PT na Câmara - 6 de Abril de 2017

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Quinta-feira, 6 de abril de 2017

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s deputados Paulo Pimenta (PT-RS) (PT-RS), Paulo TTeixeira eixeira (PTSP) e Wadih Damous (PT-RJ) denunciaram ontem, em entrevista coletiva, uma série de irregularidades cometidas por delegados e agentes da Polícia Federal ao se associarem, de maneira informal, à produção de um filme que diz retratar os “bastidores da Operação Lava Jato”. Para os deputados, foi estabelecida uma “relação promíscua” entre a PF e a produção do filme – que se chamará “Polícia Federal: a lei é para todos” – e os agentes públicos envolvidos devem ser responsabilizados criminalmente. O empréstimo informal de viaturas, armas, uniformes, carros, helicóptero e avião, além da cessão de agentes, e da sede da Superintendência da PF, em dia de expediente, para gravação de cenas são algumas das ilegalidades que os parlamentares conseguiram apurar. Ao filme, também foi liberado o acesso à carceragem da PF em Curitiba, o que configura violação da privacidade dos presos. Tudo isso, para Damous, é um patrocínio informal da PF à obra cinematográfica. “Esse filme integra o cenário de Estado de exceção no qual nos encontramos”, ressaltou. Em razão disso, os parlamentares vão protocolar hoje uma representação junto ao Ministério Público Federal cobrando a investigação quanto à possibilidade de cometimento dos crimes de improbidade administrativa, abuso de

Ano: XXIV - Nº 6080

autoridade, prevaricação e peculato por parte do diretor-geral da PF, Leandro Daiello, do delegado Igor Romário de Paula e de alguns agentes. Os parlamentares enviaram a Daiello, em fevereiro, um pedido completo de informações relacionadas ao episódio. Até o momento, não houve qualquer resposta do diretor-geral. “Na medida em que existe um órgão público, é preciso existir um convênio, uma formalização. Estamos em busca desses documentos e não obtivemos nada, nenhuma satisfação até o momento. Isso, por si só, já incorre em crime de improbidade administrativa”, explicou Pimenta. O juiz Sérgio Moro também será denunciado ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em virtude de não ter tomado qualquer atitude efetiva para impedir a cessão ilegal de imagens da Lava Jato para uso pelo filme. No aspecto político, os parlamentares consideram muito grave o envolvimento da PF numa produção que abordará uma operação ainda em curso que possui vários inquéritos sigilosos em andamento. A cessão de imagens da condução coercitiva do ex-presidente Lula para o filme, ressaltou Damous, atesta esse interesse espúrio da PF em fazer autopromoção. “Embora tenha havido proibição judicial por parte do juiz Sérgio Moro, as filmagens do sequestro do presidente Lula não só foram feitas como foram cedidas à equipe de filmagem”, apontou Damous. GUSTAVO BEZERRA/PTNACÂMARA

Fechamento: 05/ 4 /2017 às 22h00


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