar Este foi o caso da Editora Abril, até a loja. Agora o link não cai cujo pacote fechado com a Te- mais”, recorda o diretor de TI, José lefônica Empresas era composto Ricardo Scheurer. O Sonda conta por um mix de telecom e TI. com 12 filiais, além da matriz e “Reduzimos os custos em 20%. do depósito. Nossa primeira conta de telefone A necessidade de aumentar já foi mais barata”, comemora o a infra-estrutura toda vez que CIO, Max Thomaz. inaugurava uma filial representava

um problema para a rede de supermercados, que tem como meta abrir duas novas lojas por ano. “Agora não enfrentamos mais isso, pois com a Embratel não temos ponto concentrador. Ganhamos em mobilidade, contingência e contamos com uma operação 24x7.” Com a terceirização, a rede também passou por outra mudança: o cabeamento foi trocado por ondas de rádio. Além de aumentar a banda de 64 kbps para 512 kbps, o Sonda conseguiu uma redução de custo com telefonia de 30%. Outra companhia que procurou unir num fornecedor só os serviços de TI e telecom foi a fabricante de cabos óticos e metálicos Furukawa, que terceirizou com a Brasil Telecom. A decisão pelo outsourcing decorreu de uma crise enfrentada pela fabricante com o encolhimento do mercado de infra-estrutura de rede, quando a Furukawa viu seu time reduzir de 700 para 300 funcionários. “Isto nos forçou a reavaliar nossos negócios; optamos por tirar do dia-a-dia da equipe as atividades que não eram nosso core, para que ela se concentrasse na recuperação da empresa”, explica Foad Shaikhzadeh, diretor-presidente da companhia. Desde maio de 2003, a BrT fornece sistema de telecomunicações, datacenter (que, anteriormente, era feito internamente), desenvolvimento de aplicativos para administração interna e mi-

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a telco deu os primeiros passos neste ramo há pouco menos de quatro anos, com o aluguel de links. “Daí, começamos a colocar equipamento nas pontas, a oferecer rede e a administrá-la. Foi uma evolução natural.” Ao analisar a movimentação das operadoras em busca de novos mercados, a pergunta que se faz é se o investimento em oferta de serviços de TI não estaria relacionado com a perda de receita nos serviços de voz. Ainda que as operadoras neguem que esta relação exista e argumentem que a receita migrou para dados, analistas têm uma opinião diferente. “As telcos perceberam que o faturamento proveniente de voz estava ameaçado e viram na oferta de outsourcing de TI um caminho para trazer o dinheiro de volta”, avalia o analista de telecomunicações para América Latina do Gartner, Juan Fernandez. É, basicamente, uma mudança de estratégia das teles, que se deram conta de que mercados tradicionais estão difíceis para se manter. “As ligações de longa distância passaram a ter uma participação

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5. Design e Conteúdo: Estudo de caso

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5.1. Revistas

o resultado Após esta mudança a revista recebeu indicações de profissionais do setor para participar de Prêmio Veículos de Comunicação na categoria “revista dirigida”.

de um

novo

projeto

Entrevista: Soumitra Dutta, reitor do Insead, defende a constante inovação corporativa

T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O I M P U L S I O N A N D O A I N O VA Ç Ã O E M P R E S A R I A L

05 de abril de 2006 - Ano 7 - nº 157 w w w . i n f o r m a t i o n w e e k . c o m . b r

Troca de experiências Os grupos de CIOs são ativos

e fortalecem o conceito de comunidade

Mobilidade: tecnologias agilizam o trabalho fora do escritório e mudam o dia-dia das empresas www.informationweek.com.br

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Com uma nova roupagem a revista conseguiu adequar seu conteúdo e melhorar a leitura para seu público.


reportagem de capa

A troca de experiências está no cerne da questão para os integrantes de grupos de CIOs L i g i a

s a n c h e z

e

r o b e r t a

relacionamento que vale ouro

p r e s c o t t

Quanto vale a troca de informações entre empresas? Agora imagine um grupo de profissionais de uma mesma área, mas de diferentes corporações, compartilhando suas experiências, desde referências de fornecedores até o método de implantação de determinado sistema. Uma vez por mês, 31 CIOs se reúnem em São Paulo para fazer exatamente isto. O Grupo de Executivos de TI (Geti), cujos membros são, na grande maioria da capital paulista, é um dos mais antigos do Brasil, porém não o único. No Rio Grande do Sul e no Rio de Janeiro, entre outras localidades, existem grupos com o mesmo perfil. No entanto, se a localização separa estes grupos, seus objetivos os unem. Na essência, todos vislumbram a troca de conhecimento e a aproximação entre os CIOs. Ou seja, o relacionamento aparece como o pano de fundo que permeia todas as atividades.

Q

uando ‘networking’ é a palavra-chave, confiança e a transparência são imprescindíveis na hora de compartilhar soluções, dúvidas, eventuais problemas e até expor vulnerabilidades ou fraquezas. “O mais importante do grupo é o relacionamento e há uma confiança muito grande entre os CIOs”, atesta Francisco Açakura, gerente de tecnologia e informática da Ripasa Celulose e Papel e presidente do Geti. Durante as reuniões, CIOs que, muitas vezes, se conhecem apenas por telefone ou ‘de nome’, têm a oportunidade de se aproximar. “Este contato facilita demais para depois fazermos um intercâmbio entre as companhias para discutir um determinado assunto, no qual alguma das empresas tenha a melhor prática”, ressalta Marcos Pelaez, CIO da CSN e integrante do Grupo de CIOs do Rio de Janeiro. A CIO da Novartis e vice-presidente do Geti, Lais Machado, complementa: “Os participantes são pessoas que atuam em

“Fico impressionado com a

velocidade das respostas e a riqueza de inFormações”, sérgio hartenberg, Light

empresas de referência e todos são ‘Senhores’ no assunto de TI. Desta forma, sempre encontramos um ponto de apoio para idéias, problemas e para quando precisamos trocar informações”. Entender o que os outros estão usando e avaliar se é ou não uma boa alternativa para sua companhia. O intercâmbio de informação possibilita, por exemplo, que os diretores de TI possam identificar como estão em relação ao mercado. “É uma espécie de benchmark para saber até que ponto a gente está bem ou está mal em um determinado assunto e como podemos replicar experiências bem-sucedidas [de outras corporações] para dentro da nossa empresa”, explica Pelaez. E casos não faltam para exemplificar esta troca. João Vicente Gonçalves, gerentegeral de tecnologia da Infoglobo e um dos fundadores do Grupo de CIOs do Rio, fez um benchmark sobre sistema de gestão integrada (ERP) e mapeou quais fornecedores as empresas do grupo usavam. “Foi um conforto ver que muitas delas têm o mesmo ERP que eu; é um indicador que estou no caminho certo”, comemora.

ilustração: geison esteves- studio getreze Foto: João Valério/netmedia

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Imagens 37. Info2 Fonte: revista Information Week

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5. Design e Conteúdo: Estudo de caso

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5.1. Revistas

Alterações visuais Veja o que realemte mudou no design atual.

índice a b r I l

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Entrevista:

Reitor do Insead, Soumitra Dutta discute a inovação nos negócios e o papel de TI neste processo

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Mobilidade 6 Editorial 8 Emails

16 Tendência 18 Conexão IT Web 24 Telecom 48 Guia Pessoal 50 Conversa com CIOs

Como os avanços de TI e telecom mexem com os conceitos tradicionais de trabalho em grandes empresas brasileiras

Inovação nos negócios Durante muito tempo os executivos acreditaram que inovar era apenas criar produtos e serviços. Mas hoje sabemos que é diferente. A visão dos líderes se ampliou e passou a incluir uma maior gama de objetivos humanos e sociais. Negócios não podem ser voltados apenas para fins lucrativos, é necessário também fazer o bem – ter um impacto positivo na vida das pessoas – tanto para os empregados quanto para os envolvidos socialmente no resultado final. Quando se vê as coisas nesta perspectiva, inovação é basicamente encontrar maneiras de melhorar a vida das pessoas, sejam clientes, empregados ou a sociedade em geral.

