Terça - feira, 4 de julho de 2017
Ano: XXIV - Nº 6136
PT quer ouvir Janot, Joesley e Loures sobre Temer
O
líder da Bancada do PT na Câmara, deputado Carlos Zarattini (SP) (SP), defendeu agilidade e amplo debate acerca da denúncia contra o presidente ilegítimo Michel Temer por corrupção passiva. “Não se trata de fazer um julgamento, mas precisamos ter conhecimento profundo das denúncias apresentadas pela Procuradoria-Geral da República. Até porque não são acusações contra uma pessoa qualquer. Trata-se do presidente do País. As denúncias são graves, e o povo brasileiro merece uma apuração profunda e responsável por parte da Câmara”, disse. Zarattini destacou ainda a importância do amplo debate para a decisão de admitir ou não a abertura do processo contra Temer pelo Supremo Tribunal Federal (STF). “A decisão pode significar o afastamento do presidente por seis meses, então, quanto mais informações e mais debate acontecer, mais segurança os parlamentares terão para avaliar e decidir com clareza e consciência”, justificou. O líder petista explicou ainda que não se trata de analisar a qualidade das gravações ou as interrupções constatadas. “Queremos aprofundar no objeto concreto das denúncias”, reforçou, antecipando que a Bancada do PT apresentará hoje na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) – por onde começa a tramitação do processo – um conjunto de requerimentos de convocação de pessoas que poderão esclarecer os fatos, inclusive o próprio procurador-geral da República, Rodrigo Janot, autor das denúncias. A bancada petista quer ouvir ainda os peritos que analisaram as grava-
ções entre Michel Temer e Joesley Batista – um dos donos da JBS –, nas quais Temer teria concordado com o pagamento do silêncio do réu e ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB). Tem requerimento ainda para oitiva de Rodrigo Rocha Loures, assessor de Temer e que foi flagrado com uma mala de dinheiro; dos ministros Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência) e Eliseu Padilha (Casa Civil), além do diretor Financeiro da JBS, Ricardo Saud. Sobre a escolha do relator do processo na CCJ, que deverá acontecer na reunião de hoje, às 14h30, Zarattini disse que espera similaridade com o Conselho de Ética, no qual a relatoria não pode ficar com um parlamentar do mesmo partido do acusado. “Queremos discutir o critério da nomeação, não poderá ser ninguém do PMDB, não porque a gente tenha alguma coisa contra o partido, mas para garantir a isenção na avaliação”, argumentou. Geddel – O líder do PT, que falou do “caso Temer” em coletiva à imprensa no fim da tarde de ontem, avaliou também que a prisão do exministro de Temer Geddel Vieira Lima, por obstrução da Justiça, minutos antes da conversa com jornalistas, agrava ainda mais a situação do governo Temer. “É mais um elemento negativo para um governo afundado em denúncias, até porque Geddel era um ministro prestigiado pelo presidente”. Zarattini ainda fez referência a uma frase do delator Joesley Batista de que, nesse governo, quem não está no Planalto está na prisão: “Como o Geddel não estava nem no Planalto nem na prisão, eles decidiram enquadrá-lo”. CUTBRASÍLIA
Fechamento: 03/7/2017 às 22h00