Quinta-feira, 30 de março de 2017
Ano: XXIV - Nº 6075
Zarattini critica terceirização e quer votar Reforma da Previdência em um domingo GUSTAVO BEZERRA/PTNACÂMARA
O líder do PT, deputado Carlos Zarattini (SP) (SP), criticou duramente, da tribuna da Câmara dos Deputados, o projeto de terceirização (PL 4302/98), aprovado recentemente pela Casa. Zarattini também sugeriu ao presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ) que a votação da Reforma da Previdência seja votada em um domingo. “Queremos que todo brasileiro, toda brasileira, saiba a opinião do seu deputado, saiba exatamente como votamos”, afirmou. Zarattini enfatizou que o projeto da terceirização é prejudicial aos trabalhadores. “O PL implanta uma terceirização selvagem sem nenhuma regulação e sem garantias ao trabalhador, desorganiza o movimento sindical, não atende em nada à geração de empregos e reduz os direitos dos trabalhadores”, frisou. Para ele, o projeto aprovado impede o trabalhador de ter uma carreira numa empresa e o transforma “numa peça a ser utilizada quando for unicamente do interesse do patrão”. Entre as maldades que constam no projeto está a ampliação de três para nove meses de contrato de trabalho temporário. “A partir da aprovação deste projeto, se for sancionado, muitos trabalhadores jamais terão oportunidade de ter um contrato de trabalho por tempo indeterminado, porque muitas categorias, muitas funções, jamais
conseguirão ser contratadas por tempo indeterminado e vão viver permanentemente com contratos temporários, em que não existem aviso prévio, fundo de garantia, férias e uma série de outros direitos”, enumerou Zarattini. O líder ainda lembrou que Maia e o senador Romero Jucá (PMDB-RO) romperam com o acordo por eles produzido com as centrais sindicais. Ambos acertaram que votariam no Senado o projeto de lei (PL 4330/04), mais moderado na retirada de direitos. “Mas o Sr. Michel Temer, depois de se reunir com os industriais mais ricos deste País, num jantar em São Paulo, disse para não mais votar o PL 4330. É um rompimento de palavra desse Governo, palavra que foi dada por Rodrigo Maia e Romero Jucá às centrais sindicais. Esse governo não tem palavra sequer para negociar”, denunciou Zarattini. Previdência – A fim de dar transparência à votação da Reforma da Previdência, Zarattini sugeriu que a votação da matéria seja realizada em um domingo, a partir da manhã e que seja estendida até a noite. “O projeto da Previdência, a chamada reforma — que, na verdade, é um desmonte —, não pode ser votada em um dia de semana! O projeto é fundamental para todos os brasileiros e merece ser votado com total transparência”, sublinhou.
Oposição vai ao STF contra rito do projeto que regulamenta terceirização Deputados de oposição na Câmara entraram com mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF), ontem (29), contra o rito de votação na Câmara do projeto de lei (PL 4302/98), que regulamenta a terceirização. Assinado pelo líder da Minoria, José Guimarães (PT-CE) (PT-CE), e toda a Bancada do Psol, o mandado pede que o STF casse o ato do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que anulou a votação legítima do parecer da Comissão de Trabalho e nomeou um relator de plenário que desconsiderou todo o trabalho daquela comissão.Com isso, houve perdas para os trabalhadores. O texto da Comissão de Trabalho retirava da proposta a previsão de responsabilidade subsidiária entre empresa terceirizadora de mão de obra e contratante e voltava com a responsabilidade solidária, constante da versão aprovada na Câmara. Na responsabilidade subsidiária, os bens da empresa contratante somente poderão ser
penhorados pela Justiça se não houver mais bens da fornecedora de terceirizados para o pagamento da condenação relativa a direitos não pagos. Na solidária, isso pode ocorrer simultaneamente. Contratante e terceirizada respondem ao mesmo tempo com seus bens para o pagamento da causa trabalhista. A Comissão de Trabalho também havia retirado do texto aprovado no Senado a proibição a que se contrate trabalhador temporário para substituir funcionário em greve. No plenário, o relator nomeado por Maia desconsiderou também essa decisão. Com isso, acaba o direito à greve. Com seu ato, Rodrigo Maia atuou com abuso de poder, ao desconsiderar o processo legislativo constitucional. Por isso, os deputados de oposição defendem que esses atos sejam anulados, e consequentemente, toda a votação do substitutivo do Senado ao PL 4302 no plenário da Câmara.
Comissão geral debate regras de conteúdo local para os setores de gás e petróleo O plenário da Câmara transforma-se em comissão geral hoje (30), às 10h, a fim de debater as regras de conteúdo local para os setores de gás e petróleo. A política para o setor foi adotada pelos governos Lula e Dilma, gerando empregos, renda e estímulo à atividade industrial no Brasil, mas o governo ilegítimo Temer resolveu alterar as regras, para privilegiar compra de outros países. “O governo atual, em vez de gerar empregos no Brasil, prefere criá-los no exterior,
direcionando as compras do setor para terceiros países”, comentou o líder do PT, Carlos Zarattini (SP), um dos debatedores na comissão geral. O líder considera a exigência de conteúdo local “ponto fundamental para o desenvolvimento da indústria brasileira”. Ele lembrou que até 2003, o setor naval – diretamente influenciado pelas atividades das áreas de gás e petróleo – empregava pouco mais de 6 mil pessoas, mas em 2014 eram mais de 80 mil empregos.
Fechamento: 29/03/2017 às 22h00