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Prática diária

Papel da TI

Existem várias maneiras de ser inovador no dia-a-dia e eu gostaria de citar duas. Em primeiro lugar, quando se percebe que os negócios têm objetivos tanto econômicos quanto sociais, as inovações se tornam essenciais no dia-a-dia de um executivo. Por que não fazer com que um executivo use um pouco do seu tempo em um programa social? Por que não recompensar uma equipe que, dentro da empresa, pensa em produtos e serviços voltados não só para economia, mas também para o social? E, em segundo, os executivos precisam de um tempo livre. Hoje, eles estão trabalhando demais e exaustos, apenas com o trabalho para atingir as metas de negócios (normalmente orientada a lucro). Como esperar que um executivo pare e pense em fazer as coisas de modo diferente, se ele ou ela não tem nem o tempo suficiente para ler os bombardeios diários de e-mails! “Tempo para pensar” deve ser imposto na agenda desses executivos. Eles precisam ser encorajados a pensar e fazer coisas diferentes.

A tecnologia ajuda muito na inovação das empresas. Hoje ela é tão essencial nos negócios que é impossível criar qualquer produto, lançar serviços ou reorganizar a equipe sem usar meios virtuais. O ING Direct, por exemplo, construiu um dos mais bemsucedidos bancos de dados online do mundo. Ele usou o poder da internet para entrar em mercados altamente desenvolvidos, como Canadá, Estados Unidos, França e Alemanha. Sem a internet, isto teria sido bem mais lento e caro. A tecnologia não permite apenas novas maneiras de se fazer negócios, mas também funciona como um maravilhoso instrumento para idéias e talentos humanos. O telefone celular, além de revolucionar a maneira como nos comunicamos

O retorno do investimento Existem os dois lados da inovação: o custo dos investimentos e o retorno gerado. É preciso considerar os dois aspectos ao mesmo tempo. Normalmente se comete um erro ao pensar apenas no custo e isto não surpreende. Os custos são medidos com mais facilidade, têm de ser analisados a curto prazo e têm impacto imediato na alocação de recursos da empresa. O retorno, por outro lado, é mais complicado de se prever, já que ele vem a longo prazo. Para inovações bem-sucedidas, a palavra-chave é equilíbrio, ou seja, estes dois aspectos devem ser medidos. Focar demais no custo pode inibir a inovação, mas focar demais no retorno pode levar a um controle de custos ineficiente e a uma distribuição de recursos mal-planejada. Chegar ao equilíbrio é, ao mesmo tempo, simples e complexo. Precisa-se de liderança desde o início para identificar prioridades estratégicas, focar energia e recursos na estratégia escolhida e criar incentivos para que os empregados invistam nessas inovações.

social e profissionalmente, ajudou a melhorar a vida de muitas pessoas pobres ao redor do mundo. Grameen, a maior companhia de telefônica de Bangladesh, tem como principal foco a venda de telefones financiada por microcrédito para mulheres da zona rural, que alugam estes telefones para outros moradores da região.

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Deixe-me fazer uma proposta simples. Suponha que eu lhe entregue um projeto relacionado aos seus negócios, que custaria um milhão de dólares e renderia cinco milhões de dólares nos próximos três anos. Você aceitaria esta proposta? A lógica indica que sim. Mas por que é tão difícil convencer o conselho a investir em projetos de TI? A resposta não está no dinheiro investido e sim no retorno não garantido. Por que isto acontece? Normalmente, porque os departamentos de TI não desenvolvem a disciplina para avaliar este retorno vigorosamente. Portanto, é normal que esse retorno não seja medido e documentado nas empresas. Dado o alto custo normalmente associado aos projetos de TI, os conselhos têm procurado saber mais sobre o que os investimentos podem trazer para a empresa. Sendo assim, a recomendação para os CIOs é simples: continuem medindo estes retornos, documentem os valores bem-sucedidos e mantenham-se focados no desenvolvimento de cada solução. Assim será mais fácil convencer o conselho. Além disso, é questão de prática.

“HÁ VÁRIAS MANEIRAS DE SER INOVADOR,

Novos ‘Googles’

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COMO PERCEBER QUE OS NEGÓCIOS TÊM VALOR TANTO ECONÔMICO COMO SOCIAL”

Normalmente, a cada 100 novas empresas, apenas 20 são bem-sucedidas. Destas apenas algumas podem esperar que se tornem tão bem-sucedidas quanto o Google. No entanto, é importante destacar que o Google ainda é uma empresa jovem e seu sucesso em longo prazo não pode ser considerado garantido. Você se lembra do Netscape? Então, sim, podemos esperar ver outros Googles aparecendo nos próximos anos. E eu acredito que o novo Google virá de outro lugar do globo que não a América do Norte – América do Sul, Ásia etc. Por exemplo, veja a NCSoft – a maior empresa de jogos online no mundo – ela veio da Coréia do Sul.

“Para inovações bem-sucedidas, a palavra-chave é equilíbrio. Focar demais no custo pode inibi-la, mas focar demais no retorno pode levar a um controle de custos ineficiente e a uma distribuição de recursos mal-planejada”

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Convencer a cúpula

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ENTREVISTA

ÍNDICE

After Hours

48

02 de março de 2006

Emílio Vieira, da AGF Seguros, produz vinho em sua casa, na capital paulista

Capa

Na Prática

42

Novartis amplia número de posições de atendimento ao cliente e acrescenta funções como gravação e monitoração online

43 terra integra tecno-

4

Segurança

34 Referência mundial

em segurança da informação, Howard sCHmidt responde a perguntas de CIOs brasileiros sobre o tema

Entrevista

10 NelsoN Cardoso, da BR Distribuidora, fala sobre os novos projetos da empresa, a integração de TI com outras áreas e as adequações finais à SOX

O CIO da BR dIstRIBuIdORa, NelsON CaRdOsO, CONta COmO estãO plaNejadOs Os pROjetOs paRa 2006 e fala dOs últImOs ajustes paRa a adequaçãO à saRBaNes-Oxley

40

Brasil teleCom garante receita com ferramenta para controle da qualidade do tráfego telefônico

logias e informações de suas centrais de atendimento

44 eleCtrolux monitora sistemas, redes e comunicação de forma automatizada, com pagamento mensal pelo serviço

8 Editorial 14 Perspectiva 16 Conexão IT Web 25 Governança 45 Negócios Eletrônicos 46 Guia Pessoal 50 Conversa com CIOs

4

de Ano Novo

26

Soluções e serviços de TI ganham espaço entre as ofertas das operadoras de telecomunicações

ENTREVISTA

Resoluções

brasil

C

jordana Viotto

omo no Brasil o ano só começa depois do Carnaval, o início de março ainda tem jeito de novidade. Pessoas e empresas estão começando a encaminhar seus planos para chegar no ano seguinte com alguns itens riscados da lista. A BR Distribuidora está nesse momento e tem projetos como a adoção de um sistema de arquivamento, um novo CRM, gerenciamento de rede, VoIP e RFID. A companhia também se prepara para estar em conformidade com a lei Sarbanes-Oxley (Sox) com o apoio de uma consultoria, que avaliou riscos e listou processos necessários para a adequação – são 800 pontos só na área de TI. O CIO da BR Distribuidora, Nelson Cardoso, diz que, apesar de a lei auxiliar muitos de seus InformatIonWeek BrasIl - O fato de você estar em uma companhia que investe continuamente em inovação facilita o processo junto ao usuário? NelsoN Cardoso - No começo, todo projeto é um pouco demorado para implantar por mudar a forma de trabalho das pessoas. Mas quando elas ganham

colegas na hora de justificar investimentos novos, na BR não foi assim pelo fato de a companhia já ter uma cultura de apoiar a inovação. Uma demonstração disso: 30% do orçamento da área, ou 40,5 milhões de reais anuais, já se destina a novas tecnologias. Formado em engenharia, com pós-graduação em administração, Cardoso ingressou na Petrobrás em 1976 e permaneceu – seja na própria companhia, em subsidiárias ou na BR, que pertence à Petrobrás, mas tem o privilégio de contar com autonomia e independência. Hoje, comanda uma equipe de aproximadamente 500 pessoas – número superior ao quadro completo da maioria das empresas no Brasil.

