Quarta - feira, 12 de julho de 2017
Ano: XXIV - Nº 6142
ASSESSORIA PARLAMENTAR
Sob forte resistência, Reforma Trabalhista é aprovada e envergonha Nação
U
m forte ato de resistência marcou a sessão do Senado, ontem Senado não tem legitimidade para votar a Reforma Trabalhista. Nenhum senador (11), destinada a analisar o PLC 38/2017 que trata da Refor- que está aqui foi mandatado para votar projeto que retira direitos dos trabalhadoma Trabalhista. Contrárias à retirada de direitos dos traba- res”, discursou a senadora e presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann. lhadores brasileiros, as senadoras da oposição Gleisi Hoffmann (PT-PR), Não satisfeito com a determinação das senadoras de permanecerem na Fátima Bezerra (PT-PI), Regina Souza (PT-PI), Lídice da Mata (PSB-BA) condução da sessão, o presidente da Casa, senador Eunício de Oliveira (PMDBe Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) ocuparam a Mesa do Senado para CE), exigiu a retirada das parlamentares da Mesa. Ao não ser atendido, o protestar e impedir o avanço na votação de mais essa atrocidade impos- senador encerrou a sessão e, de forma truculenta, mandou desligar a luz e o som ta pelo governo ilegítimo de Temer. do plenário. A luz foi religada depois de mais Foram mais de oito horas de resisde cinco horas com o plenário escuro e as “Estão rasgando a CLT, tirando tência contra a tentativa de demolição mulheres resistindo bravamente. direitos do trabalhador pobre, Vergonha - “O que assistimos hoje endos direitos dos trabalhadores. Mas nem das mulheres’’ essa resistência que marca a história do vergonha esse Parlamento e a nação brasiParlamento brasileiro, demoveu os seleira. Estão rasgando a CLT, tirando direitos nadores golpistas da sanha destruidora das conquistas dos trabalhadores. do trabalhador pobre, das mulheres. Quem apoia essa reforma é gente do andar Após manobra orquestrada pelo presidente do Senado, que não res- de cima, gente que tem dinheiro, e nunca precisou levar marmita para o trabapeitou a luta das senadoras, a Reforma Trabalhista foi aprovada pelo lho, nunca sacolejou horas para chegar ao emprego, nunca precisou recorrer à plenário da Casa por 50 votos favoráveis e 26 contrários. Justiça para garantir um único direito”, desabafou Gleisi Hoffmann. Resistência - Ao resistir à agenda golpista, as senadoras mandaram “Vossas excelências não precisam disso. Mas não há solidariedade, não há um recado àqueles que se abancaram ilegitimamente do Palácio do Planal- empatia com o povo. A classe dominante não tem projeto para o Brasil e quando to e aos senadores governistas que sustentam a política nefasta de Temer. “O a situação aperta tira dos mais pobres. É uma vergonha”, lamentou.
“Vai ter muita luta”, avisa Zarattini O líder do PT na Câmara, Carlos Zarattini (SP) (SP), mandou da tribuna um recado ao governo ilegítimo de Temer, logo após a aprovação do texto da Reforma Trabalhista no Senado. “Ninguém se iluda que – aprovando o projeto do jeito que foi – a resistência vai diminuir. Vai ter muita luta”, avisou Zarattini. “Aliás, é esse tipo de proposta, que esse governo gosta de aprovar aqui, que causa essa rejeição gigante. Mais de 90% do povo brasileiro quer o fim do governo Temer e quer eleições diretas”, avaliou. O parlamentar petista lembrou que a Reforma Trabalhista retroage a
momentos anteriores à II Guerra Mundial, quando o trabalhador praticamente “não tinha nenhum direito, não tinha CLT, não tinha nada”. “É isso que eles querem impor ao povo brasileiro, o fim dos seus direitos conquistados ao longo de muitos anos”, protestou. O deputado Zarattini fez questão de parabenizar as senadoras de oposição que, bravamente, ocuparam ontem (11) a Mesa do Senado para impedir a votação da reforma. “Essas senadoras defenderam, de fato, o povo trabalhador deste País (...) Enfrentaram com muita coragem esse trator do Poder Executivo”.
Fechamento: 11/7/2017 às 22h00