confiança, o ambiente se torna propício ao desenvolvimento. IWB - Como é a relação entre a diretoria e a tecnologia, quando se fala em inovação? NC - Nossa estrutura é muito antenada com a arquitetura orientada a serviços (SOA), que faz com que os negócios e

a tecnologia andem juntos. Isso faz com que a diretoria suporte os projetos e é esse apoio que tem alavancado a inovação. IWB - Os diretores gostam de tecnologia? NC - Sim, os quatro diretores-executivos e o presidente gostam de tecnologia e esse é

um ponto muito importante. As reuniões são realizadas com notebooks onde eles fazem suas anotações e a interação com seus assistentes. As pautas são gravadas diretamente em um sistema especial. Com essa utilização, o conhecimento deles aumenta e temos menos dificuldade de vender uma nova tecnologia. Em contrapartida, a área de TI é mais cobrada. IWB - Como vocês discutem os projetos de TI junto com as outras áreas? NC - Temos um comitê formado por 32 executivos. A cada três meses fazemos uma reunião com todos para definir os grandes projetos. Nos dois meses que intercalam essa reunião, senta-

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72

DESIGN WEEK

Fotos: Leo Pinheiro

A grande diferença entre um projeto é o tratamento da tipologia, a aplicação de espaçoes brancos para eliminar a massa de elementos e o trabalho de eliminação dos fundos coloridos, que dificultavam a leitura.

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Roberta Prescott Aos 42 anos, Soumitra Dutta passou as últimas duas décadas trabalhando com TI e inovação. Reitor de Educação Executiva do Insead, a conceituada escola de negócios da Europa, e autor do Relatório Global de TI do Fórum Econômico Mundial, realizado todos os anos em Davos, Suíça, Dutta defende que indivíduos e tecnologia são os dois maiores condutores da inovação. No entanto, segundo ele, inovação em TI está atrelada a custos. O especialista explica, por isso, que é preciso considerar, ao mesmo tempo, investimento e retorno. Em entrevista exclusiva à InformationWeek Brasil, Dutta destaca a importância da internet. “Com certeza ela ainda é muito importante para os negócios. E não apenas: também para a interatividade social. Olhe para nossas crianças!” Dutta desembarca no Brasil neste mês, para ser keynote speaker do IT Forum, evento promovido pela IT Mídia de 5 a 9 de abril na Ilha de Comandatuba (BA).

Capa:

Em 100 empresas, 20 são bem-sucedidas

“A recomendação para os CIOs é: continuem medindo o retorno, documentem os valores bem-sucedidos e mantenham-se focados no desenvolvimento de cada solução”

Para o reitor do Insead, Soumitra Dutta, a inovação é inerente aos negócios. O especialista será keynote do IT Forum

Grupos de CIOs estreitam relacionamento e contribuem para o desenvolvimento da comunidade de TI

Guia pessoal

Dutta: reitor de Educação Executiva do Insead, a conceituada escola de negócios da Europa

inovar

42

custos e alta disponibilidade, Gol terceiriza gestão total do ambiente de TI 43 Amadeus combina ERP, CRM, workflow e práticas de ITIL para diversificar sua atuação 42 Santander adota solução de gerenciamento de fundos e gera novas oportunidades de negócios 45 Brasilcap multiplica capacidade da infra-estrutura de tecnologia sem aumento dos gastos 46 Telemig Celular e Amazônia Celular aperfeiçoam sistema de BI e ampliam desempenho e autonomia dos funcionários 47 Voxline usa software para oferecer novos serviços

entrevista

É preciso

2 0 0 6

Na Prática 42 Em busca de redução de

projeto

entrevista

I n f o r m a t I o n W e e k

novo

de um

O fatO de a direçãO gOstar de tecnOlOgia e estar aculturada é impOrtante, pOrque fica mais fácil vender uma nOva tecnOlOgia. mas eles cObram mais também mos com cada diretoria para discutir planos específicos. IWB - Apesar de ser bastante expressivo se comparado à média nacional, o orçamento de TI representa apenas 0,3% do faturamento da companhia. Afinal, esse valor é alto ou baixo?

NC - Nós trabalhamos de maneira diferente de muitas companhias. Por sermos do varejo, a margem é muito pequena em comparação ao faturamento. Mas considero que esse volume é satisfatório, não posso reclamar de dinheiro, não. IWB - É verdade que, com a Sox, a área de TI não precisa mais suar tanto para justificar grandes orçamentos? NC - Mais ou menos. Você sabe que todas as grandes novidades custam bastante em TI. E, quando você implementa projetos baseados em Sox, existe um aumento de custo. Por outro lado, é uma oportunidade para acertar as coisas que não estavam tão boas, realizar melhorias.

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Já passei por varias áreas que não tinham essa organização. IWB - Qual é a grande aposta para 2006? NC - Temos muitas novidades para este ano, como a implantação de um gerenciador especial para o álcool combustível, que ganhou uma importância maior nos últimos tempos, e projetos em CRM. Além disso, temos projetos que envolvem smart phones, novas soluções em EDI, gestor de ativos, plano de continuidade dos negócios, aumento da abrangência do VoIP, consolidação da central telefônica, novo supply chain, projetos de colaboração usando ferramentas de mercado mais modernas, uso de RFID, gerenciamento de rede, monitoramento de TI e arquivamento. E estamos fazendo tudo de acordo com o que o ITIL considera como melhores práticas. Mas sempre observamos o que existe de melhor, de mais moderno no mundo.

Quando os usuários ganham confiança Em uma nova tEcnologia, o ambiEntE tornasE propício ao dEsEnvolvimEnto IWB - Como foi começar a trabalhar com metodologias baseadas no ITIL? NC - Não tivemos muita dificul-

dade, pois exigimos a certificação dos funcionários e temos uma cultura de trabalhar com o PMI desde o início do ano passado. Com isso, não passamos por muitos questionamentos na hora de implementar as melhores práticas. Há mais consciência da importância de determinados processos. IWB - E como está a integração com a infra-estrutura da Liquigás (resultado da aquisição da Agip do Brasil, em 2004)? NC - Foram criados grupos com pessoas das duas empresas para analisar as oportunidades e os contratos. Esse grupo avaliou as melhores práticas de ambas as companhias e combinou esses processos. Então não foi uma coisa imposta. A parte de projetos em si está sendo feita diretamente por eles, não interferimos. IWB - Você construiu sua carreira basicamente na área de combustíveis, certo? NC - Isso. Comecei na Petrobrás em 1976, como analista de sistemas e virei chefe de departamento. Na década de 80, fiz dois projetos no exterior. Nos EUA, participei da automação de refinarias da própria Petrobrás e, na Espanha, trabalhei com automação de terminais marítimos, um projeto realizado em parceria com a Universidade de Sevilha. Também montei a área de informática lá. Voltei para o Brasil e fui convidado para ser gerente-geral de TI da Petrobrás. Toda essa

experiência me deu subsídios para ajudar na montagem de uma companhia: a Petronet, que cuida das compras da Petrobrás, que por sua vez é dona de 72% da companhia. A Accenture e a SAP também têm participação (17% e 11%, respectivamente). Em seguida, virei CIO da BR Distribuidora. IWB - O que tem tirado o sono dos CIOs? NC - Um dos grandes desafios dos CIOs é balancear duas culturas diferentes para promover os negócios da companhia. As pessoas mais jovens têm mais facilidade em aderir às novas tecnologias, mas é um pouco avessa à parte de procedimentos. Já os funcionários com mais experiência trabalham bem com os procedimentos, mas às vezes não têm a mesma facilidade em relação às novas tecnologias. Precisamos saber entender as duas maneiras de atuação. IWB•

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Sequência das páginas da Revista Information Week de 2 de março de 2006 - Ano 7 - nº 155 02/23/2006 2:20:19 PM

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Centro Universitário Belas Artes de São Paulo

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Na transformação deste projeto, a primeira premissa foi usar o design como uma ferramenta estratégica para alcançar a inovação e buscar vantagens competitivas no mercado. conexão

IT WEB

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Com um design moderno, o Class A880 da Samsung tem tocador de MP3 e recurso de vídeo streaming, câmera digital embutida com flash e disparador automático, com timer de cinco e dez segundos, zoom de até quatro vezes e capacidade para armazenar até 900 fotos e vídeos com até 30 segundos de duração. Pesa 99 g. Preço sugerido 1.099 reais (pré-pago) e 899 reais (pós-pago).

Mochila musical

www.samsung.com.br

2

5

www.eleksen.com

Piano portátil

Mais uma ferramenta

6

Além de todas as ferramentas tradicionais de um canivete suíço, o SwissMemory USB Victorinox traz um pen drive que armazena até 2 GB. O equipamento conta com um software que sincroniza informações pessoais do computador, permitindo acesso a contatos, documentos e sites guardados no “favoritos” do browser a partir de qualquer máquina. Os preços variam de 65 dólares a 197 dólares.

www.hecsaninc.com

Festival de inverno

A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) anunciou que a telefonia celular no Brasil superou a marca de 88 milhões de assinantes. As prestadoras de serviço móvel (SMP) fecharam fevereiro com 594 mil novas habilitações de acessos celulares. No entanto, este foi o número mais baixo registrado desde janeiro de 2004. Dos 88 milhões de assinantes, cerca de 80% são de telefones pré-pagos e os 20% restantes são de aparelhos pós-pagos. De março de 2005 a fevereiro de 2006, o Brasil registrou 19,4 milhões de novos usuários de telefonia móvel, um crescimento de 30,6% em relação a fevereiro do ano passado.

Para quem quer embalar o esqui com suas músicas preferidas, a jaqueta MKT07 tem um bolso interno para colocar o iPod, que pode ser controlado a partir de botões nas mangas da roupa. Preço sugerido: 275 dólares

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Imagens 39. Info4 Fonte: revista Information Week

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Mais PCs em 2005

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J. Nicholas Hoover

As vendas brasileiras de computadores pessoais somaram 5,5 milhões de unidades em 2005, o que deflagra um crescimento de 36% sobre o volume comercializado em 2004. Os dados fazem parte de levantamento da consultoria IDC, que também apurou que, desse total, apenas 5% representaram vendas de notebooks. Entre os principais motivos propulsores do desempenho, o instituto salienta a baixa do dólar em relação ao real, além de iniciativas do governo, como o programa de inclusão digital Computador para Todos e a MP do Bem – que reduz a carga tributária aos fabricantes. Em relação aos notebooks, que ainda somam apenas 5% do mercado nacional de PCs, a consultoria se mostra otimista, já que em comparação a 2004, esse tipo de computador teve suas vendas ampliadas em 47%, totalizando 275 mil unidades. No que diz respeito ao usuário, o consumo doméstico de microcomputadores respondeu por 38% do resultado, contra 34% em 2004. A consultoria informa também que, das 5,5 milhões de unidades vendidas, 15,6% foram negociadas pelo varejo. Por fim, o instituto destaca a redução do mercado cinza de 74%, em 2004, para 61% em 2005, marcando a primeira redução em 10 anos de análise.

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Enquanto a Filadélfia conclui as últimas etapas para a aprovação do que será a primeira importante rede sem fio de dados no âmbito de uma cidade, nos EUA, muitas outras cidades estão fazendo planos. São Francisco encaminhou seis propostas em seu website, incluindo esforços da EarthLink-Google e IBM-Cisco. Chicago acaba de revelar planos para implantar uma rede sem fio e muitas outras cidades dos Estados Unidos estão em planejamento. Até Nova York criou um grupo para avaliar as possibilidades. Há muitas dificuldades, no entanto. As redes municipais sem fio, subsidiadas pela própria cidade, estão dando seus primeiros passos. A maior rede municipal sem fio do mundo está implantada em Taipei, Taiwan, onde 60 mil usuários registrados se conectam em mais de 3,3 mil pontos de acesso, em uma área de cerca de 80 quilômetros. Uma das menores deve ser Sud Menucci, no interior de São Paulo, Brasil, onde o colunista Roberto Carlos Mayer testou sem sucesso o funcionamento da rede (leia na edição 156 de InformationWeek Brasil). A força do sinal é uma questão a ser resolvida. A tecnologia Hot-spot-happy Wi-Fi não alcança todos os lugares e algumas cidades são prejudicadas. As cidades também deverão estar preparadas para quando as redes ficarem congestionadas com visitantes, uma preocupação decorrente de algumas das atuais limitações de largura de banda dos pontos de acesso. O plano da EarthLink, de investir cerca de 10 a 15 milhões de dólares para disponibilizar pontos de acesso em toda a Filadélfia, ainda representa um empreendimento arriscado, uma vez que aposta que as pessoas vão pagar pelo serviço de Wi-Fi, mesmo se a cidade pagar parte da conta para os habitantes que tiverem menor rendimento. Os pontos de acesso não custam muito, mas administrá-los pode ser uma história diferente. Com 10 mil pontos de acesso planejados para

Wi-Fi

com alcance de uma cidade ainda é algo que apenas soa bem

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A atualização do projeto teve o objetivo de limpar o layout, trabalhar com fontes mais modernas, que deacordo com o desenho tipológio resgata o ambiênte tecnológico, mercado que é discutido na revista. Além do layout e das fontes, o projeto buscou aperfeiçoar o uso das imagens de uma forma artística, abolindo a idéia de fotos na posição com enquadramento comum, aplicando assim cortes com deslocamento e enquadramento mais irregulares. WWW.ITWEB.cOm.Br

GM terceiriza

WWW.ITWEB.cOm.Br

WiMax I

A

tecnologia WiMax (World Interoperability for Microwave Access) tem potencial para oferecer banda larga e voz sobre IP para 2,8 milhões de usuários no Brasil, até 2010. A informação é resultado de um estudo realizado pela consultoria Frost & Sullivan. Como seria de se esperar, a pesquisa aponta que a maior parte dos usuários dos serviços com WiMax deverá se concentrar na região Sudeste do País. A certificação e homologação dos produtos WiMax foram lançadas há poucos meses e, segundo a consultoria, a tecnologia está atraindo o interesse de empresas para fabricar essas soluções, especialmente pelo potencial de reduzir custos de equipamentos necessários à conexão como o modem. Alex Zago, analista de pesquisa da Frost & Sullivan, acredita que o mercado de banda larga e voz sobre IP via WiMax no Brasil tende a ser promissor. Ele alerta as operadoras de que é preciso compreender as regiões e os modelos de negócios que maximizariam o retorno sobre o investimento.

WiMax II

A

SAP anunciou que vai trazer para o Brasil um centro de desenvolvimento de software. "O Brasil entra definitivamente no mapa mundial da companhia", declarou José Antunes, presidente da SAP no País, referindo-se à iniciativa. "A unidade tem como foco a produção de soluções específicas, criadas sob encomenda para clientes em todo o mundo. A exportação de software é prioridade", explica o executivo. O centro de desenvolvimento da SAP no Brasil, previsto para ser inaugurado em maio de 2006, será localizado em São Leopoldo, RS, junto à Unisinos (Universidade do Vale do Rio dos Sinos). Inicialmente, a sede contará com 80 funcionários, número que deve subir para 350, nos próximos três anos. Antunes considera a criação do centro uma iniciativa estratégica para a SAP, do ponto de vista de sua presença global e do desenvolvimento da atuação local. "É importante considerar que mais de 90% da produção será destinada à exportação de software. Para isso, é preciso conhecer processos de negócios no exterior", comenta. Com a sede, o Brasil entra para o seleto grupo de países - Alemanha, Índia, China, Israel, Bulgária e EUA - nos quais a SAP possui centros de desenvolvimento. "Além de aproveitar as vantagens competitivas como custo de mão de obra, fuso horário, e qualificação, a companhia visa diluir os riscos para seus negócios, ao espalhar suas operações por todas as regiões do mundo", afirma Antunes. O presidente da SAP ressalta que entre os motivos para a escolha do Brasil estão a criatividade e capacidade de inovação, características da cultura nacional que se refletem no desempenho dos profissionais. "O centro de desenvolvimento é um catalisador de talentos. Além de gerar empregos direta e indiretamente, vamos formar mais pessoas em contato com o ecossistema SAP", detalha. Para José Duarte, diretor regional da SAP na América Latina, uma das vantagens que o Brasil oferece ao centro é a possibilidade de escala. "Com um mercado tão grande, temos mais oportunidades de crescimento", afirma.

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As barreiras da conexão popular

05 de abril de 2006

Taipei, serão necessários consertos, upgrades e manutenção de muitos equipamentos. E as centenas de milhares de usuários nas grandes cidades dos Estados Unidos serão uma pesada carga em termos de suporte técnico. A legislação norte-americana ainda poderá interromper a implementação dessas redes em algumas cidades. Uma lei da Pensilvânia, acionada pela Verizon, uma das companhias de telecomunicação que poderão perder clientes de banda larga para as redes municipais de Wi-Fi, que são mais baratas, dá às operadoras locais o direito de impedir as cidades de implantarem estes serviços. No ano passado, foi apresentada uma lei federal para limitar as prefeituras de oferecem serviços de banda larga. Embora as companhias telefônicas vejam a tecnologia de Wi-Fi como uma ameaça, aqueles que estão na indústria de tecnologia vêem a oportunidade de ter aliados políticos. No ano passado, a Intel apoiou uma lei rival com a finalidade de colocar as decisões sobre a largura de banda das redes locais nas mãos dos conselhos locais. Tudo isso cria incerteza suficiente para induzir a uma interrupção na implantação. As redes sem fio de amplo alcance são um ótimo conceito, mas com milhões de dólares em jogo, em cada cidade, é melhor que elas funcionem.

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Entrevista: Soumitra Dutta, reitor do Insead, defende a constante inovação corporativa

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28.03.06 07:39:26 PM

T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O I M P U L S I O N A N D O A I N O VA Ç Ã O E M P R E S A R I A L

05 de abril de 2006 - Ano 7 - nº 157 w w w . i n f o r m a t i o n w e e k . c o m . b r

Troca de experiências Os grupos de CIOs são ativos

e fortalecem o conceito de comunidade

CONEXÃO IT WEB

CONEXÃO IT WEB

A

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A

A Oracle apresentou crescimento no terceiro trimestre fiscal, encerrado em 28 de fevereiro, em relação ao mesmo período do ano anterior. O lucro líquido da companhia subiu para 765 milhões de dólares, ou 14 centavos de dólar por ação, contra 540 milhões de dólares, ou 10 centavos por ação, registrados um ano antes. No terceiro trimestre, a receita da Oracle aumentou para 3,47 bilhões de dólares, sobre os 2,95 bilhões de dólares faturados no ano anterior. O resultado positivo foi impulsionado pela demanda por novas licenças de software e pelos negócios com seu software para database.

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Ligia Sanchez

Oracle lucra US$ 765 milhões

88 milhões de celulares

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Imagens 38. Info3 Fonte: revista Information Week

Brasil no mapa SAP

A Dell anunciou um acordo definitivo para comprar a Alienware, que fabrica desktops e notebooks, especialmente para o mercado highend (comercializados por valores acima de 7 mil dólares). Para a Dell, a aquisição vai satisfazer o crescente número de consumidores e empresas que procuram por produtos com desempenho muito alto, incluindo os equipamentos para jogos e gerenciamento de conteúdo digital multimídia. A Alienware passa a operar como uma subsidiária e deve manter uma operação própria de desenvolvimento de produtos, marketing, vendas e suporte técnico. A marca também será separada. Os planos incluem a manutenção dos gerentes e fundadores da Alienware para operar a companhia como uma unidade separada da Dell. O valor da transação não foi divulgado.

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Apesar de ter o som de um piano comum, o Hecsan Rollup Piano Pro é dobrável, possibilitando carregar facilmente o instrumento. Conta com pedal e interface para conectar ao computador, além de 16 músicas e 30 ritmos armazenados. Preço: 250 dólares.

IT WEB

Dell high-end

É o fim daqueles milhares de papeizinhos espalhados pela casa ou escritório. O scanner portátil NeatReceipts é capaz de tranformar informações em papel, como cartões de visita e notas fiscais, em documentos eletrônicos. Preço estimado: 200 dólares.

Agora você tem mais um motivo para não desgrudar da sua mochila. A série H2, fabricada pela Eleksen em parceria com a O’Neill, combina praticidade, comunicação móvel e entretenimento. Os modelos da série vêm com módulos bluetooth e controles para o iPod na alça.

conexão

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Adeus, bagunça!

Para falar com classe

General Motors anunciou un investimento de 15 bilhões de dólares na terceirização de TI como forma de conter custos e reestruturar as operações. Os contratos, com duração de cinco anos, foram assinados com a EDS - com a qual a fabricante trabalhou por 10 anos -, HP, IBM, Cap Gemini, Compuware e a indiana Wipro. A companhia não comentou quanto será economizado com os acordos. Segundo o CIO mundial da empresa, Ralph Szygenda, os fornecedores que ganharam os contratos mostraram capacidade e que os custos menores não direcionaram as escolhas.

Portugal Telecom O

s fabricantes Alcatel e Samsung se uniram para acelerar a interoperabilidade entre a infra-estrutura móvel da Alcatel, baseada no padrão IEEE 802.16e (ou WiBro, na Coréia), e os terminais de WiMAX móvel fabricados pela Samsung. O objetivo da aliança estratégica é impulsionar o lançamento de soluções compatíveis com o padrão adotado pela Alcatel.

Guerra dos chips Primeira batalha - Michael Dell, chairman da fabricante de PCs que leva seu sobrenome, declarou estar aberto à possibilidade de utilizar os processadores AMD em seus produtos. Isso não significa, porém, que a companhia deixaria de empregar os chips de sua atual fornecedora, a Intel. Com a iniciativa, a Dell poderia oferecer computadores mais baratos, sem comprometer seus resultados financeiros.

Xeon de 3GHz - e vem com um cache de 16MB, que pode ser acessado totalmente por qualquer um dos núcleos. De acordo com os executivos da Intel, essa mudança aumenta o desempenho em 10%. Já o Pacifica, da AMD, tem dois caches de 512 KB cada, que também serão dedicados a dois núcleos. A empresa não planeja unificar os caches até o próximo ano, de acordo com o roadmap apresentado.

Segunda batalha - As rivais Intel e AMD apresentaram detalhes da próxima geração de processadores para servidores. O Tulsa, um chip Intel de núcleo duplo, será lançado na segunda metade do ano, com ênfase em desempenho. O chip vai rodar a 3,4 GHz - mais rápido do que o

Terceira batalha - Aqui no Brasil, a HP e a AMD anunciaram uma linha de notebooks com custo entre 2,9 mil reais e 5,4 mil reais voltados a usuários finais. O objetivo das empresas é aumentar a comercialização de computadores portáteis para esse público.

conglomerado português Sonae SGPS lançou uma oferta para aquisição da Portugal Telecom (PT) por 10,7 bilhões de euros (12,8 bilhões de dólares). A aquisição daria à Sonae o controle da maior rede de telefonia fixa de Portugal, metade da Vivo, maior companhia de telefonia móvel da América Latina e a TMN, líder portuguesa de telefonia móvel, entre outras operações. O negócio movimentou o mercado português, já que a oferta esbarra na aprovação dos acionistas e dirigentes da PT, entre eles o próprio governo do País. Segundo fontes do mercado, a Portugal Telecom considerou o valor muito baixo. Depois de alguns dias de especulação entre analistas de mercado, que levantaram até a hipótese de venda da operadora de telefonia celular Vivo, o assunto esfriou.

Cortes

I- A Brasil Telecom anunciou a demissão de 12% de seu quadro de funcionários. Segundo comunicado distribuído pela operadora, a medida prevê a “unificação do marketing e da força de vendas das áreas de telefonia fixa, móvel e banda larga”, com o objetivo de eliminar “sobreposições de atividades e processos em diversas áreas”. Ainda segundo a empresa, o corte é uma das ações a serem tomadas para o aumento de sua eficiência operacional, conforme anunciado em 19 de dezembro de 2005. II- A Oracle demitirá mundialmente 2 mil funcionários, como resultado da aquisição da Siebel, finalizada em 31 de janeiro de 2006. No entanto, a maioria dos profissionais cortados será da própria Oracle. Segundo o CEO, Larry Ellison, a fabricante manterá 90% da equipe de suporte, de desenvolvimento e do time de vendas da Siebel. No Brasil, a companhia não se manifesta sobre o assunto. A idéia da corporação é cortar cargos de funções duplicadas.

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Grandes empresas na mira da Juniper

COmgás O executivo Roberto Carneiro é o novo CIO da Comgás. A posição era ocupada por Newton Braune, que passou a ocupar cargo da British Gas, no Egito. IDC A IDC Brasil nomeia Sérgio Cintra como responsável pela área de análise de mercado. O cargo era ocupado por Mauro Peres, que assume a direção de consultoria do setor de finanças. InterméDICA O grupo Intermédica Sistemas de Saúde tem nova liderança na área de TI. Regina Pistelli, ex-CIO do Fleury. neOrIs A consultoria de TI Neoris contrata Omar Tabach como country manager no Brasil. O antecessor de Tabach, Roberto Goldammer, tornouse responsável pelas operações no México, Venezuela e Colômbia. O novo country manager tem como missão levar a filial a crescer 20%, em 2006. PrODAm A Companhia de Processamento de Dados do Município de São Paulo (Prodam) anuncia a indicação de Elisbeth Galvão como diretora de infra-estrutura, no lugar de Eduardo Fonseca, agora diretor de Atendimento e Sistemas.

JORDANA VIOTTO

D

epois de ter investido quase 670 milhões de dólares em aquisições no ano passado, com o objetivo de complementar seu portfólio de produtos, a Juniper anuncia que quer aumentar sua participação no mercado corporativo. Conhecida como fornecedora de operadoras, a companhia terá o desafio de enfrentar a concorrência da Cisco, principal empresa de soluções de rede e telefonia para corporações. De acordo com Scott Kriens, chairman e CEO da Juniper, cerca de um terço dos negócios realizados em 2005 foram junto a corporações. Para reforçar esse posicionamento e trabalhar de maneira mais focada, a companhia está dividindo sua equipe em "Enterprise" e "Service Providers" e deve investir pesado em marketing para aumentar a percepção de sua marca. "Os resultados de uma pesquisa encomendada por nós mostram que apenas 30% dos entrevistados já tinham ouvido falar na Juniper", afirmou o CEO. "Mas enxergamos ótimas oportunidades, uma vez que, das pessoas que disseram conhecer a Juniper, 90% colocaria a empresa em seus planos." Segundo Kriens, para alcançar bons resultados a companhia precisa conseguir escala e capilaridade. Por isso, o estabelecimento e mantutenção de parcerias com outros fabricantes – como Avaya

e Siemens – e com distribuidores é prioridade na agenda da companhia. Na opinião de Luis Minoru Shibata, diretorgeral do Yankee Group para a América Latina, o movimento é importante para a Juniper. "Eles cresceram significativamente de 2004 para 2005 e mostraram um caixa forte, o que sustenta boas políticas de relacionamento", acrescenta. Em 2005, a Juniper atingiu os 2 bilhões de dólares em faturamento, 54% a mais do que 1,3 bilhão de dólares em 2004. A receita líquida foi de 354 milhões de dólares em 2005 e de 135,7 milhões em 2004. Novos horizontes O investimento em mercados emergentes também está em pauta. Apesar de Kriens citar países do Oriente Médio, América Latina e Europa Oriental, a menina dos olhos é a Ásia, para onde a companhia vai transferir 30% da fabricação de seus produtos até 2007. Além disso, cerca de 25% da força de trabalho relacionada a pesquisa e desenvolvimento vai ser realocada entre China e Índia. E é em solo indiano que a companhia vai instalar sua área de TI. De acordo com o CFO Bob Dykes, as medidas fazem parte de um esforço para reduzir gastos operacionais. *A repórter viajou a S. Francisco (EUA) a convite da Juniper

Aquisições da Juniper em 2005 Maio: Kagoor Networks Maio: Redline Networks Julho: Peribit Networks Outubro: Acord Packet Solutions Dezembro: Funk Software

US$ 67.5 milhões (*) US$ 132 milhões US$ 337 milhões US$ 8.7 milhões US$ 122 milhões

(*) valor aproximado

02/23/2006 6:27:34 PM

Centro Universitário Belas Artes de São Paulo

20 | 02 de março de 2006 | www.informationweek.com.br

lay_conexao_155 20

março de 2006

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4

Empresa desafia Cisco e aposta na maior penetração entre corporações de grande porte

teDenIum Maurício Blanco, ex-country manager da Enterasys, assume a presidência da Tedenium. A empresa nasce para oferecer soluções de TI com foco em governo e corporações.

www.informationweek.com.br | 02 de março de 2006 | 17

16 | 02 de março de 2006 | www.informationweek.com.br

lay_conexao_155 16

Mobilidade: tecnologias agilizam o trabalho fora do escritório e mudam o dia-dia das empresas www.informationweek.com.br

Dança Das CaDeiras

02/23/2006 6:27:42 PM

lay_capa 1

29.03.06 06:04:51 PM


5. Design e Conteúdo: Estudo de caso

DESIGN WEEK

5.2. Resumo da pesquisa

Apresentação O IT Forum aconteceu de 05 a 09 de abril de 2006, no Hotel Transamérica Ilha de Comandatuba, e nele estavam reunidos CIOs de grandes empresas, combinando conteúdo, relacionamento e negócios. O evento teve a participação de 129 convidados de 127 empresas e 25 empresas patrocinadoras.

Metodologia e amostra A pesquisa de avaliação do IT Forum 2006, contendo perguntas quantitativas abertas e fechadas, foi realizada pelos convidados durante o último dia do evento através de questionário eletrônico, estimulando as respostas com selo no passaporte para concorrer a uma viagem. Além de perguntas sobre o evento, os executivos também foram questionados sobre a reformulação da revista InformationWeek e portal IT Web. Obtivemos 102 questionários considerados válidos, representando 79,07% do universo total.

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Avaliação da reformulação da revista InformationWeek Brasil Nota média geral: 3,92 Escala de notas 1=ruim 2=satisfatório 3=boa 4=muito boa 5=excelente Imagens 39. Tabela

Nota média

Qualidade das fotos

4,20

Atualidade da informação

4,14

Qualidade das matérias

3,95

Relevância do conteúdo para seus negócios

3,91

Qualidade dos articulistas

3,81

Adequação das seções

3,79

Quantidade de matérias

3,70

Profundidade das matérias

3,56

Diagramação e projeto gráfico

4,19

Comentários: A principal mudança na minha opinião foi a diagramação, mais fácil de ler. Ainda não li, o visual e estrutura me parece melhor. Não li. Novos lançamentos de equipamentos ficou bom, seria legal incluir, ou melhor ter uma seção exclusiva, freqüente dedicada para qualidade de vida e balance work/life. Pelo menos um tema deveria ser ainda mais aprofundado. Será necessário algum tempo para uma opinião mais adequada haja vista a mudança do formato. Sugiro colocar forma de contato dos participantes das reportagens/cases sempre que possível.

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5. Design e Conteúdo: Estudo de caso

DESIGN WEEK

5.3. Resultados

RESULTADOS Um alinhamento entre editorial e arte possibilitou a integração do produto no ponto de vista estético, trazendo benefícios para todos, percepção que é comprovada pelo mercado nas pesquisas anexadas.

DA FORMA + CONTEÚDO

Imagem 40. Bronze Fonte: revista Information Week

Exemplifico aqui de forma prática e reconhecida que o design é um fator chave para o sucesso completo de qualquer veículo impresso. Um produto editorial depende do design assim como qualquer veículo de comunicação que utiliza o canal visual para passar uma mensagem ao seu público. Para o sucesso completo não podemos deixar de lado o conjunto com todas as áreas que gerenciam este tipo de mídia, partindo das iniciativas dos estudos de mercado (marketing), utilizando os conceitos do design e um bom conteúdo editoral um veículo de comunicação já sai na frente com vantagens estruturais para competir no mercado.

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“InformationWeek

ganha

Prêmio Veículos de Comunicação” “ Indicações de 150 profissionais de mídia

Na categoria “revista dirigida”, a Information

foram realizadas espontaneamente

Week Brasil concorreu com o Forum Empresa-

A revista InformationWeek Brasil, que é

rial, idealizado por João Doria Jr. e voltado para

publicada pela IT Mídia - empresa que também

líderes de diversos setores, e com a GoWhere,

é responsável pelo IT Web -, ganhou o Prêmio

publicação voltada para acontecimentos da

Veículos de Comunicação na categoria “revista

cidade de São Paulo.

dirigida”. O Prêmio está na 20a edição e é

Os finalistas foram avaliados pela Acade-

realizado pela Editora Referência.

mia Brasileira de Marketing, que tem como

As indicações de cada uma das 30 categorias

membros profissionais como Carlos Augusto

foram realizadas espontaneamente por 150

Montenegro, presidente do Grupo Ibope,

profissionais de mídia de acordo com a origina-

Chieko Aoki, dirigente do Blue Tree Towers, o

lidade das estratégias de marketing, negócios e

empresário João Victor Oliva e o publicitário

relacionamento com o mercado.

Nizan Guanaes.” Fonte: http://www.itweb.com.br/ de 23/11/2006 Imagem 41. Revista2 Fonte: revista Information Week

Anúncio institucional sobre o recebimento do prêmio. Janeiro de 2006

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6. Conclusão

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O Tipo do SEU p não é seu

TIPO Imagem 42.na Eu ARTE, e no MARKETING, Acredito Fonte: arquivo pessoal UNIDOS e cada um com seu objetivo!

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público

sempre

!

O design está assumindo uma importância estratégica inédita no mundo corporativo/editorial. Eu acredito que em breve, caberá aos profissionais de design dirigir o desenvolvimento desdes produtos e a inovação nas editorias de cada veículo. Acredito também de que a experiência de empresas líderes em inovação devem incorporar esta filosofia. Os CEOs mais importantes do mundo despertaram para uma nova forma de gestão na qual o design exerce um papel central, prova disto é o trabalho que a Apple vem realizando nos últimos anos. Associar inovação e design, até poucos anos atrás, era sinônimo de tecnologia. Hoje, é sinônimo de design. Isso é um marco. Os designers dizem que o século XXI é o século do design, porque a tecnologia não faz mais a diferença. Pensando desta forma onde posso classificar o conteúdo, já que falei de dois universos diferentes, CONTEÚDO e DESIGN? A grande diferença está explicita da seguinte maneira: antes o design estava restrito ao projeto, a concepções estéticas agradáveis, atrativas e funcionais mas só recentemente o design se consagrou ao novo pensamento do conceito que eu estou defendendo. Defendo que agora quem fala não são apenas os designers e sim TODA GAMA PRODUTIVA, REVENDEDORA E CONSUMIDORA do produto EDITORIAL ou NÃO. Fato é que o mundo inteiro respira design e identifica que ele está no centro da gestão de qualquer produto, seja um jornal, revista, folder, site ou um simples e-mail marketing. O design agreva valor e reduz custos, entre outros. Nenhuma empresa líder vai construir futuro sem inovar o design dos seus produtos, por isto que a tendência de que o conteúdo editoral é a base também deve ser emcarada de uma forma mais maleável. Quem vai liderar a inovação são profissionais de design e não apenas o dono da informação. Acho que hoje podemos dividir esta responsabilidade ao meio para cada uma das áreas envolvidas em um projeto editorial de sucesso. Um exemplo simples: o carro que ao meu ver é definido como algo que não tem grandes evoluções na sua estrutura. Porque continua com quatro rodas, direção, câmbio. Tudo o que melhorou, fora a eletrônica, é o design, o conforto, a visibilidade e a estética. Então pergunto : porque um jornal, uma revista, um LIVRO é diferente?

Existe espaço para o design assumir uma importância tão estratégica quanto o marketing, principalmente nos produtos editoriais. Acredito também que o editorial não perdeu seu valor de forma alguma, pois o que seria da biblía sem sua mensagem? É um livro que acima de todo é líder pelo conteúdo, mas se fosse possível, hoje, uma versão com design moderno com alinhamento editorial, talvez seria uma nova era de evangelização. O que seria dos filmes de Kubrick sem o visual, você pode imaginar “2001: Uma Odicéia no Espaço” ou “Laranja Mecânica” sem o excepcional tratamento estético que este gênio do cinema deu? Certamente a mensagem não seria captada da mesma forma. Enfim o design é a muito mais do que a embalagem ou a forma que comporta o conteúdo. Coordenando um modelo de negócio, trabalhando ao lado do conteúdo e aliado ao marketing, o design coloca qualquer produto em destaque e com infinitas vantagens no ponto de vista comercial e usual.

79

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7.Bibliogr afia

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Cultural: Experiências de Pesquisa. Editora: UFRGS, 2003, Edição: 1

LOUREIRO, João de Jesus Paes. A Estética de uma

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DESIGN WEEK

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8. ANEXOS DESIGN WEEK

Pesquisa aplicada Pesquisa de Avaliação - Convidados IT Forum 2006 Prezado Convidado, Para que possamos melhorar nossos eventos a cada ano, pedimos que nos retorne este questionário de avaliação devidamente preenchido no Balcão de Informações da IT Mídia. Você estará recebendo um selo para participar do sorteio de uma viagem para Hollywood com ingressos para Universal Studios, Disneylandia e Knotts Berry Farm, com direito à passagem aérea, hospedagem e acompanhante. Suas informações são de extrema importância para este trabalho. Obrigado, Divisão de Pesquisas – IT Mídia

Nome: __________________________________________________________________________________________________________________ Empresa: ________________________________________________________________________________________________________________ 1. Atribua uma nota para a interação que o evento proporcionou entre você e os patrocinadores: ( ___ )

7. Com relação às atividades, por favor atribua nota de 1 a 5 para aquelas que você participou:

(atribua notas, 1=Ruim; 2=Satisfatório; 3=Bom; 4=Muito Bom e 5=Excelente)

(atribua notas, 1=Ruim; 2=Satisfatório; 3=Bom; 4=Muito Bom e 5=Excelente)

2. Durante o evento surgiram oportunidades de realização de negócios? Sim Não

(___) Happy Hour nas Business Suites (___) Coffee-Break nas Business Suites (___) Jantar "Chicago" - Patrocínio GEDAS (___) Jantar Grease "Nos tempos da Brilhantina" - Patrocínio CISCO (___) Jantar Grabriela Cravo e Canela "Cinema Brasileiro" - Patrocínio UNISYS (___) Coquetel & Piano com Pedrinho Mattar e Rubens Ewald Filho (___) Degustação de Charutos - Patrocínio COMPUWARE (___) Clinica e Torneio de Golfe - Patrocínio TIM (___) Clinica e Torneio de Tênis - Patrocínio ASG (___) Torneio de Futebol - Patrocínio COGNOS (___) Caminhada Matinal com Personal Trainer

Se SIM com quais patrocinadores ou parceiros? ___________________________________________________ 3. Como você avalia as seguintes apresentações:

(atribua notas, 1=Ruim; 2=Satisfatório; 3=Bom; 4=Muito Bom e 5=Excelente)

a) (___) Abertura do evento b) (___) Work Shop com Soumitra Dutta "O desafio da inovação: obtendo sucesso na economia globalizada" PARTE 1 c) (___) Work Shop com Soumitra Dutta "O desafio da inovação: obtendo sucesso na economia globalizada" PARTE 2 d) (___) Palestra com Rubens Ewald Filho "Filmes que marcaram época: momentos que inovaram o cinema" e) (___) Talk Show com Rubens Ewald Filho e Paulo Betti 4. Atribua notas para as Business Suítes que você visitou:

(atribua notas, 1=Ruim; 2=Satisfatório; 3=Bom; 4=Muito Bom e 5=Excelente)

(___) Altitude (___) ASG (___) Bea Systems (___) Business Objects (___) Cimcorp (___) Cisco (___) Cognos (___) Compuware (___) Embratel

(___) Gedas (___) Telemar (___) Hyperion (___) Tim (___) ISS (___) Tivit (___) Itautec (___) Unisys (___) Microcity (___) Value Team (___) Politec (___) Vivo (___) SAP (___) Xerox (___) Sonda (___) IT Mídia (___) Sterling Commerce

5. Suas visitas as Business Suítes ajudaram a: (múltipla escolha) Estreitar relacionamento Detectar novas oportunidades de negócios Conhecer melhor as tecnologias/benefícios/soluções Realizar uma aproximação com as empresas patrocinadoras Fechar negócios com as empresas patrocinadoras Não agregaram nada para meus negócios. Por quê?

_____________________________________________ _____________________________________________

6. Sua participação nas sessões de benefícios nos negócios ajudaram a: (múltipla escolha) Conhecer tecnicamente soluções/serviços Conhecer conceitos que abrangem soluções/serviços Estreitar relacionamento com os patrocinadores Estreitar relacionamento com outros convidados Detectar novas oportunidades de negócios Realizar novas parcerias Iniciar ou fechar negócios com patrocinadores Outros ______________________________________________ Não agregaram nada para meus negócios. Por quê?

8. Atribua notas de 1 a 5 para os seguintes aspectos do evento:

(atribua notas, 1=Ruim; 2=Satisfatório; 3=Bom; 4=Muito Bom e 5=Excelente)

(___) Atendimento da equipe IT Mídia no pré-evento (___) Receptivo no aeroporto de Congonhas (___) Vôo e transfer - patrocínio MICROCITY (___) Check-in no hotel (___) Sinalização no local do evento (___) Atendimento das recepcionistas (___) Organização do evento (___) Pesquisas realizadas nos totens (___) Infra-estrutura/serviços do hotel (___) Cardápios (___) Localidade do evento (___) Agenda (distribuição das atividades) (___) Duração das Business Suites (___) Duração das Sessões de Benefícios nos Negócios (___) Duração total do evento (___) Oportunidades para lazer (___) Convite do evento (___) Site do evento (www.itforum.com.br) (___) Informativo diário InformationWeek (jornalzinho) (___) Tema central do evento (cinema) (___) Importância dos patrocinadores para seu negócio (___) Quantidade de patrocinadores (___) Receptividade dos patrocinadores 9. Qual foi o ponto mais alto do evento? Por que?

________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________ 10. Qual foi o ponto mais baixo ou a melhorar do evento? Por que?

________________________________________________ ________________________________________________ ________________________________________________

_____________________________________________ _____________________________________________

IT Mídia – Depto. de pesquisas – Tel: (011) 3823.6635

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Imagem 43. Pesquisa Fonte: IT Midia


Pesquisa de Avaliação - Convidados IT Forum 2006 11. O IT Forum 2006 atingiu suas expectativas? Superou Sim, atingiu Não atingiu. Por quê?___________________________________ ______________________________________________________________ 12. Forneça uma nota geral para o IT Fórum 2006: (

___ )

(atribua notas, 1=Ruim; 2=Satisfatório; 3=Bom; 4=Muito Bom e 5=Excelente)

13. Cite algumas empresas que o Sr(a) gostaria que participassem como patrocinadores no IT Forum 2007 e que não estão presentes em 2006:

21. Como você avalia a reformulação da Revista InformationWeek Brasil? (atribua notas, 1=Ruim; 2=Satisfatório; 3=Bom; 4=Muito Bom e 5=Excelente)

(___) Relevância do conteúdo para seus negócios (___) Atualidade da informação (___) Qualidade das matérias (___) Profundidade das matérias (___) Quantidade de matérias (___) Qualidade dos articulistas (___) Adequação das seções (___) Diagramação e projeto gráfico (___) Qualidade das fotos Comentários: _________________________________________________ ____________________________________________________________

a) _______________________ b)________________________ c) _______________________ d) ________________________ 14. Se você participou do evento em edições anteriores, qual a sua opinião sobre o formato geral atual? ( ___ ) (atribua notas, 1=Ruim; 2=Satisfatório; 3=Bom; 4=Muito Bom e 5=Excelente)

Por que? _____________________________________________________ 15. A agenda do evento é adequada? (___) Sim (___) Não Comentários:_________________________________________________ 16. Seria interessante as atividade sociais e esportivas mudarem para os 2 primeiros dias do evento? (___) Sim

22. Que temas você gostaria de encontrar com maior freqüência/profundidade na Revista InformationWeek Brasil? ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ 23. Qual a sua opinião sobre o novo portal IT Web?

(atribua notas, 1=Ruim; 2=Satisfatório; 3=Bom; 4=Muito Bom e 5=Excelente)

(___) Qualidade do conteúdo (___) Quantidade de conteúdo (___) Atualidade da informação (___) Canais de conteúdo (___) Layout (___) Imagens (___) Organização e navegabilidade (___) Webcasts (___) Podcasts (___) Blogs Comentários: _______________________________________________ ____________________________________________________________

(___) Não Comentários:_________________________________________________

17. Você costuma participar de outros eventos na área de TI? (___) Não

24. Seria interessante para você ter um aplicativo RSS no seu computador que lhe permitisse acessar um conteúdo pré-selecionado do portal IT Web, incluindo conteúdo em áudio e vídeo sem precisar visitar o site diariamente? (___) Sim

(___) Não

(___) Sim. Qual(is)?____________________________________________ 18. Quais foram as razões que você considerou para participar do IT Forum 2006? (múltipla escolha) Conteúdo Relacionamento Empresas patrocinadoras CIOs participantes Possibilidades de negócios Confiança da IT Mídia Lazer Outros: ___________________________________________________

Comentários: _____________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________

19. Quais razões são consideradas para você frequentar os eventos de TI? (múltipla escolha)

Atualização de conhecimento Networking Adquirir novas idéias para o negócio ou carreira Patrocinadores de renome Outros:____________________________________________________

20. Quais as principais diferenças entre o formato do nosso evento e dos demais? ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________

IT Mídia – Depto. de pesquisas – Tel: (011) 3823.6635

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Imagem 44. Pesquisa Fonte: IT Midia


Universidade de

Belas Ar tes

de S達o Paulo

Rodrigo Martins

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